Aula 03 - Parte 01

  • Upload
    bsbdive

  • View
    717

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Direito Administrativo - Aula 3

Citation preview

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO AULA 3 ATOS ADMINISTRATIVOS (parte 1) Ol pessoal, tudo bem? Ns de novo... Para que ningum esquea: o edital se aproxima, mesmo que ainda haja bastante tempo! Em nossas turmas, temos o costume de dizer: a definio da vaga, em concursos pblicos, normalmente feita a partir de quem se prepara melhor, adota a melhor, mais efetiva estratgia. verdade, mesmo! Por exemplo: no adianta estudar feito como um louco (varrido) para os concursos de Auditor do TCU/2011 e do Senado a disciplina de Direito Civil, AGORA. que no h certeza que a matria caia (no Senado, baixa probabilidade). O mais importante, AT A DEFINIO DO CONTEDO, estudar o grupo de matrias basiconas (Direito Administrativo; Constitucional; AFO e Portugus). Enfim, quem passa no o que estuda mais, mas o que prepara (estrategicamente) melhor. Na aula de hoje, veremos os ATOS ADMINISTRATIVOS, primeira parte, tema essencial para a adequada compreenso de todos os demais itens do Edital. De fato, quando falamos de licitao, de servidores, de servios pblicos, falaremos sempre de algumas das espcies de atos, tema bastante conceitual, diga-se de passagem. O nosso roteiro o seguinte: 1 Introduo: os fatos jurdicos 2 Os atos da administrao 3 Conceito de Ato Administrativo 4 Elementos 5 Atributos 6 Mrito Administrativo DETALHES: segue, como de costume, nosso simuladinho comentado, com as questes da semana passada, bem como o informativo de jurisprudncia. Na prxima aula, dia 16/12, ser enviado com a segunda parte de atos administrativos o simulado referente aos temas destas duas aulas (atos administrativos), sendo que o simulado envolver a parte 1 e 2 de atos administrativos. AHcomo muitos queriam fazer as questes do CESPE, sem os gabaritos, agora elas estaro catalogadas ao fim do material. S que nossa sugesto que elas sejam feitas duas vezes, ou seja, ao longo do material, para fixao e ao final, para treinamento, com a meta de no errar nenhuma. Vambora para a aula, ento!

1 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO 1Introduo: os Fatos Jurdicos

Antes de passarmos ao assunto de nossa aula, interessante trazermos um conceito que mais do Direito Civil, mas fundamental para nossa matria: fatos jurdicos. Em sentido AMPLO, fatos jurdicos so todos os eventos que sejam relevantes e que produzam uma consequncia jurdica, o que, convenhamos, um conceito QUASE do tamanho do mundo. De fato, tem um monte de eventos NATURAIS que resultam em consequncias jurdicas. Exemplo: cai um meteoro no fusca de Sean Oneal, reduzindo-o (o fusca) a cinzas. Consequncias? CLARO! Foi muito custoso a Sean comprar o veculo. O efeito jurdico? REDUO DE PATRIMNIO, e nosso herico Sean ter que juntar um bom dinheiro para comprar um novo Fusquinha (...). Ateno: o caso hipottico, eu (Sean) tenho um Plio EDX 1999 . Ento, l no Direito Civil feita uma distino: FATO JURDICO ESTRITO e ATOS JURDICOS, que so espcies do gnero fato jurdico. Fatos jurdicos ESTRITOS so eventos decorrentes da natureza e que produzem efeitos no mundo jurdico. Exemplo disso: catstrofes, a morte (natural), entre outros. Todavia, tais eventos, naturais, no so to relevantes assim, para nossa matria, a no ser que o servidor MORRA, nesse caso, temos vacncia, e para suprimento da vaga, concurso, logo que MORRA o servidor . Vira essa boca pra l! Ns somos servidores e professores e precisamos terminar bem o curso, no verdade! Podemos afirmar que atos jurdicos, sinteticamente, podem ser definidos como uma manifestao da vontade humana que importam em consequncia jurdicas. Nessa linha, percebam que o ato administrativo tambm fruto da manifestao humana, razo pela qual a doutrina aponta ser o ato administrativo uma das espcies de ato jurdico, ou seja, sempre praticado por um agente da Administrao. Esse tema muito comum em prova. At no TCU j caiu. Olha a questo a: (2007/CESPE/TCU/Analista) O ato administrativo no surge espontaneamente e por conta prpria. Ele precisa de um executor, o agente pblico competente, que recebe da lei o devido dever-poder para o desempenho de suas funes. GABARITO: CERTO

2 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Chamamos ateno para o fato de que ATOS JURDICOS no se confundem com FATOS JURDICOS em sentido ESTRITO. Estes ltimos constituem eventos da natureza, no decorrentes da ao humana, embora, igualmente, resultem (ou possam resultar) em conseqncias jurdicas. Esqueminha bsico, ento: FATO JURDICO AMPLO manifestao de vontade HUMANA. Ato Jurdico Exemplo ATOS ADMINISTRATIVOS Fato Jurdico ESTRITO CATSTROFES Eventos naturais. Exemplo

Assim, TODO ATO ADMINISTRATIVO UM ATO JURDICO, PODENDO SER VISTO, AINDA, COMO FATO JURDICO AMPLO. 2ATOS DA ADMINISTRAO PBLICA

Todo ato praticado no exerccio da funo administrativa pode ser chamado de ato da Administrao, correspondendo, portanto, a figura bem mais ampla do que o conceito de ato administrativo. Se pudssemos traduzir em linguagem matemtica, diramos que o ato administrativo uma amostra do universo ato da Administrao (o ato administrativo est contido no conjunto dos atos da Administrao). Em outros termos, o ato administrativo espcie do qual o ato da Administrao gnero. Bom, como j anotamos que a expresso ato da Administrao figura mais ampla do que ato administrativo, agora, cumpre-nos informar quais as demais espcies de ato da Administrao. De acordo com boa parte da doutrina, dentre os atos da Administrao, incluem-se: os atos de Direito Privado que so as doaes, a permuta, a compra-e-venda, a locao, entre outros atos; os atos materiais da Administrao que so atos os quais envolvem apenas execuo, como a demolio de uma casa, a apreenso de mercadoria, a realizao de um servio, varrer o piso, e outros; os atos de conhecimento, opinio, juzo ou valor que so os atestados, as certides, os pareceres e votos; os atos polticos so os que esto sujeitos a regime constitucional; os contratos; e os atos administrativos propriamente ditos. 3 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Mas qual a razo de atos de Direito Privado, contratos, e outros no serem considerados administrativos? No so eles emanados pela Administrao? Isso verdade, mas para clarearmos a mente do concursando, nosso dever apresent-los definio de ato administrativo, informando, de antemo, que o conceito de institutos de Direito Administrativo sempre relativamente problemtico, afinal o ramo jurdico que estamos estudando no tem um texto nico que consolide, em si, as principais definies da matria, ou seja, no temos um cdigo de Direito Administrativo, como possuem o Direito Penal e o Processual Civil, por exemplo. Mas as dificuldades fazem a vida melhor. Ento, partamos para conceituar o ato administrativo. FIXAO (2009/CESPE/MMA/Ag. Administrativo) Todo ato praticado no exerccio de funo administrativa considerado ato administrativo. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: essa questo para realar a diferena inicial apontada nos atos da administrao com relao a atos administrativos. Como afirma o examinador, nem todo ato praticado no exerccio da funo administrativa ato administrativo. Exemplo disso so os cheques emitidos pela Administrao Pblica para pagar despesas. So atos da ADMINISTRAO, e, claro, praticados no desempenho da atividade administrativa, mas no so atos administrativos. Ento, GUARDEM NEM TODO ATO PRATICADO NO EXERCCIO DE FUNO ADMINISTRATIVA CONSIDERADO ATO ADMINISTRATIVO. (CESPE TJBA/Juiz Substituto 2005) Fatos jurdicos, mesmo que independam da vontade e de qualquer participao dos agentes pblicos, podem ser relevantes para o direito administrativo. (Certo/Errado) GABARITO: CERTO COMENTRIOS: choveu, inundao. Cai uma ponte. Tem que reconstruir. claro que tal fato jurdico, que independe da vontade humana, produzir efeitos jurdicos para o direito administrativo, bem como para a Administrao. Tem que licitar para reconstruir a ponte; tem que dar abrigo, eventualmente, para desabrigados; talvez fazer uma contratao direta, para atender a situao, etc. Enfim, fatos jurdicos podem ser relevantes para o direito administrativo. (2007/CESPE/TCU/Tcnico) Os atos administrativos esto completamente dissociados dos atos jurdicos, pois os primeiros referem-se sempre atuao de agentes pblicos, ao passo que os segundos abrangem tambm os atos praticados por particulares. 4 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: questo de prova do TCU. De tcnico, mas bem interessante. FATO JURDICO AMPLO Fato Jurdico ESTRITO CATSTROFES Eventos naturais. Exemplo

manifestao de vontade HUMANA. Ato Jurdico Exemplo ATOS ADMINISTRATIVOS Ento: o conceito de ato administrativo TOTALMENTE CORRELACIONADO AO ATO JURDICO, pois o ATO ADMINISTRATIVO UM ATO JURDICO. Alm, claro, de ser FATO JURDICO AMPLO. 3CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO

O conceito de ato administrativo dado de diversas maneiras pelos doutrinadores nacionais. Para esclarecer, utilizaremos o dado pela professora Maria Sylvia Di Pietro, para quem ato administrativo : A declarao unilateral do Estado ou de quem o represente que produz efeitos jurdicos imediatos, com observncia da lei, sob o regime jurdico de Direito Pblico e sujeita a controle pelo Poder Judicirio. No costume citarmos o nome dos autores, porm, nesse caso, pedimos licena para fazer meno autora, porque os examinadores, as bancas, a adoram! Vamos explorar um pouco mais o conceito, no entanto, preferimos por uma apresentao isolada, por compartimentos, para que o contedo seja assimilado com mais naturalidade. I) O ATO ADMINISTRATIVO UMA DECLARAO: por este trecho, o ato administrativo pode ser visto como uma exteriorizao de vontade advinda de algum, que ser o agente pblico a quem a ordem jurdica (normas) entrega a competncia para a prtica. De fato, per si, o Estado no faz nada, dado que um ser abstrato. So necessrios os agentes para a materializao da atuao estatal. Em razo desse trecho, destacamos tambm que o ato administrativo pode ser visto como uma MANIFESTAO de vontade. Assim, a ausncia desta (a no-exteriorizao da vontade), como o silncio (omisso) administrativo no pode ser reputado como ato administrativo, ainda que, em algumas hipteses possa produzir efeitos jurdicos. Em sntese: o silncio no ato, fato, porm, pode produzir efeitos no Direito Administrativo, constituindo-se fato administrativo. 5 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Como exemplo de efeitos jurdicos decorrentes da omisso podemos citar a decadncia, a prescrio, a precluso, e outros, que so institutos, que, claro, sero vistos a seu tempo. Mas, GUARDE A: o silncio da administrao, a despeito de no ser ato, pode gerar conseqncias jurdicas. II) O ATO ADMINISTRATIVO PRODUZ EFEITOS IMEDIATOS: a atribuio de efeitos imediatos estabelece uma distino geral entre o ato administrativo e a lei, dado que esta, em razo de suas caractersticas de generalidade e abstrao, no se presta, regra geral, a gerar efeitos imediatos. Por consequncia, pelo conceito da autora (leia-se: conceito restrito de ato administrativo) no se enquadrariam no conceito de ato administrativo, por exemplo, os atos normativos (como decretos e regulamentos), os quais, em seu contedo, assemelham-se lei. Contudo, os atos normativos apenas MATERIALMENTE no podem ser considerados atos administrativos, mas, FORMALMENTE, o so, pelo que, assim como os atos materiais ou enunciativos, devem ser entendidos como atos administrativos FORMAIS. Isso ser essencialmente relevante quando tratarmos dos atos administrativos que tenham a forma de parecer (mais frente). III) O ATO ADMINISTRATIVO GERADO SOB REGIME JURDICO DE DIREITO PBLICO: a submisso do ato administrativo a regime jurdico administrativo (de direito pblico) evidencia que a Administrao, ao produzir atos administrativos, apresenta-se com as prerrogativas e as restries prprias do poder pblico. Por esse motivo, no se encaixam na definio de ato administrativo os produzidos sob o direito privado. IV) O ATO ADMINISTRATIVO NASCE EM OBSERVNCIA LEI: esse trecho do conceito uma clara decorrncia do Estado de Direito enunciado no art. 1 da CF/1988. fato, se o Estado de Direito, como dissemos na aula 1, ele cria a Lei para que todos a cumpram, mas, at para dar o exemplo, o primeiro a cumpri-la. Assim, todo ato administrativo, SEM EXCEO, contar com uma presuno de legitimidade, ou seja, ser tido como de acordo com o Direito. Por razes bvias, j antecipamos que a presuno de legitimidade nos atos administrativos no absoluta, ou seja, a despeito de ser tido como em conformidade com a ordem jurdica, o ato administrativo poder (dever) ser questionado judicialmente, desde que por algum possuidor de prerrogativa para tanto. V) O ATO ADMINISTRATIVO PODE SER QUESTIONADO JUDICIALMENTE: este trecho apenas para reafirmarmos o dito na passagem anterior: O ato administrativo, embora manifestao da vontade Estatal, no poderia deixar de estar submetido, quando necessrio, ao controle pelo Poder Judicirio, regra consagrada pelo Estado de Direito, aquilo que a doutrina costuma chamar de princpio 6 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO da inafastabilidade da tutela jurisdicional (inc. XXXV do art. 5 da CF/1988). A ttulo de complementao s anlises j indicadas, ser exposto, abaixo, o conceito de ato administrativo oferecido pelo (pai) Hely Lopes Meirelles, veja: toda manifestao unilateral de vontade da Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigaes aos administrados ou a si prpria. Perceberam a coincidncia nos conceitos apresentados? Vejam que ambos os autores afirmam ser o ato uma manifestao de vontade humana, ou seja, ele no surgir, claro, espontaneamente, dependendo de algum para produzi-lo. Uma ltima informao. Na verdade, mais uma lembrana, respondam (rpido): apenas o Poder Executivo quem edita atos administrativos? A resposta um sonoro NO! J est correndo em nosso sangue (em razo da aula 1): o Brasil adota a clssica tripartio de Poderes (Executivo, Legislativo, e Judicirio art. 2 da CF/1988), a qual, diferentemente da inicialmente desenhada por Montesquieu, no rgida (absoluta), de tal sorte a comportar situaes em que os demais Poderes (Legislativo e Judicirio) tambm administram (atipicamente). Quem nega que o Legislativo tambm realiza concursos pblicos para provimento de seus cargos? Quem nega que o Judicirio, tendente aquisio de nova frota de veculos, se sujeita licitao? Quem nega que todos os Poderes diante de infraes administrativas de seus servidores instauram processos administrativos investigatrios? Em suma, a exemplo do Executivo (quem edita atos administrativos formais), os demais Poderes detm competncia (dever-poder) de editarem atos administrativos (atos administrativos materiais). Mas, BIZU: OS ATOS ADMINISTRATIVOS SO TPICOS DO PODER EXECUTIVO, uma vez que tal Poder o detentor do encargo da realizao das tarefas administrativas de Estado, E ATOS ADMINISTRATIVOS SO ATPICOS EM RELAO AOS DEMAIS PODERES (JUDICIRIO e LEGISLATIVO). De fato, no incumbncia destes ltimos produzirem atos administrativos, os quais, se editados, so-lhes atpicos, como dito. Visto o conceito da figura principal dessa aula, o ato administrativo, vamos decomp-lo em partes, ou seja, os seus elementos e depois caracteriz-lo, ou seja, tratar dos seus atributos.

7 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO (2007/CESPE/TCU/Analista) O ato administrativo no surge espontaneamente e por conta prpria. Ele precisa de um executor, o agente pblico competente, que recebe da lei o devido dever-poder para o desempenho de suas funes. (Certo/Errado) GABARITO: CERTO COMENTRIOS: como falamos na parte terica, o ato administrativo se apresenta como uma exteriorizao de vontade advinda de algum, que ser o agente pblico a quem a ordem jurdica (normas) entrega a competncia para a prtica. Assim, j est resolvida a questo, que est CERTA, pois todo ato administrativo feito por algum da administrao, um agente da administrao. (2007/CESPE/TCU/Analista) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judicirio devem sempre ser atribudos sua funo tpica, razo pela qual tais poderes no praticam atos administrativos. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: essa aqui mais da primeira aula do que desta aqui. Lembram que a gente falou que os Poderes tm misso tpica e atpica? Pois . o caso da questo que estamos analisando. Os Poderes Legislativo e Judicirio desempenham ATIPICAMENTE misso administrativa. Neste caso, apesar de no lhes serem propriamente misso, cada um desses Poderes produz atos administrativos. LEMBREM NA HORA DA PROVA, ENTO: TPICA MISSO ADMINISTRATIVA ATPICA LEGISLATIVO E JUDICIRIO EXECUTIVO

4-

ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO.

Eita assunto que cai em prova este aqui. A gente, quando t no comeo da nossa vida de concurseiro, aprende logo: CO FI FO M OB (cofifomob) So os 5 elementos do ato administrativo (CO mpetncia; FI nalidade; FO rma; M otivo; OB jeto COFIFOMOB!). mais um daqueles mnemnicos, palavrinhas para facilitar a memorizao, que surgem na nossa vida. Mas cuidado com essa coisa a, de memorizar a palavra, o mnemnico, sem ter o cuidado de incorporar o que ele significa. J pensou lembrar-se do mnemnico 8 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO na hora da prova sem lembrar o que ele significa? de ficar doido...rsrsrsrs... Assinalamos que, neste assunto, h uma variao de nomenclatura de autor para autor. que alguns preferem a utilizao do termo elementos, outros requisitos e mesmo pressupostos. Adiantamos que nossa preferncia a utilizao de elementos, em razo de a Lei 4.715/1965 assim fazer referncia. Todavia, tratando-se de concurso pblico, bom observar: a prpria Banca Cespe utiliza, sem distinguir, requisitos ou elementos, enfim, utiliza-os como se fossem expresses sinnimas. Sendo o ato administrativo uma espcie de ato jurdico (manifestao de vontade humana que produz conseqncias jurdicas), indicamos haver certa congruncia, similitude, entre os elementos de formao dos atos administrativos em comparao com os atos de direito privado, so eles: agente, forma, e objeto. A finalidade e o motivo somam-se a estes, que vem l do Direito Civil. Porm, como j observado, ao lado dos trs elementos j previstos na norma civilista (art. 104 do CC/2002), a Lei 4.717/65 (da Ao Popular), em seu art. 2, ao indicar os atos nulos, menciona cinco elementos dos atos administrativos: competncia; forma; objeto; motivo; e finalidade. V-se que aos elementos tpicos dos atos jurdicos foram acrescidos dois: motivo e finalidade, os diferenciais dos atos administrativos. As bancas costumam indicar que o ato que deixe de atender um dos elementos (ou requisitos de formao) ser NULO. Prestem ateno nisso, ok? Vai ser importante para algumas questes que resolveremos mais adiante... Ah! Esses tais elementos de formao podem ser VINCULADOS ou DISCRICIONRIOS. Nos vinculados, a norma dura, isso porque estabelece detalhadamente qual a nica sada a ser adotada, ou seja, descreve com minudncia o que se requer quanto aos elementos. J nos elementos discricionrios, a norma me, isso porque concede certas liberdades, flexibilidades, no entanto, LIBERDADE COM LIMITES. Da, duas coisas: i) a discricionariedade, para efeitos de prova de concurso, existe em relao a DOIS ELEMENTOS MOTIVO E OBJETO. Mesmo em atos discricionrios, os elementos COMPETNCIA; FINALIDADE e FORMA sero SEMPRE VINCULADOS. Assim, se tivssemos que fazer uma anlise elemento a elemento para concluir se o ato discricionrio, tal anlise estaria resumida a estes dois elementos: MOTIVO e OBJETO; e, ii) discricionariedade sinnimo de liberdade da administrao, MAS NO DE ARBTRIO. Com efeito, para a Administrao Pblica, no existe ato arbitrrio, pois a LEI determina a vontade 9 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO administrativa, com mnima liberdade (vinculao) ou maior liberdade (discricionariedade), mas no concede arbtrio, pelo que, pode se afirmar, PARA ADMINISTRAO PBLICA ATO ARBITRRIO IGUAL A ATO ILEGAL! Outra questo importante diz respeito convalidao de eventuais vcios quanto a um elemento em anlise. Convalidar significa, sinteticamente, corrigir, aperfeioar um vcio, desde que este seja sanvel. Alguns vcios quanto aos elementos, portanto, podem ser convalidados, outros, no, como veremos. Bom, feitos esses rpidos esclarecimentos, partamos para nossas exposies tericas. A COmpetncia pode ser entendida como o poder atribudo pela norma ao agente da Administrao para o exerccio legtimo de suas atribuies. Resulta da que o ato emanado de agente incompetente ou realizado alm dos limites de sua competncia invlido, por faltar-lhe legitimidade. Ressalvamos, desde logo, que o vcio (problema) de competncia poder, em algumas hipteses, ser corrigido, por intermdio do instituto da convalidao (sanatria parece nome de hospcio, rsrs..., ou saneamento, para outros), como veremos mais abaixo. No exerccio da atividade administrativa, o desempenho da competncia atribuda por lei no algo passvel de ser colocado de lado pelo administrador pblico, haja vista ter dever de zelar no por interesses prprios (nunca!), mas sim pela coisa pblica (sempre!), patrimnio alheio, de terceiros, enfim, da coletividade, do que decorre, inclusive, o denominado princpio da indisponibilidade do interesse pblico (o interesse pblico no est sujeito barganha), de tal sorte que no pode o Administrador Pblico simplesmente renunciar a competncia atribuda pela norma. Em sntese: competncia atribuda competncia a ser exercida, em razo, sobretudo, do interesse pblico a ser atendido. Outro ponto a ser realado que o exerccio da competncia, embora seja elemento administrativo de ordem pblica, pode ser delegado (atribuda a outrem) e avocado (ato de trazer para si competncia de quem lhe subordinado). Nesse sentido, lembramos que a Lei n 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo no mbito federal) estabelece: A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos. Alm destas caractersticas (irrenunciabilidade; poder delegada e avocada), observamos ser a competncia, ainda: ser

