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Direito Administrativo p/ Técnico Administrativo TRE-RJ. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 43 Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita AULA 01: Servidores Públicos e Processo Administrativo Disciplinar. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À AULA 01 2 2. REGIME DISCIPLINAR 2 2.1 DOS DEVERES 3 2.2 DAS PROIBIÇÕES 4 2.3 DA ACUMULAÇÃO 6 2.4 DAS PENALIDADES 8 3. DAS RESPONSABILIDADES 15 3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 15 3.2 RESPONSABILIDADE PENAL 16 3.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 17 4. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 17 5. RESUMO DA AULA 34 6. QUESTÕES 38 7. REFERÊNCIAS 42

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AULA 01: Servidores Públicos e

Processo Administrativo Disciplinar.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO À AULA 01 2

2. REGIME DISCIPLINAR 2

2.1 DOS DEVERES 3

2.2 DAS PROIBIÇÕES 4

2.3 DA ACUMULAÇÃO 6

2.4 DAS PENALIDADES 8

3. DAS RESPONSABILIDADES 15

3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 15

3.2 RESPONSABILIDADE PENAL 16

3.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 17

4. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 17

5. RESUMO DA AULA 34

6. QUESTÕES 38

7. REFERÊNCIAS 42

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1. Introdução à aula 01

Bem vindos à nossa aula 01 deTécnico Administrativo, do curso

preparatório para o concurso do TRE-RJ.

Nesta aula 01, abordaremos a matéria “2.3 Regime disciplinar.

2.3.1 Deveres, proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades.

2.3.2 Processo administrativo disciplinar.”.

Uma dica: não tenha preguiça de ler todas as linhas dos

quadrinhos verdes com bastante atenção.

Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as

questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na

véspera da prova!

Chega de papo, vamos a luta!

2. Regime Disciplinar

Se você já teve contato com o direito administrativo, você sabe

que a Administração goza do poder disciplinar.

O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de

examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais

pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina

administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após

a devida averiguação dos fatos.

Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder

hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle

interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma

relação decorrente do poder hierárquico.

Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há

hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos

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administrativos, a Administração e o particular contratado não se

situam em uma relação de subordinação.

Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento

doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as

sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do

poder disciplinar, uma vez que este seria “um vínculo jurídico

específico”.

Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar

fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos.

CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e

contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há

manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está

exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar.

A Lei 8.112/90 dispõe, em linhas gerais, como deve ser exercido

esse poder disciplinar com relação ao servidor público.

O regime disciplinar encontra previsão no título IV da Lei 8.112.

Os seus capítulos dispõem: Capítulo I- Dos Deveres; II- Das Proibições;

III- Da acumulação; IV- Das Responsabilidades; V- Das Penalidades.

Veremos a seguir cada um desses capítulos:

2.1 Dos Deveres

Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 116 da Lei

8.112/90:

Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que

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tiver ciência em razão do cargo; (Vide Lei nº 12.527, de 2011)

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

PRESTE BEM ATENÇAO PARA O DEVER INSERTO NO INCISO

IV: CUMPRIR AS ORDENS SUPERIORES, EXCETO QUANDO

MANIFESTAMENTE ILEGAIS.

E se o servidor receber uma ordem ilegal o que ele deve fazer?

O servidor não deverá cumpri-la e, além disso, neste momento

também aparece o dever do servidor de representar contra o superior

que lhe deu a ordem.

Cada um dos deveres violados terá uma sanção.

2.2 Das Proibições

Além dos deveres, a Lei n. 8.112/90 arrola várias proibições.

Estas são específicas e a lei comina a sanção que deverá ser aplicada

caso o agente incorra em cada uma delas.

Vejamos a classificação das proibições com modelo semelhante ao

proposto por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

1. Proibições que acarretam advertência (a numeração foi

feita de acordo com a posição dos incisos):

Art. 117. Ao servidor é proibido:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do

chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer

documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou

execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu

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subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

2. Proibições que se infringidas têm por consequência a

suspensão:

Art. 117. Ao servidor é proibido: XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,

exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

Lembre-se que, nos casos de reincidência em que o servidor já

foi penalizado com a advertência, a suspenção poderá ser aplicada.

Além disso, a suspensão é de aplicação residual, ou seja, se não

houver previsão de outra penalidade, a suspensão deve ser aplicada.

3. Poderá ocasionar a demissão

Art. 117. Ao servidor é proibido: IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em

detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada,

personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de

benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

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2.3 Da acumulação

A regra geral é a vedação à acumulação. Assim, somente nas

hipóteses expressamente previstas no texto constitucional será ela

lícita, mesmo assim, quando houver compatibilidade de horários.

A vedação só existe quando ambos os cargos, empregos ou

funções forem remunerados. As exceções somente admitem dois

cargos, empregos ou funções, inexistindo qualquer hipótese de tríplice

acumulação, a não ser que uma das funções não seja remunerada.

A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e

abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de

economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou

indiretamente, pelo poder público.

Quando houver compatibilidade de horários, é possível

acumular:

1. Dois cargos de PROFESSOR;

2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU

CIENTÍFICO;

3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE

PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões

regulamentadas.

O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando

investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de

ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver

compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,

declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades

envolvidos.

Importante notar a existência, no texto constitucional, de outras

hipóteses em que é lícita a acumulação remunerada, a saber:

1. Permissão de acumulação para os VEREADORES;

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2. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO;

3. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

exercerem o MAGISTÉRIO.

A proibição de acumular é a mais ampla possível, abrangendo,

salvo as exceções constitucionalmente previstas, qualquer agente

público remunerado em qualquer poder ou esfera da Federação.

Quanto ao tratamento dado à percepção simultânea de

remuneração e de proventos de aposentadoria, o art. 37, §10, da

Constituição Federal, prevê que é vedada a percepção simultânea

de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos

arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função

pública, RESSALVADOS (ou seja, nas hipótese a seguir será possível

a acumulação de aposentadorias):

1. os cargos acumuláveis na forma desta Constituição;

2. os cargos eletivos; e

3. os cargos em comissão declarados em lei de livre

nomeação e exoneração.

Como se vê, um juiz pode ter a aposentadoria de seu cargo de

juiz e uma de magistério, pois são cargos acumuláveis na atividade.

