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Aula 03 - Direito Administrativo - Aula 01

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O TRT/6ª REGIÃO (ANALISTA JUDICIÁRIO) PROF. FABIANO PEREIRA - DIREITO ADMINISTRATIVO

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Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 1

Olá!

Seja bem-vindo ao nosso curso de resolução de questões de Direito Administrativo, que tem por objetivo prepará-lo para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (área judiciária e de execução de mandados).

A propósito, muito prazer, meu nome é Fabiano Pereira e atualmente exerço as funções de Analista Judiciário no Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Minas Gerais. Paralelamente às atribuições desse cargo público, também ministro aulas em universidades e cursos preparatórios para concursos públicos em várias cidades brasileiras.

Aqui no Ponto dos Concursos, ministro cursos teóricos e de exercícios na área do Direito Administrativo e Direito Eleitoral.

Nesses últimos anos, tive a oportunidade de sentir “na pele” a deliciosa sensação de ser nomeado em razão da aprovação em vários concursos públicos. Entretanto, sou obrigado a confessar que a minha realização profissional está intimamente atrelada à docência. A convivência virtual ou presencial com os alunos de todo o país e a possibilidade de abreviar o caminho daqueles que desejam ingressar no serviço público é o que me inspira no cotidiano.

Assim, tenho procurado reservar um tempinho para uma de minhas grandes paixões: escrever para candidatos a concursos públicos.

Até o momento, foram publicados pela Editora Método os seguintes livros de minha autoria:

1) “Direito Administrativo – Questões comentadas do CESPE”;

2) “Direito Administrativo – Questões comentadas da Fundação Carlos Chagas - FCC”;

3) “Direito Administrativo – Questões comentadas da ESAF”.

4) “1001 Questões Comentadas de Direito Eleitoral – FCC”.

Esses livros possuem uma linguagem acessível, objetiva e direta, abordando o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal em relação aos temas mais importantes do Direito Administrativo e Eleitoral. Vale à pena conferir!

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Se você ainda não teve o privilégio de ser nomeado para um cargo ou emprego público, mantenha-se firme nesse propósito, pois, certamente, a sua aprovação virá. Trata-se apenas de uma questão de tempo e perseverança.

Quantos anos de braçadas foram necessários para que Cesar Cielo chegasse ao ouro olímpico? Será que o ouro foi obtido no primeiro mergulho na piscina? Tenho certeza que não!

Deve ficar claro que a sua aprovação dependerá de algumas privações, muita vontade de vencer e, principalmente, muito estudo! E não é qualquer estudo. Tem que ser um estudo direcionado, objetivo e programado, focado sempre na meta que foi anteriormente traçada.

Para que você possa programar os seus estudos, apresento a seguir o conteúdo que será ministrado, bem como o respectivo cronograma de divulgação das aulas:

AULA 01 (16/04/12) – Administração pública: princípios básicos. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.

AULA 02 (23/04/12) – Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 6 Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação.

AULA 03 (30/04/12) – Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação.

AULA 04 (07/05/12) – Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. 8 Lei n.º 8.112/90 (regime jurídico dos servidores públicos civis da União): Das disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição. Dos direitos e vantagens: do vencimento e da remuneração; das vantagens; das férias; das licenças; dos afastamentos; do direito de petição. Do regime disciplinar: dos deveres e proibições; da acumulação; das responsabilidades; das penalidades.

AULA 05 (10/05/12) – Processo administrativo (Lei nº 9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos administrados. Lei nº 8.429, de 2/6/92: das disposições gerais; dos atos de improbidade administrativa.

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AULA 06 (14/05/12) – Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado.

AULA 07 (21/05/12) – Serviços Públicos: conceito e princípios; delegação: concessão, permissão e autorização.

Use e abuse do nosso fórum de dúvidas, enviando-nos todos os questionamentos que surgirem durante os seus estudos. Se você possui alguma dificuldade nessa disciplina, eis a grande oportunidade de superá-la de uma vez por todas, facilitando, assim, a sua gratificante jornada rumo ao cargo de Analista Judiciário no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região.

No mais, lembre-se sempre de que o curso está sendo desenvolvido para atender às suas necessidades, portanto, as críticas e as sugestões serão prontamente acatadas, caso sirvam para aumentar a produtividade das aulas que estão sendo ministradas.

Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique à vontade para esclarecê-las através do e-mail [email protected].

Até a próxima aula!

Fabiano Pereira

[email protected]

Ps.: também estou à sua disposição no FACEBOOK, é só clicar no link www.facebook.com.br/professorfabianopereira

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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO - QUESTÕES

01. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) São princípios da Administração Pública, expressamente previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros,

a) eficiência, razoabilidade e legalidade.

b) motivação, moralidade e proporcionalidade.

c) legalidade, moralidade e impessoalidade.

d) publicidade, finalidade e legalidade.

e) eficiência, razoabilidade e moralidade.

02. (FCC/Analista Judiciário TRE RN/2011) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos entes da Administração Indireta denomina-se

a) finalidade.

b) controle.

c) autotutela.

d) supremacia do interesse público.

e) legalidade.

03. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito: Este princípio enuncia a ideia de que as competências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidade correspondentes ao que seja realmente demandado para cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas. Trata-se do princípio da

a) moralidade.

b) eficiência.

c) proporcionalidade.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

04. (FCC/Procurador de Contas TCE AP/2010) O princípio constitucional da eficiência, que rege a Administração Pública, apresenta-se em

a) hierarquia superior aos demais princípios constitucionais, uma vez que deve nortear toda a atuação da Administração Pública.

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b) relação ao modo de estruturação da Administração Pública, uma vez que autoriza a derrogação do regime jurídico de direito público e a aplicação do direito privado quando este se mostrar financeiramente mais atrativo.

c) mesmo nível de hierarquia do princípio da supremacia do interesse público, eis que também possui prevalência superior apriorística.

d) relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, não apenas em relação a atuação do agente público.

e) nível materialmente superior ao princípio da legalidade, uma vez que autoriza a Administração Pública a adotar medidas formalmente em desacordo com a lei em prol do aumento de produtividade e agilidade.

05. (FCC/Técnico Judiciário TRT 12ª Região/2010) O reconhecimento da validade de ato praticado por funcionário irregularmente investido no cargo ou função, sob o fundamento de que o ato pertence ao órgão e não ao agente público, decorre do princípio

a) da especialidade.

b) da moralidade.

c) do controle ou tutela.

d) da impessoalidade.

e) da hierarquia.

06. (FCC/Técnico Judiciário TRE AC/2010) Quando se fala em vedação de imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, está-se referindo ao princípio da

a) legalidade.

b) motivação.

c) proporcionalidade.

d) moralidade.

e) impessoalidade.

07. (FCC/Analista Processual MPE SE/2010) Sobre o princípio da publicidade, é correto afirmar:

a) A veiculação de notícias de atos da Administração pela imprensa falada, escrita e televisivada atende ao princípio da publicidade.

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b) Se a lei não exigir a publicação em órgão oficial, a publicidade terá sido alcançada com a simples afixação do ato em quadro de editais, colocado em local de fácil acesso do órgão expedidor.

c) As edições eletrônicas do Diário Oficial da União são meramente informativas, não produzindo, em nenhuma hipótese, os mesmos efeitos que as edições impressas.

d) A publicação de atos, contratos e outros instrumentos jurídicos, inclusive os normativos, pode ser resumida.

e) A publicidade é elemento formativo do ato administrativo.

08. (FCC/Técnico Judiciário TRT 9ª Região/2010) A administração pública brasileira, conforme o artigo 37 da Constituição Federal, obedece aos princípios da

a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

b) legalidade, impessoalidade, continuidade, indisponibilidade e finalidade.

c) subsidiariedade, flexibilidade, participação cidadã, publicidade e eficiência.

d) moralidade, flexibilidade, participação cidadã, legalidade e impessoalidade.

e) transparência administrativa, moralidade, participação cidadã, eficiência e impessoalidade.

09. (FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar:

a) O princípio da eficiência alcança apenas os serviços públicos prestados diretamente à coletividade e impõe que a execução de tais serviços seja realizada com presteza, perfeição e rendimento funcional.

b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento.

c) Embora não se identifique com a legalidade, pois a lei pode ser imoral e a moral pode ultrapassar o âmbito da lei, a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos porque acarreta a invalidade do ato que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Judiciário.

d) O princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da Administração Pública, preservando assim, situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior.

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e) Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei.

10. (FCC/Analista Judiciário TRE RS/2010) Dentre os princípios básicos da Administração, NÃO se inclui o da

a) celeridade da duração do processo.

b) impessoalidade.

c) segurança jurídica.

d) razoabilidade.

e) proporcionalidade.

11. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da Administração Pública:

a) razoabilidade e legalidade.

b) eficiência e publicidade.

c) publicidade e proporcionalidade.

d) motivação e eficiência.

e) impessoalidade e moralidade.

12. (FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...) Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da

a) motivação.

b) eficiência.

c) legalidade.

d) razoabilidade.

e) moralidade.

13. (FCC/Técnico Judiciário TRF 1ª Região/2011) Analise as seguintes proposições, extraídas dos ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio Bandeira de Mello:

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I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.

II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade.

As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios da Administração Pública:

a) moralidade e legalidade.

b) eficiência e impessoalidade.

c) legalidade e publicidade.

d) eficiência e legalidade.

e) legalidade e moralidade.

14. (FCC/Técnico Judiciário TRF 1ª Região/2011) Carlos, auditor fiscal do tesouro nacional, ao preencher incorretamente documento de arrecadação do tesouro, causou prejuízo ao fisco na ordem de trinta reais. Tal fato acarretou sua demissão do serviço público. Em razão disso, postulou no Judiciário a anulação da pena, o que foi acolhido pelos seguintes fundamentos: o servidor procurou regularizar o erro, buscando recolher aos cofres públicos a quantia inferior recolhida; sua ficha funcional é boa e não desabona sua atuação; a quantia inferior recolhida é irrisória; a pena de demissão é ato extremo que deve ser efetivado apenas em casos gravíssimos. O exemplo citado refere-se ao restabelecimento dos princípios, que devem sempre nortear a atuação da Administração Pública:

a) moralidade e impessoalidade.

b) eficiência e motivação.

c) motivação e moralidade.

d) razoabilidade e proporcionalidade.

e) probidade e eficiência.

15. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2010) O princípio da administração pública que tem por fundamento que qualquer atividade de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem a

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determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza, denomina-se

a) Eficiência.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Finalidade.

e) Impessoalidade.

16. (FCC/Analista Judiciário TRT 8ª Região/2010) Agente público que, sendo competente e adotando regular processo disciplinar com direito ao contraditório e ampla defesa, aplica sanção administrativa de demissão a servidor que se ausentou do serviço durante o expediente, sem autorização do chefe imediato, infringe, dentre outros, o princípio da

a) razoabilidade.

b) supremacia do interesse público.

c) motivação.

d) impessoalidade.

e) eficiência.

