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LEGISLAÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES PARA ANALISTA E TÉCNICO ADMINISTRATIVOS DA ANATEL PROFESSORA: MARIA LUIZA KUNERT AULA 01 – LEI N.º 9472/1997 – PARTE I Prof. Maria Luiza Kunert www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, Concursandos! Tudo joia? Como estão de estudos? Nós vamos iniciar uma das aulas mais importantes de nosso curso. O conteúdo da segunda parte dela é extensamente cobrado em provas. Em todos os concursos realizados pelo CESPE, de 2000 até a presente data, não houve um em que o assunto em tela não fosse cobrado. Portanto, não se assuste ao ver tantos itens em vermelho nessa aula, OK? Essa nossa segunda aula será dividida em duas partes e conterá: Parte 1 (disponível em 25/07/2012): o Princípios da ordem econômica do setor de telecomunicações; o Órgão regulador e políticas setoriais previstas na Lei Geral de Telecomunicações. Criação do órgão regulador; Competências; Parte 2 (disponível em 30/07/2012): o Continuação: Órgãos superiores; Atividade e Controle; Receitas; Contratações. Agora, mãos a obra e bons estudos!

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Lei 9472, voltada para concurso público como ANATEL e Telebrás

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Olá, Concursandos! Tudo joia? Como estão de estudos? Nós vamos iniciar uma das aulas mais importantes de nosso curso. O conteúdo da segunda parte dela é extensamente cobrado em provas. Em todos os concursos realizados pelo CESPE, de 2000 até a presente data, não houve um em que o assunto em tela não fosse cobrado. Portanto, não se assuste ao ver tantos itens em vermelho nessa aula, OK? Essa nossa segunda aula será dividida em duas partes e conterá:

• Parte 1 (disponível em 25/07/2012): o Princípios da ordem econômica do setor de telecomunicações;

o Órgão regulador e políticas setoriais previstas na Lei Geral de

Telecomunicações. � Criação do órgão regulador; � Competências;

• Parte 2 (disponível em 30/07/2012):

o Continuação: � Órgãos superiores; � Atividade e Controle; � Receitas; � Contratações.

Agora, mãos a obra e bons estudos!

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1. Ordem Econômica do Setor de Telecomunicações A ordem econômica do setor de telecomunicações diz respeito a uma série de atividades mercantis executadas pelos atores do mercado, visando de maneira principal, à prestação de serviços de telecomunicações. Tais atividades são fundamentadas no art. 170, parágrafo único da CF: “É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” Pois bem. O exercício de atividade econômica no setor de telecomunicações, em regra, necessita de anuência, ou licença (vamos usar aqui termos bem genérico, para não confundirmos com os instrumentos de autorização, permissão ou concessão, conforme o art. 21, XI da CF) de órgão público, prevista na Lei Geral de Telecomunicações. Para que este exercício seja orientado, são previstos na LGT alguns princípios:

Art. 5º Na disciplina das relações econômicas no setor de telecomunicações observar-se-ão, em especial, os princípios constitucionais da soberania nacional, função social da propriedade, liberdade de iniciativa, livre

concorrência, defesa do consumidor, redução das desigualdades

regionais e sociais, repressão ao abuso do poder econômico e

continuidade do serviço prestado no regime público.

Lembra da nossa convenção dada na aula demonstrativa? O texto que está em vermelho e sublinhado deve ser decorado. Este tema foi pouco cobrado em provas da Anatel e, devido a uma recente alteração da legislação sobre o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, acredito que possa ser cobrado agora. Voltando ao nosso tema... Muitos destes princípios estão previstos na Constituição da república Federativa do Brasil (em alguns casos, não como princípios), e replicados em seu art. 170 ao tratar da ordem Econômica. Vamos reescrever e explicar os princípios da LGT para facilitar seu entendimento:

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soberania nacional – CF, art. 170, I. A Soberania é um fundamento da República Federativa do Brasil e se compreende no conceito de Estado. De uma maneira bem simplificada, esse fundamento diz respeito à autonomia das decisões dentro do Território Nacional. Do fundamento da República Federativa do Brasil, previsto no art. 1°, I da CF, deriva o princípio Constitucional da Soberania Nacional na Ordem Econômica e Financeira do Estado, contido no art. 170, I da CF. Quando trasladamos este princípio para a LGT, seu comando diz que no setor de telecomunicações as determinações do Governo Brasileiro são SOBERANAS, isto é, não admitem impedimento por parte de outras nações. Apenas para exemplificar, vamos tomar o caso verídico do recente leilão de frequências para os serviços celulares de quarta geração (4G), que ocorreu em 12/06/2012, mostrado na página 10 da sua Aula 00 – Demonstrativa. Este leilão contou com uma característica muito interessante em seu edital, para fomentar a indústria nacional. As prestadoras de serviço que compraram as frequências são obrigadas a utilizarem um percentual de equipamentos produzidos no Brasil para fornecer serviços a seus assinantes. Essa decisão brasileira, vista como protecionista para fomentar a indústria nacional, foi questionada por diversos países produtores desses equipamentos, porém, devido ao princípio da soberania, este questionamento não poderá impedir o que foi estabelecido como condição do leilão. função social da propriedade – Este é um Princípio Geral da Atividade Econômica, previsto na CF, em seu art. 170, III. A propriedade urbana ou rural que não cumpre sua função social pode ser desapropriada pelo Estado. Esse princípio marca a prevalência dos direitos coletivos sobre os direitos individuais. Referente ao setor de telecomunicações é importante saber que a ordenação urbana, conforme a Constituição Federal é de competência dos Municípios e a ordenação rural é de competência da União e que a Lei Geral das Telecomunicações, em seu art. 74, diz que as licenças concedidas pela União (por meio da Anatel) para a prestação de serviços de telecomunicações não isentam as prestadoras do cumprimento das normas de engenharia e das leis municipais, estaduais ou do Distrito Federal relativas à construção civil e à instalação de cabos e equipamentos em logradouros públicos (esta não é a redação fiel e nós voltaremos a este artigo em outra oportunidade, ok?).

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Isto quer dizer que não se pode instalar equipamentos de telecomunicações em qualquer lugar por aí. Deve-se obedecer às demais legislações dos entes federativos em questão. Embora não seja cobrado em prova, é bom saber que este tema tem dado muita polêmica em se tratando das torres de telefonia móvel celular. liberdade de iniciativa – Conforme a CF, a livre iniciativa é um fundamento da República Federativa do Brasil, previsto no art. 1º, IV, que cita expressamente os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Isto quer dizer que o Brasil é um país capitalista e que qualquer pessoa pode ser dona de uma empresa no nosso país. A livre de iniciativa também é um fundamento da Ordem Econômica e Financeira Nacional, conforme o art. 170, caput. A Lei Geral de Telecomunicações estabelece a liberdade de iniciativa como um princípio das relações econômicas do setor, indicando que as empresas prestadoras de serviços de telecomunicações (salvo as restrições ao capital estrangeiro que podem ser estabelecidas pelo Poder Executivo, conforme o art. 18, parágrafo único, da LGT) podem ser, em regra, de propriedade de qualquer pessoa física ou jurídica. livre concorrência – Estabelecida na CF, art. 170, IV é um dos princípios da Ordem Econômica e Financeira Nacional. Isto quer dizer que o governo intervirá o mínimo possível na atividade econômica, deixando, sempre que possível, o mercado se autorregular. Isto vai em encontro ao principio da mínima interferência estatal na esfera privada. E em que situações isso é possível? Quando o mercado encontra-se em concorrência perfeita, ou seja, muitos participantes (compradores e vendedores) com produtos similares. Obviamente, em diversos serviços de telecomunicações, não é essa a situação do mercado em questão, que possui poucos vendedores, milhões de compradores, empresas com forte poderio econômico (faturamento anual superior a dez bilhões de reais), assimetria de informação (o vendedor conhece muito mais seu produto ou serviço que o comprador) e diversas outras imperfeições de mercado.

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Um dos motivos para a existência de regulação (e consequentemente o aparecimento de agências reguladoras) é a possibilidade da correção das imperfeições de mercado. Corrigidas estas imperfeições, de maneira isonômica entre os participantes do mercado, a interferência estatal na esfera privada deve ser mínima e isso caracteriza o princípio da livre concorrência no setor. Isso também quer dizer que o Governo irá fomentar a competição no setor, para que haja diminuição do preço final ao usuário. defesa do consumidor – A Defesa do Consumidor é uma garantia prevista no art. 5º, XXXII da CF e também um princípio da Ordem Econômica e Financeira, descrito no art. 170, V deste mesmo diploma. É importante se notar que as disposições do Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078, de 1990) e de seus regulamentos (decretos n.º 5.903, de 2006 e 6.523, de 2008) se aplicam ao setor de telecomunicações. Os órgãos de defesa do consumidor também possuem competência para tratar reclamações de usuários contra as prestadoras. redução das desigualdades regionais e sociais – Prevista como um objetivo fundamental da República Federativa do Brasil no art. 3º, III da CF, a própria Constituição o compila como principio da Ordem Econômica e Financeira no art. 170, VII; No setor de telecomunicações este princípio é amplamente utilizado na elaboração de políticas públicas quando o Governo Federal impõe metas de atendimento a usuários. Veremos isto com mais detalhes adiante, quando tratarmos dos compromissos das prestadoras com o Poder Público. repressão ao abuso do poder econômico – Principio estabelecido conforme o art. 173, §4º, da CF. Para sua vigência tivemos a criação do CADE e, recentemente, a criação do novo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, estabelecido pela lei 12.529 de 11 de dezembro de 2011. A lei anterior, lei 8.884, de 1994 foi parcialmente revogada por aquela, ficando apenas vigente a sua parte penal e a parte de defesa do consumidor. A lei 12.529 cria o chamado “novo CADE”, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, dando-lhe mais poder para combater infrações à Ordem Econômica.