Além disso, entende-se que a soma dessas aposentadorias não pode ser

superior ao TETO.

ATENÇÃO!!! Não se enquadram na proibição de acumulação

de proventos com remuneração os proventos recebidos em

decorrência de aposentadoria obtida pelo regime geral de

previdência (RGPS), de que trata o art. 201 da Constituição.

Questão de concurso

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1. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)

Servidor público que ocupe cargo de médico na administração direta da

União e cargo de professor em uma universidade pública federal, ambos

remunerados, pode, havendo compatibilidade de horários entre as

atividades, ocupar outro cargo público remunerado de médico, desde

que esse cargo se situe no âmbito da administração de um estado-

membro, do Distrito Federal ou de um município.

Em nenhuma das hipóteses que estudamos é possível acumular

três cargos. Tal hipótese não está prevista na Constituição. Item errado.

2.4 Das Penalidades

O servidor estará sujeito às penalidades sempre que descumprir

suas obrigações e faltar com seus deveres. Devendo ser observado o

processo disciplinar cabível.

O artigo 127 prevê as penalidades disciplinares:

O direito ao contraditório e ampla defesa deverá sempre ser

observado. E ainda, o administrador não poderá inovar em sanções a

serem aplicadas no servidor, tal dispositivo é numerusclausus.

Você deve ter observado que há uma discricionariedade no grau

de aplicação da pena, por isso sempre será analisado a natureza e a

gravidade da infração cometida, bem como o princípio da

proporcionalidade.

É claro que a discricionariedade não atenua a obrigação da

Administração de punir o servidor ou aquele que tem vinculo jurídico

Art. 127. São penalidades disciplinares:

I - advertência; II - suspensão; III - demissão;

IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão;

VI - destituição de função comissionada.

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específico com a Administração quando esta tomar conhecimento do

fato.

Vamos a cada uma das penalidades?

a) ADVERTÊNCIA: será aplicada nos casos que já citamos,

em situações que são incabíveis penalidades mais graves. Destacamos

ainda que a advertência será por escrito, e ficará no banco de dados

do servidor sendo cancelada após 3 anos de efetivo exercício.

Confira o art. 129 da Lei 8.112/90:

Estudamos as situações descritas nas proibições dos servidores.

b) SUSPENSÃO: será cabível nos casos de reincidência nos

casos em que a advertência foi aplicada, além das situações já tratadas.

O servidor poderá ser suspenso por no máximo 90 dias.

A lei nos traz um caso específico de suspensão. Vamos conferir?

Quando for conveniente ao serviço público, a penalidade de

suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%

(cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o

servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 130, §2º).

Essa hipótese é menos prejudicial ao servidor, uma vez que no

período da suspensão ele fica sem receber os seus vencimentos.

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou

norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Art. 130 § 1oSerá punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da

penalidade uma vez cumprida a determinação.

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CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 127 da Lei

8.112/90 não existe a “pena de multa”, a multa será aplicada somente

no caso de conversão da suspensão.

O cancelamento do registro da suspensão só se dará após 5 anos

de efetivo exercício. O cancelamento, contudo, não tem efeitos

retroativos.

Mais uma vez, isso deve ficar claro: o servidor não receberá

remuneração no período da suspensão tampouco o tempo de suspensão

será computado como tempo de serviço.

c) DEMISSÃO: Neste caso não há cancelamento do registro da

pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administração e deixa de

prestar o serviço público. Vimos acima que só uma proibição enseja a

demissão se descumprida.

Contudo, você deve estar atento ao art. 132 da Lei 8.112/90, que

prevê diversas outras situações em que será aplicada a pena de

demissão. Confira:

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo;

III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em

legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção;

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Dessa forma, a demissão está vinculada a uma das situações

específicas. Repito: A pena de demissão é um ato vinculado, ou seja,

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ocorrida uma das hipóteses descritas no quadro, o julgador deve aplicar

a sanção de demissão – ele não tem escolha!

Nesse sentido, vale a transcrição do entendimento do Superior

Tribunal de Justiça sobre o tema:

3. "A Administração Pública, quando se depara com situações em que a conduta do investigado se amolda nas hipóteses de demissão ou

cassação de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado" (MS 15.517/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe

18.2.2011). No mesmo sentido: MS 16.567/DF, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 18.11.2011). No mesmo

sentido: MS 15.951/DF, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 27.9.2011. Segurança denegada.

(MS 12.200/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/03/2012, DJe 03/04/2012)

d) Cassação de aposentadoria ou indisponibilidade: Será

aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta

punível com a demissão.

e) Destituição de cargo em comissão: será aplicada ao não

ocupante de cargo efetivo nos casos de infração sujeita às penalidades

de suspensão e de demissão (Art. 135 da Lei 8.112/90).

Por fim, com relação às penalidades você deve atentar-se para o

disposto no art. 137 da Lei nº 8.112/90:

Esse dispositivo informa que, no caso de demissão ou a destituição

de cargo em comissão, por ter o servidor valido do cargo para lograr

proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função

pública, e por atuar, como procurador ou intermediário, junto a

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para

nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do

art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

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repartições públicas, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura

em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Lembre-se que não é considerada infração administrativa se o

servidor atuar como procurador ou intermediário para obter benefícios

previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de

cônjuge ou companheiro

Ademais, o servidor público federal não poderá mais integrar

qualquer cargo público federal se foi demitido ou destituído do cargo em

comissão se foi demitido por:

crime contra a administração pública;

improbidade administrativa;

aplicação irregular de dinheiros públicos;

lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio

nacional;

corrupção;

Perceba que o servidor criminoso, ímprobo, corrupto ou aquele que

causou lesão aos cofres públicos não poderá retornar ao serviço público

se foi demitido ou destituído do cargo em comissão.

Não podemos encerrar este tópico sem mencionar que não é uma

penalidade, mas encontra previsão da Lei nº 8.112/90 o

afastamento preliminar.

Esse afastamento é uma medida cautelar adotada pela

Administração que afasta o servidor de suas funções, pelo prazo de até

60 dias (pode ser prorrogado por uma só vez), para que ele não

influa na apuração da irregularidade cometida por ele.

ATENÇÃO: Nesse período, o servidor continua recebendo!

