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CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO P/ ICMS-DF 1 www.pontodosconcursos.com.br AGENTES PÚBLICOS Olá, pessoal, tudo bem? O tempo passa, o tempo voa. Daqui a pouco é o dia da prova, temos então que nos concentrar e mandar ver nos estudos. Como é natural, a ansiedade e a incerteza crescem. Mas junto com essas, façam crescer sempre (e sempre) o ânimo! Portanto, o maior problema não é, isoladamente, a disciplina de Direito Administrativo, mas todo o conjunto de matérias. Para ter uma ideia precisa do que afirmo, neste final de semana preparei uma aula com mais de 12 temas de Direito Tributário, para o curso de discursivas que ministro (Cyonil Borges) com os amigos Luiz Henrique e no Oliveira, aqui no ponto dos concursos. Eita vastidão. E para as próximas aulas, teremos Finanças, Contabilidade e Legislação Específica. Tô ficando doidinho, rsrs... Bom, o tema de hoje – AGENTES PÚBLICOS – é muito importante. Frase que, diga-se de passagem, é quase um pleonasmo. Todavia, é bom que se registre que a aula não é, exatamente, da Lei 8.112, de 1990, nosso conhecido regime jurídico único dos servidores. É que o tema na prova do ICMS-DF vai além. Envolve, igualmente, a ordem constitucional. Desse modo, começaremos com vários conceitos inerentes à matéria AGENTES, para chegarmos à 8.112, de 1990, exatamente como recepcionada pelo Distrito Federal. A aula de hoje é “relativamente” longa, aliás, como todas! Mas, enfim, é necessária. Então, como de praxe, vamos ao nosso índice: 1 – A RAZÃO DE SER DOS AGENTES PÚBLICOS 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS 3 – CONCEITOS BÁSICOS 4 – ACESSIBILIDADE 5 – ESTABILIDADE x ESTÁGIO PROBATÓRIO 6 – O SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS SERVIDORES 7 – O SISTEMA DE RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIDORES 8 – O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES E vamos à aula, então. Com a apresentação apenas da parte teórica. As questões serão comentadas em aula complementar (dia 9/2).

Aula 04 - Parte 01

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    AGENTES PBLICOS

    Ol, pessoal, tudo bem? O tempo passa, o tempo voa. Daqui a pouco o dia da prova, temos ento que nos concentrar e mandar ver nos estudos. Como natural, a ansiedade e a incerteza crescem. Mas junto com essas, faam crescer sempre (e sempre) o nimo!

    Portanto, o maior problema no , isoladamente, a disciplina de Direito Administrativo, mas todo o conjunto de matrias. Para ter uma ideia precisa do que afirmo, neste final de semana preparei uma aula com mais de 12 temas de Direito Tributrio, para o curso de discursivas que ministro (Cyonil Borges) com os amigos Luiz Henrique e no Oliveira, aqui no ponto dos concursos. Eita vastido. E para as prximas aulas, teremos Finanas, Contabilidade e Legislao Especfica. T ficando doidinho, rsrs...

    Bom, o tema de hoje AGENTES PBLICOS muito importante. Frase que, diga-se de passagem, quase um pleonasmo. Todavia, bom que se registre que a aula no , exatamente, da Lei 8.112, de 1990, nosso conhecido regime jurdico nico dos servidores. que o tema na prova do ICMS-DF vai alm. Envolve, igualmente, a ordem constitucional. Desse modo, comearemos com vrios conceitos inerentes matria AGENTES, para chegarmos 8.112, de 1990, exatamente como recepcionada pelo Distrito Federal.

    A aula de hoje relativamente longa, alis, como todas! Mas, enfim, necessria. Ento, como de praxe, vamos ao nosso ndice:

    1 A RAZO DE SER DOS AGENTES PBLICOS

    2 CLASSIFICAO DOS AGENTES PBLICOS

    3 CONCEITOS BSICOS

    4 ACESSIBILIDADE

    5 ESTABILIDADE x ESTGIO PROBATRIO

    6 O SISTEMA REMUNERATRIO DOS SERVIDORES

    7 O SISTEMA DE RESPONSABILIZAO DOS SERVIDORES

    8 O SISTEMA PREVIDENCIRIO DOS SERVIDORES

    E vamos aula, ento. Com a apresentao apenas da parte terica. As questes sero comentadas em aula complementar (dia 9/2).

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    1 A RAZO DE SER DOS AGENTES PBLICOS

    Vocs j pensaram por que, realmente, existem os agentes pblicos? A razo simples: o Estado tem atribuies a serem cumpridas. E tais atribuies no so efetivamente desempenhadas pelo Estado, pois este um ser imaterial, ou seja, sem existncia fsica. Desse modo, necessrio que algum materialize a atuao do Estado. Surgem, assim, os agentes pblicos.

    Antes de classificarmos os agentes pblicos, til conceitu-los. Para tanto, podemos nos utilizar da doutrina, quanto das normas a respeito. Vamos l, ento.

    Doutrinariamente, podemos dizer que os agentes pblicos constituem um conjunto de pessoas que, de alguma forma, exercem uma funo pblica, como prepostos do Estado.

    BIZU: VEREMOS QUE AGENTES PBLICOS NO SE CONFUNDEM PROPRIAMENTE COM SERVIDORES PBLICOS. ESTES CONSTITUEM UM CONJUNTO MAIS RESTRITO, FAZENDO PARTE DE UMA DAS CATEGORIAS DE AGENTES PBLICOS.

    De incio, vejamos o conceito de agente pblico nas normas jurdicas. Com efeito, vamos recorrer Lei 8.429/1992, popularmente conhecida como "Lei de Improbidade Administrativa":

    Reputa-se agente pblico, para efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou funo nas entidades mencionadas no artigo anterior.

    A despeito de a Lei de Improbidade dispor sobre as sanes aplicveis aos agentes pblicos nos casos de enriquecimento ilcito na Administrao Pblica, o conceito contido em tal norma pode ser utilizado para a definio geral, a qual, conforme se observa, bastante ampla. O conceito engloba dos mais altos escales at os que executam as mais simples tarefas.

    Apresentado o conceito, passemos classificao dos agentes pblicos.

    2 CLASSIFICAO DOS AGENTES PBLICOS

    Inicialmente, ressalte-se o que j dissemos: o conceito de agentes pblicos bastante diferente e bem mais amplo que o de servidores pblicos.

    A doutrina clssica (a mais antiguinha) divide servidores pblicos da seguinte forma: polticos; administrativos; honorficos; delegatrios; e credenciados.

    Agentes pblicos

    Servidores pblicos

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    Os Agentes Polticos so aqueles incumbidos das mais altas diretrizes estabelecidas pelo Poder Pblico, em outros termos, so aqueles que desenham o destino da nao. Ocupam os mais elevados postos da Administrao Pblica, sejam cargos, funes, mandatos ou comisses, com ampla liberdade funcional e com normas especficas para sua escolha. So exemplos unnimes entre os doutrinadores: Membros do Legislativo (Deputados, Senadores e Vereadores), Chefes de Poder Executivo (Presidente da Repblica, Governadores e Prefeitos) e assessores diretos destes (Ministros e Secretrios).

    Ns gostamos de apontar, em turma, que os agentes polticos transpiram o poder. So aqueles dos quais voc quando falamos em Poder Constitudo. Vejamos: quando se pensa em Poder Executivo Federal, qual a 1 imagem que vem lembrana? O Presidente da Repblica, o Ministro de Estado. So agentes polticos, como vimos. E assim se sucede no Poder Legislativo.

    O amigo se questiona: a classificao acima dita unnime, ento qual a divergncia existente? Desvenda Mister M (mago dos magos). Vamos a ela.

    H certa discusso doutrinria a respeito da possibilidade de incluso de alguns agentes na categoria dos agentes polticos, tais como os Magistrados; membros do Ministrio Pblico (Procuradores da Repblica e Promotores do Ministrio Pblico dos Estados), e dos Tribunais de Contas.

    Alguns autores mostram-se a favor; outros se apresentam contrrios a tal incluso. Ento como se comportar na PROVA?

    Informamos que o STF no Recurso Extraordinrio 228.977/SP, referindo-se especificamente aos Magistrados, tratou-os como agentes polticos, investidos para o exerccio de atribuies constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funes, com prerrogativas prprias e legislao especfica.

    Assim, sem maiores discusses, alm dos integrantes do Legislativo, Chefes de Executivo (e seus auxiliares diretos), os Magistrados podem ser enquadrados na categoria de agentes polticos.

    Quanto aos membros do Ministrio Pblico, ou seja, promotores de justia e procuradores da repblica, de modo geral, a corrente prevalecente os situa como agentes polticos, da mesma forma que os Representantes Diplomticos e outras autoridades que atuem com independncia no exerccio de suas atribuies.

    Quanto aos membros dos TCs, o STF, em deciso recente, classificou-os como agentes administrativos e no polticos.

    Duas so as principais caractersticas comuns dos agentes polticos:

    a) boa parte de suas competncias obtida diretamente da Constituio; e,

    b) de regra, no se submetem s regras comuns aplicveis aos servidores pblicos. o caso dos Juzes, os quais no se submetem Lei n 8.112/1990, por exemplo.

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    J os Agentes Administrativos constituem o maior contigente dos agentes pblicos e so os que exercem cargos, empregos ou funes pblicos, no mais das vezes, de carter permanente. No so membros de Poder do Estado, sequer exercem atribuies polticas ou governamentais. Integram, sim, o quadro funcional dos entes da federao, bem como o das entidades da Administrao Indireta.

    Os agentes administrativos submetem-se hierarquia funcional e ao regime jurdico estabelecido pela entidade qual pertencem. So agentes administrativos: servidores pblicos ocupantes de cargos efetivos; exercentes, exclusivamente, de cargos em comisso; exercentes de empregos ou funes pblicos; e os servidores temporrios (estes ltimos so referidos no inc. IX do art. 37 da CF/1988).

    BIZU: TEMPORRIOS SO AGENTES PBLICOS ADMINISTRATIVOS, A DESPEITO DE NO OCUPAREM CARGO OU EMPREGO PBLICO. Mas, se temporrio no ocupa cargo, nem emprego, ocupa o qu? FUNO TEMPORRIA.

    No caso da Unio, a Lei que rege os temporrios 8.745, de 1993. Mas no se preocupem em ler tal norma, pois ela no cai na prova, ok? Depois falaremos um tanto mais sobre os temporrios, mas, por ora, continuamos com nossa classificao de agentes.

    Por sua vez, os Agentes Honorficos so cidados (particulares) que, em razo de sua condio cvica, sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, so convocados para colaborar transitoriamente com o Estado, sem vnculos empregatcios ou estatutrios, e, no mais das vezes, no recebendo remunerao por tal atividade (esta a principal caracterstica dos honorficos: no so remunerados em espcie dindim, no mximo, um vale coxinha). Mas podem receber compensaes, como, por exemplo, folgas por terem trabalhado nas eleies como mesrios.

