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CURSO ON-LINE PORTUGUÊS PARA ANATELPROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 

Olá a todos. 

AULA 2 - VERBO 

Daremos  início,  hoje,  a  um  dos  assuntos  mais  importantes  no  estudo  da  Língua Portuguesa – VERBO. 

Quase tudo  no  estudo da gramática  envolve verbo – concordância  verbal, regênciaverbal, conjugação  verbal, colocação pronominal (a  posição do pronome em relação aoverbo), análise sintática etc. 

Conce i to : VERBO é uma pa lavra var iáve l (pode f lex ionar -se em número ,pessoa, m odo, tempo e voz) que ind ica um a ação, estado ou f enôm eno. 

As  questões  de  prova  podem  abordar  diversos  aspectos  relacionados  a  verbo  –conjugação, voz  verbal, correlação  entre  verbos no  período,  vozes verbais, emprego  dostempos e modos verbais, dentre tantos outros. Então, vamos lá. 

Lembro  que  na  parte  final  do  nosso  estudo  estão  todas  as  questões  da  aula,acompanhadas do gabarito (puro e seco). 

Se você preferir,  imprima as últimas páginas, faça os exercícios, verifique seus acertos e,somente depois disso, leia os comentários. 

Lembramos (como sempre) que as alterações decorrentes da entrada em vigor do novoAcordo  Ortográfico  não  irão  se  aplicar  aos  certames  cujos  editais  já  tenham  sidopublicados, uma vez que ainda valem as “antigas” regras ortográficas. Sendo assim, asmodificações na grafia de certos verbos não serão objeto de nosso estudo neste curso. Bomestudo. 

O V E R B O 

Vimos na aula passada que o  verbo é uma PALAVRA VARIÁVEL, ou  seja, se sujeita à

flexão. Todas as  formas do verbo se  irmanam pelo RADICAL, a parte  invariável que  lhes dá abase comum de significação. 

São aceitas  as  seguintes flexões: de  n ú m e r o (singular e plural),  pessoa (1ª, 2ª  ou  3ª),m o d o,  t e m p o ou  vozes (ativa,  passiva, reflexiva, recíproca). Celso Cunha  identificauma outra  flexão: aspecto, que, em suas palavras,  “manifesta o   ponto de   vista do qual   o locutor   considera a ação expressa   pelo verbo ”,  por exemplo: pontual (“acabo dechegar”) ou  durativa (“f ico a esperar”), contínua (“vou andando pelas ruas”) oudescontínua (“vo l te i a fumar”) etc. 

Em relação ao processo  de  formação,  como  vimos,  ao  radical  se junta a  terminação:vogal temática  (define  as três conjugações), desinências modo-temporal  e  número-

pessoal. 

C O N J U G A Ç Ã O V E R B A L

1 - (CESPE / CEF/ 2006)  

O PREVINVEST,  da  CAIXA,  é  um  excelente  investimento para quem quer manter seupadrão de vida durante a aposentadoria. Com  ele, você pode escolher  o  tipo de fundo deinvestimento em  que você quer  aplicar seus  recursos,  o valor da contribuição  ou darenda  desejada  e  a partir de  quando pretende receber  o benefício. O  PREVINVEST éoferecido em duas modalidades: PGBL e VGBL. 

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A modalidade PGBL é ideal para os clientes que utilizam declaração completa de imposto derenda (IR), pois permite deduzirem-se da base de cálculo as contribuições feitas nosplanos até o  limite de 12% da renda bruta anual, desde que eles estejam contribuindo

para 

o regime 

geral de previdência social 

do INSS 

ou para outro regime próprio. 

Amodalidade VGBL é mais indicada para os clientes que  utilizam  declaração simplificadade IR ou são  isentos,  ou ainda para  os que  ultrapassam o  limite  de 12%  de descontopermitido. Além disso, o IR incide exclusivamente sobre os rendimentos alcançados com aaplicação dos recursos. 

Internet: <www.caixa.gov.br>  (com  adaptações). 

Considerando o primeiro parágrafo do texto,  julgue os próximos itens. 

-  Passando-se o período “Com  ele  (...) o  benefício” para o  tratamento de segundapessoa do  singular, tem-se: Com  ele,  tu podes escolher o tipo de  fundo de  investimentoem que  tu queres aplicar teus recursos, o valor da contribuição ou da renda desejada e apartir de quando pretendes receber o benefício. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

Como não  temos o hábito de  usar  as  segundas pessoas (tanto a do singular quanto  a doplural), devemos tomar  o máximo  cuidado para realizar a  conjugação  do verbo, não  nosesquecendo, também, de trocar os pronomes correspondentes. 

Uma curiosidade: o único tempo verbal  em que a  2ª pessoa  do  singular NÃO RECEBE ALETRA “S”   é  o PRETÉRITO PERFEITO  DO INDICATIVO (tu foste, tu  estiveste).  Em todasas demais, devemos colocar essa  letra na  terminação verbal  (tu vais, tu  tens, tu estás, tuestejas, tu farás...). 

A construção original é:  “Com ele,  você pode escolher o  tipo de fundo de investimento em que  você quer  aplicar seus recursos, o valor da contribuição ou da renda desejada e a partir de quando pre tende receber o benefício.” Com a substituição, teremos: 

 “Com ele,  tu  PODES  escolher o tipo de  fundo de  investimento  em que  TU QUERESaplicar TEUS recursos,  o valor  da contribuição ou da  renda  desejada  e  a partir dequando PRETENDES receber o benefício.”  

Está perfeita a assertiva. 

Agora que  vimos  algumas formas do presente do  indicativo,  teremos a  oportunidade derelembrar os  tempos  e modos verbais e quais as  situações  em  que devemos usar um ou

outro. 

TEMPOS E MODOS VERBAI S 

2 - (UnB CESPE   / STM Técn ico   / 20 04 ) 

Sempre que um crime violento  envolvendo menores abala a sociedade, ressurge adiscussão  sobre a necessidade de alterar o  Estatuto da Criança e do Adolescente.Segundo seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16 anos inibiria a açãodelituosa de rapazes e moças. 

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Segmentos da população, assustados com o aumento da violência, imaginam ser esse ocaminho para a reconquista da segurança perdida. 

Encarar o  Estatuto  da Criança e do Adolescente como bode  expiatório das mazelas

nacionais é solução  cômoda, mas  ineficaz. Ninguém de bom senso  pode crer que  situarem  faixa  etária  mais  baixa  a  imputação  criminal  seja  a  fórmula  mágica  capaz  dedevolver a paz às ruas e  aos lares. Bandidos que hoje usam  jovens menores de 18 anoscomo escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. Depois virão os de 14, 12, 10. 

Correio Brazi l iense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações). 

Julgue os seguintes itens, a respeito do texto acima. 

- Preservam-se  a  coerência textual e  a correção  gramatical, e o texto torna-se maisobjetivo e  assertivo,  com a  substituição de “seja”   (R.9) pelo seu equivalente do  modoindicativo: é. 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

A classificação dos verbos nos  MODOS VERBAI S depende  da relação que  o  falante  temcom  aquilo que  enuncia –  se constata um fato (indicativo); se  apresenta uma hipótese,uma  suposição  (subjuntivo);  se  faz  um  pedido,  dá  uma  sugestão  ou  uma  ordem 

(imperativo). 

Em  outras palavras, depende  do  m o d o com que  enuncia a ação verbal (percebeu?  “modo” verbal). 

São três modos verbais:  ƒ  IND ICATIVO -  como sugere o nome, indica um fato  real , que pode pertencer ao

presente, ao passado ou ao futuro. 

 ƒ  SUBJUNTI VO - enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível.  ƒ

  IMPERATIVO - expressa idéias de ordem, pedido, desejo, convite. 

Enquanto que o modo  INDICATIVO  situa o fato no plano da  real idade , da  cer teza, oSUBJUNTIVO coloca o  fato no plano do  que  é  prováve l,  h ipo té t i co ,  possível , sem acerteza apresentada pelo modo indicativo.  O  modo SUBJUNTIVO  também  é bastanteusado com determinadas conjunções (embora, caso, que etc.) 

Perceba a diferença entre as duas orações abaixo. 

Eu pr ec iso encont ra r a lguém que m e FAZ fe l i z .

Eu pr ec iso encont ra r a lguém que m e FAÇA fe l i z . 

Na primeira, o sujeito sabe  que  essa  pessoa existe, mas  não  está presente naquelemomento.  O fato situa-se no plano da CERTEZA – modo  INDICATIVO.  Essa pessoa que me faz feliz  existe  e  eu  preciso encontrá-la . 

Na segunda, o sujeito  espera que essa pessoa exista, mas não tem certeza dessaexistência  –  o  fato  ainda  está  no  plano  da  hipótese.  Por  isso,  está  no  modoSUBJUNTIVO. Talvez  exista um a pessoa  que me   faça   feliz  –  eu preciso encontrá- la . 

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De  volta  à questão de  prova, “reduzir a  idade penal” está  no  plano hipotético, e adiscussão  sobre  o  assunto  se  situa  sempre  no  plano  das  hipóteses.  Esse  aspectosubjetivo  é  reforçado pelo verbo  CRER.  Foi usado apropriadamente o  verbo “ser” nomodo SUBJUNTIVO (seja ). 

 “Ninguém de bom senso pode c rer que I SSO (s i tuar em fa ixa e tá r ia m a is baixa a  imputação c r im ina l ) SEJA a fó rmula mág ica capaz de devo lver a paz às ruas e  aos lares.”  

A mudança para o modo indicativo (“é ”) provocaria prejuízo à coerência, uma vez quealteraria o sentido da construção, tornando-o um fato real. 

3 –  (UnB  CESPE /TRE  RS  – Analista / 2003)  

1 A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma 

peça de retórica. Deve ser um meio eficaz, por intermédio do

qual o povo exerça plenamente seus direitos e prerrogativas 

4  constitucionais e legais. 

Na época de implementação dos direitos sociais,

como o direito de moradia, de trabalhar, de viver 

7  decentemente, não é mais possível a inclusão de normas

programáticas no texto da Constituição da República. 

Há necessidade de que os princípios e as normas 

10  constitucionais sejam eficazes, produzindo, de logo, os

efeitos jurídicos que todos esperam. 

Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não 

13  basta também a Constituição proclamar uma série de direitos e

garantias, se estes e estas não se podem concretizar. 

Paulo Lopo Saraiva. A soberania popu lar e as garant ias const i t uc ionais . I n :  I n t r odução cr í t i ca ao d i re i to , p .141-2 (com adaptações) .  

A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir. 

- O emprego da forma verbal “exerça” (R.3)  indica que  a oração em que ela ocorre  serefere  aos  direitos  do  povo  como  uma  possibilidade,  não  como  algo  efetivamenteexistente. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

O gozo dos  direitos e prerrogativas constitucionais é FACULTADO ao povo. Isso significaque não é um DEVER, mas um DIREITO: o  titular desse  direito pode exercê-lo ou  não, aseu  livre  arbítrio  (PLANO  DA  POSSIBILIDADE).  Por  isso,  o  verbo  foi  devidamenteconjugado no modo SUBJUNTIVO (exerça  ). 

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A assertiva resume muito bem o emprego desse modo verbal. 

Outras questões, ao longo dessa aula, também tratam desse assunto. 

4 - (UnB CESPE   / STM Técn ico / 2004 ) 

1 É comum ouvir que o Brasil é um país onde há leis 

que pegam e leis que não pegam, como se isso fosse uma

originalidade brasileira como a  jabuticaba. É uma injustiça. 

4  Há muitos países que sofrem com o mesmo problema. As

leis, principalmente as que interferem na vida cotidiana dos 

cidadãos, requerem uma sintonia fina entre 

7  vários componentes: aparato policial, comportamento

coletivo, grau de escolaridade etc. Do contrário, elas tendem a

não sair do papel. No Brasil, existe muita lei que não pega 

10  por falta dessa sintonia. Ou não há polícia suficiente para

fazê-la ser cumprida. Ou a lei destoa fortemente de arraigados 

hábitos coletivos. E assim por diante. 

André Pe t r y . Adu lt é r i o e a desonesta . I n : Ve ja, 22 / 9 / 2004 , p . 93 ( com adaptações) .  

Julgue o seguinte item, a  respeito das idéias e  das estruturas lingüísticas  do textoacima. 

- Por se tratar de uma situação que o texto  deixa claramente  hipotética, a substituiçãodo  modo  indicativo  no  verbo   “interferem”   (R.5)  pelo  subjuntivo  in ter fer issempreservaria as relações de sentido e a correção gramatical do texto. 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

Essa questão  vem complementar  a anterior,  que  também versa  sobre  o  emprego  demodos verbais. 

A interferência  das leis na vida  dos  cidadãos  é  fato real (modo  indicativo) e habitual (tempo  presente), e não hipotético como  sugere  o examinador. Por  isso, a troca nãoseria válida. 

5 - (UnB CESPE   /  DPF  – Escrivão   /  2002)  

Lembremos  que  a  modernidade  se  caracteriza  não  apenas  por  um  novo  modo  deprodução e  de  vida,  mas  também  por uma  nova  forma de relacionamento entre  oshomens  na sociedade, o  que  influi até mesmo no  julgamento  que  fazemos  uns  dosoutros.  Essa  forma  de  relacionamento,  que  vem  desde  a  Revolução  Industrial,  é 

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intermediada pelo trabalho, e os parâmetros para julgar as pessoas são o dinheiro e a propriedade. 

Entretanto,  trabalho  e  dinheiro  não  estão  disponíveis  para  todos.  Em  cidades

superpopulosas, em  meio às crises das  indústrias, freqüentemente  os trabalhadores sevêem sem  meios de sobreviver. Essa relação  entre  os  homens  é, portanto, uma relaçãodesigual, em que geralmente os  trabalhadores estão em desvantagem,   já  que  nãopossuem meios estáveis de sobrevivência e dependem de empregadores. 

Andréa Buoro et al . Violência urbana – d i lemas e desaf ios. São Paulo: Atual, 1999, p.26. 

Com respeito às idéias do texto, julgue o item a seguir. 

- O emprego do tempo e modo verbais de “Lembremos” (R.1) indica uma sugestão para oraciocínio que se segue. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

Essa questão trata do terceiro modo verbal – I MPERATI VO. 

Ao iniciar a argumentação, a autora exige que o leitor se lembre de uma informação:Lembremos que a modern idade se carac ter i za não apenas por um novo modo de produção e de v ida , mas também por uma nova fo rma de re lac ionamento  en t re os homens na soc iedade, o que in f lu i a té mesmo no ju lgamento que fazemos uns dos ou t ros . 

Assim, a forma verbal está no IMPERATIVO – Lembremos  . 

Em tese,  o imperativo (ordem,  súplica,  pedido,  desejo, em  sua essência máxima) só

poderia ser 

empregado 

em 

relação às 

segundas pessoas (tu, vós) 

– as pessoas 

aquem  nos dirigimos – e na forma  af i rmat iva (indicação positiva de ação). Na formaçãodo português,  tornou-se comum  o emprego  da 3ª  pessoa (pronome  de  tratamento  –você/vocês),  havendo a  necessidade de também  se incitar  essas  terceiras pessoas.  Oresultado foi  a  mudança no  modo imperativo, levando  ao emprego do presente dosubjuntivo  em seu  lugar. Com o declínio  das  segundas  pessoas  no discurso, o  subjuntivoprevaleceu  (inclusive em TODAS as pessoas da forma negativa do imperativo),  restando àforma originária (das segundas pessoas) o papel de  “exceção”. 

Assim, para a conjugação no  imperativo,  em vez de  memorizarmos a regra (p resen tedo sub jun t i vo),  vamos guardar apenas a exceção  (o que não  é pelo presente dosubjuntivo). 

A  REGRA:  São  conjugados  pelo  presente do sub jun t i vo os  verbos  em  todas  as

pessoas (2ª do  singular e do plural, 3ª do  singular e do plural e 1ª  do plural) noimpera t i vo negat i vo, e nas  3ª  pessoas (singular  e plural)  e 1ª  pessoa do  plural  noimperativo afirmativo. Essa é a regra. 

1 - Venha para  a Caixa você também Î 3ª pessoa do  singular (O  comercial  estavaerrado!!!). 

2 - Não nos deixeis cair em tentação Î 2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-sevós.) 

Agora veremos a exceção, que deve ser memorizada por ser em menor número. 

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A exceção fica por conta das segundas p essoas (tu e vós) no imperativo afirmativo.Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o  “s” final. 

RESUMO:  No  imperativo  afirmativo,  as  2ªs  pessoas  (singular  e  plural)  buscam  a

conjugação do presente do  indicativo e tiram  a  letra ‘s’.  Todo o restante tem origem  nopresente do subjuntivo. Exemplo: 

1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A forma  “dize” é a redução dopresente  do indicativo  da  2ª pessoa do  singular (dizes –  [s] =  dize). Esse verbo, aliás,é abundante. Aceita as formas “dize”  e  “diz”, no imperativo afirmativo. 

2 –  “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.”  – A forma  “fazei” é a conjugação nopresente do indicativo da 2ª pessoa do plural (vós fazeis), sem o “s”. 

No imperativo negativo, a coisa é mais fácil – todas as pessoas seguem a conjugaçãodo modo subjuntivo. 

Os quadros abaixo resumem as conjugações dos verbos no modo imperativo. 

PRESENTE DOSUBJUNTI VO 

I MPERATI VONEGATI VO 

eu fale  - 

tu fa les Π não fales (tu) 

ele fa le Π não fale (você) ( * )  

nós fa lem os Π não falemos (nós) 

vós fa le is Π não faleis (vós) 

eles fa lem Π não falem (vocês) ( * )  

Já no imperativo afirmativo, 

quase todas  seguem o subjuntivo - 

exceção fica 

porconta das segundas pessoas, que buscam a forma do presente do indicativo sem a letra  “s”. 

PRESENTE DOINCATIVO 

IMPERATIVOAFI RMATI VO 

PRESENTE DOSUBJUNTI VO 

eu falo  -  eu fale 

tu fa las Π fala (tu)  tu fales 

ele fala  fale (você) ( * ) Í  ele fa le 

nós falamos  falemos (nós)  Í  nós fa lem os 

vós fa la is Π falai (vós)  vós faleis 

eles falam  falem (vocês) ( * ) Í  eles fa lem  

( * ) Como o  imperativo é o modo em que se determina  ou pede algo à pessoa a  quemse dirige (2ª pessoa), as terceiras pessoas  se referem a “você / vocês”, e não a eles (3ªpessoa). 

6 - (CESPE UNB   /  AGU  –  Procurador  Federal /  2002) 

O que a escravidão representa para o Brasil,  já o sabemos. Moralmente, é a destruição detodos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a 

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propriedade,  a  solidariedade  social,  a  aspiração  humanitária;  politicamente,  é  o servilismo, a desagregação do povo,  a doença do  funcionalismo, o  enfraquecimento doamor à pátria, a divisão  do interior em  feudos,  cada  um com seu regime penal,  o seusistema de provas, a sua  inviolabilidade perante a polícia e a   justiça;  econômica esocialmente, é o  bem-estar  transitório de uma classe única,  e  essa,  decadente  e semprerenovada;  a eliminação  do  capital  produzido  pela compra de escravos;  a paralisação decada energia  individual  para  o trabalho na população nacional; o  fechamento dos nossosportos aos  imigrantes que  buscam  a  América  do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer  que seja a  forma como  for adquirido; o desprezo por  todos os que, porescrúpulos, se  inutilizam ou atrasam em uma  luta  de ambições materiais; a  venda dostítulos de nobreza; a  desmoralização da autoridade, desde  a mais alta  até à mais  baixa.Observamos a  impossibilidade  de  surgirem  individualidades dignas de dirigir  o país paramelhores  destinos, porque o país,  no  meio de todo esse  rebaixamento  do caráter, dotrabalho  honrado,  das  virtudes  obscuras,  da  pobreza  que  procura  elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”. 