Veja como esses temas são cobrados pelo CESPE:

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2. (CESPE- 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)

Em processo administrativo disciplinar, a remoção de ofício de um

servidor pode ser utilizada como forma de punição.

A Lei 8.112/90 nos fala que são penalidades disciplinares:

Observe que a remoção não está entre as penalidades!

Gabarito: Errado.

3. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação

– Básicos) A conversão da penalidade de suspensão em multa, na base

de 50% por dia de vencimento ou remuneração, poderá ocorrer na

hipótese de o servidor permanecer obrigatoriamente na repartição e

quando houver conveniência para a prestação do serviço.

Vimos acima que a multa não é uma pena prevista na Lei nº

8.112/90, mas a Administração pode converter a pena de suspensão

em multa de 50% por dia de vencimento, desde que haja conveniência

para a prestação do serviço e o servidor deve permanecer trabalhando

na repartição (art. 130, § 2º: “Quando houver conveniência para o

serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na

base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou

remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço”).

Gabarito: Certo

Questões de concurso

art. 127. São penalidades disciplinares:

I - advertência; II - suspensão; III - demissão;

IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo de comissão;

VI - destituição de função comissionada.

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4. (CESPE - 2011 - STM - Técnico Judiciário - Segurança –

Específicos) Aplica-se suspensão em caso de reincidência de falta

punida com advertência e de violação de proibição que não tipifique

infração sujeita à penalidade de demissão, não podendo a suspensão

exceder a noventa dias.

Depois de estudar fica fácil. Essa questão cobra o texto literal do

art. 130 da Lei nº 8.112/90 (“A suspensão será aplicada em caso de

reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das

demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de

demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias”).

Gabarito: Certo

5. (CESPE - 2007 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário

- Área Judiciária) Pedro, servidor público federal ocupante de cargo

efetivo, faltou ao trabalho por mais de 30 dias consecutivos, no período

de 2/5/2002 a 10/6/2002. Em razão disso, foi aberto contra ele um

processo administrativo disciplinar, em 15/8/2006. Com base nessa

situação hipotética, julgue os itens seguintes, considerando o regime

jurídico dos servidores públicos.

Se Pedro for punido com a penalidade de suspensão, os seus

registros serão cancelados com o decurso de prazo de 3 anos de efetivo

exercício, desde que não pratique, nesse período, nova infração.

Por favor, meu caro aluno, não caia nesse pega, fique atento ao

art. 131 da Lei nº 8.112/90:

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período,

praticado nova infração disciplinar.

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Veja que a suspensão terá seu registro cancelado em 5 anos e a

advertência em 3 anos.

Gabarito: Errado

6. (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos Básicos - Cargo 11 a 14, e 16) Na hipótese de o

servidor público praticar nepotismo sob sua chefia imediata, a

penalidade atribuída pelo regime jurídico dos servidores federais, via de

regra, é a suspensão pelo prazo de trinta dias.

Vimos acima que está sujeito a pena de advertência o servidor

que mantiver “sob sua chefia imediata, em cargo ou função de

confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil”.

Assim, o gabarito é errado.

3. Das Responsabilidades

O servidor público responde pelo exercício irregular de suas

atribuições na esfera civil, penal e também administrativamente.

3.1 Responsabilidade Civil

Observe o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre a

responsabilidade civil: “A responsabilidade civil dos agentes públicos é

do tipo subjetiva, por culpa comum, isto é, eles só respondem pelos

danos que causarem se o Estado provar que houve culpa e dolo

(intenção) do servidor. A ação do Estado contra o agente público é

denominada ação regressiva.”

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,

doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

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O Estado irá responder pelos danos causados pelos seus agentes

independente de dolo ou culpa, por isso responsabilidade objetiva. Já o

agente público só responderá se comprovado que houve culpa ou dolo.

De forma bem simples podemos definir a ação regressiva citada

pelos autores da seguinte forma: Quem irá ressarcir o dano causado

pelo servidor ao terceiro será o Estado. Este por sua vez será

indenizado pelo servidor que causou o dano.

O servidor poderá ainda ter o desconto efetuado diretamente em

seu vencimento, na forma da lei, independe de seu consentimento.

3.2 Responsabilidade Penal

Ao praticar crime ou contravenção o servidor responderá na

esfera penal.

Tendo em vista o princípio da independência as sanções penais,

civis e administrativas, podem ser acumuladas. Porém a esfera penal

tem um “peso” maior sobre as demais, uma decisão pode “acarretar o

reconhecimento automático da responsabilidade do servidor nas demais

esferas”, conforme ensinam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo.

Isso ocorre quando a sentença penal reconhece a autoria e a

materialidade do fato irregular. Se houver decisão judicial nesse

sentido, a Administração estará vinculada às conclusões sobre a autoria

e a materialidade definidas na Justiça.

Da mesma forma se ocorrer o contrário, ou seja, se a justiça

criminal reconhecer a inocência (quanto à falta de autoria e a falta de

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções

imputadas ao servidor, nessa qualidade

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materialidade), a possibilidade de julgá-lo culpado nas demais esferas

será afastada.

MUITA ATENÇÃO! Se o servidor, em processo judicial, for

absolvido por falta de provas, essa decisão judicial não vinculará a

decisão da esfera administrativa.

7. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário) Se

determinado servidor, por ato cometido no exercício da função, for

absolvido criminalmente por falta de provas, ele não poderá ser

responsabilizado administrativamente pelo mesmo fato.

Como estudado, item está errado.

3.3 Responsabilidade Administrativa

“O servidor responde administrativamente pelos ilícitos

administrativos definidos na legislação estatutária e que apresentam os

mesmos elementos básicos do ilícito civil: Ação ou omissão contrária à

lei, culpa ou dolo e dano”(Di Pietro).

A administração que irá apurar as irregularidades cometidas pelo

servidor público. A lei prevê a averiguação dos fatos através da

sindicância e do processo administrativo disciplinar.

Com a conclusão dos fatos, o servidor responderá

disciplinarmente pelas irregularidades, como vimos no artigo 127 da

8.112/90.

4. Processo Administrativo Disciplinar

Questão de concurso

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Os ilícitos administrativos são apurados pelo processo

administrativo disciplinar e os meios sumários.

