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    Aula 02

    Ol, Pessoal!Esta a segunda aula do curso de Administrao Pblica em exerccios paraAFRFB. Nela, veremos os seguintes itens do edital:

    Aula 02 27/07: 3. Experincias de reformas administrativas. 4. O proces-so de modernizao da Administrao Pblica.

    Boa Aula!

    Sumrio

    1. QUESTES COMENTADAS ..................................................................................... 2

    1.1. QUESTO DISCURSIVA ........................................................................................ 55

    1.2. LISTA DAS QUESTES ......................................................................................... 61

    1.3. GABARITO ....................................................................................................... 79

    2. PONTOS IMPORTANTES DA AULA ....................................................................... 79

    3. LEITURA SUGERIDA ........................................................................................... 80

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    11..QQuueesstteessCCoommeennttaaddaass

    1. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A administrao colonial se caracterizou pe-

    la centralizao, formalismo e morosidade, decorrentes, em grande parte,do vazio de autoridade no imenso territrio.

    A questo certa. Segundo Frederico Lustosa da Costa:

    A sntese histrica de Caio Prado Jnior aponta como principais caractersti-cas da administrao colonial a centralizao, a ausncia de diferenciao(de funes), o mimetismo, a profuso e minudncia das normas, o forma-lismo e a morosidade. Essas disfunes decorrem, em grande medida, datransplantao para a colnia das instituies existentes na metrpole e do

    vazio de autoridade (e de obedincia) no imenso territrio, constituindo umorganismo autoritrio, complexo, frgil e ineficaz.

    Mimetismo imitao, o processo pelo qual algum ou alguma coisa se a-dapta para ficar semelhante a outro. Uma caracterstica importante desse per-odo a falta de uma diviso do trabalho. J vimos que o modelo burocrticotem como princpio a diviso racional do trabalho. No patrimonialismo noexiste isso, tudo se confunde.

    O formalismo citado aqui no se refere exigncia de que tudo esteja previstoem lei, como na burocracia. Ele est ligado ao nosso famoso jeitinho, em

    que, apesar de algo ser previsto em lei, na prtica funciona de outro jeito. aquela velha histria de que, no Brasil, algumas leis pegam e outras no. Eleschamam de formalismo porque a regra fica s no papel, no sai do aspectoformal para ganhar a prtica cotidiana.

    Gabarito: C.

    2. (CESPE/TRE-BA/2009) A poca em que predominava o patrimonialismo

    no Brasil corresponde a um perodo de alta centralizao poltico-administrativa no pas.

    Acho essa questo equivocada. O patrimonialismo no Brasil pode ser divididoem dois perodos: monarquia e repblica velha. No primeiro, tivemos sim cen-tralizao; no segundo, houve uma grande descentralizao com a criao dofederalismo e o poder dos coronis. Mas eles deram a questo como certa.

    Vimos na questo anterior que Caio Prado Jnior aponta como principais carac-tersticas da administrao colonial:

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    a centralizao, a ausncia de diferenciao (de funes), o mimetismo, a profuso e minudncia das normas, o formalismo e a morosidade.

    J no perodo da Repblica Velha teremos uma forte descentralizao. Segun-do Fernando Luis Abrucio:

    A histria federativa brasileira foi marcada por srios desequilbrios entre osnveis de governo. No perodo inicial, na Repblica Velha, predominou ummodelo centrfugo, com estados tendo ampla autonomia, pouca cooperaoentre si e um governo federal bastante fraco.

    Gabarito: C.

    3. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A transferncia da corte portuguesa, em1808, e a consequente elevao do Brasil a parte integrante do Reino Unidode Portugal constituram as bases do Estado nacional, com todo o aparatonecessrio afirmao da soberania e ao funcionamento do autogoverno.

    A questo certa. Segundo Frederico Lustosa:

    O fato que a transferncia da corte e mais tarde a elevao do Brasil a par-te integrante do Reino Unido de Portugal constituram as bases do Estado na-cional, com todo o aparato necessrio afirmao da soberania e aofuncionamento do autogoverno. A elevao condio de corte de um imp-rio transcontinental fez da nova administrao brasileira, agora devidamenteaparelhada, a expresso do poder de um Estado nacional que jamais poderiavoltar a constituir-se em mera subsidiria de uma metrpole de alm-mar.

    Juntamente com a Corte, vem para o pas todo um aparato administrativo etambm os nobres portugueses que receberiam cargos pblicos como forma desustento e que formariam o chamado estamento burocrtico.

    Gabarito: C.

    4. (CESPE/MDS/2006) O estamento burocrtico caracteriza-se pela conju-gao de altos ocupantes de cargos pblicos, burocratas e segmentos daclasse poltica, atuando em conjunto, em benefcio prprio e em desrespeitoaos princpios da impessoalidade e do universalismo de procedimentos.

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    A questo certa. J vimos esta expresso estamento burocrtico na ques-to 18 da aula demonstrativa. No patrimonialismo, o Estado brasileiro era go-vernado por uma oligarquia e a este pequeno grupo que controlava o governo,Raymundo Faoro deu o nome de estamento burocrtico.

    A expresso usada para designar o grupo de pessoas que se apropriava doEstado em virtude de sua posio dentro da administrao pblica no perodopatrimonialista. Ela tambm usada para se referir a grupos que mantiveramprticas patrimonialistas mesmo no perodo do modelo burocrtico.

    O termo estamento burocrtico foi usado por Faoro para designar o grupo aris-tocrtico-burocrtico de juristas, letrados, e militares, que derivavam seu po-der e sua renda do prprio Estado. Este estamento no mais senhorial, umavez que a sua renda no proveniente da terra. patrimonial porque ela

    retirada do patrimnio do Estado, que em parte se confunde com o patrimniode cada um de seus membros.

    Gabarito: C.

    5. (CESPE/MTE/2008) No sculo XVI, na colnia portuguesa, o empregopblico ainda era atributo do nobre de sangue ou do corteso protegido pelorei. Para a investidura em muitas funes pblicas, era condio essencialque o candidato fosse considerado homem fidalgo, de limpo sangue ou de

    boa linhagem. O conceito de homens bons, que inclua, alm dos nobres delinhagem, os senhores de terras e engenhos, e a burocracia civil e militar,agregava, continuamente, burgueses comerciantes.

    A questo certa. Segundo Raymundo Faoro:

    O cargo pblico em sentido amplo, a comisso do rei, transforma o titularem portador de autoridade. Confere-lhe a marca de nobreza, por um fen-meno de interpenetrao inversa de valores. Como o emprego pblico era,ainda no sculo XVI, atributo do nobre de sangue ou do corteso criado nas

    dobras do manto real, o exerccio do cargo infunde o acatamento aristocr-tico aos sditos. Para a investidura em muitas funes pblicas era condioessencial que o candidato fosse "homem fidalgo, de limpo sangue", ou de"boa linhagem". Nas Cmaras se exigia igual qualificao para a escolha dosvereadores entre os "homens bons", embora, na realidade, esses caracteresfossem muitas vezes ignorados. Os "homens bons" compreendiam, num a-largamento contnuo, alm dos nobres de linhagem, os senhores de terras eengenhos, a burocracia civil e militar, com a contnua agregao de burgue-ses comerciantes.

    Gabarito: C.

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    6. (ESAF/CVM/2011) No Brasil, a Primeira Repblica (1889-1930), tam-bm conhecida como Repblica Velha, caracterizou-se por

    a) eleies fiscalizadas pela justia eleitoral.

    b) amplo domnio das oligarquias.c) voto direto, secreto e universal.

    d) universalizao do acesso ao ensino primrio.

    e) economia diversificada e autrquica.

    A Proclamao da Repblica em 15 de Novembro de 1889 promoveu uma mu-dana nas foras polticas preponderantes, fortalecendo os militares e cafeicul-tores paulistas, mas a lgica patrimonialista que vigorava no perodo anterior

    foi mantida. A Repblica Velha manteve a estrutura oligrquica do perodoimperial, exacerbando o poder das oligarquias regionais. A letra B certa.

    A letra A errada, as eleies eram uma farsa. Campos Salles (1898-1902) articulou a Poltica dos Governadores, que constitua um pacto entre ogoverno federal e os estaduais. O Presidente da Repblica no interferia napoltica estadual e os governadores controlavam as eleies em seus respecti-vos estados para que ocorresse a vitria de candidatos fiis ao Presidente.

    A letra C erradaporque o voto era censitrio, com base na renda Mulhe-res tambm no votavam. Alm disso, o voto era aberto, e no secreto, o que

    permitia atrocidades por parte dos coronis, o chamado voto de cabresto.A letra D errada, a educao ir demorar muito tempo ainda para ter oacesso universal. As polticas sociais durante a Repblica Velha eram pratica-mente inexistentes, apenas os coronis praticavam concediam alguns benef-cios clientelistas em troca de apoio poltico. Isso cobrado de vez em quando:

    1. (CESPE/MTE/2008) O Estado oligrquico, no Brasil, identificado com a

    Repblica Velha, e caracteriza-se pela associao entre as instituies polticas

    tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmen-tos mais pobres e desprotegidos da populao, por meio de fortes redes de pro-

    teo social.

    Essa questo errada, no havia uma associao em torno dos segmentosmais pobres e nenhuma rede de proteo social.

    A letra E errada, a economia era agroexportadora, nem um pouco diver-sificada, pois o caf predominava. E era dependente das economias externas.

    Gabarito: B.

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    7. (ESAF/MPOG/2009) Com a Repblica Velha, deu-se a primeira experi-ncia radical de reforma administrativa, em resposta s mudanas econmi-cas e sociais que levavam o pas rumo industrializao.

    A questo errada. A primeira experincia radical de reforma administrativa,em resposta s mudanas econmicas e sociais que levavam o pas rumo industrializao, ocorreu com Vargas, e no na Repblica Velha. Para Lustosa:

    Essa primeira experincia de reforma de largo alcance inspirava-se no mo-delo weberiano de burocracia e tomava como principal referncia a organi-

    zao do servio civil americano. Estava voltada para a administrao depessoal, de material e do oramento, para a reviso das estruturas adminis-trativas e para a racionalizao dos mtodos de trabalho.

