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7/13/2019 Aula 01 Arquivologia TRE-RO http://slidepdf.com/reader/full/aula-01-arquivologia-tre-ro-561ec8e314475 1/106 Aula 01 Curso: Arquivologia p/ TRE-RO - Técnico Judiciário (Área Administrativa) Professor: Felipe Petrachini

Aula 01 Arquivologia TRE-RO

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  • Aula 01

    Curso: Arquivologia p/ TRE-RO - Tcnico Judicirio (rea Administrativa)

    Professor: Felipe Petrachini

  • Noes de Arquivologia para TRE RO Teoria e exerccios comentados

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    AULA 01 - 1 Arquivstica: princpios e conceitos.

    SUMRIO PGINA

    Sumrio

    Bibliografia Bsica ........................................................................................... 1

    1. Conceitos Fundamentais de Arquivologia ................................................... 2

    1.1. Arquivstica: Princpios e Conceitos ...................................................... 2

    1.2. Documentos .......................................................................................... 4

    1.2.1. Classificao de documentos de arquivo. ...................................... 5

    1.2.2. Tipos de Correspondncias (Espcies Documentais) .................. 13 1.3. rgos de Documentao .................................................................. 15 1.4. Arquivos (Conceitos Iniciais) ............................................................... 21 1.5. Princpios ............................................................................................ 23

    1.6. Classificao dos arquivos .................................................................. 31

    1.6.1. Estgios da Evoluo ................................................................... 33

    Questes Comentadas .................................................................................. 61

    Questes Propostas ...................................................................................... 98

    Bom meu caro, voc j me conhece, e j sabe o que faremos aqui! S me resta agradecer pela preferncia e martelar voc com toda a disciplina exigida pelo edital. Esta a Aula 01, e contm aprofundamentos do que vimos na aula passada.

    Bibliografia Bsica

    No meu caro, voc no precisar comprar livros para fazer esta disciplina (s faltava esta, comprar este curso para saber que livros comprar :P). O curso e vrias questes de treino te deixaro afiado para sua prova. Entretanto, existem

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    ferramentas que sugiro que voc utilize com o curso. Voc j vai entender o que quero dizer. Veja s:

    http://www.arquivonacional.gov.br/Media/Dicion%20Term%20Arquiv.pdf

    O link acima te d acesso ao Dicionrio Brasileiro de Terminologia Arquivstica. o seu grande livro. Ningum l o grande livro inteiro, mas sempre que encontrar dvidas quanto a algum termo, d uma consultada rpida. Muitas questes sero resolvidas com a simples consulta deste dicionrio, e, medida que voc consulta, seu conhecimento sedimenta.

    http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/Media/publicacoes/recomendaes_para_a_produo.pdf

    Este, por outro lado, um livro possvel de ler inteiro, mas, no recomendo que o faa. Trata dos cuidados que devemos ter com a guarda de documentos. mais um livro de consulta. Alguns tpicos so bvios, outros causam arrepio no esprito at hoje.

    E voc professor, vai encostar-se cadeira enquanto eu me viro para achar a resposta? Lgico que no! :P. Eu irei desvendar a Arquivologia com vocs, de maneia que os conceitos se tornem claros, e parea que voc j nasceu sabendo. E se mesmo os mecanismos de consulta que recomendei a vocs no funcionarem, o seu professor vai funcionar, ou morrer tentando :P.

    1. Conceitos Fundamentais de Arquivologia

    1.1. Arquivstica: Princpios e Conceitos

    Aqui comea a longa jornada de descobrimento que voc, caro aluno, ir trilhar nos meandros da Arquivologia (ou pelo menos, da parte que cai em prova).

    Para quebrar um pouco o gelo, vamos visitar a histria.

    2 WHUPR DUTXLYR QmR tem uma origem precisa. Entretanto, aquela frequentemente apontada na doutrina nos remete antiga Grcia, com a GHQRPLQDomRarchTXHGHQRPLQDYDRpalcio dos magistrados

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    &RPDHYROXomRGRFRQFHLWRFKHJDPRVjSDODYUDarcheionTXHGHQRPLQDR local de guarda e depsito de documentos HVWH FRQFHLWR Mi HVWi PDLVprximo de um dos atuais conceitos de arquivo usados em concursos).

    Outra parcela da doutrina remete-QRV DR WHUPR ODWLQR archivum TXHWDPEpPLGHQWLILFDRlugar de guarda de documentos e outros ttulos

    Qualquer semelhana com um certo capito fictcio mera coincidncia... Cuidado para no explodir o turno todo :P.

    Falaremos sobre os arquivos propriamente ditos um pouco mais a frente, devemos tratar antes do objeto de seus estudos: a arquivologia.

    Pois bem, saiba que no se trata de nenhum monstro dos concursos ( uma matria bem legal e til).

    uma disciplina, no entanto, que exigir de voc cuidado e ateno, principalmente quando voc for apresentado a conceitos prprios, o seu estudo no difcil, embora bastante terico.

    As primeiras noes sobre o assunto voc ver j na aula de hoje.

    E pode acreditar: seu examinador quer saber o que arquivologia. E sem este tpico, as demais aulas sero ininteligveis (tanto quanto a prpria palavra ininteligvel :P).

    A arquivologia uma cincia. J a arquivstica o nome que se d ao conjunto de princpios e tcnicas empregados justamente no desempenho desta cincia. No Brasil, a definio da poltica nacional de arquivos est a cargo do CONARQ.

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    2 &RQVHOKR 1DFLRQDO GH $UTXLYRV - CONARQ um rgo colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional do Ministrio da Justia, que tem por finalidade definir a poltica nacional de arquivos pblicos e privados, como rgo central de um Sistema Nacional de Arquivos, bem como exercer orientao normativa visando JHVWmRGRFXPHQWDOHjSURWHomRHVSHFLDODRVGRFXPHQWRVGHDUTXLYR1

    Para voc obter acertos em uma prova de arquivologia fundamental que voc conhea o significado de muitos termos utilizados nessa disciplina. Muitas vezes, a resoluo das questes se resumir a isto. Durante as aulas estes termos sero explicados, revistos, analisados e colocados na sua cabea com o mesmo desvelo com o qual se pe um recm-nascido no bero.

    1.2. Documentos

    Ns comentamos que a arquivstica um conjunto de tcnicas voltadas ao atendimento dos objetivos da cincia arquivologia. S que toda cincia tem um objeto de estudo ( da essncia de todo estudo direcionar seus esforos a algum objeto :P). A arquivologia volta sua ateno ao estudo dos arquivos (que voc j est ansioso para saber por que demoro tanto para chegar nele). Ok, mas existe ainda uma partcula neste contexto, que merece ateno redobrada.

    $UTXLYRVTXDQGRDSDODYUDpXVDGDQRVHQWLGRGH LQVWLWXLomRRSHUDPXPelemento bsico: o Documento.

    Documento todo e qualquer registro de informao, independentemente de sua forma ou suporte fsico. Ou seja, um documento pode ser uma foto, um papel, um mapa, um carto, um filme, fitas, CDs, disquetes, enfim, tudo aquilo que sirva como registro de um fato, de um acontecimento, de um momento.

    Veja que, ao falarmos simplesmente documento, estamos abordando a acepo ampla da palavra, no estamos detalhando a sua forma ou o meio material em que ele disponibilizado. Basta que haja registro de informao,

    1 FONTE: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm

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    qualquer que seja e pelo meio que melhor convier ao usurio, estaremos falando de documento.

    Logo mais a frente veremos, no entanto, como deve ser tratado um GRFXPHQWRde arquivo

    Falei que documento um registro, se um registro deve haver um meio fsico (material) onde este registro feito, no mesmo?

    Em arquivologia este meio material onde a informao registrada se denomina suporte (olha os termos importantes comeando a aparecer). Como exemplos de suportes temos o papel; o papel fotogrfico; a pelcula fotogrfica; fitas de vdeo; as mdias digitais, como um CD, um DVD, ou seja, tudo aquilo fisicamente palpvel e que permite o registro de informaes.

    Simplificando as coisas para voc, caro aluno:

    Suporte (meio material) + Registro (ideia, informao) = Documento

    E, meu caro, voc pode puxar da sua cabea as aulas de histria, e ainda apontar como exemplos os papiros, pergaminhos, tbuas de argila, e at em pedra se achar melhor.

    1.2.1. Classificao de documentos de arquivo.

    As classificaes adotadas normalmente pelo seu examinador so as seguintes.

    - Quanto ao gnero do documento.

    - Quanto espcie documental

    - Quanto forma

    - Quanto ao formato

    - Quanto natureza do assunto

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    Pois bem, embora o seu primeiro impulso deva ser o de memorizar as classificaes, eu acredito que voc as considerar bastante intuitivas quando eu mostrar os exemplos. Olha s:

    A classificao quanto ao gnero procura separar os documentos do arquivo conforme a forma na qual a informao se manifesta. Haver tantos gneros de documentos quanto forem as formas possveis de manifestao.

    Veja a tabela abaixo:

    Documentos Definio

    Escritos ou textuais

    So documentos nos quais a informao se manifesta na forma escrita ou textual. o tipo de documento mais comum atualmente, cujos exemplos compreendem os contratos, relatrios, certides e o que mais voc conseguir imaginar :P

    Iconogrficos

    Esta palavra tem o mesmo radical grego da palavra "cone" e ambos remetem ideia de "imagem". Desta forma, esto compreendidos aqui os documentos cuja informao se manifeste atravs de uma imagem esttica. Slides e Fotografias so excelentes exemplos.

    Sonoros

    Tranquilo :P, so documentos cujas informaes esto armazenadas na forma de udio. So raros os exemplos ultimamente de documentos puramente sonoros, mas pense naquelas fitas K-7 de outrora.

