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Direito Tributário para ATRFB Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 107 AULA 01 SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 03 Imunidades Tributárias 04 Definição 5 Classificação das imunidades tributárias 14 Espécies de Imunidades 21 Imunidade Recíproca 24 Extensão da Imunidade Recíproca 34 Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos 48 Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social 53 Imunidade cultural 69 Imunidades Específicas 77 Questões Propostas 81 Gabaritos 106 Bibliografia 107 Olá, caro amigo e futuro ATRFB! Chegamos à primeira aula do nosso curso de direito tributário para o cargo de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRFB). Espero ter você, em breve, como colega de trabalho nas Delegacias, Alfândegas ou Inspetorias da vida. Um dos passos fundamentais, contudo, é aprender essa deliciosa matéria chamada direito tributário. Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: Imunidades Tributárias. As imunidades tributárias são um dos temas preferidos pelas bancas organizadoras de concursos, em especial a ESAF, que sempre aborda o tema em suas provas de direito tributário.

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AULA 01

SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 03 Imunidades Tributárias 04 Definição 5 Classificação das imunidades tributárias 14 Espécies de Imunidades 21 Imunidade Recíproca 24 Extensão da Imunidade Recíproca 34 Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos 48 Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social

53

Imunidade cultural 69 Imunidades Específicas 77 Questões Propostas 81 Gabaritos 106 Bibliografia 107

Olá, caro amigo e futuro ATRFB!

Chegamos à primeira aula do nosso curso de direito tributário para o cargo

de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRFB). Espero ter você,

em breve, como colega de trabalho nas Delegacias, Alfândegas ou

Inspetorias da vida. Um dos passos fundamentais, contudo, é aprender essa

deliciosa matéria chamada direito tributário.

Nessa aula iremos tratar do seguinte tema:

• Imunidades Tributárias.

As imunidades tributárias são um dos temas preferidos pelas bancas

organizadoras de concursos, em especial a ESAF, que sempre aborda o

tema em suas provas de direito tributário.

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Nossa aula será composta por uma série de questões comentadas de provas

passadas da ESAF quanto de outras bancas, para aprofundar ainda mais o

conhecimento proposto na aula.

Qualquer dúvida que surgir, peço que me envie o mais breve possível um e-

mail, para que não ocorram atrasos nos seus estudos. Seguem os meus

dois e-mails:

[email protected]

[email protected]

http://www.facebook.com/#!/profile.php?id=100002354992888

Os comentários às questões propostas e não resolvidas em aula serão

disponibilizadas em arquivo em separado no site. Espero que façam bom

proveito, futuro ATRFB!

Boa sorte! E bons estudos!

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Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar

A CF/88 define duas espécies de limitações ao poder de tributar:

• Princípios Constitucionais Tributários;

• Imunidades Tributárias.

Essas limitações regulam a chamada incompetência tributária, ou

competência tributária negativa, uma vez que, ao serem observadas as

hipóteses nelas previstas, os Entes políticos ficam impossibilitados de fazer

incidir os tributos previstos nas suas respectivas competências tributárias

outorgadas expressamente pela CF/88.

Todas as disposições relativas às limitações constitucionais ao poder de

tributar estão contidas nos artigos da nossa CF/88 destinados ao Sistema

Tributário Nacional, quais sejam, do 145 aos 162.

Vista essa pequena introdução, vamos ao que interessa nessa aula, caro

aluno.

Iniciaremos nossos estudos pelas imunidades tributárias. Na aula seguinte

estudaremos os princípios constitucionais tributários, outro tema que dá

água na boca dos elaboradores de questões da ESAF.

Bons estudos! Vamos em frente!

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Imunidades Tributárias

Nessa aula iremos tratar da primeira espécie de limitação constitucional ao

poder de tributar: as chamadas imunidades tributárias. Veremos os seguintes

temas:

• Definição;

• Classificação das imunidades tributárias;

• Espécies de Imunidades;

• Imunidade Recíproca;

• Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos;

• Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores,

instituições de educação e de assistência social;

• Imunidade cultural;

• Imunidades Específicas;

Vamos em frente!

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Definição

A imunidade pode ser definida como uma hipótese de não-incidência

constitucionalmente prevista, configurando-se como uma dispensa do

pagamento de tributo conferida expressamente pelo legislador

constitucional, seja originário ou derivado. Guarde bem isso, caro

aluno!!

O instituto da imunidade pode ser definido ainda como uma delimitação

negativa da competência tributária, sendo uma forma qualificada de não-

incidência por vedação constitucional ao poder de tributar. Enquanto esta

(competência tributária) é o elemento que define em quais situações poderá

haver a incidência de tributos a serem criados por lei, aquela (imunidade)

define as situações em que será impossível a tributação pelos entes

federados. Ou seja, o que a competência tributária permite, a imunidade

tributária proíbe. Uma deixa, outra não. ☺

Logo, podemos resumidamente definir a imunidade como uma

incompetência tributária, uma vez que “mata na raiz” qualquer tentativa

de incidência tributária, caro aluno.

Se a hipótese de incidência fosse uma árvore, a imunidade já impediria o

próprio ato da lançar a semente no chão. (bichinha poderosa essa imunidade,

visse...dá até medo)

Conclusão importantíssima: TODA E QUALQUER

IMUNIDADE É SEMPRE CONFERIDA PELA

CF/88, SEMPRE DECORRENTE DESTA, JAMAIS

POR OUTRO TIPO DE NORMA. NEM MESMO

POR LEI COMPLEMENTAR, TRATADO

INTERNACIONAL, LEI ORDINÁRIA, O PAPA,

DALAI LAMA, GANDHI... NADA NEM NINGUÉM

CONFERE IMUNIDADE A NÃO SER A CF/88.

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Agora um ponto importantíssimo: SE ESTÁ NO CORPO DA CF/88 COMO

UMA DISPENSA DE PAGAMENTO DE TRIBUTO, SEMPRE SERÁ UMA

IMUNIDADE, AINDA QUE EXPRESSAMENTE NO TEXTO DA NORMA

CONSTITUCIONAL EXISTA OUTRA NOMENCLATURA. OU NÃO

CONTENHA NADA EXPRESAMENTE.

A imunidade fulmina qualquer elemento da relação jurídico-tributária:

hipóteses de incidência, fato gerador, obrigação tributária, lançamento e

crédito tributário. Lembre que a árvore nem chega a ser plantada.

Por sua vez, as imunidades tributárias, juntamente com os princípios

constitucionais tributários, fazem parte das chamadas limitações

constitucionais ao poder de tributar, previstas nos artigos 150 a 152 da

CF/88, sendo clausulas pétreas desta. São garantias asseguradas ao

contribuinte que impedem o Estado de fazer incidir tributos, assim como

vários outros princípios e garantias previstas no texto da CF/88.

A imunidade pode ser estudada ainda por meio dos seus dois aspectos

básicos:

• Aspecto Formal, relacionado à característica da imunidade de

inviabilizar a tributação pelos entes políticos de determinadas situações

presentes no mundo dos fatos, tendo em vista a falta de competência

tributária;

• Aspecto Material, relacionada ao direito atribuído, expressa ou

implicitamente, pela CF/88 às pessoas e bens de não sofrer a incidência

tributária.

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(ESAF/RFB/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO

BRASIL/2010) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária.

Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela

qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por

força do não exercício da competência a que tem direito o poder tributante.

a) Imunidade.

b) Não-incidência.

c) Isenção.

d) Alíquota zero.

e) Remissão.

A imunidade é conceituada como o instituto tributário que “corta pela raiz”

qualquer forma de tributação possível sobre determinado sujeito passivo,

bem, mercadoria, operação ou prestação. Nesses casos, o ente tributante

“deseja” tributar, mas é impedido em razão da imunidade.

Entretanto, existem os casos em que não há a incidência tributária em razão

do não-exercício da competência tributária simplesmente por que não há

previsão legal (não-incidência propriamente dita) ou quanto o ente político,

mesmo havendo previsão legal, simplesmente decidiu por não fazer incidir

determinado tributo sob uma situação específica (isenção.

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Diante disso, a não-incidência impede que qualquer fato tributário venha a

ocorrer. Uma vez que nem a hipótese de incidência existe, não chegam a ser

observados o fato gerador, a obrigação tributária, o lançamento e nem o

crédito tributário (calma, caro aluno! Esses quatro conceitos vão ser vistos

mais adiante na aula).

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

“Um minuto, professor!! Mas o que é não-incidência, isenção... assim eu vou

me perder nos conceitos e misturar tudo!”

Calma, caro aluno. Foi proposital. Vamos ver agora o que vem a ser não-

incidência, a isenção e, de brinde, a alíquota zero. Guarde bem esses temas.

Eles costumar ser cobrados em prova. Faça bem a distinção entre eles.

Vamos em frente!

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Não-incidência

Podemos definir a não-incidência tributária como a situação observada no

mundo dos fatos que não está prevista na norma de incidência dos tributos,

não estando capitulada como uma ocorrência capaz de fazer surgir a

obrigação tributária e a consequente relação jurídico tributária entre o Estado

e o sujeito passivo. Assim, não haverá lançamento nem crédito tributário.

Dizemos que na não-incidência não há a subsunção do fato à norma, uma vez

que aquela não está prevista nesta.

Por exemplo, temos a ato de dirigir caminhões que transportam mercadorias.

Essa situação não está prevista como uma hipótese de incidência de nenhuma

norma jurídica tributária, uma vez que dirigir caminhões com mercadorias

não está previsto na norma de incidência de nenhum imposto. Transportar

mercadorias, por sua vez, é uma hipótese de incidência do ICMS, imposto de

competência estadual sobre, em entre outras, a circulação de mercadorias.

Por fim, a não-incidência pode se dar tanto por falta de competência

tributária (tendo em vista a presença de uma imunidade tributária, por

exemplo) quanto pelo não exercício da competência existente e atribuída

pela CF/88, em razão da facultatividade atribuída ao Ente Federativo quanto

ao exercício ou não desta. Esse último caso é da não-incidência propriamente

dita, ou a não incidência stricto sensu.

A falta de competência seria o caso do exemplo dado anteriormente. Por sua

vez, o não exercício seria a não criação, por exemplo, pelo Município de

Macaparana/PE, da lei municipal que preveja a incidência do ISS (imposto

sobre serviços de qualquer natureza) sobre os serviços prestados no seu

território. O Município pode instituir e cobrar, mas não o fez por meio de lei,

portanto, não exercendo a sua competência tributária.

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Incidência

Se pudéssemos utilizar um operador lógico chamado “não”, poderíamos dizer

que a incidência é exatamente o contrário da não-incidência. Bãaa ☺

Brincadeira à parte, a incidência pode ser definida como a situação ocorrida

no mundo dos fatos que corresponde a uma hipótese prevista na lei

tributária, fazendo nascer a obrigação tributária e a consequente relação

jurídico-tributária.

Assim, por exemplo, se alei tributária prescreve que auferir renda é uma

hipótese de incidência do imposto sobre a renda, de competência federal,

toda vez que auferirmos renda estaremos dando origem à incidência do

tributo federal.

Não confunda a incidência com as hipóteses de incidência. Esta está presente

na lei, capitulando as situações que dão origem ao fato gerador do tributo e a

consequente tributação. Aquela, a própria situação descrita na norma e

observada no mundo real.

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Isenção

A isenção pode ser definida classicamente como a dispensa legal de

pagamento de tributo devido. Veja bem: LEGAL! Assim, a isenção é sempre

prevista em lei em sentido estrito do ente competente para instituir e

cobrar o tributo.

Mais uma vez, “crianças”, repitam com o tio: A ISENÇÃO É A

DISPENSA LEGAL DO PAGAMENTO DE TRIBUTO,

DEVENDO SEMPRE ESTAR PREVISTA EM LEI EM

SENTIDO ESTRITO DO ENTE COMPETENTE PARA

INSTITUIR O TRIBUTO.

A isenção pressupõe o exercício da competência tributária, uma vez que se

configura como uma dispensa de pagamento prevista em lei. Nesses casos,

há a incidência tributária e a consequente ocorrência do fato gerador da

obrigação tributária, mas não pode ser cobrado tributo algum pela Autoridade

Administrativa.

Por exemplo, temos o IPVA, que incide sobre a propriedade de veículos

automotores. Assim, qualquer veículo automotor, em tese, estaria sujeito ao

IPVA. Acontece que, por exemplo, o benevolente legislador pernambucano

isentou do pagamento do IPVA os veículos com mais de 30 anos de uso,

abrindo mão do tributo que seria devido.

Observe que na isenção ocorre o exercício da competência tributária, há a

ocorrência do fato gerador, surge a obrigação tributária, mas não há valor

algum a pagar, simplesmente em razão da isenção conferida. Logo, não há

lançamento e o consequente crédito tributário.

Aqui, a árvore chega ser plantada pelo agricultor competente, chega a nascer,

mas não se desenvolve por completo, mal nascendo meio palmo de tronco. ☺

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Por fim, quanto aos institutos da isenção e da imunidade, temos que

enquanto essa atua no plano da definição da competência tributaria,

aquela atua no campo do exercício da competência. Guarde muuuito

bem isso, caro aluno!!

Alíquota Zero

Por fim, temos a alíquota zero, instituto tecnicamente diferente da isenção,

mas com os mesmos efeitos práticos: o sujeito passivo (que pode ser tanto

contribuinte como responsável, serão vistos mais adiante no nosso curso) não

irá pagar valor algum de tributo.

Há o exercício da competência tributária, a hipótese de incidência tipificada

na lei, o fato gerador, a obrigação tributária, a base de cálculo e a alíquota

(alíquota zero também é alíquota ☺), mas não há o crédito tributário a ser

pago, uma vez que a multiplicação de qualquer valor por zero, dá zero.

O crédito pode até existir, mas será em valor nulo, zero. Poderá se dar o

lançamento apenas por uma simples formalidade ou por exigência prevista

em lei.

Aqui, a árvore é plantada, nasce, crescem as folhas, mas não temos frutos

algum a colher e comer (ou tributar, fiscalmente falando).

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Por exemplo, é comum o legislador federal estipular, para determinados

produtos, alíquotas de 0% para o imposto de importação. Uma vez que, como

veremos mais adiante, a alteração das alíquotas desse imposto não necessita

de lei em sentido estrito, apenas de ato do poder executivo, a alíquota poderá

ser facilmente aumentada conforme a necessidade e conveniência da

administração pública.

Veja o que nos diz o STF, embora o julgado seja apenas indiretamente

relacionado ao tema:

“EMENTA Agravos regimentais no recurso extraordinário. IPI.

Princípio da não cumulatividade. Creditamento.

Impossibilidade. Correção monetária. Questão constitucional.

Ocorrência de injustificada oposição do Fisco. Correção

monetária devida. Recurso, em parte, prejudicado. 1.

Jurisprudência pacificada no sentido da inexistência do

direito ao crédito de IPI na aquisição de insumos

isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero.

Ausência de afronta ao princípio da não cumulatividade.

Precedentes do Pleno desta Corte. 2. A matéria relativa à

correção monetária de créditos escriturais tem natureza

constitucional e a jurisprudência desta Corte entende ser

devida nos casos de oposição injustificada do Fisco. 3.

Discussão prejudicada quanto à incidência de correção

monetária nos créditos escriturais de IPI, relativamente aos

créditos decorrentes da aquisição dos insumos sujeitos à

alíquota zero ou não tributados. Inexistente o próprio direito

ao crédito, não se cogita de sua correção monetária. (RE

469086 AgR/RS, de 08/11/2011)”.

Vamos agora à classificação das imunidades. Em seguida veremos as espécies

de imunidades, de onde vem o grosso das questões de prova sobre o tema

imunidade tributária. Vamos em frente!

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Classificação das Imunidades tributárias

As imunidades tributárias podem ser classificadas de várias maneiras,

conforme se apresentem no texto constitucional e em relação aos tributos

que especificam.

A classificação das imunidades tributárias pode ser da seguinte maneira:

� Objetivas (reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais);

� Gerais (genéricas) e especiais (tópicas);

� Ontológicas e políticas;

� Explícitas e implícitas;

� Condicionadas e Incondicionadas;

� Excludentes e Incisivas.

As imunidades objetivas, subjetivas e mistas tomam por base o critério

estabelecido para a concessão, que levará em consideração os objetos, as

pessoas ou ambos os fatores no momento de ser conceder o benefício.

A imunidade objetiva é aquela direcionada às coisas, aos bens e às

mercadorias, tendo como exemplo as mercadorias destinadas ao exterior, que

são imunes à tributação com o ICMS. É irrelevante a qualidade da pessoa que

promove a exportação de mercadorias, podendo ser tanto uma multinacional

aqui instalada como uma empresa de fundo de quintal.