    A reforma administrativa do Estado Novo foi, portanto, o primeiro esforosistemtico de superao do patrimonialismo. Foi uma ao deliberada eambiciosa no sentido da burocratizao do Estado brasileiro, que buscavaintroduzir no aparelho administrativo do pas a centralizao, a impessoali-dade, a hierarquia, o sistema de mrito, a separao entre o pblico e o

    privado. Visava constituir uma administrao pblica mais racional e eficien-te, que pudesse assumir seu papel na conduo do processo de desenvol-vimento, cujo modelo de crescimento, baseado na industrializao viasubstituio de importaes, supunha um forte intervencionismo estatal econtrole sobre as relaes entre os grupos sociais ascendentes a nova

    burguesia industrial e o operariado urbano.

    Gabarito: E.

    8. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A partir da Revoluo de 1930, o Brasil pas-sou a empreender um continuado processo de modernizao das estruturase processos do aparelho do Estado.

    A questo certa. Para Lustosa:De fato, a partir desse marco e durante a maior parte do sculo XX, o Brasilempreendeu um continuado processo de modernizao das estruturas e

    processos do aparelho de Estado. Como resposta a transformaes econ-micas e sociais de largo alcance, esse esforo se desenvolveu ora de formaassistemtica, pelo surgimento de agncias governamentais que se preten-dia fossem ilhas de excelncia com efeitos multiplicadores sobre as demais,ora de forma mais orgnica, por meio das reformas realizadas no governofederal, em 1938, 1967 e a partir de 1995.

    Gabarito: C.

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    9. (ESAF/ANA/2009) A primeira experincia de administrao pblica ge-rencial, em nosso pas, remonta ao sculo passado, sendo seu marco a cria-o do DASP, por Getlio Vargas, em 1936.

    A questo errada. A criao do Departamen-to Administrativo do Servio Pblico, em 1938*representa o incio da administrao burocrtica,e no da gerencial. Porm, temos que tomarcuidado aqui. Segundo Bresser Pereira:

    No Brasil a ideia de uma administrao pblica gerencial antiga. Comeou aser delineada ainda na primeira reforma administrativa, nos anos 30, e estavana origem da segunda reforma, ocorrida em 1967.

    J em 1938, temos um primeiro sinal de administrao pblica gerencial, coma criao da primeira autarquia. Surgia ento a ideia de que os servios pbli-cos na administrao indireta deveriam ser descentralizados e no obedecera todos os requisitos burocrticos da administrao direta ou central.

    A primeira tentativa de reforma gerencial da administrao pblica brasileira,entretanto, ir acontecer no final dos anos 60, atravs do Decreto-Lei 200, de1967, sob o comando de Amaral Peixoto e a inspirao de Hlio Beltro, queiria ser o pioneiro das novas idias no Brasil.

    Portanto, de certa forma, houve um experincia de administrao gerencial no

    Governo Vargas, com a criao da primeira autarquia, dentro da ideia de quedeterminado servio pblico deveria ser prestado de forma mais autnoma poruma entidade fora da hierarquia tradicional do Estado.

    Porm, como afirma Bresser no ltimo pargrafo, a primeira tentativa de re-forma gerencial ser a do Decreto-Lei 200, em 1967, e esse aqui que asbancas consideram o incio da administrao gerencial no Brasil.

    Gabarito: E.

    10. (CESPE/STM/2004) A dcada de 30 do sculo passado caracterizou-sepor uma significativa centralizao no nvel poltico e econmico. Nesse per-odo, assistiu-se ao fortalecimento do Estado intervencionista, cuja expansose deu mediante trs linhas de ao: criao de rgos e departamentosformuladores de polticas pblicas; expanso dos rgos da administraodireta; e expanso empresarial do Estado.

    A questo certa. O modelo burocrtico foi implantado no Brasil a partir da

    dcada de 1930, por meio de um governo autoritrio, uma ditadura, por isso aforte centralizao poltica. O Estado deixou de ser apenas regulador, sempre

    *A questo fala em 1936 por-que o Plano Diretor tambm serefere a esta data, mas o certo 1938. Porm, isso no estarerrado, a ESAF deu uma ques-to como certa com 1936.

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    de acordo com interesses das classes rurais, e passou a intervir na economiaajudando o desenvolvimento de uma indstria nacional. Para isso, era precisoque o Estado crescesse.

    Mas aqui tambm preciso tomar cuidado. A relao entre centralizao edescentralizao na histria da administrao pblica brasileira nunca foi algocompletamente claro, sempre h uma mescla das duas, o que pode confundirem muitos casos. J vimos isso no perodo monrquico e na Repblica Velha.

    O Governo Vargas era uma ditadura, d porque fala-se em centralizao polti-ca. Tambm buscou implantar uma administrao pblica burocrtica, em queprevaleceria a centralizao administrativa. Porm, segundo Snia Draibe:

    A acelerada montagem entre 1930 e 1945 do aparelho econmico estatalcentralizado obedeceu, na prtica, ao principio de centralizao dos coman-

    dos e de descentralizaofuncional ou administrativa.Esse princpio de descentralizao administrativa afirmado por MoacyrBriggs, diretor da Diviso de Organizao e Coordenao do DASP:

    A descentralizao administrativa, fora de dvida, foi a nica soluo que osestadistas modernos encontraram para atender o trplice problema: admi-nistrativo, poltico e econmico. No panorama atual da administrao pbli-ca brasileira, destacam-se as entidades paraestatais, econmicas(produo, crdito, seguro, etc.), industriais (execuo dos servios pbli-cos de natureza industrial), previdncia social (institutos e caixas de apo-

    sentadorias e penses), corporativas (OAB, etc.).Portanto, se de um lado houve centralizao poltica e hierrquica, de outro oGoverno Vargas j era marcado pela descentralizao funcional, com a criaode entidades da administrao indireta. Portanto, tomem cuidado. Normalmen-te estar correto falar em centralizao durante o Governo Vargas. Todavia, sea questo falar em descentralizao funcional, eu marcaria como correta.

    Gabarito: C.

    11. (ESAF/ISS-RJ/2010) No Brasil, o modelo de administrao burocrticadeve-se mais poltica do caf-com-leite que ao incio do processo de indus-trializao.

    A questo errada. A administrao burocrtica surgiu no quadro da acele-rao da industrializao brasileira. Segundo o Plano Diretor:

    A implantao da administrao pblica burocrtica uma consequnciaclara da emergncia de um capitalismo moderno no pas.

    Gabarito: C.

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    12. (CESPE/MDS/2006) A reforma administrativa empreendida pelo DASP,na dcada de 30 do sculo passado, foi inovadora por no estar alinhada aosprincpios da administrao cientfica presentes na literatura mundial da -

    poca.

    A questo errada. Segundo o Plano Diretor:

    Nos primrdios, a administrao pblica sofre a influncia da teoria da ad-ministrao cientfica de Taylor, tendendo racionalizao mediante a sim-

    plificao, padronizao e aquisio racional de materiais, reviso deestruturas e aplicao de mtodos na definio de procedimentos. Registra-se que, neste perodo, foi instituda a funo oramentria enquanto ativi-dade formal e permanentemente vinculada ao planejamento.

    A questo errada porque a reforma se baseava sim na administrao cientfi-ca, proposta por Frederick Taylor. Tal teoria buscava aumentar a eficincia nasorganizaes por meio da racionalizao dos processos administrativos, institu-indo padronizao e controles.

    Gabarito: E.

    13. (ESAF/PSS/2008) Durante o ciclo Vargas, a estratgia de ruptura com omodelo oligrquico e patrimonial envolveu a adoo de dois mecanismos t-picos da administrao racional-legal: estatutos normativos e rgos norma-tivos e fiscalizadores. Por intermdio desses mecanismos tentou-seestabelecer princpios e regras e padronizar os procedimentos a serem ado-tados, em reas estruturantes da organizao pblica: administrao de ma-terial, financeira e de pessoal.

    A questo certa. iniciado um amplo processo de criao de estatutos enormas, principalmente em trs reas que so consideradas o trip da implan-tao da administrao burocrtica no pas:

    Trip da implantao da administraoburocrtica no Brasil

    Administrao de materiais Administrao de Pessoal Administrao Financeira:

    Gabarito: C.

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    14. (ESAF/MPOG/2009) A reforma burocrtica de 1936 apoiou-se, conceitu-almente, em trs dimenses: formas de propriedade, tipos de administraopblica e nveis de atuao do Estado.

    A questo errada. Isso se refere a base do Plano Diretor, e no da reformade 1936. Foi o PDRAE que definiu os setores de atuao do Estado, definindoas formas de propriedade, tipos de administrao pblica e nveis de atuaodo Estado em cada um deles. Segundo Frederico Lustosa:

    O modelo conceitual da Reforma do Aparelho de Estado est apoiado emtrs dimenses: formas de propriedade, tipos de administrao pblica enveis de atuao do Estado. As relaes entre essas dimenses estabele-cem o quadro referencial e a estratgia da reforma.

    Gabarito: E.

    15. (ESAF/APO-MPOG/2010) Com o Estado Novo e a criao do DASP, aadmisso ao servio pblico passou a ser feita exclusivamente por meio deconcurso pblico, sendo descontinuadas as prticas do clientelismo e da in-dicao por apadrinhamento.

    A questo errada. Apesar de a Constituio de 1934 ter trazido a exignciado concurso para investidura em cargos pblicos, a sua adoo vai ser gradati-va. O clientelismo e o apadrinhamento continuaram fortes.

    Gabarito: E.

    16. (CESPE/MC/2008) No que tange administrao de recursos humanos,foram valorizados instrumentos importantes como o instituto do concursopblico e do treinamento; deste modo, foi adotada consistentemente uma

    poltica de recursos humanos que respondia s necessidades do Estado.

    primeira vista, est questo parece certa, j que, valorizando o concurso e otreinamento, estaria sendo adotada uma poltica que respondesse s necessi-dades do Estado. Contudo, na prtica a coisa era diferente. Essa questo foitirada do Plano Diretor, segundo o qual:

    No que diz respeito administrao dos recursos humanos, o DASP repre-sentou a tentativa de formao da burocracia nos moldes weberianos, ba-seada no princpio do mrito profissional. Entretanto, embora tenham sido

    valorizados instrumentos importantes poca, tais como o instituto do con-

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    curso pblico e do treinamento, no se chegou a adotar consistentementeuma poltica de recursos humanos que respondesse s necessidades do Es-tado. O patrimonialismo (contra o qual a administrao pblica burocrticase instalara), embora em processo de transformao, mantinha ainda sua

    prpria fora no quadro poltico brasileiro. O coronelismo dava lugar ao cli-entelismo e ao fisiologismo.