    A despeito de os agentes honorficos (particulares em colaborao) no serem servidores pblicos, so agentes pblicos que exercem funo pblica, sendo, por consequncia, considerados funcionrios pblicos, ao menos para fins penais. Vejamos o que estabelece o art. 327 do Cdigo Penal:

    Art. 327 - Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica.

    1 - Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo, emprego ou funo em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica. (Includo pela Lei n 9.983, de 2000)

    2 - A pena ser aumentada da tera parte quando os autores dos crimes previstos neste Captulo forem ocupantes de cargos em comisso ou de funo de direo ou assessoramento de rgo da administrao direta, sociedade de economia mista, empresa pblica ou fundao instituda

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    pelo poder pblico. (Includo pela Lei n 6.799, de 1980) grifo nosso.

    Em razo da transitoriedade do vnculo, a funo pblica desempenhada pelos agentes honorficos no h de ser considerada para efeitos de acumulao de cargos, funes ou empregos pblicos. So agentes honorficos, por exemplo: jurados, os mesrios eleitorais, os comissrios de menores.

    Os Agentes Delegados ou delegatrios so particulares que tm sob sua incumbncia a execuo de certas atividades, obras ou servios pblicos, por sua conta e risco, enfim, em seu nome prprio. Sujeitam-se s normas e fiscalizao permanente do Estado, em especial do Poder Pblico delegante (Administrao Direta e, excepcionalmente, Agncias Reguladoras).

    So exemplos de agentes delegatrios: concessionrios, permissionrios e autorizatrios de servios pblicos; os titulares (donos) de cartrio; leiloeiros; e tradutores oficiais. Lembramos, por relevante, que, da lista apresentada, os tabelies submetem-se a concurso pblico de provas E ttulos (art. 236 da CF/1988).

    Por fim, os Agentes Credenciados so os que recebem a incumbncia da Administrao para represent-la em determinado ato ou praticar certa atividade especfica, mediante remunerao do Poder Pblico, em momento ou tempo certo. o caso, por exemplo, dos peritos credenciados pela Justia, para que elaborem laudos necessrios tomada de deciso por parte do magistrado. Muitas vezes, o magistrado precisa determinar, por exemplo, a indisponibilidade de bens de um particular, para fazer frente a uma eventual dvida que vai ser satisfeita judicialmente. S que Juiz no sabe quanto custa um imvel (ilustrativamente falando). Da ocorre a designao do perito credenciado para fazer a avaliao.

    Bom, apenas para finalizar: demos EXEMPLOS de cada uma das categorias desses agentes, os quais so infindveis. Ento, se poupem de ficar se perguntando se este ou aquele agente pblico administrativo, honorfico etc. Entendam os conceitos, logo, fica mais fcil acertar na prova, ok? Vamos prosseguir com a matria, tratando de alguns conceitos essenciais ao bom entendimento.

    3 CONCEITOS BSICOS

    Pessoal: como dissemos, para o ICMS-DF, o curso no de 8.112, de 1990. de agentes pblicos, envolvendo desde a ordem constitucional at a prpria Lei. Desse modo, nesse trecho da aula veremos alguns conceitos que se referem tanto Constituio, quanto ao prprio estatuto. Vambora, ento.

    3.1 CARGOS, EMPREGOS E FUNES

    Cargos pblicos podem ser vistos como as mais simples e indivisveis unidades de competncia a serem exercidas por um agente regido por estatuto prprio, que, no caso federal, a 8.112/90.

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    Esta definio est em linha com o disposto na Lei 8.112/90, que estatui o regime jurdico dos servidores pblicos da Unio, na Administrao Direta, bem como nas Autarquias (inclusive as de regime especial) e nas fundaes pblicas, em mbito federal, recepcionada pelo Distrito Federal. importante destacar, desde logo, que:

    I) A 8.112 no abrange, exceo do DF, os servidores das demais esferas federativas, uma vez que estados e municpios tem sua prpria autonomia, devendo, portanto, estabelecer seu prprio regime jurdico de servidores; e,

    II) A 8.112 no alcana sociedades mistas e empresas pblicas da Unio ou do DF. Assim, o campo de abrangncia da 8.112 a Administrao Direta, Autarquias e Fundaes Pblicas FEDERAIS e, por convenincia, DISTRITAIS.

    Apenas para ilustrar, vejamos o art. 2 da Lei 8.112/90, que define cargo pblico como: o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

    Sinceramente, esse conceito a no muito til no...Se escondermos a parte final (cometidas a servidor) o conceito serve, praticamente, para qualquer coisa, de goleiro de time de futebol at astronauta...

    Por isso, parte da doutrina prefere conceituar cargo pblico como um lugar inserido na organizao do servio pblico, regido por norma prpria (no caso federal, a 8.112) a ser preenchido por servidor pblico, com funes prprias e remunerao fixada em lei.

    BIZU: aqueles que ocupam exclusivamente cargos em comisso tambm ocupam, obviamente, cargos. S que tais cargos no so efetivos, mas sim comissionados. Mas importante registrar essa informao, pois COMISSIONADOS NO EMPREGADOS PBLICOS, NO SO REGIDOS PELA CLT.

    Vejamos o conceito de emprego, ento.

    O cargo pblico difere do emprego pblico essencialmente no que se refere ao vnculo que une o ocupante ao Estado: no caso do cargo pblico, o vnculo estatutrio (de novo: no caso da Unio e do DF, a 8.112); no do emprego pblico, o vnculo contratual, sob a regncia da Consolidao das Leis do Trabalho CLT. Os empregados pblicos, a despeito de no terem direito estabilidade constitucional referente ao exerccio de cargo pblico ou ao regime prprio de previdncia dos servidores pblicos, devem ser admitidos mediante concurso, ante o que estabelece o inc. II do art. 37 da Constituio Federal.

    Questo interessante essa aqui, olha s: possvel, HOJE, a contratao sob o regime de emprego pblico (CLT) na Administrao Direta, Autrquica e Fundacional do DF?

    Bom, isso diz respeito redao do caput do art. 39 da CF/1988, que teve sua constitucionalidade apreciada mediante a Ao Declaratria de Inconstitucionalidade ADI 2135.

    Em tal julgado, o Supremo deferiu, cautelarmente, liminar para suspender a vigncia do dispositivo, em razo de aparente

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    inconstitucionalidade no rito formal para sua aprovao. Assim, por conta das nuances do processo de controle de constitucionalidade, com a suspenso da vigncia do caput do art. 39, volta a valer a redao anterior de tal dispositivo, que a seguinte:

    Art. 39 A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta, das autarquias e fundaes.

    Assim, primeiro de tudo: COM A ADI 2135, A LEI N 8112/1990 PODE VOLTAR A SER CHAMADA, POR ENQUANTO, DE REGIME JURDICO NICO. Mas vejamos mais detalhes sobre o assunto.

    A Lei n 8.112/1990 institui o chamado Regime Estatutrio (legal) dos servidores pblicos civis da Unio, abrangendo servidores pblicos em mbito federal, mais especialmente as pessoas jurdicas de Direito Pblico da Unio (e, repetidamente falando, servidores do DF). um sistema legal, e no contratual, por se tratar de uma Lei, qual os ocupantes de cargos efetivos em nvel federal aderiro.

    Seu campo de abrangncia diz respeito, repetimos, UNIO e ao DF e no aos estados/municpios, os quais detm competncia para editar suas prprias leis referentes aos servidores de sua esfera, em razo da autonomia concedida pelo art. 18 da CF/1988.

    Cabe, aqui, explicitar o sentido da expresso Regime Jurdico constante do art. 1o da Lei n 8.112/1990. Regime jurdico um conjunto de regras que regula determinado instituto. No caso, a Lei n 8.112/1990 trata da vida funcional do servidor pblico, de seu ingresso originrio at sua sada (vacncia), com ou sem extino definitiva do vnculo, conforme veremos mais frente.

    Necessrio ressaltar, tambm, que a Lei n 8.112/1990, mesmo em mbito federal, abrange no a totalidade dos agentes pblicos, mas somente os servidores pblicos das pessoas jurdicas de Direito Pblico (Administrao Direta e Indireta de Direito Pblico, inclusive, agncias especiais), no conceito dado pela Lei, ou seja, os ocupantes de CARGOS PBLICOS. A Lei n 8.112/1990 no abrange, por exemplo, os agentes polticos (Presidente da Repblica, Deputados, Magistrados, etc), tampouco os particulares que colaboram com o poder pblico (Leiloeiros, tradutores etc.), ou mesmo empregados pblicos (celetistas).

    Bom, finalmente, a Funo pblica, de maneira residual, pode ser definida como o conjunto de atribuies s quais no corresponde cargo ou emprego pblico. No se pode dizer que as funes, enquanto desempenho de atribuies, sejam excludentes com relao aos cargos/empregos pblicos. De fato, na clssica assertiva do mestre Hely Lopes, todo cargo tem funo, mas pode haver funo sem cargo. Por isso que se diz que possvel a funo no corresponda a cargo. Nesse sentido, quando se fala em funes pblicas, tm-se claras pelo menos duas situaes:

    I) Na contratao temporria de servidores, em razo de necessidade temporria de excepcional interesse pblico (inc. IX do art. 37, Constituio Federal). Em razo da transitoriedade que a contratao visa a atender, muitas vezes

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    em carter de urgncia, dispensa-se mesmo a realizao de concurso pblico, dado que o trmite normal de um procedimento complexo como o concurso pblico para seleo de pessoal inviabilizaria o atendimento da situao excepcional;

    II) No preenchimento de funes de confiana, referentes chefia, assessoramento ou outro tipo de atividade para as quais o legislador no haja criado cargos de natureza efetiva. Ressaltamos, desde logo, que h uma distino conceitual IMPORTANTSSIMA para concursos pblicos entre as funes de confiana e os cargos em comisso. Mas pedimos permisso para abord-la to s no tpico 3.2, abaixo.

    Mata rpido essa: temporrios fazem concurso? NO! Mas como, temporrio no faz concurso? Um dia desses eu vi um para o IBGE... Olha s, gente, vamos ler juntos o inc. IX do art. 37 da CF/88, que assim estabelece: a lei estabelecer os casos de contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico. Assim, uma primeira observao: para a contratao temporria exige-se LEI (ante mesmo o princpio da legalidade, que j abordamos noutros momentos, em aulas anteriores).

    A CF exige concurso pblico para CARGOS E EMPREGOS pblicos (inc. II do art. 37 da CF/88), da, no h necessidade de concurso para os temporrios. MAS COMO NO? O concursando se pergunta: os TEMPORRIOS NO TM CARGO/EMPREGO? No! Ento, os temporrios possuem o qu? FUNES pblicas temporrias. Passemos, ento, a falar um pouco mais sobre tais funes temporrias, j que o assunto est se tornando comum em provas recentes.

    DE cara, destacamos julgados do STF que vem consolidando posio mais conservadora da Corte a respeito das contrataes temporrias: estas no podem ser utilizadas indiscriminadamente, para atividades da rotina administrativa.