    Filmogrficos

    Falamos de documentos na forma de "imagem em movimento", independentemente de apresentarem udio. A filmagem um exemplo perfeito deste tipo de documento.

    Digitais

    Gravados em meio digital, demandando, em funo desta caracterstica, equipamentos eletrnicos para sua consulta. Esta aula um exemplo de documento digital :P

    Cartogrficos

    Aqui melhor comear pelo exemplo: mapas e plantas arquitetnicas so documentos cartogrficos. Atravs do uso de escala, representam grandes reas atravs de imagens reduzidas.

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    Microgrficos

    Este aqui voc s vai conhecer no seu novo emprego. A microfilmagem um processo que ser visto posteriormente no curso, sendo o microfilme e a microficha exemplos deste tipo.

    E desta vez, vamos tambm conhecer a definio dada pelo Dicionrio Brasileiro de Terminologia Arquivstica:

    Reunio de espcies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais, particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento tcnico especfico e, por vezes, mediao tcnica para acesso, como documentos audiovisuais, documentos bibliogrficos, documentos cartogrficos, documentos cartogrficos, documentos eletrnicos, documentos eletrQLFRVGRFXPHQWRVILOPRJUiILFRV

    Pesadinho n? Mas no nada que voc j no saiba, s que com mais detalhes. A definio tcnica vista acima d nfase unio dos documentos em funo de suas caractersticas essenciais (caracteres essenciais), e chama a ateno a um aspecto que deixamos passar despercebido: as vezes necessrio mediao tcnica para acessar a informao.

    Que significa isto? Significa que no todo mundo que consegue operar uma mquina para ler um microfilme, acessar um arquivo no computador, programar um projetor, etc. Por conta disto, a definio do Dicionrio ainda refora o fato de que as vezes ser necessrio o auxlio de um profissional capaz de manusear as mdias e seus respectivos equipamentos.

    Quanto ao formato (aspecto fsico do documento e maneira pela qual as informaes se manifestam no documento) logo mais veremos uma definio mais precisa.

    Sem muito segredo. Em frente.

    A espcie documental definida atravs do aspecto externo do documento, assumido atravs das informaes que nele estejam contidas. No

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    tem nada a ver com o suporte do documento, mas com a natureza da informao que ele pretende passar.

    Ensinemos pelo exemplo: Quando eu contemplo uma certido de tempo de servio, eu sei que se trata de uma certido e no de um contrato, pois as certides, como todo documento, apresentam um conjunto prprio de caractersticas que as permitem distinguir de outras espcies de documentos. A certido normalmente atesta uma situao ftica passada ou presente, ao passo que o contrato enuncia um conjunto de direitos e obrigaes entre as partes que iro assin-lo.

    Assim sendo, contrato contrato e certido certido. E cada qual uma espcie documental.

    A partir do momento que unimos o conceito de espcie documental natureza do assunto abordado, teremos o tipo documental. Quando uma certido atesta no qualquer informao, mas a informao da minha contagem de tempo no servio pblico que determinada repartio possui em seus assentamentos, esta classificao se torna um tipo documental :P.

    No me fiz claro? Tambm pudera, esta parte o pice da abstrao. Veja s:

    Contrato

    (Espcie)

    Contrato de

    Prestao de

    Servios (Tipo

    Documental)

    Contrato de Venda

    (Tipo Documental)

    Certido

    (Espcie)

    Certido de

    Tempo de Servio

    (Tipo Dcumental)

    Certido de

    Distribuio de

    Feitos (Tipo

    Documental)

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    O tipo um detalhamento da espcie, assim como a espcie um detalhamento do gnero.

    Graficamente:

    Pois bem, e segundo o Dicionrio, como fica?

    Espcie Documental Diviso de gnero documental que rene tipos documentais por seu formato. So exemplos de espcies documentais ata, carta, decreto, disco, filme, folheto, folheto fotografia, fotografia memorando, ofcio, planta, planta relatrio.

    E j que estamos aqui, j olhemos de uma vez a definio de Tipo Documental.

    espcie documental que Tipo Documental Diviso de rene documentos por documentos suas caractersticas comuns no que diz respeito

    . So frmula diplomtica, natureza de contedo ou tcnica do registroexemplos de tipos documentais cartas precatrias, cartas rgias, cartas-patentes, decretos sem nmero, decretos-leis, decretos legislativos, daguerretipos, OLWRJUDYXUDVVHULJUDILDV[LORJUDYXUDV

    Viu como seu professor procura suavizar as coisas? :P. Se eu s jogasse os conceitos do Dicionrio, voc provavelmente enlouqueceria :P.

    Novamente, o conceito do Dicionrio traz embutida toda a ideia que expliquei antes. Mas, caso seu examinador v direto no conceito, voc estar pronto do mesmo jeito :P.

    Gnero

    (Documento) Espcie (Certido)

    Tipo (Certido de

    Tempo de Servio)

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    6LPVLPDWpDJRUDGHSHQGHPRVEDVWDQWHGRFRQFHLWRGHIRUPDWRPDVHOHlogo mais ser visto.

    Passando adiante.

    A forma do documento tambm objeto de classificao. Esta classificao se atenta ao estgio de produo do documento (se completo ou ainda em fase de elaborao). Veja as classificaes mais comuns:

    - Minuta (Rascunho)

    - Original

    - Cpia

    Formato, por outro lado, classificao atinente ao seu aspecto fsico ou em funo da estrutura como a informao est disposta no documento.

    Est bastante ligada ao suporte do documento, embora o mesmo suporte possa dar origem a diferentes formatos. Por exemplo: apesar de servirem-se do VXSRUWH SDSHO OLYURV FDGHUQRV H FDUW}HV FRQVWLWXHP GLIHUHQWHV IRUPDWRV GHdocumentos.

    A definio do Dicionrio tambm segue essa linha:

    Formato Conjunto das caractersticas fsicas de apresentao, das tcnicas de registro e da estrutura da informao e contedo de um documento.

    Viu? Agora imagino que tudo tenha fechado bonitinho na sua cabea :P.

    E para terminar, deixamos a classificao mais complicada para o fim: a classificao quanto natureza do assunto.

    Em outros tempos, este tema seria to simples quanto qualquer outro. Eu enunciaria os nveis de sigilo dos documentos e faria alguma piadinha sobre cada um, passando adiante.

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    Entretanto, a Lei 12.527 de 2011 (mais conhecida como Lei de Acesso s Informaes), alterou a disciplina dada matria. E, de brinde, permite que seu salrio seja divulgado na internet :P.

    Bom, apesar da Lei de Acesso ter alterado tanto prazos como classificaes, o correspondente Decreto 4.553 de 2002 ainda apresenta a classificao anterior. O que fazer? Jogar fora o Decreto 4553 de 2002, uma vez que ele foi revogado :P. Fiquem de olho no seu material para saber se ele se encontra atualizado (no caso da nossa aula, a atualizao foi feita na aula extra de legislao arquivstica, e s agora aqui).

    A primeira noo que voc deve ter sobre este tema a distino entre documentos ostensivos e sigilosos.

    Os documentos ostensivos so aqueles cuja divulgao no prejudica a administrao. As informaes contidas nestes documentos podem ser divulgadas, exibidas e publicadas sem que isto traga qualquer embarao ou dificuldade entidade (no seu caso, a Administrao Pblica).

    Em contrapartida, os documentos sigilosos, em razo de sua natureza, devem ser de conhecimento restrito, demandando cuidados especiais no trato, custdia e divulgao de suas informaes.

    Veja a classificao atual:

    Nvel de Sigilo

    Perodo Mximo

    de Manuteno

    do Sigilo

    Prorrogao do

    Perodo

    Tipo de Informaes do

    Documento Exemplos

    Ultrassecreto 25 anos

    No h

    previso de

    prorrogao

    Excepcional grau de

    segurana. S devem ser

    conhecidos por pessoas

    intimamente ligadas ao

    seu manuseio.

    Segredos de Estado,

    Planos de Guerra.

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    Secreto 15 anos

    No h

    previso de

    prorrogao

    Alto grau de Segurana.

    Podem ser do

    conhecimento de pessoas

    autorizadas

    funcionalmente a tanto.

    Informaes parciais

    extradas de assuntos

    ultrassecretos.

    Operaes militares,

    operaes

    econmicas.

    Reservado 05 anos

    No h

    previso de

    prorrogao

    Informaes capazes de

    comprometer planos e

    operaes

    governamentais

    Projetos, programas

    governamentais e suas

    respectivas ordens de

    execuo.

    Note que a prorrogao do prazo do sigilo da documentao j no mais SUHYLVWDHDFODVVLILFDomRFRQILGHQFLDOIRLVXSULPLGD$QWHULRUPHQWHXPGRFXPHQWRpoderia permanecer sigiloso por at 60 anos, ao passo que, sob a gide da Lei de Acesso Informao, este prazo pode ser de no mximo 25 anos (ao menos, a interpretao que faz mais sentido em face do diploma legal atual).

    Ah sim, caso dois documentos de nveis de sigilo diferentes estiverem reunidos, o nvel de sigilo do conjunto segue o do documento mais restrito.

    Sim, o tio disse que no havia previso de prorrogao naquela tabela. Entretanto, existe uma disposio especfica na Lei 12.527/2011, l nas disposies finais e transitrias:

    Art. 35 (VETADO)

    1o instituda a Comisso Mista de Reavaliao de Informaes, que decidir, no mbito da administrao pblica federal, sobre o tratamento e a classificao de informaes sigilosas e ter competncia para:

    [...]

    III - prorrogar o prazo de sigilo de informao classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgao puder ocasionar ameaa externa soberania nacional ou integridade do territrio nacional ou grave risco s relaes internacionais do Pas, observado o prazo previsto no 1o do art. 24.

    2o O prazo referido no inciso III limitado a uma nica renovao.