17. (FCC/Analista Judiciário TRE RS/2010) A publicidade, como um dos princípios básicos da administração,

a) Deve ser observada em todo e qualquer ato administrativo, sem exceção.

b) É elemento formativo do ato.

c) É a divulgação oficial do ato para conhecimento publico e inicio de seus efeitos externos.

d) É obrigatória apenas para os órgãos e administração direta, sendo facultativa para as entidades da administração indireta.

e) Também pode ser usada para a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, salvo no período eleitoral.

18. (FCC/Defensor Público DPE SP/2010) A capacidade da Administração Pública de poder sanar os seus atos irregulares ou de reexaminá-los à luz da conveniência e oportunidade, reconhecida nas Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal, está em consonância direta com o princípio da

a) indisponibilidade do interesse público.

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b) segurança jurídica.

c) autotutela.

d) moralidade.

e) autoexecutoriedade.

19. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) O princípio ou regra da Administração Pública que determina que os atos realizados pela Administração Pública, ou por ela delegados, são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário é o da

a) impessoalidade.

b) indisponibilidade.

c) legalidade.

d) publicidade.

e) moralidade.

20. (FCC/Analista em Planejamento SEFAZ SP/2010) A respeito dos princípios que regem a Administração pública, é correto afirmar que o princípio da

a) supremacia do interesse público sobre o privado autoriza a Administração a impor restrições aos direitos dos particulares, independentemente de lei.

b) eficiência autoriza as sociedades de economia mista que atuam no domínio econômico a contratarem seus empregados mediante processo seletivo simplificado, observados os parâmetros de mercado.

c) publicidade obriga as entidades integrantes da Administração direta e indireta a publicarem extrato dos contratos celebrados.

d) legalidade determina que todos os atos praticados pela Administração devem contar com autorização legal específica.

e) moralidade é subsidiário ao princípio da legalidade, de forma que uma vez atendido este último considera-se atendido também o primeiro.

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GABARITO

01.C 02.B 03.C 04.D 05.D 06.C 07.B 08.A

09.A 10.A 11.E 12.E 13.B 14.D 15.E 16.A

17.C 18.C 19.A 20.C

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COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES SOBRE PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 01. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) São princípios da Administração Pública, expressamente previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros,

a) eficiência, razoabilidade e legalidade.

b) motivação, moralidade e proporcionalidade.

c) legalidade, moralidade e impessoalidade.

d) publicidade, finalidade e legalidade.

e) eficiência, razoabilidade e moralidade.

Comentários

O art. 37, caput, da Constituição Federal, dispõe que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Apesar disso, é importante destacar que esses não são os únicos princípios que devem ser observados pela Administração Pública, que também deve obediência aos denominados “princípios implícitos”, a exemplo da razoabilidade, boa-fé, princípio do controle, entre outros.

Analisando-se as alternativas apresentadas, não restam dúvidas de que somente a letra “c” pode ser marcada como correta.

02. (FCC/Analista Judiciário TRE RN/2011) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos entes da Administração Indireta denomina-se

a) finalidade.

b) controle.

c) autotutela.

d) supremacia do interesse público.

e) legalidade.

Comentários

De início, é importante destacar que os entes da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) não são subordinados aos entes da Administração Direta (União, Estados,

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Municípios e Distrito Federal), existindo entre eles existe apenas uma relação de vinculação.

Entretanto, compete às entidades da Administração Direta exercer o controle de legalidade (controle finalístico) em relação à atuação administrativa das entidades da Administração Indireta, garantindo, assim, a observância de suas finalidades institucionais. Essa prerrogativa de fiscalização é conseqüência do “princípio do controle”, também denominado de “princípio da tutela”.

O texto da assertiva refere-se ao princípio da proporcionalidade, que também pode ser entendido como princípio da “proibição de excesso”, já que o fim a que se destina é justamente limitar as ações administrativas que eventualmente ultrapassem os limites adequados. Em outras palavras, significa dizer que tal princípio impõe à Administração Pública a necessidade de adequação entre meios e fins, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (inciso VI, artigo 2º, da Lei 9.784/99).

03. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito: Este princípio enuncia a ideia de que as competências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidade correspondentes ao que seja realmente demandado para cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas. Trata-se do princípio da

a) moralidade.

b) eficiência.

c) proporcionalidade.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

Comentários

Fique atento às questões de prova, pois a Fundação Carlos Chagas tem o hábito de cobrar o “princípio da proporcionalidade” como sinônimo de “princípio da razoabilidade”, entendimento que também é defendido por vários doutrinadores brasileiros.

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Diante dos comentários apresentados, não restam dúvidas de que somente a letra “c” complementa corretamente o texto da assertiva.

04. (FCC/Procurador de Contas TCE AP/2010) O princípio constitucional da eficiência, que rege a Administração Pública, apresenta-se em

a) hierarquia superior aos demais princípios constitucionais, uma vez que deve nortear toda a atuação da Administração Pública.

b) relação ao modo de estruturação da Administração Pública, uma vez que autoriza a derrogação do regime jurídico de direito público e a aplicação do direito privado quando este se mostrar financeiramente mais atrativo.

c) mesmo nível de hierarquia do princípio da supremacia do interesse público, eis que também possui prevalência superior apriorística.

d) relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, não apenas em relação a atuação do agente público.

e) nível materialmente superior ao princípio da legalidade, uma vez que autoriza a Administração Pública a adotar medidas formalmente em desacordo com a lei em prol do aumento de produtividade e agilidade.

Comentários

a) Errado. O princípio da eficiência realmente deve nortear toda a atuação da Administração Pública, mas isso não o colocar em patamar de superioridade em relação aos demais princípios expressos e implícitos. Ao responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-se sempre de que não há hierarquia entre os princípios regentes da atividade administrativa.

b) Errado. Perceba que o texto da assertiva afirmou que o princípio da eficiência autoriza a derrogação do regime jurídico de direito público, o que não é verdade. A Administração Pública não pode atuar com respaldo unicamente no direito privado sob a alegação de que os resultados seriam mais eficientes e eficazes do que aqueles obtidos sob o manto do regime jurídico de direito público. Não se admite, por exemplo, que a Administração Pública deixe de realizar licitação (cujas regras estão no âmbito do direito público) sob a alegação de que a suposta “demora” do procedimento afetaria a eficiência da contratação e aumentaria os seus custos.

c) Errado. De início, destaca-se que o texto da assertiva informa que o princípio da supremacia do interesse público possui prevalência superior em relação aos demais. Além disso, afirma ainda que o princípio da eficiência “também possui prevalência superior apriorística”. Como predomina o entendimento de que não há hierarquia entre os princípios regentes da atividade administrativa, o texto da assertiva deve ser considerado incorreto.

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d) Correto. Segundo a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, o princípio da eficiência pode ser estudado sob dois aspectos: em relação ao modo de atuação do agente público (necessidade de aprovação em avaliação especial de desempenho para a aquisição da estabilidade, por exemplo) e em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública (a exemplo da adoção da administração gerencial).

e) Errado. A busca pelo aumento da produtividade e eficiência no âmbito da Administração Pública não justifica a adoção de condutas ilegais, isto é, lesivas ao princípio da legalidade.

05. (FCC/Técnico Judiciário TRT 12ª Região/2010) O reconhecimento da validade de ato praticado por funcionário irregularmente investido no cargo ou função, sob o fundamento de que o ato pertence ao órgão e não ao agente público, decorre do princípio

a) da especialidade.

b) da moralidade.

c) do controle ou tutela.

d) da impessoalidade.

e) da hierarquia.

Comentários

Em decorrência do princípio da impessoalidade, os atos praticados pelos agentes públicos devem ser imputados à entidade a qual se encontram vinculados e não a si próprios. Eis o que impõe a “teoria do órgão”, criada pelo professor alemão Otto Gierke.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos informa que “essa teoria é utilizada por muitos autores para justificar a validade dos atos praticados por funcionários de fato; considera-se que o ato do funcionário é ato do órgão e, portanto, imputável à Administração. A mesma solução não é aplicável à pessoa que assuma o exercício de função pública por sua própria conta, quer dolosamente (como usurpador de função), quer de boa-fé, para desempenhar função em momentos de emergência, porque nesses casos é evidente a inexistência de investidura do agente no cargo ou função”.

06. (FCC/Técnico Judiciário TRE AC/2010) Quando se fala em vedação de imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, está-se referindo ao princípio da

a) legalidade.

b) motivação.

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c) proporcionalidade.

d) moralidade.

e) impessoalidade.

Comentários

Não há dúvidas de que o texto da assertiva está se referindo ao princípio da proporcionalidade, o que justifica a marcação da letra “c” como resposta da questão.

O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que “o grande fundamento do princípio da proporcionalidade é o excesso de poder, e o fim a que se destina é exatamente o de conter atos, decisões e condutas de agentes públicos que ultrapassem os limites adequados, com vistas ao objetivo colimado pela Administração, ou até mesmo pelos Poderes representativos do Estado.”

07. (FCC/Analista Processual MPE SE/2010) Sobre o princípio da publicidade, é correto afirmar:

a) A veiculação de notícias de atos da Administração pela imprensa falada, escrita e televisivada atende ao princípio da publicidade.

b) Se a lei não exigir a publicação em órgão oficial, a publicidade terá sido alcançada com a simples afixação do ato em quadro de editais, colocado em local de fácil acesso do órgão expedidor.

c) As edições eletrônicas do Diário Oficial da União são meramente informativas, não produzindo, em nenhuma hipótese, os mesmos efeitos que as edições impressas.

d) A publicação de atos, contratos e outros instrumentos jurídicos, inclusive os normativos, pode ser resumida.

e) A publicidade é elemento formativo do ato administrativo.

Comentários

a) Errado. O princípio da publicidade impõe que a Administração Pública conceda aos seus atos a mais ampla divulgação possível entre os administrados, pois só assim estes poderão fiscalizar e controlar a legitimidade das condutas praticadas pelos agentes públicos.

Entretanto, a simples veiculação de notícias dos atos da Administração pela imprensa (a assertiva não deixou claro se está se referindo à imprensa pública ou privada) não atende ao princípio da publicidade, pois esses instrumentos devem ser utilizados paralelamente aos órgãos oficiais de divulgação dos atos administrativos (Diário Oficial da União, dos Estados, Municípios ou quadros de avisos nas respectivas repartições públicas).

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b) Correto. Em regra, a divulgação dos atos administrativos deve ocorrer no Diário Oficial de cada ente estatal (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). Todavia, a legislação pode autorizar que esses atos sejam divulgados em quadros de editais (quadros de avisos) fixados em locais de fácil acesso do órgão expedidor e dos eventuais interessados (sede da Prefeitura, sede da Câmara Municipal etc.).

Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que nem todo Município brasileiro possui Diário Oficial para a divulgação dos atos editados pela Administração. Desse modo, essa é uma das alternativas encontradas para que os administrados tenham conhecimento dos atos praticados no âmbito administrativo.

c) Errado. O Decreto Federal nº 4.520/2002, em seu art. 1º, § 2º, dispõe que “as edições eletrônicas do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça, disponibilizadas no sítio da Imprensa Nacional e necessariamente certificadas digitalmente por autoridade certificadora integrante da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, produzem os mesmos efeitos que as em papel”.

d) Errado. O art. 2º, III, do Decreto Federal nº 4.520/2002, dispõe que as medidas provisórias, os decretos e outros atos normativos baixados pelo Presidente da República devem ser publicados na íntegra.

e) Errado. A publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é condição de sua validade ou formação, mas sim condição de eficácia e moralidade. Somente a partir da publicação é que o ato começará a produzir os seus efeitos jurídicos, mesmo que há muito tempo já esteja finalizado, aguardando apenas a sua divulgação.

08. (FCC/Técnico Judiciário TRT 9ª Região/2010) A administração pública brasileira, conforme o artigo 37 da Constituição Federal, obedece aos princípios da

a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

b) legalidade, impessoalidade, continuidade, indisponibilidade e finalidade.

c) subsidiariedade, flexibilidade, participação cidadã, publicidade e eficiência.

d) moralidade, flexibilidade, participação cidadã, legalidade e impessoalidade.

e) transparência administrativa, moralidade, participação cidadã, eficiência e impessoalidade.

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Comentários

Sei que é difícil imaginar que as bancas examinadoras possam elaborar questões tão simples como esta, mas, quando estamos nos referindo à Fundação Carlos Chagas, tudo é possível.

Para responder corretamente ao texto da assertiva, marcando como resposta a letra “a”, é suficiente que o candidato conheça o caput do art. 37 da Constituição Federal, que é expresso ao afirmar que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

09. (FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar:

a) O princípio da eficiência alcança apenas os serviços públicos prestados diretamente à coletividade e impõe que a execução de tais serviços seja realizada com presteza, perfeição e rendimento funcional.

b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento.

c) Embora não se identifique com a legalidade, pois a lei pode ser imoral e a moral pode ultrapassar o âmbito da lei, a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos porque acarreta a invalidade do ato que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Judiciário.

d) O princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da Administração Pública, preservando assim, situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior.

e) Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei.

Comentários

a) Errado. O princípio da eficiência também se impõe aos serviços públicos prestados indiretamente pelo Estado, a exemplo daqueles que foram delegados a particulares (concessionários e permissionários).

b) Correto. Esse também é o entendimento do professor Edmir Netto de Araújo, ao afirmar que o princípio da impessoalidade impõe o respeito à imparcialidade, significando que a Administração não pode agir motivada por interesses particulares, interesses políticos, de grupos, por animosidades ou

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simpatias pessoais, políticas, ideológicas, etc., implicando sempre em regra de agir objetiva para o administrador.

c) Correto. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em matéria administrativa, sempre que se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, além da ideia comum de honestidade, haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa, o que ensejará a declaração de nulidade do ato administrativo pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.

d) Correto. O princípio da segurança jurídica está grafado no art. 2º, XIII, da Lei 9.784/99, ao dispor que nos processos administrativos seja adotado “o critério de interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”.

e) Correto. O princípio da legalidade é uma exigência que decorre do próprio Estado de Direito, que impõe a necessidade de submissão ao império da lei. A Administração Pública somente poderá atuar quando autorizada ou permitida por lei. A vontade da Administração é a que decorre da lei e, portanto, os agentes públicos somente poderão fazer o que a lei permitir ou autorizar.

10. (FCC/Analista Judiciário TRE RS/2010) Dentre os princípios básicos da Administração, NÃO se inclui o da

a) celeridade da duração do processo.

b) impessoalidade.

c) segurança jurídica.

d) razoabilidade.

e) proporcionalidade.

Comentários

Segundo a doutrina majoritária, PRINCÍPIOS BÁSICOS da Administração Pública são aqueles previstos expressamente no art. 37 da Constituição Federal, a saber: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (o famoso L.I.M.P.E.). Nesse sentido, os demais princípios poderiam ser classificados como GERAIS, pois estão previstos em leis esparsas ou são fruto do entendimento doutrinário e jurisprudencial.

Analisando-se os últimos editais publicados pela Fundação Carlos Chagas, constata-se que a banca tem o hábito de incluir no programa de Direito Administrativo o seguinte tópico: “Administração Pública - princípios básicos”.

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Apesar disso, as questões elaboradas pela FCC não se restringem aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. As questões também abrangem os demais princípios implícitos impostos à Administração Pública, a exemplo do Princípio da Segurança Jurídica, Princípio da Razoabilidade, Princípio da Proporcionalidade, entre outros.

Desse modo, ao se deparar com o tópico “Administração Pública: princípios básicos” nos editais da Fundação Carlos Chagas, aconselho que você estude todos os princípios gerais do Direito Administrativo, evitando, assim, eventuais surpresas desagradáveis no momento da prova.

Em relação às alternativas apresentadas pela questão, somente a letra “a” pode ser marcada como resposta, pois não existe o “princípio da celeridade na duração do processo”, mas sim o “princípio da duração razoável do processo”, previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal.

11. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da Administração Pública:

a) razoabilidade e legalidade.

b) eficiência e publicidade.

c) publicidade e proporcionalidade.

d) motivação e eficiência.

e) impessoalidade e moralidade.

Comentários

O art. 37, § 1º, da Constituição Federal, dispõe que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Ao se valer da publicidade oficial para realizar promoção pessoal, o agente público ofende, ao mesmo tempo, os princípios da impessoalidade e moralidade (alternativa “e”).

12. (FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...) Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da

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a) motivação.

b) eficiência.

c) legalidade.

d) razoabilidade.

e) moralidade.

Comentários

Em razão do princípio da moralidade (alternativa “e”), previsto expressamente no caput do art. 37 da Constituição Federal, os agentes públicos devem agir com honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos éticos, sob pena de invalidação dos atos praticados.

Para o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, “a Administração haverá de proceder em relação aos administrados com sinceridade e lhaneza, sendo-lhe interdito qualquer comportamento astucioso, eivado de malícia, produzido de maneira a confundir, dificultar ou minimizar o exercício de direitos por parte dos cidadãos”.

É importante destacar que a Fundação Carlos Chagas não tem o hábito de cobrar o posicionamento de Celso Antônio Bandeira de Mello em suas provas, tendo preferência expressa por Maria Sylvia Zanella di Pietro e José dos Santos Carvalho Filho, portanto, temos uma questão bastante atípica (é bom ficar atento, pois essa pode ser uma nova tendência).

13. (FCC/Técnico Judiciário TRF 1ª Região/2011) Analise as seguintes proposições, extraídas dos ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio Bandeira de Mello:

I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.

II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade.

As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios da Administração Pública:

a) moralidade e legalidade.

b) eficiência e impessoalidade.

c) legalidade e publicidade.

d) eficiência e legalidade.

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e) legalidade e moralidade.

Comentários

I – Fique atento ao se deparar com as expressões “produtividade” e “economicidade” nas questões sobre princípios administrativos elaboradas pela Fundação Carlos Chagas, pois, certamente, estarão se referindo ao princípio da eficiência.

Alguns doutrinadores, a exemplo do professor Diógenes Gasparini, afirmam que o princípio da eficiência está relacionado diretamente com o princípio da economicidade, que impõe à Administração Pública a obrigatoriedade de praticar as atividades administrativas com observância da relação custo-benefício, de modo que os recursos públicos sejam utilizados de forma mais vantajosa e eficiente para o poder público. Esse princípio traduz-se num compromisso econômico com o cumprimento de metas governamentais, objetivando-se sempre atingir a melhor qualidade possível, atrelada ao menor custo.

II – A exigência de aprovação em concurso público para provimento de cargos, empregos e funções públicas é conseqüência do princípio da impessoalidade, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal por diversas vezes.

Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-se sempre de que o princípio da impessoalidade pode aparecer como “sinônimo” de princípio da finalidade ou princípio da isonomia, portanto, todos eles podem ser apresentados pela banca como “fundamento” para a obrigatoriedade de realização de concursos públicos.

Diante das informações apresentadas, somente a letra “b” pode ser marcada como resposta da questão.

14. (FCC/Técnico Judiciário TRF 1ª Região/2011) Carlos, auditor fiscal do tesouro nacional, ao preencher incorretamente documento de arrecadação do tesouro, causou prejuízo ao fisco na ordem de trinta reais. Tal fato acarretou sua demissão do serviço público. Em razão disso, postulou no Judiciário a anulação da pena, o que foi acolhido pelos seguintes fundamentos: o servidor procurou regularizar o erro, buscando recolher aos cofres públicos a quantia inferior recolhida; sua ficha funcional é boa e não desabona sua atuação; a quantia inferior recolhida é irrisória; a pena de demissão é ato extremo que deve ser efetivado apenas em casos gravíssimos. O exemplo citado refere-se ao restabelecimento dos princípios, que devem sempre nortear a atuação da Administração Pública:

a) moralidade e impessoalidade.

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b) eficiência e motivação.

c) motivação e moralidade.

d) razoabilidade e proporcionalidade.

e) probidade e eficiência.

Comentários

No exemplo apresentado pelo texto da assertiva, constata-se que o servidor público federal foi demitido pelo fato de ter causado um prejuízo ao erário no valor irrisório de R$ 30,00 (trinta reais), mesmo tendo posteriormente recolhido aos cofres públicos o respectivo montante. Ademais, foi informado ainda que a sua ficha funcional era boa e que não desabonava a sua conduta.

Fazendo-se uma análise entre a infração cometida pelo servidor e a respectiva penalidade aplicada, conclui-se que não foram observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, o que justifica a marcação da letra “d” como resposta.

O art. 128 da Lei 8.112/1990, por exemplo, dispõe que na aplicação de penalidades aos servidores faltosos serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

Todavia, parece que a autoridade administrativa responsável pela decisão simplesmente desconsiderou o mandamento legal, aplicando ao servidor uma penalidade desproporcional à infração praticada.

15. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2010) O princípio da administração pública que tem por fundamento que qualquer atividade de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem a determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza, denomina-se

a) Eficiência.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Finalidade.

e) Impessoalidade.

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Comentários

O professor Celso Antônio Bandeira de Mello nos ensina que o princípio da impessoalidade “traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa”. Afirma ainda o professor que “o princípio em causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia.”

Diante dos comentários apresentados, não restam dúvidas de que somente a letra “e” complementa corretamente o texto da questão.

16. (FCC/Analista Judiciário TRT 8ª Região/2010) Agente público que, sendo competente e adotando regular processo disciplinar com direito ao contraditório e ampla defesa, aplica sanção administrativa de demissão a servidor que se ausentou do serviço durante o expediente, sem autorização do chefe imediato, infringe, dentre outros, o princípio da

a) razoabilidade.

b) supremacia do interesse público.

c) motivação.

d) impessoalidade.

e) eficiência.

Comentários

Nos termos do art. 129 da Lei 8.112/1990, ao servidor que se ausentar do serviço durante o expediente, sem autorização da chefia imediata, deve ser aplicada a penalidade de advertência.