    Portanto, a questo erradaporque, apensar de terem sido valorizados es-tes instrumentos, o patrimonialismo e o clientelismo ainda estavam bastantepresentes, muitos cargos eram usados como moeda de troca.

    Gabarito: E.

    17.

    (ESAF/ENAP/2006) Selecione a opo que indica corretamente aspectosda reforma administrativa brasileira da dcada de trinta.

    a) Criao do Departamento de Pessoal do Servidor Pblico, adoo de prin-cpios de desconcentrao, instituio de carreiras no servio pblico, recru-tamento baseado no mrito.

    b) Criao do Departamento Administrativo do Servio Pblico, adoo deprincpios de centralizao, instituio de carreiras no servio pblico, recru-tamento baseado no mrito.

    c) Criao da Escola de Relaes Humanas, adoo de princpios hierrqui-

    cos, instituio de remunerao por produo, recrutamento baseado no sis-tema discricionrio.

    d) Criao do Departamento Administrativo do Servio Pblico, adoo deprincpios hierrquicos, instituio de carreiras tcnico-profissionais, recru-tamento baseado no sistema discricionrio.

    e) Criao do Departamento Pessoal do Servidor Pblico, adoo deprincpios de horizontalizao, formalizao da funo oramentria,recrutamento baseado no mrito.

    O DASP foi criado no Estado Novo, uma ditadura, ou seja, um perodo degrande centralizao. A letra B certa.

    A letra A erradapor causa da desconcentrao.

    A letra C errada por que ser adotada a Administrao Cientfica. A esco-la das relaes humanas faz parte da perspectiva humanstica, um contrapontoem relao clssica. Ela vai defender que o ser humano no mais uma m-quina na produo, que deve ser valorizado, que deve ter autonomia.

    A letra D erradaporque a seleo ser segundo o mrito, por concurso.

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    A letra E errada. Foi criado o DASP, e no Departamento Pessoal do Ser-vio Pblico. O DASP era responsvel tambm pela administrao de pessoal.Outro erro a horizontalizao, pois houve verticalizao.

    Gabarito: B.

    18. (CESPE/MCT/2004) A decadncia do DASP est associada a sua hiper-trofia como rgo operativo do regime varguista e ao consequente distanci-amento do exerccio de funes administrativas.

    A questo certa. Com o crescimento do poder, o DASP passou a ser usadocomo um instrumento poltico na tarefa de garantir a sustentao do poder

    ditatorial de Vargas. O DASP passou a apresentar um alto grau de engolfamen-to social, que pode ser entendido como a influncia externa exercida pela insti-tuio. Segundo Edson Nunes:

    O DASP era um organismo paradoxal, porque combinava insulamento burocr-tico com tentativas de institucionalizao do universalismo de procedimentos.Criado para racionalizar a administrao pblica e o servio pblico, o depar-tamento preocupava-se com o universalismo de procedimentos em assuntosrelacionados com a contratao e a promoo dos funcionrios pblicos. Em-bora jamais tenha completado sua misso, o DASP deu inmeros passos posi-tivos para a modernizao do aparelho de Estado. Mas o DASP possua umaoutra face: o papel de conceber e analisar criticamente o regime autoritrio.Como tal, implementou o insulamento burocrtico e desempenhou vrias fun-es antagnicas ao universalismo de procedimentos que ele prprio defendia,como agente de modernizao.

    Ao final do Estado Novo, o DASP sofria os efeitos perversos de sua hipertrofiae desvirtuamento de funes, passando de rgo modernizador da administra-o pblica a brao operativo da ditadura, at mesmo com funes legislativas.

    Um termo com o qual vocs tm que tomar cuidado hipertrofia. Alguns o

    confundem como uma reduo, pois associam com atrofia. Porm, trofiasignifica crescimento, e o a antes um prefixo de negao, ou seja, atrofiasignifica um no crescimento. J hipertrofia crescimento exagerado.

    Gabarito: C.

    19. (CESPE/SEAD/2001) O processo histrico de construo nacional noBrasil seguiu uma trajetria caracterizada por ciclos de construo de umaordem burocrtica que se alternaram com ciclos de construo de uma or-

    dem democrtica de forma mutuamente disfuncional.

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    Aps a sada de Vargas em 1945 e o retorno da democracia, observou-se umretorno de prticas patrimonialistas, retrocedendo em parte a racionalizaoburocrtica conquistada com o DASP. Segundo Humberto Falco Martins:

    Sobretudo, dada a peculiaridade do nosso processo histrico de construonacional, a construo da ordem burocrtica se chocou com a construo daordem democrtica. S conseguimos fortalecer de forma mais significativa ouniversalismo de procedimentos e a capacidade de realizao da burocraciagovernamental em regimes autoritrios, ao arrepio da democracia.

    A burocracia, no mundo, se desenvolve com a democracia, pois a ordem de-mocrtica no aceita um modelo patrimonialista. Porm, no Brasil, a burocra-cia foi implantada em um governo ditatorial, e ao longo de nossa histriaburocracia e democracia vo andar separados. Ao longo de sua histria, o Bra-sil assistiu a certo descompasso entre democracia e burocracia. Esta era im-

    plantada em governos autoritrios, enquanto nos perodos deredemocratizao, como em 1945 e 1985, observa-se um fortalecimento dopatrimonialismo. A questo certa.

    Gabarito: C.

    20. (ESAF/CVM/2011) Nas dcadas que se seguiram Segunda GuerraMundial, o Brasil viveu rica experincia democrtica, a despeito das sucessi-

    vas crises polticas pelas quais passou. Essa experincia foi interrompida pe-lo golpe de 1964. Sob o ponto de vista econmico, o perodo entre 1946 e1964 foi marcado, entre outros aspectos, pela

    a) poltica desenvolvimentista de JK (1956-61), assentada no Plano de Metase sintetizada no lema 50 anos em 5.

    b) opo de Vargas (1951-54) de afastar-se do modelo clssico de naciona-lismo econmico e apoiar-se fortemente nos capitais internacionais.

    c) estabilidade econmica e financeira que caracterizou os cinco anos do go-verno Jnio Quadros, seguindo a trilha aberta por JK.

    d) superao do grave problema representado pela espiral inflacionria, pro-vavelmente a maior vitria do governo Joo Goulart.

    e) capacidade demonstrada pelo governo Gaspar Dutra (1946-1951) deacumular reservas ao reduzir radicalmente os gastos do pas no exterior.

    A letra A certa. JK buscou implantar no Brasil a Administrao para oDesenvolvimento, consubstanciada no Plano de Metas. Trata-se um conjun-to de ideias que surgiu a partir da dcada de 1950 que buscava discutir os

    meios administrativos necessrios para alcanar as metas do desenvolvimentopoltico, econmico e social. Defendia que era necessrio reformar o sistema

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    administrativo para transform-lo em instrumento de modernizao da socie-dade. A ideia bsica a de que a administrao pblica deve modernizar-secom o objetivo de servir eficientemente o desenvolvimento do pas.

    A letra B errada, Vargas ampliou o nacionalismo na economia.

    As letras C e D so erradas, foi um perodo de INSTABILIDADE econ-mica.

    A letra E errada. O Governo Dutra caracterizou-se por: reduo da inter-veno do Estado na economia (a pedido da UDN); aperfeioamento da assis-tncia estatal nos setores de sade, alimentao, transporte e energia (o planoSALTE, a pedido do PSD e do PTB); a adoo de uma poltica econmica libera-lizante, de forma a facilitar o acmulo de capital s custas de baixos salrios, ea expanso das empresas estrangeiras. Esta ltima medida trouxe reflexos

    funestos para a economia nacional, de vez que se esgotaram as reservas cam-biais adquiridas ao longo da II Guerra Mundial.

    Gabarito: A.

    21. (CESPE/MCT/2004) A administrao paralela do governo JK assim sedenominava devido replicao, em Braslia, das estruturas federais queexistiam no Rio de Janeiro.

    A aplicao da administrao para o desenvolvimento no Brasil resultou, tantono governo de JK quanto na ditadura, no crescimento da administrao indi-reta. Como se defendia a adequao da administrao pblica s necessidadesdesenvolvimentistas, eram necessrias estruturas administrativas mais flex-veis do que a rigidez do modelo burocrtico implantado pelo DASP.

    Ganhou vulto a aurtarquizao de rgos da administrao direta, mediante acriao de vrias autarquias e sociedades de economia mista, mecanismosmais geis e flexveis. A administrao do Plano de Metas de JK foi executada,

    em grande parte, fora dos rgos administrativos convencionais. Consideran-do-se os setores essenciais do plano de desenvolvimento (energia, transpor-tes, alimentao, indstrias de base e educao), apenas 5,1% dos recursosprevistos foram alocados na administrao direta.

    A questo errada. A administrao paralela do governo JK consistia nasestruturas criadas fora da administrao direta, burocrtica, para implementaros planos desenvolvimentistas, e no a replicao das estruturas federais queexistiam no Rio de Janeiro.

    Gabarito: E.

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    22. (ESAF/AFRFB/2009) A tentativa de modernizao do aparelho de Esta-do, especialmente a da dcada de 1960, teve como consequncia o fortale-cimento da administrao direta, em detrimento da administrao indireta.

    A questo erradaporque tanto no governo JK quanto na ditadura de 1964foi fortalecida a administrao indireta em detrimento da direta.

    Gabarito: E.

    23. (CESPE/MCT/2004) O principal mecanismo de implementao do de-senvolvimentismo do perodo JK foram os grupos executivos que, emboraconstitussem estruturas ad hocdotadas de grande flexibilidade, acabaramsendo posteriormente engolfadas pela burocracia governamental.

    Dentro desta lgica da administrao paralela, era necessria uma coordena-o dos esforos de planejamento. Esta coordenao poltica das aes se faziaatravs de grupos executivos nomeados diretamente pelo Presidente da Rep-blica. Eles funcionavam como braos do Conselho de Desenvolvimento e for-mulavam as polticas pblicas para determinados setores da economia. Soexemplos o Grupo Executivo da Indstria Automobilstica (GEIA) e o GrupoExecutivo da Indstria de Construo Naval (Geicon).