Segundo LadisaelBernado e Sérgio Viana, “o Processo

Administrativo pode ser conceituado com como um instrumento formal

em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do

Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo),

apura a existência de infrações de natureza funcional praticadas por

seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da prática

infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal

pertinente.”

Veja o diz esse artigo:

Aqui o legislador nos trouxe duas preciosas informações:

1º) O processo disciplinar é um instrumento destinado a apurar

responsabilidade deservidor por infração praticada no exercício de suas

atribuições.

2º) O instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor

por infração que tenha relação com as atribuições do cargo em que se

encontre investido.

No âmbito do direito disciplinar do servidor público há o processo

administrativo disciplinar e a sindicância.

Di Pietro define sindicância como: “fase preliminar à instauração do

processo administrativo; corresponderia ao inquérito policial que se

realiza antes do processo penal... A lei não estabelece procedimento

para a sindicância, que pode ser realizada por funcionário ou por

comissão de funcionário.”

A sindicância pode ter duas naturezas: (a) preparatória e (b)

punitiva.

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar

responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se

encontre investido.

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Na primeira, a sindicância apenas apura de modo preliminar a

existência de anomalia na conduta do servidor. Se verificado que a

prática do ato investigado pode se caracterizar como uma infração

disciplinar, a sindicância concluirá pela necessidade de abertura de um

processo administrativo disciplinar. Se afastada qualquer possibilidade

de infração, a sindicância é arquivada.

Na segunda natureza da sindicância – a punitiva – esse

procedimento verificará, de plano, que o fato praticado pelo servidor

caracteriza-se como ato infracional sujeito à sanção de repreensão

ou suspensão de até 30 (trinta) dias. Nessa hipótese, não será

necessária a abertura do processo disciplinar, poderá ser aplicada a

repreensão ou a suspensão de até 30 dias no próprio procedimento da

sindicância.

Veja o que diz o art. 143 da Lei nº 8.112/90:

ATENÇÃO: Você não pode ler esse dispositivo sem se atentar para

um fato de suma relevância: seja na sindicância PUNITIVA, seja no

processo administrativo disciplinar, deve ser assegurado ao

acusado a ampla defesa.

Repare: na sindicância investigativa não é necessário observar a

ampla defesa, pois esta se dará quando da abertura do processo

administrativo disciplinar.

Outras duas importantes características da sindicância é que ela

deve ser concluída em 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período, e

que ela deve ser impulsionada por uma comissão disciplinar composta

por três servidores.

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante

sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

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Assim, a sindicância, quando instaurada com caráter punitivo e não

meramente investigatório ou preparatório de um processo disciplinar,

tem natureza de verdadeiro processo disciplinar principal, no qual é

indispensável a observância das garantias do contraditório e da ampla

defesa e, além disso, do princípio da impessoalidade e da

imparcialidade, mediante a convocação de uma comissão disciplinar

composta por três servidores (STJ: REsp 509318).

Vistas as principais características da sindicância, você pode passar

para o estudo do processo administrativo disciplinar.

A legislação brasileira retrata o PAD da seguinte forma:

Constituição Federal:

Lei 8.112/90

Como se vê, quando o servidor estiver sujeito a penalidade de

suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de

aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em

comissão, o procedimento que deve ser instaurado é o processo

administrativo disciplinar.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso

público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição

de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou

destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de

processo disciplinar.

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O PAD segue as seguintes fases: instauração, instrução, defesa,

relatório e decisão.

Veja bem, são 5 fases! INSTA – INSTRU – DE – RE –DE

Mas essa sequência de fases pode ser simplificada com a seguinte

operação:

Com isso, teremos as três fases: instauração, inquérito e

decisão.

Para decorar: INSTA – INQUÉ – DE

A instauração é promovida por meio da portaria de instauração.

Ela é elemento processual indispensável, devendo estar juntada aos

autos. A portaria, em sua redação, deve conter determinados requisitos

formais essenciais, tais como, a identificação dos integrantes da

comissão processante (nome, cargo e matrícula), destacando o

presidente; o procedimento do feito (se sindicância ou PAD - no caso de

rito sumário) e o nome e matrícula do servidor investigado.

É importante observar que o Superior Tribunal de Justiça

sedimentou o entendimento no sentido de que, na portaria de

instauração do PAD, não é necessária a descrição detalhada dos fatos.

Confira-se, nesse sentido, o seguinte trecho de um julgamento do

STJ:

- Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo disciplinar está livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo em vista que somente ao longo das investigações é que os atos ilícitos, a

exata tipificação e os seus verdadeiros responsáveis serão revelados. (...)

- A absolvição na seara criminal interfere no resultado do processo

Instrução

Defesa

Relatório

Inquérito administrativo

(ou instrução

sumária)

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administrativo disciplinar apenas quando for reconhecida a efetiva

inexistência do fato ou da autoria (art. 126 da Lei n. 8.112/1990), o que não aconteceu no caso em debate, em que a absolvição decorreu da ausência de

provas. Mandado de segurança denegado.

(MS 16.815/DF, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/04/2012, DJe 18/04/2012)

E quem conduz, instrui e preside o PAD? Ou melhor, quem é a

“Administração” nas fases do PAD?

O PAD é conduzido por comissão processante composta de 3

servidores estáveis. Isso quer dizer que eles devem ser ocupantes de

cargo efetivos, ou seja, ingressaram na Administração por meio de

concurso.

Um deles será o presidente da comissão. Essa autoridade deverá

ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível

de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Confira, por oportuno, a redação do art. 149 da Lei nº 8.112/90:

Então, as exigências feitas pela Lei aos três integrantes detentores

de cargo efetivo são relacionadas ao nível do cargo efetivo ou de grau

de escolaridade do presidente em relação ao acusado.

Como o legislador colocou de forma expressa requisitos legais

alternativos, não cabe ao aplicador da lei criar restrições que a norma

não previu, tais como requisitos de nível de cargo ou grau de

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o

seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do

indiciado. § 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.

§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em

linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

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escolaridade dos vogais em relação ao acusado e de experiência de

qualquer dos integrantes na matéria técnica de que cuida o processo.

Outra coisa que você deve ter em mente é que a autoridade

instauradora pode designar servidor experiente na matéria para

integrar a comissão. Na comissão, pode haver servidores de órgão

distinto do órgão de lotação do acusado, mas nesse caso, convém

prévia solicitação ao titular daquele órgão.

