Aula 02 - Organização Eleitoral

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 Prof. RICARDO GOMES Prezados(as) Alunos(as)! Prazer em receb-los neste 2 encontro! Como est a preparao para os concursos? Estudando bastante Direito Eleitoral? Nesta nova semana, continuando nossos estudos sobre o Cdigo Eleitoral e sobre as normas constitucionais de Direito Eleitoral, iniciaremos por um assunto que se sobressai nas provas em virtude da forte jurisprudncia das Cortes Eleitorais, qual seja, a abordagem constitucional da Privao dos Direitos Polticos. Aps, estudaremos Sanes ao inadimplente da Justia Eleitoral (art. 7-11), Organizao da Justia Eleitoral (art. 12-41): Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais, Juzes Eleitorais e Juntas Eleitorais Composio, Organizao e Competncias.

QUADRO SINPTICO DA AULA: 1. Introduo ao Cdigo Eleitoral (continuao) a. Privao dos Direitos Polticos; b. Sanes ao Inadimplente da Justia Eleitoral (art. 7-11); c. Organizao da Justia Eleitoral (art. 12-41) i. Tribunal Superior Eleitora;l ii. Tribunais Regionais Eleitorais; iii. Juzes Eleitorais; iv. Juntas Eleitorais;

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2.2.3.4 PRIVAO DOS DIREITOS POLTICOSA perda ou suspenso dos direitos polticos geram srias conseqncias para o indivduo, visto que implicar na privao simultnea da alistabilidade (capacidade eleitoral ativa) e da elegibilidade (capacidade eleitoral passiva). Ressalto que os direitos polticos jamais podero ser cassados! Apenas perdidos ou suspensos. muito comum inserirem em questes de prova com o termo cassao. Por isso, o aluno deve ser cuidadoso para ter sempre em mente que as nicas possibilidades de limitao aos direitos polticos restringem-se perda ou suspenso. Cuidado! Os Direitos Polticos NUNCA podero ser CASSADOS! Os SUSPENSOS! Direitos Polticos somente podero ser PERDIDOS ou

CF-88 Art. 15. VEDADA A CASSAO de direitos polticos, cuja PERDA ou SUSPENSO s se dar nos casos de: I - cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestao alternativa, nos termos do art. 5, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, 4.

Doutrinariamente h uma discusso acerca de quais seriam as hipteses de Perda e quais seriam as de Suspenso. Na seara do Direito Eleitoral prevalea a diviso a seguir.Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Hiptese de PERDA dos Direitos Polticos: CANCELAMENTO DA NATURALIZAO POR SENTENA TRANSITA EM JULGADO com o cancelamento da naturalizao por meio do Poder Judicirio, o indivduo voltar ao status de estrangeiro, o que, implica, em automtico, na perda dos seus direitos polticos. O indivduo deixa de ser nacional, logo tambm perder sua alistabilidade e elegibilidade;

Hipteses de SUSPENSO dos Direitos Polticos: 1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA os considerados incapazes civilmente tambm sero incapazes politicamente. Ocorrendo a incapacitao absoluta, a cidadania ficar suspensa enquanto esta permanecer. O Cdigo Civil Brasileiro (Lei n 10.406/2002), em seu art. 3 elenca os absolutamente incapazes. Cito apenas para entendimento e consulta: Art. 3o So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica desses atos; III - os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade. Ateno! Para suspender os direitos polticos, preciso que a incapacidade civil seja ABSOLUTA! No confundir com incapacidade civil RELATIVA, tambm prevista na Lei Civil. As questes podem trocar os termos para pegar o candidato.

2. CONDENAO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS enquanto pender sobre o cidado os efeitos de sentena penal condenatria no mais passvel de recurso (isto , enquanto cumprir aProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES pena imposta em sentena criminal), os seus direitos polticos ficam suspensos. importante atentar que a sentena penal tem que j estar transitada em julgada, da qual no caiba mais reforma (no mais passvel de recursos que possam modific-la). Somente com o transito em julgado que a deciso judicial se torna definitiva e, por conseqncia, podem os direitos polticos serem suspensos. Entendimento sumulado pelo TSE de que a suspenso dos direitos polticos cessar automaticamente, to logo a pena seja cumprida, ou seja, quando extinta a punibilidade: TSE Smula n 9 - DJ 28, 29 e 30/10/92 Suspenso de Direitos Polticos - Condenao Criminal Extino da Pena - Reparao de Dano A suspenso de direitos polticos decorrente de condenao criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extino da pena, independendo de reabilitao ou de prova de reparao dos danos.

3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAO ALTERNATIVA o art. 5, VIII, da CF-88 prev que ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa fixada em lei. CF-88 Art. 5 VIII - ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada em lei; Nesse caso, para sofrer, como sano, a declarao de perdaProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES dos direitos polticos, ser preciso que o cidado inicialmente descumpra obrigao a todos imposta e, depois, recuse a prestao alternativa fixada em lei.

4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA o art. 37, 4, da CF88 preleciona que um dos efeitos da condenao por ato de improbidade administrativa a suspenso dos direitos polticos do agente. Frise-se que a competncia para julgamento de ato de improbidade exclusiva do Poder Judicirio. O art. 12 da Lei n 8.429/93 dispe que uma das sanes aplicveis pelo Magistrado poder ser a suspenso dos direitos polticos de 3 a 10 anos, a depender da espcie de ato de improbidade praticado. DICA: O cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado a nica hiptese de Perda dos direitos polticos, pois somente com nova naturalizao (renaturalizao) que ser possvel readquirir os direitos polticos. As outras hipteses so de mera suspenso dos direitos polticos, enquanto subsistirem as situaes previstas na Constituio, em tese, de carter transitrio (incapacidade civil, cumprimento de pena criminal, cumprimento de obrigao a todos imposta, improbidade administrativa). Resumindo: Hiptese de PERDA dos Direitos Polticos: CANCELAMENTO DA NATURALIZAO POR SENTENA TRANSITA EM JULGADO. Hipteses de SUSPENSO dos Direitos Polticos: 1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 2. CONDENAO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAO A TODOS IMPOSTAProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES OU PRESTAO ALTERNATIVA; 4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

Com a suspenso dos direitos polticos, o cidado tem por paralisado o seu direito de alistar-se e de eleger-se. Contudo, poder, a qualquer tempo, reaver sua posio poltica com a interrupo dos motivos que geraram a suspenso. Ex: cumprimento total da pena imposta no juzo criminal; cumprimento da obrigao a todos imposta ou prestao alternativa. Por outro lado, segundo doutrina eleitoral majoritria, com a perda dos direitos polticos, o cidado ficar definitivamente privado da alistabilidade e da inelegibilidade e, desse modo, no ter como readquiri-los. Para alguns constitucionalistas, a reaquisio dos direitos polticos perdidos pelo cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado poder ser efetivada atravs de ao rescisria. Vamos praticar!!

EXERCCIOS:

QUESTO 38: TJ-AL - Juiz Substituto [FCC] - 28/01/2007. Hanz, alemo naturalizado brasileiro, teve a sua naturalizao cancelada por sentena transitada em julgado. Tal fato acarretar a a) manuteno de seus direitos polticos at eventual expulso. b) suspenso dos seus direitos polticos. c) cassao dos seus direitos polticos. d) impossibilidade de ser votado, sem prejuzo do direito de votar. e) perda dos seus direitos polticos.

COMENTRIOS: Como comentamos poucas linhas acima, pela doutrina majoritria, aquele que tiver cancelada de sua naturalizao por sentena transitada em julgado ter seus direitos polticos perdidos.Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES A despeito do art. 15, I, da CF-88 no especificar quais so as hipteses de perda e de suspenso dos direitos polticos, a nica hiptese aceita como de perda dos direitos polticos para o caso de cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado. Art. 15. VEDADA A CASSAO de direitos polticos, cuja PERDA ou SUSPENSO s se dar nos casos de: I - cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado; Pela doutrina: Hiptese de PERDA dos Direitos Polticos: CANCELAMENTO DA NATURALIZAO POR SENTENA TRANSITA EM JULGADO. Hipteses de SUSPENSO dos Direitos Polticos: 1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 2. CONDENAO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAO ALTERNATIVA; 4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Repisando a dica: O cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado a nica hiptese de Perda dos direitos polticos, pois somente com nova naturalizao (renaturalizao) que ser possvel readquirir os direitos polticos. As outras hipteses so de mera suspenso dos direitos polticos enquanto subsistirem as situaes previstas na Constituio, em tese, de carter transitrio (incapacidade civil, cumprimento de pena criminal, cumprimento de obrigao a todos imposta, improbidade administrativa). Assim, o item correto o e.

RESPOSTA CERTA: LETRA E

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES QUESTO 39: TJ RR - Juiz Substituto [FCC] - 28/03/2008. A recusa de cumprimento de obrigao a todos imposta ou prestao alternativa, acarreta a) somente a imposio de pena pecuniria. b) a cassao dos direitos polticos. c) a perda dos direitos polticos. d) a suspenso dos direitos polticos. e) somente a aplicao de pena privativa de liberdade.

COMENTRIOS: Seguindo o quanto comentado na questo anterior, identificamos que a recusa de cumprimento de obrigao a todos imposta ou prestao alternativa caso de suspenso dos direitos polticos, estando certo o item d.

RESPOSTA CERTA: LETRA D

QUESTO 40: [INDITA - Ricardo]. So hipteses de suspenso dos direitos polticos: I - condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem os efeitos da condenao. II - superveniente incapacidade civil relativa. III - perda da nacionalidade brasileira em razo da aquisio de outra. IV - cancelamento de naturalizao por sentena recorrvel. V condenao por improbidade administrativa. Est correto APENAS o que se afirma em: a) I e II. b) II e IV. c) I, II e V. d) II e IV.Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES e) I e V.