    Empregava-se nessas estruturas paralelas uma burocracia pblica no estatu-tria, mas competente, recrutada segundo critrios de mrito. Segundo Bres-ser, a burocracia gerencial que est surgindo, nem mal se havia formalizadoa weberiana. Os grupos executivos, na sua maioria, eram ocupados por pes-soas ligadas aos grupos multinacionais (empresrios com qualificao profis-sional, oficiais militares), juntamente com a burocracia gerencial, que iriampensar a implementao do Plano de Metas.

    Ad hocsignifica criado para um fim especfico. certa a expresso, porque

    os grupos foram criados para planejar um determinado setor da economia.Por confrontar o modelo do DASP e por JK no ter apoio de muitos setores,essas entidades paralelas tiveram que se isolar, constituindo mais um caso deinsulamento. Como eram entidades bastante qualificadas, em virtude de seusquadros serem trazidos da iniciativa privada, elas passaram a ser classificadascomo ilhas de excelncia.

    Com o tempo, o governo JK foi perdendo poder, fazendo com que essas estru-turas paralelas perdessem sua proteo. O resultado foi a sua absoro pelaadministrao direta, pela administrao burocrtica. A questo certa.

    Gabarito: C.

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    24. (ESAF/SFC/2002) A progressiva incorporao das estruturas paralelasao corpo da burocracia governamental e a incidncia de empreguismo sofatores que contriburam para a baixa sustentabilidade das transformaes

    administrativas no governo JK.

    Questo certa, bastante semelhante a anterior. A perda de fora das estrutu-ras paralelas e sua incorporao ao grupo burocrtico tradicional fizeram comque as reformas no conseguissem se manter no longo prazo.

    Gabarito: C.

    25. (ESAF/APO-MPOG/2010) Os 50 Anos em 5 e a construo de Braslia,no perodo JK, representaram a pedra fundamental do que viria a ser a ado-o do gerencialismo no servio pblico.

    JK adotou muitas medidas que buscavam flexibilizar a administrao pblica,descentralizar as aes, aproximando de medidas de uma administrao ge-rencial. Ele criou em 1956 a Comisso de Estudos e Projetos Administrativos(CEPA), cujo relatrio final constava: descentralizao da execuo e centrali-zao do controle; treinamento de funcionrios; expanso do sistema de mri-to; profissionalizao do servio pblico e desburocratizao. Segundo Bresser:

    Embora o Presidente [JK] tente a via estatutria, afinal a via paralela revela-semais flexvel e mais rpida; o grande nmero de rgos que ento so cria-dos, entre os quais salienta-se o Grupo Executivo da Indstria Automobilstica(Geia), liderado por Lcio Meira, empregam uma burocracia pblica no esta-tutria, mas competente, recrutada segundo critrios de mrito; a burocra-cia gerencial que est surgindo, nem mal havia-se formalizado a weberiana.

    Conforme observa Celso Lafer, "os auxiliares diretos de Kubitschek para a im-plementao do Programa de Metas eram todos tcnicos de alto nvel, experi-mentados no apenas nas tentativas anteriores de planejamento como

    tambm em cargos polticos relevantes". Para o sucesso do plano, a escolhade uma burocracia paralela, que j pr-anunciava a lgica do Decreto-Lei n.200 de 1967 e da reforma gerencial de 1995, foi fundamental.

    Portanto, a reforma gerencial do DL200 e do Plano Diretor tem suas bases nareforma promovida por JK, a lgica parecida. Porm, a ESAF deu a questocomo errada. Fica a dvida do que ela quis dizer com pedra fundamental.Seria o primeiro sinal de administrao gerencial com a criao da primeiraautarquia em 1938? Ou seria o DL200, considerado pelas bancas o incio daadministrao gerencial no Brasil? Eu acredito mais na segunda opo.

    Gabarito: E.

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    26. (ESAF/SUSEP/2010) A importncia do modelo gerencial se expande apartir do momento em que a administrao direta se robustece, nos anos1950, em paralelo crescente industrializao do pas.

    A questo errada, a administrao indireta que se robustece.

    Gabarito: E.

    27. (CESPE/MCT/2004) A estratgia da administrao para o desenvolvi-mento teve como resultados, entre outros, a hipertrofia da administraoindireta e um alto grau de insulamento burocrtico.

    A questo certa. Tanto no Governo JK, como na Ditadura, ocorreu a admi-nistrao para o desenvolvimento e em ambos os casos ocorrer um cresci-mento exagerado da administrao indireta, que ser constituda de entidadesinsuladas, que se isolam tanto dos polticos quanto da sociedade.

    Gabarito: C.

    28. (CESPE/MEC/2003) Com base no suposto gigantismo do Poder Executi-

    vo federal, o governo Castelo Branco iniciou uma grande transformao dasestruturas administrativas, extinguindo e modificando o status de diversosrgos pblicos. A proposta do governo Castelo Branco emergiu em um ce-nrio de forte crtica ao modelo de Estado intervencionista e empresarial,tomando o modelo de administrao at ento vigente como um obstculo modernizao do Estado e da economia.

    A questo errada. A Ditadura vai adotar tambm a administrao para odesenvolvimento, ainda sob a influncia do desenvolvimentismo e do Estado

    intervencionista, tanto que vai criar uma srie de empresas e aumentar o ta-manho do Estado.

    Gabarito: E.

    29. (CESPE/TCE-AC/2008) A reforma iniciada pelo Decreto n. 200/1967 foiuma tentativa de superao da rigidez burocrtica, e pode ser consideradacomo o comeo da administrao gerencial no Brasil.

    A questo certa, foi copiada de Bresser Pereira, segundo o qual:

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    Em sntese o Decreto-Lei 200 foi uma tentativa de superao da rigidez bu-rocrtica, podendo ser considerado como um primeiro momento da admi-nistrao gerencial no Brasil.

    O objetivo da reforma era substituir o modelo burocrtico por um mais flexvel,

    at mesmo antecipando muito do que viria com o NPM. Para Bresser Pereira:

    Reconhecendo que as formas burocrticas rgidas constituam um obstculoao desenvolvimento quase to grande quanto s distores patrimonialistase populistas, a reforma procurou substituir a administrao pblica burocr-tica por uma administrao para o desenvolvimento: distinguiu com clare-

    za a administrao direta da administrao indireta, garantiu-se sautarquias e fundaes deste segundo setor, e tambm s empresas esta-tais, uma autonomia de gesto muito maior do que possuam anteriormen-te, fortaleceu e flexibilizou o sistema do mrito, tornou menos burocrtico o

    sistema de compras do Estado.A reforma tinha um carter nitidamente descentralizador e buscava modernizara administrao pblica atravs da utilizao de instrumentos gerenciais degesto utilizados pela iniciativa privada.

    Gabarito: C.

    30. (ESAF/CGU/2008) Apesar da heterogeneidade de situaes que caracte-

    rizam a administrao pblica brasileira nos diferentes nveis de governo, aUnio tem promovido reformas em sua estrutura para fazer face aos proces-sos de industrializao e crise fiscal do Estado. A modernizao da admi-nistrao pblica por meio do uso de instrumentos prprios da gesto deempresas privadas, a criao de uma administrao indireta com procedi-mentos prprios de contratao e gesto de funcionrios e de processos decompras pblicas so caractersticas presentes ........

    Selecione a opo que completa corretamente a frase acima.

    a) na criao do DASP.

    b) na criao de Agncias Reguladoras.c) na formao do Estado brasileiro.

    d) nas aes implementadas a partir do Decreto-Lei 200.

    e) no alinhamento ao Estado mnimo.

    O DL 200 concedeu ampla autonomia para as entidades da administrao indi-reta, que tinham liberdade para o estabelecimento de sistemas de seguridadee remunerao segundo seus prprios critrios.

    Gabarito: D.

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    31. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) A partir de 1964, a reforma administrativafez parte da agenda governamental do regime militar com grande recorrn-cia. Uma das peas centrais nas iniciativas de reforma administrativa brasi-

    leira foi o Decreto-Lei 200, de 25/02/1967, que inclui todos os princpiosnorteadores abaixo, exceto:

    a) reagrupamento de departamentos, divises e servios de planejamentona Secretaria de Planejamento da Presidncia da Repblica, com amplos po-deres, superiores aos de qualquer outro ministrio.

    b) expanso das empresas estatais, de rgos independentes (fundaes) esemi-independentes (autarquias).

    c) fortalecimento e expanso do sistema de mrito.

    d) planejamento, descentralizao, delegao de autoridade, coordenao e

    controle.e) diretrizes gerais para um novo plano de classificao de cargos.

    Mais uma questo copiada do texto As reformas administrativas no Brasil:modelos, sucessos e fracassos, segundo o qual:

    Em uma cuidadosa interpretao do Decreto-lei n 200, Warlich, para alm dasmudanas organizacionais, identifica cinco princpios norteadores da reforma:

    1.Planejamento, descentralizao, delegao de autoridade, coordenao econtrole;2.Expanso das empresas estatais, de rgos independentes (fundaes) esemi-independentes (autarquias);

    3.Fortalecimento e expanso do sistema de mrito;4.Diretrizes gerais para um novo plano de classificao de cargos;5.Reagrupamento de departamentos, divises e servios em ministrios.

    Ainda segundo o texto:

    A Secretaria de Planejamento da Presidncia passou a dispor de amplos pode-

    res, superiores aos de qualquer outro ministrio; sua Subsecretaria de Mo-dernizao e Reforma Administrativa, em conjunto com o DASP, caberia liderare implantar a reforma.

    O reagrupamento ocorreu nos ministrios.

    Gabarito: A.

    32. (FCC/MPE-SE/2009) A Reforma Administrativa de 1967, implementadapelo Decreto-lei federal n 200, retomou o processo de centralizao da atu-

    ao administrativa.

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    J vimos que a questo da centralizao X descentralizao na histria de nos-sa administrao pblica bastante complicada. Com o DL200 a mesmacoisa. Ele trazia a descentralizao como um princpio:

    Art. 10. A execuo das atividades da Administrao Federal dever seramplamente descentralizada.

    1 A descentralizao ser posta em prtica em trs planos principais:

    a) dentro dos quadros da Administrao Federal, distinguindo-se claramenteo nvel de direo do de execuo;

    b) da Administrao Federal para a das unidades federadas, quando este-jam devidamente aparelhadas e mediante convnio;

    c) da Administrao Federal para a rbita privada, mediante contratos ouconcesses.