    O caso mais clssico ( novo, mas j clssico) o relacionado s atividades da Defensoria Pblica. Vejamos o que diz a ADIN 3700, apreciada em 2008 e noticiada no informativo do Supremo do modo que se v:

    Contratao Temporria de Advogado e Exerccio da Funo de Defensor Pblico

    Por vislumbrar ofensa ao princpio do concurso pblico (CF, art. 37, II), o Tribunal julgou procedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, para declarar a inconstitucionalidade da Lei 8.742/2005, do Estado do Rio Grande do Norte, que dispe sobre a contratao temporria de advogados para o exerccio da funo de Defensor Pblico, no mbito da Defensoria Pblica do referido Estado-membro. Considerou-se que, em razo de desempenhar uma atividade estatal permanente e essencial jurisdio, a Defensoria Pblica no convive com a possibilidade de que seus agentes sejam recrutados em carter precrio. Asseverou-se ser preciso

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    estrutur-la em cargos de provimento efetivo, cargos de carreira, haja vista que esse tipo complexo de estruturao que garante a independncia tcnica das Defensorias, a se refletir na boa qualidade da assistncia a que tm direito as classes mais necessitadas. Precedente citado: ADI 2229/ES (DJU de 25.6.2004).

    O destaque da nossa parte. O caso incidental, ou seja, tratou ESPECIFICAMENTE das atividades dos defensores. Da, mais recentemente, o STF fixou parmetros para as contrataes temporrias de forma mais clara:

    ADI N. 3.430-ES RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAO TEMPORRIA DE SERVIDORES PBLICOS DA REA DE SADE. POSSVEL EXCEO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I A contratao temporria de servidores sem concurso pblico exceo, e no regra na Administrao Pblica, e h de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha.

    II Para que se efetue a contratao temporria, necessrio que no apenas seja estipulado o prazo de contratao em lei, mas, principalmente, que o servio a ser prestado revista-se do carter da temporariedade. III O servio pblico de sade essencial, jamais pode-se caracterizar como temporrio, razo pela qual no assiste razo Administrao estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funes.

    IV Prazo de contratao prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade.

    V pacfica a jurisprudncia desta Corte no sentido de no permitir contratao temporria de servidores para a execuo de servios meramente burocrticos. Ausncia de relevncia e interesse social nesses casos.

    VI Ao que se julga procedente. * noticiado no Informativo 555

    O trecho negritado para que se registre o seguinte: atividades que sejam consideradas ESSENCIAIS no podem ser objeto de contratao direta.

    3.2 CARGOS VITALCIOS, EFETIVOS E EM COMISSO

    Inicialmente, vejamos o que diz o inc. V do art. 37 da CF/1988. Transcrevemos, para ficar mais fcil:

    V - as funes de confiana, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em

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    comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessoramento

    Os destaques, mais uma vez, so de nossa parte: funes de confiana so para servidores de cargos EFETIVOS, enquanto que os cargos em comisso devem ser preenchidos por servidores de CARREIRA, nos casos/condies/percentuais mnimos estabelecidos em LEI.

    Vamos breve explicao, a fim de clarearmos o assunto: ns, Cyonil e Sandro, somos servidores de cargos EFETIVOS, ou seja, concursados e, nos dias atuais, estveis, tendo em vista termos cumprido os requisitos constitucionais para tanto. Essa, alis, uma das principais caractersticas dos ocupantes de cargos efetivos: direito estabilidade.

    Ns fazemos parte, ainda, de uma carreira de servidores do TCU, a carreira de Auditor. Ento, usemos a inventividade, e imaginemos que uma Lei determinasse que 80% dos cargos comissionados do TCU tenham de ser ocupados por servidores da carreira de Auditor. Os amigos analistas da Receita Federal, que tambm so ocupantes de cargos efetivos, no so da carreira de Auditor do TCU, ento, no fariam parte desses 80% dos cargos em comisso que devem ser providos, em nossa hiptese, por auditores/TCU. Assim, vrios cargos EFETIVOS, no fazem parte de determinadas carreiras.

    De outro lado, interessante notar que cargos em comisso podem ser ocupados por pessoas alheias Administrao, o que no ocorre com as funes de confiana, haja vista estas deverem ser providas EXCLUSIVAMENTE por servidores de cargos EFETIVOS.

    Por fim, alguns pontos comuns entre ambos:

    I) destinam-se Direo e ao Assessoramento Superior. por isso que, recorrentemente, referimo-nos a tais cargos como os de D.A.S. Ressaltamos que tanto os cargos em comisso, como as funes de confiana, devem ter por finalidades atribuies de comando ou de assessoria. Um cargo de motorista no pode ser, por exemplo, um cargo comissionado (exclusivamente), pois no de comando ou assessoria, apesar de ser um cargo de direo...rsrs....

    II) so preenchidos sem a necessidade de concurso pblico prvio, no oferecendo garantia de permanncia do titular no cargo (estabilidade). Dispensam, ainda, motivao para a exonerao de seus ocupantes, com exceo feita, por exemplo, aos Diretores de Agncias Reguladoras, que, a despeito de exercerem cargos de direo, no so exonerveis (demissveis) ad nutum, uma vez que contam com mandato (lembram-se do caso da Diretora da Anac e a confuso para ela sair da Diretoria? Foi mediante renncia!);

    III) no h nomeao para FUNES DE CONFIANA, mas to s mera designao. De fato, como para ocupar FUNO DE CONFIANA o sujeito j tem que ser detentor de cargo efetivo, ser meramente DESIGNADO para a funo de confiana. Vejamos o que diz o 4o do art. 15 da Lei 8.112:

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    O incio do exerccio de funo de confiana coincidir com a data de publicao do ato de designao, salvo quando o servidor estiver em licena ou afastado por qualquer outro motivo legal, hiptese em que recair no primeiro dia til aps o trmino do impedimento, que no poder exceder a trinta dias da publicao.

    Vejam o que o incio do exerccio da funo de confiana IMEDIATO, e tem incio com a publicao do ato que designa para tal. A razo uma s: como o sujeito j possui cargo efetivo, ento por que nome-lo, novamente? Assim, ser DESIGNADO para a funo de confiana.

    Por fim uma breve nota sobre cargos vitalcios: esses so de previso constitucional, isto , cargos vitalcios so aqueles previstos na CF de 1988. Aps a aquisio da vitaliciedade, somente por meio de processo judicial com sentena transitada em julgado poder ocorrer a perda do cargo pelo vitalcio. Podem ser citados como exemplos de tais cargos: o dos Magistrados (art. 95, I, CF); o de membros do Ministrio Pblico (art. 128, 5, I, a, CF) e dos membros dos Tribunais de Contas (art. 73. 3, CF).

    3.3 CRIAO DE CARGOS PBLICOS:

    Aqui, nossa observao singela: cargos pblicos so criados por LEI. Seria, praticamente, s isso. Mas tem um segredinho, como sempre...

    Como a criao de cargos se faz por lei (com exceo dos cargos de legislativo, que so criados por Resoluo), a extino tambm se faz por Lei, ante um princpio vlido para o direito, de modo geral, que chamamos de simetria (ou paralelismo das formas), dizer, como se faz, desfaz-se. Se o cargo pblico criado por lei, por lei deve ser extinto. Mas bom recordar que a CF/88 d a possibilidade de extino de cargos pblicos VAGOS por decreto (vejam o inc. VI do art. 84 da CF/88).

    Detalhe: CARGOS PBLICOS PREENCHIDOS TAMBM PODEM SER EXTINTOS. S que, neste caso, necessria a edio de uma LEI, por conta do nosso princpio da simetria.

    3.4 PADRO, CLASSE, CARREIRA, CARGOS ISOLADOS E QUADRO.

    Essa passagem para que os amigos possam ter uma breve noo a respeito de como se organizam os quadros de pessoal da Administrao Pblica. Vamos l.

    Os cargos a serem ocupados por servidores pblicos organizados em carreira so distribudos em padres e classes.

    Classes constituem o agrupamento de cargos da mesma profisso, com idnticas atribuies, responsabilidades e vencimentos. Classes, portanto, constituem os degraus de crescimento em uma carreira.

    Interessante notar que PADRO a subdiviso de uma classe, ou seja, DENTRO DAS CLASSES, TEMOS OS PADRES.

    Quando um servidor ocupante de cargo organizado em carreira muda de CLASSE PROMOVIDO. J quando ele muda de padro, SEM MUDAR DE CLASSE, PROGREDIDO. A Lei 8.112/1990 fala s de PROMOES e no

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    de progresses. E, detalhe: DE ACORDO COM A 8.112, A PROMOO FORMA SIMULTNEA DE PROVIMENTO E VACNCIA. Confiram nos arts. 8 e 33 da norma. Depois voltaremos a esse assunto (provimentos e vacncias). Mas, antes, continuemos a entender a organizao dos quadros da Administrao.

    Carreira o agrupamento de classes de uma mesma profisso ou atividade, organizadas sob o fundamento da hierarquia. Para o ingresso em uma carreira referente a cargos efetivos, o provimento dever ser originrio (a ocorrer por nomeao), devendo ser precedido, sob a gide da atual Constituio Federal, de concurso pblico (nesse ponto, uma paradinha, e leiam ao art. 37, inc. II, CF).

    De outra parte, h cargos que no se encontram organizados em carreira, sendo nicos em sua categoria. So tais cargos ditos isolados. Exemplos clssicos so os cargos comissionados, em que no h progresso, mudana de remunerao e complexidade ao longo do tempo.

    Ao somatrio de carreiras, cargos isolados, e, ainda, das funes de um mesmo rgo ou Poder d-se a denominao de quadro.

    E assim se organiza a Administrao: cargos organizados em carreira, exemplo, tcnico de controle externo do TCU, e cargos isolados, exemplo, auditor, o que substitui os Ministros, do TCU. Ah um ltimo detalhe: se um sujeito de cargo de nvel mdio galga todas as classes e nveis de sua carreira, chegando ao topo de tal carreira, mesmo que ele seja excelente, no poder ser ascendido a uma carreira de nvel superior, uma vez que o STF vem decidindo que isso inconstitucional, por se tratar de uma situao que no mais autorizada pela atual constituio. Ou seja, se o sujeito em questo quiser passar para uma carreira de nvel superior, ter de prestar novo concurso.

    4 ACESSIBILIDADE A CARGOS PBLICOS

    Gente, olha s: quando falamos de acessibilidade, nesta parte do curso, queremos dizer como se faz para termos acesso a cargos e empregos pblicos.

    Um dia desses, em turma, o amigo Maranho (vamos falar na 3 Pessoa, para tornar mais objetivo) fez a seguinte pergunta: pessoal, o que preciso fazer para ingressar em um cargo efetivo? Da, um garoto disse: EU SEI! O Sandro respondeu ento diz a para ns, o que necessrio? O garoto: CURSINHO!!! Claro, foi uma gargalhada geral (apesar de ele no estar de todo errado... rsrsrs...). Em realidade, a resposta seria CONCURSO PBLICO. Ento, para podermos falar sobre o ingresso dos servidores nos quadros da Administrao, a primeira coisa falar sobre os concursos. disso que trataremos no tpico abaixo ento.