I) intransfervel: a competncia no se transmite por mero acordo entre as partes. Mesmo quando se permite a delegao, 10 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO preciso um ato formal que registre a prtica (ver caput do art. 14 da Lei n 9.784/1999); II) improrrogvel: no processo civil, comum ouvirmos falar que se um determinado vcio de incompetncia relativa no for alegado no momento oportuno, o juiz de incompetente passa a competente, enfim, prorroga-se sua competncia. No Direito Administrativo, no isso que acontece, pois os interesses que esto em jogo no so particulares como no Direito Civil. Assim, o mero decurso do tempo no transmuda a incompetncia em competncia. Para a alterao da competncia, registre-se, necessria a edio de norma que especifique quem agora passa a dispor da competncia; e, III) imprescritvel: o seu no-uso no torna o agente incompetente. No se pode falar, portanto, em usucapio de competncia. Basicamente, pode-se afirmar, com base na doutrina, que a competncia dos agentes pblicos distribuda a partir de trs pontos, a saber: a) em razo da matria leva-se em conta o grau hierrquico e a possvel delegao, como exemplo da competncia entre os Ministrios, segundo o assunto que o pertinente: sade, educao, transportes etc. Perceberam? Estamos diante de uma forma de desconcentrao por matria; b) em relao ao mbito territorial por exemplo, a competncia das delegacias policiais que adstringem o mbito de sua atuao a determinada circunscrio (localidade). Agora estamos diante tambm de uma forma de desconcentrao territorial; e c) em relao ao limite de tempo a competncia tem incio a partir da investidura legal e trmino com o fim do exerccio da funo pblica. Ressaltamos, ainda, que a expresso competncia, dentro do Direito Administrativo, no tem o sentido de capacidade ou habilidade que detm um servidor pblico para editar um ato administrativo. De outra forma, diferentemente do direito privado, a competncia, para o Direito Administrativo, deve ser entendida como A QUEM COMPETE PRODUZIR O ATO, ou seja, um SUJEITO, UM ALGUM que responsvel pela prtica do ato. No diz respeito, portanto, capacidade, mas sim ao PODER DE PRATICAR O ATO. Assim, como dizem, no competente quem quer, ou quem sabe fazer, mas sim quem a norma determinar que . J a Finalidade o fim pretendido pela Administrao. Conforme parte da doutrina, a finalidade elemento sempre vinculado e, de forma ampla, deve ser idntica para todo e qualquer ato administrativo: a satisfao do interesse pblico. Apesar de 11 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO no gostarmos muito da afirmativa (a finalidade elemento vinculado), o CESPE tem adotado esse entendimento vrias vezes. Ento, fica o

BIZU: PARA EFEITOS DE PROVA DE CONCURSO, A FINALIDADE ELEMENTO VINCULADO! Tal objetivo (a finalidade, o interesse pblico) deve ser atingido de maneira mediata (pro-futuro). Difere, desse modo, do efeito jurdico imediato do ato administrativo, a ser buscado por intermdio do objeto do ato, traduzido este na aquisio, na transformao ou na extino de direitos. Um exemplo deixa mais claro. Sabe aquela licena-gestante, a qual a servidora pblica tem direito, a partir do nono ms de gravidez? Qual seria o interesse pblico a ser atingido? A gente gosta de dizer que o interesse pblico comea com: ... sabe quando a gente diz para si mesmo pera. Deixe-me pensar...... provavelmente, essa ser a finalidade do ato, que MEDIATA. No caso da licena-gestante, alguns exemplos: proteo da infncia, da lactncia, preservao da espcie humana, e outros. Notem que coisa grande. No caso do Objeto, o resultado IMEDIATO. No caso da licena-gestante: retirar a servidora do contato com o trabalho por 120 dias consecutivos, a partir da concesso da licena. Ei, a licena-gestante agora no de 180 dias? Algum j me disse isso... pois , falaremos sobre na aula de servidores, dentro do necessrio para as provas que os amigos vo fazer. Mas esses 60 dias a mais vm da Lei 11.770, de 2008 (na Lei 8.112 o prazo continua a ser de 120 dias). Por enquanto, o que importa para guardarmos : ENQUANTO A FINALIDADE O RESULTADO MEDIATO, O OBJETO DO ATO SEU RESULTADO IMEDIATO! De modo restrito, a lei pode estabelecer objetivo especfico para o ato administrativo a ser praticado. Por exemplo: a remoo ex officio (de ofcio) de servidor pblico tem a finalidade especfica de atender a necessidade de servio pblico. Assim, o ato de remoo, por exemplo, no pode ser utilizado para punir quem cometera infraes funcionais, sob pena de ser invalidado por desvio de finalidade (espcie do vcio abuso de poder). A FOrma um dos elementos do ato administrativo. Tradicionalmente, a forma indicada como sendo um elemento vinculado e indispensvel validade do ato administrativo. Registrese: no basta que o ato tenha forma, mas que esta seja vlida, ou seja, em consonncia com que preceitua a norma. 12 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Por regra geral, os atos administrativos devem ter a forma escrita. Porm nosso concurso no composto s de regras GERAIS. Alis, o direito, sobretudo o Administrativo, a cincia das excees. Portanto, no se excluem os atos administrativos praticados de forma no-escrita, consubstanciados em ordens verbais, por meio de sinais etc. So exemplos de atos administrativos no-praticados por escrito: ordens verbais de um superior ao subordinado; sinais e placas de trnsito (formas pictricas) etc. No direito pblico, do qual o Direito Administrativo um dos ramos, impera o princpio da solenidade das formas, ao contrrio do princpio da liberdade (instrumentalidade) das formas, diga-se de passagem, inerente ao direito privado. Em realidade, por se tratar de interesse pblico, o Direito Administrativo deve preservar formas, ritos, permissivos do alcance desse interesse. Pode-se dizer que a observncia da forma prescrita em lei constitui verdadeira garantia jurdica para a Administrao e para o administrado: pelo revestimento (forma) do ato administrativo que se perceber a obteno do resultado pretendido, servindo de meio de controle, quer pela Administrao, quer pelos destinatrios, quanto ao que se realizar. Abrimos breve parntese para explicar que o imprio da formalidade vem sendo amenizado, moderado. Recentemente a Lei n 9.784/1999, em seu art. 22, estatuiu expressamente: os atos do processo administrativo no dependem de forma determinada, a no ser quando a lei expressamente a exigir. A doutrina tem evoludo exatamente nesse sentido de moderao quanto s formalidades. Aponta que para a prtica de qualquer ato administrativo devem ser exigidas to s aquelas formalidades estritamente essenciais, desprezando-se procedimentos meramente protelatrios, procrastinatrios. Percebemos o surgimento de um novo princpio: o do FORMALISMO MODERADO PARA OS ATOS E PROCESSOS ADMINISTRATIVOS. Assim, caso no se tenha forma especfica na norma para a prtica de um ato administrativo, este poder ser praticado de mais de uma forma (escrita, verbal, gestual etc.). ATENO: a forma continua a ser vista, via de regra, como um elemento VINCULADO do ato administrativo, uma vez que prevalece nesse ramo do direito a forma prescrita em lei para os atos. Contudo, a Lei n 9.784/1999 atenua esse entendimento (mas no o afasta, por completo), ao determinar que as formalidades para a prtica desses atos devem ser exigidas SOMENTE QUANTO AO ESSENCIAL. Esse o entendimento a ser mantido para fins de prova de concurso!

13 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Chegamos cerejinha do bolo quanto aos elementos: o Motivo. De cara, vamos fazer um pacto: NO DIREITO ADMINISTRATIVO, QUASE SEMPRE, SE TEM NOME DIFERENTE, TEM QUE TER DIFERENAS. SE AS COISAS TM SENTIDOS IGUAIS, DEVEM (ou DEVERIAM) TER O MESMO NOME... Assim, de acordo com nosso pacto, tem que ter diferenas entre motivo (ELEMENTO do ato administrativo) e a motivao (EXPOSIO DE MOTIVOS). Vejamos. Motivo o que leva algum a fazer alguma coisa. Exemplo: por que os amigos esto fazendo este curso? Pelo prazer da nossa companhia? Por que no tem muito que fazer? Ou para, finalmente, resolver essa parada de Direito Administrativo em concursos pblicos? Provavelmente, deve ser por causa da ltima situao, mas ATENO: MOTIVO O QUE LEVA PRTICA DE UM ATO, ou, como prefere o examinador, pressupostos de fato e de direito que levam a Administrao Pblica a agir. Motivar , em sntese, explicar, reduzir a termo, enunciar, por no papel, enfim, EXPOR OS MOTIVOS QUE DETERMINARAM A PRTICA DE UM ATO. a exteriorizao, a formalizao, do que levou Administrao produzir determinado ato administrativo. Um exemplo prtico torna mais clara a situao: na punio de um servidor, praticante de infrao funcional, o motivo (um dos elementos dos atos administrativos) a prpria infrao, enquanto a motivao seria a capa, a formalizao dos motivos, contida em ato (ou atos) que indiquem as razes, a gradao da pena, o resgate a atos precedentes e outros que permitam verificar a existncia do motivo indicado. Ento, um primeiro

BIZU: MOTIVO E MOTIVAO, AINDA PRXIMOS, NO SO EXPRESSES SINNIMAS.