    Observe que uma disposio bastante especfica, pois: somente a Comisso Mista de Reavaliao de Informaes poder prorrogar o prazo de sigilo. E mais, apenas nas hipteses descritas no inciso III do artigo 35.

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    E no sinto vergonha nenhuma em admitir: foi um aluno que chamou minha ateno a isto :P. Eis o porqu desta disposio no ser incorporada ao resto da tabela.

    1.2.2. Tipos de Correspondncias (Espcies Documentais)

    Apresento a vocs, textualmente, as espcies documentais mais comuns que aparecem em prova. De todas elas, preste especial ateno nos ofcios e memorandos. O manual do qual retirei as definies pode ser encontrado neste link:

    http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica-1/textos/redacao-oficial-e-normalizacao-tecnica-dicas/texto-31-apostila-completa-de-redacao-oficial.pdf

    Tem alguns tpicos interessantes para quem gosta de redao oficial (ou que precisar conhecer para quando comear a trabalhar :P). E tem todos os tipos imaginveis de documentos (eu s relacionarei os que so importantes para a prova, imaginando que seu examinador no vai inventar justo desta vez):

    ATA: o documento de valor jurdico, que consiste no resumo fiel dos fatos, ocorrncias e decises de sesses, reunies ou assembleias, realizadas por comisses, conselhos, congregaes, ou outras entidades semelhantes, de acordo com uma pauta, ou ordem-do-dia, previamente divulgada. geralmente lavrada em livro prprio, autenticada, com as pginas rubricadas pela mesma autoridade que redige os termos de abertura e de encerramento.

    ATESTADO: Documento firmado por servidor em razo do cargo que ocupa, ou funo que exerce, declarando um fato existente, do qual tem conhecimento, a favor de uma pessoa.

    CARTA: Forma de comunicao externa dirigida a pessoa (fsica ou jurdica) estranha administrao pblica, utilizada para fazer solicitaes, convites, externar agradecimentos, ou transmitir informaes.

    CERTIDO: Declarao feita por escrito, objetivando comprovar ato ou assentamento constante de processo, livro ou documento que se encontre em reparties pblicas. Podem ser de inteiro teor - transcrio integral, tambm

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    chamada traslado - ou resumidas, desde que exprimam fielmente o contedo do original.

    CIRCULAR: Comunicao oficial, interna ou externa, expedida para diversas unidades administrativas ou determinados funcionrios.

    CONTRATO: o acordo de vontades firmado pelas partes objetivando criar direitos e obrigaes recprocas.

    CORRESPONDNCIA INTERNA: o instrumento de comunicao para assuntos internos, entre chefias de unidades administrativas de um mesmo rgo. o veculo de mensagens rotineiras, objetivas e simples, que no venham a criar, alterar ou suprimir direitos e obrigaes, nem tratar de assuntos de ordem pessoal.

    DECLARAO: Declarao o documento de manifestao administrativa, declaratrio da existncia ou no de um direito ou de um fato.

    EDITAL: Instrumento pelo qual a Administrao d conhecimento ao pblico sobre: licitaes, concursos pblicos, atos deliberativos etc.

    MEMORANDO: O memorando a modalidade de comunicao entre unidades administrativas de um mesmo rgo, que podem estar hierarquicamente em mesmo nvel ou em nvel diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicao eminentemente interna.

    OFCIO: Correspondncia pela qual se mantm intercmbio de informaes a respeito de assunto tcnico ou administrativo, cujo teor tenha carter exclusivamente institucional. So objetos de ofcios as comunicaes realizadas entre dirigentes de entidades pblicas, podendo ser tambm dirigidos entidade particular. Trata-se de comunicao eminentemente externa.

    PARECER: Manifestao de rgos especializados sobre assuntos submetidos sua considerao; indica a soluo, ou razes e fundamentos necessrios deciso a ser tomada pela autoridade competente.

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    Estes so os tipos recorrentes em prova e que pouca gente conhece o real significado (voc um desses felizardos agora). Se tiver a curiosidade de ver o link, ver que decretos, leis, instrues normativas tambm so documentos, mas no os coloquei aqui porque so documentos que todo cidado conhece (ou ao menos, deveria conhecer :P).

    Lgico que se voc tiver dvidas, DEVE perguntar para seu querido professor no frum que ele te dir at o que raios seria uma Instruo Normativa em seus mnimos detalhes :P.

    1.3. rgos de Documentao Os nossos queridos arquivos no so os nicos locais dedicados ao

    manuseio e guarda de documentos.

    Desta forma, para que separemos muito bem aquilo que objeto de nosso estudo (os arquivos) dos demais rgos de documentao, essencial que definamos cada um deles.

    E voc no ter maiores dificuldades. Cada rgo de documentao possui suas caractersticas peculiares, de maneira que dificilmente voc tomar um pelo outro.

    Acompanhe o quadro para as noes iniciais:

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    O que podemos reparar do estudo do quadro acima? A primeira coisa que estas instituies se distinguem pela caracterstica principal de cada acervo, e o propsito dado por cada instituio ao mesmo (finalidade a que se propem). Entretanto, tambm podemos chamar a ateno maneira como os acervos so formados.

    Embora o nosso estudo faa referncia ao arquivo, importante tambm que voc saiba diferenci-lo dos outros lugares apresentados (museus, bibliotecas, centros de documentao). E adivinha meu caro: cai em prova!

    ACESPE (2011 Correios) j fez a seguinte afirmao: $ GLVWLQomR HQWUHdocumentos de arquivo, de biblioteca ou de museu feita conforme a origem e o emprego GHVVHVGRFXPHQWRV

    Pois bem, vamos s definies mais especficas:

    Museu: Um museu , primordialmente, uma instituio de interesse pblico. O seu principal propsito colocar a disposio do pblico conjuntos de peas e objetos de valor cultural. Veja que o museu no se importa nem

    Locais onde a informao documentada pode ser

    conservada (instituies de custdia)

    1. Museus

    So instituies que colocam disposio do pblico

    colees de peas e objetos culturais.

    Relaciona-se a objetos de valor cultural, podendo tambm estar presentes objetos tridimensionais.

    2. Biblioteca

    As suas finalidades so o estudo, a pesquisa, a cultura.

    Os documentos esto associados ideia de coleo (foram reunidos por vontade de algum)

    Pode haver vrios exemplares.

    3. Arquivos

    Ocorre acumulao de documentos, tm natureza orgnica, formam-se por um processo natural.

    No so documentos colecionados. Normalmente o documento nico, tendo sido produzido e acumulado

    apenas conforme o necessrio.

    4. Centros de Documentao

    So locais que agrupam os mais diversos tipos de

    documentos.

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    mesmo com o fato de o objeto por ele custodiado se enquadrar na definio de documento. Um sarcfago, muito embora tenha informaes grafadas no mesmo, QmRpFRQVXOWDGRSHORS~EOLFRFRPRSURSyVLWRGHREWHULQIRUPDo}HV

    Centros de Documentao: Esses daqui agrupam documentos de todos os gneros, qualquer que seja a fonte. A primeira vista, como se os centros de documentao no mesmo possussem um propsito na acumulao. Entretanto, isto no de todo verdade. O centro de documentao tem uma finalidade: informar. Normalmente estes centros possuem alguma especializao.

    Meio vago? Pense em uma base de dados de uma instituio de ensino, aonde esto dispostas todas as informaes das... hum... revistas de Direito da Universidade de So Paulo... Esta base de dados somente se presta a informar as revistas que esto ali disponveis.

    Biblioteca: Esse bem mais legal (passei mais tempo que o recomendado nesses ambientes :P), e frequentemente cobrado em prova.

    Comecemos pela doutrina:

    Biblioteca o conjunto de material, em sua maioria impresso, e no produzido pela instituio em que est inserida, de forma ordenada para estudo, pesquisa e consulta%HPFRPSDFWR3.

    A biblioteca se caracteriza pela acumulao de documentos com finalidades de estudo, pesquisa, e principalmente, consulta. Outro fator importante que distingue a biblioteca de um arquivo que os documentos custodiados pela biblioteca no so por elas produzidos no decorrer de suas atividades administrativas, mas sim obtidos atravs de doao, permuta ou aquisio.

    E, to importante quanto: as bibliotecas frequentemente tm mais de um exemplar de cada livro. Ns veremos mais frente que o princpio da unicidade enxerga cada documento como nico. Entretanto, bibliotecas no so arquivos e no do a mnima pra isso :P.

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    A biblioteca acumula documentos com o propsito de formar uma coleo. A palavra propsito tambm importante: a acumulao de documentos na biblioteca intencional, e desta forma, no espontnea. A biblioteca deseja educar o seu pblico.

    Mais a frente no curso, veremos que os documentos de um arquivo podem adquirir carter cultural. Mas no se engane: a funo precpua dos documentos em um arquivo administrativa, de maneira que eventual valor cultural dos documentos puramente acidental e s vir a ocorrer uma vez exaurida a finalidade administrativa do mesmo.

    Existem mais algumas diferenas interessantes entre arquivos e bibliotecas. Vou mencion-las em tpicos e logo depois da meno, explica-los:

    - Modo como os documentos entram para a custdia da organizao: JXDUGH EHP HVWD IUDVH arquivos so rgos receptores, enquanto bibliotecas so rgos colecionadores2TXHH[DWDPHQWHLVWRTXHUGL]HU"

    O arquivo uma instituio com o objetivo de preservar documentos de uma organizao a qual est vinculado. Assim o sendo, todo documento que adentra o arquivo fruto das atividades daquela instituio. O arquivo simplesmente recebe os documentos que custodia. E, quase sempre, somente receber os documentos daquela instituio.

