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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CNJ PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, prezado aluno! Nesta aula 1, trataremos do emprego e da colocação de classes de palavras, assunto importante nas provas do Cespe. Portanto estude o assunto com muito empenho. Ao todo, são dez as classes de palavras. Umas variáveis e outras invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte teórica: Classe Gramatical Definição Substantivo É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares, instituições, animais, entes de natureza espiritual ou mitológica, etc.) Substantivo comum de dois números Tem a mesma forma para o singular e o plural: lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será estabelecida por meio de outro elemento linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus etc. Substantivo comum de dois gêneros Apresenta uma só forma para ambos os gêneros. Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de qualquer outro determinante. Exemplos: o/a colega, o/a agente, o/a lojista. Substantivo sobrecomum Possui uma só forma e um só gênero a fim de designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o monstro. Substantivo epiceno Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de designar animais de ambos os sexos. Usam-se as expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a

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Olá, prezado aluno!

Nesta aula 1, trataremos do emprego e da colocação de

classes de palavras, assunto importante nas provas do Cespe. Portanto

estude o assunto com muito empenho.

Ao todo, são dez as classes de palavras. Umas variáveis e outras

invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições

nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte

teórica:

Classe Gramatical Definição

Substantivo

É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,

instituições, animais, entes de natureza espiritual

ou mitológica, etc.)

Substantivo comum de

dois números

Tem a mesma forma para o singular e o plural:

lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será

estabelecida por meio de outro elemento

linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus

etc.

Substantivo comum de

dois gêneros

Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.

Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de

qualquer outro determinante. Exemplos: o/a

colega, o/a agente, o/a lojista.

Substantivo

sobrecomum

Possui uma só forma e um só gênero a fim de

designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a

pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o

monstro.

Substantivo epiceno

Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de

designar animais de ambos os sexos. Usam-se as

expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a

distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a

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cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou

fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.

Artigo

(definidos: o, a, os,

as; indefinidos: um,

uma, uns, umas)

É a palavra que se antepõe ao substantivo,

servindo basicamente para generalizar ou

particularizar o sentido desse substantivo. Em

alguns casos, o artigo é essencial na identificação

do gênero e do número do substantivo. Exemplos:

Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à

aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi

demitida. – O pires quebrou. / Os pires

quebraram.

Adjetivo

Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe

atribuir uma característica. Com ele concorda em

número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros

bons, árvore alta, tapete novo etc.

Adjetivo uniforme

Mantém a mesma forma tanto quando se refere a

substantivos masculinos quanto a femininos.

Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,

obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça

adorável.

Numeral

É a palavra que indica a quantidade ou a posição

dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem

(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo

(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze

avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo

(multiplicativos).

Advérbio

É a palavra invariável que se refere a um verbo, um

advérbio ou a um adjetivo, indicando uma

circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:

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Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal

“chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu

bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,

intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude

menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,

intensificando-lhe o sentido).

Interjeição

É a palavra invariável que exprime emoções ou que

procura agir sobre o interlocutor, levando-o a

adotar certo comportamento sem que se faça uso

de estruturas linguísticas mais elaboradas.

Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!

Preposição

É a palavra invariável que conecta (liga) palavras

ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do

céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu

para sair mais cedo.

Conjunção

É a palavra invariável que une orações ou termos

de uma oração. No desempenho desse papel, a

conjunção pode relacionar termos e orações

sintaticamente equivalentes (as chamadas orações

coordenadas) ou relacionar uma oração principal a

uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:

Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e

Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.

Verbo

É a palavra que designa um processo (ação, desejo,

estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe

gramatical mais rica em variação de formas. Pode

mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número

e voz. No dicionário, são encontrados no modo

infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser,

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amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do

verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) /

Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está

doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.

(mudança de estado) / Choveu forte.

(fenômeno)

Pronome

Palavra que substitui o nome (pronome

substantivo) ou que o acompanha (pronome

adjetivo) para tornar claro o seu significado.

Existem seis classes de pronomes:

Pessoal

Indica diretamente as pessoas do discurso (no

singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª

pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se

fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te,

se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim,

comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,

convosco. Também são pessoais os pronomes de

tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa

senhoria, vossa excelência, etc.

possessivo

Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a

posse de algo.: Meu, minha, meus, minhas,

nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,

tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua,

seus, suas.

demonstrativo

Indica a posição dos seres em relação às pessoas

do discurso, situando-os no tempo e no espaço.