COMENTRIOS: A questo pediu as hipteses de suspenso dos direitos polticos. Pelo resumo disposto acima, so as seguintes: Hipteses de SUSPENSO dos Direitos Polticos: 1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 2. CONDENAO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAO ALTERNATIVA; 4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Item I, condenao criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos, est correto. Item II, superveniente incapacidade civil relativa, est errada. Por que mesmo? Porque, apenas a incapacitao civil absoluta que leva o cidado a terem suspensos os seus direitos polticos. Cuidado com esse peguinha! Item III, - perda da nacionalidade brasileira em razo da aquisio de outra, a CF-88 no menciona tal fato como suscetvel nem de suspenso e nem de perda dos direitos polticos. Como visto, a cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado que a nica hiptese de Perda dos direitos polticos. Desse modo, o item III est errado. Item IV, cancelamento de naturalizao por sentena recorrvel, est errada porque? O cancelamento da naturalizao tem que ser por sentena transitada em julgado e no apenas sentena passvel de recurso. Item V, condenao por improbidade administrativa, est corretssimo. A prtica de ato de improbidade administrativa pode levar suspenso dos direitos polticos de 3 a 10 anos, segundo a Lei n 8.429/93.

RESPOSTA CERTA: LETRA E

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES QUESTO 41: Senado Federal Advogado [FGV]. Determinado aspirante a vereador, com condenao criminal transitada em julgado, porm com pedido de reviso criminal em curso, : a) elegvel, ante a pendncia da deciso na reviso criminal que visa nulidade do julgamento. b) inelegvel, pois h sentena condenatria que transitou em julgado. c) inalistvel, visto que teve seus direitos polticos cassados com a condenao criminal. d) alistvel e elegvel, at que a reviso criminal transite em julgado. e) inalistvel, porm elegvel em funo da propositura da reviso criminal.

COMENTRIOS: Repisando a questo 32, que trata especialmente deste atual assunto, observo que o cidado aspirante a vereador, por ter sobre si condenao criminal transitada em julgado, tem seus direitos polticos suspensos at o total cumprimento da sano penal. Com isso, no preenche as condies de elegibilidade constitucionais, tornando-se inelegvel. Apesar de ter sido interposta Reviso Criminal, est no tem o condo de alterar o trnsito em julgado da sentena penal. Por isso, os direitos polticos remanescem suspensos enquanto durar os efeitos da sentena condenatria, o que o torna inelegvel. Assim, o item correto b. Art. 15. VEDADA A CASSAO de direitos polticos, cuja PERDA ou SUSPENSO s se dar nos casos de: III - condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

RESPOSTA CERTA: LETRA B

QUESTO 42: [INDITA - Ricardo]. Assinale a nica alternativa CORRETA:Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES a) A legislao eleitoral estabelece regras para cassao, perda e suspenso dos direitos polticos, e, em qualquer dos casos, impe ao cidado punido a condio de inelegibilidade. b) a incapacidade civil absoluta no justifica a cassao de direitos polticos. c) a CF prev casos de suspenso, mas no de perda definitiva de direitos polticos, pois a privao terminante desses direitos configuraria ofensa ao princpio da dignidade da pessoa humana. d) o cidado que tiver cancelada sua naturalizao por sentena com trnsito em julgado sofrer a perda dos seus direitos polticos.

COMENTRIOS: A CF-88 no previu regras para cassao dos direitos polticos, mas, apenas para perda e suspenso. Os Direitos Polticos NUNCA podero ser CASSADOS! Os SUSPENSOS! Direitos Polticos somente podero ser PERDIDOS ou

Tomem cuidado! Pois na hora da prova nem nos damos conta do termo cassao. Assim, o item a est errado. Quanto ao item b, de fato a incapacidade civil absoluta no justia a cassao dos direitos polticos, pois esta no pode ocorrer, conforme j delineamos. Item b errado. O Item c est tambm errado ao no albergar a hiptese de perda dos direitos polticos. A nica hiptese de perda (cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado) no fere o princpio da dignidade da pessoa humana porque a pessoa deixa de ser cidado brasileiro, no tendo, em tese, relao com o Estado brasileiro. Esta explicao acaba por responder como certo o item d.

RESPOSTA CERTA: LETRA D

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2.2.4. SANES AO INADIMPLENTE NA JUSTIA ELEITORAL (arts. 7-11).Vamos estudar agora os arts. 7 a 11 do Cdigo Eleitoral. O Cdigo Eleitoral e o regramento constitucional eleitoral, como vimos, impem a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Aquele que se subtrai ao cumprimento desses deveres se sujeita s conseqncias previstas na legislao eleitoral. A partir do art. 7 at o 11, a Lei Eleitoral estabelece as sanes ao inadimplente eleitoral e a possibilidade de justificao pelo nocomparecimento eleio. Vejamos o art. 7, caput: Art. 7 O eleitor que deixar de votar e no se justificar perante o juiz eleitoral at 30 (trinta) dias aps a realizao da eleio, incorrer na multa de 3 (trs) a 10 (dez) por cento sobre o salrio-mnimo da regio, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. (Redao dada pela Lei n 4.961, de 4.5.1966) A sano de multa pela inadimplncia eleitoral somente ocorrer se conjugados 2 fatores ao mesmo tempo: 1. deixar de votar no comparecer no dia da eleio para votar; 2. no se justificar no prazo de 30 dias aps a eleio. DEIXAR DE VOTAR + NO SE JUSTIFICAR (at 30 dias) A multa tem uma variao de 3-10% (trs a dez por cento) do salrio-mnimo! Ateno! No 3-10 salrios-mnimos! um percentual do salriomnimo > 3-10% do salrio-mnimo!1O TSE j exarou entendimento no sentido que na parte referente ao salrio-mnimo, os dispositivos do Cdigo Eleitoral no teriam sido recepcionados pela CF-88. Com isso, a multa no poderia ser indexada pelo salrio-mnimo1

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES A multa imposta pelo Juiz Eleitoral e no por servidor do TRE. Voc quando for servidor, cumprir formalmente a deciso do Juiz. Convenhamos, na prtica, essa multa ser aplicada por vocs mesmos! Rsrs. Gente, essa mesma multa tambm prevista para o caso de no alistamento do eleitor, de acordo com o art. 8 do Cdigo Eleitoral: Art. 8 O brasileiro nato que no se alistar at os 19 anos ou o naturalizado que no se alistar at 1 (um) ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira, incorrer na multa de 3 (trs) a 10 (dez) por cento sobre o valor do salrio-mnimo da regio, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrio eleitoral atravs de selo federal inutilizado no prprio requerimento. (Redao dada pela Lei n 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei n 6.018, de 2.1.1974) Pargrafo nico. No se aplicar a pena ao no alistado que requerer sua inscrio eleitoral at o centsimo primeiro dia anterior eleio subseqente data em que completar dezenove anos. (Includo pela Lei n 9.041, de 9.5.1995) Incorrero em multa as pessoas que se adequarem seguinte situao: 1. Brasileiro nato - no se alistar at os 19 anos; 2. Brasileiro naturalizado no se alistar at 1 ano depois de adquirida a nacionalidade. Observe que a inteno da lei no permitir que indivduos fiquem mais de 1 ano sem alistar-se como eleitores a contar da data limite para a qual poderiam faz-lo. Isto , a lei coage ao brasileiro nato caso no o faa em at 1 ano aps completar comea a obrigatoriedade de alistamento). Da naturalizado, tambm obrigado a alistar-se naturalizao. a alistar-se impondo multa 18 anos de idade (quando mesma forma o brasileiro com 1 ano aps a sua

Todavia, incentivando o legislador a que todos efetivamente(Consulta n 14.301). De todo modo, devemos ter em mente que os dispositivos ainda no foram declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal e no foram revogados por Lei Complementar superveniente.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES participem das eleies, foi previsto no pargrafo nico do art. 8 uma exceo hiptese de aplicao desta multa eleitoral ao brasileiro nato: Facultou-se a possibilidade do brasileiro nato inscrever-se perante a Justia Eleitoral at o 101 anterior eleio subseqente data em que completar 19 anos. Exemplo: uma pessoa que completou 18 anos em 15 de dezembro de 2008 tem que se alistar at 15 de dezembro de 2009 para que no receba a multa prevista no caput do art. 8. No entanto, como em 2010 ocorrero novas eleies, caso ele inscreva-se at o 101 dia antes das eleies de 2010, ficar isento da multa eleitoral por inadimplncia. Essa uma benesse legislativa estimuladora de inscries no ano das eleies. Observao: adianto que os brasileiros natos e os naturalizados maiores de 18 anos que no se alistarem como eleitores, alm da multa prevista no art. 8 do Cdigo, sofrero tambm as limitaes previstas no art. 7, 1, que estudaremos a seguir. Art. 7 2 Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5 e 6, n 1, sem prova de estarem alistados no podero praticar os atos relacionados no pargrafo anterior.