Como o texto da questão afirmou que o agente competente aplicou a penalidade de demissão, não restam dúvidas de que foi violado o princípio da razoabilidade, que, segundo o entendimento da Fundação Carlos Chagas, é sinônimo do princípio da proporcionalidade.

17. (FCC/Analista Judiciário TRE RS/2010) A publicidade, como um dos princípios básicos da administração,

a) Deve ser observada em todo e qualquer ato administrativo, sem exceção.

b) É elemento formativo do ato.

c) É a divulgação oficial do ato para conhecimento publico e inicio de seus efeitos externos.

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d) É obrigatória apenas para os órgãos e administração direta, sendo facultativa para as entidades da administração indireta.

e) Também pode ser usada para a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, salvo no período eleitoral.

Comentários

a) Errado. O princípio da publicidade não precisa ser observado em todo e qualquer ato administrativo, pois, nos termos do art. 5º, XXXIII, da Constituição Federal, as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado não serão divulgadas.

b) Errado. A publicidade não é elemento formativo do ato, mas condição de eficácia e moralidade. Assim, os atos administrativos somente produzirão efeitos após a publicação nos respectivos instrumentos oficiais.

c) Correto. A publicidade nada mais é do que a divulgação oficial dos atos praticados pela Administração Pública para conhecimento dos eventuais interessados. Em regra, ocorre mediante a publicação no Diário Oficial, isso em relação à União, aos Estados e ao Distrito Federal. Em relação aos Municípios, pode ser que algum não possua órgão oficial de publicação de seus atos (Diário Oficial). Nesse caso, a divulgação poderá ocorrer mediante afixação do ato na sede do órgão ou entidade que os tenha produzido.

d) Errado. A obrigatoriedade de observância ao princípio da publicidade alcança tanto os órgãos e entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) quanto as entidades da Administração Indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).

e) Errado. O art. 37, § 1º, da Constituição Federal, é expresso ao afirmar que as campanhas publicitárias realizadas pela Administração Pública com o intuito de divulgar os seus atos não podem ser utilizadas para promoção pessoal de autoridades ou agentes públicos.

18. (FCC/Defensor Público DPE SP/2010) A capacidade da Administração Pública de poder sanar os seus atos irregulares ou de reexaminá-los à luz da conveniência e oportunidade, reconhecida nas Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal, está em consonância direta com o princípio da

a) indisponibilidade do interesse público.

b) segurança jurídica.

c) autotutela.

d) moralidade.

e) autoexecutoriedade.

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Comentários

Em razão do princípio da autotutela, a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Conforme destacado no texto da assertiva, tal prerrogativa foi reconhecida nas Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal, o que impõe a marcação da letra “c” como resposta da questão.

19. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) O princípio ou regra da Administração Pública que determina que os atos realizados pela Administração Pública, ou por ela delegados, são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário é o da

a) impessoalidade.

b) indisponibilidade.

c) legalidade.

d) publicidade.

e) moralidade.

Comentários

O art. 37, § 1º, da Constituição Federal, dispõe que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Trata-se de uma das acepções do princípio da impessoalidade, que impõe a obrigatoriedade de que os atos praticados pelos agentes púbicos sejam imputados à entidade política ou administrativa às quais se encontram vinculados, mas não ao próprio agente público.

Se um Auditor Fiscal da Receita Federal aplica uma multa a determinada empresa e, posteriormente, sua nomeação é anulada em razão da comprovação de fraude no respectivo concurso público, a multa por ele aplicada continua produzindo efeitos normalmente. Nesse caso, em razão do princípio da impessoalidade, considera-se que a multa fora aplicada pela União (pessoa jurídica a qual o Auditor Fiscal está vinculado), portanto, a eventual constatação de que o servidor fora investido irregularmente no cargo ou função não é capaz de causar a sua anulação.

Diante do que foi exposto, somente a letra “a” pode ser marcada como resposta da questão.

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20. (FCC/Analista em Planejamento SEFAZ SP/2010) A respeito dos princípios que regem a Administração pública, é correto afirmar que o princípio da

a) supremacia do interesse público sobre o privado autoriza a Administração a impor restrições aos direitos dos particulares, independentemente de lei.

b) eficiência autoriza as sociedades de economia mista que atuam no domínio econômico a contratarem seus empregados mediante processo seletivo simplificado, observados os parâmetros de mercado.

c) publicidade obriga as entidades integrantes da Administração direta e indireta a publicarem extrato dos contratos celebrados.

d) legalidade determina que todos os atos praticados pela Administração devem contar com autorização legal específica.

e) moralidade é subsidiário ao princípio da legalidade, de forma que uma vez atendido este último considera-se atendido também o primeiro.

Comentários

a) Errado. Com fundamento no princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, a Administração irá atuar com superioridade em relação aos demais interesses existentes na sociedade. Isso significa que será estabelecida uma relação jurídica “vertical” entre o particular e a Administração, já que esta se encontra em situação de superioridade.

Apesar de tal supremacia, o interesse público não se sobrepõe de forma absoluta ao interesse privado, pois o próprio texto constitucional assegura a necessidade de obediência ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada (artigo 5º, XXXVI). Ademais, eventuais restrições aos direitos dos particulares somente poderão ser estabelecidas mediante lei, observando-se, assim, o princípio da legalidade.

b) Errado. Nos termos do art. 37, II, da Constituição Federal, as empresas públicas e sociedades de economia mista também estão obrigadas a realizar concursos públicos para contratar os seus respectivos empregados, não sendo lícita a adoção de processo seletivo simplificado.

c) Correto. Essa obrigatoriedade consta, por exemplo, no art. 20 do Decreto Federal nº 3.555/2000 (que aprova o regulamento da modalidade licitatória Pregão), ao dispor que “a União publicará, no Diário Oficial da União, o extrato dos contratos celebrados, no prazo de até vinte dias da data de sua assinatura, com indicação da modalidade de licitação e de seu número de referência”.

d) Errado. Para a edição de atos administrativos não é necessário que exista autorização legal específica. Para observância ao princípio da legalidade,

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é suficiente que exista autorização legislativa genérica, ainda que não apresente, detalhadamente, todas as características e condições do ato administrativo.

e) Errado. O fato de ter sido respeitado o princípio da legalidade não significa que também foi atendido o princípio da moralidade, pois a lei pode ser imoral e a moral pode ultrapassar o âmbito da lei.

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PODERES ADMINISTRATIVOS - QUESTÕES

01. (FCC/Analista Judiciário TRF 4ª Região/2010) Dentre outros, são atributos ou qualidades do poder de polícia

a) a discricionariedade e a coercibilidade.

b) a auto-executoriedade e a forma.

c) a presunção de legitimidade e a competência.

d) o motivo e a tipicidade.

e) a forma e a finalidade.

02. (FCC/Analista Trainee Metro/2010) Em relação aos Poderes da Administração Pública, é correto afirmar:

a) O poder regulamentar é um poder-dever normativo do administrador público, de caráter não geral, vinculativo, específico e delegável a qualquer subordinado, mediante portaria administrativa.

b) O ato discricionário é totalmente imune à apreciação judicial, mesmo que emanado de autoridade incompetente ou discutível a finalidade do ato de autoridade, não podendo o Juiz intervir na ação administrativa.

c) O poder hierárquico é exercido pelo superior em relação às entidades da administração direta ou indireta, com quem mantém vinculação administrativa resultante do poder de supervisão, não retirando delas o seu poder de atuação política.

d) No uso do poder disciplinar a Administração distribui e escalona as suas funções executivas, enquanto no poder hierárquico ela controla o desempenho dessas funções e a conduta interna de seus servidores.

e) Poder vinculado é aquele que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.

03. (FCC/Técnico Legislativo ALSP/2010) O Poder disciplinar atribuído à Administração pública

a) autoriza a aplicação de penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.

b) traduz-se no poder da Administração de impor limitações às liberdades individuais nos limites préestabelecidos na lei.

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c) caracteriza-se como o poder conferido às autoridades administrativas de dar ordens a seus subordinados e de controlar as atividades dos órgãos inferiores.

d) é o poder de editar atos normativos para ordenar a atuação dos diversos órgãos e agentes dotados das competências especificadas em lei.

e) é o poder de aplicar, aos agentes públicos e aos administrados em geral, as penalidades fixadas em lei, observado o devido processo legal.

04. (FCC/Técnico Legislativo ALSP/2010) O poder de polícia

a) somente pode ser exercido pelo Poder Legislativo, mediante a criação, por lei, das limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.

b) somente é exercido pelo Poder Executivo, por intermédio da autoridade competente, nos limites da lei e sempre repressivamente.

c) comporta atos preventivos e repressivos, exercidos pela Administração no interesse público, independentemente de limitação legal.

d) depende, seu exercício, de previsão legal expressa, porém não está sujeito ao controle judicial, em face do atributo da autoexecutoriedade.

e) abrange atividades do Poder Legislativo e do Poder Executivo, cabendo ao primeiro a edição de normas gerais e abstratas, e, ao segundo, as ações repressivas e preventivas de aplicação de tais limitações.

05. (FCC/Técnico Legislativo ALSP/2010) O poder regulamentar atribuído pela Constituição Federal ao Chefe do Executivo o autoriza a editar normas

a) complementares à lei, para sua fiel execução, não se admitindo a figura do regulamento autônomo, exceto para matéria de organização administrativa, incluindo a criação de órgãos e de cargos públicos.

b) autônomas em relação a toda e qualquer matéria de organização administrativa e complementares à lei em relação às demais matérias.

c) complementares à lei, para sua fiel execução, não sendo admitida a figura do regulamento autônomo, exceto no que diz respeito à matéria de organização administrativa, quando não implicar aumento de

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despesa nem criação ou extinção de órgão público, bem como para extinção de cargos ou funções, quando vagos.

d) complementares à lei, para sua fiel execução, não se admitindo a figura do regulamento autônomo, exceto para matérias relativas a organização administrativa e procedimento disciplinar de seus servidores.

e) complementares à lei, para sua fiel execução, não se admitindo, em nenhuma hipótese, o poder normativo autônomo, ainda que em matéria afeta à organização administrativa.

06. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Dentre as características do poder disciplinar inclui-se:

a) Dispensabilidade da apuração regular da falta disciplinar para a aplicação da punição interna da Administração, tendo em vista a informalidade do poder disciplinar.

b) Identidade de fundamentos entre a punição disciplinar e a criminal, assim como da natureza das penas.

c) Vinculação obrigatória à prévia definição da lei sobre a infração e a respectiva sanção.

d) Imprescindibilidade da motivação da punição disciplinar para a validade da pena.

e) Discricionariedade ilimitada quanto ao dever de punir, cabendo à autoridade competente decidir entre instaurar ou não o procedimento administrativo em caso de falta disciplinar.

07. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) A prática, pelo agente público, de ato que excede os limites de sua competência ou atribuição e de ato com finalidade diversa da que decorre implícita ou explicitamente da lei configuram, respectivamente:

a) ato redundante e desvio de execução.

b) usurpação de função e vício de poder.

c) excesso de poder e ato de discricionariedade.

d) excesso de poder e desvio de poder.

e) falta de poder e excesso de atribuição.