Por sua vez, as imunidades subjetivas são aquelas que levam em

consideração as pessoas a serem imunizadas, independentemente da

natureza do objeto. Como exemplo, temos a imunidade sobre o patrimônio,

as rendas e os serviços das entidades políticas, sendo imune qualquer bem

abrangido pelo trinômio, desde que pertencente ao ente político. Em outro

exemplo, temos um imóvel pertencente à União que é imune ao IPTU, sendo

devido esse imposto caso o bem seja alienado a pessoa não imune, como um

particular.

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Por fim, temos as imunidades mistas, que, para serem usufruídas pelos

seus beneficiários, tanto qualidades relativas às pessoas quanto aos bens

devem estar presentes. É o caso, por exemplo, da imunidade quanto ao ITR

sobre as pequenas glebas rurais definidas em lei, e desde que explorada pelo

proprietário que não possua outro imóvel. Observe que a imunidade somente

será usufruída se atendidas às três condições: pequena gleba rural definida

em lei (relativa ao objeto) e explorada pelo proprietário (relativa à pessoa)

que não possua outro imóvel (relativa à pessoa).

As imunidades gerais ou especificas são aquelas que são definidas em

função da abrangência da imunidade a ser concedida, podendo ser em

relação a diversos tributos de diversos entes tributantes (imunidades gerais

ou genéricas), ou em relação à apenas um determinado tributo de um ente

estatal específico.

Para as imunidades genéricas ou gerais, temos como exemplo a

imunidade quanto à instituição de impostos sobre o patrimônio, as rendas e

os serviços dos entes políticos, vedando qualquer tributação sobre esses bens

e serviços com impostos. Essa imunidade está prevista no artigo 150, VI, “a”

a “c”da CF/88. Outro exemplo seria a instituição de impostos sobre livros,

jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, a chamada

imunidade cultural, constante no artigo 150, Vi, “d”. Assim, a tributação com

impostos de qualquer ente político está impedida por meio da imunidade.

Já as imunidades específicas ou tópicas têm como exemplo a relativa ao

ICMS nas operações de exportação de mercadoria para o exterior, na qual há

apenas um objeto e um tributo presente nos elementos definidores da

imunidade.

As imunidades ontológicas e políticas estão relacionadas aos

princípios contidos na CF/88 e à existência ou não de capacidade

contributiva das pessoas a que se destinam.

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As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88

expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais

para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988,

quais sejam, da isonomia e do pacto federativo. Estão, sobremaneira,

relacionadas às clausulas pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais.

Como exemplo de imunidade ontológica, temos a imunidade recíproca, que

veda a instituição, pelos entes políticos, de impostos sobre o patrimônio, os

serviços e as rendas de uns sobre os outros, reafirmando o pacto federativo e

protegendo-o contra possíveis arranhões em decorrência da tributação.

Outra imunidade ontológica seria a concedida às instituições de educação e

assistência social, tendo em vista as suas missões sociais e a falta de

capacidade contributiva desses entes diante dos recursos diminutos que

dispõe para o alcance de seus objetivos primários (pelo menos em teoria ☺).

Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a

proteger princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes

da vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de

capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade

conferida aos templos de qualquer culto (imunidade religiosa), conferida em

razão de uma vontade política do legislador frente aos interesses religiosos

que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã.

As imunidades explícitas e implícitas estão relacionadas ao fato das

mesmas estarem ou não descritas expressamente no texto da Carta

Magna federal. Como regra, temos as imunidades explicitas, não sendo

encontrada no nosso ordenamento constitucional atual nenhuma imunidade

implícita. Logo, todas as imunidades hoje existentes são explícitas.

As imunidades condicionadas ou incondicionadas estão relacionadas à

necessidade de cumprimento ou não de certos requisitos a serem

estabelecidos em legislação infraconstitucional, por expressa disposição

constitucional.

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As imunidades incondicionadas são aquelas que não dependem de

nenhuma regulamentação, produzindo efeitos imediatos para os seus

beneficiários, podendo ser usufruídas de imediato. Como exemplo de

imunidade incondicionada, temos novamente a imunidade recíproca prevista

para os entes políticos. Para exercê-la, basta ser um ente político, não

dependendo de nenhuma norma infraconstitucional para ser usufruída.

Por sua vez, as imunidades condicionadas são aquelas que dependem de

regulamentação infraconstitucional para poderem ser usufruídas pelos seus

beneficiários, tendo assim eficácia limitada. Como exemplo, temos a

imunidade relativa ao ITR quanto às pequenas glebas rurais, que necessitam

da regulamentação em lei quanto ao que vem a ser uma e as suas

características.

Por fim, temos as imunidades excludentes e incisivas, que estão

relacionadas ao fato de determinados tributos estarem ou não expressamente

previstos como incluídos nas exceções à possibilidade de tributação, enquanto

outros estão expressamente proibidos.

As imunidades excludentes são as que determinam que nenhum imposto

pode incidir sobre determinado bem, pessoa ou situação, a exceção de um

tributo, expressamente previsto. É o caso, por exemplo, do IOF nas

operações com o ouro quando definido como ativo financeiro ou instrumento

cambial, sendo vedada a incidência de qualquer outro tributo.

Por sua vez, as imunidades incisivas são aquelas que excluem a incidência

de determinados tributos sobre um bem, pessoa ou operação, permitindo

apenas a tributação por alguns tributos. Como exemplo, temos a tributação

sobre operações relativas a energia elétrica, derivados de petróleo, minerais,

combustíveis e serviços de telecomunicações do país, sobre as quais somente

pode incidir o Imposto de Importação (II), de Exportação (IE) e o ICMS.

Por fim, são auto-aplicáveis as imunidades que não dependem de

regulamentação infraconstitucional para já surtirem os efeitos previstos pelo

constituinte, como, por exemplo, a imunidade recíproca.

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Por sua vez, são não auto-aplicáveis as imunidades que dependem de

regulação infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus

beneficiários, tendo como exemplo as imunidades conferidas partidos

políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de

assistência social

(FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público Especial

junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto às imunidades:

(A) são sempre referidas no texto constitucional pela expressão “imunidade”.

(B) são sempre referidas no texto constitucional pela expressão “isenção”.

(C) são referidas no texto constitucional através de várias expressões, ora

como isenção, ora como não incidência, ora como gratuidade, dentre outras.

(D) são normas que podem ser afastadas pelo legislador ordinário, desde que

de modo expresso e inequívoco, pois os entes políticos não são obrigados a

exercer seu direito de não tributar.

(E) são todas auto-aplicáveis.

Alternativas a e b) Incorretas. Seja qual for a denominação dada pelo

texto constitucional, toda e qualquer proteção à incidência de tributos

prevista no texto da Carta Magna Federal será um imunidade, ainda que o

legislador constituinte utilize a expressão isenção ou desoneração, ou não use

nenhum, apenas determinando que sobre determinada situação não incidirá

tributo algum. Estando no corpo da CF/88, será uma imunidade.

Alternativa c) Correta. Como comentei, é irrelevante a denominação dada

no texto. Desonerando a tributação, será uma imunidade.

Alternativa d) Incorreta. As imunidades são garantias constitucionais dos

contribuintes, não podendo ser suprimidas ou reduzidas sobre pena de

afronta ao texto da CF/88. Desse modo, nenhuma espécie de lei poderá

estabelecer a sua redução.

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Alternativa e) Incorreta. As imunidades podem ser auto-aplicáveis, quando

não dependem de regulamentação infraconstitucional para já surtirem os

efeitos previstos pelo constituinte, ou não auto-aplicáveis, quando dependem

de regulação infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus

beneficiários

(ESAF/SEFAZ-SP/AGENTE FISCAL DE RENDAS/2009) As imunidades

tributárias são classificadas em:

a) ontológicas e políticas.

b) proporcionais e progressivas.

c) diretas e indiretas.

d) cumulativas e não cumulativas.

e) vinculadas e não vinculadas.

A classificação das imunidades tributárias pode se dar da seguinte maneira:

• Objetivas (reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais);

• Gerais (genéricas) e especiais (tópicas);

• Ontológicas e políticas;

• Explícitas e implícitas;

• Condicionadas e Incondicionadas;

• Excludentes e Incisivas.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88

expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais

para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988,

quais sejam, da isonomia e do pacto federativo. Estão, sobremaneira,

relacionadas às clausulas pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais.

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Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a proteger

princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes da

vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de

capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade

conferida aos templos de qualquer culto (imunidade religiosa), conferida em

razão de uma vontade política do legislador frente aos interesses religiosos

que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã.

As demais características presentes nas alternativas “b” a “e” se referem,

todas, aos tributos, as quais veremos ao estudar esse tema em aula posterior

do curso.

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Espécies de Imunidades

Nossa Constituição Federal de 1988 contém em seu texto diversas

imunidades, direcionadas aos mais diversos bens, pessoas ou operações,

estando espalhadas ao longo do corpo constitucional.

Entretanto, algumas são de maior relevância em concursos, sendo cobradas

com frequência pelas bancas organizadoras do Brasil afora. Veremos todas

elas nessa parte da nossa aula.

As imunidades presentes na CF/88 podem ser divididas da seguinte maneira:

� Imunidade Recíproca (Artigo 150, VI, “a”, da CF/88)

� Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos ou dos Templos

de qualquer culto (Artigo 150, VI, “b”, da CF/88)

� Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de

trabalhadores, instituições de educação e de assistência social

(Artigo 150, VI, “c”, da CF/88)

� Imunidade cultural (Artigo 150, VI, “d”, da CF/88)

� Imunidades Específicas (diversos artigos presentes no texto

constitucional)

Antes de começar a estudar cada uma das imunidades tributárias, deve ser

atentado, e conforme você verá mais à frente, caro aluno, as imunidades

tributárias podem abranger qualquer espécie de tributo, sejam impostos,

taxas ou contribuições. Veja como isso é cobrado em prova:

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(ESAF/SRF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO NACIONAL/1994) Sobre as

imunidades tributárias, podemos afirmar que:

a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio exterior.

b) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar.

c) são extensivas às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo

Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,

vinculados ou não a suas finalidades essenciais.

d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigação tributária para

os casos por ela abrangidos.

e) são hipóteses de não-incidência legalmente qualificada.

Alternativa a) Incorreta. As imunidades se aplicam tanto às taxas quanto

aos impostos sobre o comércio exterior. Em relação às taxas, temos a

imunidade relativa à obtenção de certidões em repartições publicas e quanto

à celebração do casamento civil (artigo 5º, XXXIV, e 226, §1º, da CF/88,

respectivamente.

Quanto ao comércio exterior, temos a imunidade quanto ao imposto de

importação sobre bens adquiridos por ente políticos, tendo em vista a

imunidade conferida no texto constitucional. Caso não fiquemos limitados à

divisão constante no CTN, podemos dizer que, nos impostos sobre o comércio

exterior, também não incidem o ICMS e o ISS nas operações e prestações

que destinam bens e serviços ao exterior. Este último, contudo, depende de

regulamentação por meio de lei complementar federal.

Alternativa b) Incorreta. Nem complementar nem ordinária, nem por

nenhum normativo infraconstitucional. As imunidades sempre devem estar

previstas no corpo da CF/88 para serem consideradas como tais.

Alternativa c) Incorreta. Para que possam vir a usufruir da imunidade

quanto ao seu patrimônio, rendas ou serviços, essas entidades devem

vincular esses três elementos às suas atividades essenciais. A desobrigação

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dessa vinculação se observa apenas em relação aos Entes Políticos,

exclusivamente.

Alternativa d) Correta. Caso a proibição de cobrança de tributos esteja

prevista no texto constitucional, estaremos diante de uma imunidade

tributária. Nesta, não teremos fato gerador, hipótese de incidência, obrigação

tributária, lançamento nem crédito tributário, uma vez que a norma

constitucional impede tudo isto. A imunidade “corta o mal pela raiz”. Na

isenção, ainda chegam a existir o fato gerador e a obrigação tributária, sendo

fulminados o lançamento e o crédito tributário, bem como qualquer

pagamento que pudesse haver.

Alternativa e) Incorreta. O texto estaria perfeito se não houve o termo

legalmente. O correto seria apenas a troca dele por “constitucionalmente”.

Como comentei na alternativa “b”, somente a constituição traz normas

imunizantes, nenhum outro normativo mais. Pode até ter os mesmos efeitos

práticos, como é a isenção, mas não será uma imunidade.

A partir de agora, quero que tenha atenção redobrada, caro aluno.

Vamos a cada uma delas!

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Imunidade Recíproca

A primeira imunidade a ser estudada será a recíproca, também chamada de

imunidade governamental, intergovernamental ou mútua. Essa

imunidade proíbe a instituição de IMPOSTOS sobre o patrimônio, a rendas e

os serviços de uma pessoa política sobre os de outra, estando prevista no

artigo 155, VI, “a”, da CF/88:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao

contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios: (...)

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;”

(Grifos nosso)

Por sua vez, a imunidade recíproca pode ser classificada como sendo:

� Subjetiva, uma vez que é direcionada às pessoas políticas (entes

federativos das três esferas);

� Incondicionada, já que não é necessário nenhum normativo

infraconstitucional para que seja gozada pelo seu beneficiário;

� Ontológicas (ou implícitas), uma vez que configuram afirmações de

princípios constantes no texto constitucional, sendo consequência direta

dos princípios constitucionais da capacidade contributiva (uma vez que

os entes políticos não possuem capacidade contributiva, já que seus

recursos são destinados à realização das atividades do Estado), do

princípio federativo do Estado (clausula pétrea da CF/88), da autonomia

dos Municípios e da supremacia do interesse público sobre o privado.

Atente bem para o primeiro ponto importante sobre a imunidade recíproca:

ela alcança apenas os IMPOSTOS, e nenhuma outra espécie tributária.

Muita atenção aos textos das questões, uma vez que é comum elaborador

trocar “impostos” por “tributos” e pegar o candidato menos atento. Ou tentar

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confundir estendendo a imunidade às taxas, contribuições e outras espécies

tributárias que veremos em outra aula. Atenção!

Diante disso, é perfeitamente viável a instituição e cobrança, por um

Município brasileiro, de uma taxa de fiscalização de imóveis cobrada junto aos

imóveis pertencentes à União e situados no território do Município, por

exemplo. O mesmo ocorre para uma contribuição de melhoria.

Uma vez que o texto constitucional expressamente se refere aos impostos, a

imunidade recíproca, como falamos, não pode ser estendida às taxas, às

contribuições de melhoria e às contribuições previdenciárias, por exemplo,

conforme entendimento adotado no STF:

“1. A imunidade tributária recíproca não engloba o

conceito de taxa, porquanto o preceito constitucional

(artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Constituição

Federal) só faz alusão expressa a imposto. (...). 2. As

taxas cobradas em razão dos serviços públicos de coleta,

remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos

provenientes de imóveis, desde que dissociadas da cobrança

de outros serviços públicos de limpeza são constitucionais

(RE n. 576.321-QO, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski,

DJe de 13.2.09). 3. As taxas que, na apuração do montante

devido, adotem um ou mais elementos que compõem a base

de cálculo própria de determinado imposto, desde que não se

verifique identidade integral entre uma base e outra são

constitucionais. (RE 613287 AgR/RS, de 02/08/2011)”

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“Impossibilidade de tributação pela Municipalidade,

independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados

pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da

imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Constituição

Federal. Dispositivo, todavia, restrito aos impostos, não

se estendendo às taxas. Recurso parcialmente provido.

(RE 253394/SP, de 26/11/2002).”

“É da jurisprudência do Supremo Tribunal que o princípio da

imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) -

ainda que se discuta a sua aplicabilidade a outros tributos,

que não os impostos - não pode ser invocado na hipótese

de contribuições previdenciárias. (ADI 2024/DF, de

03/05/2007)”

“1. PASEP. Exigibilidade da contribuição pelas unidades da

federação, pois a Constituição de 1988 retirou o caráter

facultativo, bem assim a necessidade de legislação específica,

para a adesão dos entes estatais ao Programa de Formação

do Patrimônio do Servidor Público. Precedente do Plenário. 2.

Imunidade recíproca. Matéria não discutida nas instâncias

ordinárias. Inovação da lide. Impossibilidade. Inexigibilidade

do tributo em decorrência de imunidade conferida aos entes

da federação. Improcedência da pretensão. A imunidade

tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as

contribuições. (RE 378144 AgR/PR, de 30/11/2004).