    Nos idos tempos em que eu era ATA no Ministrio da Fazenda, quando conclua um processo, eu o encaminhava GRA (que era o arquivo do Ministrio). A GRA, embora recebesse os processoss que eu os encaminhava quando na Receita Federal, se recusaria terminantemente a receber os documentos que eu os enviasse, com o mesmo propsito, da Prefeitura de So Paulo (onde trabalho atualmente), ainda que pudessem ter exatamente o mesmo assunto.

    A GRA faz isso, pois se encontra vinculada ao Ministrio da Fazenda, e assim, no tem razo alguma para armazenar documentos de outra instituio.

    A biblioteca, por outro lado, busca sempre novas aquisies. Em sendo uma instituio predominantemente cultural, onde quer que haja um livro ou documento

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    sobre o assunto que ela deseja armazenar, l estar o nobre funcionrio da biblioteca adquirindo OLYURV(SRXFRLPSRUWDVHSDUDSUHHQFKHUDVHomRGHFRPRSODQWDUEDQDQDVRV OLYURV YLHUHPGRFRQVXODGR LUDQLDQRHP0DGUL RXGDFROHomRparticular do Jos das Couves, sero igualmente benvindos.

    Alis, segredo nosso: um arquivista que se preze sente arrepio quando nos UHIHULPRVDRVGRFXPHQWRVGRDUTXLYRFRPRXPDFROHomR3

    - Diferena no mtodo de organizao: Talvez parea bobagem, mas existem diferenas vitais na organizao de uma biblioteca e de um arquivo. Embora a diferena em si no seja to relevante, o fundamento que a justifica advm de um dos princpios da arquivologia: a organicidade (fica tranquilo meu filho, ao fim dessa aula voc no ter dvida alguma).

    Os documentos de uma biblioteca so peas avulsas. Um livro dotado de individualidade, e ainda que possa ser agrupado em uma coleo, no perde seu FDUiWHU LQGLYLGXDO 7RPH FRPR H[HPSOR R EHVWVHOOHU $ SODQWDomR GH %UyFROLV QD5HS~EOLFD'HPRFUiWLFDGR&RQJR(VWHVXFHVVRGHYHQGDVpXPH[HPSODUFRPXPpropsito. Se eu compra-lo na livraria, terei um documento completo, que possui sentido, ainda que deslocado de qualquer outro agrupamento.

    Mas eu ainda posso pegar este mesmo livro e coloc-lo em uma coleo FKDPDGD5HS~EOLFD'HPRFUiWLFDGR&RQJR)LFDULDPXLWREHPOiHPHDMXGDULDDentender o pas. Por outro lado, de um dia para o outro, eu poderia remov-lo desta coleo e inseri-ORQDFROHomR3ODQWDomRGH%UyFROLVRTXHSHUPLWLULDDRHVWXGLRVRdo tema saber como Brcolis so plantados ao longo do mundo.

    O mtodo biblioteconmico (que no objeto de nossos estudos) direcionado catalogao de peas avulsas. E tal mtodo seria um desastre quando utilizado por arquivistas.

    Os arquivos possuem uma caracterstica interessante: seus documentos esto ligados por um contexto institucional. Desta forma, o documento de um arquivo s possui sentido completo quando unido a outros do mesmo arquivo. Se tentssemos agrupar os documentos de arquivo por assunto, por exemplo,

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    estaramos cometendo uma heresia e destruindo a finalidade de toda a instituio (dramtico, no? :P).

    Um documento do arquivo, quando retirado de seu contexto inicial, perde grande parte de seu valor de prova (testemunho da verdade).

    Arquivo: A razo de estarmos aqui hoje.

    Comecemos do jeito que gosto de comear: com doutrina :P:

    Arquivo a acumulao ordenada de documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituio ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados para a consecuo de seus objetivos, visando utilidade que podero oferecer no futuro

    E aqui vai mais uma, tambm cobrada em prova:

    a principal finalidade dos arquivos servir a administrao, constituindo-se, com o decorrer do tempo, em base do conhecimento da histria

    Destrinchemos.

    O Arquivo tem como funo a guarda e a preservao de documentos, para que as informaes nele registradas tambm sejam preservadas e possam, primordialmente, servir adequadamente aos usurios destas informaes.

    Alm disso, os documentos e informaes precisam estar organizados, para que possam ser acessados e a sua informao compreendida.

    A finalidade do arquivo funcional. O arquivo acumula documentos como mera decorrncia das atividades da instituio a que est ligado. um processo natural e gradativo.

    Outro ponto: os documentos que se encontram no arquivo esto unidos por sua provenincia. Ao contrrio dos livros em uma biblioteca, os documentos de um arquivo so mantidos juntos para que, desta forma, reflitam o funcionamento e as atividades da instituio a que esto ligados.

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    Os documentos do arquivo do testemunho das atividades da instituio.

    1.4. Arquivos (Conceitos Iniciais) O prprio termo arquivo teve diversos significados ao longo do tempo. E para

    QRVVDLQIHOLFLGDGHDWXDOPHQWHWDPEpPGHVLJQDXPFRQMXQWRGLIHUHQWHGHFRLVDV$PHVPD SDODYUD DUTXLYR FRPSUHHQGH GLYHUVDV LGHLDV H WRGDV HODV VHUmR YLVWDVagora e no transcorrer das aulas.

    Veja os significados mais utilizados em provas:

    - Arquivo o conjunto de documentos criados ou recebidos por uma instituio, no decorrer de suas atividades, preservados para garantir a consecuo de seus objetivos;

    - Arquivo a denominao dada ao mvel que se dedica guarda de documentos;

    - Arquivo o local fsico (prdio, edifcio) onde o acervo de documentos encontra-se conservado.

    - Arquivo o nome dado instituio cujo objetivo seja o de guardar e conservara os documentos.

    E no para por a meu caro colega. Existem mais dois conceitos que eu, sinceramente, recomendo que voc tenha em mente quando for buscar a sua vaga:

    Arquivo o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organizao ou firma, no decorrer de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros

    Essa primeira definio de Marilena Leite Paes, doutrinadora pela qual o CESPE tem carinho especial :P (nem queira saber quantos livros esto na minha mesa agora para montar sua aula).

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    Mas nem mesmo as bancas de concurso, no alto de suas torres de marfim, podero negligenciar a definio legal. A temos a Lei 8.159/1991, a qual dispe sobre a poltica nacional de arquivos pblicos e privados.

    L, em seu artigo 2, temos tambm uma definio de arquivo:

    Art. 2 - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por rgos pblicos, instituies de carter pblico e entidades privadas, em decorrncia do exerccio de atividades especficas, bem como por pessoa fsica, qualquer que seja o suporte da informao ou a natureza dos documentos.

    O arquivo, ao contrrio do futebol, no existe para atender a um clamor popular. A populao em geral no se veria atormentada se o governo, de uma hora para a outra, resolvesse triturar e encaminhar para a reciclagem todos os documentos de todos os arquivos pblicos do pas (ambientalistas, inclusive, vibrariam com a medida).

    Mas quem pensa assim se esquece (ou nunca conheceu) a beleza e poesia da funo dos arquivos. O arquivo serve administrao, e desta forma, mantm viva a histria da instituio. O acmulo de documentos, desde que preservada a provenincia e organicidade dos mesmos, dar testemunho das atividades da instituio, pois de certo modo, espelhar a prpria estrutura organizacional.

    Vou dar um exemplo a vocs. Desde que entrei no servio pblico, mantenho vrias pastas com cpias de meus holerites, portarias de nomeao, designaes para chefia e outros dados funcionais. Conforme este meu arquivo vai recebendo novos documentos, ele vai espelhando o meu histrico funcional, e de certo modo, refletindo minha vida laboral desde 2009. Quem consultar as informaes da minha pasta conhecer o Felipe enquanto profissional e tudo que ele fez e significou para as instituies pblicas deste pas (ok, meio metido, mas grave a ideia).

    4XH VXD HPLQrQFLD RUGHQH HP WRGDV H HP FDGD XPD GDV SURYtQFLDV TXH VHreserve um prdio pblico no qual o magistrado (defensor) guarde os documentos, escolhendo algum que os mantenha sob custdia, de forma que no sejam adulterados e possam ser encontrados rapidamente por quem os solicite; que entre eles haja arquivos e seja corrigido tudo que foi negligenciado nas cidades ? ?/:

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    Ainda possvel decompor as funes desempenhadas pelo arquivo em outras, mais especficas.

    - Promover a guarda de documentos que circulam na instituio, utilizando, para tal finalidade, tcnicas que permitam o arquivamento ordenado e eficiente (lembra-se do IIRGD?)

    - Garantir a preservao dos documentos, acondicionando-os adequadamente, levando em considerao que fatores ambientais so capazes de destruir o suporte onde a informao encontra-se registrada (a gente chega l), tais como temperatura e umidade.

    - Atender aos pedidos de consulta e desarquivamento de documentos pelos diversos setores da instituio, atendendo demanda de informaes.

    Segundo o Dicionrio Brasileiro de Terminologia Arquivstica, tambm possvel referir-VHDXPDUTXLYRFRPRXPIXQGR

    Fundo: Conjunto de documentos de documentos uma mesma provenincia. 7HUPRTXHHTXLYDOHDDUTXLYR

    /RJRPDLVYHUHPRVRTXHVLJQLILFDSURYHQLrQFLD

    Estas funes so as mais importantes, mas desde que voc pegue a ideia principal do curso (que o que tento transmitir de maneira mais potica), voc simplesmente no conseguir errar questes de arquivologia, j que as alternativas erradas tero de se afastar dos fundamentos da disciplina.

    1.5. Princpios

    Princpios, de maneria bem concisa, so diretrizes que guiam a criao de regras dentro de determinada disciplina.

    Alis, o estudo dos princpios to importante e vital que voc acertar questes em prova simplesmente porque a alternativa desrespeita algum dos princpios que vou relacionar.