    4.1 A REGRA DO CONCURSO PBLICO

    Repassemos, inicialmente, os contedos gerais a respeito do concurso pblico, a partir do regramento constitucional estabelecido no inc. II do art. 37 da CF, que assim dispe:

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    A investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao.

    Vrias observaes podem ser feitas em relao a este inciso.

    Primeiro: a exigncia de concurso pblico ocorre no s com relao aos servidores estatutrios, mas tambm com relao aos empregados pblicos. Percebam, mesmo as empresas estatais exploradoras de atividades econmicas (1 do art. 173 da CF), como as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Pblicas, devem contratar seu pessoal por meio de concurso pblico. Esse, inclusive, o entendimento do STF. Mas, responde rpido a: todo acesso a cargo pblico demanda concurso pblico. Sem entrar em detalhes, um item assim estaria ERRADO, uma vez que cargos em comisso no demandam concurso. Tenham ateno, ento!

    Nesse primeiro ponto tambm ressaltamos que o inc. I do art. 37 da CF, com redao dada pela EC 19/98, dispe:

    os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

    Verifica-se a possibilidade de no s os brasileiros, natos ou naturalizados, terem acesso a cargos/empregos/funes pblicos, mas tambm os estrangeiros, de acordo com que dispuserem normas que tratem da matria. Contudo, tal acesso permitido aos estrangeiros no amplo e irrestrito: h cargos privativos de brasileiro natos. So eles: Presidente e Vice-Presidente da Repblica; Presidente da Cmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do STF; cargos da carreira diplomtica; oficial das Foras Armadas; Ministro de Estado da Defesa; e seis brasileiros que compem o Conselho da Repblica.

    Segundo: o concurso pode ser s de provas ou de provas e ttulos, no se admitindo concurso s de ttulos (releiam o inc. II do art. 37). O amigo ento se questiona: e o famoso exame curricular? No cabvel? Ressaltamos que as contrataes temporrias, por excepcional interesse pblico, referidas no inc. IX do art. 37 da CF/1988, e que ns falamos anteriormente, no esto sujeitas regra do concurso pblico, cabendo, no entanto, conforme o caso, processo seletivo simplificado mediante provas, provas e ttulos, ou ANLISE CURRICULAR. Da mesma forma, alertamos para a inexigibilidade de concurso para o preenchimento de determinados cargos vitalcios, tais como os de Ministros do STF e do Tribunal de Contas da Unio, dentre outros.

    Pois bem. Adiante. Podemos ver o concurso como um procedimento administrativo composto de vrias etapas, tais como a inscrio, a aprovao e a nomeao do candidato, para citar apenas algumas.

    A inscrio no gera ao candidato o direito realizao das provas, haja vista que a Administrao pode alterar a data ou mesmo desistir de realiz-las, tratando-se, pois, de uma expectativa de direito dos candidatos.

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    Na doutrina, boa parte dos autores tem entendido que a aprovao gera ao candidato expectativa de direito investidura no cargo ou emprego em questo, ou seja, o aprovado em concurso pblico tem mera expectativa de direito nomeao. Contudo, as coisas vm mudando.

    Por uma questo de moralidade, de respeito aos cidados AINDA BEM que a jurisprudncia vem mudando. No STJ, decises como as seguintes passaram a surgir:

    Servidor pblico - Concurso - Aprovao de candidato dentro do nmero de vagas previstas em edital - Direito lquido e certo nomeao e posse no cargo. (Recurso em Mandado de Segurana n 19.922)

    O nosso destacado ainda bem da frase anterior por conta da certa tranquilidade de que as decises como essa citada podem trazer para centenas, milhares, de candidatos, os quais aprovados em concurso pblico, NAS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL, simplesmente no so chamados pela Administrao. Com tais precedentes, muitos tero chance de no serem deixados de lado pela Administrao.

    Agora, j notaram como passaram a proliferar concursos com cadastros de reserva? Pois , se no h vagas previstas no edital, no tem como que se falar de direito nomeao. Essa a razo de concurso com cadastro de reserva. Fiquem atentos! Lembramos que o TCU conta com ouvidoria, logo, se o amigo tem prova de existncia de vagas, no se faa de rogado, denuncie, isso porque , no mnimo, estranho (para no dizer imoral), lanar mo de um concurso de cadastro de reserva, sendo que h necessidade de as vagas serem providas.

    Terceiro ponto: a validade do concurso (melhor seria eficcia, mas deixa pra l) Vejamos o que diz o inc. III do art. 37 da CF/1988:

    o prazo de validade do concurso pblico ser de at dois anos, prorrogvel uma vez, por igual perodo

    Apesar de ser uma questo mais do que batida em concurso atentem que a vigncia do concurso de AT dois anos, PRORROGVEL por igual perodo, ou seja, FACULTADO Administrao prorrogar, tratando-se, portanto, de ato discricionrio da Administrao.

    Uma observao, alis, trs interessantes:

    I) o prazo inicial determina a prorrogao. Assim, um concurso pode ter vigncia de seis meses, prorrogveis por mais seis;

    II) o concurso s pode ter seu prazo de vigncia prorrogado caso ainda esteja em vigor. Assim, concursos vencidos no podem ser prorrogados, pois no existem mais; e,

    III) a contagem de prazo de vigncia ocorre a partir da homologao do resultado mesmo, enfim, oportunidade em que a Administrao reconhece a legitimidade de todas as etapas do concurso.

    Quarto ponto: a questo do ingresso dos deficientes nos quadros da Administrao. Vamos ns de novo na CF/1988:

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    VIII - a lei reservar percentual dos cargos e empregos pblicos para as pessoas portadoras de deficincia e definir os critrios de sua admisso

    De pronto, percebam que o dispositivo constitucional no isenta os portadores de deficincia de prestar concurso para ingresso nos quadros da Administrao. O dispositivo no fixa, ainda, qual o percentual. O que se preserva, contudo, o direito de tais pessoas de participarem de concursos pblicos, para cargos que sejam compatveis com as deficincias que portem. A propsito, a Lei 8.112/90, ao regulamentar a matria, estatui:

    s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concurso pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so portadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% das vagas oferecidas no concurso (o grifo nosso).

    Percebe-se, pelo dispositivo transposto, que o limite mximo.

    Mas, interessante notar que, a partir de decises judiciais, pode-se afirmar que nem todo concurso precisa reservar vagas para deficientes. Nesse sentido, tratemos, sinteticamente, do Mandado de Segurana 26310/STF.

    Com base nesse entendimento, a Suprema Corte considerou legtimo o edital de concurso para o preenchimento de duas vagas que no reservou nenhuma para deficientes. Entendeu a Corte Suprema que reservar uma vaga, ou seja, cinquenta por cento das vagas existentes, implicaria majorao indevida dos percentuais legalmente estabelecidos. Ento, simplesmente a partir desse julgado, podemos dizer que NEM TODO CONCURSO PBLICO RESERVAR VAGAS PARA DEFICIENTES. Alis, a prpria definio de deficincia por vezes traz polmica. Veja-se, nesse sentido, a questo dos monoculares.

    O STF, ao tratar do RMS 26.071 entendeu que J.F.A., portador de viso monocular, tinha o direito de ocupar o cargo de tcnico judicirio do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A deciso foi adotada por unanimidade da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

    No caso, os ministros da Turma concordaram com o entendimento do relator de que viso monocular uma necessidade especial e legitima o portador a concorrer s vagas especiais nos concursos pblicos.

    Agora, vejam s: o candidato, a despeito de ser possuidor de viso em um olho s, no era considerado deficiente, por conta das normas que tratam da matria, pois teria plena capacidade visual no olho direito. Ora, gritante, pelo menos para ns, que tal situao (monocular), deve ser considerada deficincia, na linha do decidido pelo STF. Destaque-se que esse mesmo posicionamento do STJ (viso monocular deficincia, para efeitos de participao em concurso).

    de incumbncia de junta mdica oficial avaliar se o portador de deficincia possui condies de exercer o cargo pretendido, ou, ainda, informar se o candidato mesmo deficiente. Caso no seja deficiente, o candidato que houver concorrido para a vaga nessa qualidade ter sua aprovao invalidada, e dever ser convocado o deficiente seguinte na

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    ordem de classificao, para que se adote o mesmo procedimento de verificao.

    Quinto ponto: o estabelecimento de limitaes ao acesso a cargos e empregos pblicos, ou seja, firmar que s a partir de determinada altura, tal sexo, determinada condio fsica, e outros, o candidato pode ter acesso ao cargo ou emprego pretendido.

    As limitaes ao acesso aos cargos/empregos pblicos s devem ser aceitas quando razoveis e em consonncia com a ordem jurdica. No caso de veto participao de candidato, dever sempre ser motivada. Tal regra encontra-se consolidada na Smula 684, do STF: inconstitucional o veto no motivado participao de candidato a concurso pblico.

    Tambm no devem ser admitidas as odiosas restries discriminatrias, em relao origem, sexo, raa, religio, etc. De toda forma, h necessidade de estabelecimento de requisitos que permitam aferir a aptido do interessado em ingressar no servio pblico. Tais requisitos, em virtude do princpio da legalidade, devem gozar de previso legal, e no apenas no edital do certame. Nesse quadro, cumpre trazer lume o RE 184.432-RS, apreciado pelo STF: O edital de concurso no instrumento idneo para o estabelecimento de limite de idade para a inscrio em concurso pblico; para que seja legtima tal exigncia imprescindvel a previso em lei. Nada impede que o edital mencione ou mesmo reproduza o que dispe a Lei, a ttulo de exigncia. O que se veda realizao de exigncias exclusivamente por meio de edital.

    O momento de exigncia dos requisitos para o exerccio das atribuies do cargo tambm importante: devem ser cumpridos quando da posse (Smula 266 do STJ), e no no momento de inscrio. Quanto s carreiras especficas da rea jurdica, Juzes e Membros do MP, h outras regras. Mas no vm ao caso, neste nosso curso (de Direito Administrativo! Ok!).

    Com relao s limitaes de idade, o STF (Smula 683) permite a sua existncia, desde que a natureza das atribuies do cargo as exija.

    Por fim, a questo da exigncia dos exames psicotcnicos, que pode ser entendida, em certa medida, como uma espcie de limitao.

    Se fossemos citar a jurisprudncia do STF a respeito do assunto, passaramos horas aqui. Mas basta apenas uma smula para entendermos. a Smula 686 da Corte Constitucional, que assim estabelece:

    S por lei se pode sujeitar a exame psicotcnico a habilitao de candidato a cargo pblico.

    No h dvida, portanto: s a LEI possibilita a exigncia de exames psicotcnicos.

    Bom, claro que h muito mais coisa sobre concursos pblicos. Todavia, para nossa inteno, que v-los aprovados, nos basta. Passemos aos provimentos, ento.

    Sexto ponto: o concurso para seleo de servidores diferente do concurso modalidade de licitao. Pode parecer bobo, mas isso ainda cai em prova... Os de l (de licitaes) tm por objeto a escolha de um ALGO

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    (trabalho tcnico, artstico, cientfico), e os de c (Lei n 8.112/1990), a escolha de ALGUM. No podem ser confundidos.