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08. (FCC/Analista Judiciário TRE AM/2010) No que se refere ao Poder de Polícia, considere as afirmações abaixo.

I. Tem como meios de atuação os atos normativos e os atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto.

II. Na área de atuação administrativa, tem por escopo punir os infratores da lei penal.

III. Possui como atributos a legalidade, a necessidade e a proporcionalidade.

IV. A licença constitui modalidade de ato de polícia vinculado.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I, III e IV.

c) I e IV.

d) II e III.

e) III e IV.

09. (FCC/Analista Judiciário TRE AM/2010) Considere os conceitos abaixo, sobre os poderes administrativos.

I. Poder que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência e oportunidade.

II. Poder de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e ordenar a atuação dos seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.

III. Faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.

Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes

a) regulamentar, vinculado e disciplinar.

b) arbitrário, disciplinar e de polícia.

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c) vinculado, subordinado e hierárquico.

d) de polícia, disciplinar e hierárquico.

e) discricionário, hierárquico e disciplinar.

10. (FCC/Analista Judiciário TRT 4ª Região/2011) É correta a afirmação de que o exercício do poder regulamentar está consubstanciado na competência

a) das autoridades hierarquicamente superiores das administrações direta e indireta, para a prática de atos administrativos vinculados, objetivando delimitar o âmbito de aplicabilidade das leis.

b) dos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, objetivando a fiel aplicação das leis, mediante atos administrativos expedidos sob a forma de homologação.

c) originária dos Ministros e Secretários estaduais, de editarem atos administrativos destinados a esclarecer a aplicabilidade das leis ordinárias.

d) dos Chefes do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos destinados a dar fiel execução às leis.

e) do Chefe do Poder Executivo Federal, com a finalidade de editar atos administrativos de gestão, para esclarecer textos controversos de normas federais.

11. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) Sobre o poder hierárquico, é correto afirmar:

a) É possível a apreciação da conveniência e da oportunidade das determinações superiores pelos subalternos.

b) Em geral, a responsabilidade pelos atos e medidas decorrentes da delegação cabe à autoridade delegante.

c) As determinações superiores - com exceção das manifestamente ilegais -, devem ser cumpridas; podem, no entanto, ser ampliadas ou restringidas pelo inferior hierárquico.

d) Rever atos de inferiores hierárquicos é apreciar tais atos em todos os seus aspectos, isto é, tanto por vícios de legalidade quanto por razões de conveniência e oportunidade.

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e) A avocação de ato pelo superior não desonera o inferior da responsabilidade pelo mencionado ato.

12. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) Sobre o poder disciplinar, é correto afirmar:

a) Existe discricionariedade quanto a certas infrações que a lei não define, como ocorre, por exemplo, com o "procedimento irregular" e a "ineficiência no serviço", puníveis com pena de demissão.

b) Há discricionariedade para a Administração em instaurar procedimento administrativo, caso tome conhecimento de eventual falta praticada.

c) Inexiste discricionariedade quando a lei dá à Administração o poder de levar em consideração, na escolha da pena, a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público.

d) O poder disciplinar é sempre discricionário e decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre aqueles que se vinculam à Administração.

e) É possível, em determinadas hipóteses, que a Administração deixe de punir o servidor comprovadamente faltoso.

13. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) No que concerne ao poder de polícia, é correto afirmar:

a) É vedada a utilização de meios diretos de coação.

b) Constitui-se somente por atividades preventivas.

c) É puramente discricionário.

d) Incide sobre pessoas.

e) É possível a utilização de meios indiretos de coação.

14. (FCC/Secretário de Diligências MPE RS/2010) Pelo exercício do Poder de Polícia, a Administração está autorizada a cobrar

a) tarifa.

b) taxa.

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c) imposto.

d) contribuição de melhoria.

e) imposto sobre serviços de qualquer natureza.

15. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2010) No que diz respeito ao poder disciplinar da Administração Pública, é correto afirmar:

a) O poder disciplinar é discricionário; isto significa que a Administração, tendo conhecimento de falta praticada por determinado servidor, não está obrigada a instaurar procedimento administrativo para sua apuração.

b) O poder disciplinar é correlato com o poder hierárquico, mas com ele não se confunde; no uso do poder disciplinar, a Administração Pública controla o desempenho das funções executivas e a conduta interna de seus agentes, responsabilizando-os pelas faltas cometidas.

c) Algumas penalidades administrativas podem ser aplicadas ao infrator, sem prévia apuração por meio de procedimento legal.

d) Poder disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos, não abrangendo particulares, ainda que sujeitos à disciplina administrativa.

e) Uma mesma infração pode dar ensejo a punição administrativa e a punição criminal; no entanto, a aplicação de ambas as penalidades, nas respectivas searas, caracteriza evidente bis in idem.

16. (FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Analise as assertivas abaixo sobre o poder de polícia.

I. O poder de polícia tanto pode ser discricionário, o que ocorre na maioria dos casos, quanto vinculado.

II. O Poder Legislativo exerce o poder de polícia ao criar, por lei, as chamadas limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.

III. O objeto do poder de polícia é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional.

IV. O poder de polícia tem atributos específicos ao seu exercício, que são: a autoexecutoriedade e a tipicidade.

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Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) III e IV.

e) I, II e III.

17. (FCC/Analista Judiciário TRT 8ª Região/2010) O Poder Legislativo aprova lei que proíbe fumar em lugares fechados, cujo texto prevê o seu detalhamento por ato do Poder Executivo. Sancionando a Lei, o Chefe do Poder Executivo edita, imediatamente, decreto detalhando a aplicação da norma, conforme previsto. Ao fazê-lo o Chefe do Poder Executivo exerce o poder

a) disciplinar.

b) regulamentar.

c) discricionário.

d) de polícia.

e) hierárquico.

18. (FCC/Procurador Prefeitura de Teresina/2010) NÃO exemplifica uma forma de atuação da polícia administrativa:

a) a interdição de atividade.

b) a apreensão de mercadorias deterioradas.

c) lei strictu sensu, isto é, emanada do Poder Legislativo, criando limitação administrativa.

d) a inspeção em estabelecimento, destinada à investigação de crime.

e) decreto sobre o regulamento de determinada profissão.

19. (FCC/Auditor TCE RO/2010) O poder disciplinar inerente à Administração Pública para o desempenho de suas atividades

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a) aplica-se a todos os servidores e administrados sujeitos ao poder de polícia.

b) decorre do poder normativo atribuído à Administração e que lhe permite estabelecer as sanções cabíveis aos administrados quando praticarem atos contrários à lei.

c) aplica-se aos servidores públicos hierarquicamente subordinados, bem como àqueles dotados de autonomia funcional.

d) aplica-se discricionariamente, permitindo a não aplicação de penalidades previstas em lei na hipótese de arrependimento e desde que não tenha havido prejuízo econômico ao erário.

e) dirige-se exclusivamente aos servidores públicos sujeitos ao poder hierárquico estrito da Administração, não se aplicando a outras pessoas ou aos servidores que possuam independência funcional.

20. (FCC/Analista Judiciário TRE AC/2010) Acerca dos poderes e deveres do administrador público, é correto afirmar que

a) o dever de prestar contas aplica-se apenas aos ocupantes de cargos eletivos e aos agentes da administração direta que tenham sob sua guarda bens ou valores públicos.

b) o agente público, mesmo quando despido da função ou fora do exercício do cargo, pode usar da autoridade pública para sobrepor-se aos demais cidadãos.

c) o poder tem, para o agente público, o significado de dever para com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que, quem o detém está sempre na obrigação de exercitá-lo.

d) o dever de eficiência exige que o administrador público, no desempenho de suas atividades, atue com ética, honestidade e boa-fé.

e) o dever de probidade traduz-se na exigência de elevado padrão de qualidade na atividade administrativa.

21. (FCC/Analista Judiciário TRE AC/2010) Sobre os poderes administrativos, considere:

I. Poder que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.

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II. Poder que o Direito concede à Administração Pública, de modo implícito ou explícito, para a prática de atos administrativos com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.

III. Faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo de explicar a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.

Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes

a) subordinado, discricionário e hierárquico.

b) discricionário, arbitrário e disciplinar.

c) vinculado, disciplinar e de polícia.

d) hierárquico, de polícia e regulamentar.

e) vinculado, discricionário e regulamentar

GABARITO

01.A 02.E 03.A 04.E 05.C 06.D 07.D 08.C

09.E 10.D 11.D 12.A 13.E 14.B 15.B 16.E

17.B 18.D 19.C 20.C 21.E

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QUESTÕES COMENTADAS – PODERES ADMINISTRATIVOS

01. (FCC/Analista Judiciário TRF 4ª Região/2010) Dentre outros, são atributos ou qualidades do poder de polícia

a) a discricionariedade e a coercibilidade.

b) a auto-executoriedade e a forma.

c) a presunção de legitimidade e a competência.

d) o motivo e a tipicidade.

e) a forma e a finalidade.

Comentários

A doutrina majoritária aponta três atributos ou qualidades inerentes ao poder de polícia, a saber: discricionariedade, auto-executoriedade e coercibilidade. Assim, não restam dúvidas de que somente a letra “a” responde corretamente ao caput da assertiva.

Gabarito: letra a.

02. (FCC/Analista Trainee Metro/2010) Em relação aos Poderes da Administração Pública, é correto afirmar:

a) O poder regulamentar é um poder-dever normativo do administrador público, de caráter não geral, vinculativo, específico e delegável a qualquer subordinado, mediante portaria administrativa.

b) O ato discricionário é totalmente imune à apreciação judicial, mesmo que emanado de autoridade incompetente ou discutível a finalidade do ato de autoridade, não podendo o Juiz intervir na ação administrativa.

c) O poder hierárquico é exercido pelo superior em relação às entidades da administração direta ou indireta, com quem mantém vinculação administrativa resultante do poder de supervisão, não retirando delas o seu poder de atuação política.

d) No uso do poder disciplinar a Administração distribui e escalona as suas funções executivas, enquanto no poder hierárquico ela controla o desempenho dessas funções e a conduta interna de seus servidores.

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e) Poder vinculado é aquele que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.

Comentários

a) Errado. O professor Diógenes Gasparini afirma que o poder regulamentar consiste “na atribuição privativa do chefe do Poder Executivo para, mediante decreto, expedir atos normativos, chamados regulamentos, compatíveis com a lei e visando desenvolvê-la".