Entretanto, deve-se atentar bem para quais impostos a CF/88

LITERALMENTE imuniza um ente da tributação pelos demais. Por essa

interpretação, apenas os impostos que incidem sobre o patrimônio, a renda e

os serviços dos Entes políticos estariam acobertados pela imunidade, dentre

os quais se incluem os seguintes: IPTU, ITR, IR, ITBI, ISS, IPVA e ITCMD. Por

sua vez, impostos que incidem sobre a circulação e a produção (ICMS, IPI e

IOF) e sobre o comércio exterior (II e IE) poderão ser livremente cobrados

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pelos entes políticos quando verificado os fatos geradores. GUARDE BEM

ISSO, CARO ALUNO!! Caso seja cobrada a literalidade da CF/88, deve ser

seguido o que consta nesse parágrafo. Caso não, deve ser atentado o que diz

o parágrafo seguinte.

Diante disso, o STF entende que a imunidade tributária alcança os

impostos de maneira geral, e não está restrita a imunidade à divisão

apresentada no CTN. Assim, temos as seguintes decisões:

“IMPOSTO - IMUNIDADE RECIPROCA - Imposto sobre

Operações Financeiras. A norma da alínea "a" do inciso VI do

artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidência

recíproca de impostos, considerada a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios. Descabe introduzir no

preceito, a mercê de interpretação, exceção não

contemplada, distinguindo os ganhos resultantes de

operações financeiras. (RE 196415 AgR/PR, de 05/03/1996).”

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPVA.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM

FINS LUCRATIVOS. CF, art. 150, VI, c. SÚMULA 279-STF. I. -

O acórdão entendeu que a parte agravada faz jus à

imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição a partir

do exame do conjunto fático-probatório trazido aos autos.

Incidência, no caso, da Súmula 279-STF. II. - Não há

invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da

imunidade, critérios de classificação dos impostos

adotados por normas infraconstitucionais, mesmo

porque não é adequado distinguir entre bens e

patrimônio, dado que este se constitui do conjunto

daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem

adquirido, no mercado interno ou externo, integra o

patrimônio da entidade abrangida pela imunidade. (AI

481586 AgR/MG, de 13/12/2005).”

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“A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da

Constituição aplica-se às operações de importação de

bens realizadas por municípios, quando o ente público

for o importador do bem (identidade entre o

"contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato").

Compete ao ente tributante provar que as operações de

importação desoneradas estão influindo negativamente no

mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição.

Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à

concorrência. (AI 518405 AgR/RS, de 06/04/2010).”

O CTN adota a seguinte divisão quanto aos tributos nele impostos: Imposto

sobre o patrimônio, impostos sobre a renda, impostos sobre a produção e a

circulação e impostos sobre o comércio exterior. O que determina a

imunidade é simplesmente o fato desta proibir a incidência de impostos sobre

o patrimônio, as rendas e os serviços dos Entes políticos, independentemente

de ser o imposto sobre a propriedade predial urbana ou o imposto de

importação. Mesmo sendo um tributo sobre o comércio exterior, caso a

incidência do imposto de importação venha a influir negativamente no

patrimônio do ente político (no caso da decisão acima, um Município), é

devida a imunidade recíproca.

Por sua vez, temos a seguinte decisão do STF quanto ao fornecimento de

iluminação pública a aplicação da imunidade recíproca quando ao ICMS

devido na operação, dado o que dispõe a Súmula 591 do mesmo STF.

Para essa corte, a imunidade tributária, quanto ao ICMS, abrange apenas os

entes políticos quando estes configurarem como contribuintes de direito

(aquele que é eleito pela norma tributária como contribuinte e com a

consequente obrigação de recolhimento do tributo devido), e não como

contribuinte de fato (aquele que, sem constar na norma tributária,

realmente suporta o ônus da tributação, o encargo econômico, repassado

pelo contribuinte de direito). Vejamos:

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“(...).1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,

que me parece juridicamente correta, entende que o

Município não é contribuinte de direito do ICMS sobre

serviços de energia elétrica, por isso não se aplica a

imunidade tributária recíproca Constante na alínea “a”

do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. (AI

844401 AgR/Mg, de 22/11/2011).”

“(...). I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição

somente se aplica ao imposto incidente diretamente sobre

serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, ou

seja, na qualidade de contribuinte de direito. II - O Município

é contribuinte de fato do ICMS relativo aos bens e serviços,

portanto, não faz jus a imunidade em questão. (AI 805295

AgR/Mg, de 02/10/2010).”

“(...). A imunidade tributária recíproca não se aplica ao ente

público quando este é simples adquirente de produto, serviço

ou operação onerosa realizada com intuito lucrativo

("contribuinte de fato"). Pretensão do município de exonerar

as operações de compra de mercadorias e prestação de

serviços do pagamento de ICMS realizadas em território

nacional, por equipará-las à "importação doméstica". Os

precedentes firmados em relação à Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos - ECT não se aplicam ao contribuinte de

fato. (AI 518325 AgR/RS, de 06/04/2010).”

“Súmula 591: A imunidade ou a isenção tributária do

comprador não se estende ao produtor, contribuinte do

imposto sobre produtos industrializados.”

Outra importante decisão do STF diz respeito ao INCRA (Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária) no que diz respeito ao ICMS incidente sobre a

exploração de unidade agroindustrial. Na decisão, o Supremo entendeu que,

para essas operações, a entidade seria a contribuinte de direito do imposto

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estadual de circulação, hipótese em que deveria ser aplicada a imunidade

recíproca. Lembre-se que a corte estendeu a todos os impostos a imunidade

ora estudada, sem se restringir ao que determina a divisão conceitual do

CTN. Veja a decisão:

“EMENTA Incra. Imunidade tributária. Exploração de unidade

agroindustrial. Ausência de configuração de atividade

econômica capaz de impor o regime tributário próprio das

empresas privadas. 1. A atividade exercida pelo Incra,

autarquia federal, não se enquadra entre aquelas

sujeitas ao regime tributário próprio das empresas

privadas, considerando que a eventual exploração de

unidade agroindustrial, desapropriada, em área de conflito

social, está no âmbito de sua destinação social em setor

relevante para a vida nacional. 2. A imunidade tributária

só deixa de operar quando a natureza jurídica da

entidade estatal é de exploração de atividade

econômica. (RE 242827 AgR/PE, de 02/09/2008).”

(FGV/2011/OAB/Exame de Ordem Unificado/Primeira Fase) A

imunidade recíproca impede que:

a) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras

dos Estados e dos Municípios.

b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da União.

c) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem do Município

valorizado em decorrência de obra pública.

d) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da União.

Conforme vimos acima, a imunidade recíproca abrange exclusivamente os

impostos, impedindo que um ente político cobre impostos sobre o patrimônio,

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a renda e os serviços dos demais entes políticos. Somente com esse

conhecimento já era possível excluir as alternativas “b”, “c” e “d”, uma vez

que se referem, respectivamente, a taxas, contribuições de melhoria e tarifas

de água. Somente a alternativa “a” nos fala sobre impostos, hipótese

tributaria que não pode incidir sobre a renda obtida pelos Estados e

Municípios.

(ESAF/AGENTE FISCAL DE RENDAS/ISS/RJ/2010) Sobre a imunidade

constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de impostos

pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos

outros, é incorreto afirmar que:

a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais

da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às

operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção

do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de

finalidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito

tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis.

b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se

refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades

essenciais ou às delas decorrentes.

c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas

prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem

atividade econômica em sentido estrito.

d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando

as contribuições.

e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de

bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do

bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’).

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Alternativa a) Correto. Essa alternativa poderia ter sido considerada

incorreta, uma vez que a imunidade recíproca, quanto aos entes políticos, não

está restrita apenas às finalidades essenciais destes, sendo indevida apenas

nos casos em que o patrimônio, a renda ou o serviço estejam relacionados

com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a

empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento

de preços ou tarifas pelo usuário.

Essa limitação se observa apenas em relação às autarquias e às fundações,

bem como às empresas públicas e às sociedades de economia mista para as

quais a imunidade foi estendida, no caso de executarem serviços de

prestação exclusiva e obrigatória pelo Estado.

O restante do texto se mostra correto, uma vez que as entidades, ainda que

imunes, devem se submeter a quaisquer procedimentos de fiscalização por

parte da Administração tributária, que adotará as medidas necessárias no

caso de atos que visem a deturpar a benesse concedida pela CF/88.

Alternativa b) Correta. Foi o que falamos anteriormente no inicio da

alternativa “a”, dispondo que a imunidade recíproca e sua extensão às

autarquias abrange apenas o patrimônio, as rendas e os serviços vinculados

às finalidades essências ou delas decorrentes. Caso não sejam observadas

essas características, a imunidade tributária recíproca não será observada.

Alternativa c) Incorreta. A imunidade tributaria recíproca, em relação às

empresas públicas, abrange apenas aquelas que prestam serviço exclusivo do

Estado e de prestação obrigatória por este, sem os quais não será devida a

imunidade. Como exemplo, temos o caso dos Correios, que executa serviço

exclusivo do Estado (serviço postal) e de prestação obrigatória pela União. O

mesmo se observa em relação à INFRAERO. Para essas duas empresas

públicas, é devida a imunidade recíproca em relação ao seu patrimônio, suas

rendas e os seus serviços.

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O SERPRO, por exemplo, empresa pública federal, executa serviços com

finalidade econômica, regido por normas aplicáveis a empreendimentos

privados, não sendo devida a imunidade recíproca.

Alternativa d) Correta. É exatamente isso que nos diz o artigo 150, VI, “a”,

da CF/88, dispondo que “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e

aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos

outros”. Essa imunidade não se aplica a outras espécies tributárias.

Alternativa e) Correta. O STF entende que no caso de importação de bens

pelos Municípios não incide o imposto de importação, uma vez que esse

também gravaria o patrimônio dessas entidades, indo de encontro ao que

determina a imunidade recíproca. Um dos argumentos é o de que a

imunidade não pode ficar restrita à divisão estabelecida pelo CTN (impostos

sobre o patrimônio e a renda, produção e circulação, comércio exterior e

especiais).

O texto constante na alternativa é réplica do que consta, por exemplo, na

ementa do AI 518405/RS, de 06/04/2010, que assim nos diz:

“A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da

Constituição aplica-se às operações de importação de

bens realizadas por municípios, quando o ente público

for o importador do bem (identidade entre o

"contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato").

Compete ao ente tributante provar que as operações de

importação desoneradas estão influindo negativamente no

mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição.

Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à

concorrência”

Vamos agora ao que nos diz a CF/88 e o STF sobre a extensão da imunidade

às autarquias, às fundações e às demais entidade da administração indireta.

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EXTENSÃO DA IMUNIDADE RECÍPROCA

A imunidade recíproca é extensiva ainda às autarquias e fundações

instituídas e mantidas pelos entes políticos também no que se refere ao

patrimônio, rendas e serviços daquelas. Entretanto, para essas pessoas,

DIFERENTEMENTE DO QUE CONSTA NA CF/88 PARA AS PESSOAS POLÍTICAS,

o patrimônio, a renda e os serviços DEVEM ESTAR VINCULADOS ÀS SUAS

FINALIDADES ESSENCIAIS OU ÀS DELAS DECORRENTES PARA SEREM

USUFRUÍDAS.

A previsão acima consta no § 2º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz:

“§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às

autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder

Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos

serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas

decorrentes.

decorrentes.

(CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado - 1/Primeira Fase) O

princípio constitucional da imunidade recíproca:

a) não se aplica aos municípios, abrangendo apenas a União, os estados e o

DF.

b) aplica-se aos entes políticos que exerçam atividade econômica em

concorrência com o particular.

c) não se aplica aos impostos diretos, abrangendo apenas os indiretos.

d) é extensivo às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder

público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a

suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

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Questão super literal, que cobrou apenas o conhecimento constante no texto

do artigo 150, §2º, da CF/88, visto anteriormente.

Alternativa a) Falsa. A imunidade se aplica a todos os entes políticos.

Alternativa b) Falsa. São exatamente as hipóteses em que não seria

aplicada a imunidade.

Alternativa c) Falsa. A imunidade abrange todos os impostos, desde que

relacionados ao princípio, sejam eles diretos ou indiretos.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

Esse tema é bastante solicitado em provas de concursos, motivo pelo qual

deve ser bem assimilado por você, caro aluno.

Diante do que consta no texto do §2º, temos que a imunidade conferida a

esses dois entes públicos é CONDICIONADA, uma vez que está restrita ao

patrimônio, à renda e aos serviços vinculados as suas finalidades essenciais

ou deles decorrentes. Para os entes políticos, não há qualquer restrição

quando a isso.

Assim, por exemplo, quanto ao patrimônio de autarquias e fundações não

utilizados na execução de suas finalidades essenciais, serão cobrados

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impostos sobre o patrimônio como o IPTU ou o ITR. O mesmo se aplica em

relação às rendas e aos serviços.

“Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da

entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da

Constituição Federal. (RE 375715 ED/DF, de 31/08/2010).”

Veja ainda o que diz o STF sobre a imunidade recíproca em relação a OAB

(Ordem dos Advogados do Brasil):

“1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos

Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI,

a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha

atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da

ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos

humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle

disciplinar dos advogados). 2. A imunidade tributária

recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da

entidade protegida. O reconhecimento da imunidade

tributária às operações financeiras não impede a autoridade

fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela

entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a

autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito

tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis.

Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que

não admite excesso de carga. Agravo regimental ao qual se

nega provimento. (RE 259976 AgR/RS, de 23/03/201)”

Entretanto, a extensão da imunidade dos entes políticos às autarquias e às

fundações por eles mantidas não é extensiva quanto ao patrimônio, à renda e

aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas

regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em

que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo

usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar

imposto relativamente ao bem imóvel.

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Essa previsão consta no §3º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz:

“§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior

não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços,

relacionados com exploração de atividades econômicas

regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos

privados, ou em que haja contraprestação ou

pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem

exonera o promitente comprador da obrigação de pagar

imposto relativamente ao bem imóvel.” (Grifos nosso)

Essa norma constitucional é de grande importância para concursos, uma vez

que, a partir dela, a imunidade recíproca foi estendida a algumas

empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de

serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado.

Vejamos!

Em regra, todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista

estão excluídas da imunidade recíproca, uma vez que exploram atividade

econômica no mesmo pé de igualdade com as demais empresas.

Exonerá-las da tributação quanto aos impostos, assim como acontece para os

entes políticos, autarquias e fundações, seria estabelecer uma forma de

concorrência desleal com as demais empresas. Logo, regra geral, todas as

empresas públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas ao

pagamento de impostos.

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Veja o que nos diz o artigo 173 da CF/88 quanto a essas entidades e à sua

sujeição ao regime jurídico e obrigações das demais empresas:

“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição,

a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só

será permitida quando necessária aos imperativos da

segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,

conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa

pública, da sociedade de economia mista e de suas

subsidiárias que explorem atividade econômica de

produção ou comercialização de bens ou de prestação de

serviços, dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e

pela sociedade;

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas

privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações

civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

(...)

§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de

economia mista não poderão gozar de privilégios

fiscais não extensivos às do setor privado.” (Grifos

nosso)

Ainda quanto ao tema, veja a seguinte decisão do STF:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BAIANA DE

DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA. EMPRESA PÚBLICA QUE NÃO

EXPLORA ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO. O

Supremo fixou entendimento no sentido de que as

empresas prestadoras de serviço públicos que não

exercem atividade econômica em sentido estrito,

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sujeitam-se ao regime jurídico das empresas publicas,

inclusive quanto às obrigações trabalhistas e

tributárias. Precedentes. (RE 433666 AgR/BA, de

03/11/2009).”

Acontece que algumas empresas públicas e sociedades de economia mista,

diante da sua peculiaridade, prestam serviços de prestação obrigatória pelo

Estado, além de fazê-los de forma também exclusiva.

Exemplo disso é o serviço de correios, prestado pela Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos (ECT), conforme o artigo 21, X, da CF/88. Assim,

nenhuma outra empresa poderá prestar o mesmo serviço, apenas o Estado.

Ademais, esse serviço é de prestação obrigatória pela União, não sendo

facultada a esta a escolha pela prestação ou não do serviço.

A ECT foi a primeira entidade de direito privado pertencente à administração

pública indireta a que o STF reconheceu a imunidade recíproca em razão da

prestação de serviço público obrigatório e exclusivo pelo Estado.

Na ocasião, o STF separou as empresas públicas prestadoras de serviços

públicos das empresas públicas como instrumento de participação do Estado

na economia (não acobertadas pelo manto da imunidade). As decisões sobre

o tema nos dizem o seguinte:

“EMENTA Tributário. Imunidade recíproca. Art. 150, VI, "a",

da Constituição Federal. Extensão. Empresa pública

prestadora de serviço público. Precedentes da Suprema

Corte. 1. Já assentou a Suprema Corte que a norma do art.