1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.

2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.

3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas,

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aquilo.

relativo

É aquele que, em uma oração, se refere a um

termo constante em oração anterior, chamado

antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava

danificado. São pronomes relativos: que, quem,

quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual,

a qual, os quais, as quais.

indefinido

Refere-se à terceira pessoa do discurso num

sentido vago ou exprimido quantidade

indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre

alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e

número. São pronomes indefinidos: algum,

alguns, nenhum, nenhuns, qualquer,

quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc.

interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta

ou indireta: que, quem, qual, quanto.

Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe, Esaf e

FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a definição dessas

classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em que estão

inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que estabelecem com o

restante do período. Todavia, é a partir do conhecimento das definições que

reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe

gramatical.

• Emprego de substantivos

Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e diminutivo

indicam valor semântico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc.

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Às vezes, essas mesmas formas são empregadas para traduzir

valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona, paizinho

etc.

Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a

ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado

diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha

(calendário), película, portão, flautim, calção etc.

[...]

1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na

construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo

“militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora

como substantivo, ora como verbo.

Comentário – Como substantivo, o vocábulo “militar” significa integrante de

uma das Forças Armadas. Como verbo, significa seguir uma carreira, ou atuar

em um partido, uma organização etc. Portanto é possível entender que o

jornalista aproveitou a oportunidade para reclamar da intromissão das Forças

Armadas na liberdade de imprensa ou para, a exemplo do coronel, desabafar

sobre as dificuldades da sua própria atividade profissional.

Resposta – Item certo.

• Emprego de artigos

1) Ambos

Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,

caso este admita o seu uso.

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Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é

substantivo que admite artigo.)

Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite

artigo.)

Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento

que não admite artigo.)

2) Todos

Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento

posterior, caso este admita o seu uso.

Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.

Todas as leis devem ser cumpridas.

Todos vocês estão suspensos.

3) Todo

Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar

integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa para

indicar generalização.

Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro.)

Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os

países.)

ATENÇÃO! É muito comum surgirem em provas questões que abordam a

diferença entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é

perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a

informação original. Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo

exemplo como ponto de partida, a construção Todos os países (no plural

mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial.

4) Cujo

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Não se usa artigo após o pronome relativo cujo.

Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e

não: cujas as bolsas.)

5) Nomes de jornais, revistas, obras literárias

Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do

nome de jornais, revistas, obras literárias.

Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de

São Paulo) – não recomendado

Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado

[...]

[...]

2. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) A inserção

do artigo definido plural os imediatamente antes da palavra “policiais”

(L.6) não alteraria o sentido original do período.

Comentário – Sem o artigo, o substantivo é entendido em sentido genérico,

não especificado. Quais ou quantos “policiais”: todos, alguns, dois, três? Com o

artigo definido os, o substantivo “policiais” tem seu alcance semântico

delimitado. A referência agora é a todos os policiais da delegacia.

Resposta – Item errado.

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[...]

3. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese”

(L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido

genérico.

Comentário – Para resolver acertadamente esta questão, você precisa notar o

que vem antes desses substantivos. Em “à velhice”, tem-se a fusão da

preposição a com o artigo definido a. Os artigos definidos (o, os, a, as) são

antepostos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado.

Semelhantemente, é isso que também ocorre em “à tese”.

Resposta – Item errado.

• Emprego de adjetivos

Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O

primeiro é que também atingimos o grau superlativo (elevação ou redução da

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qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de outro

ser) com a repetição do adjetivo:

Ex.: O filme foi muito lindo.

O final do filme foi lindo, lindo.

O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade

atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau,

mais grande e mais pequeno.

Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar.

A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação.

Mas quando comparadas duas qualidades do mesmo ser,

usamos a forma analítica desses adjetivos.

Ex.: João é mais pequeno do que inteligente.

Seu comportamento é mais bom do que mau.

• Emprego de pronomes

1. Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais

a) Ele virou ela.

b) Quero falar com ele.

Sou útil a ele.

Vi-o na rua.

c) Eu contei a ti o que acontecera.

Você terá de viajar com nós dois.

Você terá de viajar conosco.

Serão empregados os do caso oblíquo nas

demais funções sintáticas (complemento

verbal, complemento nominal etc.)

Os pronomes oblíquos tônicos são

precedidos de preposição.

Usa-se com nós ou com vós

quando tais expressões vierem

acompanhadas de elementos de

realce, numeral, pronome ou

oração adjetiva.