QUE

Lembramos que divergncias doutrinrias tambm so encontradas quanto necessidade de motivao dos atos administrativos. Mais uma vez, a interpretao da Lei n 9.784/1999 resolve a questo. Na citada norma (art. 50), expe-se determinada lista (exemplificativa) de atos administrativos que, obrigatoriamente, devero ser motivados, entre outros: III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; 14 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO V - decidam recursos administrativos; VIII - importem anulao, revogao, convalidao de ato administrativo. suspenso ou

Ora, se a lei determina que, nessas hipteses, os atos administrativos devero ser motivados, conclui-se que em outras, evidentemente, podero deixar de ser. Assim, nem sempre a motivao dos atos obrigatria. Embora desejvel e quase sempre necessria (pois um princpio da Administrao), a motivao poder no ser expressamente exigida. Nesse sentido, cite-se a possibilidade de exonerao ad nutum de um servidor ocupante de cargo em comisso, para a qual a Administrao dispensada de apresentar motivao expressa de tal deciso. Em outros termos, embora existente o motivo, a motivao no se faz necessria, regra geral. A homologao de processo licitatrio outro exemplo de situao que prescinde de motivao, uma vez que as leis no exigem para esta expressa motivao. Interessante ressaltar que, ainda que no obrigatria em todas as circunstncias, a regra geral que haja motivao dos atos administrativos praticados pelo Poder Pblico, j que a motivao um princpio LEGAL contido no caput do art. 2 da Lei n 9.784/1999 (mas no um princpio constitucional expresso para a Administrao Pblica, observe-se). Todavia, quando os motivos que levaram prtica de um ato forem expostos, devero ser reais, existentes, amparando-se em razes de interesse, sob pena de invalidao (anulao) do ato amparado em motivo falso ou inexistente, dentro do que a doutrina conhece como Teoria dos Motivos Determinantes. Um caso pitoresco explica melhor o que se afirma. A dispensa do servidor ocupante de cargo em comisso uma das, hoje, raras excees em que se dispensa a motivao expressa do ato praticado pela Administrao, como dissemos. Suponhamos, ento, que um ocupante de cargo em comisso tem sua exonerao ocorrida, conforme apontado pela Administrao em despacho fundamentado, pela sua inassiduidade habitual. O ex-comissionado comprova, ento, que jamais faltou um dia de trabalho. Sua dispensa poder (e mesmo DEVER), em conseqncia, ser invalidada com fundamento na teoria dos motivos determinantes. Tal teoria (dos motivos determinantes) preceitua que a validade do ato est adstrita aos motivos indicados como seu fundamento e sua prtica, de maneira que se inexistentes ou falsos os motivos, o ato ser nulo. Assim, mesmo se a lei no exigir a motivao, caso a Administrao a faa, estar vinculada aos motivos expostos.

15 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Cuidado! Ao motivar o ato, no significa sobremaneira que a Administrao esteja transformando um ato de discricionrio em vinculado. De modo algum. O ato continua com sua mesma natureza, desde a origem: o discricionrio mantm-se assim. Acontece, tosomente, que ficar a Administrao, quando da motivao, vinculada aos motivos declarados. Ressalte-se que a Constituio no exige, direta e expressamente, do ADMINISTRADOR, a motivao de seus atos administrativos. Quem o faz, expressamente, indicando a motivao como princpio a Lei 9.784/1999, no art. 2 j citado, como decorrncia, por exemplo, de princpios constitucionais como o da publicidade. Mas bom lembrar que hoje, PARA AS DECISES ADMINISTRATIVAS LEVADAS A EFEITO NO MBITO DO PODER JUDICIRIO, A NECESSIDADE DE MOTIVAO EXPRESSA NA CF/1988. A bem do esclarecimento, citamos o inc. X do art.93 da CF/1988: As decises administrativas dos tribunais sero motivadas e em sesso pblica, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. Portanto, hoje, a motivao no um princpio absolutamente implcito no texto constitucional. Mas, como dissemos, seu registro constitucional expresso diz respeito s decises administrativas dos Tribunais Judiciais, no sendo diretamente relacionado, portanto, aos administradores pblicos, de modo geral. Essa teoria, dos motivos determinantes, tem cado bastante em prova. Normalmente o examinador faz isso: (2007/CESPE/TCU/Tcnico) A teoria dos motivos determinantes cria para o administrador a necessria vinculao entre os motivos invocados para a prtica de um ato administrativo e a sua validade jurdica. GABARITO: CERTO Tem razo o examinador quando afirma que os motivos expostos para a prtica de um ato esto ligados ao plano da VALIDADE deste. Acrescemos que tais motivos no se ligam EXISTNCIA do ato. Nesse momento, provavelmente o amigo deve se questionar: o que vem a ser campo da validade e da existncia? De forma sinttica, at para no fugirmos do pragmatismo do curso, registramos a existncia de trs campos nos quais voc pode analisar o ato administrativo: da existncia, da validade, da eficcia. O campo da existncia pode ser representado, simbolizado, como sendo o substantivo do ato, enfim, os elementos de 16 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO constituio dos atos administrativos: sujeito, finalidade, forma, motivo, e objeto. Na falta de qualquer dos substantivos, o ato ser considerado inexistente. Por exemplo: o particular, ao desempenhar funo pblica, sem que tenha ingressado de qualquer maneira nos quadros da Administrao, pratica o crime de usurpao da funo pblica. Percebam: no h o elemento sujeito, logo, o ato inexistente. Outro exemplo citado o da demisso de servidor j falecido, procurem... o elemento objeto? No h, logo, o ato inexistente. J o campo da validade refere-se ao campo da adjetivao. Por exemplo: auditor do TCU, em compra no Carrefour, ao detectar determinado prazo de validade vencido, determina a apreenso do produto e a aplicao de multa. Pergunta-se: existe o agente (sujeito)? Sim, logo, no um caso de falta de substantivo (o ato existe). Agora, o sujeito competente? No, incompetente (adjetivo), portanto, adentramos no degrau do campo da validade enfim, da LEGALIDADE do ato. Por fim, o campo da eficcia. Diz respeito produo dos efeitos jurdicos do ato administrativo. Surge a necessidade de serem conhecidos, ainda que brevemente, os chamados elementos acidentais: termo, encargo (modo), e condio. So acidentais pelo fato de no estarem presentes em todos os atos administrativos. Por exemplo: Decreto Presidencial com a seguinte redao esse decreto entra em vigor daqui a 60 dias. Estamos diante de evento futuro e certo, o que a doutrina denomina termo, suspende a eficcia do ato, no sentido de que s produzir efeitos aps o vacatio legis. Quando falamos de motivos determinantes, ento, estamos nos referindo ao campo da VALIDADE, ou seja, da legalidade do ato. No existncia, pois para analisarmos a validade necessrio que o ato exista; no eficcia, pois os efeitos j so verificados, ento, s pode ser VALIDADE, isto , LEGALIDADE do ato. Como voltaremos a tratar desse assunto na parte II de atos administrativos (na prxima aula), vamos continuar com nosso ltimo elemento, qual seja, o objeto. Tambm denominado de contedo por alguns autores, o objeto diz respeito essncia do ato administrativo, constituindo o efeito jurdico imediato que tal ato produz. Se os amigos no perceberam, h uma diferena fundamental entre finalidade e objeto, no que diga respeito ao resultado pretendido. Com efeito, a FINALIDADE TRADUZ O RESULTADO MEDIATO, como dissemos, enquanto o OBJETO REFERE-SE AO RESULTADO IMEDIATO, ou seja, a mudana perceptvel, rapidamente, a partir do ato. Como j tratamos do assunto ao abordarmos a finalidade, no voltaremos ao isso agora. Mas isso ser explorado nas questes objetiva. s aguardar um pouquinho... 17 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Sob determinadas circunstncias, o objeto do ato deve reproduzir aquilo que desejava o legislador. Noutras palavras: permite-se, em lei, ao agente ponderar quanto quilo que pretende atingir com sua manifestao volitiva (de vontade). No 1 caso, temse ato vinculado; no segundo, ato discricionrio. preciso ter em conta que o objeto guarda ntima relao com o motivo do ato administrativo, constituindo, estes dois elementos, o ncleo do que a doutrina comumente denomina de mrito do ato administrativo, a ser visto no tpico 6, logo abaixo. Por fim, pode-se dar como exemplo de objetos de ato administrativo, os seguintes: uma licena para construo tem por objeto permitir que o interessado possa edificar de forma legtima; no ato de posse, a investidura do servidor em cargo pblico; na aplicao de uma multa, o objeto punir o transgressor, etc. V-se que o objeto , repisando, aquilo que se pretende de forma imediata, enquanto que, de forma mediata, a pretenso tem a ver com o elemento finalidade: a satisfao do interesse pblico. Como falaremos de convalidao dos atos mais para frente, deixamos de enfatizar o assunto aqui nessa passagem, ok? FIXAO (2009/CESPE/PC-ES/Agente) A competncia requisito de validade do ato administrativo e se constitui na exigncia de que a autoridade, rgo ou entidade administrativa que pratique o ato tenha recebido da lei a atribuio necessria para pratic-lo. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: como dissemos: COMPETNCIA PODER ATRIBUDO PELA NORMA AO AGENTE OU RGO PARA DESEMPENHO DE SUAS ATRIBUIES. Ento, amigo, o direito administrativo vai servir at para xingar o chefe, na hora da raiva, no TCU. que voc provavelmente no vai poder cham-lo de incompetente, pois a competncia ela vai ter, em razo de a norma atribuir a ele. Assim, xinga de outra coisa, mas no de incompetente...rsrsrsrs... (2009/CESPE/PC-ES/Agente) Na delegao de competncia, a titularidade da atribuio administrativa transferida para o delegatrio que prestar o servio. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: Opa! Na delegao, o que se transfere a EXECUO, mas no a TITULARIDADE. Olha s o que diz o art. 14 da Lei 9.784, de 1999: 2o O ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade delegante. 18 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Sabe qual a razo de poder se revogar a delegao de competncia? Porque ela continua a ser do titular, SEMPRE. Assim, QUANDO H DELEGAO,O QUE SE TRANSFERE A EXECUO, NO A TITULARIDADE! (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Conforme afirma a doutrina prevalente, o ato administrativo ser sempre vinculado com relao competncia e ao motivo do ato. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: essa provinha do Ministrio da Sade foi uma das mais interessantes aplicadas nos ltimos tempos pelo CESPE. Bem p no cho e com questes muito boas. Em realidade, a doutrina, unanimemente, entende que praticamente impossvel vincular todos os motivos, ou seja, todas as razes que levaro, algum dia, Administrao Pblica a agir. J pensou, tentar prever tudo o que vai acontecer na vida da Administrao? Ou seja, vincular todos os motivos? Impossvel... Mas, s para lembr-los: o elemento competncia vinculado, tambm na viso da doutrina. Quem no vinculado, o motivo. Da, o erro da questo: dizer que o motivo vinculado. (2009/AUGE/CESPE/Auditor Interno) Os atos administrativos de carter normativo no podem ser objeto de delegao. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: esse assunto particularmente interessante Lei 9.784/99. Mas vale o registro: nem tudo pode ser delegado. Com efeito, vejamos o art. 13 da referida norma: Art. 13. No podem ser objeto de delegao: I - a edio de atos de carter normativo; II - a deciso de recursos administrativos; III - as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade. Decorem esse rol acima, pois ele sempre cai em prova. Mas voltaremos a falar sobre ele na aula da Lei 9.784. E lembrem: nem tudo pode ser objeto de delegao. (2007/CESPE/TCU/Tcnico) A finalidade dos atos administrativos sempre um elemento vinculado, pois o fim desejado por qualquer ato administrativo o interesse pblico. GABARITO: CERTO 19 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO COMENTRIOS: teve um monte de gente que reclamou dessa questo... Mas no tem do que reclamar, no! Na realidade, a reclamao decorreu da seguinte situao: conceitos indeterminados quase sempre trazem discricionariedade. Como a finalidade dos atos administrativos, que o interesse pblico, um conceito indeterminado, no seria esta discricionria Administrao Pblica? Lamentamos em dizer que no. A despeito de ser realmente difcil dizer o que interesse pblico, a Administrao est indissociavelmente adstrita a buscar o atingimento deste, ou seja, VINCULADA a busca dos interesses pblicos. Resumidamente, a tabela abaixo expe elementos vinculados e/ou discricionrios: ELEMENTO Competncia Finalidade Forma Motivo Objeto VINCULADO SIM SIM SIM Em regra, discricionrio Em regra, discricionrio