A  minha firme convicção  é que, se  não fizermos todos  os dias novos e maiores  esforços

para tornar o nosso  solo perfeitamente  livre, se não  tivermos sempre presente a idéia deque a escravidão  é a causa principal de todos os nossos vícios,  defeitos, perigos efraquezas  nacionais, o  prazo que ainda tem  de duração  legal  — calculadas  todas  asinfluências  que  lhe  estão  precipitando  o  desfecho  —  será  assinalado  por  sintomascrescentes de dissolução social. 

Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) . 

Julgue o item abaixo, referente às estruturas do texto. 

- As  estruturas  condicionais “se não  fizermos”   (R.18) e “se  não tivermos” (R.19) podemser substituídas, respectivamente,  por  caso não façamos e  caso não tenhamos, semprejuízo para a correção gramatical do texto. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

Falamos  há  pouco que situações hipotéticas levam  a conjugação  verbal para o modosubjuntivo. 

O mesmo  ocorre  com  o emprego de certas  conjunções, como algumas subordinativas (Calma!!! Não se apavore – iremos falar sobre conjunções em uma aula exclusiva).Algumas vezes, a mudança de conjunção acarreta alteração do  tempo verbal. É  isso oque acontece com a “dobradinha” CASO x SE. 

A conjunção  “se” exige emprego do  verbo no FUTURO DO SUBJUNTIVO (“se  fizermos,  seestivermos”)  ou para o  PRETÉRITO  IMPERFEITO DO  SUBJUNTIVO (“se tivéssemos,  seestivéssemos”), ao passo que a conjunção “caso”   leva  o  verbo  para  o  PRESENTE DOSUBJUNTIVO  (“caso façamos,  caso tenhamos”) ou para  o PRETÉRITO IMPERFEITO DOSUBJUNTIVO (“caso tivéssemos, caso estivéssemos”). 

A próxima questão apresenta um outro exemplo desse fato. 

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7 - (UnB CESPE   / Bom bei ros AC   /  2006 -  adaptada) 

 “Além de ser b iodegradável , e , por isso, não causar dano ao meio ambiente, o p roduto pode ser a rm azenado por 15 anos ou a té ma is .”  

Julgue a proposição. 

- “Além de ser biodegradável”  poderia ser substituído por Em bora ser b iodegradável   

I TEM ERRADO 

Comentário. 

Além  de apresentar uma  idéia  contrária ao  fato expresso  na oração  principal, o queprejudicaria a  coerência da  passagem, a  conjunção  embora   exige que o  verbo sejaconjugado no presente do subjuntivo: Em bora SEJA biodegr adável . 

Segue a lição de Adriano da Gama Kury sobre o assunto: 

Nas   orações   subordinadas   adverbiais   concessivas   iniciadas   pelas   conjunções 

embora , a inda que, mesmo que, conquanto , pos to , pos to que  e   outras,usa-se  o subjuntivo, com  raras exceções:  

“Sendo prec iso desp i r a camisa e dá- la a um mend igo , Nóbrega o fa r ia ,a inda q ue a cam isa fosse bordada.” ( M. de Assis , EJ)  

“ Pos to não achasse já nenhum conhecido an t igo , Nóbrega t inha m edo de  t o rna r ao ba ir r o .” ( I d .)  

“ Nenhum fa lou logo , posto que am bos sent i ssem necessidade de exp l icar  a l guma cousa. ” ( I d . )  

Nas   orações   subordinadas   adverbiais   temporais   introduzidas   por   antes que,ass im que, até que, enquanto, depois que, logo que , quando   ocorrem nas indicações   de possibilidade   (e não de   realidade, caso em   que ocorre o indicativo),usa-se o  subjuntivo:  

Cuide dessa gr ipe, antes que e la se t r ansform e em pn eum onia. 

Esse é o momento de relembrarmos (ou conhecermos, para alguns) os tempos verbais e adiferença que há entre eles. 

Os tempos verbais têm a função de indicar o momento em que são enunciados os fatos. 

IND ICATIVO 

TEMPO EXEMPLO 

PRESENTE (só apresenta a forma 

SI MPLES)   Eu 

fa lo 

PRETÉRI TO SI MPLES Eu fa le i 

PERFEI TO COMPOSTO Eu  tenho fa lado (o aux i l i a r écon jugado no presente do ind icat i vo)  

PRETÉRI TO I MPERFEI TO Eu fa lava 

SI MPLES Eu fa la ra PRET.MAI S-QUE- 

PERFEI TO COMPOSTO Eu t i nha fa lado (o aux i l i a r é con ju gadono pre té r i to im per fe i to do ind ica t i vo)  

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FUTURO DO SI MPLES Eu fa lare i  PRESENTE

COMPOSTO Eu te re i fa lado (o aux i l i ar é con jug adono mesmo tempo ve rba l )  

FUTURO DO SI MPLES Eu fa lar ia  PRETÉRI TO

COMPOSTO Eu te r ia fa lado (o aux i l i a r é con jugadono mesmo tempo ve rba l )  

No modo IND ICATIVO: 

 ƒ  PRESENTE – indica: 

1) fa to ocor re no momento em que se fa la , chamado de PRESENTEMOMENTÂNEO ou I NSTANTÂNEO:  “Ouço ruídos  na cozinha.”;  

2) fa to que é comum de ocor re r , também conhec ido como PRESENTEHABI TUAL ou FREQÜENTATI VO:  “Eu   morro de inveja   dele”; “Chove todos   os 

dias em  Belém.”;  3) apresenta um pr incíp io, um concei to ou um dado – é o PRESENTEDURATIVO: “Todos   os   anos,  muitas   crianças   morrem   de   desnutrição   no Brasil”.; “Todo homem é m ortal.”;  

4) um fa to passado, mas com o verbo no presente com a f ina l idade derealce ( PRESENTE NARRATI VO ou HI STÓRI CO): “Furacão   mata duas   mil pessoas em  cidade americana.”. 

 ƒ  PRETÉRITO PERFEITO –  fa to ocor r ido e per fe i tamente conc lu ído an tes dom om ento em qu e se fa la : “Todos  souberam do  assassinato  de Celso  Daniel.”  

 ƒ  PRETÉRITO PERFEITO  COMPOSTO   – den ot a con t inu idade do at o, co m in íci ono passado ou a hab i tua l idade de uma ação: “Eu   tenho   cometido muitos 

erros na escolha dos  meus nam orados.”  

 ƒ  PRETÉRITO IMPERFEITO – indica: 

1) fa to rea l i zado e não conc lu ído : “Ele  buscava a perfeição antes  de  morrer.” ; 

2 ) em cu rso no mom en to em que oco r reu ou t ro f a to : “Ele   andava pela rua quando   foi abordado  pelos   ladrões.” ; 

3) fa to de cer ta duração no passado :  “Quando jovem,  corríamos para   a praia nos fins de  semana.” ; 

4) ou que apresenta uma cer ta duração: “Ela   buscava a solução de seus problemas   nos outros.” -  por isso  também  conhecido  como  “indicativo passadodurativo”; 

 ƒ  PRETÉRITO  MAIS-QUE-PERFEITO  –  fa to rea l i zado an tes de ou t ro fa totam bém no passado: “Antes de sua  morte,  ele  pedira o  perdão aos   filhos.”;  

 ƒ  PRETÉRITO  MAIS-QUE-PERFEITO  COMPOSTO  –  f o rma ma i s comum deexpressar o fa to rea l i zado an tes de ou t ro fa to também no passado:  

“Antes de  sua morte,  ele   tinha pedido perdão  aos filhos.”;  

 ƒ  FUTURO DO PRESENTE – fa to pos ter io r cer to de ocor re r no fu tu r o : “Doarei  todo o  material de  estudo após  a minha  aprovação.” (Se  Deus  quiser...!!!!);  

 ƒ  FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO – deno ta f u tu ra oco r rênc ia de um fa toque se in ic iou no presente: “Até   o   próximo ano,   terei acumulado quase um  

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milhão de reais em dívidas .” (cuidado com  o  cartão de  crédito!!!);  a ocorrênciade uma ação fu tu ra conc lu ída an tes de ou t ra também no fu tu ro – paracompreender essa  situação, note a diferença entre o  futuro do presente simples eo composto: 

1) Quando você chegar , i re i ao cur so . 

2) Quando você chegar , tere i ido ao curso. 

Na primeira, a ação que praticarei será realizada após a sua chegada. 

Na  segunda, quando você  chegar, já  terei  praticado  a ação verbal (açãoverbal no futuro anterior a outra ação também no futuro). 

 ƒ  FUTURO  DO  PRETÉRITO  /  FUTURO  DO  PRETÉRITO  COMPOSTO  –  é  o  maisespecial de todos os tempos do indicativo. Pode indicar: 

1) fa to pos ter io r a um fa to passado: “Você me   garantiu   [FATO PASSADO]que   o   nosso   amor   não   morreria   [FATO  FUTURO  EM  RELAÇÃO  AO  FATO

PASSADO].”  – é o que 

o professor Adriano da Gama Kury define como 

o “futurodentro do passado”:  “O   inspetor avisou que só  chegaria às  10  horas.” ; 

2) fa to n ão chegou a se real i zar : “Eu   iria à  sua  casa,  mas  tive um problema.” ; 

3) in cer teza: “Acharam um corpo  que  seria do chefe do   tráfico.” ; 

4) h ipótese re lac ionada a uma condição:  “Se você tivesse comprado o   carro  [CONDIÇÃO], não   teria perdido o  dinheiro  no   j ogo [HIPÓTESE]. ” ; 

5) ou po l idez :  “Você   poderia   me passar o sal? ”   – neste caso,  também secostuma usar o pretérito imperfeito do indicativo: “Você podia  me passar  o sal?” . 

No SUBJUNTIVO, a diferença reside em indicar a suposição, hipótese ou possibilidade no 

PRESENTE, PASSADO ou FUTURO. 

O  presente do sub jun t i vo pode exprimir,  em orações  principais (período composto) ouabsolutas (período simples): desejo (“Deus te   abençoe .”), hipótese  (“Suponhamos que você fosse  aprovado .”), dúvida (“Talvez  ele seja   feliz com outra .”). 

O  p re té r i t o pe r f e i t o compos to do sub jun t i vo exprime  um  fato  passadopresumivelmente  já concluído (“É   leviano afirmar que ele   tenha feito isso.”) ou um fato futuro terminado  antes  de outro fato  também futuro  (“Quando   o filme acabar, é possível que ele   j á  tenha  adormecido.” ). 

O  pre tér i to imper fe i to do sub jun t i vo normalmente  é  usado  quando,  na  oraçãoprincipal, o  verbo está no  passado  (“Ela não encontrou quem a   fizesse   feliz.” ) ou  no

futuro do pretérito, indicando uma condição (“Se ouvisse   minha mãe, hoje estaria casada.” ). 

O p re té r i t o m a i s-que -pe r f ei t o compos to do sub jun t i vo expressa uma ação anterior aoutra  já  ocorrida: “Se tivesse   ouvido   minha mãe, hoje   estaria   casada.”.   O sentido  ébem próximo do caso anterior (pretérito imperfeito do subjuntivo). 

O  f u t u ro do sub jun t i vo é principalmente empregado  em orações temporais  (“Quando quiser, irei   com você ao   parque.” ) ou  condicional  (“Se estiver perdido, peça ajuda.” ) eem algumas  construções com o pronome  indefinido  quem na  função de sujeito  (“Quem viver verá.”). 

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O  f u t u ro compos to do sub jun t i vo denota ação futura  em relação a  outra  ação futura,sempre com  o matiz de  hipótese, possibilidade  ou  probabilidade do  subjuntivo (“Quem tiver terminado o   trabalho  sairá mais  cedo.” ). 

Mais uma vez, note a diferença, por exemplo, entre duas construções: uma no indicativo eoutra no subjuntivo. 

Eu gar anto que você passará.

Eu esper o que v ocê passe. 

Na primeira, o fato é  certo  e,  por isso, os  verbos das  duas orações  estão  no modoindicativo.  Já  no segundo,  o tempo  empregado  na segunda oração indica um  desejo (com uma  pontinha  de  dúvida). Imagine se as  construções  se  referissem a  um fatopassado: 

Eu garant i que v ocê passar ia.

Eu esperava que você. . . . ( ?) . 

No primeiro exemplo, note o  valor do  FUTURO DO PRETÉRITO (o tal do “futuro dentro dopassado” - sua aprovação era um fato futuro  em relação ao  momento  em que fiz  talafirmação Î fa to pos ter io r a um fa to passado). 

Na segunda  construção, como o  tempo  da oração principal  se situa  no passado, omesmo ocorre com o tempo  da oração  seguinte –  Eu esperava  [pretérito imperfeito doindicativo] que você passasse [pretérito imperfeito do subjuntivo]. 

Essa relação  entre os  verbos de  orações  diferentes chama-se  CORRELAÇÃO  VERBAL,ponto a ser estudado ainda na aula de hoje. Aguarde. 

8 - (UnB  CESPE /  PMES /  2007)  

Momen to num café  

1 Quando o enterro passou 

Os homens que se achavam no café 

Tiraram o chapéu maquinalmente 

4  Saudavam o morto distraídos

Estavam todos voltados para a vida

Confiantes na vida. 

7  Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado Olhando o esquife longamente 

Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade 

10  Que a vida é traição 

E saudava a matéria que passava 

Liberta para sempre da alma extinta. 

Manuel Bandei ra. I n : Ant o logia poét ica. 7. ª ed. Rio de Janei ro: José Olym pio,  1974, p . 103. 

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Em relação às  idéias e às estruturas  lingüísticas do texto acima,  julgue o  item que sesegue. 

- O  emprego do pretérito  imperfeito em “achavam” (v.2)  indica uma  ação queestava se processando quando ocorreu um fato. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

Como vimos no  comentário da questão anterior, o pretérito  imperfeito do indicativoserve  para  indicar  um  fato  em  curso  no  momento  da  ocorrência  de  outro  fatosuperveniente: “Quando o enterro passou, os homens que se achavam no café t i r a ram o chapéu maqu ina lm en te . ”  . 

9 - (UnB CESPE/  TJ PA – Analista   /  2006)  

1 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de

maneira imprescindível, da consagração da supremacia

constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que 

4  somente estarão presentes nos países em que houver um

Judiciário forte,  dotado  de  plena independência e que  possa

efetivar suas decisões. A independência judicial constitui 

7  direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui.

O magistrado, no momento de  julgar, não pode receber 

ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa 

10  idéia essencial à independência do Judiciário. 

A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam

suas vidas à luta por uma magistratura independente, 

13  democrática, transparente e justa e  jamais se esquecem da

lição do grande Rui: “A autoridade da Justiça é moral, e sustenta-

se pela moralidade de suas decisões”. 

Alexandre de Moraes . Un ião pe lo fo r ta lec imento . In : Fo lha de S. Pau lo ,  2 5 / 3 / 2 0 0 6 ( co m a d ap t a çõ es ) . 

No  desenvolvimento  da argumentação do texto, as  formas  verbais que  indicam  umaprobabilidade ou suposição não incluem 

A) “estarão”  (R.4).

B) “houver”  (R.4).

C) “possa”  (R.5).

D) “sendo”  (R.9). 

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GAB. D 

Comentário. 

Em relação  às formas verbais das  opções B (houver) e C (possa), não  haveria dúvidas,uma  vez que ambas  são do subjuntivo  (futuro e  presente,  respectivamente)  e, comosabemos  de  cor  e  salteado,  esse  modo  situa  os  fatos  no  plano  da  hipótese,probabilidade, suposição. 

O verbo  no futuro do presente (es tarão  )  faz parte de um  segmento  em que  tambémestá presente  o verbo  da opção  B, situando  todos os fatos em uma situação  hipotética –haver  um Judiciário forte . Relembremos essa passagem do texto: 

A democracia do Estado contemporâneo necessi ta, de manei ra imprescindível ,da consagração da supremac ia cons t i tuc iona l e do respe i to aos d i re i tos  fundamenta is , que somente es ta rão presentes nos pa íses em que houver um  Judic iár io for te, dotado de p lena independência e que possa efet ivar suas  

decisões. 

Já o verbo SER no gerúndio, na passagem a seguir, exprime um conceito, e não umasuposição ou probabilidade: 

O magis t rado, no momento de ju lgar , não pode receber o rdens de nenhuma autor idade interna ou externa, sendo essa idéia essencia l à independência do Judic iár io . 

Poderia,  até  mesmo,  ser  substituído  pelo  presente  do  indicativo:   “Essa idéia é essencia l à ind ependência do Judic iár io .”. 

Essa é uma das poucas questões de múltipla escolha do Cespe. 

10 - (UnB  CESPE   / PGE PA / 2007 ) 

Transparência até dem ais? 

1 Os tempos do Grande Irmão chegaram. George Orwell 

os previu para 1984, mas se afirmaram mesmo na virada do

milênio, principalmente depois que os atentados de 11 de 

4  setembro de 2001 serviram de pretexto para um grau sem

precedentes de vigilância do Estado. Dos dois lados do

Atlântico, o direito a habeas corpus, afirmado desde a Carta 

7  Magna de 1216, está aposentado, considerado velharia quandose trata de supostos terroristas. Telefones podem estar

grampeados, e-mail e páginas da Internet podem ser 

10  monitorados a qualquer momento. O Grande Irmão está

observando você. 

Orwell não pôde imaginar quantos Pequenos Irmãos 

13  ganhariam poderes semelhantes nem quantas pessoas

implorariam, de livre e espontânea vontade, para serem 

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observadas. A Web surgiu em 1993 e o primeiro weblog, em 

16  1994, mas foi em 1999 que passou a se chamar blog e tornouse

mania global. 

Muitos blogs 

têm funções 

informativas, 

mas 

o núcleo do fenômeno é a exposição do eu e da intimidade, de 

19  maneira banal ou chocante. 

A superexposição, a midiatização e o desdobramento 

da representação não se restringem a internautas compulsivos. 

22  Tudo e todos chamam freneticamente por atenção por todas as

mídias, deixando cada um sem tempo para se conectar com o

mundo real e com sua própria interioridade e intimidade.

Car taCap it a l , 15 / 11 / 2006 , p .10 -4 ( com adaptações ) . 

Julgue a assertiva abaixo. 

- No texto, é correto substituir “os previu” (R.2) por os prevera  ou por os t inha  prev is to  . 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

Tanto  o pretérito mais-que-perfeito do indicativo  como o tempo  composto equivalente (TINHA PREVISTO) servem para indicar um fato realizado ANTES de outro fato passado. A previsão de George Orwell é anterior à chegada dos tempos do “Grande Irmão” (só em 

2001),  também no passado em  relação  ao texto  (que  é de  2006).  Se você  nãoentendeu o que significa esse  tal de “Grande  Irmão”, imagine   “nosso” famoso   “BigBrother”, em que tudo se vê, se escuta e se observa o tempo todo. 

Até aí, nada de errado, uma vez que a estrutura permitiria o emprego do pretérito mais-que-perfeito (tempo anterior a outro tempo também passado). 