    Podemos ver trs tipos de descentralizao: dentro da hierarquia, uma descen-tralizao administrativa; para estados e municpios, descentralizao poltica;e para a esfera privada. Dessas apenas a primeira realmente ocorreu. As de-mais ficaram s na promessa. Houve grande descentralizao administrativa,principalmente para a administrao indireta, mas uma grande centralizaopoltica. Esta questo errada, houve descentralizao administrativa.

    Gabarito: E.

    33. (FCC/MPE-SE/2009) A Reforma Administrativa de 1967, implementadapelo Decreto-lei federal n 200, desencadeou um movimento de descentrali-zao da atuao estatal, com a transferncia de atividades a autarquias,fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista.

    Questo certa, houve ampla descentralizao administrativa.

    Gabarito: C.

    34. (ESAF/APO-MPOG/2010) A reforma trazida pelo Decreto-Lei n. 200/67propugnou pela descentralizao funcional do aparelho do Estado mediantedelegao de autoridade aos rgos da administrao indireta para a conse-cuo de muitas das funes e metas do governo.

    Questo certa. A descentralizao funcional a descentralizao administra-tiva para entidades da administrao indireta.

    Gabarito: C.

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    35. (ESAF/AFT/2010) A implantao do DASP e a expedio do Decreto-Lein. 200/67 so exemplos de processos democrticos de reformismo baseadosno debate, na negociao e em um modelo decisrio menos concentrador.

    Questo errada, copiada de Fernando Lus Abrcio:

    Um segundo aspecto que influenciou o debate foi o histrico das reformasadministrativas no Brasil. Tivemos duas grandes aes neste sentido, ambasem perodos autoritrios: o modelo daspiano e o Decreto-Lei n 200. De talforma que no tnhamos uma experincia democrtica de reformismo, base-ado no debate, na negociao e num processo decisrio menos concentrador.

    Gabarito: E.

    36. (ESAF/AFC/2002) A exausto do modelo de planejamento governamen-tal centralizado e o insulamento de estruturas da administrao indireta sofatores disfuncionais das reformas administrativas do regime militar entre1964 e 1995.

    A questo certa. O planejamento governamental era centralizado, princi-palmente na Unio e na Secretaria de Planejamento (SEPLAN), mas havia des-centralizao administrativa para as entidades da administrao indireta.

    Gabarito: C.

    37. (CESPE/MPS/2009) A reforma administrativa materializada pelo Decre-to-lei n. 200/1967 associada primeira experincia de implementao daadministrao gerencial no pas. Adotada em pleno perodo ditatorial, refor-ou a centralizao funcional e promoveu a criao das carreiras da adminis-trao pblica de alto nvel.

    Questo errada, houve descentralizao funcional.

    Gabarito: E.

    38. (ESAF/EPPGG/2009) durante o regime militar, principalmente a partirda Constituio de 1967, ocorreu um processo de centralizao do poder edos recursos.

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    Questo certa. Esta no deixa to claro se centralizao poltica ou admi-nistrativa, mas podemos saber pelo uso do termo poder. Quando falamos empoder, estamos nos referindo poltica. Alguns justamente definem polticacomo a luta pelo poder.

    Gabarito: C.

    39. (ESAF/MPOG/2009) A reforma administrativa de 1967 reduziu o fossoque separava as burocracias instaladas nas administraes direta e indireta,garantindo a profissionalizao do servio pblico em toda a sua extenso.

    A questo errada. Segundo Lustosa:

    Apesar dos avanos, a reforma de 1967 no logrou eliminar o fosso crescenteentre as burocracias pblicas instaladas na administrao direta e na indire-ta, nem garantir a profissionalizao do servio pblico em toda a sua exten-so: No se institucionalizou uma administrao do tipo weberiano; aadministrao indireta passou a ser utilizada como fonte de recrutamento,

    prescindindo-se, em geral, do concurso pblico.

    Para Bresser Pereira:

    A reforma, teve, entretanto, duas consequncias inesperadas e indesejveis.De um lado, ao permitir a contratao de empregados sem concurso pblico,

    facilitou a sobrevivncia de prticas clientelistas ou fisiolgicas. De outro la-do, ao no se preocupar com mudanas no mbito da administrao diretaou central, que foi vista pejorativamente como burocrtica ou rgida, deixoude realizar concursos e de desenvolver carreiras de altos administradores.

    Gabarito: E.

    40. (CESPE/TCE-AC/2006) No incio dos anos 80 do sculo passado, com acriao do Ministrio da Desburocratizao e do Programa Nacional de Des-burocratizao, registrou-se uma nova tentativa de reformar o Estado nadireo da administrao gerencial.

    A questo certa. A emergncia do processo de abertura poltica no final dadcada de 70 foi acompanhada da mobilizao de segmentos fortes do setorprivado contrrios centralizao burocrtica que, apesar da nfase na admi-nistrao indireta, se acentuou na sequencia dos governos autoritrios. Porfora dessas presses, em 1979, durante o governo do Presidente Figueiredotenta dar uma resposta para a sociedade.

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    De 1979 a 1982 a administrao pblica federal, embora enfrentando proble-mas crnicos, abre duas novas frentes de atuao: a desburocratizao e adesestatizao. No incio dos anos 80 registrou-se uma nova tentativa de re-formar a burocracia e orient-la na direo da administrao gerencial, com a

    criao do Ministrio da Desburocratizao e do Programa Nacional de Desbu-rocratizao (PrND), cujos objetivos eram a revitalizao e agilizao das or-ganizaes do Estado, a descentralizao da autoridade, a melhoria esimplificao dos processos administrativos e a promoo da eficincia.

    O PrND fez parte dos esforos de reforma para recuperao da credibilidade doregime autoritrio. Havia muitas crticas autonomia excessiva da administra-o indireta e possveis prticas de corrupo. Neste contexto, ressalta-se a daSecretaria de Controle das Empresas Estatais (SEST), que efetivou o rompi-mento com a natureza empreendedora, autnoma e descentralizadora das

    estatais promovida pela reforma de 1967.Podemos afirmar o PrND apresentava trs principais linhas:

    Desburocratizao da administrao direta; Desestatizao: transferncia de atividades para a iniciativa privada Maior controle das empresas estatais.

    Gabarito: C.

    41. (ESAF/MPOG/2009) Ao privilegiar o usurio do servio pblico, o Pro-grama Nacional de Desburocratizao marcou pelo ineditismo, j que ne-nhum outro antes dele fora dotado de carter social e poltico.

    A questo certa. Segundo Lustosa:

    Diferentemente dos outros programas, o da desburocratizao privilegiava ousurio do servio pblico. Da o seu ineditismo, porque nenhum outro pro-

    grama antes era dotado de carter social e poltico. Mas, ele tambm incluaentre seus objetivos o enxugamento da mquina estatal, j que recomen-dava a eliminao de rgos pouco teis ou cuidava para impedir a prolife-rao de entidades.

    Tnia Keinert afirma que a Administrao Pblica no Brasil passou por doisparadigmas. De 1937 a 1979 o paradigma era o do Pblico como estatal. Erauma viso centrada no aparelho do Estado de maneira unilateral, numa situa-o de inexistncia ou negao da sociedade civil. A partir de 1979, com acrise do Estado, que as atenes se voltam para a sociedade e o pblico pas-sa a ser entendido como interesse pblico.

    Gabarito: C.

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    42. (ESAF/CGU/2006) Complete a frase com a opo correta. O principalobjetivo do Programa Nacional de Desburocratizao era......

    a) descentralizar a administrao pblica por meio da criao de autarquias.

    b) privatizar o setor produtivo nas mos do Estado.c) aumentar a participao do cidado na definio do oramento pblico.

    d) dinamizar e simplificar o funcionamento da administrao pblica federal.

    e) criar entes para atender diretamente o usurio de servios pblicos.

    O PrND foi criado por que a administrao pblica direta permaneceu burocr-tica na sequncia dos governos militares. Apesar de tambm trazer dentreseus objetivos a desestatizao e o maior controle das estatais, seu principal

    objetivo era a desburocratizao.Gabarito: D.

    43. (ESAF/AFT/2010) J nos anos 1980, o Programa Nacional de Desburo-cratizao propunha uma engenharia institucional capaz de estabelecer umespao pblico no-estatal, com a incorporao das Organizaes Sociais.

    Segundo Fernando Luis Abrcio:

    A reforma Bresser elaborou um novo modelo de gesto, que propunha umaengenharia institucional capaz de estabelecer um espao pblico no-estatal.

    Portanto, o setor pblico no-estatal surge com o Plano Diretor.

    Gabarito: E.

    44. (CESPE/TCE-AC/2006) Apesar dos esforos reformadores, um dos cus-

    tos mais surpreendentes da transio democrtica de 1985 foi o loteamento,entre os polticos dos partidos vitoriosos, de cargos pblicos da administra-o indireta e das delegacias estaduais dos ministrios.

    A questo certa. Como vimos antes, no Brasil democracia e burocraciacaminham separados. Embora representasse uma grande vitria da sociedade,a redemocratizao do pas trouxe consigo o loteamento dos cargos pblicos.Um novo populismo patrimonialista surgia no pas. Para Humberto Martins:

    Os desafios de resgatar a capacidade da burocracia pblica em formular e

    implementar polticas sociais e direcionar a administrao pblica para ademocracia foram sobrepostos pelo imperativo em tornar a administrao

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    pblica um instrumento de governabilidade, loteando reas e cargos embusca do apoio poltico necessrio superao das dificuldades da instabili-dade poltica da transio.

    Gabarito: C.

    45. (CESPE/MPS/2009) A reforma administrativa concebida a partir de1985, com a redemocratizao do pas, tinha como premissa a necessidadede fortalecimento da administrao direta, partindo do diagnstico da exis-tncia de uma multiplicidade de entidades, com alto grau de feudalizao, oque inviabilizava a efetiva coordenao das aes governamentais.

    O processo de expanso da administrao indireta decorrente da descentrali-zao implementada pelo DL200 fora diagnosticado como danoso ao Estado,que teria perdido o controle operacional da mquina pblica por excesso deflexibilidade administrativa. A autonomia da administrao indireta foi conside-rada excessiva e responsvel pelo enfraquecimento dos mecanismos de con-trole administrativo. Deste modo, em 1986, o governo Sarney constituiu grupode estudo para reforma administrativa federal, tendo como objetivo central ofortalecimento da administrao direta, por meio do restabelecimento de me-canismos de controle burocrtico.