Por outro lado, acredito que sanes maiores so as previstas no 1 do art. 7, pois estas restringem em demasia os direitos daquele eleitor faltoso e negligente com suas obrigaes eleitorais. Vamos detalhar melhor: Art. 7 1 Sem a prova de que votou na ltima eleio, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, no poder o eleitor: I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou funo pblica, investir-se ou empossar-se neles;Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES II - receber vencimentos, remunerao, salrio ou proventos de funo ou emprego pblico, autrquico ou para estatal, bem como fundaes governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exeram servio pblico delegado, correspondentes ao segundo ms subsequente ao da eleio; III - participar de concorrncia pblica ou administrativa da Unio, dos Estados, dos Territrios, do Distrito Federal ou dos Municpios, ou das respectivas autarquias; IV - obter emprstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econmicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdncia social, bem como em qualquer estabelecimento de crdito mantido pelo governo, ou de cuja administrao este participe, e com essas entidades celebrar contratos; V - obter passaporte ou carteira de identidade; VI - renovar matrcula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitao do servio militar ou imposto de renda. A despeito da obrigatoriedade do voto prevista na CF-88, este dispositivo da poca da Ditadura Militar acaba por ferir a liberdade do cidado, ao restringir de forma injustificada direitos pessoais. Igualmente, no vamos aqui discutir a eficcia social da norma e sua aplicabilidade pela Justia Eleitoral. O que precisamos saber o que se encontra na Lei, e ela elenca essas diversas limitaes em caso de inadimplncia eleitoral. Para que o eleitor receba todas essas restries, segundo a Lei Eleitoral, preciso que ele no consiga provar pelo menos 1 das 3 situaes: 1. que votou na ltima eleio; 2. que pagou a multa eleitoral; 3. que se justificou devidamente.Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Caso ele consiga provar pelo menos 1 dessas hipteses (que justificou, ou que pagou a multa ou, melhor ainda, que votou na ltima eleio), nenhuma dessas limitaes podero ser-lhe impostas. Para melhor fixao, resumirei as restries do art. 7, 1: 1. inscrever-se em concurso ou prova, investir-se ou empossar-se neles; Percebam que o cidado no poder INSCREVER-SE EM CONCURSO! Pode um negcio desse? Rsrs. Pior ainda, no poder INVESTIR-SE e ser EMPOSSADO. No tomar posse enquanto no comprovar a sua regularidade perante a Justia Eleitoral! 2. receber vencimentos, remunerao, salrio ou proventos PBLICOS correspondentes ao segundo ms subsequente ao da eleio; Em tese, segundo a lei, o servidor ou empregado pblico no receber a remunerao referente ao 2 ms aps a sua eleio! 3. participar de concorrncia pblica ou administrativa DOS ENTES FEDERADOS; Em suma, no poder participar de procedimentos licitatrios e de processos seletivos promovidos por qualquer dos entes da federao (Unio, Estados, DF e Municpios). 4. obter emprstimos EM ESTABELECIMENTOS PBLICOS (Empresas Pblicas, Instituies Financeiras Pblicas, Autarquias, etc); 5. obter passaporte ou carteira de identidade; 6. renovar matrcula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; 7. praticar qualquer ato para o qual se exija quitao do servio militar ou imposto de renda. Obs: assinalei os mais revelantes.

que

Ateno que, conforme adiantado, o 2 do art. 7 inclui entre os recebero referidas limitaes aqueles brasileiros natos ou www.pontodosconcursos.com.br 16

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES naturalizados que no se alistarem como eleitores, que mantiverem a condio de NO ALISTADOS. Art. 7 2 Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5 e 6, n 1, sem prova de estarem alistados no podero praticar os atos relacionados no pargrafo anterior. Assim, alm daqueles eleitores que no provaram que votaram na ltima eleio, que pagaram a multa ou que justificaram, o cidado maior de 18 anos que no se alistar como eleitor tambm no poder realizar qualquer ato previsto no 1 do art. 7 enquanto mantiver esta condio. De forma redundante, referido dispositivo previu que os inalistveis no sofrero tais limitaes, ao excetuar os dispostos no art. 5 e 6, I. Se a pessoa no pode alistar-se, tambm no poder receber sanes decorrentes do no alistamento, no verdade? Concluindo, at que o maior de 18 anos alistvel, ainda no alistado, venha a alistar-se, ficar com esta Espada de Dmocles na cabea! Rsrs. Isto , sofrer todas as limitaes previstas no art. 7, 1.

Cancelamento da Inscrio pelo inadimplemento. Segundo o 3 do art. 7, o eleitor ter sua inscrio cancelada caso no vote por 3 eleies seguidas, ou no pague a multa ou no justifique o voto no prazo de 6 meses a contar da ltima eleio (3 eleio consecutiva) a que deveria ter comparecido. Art. 7 3 Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrnico de dados, ser CANCELADA A INSCRIO do eleitor que no votar em 3 (trs) eleies consecutivas, no pagar a multa ou no se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da ltima eleio a que deveria ter comparecido. Condies legais para o CANCELAMENTO DA INSCRIO por inadimplemento eleitoral:

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES 1. NO VOTAR POR 3 ELEIES CONSECUTIVAS; ou 2. NO PAGAR A MULTA (multa do caput do art. 7); ou 3. NO SE JUSTIFICAR NO PRAZO DE 6 MESES DA 3 ELEIO CONSECUTIVA. Vimos que, segundo o caput do art. 7, se o eleitor deixar de votar e no se justificar em 1 nica eleio, incorrer apenas na pena de multa eleitoral. A sano de simples multa pela inadimplncia eleitoral somente ocorrer se conjugados 2 fatores ao mesmo tempo: DEIXAR DE VOTAR (1 eleio) + NO SE JUSTIFICAR (em 30 dias) J a sano de cancelamento da inscrio, somente ocorrer se o eleitor no votar em 3 eleies. Frise-se que so 3 eleies consecutivas! Isto , o eleitor no ter sua inscrio eleitoral cancelada na seguinte situao: no ter votado em 2 eleies seguidas, na 3 tiver comparecido e na 4 eleio no tiver votado, pois, nesse caso, no foi preenchido o requisito legal de 3 eleies consecutivas para o cancelamento. Ademais, o eleitor tem um PRAZO DE 6 MESES JUSTIFICAO aps a 3 eleio consecutiva sem o comparecimento. para

Na esteira do contido no art. 80, 6, da Resoluo TSE n 21.538/2003, o cancelamento somente poder se dar aps ausncia de justificao do eleitor e do no pagamento da multa. Art. 80 6 Ser cancelada a inscrio do eleitor que se abstiver de votar em trs eleies consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando excludos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa constitucional, no estejam obrigados ao exerccio do voto e cuja idade no ultrapasse 80 anos. Com isso, o simples no comparecimento em 3 eleies consecutivas no motivo, por si s, para automaticamente a inscrio ser cancelada. preciso que se conjugue tambm o no pagamento da multa e a no justificao no prazo de 6 meses da 3 eleio consecutiva (prazo do art. 7, 3 do Cdigo Eleitoral).Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Por oportuno, consigno que o art. 80 da Resoluo TSE n 21.538/2003, objeto da Aula 7, prev que o prazo para justificao na hiptese de absteno s urnas por 3 vezes consecutivas de 60 dias, contrariamente ao que prev o art. 7, 3, do Cdigo Eleitoral (6 meses). No entanto, temos que ter ateno se a prova est ou no exigindo conhecimento do Cdigo Eleitoral ou de referida Resoluo. Caso o Edital no exija o conhecimento de mencionado regulamento, ento prevalecer, sem dvidas, o pedido no Cdigo. Estudaremos mais frente, na parte sobre Cancelamento e Excluso (art. 71-80), que o art. 71 do Cdigo prev que 1 das hipteses de cancelamento da inscrio eleitoral o fato de deixar de votar em 3 (trs) eleies consecutivas. Art. 71. So causas de cancelamento: V - deixar de votar em 3 (trs) eleies consecutivas.

Sanes aos Agentes Pblicos. A regra constante do art. 9 do Cdigo Eleitoral direcionada aos servidores da Justia Eleitoral e da Administrao Pblica de todos os Entes da Federao que no cumprirem o disposto nos art. 7 e 8. Ou seja, caso os servidores dos TREs (vocs) no efetivem as multas eleitorais previstas no Cdigo e no cancelem as inscries na forma do 7 ou, os agentes pblicos responsveis pelo cumprimento das limitaes previstas no 1 do art. 7, no levem a cabo tais determinaes, incorrero em multa de 1-3 salriosmnimos ou suspenso disciplinar de at 30 dias! Algumas vozes apontam tambm para aplicabilidade aos Juzes Eleitorais de tais sanes do art. 9. No entanto, importa apenas sabermos de tal previso de multa e suspenso disciplinar. Art. 9 Os responsveis pela inobservncia do disposto nos arts. 7 e 8 (servidores dos TREs e agentes pblicos responsveis) incorrero na multa de 1 (um) a 3 (trs) salrios-mnimos vigentes na zona eleitoral ou de suspenso disciplinar at 30 (trinta) dias.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Justificao pelo no comparecimento. Os eleitores ausentes na votao das eleies, mas que devidamente justificaram, como tambm os inalistveis, tm direito a uma certido da Justia Eleitoral que valer como prova da justificao para os efeitos legais. Assim preleciona o art. 10: Art. 10. O juiz eleitoral fornecer aos que no votarem por motivo justificado e aos no alistados nos termos dos artigos 5 e 6, n 1, documento que os isente das sanes legais. Segundo o art. 10, quem tm direito ao documento isentivo das sanes legais? Eleitores que justificaram; Os inalistveis.

O art. 11 apenas prev a possibilidade do eleitor pagar multa eleitoral na Zona Eleitoral que estiver residindo, quando esta for diversa da que estiver inscrito. Os seus pargrafos merecem apenas uma leitura rpida. Art. 11. O eleitor que no votar e no pagar a multa, se se encontrar fora de sua zona e necessitar documento de quitao com a Justia Eleitoral, poder efetuar o pagamento perante o Juzo da zona em que estiver. 1 A multa ser cobrada no mximo previsto, salvo se o eleitor quiser aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite informaes sobre o arbitramento ao Juzo da inscrio. . 2 Em qualquer das hipteses, efetuado o pagamento travs de selos federais inutilizados no prprio requerimento, o juiz que recolheu a multa comunicar o fato ao da zona de inscrio e fornecer ao requerente comprovante do pagamento.

EXERCCIOS:

QUESTO 43: [FCC] - TRE - AM - Tc. Administrativa [FCC] Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES 31/01/2010. A respeito da obrigatoriedade do voto, correto afirmar que a) o voto facultativo para os maiores de 60 anos. b) o eleitor que deixar de votar em trs eleies consecutivas ter sua inscrio cancelada. c) para o eleitor que se encontrar no exterior, o prazo para justificao de 30 dias contados da data da eleio. d) os menores de 18 anos que deixarem de votar estaro sujeitos multa. e) os estrangeiros no naturalizados brasileiros votaro em separado.