150, VI, "a", da Constituição Federal alcança as empresas

públicas prestadoras de serviço público, como é o caso da

autora (ECT), que não se confunde com as empresas públicas

que exercem atividade econômica em sentido estrito. Com

isso, impõe-se o reconhecimento da imunidade tributária

prevista no art. 150, VI, a da Constituição Federal. (ACO 959

RN, de 17/03/2008).”

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“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA

BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE

TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA

PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA

PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. I.

- As empresas públicas prestadoras de serviço público

distinguem-se das que exercem atividade econômica. A

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é

prestadora de serviço público de prestação obrigatória

e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida

pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a.

II. (RE 354897 AgR/RS, de 17/08/2004).”

Quanto à ECT, temos ainda decisão sobre a extensão da imunidade recíproca

também em relação aos veículos automotores da entidade, que ficam imunes

ao IPVA estadual ou distrital:

“EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO QUE RECONHEU A

INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE RECOLHIMENTO DO IPVA.

IMUNIDADE RECÍPROCA. EMPRESA BRASILEIRA DE

CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT) (...) 3. A concessão de

imunidade tributária à Empresa Brasileira de Correios e

Telégrafos é matéria que resta amplamente difundida nesta

Corte, entendimento esse que foi reafirmado na ACO nº

789/PI, ocasião em que restou assentada a presença da

regra de imunidade recíproca a afastar a incidência do

Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

(IPVA) sobre os veículos de propriedade da agravada,

independentemente da natureza da atividade

desempenhada, se serviço público ou atividade de

cunho privado. (ACO 819 AgR / SE, de 17/11/2011).”

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(FCC/2005/PGE-SE/Procurador de Estado) A chamada "imunidade

recíproca" que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros,

também é extensiva às

a) autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no

que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas

finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

b) sociedades de economia mista e às empresas públicas em qualquer

hipótese de serviço praticado.

c) fundações mantidas pela iniciativa privada, sem fins lucrativos, abrangendo

não só o seu patrimônio, renda ou serviços, mas também todos os fatos que

não estejam vinculados a sua atividade fim.

d) pessoas que compõem a Administração Pública Indireta no que se refere

exclusivamente ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a

exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a

empreendimentos privados.

e) concessionárias de serviço público no que se refere ao patrimônio, à renda

e aos serviços relacionados com a exploração de sua atividade econômica.

A extensão da imunidade recíproca conferida aos Entes Políticos foi concedida

aos seguintes entes:

� Autarquias e fundações públicas, quanto ao patrimônio, às rendas e aos

serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes,

conforme previsão expressa na CF/88 (artigo 150, §2º);

� Partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos

trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem

fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, quanto ao patrimônio, às

rendas e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas

decorrentes (artigo 150, VI, “c”, e §4º);

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� Empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de

serviços públicos de caráter obrigatório e exclusivo do Estado, como o

são os Correios e a INFRAERO, por exemplo, conforme decisão do STF,

quanto ao patrimônio, às rendas e aos serviços vinculados às suas

finalidades essenciais ou delas decorrentes.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

A imunidade recíproca também foi estendida à INFRAERO (Empresa de

Infraestrutura Aeroportuária), uma vez que esta presta serviço de infra-

estrutura aeroportuária em regime de monopólio, conferido pela União em

razão do artigo 21, XII, “c”, da CF/88.

“RECURSO. Extraordinário. Imunidade tributária recíproca.

Extensão. Empresas públicas prestadoras de serviços

públicos. Repercussão geral reconhecida. Precedentes.

Reafirmação da jurisprudência. Recurso improvido. É

compatível com a Constituição a extensão de

imunidade tributária recíproca à Empresa Brasileira de

Infraestrututa Aeroportuária – INFRAERO, na

qualidade de empresa pública prestadora de serviço

público. (ARE 638315 RG/BA, de 09/06/2011).”

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BRASILEIRA

DE INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA - INFRAERO.

EMPRESA PÚBLICA. IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150,

VI, "A", DA CB/88. 1. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura

Aeroportuária - INFRAERO, empresa pública prestadora de

serviço público, está abrangida pela imunidade tributária

prevista no artigo 150, VI, "a", da Constituição. 2. Não incide

ISS sobre a atividade desempenhada pela INFRAERO na

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execução de serviços de infra-estrutura aeroportuária,

atividade que lhe foi atribuída pela União [artigo 21, XII, "c",

da CB/88]. (RE 524615 AgR/Ba, de 09/09/2008).”

Nos mesmos moldes, no julgamento da Ação Cautelar nº 1550-2, em

06/02/2007, o STF estendeu a imunidade recíproca à sociedade de economia

mista CAERD (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia), uma vez que a

referida entidade é prestadora de serviço público de saneamento básico

(abastecimento de água e esgotamento sanitário) no Estado Rondônia, de

prestação exclusiva e obrigatória por este ente federativo.

Na mesma linha, o STF concedeu a extensão da imunidade recíproca à

Hospitais estruturados sob a forma de sociedade de economia mista em que

haja a participação majoritária e controle do poder público e que atendam

pacientes exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Veja decisões

da Corte Superior:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE

RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ENTIDADES

QUE PRESTAM SERVIÇOS DE SAÚDE. HOSPITAIS. ALEGADA

AUSÊNCIA DE INTUITO DE EXPLORAÇÃO ECONÔMICA.

VINCULAÇÃO AO MINISTÉRIO DA SAÚDE. CONFIGURAÇÃO

COMO ENTIDADE DE INTERESSE PÚBLICO. ART. 150, IV, 'A'

DA CONSTITUIÇÃO. (RE 580264 RG/RS, de 09/10/2008).“

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. IMUNIDADE

TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.

SERVIÇOS DE SAÚDE. 1. A saúde é direito fundamental de

todos e dever do Estado (arts. 6º e 196 da Constituição

Federal). Dever que é cumprido por meio de ações e serviços

que, em face de sua prestação pelo Estado mesmo, se

definem como de natureza pública (art. 197 da Lei das leis).

2 . A prestação de ações e serviços de saúde por

sociedades de economia mista corresponde à própria

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atuação do Estado, desde que a empresa estatal não

tenha por finalidade a obtenção de lucro. 3. As

sociedades de economia mista prestadoras de ações e

serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente

estatal, gozam da imunidade tributária prevista na

alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição

Federal. (RE 580264/RS, de 16/12/2010).”

Veja outra decisão do STF quanto ao tema:

“O Plenário desta Corte, no recente julgamento do RE

253.472/SP, Red. para o acórdão o Min. Joaquim Barbosa,

reconheceu o direito à imunidade de imóvel pertencente à

União, mas afetado à CODESP, quanto ao recolhimento do

IPTU (Informativo 597 do STF). II - O acórdão recorrido está

em consonância com a jurisprudência desta Corte, no sentido

de que os imóveis componentes do acervo Patrimonial do

Porto de Santos são abrangidos pela imunidade prevista no

art. 150, VI, a, da Constituição por comporem domínio da

União. (AI 738332 AgR/SP, de 09/11/2010).“

Para esses casos, a imunidade foi reconhecida em razão dos imóveis

pertencentes ao acervo do Porto de Santos comporem o domínio da União,

embora afetados à CODESP, sendo INDEVIDO o IPTU.

“EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE

QUALQUER NATUREZA. ATIVIDADE NOTARIAL. INCIDÊNCIA.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. Os serviços

notariais e de registro exercidos em caráter privado e

mediante delegação sofrem a incidência do ISS. A

imunidade tributária recíproca não se aplica aos

notários e aos registradores. Como o único fundamento

para afastar a lei local sobre a tributação utilizado pelo

Tribunal de origem versa sobre as questões de fundo próprias

à tributação (e.g., imunidade), aplica-se ao caso

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integralmente a orientação firmada na ADI 3.089. (RE

599527 AgR/PR, de 15/03/2011).”

“Ação Direta de Inconstitucionalidade (...). Ademais, a

tributação da prestação dos serviços notariais também

ofenderia o art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição,

na medida em que tais serviços públicos são imunes à

tributação recíproca pelos entes federados. As pessoas

que exercem atividade notarial não são imunes à tributação,

porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos

serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no

art. 150, § 3º da Constituição. O recebimento de

remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda,

capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma

garantia ou prerrogativa imediata de entidades

políticas federativas, e não de particulares que

executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços

públicos mediante concessão ou delegação,

devidamente remunerados. Não há diferenciação que

justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e a

não-tributação das atividades delegadas. (ADI 3089, de

13/02/2008).”

Os dois julgados acima são de grande importância, uma vez que afastam a

imunidade recíproca em relação aos cartórios e tabelionatos, prestadores de

serviço público mediante concessão ou delegação, mas que os executam

mediante remuneração e com fins lucrativos. Assim, resta devido ISS

sobre os serviços por eles prestados. O STF entende que essas pessoas

possuem capacidade contributiva e não estão acobertados pelos normativos

contidos no corpo da CF/88.

Por fim, quanto ao tema, temos o que dispõe a parte final do §3º do artigo

150, que estabelece que a imunidade conferida aos entes públicos não se

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estende ao promitente comprador de imóvel, seja particular ou terceiro não

coberto pelo manto da imunidade.

Para entendimento do parágrafo, considere um imóvel pertencente à União e

que esteja imune ao IPTU. Caso esse imóvel seja alienado ao Estado de

Pernambuco, a transmissão não sofrerá a incidência do ITBI. Diferentemente

é o caso de alienação a uma pessoa física não acobertada pela imunidade,

que ficará obrigada ao pagamento do imposto de transmissão municipal.

(ESAF/RFB/TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL/2002.2) Assinale a opção

correta.

a) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas

subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei

complementar.

b) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas

subsidiárias gozarão dos privilégios fiscais estabelecidos em lei

complementar.

c) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias

gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei, desde que extensivos

às do setor privado

d) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de imunidade quanto

aos tributos dos outros entes políticos em decorrência da imunidade

recíproca.

e) O regime jurídico tributário das empresas públicas e das sociedades de

economia mista que explorem atividade econômica de produção ou de

comercialização de bens é estabelecido em norma complementar da

legislação tributária.

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Essa questão se refere mais ao princípio da igualdade do que propriamente ao

das imunidades, uma vez que as empresas públicas e sociedades de

economia mista não poderão gozar de incentivos e privilégios fiscais não

extensíveis às do setor privado, conforme nos diz o §2º do artigo 173 da

CF/88.

Essa previsão será excepcionada em relação às empresas públicas e

sociedades de economia mista que prestem serviços públicos de prestação

obrigatória pelo Estado, além de fazê-los de forma também exclusiva,

conforme entendimento do STF. Para essas pessoas jurídicas de direito

privado, é permitida a extensão da imunidade recíproca conferida aos entes

políticos e às autarquias e fundações. Para essas duas ultimas, bem como

para as pessoas jurídicas de direito privado, deve-se atentar que a imunidade

abrange apenas o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às suas

finalidades essenciais ou delas decorrentes.

Alternativa a e b) Incorretas. Seja por meio de lei complementar ou por lei

ordinária, caso não previstas nas hipóteses de extensão da imunidade

recíproca, as empresas públicas e as sociedades de economia mista somente

poderão gozar de incentivos e benefícios fiscais se estes também tiverem sido

expressamente conferidos às demais pessoas jurídicas de direito privado.

Alternativa c) Correta. É o que dispõe o §2º do artigo 173 da CF/88.

Alternativa d) Incorreta. A imunidade conferida a esses entes é relativa

apenas aos impostos, e não a todos os tributos, assim como acontece para os

entes políticos.

Alternativa e) Incorreta. O regime jurídico da empresas públicas e das

sociedades de economia mista e sempre estabelecido por meio de lei, seja ele

ordinária ou complementar, ou outros instrumento que faça as vezes desta.

Jamais poderá ser instituído por meio de normativo infralegal. É o que

determina o §1º do artigo 173 da CF/88.

Vamos ver agora o que nos diz a imunidade religiosa.

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Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos

A imunidade religiosa, ou dos templos religiosos ou dos templos de qualquer

culto, é mais uma das espécies de delimitação da competência tributária

prevista expressamente no texto constitucional.

Essa imunidade proíbe qualquer tipo de imposto que venha a incidir sobre o

patrimônio, a renda e os serviços relativos aos templos de qualquer culto,

devendo observado ainda que estes devem estar relacionados às

finalidades essenciais das entidades religiosas, ou delas decorrentes.

O mesmo acontece para a imunidade recíproca estendida às autarquias e

fundações instituídas e mantidas pelos Entes políticos.

A concessão do benefício de sede constitucional está diretamente relacionada

à liberdade de consciência e de crença, presente no artigo 5º, VI, da CF/88,

que assim nos diz:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,

sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e

garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a

suas liturgias;“

Assim, a imunidade esta também diretamente relacionada à liberdade

religiosa, impedindo a tributação sobre o patrimônio, as rendas e os serviços

pertencentes a qualquer espécie de culto ou liturgia de cunho religioso

no desempenho de sua missão institucional. Logo, a imunidade religiosa visa

garantir a eficácia de diretriz constitucional que assegura a liberdade de

crença e o livre exercício dos cultos religiosos.

Por sua vez, a previsão apenas reafirma o caráter laico do Estado Brasileiro,

ou seja, nosso país não possui religião oficial, sendo assegurada a prática de

qualquer espécie de religião (cristianismo, islamismo, espiritismo, ubanda,

candomblé, budismo, entre outros, indistintamente). Seja qual for a sua

religião (caso você tenha), ela também estará imune, caro aluno.

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Por consequência: TODA E QUALQUER RELIGIÃO ESTÁ ACOBERTADA

PELO MANTO DA IMUNIDADE, SEJA ELA CATÓLICA, PROTESTANTE,

ISLÂMICA, BUDISTA OU OUTRAS EXISTENTES.

A previsão constitucional quanto a essa imunidade está contida no artigo 150,

VI, “b”, da CF/88, que assim nos diz:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao

contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios: (...)

VI - instituir impostos sobre: (...)

b) templos de qualquer culto;” (Grifos nosso)

Mais uma vez: a proibição constitucional abrange APENAS OS

IMPOSTOS. Nenhuma outra espécie tributária esta desonerada

expressamente no texto constitucional quanto a entidades religiosas, sendo

devidas normalmente.

Veja o que nos diz o STF sobre o tema:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL.

IMUNIDADE. C.F., 1967, ART. 21, PAR-2., I, ART-19, III, "b",

C.F., 1988, ART-149, ART-150, VI, "b". I. A imunidade do

art. 19, III, da CF/67, (CF/88, ART. 150, VI) diz respeito

apenas a impostos. A contribuição e espécie tributaria

distinta, que não se confunde com o imposto. E o caso da

contribuição sindical, instituída no interesse de categoria

profissional (CF/67, art. 21, par-2., I; CF/88, art. 149), assim

não abrangida pela imunidade do art. 19, III, CF/67, ou art.

150, VI, CF/88. (RE 129930/SP, de 07/05/1991).”

O §4º do artigo 150 complementa as disposições constitucionais quanto à

imunidade das entidades religiosas, prevendo o seguinte:

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“§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",

compreendem somente o patrimônio, a renda e os

serviços, relacionados com as finalidades essenciais das

entidades nelas mencionadas.” (Grifos nosso)

Diante da previsão citada, o STF estendeu (ou apenas reconheceu, conforme

o ponto de vista) a imunidade a determinados bens pertencentes aos entes

religiosos que, à primeira vista, não estariam acobertados pelo manto da

imunidade do artigo 150, VI, “b”.

Os casos mais importantes dizem respeito aos cemitérios pertencentes aos

entes religiosos e aos imóveis, também a esses pertencentes, mas alugados a

terceiros, gerando renda. A questão relativa aos dois casos é a mesma:

incidência ou não do IPTU municipal sobre esses imóveis.

O STF, analisando os dois casos, concluiu pela não incidência de impostos

sobre esses dois tipos de imóveis, em especial o IPTU. Veja as decisões da

Corte Suprema.

“(...) 1. Os cemitérios que consubstanciam extensões

de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela

garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do

Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em

relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os

templos de qualquer culto é projetada a partir da

interpretação da totalidade que o texto da Constituição é,

sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, "b".

3. As áreas da incidência e da imunidade tributária são

antípodas. (RE 578562/BA, de 21/05/2008).”

“EMENTA: 2. Imunidade tributária de templos de qualquer

culto. Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio,

renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais

das entidades. Artigo 150, VI, "b" e § 4º, da Constituição. 3.

Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua

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propriedade que se encontram alugados. 4. A

imunidade prevista no art. 150, VI, "b", CF, deve

abranger não somente os prédios destinados ao culto,

mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços

"relacionados com as finalidades essenciais das

entidades nelas mencionadas". 5. O § 4º do dispositivo

constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas "b" e

"c" do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.

Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas. (RE

325822/SP, de 18/12/2002).”

“(...) I - A imunidade prevista na Constituição que tem

como destinatário os templos de qualquer culto deve

abranger os imóveis relacionados com a finalidade e

funcionamento da entidade religiosa. (AI 690712

AgR/RJ, de 23/06/2009).”

Assim, tanto os cemitérios que se mostram como extensões da atividade

quanto os imóveis pertencentes às entidades religiosas que estejam alugados

estão imunes ao IPTU, uma vez que são utilizados na execução das atividades

essenciais ou naquelas relacionadas aos Entes religiosos.

Da mesma maneira estão os demais bens utilizados nas atividades da

entidade, como os automóveis em relação ao IPVA estadual e as rendas

obtidas pela entidade (relativamente ao IR, principalmente) e destinadas à

consecução das suas finalidades essenciais. Se assim forem tratadas, estarão

imunes a impostos.

Por fim, deve-se atentar para o fato que o vocábulo templo refere-se á

própria entidade, e não ao templo físico, relativo apenas às instalações

físicas, o qual o imunizaria apenas em relação aos impostos sobre o

patrimônio.

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(FCC/2009/TCE-GO/Analista de Controle Externo/Direito) A

Constituição Federal expressamente contempla a imunidade aos templos de

qualquer culto. Esta imunidade alcança

a) todos os tributos.

b) todos os impostos.

c) os tributos que incidam sobre patrimônio, renda e serviços relacionados

com as finalidades essenciais da entidade.

d) os impostos que incidam sobre patrimônio, renda e serviços relacionados

com as finalidades essenciais da entidade.

e) os tributos que incidam sobre as atividades discriminadas em lei

complementar.

Conforme vimos nos itens anteriores, a imunidade religiosa abrange apenas

os impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às

finalidades essenciais da entidades.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão

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Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de

trabalhadores, instituições de educação e de assistência social

A terceira espécie de imunidade tributária expressa na nossa CF/88 diz

respeito a diversas entidades, quais sejam:

� Partidos Políticos;

� Entidades sindicais dos TRABALHADORES;

� Instituições de Educação;

� Instituições de Assistência Social.

Essa imunidade está prevista no artigo 150, VI, “c”, da CF/88, que assim nos

diz:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao

contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios: (...)

VI - instituir impostos sobre: (...)

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,

inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos

trabalhadores, das instituições de educação e de

assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os

requisitos da lei;” (Grifos nosso)

Quanto a essa alínea, temos ainda o que consta no §4º:

“§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",

compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,

relacionados com as finalidades essenciais das entidades

nelas mencionadas.”

Inicialmente temos que observar quatro pontos importantes contidos na

alínea “c”, e que devem ser memorizados por você:

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Primeiro: a vedação de tributação do patrimônio, das rendas e dos serviços

quanto às entidades sindicais diz respeito apenas AOS SINDICATOS DOS

TRABALHADORES, NÃO INCLUÍDOS OS SINDICATOS PATRONAIS.

Guarde bem essa previsão, caro aluno! É comum o elaborador das questões

trocar esses termos e isso passar imperceptível na hora da prova. E lá se vão

pontos preciosos. Atenção!

Segundo: a RESSALVA PRESENTE NA PARTE FINAL da alínea quanto ao

atendimento de requisitos estabelecidos em lei e não haver a finalidade de

lucro DIZ RESPEITO APENAS ÀS ENTIDADES DE EDUCAÇÃO E DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL, e não às outras duas entidades (Partidos Políticos e

Sindicatos dos Trabalhadores).

Terceiro: assim como as outras duas espécies, essa imunidade também diz

respeito apenas a IMPOSTOS, SENDO DEVIDAS QUAISQUER OUTRAS

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS.

Quarto: novamente, o patrimônio, as rendas e os serviços, para estarem

cobertos pelo manto da imunidade, devem estar relacionados às finalidades

essenciais das entidades ou delas decorrentes.

Quanto aos partidos políticos, a imunidade veio proibir a tributação sobre

essas entidades, tendo em vista o princípio da liberdade política e do

pluralismo político. Essa previsão evita que o Governo, por meio da tributação

com impostos, subjugue os partidos opositores que demonstram ideias

contrárias às adotadas.

Por sua vez, são ainda imunes as fundações criadas e mantidas pelos Partidos

Políticos, sendo alcançada pela mesma benesse conferida a esses, valendo o

mesmo quanto ao patrimônio, às rendas e aos serviços.

A previsão quanto à subordinação do patrimônio, das rendas e dos serviços

as finalidades essenciais das Entidades encontra o mesmo contorno dado aos

templos religiosos. Para os partidos, desde que os recursos obtidos sejam

destinados à consecução das atividades da entidade, a imunidade continua a

ser observada.

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Veja o que nos diz a Súmula STF nº 724:

“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao

IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas

pelo art. 150, vi, "c", da constituição, desde que o valor

dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de

tais entidades.” (Grifos nosso)

Quanto aos Sindicatos dos Trabalhadores, a imunidade veio proteger a

liberdade de associação sindical prevista no artigo 8º da CF/88. Novamente, a

imunidade abrange apenas os sindicatos dos trabalhadores. Logo, todo e

qualquer sindicato patronal estará excluído da imunidade conferida. Não há

exceções.

Por sua vez, a imunidade alcança os sindicatos de qualquer grau, podendo ser

de nível nacional, regional, estadual ou municipal. É indiferente a

abrangência do Sindicato.

Quanto às entidades de educação e de assistência social, estas

somente estarão acobertadas pela imunidade caso atendam aos requisitos

estabelecidos em lei e não tenham finalidade lucrativa. Assim, estamos diante

de uma norma de eficácia limitada, já que necessita de norma

infraconstitucional para poderem ser usufruídas pelos seus beneficiários.

A fixação dos requisitos depende de lei em sentido estrito, a qual irá fixar as

normas sobre a constituição e o funcionamento das entidades a fim de

poderem usufruir da benesse constitucional. Esta lei, contudo, não se mostra

como uma delimitadora das limitações constitucionais ao poder de tributar.

Caso fosse, deve ser feito por meio de lei complementar. GUARDE BEM

ISSO, CARO ALUNO: LEI COMPLEMENTAR.

Sobre o tema, veja o que dispõe o STF:

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“(...). 1. A jurisprudência desta Corte consolidou-se no

sentido de que, por se tratar de limitação constitucional ao

poder de tributar, a demarcação do objeto material da

imunidade das instituições de educação é matéria afeita à

lei complementar. (RE 354988 AgR/DF, de 21/03/2006).”

“EMENTA: I. Ação direta de inconstitucionalidade:

Confederação Nacional de Saúde: qualificação reconhecida,

uma vez adaptados os seus estatutos ao molde legal das

confederações sindicais; pertinência temática concorrente no

caso, uma vez que a categoria econômica representada pela

autora abrange entidades de fins não lucrativos, pois sua

característica não é a ausência de atividade econômica,

mas o fato de não destinarem os seus resultados

positivos à distribuição de lucros. II. Imunidade tributária

(CF, art. 150, VI, c, e 146, II): "instituições de educação e de

assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos

da lei": delimitação dos âmbitos da matéria reservada, no

ponto, à intermediação da lei complementar e da lei

ordinária: análise, a partir daí, dos preceitos impugnados (L.

9.532/97, arts. 12 a 14): cautelar parcialmente deferida. 1.

Conforme precedente no STF (RE 93.770, Muñoz, RTJ

102/304) e na linha da melhor doutrina, o que a

Constituição remete à lei ordinária, no tocante à

imunidade tributária considerada, é a fixação de

normas sobre a constituição e o funcionamento da

entidade educacional ou assistencial imune; não, o que

diga respeito aos lindes da imunidade, que, quando

susceptíveis de disciplina infraconstitucional, ficou

reservado à lei complementar. (ADI 1802 MC/DF, de

27/08/1998).”

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Assim, cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder

de tributar, conforme o artigo 146, II, da CF/88. Entretanto, a fixação dos

requisitos para constituição e funcionamento das entidades pode

perfeitamente se dar por meio de lei ordinária.

Por sua vez, a normatização dos requisitos relativos à concessão da

imunidade às entidades está contida no artigo 14 do CTN, que assim nos diz

em seu texto:

“Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é

subordinado à observância dos seguintes requisitos

pelas entidades nele referidas:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu

patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos

na manutenção dos seus objetivos institucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e

despesas em livros revestidos de formalidades capazes

de assegurar sua exatidão.

§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou

no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode

suspender a aplicação do benefício.

§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do

artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados

com os objetivos institucionais das entidades de que trata

este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos

constitutivos.” (Grifos nosso)

Como se pode observa pela leitura atenta dos incisos e do §1º, o

descumprimento de qualquer dos requisitos implica na suspensão do beneficio

pela autoridade administrativa competente. Veja bem: SUSPENSÃO.

Voltando a atender os requisitos, a imunidade voltará a ser usufruída

pelos entes.

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Quanto à extensão da imunidade, podemos coletar algumas decisões

importantes do STF sobre o tema. A primeira delas é a que consta na Súmula

STF nº 730, cujo teor é o seguinte:

“A imunidade tributária conferida a instituições de assistência

social sem fins lucrativos pelo art. 150, vi, "c", da

constituição, somente alcança as entidades fechadas de

previdência social privada se não houver contribuição dos

beneficiários.”

Assim, caso seja observada a participação por meio de contribuição quanto

aos beneficiários, a imunidade não será observada, ficando a entidade

fechada de previdência social sujeita a impostos dos entes federativos. Esse

tema já foi bem solicitado em provas, caro aluno.

(ESAF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL/RN/2004) Avalie o

acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as

falsas; em seguida, marque a resposta correta.

( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições

de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades

fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos

beneficiários.

( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios

que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes.

( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando

alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e

territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas

atividades essenciais de tal entidade.

a) V, V, V.

b) V, V, F.

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c) V, F, V.

d) F, F, V.

e) F, V, F.

Item 1) Verdadeiro. De novo essa súmula nº 730 do STF?? Já viu que tem

que ter ela na ponta da língua, não é, caro aluno? Sua redação (novamente)

é a seguinte:

““A imunidade tributária conferida a instituições de

assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, "c", da

constituição, somente alcança as entidades fechadas de

previdência social privada se não houver contribuição dos

beneficiários.”

Item 2) Falso. Essa possibilidade é terminantemente proibida tendo em

vista a imunidade recíproca, que veda a instituição de impostos de um ente

político sobre o outro quanto aos seus patrimônios, suas rendas e seus

serviços. Artigo 150, VI, “a”.

Item 3) Verdadeiro. Essa alternativa é decorrência direta de decisão

proferida pelo STF, dispondo que os imóveis, ainda que não utilizados

diretamente pela instituição, mas estando apenas alugados a terceiros,

continuam a ser beneficiados pela imunidade, desde que os rendimentos

oriundos do aluguel sejam utilizados no desenvolvimento dos objetivos

institucionais da entidade.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

Por sua vez, as receitas decorrentes da cobrança de estacionamento de

veículos em áreas internas das entidades destinada ao custeio da atividade,

bem como a relativa à venda de ingressos de cinema para o público estão

acobertadas pela imunidade conferida às entidades. Veja as decisões do STF

sobre o tema:

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“EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA

CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.

EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO

SOBRE O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE

VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. Ilegitimidade.

Eventual renda obtida pela instituição de assistência

social mediante cobrança de estacionamento de

veículos em área interna da entidade, destinada ao

custeio das atividades desta, está abrangida pela

imunidade prevista no dispositivo sob destaque. (RE

144900/SP, de 22/04/1997).”

“EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTARIA. CF, ART. 150, VI, C.

SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO - SESC. IMPOSTO SOBRE

SERVIÇOS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE DIVERSÃO

PÚBLICA. A renda obtida pelo SESC na prestação de

serviços de diversão pública, mediante a venda de

ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada

em suas finalidades assistenciais, estando abrangida

na imunidade tributaria prevista no art. 150, VI, c, da

Carta Republica. (AI 155822 AgR/Sp, de 20/04/1994).”

O STF decidiu ainda que o IOF não incidirá sobre operações bancárias

realizadas pelas entidades de educação e assistência social. Veja a decisão da

Corte:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE.

INSTITUIÇ ÃO DE ENSINO SEM FINS LUCRATIVOS. IOF

SOBRE OPERAÇÕES BANCÁRIAS. CF, ART. 150, VI, C.

Hipótese em que o tributo incide sobre o patrimônio das

entidades da espécie, representado por ativos financeiros,

com ofensa à imunidade prevista no dispositivo em

referência. (RE 249980 Agr/RJ, de 23/04/2002).”

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Em outro julgado, a Suprema Corte declarou a imunidade relativa ao SENAC

(instituição de educação sem fins lucrativos) quanto ao ITBI referente à

aquisição de imóvel locado a terceiros, e sendo os valores relativos ao aluguel

empregados nas finalidades institucionais da entidade. Outra decisão, por sua

vez, refere-se ao IPTU sobre imóveis locados a terceiros. Veja as decisões:

“EMENTA: - Recurso extraordinário. SENAC. Instituição de

educação sem finalidade lucrativa. ITBI. Imunidade. - Falta

de prequestionamento da questão relativa ao princípio

constitucional da isonomia. - Esta Corte, por seu Plenário, ao

julgar o RE 237.718, firmou o entendimento de que a

imunidade tributária do patrimônio das instituições de

assistência social (artigo 150, VI, "c", da Constituição) se

aplica para afastar a incidência do IPTU sobre imóveis de

propriedade dessas instituições, ainda quando alugados a

terceiros, desde que os aluguéis sejam aplicados em suas

finalidades institucionais. - Por identidade de razão, a mesma

fundamentação em que se baseou esse precedente se aplica

a instituições de educação, como a presente, sem fins

lucrativos, para ver reconhecida, em seu favor, a imunidade

relativamente ao ITBI referente à aquisição por ela de

imóvel locado a terceiro, destinando-se os aluguéis a

ser aplicados em suas finalidades institucionais. (RE

235737/SP, de 13/11/2001).”

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPTU.

IMUNIDADE. INSTITUIÇÃO DE ENSINO. CF, art. 150, VI, c.

IMÓVEL LOCADO. I. - Aplicabilidade da imunidade

tributária CF, art. 150, VI, c , mesmo tratando-se de

imóvel locado a terceiros, de modo a excluir a

incidência do IPTU sobre o imóvel de propriedade da

entidade imune. (RE 503069 AgR/MG, de 08/11/2005).”

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“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL.

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE ENTIDADE

BENEFICENTE DE EDUCAÇÃO. SESC. APLICABILIDADE. 1. As

entidades privadas de serviço social e de formação

profissional vinculadas ao sistema sindical, como o Serviço

Social do Comércio - SESC, são imunes à tributação por

impostos (art. 150, VI, c da Constituição) (AI 409806 AgR/

DF, de 06/04/2010).”

Outra decisão do STF diz respeito à imunidade a ser conferida em relação aos

imóveis pertencentes às entidades de assistência social utilizados para

atividades de lazer e recreação, não se configurando como um desvio de

finalidade a fulminar o direito protegido pela benesse constitucional. A

atividade, conforme a Corte, estaria dentro dos objetivos institucionais da

entidade. Veja a decisão:

“EMENTA Imunidade tributária. IPTU. Finalidade do bem.

1. A utilização do imóvel para atividade de lazer e

recreação não configura desvio de finalidade com

relação aos objetivos da Fundação caracterizada como

entidade de assistência social. 2. A decisão que afasta o

desvio de finalidade para o fim de assegurar a imunidade

tributária com base no reconhecimento de que a atividade de

recreação e lazer está no alcance dos objetivos da Fundação

não agride o art. 150, § 4º, inciso VI, da Constituição

Federal. (RE 236174/SP, de 02/09/2008).”

Da mesma maneira, temos o reconhecimento da imunidade conferida aos

imóveis utilizados pelas entidades de educação como escritório e residência

dos seus membros. Essa previsão será válida desde que atendidos os

requisitos relacionados às finalidades da entidade.

“IMUNIDADE - INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA

SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS - IMÓVEIS - ESCRITÓRIO E

RESIDÊNCIA DE MEMBROS. O fato de os imóveis estarem

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sendo utilizados como escritório e residência de

membros da entidade não afasta a imunidade prevista

no artigo 150, inciso VI, alínea "c", § 4º da Constituição

Federal. (RE 221395/SP, de 08/02/2000).”