Se for o caso, relembrem os detalhes quanto aos elementos na abordagem terica, ok? (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Existe liberdade de opo para a autoridade administrativa quanto ao resultado que a administrao quer alcanar com a prtica do ato. GABARITO: ERRADO COMENTARIOS: o resultado a ser buscado pela Administrao o interesse pblico. E relembramos o dito na questo anterior: a despeito de toda a crtica que possa merecer, a finalidade, para efeitos de concurso pblico, ELEMENTO VINCULADO. (2007/CESPE/TCU/Tcnico) Em regra, os atos administrativos so informais, o que atende demanda social de desburocratizao da administrao pblica. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: tabelinha acima da penltima questo acima: FORMA ELEMENTO VINCULADO. Ou seja, o contrrio do que o examinador diz em regra, os atos administrativos so FORMAIS, pois devem obedincia ao trmite, s formalidades, previstas em lei, para que se possam considerar vlidos. 20 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO (2008_CESPE_CGE_AUDITOR) Na hiptese de motivao de um ato discricionrio, as razes anotadas pelo agente pblico sero determinantes no exame de sua validade pelo Judicirio. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: velha e boa teoria dos motivos determinantes. Lembramos que a teoria dos motivos determinantes, como diz a questo, refere-se ao campo da VALIDADE dos atos administrativos, no de sua existncia. (2007/CESPE/TCU/Tcnico) Motivo e motivao dos atos administrativos so conceitos coincidentes e significam a situao de fato e de direito que serve de fundamento para a prtica do ato administrativo. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: vocs se lembram do que a gente falou na parte terica: NO DIREITO ADMINISTRATIVO, QUASE SEMPRE, SE TEM NOME DIFERENTE, TEM QUE TER DIFERENAS. SE AS COISAS TM SENTIDOS IGUAIS, DEVEM (ou DEVERIAM) TER O MESMO NOME... Assim, fica como dissemos na parte terica: MOTIVO E MOTIVAO, AINDA QUE PRXIMOS, NO SO EXPRESSES SINNIMAS. , pessoal, s se ligar, que a gente gabarita tudo... como o Direito Administrativo o mesmo, se estudar, d para mandar ver na prova, j que sempre h a tendncia de o examinador repetir muitas questes... (2009/CESPE/TRT-ES/Analista Judicirio) De acordo com a teoria dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem sua prtica motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurdicos. Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a administrao deve revogar o ato. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: mas estava indo to bem na questo... que at antes do termo Havendo a questo estava certa! Mas quando o examinador diz que Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a administrao deve revogar o ato a ele cometeu o erro. Na verdade, motivos falsos levam ANULAO do ato, por ilegalidade, e no sua 21 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO revogao, que, como sabemos, ocorre por motivos de convenincia e oportunidade. 5ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Pois . Esse outro daqueles temas que caem bastante em prova: os atributos dos atos administrativos, os quais, para boa parte da doutrina, so trs: presuno de legitimidade, autoexecutoriedade e imperatividade. Vamos, ento, abordar principalmente esses trs, sem prejuzo de mencionar o que alguns autores pensam a respeito de outros eventuais atributos. Ento, sem moleza, vambora comear com a presuno de legitimidade. A palavra presuno denuncia (indica) que milita (conta em favor) no ato administrativo do Estado a qualidade de terem sido produzidos em conformidade com o Direito (presuno de legitimidade), e, realmente, no poderia ser diferente. que em toda sua vida funcional, o administrador fica preso ao cumprimento estrito da lei, ou seja, ao princpio da legalidade (art. 37, caput, da CF/88). Alm disso, os fatos alegados pela Administrao para a prtica do ato tambm so presumidos verdadeiros (presuno de veracidade). E o amigo questiona: isso significa que no posso me opor execuo do ato? No isso. Obviamente, o particular, ao se sentir atingido pelo ato do Estado, tem todo o direito de socorrer-se ao Poder Judicirio, utilizando, para tanto, dos remdios jurdicos postos sua disposio, afinal, como j se disse, vigora entre ns o princpio da Jurisdio UNA (sistema ingls), encontrado no inc. XXXV do art. 5 da CF/1988. Logo, pelo fato de ns particulares podermos nos opor, possvel dizer que a presuno que estamos tratando NO ABSOLUTA (JURE ET JURIS), mas sim RELATIVA (juris tantum). Surge a questo: quem deve provar a suposta ilegalidade do ato? A Administrao que alega? Ou os particulares (administrados) que se opem? A resposta que a presuno de legitimidade/veracidade inverte o nus da prova, de tal forma que o particular que tem a obrigao de demonstrar que o ato da Administrao foi produzido em descompasso com o direito vigente e, ainda, que os fatos alegados no so reais, no so adequados. Que confuso no?! Vamos a um exemplo, para que fique um pouco mais claro. SEAN, em alta velocidade, ao ultrapassar sinal vermelho, multado por MARANHO (agente de fiscalizao do Estado). Depois de determinado prazo, chega casa de SEAN multa pela transgresso, ou seja, a Administrao ALEGA que SEAN ultrapassou o sinal vermelho. Ser verdadeira a alegao da Administrao? 22 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Quem alega tem de provar? A resposta que, embora a regra seja de que quem alega que tem de provar, tratando-se de Direito Pblico, INVERTE-SE O NUS DA PROVA, logo, SEAN que tem de provar o equvoco da Administrao ao mult-lo, dado que, a princpio, o ato administrativo presumivelmente legtimo. Destacamos ainda que a presuno de legitimidade decorre do princpio da legalidade, do prprio estado de Direito, no sendo necessria norma infraconstitucional que a reafirme. Com outras palavras: no preciso que uma Lei diga, por exemplo, as licitaes so legtimas. De fato, por se tratar de uma srie de atos administrativos, os processos licitatrios so presumidos legtimos. Ento, anota a: COMO VIVEMOS EM UM ESTADO DE DIREITO, UMA DAS CONSEQUNCIAS DISSO QUE TODOS OS ATOS DO ESTADO SO PRESUMIDOS LEGTIMOS, OU SEJA, EM CONFORMIDADE COM A ORDEM JURDICA. Podemos afirmar que a presuno de legitimidade uma decorrncia do Estado de Direito, mencionado logo no art. 1 da CF/1988. De fato, se o Estado de Direito, deve ser o primeiro a cumprir o rito legal. Logo, PRESUMIDAMENTE, os atos que venha a produzir estaro em conformidade com o ordenamento jurdico. Maiores detalhes quanto noo de Estado de Direito podem ser relembradas na aula 1 deste nosso curso. Mas vamos aos outros atributos. A imperatividade a caracterstica pela qual os atos administrativos se impem como obrigatrios a terceiros, independentemente da anuncia destes, que, assim, sujeitam-se imposio estatal. Se o concursando tivesse de traduzir a imperatividade em um princpio s, qual seria este? A Resposta deveria ser: O PRINCPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PBLICO SOBRE O PARTICULAR, ou seja, o Estado determina ordens, de forma unilateral, e ns, administrados (particulares) devemos acatlas, sob pena de sanes. Notem que a supremacia traduz uma idia de verticalidade, de prerrogativa. Importante perceber que os atos administrativos so to potentes, to fortes, a ponto de seus efeitos serem sentidos por particulares que no esto sujeitos hierarquia da Administrao, ou seja, os atos so emitidos pelo Estado e ultrapassam sua esfera, alcanando a esfera do particular sem qualquer vnculo especial, enfim, extravasa o mbito interno administrativo, aquilo que a doutrina denomina de Poder Extroverso. ALERTA: obviamente, nem todos os atos so dotados de imperatividade. Para encontrarmos os atos no-imperativos s procurarmos pelas situaes em que o Estado encontra restries em 23 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO sua atuao, eis que, como informamos, a imperatividade traduz prerrogativa estatal. P. ex., se um servidor solicita uma certido por tempo de servio, o Estado tem a prerrogativa de negar? Se o Estado tem o desejo de contratar uma nova frota de veculos, poderia forar uma concessionria ao fornecimento? A resposta, para ambos os casos, que no. Da porque conclumos que atos enunciativos (certides, atestados e outros) e atos negociais (autorizao, permisso e outros), no so dotados de imperatividade, porque funcionam como uma restrio para o Estado e no prerrogativa. Terceiro atributo dos atos administrativos, a autoexecutoriedade a prerrogativa de que certos atos administrativos sejam executados imediata e diretamente pela prpria Administrao, independentemente de ordem ou autorizao judicial. Salientamos que se garante at mesmo o uso da fora fsica, se for necessria, mas, sempre e sempre, com meios adequados, proporcionais. P. ex.: estudantes da UNB, de forma pacfica, mantm-se instalados em determinado bem pblico de uso especial (reitoria da Faculdade), seria possvel a expulso do grupo, sem a interveno do Judicirio? claro que sim (apesar da grande timidez dos gestores pblicos em tomar atitudes semelhantes a esta...), mas sem maus-tratos, sem violncia desmedida, enfim, com PROPORCIONALIDADE. Assim como ocorre com o atributo da imperatividade, a autoexecutoriedade no existe em todos os atos administrativos. Conforme a doutrina majoritria, s h auto-executoriedade quando:a) b)

expressamente prevista em lei; E/OU

tratar-se de medida urgente que, acaso no adotada de imediato, pode ocasionar prejuzo maior para o interesse pblico. Aproveitamos do momento para sinalizar que o TCU tem, constitucionalmente, competncia para aplicao de multas. Seriam elas auto-executrias? No. A exemplo das multas aplicadas por rgos administrativos, as decises do Tribunal que imputem multa sero executadas perante o Poder Judicirio, em aes especficas. Ento, ANOTE: NEM TODOS OS ATOS QUE VM DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA POSSUEM AUTOEXECUTORIEDADE. Ah, uma ltima nota: h autores que defendem outros atributos para os atos administrativos. Por exemplo: h quem indique o atributo da TIPICIDADE (Professora di Pietro, por exemplo). Em razo de tal atributo, o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Por este atributo afasta-se a possibilidade de produzir atos administrativos unilaterais inominados, especialmente em conseqncia direta do princpio da legalidade: para cada finalidade pretendida pela Administrao existe um ato definido em lei. 24 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Duas conseqncias podem ser apontadas em razo do princpio da tipicidade: I) Impede que a Administrao produza atos unilaterais e coercitivos, sem expressa previso legal, representando verdadeira garantia ao administrado; Impede a prtica de atos totalmente discricionrios, porque a previso legal define os contornos em que a discricionariedade poder ser exercida.