    4.2 PROVIMENTOS: FORMAS E TIPOS

    Podemos dizer que o incio da relao do candidato com o cargo pblico e com a Administrao Pblica se d com o provimento.

    Provimento o ato administrativo mediante o qual uma pessoa passar a ser a detentora do cargo, ou seja, o preenchimento de cargo. A forma originria de provimento a nomeao. Antes dela, a pessoa mera pretendente a um cargo, dizer, um concursando.

    Importante que os cargos em comisso tambm tm provimento. Basta ver o que diz o art. 9 da 8.112, que diz que os provimentos so EFETIVOS (para o cargo efetivo, obviamente) e EM COMISSO, para cargos dessa natureza. Da, algo importante: AS SEIS OUTRAS FORMAS DE PROVIMENTO S SO APLICVEIS AOS CARGOS EFETIVOS, NO AOS CARGOS EM COMISSO. Vamos tratar de todas as formas de provimento, comeando pela nomeao.

    A nomeao, forma de provimento originrio, que inaugura tal vnculo, sendo uma das formas de provimento previstas na Lei n 8.112/1990 (art. 8).

    Muita gente confunde nomeao com posse. So coisas distintas. NOMEAO o primeiro provimento. POSSE o ato formal em que o NOMEADO firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, o compromisso solene, no qual se afirma: eu quero o cargo! o momento em que se investe servidor, coloca a capa com Poderes, algo do tipo Batman. Apesar de fazerem parte do mesmo procedimento (o concurso), a nomeao e a posse no podem ser confundidas, embora s possamos falar em posse se tiver ocorrido, preliminarmente, nomeao (vejam o 4 do art. 13 da Lei n 8.112/1990). Voltaremos a falar sobre posse no item 4.3, logo em seguida, ok?

    Mais uma forma de provimento da Lei n 8.112/1990: a promoo.

    Como dissemos, as formas de provimento, de acordo com a Lei n 8.112/1990, so sete: nomeao, aproveitamento, promoo, reintegrao, reconduo, readaptao, e reverso. O concursando pensa: nossa, que coisa chata! Cheio de nomes! Sabe o que ns fazemos para memorizar? N A P RE RE RE RE! O que isso? As iniciais de cada uma das formas de provimento apontadas pela Lei n 8.112/1990. Fazer o qu? Tem que dar um jeito de lembrar. Tem um mnemnico, olha a o Rei Narciso Reformou o Ptio da Amada Rainha Regina escolham!

    Ah, para cada uma das formas de provimento que comeam com RE, colocamos uma palavra-chave para memorizao. Exemplo: reintegrao palavra chave: DEMISSO. Vejamos, ento, cada uma delas, apenas deixando de lado a nomeao, j abordada.

    O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao servio pblico de servidor que estava em disponibilidade. Disponibilidade no nada mais que estar sem trabalhar, ocorrendo em razo da extino do cargo ou da declarao da desnecessidade deste.

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    O servidor em disponibilidade permanece com remunerao proporcional ao tempo de servio, conforme estabelece o 3 do art. 41 da atual Constituio Federal, at o adequado aproveitamento, em cargo com atribuies compatveis com o cargo anteriormente ocupado.

    J a promoo o movimento no mbito de uma mesma carreira, com adio de vencimentos e de responsabilidades, ocorrendo pela mudana de CLASSE. Lembrem-se do que dissemos (item 3.4): a mudana de CLASSES promoo, enquanto que a mudana de PADRES dentro de uma classe PROGRESSO FUNCIONAL.

    No h promoo com relao a cargos isolados, uma vez que estes no compem uma carreira. A promoo pode ocorrer por merecimento ou por antiguidade (tempo de servio). Chamamos ateno, ainda, para dois pontos com relao promoo:

    I) muitos doutrinadores criticam a insero da promoo como forma de provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao cargo pblico, sendo discutvel, DOUTRINARIAMENTE, ver-se a promoo como forma de provimento. Todavia, PARA FINS DE CONCURSO PBLICO, no cabe tal discusso, vez que a Lei n 8.112/1990 coloca, textualmente, a promoo como forma de provimento;

    II) no h que se falar de promoo de uma carreira para outra, como de tcnico para Auditor do ICMS, por exemplo. Nesse caso, a hiptese diferente. Seria uma espcie de ascenso, o que inadmissvel, na viso do STF;

    III) a promoo tambm uma forma de vacncia, prevista no art. 33 da Lei n 8.112/1990. Atentem para essa informao, uma vez que o examinador adora brincar com as formas simultneas de vacncia e de provimento.

    A reintegrao ocorre no caso de desfazimento de deciso que levou demisso de servidor estvel. A palavra-chave para a reintegrao , portanto, DEMISSO. A invalidao (desfazimento) da deciso pode ser administrativa ou judicial. Mas, vem a pergunta: e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado aonde? Se o cargo do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se estvel, dever ser reconduzido ao seu cargo de origem (se ainda estiver vago), aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto em disponibilidade. Interessante anotar que a condio para a reintegrao/reconduo do servidor pblico a ESTABILIDADE. Apesar de extremamente criticvel, o que dispe a CF/1988 (vejam o 2 do art. 41 da CF). Ressalte-se, ainda, que a Lei n 8.112/1990 assegura ao injustamente demitido o ressarcimento de todas as vantagens (remuneraes, por exemplo) que faria jus.

    A reconduo ocorre em duas hipteses na reintegrao do ocupante do cargo e na inabilitao de estgio probatrio e a palavra-chave RETORNO AO CARGO ANTERIOR.

    A 1 hiptese j foi abordada acima. No caso da inabilitao em estgio probatrio, o inabilitado dever ter ocupado cargo anterior, no qual j era estvel. Desse modo, ao ser inabilitado no novo cargo, dever retornar ao anteriormente ocupado.

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    Interessante questo diz respeito possibilidade da reconduo a pedido. A exemplo, exponha-se a situao: um Auditor do ICMS logrou xito (foi aprovado) no concurso para Analista do TCDF. O Auditor, que j era estvel no servio pblico distrital, resolve tomar posse e entrar em exerccio no cargo de Analista. Posteriormente, descontente com o novo cargo, revolve pedir para ser reconduzido.

    Tal situao juridicamente possvel, dado se tratar de um ato menos gravoso do que a reprovao do servidor no estgio probatrio, que poderia dar motivo reconduo. Inclusive, esse foi o entendimento perfilhado pelo STF ao apreciar, dentre outros, o RMS 22.933-DF, de 1998. Portando, no h dvida: reconhece-se o direito do servidor estvel reconduo enquanto durar o estgio probatrio do novo cargo. Seja pela inabilitao no novo cargo, ou mesmo em razo de pedido do servidor, o STF tem resguardado esse direito do servidor, ENQUANTO DURA O ESTGIO PROBATRIO NO NOVO CARGO. Ah: antes que algum pergunte, o estgio probatrio, PELA JURISPRUDNCIA DOS TRIBUNAIS SUPERIORES, tem durao de 36 MESES. O QU???? , isso mesmo!

    PERGUNTA CAPCIOSA: POSSVEL RECONDUO ENTRE ESFERAS DISTINTAS DA FEDERAO? Noutras palavras: servidor pblico federal passa em um concurso para um cargo estadual, arrepende-se, pede para voltar. Pergunta-se: possvel a reconduo do servidor em questo? Resposta difcil...

    Bom, o TCU tem entendido que sim (se forem curiosos mesmo, pesquisem o processo n 005.514/2004-9 no site do TCU). E a AGU idem. ENTO, REGISTREM: NA VISO DO TCU/AGU POSSVEL RECONDUO ENTRE DIFERENTES ESFERAS DA FEDERAO.

    A readaptao trata da possibilidade de recolocao do servidor que tenha sofrido limitao (que nossa palavra-chave para esta forma de provimento), fsica ou sensvel (mental), em suas habilidades, impeditiva do exerccio das atribuies do cargo que ocupava. Portanto, por intermdio da readaptao, o servidor ser remanejado para um cargo compatvel com sua nova situao laboral.

    Para que possa ocorrer a readaptao, o novo cargo ter que ser compatvel com o anterior, dizer, com atribuies afins, nvel de escolaridade compatvel etc. Desse modo, no pode um auditor do INSS cargo de atribuio de nvel superior, por exemplo, ser readaptado na condio de motorista cargo de atribuio de nvel mdio, com atribuies nitidamente diferenciadas. Ressalte-se que, na hiptese de inexistncia de cargo vago, o readaptando exercer suas atribuies na condio de excedente. ATENO: EXCEDENTE diferente de DISPONVEL. Excedente, trabalha, e, por isso, recebe normalmente sua remunerao. Disponvel no est trabalhando, recebendo, por conseguinte, remunerao proporcional ao tempo de servio.

    Reverso o retorno do servidor aposentado atividade (APOSENTADO a palavra-chave. Aposentou, voltou, volta por reverso). A insubsistncia de motivo de invalidez (reverso DE OFCIO), a causa que levou aposentadoria (uma enfermidade) no existe mais. Em tal situao, o servidor em processo de reverso dever ser submetido ao exame da junta mdica oficial, a qual, ento, dever declarar que inexiste

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    (insubsistente) o fato motivador da aposentadoria. Estando provido o cargo do servidor revertido, este exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga.

    Por fim, uma ltima informao: REMOO e REDISTRIBUIO (tambm chamada relotao) no so formas de PROVIMENTO, mas sim de DESLOCAMENTO do servidor ou do cargo pblico, respectivamente.

    A remoo deslocamento do servidor, com ou sem mudana de sede, para desempenhar suas atribuies em outra unidade do mesmo quadro. Redistribuio o deslocamento do cargo efetivo, ocupado ou no, no mbito do quadro geral de pessoal, para outro rgo ou atividade. Ambos no so hipteses de provimento ou vacncia. Vejam dois exemplos, para situarmos a questo:

    Na sala de determinado rgo X, em So Paulo, tem 10 (dez) cadeiras cargos -, sendo que apenas 7 (sete) existem pessoas sentadas servidores. No rgo Y, localizado no Rio de Janeiro, tem 12 (doze) cadeiras, sendo que apenas 10 (dez) esto preenchidas. Assim, o servidor pode ser removido de So Paulo para o Rio de Janeiro, pergunta-se: quantas vagas foram criadas? Quantos servidores entraram? No houve vacncia e sequer provimento, exatamente porque o nmero de servidores permaneceu constante.

    Agora, o rgo X precisa de novas cadeiras, bom, como vimos, a criao de novas cadeiras (cargos) depende de lei, no entanto, como existem 12 (doze) cadeiras no RJ, que tal deslocar a cadeira, isso mesmo, que tal redistribuir, promover a relotao das cadeiras? Notem que, igualmente, no houve reduo ou acrscimo do quantitativo de servidores, no sendo, portanto, o caso de se falar em vacncia ou em provimento.

    A remoo pode ocorrer de ofcio (no interesse da administrao) ou a pedido do servidor.