Já caiu em outras provas o seguinte questionamento: o servidor é

obrigado a integrar a comissão quando for designado para tanto?

Quanto a esse assunto saiba que a convocação, por parte da

autoridade competente, para servidor integrar comissões disciplinares é

encargo obrigatório e irrecusável, não depende nem mesmo de

liberação do superior hierárquico do servidor indicado.

Importante notar, ainda com relação à comissão, é que ela

exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,

assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo

interesse da administração.

Vistos os requisitos da instauração, ou melhor, da portaria, vamos

à instrução.

Na instrução, primeiro ato do inquérito administrativo, a

Administração promoverá a tomada de depoimentos, acareações,

investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,

recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir

a completa elucidação dos fatos.

Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o

interrogatório do acusado.

A instrução se encerra com a tipificação da infração disciplinar, ou

seja, a comissão processante informa qual dever foi violado pelo

servidor ou qual ato infracional foi praticado. Aqui é onde ocorre o

indiciamento do servidor.

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No indiciamento, os fatos devem ser bem especificados, de modo

que o servidor saiba de qual acusação ele deve se defender e a qual

pena ele está sujeito.

O indiciamento é, em outras palavras, o instrumento de acusação

formal do servidor inicialmente notificado para acompanhar o processo

administrativo disciplinar, refletindo convicção preliminar da comissão

de que ele cometeu irregularidade.

O indiciamento é para o PAD o que a denúncia é para o processo

penal.

É dentro dos limites do indiciamento que o servidor deverá

apresentar sua defesa escrita. Dessa forma, a indiciação (além da

notificação como acusado e da intimação para interrogar) é peça

essencial no processo em que se cogita de responsabilização funcional.

Se a Comissão entender por não indiciar o acusado, ele não será

citado e nem precisará apresentar defesa escrita.

Após a apresentação da defesa, a comissão processante

apresentará seu relatório final, onde exporá as suas convicções e

opinará pela aplicação da penalidade ou não ao servidor.

Esta última foi a sequência de fases adotada pela lei. Veja o

disposto no art. 151 da Lei nº 8.112/90:

É bom observar, ainda, que, para não expor o servidor investigado,

as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

Além disso, o PAD corre em sigilo na Administração.

E com relação aos prazos, professor, em quanto tempo o PAD deve

se encerrar?

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e

relatório; III - julgamento.

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A Lei nº 8.112/90 informa que o PAD tem o prazo de 60 dias para

sua conclusão (art. 152). Esse prazo pode ser prorrogado.

E se a Administração não respeitar esse prazo e solicitar a

prorrogação do prazo do PAD por diversas vezes ou se esquecer de

pedir a prorrogação, o processo será nulo, professor?

Não, meus caros.

O STJ já sedimentou entendimento no sentido de que o excesso de

prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não

conduz à sua nulidade, desde que não tenha causado qualquer prejuízo

ao servidor (MS 12369).

Além disso, o art. 169, § 1º, da Lei nº 8.112/90, prevê que o

julgamento fora do prazo não implica em nulidade do processo.

A Lei nº 8.112/90 estabelece que o PAD poderá ser revisto, a

qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando houver fatos novos ou

circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a

inadequação da penalidade aplicada (art. 174).

Mas, professor, é a comissão processante quem julga o servidor?

Não, meu caro aluno, a comissão apenas conduz o PAD e faz o

relatório final de caráter opinativo. O julgamento é realizado pelas

autoridades assim definidas na Lei nº 8.112/90, de acordo com a

infração sugerida no relatório final. Leia, com atenção o seguinte

dispositivo:

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou

disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente

inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos

regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

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Para que esse importante tema de nosso estudo fique ainda mais

claro, segue o quadro:

Autoridade competente Sanção

Presidente da República, Presidentes

das Casas do Poder Legislativo e dos

Tribunais Federais e pelo Procurador-

Geral da República

demissão e cassação de

aposentadoria ou disponibilidade

Ministros de Estado, Presidentes de

autarquias e fundações (autoridades

administrativas de hierarquia

imediatamente inferior àquelas

mencionadas acima)

suspensão superior a 30 (trinta) dias

Chefe da repartição advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;

Autoridade que houver feito a

nomeação,

quando se tratar de destituição de

cargo em comissão.

MUITA ATENÇÃO AQUI! O Presidente da República pode

delegar aos seus Ministros a competência de demitir servidores.

Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. Veja:

OUTRA QUESTÃO IMPORTANTE: Pode a autoridade que vai julgar o

PAD contrariar as conclusões da comissão processante e deixar de

aplicar a penalidade sugerida ou absolver o servidor quando a comissão

opinou pela condenação?

Pode sim, contudo, em apenas uma hipótese: quando o relatório

da comissão contrariar a prova dos autos. Nesse caso, a autoridade

“Possibilidade de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado a competência para demitir servidores de seus respectivos quadros –

parágrafo único do art. 84, CF”. (MS 7.024/DF)

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julgadora pode, de forma motivada, agravar ou abrandar a penalidade

proposta ou, até mesmo, isentar o servidor de responsabilidade (art.

168).

Vamos complementar nossos estudos com a resolução de

questões? Para que você se aprofunde ainda mais na matéria,

recomendamos a leitura dos arts. 149 a 173 da Lei nº 8.112/90.

Perceba o quanto esses dispositivos são importantes ao resolver as

seguintes questões.

8. (CESPE - 2009 - IBRAM-DF – Advogado) Conforme

entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o controle

jurisdicional a respeito do ato administrativo que impõe sanção

disciplinar restringe-se aos seus aspectos meramente formais.

Segundo posicionamento do STJ no MS 13.986/DF, "Em face dos

princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana e

culpabilidade, aplicáveis ao regime jurídico disciplinar, não há juízo de

discricionariedade no ato administrativo que impõe sanção disciplinar a

Servidor Público, razão pela qual o controle jurisdicional é amplo,

de modo a conferir garantia aos servidores públicos contra

eventual excesso administrativo, não se limitando, portanto,

somente aos aspectos formais do procedimento sancionatório."

Gabarito: Errado.

9. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário)O rito sumário

do processo administrativo disciplinar aplica-se apenas à apuração das

irregularidades de acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de

cargo e inassiduidade habitual.