II)

Destaque-se, por fim, que no h de se falar em tipicidade com relao a todos os atos bilaterais, como o exemplo clssico dos contratos administrativos, pois, em relao a estes, no h imposio da vontade administrativa. Assim, nestes acordos de vontades (contratos), a vontade da Administrao depender da aceitao do particular, no havendo bices formalizao de contratos inominados, desde que haja o melhor atendimento do interesse pblico e do particular. Obviamente, por vezes, mesmo nos contratos administrativos, o princpio da tipicidade se far presente, como o caso dos contratos de concesso de servios pblicos, j nomeados, tipificados, na Lei n 8.987/1995, por exemplo. Enfim, os atributos, as notas peculiares, as caractersticas, aqui apontados so os mais importantes para efeitos de concurso. Mas nada impede que sejam citados outros, os quais, sendo bem sinceros, dificilmente cairo na prova. AH responda rpido a: so elementos do ato administrativo: a imperatividade e autoexecutoriedade. Alguns talvez tenham dito sim, isto est certo. NO T !!!! No so elementos, mas sim ATRIBUTOS do ato administrativo imperatividade e autoexecutoriedade. Ento, para resumir, guarda a informao:

ELEMENTOS: so partes do ato COMPETNCIA: Poder atribudo FINALIDADE: interesse (de modo amplo)

ATRIBUTOS: caractersticas do ato

Presuno de legitimidade: sempre existe. a conformidade pblico do ato com a ordem jurdica

FORMA: exteriorizador do (como este vem ao mundo)

ato Autoexecutoriedade: permite que a Administrao Pblica aja, independente de autorizao MOTIVO: pressupostos de fato e judicial de direito OBJETO: contedo (resultado Imperatividade:em razo dela, o destinatrio deve obedincia ao

25 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO imediato) ato, independente concordncia FIXAO (2010/CESPE/TRE-BA/Analista Jud.) Um dos efeitos do atributo da presuno de veracidade dos atos administrativos reside na impossibilidade de apreciao de ofcio da validade do ato por parte do Poder Judicirio. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: questo muito boa! Primeiro, relembramos que pela presuno de veracidade os fatos alegados pela Administrao para a prtica do ato so presumidos verdadeiros. A presuno de veracidade como se fosse uma das bandas da presuno de legitimidade. E como pela presuno em questo, a Administrao Pblica no mente, no cabe ao Judicirio, de ofcio, ficar perturbando a vida da Administrao. Na realidade, para que o Poder Judicirio possa se pronunciar quanto legitimidade, legalidade ou veracidade que diga respeito aos atos administrativos, o Judicirio deve ser provocado. (2009/CESPE/MMA/Ag. Administrativo) Pelo atributo da presuno de veracidade, presume-se que os atos administrativos esto em conformidade com a lei. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: os caras do CESPE so maus mesmo! Na realidade, pelo conceito exposto acima, pela presuno de veracidade, os FATOS ALEGADOS pela Administrao para a prtica de um ato so verdicos, reais, existentes. A conformidade com a LEI diz respeito presuno de LEGALIDADE dos atos administrativos. O que ocorreu neste item foi que o examinador embolou os conceitos chamou de presuno de veracidade o que, de fato, diz respeito presuno de legalidade, estrito senso, dos atos administrativos. Da o erro da questo. (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Os atos administrativos gozam de presuno iuris et de iure de legitimidade. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: questo que se torna simples a partir do comentrio feito na parte terica, a respeito da presuno de legitimidade. Vamos relembr-lo: ... possvel dizer que a presuno que estamos tratando NO ABSOLUTA (IURIS ET DE IURE), mas sim RELATIVA (juris tantum).... 26 www.pontodosconcursos.com.br de

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Ou seja, os atos administrativos contam com presuno RELATIVA de legitimidade, podendo ser, portanto, questionados perante o Poder Judicirio. (2010/CESPE/AGU/ADMINISTRATIVO/Cargo 1) O ato administrativo, uma vez publicado, ter vigncia e dever ser cumprido, ainda que esteja eivado de vcios. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: MUITO BOA! Realmente, uma vez publicado o ato, tornando-se eficaz (ainda veremos este conceito!), o ato deve ser cumprido. Quem sustenta a produo dos efeitos, ainda que eivados de vcios, a presuno de legitimidade. Como os atos so pressupostos legtimos, devem ser observados, ainda que, depois de questionados, revelem-se ilegtimos. Item CORRETO, portanto. (2010/CESPE/AGU/Administrativo/Cargo 3) Nem todos os atos administrativos possuem o atributo da autoexecutoriedade, j que alguns deles necessitam de autorizao do Poder Judicirio para criar obrigaes para o administrado. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: exemplo de ato que no conta com autoexecutoriedade, como dito pelo examinador: a cobrana de multas administrativas, que dependem da interveno judicial, para serem executadas. TJDFT - Administrador - (3/2008) - A imperatividade o atributo pelo qual algumas espcies de atos administrativos se impem a terceiros, mesmo que no haja sua concordncia explcita. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: exatamente o conceito dado para imperatividade, na parte terica. CORRETO. Dataprev - Auditor Operacional - (5/2006) - Mera realizao material da administrao pblica, de ordem prtica, como a instalao de um telefone pblico, goza dos atributos inerentes aos atos administrativos, como a presuno de legitimidade e a imperatividade. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS:

27 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO 6MRITO ADMINISTRATIVO

O mrito administrativo corresponde liberdade (com limites) de a autoridade administrativa escolher determinado comportamento e praticar o ato administrativo correspondente, referindo-se ao juzo de valor sobre a convenincia e a oportunidade da prtica do ato administrativo. Em decorrncia do mrito administrativo, a Administrao pode decidir ou atuar valorando internamente as conseqncias ou vantagens do ato, traduzindo-se, pois, na valorao dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administrao incumbida de sua prtica, quando autorizada a decidir sobre a convenincia, oportunidade e justia do ato a realizar. Em sntese, o mrito administrativo poderia ser definido com uma espcie de liberdade administrativa, a qual, contudo, no ilimitada. De fato, a liberdade dada ao administrador pblico para tomar determinadas decises no pode ser entendida como arbtrio, ou seja, irrestrita liberdade, dado que A LEI, direta ou indiretamente, sempre constitui limite ao exercido da atividade administrativa. Por conseqncia da definio de mrito, observamos que este ligado estreitamente ao ato discricionrio, assim entendido como aquele ato em que h liberdade, margem de flexibilidade de atuao, conferida legalmente Administrao, a qual sempre ter limites. Para que fique mais fcil: o ato discricionrio quando h pelo menos duas alternativas juridicamente vlidas, encontrando-se a Administrao Pblica apta a valorar entre ambas, ou seja, tem pelo menos duas sadas jurdicas. Como exemplo, tomemos a licena capacitao, prevista no art. 87 da Lei 8.112/90, o qual citado para facilitar a explicao: Aps cada qinqnio de efetivo exerccio, o servidor poder, no interesse da Administrao, afastar-se do exerccio do cargo efetivo, com a respectiva remunerao, por at trs meses, para participar de curso de capacitao profissional. Sem dificuldade, percebe-se que cumpre Administrao Pblica deferir, ou negar, o pedido da licena capacitao, conforme tenha interesse, ou no, no curso pretendido pelo servidor pblico. Fica a pergunta, ento: QUANDO A ATUAO DISCRICIONRIA, E, POR CONSEQNCIA, QUANDO H MRITO NO ATO ADMINISTRATIVO? Basicamente, pode-se apontar que h discricionariedade, em situaes de normalidade administrativa, em trs casos: I) a prpria lei concede a possibilidade Administrao de agir de forma discricionria, como no caso de remoo de ofcio do servidor, para atender necessidade de servio;