    Na remoo de ofcio, caso seja necessria a mudana de sede do servidor, este far jus ajuda de custo (com um mximo de at 3 remuneraes, conforme regulamento), para compensar despesas ocorridas. Na remoo de ofcio, fica garantido o direito do servidor e de seu cnjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, de se matricular em instituies de ensino congnere, em qualquer poca, independente de vaga ou de poca (cuidado! Instituies congneres...no tem o filho do servidor, civil e militar, estudante de faculdade particular, direito de matricular-se na Universidade de Braslia ou pblicas em geral, em razo da remoo de ofcio, a no ser, obviamente, que o curso s seja oferecido pela instituio pblica). Notaram que negritamos a expresso DE OFCIO neste pargrafo? que existem outras formas de remoo, que so bem diferentes.

    A remoo a pedido pode a ser a critrio da administrao ou independente do interesse desta. Na primeira hiptese, o servidor faz o pedido e a Administrao avalia a convenincia ( ato discricionrio). J remoo a pedido, independente do interesse da administrao, ocorre nas seguintes hipteses:

    - Para acompanhamento do cnjuge, que tambm deve ser servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, dos Municpios,

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    que foi deslocado no interesse da administrao. Em outros termos, se o cnjuge passou em concurso ou solicita remoo, ele quem criou o problema (talvez, no queira mais voc! Rsrsrs...), no tendo a Administrao o dever de remov-lo, assim entende o STJ;

    - Por motivo de doena do servidor, cnjuge, ou dependente que viva s suas expensas, sendo que dever constar do assentamento funcional do servidor;

    - Em virtude de concurso de remoo, em que o nmero de interessados superior ao nmero de vagas na unidade de destino.

    Em todas as hipteses, sempre que a remoo/redistribuio implicar o exerccio de atribuies do servidor em outro municpio, ser concedido um prazo quele de 10 a 30 dias contados da publicao do ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, estando incluso, nesse prazo, o tempo de deslocamento para a nova sede. Estando o servidor afastado, ou de licena, o prazo aqui referenciado dever ser contado a partir do trmino do impedimento.

    Ah e um ltimo detalhe nessa passagem: PODEM BANIR DA VIDA DE VOCS, NO QUE SE REFERE LEI 8.112/1990, A EXPRESSO TRANSFERNCIA. EM RAZO DA INCONSTITUCIONALIDADE DO INSTITUTO, AO TEMPO EM QUE ELE EXISTIA, O STF DECLAROU A INCONSTITUCIONALIDADE.

    Bom, vamos resumir o que vimos nesse item na j famosa tabelinha:

    FORMA DE PROVIMENTO RAZO/PALAVRA-CHAVE

    Nomeao Provimento originrio

    Aproveitamento Em regra, retorno atividade do servidor que estava em disponibilidade

    Promoo Crescimento na carreira

    Reintegrao Demisso. Voltou. Reintegrou.

    Reconduo Voltar ao cargo anteriormente ocupado.

    Readaptao Servidor sofreu limitao em sua capacidade de trabalho. Sendo possvel, ser readaptado.

    Reverso O aposentado voltou ao exerccio de cargo ativo.

    OBSERVAO: remoo/redistribuio

    No so formas de provimento, e sim de deslocamento de servidor ou cargo

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    4.3 POSSE x EXERCCIO

    A posse, na verdade, aperfeioa a nomeao, dizer, sem posse, de nada vale a nomeao. por isso que se a doutrina diz que se o nomeado no tornar posse, o ato jurdico [de nomeao] ser tornado sem efeito. O prazo para a posse de trinta dias, contados da nomeao.

    Ah, trs informaes importantes:

    - na posse, no h que se falar em assinatura de contrato, mas sim de um termo, no qual so firmados os compromissos do servidor;

    - possvel posse mediante procurao especfica ( 3, art. 13, Lei 8.112/1990). Ora, se possvel casamento por procurao, claro que pode se tomar posse procurao;

    - no se pode confundir posse com exerccio. Este ltimo quer dizer comear a trabalhar. Pode no coincidir com a posse. Olhem s o que diz o 1 do art. 15 da Lei 8.112: de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo pblico entrar em exerccio, contados da data da posse. Bom, s para registro: o servidor faz jus remunerao a partir do EXERCCIO e no da POSSE, ok? Tem que trabalhar, feliz e infelizmente...

    E outra: no possvel exerccio por procurao, claro. A MaLandra passa em um concurso, passa procurao para o BobOneal trabalhar no lugar dela...rsrs...

    Exerccio tem uma relao com a posse como se fosse o casamento e a Lua de Mel. possvel casamento (posse...rsrs...) por procurao. J para a lua de mel (exerccio), bom entrar em exerccio. E que ele seja efetivo...rsrs...

    Vambora falar de tema bacana. Acumulao.

    4.4 POSSIBILIDADES DE ACUMULAO DE CARGOS E EMPREGOS PBLICOS.

    De antemo, registre-se que a regra geral que se veda a acumulao remunerada de cargos, empregos e funes pblicos, seja na Administrao Direta, seja na Administrao Indireta. A regra da no-acumulao abrange, portanto, tambm autarquias, fundaes, empresas pblicas, e sociedades de economia mista, em quaisquer esferas da federao (Unio, estados, Distrito Federal, e municpios).

    A partir da EC n 19/98, a regra da no acumulao passou a abarcar as subsidirias daquelas entidades, bem como as sociedades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Pblico. Por consequncia, a presente regra no impeditiva de ocupaes privadas por parte do servidor pblico, desde que, obviamente, tais ocupaes no sejam incompatveis com o cargo exercido pelo servidor (p. ex.: a Lei n 8.112/1990 veda a gerncia de sociedades empresariais).

    H que se ter um pressuposto para que possa ocorrer a acumulao remunerada: a compatibilidade de horrios. No existindo compatibilidade de horrios, toda e qualquer acumulao de cargos/empregos pblicos ser vedada. A jurisprudncia do TCU admite acumulao com jornada mxima

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    de 60 horas, ou seja, um cargo/emprego pblico de 40 horas + um cargo/emprego pblico de 20 horas, por exemplo.

    Outro ponto a ser levado em considerao diz respeito observncia dos tetos constitucionais remuneratrios, estabelecidos no art. 37, XI, da CF, os quais, no caso de acumulao (acima listados), no podero ser superados. Aguardem, falaremos, a seguir, sobre tetos remuneratrios (geral e subtetos nos Estados).

    De acordo com o inc. XVI do art. 37 da CF permitida a acumulao de cargos e empregos pblicos nas seguintes situaes:

    a) dois cargos de professor;

    b) um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico;

    c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de sade, com profisses regulamentadas.

    No h maiores controvrsias no que diz respeito acumulao de dois cargos de professor. Todavia, no o que se verifica nas duas outras hipteses.

    H falta de preciso no que se refere definio de cargo tcnico ou cientfico, o que tem provocado algumas dvidas na interpretao que se faz da expresso. A despeito das controvrsias, pode-se afirmar que h possibilidade de cargos de nvel mdio serem tidos como tcnicos, desde que as caractersticas de seu exerccio possam ser entendidas como tcnicas.

    Como exemplo de cargos de nvel mdio que podem ser entendidos como de caractersticas tcnicas citamos: Programador, Tcnico de laboratrio, Tcnico de Contabilidade, Auxiliar de Enfermagem, e desenhista. Cargos de nvel mdio, cujas atribuies sejam de baixa complexidade, no mais das vezes fazendo parte da rotina administrativo-burocrtica do Estado, no devem ser considerados tcnicos ou cientficos, no podendo, por conseqncia, serem acumulados com outro de professor. So exemplos de tais tipos de cargos, de acordo com o parecer H 194, da extinta Consultoria Geral da Repblica: Agentes Administrativos, Agente de Portaria, etc.

    No mesmo sentido, podemos afirmar que no so todos os cargos de nvel superior. Exemplo disso: analistas administrativos, de modo geral, que no tenham por atribuio tarefas tcnicas, como analistas da rea meio (administrativa) de tribunais judiciais. Logo, no cabe cogitar de acumulao neste caso, pois, ainda que se trate de um cargo de professor, o outro no visto como tcnico (o de analista da rea meio do tribunal judicial em referncia). Nesse sentido, vejam a questo exigida em prova anterior elaborada pelo CESPE:

    10 - (2006/CESPE/TRF-5/JUIZ) Suponha que Pedro seja professor em uma universidade pblica. Nesse caso, ele poder acumular o seu cargo de professor com um cargo de analista judicirio, rea meio, em tribunal regional federal.

    Gabarito: ERRADO

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    Como o Pedro da questo analista da rea meio, no poderia acumular o cargo com o de professor, como falamos aqui. Da o erro da questo. Alis, esse tema de acumulao de cargos e empregos pblicos j foi at tema de prova dissertativa. Mas tudo tem seu tempo. Prossigamos, por ora, em nossas anlises.

    Falemos um pouco do acmulo de cargo/empregos pblicos por parte de aposentados. Havia certa controvrsia doutrinria se estes poderiam, ou no acumular os proventos da aposentadoria com a retribuio pecuniria do cargo, emprego ou funo. Tal dvida foi dirimida, contudo, com a redao dada pela EC 19/98 ao 10 do art. 37 da CF, que diz:

    vedada a percepo simultnea de proventos de aposentadoria decorrente do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo pblica, ressalvados os cargos acumulveis na forma desta Constituio, os cargos eletivos e os cargos em comisso declarados em lei de livre nomeao e exonerao.

    Assim, o aposentado pode acumular os proventos recebidos com:

    I) a retribuio pecuniria de outro cargo/emprego/funo, desde que a hiptese de acumulao fosse permitida caso em atividade estivesse;

    II) cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, etc.); e

    III) cargos em comisso.

    H que se destacar, ainda, que as hipteses de acumulao referem-se a DOIS cargos, empregos ou funes pblicos. Assim, no se admite o acmulo de trs ou mais cargos/empregos, ainda que algum deles provenha da aposentadoria. H apenas uma hiptese de acumulao de trs cargos, em virtude da norma temporria contida no 1do art. 17 da ADCT: dois de mdico civil, com outro de mdico militar. Mas, em concursos pblicos, de cinco anos para c, no temos visto as organizadoras tratarem do assunto.

    A vedao acumulao tambm no abrange empregos da iniciativa privada, conforme j dito anteriormente.

    Outras hipteses de acumulao permitida so as seguintes:

    a) Mandato de Vereador com as vantagens de cargo, emprego ou funo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo. Deve haver, bvio, compatibilidade de horrios, e servidor deve exercer seu cargo;

    b) Ministro do TCU com outra funo de magistrio (art. 73, 3, da CF/88);

    c) Magistrado com uma funo de magistrio (art. 95, nico, I, da CF 88); e,

    d) Membro do Ministrio Pblico com outra funo pblica de magistrio (art. 128, 5, II, d, da CF/1988).

    Mais uma vez, vale a lembrana: VEDADA A ACUMULAO DE CARGOS/EMPREGOS/FUNES PBLICOS, ADMITINDO-SE TO S OS CASOS DE PREVISO CONSTITUCIONAL, DESDE QUE HAJA

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    COMPATIBILIDADE DE HORRIOS NO EXERCCIO DAS OCUPAES PBLICAS.