Vejamos o que dizem os arts. 133 e 140 da Lei 8.112/90:

Questões de

concurso

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Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143

notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e

regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração;

II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; III - julgamento.

(...) Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se

refere o art. 133, observando-se especialmente que: I - a indicação da materialidade dar-se-á:

a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias;

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses;

No caso de abandono de cargo e inassiduidade, a lei também

afirma que será adotado o procedimento sumário.

Gabarito: certo.

10. (CESPE - 2009 - SEAD-SE (FPH) – Procurador) O secretário

de estado da saúde de determinado estado da Federação determinou a

instauração de processo administrativo disciplinar para apurar fatos

envolvendo irregularidades praticadas por servidor daquela secretaria.

Nessa situação, o processo administrativo disciplinar iniciar-se-á com a

sindicância, que é um meio sumário e sigiloso de investigação, com o

objetivo de apuração preliminar dos fatos, vedada a presença de partes

e advogado.

Vimos que as fases para instauração do PAD seguem a seguinte

sequência:

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Para decorar: INSTA – INQUÉ – DE

Gabarito: Errado.

11. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da

Informação) De acordo com entendimento do Supremo Tribunal

Federal, a falta de defesa técnica por advogado no processo

administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

Veja o que diz a súmula vinculante nº5 do STF:

Gabarito: Certo

12. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário) O Ministro de

Estado pode ser submetido a processo administrativo disciplinar, nos

termos da Lei n.º 8.112/1990.

Sobre esse tema, a AGU editou o parecer vinculante nº GQ-35, que

assim concluiu:

“4. A Lei n. 8.112, de 1990, comina a aplicação de penalidade a

quem incorre em ilícito administrativo, na condição de servidor público,

assim entendido a pessoa legalmente investida em cargo público, de

provimento efetivo ou em comissão, nos termos dos arts. 2ºe 3º. Essa

responsabilidade de que provém a apenação do servidor não alcança os

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;

II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;

III - julgamento.

A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo

disciplinar não ofende a Constituição.

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titulares de cargos de natureza especial, providos em caráter precário e

transitório, eis que falta a previsão legal da punição. Os titulares dos

cargos de Ministro de Estado (cargo de natureza especial) se

excluem da viabilidade legal de responsabilização

administrativa, pois não os submete a positividade do regime jurídico

dos servidores públicos federais aos deveres funcionais, cuja

inobservância acarreta a penalidade administrativa. É que o processo

disciplinar se destina "a apurar responsabilidade de servidor por

infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha

relação com as atribuições do cargo em que se encontra investido" (art.

148 da Lei n. 8.112, de 1990)”.

Por isso, o gabarito é errado.

13. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE

INTELIGÊNCIA) Um servidor público federal que, admitido no serviço

público, sem concurso público, em 1982, e atualmente lotado em

determinado órgão público federal, seja indicado para integrar comissão

de processo administrativo disciplinar estará impedido legalmente de

presidir essa comissão.

Aqui o que você não pode confundir o servidor ocupante de cargo

efetivo com servidor estável. Para ser membro de comissão, o servidor

deve ser estável. No caso do presidente da comissão, o art. 149

determina que, além de ser estável, ele deve ser ocupante de cargo

efetivo. Isso quer dizer que o presidente deve ter sido admitido no

serviço público por meio de concurso público. Outros requisitos para ser

presidente são: a autoridade deverá ser ocupante de cargo superior ou

Art.148 O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se

encontre investido.

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de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do

indiciado.

Gabarito: Certo.

14. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal)A comissão

de sindicância não é pré-requisito para a instauração do processo

administrativo disciplinar.

A comissão de sindicância é requisito para a instauração do PAD,

pois é ela quem vai movimentar o processo na fase de inquérito.

Gabarito: Errado.

15. (CESPE - 2010 - MS - Analista Técnico) A autoridade

julgadora poderá decidir em desconformidade com o relatório elaborado

pela comissão responsável pela condução do processo disciplinar

quando reputá-lo contrário às provas dos autos.

MUITA ATENÇÃO PARA ESSA QUESTÃO!

É importante que você leia os artigos recomendados da Lei nº

8.112/90, pois você pode se deparar com uma questão como essa, que

é a pura lei:

Gabarito: Certo.

16. (CESPE - 2008 - ABIN - Oficial de Inteligência) No âmbito do

processo administrativo disciplinar, o interrogatório do acusado ocorre

antes da inquirição das testemunhas, e depois da sua citação.

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando

contrário às provas dos autos. Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as

provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

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Essa afirmação contraria o seguinte dispositivo da Lei nº 8.112/90:

Gabarito: errado.

Não podemos encerrar o estudo do processo administrativo

disciplinar sem abordarmos os seguintes entendimentos

jurisprudenciais.

É devida a observância do prazo de três dias de antecedência

da oitiva para a intimação de testemunha (art. 41 da Lei n.

9.784/1999, aplicado subsidiariamente a Lei n. 8.112/1990) (STJ-MS

12.895-DF).

Com relação ao interrogatório do acusado, ePorém, quando se

demonstrar conveniente, pode a comissão interrogar o acusado logo no

início da instrução e/ou no curso da instrução. Estes interrogatórios

preliminares não carreiam nulidade para o processo, uma vez que não

se afasta a realização do interrogatório ao final, tentando-se

concluir a busca da convicção, conforme determina o art. 159 da Lei nº

8.112/90.

Cabe à administração comprovar o ônus da prova, a culpa de

terceiro, ou a culpa concorrente ou exclusiva da vítima, ou força maior

e casofortuito, para excluir ou atenuar sua responsabilidade civil de

reparar.

Por fim, veja o que saiu no recente informativo do STJ

(23/05/2012):

Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão

promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158. § 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido

separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por

intermédio do presidente da comissão.

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O tribunal reconheceu que é impossível o agravamento da

penalidade imposta a servidor público após o encerramento do

respectivo processo disciplinar, ainda que a sanção anteriormente

aplicada não esteja em conformidade com a lei ou orientação normativa

interna. O PAD somente pode ser anulado quando constatada a

ocorrência de vício insanável (art. 169, caput, da Lei n.

8.112/1990), ou revisto quando apresentados fatos novos ou

circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do servidor punido ou

a inadequação da penalidade aplicada (art. 174, caput, da Lei n.

