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BANCA ESAF SÓ PROVAS COMENTADAS PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 1 – Prova 3 Parte I Cartão de resposta Tempo gasto: ________ Minha pontuação: _______ 1 5 9 13 17 2 6 10 14 18 3 7 11 15 19 4 8 12 16 20 Auditor-Fiscal do Trabalho-2006 Nas questões 01 e 02, assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto. 01- A mobilização permanente dos movimentos proletários estimulou o aparecimento de um Estado cada vez mais interventor, que, em meados do século XX (também por conta de outros fatores), realizou-se plenamente: o Estado Social. O Direito e a Justiça do Trabalho são, em última análise, uma das expressões desse Estado Social (menos liberal e mais interveniente), uma vez que um dos pressupostos do direito trabalhista é que há, entre empregado e empregador, um desnível de poder que deve ser sanado, inclusive por meio da atuação jurídica estatal. Dessa forma, não é exagero dizer, a pressão dos trabalhadores ao longo dos séculos XIX e XX ajudou a democratizar várias sociedades capitalistas no Ocidente – dado que fez surgir, como conseqüência de suas lutas, as primeiras normas do Direito do Trabalho, materializadas nos primeiros acordos entre trabalhadores e patrões. A existência dos movimentos proletários é, portanto, a causa histórica da formação do Direito e da Justiça do Trabalho no mundo. (Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico) a) As primeiras normas do Direito do Trabalho impulsionaram as lutas dos trabalhadores por sua revogação. b) O Estado Social, como menos liberal e mais interveniente, ainda ignora o Direito e a Justiça do Trabalho. c) Entre empregado e empregador, segundo os pressupostos do direito trabalhista, há uma simetria que deve ser mantida. d) A pressão dos trabalhadores ao longo dos séculos XIX e XX prejudicou a democratização das sociedades capitalistas do Ocidente. e) A realização do Estado Social decorre, em parte, da mobilização permanente dos movimentos proletários do século XX. BANCA ESAF SÓ PROVAS COMENTADAS A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E E D C B A A B C D E A B C D E A B C D E E D C B A A B C D E A B C D E A B C D E E D C B A A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E

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Aula 1 – Prova 3

Parte I

Cartão de resposta Tempo gasto: ________ Minha pontuação: _______

1 5 9 13 17 2 6 10 14 18 3 7 11 15 19 4 8 12 16 20

Auditor-Fiscal do Trabalho-2006 Nas questões 01 e 02, assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto.

01- A mobilização permanente dos movimentos proletários estimulou o aparecimento de um Estado cada vez mais interventor, que, em meados do século XX (também por conta de outros fatores), realizou-se plenamente: o Estado Social. O Direito e a Justiça do Trabalho são, em última análise, uma das expressões desse Estado Social (menos liberal e mais interveniente), uma vez que um dos pressupostos do direito trabalhista é que há, entre empregado e empregador, um desnível de poder que deve ser sanado, inclusive por meio da atuação jurídica estatal. Dessa forma, não é exagero dizer, a pressão dos trabalhadores ao longo dos séculos XIX e XX ajudou a democratizar várias sociedades capitalistas no Ocidente – dado que fez surgir, como conseqüência de suas lutas, as primeiras normas do Direito do Trabalho, materializadas nos primeiros acordos entre trabalhadores e patrões. A existência dos movimentos proletários é, portanto, a causa histórica da formação do Direito e da Justiça do Trabalho no mundo.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

a) As primeiras normas do Direito do Trabalho impulsionaram as lutas dos

trabalhadores por sua revogação. b) O Estado Social, como menos liberal e mais interveniente, ainda ignora o

Direito e a Justiça do Trabalho. c) Entre empregado e empregador, segundo os pressupostos do direito

trabalhista, há uma simetria que deve ser mantida. d) A pressão dos trabalhadores ao longo dos séculos XIX e XX prejudicou a

democratização das sociedades capitalistas do Ocidente. e) A realização do Estado Social decorre, em parte, da mobilização

permanente dos movimentos proletários do século XX.

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02- O exame sereno dos fatos mostra que o Movimento dos Sem-Terra - MST

tem sido, ao longo dos anos, instrumento de contenção política da revolta desesperada dos que se encontram sem lugar no mundo. Sem o MST, provavelmente haveria hordas de excluídos saqueando e incendiando os campos, como em outros tempos históricos. Fala-se muito no direito de propriedade como extensão natural da liberdade dos homens. Mas o direito à propriedade não é o direito que a herança atribui. O acesso à propriedade da terra, que é, em princípio, direito de todos os homens, não pode ser impedido pela voracidade ambiciosa de alguns. A terra não deve servir ao enriquecimento, porque é o único meio de sobrevivência de todos os seres. A terra e a água são indispensáveis à vida, e o direito à vida, de acordo com os mais antigos princípios de justiça, é anterior ao direito à propriedade e sobre ele prevalece.

(Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 19/04/2006)

a) A atuação do MST tem sido benéfica à sociedade, pois contém a possível onda de saques e incêndios no campo.

b) O MST permite a explosão da revolta desesperada dos que se encontram sem lugar no mundo.

c) O direito à propriedade deve ser circunscrito ao que a herança atribui aos beneficiários.

d) A terra deve servir ao enriquecimento e ao desenvolvimento de apenas alguns setores da sociedade.

e) O direito à propriedade deve prevalecer sobre o direito à vida, em qualquer circunstância.

03- Assinale a opção que representa continuidade coesa e coerente para o texto abaixo.

Em 1850, o Brasil tinha dois milhões de escravos. Na Europa, a revolução industrial passou a exigir cada vez mais mão-de-obra, que se tornou escassa. Por outro lado, a mão-de-obra livre do país não servia aos propósitos da plantação cafeeira. A solução preconizada então foi a imigração européia. Começam a criar, na época imperial, colônias de imigrantes, trazidos com a convicção de uma natural superioridade da raça com uma ética própria para o trabalho. Em 1824, foi criada a primeira colônia alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.

(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463)

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a) Por meio de contratos de parceria, os imigrantes europeus vendiam seu trabalho futuro.

b) Contanto que, em 1852, Vergueiro, comece a contratar diretamente imigrantes na Europa, financiado pelo governo.

c) Ficava devendo as passagens, transporte, comissões de contrato, além de outras despesas.

d) Porquanto, nesse contexto, os escravos libertos passaram a não ter trabalho, ficando sem condições de inserção social e de sobrevivência.

e) No entanto, o trabalho foi fornecido ao trabalhador europeu, pois era mais vantajoso ao proprietário, dadas as condições contratuais onerosas impostas aos imigrantes.

04- Julgue como verdadeiros (V) ou falsos (F) os itens a respeito do texto abaixo.

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Uma única inovação ocorrida no século XV teve enorme influência para o progresso, a inclusão social e a redução da pobreza. Foi a invenção do conceito de capital social pelo frei Luca Paccioli, o criador da contabilidade. Antes de Luca Paccioli, um comerciante ou produtor que não pagasse suas dívidas poderia ter todos os bens pessoais, como casa, móveis e poupança, arrestados por um juiz ou credor. Muitos cientistas políticos e sociólogos usam o termo capital social de forma equivocada, numa tentativa deliberada de confundir o leitor.

(Adaptado de Stephen Kanitz, O capital social.Veja, 12 de abril, 2006)

( ) Depreende-se da expressão “Uma única inovação” (ℓ.1) que as demais inovações ocorridas no século XV não resistem até hoje.

( ) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao trocar “invenção(ℓ.2) por criação e “criador”(ℓ.3) por inventor, respectivamente.

( ) Apesar de se classificar como artigo indefinido, o artigo “um”(ℓ.4) tem a função de determinar ou identificar, no texto, “comerciante”(ℓ.4) e “produtor”(ℓ.4).

( ) Por integrar uma enumeração, a vírgula depois de “poupança”(ℓ.5) é facultativa e pode ser suprimida sem que se prejudique a correção gramatical do texto.

( ) Por constituir um valor oposto às informações do primeiro parágrafo, o período final do texto admite ser iniciado pelo conectivo No entanto, seguido de vírgula, fazendo-se os ajustes nas iniciais maiúsculas.

A seqüência correta é

a) V V F V F b) F V F F V c) V F F F V d) F V V F F e) F F V V F

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05- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) No livro Breve História do Trabalho no Brasil, Almir Pazzianotto esboça a trajetória da classe trabalhadora, da colonização portuguesa ao último governo militar. Mostra como se explorou, sem limites éticos e humanos, a mão-de-obra indígena e negra e como, durante a Primeira República, as oligarquias, com medo das idéias revolucionárias trazidas pelos imigrantes, procuraram bloquear as tentativas de organização dos trabalhadores.

b) Mostra também como se desenhou o modelo sindical brasileiro, a partir do primeiro governo de Getúlio Vargas, e por que esse modelo se manteve incólume até a Constituição de 1988, apesar das profundas transformações político-institucionais pelas quais passou o País nesse período.

c) Registra, também, que a redemocratização do Brasil significou apenas uma atenuação do modelo anterior, sendo ainda marcante a participação do Estado na vida sindical, por meio de normas obrigatórias relativas a modelo de organização, registro, quotas compulsórias, negociações salariais e dissídios coletivos.

d) O autor dedica atenção especial à figura marcante de Getúlio Vargas, suas idéias sobre o movimento trabalhista e sobre o papel reservado às classes operárias no desenvolvimento nacional, trazendo o livro, em apêndice, a íntegra da Carta Testamento e de três célebres discursos proferidos no Dia do Trabalho.

e) Embora fundamentado em sólida bibliografia, o livro não tem a aridez dos textos acadêmicos. Almir Pazzianotto Pinto, como advogado trabalhista no ABCD paulista, como Ministro do Trabalho ou como Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, conviveu com muitos dos personagens que retratam e foi testemunha de outras tantas histórias que registra, emprestando, assim, um calor especial à narrativa.

(http://www.stpinf.com:8080/producao/genadm.nsf/Paginas)

06- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta

erro.

a) A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas décadas do século XVIII.

b) Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões: a intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc.

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c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm chama de a “partida para o crescimento auto-sustentável”. Por “crescimento auto-sustentável” entende-se: o poder produtivo das sociedades humanas, até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas, tornou-se crescente e constante – livre de epidemias, fomes, pestes ou intempéries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-de-obra em quase toda a Europa.

d) Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da produção era a falta de homens e mulheres nos campos (e não de terras), o período que se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a tornar-se um pouco mais supérfluo.

e) Como explicita Hobsbawm, trata-se de período em que, às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um sistema fabril mecanizado que produzia “em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado”.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo.http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

07- Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de concordância.

a) As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condições de vida nas cidades costumavam ser horríveis. Para se ter idéia, alguns recenseamentos ingleses, da década de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em média, 50 anos e o da cidade, 30 anos.

b) Talvez esses números sejam indicadores da dramaticidade das modificações ocasionadas, na vida de milhões de seres humanos, pela Revolução Industrial.

c) Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era comum, nas primeiras décadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecível para seus avós ou mesmo para seus pais.

d) A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm, “nada se tornasse mais inevitável” do que o aparecimento dos movimentos operários.

e) Aqueles trabalhadores, que viviam em condições insuportáveis, não tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteção pública.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/

Historico)

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08- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção gramaticalmente correta.

a) O primeiro interesse dos espanhóis e portugueses pela América foi o ouro acumulado. A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou à Portugal a manutenção da colônia, ameaçada de ocupação. Nesse período, somente a ocupação representava verdadeiro domínio. Por outro lado, os gastos de defesa eram bastante elevados.

b) Como os portugueses já possuíam experiência no cultivo do açúcar em grande escala nas ilhas do Atlântico, a junção desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiriam a produção do açúcar em larga escala no Brasil.

c) O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não haviam na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.

d) Na expansão da plantação do açúcar no Brasil, Portugal utilizou-se, inicialmente, do trabalho de índios escravizados. Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entraram em decadência com o início da produção nas ilhas das Antilhas, fazendo com que o preço do produto caísse.

e) A necessidade política de colonização das terras e a ausência de mão-de-obra excedente na Península Ibérica, na época, levaram Portugal a optar pela introdução da mão-de-obra escrava africana (negra).