    4.5 FORMAS DE VACNCIA PREVISTAS NA 8.112/1990

    DEFININDO... Vacncia a situao em que o cargo pblico est vago, sem ocupante, tornando-o passvel de ser provido por algum. As formas de vacncia previstas na Lei n 8.112/1990 so (art. 33): exonerao, demisso, promoo, readaptao, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulvel e falecimento. ATENO: a ascenso e a transferncia foram expressamente revogadas pela Lei n 9.527/1997.

    Inicialmente, cabe fazer diferena entre exonerao e demisso. Esta ltima uma penalidade, prevista na Lei n 8.112/1990, bem como no Cdigo Penal (inc. I do art. 92 do CP). J os casos de exonerao no constituem punies, tratando-se de hipteses especficas, com previso na Lei n 8.112/1990 (arts. 34 e 35).

    Destaques pertinentes vacncia:

    I) Promoo , a um s momento, vacncia, em cargo inferior, e provimento, em cargo superior, no mbito de uma carreira. Pode ser por antigidade ou por merecimento. A despeito de muitos doutrinadores criticarem a insero da promoo como forma simultnea de provimento/vacncia, por razes que, com sinceridade, no so importantes para nossas exposies aqui, MEMORIZEM: PROMOO FORMA SIMULTNEA DE PROVIMENTO/VACNCIA;

    II) alm da promoo, h outra forma simultneas de vacncia/provimento, de acordo com a Lei n 8.112/1990 (art. 8 e 33): a readaptao. De fato, ao passar pela limitao na capacidade laboral, o servidor readaptado, caso possvel, noutro cargo, compatvel com tal limitao, deixando o primeiro vago, ao tempo que prov o segundo;

    III) apesar de no ser indicada expressamente na Lei como forma de vacncia, a reconduo, em decorrncia de inabilitao em estgio probatrio, , de acordo com apontamentos da doutrina, forma simultnea de vacncia, dado que o servidor deixar vago o ltimo cargo, no qual foi inabilitado, voltando a prover o primeiro. Nessa ltima hiptese, o servidor, caso estvel, dever ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, provendo-o de forma derivada.

    5 ESTABILIDADE x ESTGIO PROBATRIO

    Algum a j deve ter pensado: ih, l vem confuso... Essa interminvel histria a respeito de estabilidade X estgio probatrio... Pois , como a inteno s facilitar a vida dos amigos, vamos direto ao mago...

    Inicialmente, cumpre registrar que o estgio probatrio sempre andou junto com a estabilidade, a despeito de serem, conceitualmente, figuras distintas.

    Estgio probatrio o perodo a que deve ser submetido o servidor ESTATURIO nomeado para cargo de provimento efetivo. No estgio

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    probatrio, a capacidade e a aptido do servidor para desempenho do cargo so constantemente avaliadas. Podemos dizer que o estgio probatrio funciona como um perodo para confirmao no cargo.

    Respondam rpido a: ser um bom analista judicirio do TJDFT implica, necessariamente, ser um bom auditor do ICMS-DF? A resposta, evidentemente, no, pois os cargos possuem atribuio distinta. Por isso que a doutrina diz que a cada novo cargo, novo estgio probatrio.

    A grande confuso quanto ao instituto em estudo quanto a sua durao: se de 36 meses (em decorrncia da EC 19/98, que alterou o perodo de aquisio da estabilidade), ou se de 24 meses, conforme consta do texto da Lei 8.112/90. Alguns autores afirmam que o estgio probatrio de trs anos, e sua transposio necessria para a aquisio da estabilidade. Em nvel federal, a matria extremamente confusa. Todavia, em julgados recentes, os tribunais superiores vm adotando a posio de que o estgio probatrio de 36 meses. Veja como foi cobrado em prova:

    Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do estgio probatrio dos servidores pblicos de 24 meses, visto que tal prazo no foi alterado pela Emenda Constitucional n. 19/1998, que trata apenas da estabilidade dos referidos servidores.

    GABARITO: ERRADO. COMENTRIOS tanto o STJ, quanto o STF tem adotado, como dito, a posio que o estgio probatrio tem durao de 36 meses.

    E, como dissemos, a posio do STF a mesma, em tempos recentes: o estgio probatrio tem 36 meses de durao.

    Um ltimo detalhe: os critrios de avaliao do estgio probatrio constam da Lei 8.112, art. 20, e so: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, responsabilidade e produtividade.

    J a estabilidade a garantia constitucional dada ao servidor ocupante de cargo efetivo, nomeado em virtude de concurso pblico, quanto permanncia no servio pblico aps trs anos de efetivo exerccio.

    Na redao original da CF/88, a estabilidade seria adquirida aps dois anos de efetivo exerccio, apenas com o decurso do tempo, ou seja, a partir de um critrio puramente objetivo, em face do mero transcurso do tempo. Contudo, aps a EC n 19/1998, para a aquisio da estabilidade so exigidos trs anos de efetivo exerccio, ao trmino dos quais dever procedida avaliao especial de desempenho por comisso especial instituda para esse fim (caput e art. 41 da CF/1988), pelo que, pode-se afirmar, a estabilidade deixou de ser estritamente objetiva, uma vez que depende da mencionada avaliao especial.

    Sinteticamente, podem ser apontadas quatro condies necessrias para aquisio da estabilidade:

    I) aprovao em concurso pblico. Tal condio exclui a possibilidade de aquisio para quaisquer agentes pblicos que tenham vnculos empregatcios provisrios ou transitrios junto Administrao Pblica, tais como os contratados temporariamente por excepcional interesse pblico (art. 37, inc. IX, CF/88).

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    II) nomeao para cargo de provimento efetivo. Tal condio afasta, por exemplo, a aquisio de estabilidade pelos empregados pblicos, regidos pela CLT, ou, ainda, pelos ocupantes, exclusivamente, de cargos em comisso.

    III) cumprimento de estgio probatrio. S lembrando que o estgio probatrio deve ser visto com durao de 36 meses, pelos entendimentos mais recentes dos tribunais superiores.

    IV) avaliao especial de desempenho para fins de aquisio de estabilidade (4 do art. 41 da CF). Assim, o servidor no adquire estabilidade pelo simples decurso de prazo, mas, de outro modo, deve se sujeitar avaliao especfica para tanto.

    Questo interessante surge na possibilidade de a Administrao no proceder avaliao de que ora se trata. Nesse caso, na ausncia de avaliao, seria o servidor estvel ou no?

    A resposta que o servidor deve ser considerado estvel, em razo da avaliao positiva de forma tcita, para efeitos de estabilidade. Ressalte-se que tal avaliao funcional foi criada em favor da Administrao. Contudo, no poderia o servidor ser prejudicado pela inrcia administrativa. O STF corroborou essa afirmativa ao apreciar o MS 25.543-DF, em 21.8.2003, registrando que a ausncia de avaliao de desempenho no afasta a presuno de estabilidade no cargo.

    Diferentemente do estgio probatrio, a estabilidade NO SERVIO PBLICO, noutra clssica afirmao doutrinria.

    A CF/1988 fala das seguintes hipteses de perda de estabilidade:

    I) em virtude de sentena judicial transitada em julgado. Esta hiptese , praticamente, autoexplicativa uma sentena judicial irrecorrvel pode determinar a perda do cargo pelo servidor;

    II) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Hiptese semelhante anterior, com a diferena que, neste caso, a via administrativa;

    III) a 1, em decorrncia de insuficincia de desempenho (inc. III do 1 do art. 41 da CF), na forma de Lei Complementar a ser editada (norma de eficcia limitada), de mbito nacional. Devem ser assegurados a ampla defesa e o contraditrio, como condio de validade do processo. No constitui medida punitiva (no demisso, exonerao) e atende o princpio da eficincia; e,

    IV) em razo de excesso de despesa de pessoal (art. 169, 3, CF/1988), caso descumpridos os limites para tal natureza despesa, estabelecidos na Lei Complementar n 101/2000 (a to famosa Lei de Responsabilidade Fiscal LRF). Contudo, para que, neste caso, a exonerao do servidor estvel ocorra, o ente federativo dever, preliminarmente, ter adotado as seguintes medidas administrativas:

    i) reduo ao menos em 20% das despesas com cargos em comisso ou funes de confiana; e,

    ii) exonerao dos servidores no-estveis. De acordo com o art. 33 da EC n 19/1998, os no-estveis so aqueles admitidos na administrao

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    direta, na autrquica e na fundacional, no entanto, sem concurso pblico de provas ou de provas e ttulos aps o dia 5 de outubro de 1983.

    Somente se essas medidas prvias no forem suficientes para o reequilbrio das despesas de pessoal que se poder promover a exonerao dos estveis, em decorrncia de excesso de despesa.

    Por fim, lembramos que o cargo objeto da reduo ser extinto, sendo vedada a criao de cargo, de emprego, ou de funes com atribuies iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos (e no cinco, cuidado!). O servidor (estvel!) far jus indenizao, correspondente a um ms de remunerao por ano de servio (no contribuio, cuidado!).

    Apesar de pouco exigido em concursos pblicos, lembramos que a CF/1988, por meio do art. 19 da ADCT, fixou hiptese excepcional de aquisio da estabilidade por parte de certos agente pblicos. Tal instituto tem recebido a denominao por parte da doutrina de estabilizao constitucional. O referido dispositivo constitucional afirma que devem ser considerados estveis todos os servidores pblicos civis federais, estaduais, distritais e municipais, da Administrao Direta e Indireta de Direito Pblico, que estivessem em exerccio h pelo menos cinco anos na data de promulgao da Magna Carta de 88 e que no houvessem sido admitidos na forma estabelecida no art. 37 da CF (por via de concurso pblico).

    O mesmo artigo deixa claro que a regra da estabilizao no se aplica aos cargos, empregos e funes de confiana e aos que a lei declare de livre nomeao e exonerao. No se aplica, tambm, aos professores de nvel superior, nos termos a serem dispostos em lei.

    Aproveitando a passagem, ressaltamos que a vitaliciedade diz respeito a cargos que apresentam maior garantia de permanncia a seus ocupantes. Aps a aquisio da vitaliciedade, somente por meio de processo judicial poder ocorrer a perda do cargo pelo vitalcio. Podem ser citados como exemplos de tais cargos: o dos Magistrados (art. 95, I, CF); o de membros do Ministrio Pblico (art. 128, 5, I, a, CF) e dos membros dos Tribunais de Contas (art. 73. 3, CF).

    A vitaliciedade possui vrias semelhanas, bem como diferenas, com relao estabilidade. Contudo, s atribuda a determinadas categorias de agentes pblicos em razo da especificidade das funes que lhes so acometidas, reconhecidas constitucionalmente.

    Do mesmo modo que a estabilidade, a vitaliciedade representa garantia de permanncia no servio pblico, diferindo, contudo, em relao ao processo de perda: a vitaliciedade, aps sua aquisio, poder ser perdida apenas em decorrncia de sentena judicial transitada em julgado; j a estabilidade poder ser perdida, alm de judicialmente, por meio de processo administrativo, no qual sejam assegurados o contraditrio e a ampla defesa ao servidor, alm das hipteses de exonerao tratadas j tratadas acima. Assim, de se reconhecer que a vitaliciedade, como instituto jurdico, de mais difcil perda do que a estabilidade.