Na função de sujeito e de predicativo, o pronome

pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto.

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CUIDADO! Não vá sem eu saber.

Todos saíram, exceto eu.

d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente.

Maria fez aniversário. Pedro a presenteou.

e) Mandei-o sair da sala.

Fiz-lhes ver que estavam errados.

2. Pronomes de tratamento

PRONOME DE

TRATAMENTO ABREVIATURA

USADO PARA SE

DIRIGIR A

Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal

Você V. tratamento informal

Vossa Alteza V. A. príncipes e duques

Vossa Eminência V. Emª cardeais

Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e

oficiais-generais

Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades

Como complementos

verbais, o(s), a(s)

desempenham função de

objeto direto; lhe(s), de

objeto indireto.

Mesmo diante de preposição, o

pronome pessoal do caso reto

será empregado quando for

sujeito de verbo, ainda que este

esteja elíptico.

LHE(S) só poderá ser sujeito de

verbo infinitivo transitivo direto.

Mandei-lhe sair da sala seria

uma construção errada, já que

“sair” tem regência intransitiva.

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Vossa Majestade V. M. reis e imperadores

Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral

Vossa Santidade V. S. papa

Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para

pessoas graduadas.

As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do

discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem todas as concordâncias

nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural,

conforme o caso.

• Particularidades

a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda

que por meio de correspondências)

Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa)

b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o

pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a concordar

com o gênero da pessoa – concordância ideológica)

c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)

Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo)

(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os

outros pronomes para a terceira pessoa)

3. Pronomes possessivos

Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de

algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída.

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Primeira pessoa Meu(s), minha(s),

nosso(s), nassa(s)

Segunda pessoa Teu(s), tua(s),

vosso(s), vossa(s)

Terceira pessoa Seu(s), sua(s)

4. Pronomes demonstrativos

Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,

situando-os no tempo e no espaço.

RONOMES TEMPO ESPAÇO

Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala

Esse (s), essa (s), isso Passado próximo Perto da pessoa com

quem se fala

Aquele (s), aquela (s),

aquilo

Passado longínquo Longe de quem fala e da

pessoa com quem se fala

Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito.

Este rapaz ao meu lado é meu amigo.

Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis.

O que é isso aí do teu lado?

Naquela época, a vida era melhor.

O que é aquilo atrás do carro?

• Casos Especiais

a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este:

empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão

textual conhecida como catafórica.).

Ex.: Eu trouxe meu caderno.

Tu trouxeste tuas canetas.

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Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse:

empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual

conhecida como anafórica)

b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão; aquele,

para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar elementos já

citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao primeiro.)

c) O que ele disse era verdade.

Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome

relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos)

[...]

16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções

acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:

há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como

19 um progresso: os povos civilizados não executam seus

condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um

corolário da incerteza ética de nossa cultura.

[...]

4. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18)

refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período

que o antecede.

Comentário – Este é um caso típico em que o pronome demonstrativo foi

usado como elemento de coesão anafórica. A tal “discrição” é a maneira como

as mencionadas execuções são feitas: “em lugares fechados, diante de poucas

testemunhas”.

Resposta – Item certo.

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5. Pronomes indefinidos

São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado. Alguns

podem flexionar-se em gênero e número.

• Casos Particulares

a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido.

Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.

b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor

positivo, exprime possibilidade.

Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem valor negativo, expressa

impossibilidade.

6. Pronomes relativos

a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei.

Eis o instrumento de que lhe falei.

O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir

coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais

sílabas e dispensa sem e sob

Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo

deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto

indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal.

Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”,

em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o

“que” não é pronome relativo.

b) A casa onde morei era muito antiga. (certo)

A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado)

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ONDE é usado restritivamente em referência a lugar.

A escola onde estudo foi fechada.

A escola aonde vais é muito longe.

A escola donde vens é muito longe.

ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente,

como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com

onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o

vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma

pergunta que exprime a ideia de lugar.

Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que

surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a

preposição “a”. Caso o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”,

usaremos “donde” (contração de de + onde).

Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não

permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que

exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua

Portuguesa não existe nonde, isto é, a contração de em + onde.

c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho.

O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades.

Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a

seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho?

d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar.

O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de

posse/dependeência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em

gênero e número com a “coisa” possuída.

Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por

outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a

correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE.

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NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso

anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este.

Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz.

O que acha dela? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o

emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO,

daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele.

e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo.

O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se

faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto,

se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA

DE DIZER “ARTIGO”.

f) Esqueci tudo quanto foi dito.

Podemos confiar em todos quantos estão presentes.

Podemos confiar em todas quantas estão presentes.

QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver

acompanhado de tudo (e variações).

g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo.

Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim.

QUANDO e COMO são pronomes relativos sempre que se referirem a um

termo antecedente (“a hora” e “a maneira”, nessa ordem). O primeiro tem

valor semântico de tempo; o segundo, de modo.

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[...]

[...]

5. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O elemento que

possui, em todas as suas ocorrências (L.7, 8, 13 e 14), a propriedade de

retomar palavras ou expressões que o antecedem no texto.

Comentário – Preste muita atenção no enunciado. O que o examinador

procura, na verdade, é um pronome relativo, pois é ele que retoma palavras

ou expressões antecedentes. Assim sendo, o item está errado. Vejamos:

– “mostra que há setores” (l. 7) => conjunção integrante,

pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto direto do verbo

mostrar.

– “como a construção civil, que tem uma” (l. 8) =>

pronome relativo, pois substitui a expressão “construção civil” na oração em

que aparece. Repare: a construção civil tem uma. Observação: a oração

introduzida por pronome relativo é chamada subordinada adjetiva.

– “que é um equívoco” (l 13) => outra conjunção

integrante, pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto

direto do verbo mostrar (l. 12).

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– “mostram que o mercado de trabalho já é bem” (l. 14) =>

outra vez temos uma conjunção integrante, que introduz oração

substantiva. O “que” introduz o objeto direto do verbo mostrar. Repare o

artifício: Os números mostram ISSO. O vocábulo ISSO se equivale à oração

(substantiva) “que o mercado de trabalho já é...”

Resposta – Item errado.

[...]

[...]

6. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) A supressão da preposição em “em

que” desrespeitaria as regras gramaticais, pois, por meio dela, se

indica que o pronome “que” retoma “subjetividade” .

Comentário – Não é verdade que o pronome relativo “que” retoma

“subjetividade”. Ele retoma o antecedente “êthos”. A oração adjetiva pode ser

reescrita assim: A sociabilidade assume um tom caracteristicamente

marcante na êthos.

Resposta – Item errado.

[...]

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7. (Cespe/FUB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Na linha 49, o

vocábulo “se” é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a

de marcar reciprocidade de ação.

Comentário – Não é verdade. No primeiro caso, o “se” é parte integrante do

verbo assemelhar-se (= ser semelhante a; parecer-se), como em queixar-se,

suicidar-se etc. No segundo, o pronome indica reciprocidade, ou seja, “Criador

e criatura” praticam e sofrem a ação um em relação ao outro.

Resposta – Item errado.

• Colocação dos Pronomes Oblíquos átonos

Antes de apresentar os casos de colocação pronominal – assunto

que não é muito explorado pelo Cespe –, cabe lembrar que próclise é a

ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que não o reconheceu.).

Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge após o verbo, temos um

caso de ênclise, que na escrita é marcada pela presença do hífen (Dá-me sua

ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no

futuro do pretérito, é o emprego do pronome no “meio” do verbo, entre a

forma infinitiva e a desinência modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.).

Casos de Próclise

a) Palavras de sentido

negativo

Nada me fará desistir.

Ninguém me fará desistir.

b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves.

Talvez se cumprimentassem.

c) Conjunções

subordinativas e pronomes

relativos

Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito.

O livro que me deste é muito interessante.

d) Conjunções

coordenativas alternativas

Ora se atribulava, ora se aquietava.

Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu.

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e) Pronomes e advérbios

interrogativos

Quem lhe contou a verdade?

Por que te afliges tanto?

f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado.

Alguém te contou a verdade?

g) Frases exclamativas e

optativas

Como te atreves!

Deus o abençoe, meu filho!

h) Preposição em +

verbo no gerúndio

Em se tratando desse assunto, nada mudará.

Casos de Mesóclise

a) Verbo no futuro do

presente ou do pretérito,

sem palavra atrativa

Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida

inteira.)

Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.)

Casos de Ênclise

a) Antes de tentar decorar

qualquer outra regra, é

fundamental saber que a

tendência da língua

portuguesa recai sobre

o uso da ênclise.

Portanto, se não ocorrer

qualquer um dos casos

mencionados

anteriormente, usaremos a

ênclise.