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Em se tratando do domínio de telecomunicações, a lei supramencionada modifica algumas atribuições da Anatel, referentes a esse tema e previstas no art. 7º da LGT. Veremos este como ficaram as atribuições da Agência daqui a pouco. continuidade do serviço prestado no regime público – Encontra-se na CF, art. 175, IV, como obrigação de manter serviço adequado. Esse princípio diz que os serviços públicos (prestados em regime público) são de titularidade do Estado. Além disso, conforme a letra da CF, Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou

sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a

prestação de serviços públicos.

É do comando constitucional acima que derivam diversos direcionamentos previstos na LGT, quanto aos serviços públicos (a LGT sempre se referirá aos serviços públicos como prestados em regime público) de telecomunicações.

• Incumbe ao Poder Público na forma da lei – neste caso, a Lei Geral de Telecomunicações;

• Os serviços públicos podem ser prestados diretamente pelo Estado;

• Também podem ser prestados sob regime de concessão ou

permissão;

• Sempre através de licitação. Quer ver como isso já foi cobrado pelo CESPE?

(CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) De acordo com a Lei Geral de Telecomunicações, os princípios que devem disciplinar as relações econômicas nesse setor incluem a

Questão 1. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) livre concorrência.

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A livre concorrência é um princípio constitucional que disciplina as relações econômicas no setor. Está previsto na lista do art. 5º da LGT e na Constituição encontra-se no art. 170, IV. Gabarito C

Questão 2. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) liberdade de expressão.

A liberdade de expressão não é um princípio constitucional que disciplina as relações econômicas do setor de telecomunicações, pois não está prevista na lista do art. 5º da LGT. Gabarito E

Questão 3. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) repressão ao abuso do poder econômico.

Conforme estudamos, esta assertiva está correta. O princípio se encontra previsto na lista do art. 5º da LGT.

Gabarito C

Questão 4. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) proteção do meio ambiente.

Embora seja um princípio Constitucional da Ordem Econômica e Financeira, não é um princípio disciplinador das relações econômicas do setor de telecomunicações (novamente, sem querer ser chata, ele não consta da relação do art. 5º da LGT). Assertiva incorreta. Gabarito E

Questão 5. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) soberania nacional.

Este sim, é um princípio constitucional que disciplina as relações econômicas no setor de telecomunicações. Assertiva correta. Gabarito C

Vamos passar agora a um princípio LEGAL (porque está definido em lei. Que lei? Na Lei n.º 9.472/1997, a Lei Geral de Telecomunicações) ou

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INFRACONSTITUCIONAL (porque está estabelecido em uma norma de hierarquia inferior à Constituição Federal) da Ordem Econômica do setor de telecomunicações.

Art. 6° Os serviços de telecomunicações serão organizados com base no princípio da livre, ampla e justa competição entre todas as prestadoras, devendo o Poder Público atuar para propiciá-la, bem como para corrigir os efeitos da competição imperfeita e reprimir as infrações da ordem econômica.

Este princípio disciplina a organização dos serviços de telecomunicações. Seu principal pilar é a COMPETIÇÃO, que deve ser: Entre todas as prestadoras, devendo o Poder Público atuar para que essa competição seja efetiva. Desse princípio surgem algumas questões: Questão 6. (Questão Inédita) Segundo a Legislação de Telecomunicações

vigente, é proibido o monopólio, devendo o Poder Público atuar para corrigir esta imperfeição de mercado. O monopólio deve ser evitado ou combatido, devendo o Poder Público corrigir esta imperfeição de mercado. Porém, não há em qualquer dispositivo da Legislação de Telecomunicações que o monopólio é proibido. Note que em localidades muito pequenas, para alguns serviços de telecomunicações, como, por exemplo, o Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC que demanda altos investimentos em infraestrutura, é

Competição

Ampla

Livre

Justa

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comum a existência de monopólio, por não haver interesse comercial de outras prestadoras devido ao fato de o mercado ser muito pequeno. Assertiva errada. Gabarito E

Questão 7. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Curso de

Formação) O princípio que rege a organização dos serviços de telecomunicação é o da livre, ampla e justa competição, razão pela qual não mais se admite a presença do poder público no setor A questão começou muito bem, com o art. 6º da LGT, mas a presença do Poder Público é admitida no setor sim. A presença do Poder Público no setor obedece a um comando constitucional e é admitida de duas formas, segundo, o art. 21 da CF com redação modificada pela EC n.º 8, transcrito a seguir: “Art. 21. Compete à União: .......... XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;” A primeira forma é a exploração dos serviços, de maneira direta ou por delegação ao particular. A segunda é a influencia no mercado por meio de regulação. É a regulação que deverá propiciar ao mercado a competição ampla, livre e justa entre as prestadoras de serviços. A questão está errada. Gabarito E

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Para finalizarmos, vamos passar a um tema que foi pouco cobrado em concursos anteriores, mas que cuja legislação foi modificada recentemente, portanto, poderá ser cobrado em prova, principalmente para o cargo de Analista Administrativo.

Art. 7° As normas gerais de proteção à ordem econômica são aplicáveis ao setor de telecomunicações, quando não conflitarem com o disposto nesta Lei.

A partir da leitura deste artigo temos três situações:

1. Normas gerais de proteção à ordem econômica que não conflitam com o disposto na LGT – Nesse caso são aplicadas estas normas. Atualmente, a Lei que se aplica é a Lei n.º 12.529/2011, que institui o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.

2. Normas gerais de proteção à ordem econômica que conflitam com o disposto na LGT. Nesse caso, temos dois desdobramentos:

a. Normas conflitantes com vigência anterior à LGT – Aplica-se a LGT no setor de telecomunicações. Isto acontecia até a entrada em vigência da Lei n.º 12.529/2011. A antiga lei de proteção à ordem econômica (Lei n.º 8.884 de 1994) era suplantada em vários dispositivos pela LGT – Lei n.º 9472/1997 (lembre-se de uma regrinha do Direito Constitucional sobre a revogação tácita – lei posterior revoga lei anterior);

b. Normas conflitantes com vigência posterior à LGT e que disponham de maneira expressa sobre matérias de competência antes atribuída a Anatel – Aplica-se a norma sobre proteção à ordem econômica, que neste caso é a Lei n.º 12.529/2011 (novamente, a regrinha da lei posterior).

§ 1º Os atos envolvendo prestadora de serviço de telecomunicações, no regime público ou privado, que visem a qualquer forma de concentração econômica, inclusive mediante fusão ou incorporação de empresas, constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer forma de agrupamento societário, ficam submetidos aos

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controles, procedimentos e condicionamentos previstos nas normas gerais de proteção à ordem econômica.

A lista dada no primeiro parágrafo do art. 7º da LGT não é taxativa, ou seja, há atos de concentração econômica que não estão descritos nela. Veja como o primeiro parágrafo do art. 7º da LGT já foi cobrado em prova: Questão 8. (CESPE - Anatel 2008 – Especialista em Regulação – Direito)

Os atos envolvendo prestadora de serviço de telecomunicações, no regime público, que visem a qualquer forma de concentração econômica, exceto mediante fusão, ficarão submetidos aos controles, procedimentos e condicionamentos previstos nas normas gerais de proteção à ordem econômica. A redação do enunciado desta questão andava bem até o termo “exceto mediante fusão”. Repare que o §1º afirma “inclusive mediante fusão”. A assertiva está incorreta. Gabarito E Agora, atenção: se, de maneira diferente, o enunciado fosse: “Os atos envolvendo prestadora de serviço de telecomunicações, no regime público, que visem a qualquer forma de concentração econômica ficarão submetidos aos controles, procedimentos e condicionamentos previstos nas normas gerais de proteção à ordem econômica”, a questão estaria correta. Bem, agora alguns de vocês podem estar pensando: “Mas faltou no enunciado a menção aos serviços no regime privado...” Pois é, gente, faltou. Mas, em se tratando do CESPE, é necessário se analisar se a retirada da palavra deixa a assertiva correta ou não. Em cerca de 80% dos casos é cobrada a literalidade da lei. Em 20% das vezes as questões são interpretativas, como o novo enunciado da questão 8. Portanto, cuidado com essas questões.

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Vamos ingressar em um ponto sensível, pois mudou recentemente. Embora eu não acredite que possa ser cobrado em sua prova. O segundo parágrafo do art. 7º da LGT foi revogado tacitamente pela Lei n.º 12.529/2011, pelo princípio da posterioridade.

§ 2° Os atos de que trata o parágrafo anterior serão submetidos à apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, por meio do órgão regulador.

Quaisquer dos atos que implicassem em concentração econômica eram instruídos pela Anatel, que também, em alguns casos (vamos ver isso um pouco mais adiante) aprovava ou reprovava este ato, baseado em uma série de condicionantes, visando fomentar a concorrência no setor. A Anatel era a única agência reguladora a gozar da prerrogativa de instruir os atos de concentração econômica, por expressa determinação legal. Com a nova lei do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, a instrução desses processos passa agora ao novo CADE (especificamente, à Superintendência Geral) e não mais é de competência da Anatel. Vejam o inciso V do artigo 13 da Lei 12.259/2011, que especifica as competências da Superintendência Geral do Novo CADE: “Art. 13. Compete à Superintendência-Geral: ........... V - instaurar e instruir processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, procedimento para apuração de ato de concentração, processo administrativo para análise de ato de concentração econômica e processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais instaurados para prevenção, apuração ou repressão de infrações à ordem econômica;” Para finalizarmos a disciplina da Ordem Econômica na Lei Geral de Telecomunicações, temos os comportamentos por parte das prestadoras de serviços de telecomunicações que, na celebração de contratos ou fornecimento

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de bens e serviços, caracterizam infração da ordem econômica. São elas as condutas que possam:

• Limitar • Falsear • Ou, de qualquer forma, prejudicar a livre concorrência ou a livre

iniciativa.

§ 3º Praticará infração da ordem econômica a prestadora de serviço de telecomunicações que, na celebração de contratos de fornecimento de bens e serviços, adotar práticas que possam limitar, falsear ou, de qualquer forma, prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa.