    Segundo Luiz Alberto dos Santos:A reforma proposta adotava a premissa de que era necessrio fortalecer aadministrao direta, a partir do diagnstico de que a fuga para a adminis-trao indireta inviabilizava a adequada coordenao das aes governa-mentais, em face da multiplicidade de entidades e do excessivo grau defeudalizao verificado.

    Podemos ver que a questo certa, cpia.

    Gabarito: C.

    46. (ESAF/ANA/2009) Tal como originalmente promulgada, em outubro de1988, a Constituio Federal contemplava todos os preceitos do gerencialis-mo, no necessitando, para tanto, sofrer qualquer alterao posterior.

    A questo errada. A CF88 representou um grande retrocesso burocrtico efoi bastante emendada posteriormente. Maior exemplo a Emenda Constitu-cional 19/1998, que teve origem no Plano Diretor.

    Gabarito: E.

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    47. (CESPE/TCE-AC/2006) A Constituio de 1988 promoveu um avanosignificativo na gesto pblica, concedendo mais flexibilidade ao aparelhoestatal.

    Como reao ao loteamento de cargos aps a redemocratizao e por conside-rar que o excesso de flexibilizao concedido administrao indireta era umadas causas da crise do Estado, a Constituio de 1988 d um passo atrs nacaminhada rumo administrao gerencial, representando um retrocesso, jque traz de volta a rigidez burocrtica.

    O regime militar ao invs de consolidar uma burocracia profissional no pas,atravs da redefinio das carreiras e de um processo sistemtico de aberturade concursos pblicos para a alta administrao, preferiu o caminho mais curto

    do recrutamento de administradores atravs das empresas estatais. Com aCF88, se salta para o extremo oposto e a administrao pblica brasileira pas-sa a sofrer do enrijecimento burocrtico extremo. A questo errada.

    Gabarito: E.

    48. (CESPE/IBAMA/2003) A Constituio de 1988 acertou ao subordinar osentes descentralizados s mesmas regras de controle formal da administra-o central, visto que nesses os nveis de corrupo so historicamente maiselevados.

    O termo acertou bastante opinativo. A questo erradaporque as ban-cas seguem a linha do Bresser Pereira, entendendo que foi um erro a CF88subordinar a administrao indireta s mesmas regras da direta. Estas entida-des da administrao indireta so criadas justamente para dar maior flexibili-dade e autonomia gesto dos servios pblicos.

    Gabarito: E.

    49. (CESPE/IBAMA/2003) O modelo burocrtico tradicional, que a Constitui-o de 1988 e todo o sistema do direito administrativo brasileiro privilegiam,est alicerado no formalismo, no excesso de normas e na rigidez de proce-dimentos. A pretexto de garantir a impessoalidade, dificulta-se a transpa-rncia administrativa, inibindo-se desse modo o controle social.

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    A CF88 realmente privilegiou o modelo burocrtico, que alicerado no forma-lismo, no excesso de normas e na rigidez de procedimentos. Este modelo tam-bm auto-referido, por isso h pouca transparncia. A questo foi dadacomo certa, at mesmo porque foi tirada do Plano Diretor, segundo o qual:

    O modelo burocrtico tradicional, que a Constituio de 1988 e todo o sistemado Direito Administrativo brasileiro privilegiam, est baseado no formalismo,no excesso de normas e na rigidez de procedimentos. A pretexto de garantir aimpessoalidade, dificulta-se a transparncia administrativa, inibindo-se destemodo o controle social. A excessiva regulamentao expresso da nfasenas normas e processos, e ocorre em detrimento dos resultados.

    Contudo, em minha opinio, a CF88 no privilegia um Estado sem transparn-cia, pelo contrrio, ela claramente defende princpios como o da publicidadeAcho complicado colocar todas as administraes burocrticas no mesmo saco

    e fazer questes como esta. Mas, tudo que o Plano Diretor fala Lei.Gabarito: C.

    50. (ESAF/AFT/2010) No obstante as qualidades das medidas em prol daprofissionalizao do servio pblico, previstas na Constituio de 1988, par-te dessa legislao resultou, na verdade, em aumento do corporativismo es-tatal.

    Segundo Paulo Roberto Motta:

    No obstante as qualidades das medidas em prol da profissionalizao doservio pblico previstas na Constituio de 1988, parte desta legislao re-sultou, na verdade, em aumento do corporativismo estatal, e no na produ-o de servidores do pblico, para lembrar a origem da palavra (Longo,2007). Foram criadas falsas isonomias (como a incorporao absurda degratificaes e benefcios) e legislaes que tornaram a burocracia mais en-simesmada e distante da populao - exemplo claro disso foi o direito irres-

    trito de greve, que prejudica basicamente os mais pobres. Ademais,estabeleceu-se um modelo equivocado da previdncia pblica, tornando-ainvivel do ponto de vista atuarial e injusta pelo prisma social.

    Segundo o Plano Diretor:

    Dada a ingerncia patrimonialista no processo, houve a instituio de umasrie de privilgios, que no se coadunam com a prpria administrao p-blica burocrtica. Como exemplos temos a estabilidade rgida para todos osservidores civis, a aposentadoria com proventos integrais sem correlaocom o tempo de servio ou com a contribuio do servidor.

    Gabarito: C.

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    51. (CESPE/MEC/2003) O foco das aes de reforma do perodo Collor con-centrou-se no projeto de privatizao das empresas estatais. Do ponto devista da administrao direta, embora se ressalte o papel de destaque dado

    ao processo de descentralizao da gesto dos servios pblicos, notada-mente no setor de sade o que possibilitou a continuidade de aes fun-dadas no princpio institudo j na Constituio de 1988 , no havia umaorientao orgnica de reforma, a no ser a extino de rgos e o corte depessoal. Em relao a inovao de procedimentos gerenciais, pode-se desta-car a experincia pioneira do contrato de gesto implantado no Hospital deReabilitao Sarah Kubitscheck, em Braslia.

    A questo certa. O governo Collor no tinha um modelo conceitual que lhe

    desse respaldo, a reforma no foi precedida de estudos e discusses mais a-brangentes, envolvendo diagnstico da situao existente, definio de princ-pios norteadores, detalhamento de medidas a serem adotadas e planejamentode sua implementao. Da no havia uma orientao orgnica de reforma.

    Os objetivos principais da reforma eram o enxugamento da mquina. O gover-no extinguiu e modificou o status de vrios rgos pblicos, operou cortes depessoal. Predominantemente orientadas pelo princpio do Estado mnimo, asaes do governo visando efetivar a modernizao do Estado e da prpria eco-nomia nacional concentraram-se no incentivo privatizao mediante o fo-

    mento do Programa Nacional de Desestatizao.Em conjunto com a implementao do Programa Nacional de Desestatizao,ocorreu o avano do processo de descentralizao da gesto dos servios soci-ais. Um exemplo foi a regulamentao da poltica de sade, ocorrendo umdesdobramento das diretrizes j definidas na CF88.

    O governo Collor inova na gesto por resultados, assinando contratos de ges-to, como o do Hospital Sarah Kubitscheck. Aqui temos uma antecipao dapublicizao trazida pelo Plano Diretor Houve a extino de uma fundao p-blica e seus bens passariam a ser administrados por uma entidade privada,

    nos mesmos moldes das organizaes sociais. As semelhanas com as Organi-zaes Sociais so inmeras: assuno de servios pblicos extintos, bens eservidores, recursos pblicos, celebrao de contrato de gesto.

    Gabarito: C.

    52. (CESPE/MCT/2004) O governo Itamar Franco buscou aprofundar as es-tratgias desestatizantes do governo Collor.

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    A questo errada. O governo Itamar Franco tentou implantar uma reformaadministrativa que se caracterizou, inicialmente, pela reverso da reformaadministrativa de Collor, o que implicava na reorganizao da estrutura gover-namental nos moldes da Nova Repblica, inclusive no que se refere finalida-

    de de barganha poltica por escales de governo. O governo Itamar Francopermaneceu incapaz dar incio a um processo de ajuste estrutural na adminis-trao pblica. A barganha instrumental fortalecia-se pelos momentos delica-dos do impeachment. Segundo Bresser Pereira:

    No incio do governo Itamar Franco a sociedade brasileira comea a se darconta da crise da administrao pblica. Havia, entretanto, ainda muita

    perplexidade e confuso. A ideologia burocrtica, que se tornara dominanteem Braslia a partir da transio democrtica, assim se manteve at o finaldesse governo.

    Gabarito: E.

    53. (ESAF/ANA/2009) No Brasil, a adoo do gerencialismo na administra-o pblica visa efetiva implantao de um modelo burocrtico weberiano,objetivo que nenhuma reforma administrativa logrou alcanar.

    Abrcio aponta algumas mudanas propostas pela CF88, entre elas:

    Props-se completar a chamada reforma do servio civil, por meio da pro-fissionalizao da burocracia. Nesta linha, houve aes importantes, como o

    princpio da seleo meritocrtica e universal, consubstanciada pelo concur-so pblico. Em consonncia com este movimento, o Executivo federal criou,em 1986, a Escola Nacional de Administrao Pblica (Enap), num esforode melhorar a capacitao da alta burocracia.

    Entendiam que o patrimonialismo era resultado do fato de a reforma burocrti-ca no pas jamais ter se completado, nunca chegamos a constituir uma buro-cracia no sentido weberiano do termo, ou seja, profissional, racional, eficiente.

    A questo erradapor que a administrao gerencial no segue esse cami-nho, entende que o melhor controlar o resultado ao invs de aumentar oscontroles sobre o processo. A ESAF gosta de cobrar essa meno de que nuncalogramos implantar uma burocracia weberiana. Vamos ver algumas questes.

    Gabarito: E.

    54. (ESAF/AFRFB/2009) No sentido weberiano do termo, o Brasil nunca

    chegou a ter um modelo de burocracia pblica consolidada.

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    A questo certa. Apesar da modernizao em diversos campos, ainda per-maneceu marcada por aspectos patrimonialistas. Segundo o Plano Diretor:

    A administrao pblica brasileira, embora marcada pela cultura burocrticae regida pelo princpio do mrito profissional, no chegou a se consolidar,no conjunto, como uma burocracia profissional nos moldes weberianos.Formaram-se grupos de reconhecida competncia, como o caso das car-reiras acima descritas, bem como em reas da administrao indireta, masos concursos jamais foram rotinizados e o valor de sua remunerao realvariou intensamente em funo de polticas salariais instveis. Os instru-mentos de seleo, avaliao, promoo e treinamento que deram suportea esse modelo esto superados.