(Sidnei Machado .http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

09- Os trechos a seguir foram adaptados de uma reportagem da Folha de S. Paulo, 30 de abril de 2006. Assinale aquele que não apresenta erro de natureza gramatical.

a) Um diploma universitário ou o ingresso no ensino superior não são garantias que os salários não se deteriorem de modo mais intenso nos períodos de crise, pois as maiores perdas entre 2002 e 2006, ocorreram nos trabalhadores com mais de 11 anos de estudo.

b) A maior perda real da remuneração das pessoas, com maior nível de instrução ocorre em razão da grande oferta de mão-de-obra qualificada, sem ter a contrapartida da expansão das vagas “de classe média”.

c) À força de trabalho “abundante” traz-se um alto nível de competição no mercado de trabalho que “achatam” os salários, especialmente em períodos de fraco nível de atividade econômica.

d) Com farta oferta de mão-de-obra no Brasil, as empresas podem selecionar profissionais qualificados pagando-lhes salários mais baixos e, muitas vezes, contratar um profissional mais capacitado do que a função exigiria.

e) O fenômeno não é uma tendência mundial: trata-se de uma anomalia do mercado de trabalho brasileiro, que existe uma redução de postos de trabalho possuindo remunerações mais elevadas por que o modelo econômico brasileiro destrói empregos de classe média.

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10-Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A história do petróleo no Brasil, dos primeiros passos até este(1) novo degrau, que é a conquista da autosuficiência, não tem nome ou fisionomia particular. Pertence, na verdade, a todos os (2) brasileiros e administradores que acreditaram na possibilidade de o nosso país desenvolver o seu setor de petróleo com competência e talento. Ela foi escrita, capítulo a(3) capítulo, por valorosos trabalhadores de várias categorias, do técnico de ponta ao mais modesto operário, e não somente(4) por esses, que labutam na linha de frente, nos trabalhos de pesquisas e análises, como também, com igual dedicação e entusiasmo, pelos que lhe(5) dão suporte, na retaguarda, inclusive no plano administrativo, essencial quando eficiente.

(Joel Mendes Rennó, Jornal do Brasil, 19/04/2006)

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 11- Em relação ao texto a seguir, assinale a opção incorreta.

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O Estado Contemporâneo enfrenta desafios maiores do que os do Estado Moderno. Se o segundo deveria, precipuamente, garantir o funcionamento da concorrência mercantil, o Estado Contemporâneo deve garantir, ao mesmo tempo, liberdade e igualdade; deve equilibrar os interesses entre capital e trabalho, tornando-se, para isso, cada vez mais intervencionista – o que o faz passar, aliás, por duas crises: a da legitimação (dessa intervenção) e a fiscal (diferença crescente entre as saídas necessárias e as entradas insuficientes à distribuição de recursos).

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

a) Em “maiores do que”(ℓ.1), a eliminação de “do” mantém a correção

gramatical do período.

b) A expressão “segundo”(ℓ.2) retoma o antecedente “Estado Moderno”(ℓ.1 e 2).

c) O sinal de dois-pontos(ℓ.6) isola citação de outra voz que não a do autor do texto.

d) Em “que o faz passar”(ℓ.6), o pronome “o” retoma o antecedente “Estado Contemporâneo”(ℓ.3).

e) Os parênteses podem ser eliminados, sem prejuízo para a correção gramatical do período, desde que se coloque um travessão antes de “diferença”(ℓ. 7).

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12- Assinale a opção que não está de acordo com as estruturas do texto.

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A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade de importação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use a mão-de-obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes propiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o homem livre contratar, como mecanismo de combate à vadiagem.

(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

a) A forma verbal “exige”(ℓ.3) está no singular para concordar com “relação

conflituosa”(ℓ.1). b) A expressão “reclamavam”(ℓ.4) está sendo empregada com o sentido de

lamentavam. c) A substituição de “se use”(ℓ.3) por seja usada mantém a correção

gramatical do período. d) Em “que lhes propiciasse”(ℓ.6) o pronome “lhes” refere-se a “Os

fazendeiros”(ℓ.4). e) As vírgulas após “1871”(ℓ.7) e após “escravidão”(ℓ.8) isolam oração

reduzida de gerúndio.

13- Assinale a opção que apresenta justificativa correta para o emprego da vírgula correspondente.

O setor de petróleo brasileiro merece legitimamente a comemoração pelo sucesso presente, (1) e as perspectivas do futuro contemplam êxito no trabalho de todas as empresas que atuam nessa área no Brasil, em especial, a Petrobras. Este futuro terá, com certeza, a marca do realismo e da humildade, (2) que são duas virtudes que, invariavelmente, andam juntas. Realismo no reconhecimento das possibilidades e limitações de todas as coisas. Humildade na renúncia a qualquer espécie de soberba, (3) de cega arrogância, (4) entendendo que a construção de uma nação e a consolidação de empresas fortes não são façanhas apenas de um punhado de homens, mas, sim, do esforço de uma sociedade inteira, (5) unida pelos laços multiplicadores da solidariedade nacional.

(Joel Mendes Rennó, Jornal do Brasil, 19/04/2006) a) 1 – Isola oração subordinada adjetiva explicativa. b) 2 – Isola oração subordinada adjetiva restritiva. c) 3 – Isola complemento circunstancial. d) 4 – Isola oração reduzida de gerúndio. e) 5 – Isola oração apositiva.

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14- Avalie as afirmações abaixo, a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto, para assinalar a opção correta.

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Quando se ouve a palavra “preço”, as primeiras imagens que invadem nossa mente são as de cartazes de liquidação, máquinas registradoras, cheques e cartões de crédito. Mesmo nas sociedades orientais, menos capitalistas que a nossa, a idéia de preço é sempre ligada à noção de objeto de valor. Porém, diferentemente do que a mídia informa, nem tudo pode ser comprado e parcelado em três vezes no cartão. As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma de pagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na infinita negociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma sólida conta corrente de reservas emocionais e de bom senso do que aquele que confia apenas em sua coleção de cartões de plástico. Lucrará mais aquele que souber responder com sabedoria a pergunta: vale a pena pagar o preço?

(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006) I. Para a coerência textual, o vocábulo “as”(ℓ.2) tanto pode ser interpretado

como um pronome, substituindo o substantivo “imagens”(ℓ.1), quanto como um artigo definido que deixa implícita a concordância com “imagens”.

II. O acento indicativo de crase em “à noção”(ℓ.4) decorre da presença da preposição a, exigida por “ligada”(ℓ.4) e do artigo determinante de “noção”.

III. Por ser expressa a comparação em estrutura oracional, o termo “do que”(ℓ.5) pode ser escrito apenas como “que”, sem prejuízo da correção gramatical do texto.

IV. A retirada do pronome em “isso é certo”(ℓ.7) resulta em erro gramatical, porque a oração fica sem sujeito; o que prejudica a coesão textual.

V. Devido ao emprego da vírgula, mantém-se a coerência textual e a correção gramatical ao empregar o pronome átono depois do verbo em “se sairá”(ℓ.9): sairá-se.

VI. As regras gramaticais possibilitam também o emprego do acento indicador de crase em “a pergunta”(ℓ.12): à pergunta.

Estão corretos apenas os itens

a) I, II e VI b) I, II, III e V c) I, IV e VI d) II, III, V e VI e) III, IV e V

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15- Assinale a opção de proposta de alteração para o texto que resulta em erro gramatical e/ou incoerência textual. 1 5

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No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, não basta abolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivo seja capaz de continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens considerados supérfluos. Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia de prioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir como incentivo para a proposta de casar democracia, fim da apartação e eficiência econômica em geral é o fato de que o potencial econômico do país permite otimismo quanto à possibilidade de atender todas essas necessidades, dentro de uma estratégia em que o tempo não será muito longo.

(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)

a) Substituir a relação expressa por “em que o tempo” (ℓ.10) pela relação

expressa por cujo tempo.

b) Inserir o pronome indicativo de indeterminação de sujeito depois de “abolir”(ℓ.2), resultando em: abolir-se.

c) Retirar a preposição da expressão “Em se tratando” (ℓ.4), deslocando-se o pronome para depois do verbo e fazendo-se os ajustes nas iniciais maiúsculas; o que resulta em Tratando-se.

d) Inserir a preposição a antes de “todas essas necessidades”(ℓ.9).

e) Substituir o conectivo de valor condicional “se” (ℓ.1) por caso, resultando em: caso se.

Nas questões 16 a 18, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

16- A Revolução Industrial também causou a formação de enormes aglomerados de desempregados nas cidades, ___1___ , em geral, cresciam sem nenhum planejamento urbano. Esse fenômeno, __2___ não passou despercebido a escritores como Émile Zola ou Alexis de Toqueville, propiciou o surgimento de fenômenos __3__desconhecidos, __4___ o alcoolismo e a demência em massa.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

1 2 3 4 a) as quais cujo já seja b) que que até então como c) cujas porém então tais como d) e todavia antes sejam e) quando entretanto anteriormente quais sejam

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17- A extinção do uso da mão-de-obra escrava no Brasil se deu por um processo lento, com vistas à transição para a formação de um mercado de trabalho livre.___1____, a segunda metade do século XIX é um período marcado pela preocupação de constituição e regulamentação legal do uso do trabalho livre no Brasil. A regulação dessas novas modalidades de uso da mão-de-obra contou com a mediação do Estado (Império), que disciplinava os contornos do trabalho livre. ___2___haja uma inexplicável lacuna na bibliografia do direito do trabalho, as leis de locação e serviços de 1830,1837 e 1879 representam o principal marco na experiência de intervenção estatal na contratação do trabalho livre no Brasil. O período de transição da escravidão ___3___ adoção do trabalho livre é longo. A importação de mão-de-obra européia tem início no ano de 1850, __4__ talvez a primeira experiência na importação de colonos pela firma Vergueiro & Cia. Os colonos eram cativados para o paraíso de terras férteis e abundantes __5__ oferta de trabalho livre e passavam a conviver com a mão-de-obra escrava nas fazendas.

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1 2 3 4 5 a) Todavia Contudo na era com a b) Por isso Conquanto para a sendo pela c) Porquanto No entanto com a é da d) Conquanto Desde que até a seria na e) No entanto Porquanto pela foi e 18- Os primeiros imigrantes trazidos por empresas importadoras eram, em

geral, obrigados __1__assinar contratos de parceria com o importador para trabalharem nas lavouras do café do estado de São Paulo. O contratante adiantava __2__ despesas de transporte da Europa __3__ colônias e o necessário __4__subsistência inicial. Nas colônias, o imigrante recebia determinado número de pés de café para cultivar. Tinha direito __5__ meação no resultado da venda.

(Sidnei Machado, http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463)

1 2 3 4 5 a) à as as à a b) à às às à à c) a as as a a d) a às às a à e) a as às à à

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19- Os trechos a seguir constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a resposta correta.

( ) Essa meta, alcançada 53 anos depois, começou a ganhar contornos de realidade nos anos 80, quando a empresa atingiu a produção de 500 mil barris/dia.

( ) Criada pelo decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953, a Petrobras já nasceu com a missão de alcançar a auto-suficiência na produção brasileira de petróleo.

( ) Entretanto, foi no início da década de 70 que começou a ser delineada a estratégia que resultaria nas primeiras conquistas da empresa. Na época, o país crescia a taxas de 10% ao ano, o que contribuiu para que, naquela década, o consumo de derivados duplicasse.

( ) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência.

( ) Assim, ao longo das últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo no Brasil, os interesses da Petrobras confundiram-se com os do país.