Levante-se e lute.

Tratando-se desse assunto, nada mudará.

Vendê-lo era o que mais importava.

Aqui, fazem-se chaves.

Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento:

1 – O particípio não admite ênclise.

Dada-me a resposta, calei-me. (errado)

Dada a mim a resposta, calei-me. (certo)

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2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise.

Direi-te a verdade. (errado)

Dir-te-ei a verdade (certo)

3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono.

Ambos se casarão amanhã.

4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de

preposição ou palavra negativa.

Estou aqui para te servir (ou servir-te).

Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo).

5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será

possível se o pronome for o ou a.

Estamos a contemplá-la.

Se soubesse, não continuaria a lê-lo.

Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe).

Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a

existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a

uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal).

a) Verbo auxiliar + infinitivo

Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar)

Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal)

Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra

atrativa impede a ênclise)

Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio

“não” é insuficiente para impedi-la)

b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo

Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal)

Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal)

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c) Verbo auxiliar + gerúndio

Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar)

Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal)

Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra

atrativa, que impede a ênclise)

Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio

perde sua força atrativa)

d) Verbo auxiliar + particípio

Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise

do verbo principal por estar ele no particípio)

Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do

advérbio de negação)

Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do

que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar

“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como

atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos.

a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa)

b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós)

c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge

Amado)

• Advérbios

Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,

acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.

Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica

quando a ação verbal se realizou)

Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,

intensificando o modo indicado pelo advérbio)

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Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,

adicionando-lhe valor semântico intensificador)

Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração

inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou

escreve sobre o conteúdo da oração.

Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.

As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.

Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a

adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o

grau comparativo de superioridade.

Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.

Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.

Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam a

ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.

Ex.: Chegaram agorinha.

Terminei a prova rapidinho.

Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em

mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em todos

eles.

Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.

Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os

ensinamentos.

ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com advérbios.

Nesse caso, ficam invariáveis.

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Ex.: Não falem alto!

As aulas de português não custam caro.

• Preposições

Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de

subordinação do consequente ao antecedente.

Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu

vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à

mesma oração)

O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a

preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a

oração completiva nominal “fracassar”.

Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.

Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.

Ex.: Estou com você. (associação, a favor)

Estou contra você. (posição contrária)

Pus sob a mesa. (posição inferior)

Pus sobre a mesa (posição superior)

Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)

Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)

Veio de casa. (origem)

1 A tecnologia passou a dominar não apenas o

comércio, as cidades, a vida cotidiana e a intimidade do

homem, mas foi além: transformou-se na linguagem do mundo

4 contemporâneo, nossa mediação universal. Como sistema

universal, a História — da mesma maneira que as ciências, as

artes e a política — é vista da mesma perspectiva, isto é, por

7 meio de um conjunto de regras de conhecimentos, geralmente

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quantificados, que valem de forma diferenciada para todas as

dimensões do real.

10 É impossível despojar o mundo das suas

ambiguidades, paradoxos e enigmas, e dominá-lo plenamente

por meio da racionalidade técnica e de forma sistemática. Em

13 vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio dos

acontecimentos, o homem moderno tem a pretensão de

dominá-lo pela técnica. Mas ele não se dá conta de que essa

16 pretensão é o que o transforma no escravo moderno: dominado

por causas exteriores, o homem perde a prudência e age como

qualquer ser passional, isto é, tudo o que ele faz só faz porque

19 é levado pelos acontecimentos.

Russell A. Mittermeyer. Um planeta febril. In: Istoé, 23/12/2009, p. 117 (com adaptações).

8. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Considerando o uso das estruturas

linguísticas no texto, assinale a opção correta.

(A) A expressão “da mesma maneira” (l.5) estabelece uma comparação entre

o “sistema universal” (l.4-5) e o “conjunto de regras de conhecimentos”

(l.7).

(B) A expressão “por meio de” (l.6-7) e o vocábulo “pela” (l.15) atribuem a

ideia de instrumento, respectivamente, a “um conjunto de regras” (l.7) e

a “técnica” (l.15).

(C) Os pronomes em “dominá-lo” (l.11) e em “o transforma” (l.16) referem-se

a “mundo”, respectivamente, nas linhas 10 e 13.

(D) Na linha 12, a repetição da preposição de, que precede “racionalidade

técnica” e “forma sistemática”, indica que se trata de dois complementos

para a expressão “por meio”.