O fornecimento de bens e serviços de telecomunicações no mercado ocorre de duas maneiras: A consumidores finais – É a oferta de bens e serviços a pessoas físicas ou jurídicas; A outras prestadoras de serviços de telecomunicações (também denominado exploração industrial) – Ocorre quando uma prestadora “aluga” a rede de outra para prestação de seus serviços aos seus consumidores ou usuários finais. Vamos lembrar, por meio de três questões problema, as duas situações que envolvem o fornecimento de bens e serviços no mercado de telecomunicações e avaliar se elas são caracterizadas como infração à ordem econômica: Questão 9. (Questão inédita) Julgue se a conduta descrita a seguir

caracteriza infração da ordem econômica no setor de telecomunicações: A prestadora ABC era a única empresa a prestar o Serviço de Comunicação Multimídia (para conexão à Internet em banda larga) na localidade. A prestadora XYZ, após instalar sua rede para prestar serviços nesta mesma região, decidiu cobrar 1% do preço cobrado por ABC para angariar novos clientes, com a condição que os clientes ficassem fidelizados por três anos. Caso o cliente de XYZ desejasse rescindir seu contrato, deveria pagar uma multa de R$100.000,00 a esta prestadora.

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A conduta que XYZ praticou nesta questão foi um rebaixamento de preços, com uma fidelização “leonina”. Note que o usuário deverá, atraído pelo valor, migrar de ABC para XYZ, porém, não poderá sair, uma vez que a multa por rescisão contratual é absurda. Como resultado, além de limitar a livre concorrência, pois o consumidor ficaria preso, esta conduta fere o direito do usuário de liberdade de escolha de sua prestadora, previsto na LGT. Assertiva que caracteriza uma infração da ordem econômica. Gabarito C

Questão 10. (Questão inédita) Julgue se a conduta descrita a seguir caracteriza infração da ordem econômica no setor de telecomunicações: Na Europa, as prestadoras ABC e DEF são grandes rivais. ABC está muito bem estabelecida no Brasil. DEF é uma prestadora que não possui nenhum equipamento instalado no Brasil, e para tanto, deseja alugar parte da rede de ABC para prestar seus serviços aos seus possíveis assinantes. ABC possui um catálogo de preços padrão, pois celebrou contrato de exploração industrial com GHI e JKL e pretende cobrar estes preços de DEF. A conduta, por ser isonômica com outras prestadoras, não caracteriza nada de anormal, sendo, portanto, uma conduta que não representa uma infração da ordem econômica. Gabarito E

Questão 11. (Questão inédita) Julgue se a conduta descrita a seguir caracteriza infração da ordem econômica no setor de telecomunicações: Na Europa, as prestadoras ABC e DEF são grandes rivais. ABC está muito bem estabelecida no Brasil. DEF é uma prestadora que não possui nenhum equipamento instalado no Brasil, e para tanto, celebrou contrato de aluguel parte da rede de ABC para prestar seus serviços aos seus possíveis assinantes, que praticou preços conforme catálogo padrão. Ao

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verificar que DEF estava se saindo muito bem na captação de clientes, ABC começou a descuidar da manutenção da rede que DEF utilizava, ocasionando interrupções de serviço frequentes aos clientes de DEF. Aqui, a nossa prestadora ABC criou um artifício para que os clientes de DEF fiquem insatisfeitos e rescindam o seu contrato por má qualidade na prestação dos serviços. Bonito isso, não? Infração da ordem econômica caracterizada, pois é uma atitude que prejudica a livre concorrência. Gabarito C

Vamos a uma última questão sobre o assunto? Questão 12. (CESPE - Anatel 2006 – Analista Administrativo)

Universalização leva telefone público a arquipélago de São Pedro e São Paulo. O arquipélago de São Pedro e São Paulo é a mais nova região brasileira coberta pela telefonia fixa. A Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL), concessionária de serviço telefônico fixo comutado (STFC) da Região IV do Plano Geral de Outorgas (PGO), instalou, na principal ilha do arquipélago, localizado a 1.100 km do litoral do Rio Grande do Norte, um importante apoio aos trabalhos executados na região por pesquisadores de universidades brasileiras: um telefone de uso público (TUP). A chegada do TUP na ilha Belmonte é resultante da identificação pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) de mais um ponto estratégico no território nacional para o cumprimento de obrigações de universalização, às quais estão sujeitas as concessionárias do STFC. Internet: <www.anatel.gov.br> (com adaptações) Com referência ao tema do texto acima, julgue o item a seguir. Nos termos da lei que disciplina a organização dos serviços de telecomunicações, tendo em vista que a exploração do serviço de telefonia no referido arquipélago se faz por apenas uma prestadora, o poder público pode atuar para propiciar condições para que outras prestadoras explorem o serviço na área a fim de garantir a efetivação do princípio da livre, ampla e justa competição.

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A atuação do Poder Público é a aplicação do art. 6º da LGT: “Art. 6° Os serviços de telecomunicações serão organizados com base no princípio da livre, ampla e justa competição entre todas as prestadoras, devendo o Poder Público atuar para propiciá-la, bem como para corrigir os efeitos da competição imperfeita e reprimir as infrações da ordem econômica.” Assertiva correta. Gabarito C

Aqui finalizamos o Livro I da Lei Geral de Telecomunicações (ou Lei Geral das Telecomunicações, ambas as grafias são aceitas).

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2. Órgão Regulador e Políticas Setoriais Previstas na Lei Geral de Telecomunicações

Agora nós vamos estudar um dos temas que mais caem em concursos públicos da nossa área. Portanto, dê prioridade a este ponto. Nesse capítulo das nossas aulas vamos ver o que é a Anatel, o que ela faz, seus órgãos estatuídos pela LGT, as competências destes órgãos, as receitas da Agência e seus procedimentos de contratação específicos. Estamos no Livro II da LGT, que define:

• Criação do órgão regulador; • Competências; • Órgãos superiores; • Atividade e Controle; • Receitas; • Contratações.

2.1 Criação do Órgão Regulador

A Lei Geral de Telecomunicações criou a Agência Nacional de Telecomunicações em seu art. 8º.

Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações, entidade integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, com a função de órgão regulador das telecomunicações, com sede no Distrito Federal, podendo estabelecer unidades regionais.

Este é um artigo tão, mas tão importante, que até pintei de amarelo o nosso quadradinho. Há muita informação pedida em provas do CESPE. Vamos separá-las para melhorar nossa compreensão.

1. A Agência Nacional de Telecomunicações é integrante da Administração Pública Federal Indireta. Isto quer dizer que ela é fruto de descentralização administrativa (aqui cuidado, os

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examinadores gostam de utilizar a palavra desconcentração e isso está errado);

2. A Anatel está submetida a regime autárquico especial. É uma pessoa jurídica de direito público interno, uma autarquia (ficou redundante, mas é para a sua memorização). O regime especial da Anatel é caracterizado no §2º, do art. 8º da LGT: § 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira.

São quatro características que definem a natureza de autarquia especial à Anatel (aqui vamos trocar a ordem para facilitar a compreensão):

• Ausência de subordinação hierárquica – Significa que a Anatel não se subordina ao Ministério das Comunicações (na verdade, nenhuma entidade da Administração Indireta se subordina às entidades da administração direta. Existe sim, a vinculação e a supervisão ministerial que é um controle quanto ao alcance das metas institucionais propostas. Este é o chamado controle finalístico). O caput do art. 8º nos diz que a Agência é vinculada ao Ministério.

Esta ausência de subordinação indica que a Anatel é a última instância decisória para as matérias de sua alçada (LGT, art. 19, XXV) e também é o órgão responsável por deliberar na esfera administrativa quanto à aplicação da legislação de telecomunicações (LGT, art. 19, XVI). Nesse caso, não existe a figura do recurso hierárquico impróprio, ou seja, de que alguém afetado por uma decisão desfavorável da Anatel recorra ao Ministério das Comunicações. Apenas para revisar esse conceito do Direito Administrativo, segundo Hely Lopes Meirelles:

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Recurso hierárquico impróprio é o que a parte dirige a autoridade ou órgão estranho à repartição que expediu o ato recorrido, mas com competência julgadora expressa, como ocorre com os tribunais administrativos e com os Chefes do Executivo federal, estadual e municipal. [...] É importante ressaltar que qualquer pessoa pode peticionar ou recorrer contra atos da Agência, sem a necessidade de advogado.

• Autonomia financeira – Não há ingerências de outros órgãos

sobre questões orçamentárias de sua competência.

De maneira específica:

o Não sofre limitação nos valores para movimentação e empenho de suas dotações orçamentárias ou programação orçamentária e financeira de execução (LGT art. 15);

o A Anatel é quem arrecada e aplica suas próprias receitas (LGT, art. 19, XXI).

• Independência administrativa – A Anatel é a única

responsável pela sua administração interna.

É ela própria quem:

o Aprova seu próprio regimento interno (LGT art. 22, X); resolve quanto à elaboração e a extinção de seus contratos (LGT, art. 19, XXII);

o Nomeia, exonera e demite seus servidores (LGT, art. 19, XXII);

o Adquire, administra e aliena seus bens (LGT arts. 22, II

54, parágrafo único e 55);

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o Pode aprovar normas próprias de licitação e contratação baseando-se no principio da eficiência (LGT arts. 19, XXIV e 22, XI).

• Mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes – O órgão

máximo da Anatel é o Conselho Diretor. É a ele que cabe a última instância recursal das decisões administrativas da agência.

As Agências Reguladoras são dirigidas em regime de colegiado, por conselhos diretores ou diretorias. O número de membros de cada um destes órgãos e a duração de seu mandato são fixados na lei de criação de cada agência. O chefe do órgão é o presidente, diretor-geral ou diretor, sendo a nomenclatura do cargo também definida na lei de criação da agência. Veja o disposto no § 1º da LGT ao tratar da estrutura organizacional obrigatória da Anatel:

§ 1º A Agência terá como órgão máximo o Conselho Diretor, devendo contar, também, com um Conselho Consultivo, uma Procuradoria, uma Corregedoria, uma Biblioteca e uma Ouvidoria, além das unidades especializadas incumbidas de diferentes funções.