O problema está na CONJUGAÇÃO do verbo PREVER no pretérito mais-que-perfeito (e épor conta desse tipo de detalhe que a banca se torna perigosa!!!). 

Essa é a chance de estudarmos a  formação de tempos verbais (tempos derivados) e aregra do PARADIGMA para conjugação verbal. 

DERI VAÇÃO VERBAL 

Você já  deve ter se deparado  com dúvidas  como: em “quando eu  .....  o professor,passarei o seu recado”, devemos usar  “ver” ou “vir”? 

Para compreendermos a conjugação de alguns verbos, principalmente dos irregulares, énecessário conhecer a formação de alguns tempos derivados. 

Abaixo, segue um quadro com a indicação das formas primitivas e das derivadas. 

Salvo algumas exceções (como o verbo SER, SABER e outros), basta que se mantenha oradical das formas primitivas e a ele se acrescentem as desinências correspondentes. 

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FORMA PRI MI TI VA FORMAS DERI VADAS 

VERBO VER 

presente doind ica t i vo 

1ª pessoa dosingular  

presente do  

eu vej o  Π

eu vej atu vej as 

ele vej a 

presente dosub jun t i vo 

eu  vej atu  vej asele vej a nós vej amosvós vej aiseles vej am 

- não vej as (tu) não vej a (você) 

sub jun t i vo 

pre tér i to  per fe i to doind ica t i vo 

3ª pessoa dop lu ra l 

nós vej amosvós vej ais

eles vej am 

eles 

v iram 

Πimpe ra t i vo

negat i vo  

pre tér i tomais -que-per fe i to  

Π doindicat ivo  

pre tér i to  

Πimpe r fe i t o

dosub jun t i vo 

Πf u t u ro do

sub jun t i vo 

não vej amos (nós)não vej ais (vós)

não vej am (vocês)eu  v ira tu  v irasele v ira 

nós v íramos

vós v íreis

eles v iram

eu  v isse tu  v issesele v isse 

nós v íssemos

vós v ísseiseles v issemeu v ir tu v iresele v ir 

nós  v irmosvós  v irdeseles v irem 

I n f i n i t i voimpessoal  

I n f i n i t i voimpessoal  

caber 

caber 

VERBO CABERFuturo dopresente do  

Π i nd ica t i vo 

Futuro do  

Π pre tér i to

Cabereicaberáscaberácaberemoscabereiscaberãocaberiacaberiascaberia 

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ind icat ivo caberíamoscaberíeiscaberiam 

I n f i n i t opessoal  

Π

cabercaberescabercabermoscaberdescaberem 

O verbo PREVER, que deriva do verbo VER, segue a conjugação deste último. 

Essa é a técnica do PARADI GMA. Se você ainda não foi apresentado a ela, lá vai. 

Na  dúvida  em relação à conjugação de  determinado verbo  regu la r (geralmente oexaminador  busca  um  verbo  pouco  utilizado  no  seu  dia-a-dia),  basta  observar  a

conjugação  dos  paradigmas  clássicos  (FALAR –  1ª  conjugação,  BEBER –  2ªconjugação, PARTIR – 3ª conjugação). 

Extraia o radical, que  é o que sobra  do verbo  após retirar  a terminação “ar”, “er” ou “ir” do  infinitivo (exemplo:  FAL(AR)  =  radical FAL-),  e  empregue  as desinências, que sãoidênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação. 

Em relação aos verbos REGULARES, não há muita dificuldade. Os exemplos nos ajudam acompreender essa técnica: 

- CONSUMAR – é um verbo de 1ª conjugação,  como  o verbo  FALAR. Assim, no presentedo subjuntivo (que eu  consum....), conjugamos  o verbo FALAR (verbo paradigma): queeu FALE Î que eu CONSUME 

- CONSUMIR –  verbo  de  3ª  conjugação,  como  o  verbo  PARTIR  (paradigma).  No

presente do subjuntivo, ficaria: que eu PARTA Πque eu CONSUMA. 

Se o  verbo for  i r regu la r , ou seja, apresentar  alteração  no radical em  determinadasconjugações, procure outro verbo, também irregular, de mesma construção. 

Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???) 

Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações. 

Normalmente  não  conjugamos  esse  verbo  (pelo  menos,  não  com  convicção),  mascostumamos  conjugar  outro  verbo  de  idêntica  estrutura.  Já  adivinhou?  É  o  verboREPETI R. 

Então, como fica a conjugação desse paradigma? Eu repi t o => Eu com p i t o  

A relação  entre verbos  derivados  é bem  mais simples.  Lembre-se  da conjugação doverbo primitivo. 

É o caso do ver bo PREVER, que der iva d o ve rb o VER. 

O pretérito mais-que-perfeito do verbo VER busca o radical da 3ª pessoa do plural dopretérito perfeito (para simplificar: ontem e les  ) 

Ontem e les   VI RAM Î O  radical (que está em negrito  e  sublinhado) se mantém emtodas as pessoas do pretérito mais-que-perfeito do indicativo: 

eu v i r a, tu v i r as, e le v i ra, nós ví ram os, vós ví re is , e les v i ram  

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(Você notou que, na  3ª pessoa  do plural,  a forma  do pretérito  mais-que-perfeito  éidêntica à do pretérito perfeito?) 

Seguindo a técnica do paradigma, tudo o que acontece com o verbo VER vai acontecer

com o verbo PREVER: 

Ontem e les   PREVI RAM Î  eu  previra, tu  previras, ele  previra, nós  prevíramos, vósprevíreis, eles prev i ram  

Então, nada de “preveram”  – essa  forma simplesmente NÃO EXISTE!!! O correto seria  “previram”. 

11 - (UnB  CESPE/ IRBr  Diplomata/ 2006) 

Rel ig ião m est iça 

1 Insulado deste modo no país, que o não conhece, em 

luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado naorganização e no temperamento a sua rudeza extraordinária, 

4  nômade  ou mal  fixo à  terra, o sertanejo não tem, por bem

dizer, ainda capacidade orgânica  para  se afeiçoar a  situação

mais alta. 

7  O círculo estreito da atividade remorou-lhe o

aperfeiçoamento psíquico. Está na fase religiosa de um

monoteísmo incompreendido, eivado de misticismo 

10  extravagante, em que se rebate o fetichismo do índio e do

africano. É o homem primitivo, audacioso e forte, mas ao

mesmo tempo crédulo, deixando-se facilmente arrebatar 

13  pelas superstições mais absurdas. Uma análise destas

revelaria a fusão de estádios emocionais distintos. 

Euc l ides da Cunh a. O homem / Os ser tões . I n : Obra comple ta . Rio de Janei ro :  Nova Agu i la r , 1995, p . 197. 

Julgue a correção da assertiva abaixo. 

- Na forma  verbal  “revelaria” (R.14), a terminação – r i a   exprime idéia de hipótese  oupossibilidade. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

A desinência modo-temporal  –r ia   indica que o  verbo  está conjugado  no  FUTURO DOPRETÉRITO DO INDICATIVO. 

No modo indicativo, esse é um tempo muito especial. Enquanto os demais servem paraindicar  propriamente  um  TEMPO, um MOMENTO,  o futuro  do pretérito possui outros 

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matizes.  Ele  pode  denotar  polidez  na  fala  (“Você   poderia   se   retirar   do   recinto.” ).Juntamente com o PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO (tempo com  que  temestreita  relação), emprega  a idéia  de   “hipótese” ou “possibilidade” a uma  construção.Veja: 

 “Se eu ganhasse na lo ter ia   [hipótese = SUBJUNTIVO],  v ia ja r ia pe lo mundo  [fatoreal que se realizaria na ocorrência daquela hipótese].”  

 “Se você não t ivesse saído cedo da festa, ter ia v is to o espetáculo. ”   [futuro dopretérito composto]”. 

O  emprego do futuro  do  pretérito na  passagem  do  texto indica  a  possibilidade de serealizar uma análise acerca do sertanejo  (=  “ Um a anál ise destas SERI A CAPAZ DE REVELAR a fusão de estádios emocionais d is t in tos”  ).  Como  se  trata  de  umaPOSSIBILIDADE, estamos  no plano de atuação do futuro do pretérito.  A assertiva estácorreta. 

12 - (UnB  CESPE/ TCE ES  – Controlador   / 2005 ) 

1 Nossa identidade contemporânea nos remete para os

centros do capitalismo, permeada que está pela globalização

liberal — pelo grau maior ou menor em que conseguimos 

4  induzir os sintomas desse fenômeno, como shopping centers,

televisão a cabo, celulares —, mais do que por sua inserção

internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto 

7  do continente ao qual estamos geográfica e historicamente

integrados. 

(...) 

10  Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia 

de estagnação, financeirização e precarização das relações de

trabalho, tornaram os países latino-americanos mais semelhantes 

13  do que nunca. Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a

Argentina e o Haiti, o México e a Bolívia, o Peru e o Equador, 

a Venezuela e a Guatemala, a Colômbia e a Nicarágua. 

16  As décadas posteriores nos colocaram, entre a ALCA 

e o MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e

de duas imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do 

19  continente. Em suma, nossa imagem de nós mesmos, como país,

dependeu sempre da forma como vimos a América Latina e 

nossa relação com nosso continente de origem e de inserção 

22  histórica comum. 

Emir Sader. A América Latina vista do Brasil. In: Correio Braziliense, 27/6/2004 (comadaptações

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A respeito do texto acima, julgue o seguinte item. 

- Alteram-se os  sentidos  do texto, mas preservam-se  sua coerência  textual  ecorreção gramatical, com  a  substituição  do  pretérito perfeito   “vimos” (R.20) por

vemos  ou tem os v is to  . 

I TEM CERTO 

Comentário. 

A forma  VIMOS é conjugação  do  verbo  VER  na 1ª pessoa do  plural (nós) do pretéritoperfeito do  indicativo. (pretérito perfeito composto).  TEMOS VI STO é  simplesmente otempo composto  correspondente. Não haveria, portanto,  problema algum em trocar  “v imos” por “temos v is to”. A  alteração de sentido (admitida  pelo  examinador) seriaem  função da diferença  entre o  momento pontual passado (tempo  simples –  pretéritoperfeito)  e,  no  tempo  composto,  a  indicação  de  certa  duração  que  perdura  até  o

presente (pretérito 

perfeito composto). 

A  substituição  por   ‘vemos’   implica  alteração  do  tempo  verbal  para  o  presente,acarretando também  mudança  de sentido -  com o verbo no  presente do indicativo,entende-se que a  nossa visão  da  América Latina permanece a  mesma ainda  hoje.Todavia, não  haveria nenhum  prejuízo  à coerência  ou à correção  textual (“. . .  nossaimagem de nós mesmos, como país , dependeu sempre da fo rma como v imos /  vemos / tem os v is to a Am ér ica Lat ina ...”). 

Sendo assim, a assertiva está correta. 

13 - (UnB  CESPE /  TJ  BA -  Administrador  / 2 00 5)  

1 Não há dúvida de que, no início do século XXI, os

Estados Unidos da América chegaram mais perto do que

nunca da possibilidade de constituição de um  “império 

4  mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e

constituísse um império global, isso significaria — ao mesmo

tempo e por definição — o fim do sistema político 

7   interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico, é

que tal transformação viesse a significar também o fim do

capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da 

10  termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizerque a expansão do poder global na direção do império 

mundial é, ao mesmo tempo, uma força que levaria o sistema 

13  mundial à entropia, ao provocar sua homogeneização interna e

o desaparecimento das hierarquias e conflitos responsáveis pelo

dinamismo e pela ordem do próprio sistema. 

José Lu ís Fio r i . Cor re io Brazi l i ense , 25 / 12 / 2004 (com adaptações) . 

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Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. 

emprego do 

futuro do pretérito 

em “significaria” (R.5) é decorrente do 

emprego deestrutura antecedente que  tem  valor condicional,  formada  por  verbo no  imperfeito  dosubjuntivo. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

CORRELAÇÃO VERBAL consiste na articulação entre as formas verbais no período. Osverbos estabelecem, assim, uma correspondência entre si. 

Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue acertar usando o  “ouvido”.

Observe que alguma coisa parece estar errada na seguinte construção: 

 “Se você  se  acomodasse com a  situação, ela  se   t o rna rá  efetiva .”  

Esse  “mal-estar auditivo” (rs...) acontece  porque  não  houve harmonia entre a formaverbal da primeira oração (acomodasse ) – que indica hipótese, possibilidade no passado - com a da segunda (tornará ) – que indica certeza no futuro. 

A título de  curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listasdesnecessárias),  seguem alguns exemplos  de construções corretas  sob o  aspecto decorrelação verbal: 

a)   “Exijo   que  me  diga   a  verdade.”   -  presente do ind ica t i vo + p resente dosub jun t i vo 

b) “Exigi que me dissesse  a verdade.” – pre tér i to per fe i to do ind ica t i vo + p re té r i to

impe r fe it o do sub jun t i vo . 

c) “Espero  que ele  tenha feito   uma boa prova.” - presente do ind ica t i vo+ pre té r i toper fe i to com posto do sub jun t i vo . 

d) “Gostaria  que ele  tivesse   vindo .”   – f u t u r o do pr et ér i t o do ind icat ivo + p r et ér i t om ais-que-per fe i to com posto do sub jun t i vo  

e) “Se você  quiser  o  material, eu  o  trarei .” –  f u t u ro do sub jun t i vo + f u tu ro dopresente do ind ica t i vo  

f) “Se  você  quisesse  o  livro, eu  o  traria .” -  p re té r i t o impe r fe i t o do sub jun t i vo +  

fu tu r o do pre té r i t o do ind ica t i vo  

Observe a  relação indicada no item  f : PRETÉRITO  IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO  e FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO. 

Já falamos  sobre  esse “casamento”   entre  CONDIÇÃO (apresentada pelo subjuntivo)  e FATO (apresentada pelo indicativo). 

“Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e const i tu ísse um impér io g lobal , isso s igni f icar ia — ao mesmo tempo e por def in ição — o f im do s is tema pol í t ico in te res ta ta l . ”   

O fato expresso pela oração condicional (“... se o mu ndo chegasse a esse ponto ...” -  pretérito),  se  realizado,  acarretaria  o  fato  expresso  pela  oração  principal  (“... 

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s ign i f i car ia . . . o f im do s is tema po l í t i co in te res ta ta l  ...” –  futuro do pretérito).  Oemprego desse tempo verbal  do  indicativo se deve  à condição estabelecida na  oraçãoimediatamente anterior. Perfeita colocação do examinador. 

14 - (UnB  CESPE /  TJ  BA -  Administrador   / 2005)  

1 Quase todas as grandes potências já foram

colonialistas e anticolonialistas, pacifistas e belicistas, 

liberais e mercantilistas, e quase todas elas, além disso, já 

4  mudaram de posição várias vezes ao  longo da história. Nesse

contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do  fim dos estados

ou das economias nacionais, ou mesmo da formação 

7  de algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são

utopias, com toda a dignidade das utopias que partem de

argumentos éticos e expectativas generosas, mas são idéias 

10  ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na análise da

lógica e da história passada do sistema mundial. Apesar de 

tudo isso, é possível identificar através da história a 

13  existência de forças que atuam na direção contrária do poder

global e do império mundial. Forças que impediram — até 

agora — que esse processo de centralização do poder 

16  chegasse até o seu limite imperial, o que provocaria a

dissolução do sistema político e econômico mundial. Idem ,

Ibidem . 

Com referência às idéias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir. 

- Na linha 16, o  emprego do futuro do pretérito  em “provocaria”    justifica-se peloemprego  do  subjuntivo  em   “chegasse”   e  admite  como  gramaticalmente  correta  asubstituição pela forma te r ia p rov ocado ou por i r i a p rovocar . 

I TEM CERTO 

Comentário. 

A primeira parte da  afirmação (“o emprego   do   futuro   do pretérito   em   ‘provocaria’  just if ica- se pelo   emprego do subjuntivo em   ‘chegasse...” ) já  foi objeto de comentário naquestão anterior. 

Em relação à possibilidade de troca de “provocaria” por “teria provocado”   ou “iriaprovocar”,  vimos que  a primeira opção nada mais é do que a  forma composta no mesmotempo  verbal. A segunda apresenta uma  locução verbal com  o verbo auxiliar  modal  “ir”,na indicação de tempo futuro. 

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Essa, aliás,  é uma prática bastante  comum  em  nossa linguagem: em vez de usarmos  ofuturo do  pretérito (comprarei, sairei, estarei ), usamos uma locução verbal  como  oauxiliar “ir” (vou comprar, vou sair,  vou estar ). 

Além do tempo adequado (futuro do presente do indicativo, que, aliás, quase nunca éusado), há outras maneiras de se indicar ação futura certa: 

- I R + I N F I N I T I V O =  “Vou fazer  [em vez de  “farei”] as contas para ver se vou poder sai r   [em vez de “poderei sair”] com você .”  

- HAVER + DE + INF IN IT IVO = “Há de surg i r   [em  vez de “surgirá”]  um a est re la n o céu cada vez que ‘ocê sorr i r . . .” (Gilberto Gil). 

- PRESENTE – É bastante comum  o emprego  do presente do indicativo em açõesfuturas. Esse  é  um caso de ENÁLAGE, a ser  estudado  mais adiante - “Faço  [emvez de  “farei”] esse t raba lho amanhã.”. 

A primeira das construções alternativas para o  futuro (IR + INFINITIVO) foi empregada naopção:   “iria provocar” . Como o  verbo  auxiliar foi empregado no futuro do pretérito,

houve a manutenção do aspecto verbal original, sendo possível a substituição. 

15 - (UnB  CESPE   / DPF –  Escrivão   /  2002)  

1 Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral

da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a 

Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda como 

4  parte das atividades inaugurais da organização, fundada

em 1945, visando construir um tempo novo para a

humanidade. 7  A Declaração está aí, porém quantos a conhecem 

na íntegra? No Brasil, por exemplo, o infeliz e absurdo 

slogan  praticado por muitos, afirmando que “direitos 

10  humanos são direitos de bandidos”, tem servido para a

 justificação de todo tipo de absurdo cometido, negando o

que é, na essência, ligado à proteção da vida e da 

13  dignidade humanas.  “Todos os seres humanos nascem

livres e iguais em dignidade e direitos”, enunciado do artigo 

primeiro, é, em si, um programa de trabalho 

16  praticamente inesgotável.  Os desafios da  construção

solidária — porque trabalhada em conjunto,  fortalecida,

sólida — da liberdade e da igualdade, sob as oscilações 

19  decorrentes da ordem mundial, passando da bipolaridade

para as polaridades difusas ou múltiplas polaridades,

demonstram que a Declaração estabeleceu apenas 

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22  direções, que têm ajudado a humanidade a manter-se,

minimamente, no caminho da sobrevivência. 

Em tempos de violência, tão globalizada como a 25  economia, há os que colocam sob suspeita e risco o

respeito aos direitos humanos. Erro brutal, porque, se

faltarem até os mínimos que a consciência humana 

28  estabeleceu para si mesma, não se terá mais a base

comum sobre a qual caminhar. 

Rosel i Fischm ann. Cor re io Brazi l i ense , 10 / 12 / 2001 (com adaptações) . 

Em relação ao texto, julgue o item subseqüente. 