(E) A preposição de, em “dos acontecimentos” (l.13-14), corresponde à

preposição a e por ela pode ser substituída, sem prejudicar a correção e a

coerência do texto.

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Comentários – Alternativa A: Muito cuidado, pois apenas uma parte do que

foi dito está correta. Embora a locução conjuntiva “da mesma maneira que”

estabeleça uma comparação, esta ocorre entre “a História” e “as ciências, as

artes e a política”.

Alternativa B: aqui não há problemas. A locução prepositiva

“por meio de” confere ao termo “um conjunto de regras” circunstância de

instrumento, o qual é utilizado para que “a História” seja vista “da mesma

maneira que as ciências, as artes e a política”. Semelhantemente, a contração

da preposição per com o artigo a (= “pela”) provoca o mesmo efeito no termo

“técnica” – é por meio dela que o “homem moderno tem a pretensão de”

dominar o mundo.

Alternativa C: este item trata da função referencial dos

pronomes, aspecto que as bancas gostam de explorar. O exercício não é difícil,

mas requer atenção do candidato quanto à leitura do texto. Em “dominá-lo”, o

pronome realmente se refere ao termo “mundo”. O problema surge agora: em

“o transforma”, o pronome oblíquo se refere a “homem moderno” (l. 14).

Alternativa D: em “da racionalidade técnica”, a preposição

(que se contraiu com o artigo “a”) indica exatamente o que o examinador

afirmou. Já em “de forma sistemática”, a preposição integra locução adverbial

com valor semântico de modo/maneira (de dominar o mundo plenamente).

Portanto a relação é estabelecida com o verbo dominar.

Alternativa E: eu sugiro a reescritura da passagem como

propões a banca, pois facilita a análise.

“Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio aos

acontecimentos...”

É notória a falta de coesão entre os elementos textuais, a qual

consequentemente prejudica a coerência argumentativa. Experimente manter

a presente alteração e trocar o conectivo “no” por em:

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“Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver em meio aos

acontecimentos...”

Ficou melhor assim? Como isso não foi proposto, o item

também está errado.

Resposta – B

1 Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus

produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa

forma, contribuem para o crescimento econômico do país.

4 Consequentemente, a competitividade é erigida em valor

supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza

imanente à espécie humana. Omite-se, propositadamente,

7 que o mais longo período da história da vida humana foi

orientado pela cooperação e solidariedade, valores

fundamentais para a sobrevivência da espécie. A ideologia

10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de

mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de

capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por

13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,

coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior

produtividade quando seus resultados forem distribuídos

16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser

atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a

redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de

19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema

produtivo. Deixemos bem claro: não se discute aqui a

necessidade de tecnologia nas sociedades contemporâneas,

22 mas a condição de que esta seja ambientalmente segura,

socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável.

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Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)

9. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) A coerência e a correção

gramatical do texto seriam mantidas ao se substituir

(A) “erigida em valor supremo” (l.4-5) por erigida valor supremo.

(B) “fundamentais para a sobrevivência” (l.9) por fundamentais a

sobrevivência.

(C) “atingido mediante a elevação” (l.17) por atingido pela elevação.

(D) “condição de que esta seja” (l.22) por condição que esta seja.

Comentário – Alternativa A: a ausência da preposição constitui erro

gramatical e prejudica a coerência do texto. A locução verbal “é erigida” (= é

erguida, é construída) tem seu sentido modificado pela circunstância expressa

pela locução adverbial “em valor supremo”. Uma locução adverbial é composta

por preposição + substantivo (Eu caminho à noite.), adjetivo (Fiz o trabalho de

novo.) ou advérbio (Eu vim de lá.). A preposição serve para conectar o termo

anterior e o posterior; sem ela, a locução perde sua característica.

Alternativa B: a coerência estaria preservada, mas a correção

gramatical não. A troca da preposição “para” por a faz surgir a crase (fusão da

preposição com o artigo “a”), que deve ser indicada por meio do acento grave:

à.

Alternativa C: são equivalentes a locução prepositiva por

meio de, a preposição acidental “mediante” e o vocábulo pela (contração da

preposição per com o artigo a), todos denotam circunstância de instrumento.

A preposição mediante não se aglutina com artigo,

diferentemente da preposição per. Por isso a forma é "mediante a elevação...,

[mediante] a redução... [mediante] o aumento de investimentos...". Não há

necessidade de repetir a preposição.