COMENTRIOS: Segundo o art. 14, 1, a CF-88, o voto somente facultativo para os maiores de 70 anos, maiores de 16 e menos de 18 anos e para os analfabetos. Logo, o item a est errado. O item b - o eleitor que deixar de votar em trs eleies consecutivas ter sua inscrio cancelada est correto porque, segundo a literalidade do Cdigo Eleitoral, realmente a absteno por 3 eleies consecutivas causa de cancelamento da inscrio, conforme profetizam os arts. 7, 3, 71, V, do Cdigo Eleitoral: Art. 7 3 Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrnico de dados, ser CANCELADA A INSCRIO do eleitor que no votar em 3 (trs) eleies consecutivas, no pagar a multa ou no se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da ltima eleio a que deveria ter comparecido. Art. 71. So causas de cancelamento: V - deixar de votar em 3 (trs) eleies consecutivas. Ressalto, contudo, que o art. 80, 6, da Resoluo TSE n 21.538/2003, determina que o cancelamento somente poder se dar aps ausncia de justificao do eleitor e do no pagamento da multa. Art. 80Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES 6 Ser cancelada a inscrio do eleitor que se abstiver de votar em trs eleies consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando excludos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa constitucional, no estejam obrigados ao exerccio do voto e cuja idade no ultrapasse 80 anos. Assim, em termos prticos e doutrinrios, o simples no comparecimento em 3 eleies consecutivas no motivo, por si s, para automaticamente a inscrio ser cancelada. preciso que se conjugue tambm o no pagamento da multa e a no justificao no prazo de 6 meses da 3 eleio consecutiva (prazo do art. 7, 3 do Cdigo Eleitoral). NO ENTANTO, trata-se de questo da FCC, que exige o que mesmo dos candidatos? A literalidade do texto normativo! Assim, segundo o art. 7, 3, do Cdigo, o fato de no votar por 3 eleies consecutivas fato que gera o cancelamento da inscrio. Deste modo, o item b est CORRETO. O restante dos itens exige conhecimento da Resoluo n 21. 538/2003, a ser oportunamente estudada.

RESPOSTA CERTA: LETRA B

QUESTO 44: TRE-PE - Analista Judicirio Administrativa [FCC] 25/01/2004. Sem provar que votou na ltima eleio, pagou a respectiva multa ou que se justificou devidamente, dentre outras sanes, NO poder o eleitor a) obter passaporte. b) abrir conta em qualquer estabelecimento bancrio. c) abrir credirio em lojas comerciais. d) receber salrios de empresas privadas. e) ser empossado em cargo de empresa privada.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Veja que quem no votou na ltima eleio, pagou a respectiva multa ou no se justificou, incide nas sanes previstas no art. 7, 1, do Cdigo Eleitoral. No podero, entre outros, obter passaporte (inciso V). Revisando: para que o eleitor receba todas essas restries, segundo a Lei Eleitoral, preciso que ele no consiga provar pelo menos 1 das 3 situaes: 1. que votou na ltima eleio; 2. que pagou a multa eleitoral; 3. que se justificou devidamente.

Art. 7 1 Sem a prova de que votou na ltima eleio, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, no poder o eleitor: I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou funo pblica, investir-se ou empossar-se neles; II - receber vencimentos, remunerao, salrio ou proventos de funo ou emprego pblico, autrquico ou para estatal, bem como fundaes governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exeram servio pblico delegado, correspondentes ao segundo ms subsequente ao da eleio; III - participar de concorrncia pblica ou administrativa da Unio, dos Estados, dos Territrios, do Distrito Federal ou dos Municpios, ou das respectivas autarquias; IV - obter emprstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econmicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdncia social, bem como em qualquer estabelecimento de crdito mantido pelo governo, ou de cuja administrao este participe, e com essas entidades celebrar contratos; V - obter passaporte ou carteira de identidade;Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES VI - renovar matrcula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitao do servio militar ou imposto de renda. Por fim, lembrar que os brasileiros natos ou naturalizados maiores de 18 anos que mantiverem a condio de NO ALISTADOS, incorrero nas mesmas sanes do art. 7, 1. O eleitor no est impedido de abrir conta em estabelecimento bancrio, nem de abrir credirio em lojas comerciais privadas. Conforme o inciso IV do 1 do art. 7, o eleitor no poder adquirir emprstimo em instituies pblicas. Por isso, esto errados os itens b e c. Quanto ao item d, de acordo com o inciso II do mesmo dispositivo, o eleitor no poder apenas receber vencimentos da Administrao Pblica, como servidor ou empregado pblico. No existe a restrio aos salrios de empresas privadas, por isso o item tambm errado. Finalmente, o item e est errado ao prev que posse em cargo privado fosse outra limitao imposta ao eleitor. To somente posse e/ou investidura em cargo, emprego ou funo pblica que vedado ao eleitor sancionado.

RESPOSTA CERTA: LETRA A

QUESTO 45: TRE-SC - Analista Judicirio Judiciria [FAPEU] 19/06/2005. O alistamento e o voto so obrigatrios para os brasileiros de um e outro sexo. Assim, assinale a alternativa CORRETA. a)Esto dispensados de votar os enfermos, os que se encontrem fora de seu domiclio e os funcionrios civis e militares em servio que os impossibilite de votar. b)Sem a prova de que votou na ltima eleio, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, no poder o eleitor obter passaporte e tampouco empreender viagem ao exterior. c)Esto dispensados de votar os invlidos, os maiores de 65 (sessenta e cinco)Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES anos e os que se encontrem no exterior. d)O brasileiro que deixou de ser analfabeto e no se alistou at um ano depois da escolarizao, incorrer na multa de trs a dez por cento sobre o valor do salrio, com a devida atualizao legal.

COMENTRIOS: Segundo o art. 6, I e II, do Cdigo Eleitoral, esto dispensados do alistamento e do voto: I - quanto ao alistamento: a) os invlidos; b) os maiores de setenta anos; c) os que se encontrem fora do pas. II - quanto ao voto: a) os enfermos; b) os que se encontrem fora do seu domiclio; c) os funcionrios civis e os militares, em servio que os impossibilite de votar. Assim, o item a est correto e o item c est errado. Quanto ao item b, consoante questo anterior, est errada apenas a ltima parte, ao limitar o eleitor de empreender viagem ao exterior. Quanto ao item d, o analfabeto, mesmo que no se aliste aps a sua escolarizao, no pagar a multa eleitoral prevista no art. 8 do Cdigo, conforme art. 16 da Resoluo n 21.538/2003: Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto facultativo (Constituio Federal, art. 14, 1,II, a). Pargrafo nico. Se o analfabeto deixar de slo, dever requerer sua inscrio eleitoral, no ficando sujeito multa prevista no art. 15 (Cdigo Eleitoral, art. 8). RESPOSTA CERTA: LETRA A

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2.2.5 ORGANIZAO DA JUSTIA ELEITORAL (Arts. 12-41) 2.2.5.1. Consideraes Iniciais.A organizao da Justia Eleitoral (JE) foi primeiramente regulamentada pelo prprio Cdigo Eleitoral nos seus arts. 12 a 41. Com efeito, a Constituio Federal de 1988, por ser uma constituio analtica, trouxe expressamente em seu texto tambm a estruturao e organizao do Poder Judicirio Eleitoral. A Justia Eleitoral uma das Justias Especializadas da Unio, como tambm o a Justia Militar e a Justia do Trabalho (todas previstas na CF-88). uma Justia atpica, pois exerce atividade jurisdicional eleitoral (julga conflitos na seara eleitoral, crimes eleitorais, declarao de inelegibilidade, entre outros) e, de outro lado, atividade tipicamente administrativa, ao organizar todo o processo eleitoral das eleies (voto, apurao, diplomao dos eleitos, alistamento eleitoral, etc). A Justia Eleitoral no possui Juzes Eleitorais de Carreira e de Ministrio Pblico prprio, todos so emprestados da Justia Federal e da Justia Estadual e do Ministrio Pblico Federal e Estadual. J os servios administrativos da Justia Eleitoral so organizados quase que com exclusividade pela Unio, remanescendo ainda, em alguns TREs, a utilizao de estruturas e de servidores estaduais e municipais. Vocs, futuros servidores de TRE, sero servidores da Unio, com todas as prerrogativas asseguradas em lei!

2.2.5.2. ORGOS DA JUSTIA ELEITORALMas, afinal, como organizada a Justia Eleitoral? quais so os rgos da Justia Eleitoral? A organizao da JE hoje definida nos 2 diplomas em estudo: Cdigo Eleitoral (arts. 11-41) e na CF-88 (arts. 118-121). Por isso,Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES faremos um estudo conjugado dos dois regramentos. So rgos da Justia Eleitoral: 1. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL; 2. TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs); 3. JUZES ELEITORAIS; 4. JUNTAS ELEITORAIS. As peculiaridades apresentadas pelo Cdigo Eleitoral de que o TSE tem sede na Capital da Repblica e jurisdio em todo o pas, e de que cada Estado e o DF tero um Tribunal Regional Eleitoral. Em tese, quanto aos territrios, faz a ressalva da possibilidade do TSE propor a criao na sua capital. Ateno! Parece patente, mas vale asseverar: o Ministrio Pblico Eleitoral no faz parte da Organizao da Justia Eleitoral! No est nos rols elencados abaixo. Fao essa ressalva, pois pode o aluno embaralhar os conceitos ao achar que o MP Eleitoral faz parte da Justia Eleitoral. MP rgo independente (quase um 4 Poder). Cdigo Eleitoral Art. 12. So rgos da Justia Eleitoral: I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da Repblica e jurisdio em todo o Pas; II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na Capital de Territrio; III - juntas eleitorais; IV - juizes eleitorais. CF-88 Art. 118. So rgos da Justia Eleitoral: I - o Tribunal Superior Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais;Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES III - os Juzes Eleitorais; IV - as Juntas Eleitorais.