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    Entenda: nenhuma regra de arquivologia ou arquvistica poder entrar em conflito com estes princpios, justamente porque as regras so construdas tendo os princpios como guia. Isto, meu caro aluno, no quer dizer que os princpios no possuam excees, s quer dizer que a exceo no pode virar regra :P.

    Mos obra!

    Alis, o estudo dos princpios to importante e vital que voc acertar questes em prova simplesmente porque a alternativa desrespeita algum dos princpios que vou relacionar.

    Entenda: nenhuma regra de arquivologia ou arquvistica poder entrar em conflito com estes princpios, justamente porque as regras so construdas tendo os princpios como guia. Isto, meu caro aluno, no quer dizer que os princpios no possuam excees, s quer dizer que a exceo no pode virar regra :P.

    Mos obra!

    Provenincia

    Tambm denominado princpio do respeito aos fundos, este princpio tem D VHJXLQWH SUHPLVVD Os arquivos originrios de uma instituio ou pessoa devem manter sua individualidade, sem jamais se misturarem aos de origem GLYHUVD

    A definio do Dicionrio de Terminologia Arquivstica no se afasta muito disto:

    3ULQFtSLREiVLFRGDDUTXLYRORJLDVHJXQGRRTXDORDUTXLYR produzido por uma coletiva, pessoa ou famlia no deve ser misturado aos de outras HQWLGDGHVSURGXWRUDV

    Tambm chamado princpio do respeito aos fundos

    E faz todo o sentido, como veremos abaixo.

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    (X VHL TXH MDPDLV p XPD SDODYUD PHLR IRUWH SDUD FRQFXUVR PDV HVWHSULQFtSLR p D YLJD PHVWUD GD DUTXLYtVWLFD HQWmR p XP GRV SRXFRV MDPDLV HQXQFDVTXHYRFrGHYHSRQGHUDUDQWHVGHH[cluir a alternativa.

    Lembre-se: o arquivo busca demonstrar, atravs do acmulo de documentos, o modo de funcionamento da instituio. No faz sentido, tendo este objetivo em vista, misturar documentos de vrios rgos e entidades, pois descaracterizaria aqXLORTXH3$(6FKDPRXGHEDVHGRFRQKHFLPHQWRGDKLVWyULD

    E as bancas adoram estes assunto, veja s:

    ESAF (ANA 2009) $ EDVH WHyULFD GDV LQWHUYHQo}HV DUTXLYtVWLFDV TXHgarante a constituio e a plena existncia da unidade fundamental em Arquivstica o princpio da provenincia

    J a FCC (2011 TRE- AP) DVVLPRGHILQLX 4XDQGRRVDUTXLYRVRULJLQiULRVde uma instituio mantm sua individualidade, no sendo misturados aos de origem diversa, diz-VHTXHIRLUHVSHLWDGRRSULQFtSLRGDSURYHQLrQFLD

    Voc tDPEpP HQFRQWUDUi HVWH SULQFtSLR FRPR SULQFtSLR GR UHVSHLWR DRVIXQGRVRXVLPLODUIUDQFrV3

    E agora, somente neste ponto, voc est pronto para entender o que significa IXQGRDEHUWRHIXQGRIHFKDGR6yUHOHPEUDQGR

    FundoConjunto de documentos de documentos uma mesma provenincia. Termo que equivale a arquivo

    A definio se um fundo aberto ou fechado depende justamente do fato de a entidade produtora encontrar-se ou no em atividade. Veja s:

    Fundo Aberto: Fundo ao qual podem ser acrescentados novos documentos em funo do fato de a entidade produtora continuar em atividade.

    : Fundo que, , Fundo Fechado no recebe acrscimos de documentosdocumentos em funo de a entidade produtora no se encontrar mais em atividade.

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    Repare na diferena entre eles e sua relao com o princpio da provenincia: uma entidade mantm o seu prprio arquivo. Contudo, uma vez que no se encontre mais em atividade, deixou de produzir ou receber documentos. E agora, j que no pode mais produzir ou receber documentos em funo de suas atividades, e documentos de origem (provenincia) diversa no podem se misturar quele fundo, a consequncia uma s: aquele fundo encontra-se definitivamente fechado. Lindo, no? :P

    Organicidade

    Est relacionado ao termo orgnico7RGRVos seres vivos (e portanto, seres orgnicos) possuem diversos rgos, cada qual com uma funo especfica, que, apenas em conjunto, cumprem sua funo (no caso, manter voc vivo e estudando para virar funcionrio pblico).

    Conforme nosso querido, e sempre tido em maior conta, Dicionrio de Terminologia Arquivstica:

    Relao natural entre documentos de um arquivo em decorrncia das atividades da entidade produtora

    Os documentos mantm relaes entre si, como partes de um organismo. Ou, melhor ainda, os documentos so produzidos e recebidos, naturalmente, como resultado das atividades desenvolvidas em uma organizao, seja ela pblica ou privada.

    A organicidade garante a organizao dos documentos, de maneira que estes reproduzam, da maneira mais fiel possvel, a prpria estrutura da entidade que os produziu. Tambm frequentemente associado com o princpio da provenincia, sendo enxergado como decorrncia lgica deste.

    Trata-se de relao natural entre os documentos de um arquivo, em decorrncia das atividades da entidade produtora.

    CESPE 2011 Correios $ RUJDQLFLGDGH GR DUTXLYR VH YHULILFD QD relao que os documentos mantm entre si em decorrncia das atividades do sujeito acumuladorVHMDHOHSHVVRDItVLFDRXMXUtGLFD

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    E aqui tinha pegadinha para quem s memoriza :P. Veremos mais tarde o princpio da cumulatividade. Voc deve ter muito cuidado pois as bancas podem citar algum termo prximo a um princpio (como foi o caso de acumulador nesta afirmao) sem, no entanto, estar se referindo necessariamente a ele (cumulatividade). Voc precisa estar atento para o contexto da afirmao.

    CESPE (2011 EBC)2FDUiWHURUJkQLFRGRVGRFXPHQWRVGHDUTXLYRGHFRUUHdo fato de que esses documentos so produzidos e recebidos, naturalmente, como resultado das atividades desenvolvidas em uma organizao, seja ela pblica ou SULYDGD

    FCC (2011 TRT-23) $R GHILQLU DUUDQMR FRPRR SURFHVVRGH DJUXSDPHQWRdos documentos singulares em unidades significativas e tambm o de agrupamento de tais unidades entre si, numa relao igualmente significativa, 6FKHOOHQEHUJHYRFDRSULQFtSLRGDRUJDQLFLGDGH

    Pertinncia

    Leva em considerao o assunto (o tema), independentemente da provenincia ou classificao original. um princpio utilizado em determinadas classificaes de um documento, quando o tema tem uma relevncia.

    Macete: Lembre-se de que, quando voc vai fazer uma redao, ela precisa ser pertinente (apropriada) ao tema requerido -.

    Alguns pontos da doutrina veem este princpio como conflitante com o princpio da provenincia. E de fato, ele . Como o critrio de acumulao aqui R assunto H QmR documentos produzidos ou recebidos pela instituiodificilmente se conseguir atentar a ambos.

    Alguns vo mais longe: afirmam sem medo algum que o princpio da pertinncia no tem mais aplicao na Arquivstica. O prprio Dicionrio de Terminologia Arquivstica Brasileira afirma em suas referncias que tal princpio j no encontra mais uso, preservado apenas para conhecimento das geraes futuras a respeito da evoluo da nossa disciplina. Eu no sou to corajoso :P. sua

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    banca pode, ou no, partilhar deste entendimento, ento, vou nos proteger o ensinando.

    Entretanto, o princpio da provenincia a viga mestra da arquivstica. Tudo que existe e existir elaborado com esse princpio em mente. Qualquer conflito entre pertinncia e provenincia, fique com este.

    (CESPE 2011 Correios): Quando h necessidade de se reclassificar os documentos por tema, sem se levar em considerao a sua provenincia ou a classificao original, estar sendo aplicado o princpio da pertinncia.

    Cumulatividade

    Segue o pensamento do acmulo natural dos documentos. A ideia de que o arquivo uma formao espontnea, natural, progressiva e sedimentar. (FCC 2011)

    Nem poderia ser diferente: o arquivo gerado a partir do acmulo de documentos produzidos e recebidos por uma instituio. atravs do prprio acmulo que se obtm o arquivo.

    Muito importante:

    Lembre-se que os documentos de arquivo no so colees.

    Da ordem original (ou da ordem primitiva)

    Est relacionado ao arranjo original dos arquivospRSULQFtSLRVHJXQGRRqual o arquivo deveria conservar o arranjo pela entidade coletiva, pessoa ou IDPtOLDTXHRSURGX]LX(ESAF 2010).

    Alis, este princpio representa a prpria garantia da organicidade dos documentos. Mantendo-se a ordem original, preservamos a inteno de que o arquivo reflita o curso das atividades da instituio a que serve.

    Da territorialidade

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    Este princpio estipula que os arquivos deveriam ser conservados nos servios de arquivo do territrio em que foram produzidos.

    Acaba por ter dois desdobramentos:

    Provenincia territorial: os documentos deveriam permanecer nos arquivos do territrio onde foram produzidos. Lembre-se provenincia nos remete a origem, quando territorial esta ligada ao local de origem, ou seja, onde foram produzidos.

    Pertinncia territorial: os documentos deveriam ficar nos arquivos do territrio para o qual remete o assunto (o tema) neles tratados. Lembre-se, pertinncia nos remete ao assunto, ao contedo do documento.