- O emprego da locução verbal “tem servido” (R.10) indica que o slogan  a que se refere jánão serve mais. 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

A forma verbal  “tem servido”   é conjugação  do verbo SERVIR no pretérito perfeitocomposto, para indicar um aspec to dur a t i vo de uma ação que teve início no passado epersiste até hoje. É, pois, incorreta a afirmação de que tal slogan  já não serve mais.Quando dois ou mais verbos formam uma única unidade de sentido, como acontece comessa construção de tempo composto, temos uma LOCUÇÃO VERBAL. 

LOCUÇÕES VERBAI S 

Em uma  locução verbal,  todos os verbos que compõem o conjunto possuem  o  mesmosignificado  nocional. Assim, o  sentido da ação  está presente  no  verbo principal, cabendoaos auxiliares a função de indicar aspectos, tempos ou vozes verbais. 

Formam-se locuções verbais em: 

 ƒ  tempos compostos, com os verbos  auxiliares TER e HAVER (acabamos de falarsobre isso); 

 ƒ  construções de voz passiva ,  principalmente  com  os  verbos  auxiliares  SER e ESTAR (ponto bastante explorado nas provas do Cespe); 

 ƒ  cons t ruções com aux i l i a res moda is,  que  determinam com  mais rigor  o  modocomo  se  realiza – ou  deixa de  se  realizar -  a ação  verbal. Uma ação  pode  serpontual ou  extensa; contínua,  periódica ou  permanente;  pouco  usual  ou costumeira;hipotética ou real. Esses aspectos  podem  ser apresentados  pelos  verbos auxiliaresmodais. Eles expressam circunstâncias de: in íc io ou f im (comecei a estudar,  acabei  de   acordar ),  cont inu idade (vai   andando ),  obr igação (tive   de   entregar ), possib i l idade (posso   escrever ),  dúv ida (parece   gostar ),  t en ta t i va (procura  entender ) e outras tantas. 

Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem trabalha é o empregado (ouvocê já viu algum chefe trabalhando???...rs...), na locução verbal, quem exerce a função 

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de “chefe”  é o verbo principal – ele fica “paradão”, só mandando, e o pobre do auxiliar seflexiona de acordo com as suas ordens (é um pau-mandado o coitado...rs...). 

Essa flexão do verbo auxiliar será tratada também na aula sobre CONCORDÂNCIA. 

Não poderíamos encerrar esse ponto sem  falar das FORMAS NOMINAIS, que possuemestreita relação com as locuções verbais. 

FORMAS NOMINAI S 

Denominam-se  f o rmas nomina i s as palavras, de origem  verbal,  que também  podemser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas:INFINITIVO, GERÚNDIO E PARTICÍPIO. 

I N F I N I T I V O 

O  infinitivo divide-se em impessoal e pessoal.  O  infinitivo impessoal  não  tem sujeito (pessoa) e, por isso, não se flexiona. É usado em sentido genérico (“o ato de”). 

Amar  se aprende  amando. 

Já o  infinitivo  pessoal  possui sujeito e  pode flexionar-se ou não.  Os casos em  que oinfinitivo  pode,  deve ou não pode  se flexionar  será objeto  de estudo na  aula sobreCONCORDÂNCIA. 

GERÚNDI O 

Muito comum em locuções verbais  indicadoras de ações durativas (está  fazendo, vemacontecendo, fica gerando) e em orações subordinadas reduzidas. 

O presidente   fica  pers is t indo  na argum entação de  que  nada sabia.  ( ve rbo   )  

Pers is t indo os  sintomas, o médico deverá  ser consultado  ( advérbio de condição =  “ Caso persistam os  sintomas...”)  

PARTICÍ PI O: 

Ele havia   lavado o chão da casa antes do temporal. ( verbo)  

O uniforme   lavado ficou   todo sujo após o vendaval. ( ad je t i vo   )  

O particípio tem grande importância na construção de LOCUÇÕES VERBAI S. 

Emprega-se com os auxiliares  TER e HAVER  para a formação  de tempos compostos (“Temos fe i to   grande progresso .”, “Nunca  havia v is i tado  este lugar   antes .”), com  overbo SER para  formar  os  tempos  da voz passiva  de  ação (“O trabalho   fo i fe i to   por todos nós.” ) e com o verbo ESTAR nos tempos de voz passiva de estado (“Estou chocada com essa  notícia .”), construção essa bem mais rara. 

No par t ic íp io , a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por  “ado” / “ido”). Contudo,  existem algumas exceções:  alguns  verbos apresentam mais de uma  forma:  a regular (“ado”    /   “ido”), usada  com  os verbos  t er e  haver (tempocomposto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva). 

Dentre os irregulares, estão: 

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¾  ACEITAR – (ter/haver) aceitado; (ser/estar) aceito 

¾  ELEGER – (ter/haver) elegido; (ser/estar) eleito 

¾ 

ENTREGAR - (ter/haver) 

entregado; 

(ser/estar) entregue 

¾  IMPRIMIR - (ter/haver) imprimido; (ser/estar) impresso 

¾  SALVAR – (ter/haver) salvado; (ser/estar) salvo 

¾  SUSPENDIDO – (ter/haver) suspendido; (ser/estar) suspenso 

Outras cur ios idades:  

•  Apresentam somente a forma  i r regu la r do particípio os verbos abrir (aber to),cobrir (cober to), dizer (d i t o), escrever (escr i to), fazer (f e i t o), pôr (posto), ver 

(v is to), vir (v indo) e seus derivados. 

Observe que, neste último  (vir), a  forma participial é  igual  ao  gerúndio, o mesmoocorrendo  com  os  verbos  dele  derivados  (intervir  –  intervindo).  Essa

peculiaridade costuma ser objeto de questões de prova. Cuidado, hem?  ƒ  Alguns verbos aceitam  ambas as  formas (regular  e irregular) para qualquer dois

verbos auxiliares – ou seja,  não t em como e r ra r - com qualquer verbo auxiliarpode-se  usar qualquer forma participial. Segundo a maioria dos gramáticos, sãoquatro os verbos: pagar , pegar , ganhar e gas tar (para memorizá-las,  imagine a  seguinte  situação:  no  dia  do  pagamento,  você  ganha  o  salário  e,  nosupermercado,  pega o  produto,  paga por ele  e  gasta o dinheiro –  gostou do método mnemônico ?). 

 ƒ  O particípio do verbo CHEGAR é um só – o regular CHEGADO. A forma  “chego ” é a conjugação de 1ª  pessoa do  singular do  presente do  indicativo (“Eu  chego”). Nãoexiste a  forma de particípio irregular  para esse  verbo. Então:   “Eu tinhachegado ao escritório bem cedo.”. 

16 - (UnB  CESPE   / Câmara dos Deput ados / 2002 )  

Nabuco  parte  para  Londres  no  mês  de  fevereiro  de  1882,  permanecendo  comocorrespondente do Jornal do  Comércio até 1884. Ele  não passará  como outrora  o tempolondrino  na ociosidade. Dedica-se  agora ao trabalho e  ao estudo.  Como  vários  outrosintelectuais do seu  tempo, interessados  todos pelos  problemas  sociais  e vivendo noexílio, torna-se freqüentador assíduo do Museu Britânico. 

Reflete e lê  acerca de vários assuntos na biblioteca do Museu. O Museu Britânico é fontede  muitas obras  importantes  das ciências  sociais. Ali,  Karl Marx  escreve O Capital eoutros ensaios. Também  ali Nabuco absorve as lições que são a base  de um dos textosfundamentais das  ciências  sociais  brasileiras.  A  atividade principal da sua mais  recentetemporada londrina é a  familiarização  com  a  bibliografia  a  respeito  do  escravismocolonial. Isso  lhe permite escrever  um livro da qualidade de O Abolicionismo —  areflexão mais coerente, profunda e completa já  feita no Brasil acerca do assunto. Trata- se de  um  monumento  de  erudição,  pleno  de  conhecimento  de  história,  política,sociologia, direito  e de  tudo quanto se  refere à  escravidão  negra. Pelo alto  nível doconteúdo  e a  excelência da  forma  é  um dos livros mais  importantes  das  ciências  sociais jamais  escritos  no  Brasil.  Ocupa,  por  isso,  um  lugar  de  destaque  na  bibliografiaespecífica  que,  na época, era muito restrita.  Hoje, mais  de cem  anos  depois da  suaprimeira  edição, quando  as ciências sociais se  desenvolveram tanto  no  mundo e  noBrasil,  o  livro  ainda  é  consultado  e  visto  como  exemplo,  seja  pelo  volume  de 

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informações, seja pelos  variados  enfoques  — alguns  extremamente originais  —, seja ainda pela forma superior. 

Por tudo  isso é  julgado como empresa notável. Bastava a redação de O Abolicionismo

para  justificar a proveitosa estada de Nabuco por dois anos na Inglaterra. 

Franc isco I g lés ias. I dem, p .13 ( com adaptações) .  

A  propósito  das idéias  e dos recursos lingüísticos que estruturam o texto V, julgue  oitem que se segue. 

- O emprego do presente do indicativo em “Dedica-se”  (R.3), “torna-se” (R.5) e  “Reflete e lê” (R.6) exemplifica a possibilidade de dar  realismo a ações praticadas de  formacontínua no momento da produção do texto. 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

As ações não foram (nem  poderiam ter sido) praticadas no momento da produção  dotexto. Trata-se de um texto  narrativo que  se  reporta a  fatos  ocorridos no  início do séculoXIX. 

Na  verdade, como  se  refere a fatos passados, o tempo verbal  deveria  ter sido opretérito. Contudo, há  a possibilidade de se usar  o presente na  indicação de  fatoshistóricos (“Nabuco parte   [em vez de ‘partiu’] para Londres...” ). Esse  tempo  é usadopara  dar  maior vivacidade aos fatos narrados.  A  esse  tipo  de construção, dá-se o nomede PRESENTE HISTÓRICO ou PRESENTE NARRATIVO. 

17 - (UnB  CESPE /TCU  – Técnico   / 2004) 

1 O republicano George W. Bush veio a público dizer 

que é um “presidente da guerra” e que todas as decisões que

toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao 

4  terrorismo. Essa “guerra”, disse o presidente dos EUA, define 

hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norte-americanas. 

 “Tomo minhas decisões no Salão Oval com a 

7  guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a

verdade. E o povo norte-americano precisa saber que tem umpresidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que 

10  existem e como é importante lidar com eles”, disse Bush. Ao

conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua

popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré- 

13 candidatos democratas. 

Folha de S. Pau lo , 9 / 2 / 2004 ( com adaptações) . 

Tendo o texto acima como referência inicial,  julgue o item que se segue. 

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-  Textualmente,  a  forma  verbal  “tenta”   (R.11)  corresponde  ao  pretérito:  ten tava ,estava ten t ando . 

I TEM CERTO 

Comentário. 

Agora que sabemos o significado e emprego do PRESENTE NARRATIVO ou HISTÓRICO,essa questão fica até fácil, não é mesmo? 

Note que  essa é a  função  de um texto   jornalístico –  tornar atual  a notícia,  causarimpacto. A  notícia é apresentada  ao público  como  se fosse pão –  “quentinha”,  recémsaída do  “forno”!!! Ainda que os fatos  se reportem ao passado ou ao futuro,  o  jornalistaopta por usar o verbo no presente do indicativo. 

Quando o examinador  sugere a  troca pelas  formas do  pretérito imperfeito (tentava,estava tentando),  indica que o fato passado  é costumeiro,  habitual,  o que reforça o

emprego do tempo presente na construção original. 

18 - (CESPE UNB   /  AGU –  Procurador Federal /  2002)  

O que a  escravidão representa para  o Brasil, já  o  sabemos. Moralmente,  é a destruiçãode todos  os princípios  e  fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, apropriedade,  a  solidariedade social,  a  aspiração  humanitária;  politicamente,  é  oservilismo, a desagregação do povo,  a doença do  funcionalismo, o  enfraquecimento doamor à pátria, a divisão  do interior em  feudos,  cada  um com seu regime penal,  o seusistema de provas, a sua  inviolabilidade perante a polícia e a   justiça;  econômica esocialmente, é o  bem-estar  transitório de uma classe única,  e  essa,  decadente  e semprerenovada;  a eliminação  do  capital  produzido  pela compra de escravos;  a paralisação de

cada energia  individual  para  o trabalho na população nacional; o  fechamento dos nossosportos aos  imigrantes que  buscam  a  América  do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer  que seja a  forma como  for adquirido; o desprezo por  todos os que, porescrúpulos, se  inutilizam ou atrasam em uma  luta  de ambições materiais; a  venda dostítulos de nobreza; a  desmoralização da autoridade, desde  a mais alta  até à mais  baixa.Observamos  a  impossibilidade  de surgirem  individualidades  dignas de dirigir o  paíspara melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do  trabalho  honrado,  das  virtudes  obscuras,  da  pobreza  que  procura  elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”. 

A minha firme convicção é que, se não  f i ze rmos  todos  os dias novos e maiores  esforçospara  tornar o nosso solo perfeitamente  livre, se  não  t i ve rmos   sempre presente a  idéiade  que  a escravidão é  a causa  principal  de  todos os  nossos  vícios, defeitos, perigos efraquezas  nacionais, o  prazo que ainda tem de duração  legal  — calculadas  todas  asinfluências  que  lhe  estão  precipitando  o  desfecho  —  será  assinalado  por  sintomascrescentes de dissolução social. 

Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) . 

Em relação ao texto II,  julgue o item que se segue. 

-  O  emprego  das  formas  verbais  da  primeira  pessoa  do  plural  “sabemos”   (R.1),  “Observamos”   (R.14),   “fizermos”   (R.18)  e   “tivermos”   (R.19)  é  uma  estratégiaargumentativa que  busca promover a  inclusão e a  possível adesão do  leitor comoparticipante das opiniões e ações propostas. 

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I TEM CERTO 

Comentário. 

Muitas vezes, o autor, para tornar  o texto o  mais próximo possível do  leitor (em busca,inclusive, de sua aprovação), emprega elementos que o  incluem no discurso, dentre eles o emprego das formas  verbais na 1ª  pessoa do plural  (nós).  Trata-se  de  um recursoestilístico  muito  comum  em  textos  argumentativos.  Nesse  caso,  todos  os  termos (verbos, adjetivos...) se  referem  a  “nós”,  grupo do qual  fazem  parte o autor e  seusleitores. O sujeito, portanto, são todos eles. 

Não  confunda  esse   “apelo  lingüístico”   com  outro  recurso  estilístico:  o  p lura l demodést ia , também  conhecido por   “p lura l ma jes tá t i co”.  Esse é um recurso muitocomum a oradores, para tornar o discurso menos personalista e mais  coletivo. Realiza- seuma concordância  ideológica  conhecida como “s i lepse de número  ” (plural  no lugar do singular), usando,  em  vez do  pronome da 1ª  pessoa do singular,  a 1ª  pessoa do

plural, ainda que só se refira 

a UMA PESSOA 

(a que fala/escreve). 

Agora, 

o verbo 

realiza aconcordância com o  pronome pessoal “nós” (“Nós f icar íamos. . .”),  mas o adjetivo  –porventura existente  - permanece  no  singular, a  realizar  a concordância  como  o  “eu” ideológico (“Nós f icar íam os FELI Z se pudéssem os contar com sua compr eensão.”  – é isso mesmo: FELIZ!!!). 

Perceba  que, ao contrário do evento explorado na questão, em que o  autor inclui seusleitores no  grupo, formando “nós”   e levando  todos os elementos  para o plural  (“Nós não podemos ficar   i ne r t es   diante de tal fato.” ),  no  plural majestático o sujeito é  UM  SÓ:quem profere tais palavras.  Assim, ocorre  um fato  inusitado: um  aparente desvio deconcordância entre o verbo  (no plural) e o adjetivo (no singular),  mas –  acredite no queeu digo – essa estrutura está correta!!! (rs...) 

19 – (UnB CESPE/TST-Analista/2008) 

1 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, 

mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de

trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa 

4  qualificação, nossa energia,  nossa imaginação.  Ainda assim,

para  a grande maioria dos homens, o  trabalho  nada mais é do

que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a 

7  produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão

forte rotinização, apequenamento e embrutecimento doprocesso de trabalho de forma que já não há nada que mais 

10  nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande

maioria, fazer o que temos em comum com os outros

animais: comer, dormir, descansar, acasalar. 

13  Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de

transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser

apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, 

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16  criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu

contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido

clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, 

19  nosso tempo de vida. 

Emir Sader. Trabalhemos menos, trabalhemos todos.

In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).

Julgue o seguinte item a respeito do texto acima. 

- As substituições  de  “Preferimos” (R.10)  por  Prefere e de “temos” (R.11)  por  t empreservam  a correção  gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que  é amaioria de nós “homens” (R.5) que prefere “comer, dormir, descansar, acasalar”  (R.12). 

I TEM CERTO 

Comentário. 

Mais  uma vez, o  examinador explora o emprego da 1ª pessoa do plural.  Tem razão aoafirmar que,  ainda que gramaticalmente correta, a conjugação verbal na 3ª pessoa dosingular  prejudicaria  a  argumentação,  excluindo  o  autor  do  grupo  de  homens  quepreferem comer, dormir, descansar e acasalar, como os demais animais. 

Voltaremos a falar sobre esse assunto na próxima aula – CONCORDÂNCIA. 

20 - (UnB  CESPE/ PC  ES  -  Perito/  2006) 

1 O ser humano é a medida de todas as coisas. Pelotamanho do ser humano se mede a vastidão do universo,

assim como pelo palmo e pela braça se começou a medir a 

4  Terra. Todo o conhecimento do mundo se faz de uma

perspectiva humana, todo o  julgamento das coisas do mundo

se faz por um parâmetro humano. Assim, enaltecer o senso 

7  moral do  ser humano  não é  um floreio de  linguagem  que  a

única espécie que fala  faz,  é  valorizar  este  frágil  instrumento

de medição pelo qual a vida revela seu sentido. O ser humano 

10  ou é moral, e  julga tudo por um prisma moral, ou é apenas um

mecanismo inútil. 

O liberalismo pensa estar defendendo o indivíduo 

13  quando nega a primazia do social ou quando diz que uma

sociedade é apenas um conjunto de ambições autônomas. 

O culto ao individualismo seria um culto à liberdade se não 16  elegesse como seu paradigma supremo a liberdade de lucrar, 

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e como referência moral a moral do mercado. Se não fosse

apenas a última das muitas tentativas de substituir o ser 

19  humano como 

a medida 

de 

tudo, 

e seu 

direito 

à vida e 

àdignidade como o único direito a ser cultuado. Já tentaram

rebaixar o homem a mero servo de uma ordem divina, a 

22  autômato  descartável  de engrenagens industriais, a  estatística

sem identidade de regimes totalitários, e agora a uma comodidade

entre outras comodidades, com nenhuma 

25  liberdade para escolher seu destino individual e o mundo em

que quer viver. Mas o indivíduo só é realmente um indivíduo 

em uma sociedade igualitária, como só existirá liberdade real 

28  onde os valores neoliberais não prevalecerem. 

Lu ís Fe rnando Ve r i ss imo . I n te rne t : < h t t p : / / w w w .dhnet . o rg .b r> . Acesso em f ev ./ 2 0 0 6 . 

Em relação ao texto, julgue o item a seguir. 

- A substituição de  “se mede” (R.2) por é med ida   mantém a correção gramatical e asinformações originais do período. 

I TEM CERTO 

Comentário. 

Essa questão é o nosso ponto de partida para a última parte da aula de hoje e um dospontos mais importantes no estudo das provas do Cespe: VOZES VERBAIS. 