Nmero de Juzes nos TREs. Segundo o Cdigo Eleitoral, o nmero de Juzes de cada TRE (leiase aqui Juzes que atuam na prpria Corte Estadual Eleitoral e no os Juzes Eleitorais que atuam nas comarcas estaduais) no poder ser reduzido, mas poder ser elevado a 9 (nove) Juzes por proposta e aprovao do TSE. Assim, os TREs podero ser compostos de at 9 Juzes, na forma que ser vista frente. Lembro que o nmero existente nunca poder ser diminudo. Se forem apenas 7 Juzes, no poder ser reduzido para 6 Juzes. Isto o que diz o art 13 da Lei Eleitoral: Art. 13. O nmero de juizes dos Tribunais Regionais no ser reduzido, mas poder ser elevado at nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida. Nmero de Juzes nos TREs e no TSE: TREs TSE at 9 Juzes at 7 Juzes

Periodicidade das Funes dos Juzes Eleitorais. Os Juzes que exercem a funo eleitoral serviro obrigatoriamente por 2 anos, sendo que esto vedados de cumprirem mais de 4 anos consecutivos (2 binios consecutivos), salvo excees justificadas perante o TRE de que faz parte. Cdigo Eleitoral Art. 14. Os juizes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, serviro obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois binios consecutivos.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES CF-88 Art. 121 2 - Os juzes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, serviro por dois anos, no mnimo, e nunca por mais de dois binios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasio e pelo mesmo processo, em nmero igual para cada categoria. A CF-88 apenas faz 1 uma ressalva ao previsto no Cdigo, ao prelecionar que os Juzes serviro por 2 anos, no mnimo, na funo eleitoral, e acrescenta, determinando que a escolha de substitutos dos Juzes seja realizada na mesma ocasio e pelo mesmo processo. Esta limitao para at 2 binios consecutivos decorre do princpio da periodicidade das funes eleitorais, que procura garantir a lisura no trato das questes eleitorais mediante a alternncia de Juzes Eleitorais nas respectivas comarcas e funes. A contagem de cada binio dever ser ininterrupta, isto , no ser suspensa por qualquer motivo. Ressalva-se a hiptese do Juiz afastar-se em decorrncia do impedimento previsto no 3 do art. 14, decorrente de parentesco do Juiz Eleitoral com candidato a cargo eletivo na circunscrio. A Lei Eleitoral tambm preleciona que, na reconduo para novo binio, as formalidades legais de escolha e investidura de Juzes devero ser as mesmas utilizadas para na primeira. Art. 14 1 Os binios sero contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento nem mesmo o decorrente de licena, frias, ou licena especial, salvo no caso do 3. 4 No caso de reconduo para o segundo binio observarse-o as mesmas formalidades indispensveis primeira investidura. Destaco que os Juzes de Direito que exercem a funo eleitoral afastados por motivos de frias e licena das funes principais que exercem na Justia Comum, que tambm sero afastados automaticamente de suas funes perante a Justia Eleitoral. O Cdigo faz uma exceo: quando estiver em perodo de frias coletivas e coincidir com o perodo eleitoralProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES (realizao de eleio, apurao ou encarremento de alistamento), o Juiz dever permanecer com suas funes eleitorais. Art. 14 2 Os juizes afastados por motivo de licena frias e licena especial, de suas funes na Justia comum, ficaro automaticamente afastados da Justia Eleitoral pelo tempo correspondente exceto quando com perodos de frias coletivas, coincidir a realizao de eleio, apurao ou encerramento de alistamento. Como relatado, quando houver algum parente do Juiz Eleitoral ou Desembargador Eleitoral candidato eleio em cargo na circunscrio em que este exerce suas funes eleitorais, dever este Juz ou Desembargador afastar-se. O cdigo delineia os parentes do Juiz candidatos que geram o impedimento (cnjuge, parente consangneo ou afim, at o 2 grau). Para decorar, basta lembrar que so os mesmo parentes inelegveis reflexamente (visto em inelegibilidades). O afastamento do Juiz Eleitoral dever dar-se, pelo menos, desde a homologao da conveno partidria at a apurao final da eleio. Art. 14 3 Da homologao da respectiva conveno partidria at a apurao final da eleio, no podero servir como juizes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cnjuge, parente consangneo legtimo ou ilegtimo, ou afim, at o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrio.

Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais sero escolhidos, na mesma ocasio e pelo mesmo processo, em nmero igual para cada categoria.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)

Composio do TSE. Com a nova regulao pela CF-88 da composio do Tribunal Superior Eleitoral, foram derrogados tacitamente os art. 16 e 17 do Cdigo Eleitoral. A composio mnima do TSE so 7 Ministros. A sua atual composio pode ser assim resumida, conforma CF-88, art. 119: QUANTIDADE DE MEMBROS 3 MINISTROS ORIGEM SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA (STJ) FORMA DE COMPOSIO ELEIO

2 MINISTROS

ELEIO NOMEAO pelo Presidente da Rep. (entre 6 Advogados).

2 MINISTROS

ADVOGADOS

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-, no mnimo, de sete membros, escolhidos:Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES I - mediante eleio, pelo voto secreto: a) trs juzes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois juzes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justia; II - por nomeao do Presidente da Repblica, dois juzes dentre seis advogados de notvel saber jurdico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Os Advogados fazem parte de uma lista de 6 nomes, organizada pelo Supremo Tribunal Federal. O notvel saber jurdico e a idoneidade moral so os requisitos necessrios para a nomeao dos advogados para o TSE. Esta nomeao de Advogados, segundo o Cdigo Eleitoral, no poder recair: 1. em cidado que ocupe cargo pblico de que seja demissvel ad nutum (a qualquer tempos, sob discricionariedade), ou 2. que seja diretor, proprietrio ou scio de empresa beneficiada com subveno, privilgio, iseno ou favor em virtude de contrato com aa administrao pblica, ou que exera qualquer mandato de carter poltico (federal, estadual ou municipal): Art. 16 2 A nomeao que trata o inciso II deste artigo no poder recair em cidado que ocupe cargo pblico de que seja demissvel ad nutum; que seja diretor, proprietrio ou scio de empresa beneficiada com subveno, privilgio, iseno ou favor em virtude de contrato com a administrao pblica; ou que exera mandato de carter poltico, federal, estadual ou municipal. ( 4 renumerado pelo Decreto-lei n 441, de 29.1.1969 e alterado pela Lei n 7.191, de 4.6.1984)

Nmero de Juzes nos TREs e no TSE:Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES TREs TSE at 7 Juzes Pelo menos 7 Juzes

Observem que o art. 119 da CF-88 prev que a constituio do TSE de, no mnimo, de 7 Juzes. Veremos mais frente que a CF-88 no fala em composio mnima para os TREs.

A despeito da desatualizao e de eventual derrogao tcita operada pela CF-88 sobre os arts. 16 e 17, devemos enfrentar tais dispositivos, pois, a despeito de referido posicionamento, so comumente cobrados pela FCC.

Vedao de parentesco entre Ministros. vedada a existncia de parentesco de at 4 grau entre os Ministros do TSE. Caso venha a ocorrer, ser excludo o ltimo que foi escolhido: Art. 16 1 No podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidados que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, at o 4 (quarto) grau, seja o vnculo legtimo ou ilegtimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por ltimo. ( 3 renumerado pelo Decreto-lei n 441, de 29.1.1969 e alterado pela Lei n 7.191, de 4.6.1984)

Presidncia, Vice-Presidncia e Corregedoria do TSE. O art. 119, pargrafo nico, da CF-88 prev que o Presidente e o Vice-Presidente do TSE devem ser Ministros do STF, enquanto que o Corregedor-Geral do STJ: CF-88 Art. 119 Pargrafo nico. O Tribunal Superior Eleitoral eleger seuProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justia. Cargos no TSE: Presidente e Vice do TSE Corregedor-Geral Eleitoral ORIGEM: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA (STJ)

Na realidade, o Corregedor-Geral apenas 1 dos 2 Juzes oriundos do STJ que compem a corte. Assim, o Ministro do STJ tambm CorregedorGeral Eleitoral, acumula as funes de Corregedoria com as funes ordinrias de Ministro do TSE (propriamente como Magistrado da Corte). Nesse aspecto, no se aplica o caput do art. 17 do Cdigo Eleitoral. Sobre consideraes: o Corregedor-Geral Eleitoral, cabem as seguintes

1. as atribuies do Corregedor sero fixadas por resoluo do TSE; 2. poder se locomover aos Estados por determinao do TSE, a pedido dos TREs, a requerimento de partido ou quando necessrio; 3. os provimentos emanados da Corregedoria-Geral vinculam as Corregedorias Regionais. Art. 17 1 As atribuies do Corregedor Geral sero fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. 2 No desempenho de suas atribuies o Corregedor Geral se locomover para os Estados e Territrios nos seguintes casos: I - por determinao do Tribunal Superior Eleitoral; II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais; III - a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral;Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES IV - sempre que entender necessrio. 3 Os provimentos emanados da Corregedoria Geral vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar imediato e preciso cumprimento.

Procurador-Geral do TSE As funes de Procurador-Geral do TSE sero exercidas pelo Procurador-Geral da Repblica (PGR). Outros membros do Ministrio Pblico da Unio designados pelo PGR para auxili-lo nas funes eleitorais no podero ter assento no Plenrio do TSE. Art. 18. Exercer as funes de Procurador Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da Repblica, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. Pargrafo nico. O Procurador Geral poder designar outros membros do Ministrio Pblico da Unio, com exerccio no Distrito Federal, e sem prejuzo das respectivas funes, para auxili-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde no podero ter assento.