    Os tpicos seguintes ora so tratados como princpios, ora como meras caractersticas dos documentos, relacionadas aos princpios apresentados. Quer sejam tratados como uma coisa quer como outra importante que voc os conhea:

    Imparcialidade- est no fato de que eles so inerentemente verdadeiros, livres da suspeita de preconceito no que diz respeito aos interesses em nome dos quais so usados hoje. Os arquivos no tm interesses, paixes, vontades ou ambies, eles simplesmente registram.

    Organicidade- Os documentos refletem caractersticas da organizao que o produziu. Esses documentos so produzidos e recebidos, naturalmente, como resultado das atividades desenvolvidas em uma organizao, seja ela pblica ou privada.

    Naturalidade Decorre da maneira como os arquivos se originam, naturalmente, em decorrncia da acumulao de documentos.

    Autenticidade Os documentos so produzidos, recebidos, armazenados e conservados de acordo com procedimentos regulares que podem ser comprovados. Um documento autntico aquele que possui o mesmo contedo do documento original.

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    Perceba que no se deve associar autenticidade veracidade como fazemos usualmente. Um documento autntico no garante a veracidade de um fato, apenas atesta que o contedo do documento est de acordo com o original.

    Acessibilidade - Caracterstica que est relacionada apossibilidade de localizao, recuperao, apresentao e interpretao do documento.

    Unicidade Os documentos de arquivo tm carter nico, independentemente da existncia de outro documento semelhante ou tido como igual (como uma outra via). Os documentos so nicos na medida em que cada um deles sofreu um processo de produo diferente de todos os demais. Pense em um RG e sua cpia fiel. O RG em si um documento produzido normalmente pela Secretaria de Segurana, ao passo que a cpia, com as mesmas informaes, foi produzida atravs de um processo de fotocpia.

    Desta forma, cada documento do arquivo normalmente produzido em uma nica via, ou ento, em nmero limitado de cpias.

    Inter-relacionamento- Decorre do carter orgnico, ligando os documentos uns aos outros atravs de uma relao complementar. Quando um documento separado de seu conjunto ele perde muito do seu significado.

    Eu quase fiquei sem cores agora. Estes so os princpios mais provveis de serem cobrados em prova. Existem uma infinidade de muitos outros surgindo enquanto a doutrina se desenvolve, mas que eu nunca vi serem cobrados (nem quando fazia provas da matria, nem agora que pesquiso sobre o assunto).

    No faz sentido reproduzi-los aqui. A voc, meu bom aluno, recomendo o bom senso. Arquivologia e Arquivstica, embora sejam matrias de muito contedo, no podem ser tratadas como matrias de pura memorizao. Se uma questo de prova abordar algum princpio que no esteja aqui, antes de simplesmente cort-lo, pense um pouco se ele faz sentido dentro do que expliquei na aula.

    E lgico que se s restar uma alternativa capenga, pode passar a caneta nela :P.

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    1.6. Classificao dos arquivos

    Um professor meu, ainda na faculdade, me disse algo importante: no existem classificaes boas ou ruins, mas existem classificaes teis ou inteis. Assim, toda classificao tem um propsito, e enquanto este propsito for alcanado, a classificao permanece til (merecendo ser estudada).

    Pois bem, aqui no tem muito segredo. As classificaes dos arquivos mais lembradas na doutrina (e cobradas em prova) so as seguintes:

    - quanto s entidades mantenedoras;

    - quanto aos estgios da evoluo do arquivo (esta classificao vital para a aula de gesto de documentos);

    - quanto extenso de sua atuao;

    - quanto natureza do documento.

    No que se refere s entidades mantenedoras, sugiro a memorizao do quadro abaixo, descrevendo as entidades que mais costumam ser cobradas em prova.

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    Fonte: PAES, Marilena Leite

    Naquilo que pertinente extenso de sua atuao, as classificaes so bem intuitivas e simples:

    - Arquivos Setoriais: aqueles estabelecidos junto a rgos operacionais, servindo como arquivo corrente. No entendeu nada? O rgo operacional dessa histria a sua repartio, que produz os documentos ou os recebe. Entretanto, ao invs de colocar os documentos produzidos em um armrio para cada funcionrio, pode-se resolver juntar todos eles em um... arquivo :P... prximo ao setor, para que fiquem mais fceis de serem localizados e trabalhados.

    - Arquivos gerais ou centrais: estes recebem os documentos correntes provenientes de diversos rgos que integram a estrutura da instituio, centralizando as atividades do arquivo corrente. Pensando na estrutura do Ministrio da Fazenda: a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria da Fazenda Nacional produzem documentos ao longo de suas atividades. Uma vez encerrada a fase administrativa, estes processos so todos, indistintamente, encaminhados Superintendncia de Administrao do Ministrio da Fazenda (SAMF), o qual possui, entre outras unidades, o nosso querido arquivo geral, um rgo inteiramente dedicado a receber processos e armazenar documentos.

    Quase terminando...

    No tocante natureza dos documentos, depois de muita briga entre os integrantes da profisso, sobre o que comporia esta classificao, chegaram a um acordo sobre o assunto (como eu disse, classificaes devem ser teis, do contrrio, no tem razo de existir).

    Especial cuidado aqui, os termos tm nomes parecidos, e a chance de o examinador tirar vantagem disso pra te passar rasteira enorme:

    - Arquivo Especial: este arquivo tem sob sua guarda documentos com variados suportes (diz pro seu professor que voc lembra o que significa suporte :P). A forma como a informao armazenada varia bastante. Podem ser fotografias, discos, fitas, microfilmes, disquetes... encontra-se basicamente de tudo.

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    Merecem tratamento especial em seu armazenamento, bem como em seu registro, controle e conservao.

    - Arquivo Especializado: No tem absolutamente nada a ver com o outro arquivo (que nem vou escrever o nome para voc no ficar com ele na cabea).

    Chama-se de arquivo especializado aquele que possui sob sua custdia documentos oriundos de um campo especfico da cincia humana. S com exemplo mesmo: arquivos mdicos, arquivos de engenharia, arquivos de direito... acredito que voc tenha entendido a ideia.

    Mas essas foram bobinhas :P. A prxima uma classificao que vai te assombrar pelo resto do curso.

    1.6.1. Estgios da Evoluo

    Esta classificao to importante que merece um captulo a parte.

    Veja o quadro:

    Na prxima aula veremos porque estes trs arquivos podem ser arranjados neste esquema de etapas. Mas por enquanto, bom que voc j aprenda a seguinte diferenciao:

    Arquivo de Primeira

    Idade (corrente)

    Arquivo de Segunda

    Idade (intermediario)

    Arquivo de Terceira

    Idade (permanente)

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    Quando um documento criado, ele possui valor primrio. Associe esse valor com a ideia de importncia administrativa, ou valor administrativo. O documento criado ou recebido pela instituio para que ela cumpra suas finalidades.

    Por outro lado, quando perder este valor, possvel (embora nem sempre ocorra, como veremos a frente) que o documento adquira valor secundrio, de interesse para outros indivduos que no o usurio inicial. O valor secundrio mais lembrado em provas o valor histrico. Embora a Constituio Imperial do Brasil no possua mais nenhum interesse administrativo (como funcionrio pblico, eu no respondo mais Coroa Portuguesa j tem um tempinho...), o seu valor histrico inquestionvel, uma vez que retrata a estrutura estatal da poca.

    Assim sendo, atente s suas definies:

    - Arquivos Correntes (Primeira Idade): Estes arquivos so constitudos de documentos frequentemente consultados pela instituio. Uma vez que so necessrios constantemente, seus documentos devem ser armazenados prximos aos escritrios e reparties que a eles recorrem. Sua principal caracterstica deve ser o fcil acesso.

    Quando voc chegar repartio, o melhor exemplo deste tipo de arquivo o seu prprio armrio de processos :P (voc tambm vai sonhar com ele, acredite). Como os processoss (que, por favor, em arquivologia, so os nossos documentos) so frequentemente consultados, precisam estar muito prximos da repartio.

    - Arquivos Intermedirios (Segunda Idade): Agora, os documentos deixaram de ser frequentemente consultados, mas a instituio que os produziu ou recebeu ainda pode precisar deles. Ainda assim, como seu uso no constante, no h necessidade de que estes arquivos estejam prximos instituio, e nem mesmo precisam ser facilmente acessados. Alis, bom que se diga que os documentos do arquivo intermedirio nem mesmo ficaro ali para VHPSUH R TXH OKHV JDUDQWLX D DOFXQKD GH purgatrio 2 PHOKRU H[HPSOR GHOHVtambm so processos :P. Quando eu trabalhava no TRT, os processos ainda em curso ficavam em prateleiras, bonitinhos e no lugar. Entretanto, quando eram arquivados, iam para caixas de papelo e eram empilhados em uma sala que permanecia trancada. Se eu precisasse de algum processo dali (que apenas eram

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    armazenados para aguardar o decurso de prazo prescricional), eu teria de procurar a caixa, e pegar o processo dali de dentro.

    - Arquivos Permanentes (Terceira Idade): At agora, todos os documentos que citei possuam algum valor administrativo (os processoss que ficavam comigo estavam ali para serem trabalhados). Entretanto, veremos na prxima aula que os documentos, assim que cumprem sua finalidade, perdem este valor de natureza administrativa. Entretanto, se os documentos ainda possurem algum valor histrico ou documental, sero armazenados no arquivo permanente da instituio.

    Cada uma destas fases corresponde a uma maneira diferente de conservar os documentos, da a importncia desta classificao. E fique tranquilo, a prxima aula conter estes temas, com muito mais profundidade.

    Questes Comentadas S FCC 1. FCC TRT6 - 2012 Como entidade estruturada de acordo com as

    circunstncias contingentes de sua criao, o arquivo um todo indivisvel que os autores clssicos costumam designar

    a) polianteia.

    b) coleo.

    c) universitas rerum.

    d) miscelnea.

    e) negotiorum gestio.