(Jornal do Brasil, 23/04/2006) a) 3º, 1º, 4º, 2º, 5º b) 1º, 2º, 3º, 4º, 5º c) 2º, 1º, 3º, 5º, 4º d) 4º, 5º, 1º, 3º, 2º e) 5º, 3º, 2º, 1º, 4º 20- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de pontuação.

a) As dívidas contraídas na imigração eram pagas com juros de 6% ao ano, não podendo o colono deixar de cumprir o contrato antes de saldá-las integralmente, além de ter de comunicar o contratante com seis meses de antecedência.

b) O não-cumprimento do contrato gerava multa para o colono. Outras cláusulas apareciam nos regulamentos das colônias, tais como as que impunham um controle disciplinar rigoroso, com aplicação de penas severas aos infratores.

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c) As experiências iniciais do trabalho livre do colono foram marcadas por inúmeros conflitos, desentendimentos, greves, denúncias de cobranças de taxas abusivas pelo importador, rebeldia contra controle moral e disciplinar severo imposto nas colônias.

d) Esses fatos redundaram na acusação de Portugal ao Brasil da prática de escravidão disfarçada. O descumprimento do contrato pelo colono, por exemplo, poderia representar, além da rescisão, a multa e a pena de prisão de oito dias a três meses.

e) Contudo, para os fazendeiros, o clima era, de insegurança generalizada no cumprimento dos contratos, o que reclamaria uma regulamentação jurídica mais eficiente do que a então vigente.

(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

Agora, é hora de você marcar o cartão de resposta (que se encontra no início da prova), depois conferir suas repostas com o gabarito abaixo e, em seguida, verificar o comentário da prova!!!!!

Gabarito (AFT 2006)

1E 2A 3A 4B 5E 6B 7D 8E 9D 10E

11C 12B 13D 14A 15E 16B 17B 18E 19C 20E

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Prova 3

Auditor-Fiscal do Trabalho-2006 Nas questões 01 e 02, assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto.

01- A mobilização permanente dos movimentos proletários estimulou o aparecimento de um Estado cada vez mais interventor, que, em meados do século XX (também por conta de outros fatores), realizou-se plenamente: o Estado Social. O Direito e a Justiça do Trabalho são, em última análise, uma das expressões desse Estado Social (menos liberal e mais interveniente), uma vez que um dos pressupostos do direito trabalhista é que há, entre empregado e empregador, um desnível de poder que deve ser sanado, inclusive por meio da atuação jurídica estatal. Dessa forma, não é exagero dizer, a pressão dos trabalhadores ao longo dos séculos XIX e XX ajudou a democratizar várias sociedades capitalistas no Ocidente – dado que fez surgir, como conseqüência de suas lutas, as primeiras normas do Direito do Trabalho, materializadas nos primeiros acordos entre trabalhadores e patrões. A existência dos movimentos proletários é, portanto, a causa histórica da formação do Direito e da Justiça do Trabalho no mundo.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

a) As primeiras normas do Direito do Trabalho impulsionaram as lutas dos

trabalhadores por sua revogação. b) O Estado Social, como menos liberal e mais interveniente, ainda ignora o

Direito e a Justiça do Trabalho. c) Entre empregado e empregador, segundo os pressupostos do direito

trabalhista, há uma simetria que deve ser mantida. d) A pressão dos trabalhadores ao longo dos séculos XIX e XX prejudicou a

democratização das sociedades capitalistas do Ocidente. e) A realização do Estado Social decorre, em parte, da mobilização

permanente dos movimentos proletários do século XX. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois, da linha 9 à 13, é afirmado que as primeiras normas do Direito do Trabalho foram consequências das lutas dos trabalhadores. Logicamente, eles não lutaram por sua revogação.

A alternativa (B) está errada, pois, nas linhas 4 e 5, observa-se que o Direito e a Justiça de Trabalho são uma das expressões do Estado Social. Dessa forma, este não ignora aqueles.

A alternativa (C) está errada, pois se afirma que há simetria na relação empregado e empregador. Porém, no texto, da linha 6 à 8, diz-se que há um desnível de poder que deve ser corrigido.

A alternativa (D) está errada, pois, da linha 9 à 11, observa-se que a pressão dos trabalhadores ajudou a democratizar várias sociedades capitalistas no Ocidente.

A alternativa (E) é a correta e a interpretação é literal da linha 1 à 4.

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Confronte:

A realização do Estado Social decorre¹, em parte², da mobilização permanente dos movimentos proletários do século XX³.

A mobilização permanente dos movimentos proletários³ estimulou o aparecimento de um Estado cada vez mais interventor¹, que, em meados do século XX³ (também por conta de outros fatores)², realizou-se plenamente: o Estado Social¹. Gabarito: E 02- O exame sereno dos fatos mostra que o Movimento dos Sem-Terra - MST

tem sido, ao longo dos anos, instrumento de contenção política da revolta desesperada dos que se encontram sem lugar no mundo. Sem o MST, provavelmente haveria hordas de excluídos saqueando e incendiando os campos, como em outros tempos históricos. Fala-se muito no direito de propriedade como extensão natural da liberdade dos homens. Mas o direito à propriedade não é o direito que a herança atribui. O acesso à propriedade da terra, que é, em princípio, direito de todos os homens, não pode ser impedido pela voracidade ambiciosa de alguns. A terra não deve servir ao enriquecimento, porque é o único meio de sobrevivência de todos os seres. A terra e a água são indispensáveis à vida, e o direito à vida, de acordo com os mais antigos princípios de justiça, é anterior ao direito à propriedade e sobre ele prevalece.

(Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 19/04/2006)

a) A atuação do MST tem sido benéfica à sociedade, pois contém a possível onda de saques e incêndios no campo.

b) O MST permite a explosão da revolta desesperada dos que se encontram sem lugar no mundo.

c) O direito à propriedade deve ser circunscrito ao que a herança atribui aos beneficiários.

d) A terra deve servir ao enriquecimento e ao desenvolvimento de apenas alguns setores da sociedade.

e) O direito à propriedade deve prevalecer sobre o direito à vida, em qualquer circunstância.

Comentário: A alternativa (A) é a correta e está literalmente interpretada nas linhas de 1 a 5 do texto. Confronte:

“A atuação do MST tem sido benéfica à sociedade¹, pois contém² a possível onda de saques e incêndios no campo³.”

“O exame sereno dos fatos mostra que o Movimento dos Sem Terra – MST tem sido¹, ao longo dos anos, instrumento¹ de contenção² política da revolta desesperada dos que se encontram sem lugar no mundo. Sem o MST¹, provavelmente haveria hordas de excluídos saqueando e incendiando os campos³, como em outros tempos históricos”

A alternativa (B) está errada, pois nas linhas 2 e 3 é afirmado que o MST é instrumento de contenção da revolta, e não de propagação dela.

A alternativa (C) está errada, por ser o contrário do que se afirma nas

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linhas 6 e 7: “Mas o direito à propriedade não é o direito que a herança atribui.”

A alternativa (D) está errada, por ser o contrário do que se afirma nas linhas 7 a 11: “O acesso à propriedade da terra, que é, em princípio, direito de todos os homens, não pode ser impedido pela voracidade ambiciosa de alguns. A terra não deve servir ao enriquecimento, porque é o único meio de sobrevivência de todos os seres...”

A alternativa (E) está errada, pois a última frase do texto afirma que é o direito à vida que prevalece sobre o direito à propriedade. Gabarito: A 03- Assinale a opção que representa continuidade coesa e coerente para o texto abaixo.

Em 1850, o Brasil tinha dois milhões de escravos. Na Europa, a revolução industrial passou a exigir cada vez mais mão-de-obra, que se tornou escassa. Por outro lado, a mão-de-obra livre do país não servia aos propósitos da plantação cafeeira. A solução preconizada então foi a imigração européia. Começam a criar, na época imperial, colônias de imigrantes, trazidos com a convicção de uma natural superioridade da raça com uma ética própria para o trabalho. Em 1824, foi criada a primeira colônia alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.

(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463)

a) Por meio de contratos de parceria, os imigrantes europeus vendiam seu trabalho futuro.

b) Contanto que, em 1852, Vergueiro, comece a contratar diretamente imigrantes na Europa, financiado pelo governo.

c) Ficava devendo as passagens, transporte, comissões de contrato, além de outras despesas.

d) Porquanto, nesse contexto, os escravos libertos passaram a não ter trabalho, ficando sem condições de inserção social e de sobrevivência.

e) No entanto, o trabalho foi fornecido ao trabalhador europeu, pois era mais vantajoso ao proprietário, dadas as condições contratuais onerosas impostas aos imigrantes.

Comentário: Para este tipo de questão, dependemos de uma boa leitura do texto e de uma maior atenção aos conectivos que iniciam as frases de cada alternativa. Note que há uma linha temporal mostrando, primeiro, que em 1850 havia dois milhões de escravos; depois a exigência da revolução industrial por mão-de-obra, que era escassa; depois disso, a mão-de-obra livre no Brasil não servia à plantação cafeeira; então a solução foi a imigração.

A alternativa (A) é a correta, pois se observa uma tendência natural na evolução do texto, citando que os imigrantes europeus vendiam seu trabalho futuro por meio de contratos de parceria. Isso pode ser um desenvolvimento do que o texto já vinha falando da imigração.

A alternativa (B) está errada, pois há um problema de coesão, com a inserção, no início do período, do conectivo de condição “Contanto que”, sendo

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que não há oração principal para a suposta oração subordinada adverbial condicional que este conectivo iniciaria; além da vírgula equivocada entre o sujeito “Vergueiro” e o verbo “comece”. Na realidade, este período deve se iniciar com um conectivo temporal que dê sequência ao anterior, além de alguns ajustes. Veja:

“Depois, em 1852, Vergueiro começou a contratar diretamente imigrantes na Europa, financiado pelo governo.”

A alternativa (C) está errada, pois há um truncamento sintático: o verbo “Ficava” não possui referente anterior e com isso não há coerência, nem coesão.

A alternativa (D) está errada. A imigração levou à consequência de os escravos libertos ficarem sem trabalho. Assim, não cabe o conectivo de causa “Porquanto”, mas os que transmitam resultado, consequência, conclusão, como “Por consequência”, “Por conseguinte”, “Portanto” etc.

A alternativa (E) está errada, pois o conectivo “No entanto” não cabe no contexto, tendo em vista que a ideia veiculada nesta frase não é oposta à frase final do texto. Na realidade, a informação desta alternativa é uma continuação do texto, cabendo um conectivo conclusivo, como “Portanto”, “Por conseguinte”, etc. Gabarito: A

04- Julgue como verdadeiros (V) ou falsos (F) os itens a respeito do texto abaixo.

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Uma única inovação ocorrida no século XV teve enorme influência para o progresso, a inclusão social e a redução da pobreza. Foi a invenção do conceito de capital social pelo frei Luca Paccioli, o criador da contabilidade. Antes de Luca Paccioli, um comerciante ou produtor que não pagasse suas dívidas poderia ter todos os bens pessoais, como casa, móveis e poupança, arrestados por um juiz ou credor. Muitos cientistas políticos e sociólogos usam o termo capital social de forma equivocada, numa tentativa deliberada de confundir o leitor.

(Adaptado de Stephen Kanitz, O capital social.Veja, 12 de abril, 2006)

( ) Depreende-se da expressão “Uma única inovação” (ℓ.1) que as demais inovações ocorridas no século XV não resistem até hoje.

( ) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao trocar “invenção(ℓ.2) por criação e “criador”(ℓ.3) por inventor, respectivamente.

( ) Apesar de se classificar como artigo indefinido, o artigo “um”(ℓ.4) tem a função de determinar ou identificar, no texto, “comerciante”(ℓ.4) e “produtor”(ℓ.4).

( ) Por integrar uma enumeração, a vírgula depois de “poupança”(ℓ.5) é facultativa e pode ser suprimida sem que se prejudique a correção gramatical do texto.

( ) Por constituir um valor oposto às informações do primeiro parágrafo, o período final do texto admite ser iniciado pelo conectivo No entanto, seguido de vírgula, fazendo-se os ajustes nas iniciais maiúsculas.