As deliberaes do TSE. As deliberaes do TSE sero realizadas por maioria de votos, em sesso pblica, com presena da maioria de seus membros. Constitui a maioria de seus membros o 1 nmero inteiro acima da metade dos membros. No caso da Corte, que tem 7 Membros, o 1 n inteiro acima da metade 4 Membros. Assim, para a Corte efetivamente deliberar sobre alguma matria eleitoral, devero estar presentes pelo menos 4 dos Ministros (a metade 3,5, e o 1 n inteiro acima da metade 4). Observao: a maioria no metade mais 1! Isso pode levar o estudante a erro! Alguns acabam propugnando tal idia, mas as provas de concursos freqentemente apontam no sentido indicado.Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Com efeito, existem matrias que exigem quorum especialssimo (a totalidade dos membros do TSE presentes). So as seguintes: 1. interpretao Constituio; do Cdigo Eleitoral em face da

2. cassao de registro de partidos polticos; 3. anlise de recursos que importem anulao geral de eleies; 4. anlise de recursos que importem perda de diplomas. Nestes casos excepcionais, caso algum membro do Tribunal falte, ser convocado o substituto, porque a deliberao dever ser com todos os membros presentes na sesso. Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em sesso pblica, com a presena da maioria de seus membros. Pargrafo nico. As decises do Tribunal Superior, assim na interpretao do Cdigo Eleitoral em face da Constituio e cassao de registro de partidos polticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulao geral de eleies ou perda de diplomas, s podero ser tomadas com a presena de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum juiz, ser convocado o substituto ou o respectivo suplente.

Suspeio e impedimento de Membros do TSE. A previso legal de argio de suspeio ou impedimento de algum Ministro da Corte visa impedir eventuais decises parciais em favor ou em desfavor de algum candidato ou partido. O impedimento legal gera a presuno absoluta de parcialidade do Juz (ex: um Juz que seria parte no processo que ele mesmo julgar). J a simples suspeio gera presuno relativa de parcialidade, dependente de prova (ex: amigo ntimo ou inimigo mortal de alguma das partes do processo). As hipteses de suspeio e impedimento esto previstas na Lei Civil e na Lei Penal (especialmente no Cdigo de Processo Civil e no Cdigo deProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Processo Penal), salvo quanto ao motivo de parcialidade partidria, que prevista no art. 20 do Cdigo Eleitoral. Ento, pelo menos a parcialidade partidria um dos motivos previstos diretamente na lei eleitoral para arguio de impedimento e suspeio. Importa saber sobre o assunto o seguinte. Referido dispositivo prev, ademais, que qualquer interessado poder arguir a suspeio e o impedimento, mas no somente dos Juzes Eleitorais! Tambm poder ser impugnada a imparcialidade tambm do Procurador Geral e de funcionrios da Secretaria do Juzo Eleitoral. Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poder argir a suspeio ou impedimento dos seus membros, do Procurador Geral ou de funcionrios de sua Secretaria, nos casos previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidria, mediante o processo previsto em regimento. Pargrafo nico. Ser ilegtima a suspeio quando o excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitao do argido.

Decises do TSE e Recursos. Todas as decises do TSE so irrecorrveis, no cabe qualquer recurso ordinrio das decises do Tribunal, ressalvado somente quando contrariarem a Constituio ou quando forem denegatrias (negarem) de habeas corpus ou mandado de segurana. Ento, somente CABER RECURSOS das decises do TSE caso: 1. contrariarem a Constituio; 2. forem denegatrias de habeas corpus ou mandado de segurana. Esta uma regra prevista diretamente na Constituio: CF-88 Art. 121Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES 3 - So irrecorrveis as decises do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituio e as denegatrias de "habeas-corpus" ou mandado de segurana.

As decises e todos os atos normativos e regulamentares do TSE devem ter cumprimento imediato por parte dos TREs e Juzes eleitorais: Art. 21 Os Tribunais e juizes inferiores devem dar imediato cumprimento s decises, mandados, instrues e outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral.

TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs)Composio dos TREs. Em cada capital de cada Estado da Federao e do Distrito Federal haver um Tribunal Regional Eleitoral. No h Estado que no tenha TRE, logo so muitos concursos disponveis para os concurseiros, no acham? Rsrs. Os TREs so compostos com 7 Membros, escolhidos mediante eleio ou nomeao do Presidente da Repblica, resumida da seguinte forma. Antes, porm, friso que os TREs tm composio fixa pela CF-88, pois o art. 120 da Carta no prev composio mnima para as Cortes Regionais (como o faz para o TSE), apenas elenca a quantidade de juzes que as comporo. Desse modo, os TREs no podem mais aumentar o nmero de Juzes. QUANTIDADE DE MEMBROS 2 JUZES ORIGEM DESEMBARGADORES DO TJ do Estado JUZES DE DIREITO escolhidos pelo TJ FORMA DE COMPOSIO ELEIO ELEIO (escolha do TJ)

2 JUZES

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES ELEIO (escolha do TRF)

1 JUIZ

JUIZ DO TRF com sede na Capital ou escolhido pelo TRF

2 JUZES

ADVOGADOS

NOMEAO pelo Presidente da Rep. (entre 6 Advogados)

CF-88 Art. 120. Haver um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 1 - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-o: I - mediante eleio, pelo voto secreto: a) de dois juzes dentre os desembargadores do Tribunal de Justia; b) de dois juzes, dentre juzes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justia; II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, no havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III - por nomeao, pelo Presidente da Repblica, de dois juzes dentre seis advogados de notvel saber jurdico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justia. Da mesma forma que os Ministros do TSE escolhidos dentre a lista de 6 Advogados, os Desembargadores dos TREs originariamente Advogados devero ostentar notvel saber jurdico e idoneidade moral. Sero indicados pelo TJ local. A nomeao desses 2 Advogados para compor o pleno do TRE feita pelo Presidente da Repblica (Chefe do Poder Executivo Federal), indicados pelo Tribunal de Justia do Estado. O TJ organiza os nomes dos Juzes em lista trplice e encaminha ao TSE, que a divulgar atravs deProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Edital.2 Nesta lista de Advogados, no podero constar nomes de Magistrados ou membros do Ministrio Pblico aposentados (agora Advogados). Cdigo Eleitoral Art. 25 1 A lista trplice organizada pelo Tribunal de Justia ser enviada ao Tribunal Superior Eleitoral. 2 A lista no poder conter nome de magistrado aposentado ou de membro do Ministrio Pblico. 3 Recebidas as indicaes o Tribunal Superior divulgar a lista atravs de edital, podendo os partidos, no prazo de cinco dias, impugn-la com fundamento em incompatibilidade. 4 Se a impugnao for julgada procedente quanto a qualquer dos indicados, a lista ser devolvida ao Tribunal de origem para complementao. 5 No havendo impugnao, ou desprezada esta, o Tribunal Superior encaminhar a lista ao Poder Executivo para a nomeao. Seguindo regra prevista para o TSE sobre a nomeao de Advogados para a Corte Superior, segundo o Cdigo Eleitoral, a nomeao de Advogados para exercerem a funo de Desembargadores nos TREs tambm no poder recair em cidado que ocupe cargo pblico de que seja demissvel ad nutum (demitido a qualquer tempo, sob discricionariedade), que seja diretor, proprietrio ou scio de empresa beneficiada com subveno, privilgio, iseno ou favor em virtude de contrato com aa administrao pblica, ou que exera qualquer mandato de carter poltico (federal, estadual ou municipal). Esta regra prevista no art. 25, 7, que remonta aplicao do disposto no art. 16, 2 (antigo pargrafo 4):

2

A Resoluo TSE n 21.461/2003 dispe sobre o encaminhamento de lista trplice organizada pelo Tribunal de Justia

ao Tribunal Superior Eleitoral.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Art. 25 7 A nomeao de que trata o n II deste artigo (atual inciso III do art. 121 da CF-99 nomeao de Advogados) no poder recair em cidado que tenha qualquer das incompatibilidades mencionadas no art. 16, 4 (atual 2 do art. 16 do Cdigo Eleitoral). Art. 16 2 A nomeao que trata o inciso II deste artigo no poder recair em cidado que ocupe cargo pblico de que seja demissvel ad nutum; que seja diretor, proprietrio ou scio de empresa beneficiada com subveno, privilgio, iseno ou favor em virtude de contrato com a administrao pblica; ou que exera mandato de carter poltico, federal, estadual ou municipal. ( 4 renumerado pelo Decreto-lei n 441, de 29.1.1969 e alterado pela Lei n 7.191, de 4.6.1984)

Vedao de parentesco entre Desembargadores dos TREs. Igualmente como previsto para o TSE, tambm vedada a existncia de parentesco de at 4 grau entre os Desembargadores dos TREs. Caso venha a ocorrer, ser excludo o ltimo que foi escolhido: Art. 25 6 No podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, at o 4 grau, seja o vnculo legtimo ou ilegtimo, excluindo-se neste caso a que tiver sido escolhida por ltimo.

Presidncia, Vice-Presidncia e Corregedoria dos TREs. O Presidente e o Vice do TRE sero eleitos pelo prprio TRE entre os Desembargadores do TJ Estadual. A previso legal quanto nomeao do Corregedor Regional que est desatualizada. O Cdigo Eleitoral, no art. 26, prev que seria o Corregedor o 3 Desembargador do TJ. Ocorre que, hoje, com o regramento constitucional, so apenas 2 Desembargadores do TJ que compem o TRE.Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Desse modo, entende-se que o Corregedor Regional dever ser um dos Juzes que compem o TRE, ou mesmo o seu Vice-Presidente. CF-88 Art. 120 2 - O Tribunal Regional Eleitoral eleger seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores (Leia-se: Desembargadores do TJ).

Cdigo Eleitoral Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional sero eleitos por este dentre os trs desembargadores do Tribunal de Justia; o terceiro desembargador ser o Corregedor Regional da Justia Eleitoral. (NO APLICVEL!)