Os membros do Conselho Diretor, os Conselheiros possuem mandato fixo, que é de cinco anos e não podem ser exonerados ad nutum (que são as exonerações por motivos políticos, por exemplo), sendo portanto estáveis. No caso da Anatel, o chefe do órgão máximo é o Presidente da Agência. A estrutura organizacional LEGAL (estabelecida na Lei 9.472/1997. Vamos ver o organograma da Agência com mais detalhes quando estudarmos o seu Regimento Interno) da Anatel é da seguinte maneira:

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Figura 1. Estrutura legal da Anatel

Existe em andamento a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) n.º 1668 MC / DF, impetrada pelos partidos PT, PC do B, PSB e PDT contra a Lei n.º 9.472/1997 e que questiona a autonomia (administrativa, financeira, normativa), da Anatel, pois ela em sua grande parte cria uma série de divergências em relação às demais autarquias da administração pública federal. Enquanto o resultado desta ADIn não é publicado pelo STF, fica vigente o que está definido pela LGT e é isto que será cobrado em sua prova.

3. A Anatel é vinculada ao Ministério das Comunicações. Significa que ela não sofre controle hierárquico e sim supervisão ministerial, ou controle finalístico (conforme previsto para as autarquias comuns no Decreto-Lei n.º 200). Embora a Anatel não sofra controle hierárquico, por expresso comando legal, ela é submetida ao controle externo, a cargo do Congresso Nacional e exercido com auxílio do Tribunal de Contas da União e ao sistema de controle interno do Poder Executivo Federal.

4. A função da Anatel é ser órgão regulador das telecomunicações. Isso significa que ela atuará em:

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• Edição de normas sobre o setor; • Fiscalização; • Arrecadação e aplicação de Receitas; • Aplicação de sanções administrativas; • Emissão de licenças para a prestação de serviços de

telecomunicações;

5. A sede da Anatel é no Distrito Federal e ela pode estabelecer unidades regionalizadas. Atenção aqui em dois pontos. Como a localização da sede da Anatel é definida por Lei, ela não pode estabelecer sua sede, de forma autônoma, em qualquer lugar do Território Nacional. Apenas por lei a sede da Anatel pode ser transferida do Distrito Federal para outro lugar. O fato de ela poder estabelecer unidades regionalizadas significa que ela não é obrigada a fazê-lo. Portanto, de acordo com a conveniência e a oportunidade, a Anatel poderá (diferente de deverá, que é um comando mandatório) criar unidades nos demais estados da Federação.

Vamos ver como isso tudo foi cobrado em provas?

Questão 13. (CESPE – Câmara dos Deputados 2012 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) A ANATEL, órgão regulador das telecomunicações no Brasil, subordina-se administrativamente ao Ministério das Comunicações. Olha a palavrinha proibida aí, gente! Subordina-se? Não! Nunca, jamais!!! A Anatel é vinculada ao Ministério das Comunicações. Gabarito E

Questão 14. (CESPE - Anatel 2008 – Especialista em Regulação – Direito) Os dirigentes da ANATEL possuem estabilidade, garantida pelo exercício de mandato fixo, que eles somente podem perder

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nas hipóteses expressamente previstas, afastada a possibilidade de exoneração ad nutum. Vimos que os dirigentes da Anatel possuem mandato fixo, e são estáveis, não podendo ser exonerados ad nutum. Ademais, a LGT lista expressamente as hipóteses nas quais os membros do Conselho Diretor da Anatel podem perder o cargo. Assertiva correta. Gabarito C

Questão 15. (CESPE - Anatel 2008 – Especialista em Regulação – Direito) Por ser a ANATEL uma autarquia de regime especial, seus atos estão sujeitos à revisão pelo ministério a que se acha vinculada. O Conselho Diretor da Anatel é o seu órgão máximo e a última instância recursal das decisões administrativas da Agência, portanto, o Ministério das Comunicações não revisa atos da Anatel. A impossibilidade de recurso impróprio (Ministério) e a da revisão de seus atos é uma das características da independência da Agência. Assertiva incorreta. Gabarito E

Questão 16. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Biblioteconomia) O órgão máximo da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) é o seu Conselho Consultivo. O órgão máximo da Anatel é o Conselho Diretor. Lembre-se do nosso organograma na página 21, no qual a caixinha do Conselho Diretor está pintada em azul mais forte, indicando que ele é mais importante hierarquicamente que os demais. Assertiva errada.

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Gabarito E

Questão 17. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo –

Biblioteconomia) A ANATEL tem natureza de autarquia especial e é caracterizada pela autonomia administrativa e pela ausência de autonomia financeira. Veja o § 2º do art. 8º da LGT: “§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira.” Portanto a assertiva está incorreta. Gabarito E Mas você pode estar me perguntando: E se fosse excluída a palavra “ausência”? O termo que consta da letra da Lei é “independência administrativa” e não “autonomia administrativa”, mas segundo o dicionário Michaelis, ambas podem ser interpretadas como sinônimos. Sendo assim, a assertiva estaria correta. Veja a cópia do verbete a seguir: independência in.de.pen.dên.cia sf (in+dependência) 1 Estado ou qualidade de independente. 2 Libertação, restituição ao estado livre; autonomia. 3 Caráter independente. 4 Meios de fortuna bastantes que permitem a uma pessoa viver independentemente. I. de plataforma, Inform: capacidade de um programa ou rede de poder funcionar ou conectar-se com tipos incompatíveis de hardware. (grifos meus)

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Questão 18. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo –

Administração) A ANATEL é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério das Comunicações, que desempenha a função de órgão regulador das telecomunicações. Nesta questão o nosso queridíssimo examinador brincou com a redação do art. 8º da Lei Geral de Telecomunicações: “Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações, entidade integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, com a função de órgão regulador das telecomunicações, com sede no Distrito Federal, podendo estabelecer unidades regionais.” Lembre-se: A Anatel é uma autarquia e não uma empresa pública federal. Assertiva incorreta Gabarito E

Questão 19. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo –

Administração) As agências reguladoras serão dirigidas em regime de colegiado, por um conselho diretor ou diretoria composta por conselheiros ou diretores, sendo um deles o seu presidente, o diretor-geral ou diretor-presidente. É correta a assertiva, conforme já foi visto. “As agências reguladoras são dirigidas em regime de colegiado, por conselhos diretores ou diretorias. O número de membros de cada um destes órgãos e a duração de seu mandato são fixados na lei de criação de cada agência. O chefe do órgão é o presidente, diretor-geral ou diretor, sendo a nomenclatura do cargo também definida na lei de criação da agência.”

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Gabarito C

Questão 20. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Administração) O mandato dos conselheiros e dos diretores das agências reguladoras terá o prazo fixado na lei de criação de cada agência. Conforme o que foi explicitado na questão anterior, a assertiva está correta. Gabarito C

Questão 21. (CESPE - Anatel 2004 – Técnico Administrativo) A ANATEL, por ser uma agência reguladora e gozar de independência administrativa, não se submete ao controle do Tribunal de Contas da União, especialmente no que se refere a procedimentos licitatórios no setor de telecomunicações Esta questão é muito fácil de se errar. A Anatel possui procedimentos licitatórios próprios, conforme vimos anteriormente. Isto não quer dizer que os procedimentos são autônomos ou independentes, apenas que a Lei de Licitações (Lei n.º 8.666/1990) não se aplica na íntegra às contratações feitas pela Anatel. Lembre-se que por expresso comando constitucional, a Agência é obrigada a se submeter ao controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), bem como ao controle interno do Poder Executivo. Apenas para frisar este aspecto, veja o art. 70 da Constituição Federal, que dispõe que todas as entidades da administração direta e indireta (neste caso a Anatel) serão fiscalizadas (contábil, financeira, orçamentaria e patrimonialmente) pelo Congresso Nacional:

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“Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)” O art. 71 indica que esta fiscalização será realizada com o auxílio do TCU: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: ...” Repare que é impossível à Anatel fugir do controle externo o TCU. Assertiva incorreta Gabarito E

Vamos finalizar esta parte de nossa aula com alguns artigos da Lei Geral de Telecomunicações ainda sobre a Anatel.

Art. 9° A Agência atuará como autoridade administrativa independente, assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei, as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de sua competência.

O artigo 9º da LGT reafirma a independência da Anatel e consequentemente a sua não subordinação ao Ministério das Comunicações.

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Art. 10. Caberá ao Poder Executivo instalar a Agência, devendo o seu regulamento, aprovado por decreto do Presidente da República, fixar-lhe a estrutura organizacional. Parágrafo único. A edição do regulamento marcará a instalação da Agência, investindo-a automaticamente no exercício de suas atribuições.

Aqui temos um ponto de atenção. A LGT cria a Agência, porém o Regulamento da Anatel, o Decreto n.º 2.338/1997 que iremos estudar na nossa quarta aula é que marcou a instalação da Agência, investindo-a automaticamente no exercício de suas atribuições.

• Lei Geral de Telecomunicações →→→ Lei 9.472/1997 →→→ Cria a Anatel

• Regulamento da Anatel →→→ Decreto n.º 2.338/1997 →→→ Instala a Agência

Art. 15. A fixação das dotações orçamentárias da Agência na Lei de Orçamento Anual e sua programação orçamentária e financeira de execução não sofrerão limites nos seus valores para movimentação e empenho.

Já vimos este artigo em outra oportunidade. É interessante frisar que ele caracteriza a autonomia financeira da Agência.

Art. 16. Fica o Poder Executivo autorizado a realizar as despesas e os investimentos necessários à instalação da Agência, podendo remanejar, transferir ou utilizar saldos orçamentários, empregando como recursos dotações destinadas a atividades finalísticas e administrativas do Ministério das Comunicações, inclusive do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL. Parágrafo único. Serão transferidos à Agência os acervos técnico e patrimonial, bem como as obrigações e direitos do Ministério das Comunicações, correspondentes às atividades a ela atribuídas por esta Lei.