Por fim, temos as decisões do STF quanto aos seguintes impostos: II, IPI e

ICMS, relativamente à imunidade das entidades aqui estudadas.

Conforme o STF, não incidem o II, o ICMS e o IPI sobre a importação de bens

a serem utilizados na prestação de serviços específicos da entidade, uma vez

que estão protegidos pelo manto da imunidade.

Ainda quanto ao ICMS, esse imposto não incidirá sobre os produtos

adquiridos no mercado interno, desde que esses sejam destinados a compor o

patrimônio da entidade.

Veja as decisões que fundamentam o exposto acima:

“ICMS. IMUNIDADE. (ART. 150, VI, C, DA CF). AQUISIÇÃO

DE MERCADORIAS E SERVIÇOS NO MERCADO INTERNO.

ENTIDADE BENEFICENTE. 1. A imunidade tributária prevista

no art. 150, VI, c, da Constituição, compreende as aquisições

de produtos no mercado interno, desde que os bens

adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades

beneficentes. (AI 535922 AgR/RS, de 30/09/2008).”

“EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. IMUNIDADE. OPERAÇÕES DE

IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA REALIZADA POR ENTIDADE

DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. AGRAVO IMPROVIDO. I - A

jurisprudência da Corte é no sentido de que a imunidade

prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal abrange o

ICMS incidente sobre a importação de mercadorias utilizadas

na prestação de seus serviços específicos. (AI 669257

AgR/RS, de 17/03/2009).”

“EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IMPOSTO SOBRE

PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS E IMPOSTO DE

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IMPORTAÇÃO. ENTIDADE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.

IMPORTAÇÃO DE "BOLSAS PARA COLETA DE SANGUE". A

imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição

Federal, em favor das instituições de assistência social,

abrange o Imposto de Importação e o Imposto sobre

Produtos Industrializados, que incidem sobre bens a serem

utilizados na prestação de seus serviços específicos. (RE

243807/SP, de 15/02/2000).”

Para finalizar, as entidades beneficentes de assistência social que atendam

aos requisitos estabelecidos em lei também são imunes a contribuições

sociais para a seguridade social (artigo 195, §7º). Veja o que nos diz o texto

do §7º do artigo 195 da CF/88:

“§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade

social as entidades beneficentes de assistência social

que atendam às exigências estabelecidas em lei.”

Mais uma vez, embora o texto da CF/88 faça menção ao termo isenção,

estamos diante de uma imunidade, já que está presente no corpo da Carta

Magna Federal de 1988.

Essa previsão tem um sentido lógico: já essas entidades tem como função

primária o desenvolvimento de atividades relacionadas à assistência social, e

as contribuições para a seguridade social são exatamente para o

financiamento, também, da assistência social, não é coerente tributar essas

entidades, tendo em vista ainda, regra geral, a escassa soma de valores que

dispõe para a consecução do seu mister social.

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(CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado - 1/Primeira Fase)

Entidade beneficente de assistência social sem fins lucrativos pode gozar,

desde que atenda aos requisitos legais, de imunidade de:

a) contribuições para a seguridade social, a despeito de ter de pagar impostos

sobre patrimônio, renda e serviços.

b) impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, mas não de contribuições

para a seguridade social.

c) impostos sobre o patrimônio, renda e serviços e de contribuições para a

seguridade social.

d) quaisquer impostos, mas não de contribuições para a seguridade social.

Conforme vimos, as entidades beneficente de assistência social estão imunes

aos impostos sobre o patrimônio, as rendas e os serviços vinculados às suas

finalidades essenciais, bem como às contribuições sociais para a seguridade

social, bem como a contribuições para a seguridade social.

Logo, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão

(FCC/2008/TCE-AL/Procurador) As entidades beneficentes de assistência

social que atendam às exigências estabelecidas em lei, conforme a

Constituição federal:

a) possuem isenção de contribuição para a seguridade social e de imposto

incidente sobre a renda.

b) são imunes de imposto sobre a circulação de mercadorias e demais

impostos incidentes sobre serviços relacionados às finalidades essenciais.

c) devem cumprir obrigação tributária principal relativamente a impostos

incidentes sobre patrimônio relacionados com as finalidades essenciais.

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d) são imunes de contribuição para seguridade social e imposto incidente

sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais.

e) são isentos de imposto sobre a renda, patrimônio e serviços relacionados

com as finalidades essenciais.

Alternativa a) Incorreta. As entidades podem até gozar de algum tipo de

isenção, mas estas não estarão previstas no corpo da CF/88, e sim em lei

competente da União. Quanto ao imposto sobre a renda, estas estão

abrangidas pela imunidade quanto às suas rendas.

Alternativa b) Incorreta. Os serviços prestados pelas entidades não serão

tributados com impostos sobre esses serviços, o mesmo não se podendo dizer

em relação à circulação de mercadorias, sobras as quais incide normalmente

o ICMS, imposto de competência estadual. Observe que a imunidade alcança

apenas os impostos incidentes sobre o patrimônio, as rendas e os serviços

relacionados às suas finalidades essenciais.

Alternativa c) Incorreta. A imunidade não desonera nenhuma pessoa, seja

pública ou privada, do cumprimento de obrigações acessórias relativas aos

tributos imunizados.

Alternativa d) Correta. É o que prevê a CF/88 em seu texto. Conforme

vimos, as entidades beneficente de assistência social estão imunes aos

impostos sobre o patrimônio, as rendas e os serviços vinculados às suas

finalidades essenciais, bem como às contribuições sociais para a seguridade

social, bem como a contribuições para a seguridade social.

Alternativa e) Incorreta. Tecnicamente existe uma imunidade, e não uma

isenção, já que constam no texto da CF/88.

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(ESAF/PROCURADOR DO TCE/GO/2007) Entre as afirmativas abaixo,

relativas à imunidade e isenções tributárias, assinale a correta.

a) Os partidos políticos são entidades imunes, benefício que não se estende

às suas fundações.

b) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos não é extensiva

aos aluguéis de apartamento de sua propriedade revertidos às suas

finalidades institucionais.

c) A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao papel nele

utilizado se a obra tiver fins didático-educacionais.

d) A isenção por prazo certo e em função de determinadas condições

atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido.

e) A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade

econômica, é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando

ao pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores

incidentes sobre seus carros.

Alternativa a) Incorreta. A imunidade é extensível às suas fundações,

desde que relacionadas às suas finalidades essenciais, assim como em

relação aos partidos políticos.

Alternativa b) Incorreta. É exatamente o contrário. A imunidade somente

pode ser usufruída por essas entidades se disser respeito às suas finalidades

institucionais essenciais.

Alternativa c) Incorreta. Conforme veremos no item seguinte da aula, e

diante desse tema, o STF entendeu que, ao tempo da promulgação da CF/88,

o legislador constituinte originário não fez qualquer distinção quanto à

relevância, valor artístico ou didático ou ainda quanto à qualidade da

produção cultural veiculada nos meios impressos imunizados. Dessa maneira,

bíblias, livros de poesias, revistas pornôs, livros infantis, revistas de fofoca,

entre outras publicações, estão acobertadas pelo manto da imunidade

cultural.

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Alternativa d) Correto. É o teor do que consta no 178 do CTN, caput e §2º,

juntamente com o artigo 155. Esse tema será visto quando se estudam as

hipóteses de exclusão do crédito tributário.

Alternativa e) Incorreto. A CEF não presta serviço de prestação obrigatória

e exclusiva do Estado, motivo pelo qual não está abrangida pela imunidade

recíproca estendida às empresas públicas e sociedades de economia mista

que possuem essas características.

Vamos agora à imunidade cultural!

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Imunidade Cultural

Estudaremos agora a última imunidade prevista no artigo 150 da CF/88: a

imunidade cultural, que exonera de IMPOSTOS os livros, jornais,

periódicos e o papel destinado à impressão destes. A redação desse

artigo, relativamente ao seu inciso IV, é a seguinte:

“Art. 150 (...)

VI - instituir impostos sobre: (...)

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua

impressão.”

Essa imunidade visa preservar os direitos fundamentais relativos à livre

manifestação do pensamento, do acesso de todos à informação e ao estímulo

à produção artística, intelectual, cientifica e de comunicação. Todos os

direitos acima estão previstos no artigo 5º, que assim nos diz em seus

incisos:

“IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o

anonimato;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,

científica e de comunicação, independentemente de censura

ou licença;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e

resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício

profissional;“

O dispositivo imunizante se apresenta como uma norma de eficácia plena e

aplicabilidade imediata, uma vez que não necessita de regulação

infraconstitucional para ser usufruído pelos beneficiários. Trata, por sua vez,

de imunidade de caráter OBJETIVO, uma vez que é destinada aos meios de

propagação da informação e do conhecimento de forma impressa, bem como

ao insumo que os dá vida (papel).

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Diante da sua natureza de imunidade objetiva, esta visa impedir a tributação

por meio dos seguintes impostos: ICMS, IPI, II e IE. Quanto aos demais

impostos, estes deverão incidir normalmente.

Logo, o ICMS devido em relação à circulação de papel destinado à impressão

de jornais não será devido em razão da imunidade. O mesmo não se aplica ao

IR sobre a renda auferida pela empresa que confecciona o jornal e os vende

diariamente, bem como quanto ao IPVA de veículo pertencente à mesma

entidade, sendo devido normalmente.

Por sua vez, a imunidade não alcança qualquer pessoa envolvida na

impressão de livros, jornais e periódicos, mas apenas ESTES ELEMENTOS,

junto com o papel destinado à impressão destes.

“EMENTA: TRIBUTÁRIO. ANISTIA DO ART. 150, VI, D, DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IPMF. EMPRESA DEDICADA À

EDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE LIVROS,

JORNAIS, REVISTAS E PERIÓDICOS. Imunidade que

contempla, exclusivamente, veículos de comunicação e

informação escrita, e o papel destinado a sua impressão,

sendo, portanto, de natureza objetiva, razão pela qual não

se estende às editoras, autores, empresas jornalísticas

ou de publicidade -- que permanecem sujeitas à

tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos.

Consequentemente, não há falar em imunidade ao tributo

sob enfoque, que incide sobre atos subjetivados

(movimentação ou transmissão de valores e de créditos e

direitos de natureza financeira). (RE 206774/RS, de

03/08/1999).”

O mesmo pensamento se observa na seguinte decisão, quanto à não

extensão da imunidade aos serviços prestados quanto à distribuição,

transporte ou entrega dos livros, jornais e periódicos.

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“EMENTA: TRIBUTÁRIO. ISS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART.

150, VI, D, DA CF. SERVIÇOS DE DISTRIBUIÇÃO,

TRANSPORTE OU ENTREGA DE LIVROS, JORNAIS,

PERIÓDICOS E DO PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO.

ABRANGÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO

RESTRITIVA. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade tributária

prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal não

abrange os serviços prestados por empresas que fazem a

distribuição, o transporte ou a entrega de livros, jornais,

periódicos e do papel destinado a sua impressão. (RE 530121

AgR/PR, de 09/11/2010).”

Assim, o STF possui entendimento no sentido de que a imunidade tributária

prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal deve ser interpretada

restritivamente e que seu alcance, tratando-se de insumos destinados

à impressão de livros, jornais e periódicos, estende-se,

exclusivamente, a materiais que se mostrem assimiláveis ao papel.

(RE 504615 AgR/03/05/2011).

Dessa maneira, entende o SFT ainda que a imunidade cultural não pode ser

estendida a outros insumos que não aqueles abrangidos pelo conceito de

papel destinado à impressão dos livros, jornais e periódicos.

Por sua vez, é amplo o debate e o universo de decisões sobre a abrangência

dos conceitos contidos no texto da alínea “d” do artigo 150. Veremos agora

cada um deles, uma vez que estão sendo exigidos cada vez mais em provas

de concursos.

Para o STF, a imunidade abrange os seguintes produtos:

☺ Álbuns de figurinhas e listas telefônicas (RE 114790);

☺ Apostilas, classificados como veículos de transmissão de cultura

simplificada (RE 183403);

☺ Filmes e papeis fotográficos necessários à publicação de jornais e

periódicos (Súmula STF nº 657);

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☺ Materiais relacionados com papel (papel fotográfico, papel telefoto,

filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens

monocromáticas, papel fotográfico para fotocomposição por laser) (RE

178863);

☺ Papel fotográfico - filmes não impressionados (RE 203859);

☺ Filmes destinados à produção de capas de livros - filme Bopp (RE

597746);

☺ Papel, papel fotográfico e papel para artes gráficas consumidos no

processo produtivo do jornal (RE 276842);

Contrariamente, não podem os seguintes elementos serem imunizados

pela imunidade cultural presente no texto constitucional:

� Tinta utilizada na impressão de livros, jornais e periódicos (RE 230782);

� Serviços de composição gráfica (RE 435978);

� Calendários, livros contábeis, blocos de papel para anotação, agendas

de anotações, encartes exclusivos de propaganda distribuídos com

jornais e periódicos e cadernos (RE 213094);

� Produtos à base de solução alcalina, utilizados na aceleração do

processo de secagem da tinta utilizada na impressão de jornais (RE

204234);

� Tiras plásticas (fios de polipropileno) utilizados na amarração de jornais

(RE 220154);

� Tintas (RE 265025);

� Importação de insumos gráficos (RE 203267);

� Filmes de polímeros de polipropileno utilizados para aumentar a

sustentação das capas de livros (RE 215798).

Outro tema bastante importante é quanto à abrangência da imunidade

tomando em consideração o valor artístico da obra e a relevância das

informações contidos nos jornais, livros e periódicos, em especial nesses dois

últimos.

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Diante desse tema, o STF entendeu que, ao tempo da promulgação da CF/88,

o legislador constituinte originário não fez qualquer distinção quanto

à relevância, valor artístico ou didático ou ainda quanto à qualidade

da produção cultural veiculada nos meios impressos imunizados. Dessa

maneira, bíblias, livros de poesias, revistas pornôs, livros infantis, revistas de

fofoca, entre outras publicações, estão acobertadas pelo manto da imunidade

cultural.

Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este

benefício fiscal instituído para proteger direito tão importante ao exercício da

democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade

cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público

infanto-juvenil (RE 221239, de 25/05/2004). O mesmo se observa quanto ao

material destinado a outras faixas etárias, por óbvio.

Veja a decisão do STF quanto ao tema:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI,

"D" DA CF/88. "ÁLBUM DE FIGURINHAS". ADMISSIBILIDADE.

1. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o

papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar

embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual,

artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o

acesso da população à cultura, à informação e à educação. 2.

O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez

ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à

relevância das informações divulgadas ou à qualidade

cultural de uma publicação. 3. Não cabe ao aplicador da

norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal

instituído para proteger direito tão importante ao exercício da

democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da

qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação

destinada ao público infanto-juvenil.”

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Por fim, temos o debate quanto à abrangência da imunidade e sua extensão

aos livros veiculados em mídias magnéticas ou em meio eletrônico, tendo em

vista os avanços tecnológicos advindos posteriormente à promulgação da

Carta Federal de 1988, que, ao seu tempo, não tinha como prever o

surgimento e disseminação dessas espécies de veiculação do conhecimento.

A questão, no entanto, ainda é muito controversa, com parte da doutrina

determinando a impossibilidade de extensão da imunidade e outra em sentido

contrário, extendendo-a às publicações contidas em meio magnético ou

eletrônico.

A tendência do STF, por sua vez, é pela não extensão da imunidade às essas

espécies, restringindo a imunidade apenas aos meios impressos em papel,

conforme preconizado pelo legislador constituinte originário. Assim, a

imunidade cultural não é extensível às publicações eletrônicas. Pelo menos

por enquanto. ☺

(ESAF/RFB/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2003)

. Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos seus

filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de

imunidade tributária?

· Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes

fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão

abrangidos por imunidade tributária?

· A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a

seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de

comercialização de livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua

impressão?

a) Não, sim, não.

b) Não, não, sim.

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c) Não, não, não.

d) Sim, sim, não.

e) Sim, não, sim.

1) NÃO. A Súmula STF nº 730 no diz o seguinte sobre o temas das entidades

fechadas de previdência complementar, imunidade e contribuições:

“A imunidade tributária conferida a instituições de assistência

social sem fins lucrativos pelo art. 150, vi, "c", da

constituição, somente alcança as entidades fechadas de

previdência social privada se não houver contribuição

dos beneficiários.”

Assim, caso seja observada a participação por meio de contribuição

quanto aos beneficiários, a imunidade não será observada, ficando a

entidade fechada de previdência social sujeita a impostos dos entes

federativos.