8.112/1990). Para o STJ, a anulação parcial do processo administrativo

disciplinar para adequar a penalidade aplicada ao servidor, consoante

pareceres do órgão correspondente, ensejando aplicação de sanção

mais grave ofende o devido processo legal e a proibição da

reformatio in pejus.(MS 13.341-DF)

Ah, já ia me esquecendo da prescrição. Afinal, quando uma

infração administrativo-disciplinar prescreve? Até quando os servidores

ficarão sujeitos a uma punição se a Administração se mantiver inerte e

não instaurar qualquer procedimento?

Esses questionamentos são respondidos pelo seguinte dispositivos

da Lei nº 8.112/90:

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo

em comissão; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime.

§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

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Assim como há uma autoridade julgadora para cada pena prevista,

há um prazo prescricional para cada sanção. Como se viu, para a

demissão, cassação de aposentadoria e destituição de cargo em

comissão, a Administração deve promover a abertura de processo

disciplinar em 5 anos, contados a partir da data em que o fato se tornou

conhecido.

Para as infrações sujeitas à suspensão, a prescrição é de 2 anos.

Para as sujeitas à advertência, a Administração deve promover a

abertura de processo disciplinar no exíguo prazo de 180 dias.

Para as infrações disciplinares que também são previstas como

crime, o prazo prescricional será o da lei penal.

5. Resumo da aula

Da acumulação:Atente-se para a cumulação de cargos. É possível

acumular:

1. Dois cargos de PROFESSOR;

2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU

CIENTÍFICO;

3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE

PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões

regulamentadas.

Importante notar a existência, no texto constitucional, de outras

hipóteses em que é lícita a acumulação remunerada, a saber:

4. Permissão de acumulação para os VEREADORES;

5. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO;

6. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

exercerem o MAGISTÉRIO.

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Quanto ao tratamento dado à percepção simultânea de

remuneração e de proventos de aposentadoria, o art. 37, §10, da

Constituição Federal, prevê que é vedada a percepção simultânea

de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos

arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função

pública, RESSALVADOS (ou seja, nas hipótese a seguir será possível

a acumulação de aposentadorias):

1. os cargos acumuláveis na forma desta Constituição;

2. os cargos eletivos; e

3. os cargos em comissão declarados em lei de livre

nomeação e exoneração.

E com relação aos cargos eletivos? Em quais hipóteses é possível

a cumulação?

1. Servidor público eleito para QUALQUER CARGO, do Executivo ou do

Legislativo, federal, estadual ou distrital (Presidente da

República, governador de estado ou do DF, senador, deputado

federal, deputado estadual ou distrital): afastamento obrigatório

do seu cargo, efetivo ou em comissão, função ou emprego público. A

remuneração percebida será, obrigatoriamente, a do cargo eletivo.

2. Servidor público eleito para PREFEITO: afastamento obrigatório

de seu cargo, emprego ou função pública. Nesse caso, o servidor

poderá optar entre a remuneração do cargo de prefeito e a

remuneração do cargo, emprego ou função de que foi afastado.

3. Servidor público eleito para VEREADOR: faculdade de acumulação

do exercício da vereança com o de seu cargo, função ou em prego

público, caso haja compatibilidade de horários. Na hipótese de

acumulação, o servidor receberá as duas remunerações, a de

vereador e a de seu outro cargo, emprego ou função pública,

obedecidos os limites constitucionais. OBS: não existindo

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compatibilidade de horários, o servidor será afastado de seu

cargo, exercendo apenas o de vereador; poderá, entretanto,

optar entre a remuneração de vereador e a remuneração do

cargo, emprego ou função de que foi afastado.

Das Penalidades: O servidor estará sujeito às penalidades

sempre que descumprir suas obrigações e faltar com seus deveres.

Devendo ser observado o processo disciplinar cabível.

O direito ao contraditório e ampla defesa deverá sempre ser

observado. E ainda o administrador não poderá inovar em sanções a

serem aplicadas no servidor, tal dispositivo é numerus clausus.

A advertência será aplicada nos em situações que são incabíveis

penalidades mais graves. Destacamos ainda que a advertência será por

escrito, e ficará no banco de dados do servidor sendo cancelada após 3

anos de efetivo exercício.

A suspensão será cabível nos casos de reincidência nos casos em

que a advertência foi aplicada, além das situações já tratadas. O

servidor poderá ser suspenso por no máximo 90 dias. E o cancelamento

do registro da suspensão só se dará após 5 anos de efetivo exercício.

O servidor público responde pelo exercício irregular de suas

atribuições na esfera civil, penal e também administrativamente.

As apurações ocorrem de forma independente seja na esfera

penal, administrativa ou penal. Apuração de infração administrativa

disciplinar por meio da sindicância ou do Processo administrativo

disciplinar (PAD), e essas apurações ocorrem formalmente.

O PAD segue as seguintes fases: instauração, instrução, defesa,

relatório e decisão.

Veja bem, são 5 fases! INSTA – INSTRU – DE – RE –DE

Mas essa sequência de fases pode ser simplificada com a seguinte

operação:

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Com isso, teremos as três fases: instauração, inquérito e

decisão.

Para decorar: INSTA – INQUÉ – DE

Na instrução está presente a indiciação, sendo esta fase o

instrumento de acusação formal do servidor inicialmente notificado para

acompanhar o processo administrativo disciplinar, refletindo convicção

preliminar da comissão de que ele cometeu irregularidade. A indiciação

delimita a acusação e dentro deste limite o servidor deverá apresentar

sua defesa escrita.

Apresentada a defesa, a comissão processante apresenta relatório

final, opinando pela aplicação ou não de penalidade. Essa conclusão

definirá a autoridade competente para aplicar a sanção proposta, de

acordo com sua gravidade.

O relatório final pode deixar de ser acolhido pela autoridade

julgadora quando estiver contrário às provas dos autos.

E quem conduz, instrui e preside o PAD?

O PAD é conduzido por comissão processante composta de 3

servidores estáveis, lembre-se de cargo efetivo.

Um deles será o presidente da comissão. Essa autoridade deverá

ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível

de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Então, as exigências feitas pela Lei aos três integrantes detentores

de cargo efetivo e estabelece critério de nível do cargo efetivo ou de

grau de escolaridade do presidente em relação ao acusado.