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A seqüência correta é

a) V V F V F b) F V F F V c) V F F F V d) F V V F F e) F F V V F

Comentário: A afirmativa (I) é falsa, porque não há elementos no texto que indiquem que a expressão “Uma única inovação” sinalize que as demais inovações ocorridas no século XV não resistem até hoje.

A afirmativa (II) é verdadeira, pois houve apenas a troca de vocábulos que, contextualmente, transmitem sentido parecido. Note que a questão não afirmou que haveria a permanência de sentido original, afirmou apenas que tal substituição preservaria a coerência textual e a correção gramatical. Assim, veja abaixo que a substituição não traz prejuízo ao texto. Confronte:

“Foi a invenção do conceito de capital social pelo frei Luca Paccioli, o criador da contabilidade.”

“Foi a criação do conceito de capital social pelo frei Luca Paccioli, o inventor da contabilidade.”

A afirmativa (III) é falsa, pois o artigo “um” é indefinido e seu valor textual é justamente o de generalizar, indefinir, e não o de identificar, determinar, como afirmou a frase. Veja que podemos entender que se refere a comerciante ou produtor qualquer, generalizadamente.

A afirmativa (IV) é falsa, pois a estrutura “como casa, móveis e poupança” é termo exemplificativo composto, e suas vírgulas internas são obrigatórias por haver enumeração. Portanto, a vírgula após “poupança” não marca uma enumeração, muito menos é facultativa. Ela fecha o termo exemplificativo e por isso é obrigatória.

A afirmativa (V) é verdadeira, pois realmente ocorre uma ideia oposta ao dito anteriormente, tendo em vista haver no desenvolvimento do texto esclarecimento sobre o termo “capital social” e, no período final, mostrar-se que alguns cientistas políticos e sociólogos usam o termo de forma equivocada. Assim, cabe a inclusão do conectivo adversativo “No entanto”, seguido de vírgula e, logicamente, a palavra seguinte inicia-se com letra minúscula.

Portanto, a alternativa correta é a (B). Gabarito: B 05- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta

erro gramatical.

a) No livro Breve História do Trabalho no Brasil, Almir Pazzianotto esboça a trajetória da classe trabalhadora, da colonização portuguesa ao último governo militar. Mostra como se explorou, sem limites éticos e humanos, a mão-de-obra indígena e negra e como, durante a Primeira República, as oligarquias, com medo das idéias revolucionárias trazidas pelos imigrantes, procuraram bloquear as tentativas de organização dos trabalhadores.

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b) Mostra também como se desenhou o modelo sindical brasileiro, a partir do primeiro governo de Getúlio Vargas, e por que esse modelo se manteve incólume até a Constituição de 1988, apesar das profundas transformações político-institucionais pelas quais passou o País nesse período.

c) Registra, também, que a redemocratização do Brasil significou apenas uma atenuação do modelo anterior, sendo ainda marcante a participação do Estado na vida sindical, por meio de normas obrigatórias relativas a modelo de organização, registro, quotas compulsórias, negociações salariais e dissídios coletivos.

d) O autor dedica atenção especial à figura marcante de Getúlio Vargas, suas idéias sobre o movimento trabalhista e sobre o papel reservado às classes operárias no desenvolvimento nacional, trazendo o livro, em apêndice, a íntegra da Carta Testamento e de três célebres discursos proferidos no Dia do Trabalho.

e) Embora fundamentado em sólida bibliografia, o livro não tem a aridez dos textos acadêmicos. Almir Pazzianotto Pinto, como advogado trabalhista no ABCD paulista, como Ministro do Trabalho ou como Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, conviveu com muitos dos personagens que retratam e foi testemunha de outras tantas histórias que registra, emprestando, assim, um calor especial à narrativa.

(http://www.stpinf.com:8080/producao/genadm.nsf/Paginas)

Comentário: Neste tipo de questão, temos que passar os olhos em cada alternativa a fim de achar erro grosseiro gramatical numa delas. Depois, basta confirmar que as outras estão corretas. Normalmente, o erro se baseia numa concordância, regência, crase ou pontuação, mas temos que ficar ligado em tudo, pois a questão pediu erro gramatical. Então, sempre nos baseamos no seguinte: devemos achar o verbo, identificar seu sujeito e complementos. Assim, acha-se facilmente o erro.

A alternativa errada é a (E), pois o verbo “retratam” deveria ter sido flexionado no singular, porque seu sujeito está subentendido (“Almir Pazzianotto Pinto”). O pronome relativo “que” é o objeto direto; por isso entende-se: Almir Pazianotto Pinto retrata personagens e foi testemunha. A mesma estrutura sintática ocorreu em seguida com “tantas histórias que registra” (Almir Pazianotto Pinto registra tantas histórias).

“Embora fundamentado em sólida bibliografia, o livro não tem a aridez dos textos acadêmicos. Almir Pazzianotto Pinto, como advogado trabalhista no ABCD paulista, como Ministro do Trabalho ou como Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, conviveu com muitos dos personagens que retrata e foi testemunha de outras tantas histórias que registra, emprestando, assim, um calor especial à narrativa.”

O restante está correto. Veja que a primeira vírgula marca a antecipação da estrutura adverbial concessiva “Embora fundamentado em sólida bibliografia”. A segunda e quarta vírgulas separam o termo adverbial intercalado. Como esse termo enumera elementos, ocorre a terceira vírgula. A quinta vírgula inicia oração reduzida de gerúndio, a qual possui o advérbio intercalado “assim”, por isso ocorrem as duas últimas vírgulas. A crase ocorre porque o verbo “emprestando” exigiu a preposição “a” e o

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substantivo “narrativa” admitiu o artigo “a”. Agora, veja que as demais alternativas estão corretas. Na alternativa (A), perceba que as palavras “mão-de-obra” (com hifens) e “idéias" (com acento) estão grafadas de acordo com a antiga regra ortográfica, pois a prova foi realizada em 2006. Com a Nova Reforma Ortográfica, a grafia correta é sem os hifens e sem acento, respectivamente. A primeira vírgula marca a antecipação de adjunto adverbial de lugar. A segunda vírgula marca o aposto explicativo “da colonização portuguesa ao último governo militar”. As seis vírgulas seguintes marcam os adjuntos adverbiais intercalados de modo, tempo e causa, respectivamente (“sem limites éticos e humanos”, “durante a Primeira República”, “com medo das idéias revolucionárias trazidas pelos imigrantes”).

“No livro Breve História do Trabalho no Brasil, Almir Pazzianotto esboça a trajetória da classe trabalhadora, da colonização portuguesa ao último governo militar. Mostra como se explorou, sem limites éticos e humanos, a mão-de-obra indígena e negra e como, durante a Primeira República, as oligarquias, com medo das idéias revolucionárias trazidas pelos imigrantes, procuraram bloquear as tentativas de organização dos trabalhadores.” Na alternativa (B), o verbo “Mostra” encontra-se no singular, porque tem como sujeito subentendido “Almir Pazzianoto”, que se encontra no período sintático anterior. A primeira vírgula marca a intercalação do adjunto adverbial de tempo “a partir do primeiro governo de Getúlio Vargas”. A segunda vírgula inicia o adjunto adverbial de concessão “apesar das profundas transformações político-institucionais”. Note que, após tal adjunto adverbial, não há vírgula, porque há uma oração subordinada adjetiva restritiva: “pelas quais passou o País nesse período”. A expressão “por que” está corretamente empregada por ser pronominal interrogativa e iniciar uma oração subordinada substantiva objetiva direta, dentro de uma frase interrogativa indireta, conforme a estrutura comentada na questão 12 da prova do AFT 2003. Por isso, não se confunde com a conjunção causal “porque”. Ainda resta comentar que o adjetivo composto “político-institucionais” está corretamente flexionado, pois somente o segundo adjetivo pode concordar com o substantivo “transformações”. “Mostra também como se desenhou o modelo sindical brasileiro, a partir do primeiro governo de Getúlio Vargas, e por que esse modelo se manteve incólume até a Constituição de 1988, apesar das profundas transformações político-institucionais pelas quais passou o País nesse período.” Na alternativa (C), o verbo “Registra” encontra-se no singular, porque também tem como sujeito subentendido “Almir Pazzianoto”, que se encontra no primeiro período sintático. Quanto às vírgulas, veja que as duas primeiras intercalam o advérbio “também”. Como este vocábulo é entendido como um adjunto adverbial de pequena extensão, a dupla vírgula é facultativa. A terceira inicia oração reduzida de gerúndio, a quarta inicia adjunto adverbial de meio e as próximas separam termos enumerados.

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“Registra, também, que a redemocratização do Brasil significou apenas uma atenuação do modelo anterior, sendo ainda marcante a participação do Estado na vida sindical, por meio de normas obrigatórias relativas a modelo de organização, registro, quotas compulsórias, negociações salariais e dissídios coletivos.” Na alternativa (D), novamente a palavra “idéia" foi usada com acento, porque a prova é de 2006. As crases estão corretas, porque, na primeira, “atenção” exigiu preposição “a” e o substantivo “figura” admitiu o artigo “a”; na segunda, “reservado” exigiu preposição “a” e o substantivo “classes” está antecipado do artigo “as”. Quanto à pontuação, a primeira vírgula ocorre por haver termos enumerados, a segunda vírgula inicia oração reduzida de gerúndio e as duas últimas intercalam o adjunto adverbial “em apêndice”. “O autor dedica atenção especial à figura marcante de Getúlio Vargas, suas idéias sobre o movimento trabalhista e sobre o papel reservado às classes operárias no desenvolvimento nacional, trazendo o livro, em apêndice, a íntegra da Carta Testamento e de três célebres discursos proferidos no Dia do Trabalho.”

Gabarito: E 06- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta

erro.

a) A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas décadas do século XVIII.

b) Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões: a intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc.

c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm chama de a “partida para o crescimento auto-sustentável”. Por “crescimento auto-sustentável” entende-se: o poder produtivo das sociedades humanas, até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas, tornou-se crescente e constante – livre de epidemias, fomes, pestes ou intempéries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-de-obra em quase toda a Europa.

d) Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da produção era a falta de homens e mulheres nos campos (e não de terras), o período que se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a tornar-se um pouco mais supérfluo.

e) Como explicita Hobsbawm, trata-se de período em que, às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um sistema fabril mecanizado que produzia “em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado”.

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(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo.http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

Comentário: Como falado anteriormente, devemos passar os olhos nas alternativas, observando verbo, sujeito e complementos. Assim, percebemos que a alternativa (B) é a errada, pois o verbo “tiveram” deve se flexionar no singular (teve), pois seu sujeito determinado simples “Tal avanço dos indicadores econômicos” possui núcleo no singular. Esse é o único erro. Veja que os dois-pontos estão sinalizando uma enumeração seguinte e isso justifica também o uso das vírgulas. Note que o trecho entre travessões está correto, por poder se entender aí um comentário do autor. A estrutura “etc” significa “e outras coisas”, por isso faz parte do último elemento da enumeração já se subentendo a conjunção “e”. Assim, normalmente não é antecipado de vírgula, apesar de autores de renome autorizarem tal vírgula, por ênfase.

“Tal avanço dos indicadores econômicos teve várias razões: a intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc.”

A alternativa (A) está correta e não oferece dúvidas. Veja apenas que a vírgula antes de “sobretudo” inicia estrutura adverbial.

“A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas décadas do século XVIII.”

Na alternativa (C), perceba que as palavras “auto-sustentável” e “mão-de-obra” estão grafadas de acordo com a antiga regra ortográfica, pois a prova foi realizada em 2006. Com a Nova Reforma Ortográfica, a grafia correta é sem os hifens (“autossustentável” e “mão de obra”). As aspas estão corretas por enfatizarem termos técnicos. Os dois-pontos assinalam o destaque a um conceito, provavelmente um recorte de outro texto, por isso tal estrutura seguinte aos dois-pontos também estaria correta entre aspas. O travessão marca o início de um termo enumerativo e explicativo. Agora, vamos às vírgulas. As duas primeiras vírgulas intercalam a estrutura adverbial “até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas”. A terceira e quarta vírgulas marcam a divisão entre termos de uma enumeração e a última vírgula sinaliza a oração subordinada adjetiva explicativa “que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-de-obra em quase toda a Europa”.

Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm chama de a “partida para o crescimento auto-sustentável”. Por “crescimento auto-sustentável” entende-se: o poder produtivo das sociedades humanas, até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas, tornou-se crescente e constante – livre de epidemias, fomes, pestes ou intempéries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-de-obra em quase toda a Europa.

Na a alternativa (D), veja que as crases estão corretas, porque

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“Contrapondo” exige preposição “a” e a expressão “Idade Média” é antecipada de artigo “a”. Além disso, o verbo “segue”, neste contexto, é transitivo direto e indireto e por isso exigiu o objeto indireto antecipado de preposição “a” e a expressão “Revolução Industrial” é antecipada de artigo “a”. As duas vírgulas intercalam a oração subordinada adjetiva explicativa. O duplo travessão marca um comentário do autor.

“Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da produção era a falta de homens e mulheres nos campos (e não de terras), o período que se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a tornar-se um pouco mais supérfluo.”

Na alternativa (E), a primeira vírgula sinaliza uma oração subordinada adverbial antecipada. A última vírgula antecipa uma oração coordenada adversativa. As aspas sinalizam uma citação, um recorte de outro texto.

Naturalmente você poderia ter tido dúvida quanto ao uso das vírgulas separando o termo “às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados”.

Analisando fora de contexto, o verbo “juntou” poderia ser entendido como transitivo direto e indireto, seguido do pronome apassivador “se” e seu sujeito paciente “um sistema fabril mecanizado”. O objeto indireto seria “às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados”. Dessa forma, estariam erradas as vírgulas, pois separariam o objeto indireto de seu verbo. Note essa estrutura na voz passiva analítica:

Um sistema fabril mecanizado foi juntado às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados.

Porém, ao percebermos o contexto, pode-se perceber essa dupla vírgula intercalando uma estrutura adverbial causal; pois se poderia entender o seguinte:

“... devido às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um sistema fabril mecanizado...”, isto é, por causa dessas grandes massas é que o sistema fabril mecanizado se juntou.

Assim, o verbo seria, agora, apenas transitivo direto, continuando a possuir o pronome apassivador “se” e o sujeito paciente “um sistema fabril mecanizado”.

Ressalte-se que cabem no contexto as duas leituras, por isso a dupla vírgula não está errada.

Como explicita Hobsbawm, trata-se de período em que, às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um sistema fabril mecanizado que produzia “em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado”.

Gabarito: B

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07- Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de concordância.

a) As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condições de vida nas cidades costumavam ser horríveis. Para se ter idéia, alguns recenseamentos ingleses, da década de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em média, 50 anos e o da cidade, 30 anos.

b) Talvez esses números sejam indicadores da dramaticidade das modificações ocasionadas, na vida de milhões de seres humanos, pela Revolução Industrial.

c) Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era comum, nas primeiras décadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecível para seus avós ou mesmo para seus pais.

d) A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm, “nada se tornasse mais inevitável” do que o aparecimento dos movimentos operários.

e) Aqueles trabalhadores, que viviam em condições insuportáveis, não tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteção pública.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/

Historico)

Comentário: Não se perca! A questão pediu apenas erro de concordância, isto é, devemos analisar apenas a flexão de verbo e de nome de acordo com os seus referentes. Os períodos sintáticos das alternativas (A), (B), (C) e (E) estão corretos gramaticalmente e possuem estruturas na ordem direta, as quais não geram dúvidas. Então, vamos direto à errada. A alternativa (D) é a errada. Primeiro, observe que o verbo “originou” está corretamente flexionado no singular, porque o pronome relativo “que” é o sujeito e está retomando o substantivo singular “fragmentação”. O erro está na concordância verbal na oração principal, pois o verbo deveria se flexionar no singular (“faz”), tendo em vista que seu sujeito determinado simples possui núcleo singular: “fragmentação”. Corrigindo, teríamos:

“A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades, faz com que, nas palavras de Hobsbawm, ‘nada se tornasse mais inevitável’ do que o aparecimento dos movimentos operários.” Gabarito: D

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08- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção gramaticalmente correta.

a) O primeiro interesse dos espanhóis e portugueses pela América foi o ouro acumulado. A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou à Portugal a manutenção da colônia, ameaçada de ocupação. Nesse período, somente a ocupação representava verdadeiro domínio. Por outro lado, os gastos de defesa eram bastante elevados.

b) Como os portugueses já possuíam experiência no cultivo do açúcar em grande escala nas ilhas do Atlântico, a junção desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiriam a produção do açúcar em larga escala no Brasil.

c) O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não haviam na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.

d) Na expansão da plantação do açúcar no Brasil, Portugal utilizou-se, inicialmente, do trabalho de índios escravizados. Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entraram em decadência com o início da produção nas ilhas das Antilhas, fazendo com que o preço do produto caísse.

e) A necessidade política de colonização das terras e a ausência de mão-de-obra excedente na Península Ibérica, na época, levaram Portugal a optar pela introdução da mão-de-obra escrava africana (negra).

(Sidnei Machado .http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

Comentário: A questão pede a alternativa errada, levando em consideração a gramaticalidade como um todo. A alternativa (A) está errada, simplesmente, porque não pode haver crase antes de “Portugal”, pois esse topônimo (nome de lugar) não admite artigo “a”. Você poderia ter ficado na dúvida se a expressão “ameaçada de ocupação” seria uma estrutura restritiva (sem vírgula) ou explicativa (com vírgula). Pode-se interpretar como correta com vírgula, pois se pode inferir qual é a colônia a que o texto faz referência: o Brasil.

“O primeiro interesse dos espanhóis e portugueses pela América foi o ouro acumulado. A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou a Portugal a manutenção da colônia, ameaçada de ocupação. Nesse período, somente a ocupação representava verdadeiro domínio. Por outro lado, os gastos de defesa eram bastante elevados.”

A alternativa (B) está errada e bastava observar que o núcleo do sujeito é “junção” e isso leva o verbo a se flexionar no singular.

“Como os portugueses já possuíam experiência no cultivo do açúcar em grande escala nas ilhas do Atlântico, a junção desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiu a produção do açúcar em larga escala no Brasil.”

A alternativa (C) está errada, pois o verbo “haviam” está no sentido de “existir”, por isso é impessoal (não possui sujeito) e não pode se flexionar no plural.

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Novamente, perceba que a palavra composta “mão-de-obra” está grafada de acordo com a antiga regra ortográfica, pois a prova foi realizada em 2006. Com a Nova Reforma Ortográfica, a grafia correta é sem os hifens (“mão de obra”).

“O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não havia na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.”

A alternativa (D) está errada, pois o verbo “entraram” deve se flexionar no singular, tendo em vista que o núcleo de seu sujeito encontra-se no singular (“sistema”).

“Na expansão da plantação do açúcar no Brasil, Portugal utilizou-se, inicialmente, do trabalho de índios escravizados. Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entrou em decadência com o início da produção nas ilhas das Antilhas, fazendo com que o preço do produto caísse.”

A alternativa (E) é a correta. Veja que o verbo “levaram” encontra-se corretamente no plural por concordar com o sujeito composto “A necessidade política de colonização de terras e a ausência de mão-de-obra excedente na Península Ibérica”.

Lembre-se de que “mão-de-obra” está corretamente grafada levando-se em consideração a grafia antiga. Gabarito: E

09- Os trechos a seguir foram adaptados de uma reportagem da Folha de S. Paulo, 30 de abril de 2006. Assinale aquele que não apresenta erro de natureza gramatical.

a) Um diploma universitário ou o ingresso no ensino superior não são garantias que os salários não se deteriorem de modo mais intenso nos períodos de crise, pois as maiores perdas entre 2002 e 2006, ocorreram nos trabalhadores com mais de 11 anos de estudo.

b) A maior perda real da remuneração das pessoas, com maior nível de instrução ocorre em razão da grande oferta de mão-de-obra qualificada, sem ter a contrapartida da expansão das vagas “de classe média”.

c) À força de trabalho “abundante” traz-se um alto nível de competição no mercado de trabalho que “achatam” os salários, especialmente em períodos de fraco nível de atividade econômica.

d) Com farta oferta de mão-de-obra no Brasil, as empresas podem selecionar profissionais qualificados pagando-lhes salários mais baixos e, muitas vezes, contratar um profissional mais capacitado do que a função exigiria.

e) O fenômeno não é uma tendência mundial: trata-se de uma anomalia do mercado de trabalho brasileiro, que existe uma redução de postos de trabalho possuindo remunerações mais elevadas por que o modelo econômico brasileiro destrói empregos de classe média.

Comentário: Cuidado com a “pegadinha”, pois no pedido da questão a palavra “erro” está sublinhada, mas anteriormente há o advérbio de negação “não”. Assim, a banca quer a alternativa correta. Muita gente já caiu nessa

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“pegadinha”, então cuidado! A alternativa (A) está errada, pois há vírgula entre o sujeito “as maiores perdas entre 2002 e 2006” e o verbo “ocorreram”. A vírgula após o substantivo “crise” está correta, porque inicia oração coordenada explicativa. Além disso, observe que o substantivo “garantias” é um nome transitivo, pois exige a preposição “de”, a qual inicia a oração subordinada substantiva completiva nominal “de que os salários não se deteriorem de modo mais intenso nos períodos de crise”.

“Um diploma universitário ou o ingresso no ensino superior não são garantias de que os salários não se deteriorem de modo mais intenso nos períodos de crise, pois as maiores perdas entre 2002 e 2006 ocorreram nos trabalhadores com mais de 11 anos de estudo.”

A alternativa (B) está errada, pois não pode haver vírgula antecipando a locução adjetiva restritiva (adjunto adnominal) “com maior nível de instrução”, e o pior, não houve fechamento da estrutura com outra vírgula (o que poderia fazer entender como estrutura explicativa). Assim, deve-se retirar a vírgula após “pessoas”.

Você poderia ter ficado na dúvida por pensar que essa estrutura é um adjunto adverbial; mas ela não se liga a verbo, nem a adjetivo, nem a outro advérbio. Ela se liga ao substantivo “pessoas”; portanto há uma característica, que poderia ser explicativa ou restritiva; mas o contexto nos mostra que não são quaisquer pessoas, mas se restringe para aquelas com maior nível de instrução. Assim, é característica restritiva.

A vírgula após “qualificada” ocorre por iniciar oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo em final de período. Essa vírgula é facultativa.

As aspas em “de classe média” corroboram ênfase, por isso estão corretas.

Os hifens em “mão-de-obra” estão corretos, porque a prova foi realizada em 2006, grafia antiga.

A maior perda real da remuneração das pessoas com maior nível de instrução ocorre em razão da grande oferta de mão-de-obra qualificada, sem ter a contrapartida da expansão das vagas “de classe média”.

A alternativa (C) está errada, pois o verbo “achatam” deveria ter sido flexionado no singular, pois seu sujeito “que” (pronome relativo) retoma termo singular “alto nível de competição”.

Você poderia ter ficado na dúvida quanto à crase, mas veja que o verbo “traz” é transitivo direto e indireto, o pronome “se” juntou-se a esse verbo e é apassivador. Isso faz com que “um alto nível de competição no mercado de trabalho” seja o sujeito paciente e “À força de trabalho ‘abundante’” seja o objeto indireto, iniciado pela preposição “a” e o substantivo feminino “força” admitindo o artigo “a”. Para confirmar se há mesmo o pronome apassivador, devemos transformar essa voz passiva sintética em passiva analítica: um alto nível de competição no mercado de trabalho é trazido à força de trabalho “abundante”.

A vírgula após “salários” está correta e é facultativa, porque inicia termo adverbial no final de período.

À força de trabalho “abundante” traz-se um alto nível de competição no

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mercado de trabalho que “achata” os salários, especialmente em períodos de fraco nível de atividade econômica.