    6 O SISTEMA REMUNERATRIO DOS SERVIDORES PBLICOS FEDERAIS

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    6.1 FIGURAS PECUNIRIAS BSICAS

    A princpio, necessrio se faz estabelecer alguns conceitos iniciais.

    Em primeiro lugar, ainda que no mencionado no dispositivo acima transcrito, necessrio dizer que vencimento a retribuio pecuniria recebida pelo servidor em razo do exerccio de cargo pblico, com valor fixado em lei (art. 40, Lei 8.112/90). Corresponde, portanto, parcela bsica devida ao servidor pelo exerccio do cargo.

    Vencimentos, assim, no plural, seria espcie de remunerao, e corresponde soma do vencimento e das vantagens pecunirias, constituindo a retribuio pecuniria devida ao servidor pelo exerccio do cargo pblico. Esta definio, dada pelo Prof. Hely Lopes, em muito se aproxima do que a Lei 8.112/90 estabelece como remunerao, em seu artigo 40: Remunerao o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei. Por estar contido na norma, ainda que possa sofrer extremadas crticas quanto impreciso do conceito, preferimos o conceito dado pela Lei 8.112/90. De toda forma, conforme a doutrina e a jurisprudncia dominante, pode-se concluir que vencimentos e remunerao so conceitos equivalentes. Percebem vencimentos, ou remunerao, os servidores estatutrios.

    BIZU: A REMUNERAO DO SERVIDOR NO PODE SER INFERIOR AO SALRIO MNIMO. O VENCIMENTO PODE. A questo simples quando se v a redao do art. 41 da Lei 8.112/1990:

    5o Nenhum servidor receber remunerao inferior ao salrio mnimo.

    A redao, diga-se, incorpora jurisprudncia assentada no STF. Durante muito tempo houve discusso se o vencimento ou a remunerao, afinal, o que no poderia ser inferior ao salrio mnimo.

    J subsdio a espcie remuneratria a ser paga em parcela nica obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo, bem como a outros agentes polticos (Membros da Magistratura, Ministrio Pblico e de Tribunais de Contas, Ministros de Estado, Secretrios Estaduais e Municipais). Tambm obrigatrio o regime de subsdio para alguns servidores pblicos integrantes de carreiras especficas, quais sejam: Advocacia Geral da Unio, Defensoria Pblica, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Procuradorias dos Estados e do DF, servidores da Polcia Federal, Polcia Rodoviria Federal, Polcias Civis, Polcias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. facultativo a adoo do regime de subsdio, ainda, para os servidores organizados em carreira, desde que assim disponha Lei Federal, Estadual, Distrital ou Municipal, conforme o caso.

    Salrio, no servio pblico, a retribuio pecuniria paga aos empregados pblicos, da Administrao Direta ou queles que ocupam emprego na Administrao Indireta, e a todos aqueles contratados sob a regncia da CLT.

    Ainda h duas outras figuras pecunirias que podem ser pagas a servidores, ou dependentes, conforme o caso: os proventos, que, tecnicamente, so a forma de se pagar o aposentado e as penses, pagas aos dependentes do servidor, em razo do falecimento deste. Mas com relao a estas duas ltimas figuras teremos outras informaes a

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    apresentar, quando chegarmos ao trecho do sistema previdencirio dos servidores.

    Alm das figuras acima, podem ser pagas aos servidores gratificaes, adicionais e indenizaes. As duas primeiras so incorporveis remunerao do servidor na forma da Lei. J as ltimas, as indenizaes, jamais se incorporam remunerao. Tendo em conta o objetivo do nosso curso, que ser o mais objetivo possvel, vamos falar das indenizaes, que tem mais chance de cair em prova.

    As indenizaes so devidas ao servidor em virtude de gastos em que este teve de incorrer em decorrncia de exigncias do trabalho. Nada mais do que uma restituio desses gastos. So indenizaes: ajuda de custo, dirias e auxlios transporte e moradia.

    a) Ajuda de custo:

    Destina-se a custear despesas do servidor que, no interesse do servio, passa a ter exerccio em nova sede, com carter permanente. Ou seja, o servidor pblico, removido de ofcio, tem direito a este adicional.

    Esta verba de carter indenizatrio tambm devida quele que, mesmo no sendo servidor da Unio, for nomeado para cargo em comisso, com mudana de domiclio. Exemplo: o sujeito mora no Rio de Janeiro, no servidor pblico, mas nomeado para um cargo em comisso em Braslia. Ter direito ajuda de custo.

    Na remoo de ofcio, correm por conta da administrao, ainda, as despesas de transporte do servidor, de sua famlia, bagagens e bens pessoais.

    O valor da ajuda de custo deve ser calculado com base no valor da remunerao, no podendo exceder o correspondente a trs meses desta. Destaque-se que o servidor ser obrigado a restituir o que recebera a ttulo de ajuda de custo caso, de maneira injustificada, no se apresente na nova sede em 30 dias.

    famlia do servidor que morrer na nova sede garantida ajuda de custo/transporte para volta localidade de origem no prazo de um ano contado da data de falecimento.

    Por fim, veda-se o duplo pagamento: ou seja, se os membros do casal so servidores e foram removidos, passando, ambos, a ter exerccio na mesma sede nova, a ajuda de custo ser devida apenas na proporo relacionada a um destes.

    b) Dirias:

    As dirias destinam-se a indenizar as despesas extraordinrias com alimentao, pousada e locomoo urbana e deve ser paga ao servidor que se afastar de seu local de lotao (sede) em carter eventual/transitrio (o deslocamento pode ser para localidades no Brasil ou exterior).

    Aqui cabe um aviso para os amigos que vem da iniciativa privada: normalmente, em empresas privada, quando o sujeito para fazer um trabalho para a empresa, recebe uma ponta, uma quantia, para fazer frente s despesas que surjam na viagem, na qual juntam um moooonte de comprovantes e quando retornam, prestam contas desse dinheiro. Se

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    sobrar dinheiro, devolve. Se faltar, depois recebe a diferena. No caso das dirias dos servidores, diferente. O sujeito recebe a diria, se sobrar, dele a sobra. Se faltar, tem que se virar...

    Bom, prossigamos.

    Se o deslocamento for exigncia do cargo, no sero devidas dirias. Tambm no sero devidas dirias se o deslocamento ocorrer dentro de uma mesma regio metropolitana (ou assemelhada) ou em reas de controle integrado, mantidas com pases limtrofes.

    A diria , evidentemente, devida por dia de afastamento, sendo paga pela metade quando o pernoite do servidor no for necessrio, ou quando a Unio custear, de outra modo, despesas que deveriam ser arcadas com dirias.

    No havendo deslocamento da sede, ou no caso de retorno antecipado, o servidor tem 5 dias de prazo para o recolhimento proporcional das dirias.

    Ah antes que algum pergunte: os valores das dirias pagas aos servidores do Tribunal so bem razoveis. D para fazer frente s despesas de viagem que surgem.

    c) Transporte:

    Conhecido como "auxlio transporte", devido ao servidor que utiliza meio de transporte prprio para a execuo de servios externos, em decorrncia das atribuies prprias do cargo. No deve ser confundido com a diria, cujo fundamento jurdico outro: o afastamento eventual e temporrio do servidor com relao ao local de sua lotao.

    Aqui no TCU volta e meia a gente recebe valores dessa indenizao. que a gente usa bastante nosso prprio veculo, o carro, para fazer auditorias. Desse modo, passa a ter direito a essa indenizao.

    d) Auxlio Moradia (arts. 60-A a 60-E e art. 158, todos da Lei 8.112/90):

    Esta a indenizao mais nova na 8.112/90.

    O auxlio moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um ms aps a comprovao da despesa pelo servidor

    Para concesso do presente adicional, devero ser atendidos os seguintes requisitos previstos no art. 60-B da Lei 8.112/90:

    I - no exista imvel funcional disponvel para uso pelo servidor;

    II - o cnjuge ou companheiro do servidor no ocupe imvel funcional;

    III - o servidor ou seu cnjuge ou companheiro no seja ou tenha sido proprietrio, promitente comprador, cessionrio ou promitente cessionrio de imvel no Municpio, onde for exercer o cargo, includa a

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    hiptese de lote edificado sem averbao de construo, nos doze meses que antecederem a sua nomeao;

    IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxlio-moradia;

    V - o servidor tenha se mudado do local de residncia para ocupar cargo em comisso ou funo de confiana do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores - DAS, nveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;

    VI - o Municpio no qual assuma o cargo em comisso ou funo de confiana no se enquadre nas hipteses do art. 58, 3o, em relao ao local de residncia ou domiclio do servidor;

    VII - o servidor no tenha sido domiciliado ou tenha residido no Municpio, nos ltimos doze meses, onde for exercer o cargo em comisso ou funo de confiana, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse perodo; e

    VIII - o deslocamento no tenha sido por fora de alterao de lotao ou nomeao para cargo efetivo.

    J o art. 60-C estabelece que o auxlio-moradia no ser concedido por prazo superior a oito anos dentro de cada perodo de doze anos, ainda que o servidor mude de cargo ou de Municpio de exerccio do cargo. Assim, a cada doze anos, independente do municpio de sua lotao, o servidor s faz jus ao auxlio-moradia por um perodo mximo de oito anos. Aps o transcurso do perodo citado (doze anos), o pagamento do auxlio moradia pode ser retomado, desde que cumpridos, reitere-se, os requisitos do art. 60-B, transposto acima.

    O valor do auxlio-moradia limitado a vinte e cinco por cento do valor do cargo em comisso ocupado pelo servidor e, em qualquer hiptese, no poder ser superior ao auxlio-moradia recebido por Ministro de Estado, sendo que, at 30 de junho de 2008, o valor ser de R$ 1.800,00.

    Por fim, no caso de caso de falecimento, exonerao, colocao de imvel funcional disposio do servidor ou aquisio de imvel, o auxlio-moradia continuar sendo pago por um ms.

    Essa parte de indenizaes meio decorebol mesmo. Mas o mais importante perceber que as indenizaes no se incorporam, JAMAIS, na remunerao do servidor, ok?

    6.2 FIXAO DA REMUNERAO DOS SERVIDORES E REVISO GERAL

    Tanto os vencimentos quanto os subsdios, para sua fixao e alterao, tero de ser objeto de lei (ordinria) especfica, que somente trate desse assunto. Tratando de remuneraes, deve ser respeitada a iniciativa privativa de cada poder, sendo que, para os cargos componentes da estrutura de cada Poder, caber:

    a) No caso do Executivo, a iniciativa dever ser do Presidente da Repblica;

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    b) Para os cargos da Cmara dos Deputados, a iniciativa privativa desta Casa. A regra tambm vale para o Senado Federal;

    c) No Judicirio, a competncia privativa de cada Tribunal (art. 96, II, b, CF/88).

    Evidencia-se que as regras acima valem para os cargos pblicos, ou seja, valem