VOZES VERBAI S 

Os verbos são palavras VARIÁVEIS,  ou seja, além das  flexões  em número, pessoa,tempo e modo, também pode variar em vozes. 

São elas: 

1.  VOZ ATIVA – O sujeito  pratica a ação expressa  pelo  verbo.  É  um sujeito  “agente”, “ativo”. 

2.  VOZ PASSI VA – O sujeito recebe (sofre) a ação verbal. É um sujeito “paciente”,  “passivo”. 

Divide-se em ANALÍTICA (análise é coisa longa,  demorada)  e PRONOMI NAL ou SI NTÉTI CA (síntese é coisa breve, rápida). 

3.  VOZ REFLEXI VA – Construída com o verbo e um pronome  reflexivo. O sujeitopratica contra si mesmo a ação verbal. 

4.  VOZ RECÍ PROCA - Classificação  essa  apresentada  pelo  mestre  EvanildoBechara, a  voz recíproca é construída com o verbo e um pronome recíproco. Aomesmo tempo em que pratica  a ação,  recebe-a  de volta por outro agente. Por serrecíproco, o verbo deve  estar sempre  no  plural, pois o ato  é  necessariamentepraticado por dois ou  mais agentes  (“Ao   fim do   jogo,   os jogadores   ag red i ram-  se ” ,  “Aquela relação é  bem difícil  pois  se odeiam  mãe  e filha.” ). 

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O cuidado maior que  se deve  ter é na transposição das vozes – ativa para passiva / passiva  analítica  para  passiva  sintética,  especialmente  com  relação  à  conjugação 

(tempo/modo) do verbo. 

( 1 ) ( 3 ) ( 2 ) ( 4 )  

O pro fessor deu o l i v ro ao a luno. 

VOZ ATI VA SUJEI TO 

(AGENTE)  

VERBO OBJETODI RETO 

OBJETOINDIRETO 

VOZPASSIVA  

( 2 ) ( 3 ) ( 1 ) ( 4 )

O l ivro fo i dado pelo pro fessor ao a luno.  

ANALÍTICA SUJEI TO 

( PACI ENTE)  LOCUÇÃOVERBAL 

AGENTE DAPASSIVA  

OBJETOINDIRETO 

VOZ  PASSIVA  

( 2 ) ( 3 a ) ( 4 )

O l ivro deu-se - ao a luno.  

SINTÉTICA Na  passiva  sintética,  normalmente  o  verbo  antecede  o  sujeito,

formando: Deu-se o l ivro ao a luno.  

( 1 ) – O  termo que exercia a função sintática de SUJEITO na voz ativa passará à função deAGENTE DA VOZ PASSIVA, pois  é  exatamente  isso o  que ele  faz –  AGE,  PRATICA AAÇÃO. Note  como  o  nome  da função sintática ajuda  a compreendê-la –  agente da   (v oz) p ass iva. 

( 2 ) - O termo que exercia a função  sintática de OBJETO DIRETO  na  voz ativa passará  àfunção de SUJEITO da  construção passiva,   já que  ele sofre a ação verbal (sujeitopaciente). 

( 3 ) - O verbo passa a ser uma  locução verbal, e é nesse ponto que o candidato deve termais atenção. Não pode haver mudança no tempo ou no modo verba l  . Se o  verbo

originalmente  estava no Pretérito Perfeito do  Indicativo,  o  verbo auxiliar da locuçãoverbal deverá manter essa mesma conjugação. É aqui que mora o perigo – CUIDADO!!! 

(4 ) – Todos os demais e lementos orac iona is permanecem na mesma funçãosintát ica da voz at iva. Então,  o  que acontece com o termo que  exercia a função deobjeto indireto? Vai continuar exercendo a função de objeto indireto. 

Na  construção em voz passiva  sintética, como  o nome já sugere, há  uma “simplificação” das formas. Não há  locução verbal – o verbo irá concordar com o seu sujeito paciente e aoseu  lado será  colocado um pronome, chamado de  pronome apassivador   ( 3a ) ,porque é ele quem indica essa construção.  E também não existe  a figura do AGENTE DAPASSIVA. É de praxe que, nessa estrutura sintética, o verbo anteceda o sujeito paciente. 

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Para  que  seja possível a construção de  voz  passiva (tanto analítica  como sintética),  éindispensável que a construção possua  um  OBJETO DIRETO, ou  seja, O VERBO  SEJATRANSITIVO  DIRETO (TD) ou TRANSITIVO DIRETO  E INDIRETO (TDI).  Isso  porque  essetermo (OBJETO DIRETO) será o SUJEITO da voz passiva. 

A princípio,  os  verbos  que não atendem a  essa exigência,  segundo a norma cu l ta ,estão impossibilitados de formar uma construção passiva. 

Cuidados que devem ser t omados n a t r anspos ição: 

- identificar corretamente o objeto direto da voz ativa, elemento que exercerá a funçãode sujeito da voz passiva e com o qual o verbo irá concordar; 

- realizar a concordância verbal corretamente; 

- manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo  t e m p o e m o d o  do verbo apresentado na voz ativa. 

De volta à questão da prova  (já tinha até  se esquecido da questão, hem???...rs...), oexaminador sugere a troca de  “se mede” por  “é medida”. 

Primeiramente,  vamos  analisar o valor do pronome “se” na construção “se mede”. Para  isso,  reproduzimos  a  passagem  do  texto  em  que  se  observa  tal  ocorrência.  Essaprovidência (voltar ao texto) é essencial para evitar um deslize na hora da prova. 

O ser humano é a med ida de todas as co isas . Pe lo tamanho do ser humano se  m ede a vast idão do univ erso, ass im com o pelo palm o e pela braça se com eçou a m ed i r a Ter ra . 

O verbo MEDIR é transitivo direto (“alguém mede alguma coisa”). Quando um pronome  “se”   acompanha  um  verbo TD ou  TDI  com idéia passiva (como em “alguma coisa émedida”),  temos uma construção de voz passiva, sendo este um pronome apassivador (= “mede-se alguma coisa”). 

Então, devemos tomar o cuidado de identificar o sujeito paciente (aquele que exercia afunção de objeto direto da voz ativa). 

O que se mede? Resposta: a vastidão do universo. 

O núcleo desse conjunto é VASTIDÃO – elemento feminino singular. 

A troca da  voz passiva sintética (a  que  possui o pronome apassivador) pela voz  passivaanalítica (a que  possui  uma  locução verbal) exige  o cuidado na  manutenção  do  tempoverbal original  e  da concordância, tanto em  número quanto em gênero (em relação aoparticípio). 

 “Pelo tamanho do ser humano se mede a vas t idão  ”  Î “. . .é m ed ida a vast idão  ...” .

Essa  substituição mantém  a correção gramatical e o  sentido original  do  texto,  sendocorreta a assertiva. 

21 - (UnB  CESPE   / TSE –  Analista  Judiciário/ 2007)  

Caro eleitor, 

1Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram 

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alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 

4  comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que 

tudo aconteceu 

de 

forma 

tranqüila e organizada, 

aapuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 

7  Brasil como modelo nessa área. 

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da 

República e dos governadores de alguns estados. O país, 

10  mais do que nunca, conta com você.

Democracia é algo que lhe diz respeito e que se

aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção 

13  bem-preparada, erguida sobre  fortes alicerces. Esses

alicerces  são exatamente os  votos  de  todos os cidadãos.

Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir 

16  os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa

democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa

escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que 

19  julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e

de seu estado. 

Você estará determinando o Brasil que teremos nos 

22  próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seupróprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a

melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança 

25  públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento é

decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — está

depositada a confiança em dias felizes. 

28  Compareça, participe. Não se omita, não transfira a 

outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de

quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de 

31 quem realmente compreende a importância de sua atitude

para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor

contribuição que você poderá dar a sua Pátria. 

Min ist ro Marco Auré l io de Mel lo. Pronunc iament o o f i c ia l . I n te rne t :   < w w w . t se.gov .b r> ( com adap tações) .  

Julgue a assertiva abaixo. 

- “se aperfeiçoa”  (R.11-12) poderia ser substituído por é aper fe içoado. 

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I TEM CERTO 

Comentário. 

Mais  uma  possibilidade  de  treino  na  transposição  de  voz  passiva  sintética  para  aanalítica. 

Vamos ao texto (deixe a preguiça de lado, hem????): 

Dem ocracia é a lgo que lhe d iz respei to e qu e se aper fe içoa no d ia-a-d ia. 

Cuidado agora! Temos um pronome  relativo “que” a retomar um  antecedente (é  isso  emresumo o que o  relativo  faz – substitui um termo  já  mencionado e  remete  a  ele aconcordância). Você poderia me dizer a qual termo o pronome relativo se refere? 

Quem respondeu “democracia” ERROU!!! 

Não acredita? Então, releia a passagem:  “ Democracia é ALGO que.. .”. E agora,  ficou

mais claro? O  antecedente  é  o  pronome  indefinido   “algo”   que,  por  sua  vez,  se  referesemanticamente  a   “democracia”.  Contudo,  a  concordância  deve  se  dar  com  essepronome e não com  o  substantivo  antecedente deste. Como   “algo” é um termo nomasculino singular, exige essa flexão do particípio. 

Vejamos, agora, a voz verbal  empregada.  O verbo APERFEIÇOAR é  transitivo direto (alguém  aperfeiçoa  alguma  coisa).  O  que  é  aperfeiçoado?  Semanticamente,   “ademocracia”, mas s in ta t i camen te “ a l go”. 

Sem dúvida, estamos diante de uma construção passiva sintética (olha o pronome “se”   junto ao verbo transitivo direto com idéia passiva!). Assim, a voz passiva analítica seria:  “Democracia é a lgo que lhe d iz respei to e que é aper f e içoado no d ia-a- d ia.” . 

Por isso, está correta a afirmação. 

Você poderia perguntar: “mas a  concordância poderia se  dar com   ‘democracia’?” . 

A resposta  é SIM,  também poderia concordar  com “democracia”: “Democracia é a lgo que lhe d iz respe i to e que (=a democrac ia ) é aper fe içoada no d ia -a-d ia . ”  . Note,contudo, que  essa  é uma outra  possibilidade  (concordância ideológica)  – as duas formasseriam, portanto, válidas. 

22 - (UnB  CESPE/ DPF  -  Delegado/ 20 04) 

1 A análise que a sociedade costuma fazer da 

violência urbana é fundamentada em fatores emocionais,

quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de 

4  segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por

discriminação. As conclusões dos estudos científicos não são

levadas em conta na definição de políticas públicas. Como 

7  reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu

pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que

ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da 

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10  AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo

desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para 

avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos 13  e sociológicos associados às raízes sociais da violência

urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento,

narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, 

16  imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na  justiça. 

Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações). 

Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. 

- A 

substituição do termo 

 “estão 

sendo desenvolvidos” (R.10-11) por 

es tavam se  desenvo lvendo  provoca  alterações  estruturais  sem  alterar  semanticamente  ainformação original nem transgredir as normas da escrita culta. 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

Tomara que você não tenha se esquecido de tomar os cuidados que  recomendei, casocontrário deve ter errado a questão (olha a minha praga aí...rs...). 

Vamos à passagem do texto (Preguiça, sai desse  corpo que não   te  pertence!!! ): 

“Nos ú l t imos anos , en t re tan to , es tão sendo desenvo lv idos métodos ana l í t i cos  m ais prec isos . . .”   

A  construção  “estão  sendo  desenvolvidos”   possui  como  sujeito  paciente  “métodosanalíticos mais precisos”. Trata-se de construção de voz passiva analítica. 

Agora o caminho é inverso. Vamos passar da analítica para a sintética.

Vamos relembrar os cuidados: 

1) identificar corretamente sujeito da voz passiva, com o qual o verbo irá concordar; 

2) realizar a concordância verbal corretamente; 

3) manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo t e m p o e m o d o  

do verbo apresentado na voz ativa. 

Beleza, então. Vamos realizar a troca: 

O núcleo do sujeito é “métodos”  – o verbo deve ficar no plural. 

Agora, não temos DOIS, mas  TRÊS verbos formando  uma locução  [ ESTAR + SER +DESENVOLVER] . 

Ao passar para a voz passiva sintética, eliminamos  o auxiliar SER – ficam  somente doisverbos  –  ESTAR  +  DESENVOLVER,  acompanhados  do  pronome  apassivador  (quecaracteriza a voz passiva pronominal ou sintética). 

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Realizados os passos 1 e 2, não podemos nos descuidar do passo 3, vale dizer, m a n t e r o  tem po e m odo verba is  . E aí, notou o erro? 

O  verbo  originalmente  estava  no  PRESENTE  DO  INDICATIVO  (ESTÃO sendo 

desenvolv idos ); o examinador sugere a  troca  por “ESTAVAM se desenvolvendo ”,como verbo  auxiliar no PRETÉRITO IMPERFEITO  DO INDICATIVO.  Nada disso!!! NÃ-NA-NI-NA-NÃO!!! O verbo auxiliar permanece no presente do indicativo: 

Estão sendo d esenvolv idos Î estão se desenvo lvendo (e não “es tavam ” ) . Mudouo tempo verbal, (como diria o vampiro brasileiro, Bento Carneiro – personagem do ChicoAnísio...) “FINOU-SE”  (rs...)!!!! 

23 - (UnB CESPE   /   ICMS AC /  2006 -  adaptada)  

1 Em dezembro de 2000, quando tomou posse no

Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie

Northfleet obrigou a corte a uma reforma insólita: a 

4  construção de um banheiro feminino ao lado do plenário. Até

então, em 172 anos de história, tal peça não tinha sido

necessária. Ellen foi a primeira mulher a integrar a Suprema 

7  Corte do país. Na quarta-feira, dia 15 de março, a  juíza

quebrou mais um tabu. Pelo sistema de rodízio dos ministros,

foi escolhida para a presidência do Supremo. Todos os seus 

10  40 antecessores no cargo foram homens. 

A chegada de uma mulher ao cargo mais alto da justiçabrasileira não é um fato isolado. Uma pesquisa da Associação 

13  dos Magistrados Brasileiros mostra que a presença feminina

na Justiça cresceu muito. Até o final dos anos 60, apenas 

2,3% dos magistrados eram mulheres. Hoje são 22,4%. 

16  Elas estão principalmente nos  juizados especiais, a área mais

moderna do Poder Judiciário brasileiro. Ocupam 37,1% 

dessas cortes. 

19  Segundo a pesquisa, as  juízas são mais críticas em

relação à atuação da Ordem dos Advogados do Brasil e da

 justiça. São mais éticas e preocupadas com as questões 

22  humanas, tendendo à individuação das sentenças. Os  juízes

seguiriam a lei, de forma prática. As juízas seriam mais

preocupadas com as questões sociais e econômicas que 

25  cercam os casos. 

Como presidente do Supremo, Ellen Gracie passa a ser 

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a quarta pessoa na linha de sucessão presidencial, atrás do 

28  vice-presidente e dos presidentes da Câmara  e do Senado.

A expectativa é 

de que ela assuma 

interinamente 

Palácio doPlanalto durante uma das viagens internacionais do presidente 

31 Luiz Inácio Lula da Silva. 

A primeira oportunidade poderá ser no dia 12 de maio, 

quando o presidente Lula estará em Viena, para o encontro de 

34  cúpula entre União Européia e América Latina. Se, na mesma

data, estiverem viajando Alencar, Renan e Aldo, Ellen Gracie

poderá ser a primeira mulher a ocupar a presidência da 

37  República do Brasil. 

Época , n . º 409 , 20 / 3 / 2006 , p . 22 ( com adap tações) .  

Realizada a transposição  para  a voz passiva, marque o item que mantém  a  correçãogramatical e o sentido original do texto. 

A) Linhas 2-4: Com indicação da ministra Ellen Gracie Northfleet, a Corte foi obrigada aconstruir um banheiro feminino ao lado do plenário. 

B) Linhas 12-14: A presença feminina na Justiça tem crescido muito no Brasil, é o quemostra a pesquisa da Associação dos Magistrados. 

C) Linhas 22-23: As leis e os regulamentos são seguidos, de forma prática, pelos juízes. 

GAB. A 

Note que o  examinador exige que  se mantenha o sentido e  se  respeite  a ortodoxiagramatical, sem que haja necessidade de  emprego dos mesmos elementos originais dotexto. 

Na  opção  A,  o  verbo  OBRIGAR  apresenta  bitransitividade,  ou  seja,  é  TRANSITIVODIRETO E INDIRETO. Complemento direto é  “a  corte” e  indireto “uma reforma  insólita”. Aestrutura  “a  construção de um banheiro feminino ao lado do plenário” exerce a  função deaposto em relação ao objeto indireto. 

Na  transposição para  a voz passiva, o objeto  direto passa  a  ser  o sujeito paciente:  “ a cor te ”  . Deve-se manter  o tempo e modo verbais originais – PRETÉRITO  PERFEITO DOINDICATIVO:  “ fo i obr igada”  . O  sujeito da  voz ativa poderia ter  exercido a função de

agente da  passiva. Contudo, optou-se por  omiti-lo, apresentando  a expressão adverbialcausal   “com indicação da  ministra  Ellen  Gracie Northfleet” em seu  lugar. Com  isso,evitou-se  um  possível aspecto  impositivo (que  não existia) da  ação da Ministra. O objetoindireto,  representado  por   “uma  reforma  insólita”   foi  substituído  pelo  apostocorrespondente,  com  a troca do  substantivo  (construção)  pela forma nominal  “construir”. Nenhuma dessas alterações provocou prejuízo gramatical ou de coerência aotexto. Por isso, está CORRETA a opção A. 

Vejamos os problemas das demais. 

B)  O verbo CRESCER é intransitivo e esse  fator  impediria  uma construção  de vozpassiva. O que houve foi a troca da forma simples (“a presença feminina na Just iça  

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cresceu mui to  ”)  pela  composta  (“a presença feminina tem cresc ido. . .”).  Nãohouve, pois, transposição para a voz passiva. 

C)  A  passagem  original  era  “Os ju ízes segu i r iam a le i , de fo rma prá t i ca  ”.  O 

examinador,  além  de  incluir  um  elemento  que  não  fazia  parte  da  construção (“regulamentos”), pecou  na  manutenção do tempo verbal – em  vez de  f u t u ro dopre tér i to do ind ica t i vo (“seguiriam ”), usou  o presente do indicativo  (“são seguidos”).Tudo errado!!! 

24 - (UnB CESPE/  TJ  AC / 2006)  

1 No Brasil, hoje em dia, os cartórios vão muito além 

de sua função de registrar. Os cartórios são a mais efetiva

máquina de fiscalização tributária do país. Ninguém compra 

4  ou vende um imóvel sem que essa transação seja

imediatamente informada à Receita Federal, seja pelo notário

seja pelo registrador, para se verificar a compatibilidade das 

7  declarações de renda com o patrimônio. Nenhuma escritura é

lavrada se não for apresentada a certidão de regularidade com 

o IPTU, além do pagamento do imposto de transmissão 

10  (ITBI). Nenhuma construção é averbada sem a comprovação

do recolhimento das contribuições previdenciárias dos 

operários que trabalharam na respectiva obra, com a 

13  apresentação, no Registro de Imóveis, da Certidão Negativa

de Débitos do INSS. 