    Comentrio: Conforme vimos em aula, a ideia de inter-relacionamento entre os documentos, e da viso do arquivo como um todo indivisvel por conta da atuao da entidade acumuladora costuma ser designada por alguns autores DWUDYpV GD H[SUHVVmR ODWLQD universitas rerum RX HP XPD H[SUHVVmR EHPPHQRVFKLTXHXQLYHUVDOLGDGHGHFRLVDV

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    Letra c)

    2. FCC TRT1 2011 - Ao afirmar que "um dos traos distintivos dos arquivos o fato de serem alheios ao uso secundrio que deles se pode fazer, isto , ao seu potencial como fonte para a histria", Ana Maria Camargo refere-se ao atributo da

    a) organicidade.

    b) provenincia.

    c) equivalncia.

    d) caducidade.

    e) imparcialidade.

    Comentrio: Documentos no tm vontade meu caro, nem desejos, nem paixes. Eles apenas registram dados e transmitem informaes, informaes estas que podem servir para a tomada de deciso das entidades.

    E como vimos em nossa aula, este atributo (caracterstica) reflete-se no conceito de Imparcialidade os documentos so inerentemente verdadeiros, livres da suspeita de preconceito no que diz respeito aos interesses em nome dos quais so usados hoje.

    Letra e)

    3. FCC - TRF2 2012 - A necessidade de fazer prova perante a justia foi, na sociedade ocidental, a razo mais importante para que determinados escritos fossem conservados de forma duradoura. Os documentos conservados eram documentos de arquivo porque probatrios, e no o contrrio. Ao longo tempo, tal qualidade se estenderia, como afirma Bruno Delmas, a outros documentos produzidos em circunstncias semelhantes. O autor procura identificar, nessa afirmao, a principal caracterstica dos documentos que preenchem os requisitos necessrios para fazer prova das aes que lhes deram origem, ou seja,

    a) o pluralismo.

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    b) a autenticidade.

    c) a tempestividade.

    d) a polissemia.

    e) a informalidade.

    Comentrio: J tentou entrar em uma boate, e dar de cara com aquele segurana troncudo solicitando seu RG? Ele toma seu documento e analisa se sua data de nascimento, se comparada com a data de visita daquela nobre boate, resulta em uma diferena de pelo menos 18 anos entre uma e outra.

    Contudo, seu documento s estar apto a fazer prova de sua idade se o dito leo de chcara convencer-se de que se trata de documento autntico, expedido pela Secretaria de Segurana Pblica (ou seu equivalente), e no por uma grfica qualquer perdida em um poro escuro e duvidoso :P.

    A civilizao ocidental deu grande importncia autenticidade, que, como a prpria questo sugere, a caracterstica inerente a cada documento que lhe permite fazer prova das aes que lhe deram origem. Voc tem 18 anos, pois nasceu h 18 anos, e seu RG s foi expedido com aquela data de nascimento porque voc efetivamente nasceu na data apontada no documento.

    Por fim, o nosso querido segurana sabe que RGs s so expedidos com a informao de data de nascimento correta, e confiando que aquele documento foi expedido pela Secretaria de Segurana Publica, permite que voc passe.

    Essa volta toda acontece em alguns segundos, mas o fundamento terico o que est a em cima :P. A balada de sexta nunca mais ser a mesma :P.

    Letra b)

    4. FCC - TRT1 2011 O princpio da "santidade" da ordem original bastante polmico entre os profissionais da rea, sobretudo quando seu entendimento associado apenas disposio fsica dos documentos no arquivo corrente. luz dos estudos da diplomtica contempornea, no entanto, a tendncia

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    a) agrup-los em funo de seu contedo informacional.

    b) utilizar, em seu arranjo no arquivo permanente, a estrita ordem cronolgica.

    c) observar o fluxo natural e orgnico com que foram produzidos.

    d) separar os documentos de acordo com o grau de sua fora probatria.

    e) dividir o fundo por espcies documentais, independentemente das funes que cumpriram.

    Comentrio: Antes que algum se desespere e desista de seguir estudando para este concurso, vamos l olhar o nosso querido Dicionrio Brasileiro de Terminologia ArquivstLFDHDSUHQGHURTXHVLJQLILFDGLSORPiWLFD

    Disciplina que tem como objeto o estudo da estrutura formal e da autenticidade dos documentos.

    Pois bem, como voc j deve ter notado, o conceito no muito til para responder a questo :P.

    E o que o tio falou h algumas pginas atrs? S relembrando:

    Da ordem original (ou da ordem primitiva)

    Est relacionado ao arranjo original dos arquivospRSULQFtSLRVHJXQGRRqual o arquivo deveria conservar o arranjo pela entidade coletiva, pessoa ou famlia que o SURGX]LX(ESAF 2010).

    Alis, este princpio representa a prpria garantia da organicidade dos documentos. Mantendo-se a ordem, mantemos a organizao.

    A tendncia atual tentar organizar os arquivos seguindo o mesmo fluxo e arranjo adotado pela entidade coletiva que produziu o dito documento.

    Letra c)

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    5. FCC - TRE - 2011 Quando os arquivos originrios de uma instituio mantm sua individualidade, no sendo misturados aos de origem diversa, diz-se que foi respeitado o princpio

    a) das trs idades.

    b) da ordem original.

    c) do arranjo.

    d) da temporalidade.

    e) da provenincia.

    Comentrio: Sussa! Para variar um pouquinho, vamos pegar a definio do Dicionrio Brasileiro de Terminologia Arquivstica:

    3ULQFtSLREiVLFRGDDUTXLYRORJLDVHJXQGRRTXDORDUTXLYR produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou famlia no deve ser misturado aos de outras entidades SURGXWRUDV7DPEpPFKDPDGRSULQFtSLRGRUHVSHLWRDRVIXQGRV

    Bastante familiar n?

    Letra e)

    6. FCC - TRF2 2012 Ainda que haja inmeras cpias de um mesmo documento no arquivo de determinada instituio, cada qual ocupa lugar distinto no conjunto dos demais documentos, mantendo com eles relaes especficas. Tal atributo conhecido, na teoria arquivstica, como

    a) veracidade.

    b) integridade.

    c) unicidade.

    d) confiabilidade.

    e) relatividade.

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    Comentrio: O tio j falou disso :P.

    Unicidade Os documentos de arquivo tm carter nico, independentemente da existncia de outro documento semelhante ou tido como igual (como outra via). Os documentos so nicos na medida em que cada um deles sofreu um processo de produo diferente de todos os demais. Pense em um RG e sua cpia fiel. O RG em si um documento produzido normalmente pela Secretaria de Segurana, ao passo que a cpia, com as mesmas informaes, foi produzida atravs de um processo de fotocpia.

    Mesmo que um documento possua diversas cpias, cada cpia estabelece uma relao diferente com os demais documentos do arquivo, sendo cada qual uma coisa diferente. Adoro o exemplo do RG: mesmo que voc tenha um RG e uma cpia reprogrfica colorida deste mesmo documento, com os mesmos dados e informaes, experimente apresentar um deles ao invs do outro em alguns locais, e veja que no ser a mesma coisa :P.

    Letra c)

    7. FCC - TRF2 2012 O documento de arquivo, quando comparado ao de outras instituies de custdia, distingue-se por

    a) ingressar no acervo mediante compra, doao ou permuta.

    b) obedecer a regras universais de processamento tcnico.

    c) formar colees em torno de determinados contedos.

    d) no poder ser tratado como entidade autnoma.

    e) ter finalidade cultural e cientfica.

    Comentrio: Vamos olhar item a item:

    - Ingressar no acervo mediante compra, doao, ou permuta Nem pensar, documentos de arquivo so documentos produzidos ou recebidos pela entidade no curso de suas atividades. Eles esto l pelo fato de a entidade precisar deles para

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    tomar decises. Quem costuma comprar, receber doaes ou permutar alguma coisa so as bibliotecas, interessadas na difuso do conhecimento;

    - Obedecer a regras universais de processamento tcnico Ora meu caro, nenhuma entidade prospera no caos. Todos os rgos de documentao seguem regras de processamento, cada qual tratando seus documentos da maneira que lhes for mais proveitosa;

    - Formar colees em torno de determinados contedos Pelo amor de Deus, coloque uma coisa em sua cabea: arquivistas sentem arrepio com o termo FROHomR8PDFROHomRFRQVLVWHHPXPDJUXSDPHQWRGHLWHQVTXHVyPDQWpPHVWDcoeso por conta da vontade de seu criador. Contudo, cada item dotado de existncia autnoma, no se inter-relacionando com os demais. Uma figurinha to figurinha sozinha como dentro de um mao preso com elstico, bem como uma obra de Picasso um quadro pendurado sozinho na sua sala ou entre tantas outras obras em uma galeria.

    - Finalidade cultural e cientfica As informaes que os documentos de arquivo possuem no esto ali movidas por algum propsito cientfico, mas por seu valor administrativo: as informaes dos documentos se prestam a informar e auxiliar na tomada de decises por parte da entidade.

    6yQRV UHVWDR LWHPTXHDILUPDTXHRVGRFXPHQWRVGHDUTXLYR QmRSRGHPVHU WUDWDGRV FRPR HQWLGDGHV DXW{QRPDV ( YLPRV PXLWR EHP LVWR TXDQGRestudamos o princpio da organicidade: um documento perde muito de seu valor quando separado dos demais documentos do arquivo.

    Letra d)

    8. FCC - TRT6 2012 Em arquivologia, fundo fechado aquele

    a) cuja unidade produtora foi suprimida.

    b) cujos documentos foram eliminados aps microfilmagem.

    c) que s contm documentos em suporte-papel.

    d) em que os documentos no mantm relaes orgnicas entre si.

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    e) que rene apenas documentos textuais.