No mesmo sentido da Corregedoria-Geral Eleitoral (do TSE), para o Corregedor Regional, cabem as seguintes consideraes: 1. as atribuies do Corregedor sero fixadas pelo TSE (Resoluo) ou pelo TRE, em carter supletivo; 2. poder se locomover aos Estados por determinao do TSE ou do TRE, a pedido de juzes eleitorais, a requerimento de partido ou quando necessrio; 3. os provimentos emanados da vinculam as Corregedorias Regionais. Art. 26 1 As atribuies do Corregedor Regional sero fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em carter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual servir. 2 No desempenho de suas atribuies o Corregedor Regional se locomover para as zonas eleitorais nos seguintes casos: I - por determinao do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal Regional Eleitoral;Prof. Ricardo Gomes

Corregedoria-Geral

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES II - a pedido dos juizes eleitorais; III - a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal Regional; IV - sempre que entender necessrio.

Procurador Regional Eleitoral. Quem ? O art. 27 do Cdigo Eleitoral foi integralmente revogado pelos arts. 76 e 77 da Lei Complementar n 75/1993, que dispe sobre o estatuto do Ministrio Pblico da Unio. Por incrivel que parea, o Procurador Regional Eleitoral (PRE) no o Chefe do Ministrio Pblico Estadual e nem do Federal. um Procurador Regional da Repblica ou um Procurador da Repblica com exerccio no Estado. O Procurador Regional da Repblica e o Procurador da Repblica fazem parte da carreira do Ministrio Pblico Federal ( como se fossem Promotores Federais). O Procurador Regional da Repblica o fim de carreira do Procurador da Repblica. Abrindo um parntese informal para exemplificar: eu, nos meus tempos de faculdade, j estagiei por 1 ano com um Procurador da Repblica que j era Procurador Regional da Repblica e que tambm era, poca, Procurador Regional Eleitoral. Era um simples Procurador da Repblica (j promovido pelo tempo de servio a Procurador Regional) que exercia a funo de Procurador Regional Eleitoral. Trabalha bastante, viu! Rsrs. Sobre o Procurador Regional da Repblica destaco os seguintes pontos: 1. O art. 27 do Cdigo Eleitoral est totalmente revogado, no regulamento mais a matria; 2. O Procurador Regional Eleitoral pode ser um Procurador Regional Eleitoral ou um Procurador da Repblica vitalcio tantos nos Estados quanto no Distrito Federal; 3.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES LC 75/93 Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, ser designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da Repblica no Estado e no Distrito Federal, ou, onde no houver, dentre os Procuradores da Repblica vitalcios, para um mandato de dois anos. 1 O Procurador Regional Eleitoral poder ser reconduzido uma vez. 2 O Procurador Regional Eleitoral poder ser destitudo, antes do trmino do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministrio Pblico Federal. Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funes do Ministrio Pblico nas causas de competncia do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, alm de dirigir, no Estado, as atividades do setor. Pargrafo nico. O Procurador-Geral Eleitoral poder designar, por necessidade de servio, outros membros do Ministrio Pblico Federal para oficiar, sob a coordenao do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.

REVOGADO!! Art. 27. Servir como Procurador Regional junto a cada Tribunal Regional Eleitoral o Procurador da Repblica no respectivo Estado e, onde houver mais de um, aquele que for designado pelo Procurador Geral da Repblica. 1 No Distrito Federal, sero as funes de Procurador Regional Eleitoral exercidas pelo Procurador Geral da Justia do Distrito Federal. 2 Substituir o Procurador Regional, em suas faltas ou impedimentos, o seu substituto legal. 3 Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante osProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Tribunais junto aos quais servirem, as atribuies do Procurador Geral. 4 Mediante prvia autorizao do Procurador Geral, podendo os Procuradores Regionais requisitar, para auxili-los nas suas funes, membros do Ministrio Pblico local, no tendo estes, porm, assento nas sesses do Tribunal.

Procuradores Eleitorais junto aos Tribunais Eleitorais: No TSE Procurador-Geral da Repblica PROCURADOR REGIONAL DA REPBLICA ou Nos TREs PROCURADOR DA REPBLICA investidos da funo de Procurador Regional Eleitoral (PRE)

Deliberaes dos TREs. As deliberaes dos TREs sero realizadas por maioria de votos, em sesso pblica, com presena da maioria de seus membros. Mais uma vez, digo que constitui a maioria de seus membros o 1 nmero inteiro acima da metade dos membros. No caso dos TREs que possuem 9 Membros, o 1 n inteiro acima da metade 5 Membros. Assim, para o TRE efetivamente deliberar sobre alguma matria eleitoral, devero estar presentes pelo menos 5 dos Desembargadores (a metade 4,5, e o 1 n inteiro acima da metade 5). Caso no haja quorum para incios dos trabalhos, sero convocados substitutos dos membros. Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sesso pblica, com a presena da maioria de seus membros.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES 1 No caso de impedimento e no existindo quorum, ser o membro do Tribunal substitudo por outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituio

Suspeio de Membros dos TREs. Da mesma forma que para o TSE, a previso legal de argio de suspeio de algum Desembargador do TRE, do Procurador Regional, ou mesmo dos funcionrios de sua secretaria, visa impedir eventuais decises parciais em favor ou em desfavor de algum candidato ou partido. Ateno! Observem que, diferentemente do TSE, para os TREs o CE somente previu a hiptese de arguio de suspeio, em nada mencionou sobre o impedimento. Repito o j relatado linhas atrs: O impedimento legal gera a presuno absoluta de parcialidade do Juz (ex: um Juz que seria parte no processo que ele mesmo julgar). J a simples suspeio gera presuno relativa de parcialidade, dependente de prova (ex: amigo ntimo ou inimigo mortal de alguma das partes do processo). As hipteses de suspeio e impedimento esto previstas na Lei Civil e na Lei Penal (especialmente no Cdigo de Processo Civil e no Cdigo de Processo Penal), salvo quanto ao motivo de parcialidade partidria, que prevista no art. 20 do Cdigo Eleitoral. Ento, pelo menos a parcialidade partidria um dos motivos previstos diretamente na lei eleitoral para arguio de impedimento e suspeio. Importa saber sobre o assunto o seguinte. Referido dispositivo prev, ademais, que qualquer interessado poder arguir a suspeio no TRE, mas no somente dos Membros do Tribunal, mas tambm poder ser impugnada a imparcialidade tambm do Procurador Regional e de funcionrios da Secretaria do Juzo Eleitoral. Ademais, no caso dos TREs, prevista a hiptese de recurso voluntrio para o TSE em caso de no aceitao da arguio de suspeio doProf. Ricardo Gomes

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S

DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Desembargador, do Procurador Regional, ou de funcionrios da sua Secretaria, assim como dos Juzes e escrives eleitorais. Art. 28. 2 Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntrio para o Tribunal Superior qualquer interessado poder argir a suspeio dos seus membros, do Procurador Regional, ou de funcionrios da sua Secretaria, assim como dos juizes e escrives eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e por motivo de parcialidade partidria, mediante o processo previsto em regimento. Art. 28 3 No caso previsto no pargrafo anterior ser observado o disposto no pargrafo nico do art. 20. Art. 20. Pargrafo nico. Ser ilegtima a suspeio quando o excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitao do argido.

Decises dos TREs e Recursos. Lembrando: das decises do TSE cabe algum recurso? Segundo o art. 121, 3, da CF-88, so irrecorrveis as decises do TSE (como regra), salvo as que contrariarem a Constituiao e as denegatrias de Habeas Corpus e de Mandando de Segurana. E as decises dos TREs, so tambm irrecorrveis? Igualmente s decises do TSE, como regra, das decises dos TREs no cabem recursos! Ento a regra que, das decises do TSE e dos TREs NO CABEM RECURSOS! Somente caber recurso do TRE para o TSE nos seguintes casos, previstos no art. 121, 4 da CF-88, assim resumidos: 1. deciso proferida contra Constituio ou de Lei;Prof. Ricardo Gomes

disposio

expressa

da

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES 2. quando ocorrer divergncia na interpretao de lei entre 2 ou mais TREs o TSE funcionar como uniformizador das decises dos TREs; 3. deciso que verse sobre inelegibilidade ou expedio de diplomas federais ou estaduais - NO CABER RECURSO para o TSE de deciso sobre inelegibilidade ou expedio de diplomas MUNICIPAL! Pode ser pegadinha de prova! 4. deciso que anular diploma ou decretar a perda de mandatos eletivos federais e estaduais - NO CABER RECURSO para o TSE de deciso que anular diploma ou decretar a perda de mandato MUNICIPAL! Pode ser pegadinha de prova! 5. deciso que denegar: a. Habeas Corpus; b. Mandado de Segurana; c. Habeas Data; d. Mandado de Injuno. CF-88 Art. 121 4 - Das decises dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caber recurso quando: I - forem proferidas Constituio ou de lei; contra disposio expressa desta

II - ocorrer divergncia na interpretao de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III - versarem sobre inelegibilidade ou diplomas nas eleies federais ou estaduais; expedio de

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurana, "habeas-data" ou mandado de injuno.

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Quadrinho para MEMORIZAO: Decises dos Tribunais Eleitorais X RECURSOS EXCEO (DECISES RECORRVEIS)a) contrariarem a Constituiao; b) denegatrias de HC e de MS. a. deciso proferida contra disposio expressa da Constituio ou de Lei; b. quando ocorrer divergncia na interpretao de lei entre 2 ou mais TREs; c. deciso que verse sobre inelegibilidade ou expedio de diplomas federais ou estaduais; NO MUNICIPAL!; d. deciso que anular diploma ou decretar a perda de mandatos eletivos federais e estaduais NO MUNICIPAL!; e. deciso que denegar: a. Habeas Corpus; b. Mandado Segurana; c. Habeas Data; Mandado de Injuno. de

TRIBUNAIS

REGRA

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TRE)

NO CABEM RECURSOS das decises do TSE (art. 121, 3, da CF)

TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs)

NO CABEM RECURSOS das decises dos TREs TSE (art. 121, 4, da CF)

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COMPETNCIAS DOS TRIBUNAIS ELEITORAIS Competncia do TSE.Pessoal, entraremos agora numa parte que exigir bastantes leituras e releituras do texto legal para que fixemos, ao mximo, as taxativas competncias do TSE e dos TREs. Vamos l! Consoante preleciona o art. 121, caput, da CF-88, Lei Complementar disporia sobre organizao e competncia dos Tribunais, Juzes de Direito e Juntas Eleitorais. Esta Lei Complementar o Cdigo Eleitoral, lei ordinria em sua originalidade, que foi recepcionado com status de Lei Complementar pela Constituio Federal de 1988. Art. 121. Lei complementar dispor sobre a organizao e competncia dos tribunais, dos juzes de direito e das juntas eleitorais.