28 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO II) a lei omissa, dado que no h viabilidade de se prever por meio de normas de cunho geral e abstrato toda as hipteses que surgiro para a deciso administrativa. Assim, cabe Administrao decidir, em razo do vazio da norma, sempre tendo em conta o interesse pblico que deve ser atingido III) a lei prev certa competncia, mas no a conduta a ser adotada, diante de determinada situao. Melhor exemplo a ser dado no que se refere a ltimo caso em matria de poder de polcia, para o exerccio do qual impossvel traar todas as condutas possveis diante de leso ou ameaa de leso vida, segurana pblica etc. Lembramos que a CF/1988 consagra a separao (no absoluta) das funes de Estado, quando trata da independncia dos Poderes, em seu art. 2. Nesse sentido, clssica a afirmativa de que no cabe ao Judicirio rever os critrios adotados pelo administrador, a no ser que sob a rotulao de mrito administrativo encontre-se inserida qualquer ilegalidade resultante de abuso ou desvio de poder ou, ainda, falta de proporcionalidade, de razoabilidade, de adequao entre os meios utilizados para os fins que a Administrao deseja alcanar. De fato, no fosse assim, seria melhor o Juiz (o Poder Judicirio) substituir o administrador, assumindo o papel deste. Caberia, por exemplo, ao Juiz determinar por onde passar o nibus e quais sero suas paradas, o que impensvel. Todavia, a doutrina mais moderna tem apontado ser cada vez menor a discricionariedade da Administrao, em razo da ampliao dos fundamentos permissivos do controle judicial dos atos administrativos. Embora permanea vlida, para fins de concurso, que ao Poder Judicirio no dado o exame do mrito do ato administrativo, nota-se, atualmente, forte tendncia a reduzir-se o espao entre a legalidade e o mrito, admitindo-se a apreciao judicial sobre a legalidade da discricionariedade e dos limites de opo do agente administrativo, sobremodo em face dos novos princpios diretores da atividade administrativa e de teorias que permitem a aferio da LEGALIDADE do ato discricionrio. Princpios como os da razoabilidade e da proporcionalidade e as teorias como dos motivos determinantes e do desvio de finalidade estreitam, cada vez mais, a faixa de liberdade concedida Administrao Pblica, enfim, o denominado mrito administrativo. Assim, podemos afirmar que o controle judicial com relao aos atos da Administrao, em especial, os discricionrios, cada vez mais amplo, sobretudo se o administrador alegar uma suposta discricionariedade para praticar atos desviados de sua finalidade, qual seja, o interesse pblico. Nesse sentido, olha s a maldadezinha do CESPE nessa questo abaixo: 29 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Administrativo) O (2008/CESPE/TJ-DF/Analista Poder Judicirio poder exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionrios quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critrios de convenincia e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecuo do interesse pblico. GABARITO: CERTO Na poca, um monte de gente encasquetou com essa questo, sobretudo por que ela diz que o Judicirio exerce um controle cada vez mais amplo a respeito dos atos discricionrios. Gente, isso t certo mesmo! tanta teoria sendo criada para permitir o tal do controle da discricionariedade que o Judicirio no tem armas para tal tarefa, mas um verdadeiro arsenal! S no nosso curso j falamos de motivos determinantes, razoabilidade, proporcionalidade e outros. Quando voc recorre ao Direito Constitucional ainda tem reserva do possvel, jurisdio ativa, e outros. Enfim, cada vez maior, mesmo, o controle do Judicirio com relao Administrao. Agora, tal controle, sobretudo para efeitos de prova de concurso, diz respeito a aspectos de legalidade, no mrito, dos atos da Administrao Pblica, de modo geral. FIXAO (2010/CESPE/MS/ANALISTA) No controle dos atos discricionrios, os quais legitimam espao de liberdade para o administrador, o Poder Judicirio deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato, sendo vedada a anlise dos critrios de convenincia e oportunidade adotados pela administrao. GABARITO: CERTO COMENTRIOS: e tome provinha (excelente!) do Ministrio da Sade... Esse o papel clssico do Poder Judicirio: o controle da LEGALIDADE dos atos administrativos. Mesmo se tratando de atos discricionrios, tal controle pode ser feito. O que no pode ocorrer, de acordo com a jurisprudncia mais tradicional dos tribunais superiores, o Judicirio apreciar questes de MRITO do ato administrativo, pois isso no diz respeito s tarefas do Judicirio. (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Para se chegar ao mrito do ato administrativo, no basta a anlise in abstrato da norma jurdica, preciso o confronto desta com as situaes fticas para se aferir se a prtica do ato enseja dvida sobre qual a melhor deciso possvel. na dvida que compete ao administrador, e somente a ele, escolher a melhor forma de agir. 30 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO GABARITO: CERTO COMENTRIOS: outra tima questo. Como dissemos na questo acima, h limites para a atuao do Poder Judicirio. Alis, com relao a tal poder, tem muita gente que acha por a que Juzes so super-seres, pairando alm do bem e do mal. Ora, todos os poderes so igualmente importantes, independentes, harmnicos, entre si. Mas para fazer a anlise quanto LEGALIDADE do ato administrativo, necessrio que o magistrado (o Judicirio, em sentido amplo) aprecie a questo de fundo, o panorama, da atividade da Administrao. Concluindo o magistrado que a atuao da Administrao legal, e que se encontra na faixa de liberdade que lhe concedida pela ordem jurdica, no cabe ao magistrado fazer juzo de valor com relao a tal, pois, como dissemos, NO CABE AO JUDICIRIO ADENTRAR QUESTES RELACIONADAS AO MRITO ADMINISTRATIVO. (2009/CESPE/TRE-GO/Analista Administrativo) Discricionariedade e mrito so conceitos equivalentes, at mesmo para fins de controle judicial. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: bem parecido com aquele sujeito do programa humorstico de sbado, de noite, que fica gritando lha a faaaca!!. S que aqui lha a regraaaa!! NOME DIFERENTE, SENTIDO DIFERENTE. Discricionariedade o juzo de valor, a possibilidade de apreciao, enfim, a liberdade (com limites) concedida pela ordem jurdica Administrao, para proceder a suas escolhas. O mrito, em si, a prpria escolha. Ou seja, a despeito de serem conceitos intrinsecamente ligados, h diferena entre eles: uma (discricionariedade) anlise; outro (mrito) a escolha. Muito boa essa questo. (2009/CESPE/TRE-GO/Analista Administrativo) Nas situaes em que o Poder Judicirio anula ato discricionrio, o juiz pode determinar providncia que defina o contedo do novo ato a ser praticado. GABARITO: ERRADO COMENTRIOS: existem elementos que no podem ser adentrados pelo Poder Judicirio, por dizerem respeito a questes de mrito. So eles: objeto (ou contedo, como indicamos na parte terica) e motivo. Quando o Judicirio anula um ato, ele pode determinar as providncias cabveis para recomposio da ordem jurdica, mas no pode adentrar o contedo da deciso, por se tratar de aspecto

31 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO relacionado ao mrito, o que, como dissemos, no dado ao Judicirio invadir. 7SIMULADO AULA 2 (ANTERIOR) COMENTADO

Seguem as questes do simulado aplicado na aula 2, referentes s questes FGV. 1 - (2010/FGV SEFAZ/AP FISCAL) Na prestao de servio pblico, caracterstica do servio outorgado: a) a transferncia do servio por prazo certo. b) a transferncia do servio via lei. c) a execuo transpassada a terceiro. d) a possibilidade de ser anulado por ato administrativo. e) a presuno de transitoriedade. Gabarito: Letra B Comentrios: o item diz respeito s formas de descentralizao. Ainda no vimos, em detalhes, o assunto, mas quando se diz OUTARGATRIO, o que se quer dizer que a Administrao criou uma entidade da indireta para esta seja TITULAR do servio OUTORGADO. O que j falamos foi da DELEGAO, que so particulares que passam a ser EXECUTORES (mas no titulares!) de um servio pblico. Muito bem. Feito o esclarecimento inicial, passemos aos itens: - Letra A: ERRADO. A outorga, ao contrrio das concesses de servio pblico, feita por prazo INDETERMINADO. - Letra B: CERTO. Como se trata de uma entidade da indireta, a transferncia do servio se faz POR LEI. Apenas para registro: no caso das autarquias, a lei CRIAR a entidade; j paras as demais entidades da indireta, a lei AUTORIZAR a criao das demais entidades. - Letra C: ERRADO. Na outorga o servio no transpassado a terceiro, mas sim executado por uma entidade da indireta, a qual, ao fim, o prprio Estado, mas em sua Administrao Descentralizada (indireta). - Letra D: ERRADO. O examinador considerou esse item como ERRADO, pois como a outorga se faz por LEI (a entidade da indireta, outorgatria do servio), no caberia a um ato administrativa anular a lei, pois, como dito, a entidade da indireta nasce com a Lei. - Letra E: ERRADO. A transitoriedade coisa de DELEGAO, mas no da outorga.