    Gabarito: C.

    55. (ESAF/PSS/2008) A Reforma de 1936 representou um momento fun-damental para a reforma da administrao de pessoal em especial, lograndoa implantao de uma administrao tipicamente weberiana, racional e le-galmente orientada.

    A questo erradaporque o DASP tinha como objetivo implantar uma buro-cracia nos moldes weberianos, mas isto nunca foi alcanado no Brasil.

    Gabarito: E.

    56. (ESAF/APO-MPOG/2008) A histria recente mostra que a reforma admi-nistrativa sempre esteve presente na agenda de polticas governamentais,desde 1930. Com base na literatura que analisa as vrias reformas adminis-trativas, possvel estabelecer algumas concluses sobre os resultados dasiniciativas governamentais nessa rea. Examine os enunciados abaixo e as-sinale a resposta correta.

    1. A despeito das diversas tentativas, nunca se logrou implantar uma buro-cracia do tipo weberiano no Brasil, porque os textos legais que mais se a-proximaram desse ideal abriam brechas que se contrapunham ao esprito daburocracia racional-legal ou propunham a superao desta.

    2. Independentemente de regime poltico e de governo, o Brasil sempreconviveu com segmentos dispersos de uma burocracia weberiana em vriosnveis da administrao, interpenetrada e convivendo com um alto teor depatrimonialismo administrativo.

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    3. Contrapondo-se a essa administrao, essencialmente amorfa, destaca-vam-se as ilhas de excelncia, razoavelmente imunes ao processo polticoe caracterizadas pela elevada competncia de seus membros.

    4. A efetiva profissionalizao do servidor, tentada vrias vezes, s veio a serealizar no Brasil aps a Constituio Federal de 1988, j que at ento aadministrao pblica sempre conviveu com a multiplicidade de cargos, deplanos salariais especiais e de trens da alegria, tpicos de final de adminis-trao.

    a) Somente o enunciado nmero 1 est incorreto.

    b) Todos os enunciados esto incorretos.

    c) Somente o enunciado nmero 4 est incorreto.

    d) Somente o enunciado nmero 2 est incorreto.

    e) Todos os enunciados esto corretos.

    Pois gente, questo tirada do texto As reformas administrativas no Brasil:modelos, sucessos e fracassos, na leitura sugerida. Segundo o texto:

    Finalmente, cabe concluir, com base na literatura que analisa as vrias re-formas administrativas e as propostas no efetivadas, que o Pas, de fato,nunca logrou implantar uma burocracia do tipo weberiano. At porque, ostextos legais que mais se aproximaram desse ideal abriam brechas que secontrapunham ao esprito da burocracia racional-legal. Creio que, indepen-dentemente de regime poltico e de governo, o pas sempre conviveu comsegmentos dispersos de uma burocracia weberiana em vrios nveis da ad-ministrao, interpenetrada e convivendo com um alto teor de patrimonia-lismo burocrtico, nunca de fato completamente extirpado da administrao

    pblica. Contrapondo-se a essa administrao, essencialmente amorfa, des-tacavam-se as ilhas de excelncia, aspecto de resto j salientado por to-dos os estudiosos da poltica e da administrao pblica: ilhas, porquerazoavelmente imunes ao processo poltico; de excelncia, dada a compe-tncia de seus membros.

    Podemos ver que as trs primeiras afirmaes so corretas. A quarta afirma-o errada, segundo o texto:

    1. A efetiva profissionalizao do servidor, tentada vrias vezes, nuncaocorreu e sempre conviveu com a multiplicidade de cargos, de planossalariais especiais e de trens da alegria, tpicos de final deadministrao.

    Gabarito: C.

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    57. (ESAF/APO-MPOG/2008) A reviso das experincias reformistas da ad-ministrao pblica brasileira com nfase na sua natureza, quando im-plementadas e de seus resultados, mostra que so verdadeiros todos os

    enunciados abaixo, exceto:a) em todo e qualquer regime (autoritrio, quase-democrtico, autoritrio-militar, de transio e democrtico) e, consequentemente, em quase todosos governos, foram propostas medidas que visavam reformar a administra-o pblica federal.

    b) do ponto de vista substantivo, as propostas sempre foram globais e ge-rais, e no especficas e incrementais, com a nica exceo do governo Sar-ney.

    c) com frequncia, as tentativas de reforma administrativa ou foram aborta-

    das, porque no chegaram a se consubstanciar em anteprojetos de lei, ouporque foram retiradas pelo Executivo do Congresso Nacional; ou no tive-ram sequncia e no alcanaram os resultados desejveis em decorrncia deerros de estratgia poltica.

    d) as reformas oscilam entre o fortalecimento da administrao direta e adescentralizao administrativa.

    e) a partir da Comisso Amaral Peixoto, foram feitos diversos diagnsticosdivergentes e propostas que so recorrentemente incorporados a novosdiagnsticos, dando origem a propostas e instrumentos legais diversificados.

    Essa mais uma questo tirada do texto As reformas administrativas no Bra-sil: modelos, sucessos e fracassos, que est na leitura sugerida.

    Percebam que at o enunciado foi copiado. Segundo o texto, A reviso aquifeita das experincias reformistas da administrao pblica brasileira, comnfase na sua natureza, quando implementadas, e de seus resultados, permiteo estabelecimento de proposies que, creio, se aplicam tambm a experin-cias semelhantes em outros pases:

    1. Em todo e qualquer regime (autoritrio, quase-democrtico, autoritrio-militar, de transio e democrtico) e, consequentemente, em quasetodos os governos, foram propostas medidas que visavam reformar aadministrao pblica federal.

    2. Do ponto de vista substantivo, as propostas sempre foram globais egerais, e no especficas e incrementais como ocorreu no governo Sarney.

    3. Com frequncia foram abortadas, ou porque no chegaram a seconsubstanciar em anteprojetos de lei, ou porque foram retiradas pelo

    Executivo do Congresso Nacional.

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    2. Na esmagadora maioria das vezes, as reformas no tiveram sequncia eno obtiveram os resultados desejveis em decorrncia de erros deestratgia poltica.

    3. A efetiva profissionalizao do servidor, tentada vrias vezes, nuncaocorreu e sempre conviveu com a multiplicidade de cargos, de planossalariais especiais e trens da alegria, tpicos de final de administrao.

    4. A partir da Comisso Amaral Peixoto, h convergncia de diagnsticos ede propostas de mudanas que so recorrentemente lembrados e, porvezes, incorporados a novos diagnsticos, propostas e normativos.

    5. As reformas oscilam entre o fortalecimento da administrao direta e adescentralizao administrativa.

    Percebam que a letra E a errada, contraria o que est no item 7.

    Gabarito: E.

    58. (ESAF/CGU/2012) Ao contrrio da proposta bresseriana, as principaisexperincias de reforma anteriores o modelo daspiano e o Decreto-Lei 200 deram-se em um ambiente democrtico, baseado no debate e na negocia-o, a despeito de um processo decisrio mais concentrador.

    A questo errada, as reformas anteriores ocorreram em perodos ditatori-ais: Estado Novo e Ditadura de 1964.

    Gabarito: E.

    59. (ESAF/MPOG/2009) Areforma dos anos 1990 visava, como um de seusobjetivos, fortalecer o Estado de modo a torn-lo responsvel direto pelo de-senvolvimento econmico e social.

    A questo errada. Segundo o Plano Diretor:

    A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefiniodo papel do Estado, que deixa de ser o responsvel direto pelo desenvolvi-mento econmico e social, para se tornar seu promotor e regulador.

    Na reforma, o Estado deixa de ser o responsvel direto para atuar como regu-lador, definindo diretrizes e fomentando a iniciativa privada.

    Gabarito: E.

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    60. (ESAF/AFRFB/2009) Ao contrrio de outros pases, o modelo de novagesto pblica, adotado a partir dos anos 1990, possuiu inspirao autcto-ne e em nada se valeu das experincias britnica e estadunidense.

    A questo errada, nossa reforma foi praticamentecopiada das reformas nos pases desenvolvidos, prin-cipalmente do Reino Unido, onde Bresser Pereira pas-sou um tempo significativo estudando as medidas quehaviam sido implementadas. FHC formou junto comBill Clinton e Tony Blair a chamada Terceira Via.

    Gabarito: E.

    61. (ESAF/ANA/2009) Considerando o marco terico adotado pelo Plano Di-retor para a Reforma do Aparelho do Estado, correto afirmar que a formade administrao burocrtica completamente indesejada, sendo sua apli-cao proibida, qualquer que seja a circunstncia.

    A questo errada. O Plano Diretor no defende o completo abandono daadministrao burocrtica. Segundo o Documento:

    A qualidade fundamental da administrao pblica burocrtica a efetivida-de no controle dos abusos; seu defeito, a ineficincia, a auto-referncia, aincapacidade de voltar-se para o servio aos cidados vistos como clientes.

    O Plano defendia a permanncia da administrao burocrtica no ncleo estra-tgico, como veremos na prxima questo.

    Gabarito: E.

    62. (ESAF/AFRFB/2009) No Ncleo Estratgico do Estado, a prevalncia domodelo burocrtico se justifica pela segurana que ele proporciona.

    A questo foi dada como certa, mas no vejo dessa forma. Ela fala que noncleo estratgico deve prevalecer o modelo burocrtico. Contudo, no istoque afirma o Plano Diretor, segundo o qual deve haver um misto:

    Nestes termos, no ncleo estratgico, em que o essencial a correo dasdecises tomadas e o princpio administrativo fundamental o da efetivida-de, entendido como a capacidade de ver obedecidas e implementadas com

    segurana as decises tomadas, mais adequado que haja um misto deadministrao pblica burocrtica e gerencial.

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    Bresser Pereira afirma tambm que:

    Por outro lado, a combinao de princpios gerenciais e burocrticos devervariar de acordo com o setor. A grande qualidade da administrao pblicaburocrtica a sua segurana e efetividade. Por isso, no ncleo estratgico,

    onde essas caractersticas so muito importantes, ela dever estar aindapresente, em conjunto com a administrao pblica gerencial. J nos de-mais setores, onde o requisito de eficincia fundamental dado o grandenmero de servidores e de cidados-clientes ou usurios envolvidos, o pesoda administrao pblica burocrtica dever ir diminuindo at praticamentedesaparecer no setor das empresas estatais.