Graças aos registradores civis, que informam 

16  gratuitamente ao INSS todos os óbitos ocorridos no mês, o

sistema previdenciário brasileiro economiza milhões de reais

com a suspensão imediata do pagamento de benefícios, que, 

19  sem essa informação, continuariam a ser pagos indevidamente. A

responsabilidade é um dos pilares do sistema 

registral brasileiro, que é exemplo e modelo para o mundo. 22  Os notários e registradores, além de responderem

pessoalmente e solidariamente pelos tributos que têm

obrigação de fiscalizar, são responsáveis diretos por todos os 

25  atos praticados  no  cartório. Quando se  reconhece  uma

firma, autentica-se  um  documento, lavra-se uma  escritura,

registra-se um imóvel, notifica-se uma pessoa, protesta-se 

28  um título, outorga-se uma procuração pública, em todos 

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esses atos, muito além do carimbo do cartório, agrega-se 

a esse documento um seguro, baseado na responsabilidade 

31 e fé pública do tabelião. Considerando o texto acima, julgue o item que se segue. 

- A substituição de “agrega-se” (R.29) por é agregado  prejudica a correção gramatical ealtera a informação original do período. 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

No  último período  do  texto, temos vários exemplos  de construção  de voz passiva

pronominal: 

Quando se reconhece uma f i rma, au ten t i ca-se um documento , lav ra-se uma escr i tu ra , reg is t ra -se um imóve l , no t i f i ca -se uma pessoa, p ro tes ta -se um t í tu lo ,ou torga-se uma procuração púb l i ca , em todos esses a tos , mu i to a lém do car imbo do car tó r io , agrega-se a esse documento um seguro , baseado na  responsabi l idade e fé públ ica do tabel ião. 

Os sete primeiros verbos  apresentam transitividade  direta  (reconhecer algo, autenticaralgo,  lavrar  algo,  registrar  algo,  notificar  algo,  protestar  algo,  outorgar  algo)  e  oAGREGAR, transitividade direta e indireta (agregar algo a alguma coisa). 

Por  possuírem objetos  diretos,  permitem construção de voz  passiva (no  texto,  a  vozpassiva sintética ou pronominal). 

O  examinador  afirma  que  a  troca  de   “agrega-se”   por   “é  agregado”   prejudicaria  acorreção gramatical e  alteraria o  sentido  do  período. Ora,  em relação  à última parte daafirmação, já  podemos considerar ERRADA  tal afirmação,  uma vez  que não  há  mudançasemântica  alguma  entre  a voz passiva sintética  e a analítica. Para verificarmos  se  houvecorreção gramatical, devemos fazer aquele  “passo-a-passo”. 

1) o sujeito paciente é UM SEGURO (masculino singular) – portanto, a forma “agregado”  atende à prescrição gramatical; 

2) tempo e modo verbais –  “agrega-se”  apresenta o verbo no presente do  indicativo,mesmo tempo e modo de “é agregado”. 

Assim,  a  troca  de  um  por  outro  seria  perfeitamente  válida,  estando  ERRADA  talassertiva. 

25 - (UnB  CESPE/ TJ  PA –  Analista   /  2006)  

1 Desde que eu vou ao Fórum Econômico Mundial em

Davos, nenhum país atiçou a imaginação da conferência e

dominou a discussão como a Índia em 2006. 

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4  O Estado indiano foi um estrondoso sucesso em uma

frente. A democracia indiana é uma maravilha a ser 

observada. Um dos países mais pobres do mundo, ela manteve 7  um governo democrático por mais de 60 anos. E essa é,

certamente, uma das maiores virtudes do país quando

comparado a muitos outros países em desenvolvimento. 

10  A democracia dá lugar ao populismo, politicagem e 

perda de tempo. Mas também dá lugar à estabilidade no longo

prazo. Há elementos da democracia que ferem, principalmente 

13  em um país com pobreza, feudalismo e analfabetismo

galopantes. Democracia na Índia freqüentemente significou

não a vontade da maioria, mas a vontade das minorias 

16  organizadas. Mas a democracia tem seus próprios meios de se

reequilibrar. 

Fareed Zakar ia . Por que a Ín d ia é um exemplo . I n : Época, 6 / 3 / 2006 ( com adaptações) .  

No texto,  os  trechos  que se apresentam na voz passiva, ou seja,  estabelecem  umarelação em que o sujeito verbal recebe a ação incluem 

I “O Estado indiano foi um estrondoso sucesso”  (R.4).

II “uma maravilha a ser observada”  (R.5-6). 

III  “quando comparado a muitos outros países” (R.8-9).

IV  “Há elementos da democracia” (R.12). 

V “seus próprios meios de se reequilibrar” (R.16-17).

Estão certos apenas os itens 

A) I  e IV.

B) I e  V.

C) II e III. 

D) III, IV e V. 

GAB. C 

Comentário. 

Essa idéia,  apresentada no  enunciado, de que   “o sujeito verbal recebe a ação”   nadamais é do  que o  nosso mui  famoso “sujeito  paciente”.  Em suma,  o  que o  examinadorquer saber é em quais dessas opções verifica-se construção passiva (que pode estar  sob aforma analítica ou sintética). 

I –  “O Estado indiano foi um estrondoso sucesso”  – esse é um verbo de ligação, que nãopermite construção de voz passiva por não possuir o objeto direto – NÃO;  

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II – “uma maravilha a ser observada” – a presença do verbo SER  junto a um particípio,com idéia paciente, confirma essa opção como válida – SIM;  

III  –  “quando  comparado  a  muitos  outros  países”   –  subentende-se  o  verbo  SER: 

 “quando [é] comparado a ...”. Há valor passivo, sim, nessa construção – SIM; 

IV – “Há  elementos da  democracia” – o  verbo HAVER no  sentido de  existência  é IMPESSOAL,  ou  seja,  não  possui  SUJEITO.  Ele  é  um  verbo  TRANSITIVO  DIRETO 

(“elementos da  democracia” exerce  a  função  sintática de  objeto  direto). Contudo,  sóadmite a  voz ativa (não  existe a  forma  “ser havido”).  Por isso,  não há sujeito, tampoucocom idéia passiva – NÃO; 

V –  “seus próprios meios de  se reequilibrar”   –  essa opção poderia  ter  enganado muitagente se houvesse uma resposta incluído esse  item aos  outros dois (II e III). Noentanto, não basta o  pronome SE estar junto  a um verbo  transitivo  direto (ou  direto  eindireto) para que classifique como voz passiva. É  necessária  (e imprescindível)  a idéiaPACIENTE da  forma  verbal. Isso porque vários  verbos  transitivos diretos podem estaracompanhados de um pronome SE com valor reflexivo. 

Compare as seguintes orações: 

-  As men inas se pentearam. Se a ação  foi  praticada pelas  meninas contra elasmesmas, esse pronome tem valor reflexivo (elas pentearam a si mesmas). 

- Pentearam-se as bonecas. Agora, não é possível o  valor reflexivo da ação, uma vezque   “bonecas”   são  serem  inanimados.  Entende-se,  pois,  que   “as  bonecas  forampenteadas (por alguém)”, sendo esse um pronome apassivador. 

Vejamos a construção  desse item: “Mas a democrac ia tem seus própr ios me ios de  se reequi l ibrar  .”. Ainda que “democracia” não seja ente personificado, o termo éempregado no  lugar de  Estado  Democrático. Percebe-se o valor  reflexivo  do pronome,reforçado pelo emprego da expressão   “próprios  meios” (=   “a democracia tem   seus próprios meios  de  reequ i l i b rar a s i m esma .” ). 

Essa  não  é uma  construção passiva,  buscada pelo  examinador,  mas ativa com  valorreflexivo. 

Os itens que atendem ao enunciado são II e III – opção C. 

26 - (UnB  CESPE   / Câmara dos Deput ados / 2002 )  

A  maioria dos primeiros  textos  que  foram escritos para descrever terra  e homem  danova região  levam a assinatura de portugueses. Respondem às próprias perguntas quecolocam, umas atrás  das  outras, em  termos  de  violentas  afirmações eurocêntricas. Acuriosidade dos primeiros  colonizadores é menos uma  instigação  ao saber  do  que arepetição das regras de um jogo  cujo resultado é previsível. Os nativos eram de carne- e-osso, mas  não existiam como seres civilizados, assemelhavam-se a animais.  Na Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita a el-rei D. Manuel,  observam-se melhor as obsessões dosportugueses, intrusos assustados e visitantes temerosos, que  desembarcam deinusitadas  casas flutuantes, do  que as preocupações  dos indígenas,  descritos  comomeros espectadores  passivos do grande  feito e  do  grande evento que é  a cerimôniareligiosa da missa,  realizada em terra. Não  é, pois,  por casualidade  que a  primeirametáfora para  descrever a condição  do indígena  recém-visto  é  a “tábula rasa”,  ou o  “papel branco”.  Eis  uma boa descodificação  das metáforas:  eles não possuem  valoresculturais ou  religiosos  próprios e  nós, europeus  civilizados,  os possuímos; não possuemescrita e eu,  português  que  escrevo, possuo. Mas  da tábula rasa e  do papel brancotrazia o selvagem, ainda  dentro  do raciocínio etnocêntrico, a inocência  e a  virtude 

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paradisíacas, indicando que, no futuro, aceitariam de bom grado a voz  catequética do missionário jesuíta que,  ao  impô-los em  língua  portuguesa, estaria  ao  mesmo tempoimpondo os muitos valores que nela circulam em transparência. 

Si lv iano Sant iago. In térpretes do Bras i l . Rio de Janei ro: Nova Agui lar , vo l . I ,  2000, p . XV (com adaptações) . 

Em relação às estruturas do texto,  julgue o item seguinte. 

- No texto,  a  estrutura da voz  passiva em “observam-se” (R.7)  equivale a  fo ram observados  . 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

Agora que  estamos  chegando ao  fim  da  aula, espero  que  você  já  esteja craque  emtransposição de vozes verbais. 

Lembre-se sempre das regras: 

1) iden t i f i ca r o su je i t o pac ien te ( e ra o ob je to d i re to da voz at i va) ;  

2) respe i ta r a concordânc ia ( tan to em número quanto em gênero , no caso devoz anal í t ica) ;  

3) m anter o tempo e modo verba is o r ig ina is . 

Com essas providências, dificilmente você errará uma questão dessas. 

A construção original era:  “observam -se melhor as obsessões dos por tu gueses ...” O

verbo 

OBSERVAR é transitivo 

direto. Acompanhado 

do pronome “se”  

e com 

idéiapassiva, está em  voz  passiva sintética. O  núcleo  do sujeito  é OBSESSÕES  (femininoplural), o que  levou  o verbo  para  o plural também.  O  verbo está  no PRESENTE  DOINDICATIVO. Tudo certo. Podemos prosseguir. 

O examinador sugere a troca por  “foram observados”. 

Primeiramente,  há um  erro de concordância (assunto da  próxima aula), uma  vez que  onúcleo  do  sujeito  está no FEMININO (obsessões), o que  levaria  o particípio para omesmo gênero: observadas . 

Em segundo lugar, a nova forma verbal apresenta-se no PRETÉRITO PERFEITO (foram),enquanto que a original estava no PRESENTE DO INDICATIVO. 

Tudo errado, tudo errado!!!! (rs...) 

27 - (UnB  CESPE / TRE  RS  – Analista / 2003)  

Mulheres conqu is ta ram o d i re i to de vo tar há 75 anos 

1 Somente há 75 anos as mulheres conquistaram o

direito de votar e de exercer sua cidadania no Brasil.

De acordo com os registros do Tribunal Superior 

4  Eleitoral (TSE), o voto feminino tornou-se possível a partir 

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da Revolução de 1930. 

O voto feminino chegou a ser discutido na 

7  Constituinte de 1890, 

mas adversários da 

extensão do voto àmulher argumentaram, na época, que  ela  não  teria  capacidade

para escolher seu candidato, já que seu valor intelectual era 

10  considerado inferior ao do homem. 

Já em 1927, porém, Juvenal Lamartine, candidato ao

governo do Rio Grande do Norte, decidiu incluir em sua 

13  plataforma política a luta pelo voto das mulheres. Lei nesse

sentido foi então aprovada em 25 de outubro do mesmo ano,

ocasião em que várias mulheres requereram suas inscrições. 

16  Um mês depois, o  juiz Israel Ferreira Nunes mandou incluir

na lista dos eleitores a professora Celina Guimarães Vianna, que 

se tornou a primeira eleitora não só do Brasil como 

19  também da América do Sul. 

Somente com a aprovação do Código Eleitoral em 

1933, foi possível o exercício do voto em todo o país, sem 

22  distinção de sexo. 

I n t er n et : < h t t p :/ / w w w . t s e.g o v .b r / se rv iço s/ n o t íci as/ i n de x .h t m l > ( c om  

adaptações) . 

A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item abaixo. 

- A oração na voz passiva “O voto feminino chegou a ser discutido na Constituinte de 1890”   (R.6-7) corresponde semanticamente à oração de voz ativa A Const i tu inte de  1890 chegou a d iscu t i r o vo t o fem in ino  . 

I TEM ERRADO 

Comentário. 

Até agora, a coisa estava fácil com locuções verbais passivas compostas por apenas doisverbos (um auxiliar e outro principal). 

Nessa questão, fazem parte da locução TRÊS VERBOS – CHEGAR + SER + DI SCUTI R. Oprimeiro (já vimos) é auxiliar modal e é o único que se flexiona. O do meio é o verbo SER,característico de voz passiva. Por fim, vem o principal, que carrega o valor nocional da ação verbal. 

Nessa  questão, requer-se a transposição  da voz passiva  analítica para a voz ativa (diferente do que vínhamos fazendo até agora). 

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Na  voz ativa, o sujeito vira objeto direto; o agente da passiva  (porventura  existente)vira o  sujeito;  retira-se o verbo  SER da locução verbal  passiva analítica.  Os demaiselementos  permanecem em  suas  mesmas funções sintáticas (se já esqueceu, volte aoquadro do início desse tópico). 

A construção passiva é “O voto fem in ino chegou a ser d iscu t ido na Cons t i tu in t e de   1890  ”. 

SUJEITO: “O voto feminino”  Î na voz passiva, vira o objeto direto; 

LOCUÇÃO  VERBAL:  “chegou  a  ser  discutido”  Î  na  voz  ativa,  perde  o  verbo  SER (CHEGAR + DISCUTIR); 

ADJUNTO ADVERBIAL: “na Constituinte de 1890”  Î permanece com seu valor adverbialna voz ativa. 

Antes de  ver  a sugestão do examinador,  vamos transpor  essa  construção para  a vozativa e, somente então, compará-la com a sugestão dada por ele. 

Como não  temos a figura do AGENTE DA PASSIVA, não teremos, também, na voz ativa, a  figura  do  SUJEITO.  Devemos,  então,  formar  uma  oração  com  SUJEITOINDETERMINADO.  Como é que fazemos  isso?  Há duas  formas, mas só uma pode serrealizada nesse caso. 

SUJEITO INDETERMINADO 

1ª FORMA) VERBO NA  3ª PESSOA DO SINGULAR +  SE (índice  de indeterminação dosujeito) 

Essa primeira  forma só  dá certo  com verbos  que  não possuam objeto  direto (verbosintransitivos, verbos transitivos  indiretos, verbos  de ligação),  porque o pronome SE comverbos  TD  ou TDI formam VOZ  PASSIVA e  não SUJEITO INDETERMINADO. Como temosaqui um verbo TD (discutir alguma coisa), essa forma não atende. 

2ª FORMA) VERBO NA 3ª PESSOA DO PLURAL 

Essa forma dá certo com qualquer transitividade verbal. Então, é essa que iremos usar.Como o verbo originalmente estava no PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO, devemosmanter esse tempo e modo. 

Na voz ativa, teríamos:  “Chegaram a d iscu t i r o vo to femin ino na Cons t i tu in te de   1890. ”   

O examinador sugere  a  forma  “A Cons t i tu in te de 1890 chegou a d iscu t i r o vo to  f em in ino  .”. O  problema é que, ao contrário do  que fizemos,  foi  incluído um sujeitoinexistente nessa oração. Isso não seria possível,  já que a expressão  “a Constituinte de 1890”  não exercia a função de agente da passiva, mas de adjunto adverbial. Portanto, asugestão da banca estava ERRADA. 

Viu como conseguimos acertar se fizermos o  “passo-a-passo”? Espero que você não caianuma “casca de banana”  dessas, agora que está calejado. 

Por hoje é só, pessoal! Abraço e até lá. 

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LI STA DAS QUESTÕES COMENTADAS  

1 - (CESPE / CEF/ 2006)  

O PREVINVEST,  da  CAIXA,  é  um  excelente  investimento para quem quer  manter seupadrão de vida durante a aposentadoria. Com ele, você pode escolher o  tipo de fundo deinvestimento em  que você quer  aplicar seus  recursos,  o valor da contribuição  ou darenda  desejada  e  a partir de quando pretende receber  o benefício. O  PREVINVEST éoferecido em duas modalidades: PGBL e VGBL. 

A modalidade  PGBL é ideal para os  clientes que utilizam declaração  completa de  impostode renda (IR), pois permite  deduzirem-se da  base de cálculo as  contribuições feitas nosplanos até o  limite de  12% da renda bruta anual, desde  que  eles estejam contribuindopara  o regime  geral  de previdência social  do INSS  ou para outro regime próprio.  Amodalidade VGBL é mais indicada para os clientes que  utilizam  declaração simplificadade IR ou são  isentos,  ou ainda para  os que  ultrapassam o  limite  de 12%  de descontopermitido. Além disso, o  IR  incide exclusivamente sobre os  rendimentos alcançados  com a

aplicação dos recursos. I n t e rne t : < w w w .ca i xa.gov .b r> ( com adap tações) .  

Considerando o primeiro parágrafo do texto,  julgue os próximos itens. 

- Passando-se o período “Com  ele  (...) o  benefício” para o  tratamento de segundapessoa  do  singular,  tem-se:  Com e le , tu podes esco lher o t ipo de fundo de  inves t imento em que tu queres ap l i car teus recursos , o va lo r da cont r ibu ição ou  da renda dese jada e a par t i r de qu ando pre tendes receber o benef íc io  . 

2 - (UnB CESPE   / STM Técn ico / 2004 ) 

Sempre que um crime violento  envolvendo menores abala a sociedade, ressurge adiscussão  sobre a necessidade de alterar o  Estatuto da Criança e do Adolescente.Segundo seus defensores, diminuir  a responsabilidade penal para 16 anos  inibiria a açãodelituosa de rapazes e moças. 

Segmentos da população, assustados com o aumento da violência, imaginam ser esse ocaminho para a reconquista da segurança perdida. 

Encarar o  Estatuto  da Criança e  do Adolescente como bode  expiatório das mazelasnacionais é solução  cômoda, mas  ineficaz. Ninguém de bom senso  pode crer que  situarem  faixa  etária  mais  baixa  a  imputação  criminal  seja  a  fórmula  mágica  capaz  dedevolver a paz às ruas e  aos  lares. Bandidos que hoje usam  jovens menores de 18 anoscomo escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. Depois virão os de 14, 12, 10. 

Correio Brazi l iense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações).Julgue os seguintes itens, a respeito do texto acima. 

- Preservam-se  a  coerência textual e a correção  gramatical, e o texto torna-se maisobjetivo e  assertivo,  com a  substituição de “seja”   (R.9) pelo seu equivalente do  modoindicativo: é. 

3 –  (UnB  CESPE /TRE  RS  – Analista / 2003)  

1 A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma 

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peça de retórica. Deve ser um meio eficaz, por intermédio do

qual o povo exerça plenamente seus direitos e prerrogativas 

4  constitucionais e legais. Na época de implementação dos direitos sociais,

como o direito de moradia, de trabalhar, de viver 

7  decentemente, não é mais possível a inclusão de normas

programáticas no texto da Constituição da República. 