A alternativa (D) é a correta. Note que as expressões “Com farta oferta de mão-de-obra no Brasil” e “muitas vezes” são adjuntos adverbiais de modo (antecipado) e de tempo (intercalado), respectivamente. Por isso o uso das vírgulas está correto. Note também que “lhes” encontra-se corretamente flexionado no plural porque retoma “profissionais qualificados”.

“Com farta oferta de mão-de-obra no Brasil, as empresas podem selecionar profissionais qualificados pagando-lhes salários mais baixos e, muitas vezes, contratar um profissional mais capacitado do que a função exigiria.”

A alternativa (E) está errada, pois o pronome relativo “que” retoma “mercado de trabalho brasileiro” e ocupa a função de adjunto adverbial de lugar na oração “existe uma redução de postos de trabalho”. Assim, deve receber a preposição “em”.

A expressão “por que” deve ser substituída pela conjunção causal “porque”; pois inicia oração subordinada adverbial causal. Poderia ocorrer vírgula antes dessa conjunção, por haver oração subordinada adverbial após a oração principal.

“O fenômeno não é uma tendência mundial: trata-se de uma anomalia do mercado de trabalho brasileiro, em que existe uma redução de postos de trabalho possuindo remunerações mais elevadas porque o modelo econômico brasileiro destrói empregos de classe média.”

O uso dos dois-pontos está correto, pois inicia uma oração coordenada explicativa, tanto assim que podemos substituir esses dois-pontos pela conjunção “pois”, antecipada ou não de vírgula. Compare:

“O fenômeno não é uma tendência mundial: trata-se de uma anomalia do mercado de trabalho brasileiro...”

“O fenômeno não é uma tendência mundial, pois se trata de uma anomalia do mercado de trabalho brasileiro...” Gabarito: D 10-Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A história do petróleo no Brasil, dos primeiros passos até este(1) novo degrau, que é a conquista da autosuficiência, não tem nome ou fisionomia particular. Pertence, na verdade, a todos os (2) brasileiros e administradores que acreditaram na possibilidade de o nosso país desenvolver o seu setor de petróleo com competência e talento. Ela foi escrita, capítulo a(3) capítulo, por valorosos trabalhadores de várias categorias, do técnico de ponta ao mais modesto operário, e não somente(4) por esses, que labutam na linha de frente, nos trabalhos de pesquisas e análises, como também, com igual dedicação e entusiasmo, pelos que lhe(5) dão suporte, na retaguarda, inclusive no plano administrativo, essencial quando eficiente.

(Joel Mendes Rennó, Jornal do Brasil, 19/04/2006)

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a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o pronome demonstrativo “este” marca um momento atual (“degrau” atual).

A alternativa (B) está correta, pois o pronome indefinido “todos”, estando no plural, exige a presença do artigo “os”; por isso está corretamente empregado. Além disso, tal pronome faz parte do objeto indireto do verbo “Pertence”, por isso está antecipado da preposição “a”.

A alternativa (C) está correta, pois a preposição “a” não recebeu acento indicativo de crase, justamente porque palavras repetidas não autorizam o uso do artigo entre elas.

A alternativa (D) está correta, pois a expressão “e não somente” tem valor aditivo, com o mesmo sentido de “e não apenas”, “e não só”. Tal expressão combina com a posterior “como também”. A alternativa (E) é a errada. Note que o pronome relativo “que” retoma o pronome demonstrativo plural os em “pelos” e é sujeito do verbo transitivo direto e indireto “dão”, que tem como objeto direto “suporte” e objeto indireto “lhe”. Tal pronome deve se flexionar no plural, por retomar a expressão plural “valorosos trabalhadores de várias categorias”. Gabarito: E 11- Em relação ao texto a seguir, assinale a opção incorreta.

1 5

O Estado Contemporâneo enfrenta desafios maiores do que os do Estado Moderno. Se o segundo deveria, precipuamente, garantir o funcionamento da concorrência mercantil, o Estado Contemporâneo deve garantir, ao mesmo tempo, liberdade e igualdade; deve equilibrar os interesses entre capital e trabalho, tornando-se, para isso, cada vez mais intervencionista – o que o faz passar, aliás, por duas crises: a da legitimação (dessa intervenção) e a fiscal (diferença crescente entre as saídas necessárias e as entradas insuficientes à distribuição de recursos).

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

a) Em “maiores do que”(ℓ.1), a eliminação de “do” mantém a correção

gramatical do período. b) A expressão “segundo”(ℓ.2) retoma o antecedente “Estado Moderno”(ℓ.1 e

2). c) O sinal de dois-pontos(ℓ.6) isola citação de outra voz que não a do autor do

texto. d) Em “que o faz passar”(ℓ.6), o pronome “o” retoma o antecedente “Estado

Contemporâneo”(ℓ.3). e) Os parênteses podem ser eliminados, sem prejuízo para a correção

gramatical do período, desde que se coloque um travessão antes de “diferença”(ℓ. 7).

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Comentário: A alternativa (A) está correta, pois os conectivos de comparação de superioridade ou inferioridade (“mais do que”, “menos do que”, “maior do que”, “menor do que” etc) podem perder a palavra “do” sem implicar desvio gramatical, incoerência textual ou semântica.

A alternativa (B) está correta. Entendendo-se que o primeiro seria o “Estado Contemporâneo”, o “segundo” realmente passa a ser o “Estado Moderno”.

A alternativa (C) é a incorreta. Veja que os dois-pontos sinalizam uma enumeração para explicar “duas crises”. São elas: a “da legitimação” e “a fiscal”. Os dois-pontos também podem iniciar uma citação de outra voz, isso é chamado de discurso direto; mas não se enquadra no contexto desta questão.

A alternativa (D) está correta, pois o texto basicamente fala sobre os desafios do “Estado Contemporâneo”. Entende-se, assim, que a necessidade do intervencionismo faz com que o “Estado Contemporâneo” passe por duas crises. Assim, realmente o pronome “o” retoma “Estado Contemporâneo”. A alternativa (E) está correta. Note que os parênteses em “diferença crescente entre as saídas necessárias e as entradas insuficientes à distribuição de recursos” delimitam a explicação da crise fiscal. Essa expressão explicativa pode ficar separada por vírgula, travessão ou parênteses. No caso em questão, poder-se-ia, sim, substituir os parênteses por apenas um travessão, pois este elemento explicativo encontra-se no final do período. Gabarito: C 12- Assinale a opção que não está de acordo com as estruturas do texto.

1 5

10

A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade de importação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use a mão-de-obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes propiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o homem livre contratar, como mecanismo de combate à vadiagem.

(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

a) A forma verbal “exige”(ℓ.3) está no singular para concordar com “relação

conflituosa”(ℓ.1). b) A expressão “reclamavam”(ℓ.4) está sendo empregada com o sentido de

lamentavam. c) A substituição de “se use”(ℓ.3) por seja usada mantém a correção

gramatical do período. d) Em “que lhes propiciasse”(ℓ.6) o pronome “lhes” refere-se a “Os

fazendeiros”(ℓ.4). e) As vírgulas após “1871”(ℓ.7) e após “escravidão”(ℓ.8) isolam oração

reduzida de gerúndio.

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Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a forma verbal “exige” está realmente no singular porque seu sujeito, apesar de distante, é “A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos”. O núcleo “relação” está no singular, por isso o verbo fica flexionado no singular.

A alternativa (B) é a errada, pois o verbo “reclamavam” não apresenta, contextualmente, sentido de lamentar, mas de solicitar, pedir.

A alternativa (C) está correta, pois o verbo “use” é transitivo direto e faz com que o pronome “se” seja apassivador. Com isso o sujeito paciente é “a mão-de-obra nativa”, estruturando a voz passiva sintética. Para a transformação para a voz passiva analítica, basta retirar o pronome “se” e inserir o verbo “ser” no tempo em que se encontrava o verbo “use” (presente do subjuntivo). Assim, está correta a construção: seja usada a mão-de-obra nativa.

A alternativa (D) está correta, pois se entende que deveria propiciar aos “fazendeiros” adequada produtividade; por isso o pronome “lhes” realmente se refere a “os fazendeiros”.

A alternativa (E) está correta, pois a oração “sinalizando a abolição da escravidão” é subordinada adjetiva explicativa reduzida de gerúndio; por isso está entre vírgulas. Gabarito: B 13- Assinale a opção que apresenta justificativa correta para o emprego da vírgula correspondente.

O setor de petróleo brasileiro merece legitimamente a comemoração pelo sucesso presente, (1) e as perspectivas do futuro contemplam êxito no trabalho de todas as empresas que atuam nessa área no Brasil, em especial, a Petrobras. Este futuro terá, com certeza, a marca do realismo e da humildade, (2) que são duas virtudes que, invariavelmente, andam juntas. Realismo no reconhecimento das possibilidades e limitações de todas as coisas. Humildade na renúncia a qualquer espécie de soberba, (3) de cega arrogância, (4) entendendo que a construção de uma nação e a consolidação de empresas fortes não são façanhas apenas de um punhado de homens, mas, sim, do esforço de uma sociedade inteira, (5) unida pelos laços multiplicadores da solidariedade nacional.

(Joel Mendes Rennó, Jornal do Brasil, 19/04/2006) a) 1 – Isola oração subordinada adjetiva explicativa. b) 2 – Isola oração subordinada adjetiva restritiva. c) 3 – Isola complemento circunstancial. d) 4 – Isola oração reduzida de gerúndio. e) 5 – Isola oração apositiva.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a vírgula antes da conjunção aditiva “e” ocorre (e é facultativa) por iniciar oração coordenada aditiva com sujeito diferente da inicial.

A alternativa (B) está errada, pois a vírgula ocorre por iniciar oração

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subordinada adjetiva explicativa. A alternativa (C) está errada, pois a vírgula ocorre por dividir núcleos do

adjunto adnominal composto “de soberba, de cega arrogância”. A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “entendendo” é uma oração

reduzida de gerúndio, pois não existe conjunção, forçando o verbo a ficar na forma nominal gerúndio.

A alternativa (E) está errada, pois a vírgula ocorre por iniciar uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Gabarito: D 14- Avalie as afirmações abaixo, a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto, para assinalar a opção correta.

1 5

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Quando se ouve a palavra “preço”, as primeiras imagens que invadem nossa mente são as de cartazes de liquidação, máquinas registradoras, cheques e cartões de crédito. Mesmo nas sociedades orientais, menos capitalistas que a nossa, a idéia de preço é sempre ligada à noção de objeto de valor. Porém, diferentemente do que a mídia informa, nem tudo pode ser comprado e parcelado em três vezes no cartão. As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma de pagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na infinita negociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma sólida conta corrente de reservas emocionais e de bom senso do que aquele que confia apenas em sua coleção de cartões de plástico. Lucrará mais aquele que souber responder com sabedoria a pergunta: vale a pena pagar o preço?

(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006) I. Para a coerência textual, o vocábulo “as”(ℓ.2) tanto pode ser interpretado

como um pronome, substituindo o substantivo “imagens”(ℓ.1), quanto como um artigo definido que deixa implícita a concordância com “imagens”.

II. O acento indicativo de crase em “à noção”(ℓ.4) decorre da presença da preposição a, exigida por “ligada”(ℓ.4) e do artigo determinante de “noção”.

III. Por ser expressa a comparação em estrutura oracional, o termo “do que”(ℓ.5) pode ser escrito apenas como “que”, sem prejuízo da correção gramatical do texto.

IV. A retirada do pronome em “isso é certo”(ℓ.7) resulta em erro gramatical, porque a oração fica sem sujeito; o que prejudica a coesão textual.

V. Devido ao emprego da vírgula, mantém-se a coerência textual e a correção gramatical ao empregar o pronome átono depois do verbo em “se sairá”(ℓ.9): sairá-se.