2) SIM. Conforme vimos nesse item da aula, para o STF, a imunidade

cultural abrange os seguintes produtos:

☺ Álbuns de figurinhas e listas telefônicas (RE 114790);

☺ Apostilas, classificados como veículos de transmissão de cultura

simplificada (RE 183403);

☺ Filmes e papeis fotográficos necessários à publicação de jornais e

periódicos (Súmula STF nº 657);

☺ Materiais relacionados com papel (papel fotográfico, papel telefoto,

filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens

monocromáticas, papel fotográfico para fotocomposição por laser) (RE

178863);

☺ Papel fotográfico - filmes não impressionados (RE 203859);

☺ Filmes destinados à produção de capas de livros - filme Bopp (RE

597746);

☺ Papel, papel fotográfico e papel para artes gráficas consumidos no

processo produtivo do jornal (RE 276842);

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3) NÃO. Diante da sua natureza de imunidade objetiva, a imunidade cultural

visa impedir a tributação por meio dos seguintes impostos: ICMS, IPI, II e IE.

Quanto aos demais impostos, estes deverão incidir normalmente.

Logo, o ICMS devido em relação à circulação de papel destinado á impressão

de jornais não será devido em razão da imunidade. O mesmo não se aplica ao

IR sobre a renda auferida pela empresa que confecciona o jornal e os vende

diariamente, bem como quanto ao IPVA de veiculo pertencente à mesma

entidade, sendo devido normalmente.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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Imunidades Específicas

Nesse último item relativo às imunidades tributárias, apresentarei a relação

das demais imunidades presentes no corpo da Carta Magna Federal,

disciplinando assuntos dos mais diversos possíveis.

Essas imunidades estão espalhadas por toda a CF/88, não estando

presentes na seção constitucional destinada às limitações constitucionais ao

poder de tributar. Por sua vez, essas imunidades se referem a diversos tipos

de tributos e de mais de um ente político, não só da União.

Procurei organizar, sempre que possível, as imunidades conforme os

tributos a que se referem.

Vamos em frente!

TAXAS, EMOLUMENTOS E CUSTAS JUDICIAIS

Quanto às taxas, temos as seguintes imunidades:

• Obtenção de certidões em repartições públicas (artigo 5º, XXXIV);

• Celebração de Casamento Civil (artigo 226, §1º).

Quanto aos emolumentos, considerados taxas pelo STF, temos o seguinte:

• Registro Civil de nascimento e certidão de óbito, para os

reconhecidamente pobres (artigo 5º, LXXVI).

Quanto às custas judiciais, também considerados taxas pelo STF, temos as

imunidades que seguem:

• Proposta de ação popular, salvo se comprovada a má-fé do

proponente (artigo 5º, LXXIII);

• Proposição de habeas corpus, habeas data e, na forma que dispuser a

lei, dos demais atos necessários ao exercício da cidadania (artigo 5º,

LXXVII).

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IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI

A CF/88 determina em seu artigo 153, §3º, II, que não haverá incidência do

imposto federal nos casos de exportação de produtos industrializados para o

exterior.

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL

Para o imposto federal sobre a propriedade rural, a CF/88 conferiu

imunidade ao pagamento do imposto às pequenas glebas rurais, conforme

definição prevista em lei, desde que sejam exploradas pelo seu proprietário

e que este não possua outro imóvel.

Esta imunidade está prevista no artigo 153, §4º, II. Por sua vez, a lei que

define o que vem a ser uma gleba rural e demais normativos relativos ao

imposto é a de número 9.393/96.

Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicações - ICMS

Para o imposto de competência estadual, a CF/88 desonerou as seguintes

situações, previstas no seu artigo 155, §2º, X:

• Operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre serviços

prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o

aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e

prestações anteriores;

• Operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive

lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e

energia elétrica;

• Sobre o ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento

cambial;

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• Nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de

radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;

Imposto sobre a transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato

oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de

direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como

cessão de direitos a sua aquisição - ITBI

Quanto a esse imposto de competência municipal, a CF/88 imunizou as

seguintes operações de transmissão de bens imóveis, conforme previsto no

artigo 156, §2º:

• Transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de

pessoa jurídica em realização de capital,

• Transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação,

cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a

atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses

bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

Contribuições Sociais e Contribuições de Intervenção no Domínio

Econômico (CIDE)

Por expressa disposições constitucional, todas as receitas decorrentes de

operações de exportação estão imunes às contribuições sociais e às CIDE’s.

Essa previsão consta no artigo 149, §2º, I.

Contribuições Previdenciárias

São imunes a contribuições previdenciárias os rendimentos recebidos em

aposentadoria ou pensão concedidos pelo Regime Geral de Previdência

Social (RGPS), conforme artigo 195, II. A imunidade não abrange os

regimes próprios de previdência social!

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Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social

São imunes a contribuições para o Financiamento da Seguridade Social

(PIS, PASEP, COFINS, entre outras) as entidades beneficentes de

assistência social que atendam aos requisitos e exigências estabelecidos em

lei. Essa imunidade, no texto constitucional, aparece expressamente

descrita como uma isenção. É comum as bancas afirmarem que realmente

se trata de uma isenção, mas, como vimos, é irrelevante a denominação

que consta no texto da CF/88, sendo sempre uma imunidade.

Tributos em Geral, exceto IOF (imposto sobre operações

financeiras) e a antiga CPMF

Sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento

cambial, ficará sujeito à incidência apenas do IOF e da antiga CPMF

(Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), conforme os

artigos 153, §5º, e 74, §2º, da ADCT.

O ouro, quando ativo financeiro ou instrumento cambial está previsto na lei

federal nº 7.766, de 11 de maio de 1989.

Imposto em Geral, exceto quanto ao II, IE e ICMS

São imunes a IMPOSTOS as operações relativas a energia elétrica,

derivados de petróleo, minerais, combustíveis e serviços de

telecomunicações do nosso país, conforme consta no artigo 155, §3º.

Observe que a previsão exclui a incidência apenas de impostos, nada

impedindo a instituição de contribuições sobre essas mercadorias.

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Questões Propostas

1. (ESAF/SRF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO NACIONAL/1994)

Sobre as imunidades tributárias, podemos afirmar que

a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio exterior.

b) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar.

c) são extensivas às autarquias e às fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos

serviços, vinculados ou não a suas finalidades essenciais.

d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigação

tributária para os casos por ela abrangidos.

e) são hipóteses de não-incidência legalmente qualificada.

2. (ESAF/PREFEITRUA MUNICIPAL DE RECIFE/AUDITOR DO

TESOURO MUNICIPAL/2003) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou

serviços das instituições de educação e de assistência social, sem fins

lucrativos. No entanto, de acordo com o Código Tributário Nacional, tal

imunidade tributária é subordinada à observância, pelas referidas

instituições, do seguinte requisito, entre outros:

a) aplicarem integralmente, no Brasil ou em suas controladas no exterior, os

seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais.

b) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a

qualquer título.

c) no caso de instituições de educação, oferecerem gratuitamente pelo

menos 50% das vagas de seus cursos regulares a alunos carentes.

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d) não remunerarem seus empregados com salários superiores aos pagos

por empresas públicas, em se tratando de cargos de iguais atribuições.

e) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a

título de lucro ou participação no seu resultado.

3. (ESAF/AGENTE FISCAL DE RENDAS/ISS/RJ/2010) Sobre a

imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de

impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços,

uns dos outros, é incorreto afirmar que:

a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais

da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às

operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a

correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio

de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito

tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis.

b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se

refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades

essenciais ou às delas decorrentes.

c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas

prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que

exercem atividade econômica em sentido estrito.

d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não

alcançando as contribuições.

e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de

bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do

bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’).

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4 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público

Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto às limitações

constitucionais ao poder de tributar,

(A) estão todas previstas no art. 150 da CF.

(B) há vedações para todos os entes políticos, vedações específicas para a

União e e vedações específicas para os Estados e Distrito Federal, mas não

há vedações específicas para os Municípios.

(C) restringem-se à legalidade, à irretroatividade e à anterioridade.

(D) podem ser ampliadas ou restringidas desde que por Emenda

Constitucional.

(E) tem sua origem e fundamento no Estado Social.

5. (ESAF/RFB/TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL/2002.2) Assinale a

opção correta.

a) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas

subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei

complementar.

b) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas

subsidiárias gozarão dos privilégios fiscais estabelecidos em lei

complementar.

c) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas

subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei, desde

que extensivos às do setor privado

d) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de imunidade

quanto aos tributos dos outros entes políticos em decorrência da imunidade

recíproca.

e) O regime jurídico tributário das empresas públicas e das sociedades de

economia mista que explorem atividade econômica de produção ou de

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comercialização de bens é estabelecido em norma complementar da

legislação tributária.

6 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público

Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto às imunidades:

(A) são sempre referidas no texto constitucional pela expressão

“imunidade”.

(B) são sempre referidas no texto constitucional pela expressão “isenção”.

(C) são referidas no texto constitucional através de várias expressões, ora

como isenção, ora como nãoincidência, ora como gratuidade, dentre outras.

(D) são normas que podem ser afastadas pelo legislador ordinário, desde

que de modo expresso e inequívoco, pois os entes políticos não são

obrigados a exercer seu direito de não-tributar.

(E) são todas auto-aplicáveis.

7. (ESAF/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL ESTADUAL/2007) A norma que

impede que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios tributem,

reciprocamente, seus patrimônios, rendas ou serviços, denomina-se a)

imunidade.

b) isenção.

c) norma geral anti-elisiva.

d) anistia.

e) não-incidência.

8 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público

Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto à imunidade

estabelecida pelo art. 150, VI, “a”, da CF,

(A) conforme orientação do STF, abrange não apenas os impostos

incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços dos entes políticos,

mas todos os impostos no que diz respeito às atividades típicas dos entes

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políticos, pois quaisquer incidências comprometeriam seu patrimônio, sua

renda ou seus serviços.

(B) é conhecida por isenção heterônoma.

(C) depende de regulamentação por lei complementar.

(D) abrange quaisquer tributos, tanto impostos, como taxas, contribuições

de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.

(E) abrange apenas tributos não-vinculados, como impostos e contribuições

especiais.

9. (ESAF/SRF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO NACIONAL/1996)

Quanto às imunidades tributárias, é procedente afirmar que:

a) são reguladas exclusivamente mediante lei ordinária federal.

b) não se aplicam às taxas e contribuições sociais.

c) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar.

d) são extensivas aos partidos políticos, no que se refere ao patrimônio, à

renda e aos serviços vinculados ou não às suas atividades essenciais.

e) são normas constitucionais que colaboram no desenho das competências

impositivas.

10 - (FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público

Especial junto ao Tribunal de Contas do RS) Consideram-se

imunidades:

(a) as normas constitucionais negativas de competência tributária.

(b) os benefícios fiscais concedidos pelos entes tributantes que desobriguem

determinados contribuintes do pagamento de tributos específicos.

(c) apenas as normas constitucionais que fazem referência expressa ao

termo “imunidade”.

(d) toda e qualquer desoneração tributária.

(e) as isenções e alíquotas zero.

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11 - (FCC/2005/PGE-SE/Procurador de Estado) A chamada

"imunidade recíproca" que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e

aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns

dos outros, também é extensiva às

a) autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no

que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas

finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

b) sociedades de economia mista e às empresas públicas em qualquer

hipótese de serviço praticado.

c) fundações mantidas pela iniciativa privada, sem fins lucrativos,

abrangendo não só o seu patrimônio, renda ou serviços, mas também todos

os fatos que não estejam vinculados a sua atividade fim.

d) pessoas que compõem a Administração Pública Indireta no que se refere

exclusivamente ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a

exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a

empreendimentos privados.

e) concessionárias de serviço público no que se refere ao patrimônio, à

renda e aos serviços relacionados com a exploração de sua atividade

econômica.

12. (ESAF/SEFAZ-PA/FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/2002) A

não-incidência de impostos sobre as autarquias e as fundações públicas, no

que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas

finalidades essenciais ou delas decorrentes, resulta de:

a) remissão.

b) anistia.

c) isenção.

d) imunidade.

e) moratória.

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13. (ESAF/SEFAZ-SP/AGENTE FISCAL DE RENDAS/2009) As

imunidades tributárias são classificadas em:

a) ontológicas e políticas.

b) proporcionais e progressivas.

c) diretas e indiretas.

d) cumulativas e não cumulativas.

e) vinculadas e não vinculadas.

14 - (FCC/2010/SEFIN-RO/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) A

vedação constitucional conferida aos entes federados de cobrarem impostos

sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros é denominada

a) não incidência.

b) anistia.

c) isenção recíproca.

d) imunidade recíproca.

e) remissão específica.

15. (ESAF/RFB/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2003)

. Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos

seus filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de

imunidade tributária?

· Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes

fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão

abrangidos por imunidade tributária?

· A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a

seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra

de comercialização de livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua

impressão?

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a) Não, sim, não.

b) Não, não, sim.

c) Não, não, não.

d) Sim, sim, não.

e) Sim, não, sim.

16 - (FCC/2009/DPE-SP/Defensor Público) A respeito das limitações

do poder de tributar, assinale a opção INCORRETA.

a) A imunidade prevista sobre a tributação do patrimônio, renda ou serviços

das instituições de assistência social inclui as rendas recebidas dos imóveis

alugados, quando aplicadas em suas finalidades essenciais.

b) A concessão da imunidade sobre livros, jornais e periódicos independe da

prova do valor cultural ou pedagógico da publicação.

c) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado

instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros,

inclusive nas hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços

estejam relacionados com explorações de atividades econômicas regidas

pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados.

d) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer

diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão

de sua procedência ou destino.

e) Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a

imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e

Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço

público de prestação obriga tória e exclusiva do Estado.

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17 - (FCC/2011/MPE-CE/Promotor de Justiça) Sobre a imunidade,

analise os itens a seguir:

I. As imunidades tributárias vêm fixadas na Constituição Federal ou em lei

complementar federal.

II. As imunidades alcançam apenas os impostos.

III. O patrimônio, a renda e os serviços relacionados às finalidades

essenciais dos templos de qualquer culto são imunes de impostos.

IV. A previsão de que o cidadão ficará isento de custas judiciais na ação

popular é hipótese de imunidade de taxa.

V. As imunidades somente terão eficácia após regulamentação por lei

complementar.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) I e II.

b) III e IV.

c) IV e V.

d) I, II e III.

e) III, IV e V.

18 - (FCC/2009/TCE-GO/Analista de Controle Externo/Direito) A

Constituição Federal expressamente contempla a imunidade aos templos de

qualquer culto. Esta imunidade alcança

a) todos os tributos.

b) todos os impostos.

c) os tributos que incidam sobre patrimônio, renda e serviços relacionados

com as finalidades essenciais da entidade.

d) os impostos que incidam sobre patrimônio, renda e serviços relacionados

com as finalidades essenciais da entidade.

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e) os tributos que incidam sobre as atividades discriminadas em lei

complementar.

19. (ESAF/RFB/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO

BRASIL/2005) No tocante às imunidades tributárias conferidas às

instituições de assistência social sem fins lucrativos, só uma afirmação não

pode ser feita:

a) É subordinada, entre outros, ao requisito de que apliquem integralmente

no País os seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais, ou

de outros que com estes guardem semelhança.

b) Somente alcançam as entidades fechadas de previdência social privada

se não houver contribuição dos beneficiários.

c) Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência social, da

condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte.

d) Não dispensa tais entidades do cumprimento de obrigações tributárias

acessórias, como a de manterem escrituração de suas receitas e despesas

em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel

pertencente a tais instituições, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado

nas atividades essenciais de tais entidades.

20. (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL/RN/2004)

Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e

com F as falsas; em seguida, marque a resposta correta.

( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições

de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades

fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos

beneficiários.

( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios

que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes.

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( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando

alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial

e territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas

atividades essenciais de tal entidade.

a) V, V, V.

b) V, V, F.

c) V, F, V.

d) F, F, V.

e) F, V, F.

21 - (FCC/2008/TCE-AL/Procurador) As entidades beneficentes de

assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei, conforme

a Constituição federal:

a) possuem isenção de contribuição para a seguridade social e de imposto

incidente sobre a renda.

b) são imunes de imposto sobre a circulação de mercadorias e demais

impostos incidentes sobre serviços relacionados às finalidades essenciais.

c) devem cumprir obrigação tributária principal relativamente a impostos

incidentes sobre patrimônio relacionados com as finalidades essenciais.

d) são imunes de contribuição para seguridade social e imposto incidente

sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades

essenciais.

e) são isentos de imposto sobre a renda, patrimônio e serviços relacionados

com as finalidades essenciais.