Há necessidade de que os princípios e as normas 

10  constitucionais sejam eficazes, produzindo, de logo, os

efeitos jurídicos que todos esperam. 

Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não 

13  basta também a Constituição proclamar uma série de direitos e

garantias, se estes e estas não se podem concretizar. 

Paulo Lopo Saraiva. A soberania popu lar e as garant ias const i t uc ionais . I n :  I n t r odução cr í t i ca ao d i re i to , p .141-2 (com adaptações) .  

A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir. 

- O emprego da forma verbal “exerça” (R.3)  indica que  a oração em que ela ocorre  serefere  aos  direitos  do  povo  como  uma  possibilidade,  não  como  algo  efetivamenteexistente. 

4 - (UnB CESPE   / STM Técn ico / 2004 ) 

1 É comum ouvir que o Brasil é um país onde há leis 

que pegam e leis que não pegam, como se isso fosse uma

originalidade brasileira como a  jabuticaba. É uma injustiça. 

4  Há muitos países que sofrem com o mesmo problema. As

leis, principalmente as que interferem na vida cotidiana dos 

cidadãos, requerem uma sintonia fina entre 

7  vários componentes: aparato policial, comportamento

coletivo, 

grau 

de escolaridade 

etc. Do contrário, elas 

tendem anão sair do papel. No Brasil, existe muita lei que não pega 

10  por falta dessa sintonia. Ou não há polícia suficiente para

fazê-la ser cumprida. Ou a lei destoa fortemente de arraigados 

hábitos coletivos. E assim por diante. 

André Pe t r y . Adu lt é r i o e a desonesta . I n : Ve ja, 22 / 9 / 2004 , p . 93 ( com adaptações) .  

Julgue o seguinte item, a  respeito das idéias e  das estruturas lingüísticas  do textoacima. 

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- Por se tratar de uma situação que o texto deixa claramente hipotética, a substituição do  modo  indicativo  no  verbo   “interferem”   (R.5)  pelo  subjuntivo  in ter fer issempreservaria as relações de sentido e a correção gramatical do texto. 

5 - (UnB CESPE   /  DPF  – Escrivão   /  2002)  

Lembremos  que  a  modernidade  se  caracteriza  não  apenas  por  um  novo  modo  deprodução e  de  vida,  mas  também  por uma  nova  forma de relacionamento entre  oshomens  na sociedade, o  que  influi até mesmo no  julgamento  que  fazemos  uns  dosoutros.  Essa  forma  de  relacionamento,  que  vem  desde  a  Revolução  Industrial,  éintermediada pelo trabalho,  e os parâmetros para  julgar  as  pessoas são o dinheiro  e apropriedade. 

Entretanto,  trabalho  e  dinheiro  não  estão  disponíveis  para  todos.  Em  cidadessuperpopulosas, em  meio às crises das  indústrias, freqüentemente  os trabalhadores sevêem sem  meios de sobreviver. Essa relação  entre  os  homens  é, portanto, uma relação

desigual, em que geralmente os  trabalhadores  estão  em desvantagem, já que nãopossuem meios estáveis de sobrevivência e dependem de empregadores. 

Andréa Buoro et al . Violência urbana – d i lemas e desaf ios. São Paulo: Atual, 1999, p.26. 

Com respeito às idéias do texto, julgue o item a seguir. 

- O emprego do tempo e modo verbais de “Lembremos” (R.1) indica uma sugestão para oraciocínio que se segue. 

6 - (CESPE UNB   /  AGU  –  Procurador Federal /  2002) 

O que a  escravidão representa para  o Brasil, já  o  sabemos. Moralmente,  é a destruiçãode todos  os princípios  e  fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, apropriedade,  a  solidariedade  social,  a  aspiração  humanitária;  politicamente,  é  oservilismo, a desagregação do povo,  a doença do  funcionalismo, o  enfraquecimento doamor à pátria, a divisão  do interior em  feudos,  cada  um com seu regime penal,  o seusistema de provas, a sua  inviolabilidade perante a polícia e a   justiça;  econômica esocialmente, é o  bem-estar  transitório de uma classe única,  e  essa,  decadente  e semprerenovada; a  eliminação  do capital produzido pela compra  de escravos; a  paralisação decada energia individual  para  o trabalho na população nacional; o  fechamento dos nossosportos aos  imigrantes que  buscam  a  América  do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer  que seja a  forma como  for adquirido; o desprezo por  todos os que, porescrúpulos, se  inutilizam ou atrasam em uma  luta  de ambições materiais; a  venda dostítulos de nobreza; a  desmoralização da autoridade, desde  a mais alta  até à mais  baixa.

Observamos a  impossibilidade  de  surgirem  individualidades dignas de dirigir  o país paramelhores  destinos, porque o país,  no  meio de todo esse  rebaixamento do caráter,  dotrabalho  honrado,  das  virtudes  obscuras,  da  pobreza  que  procura  elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”. 

A  minha firme convicção  é que, se  não fizermos todos  os dias novos e maiores  esforçospara tornar o nosso  solo perfeitamente  livre, se não  tivermos sempre presente a idéia deque a escravidão  é a causa principal de todos os nossos vícios,  defeitos, perigos efraquezas  nacionais, o  prazo que ainda tem  de duração  legal  — calculadas  todas  asinfluências  que  lhe  estão  precipitando  o  desfecho  —  será  assinalado  por  sintomascrescentes de dissolução social. 

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Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) . 

Julgue o item abaixo, referentes às estruturas do texto. 

- As  estruturas  condicionais “se não  fizermos”   (R.18) e “se  não tivermos” (R.19) podemser substituídas, respectivamente,  por  caso não façamos e  caso não tenhamos, semprejuízo para a correção gramatical do texto. 

7 - (UnB CESPE   / Bom bei ros AC   /  2006 -  adaptada) 

 “Além de ser b iodegradável , e , por isso, não causar dano ao meio ambiente, o p roduto pode ser a rm azenado por 15 anos ou a té ma is .”  

Julgue a proposição. 

- “Além de ser biodegradável”  poderia ser substituído por Em bora ser b iodegradável   

8 - (UnB  CESPE /  PMES /  2007)  

Momen to num café  

1 Quando o enterro passou 

Os homens que se achavam no café 

Tiraram o chapéu maquinalmente 

4  Saudavam o morto distraídos

Estavam todos voltados para a vida

Confiantes na 

vida. 

7  Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado 

Olhando o esquife longamente 

Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade 

10  Que a vida é traição 

E saudava a matéria que passava 

Liberta para sempre da alma extinta. 

Manuel Bandei ra. I n : Ant o logia poét ica. 7. ª ed. Rio de Janei ro: José Olym pio, 1974, p . 103. 

Em relação às  idéias e às estruturas  lingüísticas do texto acima,  julgue o  item que sesegue. 

- O  emprego do pretérito  imperfeito em “achavam” (v.2)  indica uma  ação queestava se processando quando ocorreu um fato. 

9 - (UnB CESPE/  TJ PA – Analista   /  2006)  

1 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de

maneira imprescindível, da consagração da supremacia 

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constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que 

4  somente estarão presentes nos países em que houver um

Judiciário forte, 

dotado 

de 

plena independência e que 

possaefetivar suas decisões. A independência judicial constitui 

7  direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui.

O magistrado, no momento de  julgar, não pode receber 

ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa 

10  idéia essencial à independência do Judiciário. 

A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam

suas vidas à luta por uma magistratura independente, 

13  democrática, transparente e justa e  jamais se esquecem da

lição do grande Rui: “A autoridade da Justiça é moral, e sustenta-

se pela moralidade de suas decisões”. 

Alexandre de Moraes . Un ião pe lo fo r ta lec imento . In : Fo lha de S. Pau lo ,  2 5 / 3 / 2 0 0 6 ( co m a d ap t a çõ es ) . 

No  desenvolvimento  da argumentação do texto, as  formas  verbais que  indicam  umaprobabilidade ou suposição não incluem 

A) “estarão”  (R.4).

B) “houver”  (R.4).

C) “possa”  (R.5).

D) “sendo”  (R.9). 

10 - (UnB  CESPE   / PGE PA / 2007 ) 

Transparência até dem ais? 

1 Os tempos do Grande Irmão chegaram. George Orwell os previu para 1984, mas se afirmaram mesmo na virada domilênio, principalmente depois que os atentados de 11 de 

4  setembro de 2001 serviram de pretexto para um grau sem

precedentes de vigilância do Estado. Dos dois lados do

Atlântico, o direito a habeas corpus, afirmado desde a Carta 

7  Magna de 1216, está aposentado, considerado velharia quando

se trata de supostos terroristas. Telefones podem estar

grampeados, e-mail e páginas da Internet podem ser 

10  monitorados a qualquer momento. O Grande Irmão está

observando você. 

Orwell não pôde imaginar quantos Pequenos Irmãos 

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13  ganhariam poderes semelhantes nem quantas pessoas

implorariam, de livre e espontânea vontade, para serem

observadas. A 

Web 

surgiu 

em 1993 

o primeiro weblog, em 

16  1994, mas foi em 1999 que passou a se chamar blog e tornouse

mania global. Muitos blogs têm funções informativas, mas 

o núcleo do fenômeno é a exposição do eu e da intimidade, de 

19  maneira banal ou chocante. 

A superexposição, a midiatização e o desdobramento 

da representação não se restringem a internautas compulsivos. 

22  Tudo e todos chamam freneticamente por atenção por todas as

mídias, deixando cada um sem tempo para se conectar com o

mundo real e com sua própria interioridade e intimidade.

Car taCap it a l , 15 / 11 / 2006 , p .10 -4 ( com adaptações ) . Julgue

a assertiva abaixo. 

- No texto, é correto substituir “os previu” (R.2) por os prevera  ou por os t inha  prev is to  . 

11 - (UnB  CESPE/ IRBr  Diplomata/ 2006) 

Rel ig ião m est iça 

1 Insulado deste modo no país, que o não conhece, em 

luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado na

organização e no temperamento a sua rudeza extraordinária, 

4  nômade  ou mal  fixo à  terra, o sertanejo não tem, por bem

dizer, ainda capacidade orgânica  para  se afeiçoar a  situação

mais alta. 

7  O círculo estreito da atividade remorou-lhe o

aperfeiçoamento psíquico. Está na fase religiosa de um

monoteísmo incompreendido, eivado de misticismo 

10  extravagante, em que se rebate o fetichismo do índio e do

africano. É o homem primitivo, audacioso e forte, mas ao

mesmo tempo crédulo, deixando-se facilmente arrebatar 

13  pelas superstições mais absurdas. Uma análise destas

revelaria a fusão de estádios emocionais distintos. 

Euc l ides da Cunh a. O homem / Os ser tões . I n : Obra comple ta . Rio de Janei ro :  Nova Agu i la r , 1995, p . 197. 

Julgue a correção da assertiva abaixo. 

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- Na forma  verbal  “revelaria” (R.14), a terminação – r i a   exprime idéia de hipótese  oupossibilidade. 

12 - (UnB  CESPE/ TCE ES  – Controlador   / 2005 ) 

1 Nossa identidade contemporânea nos remete para os

centros do capitalismo, permeada que está pela globalização

liberal — pelo grau maior ou menor em que conseguimos 

4  induzir os sintomas desse fenômeno, como shopping centers,

televisão a cabo, celulares —, mais do que por sua inserção

internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto 

7  do continente ao qual estamos geográfica e historicamente

integrados. 

(...) 

10  Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia 

de estagnação, financeirização e precarização das relações de

trabalho, tornaram os países latino-americanos mais semelhantes 

13  do que nunca. Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a

Argentina e o Haiti, o México e a Bolívia, o Peru e o Equador, 

a Venezuela e a Guatemala, a Colômbia e a Nicarágua. 

16  As décadas posteriores nos colocaram, entre a ALCA 

e o MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e

de duas imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do 19  continente. Em suma, nossa imagem de nós mesmos, como país,

dependeu sempre da forma como vimos a América Latina e 

nossa relação com nosso continente de origem e de inserção 

22  histórica comum. 

Em ir Sader . A Am ér ica Lat ina v is ta do Bras i l . I n : Corr e io Braz i l iense, 2 7 / 6 / 2 0 0 4 ( co m a d ap t a çõ es ) . 

A respeito do texto acima, julgue o seguinte item. 

- Alteram-se os  sentidos  do  texto, mas preservam-se  sua coerência  textual  e

correção gramatical, com  a  substituição  do  pretérito perfeito   “vimos” (R.20) porvemos  ou tem os v is to  . 

13 - (UnB  CESPE /  TJ  BA -  Administrador  / 2 00 5)  

1 Não há dúvida de que, no início do século XXI, os 

Estados Unidos da América chegaram mais perto do que 

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nunca da possibilidade de constituição de um  “império 

4  mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e

constituísse um 

império global, 

isso 

significaria — 

ao mesmotempo e por definição — o fim do sistema político 

7   interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico, é

que tal transformação viesse a significar também o fim do

capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da 

10  termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizer

que a expansão do poder global na direção do império 

mundial é, ao mesmo tempo, uma força que levaria o sistema 

13  mundial à entropia, ao provocar sua homogeneização interna e

o desaparecimento das hierarquias e conflitos responsáveis pelo

dinamismo e pela ordem do próprio sistema. 

José Lu ís Fio r i . Cor re io Brazi l i ense , 25 / 12 / 2004 (com adaptações) . 

Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. 

-  O  emprego do  futuro do pretérito  em “significaria” (R.5) é decorrente do  emprego deestrutura antecedente que tem  valor condicional,  formada  por  verbo no  imperfeito  dosubjuntivo. 

14 - (UnB  CESPE /  TJ  BA -  Administrador   / 2005)  

1 Quase todas as grandes potências já foram

colonialistas e anticolonialistas, pacifistas e belicistas, 

liberais e mercantilistas, e quase todas elas, além disso, já 

4  mudaram de posição várias vezes ao  longo da história. Nesse

contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do  fim dos estados

ou das economias nacionais, ou mesmo da formação 

7  de algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são

utopias, com toda a dignidade das utopias que partem de

argumentos éticos e expectativas generosas, mas são idéias 

10  ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na análise da

lógica e da história passada do sistema mundial. Apesar de 

tudo isso, é possível identificar através da história a 

13  existência de forças que atuam na direção contrária do poder

global e do império mundial. Forças que impediram — até 

agora — que esse processo de centralização do poder 

16  chegasse até o seu limite imperial, o que provocaria a 

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dissolução do sistema político e econômico mundial. 

I d e m , I b i de m . 

Com referência às idéias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir. - Na linha  16, o  emprego do futuro do pretérito  em “provocaria”    justifica-se peloemprego  do  subjuntivo  em   “chegasse”   e  admite  como  gramaticalmente  correta  asubstituição pela forma te r ia p rov ocado ou por i r i a p rovocar . 

15 - (UnB  CESPE   / DPF –  Escrivão   /  2002)  

1 Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral

da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a 

Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda como 

4  parte das atividades inaugurais da organização, fundadaem 1945, visando construir um tempo novo para a

humanidade. 

7  A Declaração está aí, porém quantos a conhecem 

na íntegra? No Brasil, por exemplo, o infeliz e absurdo 

slogan  praticado por muitos, afirmando que “direitos 

10  humanos são direitos de bandidos”, tem servido para a

 justificação de todo tipo de absurdo cometido, negando o

que é, na essência, ligado à proteção da vida e da 

13  dignidade humanas.  “Todos os seres humanos nascem

livres e iguais em dignidade e direitos”, enunciado do artigo 

primeiro, é, em si, um programa de trabalho 

16  praticamente inesgotável.  Os desafios da  construção

solidária — porque trabalhada em conjunto,  fortalecida,

sólida — da liberdade e da igualdade, sob as oscilações 

19  decorrentes da ordem mundial, passando da bipolaridade

para as polaridades difusas ou múltiplas polaridades,

demonstram que a Declaração estabeleceu apenas 

22  direções, que têm ajudado a humanidade a manter-se,

minimamente, no caminho da sobrevivência. 

Em tempos de violência, tão globalizada como a 

25  economia, há os que colocam sob suspeita e risco o

respeito aos direitos humanos. Erro brutal, porque, se

faltarem até os mínimos que a consciência humana 

28  estabeleceu para si mesma, não se terá mais a base 

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comum sobre a qual caminhar. 

Rosel i Fischm ann. Cor re io Brazi l i ense , 10 / 12 / 2001 (com adaptações) . 

Em relação ao texto, julgue o item subseqüente. - O emprego da locução verbal “tem servido” (R.10) indica que o slogan  a que se refere jánão serve mais. 

16 - (UnB  CESPE   / Câmara dos Deput ados / 2002 )  

Nabuco  parte  para  Londres  no  mês  de  fevereiro  de  1882,  permanecendo  comocorrespondente do Jornal do  Comércio até 1884. Ele  não passará  como outrora  o tempolondrino  na ociosidade. Dedica-se  agora ao trabalho e  ao estudo.  Como  vários  outrosintelectuais do seu  tempo, interessados  todos pelos  problemas  sociais  e vivendo noexílio, torna-se freqüentador assíduo do Museu Britânico. 

Reflete e  lê  acerca de vários assuntos na biblioteca do Museu. O Museu Britânico é fontede  muitas obras  importantes  das ciências  sociais. Ali,  Karl Marx  escreve O Capital eoutros ensaios. Também  ali Nabuco absorve as lições que são a base  de um dos textosfundamentais das  ciências  sociais  brasileiras.  A  atividade principal da sua mais  recentetemporada londrina é a  familiarização  com  a  bibliografia  a  respeito  do  escravismocolonial. Isso  lhe permite escrever  um livro  da qualidade de  O Abolicionismo —  areflexão mais coerente, profunda e completa já  feita no Brasil acerca do assunto. Trata- se de  um  monumento  de  erudição,  pleno  de  conhecimento  de  história,  política,sociologia, direito  e de  tudo quanto se  refere à  escravidão  negra. Pelo alto  nível doconteúdo  e a  excelência da  forma  é  um dos  livros mais importantes  das  ciências  sociais jamais  escritos  no  Brasil.  Ocupa,  por  isso,  um  lugar  de  destaque  na  bibliografiaespecífica  que,  na época, era muito restrita.  Hoje, mais de  cem anos  depois  da suaprimeira  edição, quando  as ciências sociais se  desenvolveram tanto  no  mundo e  no

Brasil,  o  livro  ainda  é  consultado  e  visto  como  exemplo,  seja  pelo  volume  deinformações, seja pelos  variados  enfoques  — alguns extremamente originais  —, sejaainda pela forma superior. 

Por tudo  isso é  julgado  como empresa notável. Bastava a redação de O Abolicionismopara  justificar a proveitosa estada de Nabuco por dois anos na Inglaterra. 

Franc isco I g lés ias. I dem, p .13 ( com adaptações) .  

A  propósito das idéias  e dos recursos lingüísticos que  estruturam o texto V, julgue  oitem que se segue. 

- O emprego do presente do indicativo em “Dedica-se”  (R.3), “torna-se” (R.5) e  “Reflete e lê” (R.6) exemplifica a possibilidade de dar  realismo a ações praticadas de  formacontínua no momento da produção do texto. 