Instrução

Defesa

Relatório

Inquérito

administrativo

(ou instrução

sumária)

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A portaria de instauração é elemento processual indispensável,

devendo estar juntadaaos autos. A portaria, em sua redação, deve

conter determinados requisitos formais essenciais, com a

identificaçãodos integrantes da comissão (nome, cargo e

matrícula),destacando o presidente; o procedimento do feito (se

sindicância ou PAD - no caso de rito sumário).

Não é necessária a descrição minuciosa dos fatos na portaria. Essa

descrição deve constar do indiciamento.

Para não expor o servidor investigado, as reuniões e as audiências

das comissões terão caráter reservado. Além disso, o PAD corre em

sigilo na Administração.

A Lei nº 8.112/90 estabelece que o PAD poderá ser revisto, a

qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando houver fatos novos ou

circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a

inadequação da penalidade aplicada (art. 174).

A Lei nº 8.112/90 informa, ainda, que o PAD tem o prazo de 60

dias para sua conclusão (art. 152). Esse prazo pode ser prorrogado.

E se a Administração não respeitar esse prazo e solicitar a

prorrogação do prazo do PAD por diversas vezes não há qualquer

problema, desde que o atraso não tenha causado qualquer prejuízo ao

servidor, segundo o STJ.

6. Questões

1. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle

Externo)Servidor público que ocupe cargo de médico na administração

direta da União e cargo de professor em uma universidade pública

federal, ambos remunerados, pode, havendo compatibilidade de

horários entre as atividades, ocupar outro cargo público remunerado de

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médico, desde que esse cargo se situe no âmbito da administração de

um estado-membro, do Distrito Federal ou de um município.

2. (CESPE- 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle

Externo)Em processo administrativo disciplinar, a remoção de ofício de

um servidor pode ser utilizada como forma de punição.

3. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação

– Básicos) A conversão da penalidade de suspensão em multa, na base

de 50% por dia de vencimento ou remuneração, poderá ocorrer na

hipótese de o servidor permanecer obrigatoriamente na repartição e

quando houver conveniência para a prestação do serviço.

4. (CESPE - 2011 - STM - Técnico Judiciário - Segurança –

Específicos) Aplica-se suspensão em caso de reincidência de falta

punida com advertência e de violação de proibição que não tipifique

infração sujeita à penalidade de demissão, não podendo a suspensão

exceder a noventa dias.

5. (CESPE - 2007 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário

- Área Judiciária) Pedro, servidor público federal ocupante de cargo

efetivo, faltou ao trabalho por mais de 30 dias consecutivos, no período

de 2/5/2002 a 10/6/2002. Em razão disso, foi aberto contra ele um

processo administrativo disciplinar, em 15/8/2006. Com base nessa

situação hipotética, julgue os itens seguintes, considerando o regime

jurídico dos servidores públicos.

Se Pedro for punido com a penalidade de suspensão, os seus

registros serão cancelados com o decurso de prazo de 3 anos de efetivo

exercício, desde que não pratique, nesse período, nova infração.

6. (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos Básicos - Cargo 11 a 14, e 16) Na hipótese de o

servidor público praticar nepotismo sob sua chefia imediata, a

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penalidade atribuída pelo regime jurídico dos servidores federais, via de

regra, é a suspensão pelo prazo de trinta dias.

7. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário) Se

determinado servidor, por ato cometido no exercício da função, for

absolvido criminalmente por falta de provas, ele não poderá ser

responsabilizado administrativamente pelo mesmo fato.

8. (CESPE - 2009 - IBRAM-DF – Advogado) Conforme

entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o controle

jurisdicional a respeito do ato administrativo que impõe sanção

disciplinar restringe-se aos seus aspectos meramente formais.

9. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário)O rito sumário

do processo administrativo disciplinar aplica-se apenas à apuração das

irregularidades de acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de

cargo e inassiduidade habitual.

10. (CESPE - 2009 - SEAD-SE (FPH) – Procurador) O secretário

de estado da saúde de determinado estado da Federação determinou a

instauração de processo administrativo disciplinar para apurar fatos

envolvendo irregularidades praticadas por servidor daquela secretaria.

Nessa situação, o processo administrativo disciplinar iniciar-se-á com a

sindicância, que é um meio sumário e sigiloso de investigação, com o

objetivo de apuração preliminar dos fatos, vedada a presença de partes

e advogado.

11. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da

Informação) De acordo com entendimento do Supremo Tribunal

Federal, a falta de defesa técnica por advogado no processo

administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

12. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário) O Ministro de

Estado pode ser submetido a processo administrativo disciplinar, nos

termos da Lei n.º 8.112/1990.

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13. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE

INTELIGÊNCIA) Um servidor público federal que, admitido no serviço

público, sem concurso público, em 1982, e atualmente lotado em

determinado órgão público federal, seja indicado para integrar comissão

de processo administrativo disciplinar estará impedido legalmente de

presidir essa comissão.

14. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal)A comissão

de sindicância não é pré-requisito para a instauração do processo

administrativo disciplinar.

15. (CESPE - 2010 - MS - Analista Técnico) A autoridade

julgadora poderá decidir em desconformidade com o relatório elaborado

pela comissão responsável pela condução do processo disciplinar

quando reputá-lo contrário às provas dos autos.

16. (CESPE - 2008 - ABIN - Oficial de Inteligência) No âmbito do

processo administrativo disciplinar, o interrogatório do acusado ocorre

antes da inquirição das testemunhas, e depois da sua citação.

Gabarito

1. E

2. E

3. C

4. C

5. E

6. E

7. E

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8. E

9. C

10. E

11. C

12. E

13. C

14. E

15. C

16. E

7. Referências

ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo

descomplicado. 18ª ed. São Paulo: Método, 2010.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito

Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito

Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª ed.

São Paulo: Editora Atlas, 2009.

GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 13ª ed. São Paulo:

Saraiva, 2008.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo - tomo I. 3ª ed.

Salvador: Jus Podivm, 2007.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. São

Paulo: Malheiros, 2003.

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MESQUITA, Daniel. Direito Administrativo – Série Advocacia

Pública, Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo,

2011.

STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação

jurisprudencial: doutrina e jurisprudência. 4ª ed. São Paulo: Revista dos

Tribunais, 1999.

Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em

www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.stj.jus.br.