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Apenas por razões históricas (isso não cai em sua prova), é interessante lembrar que o Ministério das Comunicações era quem realizava grande parte das atividades que a Lei Geral de Telecomunicações passou para a Anatel. Sendo assim, nada mais lógico que transferir recursos do Ministério para a Agência.

Art. 17. A extinção da Agência somente ocorrerá por lei específica.

Isto significa que a Anatel só pode ser extinta por meio de uma lei que trate apenas deste assunto.

2.2 Competências

A Lei Geral de Telecomunicações reestruturou o setor, até então monopolista e estatal, em 1997, transferindo atribuições, patrimônio, orçamento (receitas e despesas) e pessoal do Ministério das Comunicações para a Anatel, definindo suas novas competências também. A LGT, de certa forma, esvaziou as competências deste órgão. O Ministério das Comunicações (Minicom) foi criado pelo Decreto-Lei n.º 200 de 1967 e sua última reestruturação ocorreu com a publicação da Lei nº 10.683 de 2003. Atualmente o Minicom é responsável por formular e propor as políticas nacionais para as áreas de telecomunicações e radiodifusão, bem como a política nacional de inclusão digital. A Lei Geral de Telecomunicações não define competências do Minicom, e sim do Poder Executivo. Portanto, há dois artigos da LGT que definem competências: Art. 18 – Competências do Poder Executivo. Em algumas provas, substituído de maneira correta pelo Presidente da República; Art. 19 – Competências da Anatel. Antes de iniciarmos o art. 18, vamos ver uma das classificações dos serviços de telecomunicações, muito importante para o entendimento dos artigos subsequentes. Esta definição está no art. 63 da LGT.

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Art. 63. Quanto ao regime jurídico de sua prestação, os serviços de telecomunicações classificam-se em públicos e privados. Parágrafo único. Serviço de telecomunicações em regime público é o prestado mediante concessão ou permissão, com atribuição a sua prestadora de obrigações de universalização e de continuidade.

Vejam estas duas descrições abaixo: Os serviços de telecomunicações prestados em regime público são de titularidade do Estado. A delegação de sua execução é outorgada ao particular por meio de contrato de concessão ou permissão. O particular representa o Poder Público e assim sendo, há responsabilidade civil do Estado em sua prestação. Na outorga, não há transferência de titularidade (tanto que o Estado pode “tomar de volta” a prestação do serviço público de telecomunicações). O que ocorre é a transferência da responsabilidade da execução do serviço. Já os serviços de telecomunicações prestados em regime privado não são de titularidade do Estado. O Poder Público apenas organiza os serviços prestados neste regime (administração ordenadora) e mediante ato administrativo autoriza a sua prestação. Como o particular não representa o Estado, não há responsabilidade deste. É de se imaginar que o controle do Poder Público seja muito maior no primeiro caso, concordam? Devido ao fato de que o particular (empresa prestadora de serviços de telecomunicações) representa o Estado, no caso dos serviços prestados em regime público o Poder Executivo Federal (poder concedente) possui uma série de atribuições em relação a estes serviços. Vejam o art. 18 da LGT:

Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, observadas as disposições desta Lei, por meio de decreto: I - instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime público, concomitantemente ou não com sua prestação no regime privado;

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II - aprovar o plano geral de outorgas de serviço prestado no regime público; III - aprovar o plano geral de metas para a progressiva universalização de serviço prestado no regime público;

IV - autorizar a participação de empresa brasileira em organizações ou consórcios intergovernamentais destinados ao provimento de meios ou à prestação de serviços de telecomunicações. Parágrafo único. O Poder Executivo, levando em conta os interesses do País no contexto de suas relações com os demais países, poderá estabelecer limites à participação estrangeira no capital de prestadora de serviços de telecomunicações.

Neste artigo, a LGT utiliza-se de conceitos que são definidos em artigos posteriores. Vamos verificar cada um deles:

a. Plano geral de outorgas de serviço prestado em regime público (PGO) – é uma política pública que define, entre outras coisas, regras para a competição entre as prestadoras de serviços de telecomunicação e as áreas de prestação de serviço para cada uma delas;

b. Plano geral de metas de universalização (PGMU) – é uma política pública que se destina a garantir a todos o direito ao acesso aos serviços de telecomunicações, independentemente de sua condição social, econômica ou regional.

Já sabendo o que são estas políticas públicas, vamos ver como elas tramitam no Governo Federal: Primeiramente, a Anatel, tomando como fundamento o art. 19, III da LGT elabora os documentos relativos aos incisos I a IV do art. 18 da LGT conforme acima. Depois ela propõe os documentos ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado das Comunicações.

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No caso das medidas descritas nos incisos de I a III do art. 18 da LGT, ou seja:

• Instituir ou eliminar modalidade de serviço no regime público;

• Elaborar e propor o PGO;

• Elaborar e propor o PGMU.

Há uma etapa intermediária, que é a consulta pública, na qual a sociedade fornece a sua contribuição à proposta apresentada antes da propositura ao Presidente. E, por último, conforme o art. 18, o Poder Executivo aprova, mediante decreto, as medidas descritas no inciso de I a IV da Lei Geral de Telecomunicações. De forma gráfica:

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Os arts. 18 e 19 da LGT são muito importantes e são cobrados por diversas bancas. O primeiro inclusive foi tema da prova discursiva do Senado Federal, realizada pela FGV em abril de 2012. Vamos ver como o CESPE já cobrou isso?

Questão 22. (CESPE - Anatel 2006 – Analista Administrativo) Cabe ao conselho diretor da ANATEL, por decisão aprovada por maioria de votos, instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime público, concomitantemente, ou não, com sua prestação no regime privado. Vimos que esta competência é do Poder Executivo (Presidente da República) por meio de decreto, conforme a transcrição do art. 18, I da LGT: Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, observadas as disposições desta Lei, por meio de decreto: I - instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime público, concomitantemente ou não com sua prestação no regime privado; Esta competência não é do conselho diretor da Anatel. Assertiva errada. Gabarito E

Questão 23. (CESPE – Câmara dos Deputados 2012 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) Cabe ao Conselho Diretor da ANATEL a aprovação do plano geral de metas para a universalização dos serviços de telecomunicações no Brasil. Novamente nosso querido examinador atribuindo competências que são do Poder Executivo ao Conselho Diretor da Anatel. Veja novamente o art. 18, III da LGT:

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Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, observadas as disposições desta Lei, por meio de decreto:

III - aprovar o plano geral de metas para a progressiva universalização de serviço prestado no regime público;

Lembrando: sempre por meio de decreto. A assertiva está errada. Gabarito E

Questão 24. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) A autorização para que empresa brasileira participe em organizações ou consórcios intergovernamentais destinados ao provimento de meios ou à prestação de serviços de telecomunicações depende de prévia realização de consulta pública e, posteriormente, de decreto. Aqui temos o inciso IV do art. 18 da LGT. Realmente esta autorização é mediante decreto, mas ela não necessita da etapa de submissão à consulta pública (que é para os incisos de I a III, ou seja, instituir ou eliminar modalidade de serviço no regime público, PGO e PGMU). Assertiva incorreta Gabarito E

Agora nós vamos ver o art. 19 da Lei Geral de Telecomunicações, também muito cobrado em provas do CESPE. O artigo dezenove lista as competências da Anatel. O art. 19 diz “o que” a Anatel faz. Nós vamos ainda rever estas competências nas nossas aulas sobre o Regulamento da Anatel. Lembrem-se de que a edição do Regulamento é quem instala a agência. O art. 19 da LGT possui 31 competências a serem estudadas. O Regulamento, conta com 32 competências. Dentre estas, 25 têm sua redação praticamente idênticas. Quando chegarmos à aula do

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Regulamento, vamos ver uma tabela comparativa entre as competências previstas na LGT e as previstas no Decreto n.º 2.338/1997 (Regulamento da Anatel). Atenção aqui: O Regulamento não cria competências para a Anatel. Estas só podem ser criadas por meio de lei. Portanto, a lista de competências da Agência, estabelecida no art. 19 da LGT é uma lista taxativa, significando que não há competências além destas. Este tipo de lista é denominada de relação em “númerus clausus” (que significa números fechados em latim). Caso fosse possível a Anatel avocar para si outras competências – o contrário do que estamos falando - a lista seria exemplificativa e estaríamos falando de uma relação em “numerus apertus” (do latim números abertos). Agora vocês devem estar pensando: Mas você falou que o regulamento tem uma competência a mais... É verdade, mas o regulamento desdobrou em duas, detalhando um pouco mais um dos incisos da LGT. Fechada esta introdução, vamos ao famoso art. 19.

Art. 19. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e publicidade, e especialmente:

Já no caput temos dois pontos dignos de atenção: O primeiro é que à Anatel compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras. Repare que estes dois são os fins da Agência.

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O segundo ponto é que a atuação da Anatel é pautada pelos seguintes princípios:

• Independência – Princípio estabelecido na LGT, (portanto, legal), reafirma a independência da Agência, conforme preconizada no art. 8º e sua natureza de autarquia especial. Também afirma a não subordinação da Anatel ao Ministério das Comunicações;

• Imparcialidade – Outro princípio legal, indica que a Agência não concederá privilégios a uns em detrimento de outros;

• Legalidade - Princípio constitucional, previsto no art. 37 da Carta Magna. Indica que a Anatel só é permitido fazer o que a lei autoriza;

• Impessoalidade – Este é outro princípio constitucional, previsto também

no art. 37 da CF. Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, este princípio "traduz a ideia de que a administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. nem favoritismo, nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoas, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa"; Segundo este doutrinador, o princípio da impessoalidade equivale ao princípio da isonomia (portanto, é possível se verificar o princípio da isonomia na Lei Geral de Telecomunicações, de forma implícita, não expressa).

• Publicidade – Este princípio informa que os atos oficiais da Anatel só têm efeito após a sua publicação na Imprensa Oficial (Diário Oficial da União). Veja esta questão do concurso para Analista Administrativo da Anatel, realizado pelo CESPE em 2004:

Questão 25. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) Os atos administrativos de conteúdo normativo da ANATEL podem produzir efeito mediante sua inserção na página eletrônica dessa agência, desde que haja certificação digital do documento.