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22 - (FCC/2011/NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO/Advogado)

Haverá imunidade tributária para:

a) impostos incidentes sobre o patrimônio, renda e serviços de autarquias e

fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, desde que relacionados

com suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.

b) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e aos serviços relacionados

com exploração de atividades econômicas de empresas públicas e

sociedades de economia mista.

c) contribuições devidas por pessoas jurídicas de direito público interno,

incidentes sobre folha de salários de empregados públicos.

d) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços das instituições de

educação e assistência social, sem fins lucrativos.

e) tributos incidentes sobre operações que destinem mercadorias para o

exterior e sobre serviços prestados a destinatários no exterior.

23 - (ESAF/RFB/ TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL/2005/COM

ADAPTAÇÕES) Em relação às imunidades, avalie as afirmações abaixo e,

em seguida, marque a opção correta.

I. A diferença básica entre imunidade e isenção está em que a primeira atua

no plano da definição da competência, e a segunda no plano do exercício da

competência.

II. As imunidades podem ser definidas em função de condições pessoais de

quem venha a vincular-se às situações materiais que ensejariam a

tributação.

III. As imunidades podem ser definidas em função do objeto suscetível de

ser tributado.

IV. A Constituição, ao definir a competência, excepciona determinadas

situações que, não fosse a imunidade, estariam dentro do campo da

competência, mas por força da norma de imunidade, permanecem fora do

alcance do poder de tributar.

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a) Todos os itens estão corretos.

b) Há apenas um item correto.

c) Há dois itens corretos.

d) Há três itens corretos.

e) Todos os itens estão errados.

24 - (FCC/2011/TJ-PE/Juiz) O art. 155, § 2º , inciso X, letra “d”, da

Constituição Federal, enuncia que o ICMS “não incidirá” sobre prestação de

serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão e transmissão de

imagens. Bem observado, o dispositivo consagra, segundo a melhor

doutrina do direito:

a) hipótese de não-incidência tributária.

b) imunidade tributária.

c) isenção de nível constitucional.

d) isenção pura e simples.

e) remissão fiscal.

25 - (FCC/2010/PGM-TERESINA-PI/Procurador Municipal/Prova

tipo 3) Em virtude de imunidade, o Município NÃO pode instituir

a) impostos sobre patrimônio, renda e serviços de empresas públicas

exploradoras de atividade econômica.

b) impostos sobre patrimônio não relacionado com atividades essenciais dos

templos de qualquer culto.

c) imposto sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao

patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital.

d) taxa sobre serviço de coleta de lixo domiciliar prestado para a União

relativamente a seus imóveis.

e) contribuição de melhoria por obra pública municipal que gere valorização

imobiliária a imóveis de domínio do Estado.

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26 - (FCC/2010/TCE-AP/Procurador) Haverá imunidade sobre:

a) tributos incidentes sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a

sua impressão.

b) impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços dos entes

federados, ainda que os fatos geradores não estejam vinculados a suas

finalidades essenciais ou delas decorrentes.

c) impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços de empresas

públicas, desde que os fatos geradores estejam relacionados com

exploração de atividade econômica.

d) impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços de autarquias,

desde que por fatos vinculados às suas finalidades essenciais ou as delas

decorrentes.

e) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços dos templos de

qualquer culto e dos partidos políticos e suas fundações, desde que

vinculados os fatos geradores a suas atividades essenciais.

27. (ESAF/SRF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO NACIONAL/1994) A

Constituição da República prevê que sobre a energia elétrica podem incidir

somente

a) dois impostos.

b) três impostos.

c) os impostos de importação e de exportação.

d) imposto único sobre energia elétrica.

e) impostos estaduais e municipais.

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28 - (FCC/2006/DPE-SP/Defensor Público) A Constituição Federal, em

seu art. 150, inciso VI, traz um preceito que "estimula" a sociedade civil,

sem fins lucrativos, a agir em benefício das pessoas carentes, suprindo as

insuficiências das pessoas políticas no campo da assistência social. Esse

"estímulo" traduz-se no instituto denominado

a) anistia tributária, eis que isenta determinadas pessoas do pagamento.

b) isenção tributária parcial, porque dispensa do pagamento de impostos.

c) remissão tributária, já que faz desaparecer o crédito tributário.

d) isenção tributária total, porque atinge toda espécie de tributo.

e) imunidade tributária de impostos, conferindo aos beneficiários direito de

não ser tributado.

29 - (FCC/2010/SEFIN-RO/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais)

Considerando as regras constitucionais sobre tributação de uma empresa

pública, é correto afirmar que terá

a) imunidade sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços

relacionados com exploração de atividade econômica.

b) imunidade sobre impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços

relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais.

c) o mesmo regime tributário dos entes federados.

d) isenção de tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços

relacionados com suas atividades essenciais.

e) terá isenção sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços

relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais.

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30 - (ESAF/RFB/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO

BRASIL/2010) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária.

Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela

qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por

força do não-exercício da competência a que tem direito o poder tributante.

a) Imunidade.

b) Não-incidência.

c) Isenção.

d) Alíquota zero.

e) Remissão.

31 - (FCC/2006/SEFAZ-PB/Auditor Fiscal de Tributos

Estaduais/Prova 2) Em relação às imunidades tributárias considere:

I. Somente os livros e revistas didáticos gozam de imunidade tributária

constitucional objetiva.

II.A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem instituir

impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

III. As empresas públicas e sociedade de economia mista gozam de

imunidade tributária.

IV. A imunidade do templo de qualquer culto abrange somente o

patrimônio, renda e serviços, relacionados com as finalidades essenciais do

templo.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

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32 - (FCC/2008/TCE-SP/Auditor do Tribunal de Contas) Sobre as

imunidades tributárias, considere:

I. A imunidade dos templos de qualquer culto compreende todos

tributos relacionados com as suas finalidades essenciais.

II. II. A imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores

compreende somente os impostos sobre a renda, o patrimônio e os

serviços, relacionados com as suas finalidades essenciais.

III. As autarquias e as fundações públicas gozam de imunidade em

relação aos impostos sobre a renda, patrimônio e produção,

vinculados à exploração de suas atividades econômicas.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) I e II.

c) II.

d) II e III.

e) III.

33 - (VUNESP/2011/TJ-RJ/Juiz) A instituição de assistência social

“Criança Feliz” não paga IPTU (imposto predial e territorial urbano) porque

não tem fins lucrativos e, atendendo aos requisitos da lei, está abrangida

pela:

a) não incidência infraconstitucional.

b) isenção.

c) remissão.

d) imunidade.

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34 - (ESAF/PROCURADOR DO TCE/GO/2007) Entre as afirmativas

abaixo, relativas à imunidade e isenções tributárias, assinale a correta.

a) Os partidos políticos são entidades imunes, benefício que não se estende

às suas fundações.

b) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos não é extensiva

aos aluguéis de apartamento de sua propriedade revertidos às suas

finalidades institucionais.

c) A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao papel

nele utilizado se a obra tiver fins didático-educacionais.

d) A isenção por prazo certo e em função de determinadas condições

atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido.

e) A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade

econômica, é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se

sujeitando ao pagamento de imposto sobre propriedade de veículos

automotores incidentes sobre seus carros.

35 - (ESAF/SRF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO NACIONAL/1994)

Quando atendam os requisitos estabelecidos na lei, não podem ser cobrados

impostos que incidam sobre a renda, serviços e patrimônio, bem como a

contribuição para a seguridade social, das seguintes espécies de entidades:

a) partidos políticos.

b) instituições beneficentes de educação.

c) fundações dos partidos políticos.

d) instituições beneficentes de assistência social.

e) entidades sindicais dos trabalhadores.

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36 - (FUMARC/2011/Prefeitura de Nova Lima/MG/Procurador

Municipal) O Supremo Tribunal Federal adotou entendimento

consubstanciado na ementa a seguir transcrita.

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, “B”, CB/88.

CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1.

Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de

cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no

artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência

de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que

gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da

interpretação da totalidade que o texto da Constituição é,

sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI “b”. 3. As

áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas.

Recurso extraordinário provido. (RE 578562, Relator(a): Min.

EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008, DJe-172

DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09- 2008 EMENT VOL-02332-05

PP-01070 RTJ VOL-00206- 02 PP-00906 LEXSTF v. 30, n. 358,

2008, p. 334-340)

Considerando o teor da decisão, sobre a imunidade dos templos, pode-se

afirmar que:

a) a casa paroquial, vizinha à Igreja, não está abrangida pela imunidade.

b) a imunidade em questão visa proteger o patrimônio das entidades

religiosas.

c) a imunidade em questão visa proteger o direito fundamental relativo à

liberdade religiosa.

d) a imunidade aplica-se somente às religiões reconhecidas pelo poder

público.

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37 - (FUMARC/2011/Prefeitura de Nova Lima/MG/Procurador

Municipal) Leia com atenção a ementa abaixo.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO – IMUNIDADE – IOF – ENTIDADES DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS – RENDAS – OPERAÇÕES

FINANCEIRAS – ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA “C”, DA CARTA FEDERAL.

O texto da alínea “c” do inciso VI do artigo 150 é categórico ao revelar a

imunidade quanto ao patrimônio e renda de entidades de assistência social

que não tenham fins lucrativos. (AI 724793 AgR, Relator(a): Min. MARCO

AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 13/04/2011, DJe-086 DIVULG 09-05-

2011 PUBLIC 10-05-2011 EMENT VOL-02518-02 PP-00449)

Assinale a alternativa CORRETA.

a) Não ter fins lucrativos significa que as entidades de assistência social

apresentam prejuízos relativos às suas finanças.

b) Para o Supremo Tribunal Federal, as operações financeiras não são

tributadas, porque esses valores compõem o patrimônio e a renda dessas

entidades.

c) Para o Supremo Tribunal Federal, a imunidade decorre do fato de que o

imposto sobre operações financeiras não se inclui entre os impostos sobre

renda, patrimônio ou serviços.

d) A imunidade decorre de disposição expressa de lei, enquanto a isenção

decorre da Constituição.

38 - (CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado/2/Primeira

Fase) A Igreja Céu Azul, que goza de imunidade quanto ao pagamento de

certos tributos, é proprietária de vários imóveis, um deles alugado a

terceiro, e outro, onde são celebrados os cultos, que possui uma casa

pastoral, um cemitério e um amplo estacionamento.

Considerando a situação hipotética apresentada e as normas atinentes à

imunidade tributária, assinale a opção correta.

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a) O imóvel alugado a terceiros goza de imunidade quanto ao pagamento do

imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, desde que o valor

dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais da Igreja Céu Azul.

b) A imunidade tributária conferida à referida igreja dispensa-a do

recolhimento de impostos, taxas, contribuições de melhoria, bem como do

cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

c) Apenas a União está autorizada a instituir impostos sobre o patrimônio,

renda e serviços da Igreja Céu Azul.

d) A imunidade não abrange a casa pastoral, o cemitério e o

estacionamento da Igreja Céu Azul, pois a norma constitucional se refere

apenas aos templos de cultos religiosos.

39 - (CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado - 1/Primeira

Fase) O princípio constitucional da imunidade recíproca

a) não se aplica aos municípios, abrangendo apenas a União, os estados e o

DF.

b) aplica-se aos entes políticos que exerçam atividade econômica em

concorrência com o particular.

c) não se aplica aos impostos diretos, abrangendo apenas os indiretos.

d) é extensivo às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo

poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,

vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

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40 - (CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado - 1/Primeira

Fase) Entidade beneficente de assistência social sem fins lucrativos pode

gozar, desde que atenda aos requisitos legais, de imunidade de:

a) contribuições para a seguridade social, a despeito de ter de pagar

impostos sobre patrimônio, renda e serviços.

b) impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, mas não de contribuições

para a seguridade social.

c) impostos sobre o patrimônio, renda e serviços e de contribuições para a

seguridade social.

d) quaisquer impostos, mas não de contribuições para a seguridade social.

41 - (CESPE/2009/TCE-TO/Analista de Controle Externo/Direito)

Assinale a opção correta, acerca da disciplina normativa da imunidade

tributária.

a) A imunidade constitucional conferida aos templos abrange apenas os

imóveis de propriedade da igreja católica.

b) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre a

propriedade predial e territorial urbana o imóvel pertencente a partido

político, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades

essenciais de tal entidade.

c) Reputa-se imunidade recíproca a conferida às entidades sindicais de

trabalhadores.

d) A imunidade das entidades de educação e assistência social sem fins

lucrativos é de natureza objetiva.

e) As imunidades são hipóteses de não-incidência da norma tributária

classificadas em lei complementar.

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42 - (FGV/2011/SEFAZ-RJ/Auditor Fiscal da Receita Estadual -

prova 2) A respeito da imunidade tributária, é correto afirmar que:

a) os templos de qualquer culto não poderão ser tributados em relação ao

IPTU e às taxas de contribuição de melhoria.

b) a imunidade recíproca entre os entes federados é absoluta, ou seja,

abarca todas as espécies de tributos.

c) as imunidades seguem as regras de competência previstas na

Constituição, mas são criadas por meio de lei.

d) as entidades sindicais dos trabalhadores e as patronais gozam de

imunidade tributária.

e) a imunidade recíproca entre os entes federados não se aplica em relação

à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

43 - (FMP-RS/2011/TCE-RS/Auditor Público Externo/Ciências

Jurídicas e Sociais) Examine as proposições abaixo e escolha a alternativa

correta.

I. As imunidades são verdadeiras limitações constitucionais ao poder de

tributar que nem sempre são autoaplicáveis.

II. Segundo o entendimento sufragado pelo Supremo Tribunal Federal, é

irrelevante à aplicação da imunidade dos livros, jornais e periódicos, o

conteúdo da publicação.

III. A imunidade recíproca impede a instituição de impostos e taxas sobre a

renda, o patrimônio e os serviços de um Ente Político por outro, sendo

extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder

Público.

a) Somente a afirmativa I está correta.

b) Somente a afirmativa II está correta.

c) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

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d) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

e) Todas as alternativas estão corretas.

44 - (FGV/2011/OAB/Exame de Ordem Unificado/Primeira Fase) A

imunidade recíproca impede que:

a) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações

financeiras dos Estados e dos Municípios.

b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da União.

c) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem do Município

valorizado em decorrência de obra pública.

d) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da União.

45 - (PUC-PR/2010/COPEL/Advogado Júnior) Sobre imunidade

tributária, assinale a INCORRETA:

a) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem cobrar

impostos das instituições de assistência social sem fins lucrativos.

b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

c) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão

cobrar imposto das instituições de educação sem fins lucrativos.

d) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

instituir impostos sobre os templos de qualquer culto.

e) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

instituir imposto sobre livros, jornais, e o papel destinado a sua impressão.

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46 - (ESAF/AGENTE FISCAL DE RENDAS/ISS/RJ/2010) Sobre as

limitações constitucionais ao poder de tributar, é correto afirmar que:

a) apenas mediante lei é possível instituir ou aumentar tributo.

b) nos tributos de competência da União, não se admitem discriminações

regionais ou locais com relação aos mesmos fatos geradores ou bases de

cálculo.

c) as fundações públicas instituídas pela União são imunes de impostos

estaduais.

d) a imunidade recíproca de impostos entre os entes da federação brasileira

abrange todas as rendas de todos eles, salvo se decorrentes de ganhos em

aplicações financeiras.

e) inclusive conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a

imunidade dos “templos de qualquer culto” tem interpretação ampla e

finalística.

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Gabarito

1 D 24 B 2 B 25 C 3 C 26 D 4 B 27 B 5 C 28 E 6 C 29 B 7 A 30 B 8 A 31 D 9 E 32 C 10 A 33 D 11 A 34 D 12 D 35 D 13 A 36 C 14 D 37 B 15 A 38 A 16 C 39 D 17 B 40 C 18 D 41 B 19 A 42 E 20 C 43 C 21 D 44 A 22 A 45 A 23 A 46 E

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BIBLIOGRAFIA

Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.

Presidência da República, acessado entre 24 e 25 de maio de 2012,

disponível em: http://www.planalto.gov.br .

Lei Federal 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

Presidência da República, acessado entre 24 e 25 de maio de 2012,

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Baleeiro, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 11º edição, Rio de Janeiro,

editora Forense. 2007.

Souza, Rubens Gomes de. Compêndio de Legislação Tributária. 2ª Edição.

Rio de Janeiro. Editora: Financeiras. 1954

Machado, Hugo de Brito. Comentários ao Código Tributário Nacional. São

Paulo. Editora: Atlas. 2003.

Aluisio de Andrade Lima Neto [email protected]

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