O poder regulamentar, que possui fundamento no art. 84, IV, da Constituição Federal, geralmente possui natureza discricionária, sendo indelegável a outros agentes públicos.

b) Errado. O poder discricionário não é imune à apreciação judicial, que pode incidir sobre os aspectos de legalidade (agente incompetente, por exemplo) do ato administrativo e sobre a eventual observância aos princípios da moralidade, razoabilidade e proporcionalidade.

c) Errado. Não existe relação de subordinação entre as entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista), mas apenas uma relação de vinculação administrativa. Ademais, deve ficar claro que a atuação política (criação de leis, por exemplo) se restringe às entidades da Administração Direta.

d) Errado. Tanto a distribuição e escalonamento das suas funções executivas, quanto o controle e desempenho dessas funções, amparam-se no poder hierárquico.

e) Correto. Poder vinculado (também denominado de poder regrado) é aquele conferido aos agentes públicos para a edição de atos administrativos em estrita conformidade com o texto legal, sendo mínima ou inexistente a sua liberdade de atuação ou escolha.

Gabarito: letra e.

03. (FCC/Técnico Legislativo ALSP/2010) O Poder disciplinar atribuído à Administração pública

a) autoriza a aplicação de penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.

b) traduz-se no poder da Administração de impor limitações às liberdades individuais nos limites préestabelecidos na lei.

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c) caracteriza-se como o poder conferido às autoridades administrativas de dar ordens a seus subordinados e de controlar as atividades dos órgãos inferiores.

d) é o poder de editar atos normativos para ordenar a atuação dos diversos órgãos e agentes dotados das competências especificadas em lei.

e) é o poder de aplicar, aos agentes públicos e aos administrados em geral, as penalidades fixadas em lei, observado o devido processo legal.

Comentários

a) Correto. É com fundamento no poder disciplinar que a Administração Pública aplica penalidades aos servidores públicos e demais pessoas que, sujeitas à sua disciplina, cometam infrações administrativas.

b) Errado. É o poder disciplinar que se traduz na prerrogativa imposta à Administração Pública de impor limitações às liberdades individuais nos limites préestabelecidos na lei.

c) Errado. Segundo Hely Lopes Meirelles, “poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”.

d) Errado. O texto da assertiva não se refere ao poder disciplinar, mas sim ao poder normativo.

e) Errado. Perceba que o texto da assertiva está se referindo aos agentes públicos e aos administrados em geral, portanto, não constitui de prerrogativa inerente ao poder disciplinar.

Gabarito: letra a.

04. (FCC/Técnico Legislativo ALSP/2010) O poder de polícia

a) somente pode ser exercido pelo Poder Legislativo, mediante a criação, por lei, das limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.

b) somente é exercido pelo Poder Executivo, por intermédio da autoridade competente, nos limites da lei e sempre repressivamente.

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c) comporta atos preventivos e repressivos, exercidos pela Administração no interesse público, independentemente de limitação legal.

d) depende, seu exercício, de previsão legal expressa, porém não está sujeito ao controle judicial, em face do atributo da autoexecutoriedade.

e) abrange atividades do Poder Legislativo e do Poder Executivo, cabendo ao primeiro a edição de normas gerais e abstratas, e, ao segundo, as ações repressivas e preventivas de aplicação de tais limitações.

Comentários

a) Errado. O poder de polícia pode ser exercido tanto pelo Poder Executivo, através de atos administrativos que condicionem o exercício de direitos pelos particulares (a exemplo das concessões de licenças), quanto pelo Poder Legislativo, mediante a criação, por meio de lei, das limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.

b) Errado. Conforme destacado no comentário anterior, o poder de polícia pode ser exercido tanto pelo Poder Executivo quanto pelo Poder Legislativo.

c) Errado. Todos os atos administrativos editados com fundamento no poder de polícia devem respeitar os termos e limites impostos pela lei, além do princípio da razoabilidade e proporcionalidade.

d) Errado. Todos os atos praticados sob o amparo do atributo da autoexecutoriedade podem ser revistos pelo Poder Judiciário, sempre que provocado pelos interessados. Para tanto, basta que os interessados demonstrem, por exemplo, que tais atos foram praticados de forma arbitrária, desproporcional, desarrazoada ou abusiva para que o judiciário possa anulá-los retroativamente.

e) Correto. O professor Celso Antônio Bandeira de Mello, com a maestria que lhe é peculiar, conceitua a polícia administrativa como “a atividade da Administração Pública, expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (‘non facere’) a fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo”.

Gabarito: letra e.

05. (FCC/Técnico Legislativo ALSP/2010) O poder regulamentar atribuído pela Constituição Federal ao Chefe do Executivo o autoriza a editar normas

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a) complementares à lei, para sua fiel execução, não se admitindo a figura do regulamento autônomo, exceto para matéria de organização administrativa, incluindo a criação de órgãos e de cargos públicos.

b) autônomas em relação a toda e qualquer matéria de organização administrativa e complementares à lei em relação às demais matérias.

c) complementares à lei, para sua fiel execução, não sendo admitida a figura do regulamento autônomo, exceto no que diz respeito à matéria de organização administrativa, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgão público, bem como para extinção de cargos ou funções, quando vagos.

d) complementares à lei, para sua fiel execução, não se admitindo a figura do regulamento autônomo, exceto para matérias relativas a organização administrativa e procedimento disciplinar de seus servidores.

e) complementares à lei, para sua fiel execução, não se admitindo, em nenhuma hipótese, o poder normativo autônomo, ainda que em matéria afeta à organização administrativa.

Comentários

Em regra, após a publicação de uma lei administrativa pelo Poder Legislativo, é necessária a edição de um decreto regulamentar (também chamado de regulamento) pelo Chefe do Poder Executivo com o objetivo de complementar e explicar detalhadamente o seu conteúdo, assegurando assim a sua fiel execução.

O decreto regulamentar encontra amparo no inciso IV, artigo 84, da CF/88, que dispõe ser da competência do Presidente da República “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”.

Por outro lado, preceitua o art. 84, VI, da Constituição Federal, que compete ao Presidente da República também dispor, mediante decreto, sobre:

1) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

2) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Nesse caso, teremos a edição do denominado decreto autônomo, que, em virtude de sua excepcionalidade, somente poderá ser editado nas duas hipóteses previstas constitucionalmente.

Gabarito: letra c.

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06. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Dentre as características do poder disciplinar inclui-se:

a) Dispensabilidade da apuração regular da falta disciplinar para a aplicação da punição interna da Administração, tendo em vista a informalidade do poder disciplinar.

b) Identidade de fundamentos entre a punição disciplinar e a criminal, assim como da natureza das penas.

c) Vinculação obrigatória à prévia definição da lei sobre a infração e a respectiva sanção.

d) Imprescindibilidade da motivação da punição disciplinar para a validade da pena.

e) Discricionariedade ilimitada quanto ao dever de punir, cabendo à autoridade competente decidir entre instaurar ou não o procedimento administrativo em caso de falta disciplinar.

Comentários

a) Errado. Como conseqüência dos princípios constitucionais do devido processo legal, ampla defesa e contraditório, eventuais penalidades disciplinares somente poderão ser aplicadas a servidores públicos após regular apuração em procedimento especialmente instaurado para esse fim.

b) Errado. O poder punitivo do Estado objetiva a repressão de crimes e contravenções definidas nas leis penais, sendo realizado pelo Poder Judiciário. Por outro lado, o poder disciplinar visa resguardar a hierarquia e a eficiência administrativa, combatendo os ilícitos administrativos.

c) Errado. Apesar de as infrações administrativas estarem previamente estabelecidas em lei, compete à autoridade administrativa, em situações específicas, graduar discricionariamente a intensidade da sanção (a exemplo da penalidade de suspensão).

d) Correto. Para que a penalidade disciplinar seja considerada válida, é imprescindível que seja observado o princípio da motivação, exigindo-se da autoridade administrativa que apresente, por escrito, os fundamentos de fato e de direito que justificaram a decisão.

e) Errado. O administrador não possui a discricionariedade de optar entre a instauração, ou não, de processo administrativo disciplinar com objetivo de investigar a prática de eventual infração funcional. Ademais, após a conclusão do regular processo administrativo, impõe-se ao administrador a obrigatoriedade de aplicação da correspondente sanção, caso fique configurada a falta administrativa.

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Gabarito: letra d.

07. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) A prática, pelo agente público, de ato que excede os limites de sua competência ou atribuição e de ato com finalidade diversa da que decorre implícita ou explicitamente da lei configuram, respectivamente:

a) ato redundante e desvio de execução.

b) usurpação de função e vício de poder.

c) excesso de poder e ato de discricionariedade.

d) excesso de poder e desvio de poder.

e) falta de poder e excesso de atribuição.

Comentários

Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, o abuso de poder “ocorre quando a autoridade, embora competente para agir, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas”.

O abuso de poder configura-se por uma conduta praticada pelo agente público em desconformidade com a lei e pode se apresentar sob três formas diferentes:

1ª) quando o agente público ultrapassa os limites da competência que lhe foi outorgada pela lei (excesso de poder);

2ª) quando o agente público exerce a competência nos estritos limites legais, mas para atingir finalidade diferente daquela prevista em lei (desvio de poder ou desvio de finalidade);

3ª) pela omissão.

Sendo assim, deve ficar bem claro que a expressão “abuso de poder” corresponde a um gênero do qual se extraem duas espécies básicas: excesso de poder ou desvio de finalidade (ou desvio de poder).

Gabarito: Letra d.

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08. (FCC/Analista Judiciário TRE AM/2010) No que se refere ao Poder de Polícia, considere as afirmações abaixo.

I. Tem como meios de atuação os atos normativos e os atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto.

II. Na área de atuação administrativa, tem por escopo punir os infratores da lei penal.

III. Possui como atributos a legalidade, a necessidade e a proporcionalidade.

IV. A licença constitui modalidade de ato de polícia vinculado.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I, III e IV.

c) I e IV.

d) II e III.

e) III e IV.

Comentários

Item I – Correto. A Professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que considerando o poder de polícia em sentido amplo, de modo que abranja as atividades do Legislativo e do Executivo, os meios de que se utiliza o Estado para o seu exercício são: atos normativos em geral (a exemplo das leis e atos administrativos) e atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso em concreto, compreendendo medidas preventivas (a exemplo das fiscalizações e vistorias) e medidas repressivas (dissolução de reunião, interdição de atividade, apreensão de mercadorias deterioradas etc.).

Item II – Errado. O poder de polícia não incide sobre os infratores da lei penal, mas sim sobre aqueles que violam a legislação administrativa. A punição de infratores da lei penal é de competência do Poder Judiciário e não dos órgãos de fiscalização da Administração Pública.

Item III – Errado. São atributos (características) do poder de polícia a discricionariedade, autoexecutoriedade e a coercibilidade.

Item IV – Correto. A licença, que é uma espécie do gênero “alvará”, realmente possui natureza vinculada. Assim, desde que o particular atenda aos requisitos legais para a sua concessão, a Administração Pública está obrigada editá-la em benefício do interessado.

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Gabarito: letra c

09. (FCC/Analista Judiciário TRE AM/2010) Considere os conceitos abaixo, sobre os poderes administrativos.

I. Poder que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência e oportunidade.

II. Poder de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e ordenar a atuação dos seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.

III. Faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.

Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes

a) regulamentar, vinculado e disciplinar.

b) arbitrário, disciplinar e de polícia.

c) vinculado, subordinado e hierárquico.

d) de polícia, disciplinar e hierárquico.

e) discricionário, hierárquico e disciplinar.

Comentários

Item I - Poder discricionário. Ao se deparar com as expressões “conveniência” e “oportunidade” nas provas da Fundação Carlos Chagas, não tenha dúvidas de que estamos diante do poder discricionário.

Item II – Poder Hierárquico. Este realmente é o poder responsável por estabelecer as relações de subordinação no âmbito da Administração Pública. Lembre-se de que a prerrogativa assegurada aos superiores de rever os atos praticados pelos seus subordinados deriva diretamente do poder hierárquico.

Item III – Poder disciplinar. Lembre-se sempre de que punições administrativas somente poderão ser aplicadas com fundamento no poder disciplinar se existir vínculo jurídico entre a Administração e o destinatário da sanção.

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Gabarito: Letra e

10. (FCC/Analista Judiciário TRT 4ª Região/2011) É correta a afirmação de que o exercício do poder regulamentar está consubstanciado na competência

a) das autoridades hierarquicamente superiores das administrações direta e indireta, para a prática de atos administrativos vinculados, objetivando delimitar o âmbito de aplicabilidade das leis.

b) dos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, objetivando a fiel aplicação das leis, mediante atos administrativos expedidos sob a forma de homologação.

c) originária dos Ministros e Secretários estaduais, de editarem atos administrativos destinados a esclarecer a aplicabilidade das leis ordinárias.

d) dos Chefes do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos destinados a dar fiel execução às leis.

e) do Chefe do Poder Executivo Federal, com a finalidade de editar atos administrativos de gestão, para esclarecer textos controversos de normas federais.

Comentários

Fique atento para não confundir as expressões “poder normativo” e “poder regulamentar”.

O “poder normativo” é bastante genérico e, portanto, não se restringe aos atos editados pelos chefes do Poder Executivo. Ao editar atos administrativos para regular o setor que está sob a sua área de fiscalização, por exemplo, uma agência reguladora exerce o poder normativo, pois está normatizando determinada atividade do mercado.

Por outro lado, o “poder regulamentar” está inserido dentro do poder normativo, sendo uma de suas espécies. Ao editar um decreto regulamentar para explicar o texto legal e garantir a sua fiel execução, nos termos do inc. IV do art. 84 da CF/1988, o Presidente da República está exercendo o poder regulamentar, que é privativo dos chefes do Poder Executivo.

Gabarito: letra d.

11. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) Sobre o poder hierárquico, é correto afirmar:

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a) É possível a apreciação da conveniência e da oportunidade das determinações superiores pelos subalternos.

b) Em geral, a responsabilidade pelos atos e medidas decorrentes da delegação cabe à autoridade delegante.

c) As determinações superiores - com exceção das manifestamente ilegais -, devem ser cumpridas; podem, no entanto, ser ampliadas ou restringidas pelo inferior hierárquico.

d) Rever atos de inferiores hierárquicos é apreciar tais atos em todos os seus aspectos, isto é, tanto por vícios de legalidade quanto por razões de conveniência e oportunidade.

e) A avocação de ato pelo superior não desonera o inferior da responsabilidade pelo mencionado ato.

Comentários

a) Errado. É dever dos servidores subalternos respeitar e acatar as ordens emanadas dos seus superiores hierárquicos, salvo quando forem manifestamente ilegais. Assim, não lhes compete apreciar a conveniência e oportunidade das determinações superiores, mas somente cumpri-las.

b) Errado. Em regra, a responsabilidade pelos atos e medidas decorrentes da delegação é do agente delegado. O art. 14, § 3º, da Lei 9.784/1999, por exemplo, dispõe que “as decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado”.

c) Errado. Não compete ao inferior hierárquico (servidor subordinado) ampliar ou restringir o alcance das determinações superiores, mas apenas cumpri-las.

d) Correto. A revisão consiste na prerrogativa que o superior possui de anular os atos praticados pelo subordinado sempre que eivados de vícios de legalidade, contrários às diretrizes normativas gerais do órgão ou, ainda, revogá-los quando se mostrarem inconvenientes ou inoportunos.

e) Errado. Se a competência para a edição de determinado ato administrativo foi avocada pela autoridade superior, esta assume todas as conseqüências de sua edição.

Gabarito: letra d.

12. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) Sobre o poder disciplinar, é correto afirmar:

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a) Existe discricionariedade quanto a certas infrações que a lei não define, como ocorre, por exemplo, com o "procedimento irregular" e a "ineficiência no serviço", puníveis com pena de demissão.

b) Há discricionariedade para a Administração em instaurar procedimento administrativo, caso tome conhecimento de eventual falta praticada.

c) Inexiste discricionariedade quando a lei dá à Administração o poder de levar em consideração, na escolha da pena, a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público.

d) O poder disciplinar é sempre discricionário e decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre aqueles que se vinculam à Administração.

e) É possível, em determinadas hipóteses, que a Administração deixe de punir o servidor comprovadamente faltoso.

Comentários

a) Correto. Não existem dispositivos legais que definam, detalhadamente e com exatidão, os significados das expressões “procedimento irregular” e “ineficiência no serviço”. Desse modo, assegura-se à autoridade administrativa responsável pela aplicação da penalidade o poder discricionário de decidir se a conduta praticada pelo servidor público pode ser enquadrada, ou não, nesses tipos legais.

Com o intuito de evitar prejuízos irreparáveis ao respectivo servidor, deve ficar claro que a autoridade administrativa tem a obrigação de motivar o ato de demissão, respeitando ainda os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sob pena de anulação.

b) Errado. No julgamento do mandado de segurança nº 13.083/DF, de relatoria do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o administrador não possui a discricionariedade de optar entre a instauração, ou não, de processo administrativo disciplinar com objetivo de investigar a prática de eventual infração funcional. Ademais, após a conclusão do regular processo administrativo, impõe-se ao administrador a obrigatoriedade de aplicação da correspondente sanção, caso fique configurada a falta administrativa.

c) Errado. O art. 130 da Lei 8.112/1990, por exemplo, dispõe que “a suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias”.

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Perceba que o texto legal não fixa o prazo exato da penalidade de suspensão que será aplicada ao servidor, apenas estabelece que ficará entre 1 (um) e 90 (noventa) dias, a critério discricionário da autoridade competente.

d) Errado. No julgamento do mandado de segurança nº 13.083/DF, de relatoria do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, o Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que “por força dos princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana e culpabilidade, aplicáveis ao regime jurídico disciplinar, não há juízo de discricionariedade no ato administrativo que impõe sanção a Servidor Público em razão do cometimento de infração disciplinar, de sorte que o controle jurisdicional é amplo, não se limitando, portanto, somente aos aspectos formais.”

e) Errado. Constatando-se o ato infracional, a Administração Pública está obrigada a aplicar a respectiva penalidade ao servidor faltoso.

Gabarito: letra a.

13. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) No que concerne ao poder de polícia, é correto afirmar:

a) É vedada a utilização de meios diretos de coação.

b) Constitui-se somente por atividades preventivas.

c) É puramente discricionário.

d) Incide sobre pessoas.

e) É possível a utilização de meios indiretos de coação.

Comentários

a) Errado. Em razão da autoexecutoriedade de seus atos administrativos, a Administração Pública pode valer-se dos próprios meios de que dispõe para colocar em prática as suas decisões, independentemente de autorização do Poder Judiciário, podendo valer-se, inclusive, de força policial.

b) Errado. Para garantir que o particular irá abster-se de ações contrárias ao interesse geral da sociedade, o poder de polícia poderá ser exercido na forma preventiva ou repressiva.

Na forma repressiva, o poder de polícia é exercido por meio da imposição de sanções aos particulares que praticarem condutas nocivas ao interesse coletivo, constatadas através da atividade fiscalizatória. Por outro lado, na forma preventiva é exercido através da edição de normas condicionadoras do

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gozo de bens ou do exercício de direitos e atividades individuais, a exemplo da outorga de alvarás (licenças e autorizações) aos particulares que cumpram as condições e requisitos para o uso da propriedade e exercício das atividades que devem ser policiadas.

c) Errado. Em regra, o poder de polícia caracteriza-se como discricionário. Todavia, a lei pode regular, em circunstâncias específicas, todos os aspectos do exercício do poder de polícia. Nesse caso, a atividade também poderá caracterizar-se como vinculada.

d) Errado. Não confunda as expressões “polícia administrativa” e “polícia judiciária”. A primeira incide sobre bens, direitos ou atividades (propriedade e liberdade), sendo vinculada mais precisamente à prevenção de ilícitos administrativos e difundindo-se por todos os órgãos administrativos, de todos os Poderes e entidades públicas que tenham atribuições de fiscalização (IBAMA, por exemplo). A segunda incide sobre pessoas, atuando de forma conexa e acessória ao Poder Judiciário na apuração e prevenção de infrações penais, sendo regida, portanto, pelas normas de Direito Processual Penal (Polícia Civil e Polícia Federal).

e) Correto. A Administração Pública realmente pode ser valer de meios indiretos de coerção para obrigar o particular a cumprir uma determinada obrigação, a exemplo do que ocorre na aplicação de uma multa.

Se o particular não pagar a multa a Administração está proibida de ingressar na casa dele e, sem autorização judicial, “penhorar” alguns bens para garantir o recebimento do respectivo valor. Nesse caso, será necessário ingressar com uma ação judicial para garantir o respectivo crédito. Por isso a multa é um meio indireto de coação.

Gabarito: letra e.

14. (FCC/Secretário de Diligências MPE RS/2010) Pelo exercício do Poder de Polícia, a Administração está autorizada a cobrar

a) tarifa.

b) taxa.

c) imposto.

d) contribuição de melhoria.

e) imposto sobre serviços de qualquer natureza.

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Comentários

O art. 77 do Código Tributário Nacional dispõe que “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”.

Gabarito: letra b.

15. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2010) No que diz respeito ao poder disciplinar da Administração Pública, é correto afirmar:

a) O poder disciplinar é discricionário; isto significa que a Administração, tendo conhecimento de falta praticada por determinado servidor, não está obrigada a instaurar procedimento administrativo para sua apuração.

b) O poder disciplinar é correlato com o poder hierárquico, mas com ele não se confunde; no uso do poder disciplinar, a Administração Pública controla o desempenho das funções executivas e a conduta interna de seus agentes, responsabilizando-os pelas faltas cometidas.

c) Algumas penalidades administrativas podem ser aplicadas ao infrator, sem prévia apuração por meio de procedimento legal.

d) Poder disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos, não abrangendo particulares, ainda que sujeitos à disciplina administrativa.

e) Uma mesma infração pode dar ensejo a punição administrativa e a punição criminal; no entanto, a aplicação de ambas as penalidades, nas respectivas searas, caracteriza evidente bis in idem.