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Não é verdade. Não há legislação específica sobre este assunto. É necessária a publicação na Imprensa Oficial, no caso, no veículo Diário Oficial da União. Assertiva errada. Gabarito E

Voltando ao artigo 19 da Lei n.º 9.472/1997, à Anatel, embasada nos princípios supramencionados, compete:

I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de telecomunicações;

Vamos lembrar aqui que a elaboração de políticas públicas compete aos poderes Executivo e Legislativo, conforme a redação do art. 1º da LGT: Art. 1° Compete à União, por intermédio do órgão regulador e nos termos das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo, organizar a exploração dos serviços de telecomunicações. À Anatel compete implementar (fazer acontecer) as políticas definidas, formuladas ou elaboradas pelos poderes mencionados no artigo acima. Por mais simples que isso possa parecer, já foi cobrado em provas do CESPE.

Questão 26. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo) Compete à ANATEL implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Telecomunicações. Não é a cópia do inciso I do art. 19 da LGT? Olha o CESPE cobrando a letra da lei. Assertiva correta. Gabarito C

II - representar o Brasil nos organismos internacionais de telecomunicações, sob a coordenação do Poder Executivo;

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Chamo sua atenção aqui para o fato que a Anatel é coordenada pelo Poder Executivo, no caso o Ministério das Relações Exteriores, que é quem tem competência sobre as relações internacionais do nosso país. Note que é necessário haver pertinência temática: sua representação é restrita aos organismos que tratam, de maneira exclusiva ou não, de telecomunicações. Este inciso já foi cobrado em várias provas pelo CESPE.

Questão 27. (CESPE – Câmara dos Deputados 2012 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) Com base na Lei n.º 9.472/1997, denominada Lei Geral de Telecomunicações, julgue os itens seguintes, relativos à ANATEL, suas atribuições e organização. A ANATEL representa oficialmente o Brasil na União Internacional das Telecomunicações. Para responder corretamente a esta questão, é necessário se saber o que é a União Internacional das Telecomunicações (UIT). A UIT é uma das Agências Internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), especificamente, é o órgão internacional da ONU que trata de telecomunicações. A UIT foi criada em Paris, em 1865 e atualmente é o organismo internacional mais antigo em funcionamento. Sendo a UIT um órgão internacional de telecomunicações, a Anatel é competente para representar o Brasil (sempre sob a coordenação do Poder Executivo) neste órgão. Assertiva correta, embora esteja faltando a parte relativa à coordenação do Poder Executivo. Lembrando-lhe o que já lhe falei: No CESPE, algumas questões são interpretativas e no caso, temos que verificar se a sentença está correta. Gabarito C

Questão 28. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Curso de Formação) Quanto à atuação internacional da ANATEL, julgue os seguintes itens. É de responsabilidade da ANATEL, sob a coordenação do Poder Executivo, representar o Brasil nos órgãos

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internacionais que tratam de telecomunicações.

Sem graça, né? Inciso II, do art. 19, com a redação um pouco modificada. Assertiva correta. Gabarito C

Questão 29. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Considerando a sua área de atuação, são atribuições da ANATEL representar o Brasil nos organismos internacionais de telecomunicações sob a coordenação do Poder Executivo.

Mais uma! Assertiva correta. Gabarito C

III - elaborar e propor ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado das Comunicações, a adoção das medidas a que se referem os incisos I a IV do artigo anterior, submetendo previamente a consulta pública as relativas aos incisos I a III;

Esse inciso nós já vimos em oportunidade anterior, mas para recordar: A Anatel elabora e propõe ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado das Comunicações:

• Instituir ou eliminar modalidade de serviço no regime público;

• Elaborar e propor o PGO;

• Elaborar e propor o PGMU;

• Autorizar a participação de empresa brasileira em organizações ou consórcios intergovernamentais destinados ao provimento de meios ou à prestação de serviços de telecomunicações

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O Presidente da República (Poder Executivo) aprova por meio de decreto as medidas supracitadas. Lembre-se que as três primeiras são submetidas à consulta pública. Os quatro incisos a seguir são relativos às competências da Anatel quanto à prestação de serviços em regime público. Cabe à Anatel:

IV - expedir normas quanto à outorga, prestação e fruição dos serviços de telecomunicações no regime público;

V - editar atos de outorga e extinção de direito de exploração do serviço no regime público;

VI - celebrar e gerenciar contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no regime público, aplicando sanções e realizando intervenções;

VII - controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços prestados no regime público, podendo fixá-las nas condições previstas nesta Lei, bem como homologar reajustes;

A LGT denomina de outorga:

1. O ato que transfere a responsabilidade (delega) ao particular a prestação de serviços de telecomunicação em regime público; Estas outorgas são mediante concessão (LGT, art. 83) ou permissão (LGT, art. 118)

2. O ato de autorização de uso de um bem público, definido como recurso limitado, a saber, o espectro de radiofrequência;

3. O ato que autoriza o uso de posição orbital de satélite em território nacional.

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Conforme vimos anteriormente, os serviços públicos são prestados sob regime de concessão ou de permissão sendo formalizados por meio de contratos administrativos. A prestação de serviços em regime público transfere ao particular a execução de serviços públicos, de titularidade do Estado. Como a titularidade dos serviços é do Estado e sendo o particular responsável “apenas” pela execução, o controle estatal para os serviços prestados em regime público é muito mais rígido que para os serviços prestados em regime privado. A Anatel tem como atribuições a fiscalização e a aplicação de sanções para todos os regimes jurídicos da prestação de serviços, porém, nesse conjunto de incisos que destacamos anteriormente há dois instrumentos que denotam esta rigidez estatal quanto aos serviços de telecomunicações prestados em regime público (e que não se aplicam aos serviços prestados em regime privado):

1. Possibilidade de intervenção do Estado. A intervenção pode ser decretada quando o particular delegado não está mantendo certas obrigações legais (são sete motivos, especificados no art. 110 da LGT) e especificadas no contrato de concessão, pondo em risco a continuidade da prestação do serviço para a coletividade. A intervenção é caracterizada pela troca de gestão temporária da concessionária, realizada pelo Poder Concedente (Estado, pois é ele quem outorga a prestação de serviços ao particular). Podemos dizer que na intervenção, que é sempre por prazo certo, o Estado “demite” os dirigentes das concessionárias.

2. Controle tarifário. Os serviços de telecomunicações prestados em regime público obedecem a um teto tarifário que pode sofrer reajustes e revisões no decorrer do contrato de concessão. Por ser um teto, um limitante superior, existe a possibilidade de a concessionaria oferecer descontos, beneficiando os usuários.

Ainda sobre o controle tarifário, cumpre-se ressaltar que ele não é eterno, podendo ser suprimido pela Agência, caso após três anos contados da assinatura do contrato de concessão seja verificada efetiva concorrência entre as prestadoras de serviço em uma determinada área. Com esta supressão, a

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concessionária poderá determinar suas próprias tarifas, operando em regime de liberdade tarifária. Por ultimo, é importante ressaltar que a liberdade tarifária pode ser revogada caso a Agência detecte que ocorreu aumento arbitrário nos lucros da concessionária ou que a liberdade tarifária está prejudicando a livre concorrência. O regime anterior é restabelecido (LGT, art. 104). Ainda sobre os serviços de telecomunicações prestados em regime público, é importante se frisar que a Lei Geral de Telecomunicações define o Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC como pertencente a este regime em seu artigo 64:

Art. 64. Comportarão prestação no regime público as modalidades de serviço de telecomunicações de interesse coletivo, cuja existência, universalização e continuidade a própria União comprometa-se a assegurar. Parágrafo único. Incluem-se neste caso as diversas modalidades do serviço telefônico fixo comutado, de qualquer âmbito, destinado ao uso do público em geral.

O STFC é o único serviço de telecomunicações que possui definição legal de sua prestação no regime público. Não há outros!

Questão 30. (CESPE – Câmara dos Deputados 2003 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) As tarifas do serviço telefônico fixo comutado são definidas pela área econômica do governo federal. Nós vimos que quem faz o controle tarifário de serviços de telecomunicações prestados em regime público é a Anatel. E vimos também que o serviço telefônico fixo comutado (STFC) é prestado em regime público. A assertiva está incorreta, pois a definição de tarifas do STFC não é feita pela área econômica do governo federal e sim pela Anatel. Gabarito E

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(CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Considerando a sua área de atuação, são atribuições da ANATEL:

Questão 31. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) celebrar e gerenciar os contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no regime público, aplicando sanções e realizando intervenções. Esta questão é a cópia fiel do art. 19, VI da LGT. “VI - celebrar e gerenciar contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no regime público, aplicando sanções e realizando intervenções;” Assertiva correta Gabarito C

Questão 32. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) editar atos de outorga e extinção de direito de exploração do serviço de telecomunicações no regime público. Outra cópia fiel da LGT na prova do CESPE. Desta vez é o art. 19, V: V - editar atos de outorga e extinção de direito de exploração do serviço no regime público; Assertiva correta Gabarito C

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Questão 33. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços de telecomunicações prestados nos regimes público e privado, podendo fixá-las nas condições previstas em lei, bem como homologar reajustes. O controle tarifário não se aplica aos serviços de telecomunicações prestados em regime privado, apenas aos prestados em regime público. Assertiva incorreta. Gabarito E

Vamos ver agora as competências da Anatel quanto ao direito de uso de um bem público, o espectro de radiofrequências e de outro “direito de uso”, as posições orbitais. Vocês podem estar me perguntando: Ai, professora... Como assim? O espectro de radiofrequências é um bem público conforme definido na LGT:

Art. 157. O espectro de radiofrequências é um recurso limitado, constituindo-se em bem público, administrado pela Agência.

