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Aula 1
Indivduos e
Sociedade
continuao... Prof. Cdrick Cunha
[email protected]
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Estratificao e desigualdade
social
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As diferenas surgem em objetos
materiais (roupas, moradia, meios de
locomoo)
E, no acesso educao e bens culturais
(chamados bens simblicos)
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Por que existem as desigualdades
sociais?
Quais so as formas de desigualdade
existentes?
Como elas se constituram e como so
explicadas?
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Estrutura Social
Define determinada sociedade
Constitui a relao entre vrios fatores -
econmicos, polticos, histricos, sociais,
religiosos, culturais.
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Estratificao social
So produzidas historicamente
So geradas por situaes diversas e se
expressam na organizao das
sociedades em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.
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As sociedades organizadas
em castas
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No mundo antigo, h vrios exemplos da organizao em castas (na
Grcia e na China, entre outros lugares).
A sociedade indiana comeou a se organizar em castas e subcastas
h mais de 3 mil anos, adotando uma hierarquizao baseada em religio,
etnia, cor, hereditariedade e ocupao.
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Estratificao na ndia
Esses elementos definem a organizao do poder poltico e a
distribuio da riqueza gerada pela sociedade.
Apesar de haver hoje uma estrutura de classes, o sistema de
castas permanece mesclado a ela, o que representa uma dificuldade a
mais para entender a questo.
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Existem quatro grandes castas
na ndia...
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brmanes (casta sacerdotal,
poetas, sbios, superior a todas as
outras)
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xtrias (casta intermediria,
formada por guerreiros,
governantes e reis)
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vaixs (comerciantes, artesos e
camponeses, que se situam
abaixo dos xtrias)
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sudras (a casta dos inferiores, se
situam os considerados serviais)
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prias (os intocveis, so evitados,
insultados e rejeitados)
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Caractersticas do sistema de
castas
Imobilidade social, quem nasce numa casta no pode sair desta
No existe, portanto, mobilidade social
Hereditariedade
Endogamia (casamento entre membros da casta)
Regras de alimentao (refeies com membros da casta
e preparados por estes)
Proibio de contato fsico com membros de outras castas
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A urbanizao e a industrializao
crescentes e a introduo dos padres
comportamentais do Ocidente tm levado
elementos de diferentes castas a se
relacionarem.
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As sociedades organizadas por estamentos
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O sistema de estamentos ou estados constitui outra forma de
estratifcao social.
Na Frana, por exemplo, no final do sculo XVIII, havia trs
estados:
a) Nobreza
b) Clero
c) Outros membros da sociedade comerciantes, industriais,
trabalhadores urbanos, camponeses etc.
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Na sociedade feudal, por exemplo, os indivduos eram
diferenciados desde que nasciam
Os nobres tinham privilgios e obrigaes que em nada se
assemelhavam aos direitos e deveres dos camponeses e dos servos
A desigualdade, alm de existir de fato, transformava-se em
direito.
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Caracterstica da sociedade
estamental
Existia assim um direito desigual para desiguais.
A possibilidade de mobilidade de um estamento para outro
existia, mas era muito controlada
Alguns chegavam a conseguir ttulos de nobreza
A propriedade da terra definia o prestgio, a liberdade e o poder
dos indivduos
Os que no a possuam eram dependentes, econmica e
politicamente
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O que explica, entretanto, a relao entre os
estamentos a reciprocidade.
No caso das sociedades do perodo feudal,
existia uma srie de obrigaes dos servos
para com os senhores (trabalho) e destes
para com aqueles (proteo), ainda que
camponeses e servos estivessem sempre em
situao de inferioridade.
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um nobre pobre, na conscincia social da poca e na realidade das
relaes sociais, valia dezesseis vezes um pobre que no era nobre
[...] porque as necessidades de um nobre pobre eram completamente
diferentes das necessidades sociais de um pobre apenas pobre
Jos de Souza Martins
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Atualmente, se algum decide dar esmola
a uma pessoa que est em situao
precria, jamais leva em considerao as
diferenas sociais de origem do pedinte,
pois parte do pressuposto de que elas so
puramente econmicas.
Isso distingue estamento de classe social.
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Histria da pobreza
No perodo medieval, o pobre era uma personagem complementar ao
rico.
No eram critrios econmicos ou sociais que definiam a pobreza,
mas a condio de nascena, como afirmava a Igreja Catlica
Havia at uma viso positiva da pobreza, pois esta despertava a
caridade e a compaixo.
De acordo com essa viso crist de mundo, os ricos tinham a
obrigao moral de ajudar os pobres.
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No sculo XVI o indivduo se tornou o
centro das atenes.
Sendo o pobre uma ameaa social, a
soluo era disciplina e enquadramento.
O Estado herdou a funo de cuidar
dos pobres, antes atribuda aos ricos.
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Na industrializao, a pobreza e a misria
passaram a ser interpretadas como resultado
da preguia e da indolncia dos indivduos
que no queriam trabalhar.
Tinha por finalidade fazer com que as
grandes massas se submetessem s
condies do trabalho industrial emergente.
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No final do sculo XVIII, com o fortalecimento do liberalismo, as
pessoas passam a serem responsveis pelo prprio destino
Ningum era obrigado a dar trabalho ou assistncia aos mais
pobres
Dizia-se que era necessrio manter o medo fome para que os
trabalhadores realizassem bem suas tarefas.
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Em meados do sculo XIX, difundiu-se a ideia de que os
trabalhadores eram perigosos por duas razes:
a) poderiam transmitir doenas porque viviam em condies precrias
de saneamento e de sade
b) poderiam se rebelar, fazer movimentos sociais e revolues,
questionando os privilgios das outras classes, que possuam riqueza
e poder.
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Classes sociais
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A sociedade capitalista dividida em classes e, como tal, tem uma
configurao histrico-estrutural particular.
As relaes e estruturas de apropriao (econmica) e dominao
(poltica) definem a estratificao social.
Outros fatores de distino e diferenciao, como a religio, a
honra, a ocupao e a hereditariedade, apesar de existirem, no
possuem a fora que tm nos sistemas de castas e de estamentos.
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A produo e o mercado tornaram-se os
elementos mais precisos de classificao e
mobilidade sociais.
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Hierarquizao e mobilidade
Duas maneiras de pensar as classes:
a) Posio no processo de produo (proprietrios de terra, burguesa
[industrial, financeira], pequeno burguesa ou mdia, operria)
b) Capacidade de consumo (classes alta, mdia e baixa ou, A, B,
C, D e E)
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Fica evidente que as sociedades modernas
caracterizam-se, em grau varivel, pelas
desigualdades:
na apropriao da riqueza gerada pela
sociedade, expressa normalmente pela
propriedade e pela renda, mas que
aparece tambm no consumo de bens;
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na participao nas decises polticas,
manifestando-se pelo maior ou menor poder
que indivduos e grupos tm de decidir, ou
forar decises a seu favor, e de deter o
poder econmico na sociedade;
na apropriao dos bens simblicos, que se
expressa no acesso educao e aos bens
culturais, como museus, teatro, livros, etc.
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