17 - (UnB  CESPE /TCU  – Técnico   / 2004) 

1 O republicano George W. Bush veio a público dizer 

que é um “presidente da guerra” e que todas as decisões que

toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao 

4  terrorismo. Essa “guerra”, disse o presidente dos EUA, define 

hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norte-americanas. 

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 “Tomo minhas decisões no Salão Oval com a 

7  guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a

verdade. E 

o povo norte-americano precisa saber que tem umpresidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que 

10  existem e como é importante lidar com eles”, disse Bush. Ao

conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua

popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré- 

13 candidatos democratas. 

Folha de S. Pau lo , 9 / 2 / 2004 ( com adaptações) . 

Tendo o texto acima como referência inicial,  julgue o item que se segue. 

-  Textualmente,  a  forma  verbal  “tenta”   (R.11)  corresponde  ao  pretérito:  ten tava ,

estava ten t ando . 

18 - (CESPE UNB   /  AGU –  Procurador Federal /  2002)  

O que a  escravidão representa para  o Brasil, já  o  sabemos. Moralmente,  é a destruiçãode todos  os princípios  e  fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, apropriedade,  a  solidariedade social,  a  aspiração  humanitária;  politicamente,  é  oservilismo, a desagregação do povo,  a doença do  funcionalismo, o  enfraquecimento doamor à pátria, a divisão  do interior em  feudos,  cada  um com seu regime penal,  o seusistema de provas, a sua  inviolabilidade perante a polícia e a   justiça;  econômica esocialmente, é o  bem-estar  transitório de uma classe única,  e  essa,  decadente  e semprerenovada; a  eliminação  do capital produzido pela compra  de escravos; a  paralisação de

cada energia  individual  para  o trabalho na população nacional; o  fechamento dos nossosportos aos  imigrantes que  buscam  a  América  do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer  que seja a  forma como  for adquirido; o desprezo por  todos os que, porescrúpulos, se  inutilizam ou atrasam em uma  luta  de ambições materiais; a  venda dostítulos de nobreza; a  desmoralização da autoridade, desde  a mais alta  até à mais  baixa.Observamos  a  impossibilidade  de surgirem  individualidades  dignas de dirigir o  paíspara melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do  trabalho  honrado,  das  virtudes  obscuras,  da  pobreza  que  procura  elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”. 

A minha firme convicção é que, se não  f i ze rmos  todos  os dias novos e maiores  esforçospara  tornar o nosso solo perfeitamente  livre, se  não  t i ve rmos   sempre presente a  idéiade  que  a escravidão é  a causa  principal  de  todos os  nossos  vícios, defeitos, perigos e

fraquezas  nacionais, o  prazo  que ainda tem  de duração  legal  — calculadas  todas  asinfluências  que  lhe  estão  precipitando  o  desfecho  —  será  assinalado  por  sintomascrescentes de dissolução social. 

Joaqu im Nabuco. O abo l i cion ismo. I n : I n té rpr e tes do Brasi l , v . I . Nova Agu i lar , 2000, p . 148-51 ( com adaptações) . 

Em relação ao texto II,  julgue o item que se segue. 

-  O  emprego  das  formas  verbais  da  primeira  pessoa  do  plural  “sabemos”   (R.1),  “Observamos”   (R.14),   “fizermos”   (R.18)  e   “tivermos”   (R.19)  é  uma  estratégiaargumentativa que  busca promover a  inclusão e a  possível adesão do  leitor comoparticipante das opiniões e ações propostas. 

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19 – (UnB CESPE/TST-Analista/2008) 

1 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de

trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa 

4  qualificação, nossa energia,  nossa imaginação.  Ainda assim,

para  a grande maioria dos homens, o  trabalho nada mais é do

que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a 

7  produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão

forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do

processo de trabalho de forma que já não há nada que mais 

10  nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande

maioria, fazer o que temos em comum com os outros

animais: comer, dormir, descansar, acasalar. 

13  Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de

transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser

apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, 

16  criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu

contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido

clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, 19  nosso tempo de vida. 

Emir Sader. Trabalhemos menos, trabalhemos todos.

In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).

Julgue o seguinte item a respeito do texto acima. 

- As substituições  de  “Preferimos” (R.10)  por  Prefere e de “temos” (R.11)  por  t empreservam  a correção  gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que  é amaioria de nós “homens” (R.5) que prefere “comer, dormir, descansar, acasalar”  (R.12). 

20 - (UnB  CESPE/ PC  ES  -  Perito/  2006) 

1 O ser humano é a medida de todas as coisas. Pelo

tamanho do ser humano se mede a vastidão do universo,

assim como pelo palmo e pela braça se começou a medir a 

4  Terra. Todo o conhecimento do mundo se faz de uma

perspectiva humana, todo o  julgamento das coisas do mundo

se faz por um parâmetro humano. Assim, enaltecer o senso 

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7  moral do ser humano não é um floreio de  linguagem que a

única espécie que fala faz, é valorizar este  frágil  instrumento

de 

medição 

pelo qual a 

vida 

revela seu sentido. 

O ser 

humano 

10  ou é moral, e  julga tudo por um prisma moral, ou é apenas um

mecanismo inútil. 

O liberalismo pensa estar defendendo o indivíduo 

13  quando nega a primazia do social ou quando diz que uma

sociedade é apenas um conjunto de ambições autônomas. 

O culto ao individualismo seria um culto à liberdade se não 

16  elegesse como seu paradigma supremo a liberdade de lucrar, e

como referência moral a moral do mercado. Se não fosse apenas a 

última das muitas tentativas de substituir o ser 

19  humano como a medida de tudo, e seu direito à vida e à

dignidade como o único direito a ser cultuado. Já tentaram

rebaixar o homem a mero servo de uma ordem divina, a 

22  autômato  descartável  de engrenagens industriais, a  estatística

sem identidade de regimes totalitários, e agora a uma comodidade

entre outras comodidades, com nenhuma 

25  liberdade para escolher seu destino individual e o mundo em

que quer viver. Mas o indivíduo só é realmente um indivíduo 

em uma sociedade igualitária, como só existirá liberdade real 

28  onde os valores neoliberais não prevalecerem. 

Lu ís Fe rnando Ve r i ss imo . I n te rne t : < h t t p : / / w w w .dhnet . o rg .b r> . Acesso em f ev ./ 2 0 0 6 . 

Em relação ao texto, julgue o item a seguir. 

- A substituição de  “se mede” (R.2) por é med ida   mantém a correção gramatical e asinformações originais do período. 

21 - (UnB  CESPE   / TSE –  Analista  Judiciário/ 2007)  

Caro eleitor, 

1Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 

4  comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 

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7  Brasil como modelo nessa área. 

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da 

República e dos governadores de alguns estados. O país, 10  mais do que nunca, conta com você.

Democracia é algo que lhe diz respeito e que se

aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção 

13  bem-preparada, erguida sobre  fortes alicerces. Esses

alicerces  são exatamente os  votos  de  todos os cidadãos.

Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir 

16  os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa

democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa

escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que 

19  julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e

de seu estado. 

Você estará determinando o Brasil que teremos nos 

22  próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu

próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a

melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança 

25  públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento é

decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — estádepositada a confiança em dias felizes. 

28  Compareça, participe. Não se omita, não transfira a 

outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de

quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de 

31 quem realmente compreende a importância de sua atitude

para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor

contribuição que você poderá dar a sua Pátria. 

Min ist ro Marco Auré l io de Mel lo. Pronunc iament o o f i c ia l . I n te rne t :   

< w w w . t se.gov .b r> ( com adap tações) .  

Julgue a assertiva abaixo. 

- “se aperfeiçoa”  (R.11-12) poderia ser substituído por é aper fe içoado. 

22 - (UnB  CESPE/ DPF  -  Delegado/ 20 04) 

1 A análise que a sociedade costuma fazer da 

violência urbana é fundamentada em fatores emocionais, 

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quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de 

4  segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por

discriminação. 

As conclusões dos 

estudos científicos não sãolevadas em conta na definição de políticas públicas. Como 

7  reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu

pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que

ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da 

10  AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo

desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para 

avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos 

13  e sociológicos associados às raízes sociais da violência

urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento,

narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, 

16  imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na  justiça. 

Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. 

- A  substituição do termo   “estão  sendo desenvolvidos” (R.10-11) por  es tavam se  desenvo lvendo  provoca  alterações  estruturais  sem  alterar  semanticamente  ainformação original nem transgredir as normas da escrita culta. 

23 - (UnB CESPE   /   ICMS AC /  2006 -  adaptada)  

1 Em dezembro de 2000, quando tomou posse no

Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie

Northfleet obrigou a corte a uma reforma insólita: a 

4  construção de um banheiro feminino ao lado do plenário. Até

então, em 172 anos de história, tal peça não tinha sido

necessária. Ellen foi a primeira mulher a integrar a Suprema 

7  Corte do país. Na quarta-feira, dia 15 de março, a  juíza

quebrou mais um tabu. Pelo sistema de rodízio dos ministros,

foi escolhida para a presidência do Supremo. Todos os seus 

10  40 antecessores no cargo foram homens. 

A chegada de uma mulher ao cargo mais alto da justiça

brasileira não é um fato isolado. Uma pesquisa da Associação 

13  dos Magistrados Brasileiros mostra que a presença feminina

na Justiça cresceu muito. Até o final dos anos 60, apenas 

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2,3% dos magistrados eram mulheres. Hoje são 22,4%. 

16  Elas estão principalmente nos  juizados especiais, a área mais 

moderna do Poder Judiciário brasileiro. Ocupam 37,1% 

dessas cortes. 

19  Segundo a pesquisa, as  juízas são mais críticas em

relação à atuação da Ordem dos Advogados do Brasil e da

 justiça. São mais éticas e preocupadas com as questões 

22  humanas, tendendo à individuação das sentenças. Os  juízes

seguiriam a lei, de forma prática. As juízas seriam mais

preocupadas com as questões sociais e econômicas que 

25  cercam 

os casos. 

Como presidente do Supremo, Ellen Gracie passa a ser 

a quarta pessoa na linha de sucessão presidencial, atrás do 

28  vice-presidente e dos presidentes da Câmara  e do Senado.

A expectativa é  de que  ela assuma  interinamente  o  Palácio do

Planalto durante uma das viagens internacionais do presidente 

31 Luiz Inácio Lula da Silva. 

A primeira oportunidade poderá ser no dia 12 de maio, 

quando o presidente Lula estará em Viena, para o encontro de 

34  cúpula entre União Européia e América Latina. Se, na mesma

data, estiverem viajando Alencar, Renan e Aldo, Ellen Gracie

poderá ser a primeira mulher a ocupar a presidência da 

37  República do Brasil. 

Época , n . º 409 , 20 / 3 / 2006 , p . 22 ( com adap tações) .  

Realizada a transposição  para  a voz passiva, marque o item que mantém  a  correçãogramatical e o sentido original do texto. 

A) Linhas 2-4: Com indicação da ministra Ellen Gracie Northfleet, a Corte foi obrigada aconstruir um banheiro feminino ao lado do plenário. 

B) Linhas 12-14: A presença feminina na Justiça tem crescido muito no Brasil, é o quemostra a pesquisa da Associação dos Magistrados. 

C) Linhas 22-23: As leis e os regulamentos são seguidos, de forma prática, pelos juízes. 

24 - (UnB CESPE/  TJ  AC / 2006)  

1 No Brasil, hoje em dia, os cartórios vão muito além 

de sua função de registrar. Os cartórios são a mais efetiva

máquina de fiscalização tributária do país. Ninguém compra 

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4  ou vende um imóvel sem que essa transação seja 

imediatamente informada à Receita Federal, seja pelo notário 

seja pelo registrador, para se verificar a compatibilidade das 7  declarações de renda com o patrimônio. Nenhuma escritura é

lavrada se não for apresentada a certidão de regularidade com 

o IPTU, além do pagamento do imposto de transmissão 

10  (ITBI). Nenhuma construção é averbada sem a comprovação

do recolhimento das contribuições previdenciárias dos 

operários que trabalharam na respectiva obra, com a 

13  apresentação, no Registro de Imóveis, da Certidão Negativa

de Débitos do INSS. 

Graças aos registradores civis, que informam 

16  gratuitamente ao INSS todos os óbitos ocorridos no mês, o

sistema previdenciário brasileiro economiza milhões de reais

com a suspensão imediata do pagamento de benefícios, que, 

19  sem essa informação, continuariam a ser pagos indevidamente. A

responsabilidade é um dos pilares do sistema 

registral brasileiro, que é exemplo e modelo para o mundo. 

22  Os notários e registradores, além de responderem

pessoalmente e solidariamente pelos tributos que têm

obrigação de fiscalizar, são responsáveis diretos por todos os 

25  atos praticados  no  cartório. Quando se  reconhece  uma

firma, autentica-se  um  documento, lavra-se uma  escritura,

registra-se um imóvel, notifica-se uma pessoa, protesta-se 

28  um título, outorga-se uma procuração pública, em todos

esses atos, muito além do carimbo do cartório, agrega-se 

a esse documento um seguro, baseado na responsabilidade 

31 e fé pública do tabelião. 

Considerando o texto acima, julgue o item que se segue. 

- A substituição de “agrega-se” (R.29) por é agregado  prejudica a correção gramatical ealtera a informação original do período. 

25 - (UnB  CESPE/ TJ  PA –  Analista   /  2006)  

1 Desde que eu vou ao Fórum Econômico Mundial em 

Davos, nenhum país atiçou a imaginação da conferência e 

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dominou a discussão como a Índia em 2006. 

4  O Estado indiano foi um estrondoso sucesso em uma 

frente. A democracia indiana é uma maravilha a ser 

observada. Um dos países mais pobres do mundo, ela manteve 

7  um governo democrático por mais de 60 anos. E essa é,

certamente, uma das maiores virtudes do país quando

comparado a muitos outros países em desenvolvimento. 

10  A democracia dá lugar ao populismo, politicagem e 

perda de tempo. Mas também dá lugar à estabilidade no longo

prazo. Há elementos da democracia que ferem, principalmente 

13  em um país com pobreza, feudalismo e analfabetismo

galopantes. Democracia na Índia freqüentemente significou

não a vontade da maioria, mas a vontade das minorias 

16  organizadas. Mas a democracia tem seus próprios meios de se

reequilibrar. 

Fareed Zakar ia . Por que a Ín d ia é um exemplo . I n : Época, 6 / 3 / 2006 ( com adaptações) .  

No texto,  os  trechos  que se apresentam na voz passiva, ou seja,  estabelecem  umarelação em que o sujeito verbal recebe a ação incluem 

I “O Estado indiano foi um estrondoso sucesso”  (R.4).

II “uma maravilha a ser observada”  (R.5-6). 

III  “quando comparado a muitos outros países” (R.8-9).

IV  “Há elementos da democracia” (R.12). 

V “seus próprios meios de se reequilibrar” (R.16-17).

Estão certos apenas os itens 

A) I  e IV.

B) I e  V.

C) II e III. 

D) III, IV e V. 

26 - (UnB  CESPE   / Câmara dos Deput ados / 2002 )  

A  maioria dos primeiros  textos  que  foram escritos para descrever terra  e homem  danova região  levam a assinatura de portugueses. Respondem às próprias perguntas quecolocam, umas atrás  das  outras, em  termos  de  violentas  afirmações eurocêntricas. Acuriosidade dos primeiros  colonizadores é  menos uma  instigação  ao saber  do  que arepetição das regras de um jogo  cujo resultado é previsível. Os nativos eram de carne- e-osso, mas  não existiam como seres civilizados, assemelhavam-se a animais.  Na Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita a el-rei D. Manuel, observam-se melhor as obsessões 

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dos portugueses, intrusos assustados e visitantes temerosos, que  desembarcam de inusitadas  casas flutuantes, do  que as preocupações  dos indígenas,  descritos  comomeros espectadores  passivos do grande  feito e  do  grande evento que é  a cerimôniareligiosa da missa,  realizada em terra. Não  é, pois,  por casualidade  que a  primeirametáfora para  descrever a condição  do indígena  recém-visto  é  a “tábula rasa”,  ou o  “papel branco”.  Eis  uma boa descodificação  das metáforas:  eles não possuem  valoresculturais ou  religiosos  próprios e  nós, europeus  civilizados,  os possuímos; não possuemescrita e eu,  português  que  escrevo, possuo. Mas  da  tábula rasa e do papel brancotrazia o selvagem, ainda dentro  do raciocínio etnocêntrico, a inocência  e a  virtudeparadisíacas, indicando  que,  no futuro, aceitariam de bom  grado a voz  catequética domissionário jesuíta que,  ao  impô-los em  língua  portuguesa, estaria  ao  mesmo tempoimpondo os muitos valores que nela circulam em transparência. 

Si lv iano Sant iago. In térpretes do Bras i l . Rio de Janei ro: Nova Agui lar , vo l . I ,  2000, p . XV (com adaptações) . 

Em relação às estruturas do texto,  julgue o item seguinte. 

- No texto,  a  estrutura da voz  passiva em “observam-se” (R.7)  equivale a  fo ram observados  . 

27 - (UnB  CESPE / TRE  RS  – Analista / 2003)  

Mulheres conqu is ta ram o d i re i to de vo tar há 75 anos 

1 Somente há 75 anos as mulheres conquistaram o

direito de votar e de exercer sua cidadania no Brasil.

De acordo com os registros do Tribunal Superior 

4  Eleitoral (TSE), o voto feminino tornou-se possível a partir

da Revolução de 1930. 

O voto feminino chegou a ser discutido na 

7  Constituinte de 1890, mas adversários da  extensão do voto à

mulher argumentaram, na época, que  ela  não  teria  capacidade

para escolher seu candidato, já que seu valor intelectual era 

10  considerado inferior ao do homem. 

Já em 1927, porém, Juvenal Lamartine, candidato ao

governo do Rio Grande do Norte, decidiu incluir em sua 

13  plataforma política a luta pelo voto das mulheres. Lei nessesentido foi então aprovada em 25 de outubro do mesmo ano,

ocasião em que várias mulheres requereram suas inscrições. 

16  Um mês depois, o  juiz Israel Ferreira Nunes mandou incluir

na lista dos eleitores a professora Celina Guimarães Vianna, que 

se tornou a primeira eleitora não só do Brasil como 

19  também da América do Sul. 

Somente com a aprovação do Código Eleitoral em 

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1933, foi possível o exercício do voto em todo o país, sem 

22  distinção de sexo. 

I n t e r ne t : < h t t p :/ / w w w . t s e.g o v .b r / ser v iço s/ n o t íci as/ i n de x .h t m l > ( c om  adaptações) .  

A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item abaixo. 

- A oração na voz passiva “O voto feminino chegou a ser discutido na Constituinte de 1890”   (R.6-7) corresponde semanticamente à oração de voz ativa A Const i tu inte de  1890 chegou a d iscu t i r o vo t o fem in ino  . 

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GABARI TO DAS QUESTÕES  

1 - CERTO 

2 - ERRADO 

3 - CERTO 

4 - ERRADO 

5 - CERTO 

6 - CERTO 

7 - ERRADO 

8 – CERTO 

9 – D 

10 - ERRADO 

11 - CERTO 

12 – CERTO 

13 - CERTO 

14 – CERTO 

15 - ERRADO 

16 - ERRADO 

17 - CERTO 

18 - CERTO 

19 – CERTO 

20 - CERTO 

21 - CERTO 

22 - ERRADO 

23 – A 

24 - ERRADO 

25 – C 

26 - ERRADO 

27 - ERRADO