Por sua vez, o país que possuir interesse solicita as posições orbitais à União Internacional de Telecomunicações, que lhe concede um “direito de uso” dessa posição. O Brasil, ao deter este “direito de uso” pode concedê-lo a quem, sob determinados requisitos legais e regulamentares, achar apropriado. As posições orbitais mais importantes são as da linha do equador, que podem alocar satélites geoestacionários. Os satélites são como grandes refletores de sinais eletromagnéticos no céu. Sendo assim, associada a uma posição orbital, há sempre uma porção de espectro de radiofrequência. Vejam agora as competências da Anatel:

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VIII - administrar o espectro de radiofrequências e o uso de órbitas, expedindo as respectivas normas;

IX - editar atos de outorga e extinção do direito de uso de radiofrequência e de órbita, fiscalizando e aplicando sanções;

Este tema também já foi cobrado pelo CESPE:

Questão 34. (CESPE – Câmara dos Deputados 2003 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) O espectro de frequência é um bem nacional administrado pelo Ministério das Comunicações.

O espectro de frequências ou de radiofrequências é um bem público, consequentemente nacional. Mas, segundo a Lei Geral de Telecomunicações, a competência de administrá-lo pertence à Anatel e não ao Minicom. Assertiva incorreta Gabarito E

Questão 35. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Considerando a sua área de atuação, são atribuições da ANATEL: administrar o espectro de radiofrequências e o uso de órbitas. Letra da Lei Geral de Telecomunicações – Inciso VII: VIII - administrar o espectro de radiofrequências e o uso de órbitas, expedindo as respectivas normas; Assertiva correta Gabarito C

Já falamos sobre as competências sobre a prestação de serviços de telecomunicações no regime público. Agora, vamos listar aqui as competências

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da Anatel quanto à prestação de serviços de telecomunicações em regime privado

X - expedir normas sobre prestação de serviços de telecomunicações no regime privado;

XI - expedir e extinguir autorização para prestação de serviço no regime privado, fiscalizando e aplicando sanções;

É importante frisar que para estes serviços, a liberdade de mercado é a regra. Não há teto tarifário e muito menos a possibilidade de intervenção. A titularidade destes serviços pertence às empresas que os prestam. Outro grupo de competências da Anatel se refere às redes de telecomunicações: Por rede de telecomunicações entende-se o conjunto de equipamentos, meios de transmissão e sistemas, organizado como uma via integrada de livre circulação que possibilita a oferta de telecomunicação e sobre a qual se transportam os serviços de telecomunicações. Lembrando da primeira aula, temos a definição de telecomunicação, conforme art. 60 da LGT, §1º: § 1° Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza. Para que os equipamentos se conectem formando as vias integradas de livre circulação (conforme definidas no art. 146 e incisos da LGT), é necessário que elas possuam diversas características técnicas comuns. É importante que elas “conversem entre si”, sendo, portanto, compatíveis. Também é de fundamental relevância que o equipamento do usuário final (telefone fixo, celular, modem para recepção e transmissão de sinais em banda

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larga, receptor de TV por assinatura – SeAC, etc.) consiga entender os sinais das redes de telecomunicações. Estas características de compatibilidade que tornam possível a oferta de serviços de telecomunicações são materializadas a partir das três competências normativas da Anatel descritas a seguir:

XII - expedir normas e padrões a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços de telecomunicações quanto aos equipamentos que utilizarem;

XIII - expedir ou reconhecer a certificação de produtos, observados os padrões e normas por ela estabelecidos;

XIV - expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade, a operação integrada e a interconexão entre as redes, abrangendo inclusive os equipamentos terminais;

Veja como isso tudo tem sido cobrado pelo CESPE: (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Compete ainda à ANATEL:

Questão 36. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade, a operação integrada e a interconexão entre redes, abrangendo inclusive os equipamentos terminais.

Esta é uma competência da Anatel prevista no art. 19, XIV. Assertiva correta Gabarito C

Questão 37. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) expedir normas e padrões a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços de telecomunicações quanto aos equipamentos a serem utilizados.

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Esta é uma competência da Anatel prevista no art. 19, XII. Assertiva correta Gabarito C

Vamos passar agora a uma série de competências da Anatel que se aplicam a todos os regimes de prestação de serviços:

XV - realizar busca e apreensão de bens no âmbito de sua competência;

Este inciso foi reforçado pela Lei n.º 10.871 de 2004, que regulamenta os cargos das agências reguladoras. Veja prerrogativas dos cargos de Especialista e Técnico em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, especificadas no art. 3º, § único desta lei: “Parágrafo único. No exercício das atribuições de natureza fiscal ou decorrentes do poder de polícia, são asseguradas aos ocupantes dos cargos referidos nos incisos I a XVI, XIX e XX do art. 1o desta Lei as prerrogativas de promover a interdição de estabelecimentos, instalações ou

equipamentos, assim como a apreensão de bens ou produtos, e de requisitar, quando necessário, o auxílio de força policial federal ou

estadual, em caso de desacato ou embaraço ao exercício de suas funções. (Redação dada pela Lei nº 11.292, de 2006)” Esta Lei institui o Poder de Polícia da Anatel (e das demais agências reguladoras)

Questão 38. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) O ocupante de cargo de especialista em regulação de serviços públicos de telecomunicação pode, no exercício de suas funções, promover a interdição de estabelecimentos, instalações e equipamentos. É correta esta assertiva, conforme a Lei 10.871/2004. Gabarito C

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Embora esta Lei não conste do programa do seu concurso, eu gostaria de frisar que em 2004 este tema não constava do Edital de maneira expressa (embora já houvesse alguma jurisprudência sobre o tema) e foi cobrado em prova e não anulado. Portanto, fiquem atentos! Mais algumas competências da Anatel:

XVI - deliberar na esfera administrativa quanto à interpretação da legislação de telecomunicações e sobre os casos omissos;

XVII - compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras de serviço de telecomunicações;

E agora, como o CESPE já cobrou estes incisos:

Questão 39. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) A ANATEL tem competência administrativa para composição de conflitos de interesses entre as prestadoras dos serviços de telecomunicações.

Assertiva correta. É competência da Anatel descrita no art. 19, XVII

Gabarito C Compete à Anatel:

XVIII - reprimir infrações dos direitos dos usuários;

XIX - exercer, relativamente às telecomunicações, as competências legais em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica, ressalvadas as pertencentes ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE;

Novamente, vamos conferir a atuação de nossa banca:

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Questão 40. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo) Os agentes da ANATEL podem, sem mandado judicial, reprimir infrações dos direitos dos usuários.

A questão está correta. Não há necessidade de mandado judicial, pois a competência está expressamente autorizada na LGT. Gabarito C

Questão 41. (CESPE – Senado Federal 2002 – Consultor Legislativo) Acerca da competição na prestação dos serviços de telecomunicações, cabe à ANATEL compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras de serviços, cabendo ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) exercer todas as competências legais em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica cometidas pelas mesmas prestadoras.

A questão mescla dois incisos do art. 19 da LGT, que lista taxativamente as competências da Anatel. Vejamos: “XVII - compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras de serviço de telecomunicações;” “XIX - exercer, relativamente às telecomunicações, as competências legais em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica, ressalvadas as pertencentes ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE;” É importante frisar que a primeira parte está correta, pois é a transcrição do art. XVII. A segunda parte da assertiva possui um erro que é a atribuição total ao CADE de competências que são da Anatel.

Assertiva incorreta Gabarito E

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Questão 42. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) Compete ainda à ANATEL exercer exclusivamente as competências legais em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica.

A questão está incorreta, pois atribui em sua totalizada à Anatel competências que são compartilhadas com o CADE. Gabarito E

Para terminarmos, vamos ver alguns incisos que já foram discutidos nessa aula, quando tratamos da independência administrativa e autonomia financeira da Anatel, bem como algumas das competências quanto a sua autoadministração. Cabe à Anatel:

XX - propor ao Presidente da República, por intermédio do Ministério das Comunicações, a declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação ou instituição de servidão administrativa, dos bens necessários à implantação ou manutenção de serviço no regime público;

XXI - arrecadar e aplicar suas receitas;

XXII - resolver quanto à celebração, alteração ou extinção de seus contratos, bem como quanto à nomeação, exoneração e demissão de servidores, realizando os procedimentos necessários, na forma em que dispuser o regulamento;

XXIII - contratar pessoal por prazo determinado, de acordo com o disposto na Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993;

XXIV - adquirir, administrar e alienar seus bens;

XXV - decidir em último grau sobre as matérias de sua alçada, sempre admitido recurso ao Conselho Diretor;

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XXVI - formular ao Ministério das Comunicações proposta de orçamento;

XXVII - aprovar o seu regimento interno;

XXVIII - elaborar relatório anual de suas atividades, nele destacando o cumprimento da política do setor definida nos termos do artigo anterior;

XXIX - enviar o relatório anual de suas atividades ao Ministério das Comunicações e, por intermédio da Presidência da República, ao Congresso Nacional;

XXX - rever, periodicamente, os planos enumerados nos incisos II e III do artigo anterior, submetendo-os, por intermédio do Ministro de Estado das Comunicações, ao Presidente da República, para aprovação;

XXXI - promover interação com administrações de telecomunicações dos países do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, com vistas à consecução de objetivos de interesse comum.

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3. Questões

(CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) De acordo com a Lei Geral de Telecomunicações, os princípios que devem disciplinar as relações econômicas nesse setor incluem a

Questão 13. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) livre concorrência.

Questão 14. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) liberdade de expressão.

Questão 15. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) repressão ao abuso do poder econômico. Questão 16. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) proteção do meio ambiente. Questão 17. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) soberania nacional. Questão 18. (Questão Inédita) Segundo a Legislação de Telecomunicações

vigente, é proibido o monopólio, devendo o Poder Público atuar para corrigir esta imperfeição de mercado.

Questão 19. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Curso de Formação) O princípio que rege a organização dos serviços de telecomunicação é o da livre, ampla e justa competição, razão pela qual não mais se admite a presença do poder público no setor

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Questão 20. (CESPE - Anatel 2008 – Especialista em Regulação – Direito) Os atos envolvendo prestadora de serviço de telecomunicações, no regime público, que visem a qualquer forma de concentração econômica, exceto mediante fusão, ficarão submetidos aos controles, procedimentos e condicionamentos previstos nas normas gerais de proteção à ordem econômica.