VI. As regras gramaticais possibilitam também o emprego do acento indicador de crase em “a pergunta”(ℓ.12): à pergunta.

Estão corretos apenas os itens

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a) I, II e VI b) I, II, III e V c) I, IV e VI d) II, III, V e VI e) III, IV e V Comentário: A afirmativa (I) está correta, pois o vocábulo “as” pode ser interpretado como pronome demonstrativo, equivalente a “aquelas”, retomando “imagens”. Veja a comparação: “... as primeiras imagens que invadem nossa mente são as de cartazes de liquidação...” ... as primeiras imagens que invadem nossa mente são aquelas de cartazes de liquidação...

Esse vocábulo também pode ser entendido como artigo, pois se pode perceber a omissão do substantivo “imagens”, havendo apenas a presença do artigo. Veja: “... as primeiras imagens que invadem nossa mente são as (imagens) de cartazes de liquidação...”

A afirmativa (II) está correta, pois a locução verbal paciente “é ligada” é transitiva direta e indireta. Não há objeto direto em voz passiva, por isso o suposto objeto direto é, na realidade, o sujeito paciente “a ideia de preço”. A locução verbal exige a preposição “a” e o núcleo do objeto indireto “noção” admite o artigo “a”; por isso há crase.

Isso já faria a eliminação das alternativas (C), (D) e (E). A afirmativa (III) está errada e a banca quis nos induzir a erro, pois

sabemos que, quando há comparação de superioridade ou inferioridade, a palavra “do” é opcional, inclusive já vimos isso na questão 11. Mas, nesse contexto, não há comparação. Na realidade, é o advérbio “diferentemente” que exige a preposição “de” seguida do pronome demonstrativo reduzido “o”, havendo a contração “do”. Assim, houve regência nominal. Isso faz com que eliminemos a alternativa (B). Portanto, a alternativa correta é a (A).

Mas continuaremos na resolução da questão. A afirmativa (IV) está errada. Realmente a retirada do pronome “isso”

(sujeito do predicado nominal “é certo”) implicaria erro gramatical; mas é errado dizer que a oração “é certo” ficaria sem sujeito, pois, com a retirada desse pronome, o sujeito passa a ser toda a oração “As coisas realmente importantes da vida têm seu preço”. Confronte:

“As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma de pagamento é bem diversa das praticadas...”

“As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, é certo, mas a forma de pagamento é bem diversa das praticadas...”

Para deixar de acordo com a norma culta, deve-se retirar a vírgula entre o sujeito oracional e seu predicado e inserir a conjunção integrante “que”, formando uma oração subordinada substantiva subjetiva:

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“Que as coisas realmente importantes da vida têm seu preço é certo, mas a forma de pagamento é bem diversa das praticadas...”

A afirmativa (V) está errada. Vale observar que esta colocação pronominal não está de acordo com a norma culta, apesar de ser utilizada largamente na linguagem jornalística, caracterizada por uma linguagem mais próxima do uso técnico, livre.

É normal, quando há vírgula antes do pronome oblíquo átono, que este se coloque em ênclise (após o verbo) para ficar de acordo com o previsto na norma culta. Porém, o verbo está no futuro do presente, e a única forma aceitável é a mesóclise: sair-se-á.

A afirmativa (VI) está correta, pois o verbo responder é transitivo direto e indireto: alguém responde algo a alguém. A gramática admite que haja a omissão de um dos complementos, ficando responde algo ou responde a alguém.

O objeto indireto, sendo identificado como uma pessoa, ratifica o complemento verbal indireto, exigindo a preposição. Mas, quando se responde a alguma coisa, quer dizer, quando o objeto indireto não for uma pessoa, a gramática admite a omissão da preposição; podendo-se encontrar:

...respondeu à questão, à pergunta, ao chamado... ou

...respondeu a questão, a pergunta, o chamado... (omissão da preposição)

Vale lembrar que a omissão da preposição é apenas admitida, a forma mais regular e mais aceitável é a primeira. Assim, ao inserir o acento indicativo de crase, a questão trouxe a linguagem para mais próxima do padrão culto, mais aceitável. Gabarito: A 15- Assinale a opção de proposta de alteração para o texto que resulta em erro gramatical e/ou incoerência textual. 1 5

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No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, não basta abolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivo seja capaz de continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens considerados supérfluos. Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia de prioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir como incentivo para a proposta de casar democracia, fim da apartação e eficiência econômica em geral é o fato de que o potencial econômico do país permite otimismo quanto à possibilidade de atender todas essas necessidades, dentro de uma estratégia em que o tempo não será muito longo.

(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)

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a) Substituir a relação expressa por “em que o tempo” (ℓ.10) pela relação expressa por cujo tempo.

b) Inserir o pronome indicativo de indeterminação de sujeito depois de “abolir”(ℓ.2), resultando em: abolir-se.

c) Retirar a preposição da expressão “Em se tratando” (ℓ.4), deslocando-se o pronome para depois do verbo e fazendo-se os ajustes nas iniciais maiúsculas; o que resulta em Tratando-se.

d) Inserir a preposição a antes de “todas essas necessidades”(ℓ.9). e) Substituir o conectivo de valor condicional “se” (ℓ.1) por caso, resultando

em: caso se.

Comentário: A alternativa (A) está correta. Ao substituir uma expressão pela outra, você já vai perceber que não há prejuízo no texto, mas vamos à explicação gramatical. Naturalmente, não se trocaria um por outro, tendo em vista seus valores sintáticos serem bem diferentes; porém, no contexto em que se encontram, isso é possível. Veja:

“...uma estratégia em que o tempo não será muito longo.”

...uma estratégia cujo tempo não será muito longo.

O termo “em que” é adjunto adverbial nessa oração adjetiva. “o tempo” é sujeito; “não” é o adjunto adverbial de negação; “será” é o verbo de ligação; “muito” é o adjunto adverbial de intensidade; “longo” é o predicativo; e “em que” (Não se espante!!!) é adjunto adverbial de enquadramento semântico. Quer dizer, o tempo não será muito longo naquela estratégia (naquela situação).

O pronome “cujo” é adjunto adnominal e transmite valor de posse ao núcleo do sujeito “tempo”, isto é, o tempo da estratégia não será muito longo.

Portanto, mudam-se os valores semânticos, mas preservam-se a coerência e a gramaticalidade.

A alternativa (B) está correta, pois a inserção do “se” não resulta em erro gramatical ou textual, pois se entende “não basta abolir-se a necessidade”; quer dizer, não basta a necessidade ser abolida.

Você deve ter ficado na dúvida, por causa do nome dado ao pronome “se” (índice de indeterminação do sujeito). Note que o verbo “abolir” é transitivo direto e com isso não ocorre o índice de indeterminação do sujeito (se). Na realidade, esse pronome é o apassivador, por isso foi possível a transformação de voz passiva sintética para voz passiva analítica, feita acima. O que está indeterminado, na realidade, não é o sujeito, mas o agente da passiva, pois o pronome apassivador indetermina o agente (da passiva), não o sujeito. Alguns poucos gramáticos não fazem esta distinção e acabam dando respaldo para a banca denominar o “se”, em vez de pronome apassivador, índice de indeterminação do sujeito, o que é um sério problema de nomenclatura entre as gramáticas, a qual é muito cobrada pela ESAF. A banca simplesmente não anulou a questão, porque alguns gramáticos aceitam esse argumento.

Assim, o candidato que realmente estudou acaba marcando esta como errada e perde a questão. Por isso, dizemos que se deve achar a alternativa

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pedida na questão e confirmar esse resultado nas demais. A alternativa (C) está correta, pois a oração subordinada adverbial

temporal reduzida de gerúndio “Em se tratando de um compromisso democrático” pode perder a preposição “Em”, desde que seu pronome fique enclítico ao verbo: “Tratando-se de um compromisso democrático”.

A alternativa (D) está correta, pois o verbo “atender” pode ser transitivo direto ou transitivo indireto; por isso a forma original do texto possui o objeto direto “todas essas necessidades”, que pode ser transformado em objeto indireto a todas essas necessidades.

A alternativa (E) é claramente a errada, pois, com a substituição da conjunção “se” por “caso”, o verbo “deseja”, conjugado no presente do indicativo, obrigatoriamente deve ser flexionado no presente do subjuntivo “deseje”. Confronte: “No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, não basta abolir a necessidade de bens básicos.” “No atual estágio da sociedade brasileira, caso se deseje um regime democrático, não basta abolir a necessidade de bens básicos.” Assim, ao perceber o erro grosseiro da alternativa (E), descartamos o erro da nomenclatura da alternativa (B). Gabarito: E Nas questões 16 a 18, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

16- A Revolução Industrial também causou a formação de enormes aglomerados de desempregados nas cidades, ___1___ , em geral, cresciam sem nenhum planejamento urbano. Esse fenômeno, __2___ não passou despercebido a escritores como Émile Zola ou Alexis de Toqueville, propiciou o surgimento de fenômenos __3__desconhecidos, __4___ o alcoolismo e a demência em massa.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

1 2 3 4 a) as quais cujo já seja b) que que até então como c) cujas porém então tais como d) e todavia antes sejam e) quando entretanto anteriormente quais sejam

Comentário: O trabalho desta questão é feito na resolução das lacunas e na eliminação das respostas.

Na lacuna (1), há uma oração adjetiva explicativa, que deve ser iniciada por um pronome relativo. A estrutura “em geral, cresciam sem nenhum planejamento urbano” nos leva a crer que se refere ao substantivo “cidades”, que se encontra na oração principal. Com isso, o pronome relativo que inicia essa oração adjetiva pode ser tanto “que”, quanto “as quais”.

Por conseguinte, eliminamos as alternativas (C), (D) e (E). Na lacuna (2), percebe-se a oração principal “Esse fenômeno...propiciou

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o surgimento de fenômenos...”. O substantivo “fenômeno” está sendo caracterizado por nova oração subordinada adjetiva explicativa. Portanto, só cabe iniciá-la com pronome relativo “que”.

Assim, eliminamos a alternativa (A) e temos a alternativa (B) como correta.

Você poderia partir, então, para a próxima questão, mas devemos confirmar a alternativa, continuando a resolver esta questão.

Nas lacunas (3) e (4), observamos que a alternativa completa coerentemente a estrutura “fenômenos até então desconhecidos, como o alcoolismo e a demência em massa.” Gabarito: B 17- A extinção do uso da mão-de-obra escrava no Brasil se deu por um

processo lento, com vistas à transição para a formação de um mercado de trabalho livre.___1____, a segunda metade do século XIX é um período marcado pela preocupação de constituição e regulamentação legal do uso do trabalho livre no Brasil. A regulação dessas novas modalidades de uso da mão-de-obra contou com a mediação do Estado (Império), que disciplinava os contornos do trabalho livre. ___2___haja uma inexplicável lacuna na bibliografia do direito do trabalho, as leis de locação e serviços de 1830,1837 e 1879 representam o principal marco na experiência de intervenção estatal na contratação do trabalho livre no Brasil. O período de transição da escravidão ___3___ adoção do trabalho livre é longo. A importação de mão-de-obra européia tem início no ano de 1850, __4__ talvez a primeira experiência na importação de colonos pela firma Vergueiro & Cia. Os colonos eram cativados para o paraíso de terras férteis e abundantes __5__ oferta de trabalho livre e passavam a conviver com a mão-de-obra escrava nas fazendas.

(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463)

1 2 3 4 5 a) Todavia Contudo na era com a b) Por isso Conquanto para a sendo pela c) Porquanto No entanto com a é da d) Conquanto Desde que até a seria na e) No entanto Porquanto pela foi e

Comentário: Mais um trabalho de resolução da questão por lacunas. Na lacuna (1), só cabe a conjunção conclusiva; pois o texto disserta

sobre a extinção do uso da “mão-de-obra escrava no Brasil” num processo lento, com vistas à transição para um mercado de trabalho livre. O resultado disso é um período marcado pela preocupação de regulamentação legal para isso. Portanto, eliminam-se todas as conjunções, exceto “Por isso”, que é própria da conclusão.