    Portanto, a partir dos textos analisados, pode-se perceber que no ncleo estra-tgico a administrao burocrtica ainda deve permanecer, mas em nenhummomento fala-se que ela deve prevalecer. Deve haver um misto entre a admi-

    nistrao burocrtica e a gerencial. O Plano apresenta a seguinte figura:

    Vejam que no ncleo estratgico est no meio entre burocrtico e gerencial.Contudo, o gabarito foi mantido.

    Gabarito: C.

    63. (CESPE/MCT/2004) A proposta de reforma gerencial contida no PlanoDiretor da Reforma do Aparelho do Estado a estratgia de modernizaoda administrao federal que, em geral, mais se aproxima da proposta danova gesto pblica.

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    A questo certa. Vimos que o DL200 pode ser considerado o incio da ad-ministrao gerencial no Brasil, mas o Plano Diretor que ir se aproximarmais das reformas inglesas, trazendo a noo de gesto por resultados, focono cidado, qualidade, eficincia, eficcia e efetividade, entre outros princpios

    que no estavam na reforma do DL200.Gabarito: C.

    64. (CESPE/TCE-PE/2004) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Esta-do priorizava o planejamento estratgico das organizaes pblicas em vezda reestruturao organizacional.

    Questo errada, justamente o contrrio. O PDRAE buscava corrigir os en-traves burocrticos gesto do Estado. Para isso, uma das aes foi a reduoda verticalizao das estruturas do estado, eliminando assim nveis hierrqui-cos e descentralizando o poder de deciso. Segundo o PDRAE:

    O diagnstico mostra que para uma reforma consistente do aparelho do Esta-do necessita-se, hoje, mais que um mero rearranjo de estruturas. A superaodas formas tradicionais de ao estatal implica descentralizar e redesenhar es-truturas, dotando-as de inteligncia e flexibilidade, e, sobretudo desenvolvermodelos gerenciais para o setor pblico capazes de gerar resultados.

    Gabarito: E.

    65. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) Com relao s mudanas no papel do Es-tado, apresentadas no Plano Diretor para a reforma do aparelho do Estado,de 1995, classifique as opes a seguir em Verdadeiras (V) ou Falsas (F).

    ( ) Na reforma, a redefinio do papel do Estado adquiriu importncia decisi-va diante de sua forte presena na economia internacional e de sua impossi-bilidade de atender com eficincia sobrecarga de demandas a ele dirigidas,sobretudo na rea econmica.( ) A reforma devia ser entendida dentro do contexto da redefinio do papeldo Estado, que deixa de ser o responsvel direto pelo desenvolvimento eco-nmico e social pela via da produo de bens e servios, transferindo para osetor privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado.

    ( ) Na reforma, o Estado delegou ao setor privado seu papel de executor ouregulador direto de servios, mantendo-se entretanto como provedor oupromotor desses, principalmente dos servios sociais essenciais para o de-senvolvimento, para a democracia e para uma distribuio de renda mais

    justa.

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    ( ) A reforma buscou o fortalecimento das funes de coordenao e presta-o de servios pelo Estado, particularmente no nvel federal, e a progressi-va desconcentrao vertical das funes executivas no campo da prestao

    de servios sociais e de infraestrutura.Assinale a opo correta.

    a) F, F, F, V

    b) V, F, V, F

    c) V, V, V, F

    d) V, F, V, V

    e) F, V, F, F

    A primeira afirmao falsa. Aqui temos um problema presente em algu-mas questes da ESAF: eles pegam um texto, mudam uma palavra e do co-mo errado. Segundo o Plano Diretor:

    importante ressaltar que a redefinio do papel do Estado um tema dealcance universal nos anos 90. No Brasil esta questo adquiriu importnciadecisiva, tendo em vista o peso da presena do Estado na economia nacio-nal: tornou-se, consequentemente, inadivel equacionar a questo da refor-ma ou da reconstruo do Estado, que j no consegue atender comeficincia a sobrecarga de demandas a ele dirigidas, sobretudo na rea soci-al. A reforma do Estado no , assim, um tema abstrato: ao contrrio, algocobrado pela cidadania, que v frustrada suas demandas e expectativas.

    A segunda afirmao verdadeira. Segundo o Plano Diretor:

    A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinio dopapel do Estado, que deixa de ser o responsvel direto pelo desenvolvimentoeconmico e social pela via da produo de bens e servios, para fortalecer-se na funo de promotor e regulador desse desenvolvimento.

    A terceira afirmao falsa. O Estado no delegou ao setor privado a regu-lao. Alm disso, a rea social foi uma das que mais foram descentralizadas

    para a iniciativa privada. Segundo o Plano Diretor:Deste modo o Estado reduz seu papel de executor ou prestador direto deservios, mantendo-se entretanto no papel de regulador e provedor ou pro-motor destes, principalmente dos servios sociais como educao e sade,que so essenciais para o desenvolvimento, na medida em que envolvem in-vestimento em capital humano; para a democracia, na medida em que pro-movem cidados; e para uma distribuio de renda mais justa, que omercado incapaz de garantir, dada a oferta muito superior demanda demo-de-obra no-especializada.

    A quarta afirmao falsa. No se buscava o fortalecimento da execuo deservios, e trocaram descentralizao por desconcentrao. Segundo o Plano:

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    Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funes de regulaoe de coordenao do Estado, particularmente no nvel federal, e a progressi-va descentralizao vertical, para os nveis estadual e municipal, das funesexecutivas no campo da prestao de servios sociais e de infra-estrutura.

    Gabarito: E.

    66. (ESAF/SFC/2000) Dada a crise do Estado e o irrealismo da propostaneoliberal do Estado mnimo, necessrio reconstruir o Estado, de formaque ele no apenas garanta a propriedade e os contratos, mas tambm e-xera seu papel complementar ao mercado na coordenao da economia ena busca da reduo das desigualdades.

    (Trecho extrado da publicao Plano Diretor da Reforma do Aparelho doEstado, Braslia: Presidncia da Repblica, Cmara da Reforma do Estado,Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado, 1995, p. 55)

    Indique, entre as opes abaixo, aquela que no se apresenta como um dosobjetivos globais da reforma acima mencionada.

    a) Aumentar a governana do Estado, ou seja, sua capacidade administrati-va de governar com efetividade e eficincia, voltando a ao dos servios doEstado para o atendimento dos cidados.

    b) Limitar a ao do Estado quelas funes que lhe so prprias, reservan-

    do, em princpio, os servios no-exclusivos para a propriedade pblica no-estatal, e a produo de bens e servios para o mercado.

    c) Transferir da Unio para os estados e municpios as aes de carter lo-cal: s em casos de emergncia cabe a ao direta da Unio.

    d) Transferir parcialmente da Unio para os estados as aes de carter re-gional, de forma a permitir uma maior parceria entre os estados e a Unio.

    e) Transferir para o setor pblico no-estatal os servios no-exclusivosatravs de programas de privatizaes, reorganizando e fortalecendo osrgos de regulao dos monoplios naturais que forem privatizados.

    O PDRAE traou os seguintes objetivos globais:

    Aumentar a governana do Estado, ou seja, sua capacidade administrativade governar com efetividade e eficincia, voltando a ao dos servios doEstado para o atendimento dos cidados.

    Limitar a ao do Estado quelas funes que lhe so prprias, reservan-do, os servios no-exclusivos para a propriedade pblica no-estatal, e aproduo de bens e servios para o mercado para a iniciativa privada.

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    Transferir da Unio para os estados e municpios as aes de carter lo-cal: s em casos de emergncia cabe a ao direta da Unio.

    Transferir parcialmente da Unio para os estados as aes de carter re-gional, de forma a permitir uma maior parceria entre estados e Unio.

    Aqui temos as alternativas A, B, C e D.

    Gabarito: E.

    67. (ESAF/AFT/2010) O carter neoliberal do Plano Diretor da Reforma doAparelho do Estado foi a mola propulsora de seu amplo sucesso e da irrestri-ta adeso pelo corporativismo estatal.

    Segundo Fernando Luiz Abrcio:

    Para entender os problemas e fracassos da reforma Bresser, importanteanalisar o contexto em que ela foi realizada. Em primeiro lugar, o legadoextremamente negativo deixado pela era Collor, perodo em que houve umdesmantelamento do Estado e o servio pblico fora desprestigiado. Porconta disso, quando as primeiras propostas da gesto Fernando HenriqueCardoso foram colocadas em debate, grande parte da reao adveio da i-deia de que reformar o Estado significaria necessariamente seguir o mesmocaminho "neoliberal" trilhado pelo presidente Collor.

    J vimos que o gerencialismo no a mesma coisa que neoliberalismo e queno defende o Estado Mnimo. O autor no est afirmando que o Plano Diretor neoliberal, veja que a palavra est entre aspas. Isso porque vrios grupostaxaram o Plano de neoliberal, da porque houve uma reao muito forte. Aquesto erradaporque no houve amplo sucesso nem irrestrita adeso.

    Gabarito: E.

    68. (ESAF/CGU/2012) O melhor exemplo de um bem sucedido resultado daReforma Bresser o caso das agncias regulatrias, montadas de formahomognea calcada na viso mais geral do modelo regulador, condio bsi-ca ao que viria a substituir o padro varguista de interveno estatal.

    A questo errada. Segundo Fernando Luiz Abrucio:

    Nesse contexto, o Mare no teve a capacidade de coordenar o conjunto do pro-cesso de reforma do Estado. O melhor exemplo de um tema que escapou ao al-cance da reforma Bresser foi o das agncias regulatrias, montadas de formacompletamente fragmentada e sem uma viso mais geral do modelo regulador

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    que substituiria o padro varguista de interveno estatal. O fracasso desta es-tratgia ficou claro, por exemplo, no episdio do "apago", que teve grande re-lao com a gnese mal resolvida do marco regulatrio no setor eltrico.

    Gabarito: E.

    69. (ESAF/CGU/2012) Mesmo sem atingir todos os seus objetivos, a pro-posta bresseriana de reforma deu causa a um "choque cultural", tendo seespraiado pelos gover-nos