Questão 21. (Questão inédita) Julgue se a conduta descrita a seguir caracteriza infração da ordem econômica no setor de telecomunicações: A prestadora ABC era a única empresa a prestar o Serviço de Comunicação Multimídia (para conexão à Internet em banda larga) na localidade. A prestadora XYZ, após instalar sua rede para prestar serviços nesta mesma região, decidiu cobrar 1% do preço cobrado por ABC para angariar novos clientes, com a condição que os clientes ficassem fidelizados por três anos. Caso o cliente de XYZ desejasse rescindir seu contrato, deveria pagar uma multa de R$100.000,00 a esta prestadora.

Questão 22. (Questão inédita) Julgue se a conduta descrita a seguir caracteriza infração da ordem econômica no setor de telecomunicações: Na Europa, as prestadoras ABC e DEF são grandes rivais. ABC está muito bem estabelecida no Brasil. DEF é uma prestadora que não possui nenhum equipamento instalado no Brasil, e para tanto, deseja alugar parte da rede de ABC para prestar seus serviços aos seus possíveis assinantes. ABC possui um catálogo de preços padrão, pois celebrou contrato de exploração industrial com GHI e JKL e pretende cobrar estes preços de DEF.

Questão 23. (Questão inédita) Julgue se a conduta descrita a seguir caracteriza infração da ordem econômica no setor de telecomunicações: Na Europa, as prestadoras ABC e DEF são grandes rivais. ABC está muito bem estabelecida no Brasil. DEF é uma prestadora que não possui nenhum equipamento instalado no Brasil, e para tanto, celebrou contrato

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de aluguel parte da rede de ABC para prestar seus serviços aos seus possíveis assinantes, que praticou preços conforme catálogo padrão. Ao verificar que DEF estava se saindo muito bem na captação de clientes, ABC começou a descuidar da manutenção da rede que DEF utilizava, ocasionando interrupções de serviço frequentes aos clientes de DEF.

Questão 24. (CESPE - Anatel 2006 – Analista Administrativo)

Universalização leva telefone público a arquipélago de São Pedro e São Paulo. O arquipélago de São Pedro e São Paulo é a mais nova região brasileira coberta pela telefonia fixa. A Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL), concessionária de serviço telefônico fixo comutado (STFC) da Região IV do Plano Geral de Outorgas (PGO), instalou, na principal ilha do arquipélago, localizado a 1.100 km do litoral do Rio Grande do Norte, um importante apoio aos trabalhos executados na região por pesquisadores de universidades brasileiras: um telefone de uso público (TUP). A chegada do TUP na ilha Belmonte é resultante da identificação pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) de mais um ponto estratégico no território nacional para o cumprimento de obrigações de universalização, às quais estão sujeitas as concessionárias do STFC. Internet: <www.anatel.gov.br> (com adaptações) Com referência ao tema do texto acima, julgue o item a seguir. Nos termos da lei que disciplina a organização dos serviços de telecomunicações, tendo em vista que a exploração do serviço de telefonia no referido arquipélago se faz por apenas uma prestadora, o poder público pode atuar para propiciar condições para que outras prestadoras explorem o serviço na área a fim de garantir a efetivação do princípio da livre, ampla e justa competição.

Questão 43. (CESPE – Câmara dos Deputados 2012 – Engenheiro

Eletrônico/Telecomunicações) A ANATEL, órgão regulador das telecomunicações no Brasil, subordina-se administrativamente ao Ministério das Comunicações.

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Questão 44. (CESPE - Anatel 2008 – Especialista em Regulação – Direito) Os dirigentes da ANATEL possuem estabilidade, garantida pelo exercício de mandato fixo, que eles somente podem perder nas hipóteses expressamente previstas, afastada a possibilidade de exoneração ad nutum.

Questão 45. (CESPE - Anatel 2008 – Especialista em Regulação – Direito) Por ser a ANATEL uma autarquia de regime especial, seus atos estão sujeitos à revisão pelo ministério a que se acha vinculada.

Questão 46. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Biblioteconomia) O órgão máximo da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) é o seu Conselho Consultivo.

Questão 47. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Biblioteconomia) A ANATEL tem natureza de autarquia especial e é caracterizada pela autonomia administrativa e pela ausência de autonomia financeira.

Questão 48. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Administração) A ANATEL é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério das Comunicações, que desempenha a função de órgão regulador das telecomunicações.

Questão 49. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Administração) As agências reguladoras serão dirigidas em regime de colegiado, por um conselho diretor ou diretoria composta por

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conselheiros ou diretores, sendo um deles o seu presidente, o diretor-geral ou diretor-presidente.

Questão 50. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Administração) O mandato dos conselheiros e dos diretores das agências reguladoras terá o prazo fixado na lei de criação de cada agência.

Questão 51. (CESPE - Anatel 2004 – Técnico Administrativo) A ANATEL, por ser uma agência reguladora e gozar de independência administrativa, não se submete ao controle do Tribunal de Contas da União, especialmente no que se refere a procedimentos licitatórios no setor de telecomunicações

Questão 52. (CESPE - Anatel 2006 – Analista Administrativo) Cabe ao

conselho diretor da ANATEL, por decisão aprovada por maioria de votos, instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime público, concomitantemente, ou não, com sua prestação no regime privado.

Questão 53. (CESPE – Câmara dos Deputados 2012 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) Cabe ao Conselho Diretor da ANATEL a aprovação do plano geral de metas para a universalização dos serviços de telecomunicações no Brasil.

Questão 54. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) A autorização para que empresa brasileira participe em organizações ou consórcios intergovernamentais destinados ao provimento de meios ou à prestação de serviços de telecomunicações depende de prévia realização de consulta pública e, posteriormente, de decreto.

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Questão 55. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) Os atos administrativos de conteúdo normativo da ANATEL podem produzir efeito mediante sua inserção na página eletrônica dessa agência, desde que haja certificação digital do documento.

Questão 56. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo) Compete à

ANATEL implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Telecomunicações.

Questão 57. (CESPE – Câmara dos Deputados 2012 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) Com base na Lei n.º 9.472/1997, denominada Lei Geral de Telecomunicações, julgue os itens seguintes, relativos à ANATEL, suas atribuições e organização. A ANATEL representa oficialmente o Brasil na União Internacional das Telecomunicações.

Questão 58. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo – Curso de Formação) Quanto à atuação internacional da ANATEL, julgue os seguintes itens. É de responsabilidade da ANATEL, sob a coordenação do Poder Executivo, representar o Brasil nos órgãos internacionais que tratam de telecomunicações.

Questão 59. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Considerando a sua área de atuação, são atribuições da ANATEL representar o Brasil nos organismos internacionais de telecomunicações sob a coordenação do Poder Executivo.

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Questão 60. (CESPE – Câmara dos Deputados 2003 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) As tarifas do serviço telefônico fixo comutado são definidas pela área econômica do governo federal.

(CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Considerando a sua área de atuação, são atribuições da ANATEL:

Questão 61. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) celebrar e gerenciar os contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no regime público, aplicando sanções e realizando intervenções.

Questão 62. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) editar atos de outorga e extinção de direito de exploração do serviço de telecomunicações no regime público.

Questão 63. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços de telecomunicações prestados nos regimes público e privado, podendo fixá-las nas condições previstas em lei, bem como homologar reajustes.

Questão 64. (CESPE – Câmara dos Deputados 2003 – Engenheiro Eletrônico/Telecomunicações) O espectro de frequência é um bem nacional administrado pelo Ministério das Comunicações.

Questão 65. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Considerando a sua área de atuação, são atribuições da ANATEL: administrar o espectro de radiofrequências e o uso de órbitas.

(CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Compete ainda à ANATEL:

Questão 66. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade,

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a operação integrada e a interconexão entre redes, abrangendo inclusive os equipamentos terminais.

Questão 67. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor

Legislativo) expedir normas e padrões a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços de telecomunicações quanto aos equipamentos a serem utilizados.

Questão 68. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) O ocupante de cargo de especialista em regulação de serviços públicos de telecomunicação pode, no exercício de suas funções, promover a interdição de estabelecimentos, instalações e equipamentos.

Questão 69. (CESPE - Anatel 2004 – Analista Administrativo) A ANATEL

tem competência administrativa para composição de conflitos de interesses entre as prestadoras dos serviços de telecomunicações.

Questão 70. (CESPE - Anatel 2008 – Analista Administrativo) Os agentes

da ANATEL podem, sem mandado judicial, reprimir infrações dos direitos dos usuários.

Questão 71. (CESPE – Senado Federal 2002 – Consultor Legislativo)

Acerca da competição na prestação dos serviços de telecomunicações, cabe à ANATEL compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras de serviços, cabendo ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) exercer todas as competências legais em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica cometidas pelas mesmas prestadoras.

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Questão 72. (CESPE – Câmara dos Deputados 2002 – Consultor Legislativo) Compete ainda à ANATEL exercer exclusivamente as competências legais em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica.

Gabarito

1 C 2 E 3 C 4 E 5 C 6 E 7 E 8 E 9 C 10 E 11 C 12 C 13 E 14 C 15 E 16 E 17 E 18 E 19 C 20 C 21 E 22 E 23 E 24 E 25 E 26 C 27 C 28 C 29 C 30 E 31 C 32 C 33 E 34 E 35 C 36 C 37 C 38 C 39 C 40 C 41 E 42 E

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4. Bibliografia • Coleção Brasileira de Direito das Telecomunicações Vol. IV Normas e Julgados do Setor de Telecomunicações [Atualizado até 30/12/2010] 2011

• Introdução ao Estudo da Lei Geral de Telecomunicações do Brasil Alejandra Herrera, Editora Singular, 2001

• Fundamentos de Direito das Telecomunicações Gabriel Boavista Laender et all. Anatel/Fundação Universidade de Brasília, 2009