Veja que as conjunções “Todavia” e “No entanto” transmitem valor opositivo, o que seria incoerente no texto. A conjunção “Porquanto” iniciaria uma causa ou explicação, que não cabe neste contexto. A conjunção “Conquanto” é adverbial concessiva e transmite oposição, que traria prejuízo

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gramatical (pois o verbo deveria estar no modo subjuntivo) e semântico. Só pela lacuna (1), já sabemos que a alternativa correta é a (B), mas

devemos continuar para confirmar nossa resposta. Na lacuna (2), há necessidade da conjunção adverbial concessiva, pois o

contexto pede contraste e o verbo “haja” encontra-se no modo subjuntivo. Na lacuna (3), o substantivo “transição” pede a preposição “para”

(transição de alguma coisa para outra). Na lacuna (4), a falta de uma conjunção faz com que haja uma oração

reduzida de gerúndio, por isso o verbo utilizado é “sendo”. Na lacuna (5), a locução verbal da voz passiva “eram cativados” pede

um agente da passiva iniciado pela preposição “por”, mais o artigo “a”, resultando pela. Assim, podemos entender:

... os colonos eram cativados pela oferta de trabalho. (voz passiva analítica) Mas podemos transformar em voz ativa para comprovar a estrutura:

a oferta de trabalho livre cativava os colonos. Gabarito: B 18- Os primeiros imigrantes trazidos por empresas importadoras eram, em

geral, obrigados __1__assinar contratos de parceria com o importador para trabalharem nas lavouras do café do estado de São Paulo. O contratante adiantava __2__ despesas de transporte da Europa __3__ colônias e o necessário __4__subsistência inicial. Nas colônias, o imigrante recebia determinado número de pés de café para cultivar. Tinha direito __5__ meação no resultado da venda.

(Sidnei Machado, http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463)

1 2 3 4 5 a) à as as à a b) à às às à à c) a as as a a d) a às às a à e) a as às à à Comentário: Como já falado, o trabalho deste tipo de questão é feito na resolução das lacunas e na eliminação das respostas.

Na lacuna (1), não pode haver crase diante de verbo; por isso só há preposição “a”. Isso já elimina as alternativas (A) e (B).

Nas lacunas (2) e (3), o verbo “adiantava” é transitivo direto e indireto, por isso exige o objeto direto “as despesas de transporte da Europa” e o indireto “às colônias”. Note que “despesas” é o núcleo do objeto direto que não admite preposição, mas somente artigo no plural “as”. Portanto, não há crase. Com isso, eliminamos a alternativa (D). O objeto indireto, nesse caso, iniciou-se com a preposição “a”, exigida pelo verbo “adiantava”, e seu núcleo “colônias” admitiu o artigo no plural “as”. Por isso, há crase. Assim, eliminamos a alternativa (C).

Já sabemos que a alternativa correta é a (E), mas vamos continuar para confirmação.

Na lacuna (4), o adjetivo substantivado “necessário” rege a preposição

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“a” e o substantivo feminino singular “subsistência” é núcleo do complemento nominal e admite o artigo definido “a”. Por isso, há crase.

Na lacuna (5), da mesma forma que a lacuna (4), ocorre complemento nominal, agora porque o substantivo “direito” exige a preposição “a” e o substantivo “meação” admite o artigo “a”. Gabarito: E 19- Os trechos a seguir constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a resposta correta.

( ) Essa meta, alcançada 53 anos depois, começou a ganhar contornos de realidade nos anos 80, quando a empresa atingiu a produção de 500 mil barris/dia.

( ) Criada pelo decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953, a Petrobras já nasceu com a missão de alcançar a auto-suficiência na produção brasileira de petróleo.

( ) Entretanto, foi no início da década de 70 que começou a ser delineada a estratégia que resultaria nas primeiras conquistas da empresa. Na época, o país crescia a taxas de 10% ao ano, o que contribuiu para que, naquela década, o consumo de derivados duplicasse.

( ) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência.

( ) Assim, ao longo das últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo no Brasil, os interesses da Petrobras confundiram-se com os do país.

(Jornal do Brasil, 23/04/2006) a) 3º, 1º, 4º, 2º, 5º b) 1º, 2º, 3º, 4º, 5º c) 2º, 1º, 3º, 5º, 4º d) 4º, 5º, 1º, 3º, 2º e) 5º, 3º, 2º, 1º, 4º Comentário: Para acharmos a primeira frase na ordenação, não pode haver referência a termo dito anteriormente. Assim, na primeira frase, a expressão “Essa meta” necessita de referente anterior. A frase dois, iniciada por “Criada pelo decreto” não possui referente a elemento anterior, portanto pode ser a primeira do texto; mas isso deve ser confirmado com as outras frases. Nas frases três, quatro e cinco, as conjunções “Entretanto”, “Porém” e “Assim” necessitam de uma informação anterior para ser contrastada ou concluída. Assim, não podem iniciar o texto.

Portanto, a primeira frase da ordenação é a iniciada por “Criada pelo decreto”.

A partir de agora, você elimina as alternativas divergentes (B, D, E) e procura a primeira das alternativas que possua essa frase inicial, para seguir sua sequência. Peguemos, portanto, a alternativa (A).

Veja o esquema abaixo:

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(2º) Essa meta, alcançada 53 anos depois, começou a ganhar contornos de realidade nos anos 80, quando a empresa atingiu a produção de 500 mil barris/dia.

(1º) Criada pelo decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953, a Petrobras já nasceu com a missão de alcançar a auto-suficiência na produção brasileira de petróleo.

(3º) Entretanto, foi no início da década de 70 que começou a ser delineada a estratégia que resultaria nas primeiras conquistas da empresa. Na época, o país crescia a taxas de 10% ao ano, o que contribuiu para que, naquela década, o consumo de derivados duplicasse.

(5º) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência.

(4º) Assim, ao longo das últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo no Brasil, os interesses da Petrobras confundiram-se com os do país.

(Jornal do Brasil, 23/04/2006) a) 3º, 1º, 4º, 2º, 5º b) 1º, 2º, 3º, 4º, 5º c) 2º, 1º, 3º, 5º, 4º d) 4º, 5º, 1º, 3º, 2º e) 5º, 3º, 2º, 1º, 4º Segundo a alternativa (A), a segunda frase na sequência seria a iniciada por “Porém”. Mas os argumentos dessa frase não transmitem oposição à frase inicial, como é caracterizada pela conjunção “Porém”. Assim, a sequência mostrada na alternativa (A) não é a correta para manter a coerência. Deve-se eliminá-la e com isso somente a alternativa (C) poderá ser a correta.

Mas devemos confirmar, continuando a sequência da alternativa (C). Segundo esta alternativa, a segunda frase na sequência seria a iniciada

por “Essa meta”. Essa expressão retoma o enunciado “a missão de alcançar a auto-suficiência...” constante na primeira frase da ordenação, o que confirma que a alternativa (C) é a correta. (2º) Essa meta, alcançada 53 anos depois, começou a ganhar contornos de

realidade nos anos 80, quando a empresa atingiu a produção de 500 mil barris/dia.

(1º) Criada pelo decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953, a Petrobras já nasceu com a missão de alcançar a auto-suficiência na produção brasileira de petróleo.

(3º) Entretanto, foi no início da década de 70 que começou a ser delineada a estratégia que resultaria nas primeiras conquistas da empresa. Na época, o país crescia a taxas de 10% ao ano, o que contribuiu para que, naquela década, o consumo de derivados duplicasse.

(5º) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações

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internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência.

(4º) Assim, ao longo das últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo no Brasil, os interesses da Petrobras confundiram-se com os do país.

(Jornal do Brasil, 23/04/2006) a) 3º, 1º, 4º, 2º, 5º b) 1º, 2º, 3º, 4º, 5º c) 2º, 1º, 3º, 5º, 4º d) 4º, 5º, 1º, 3º, 2º e) 5º, 3º, 2º, 1º, 4º

Ainda segundo a alternativa (C), a frase iniciada pela conjunção “Entretanto” faz um contraste, pois a frase anterior fazia referência já à década de 80 com alguns resultados do que ainda seria dito na frase posterior, que fala da década de 70.

Em seguida, a frase iniciada pela conjunção “Assim” é a tendência natural dos argumentos da frase anterior e situa o nacionalismo que cerca o petróleo no Brasil e isso remete a mais uma conjunção adversativa (“Porém”), pois é retomada a década de 70, além das expansões internacionais. Perceba a conclusão do texto, iniciada com a locução “Com isso”. A frase iniciada com essa locução conclui com a expressão “resultaram na auto-suficiênia”. Esta expressão havia sido proposta na tese, que se encontra no início do texto. Isso ratifica que a ordem das frases é a correta. (2º) Essa meta, alcançada 53 anos depois, começou a ganhar contornos de

realidade nos anos 80, quando a empresa atingiu a produção de 500 mil barris/dia.

(1º) Criada pelo decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953, a Petrobras já nasceu com a missão de alcançar a auto-suficiência na produção brasileira de petróleo. (tese)

(3º) Entretanto, foi no início da década de 70 que começou a ser delineada a estratégia que resultaria nas primeiras conquistas da empresa. Na época, o país crescia a taxas de 10% ao ano, o que contribuiu para que, naquela década, o consumo de derivados duplicasse.

(5º) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência. (conclusão)

(4º) Assim, ao longo das últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo no Brasil, os interesses da Petrobras confundiram-se com os do país.

(Jornal do Brasil, 23/04/2006)

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a) 3º, 1º, 4º, 2º, 5º b) 1º, 2º, 3º, 4º, 5º c) 2º, 1º, 3º, 5º, 4º d) 4º, 5º, 1º, 3º, 2º e) 5º, 3º, 2º, 1º, 4º

Gabarito: C 20- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de pontuação.

a) As dívidas contraídas na imigração eram pagas com juros de 6% ao ano, não podendo o colono deixar de cumprir o contrato antes de saldá-las integralmente, além de ter de comunicar o contratante com seis meses de antecedência.

b) O não-cumprimento do contrato gerava multa para o colono. Outras cláusulas apareciam nos regulamentos das colônias, tais como as que impunham um controle disciplinar rigoroso, com aplicação de penas severas aos infratores.

c) As experiências iniciais do trabalho livre do colono foram marcadas por inúmeros conflitos, desentendimentos, greves, denúncias de cobranças de taxas abusivas pelo importador, rebeldia contra controle moral e disciplinar severo imposto nas colônias.

d) Esses fatos redundaram na acusação de Portugal ao Brasil da prática de escravidão disfarçada. O descumprimento do contrato pelo colono, por exemplo, poderia representar, além da rescisão, a multa e a pena de prisão de oito dias a três meses.

e) Contudo, para os fazendeiros, o clima era, de insegurança generalizada no cumprimento dos contratos, o que reclamaria uma regulamentação jurídica mais eficiente do que a então vigente.

(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois, após o substantivo “ano”, a primeira vírgula inicia uma oração reduzida de gerúndio e, após o advérbio “integralmente”, a segunda inicia expressão denotativa de inclusão.

A alternativa (B) está correta, pois as vírgulas intercalam a expressão exemplificativa “tais como as que impunham um controle disciplinar rigoroso”.

A alternativa (C) está correta, pois as vírgulas separam elemento de uma enumeração.

A alternativa (D) está correta, pois as duplas vírgulas marcam, respectivamente, a intercalação de expressão exemplificativa “por exemplo” e denotativa de inclusão “além da rescisão”.

A alternativa (E) é a errada, pois não pode haver vírgula entre o verbo “era” e o predicativo do sujeito “de insegurança”. A expressão opinativa, chamada nas gramáticas de dativo de opinião, vem separada por vírgula facultativamente. A vírgula que inicia a expressão “o que reclamaria” inicia

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consideração do autor (conclusão), por isso possui vírgula obrigatória.

“Contudo, para os fazendeiros, o clima era de insegurança generalizada no cumprimento dos contratos, o que reclamaria uma regulamentação jurídica mais eficiente do que a então vigente.”

Gabarito: E