32 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO 2 - (2008/FGV SENADO TCNICO) Em relao aos rgos pblicos correto afirmar que: a) so reparties internas das pessoas de direito pblico, s quais a ordem jurdica atribui personalidade jurdica. b) no tm capacidade de ser parte em processos judiciais em virtude da ausncia de personalidade jurdica. c) de natureza colegiada s produzem externamente a sua vontade com os votos da totalidade de seus membros. d) s podem conter, em seus respectivos quadros, servidores estatutrios, dotados ou no de estabilidade. e) so compartimentos internos das pessoas de direito pblico destitudos de personalidade jurdica, mas dotados de competncia especfica. Gabarito: Letra E Comentrios: questozinha da prova de tcnico do Senado. S que tcnico. Vamos para os itens: - Letra A: ERRADO. rgos no possuem personalidade jurdica. - Letra B: ERRADO. rgos, independentes e autnomos, apesar de no possurem personalidade jurdica, podem, em alguns casos, assumir capacidade processual. - Letra C: ERRADO. Nos colegiados, como em uma comisso, por exemplo, a deciso se faz por maioria de votos. No h necessidade de a totalidade dos membros se manifestarem, para que uma deciso de um rgo seja adotada. - Letra D: ERRADO. Mesmo que se admita que o rgo no item seja federal, e, portanto, os servidores que l trabalhem sejam estatutrios, no h vedao a que o rgo tenha em seus quadros temporrios. ERRADO o item, portanto. - Letra E: CERTO. rgos, realmente, no tm personalidade, mas possuem competncias especficas. Mas um monte de gente reclamou desse item, pois diz que os rgos fazem parte das pessoas jurdicas de direito pblico. A reclamao foi pertinente. O art. 1 da 9.784, a Lei Geral do Processo Administrativo Federal, diz que: 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: I - rgo - a unidade de atuao integrante da estrutura da Administrao direta e da estrutura da Administrao indireta; Notem que o dispositivo citado simplesmente menciona ENTIDADE DA INDIRETA, na qual temos, como sabido, a uma hora dessas, pessoas jurdicas do direito privado. E muitos doutrinadores dizem que as parties internas de qualquer entidade da indireta rgo. Todavia, prova de mltipla escolha, como os mais experientes sabem, 33 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO assim mesmo... Dizer que os rgos so compartimentos internos das pessoas de direito pblico, destitudos de personalidade jurdica, no est errado. S est incompleto... 3 (2008/FGV PE - Analista em Gesto Administrativa) Considerando a estrutura bsica da Administrao Pblica, assinale a alternativa que apresente corretamente um exemplo da chamada Administrao Direta. a) Empresa Pblica. b) Secretaria de Estado de Administrao. c) Sociedade de Economia Mista. d) Autarquia. e) Fundao Pblica. Gabarito: Letra E Comentrios: questo do tipo volte sempre, ou seja, para fidelizar a clientela... no pode errar este tipo de questo! O nico rgo da Administrao Direta a Secretaria de Estado de Administrao. Todos os demais itens dizem respeito a entidades da indireta (ver art. 37, inc. XIX, CF) 4 - (2006/FGV - MinC - Analista de Administrao) Segundo o Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, considera-se autarquia: a) o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica e receita prprias, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira centralizada. b) a entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, com patrimnio prprio e capital exclusivo da Unio ou de suas entidades de Administrao Indireta, criada por lei para desempenhar atividades de natureza empresarial que o Governo seja levado a exercer, por motivos de convenincia ou contingncia administrativa, podendo tal entidade revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. c) o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receita prprios, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira descentralizada. d) a entidade dotada de personalidade jurdica de direito pblico, com patrimnio e capital exclusivos da Unio ou de suas entidades de Administrao Indireta, criada por lei para desempenhar atividades de natureza pblica que o Governo seja levado a exercer, por 34 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO motivos de convenincia ou contingncia administrativa, podendo tal entidade revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. e) a entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, criada por lei para o exerccio de atividades de natureza mercantil, sob a forma de sociedade annima, cujas aes com direito a voto pertenam, em sua maioria, Unio ou entidade da Administrao Indireta. Gabarito: Letra C Comentrios: de acordo com o art. 5, inc. I, do DL 200, autarquias so? o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receita prprios, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira descentralizada. Ou seja, a literalidade do conceito contido na letra C, que, portanto, est certa. DETALHE: o conceito no fala que as autarquias possuem personalidade jurdica de direito pblico, como vimos na aula terica. Quem diz isso (que as autarquias so de direito pblico, no que se refere a sua personalidade, a DOUTRINA, com amparo jurisprudencial). Tambm importante reparar, do conceito outros dois pontos: i) a autarquia um servio autnomo, ou seja, um servio de natureza pblica, que, ao fim, ganha vida, passa a ser executada por uma entidade jurdica com personalidade prpria; ii) a autarquia desempenha, conceitualmente, atividades tpicas da Administrao Pblica, que um conceito influenciado diretamente pela concepo de momento do que uma atividade tpica. Exemplo: sabiam que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico Social, o BNDES, at 1952 era uma autarquia? Naquele ano, o BNDES virou empresa pblica, pois concluiu-se que a atividade desempenhada por ele (BNDES) no era atividade tpica de Estado. Pxa, para mim, o BNDES, at hoje, executa uma atividade tpica da Administrao... Pois . Como dissemos, o problema o que uma atividade tpica... Rpidos comentrios com relao aos demais itens: - Letra A: ERRADO. Leiam a letra A. Agora, a C. Viram a diferena? Vocs acreditam que , simplesmente, a palavra patrimnio, que consta da C (e no da A)? Isso no prova! jogo dos sete erros... No caso, alis, do um erro... Esse examinador um louco! Como que faz um item como este? Mas, como no comando ele disse que quer o conceito de autarquia DE ACORDO COM O DL 200, o certo C mesmo... - Letra B: ERRADO. Este conceito diz respeito s empresas pblicas, contido no art. 5, inc. II, do DL 200. 35 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO - Letra D: ERRADO. Este seria o mesmo conceito de empresas pblicas, contido no art. 5, inc. II, do DL 200. Todavia, o item fala que a entidade deve ser dotada de personalidade jurdica de direito pblico. Assim, o conceito no bate com nenhuma entidade da indireta. - Letra E: ERRADO. Conceito de sociedade de economia mista, contido no art. 5, inc. III, DL 200. 5 - (2008/FGV TJ/RJ - Oficial de Cartrio 6 Classe-Prova 1) No uma caracterstica comum s entidades da Administrao Indireta: a) criao e extino por lei. b) controle interno pelo poder executivo. c) desempenho de atividade de natureza econmica. d) contratao de obras e servios mediante licitao pblica. e) exigncia de prvio concurso pblico para ingresso de pessoal efetivo. Gabarito: Letra C Comentrios: bom, o examinador diz que no uma caracterstica comum das entidades da indireta. De fato, o item C est certo, uma vez que, pela atual CF, combinada com o DL 200, mistas e empresas pblicas podem explorar atividades econmicas. Autarquias e fundaes pblicas, no. As primeiras (autarquias), desempenhariam atividade tpica da administrao pblica, e as fundaes, atividades de interesse social. Mas h uma crtica a ser feita letra A: com certeza h a necessidade de participao do legislador na criao das entidades da indireta. Agora, como sabemos, a uma hora dessas, sociedades mistas, empresas pblicas e fundaes pblicas de direito privado so AUTORIZADAS em lei, sendo que sua criao ocorrer com o registro dos outros atos constitutivos. Mas, aquela coisa: prova de mltipla escolha, que o examinador pede a errada, a gente marca a mais errada... O pessoal deve ter recorrido desta questo, claro. Mas muito da tradio FGV alterar gabarito. Ento, fica a o registro quanto a essas provas de mltipla escolha. 6 - (2008/FGV SENADO TCNICO) Assinale a afirmativa correta. a) Situam-se na administrao indireta as organizaes sociais e as organizaes da sociedade civil de interesse pblico. b) A administrao indireta das pessoas federativas constituda de entidades dotadas de personalidade jurdica prpria. 36 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO c) Empresas pblicas so pessoas jurdicas de direito pblico e sempre se destinam prestao de servios pblicos. d) As sociedades de economia mista s podem explorar atividade econmica com autorizao expressa em decreto do Chefe do Executivo. e) invivel a participao de pessoas do setor privado no capital social das sociedades de economia mista. Gabarito: Letra B Comentrios: direto para os comentrios dos itens: - Letra A: ERRADO. OS no fazem parte da indireta. So do terceiro setor. - Letra B: CERTO. No h o que se reparar na afirmativa. - Letra C: ERRADO. Empresas pblicas tm personalidade jurdica de direito privado. E nem sempre se destinam prestao de servios pblicos. Elas podem explorar atividades econmicas. Exemplo: a atividade bancria, explorada pela Caixa Econmica Federal, no servio pblico. - Letra D: ERRADO. Alm das atividades econmicas, sociedades mistas podem prestar servios pblicos. Por curiosidade: a Companhia Docas do Estado do Rio de Janeiro CODERJ, opera os portos do Rio, o que considerado servio pblico (na viso do STF, inclusive). - Letra E: ERRADO. Pode haver participao, sim, de particulares, na formao do capital das sociedades mistas. Exemplo disso: as aes do Banco do Brasil, Petrobras, e outras, so negociadas em bolsa e ns podemos comprar. 7 - (2008/FGV JUIZ/MS) Assinale a alternativa correta. a) As Autarquias podem ser organizadas sob a forma de sociedade civil ou comercial, mas sua natureza deve ser determinada na lei. b) No cabe Mandado de Segurana contra ato praticado em licitao promovida por Sociedade de Economia Mista ou Empresa Pblica, devido sua natureza. c) A Administrao Indireta o prprio Estado executando algumas de suas funes de forma descentralizada; por isso, as entidades que a compem no possuem personalidade jurdica prpria. d) As Empresas Pblicas e as Fundaes Pblicas podero gozar de privilgios fiscais no extensivos ao setor privado. e) Somente por lei especfica pode ser criada Autarquia e autorizada a instituio de Empresa Pblica, de Sociedade de Economia Mista e de Fundao. 37 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Gabarito: Letra E Comentrios: questozinha clssica... Trata de vrios assuntos relacionados s entidades da indireta. Vejamos, ento, cada item: - Letra A: ERRADO. Autarquias so pessoas jurdicas de direito pblico, como sabemos ( para saber... rsrsrs...). No h possibilidades, portanto, de serem organizadas sob a forma de sociedade civil ou comercial. - Letra B: ERRADO. No h nada que impea o MS contra atos de sociedades mistas ou empresas pblicas, ainda mais quando se trata de licitaes e contratos... - Letra C: ERRADO. A primeira parte est certa. Realmente, a Administrao Indireta corresponde ao Estado executando suas aes de maneira descentralizada. O erro est em dizer que entidades da indireta no possuem personalidade jurdica prpria. Possuem, como sabemos. - Letra D: ERRADO. As fundaes pblicas (de direito pblico, apenas) tm prazo em dobro para recorrer e em qudruplo para contestar, privilgio existente para a Fazenda Pblica, logo, est correta a passagem em que se afirma que podero ter privilgios no extensveis ao setor privado. O erro do item que as empresas pblicas, exploradoras de atividade econmica (no-monopolista), no podem gozar de privilgios, a no ser que tambm sejam estendidos para os demais do setor privado, como forma de se evitar a concorrncia desleal por parte do Estado, da a incorreo do quesito. - Letra E: CERTO. Exatamente como dispe o inc. XIX do art. 37 da CF/1988. 8 - (2006/FGV - MinC - Analista de Administrao) Analise as afirmativas a seguir: A entidade da Administrao Indireta dever estar habilitada a: I. prestar contas da sua gesto, pela forma e nos prazos estipulados em cada caso; II. prestar a qualquer momento, por intermdio do Ministro de Estado, as informaes solicitadas pelo Congresso Nacional; III. evidenciar os resultados positivos ou negativos de seus trabalhos, ratificando suas causas e justificando as medidas postas em prtica. Assinale: a) se nenhuma afirmativa estiver correta. b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 38 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO d) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. Gabarito: Letra E Comentrios: Esta questo serve para esclarecer algo sobre o dever de prestar contas. Nos termos do texto constitucional, toda pessoa fsica ou jurdica que arrecada, gerencia, administra, guarde dinheiros pblicos, sujeita-se ao controle externo, efetuado pelo Poder Legislativo, com o auxlio do Tribunal de Contas, enfim, submete-se ao dever de prestar contas dos dinheiros recebidos. Os demais tambm esto corretos, sendo mais pertinentes ao Direito Constitucional do que a nossa matria.

9 - (2008/FGV - Senado Federal - Analista LegislativoAdministrao) Analise as afirmativas abaixo: I. As sociedades de economia mista tm personalidade jurdica de direito privado, mas as empresas pblicas podero ter personalidade de direito pblico se forem pblicos os entes participantes de seu capital social. II. As agncias reguladoras so qualificadas como autarquias de regime especial em virtude de sua criao por lei especfica e tm a funo, entre outras, de celebrar contratos de concesso com particulares prestadores de servio pblico por delegao. III. Tendo em vista a necessidade do controle finalstico da instituio, as fundaes governamentais de direito pblico submetem-se ao velamento por parte do Ministrio Pblico, como o exige o Cdigo Civil. Assinale: a) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras. b) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras. c) se todas as afirmativas forem verdadeiras. d) se apenas a afirmativa I for verdadeira. e) se nenhuma afirmativa for verdadeira. Gabarito: Letra E Comentrios: Vamos s anlises.

39 www.pontodosconcursos.com.br

CURSO ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO SENADO E TCU PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO Item I INCORRETO. Na Administrao Indireta, enquanto as autarquias so sempre de direito pblico; as SEM e as EP so sempre de direito privado, da a incorreo da alternativa. Item II INCORRETO. As agncias reguladoras so autarquias de regime especial, e, portanto, criadas por lei especfica. No entanto, o regime especial no em virtude de serem criadas por lei especfica, mas sim por gozarem, por exemplo, de: poder normativo tcnico, mandato fixo dos dirigentes, e maior independncia administrativa. A segunda parte da redao do