O rol de competncias do TSE prevista no art. 22 e 23 do Cdigo Eleitoral. A competncia do TSE pode ser divida em 2 grupos: a) ORIGINRIA quando cabe a este Tribunal processar e julgar em 1 e nica instncia. Ou seja, cabe somente ao TSE julgar determinada matria ou circunstncia prevista em lei; b) RECURSAL quando julga recursos de decises dos TREs;

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Compete ao TSE processar e julgar originariamente (1 e nica instncia) as seguintes matrias (art. 22, I): 1. o registro e a cassao de registro de partidos polticos, dos seus diretrios nacionais e de candidatos Presidncia e vice-presidncia da Repblica; competncia do TSE registrar determinados atos eleitorais, quais sejam, registro e cassao de registro: a. de partidos polticos por terem carter nacional; b. dos diretrios nacionais dos partidos polticos; Obs 1: diretrios estaduais e municipais competncia dos TREs. c. de candidatos Presidncia da Repblica e Vice. Obs 2: (somente o Presidente e o Vice, no cabe para Governador!). Veremos na aula sobre Partidos Polticos que estes adquirem personalidade jurdica mediante o registro no Cartrio de Registro Civil das Pessoas Jurdicas (previsto no Cdigo Civil). No entanto, o registro dos estatutos dos partidos polticos no TSE tem relevantes conseqncias jurdicas para os partidos, que no podero deixar de faz-lo. Quanto aos candidatos Presidente da Repblica e Vice, cabe tambm ao TSE julgar as argies de inelegibilidade de suas candidaturas, conforme previsto na Lei de Inelegibilidades: LC n 64/90 Art. 2 Compete Justia Eleitoral conhecer e decidir as argies de inelegibilidade. Pargrafo nico. A argio de inelegibilidade ser feita perante: I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-Presidente da Repblica;

2. os conflitos de jurisdio entre Tribunais Regionais eProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES juizes eleitorais de Estados diferentes; Conflitos de jurisdio so conflitos de competncia entre autoridades jurisdicionais, que podem ser positivos (ambos declaram-se competentes) ou negativos (ambos declaram-se no competentes). O Cdigo no foi claro neste dispositivo, linguagem inclusive dbia, mas vamos tentar melhorar a compreenso. Resumindo esta histria. O TSE julgar conflitos de competncia: a. entre Tribunais Regionais Eleitorais (entre TREs) ex: TRE/RS com TRE/AC); - jurisprudncia do TSE 3. b. Entre Juzes Eleitorais de Estados diferentes ex: um Juz Eleitoral da Bahia com um Juz Eleitoral do Pernambuco. Um TRE no tem jurisdio sobre Juzes Eleitorais de outro Estado, restando ao TSE julgar conflitos entre juzes eleitorais de TRE/Estados diferentes. Obs: conflitos entre Juzes Eleitorais de mesmo Estado so julgados pelo TRE respectivo regra: se o TRE tem jurisdio sobre os Juzes, o prprio quem julga os magistrados a ele vinculados. c. No est expresso na lei, mas o TSE que julgar conflitos de jurisdio entre um TRE de um Estado e um juz eleitoral de outro Estado. Ex: TRE/SP versus Juz Eleitoral de MG.

3. a suspeio ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcionrios da sua Secretaria; No existe outra instncia que possa julgar as argies de suspeio e impedimento dos seus membros, Procurador Geral Eleitoral e dos funcionrios da Secretaria da Corte, a no ser o prprio TSE.

3

Conflito de Competncia CC 5 AC do TSE, publicado no D.O.U, de 07/06/1990.

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES 4. os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus prprios juizes e pelos juizes dos Tribunais Regionais; Cuidado! Crimes eleitorais e comuns no so mais julgados pelo TSE! Esta competncia no mais pertence ao TSE, pois a CF-88 agora prev que cabe ao STF e ao STJ, respectivamente, julgar as infraes penais comuns e os crimes de responsabilidade dos Membros dos Tribunais Superiores (TSE e outros), e dos Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais. Vide arts. 102, I, c, e art. 105, I, a, da CF-88. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal precipuamente, a guarda da Constituio, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: c) nas infraes penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da Unio e os chefes de misso diplomtica de carter permanente;(Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 1999) Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justia: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justia dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municpios e os do Ministrio Pblico da Unio que oficiem perante tribunais; Registro que, apenas para fins de competncia, os crimes eleitorais so considerados crimes comuns. Por isso, o STF julgar os Ministros do TSE e o STJ os Desembargadores dos TREs.Prof. Ricardo Gomes

Federal,

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Concluindo: o TSE no tem mais competncia para julgar crimes eleitorais e crimes comuns cometidos pelos Ministros do TSE e pelos juzes dos TREs (Desembargadores dos TREs)!

5. o habeas corpus ou mandado de segurana, em matria eleitoral, relativos a atos do Presidente da Repblica, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violncia antes que o juiz competente possa prover sobre a impetrao; Competncia do TSE para julgar Mandado de Segurana (MS) e Habeas Corpus (HC). Neste caso, o STF restringiu a aplicao do dispositivo, no RE 163.727-7/RJ, para dar fora ao previsto nos arts. 102, I, d, e art. 105, I, c, da CF-88, que prevem competncia do STF e do STJ para julgarem mandado de segurana contra, respectivamente, Presidente da Repblica e Ministros de Estados. Quanto ao Mandado de Segurana, o TSE julgar apenas os impetrados contra atos dos Juzes dos Tribunais Regionais Eleitorais. Com isto, hoje a competncia do TSE para julgar HC e MS em matria eleitoral pode ser assim resumida: a) para julgar habeas corpus em matria eleitoral contra Presidente da Repblica, Ministros de Estado e Tribunais Regionais. b) para julgar habeas corpus para os casos em que o Juiz no possa prov-lo antes do prprio TSE; c) para julgar mandado de segurana contra apenas os membros dos Tribunais Regionais (no cabe mais MS no TSE contra Presidente, Ministros de Estado).

6. as reclamaes relativas a obrigaes impostas por lei aos partidos polticos, quanto sua contabilidade e apurao da origem dos seus recursos;Prof. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES Toda reclamao referente contabilidade e apurao da origem dos recursos dos partidos polticos, dever ser endereada ao TSE ou ao TRE (competente para julgar a reclamao), conforme tambm prev o art. 29, I, f. 7. as impugnaes apurao do resultado geral, proclamao dos eleitos e expedio de diploma na eleio de Presidente e Vice-Presidente da Repblica; As impugnaes sobre o resultado das eleies, proclamao dos eleitos e expedio de diploma apenas nas candidaturas de Presidente e Vice da Repblica, o TSE ser o competente para process-las e julg-las. Ateno porque apenas para os casos de Presidente e Vice da Repblica, no cabendo para os casos de Governador de Estado!

8. os pedidos de desaforamento dos feitos no decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da concluso ao relator, formulados por partido, candidato, Ministrio Pblico ou parte legitimamente interessada. (Redao dada pela Lei n 4.961, de 4.5.1966) O pedido de desaforamento visa o deslocamento da competncia de um Juiz Eleitoral de uma comarca para o de outra, com a finalidade de que seja proferido novo julgamento ou processamento. Aqueles pedidos de desaforamento no decididos nos TREs em at 30 dias, formulados por partidos polticos, candidato, MP ou parte interessada, sero julgados pelo TSE.

9. as reclamaes contra os seus prprios juzes que, no prazo de trinta dias a contar da concluso, no houverem julgado os feitos a eles distribudos. (Includo pela Lei n 4.961, de 4.5.1966) Caso um Ministro no julgue os processos de sua carga em at 30 dias, caber reclamao para o pleno do prprio TSE. Este dispositivo ainda no foi revogado tacitamente. Mas em deciso monocrtica de Ministros do TSE (Reclamao no 475, de 10.10.2007), foi estabelecido que esta competncia para o julgamento das reclamaesProf. Ricardo Gomes

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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCCIOS TRIBUNAIS AULA 2 PROFESSOR: RICARDO GOMES desta espcie passou ao Conselho Nacional de Justia, nos termos do art. 103B, 4o, III, da Constituio Federal. A despeito desta deciso, aconselho a memorizar tal dispositivo, pois a FCC, em regra, no desconsidera a aplicabilidade dos preceitos com base em jurisprudncia ainda no pacificada.

10. a ao rescisria, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e vinte dias de deciso irrecorrvel, possibilitando-se o exerccio do mandato eletivo at o seu trnsito em julgado. (Includo pela LCP n 86, de 14.5.1996) Ao rescisria um meio autnomo de impugnao de sentena de mrito judicial (diferente de recurso judicial) por motivos de ilegalidade ou injustia. Por meio dela pede-se a desconstituio de uma sentena j transitada em julgada (isto , da qual no caiba mais recursos). Para essa competncia do TSE, o STF declarou a inconstitucionalidade da parte do dispositivo que permite, por meio da ao rescisria, o exerccio do mandato eletivo at o seu trnsito em julgado4. Com isso, o TSE competente para julgar ao rescisria somente nos casos de inelegibilidade, desde que intentada em at 120 dias da deciso irrecorrvel. Observo, por fim, que segundo TSE (nas decises AC.-TSE n 106/2000 e 89/2001) os TREs no so competentes para o julgamento de ao rescisria no mbito da Justia Eleitoral, pois incumbiria apenas ao TSE seu processo e julgamento, originariamente, contra seus prprios julgados. Nesse caso, predomina que somente caber ao rescisria na Justia Eleitoral de decises do T