Comentários

a) Errado. Ao ter conhecimento de infração praticada por determinado servidor, a Administração Pública está obrigada a instaurar procedimento administrativo para sua apuração. Posteriormente, caso seja confirmada a violação a preceitos legais, a Administração Pública também está obrigada a aplicar a respectiva penalidade.

b) Correto. Ao responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-se sempre de que a aplicação de penalidades a servidores faltosos está amparada no poder disciplinar, mas é conseqüência das relações de subordinação existentes no âmbito da Administração, isto é, do poder hierárquico. Por isso a assertiva afirma que esses poderes são correlatos.

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c) Errado. No julgamento do mandando de segurança nº 6896/DF, de relatoria do Ministro Fernando Gonçalves e publicado no DJE em 05/08/2002, o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que “no processo administrativo disciplinar, é indispensável que se proporcione ao servidor processado, esteja ele já indiciado (art. 161, § 1º, da Lei 8.112/90) ou ainda como simples acusado (na fase de instrução do inquérito administrativo), o direito à ampla defesa e ao contraditório, devendo-se chamar o acusado ao feito desde o seu início, para que tenha oportunidade de acompanhar a instrução”.

d) Errado. A Administração Pública, com fundamento no poder disciplinar, também pode apurar infrações e aplicar penalidades a particulares. Para tanto, é imprescindível que exista um vínculo jurídico entre ambos, a exemplo dos contratos administrativos formalizados com permissionários e concessionários de serviços públicos.

e) Errado. O art. 125 da Lei 8.112/1990 dispõe que as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

Gabarito: letra b.

16. (FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Analise as assertivas abaixo sobre o poder de polícia.

I. O poder de polícia tanto pode ser discricionário, o que ocorre na maioria dos casos, quanto vinculado.

II. O Poder Legislativo exerce o poder de polícia ao criar, por lei, as chamadas limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.

III. O objeto do poder de polícia é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional.

IV. O poder de polícia tem atributos específicos ao seu exercício, que são: a autoexecutoriedade e a tipicidade.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) III e IV.

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e) I, II e III.

Comentários

Item I – Correto. A discricionariedade é a regra geral em relação ao poder de polícia, mas é válido esclarecer que a lei pode regular, em circunstâncias específicas, todos os aspectos do exercício do poder de polícia e, portanto, a atividade também poderá caracterizar-se como vinculada.

Item II – Correto. Em sentido amplo, o poder de polícia alcança todos os atos editados pela Poder Público e que têm por objetivo restringir ou condicionar a liberdade e a propriedade dos particulares em prol do interesse coletivo, sejam eles originários do Poder Executivo (atos administrativos) ou do Poder Legislativo (leis).

Item III – Correto. O texto da assertiva encaixa-se perfeitamente na definição apresentada pelo art. 78 do Código Tributário Nacional, que é expresso ao afirmar que se considera poder de polícia a “atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.

Item IV – Errado. A doutrina majoritária informa que são atributos do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade. A tipicidade não é considerada um atributo do poder de polícia, mas, no entendimento da professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, pode ser indicada como um atributo do ato administrativo.

Gabarito: letra e.

17. (FCC/Analista Judiciário TRT 8ª Região/2010) O Poder Legislativo aprova lei que proíbe fumar em lugares fechados, cujo texto prevê o seu detalhamento por ato do Poder Executivo. Sancionando a Lei, o Chefe do Poder Executivo edita, imediatamente, decreto detalhando a aplicação da norma, conforme previsto. Ao fazê-lo o Chefe do Poder Executivo exerce o poder

a) disciplinar.

b) regulamentar.

c) discricionário.

d) de polícia.

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e) hierárquico.

Comentários

Se o Chefe do Poder Executivo editou decreto com o objetivo de detalhar a aplicação da lei que proíbe fumar em lugares fechados, facilitando, assim, a sua fiel execução, exerceu o denominado poder regulamentar.

O professor Diógenes Gasparini afirma que o poder regulamentar consiste “na atribuição privativa do chefe do Poder Executivo para, mediante decreto, expedir atos normativos, chamados regulamentos, compatíveis com a lei e visando desenvolvê-la".

O decreto regulamentar encontra amparo no inciso IV, artigo 84, da CF/88, que dispõe ser da competência do Presidente da República “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”.

Gabarito: letra b.

18. (FCC/Procurador Prefeitura de Teresina/2010) NÃO exemplifica uma forma de atuação da polícia administrativa:

a) a interdição de atividade.

b) a apreensão de mercadorias deterioradas.

c) lei strictu sensu, isto é, emanada do Poder Legislativo, criando limitação administrativa.

d) a inspeção em estabelecimento, destinada à investigação de crime.

e) decreto sobre o regulamento de determinada profissão.

Comentários

Dentre as alternativas apresentadas, somente a inspeção em estabelecimento, destinada à investigação de crime, não exemplifica uma forma de atuação da polícia administrativa. Nesse caso, resta caracterizado o exercício da polícia judiciária.

É muito comum você encontrar em provas da Fundação Carlos Chagas questões diferenciando a “polícia administrativa” da “polícia judiciária”, portanto, é necessário ficar atento.

A polícia administrativa incide sobre bens, direitos ou atividades (propriedade e liberdade), sendo vinculada à prevenção de ilícitos administrativos e difundindo-se por todos os órgãos administrativos, de todos

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os Poderes e entidades públicas que tenham atribuições de fiscalização (a exemplo da ANVISA).

Por outro lado, a polícia judiciária incide sobre pessoas, atuando de forma conexa e acessória ao Poder Judiciário na apuração e investigação de infrações penais, sendo regida, portanto, pelas normas de Direito Processual Penal.

Gabarito: letra d.

19. (FCC/Auditor TCE RO/2010) O poder disciplinar inerente à Administração Pública para o desempenho de suas atividades

a) aplica-se a todos os servidores e administrados sujeitos ao poder de polícia.

b) decorre do poder normativo atribuído à Administração e que lhe permite estabelecer as sanções cabíveis aos administrados quando praticarem atos contrários à lei.

c) aplica-se aos servidores públicos hierarquicamente subordinados, bem como àqueles dotados de autonomia funcional.

d) aplica-se discricionariamente, permitindo a não aplicação de penalidades previstas em lei na hipótese de arrependimento e desde que não tenha havido prejuízo econômico ao erário.

e) dirige-se exclusivamente aos servidores públicos sujeitos ao poder hierárquico estrito da Administração, não se aplicando a outras pessoas ou aos servidores que possuam independência funcional.

Comentários

a) Errado. O poder disciplinar somente incide sobre aqueles que possuem algum vínculo jurídico com a Administração Pública, a exemplo dos servidores públicos e concessionários de serviços públicos. Enquanto estes possuem um vínculo contratual com o Poder Público (decorrente de licitação pública), aqueles possuem um vínculo estatutário (a exemplo da Lei 8.112/1990).

b) Errado. O poder disciplinar atribuído à Administração Pública decorre do poder hierárquico, responsável por estabelecer as relações de subordinação no âmbito administrativo.

c) Correto. Todos os servidores públicos estão sujeitos à aplicação de penalidades com fundamento no poder disciplinar, a exemplo dos Técnicos

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Judiciários de determinado Tribunal Regional Eleitoral e do próprio Juiz Eleitoral (ainda que possuindo autonomia funcional).

d) Errado. Demonstrada e comprovada a infração administrativa cometida por servidor público, a Administração está obrigada a aplicar a respectiva penalidade, sob pena de responsabilização da autoridade administrativa que se omitiu.

e) Errado. O poder disciplinar da Administração Pública também incide sobre agentes públicos que possuem independência funcional, a exemplo dos membros do Ministério Público. Se um Promotor de Justiça pratica conduta tipificada como infração administrativa, por exemplo, poderá ser punido com sanção aplicada pelo Procurador-Geral de Justiça.

Gabarito: letra c.

20. (FCC/Analista Judiciário TRE AC/2010) Acerca dos poderes e deveres do administrador público, é correto afirmar que

a) o dever de prestar contas aplica-se apenas aos ocupantes de cargos eletivos e aos agentes da administração direta que tenham sob sua guarda bens ou valores públicos.

b) o agente público, mesmo quando despido da função ou fora do exercício do cargo, pode usar da autoridade pública para sobrepor-se aos demais cidadãos.

c) o poder tem, para o agente público, o significado de dever para com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que, quem o detém está sempre na obrigação de exercitá-lo.

d) o dever de eficiência exige que o administrador público, no desempenho de suas atividades, atue com ética, honestidade e boa-fé.

e) o dever de probidade traduz-se na exigência de elevado padrão de qualidade na atividade administrativa.

Comentários

a) Errado. O dever de prestar contas se aplica a todos os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.

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b) Errado. As prerrogativas administrativas inerentes aos cargos ou funções públicas somente podem ser exercidas com a finalidade de garantir a plena execução das atividades administrativas, jamais para privilegiar o titular do cargo ou função, sobrepondo-o aos demais cidadãos. Caso isso ocorra, ficará caracterizado abuso de autoridade, punível nos termos da Lei nº 4.898/1965.

c) Correto. Os poderes assegurados aos agentes públicos não podem ser considerados “privilégios”, mas, sim, deveres. Não devem ser encarados como mera faculdade, mas, sim, como uma “obrigação legal” de atuação sempre que o interesse coletivo exigir.

O interesse público é indisponível e, caso seja necessário que o administrador se valha de tais poderes para cumprir a sua função, deverá exercê-los, haja vista que os poderes administrativos constituem verdadeiros poderes-deveres (fique atento para esta expressão, pois é muito comum em provas).

d) Errado. O dever de eficiência exige que o agente público atue com perfeição, rendimento e produtividade, primando sempre pela máxima qualidade e menor custo no âmbito administrativo.

e) Errado. O dever de probidade exige que o administrador público, no desempenho de suas atividades, atue com ética, honestidade e boa-fé.

Gabarito: letra c.

21. (FCC/Analista Judiciário TRE AC/2010) Sobre os poderes administrativos, considere:

I. Poder que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.

II. Poder que o Direito concede à Administração Pública, de modo implícito ou explícito, para a prática de atos administrativos com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.

III. Faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo de explicar a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.

Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes

a) subordinado, discricionário e hierárquico.

b) discricionário, arbitrário e disciplinar.

c) vinculado, disciplinar e de polícia.

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d) hierárquico, de polícia e regulamentar.

e) vinculado, discricionário e regulamentar

Comentários

Item I – Poder vinculado é o que a lei confere à Administração Pública para a prática de atos detalhadamente previstos em lei. Nesse caso, a legislação irá prever, antecipadamente, os requisitos de competência, forma, finalidade, motivo e objeto.

Item II – Se a Administração Pública possui liberdade para se manifestar em relação ao objeto e motivo do ato administrativo, decidindo sobre o momento mais oportuno e conveniente para editá-lo, sua atuação estará pautada no poder discricionário.

Item III – O texto da assertiva simplesmente apresentou a definição de poder regulamentar elaborada pelo professor Hely Lopes Meirelles. Trata-se de uma prerrogativa privativa do Chefe do Executivo (CF, art. 84, IV), e, por isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado.

Gabarito: letra e.