    Comentrio: Espero que ainda se recorde do conceito:

    : Fundo que, , Fundo Fechado no recebe acrscimos de documentosdocumentos em funo de a entidade produtora no se encontrar mais em atividade.

    A entidade produtora no existe mais, e em funo da aplicao do princpio da provenincia (o qual impede a mistura entre fundos), aquele fundo no pode mais receber novos documentos (afinal, seriam documentos de outras entidades).

    Letra a)

    9. FCC - TRE SP 2012 - De acordo com o gnero, os documentos de arquivo podem ser identificados como

    a) tcnicos, administrativos, culturais e histricos.

    b) masculinos, femininos e neutros.

    c) pessoais, institucionais, pblicos e privados.

    d) textuais, iconogrficos, sonoros e audiovisuais.

    e) correntes, centrais, intermedirios e permanentes.

    Comentrio: A classificao do documento em funo de seu gnero est preocupada com uma coisa s: de que maneira a informao se manifesta sobre o suporte?

    As diversas respostas a esta pergunta correspondem aos diversos gneros de documentos.

    Quer ver?

    Documentos Definio

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    Escritos ou textuais

    So documentos nos quais a informao se manifesta na forma escrita ou textual. o tipo de documento mais comum atualmente, cujos exemplos compreendem os contratos, relatrios, certides e o que mais voc conseguir imaginar :P

    Iconogrficos

    Esta palavra tem o mesmo radical grego da palavra "cone" e ambos remetem ideia de "imagem". Desta forma, esto compreendidos aqui os documentos cuja informao se manifeste atravs de uma imagem esttica. Slides e Fotografias so excelentes exemplos.

    Sonoros

    Tranquilo :P, so documentos cujas informaes esto armazenadas na forma de udio. So raros os exemplos ultimamente de documentos puramente sonoros, mas pense naquelas fitas K-7 de outrora.

    Filmogrficos

    Falamos de documentos na forma de "imagem em movimento", independentemente de apresentarem udio. A filmagem um exemplo perfeito deste tipo de documento.

    Digitais

    Gravados em meio digital, demandando, em funo desta caracterstica, equipamentos eletrnicos para sua consulta. Esta aula um exemplo de documento digital :P

    Cartogrficos

    Aqui melhor comear pelo exemplo: mapas e plantas arquitetnicas so documentos cartogrficos. Atravs do uso de escala, representam grandes reas atravs de imagens reduzidas.

    Microgrficos

    Este aqui voc s vai conhecer no seu novo emprego. A microfilmagem um processo que ser visto posteriormente no curso, sendo o microfilme e a microficha exemplos deste tipo.

    Se a informao se manifesta atravs de uma imagem, temos um documento do gnero iconogrfico, se atravs de som, um documento do gnero sonoro, e assim por diante.

    Dito isto, s nos resto a letra d).

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    10. FCC - TRE SP 2012 2ULJLQDO FySLD PLQXWD H UDVFXQKR GLIHUHQWHVHVWiJLRVGHSUHSDUDomRHWUDQVPLVVmRGHGRFXPHQWRVFRUUHVSRQGHPDRFRQFHLWRde

    a) espcie.

    b) formato.

    c) forma.

    d) suporte.

    e) tipo.

    Comentrio: Depois que seu professor explicou, ficou tranquilo, n? :P. 4XDQGR IDODUPRV HP IRUPD GR GRFXPHQWR HVWDPRV QRV SHUJXQWDQGR TXDO Restgio de produo no qual o documento se encontra? Ele ainda um mero rascunho, j seria uma minuta mais ou menos organizada, trata-se de uma cpia fiel do documento original, ou seria o prprio documento pronto, original e acabado?

    Cada resposta fornece um exemplo de forma do documento.

    Letra c).

    11 - FCC - TRE SP Administrativa - 2012 Quando se renem documentos de natureza diversa em razo das imposies de determinada ao administrativa ou judicial, forma-se conjunto materialmente indivisvel conhecido por

    a) mao.

    b) dossi.

    c) caixa-arquivo.

    d) pasta.

    e) processo.

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    Comentrio: Excelente oportunidade para vermos o nome dado a alguns agrupamentos de documentos, bem como nos familiarizarmos com algumas terminologias arquivsticas:

    - Mao: conceito estranho a nossa disciplina, normalmente utilizado para designar um conjunto de coisas unidas por um mesmo invlucro (embalagem). Sendo uma definio que no faz qualquer referncia a um critrio intelectual que justifique a ligao, no surpreende o fato de no ser utilizado em nossa disciplina :P.

    - Dossi: Conjunto de documentos relacionados entre si por assunto (ao, evento, pessoa, lugar, projeto), que constitui uma unidade de arquivamento.

    - Processo: Conjunto de documentos oficialmente reunidos no decurso de uma ao administrativa ou judicial, que constitui uma unidade de arquivamento.

    Quanto aos termos caixa-arquivo e pasta, so simplesmente formas de acondicionamento de documentos.

    Agora, olha que coisa legal: Dossi e Processo so conceitos muito semelhantes. Como diferenciar cada um deles?

    O Dossi constitui uma unidade de arquivamento segundo o critrio de assunto. Os documentos ali reunidos o foram por dizerem respeito ao mesmo lugar, pessoa, projeto, evento, enfim, um mesmo tema o que os une.

    O Processo tambm constitui uma unidade de arquivamento, mas refere-se a documentos reunidos no decurso de uma ao administrativa ou judicial. Se voc e outro motorista baterem seus carros, e voc entrar na justia buscando ser indenizado pelos danos, ter dado incio a uma ao judicial. Os documentos que voc e a outra parte apresentarem no curso desta ao sero todos reunidos atravs de um processo, permitindo ao Magistrado que forme sua convico.

    E justamente a esta unidade de arquivamento que o enunciado faz referncia.

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    Letra e).

    12 - FCC - TRT1 2011 Contrato, alvar de soltura, rascunho, folha e papel constituem, respectivamente, exemplos de

    a) tipo, gnero, tcnica de registro, suporte e espcie.

    b) gnero, espcie, suporte, forma e formato.

    c) tcnica de registro, tipo, gnero, suporte e forma.

    d) formato, forma, gnero, tipo e suporte.

    e) espcie, tipo, forma, formato e suporte.

    Comentrio: Hora de saber se voc consegue exercitar o que aprendeu, sem decoreba.

    Contrato: Um contrato um documento do gnero textual. A informao nele contida se manifesta atravs da palavra escrita, normalmente fixada no suporte em papel. Mas muitos documentos se apresentam desta forma. Ofcios, memorandos, cartas, certides, e vrios outros. Ainda assim, um contrato capaz de se distinguir destes outros documentos textuais. E por que?

    O Contrato se manifesta atravs de determinadas tcnicas de registro e disposio das informaes, ( escrito em clusulas, e visa manifestar a vontade de duas partes), que j aprendemos referirem-VH D VHX IRUPDWR $VVLP &RQWUDWR puma definio especfica demais para corresponder a um gnero, e ampla demais para corresponder a um tipo (ningum disse para que serve este contrato, qual a natureza de seu contedo. :P).

    Assim, trata-se de uma espcie documental.

    Alvar de Soltura: Olha s, este aqui j veio inclusive com a natureza do contedo. No qualquer documento textual, no qualquer alvar, um alvar de soltura. o documento definido at o grau mais especfico de discriminao, correspondendo esta ideia de tipo.

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    Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01

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    Rascunho: O rascunho um esboo que serve para a elaborao final de um documento. Em termos de produo, corresponde ao estgio inicial. E j que faz referncia ao estgio da produo, trata-se de uma forma.

    Folha: Suponho que mesmo em face das inovaes tecnolgicas, voc saiba o que uma folha. No estamos dando ateno ao que est escrito nela, se colorida, se tem alguma imagem, mas apenas na folha em si. E j que prestamos tanta ateno ao aspecto fsico deste suporte em papel, s podemos estar falando de formato :P.

    Papel: Pior ainda, aqui temos s o papel. No um caderno, no uma folha, no uma agenda, no um contrato, no uma alvar de soltura, s um papel, ou seja, algo no qual a informao (qualquer que seja mesmo) pode ser fixada. Estamos diante de um suporte.

    Dito tudo isto, letra e).

    FCC - TRT1 2011 Ateno: Examine a figura abaixo, referente ao procedimento preconizado pelo TRT/RJ para elaborao e encaminhamento de cartas de adjudicao, e responda questo.

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    13. Do ponto de vista documental, carta de adjudicao

    a) tipo.

    b) forma.

    c) suporte.

    d) gnero.

    e) espcie.

    Comentrio: Calma meu filho. Calma. Voc no precisa nem mesmo saber o que uma carta de adjudicao, tampouco entender todo o trmite burocrtico de uma vara at que aludido documento possa ser emitido.

    Esquea tudo isto e responda a seguinte pergunta: qual o nvel de GHWDOKDPHQWRGRWHUPRFDUWDGHDGMXGLFDomR?

    No qualquer papel, no qualquer documento textual, no qualquer carta, mas uma maravilhosa carta de adjudicao, especificada at o nvel mais individual de detalhamento.

    Fora o fato de apontar inclusive para uma funo a ser desempenhada pelo documento.

    Trata-se assim de um tipo documental.

    Letra a).

    14. Cada via do documento uma modalidade de

    a) tipo.

    b) forma.

    c) suporte.

    d) gnero.

    e) espcie.

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    Comentrio: Cada via... hum.... cada cpia.... estgio de produo do documento... ahm.... j sei! Trata-se da forma do documento. Podia ser o prprio original da carta de adjudicao, podia ser o seu rascunho, mas resolverem apontar a cpia da carta.

    Em todo caso, todos os exemplos acima, inclusive o eleito pelo enunciado tratam-se da forma do documento.

    Letra b).

    15. O documento comporta, como sinal de validao,