Vamos trocar "mediante" por per, que se aglutina com

artigo: "pela elevação..., a redução... o aumento de investimentos...". Assim

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como não houve necessidade de repetir a preposição "mediante", não há a

obrigatoriedade de repetir o vocábulo per.

Alternativa D: o caso aqui é semelhante ao da alternativa A.

a preposição “de” conecta o substantivo “condição” ao seu complemento: “de

que esta seja”. A ausência dela prejudica a correção gramatical e afeta o

sentido original do texto. Note ainda que o vocábulo “que” é, primeiramente,

conjunção integrante; depois, passa a ser pronome relativo.

Resposta – C

[...] O fato é que essa ininterrupta e

incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes

10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu

insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem

13 depara-se com seus limites. [...]

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).

Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).

10. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A repetição da preposição a

em “ao tentar” (l.11) é fundamental para mostrar que a oração aí iniciada

está em paralelo com a oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10); e que

não se trata de mais um termo da enumeração de verbos que

complementam “afã de” (l.11).

Comentário – Antes da oração reduzida “ao tentar realizar” há uma

enumeração de orações (“de descobrir, criar, conquistar”) coordenadas entre si

e ligadas ao substantivo “afã” por meio da preposição “de”. A preposição “a”

introduz oração que indica quando o homem se depara com seus limites.

Resposta – Item certo.

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1 A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores

envolvidos com a temática da saúde maiores esforços para

compreender as mudanças recentes, pois o modo de as pessoas

4 fazerem uso de suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas

para produzir foi transformado. [...]

Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho.

In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.º 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações).

11. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A organização das ideias no

texto mostra que “realidade atual” (l.1) constitui a circunstância de tempo

em que a “temática da saúde” (l.2) está sendo considerada; por isso,

mantêm-se as relações entre os argumentos e a correção gramatical ao se

iniciar o texto com Na realidade atual.

Comentário – Cuidado! “A realidade atual” (termo personificado, usado em

sentido figurado), é o agente do processo verbal; sintaticamente, é o sujeito

dele – por isso não deve ser aglutinado à preposição em como se fosse um

adjunto adverbial.

Resposta – Item errado.

12. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 2, em razão da

acepção de “envolvidos” usada no texto, é possível substituir “com a” por

na, sem prejudicar sua correção gramatical, nem tornar incoerente a

relação entre as ideias apresentadas.

Comentário – o significado do vocábulo é o seguinte: que se envolveram ou

deixaram envolver; implicados; comprometidos: Envolvidos em uma

conspiração, os acusados precisam de um bom álibi para escapar da prisão.

Resposta – Item certo.

13. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A preposição em “para

compreender” (l.2-3) e “para produzir” (l.5) expressa o sentido de

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finalidade: a finalidade dos “esforços” (l.2) e das “capacidades” (l.4),

respectivamente.

Comentário – No texto, a preposição “para” também exprime finalidade.

Resposta – Item certo.

14. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No trecho "estão

convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou

históricas" (L.8-10), a omissão da preposição "de" prejudicaria a correção

gramatical do período.

Comentário – Sim, pois ela promove o vínculo entre o adjetivo “convencidos”

e a oração completiva nominal subsequente. A retirada dela afetaria a coesão

do período e as regras de regência nominal.

Resposta – Item certo.

[...]

[...]

15. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) A substituição da

locução “a fim de” (L.16) por para manteria a correção gramatical e o

sentido original do texto.

Comentário – Sim, são equivalentes quanto ao sentido a locução prepositiva

“a fim de” e a preposição para, ambas exprimem circunstância de finalidade.

Também não se verifica incorreção gramatical na substituição: ...ir agachar-se

sob o túmulo para escapar dos golpes do destino...

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33

Resposta – Item certo.

[...]

16. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”,

em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz

expressão que exprime finalidade.

Comentário – Apesar de alguns protestos por parte de alguns estudantes, não

vejo problemas em considerar certo este item. Na linha 3, a preposição “para”

introduz uma finalidade da biblioteca de Alexandria: servir de epígrafe para a

discussão sobre a materialidade da comunicação. Na linha 23, a mesma

preposição introduz a finalidade da procura por uma biblioteca estruturada:

colecionar livros.

Resposta – Item certo.

• Conjunções

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Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse

papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente

equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração

principal a uma oração que lhe é subordinada.

Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma

oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções,

um vínculo de coordenação.

Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm

entre si uma relação de equivalência sintática)

Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao

cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de

coordenação)

É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece

uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que

estudemos”)

Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de

conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais

importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus

contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo

(coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas;

subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa, concessiva,

condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal).

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

aditivas e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem

como

adversativas e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao

passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não

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obstante, apesar disso, em todo caso)

alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer

conclusivas logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por

isso

explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

integrantes (introduzem orações

subordinadas que funcionam como

substantivos: subjetiva, predicativa,

objetiva direta, objetiva indireta,

completiva nominal, apositiva)

que, se

adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias)

causais

que, porque, pois, como, porquanto, visto que, visto

como, já que, uma vez que, desde que, na medida em

que, se

comparativas

como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão

ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou

do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do

mesmo modo que), o mesmo que (= como)

concessivas

embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda

quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por

muito que, por menos que, se bem que, em que (pese),

nem que, dado que, sem que (= embora não)

condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=

se não), a não ser que, a menos que, dado que.

conformativas como, conforme, segundo, consoante

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consecutivas

que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,

tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de

modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que

(não)

finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que

proporcionais

à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto

mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos),

quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),

(tanto)... quanto

temporais

Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre

que, assim que, desde que, antes que, depois que, até

que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que

17. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 –

adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens

abaixo.

I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o

seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.

II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos

trechos, semelhantes relações de sentido.

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III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de

tempo.

Comentário – Item I: errado. O verbo desculpar corretamente flexionado na

segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo. Quanto ao número e à

pessoa, a referência é o pronome TU, representante da pessoa com quem o

enunciador fala. Quanto ao tempo e modo verbal, o subjuntivo traduz a ideia

de possibilidade presente nas palavras do poema.

Item II: errado. A conjunção “Porque” apresenta o motivo pelo

qual o autor escreve a carta; a conjunção “Porém”, como conjunção

adversativa que é, introduz ideia de ressalva, contraste.

Item III: errado. “Talvez” exprime circunstância de dúvida;

“até” denota ideia de inclusão.

Resposta – Itens errados.

[...] A ideologia

10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de

mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de

capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por

13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,

coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior

produtividade quando seus resultados forem distribuídos

16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser

atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a

redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de

19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema

produtivo. [...]

Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet:

<www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)

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18. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo,

relativos ao emprego das estruturas linguísticas do texto.

(A) Na linha 10, preserva-se a coerência textual ao se inserir da antes de

“produtividade”; mas, para se preservar a correção gramatical, será

necessário mudar “faz” para fazem.

(B) Para a coerência dos argumentos no texto, é indiferente o uso de

“quando” (l.15) ou de se, em seu lugar, pois o período sintático preserva

a ideia de condição.

(C) Seriam mantidas as relações entre os argumentos se, em lugar de “ou”

(l.18), antes do último termo da enumeração, fosse usado e; mas a

desvantagem seria a repetição do mesmo conectivo.

Comentário – Alternativa A: as locuções adjetivas “da competição” e “[da]

produtividade” estão subordinadas ao substantivo “ideologia” por meio da

mesma preposição: “de” (que se contraiu com o artigo “a” = “da”). Por isso a

repetição dela é desnecessária. Ainda que se queira empregá-la novamente, o

núcleo do sintagma permanece “ideologia” (terceira pessoa do singular), o que

obriga o verbo também a permanecer flexionado no mesmo número e na

mesma pessoa.

Alternativa B: frequentemente, classificamos a conjunção

quando como subordinativa adverbial temporal. Antes, porém, é preciso

analisar o seu real valor semântico no período em que ocorre. É o caso, por

exemplo, da passagem aludida pelo examinador. Nela, o valor semântico do

conectivo assemelha-se ao da conjunção condicional “se”. Por isso o uso de um

ou de outro é indiferente.

Alternativa C: a conjunção alternativa “ou” serviu para nos

comunicar que a concretização de um dos fatores (elevação proporcional dos

salários; redução dos preços de bens e serviços e aumento de investimentos

dos lucros gerados) é suficiente para elevar o nível de bem-estar coletivo. Já a

conjunção aditiva e muda esse entendimento e passa a indicar que deve haver

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o somatório desses fatores (eles devem ocorrer solidariamente) para que o

objetivo seja atingido.

Resposta – Itens errado, certo e errado.

[...] Pesquisas científicas

recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e

7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo

menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um

ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e

10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que

aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma

probabilidade muito maior de estar bem situadas

13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física

e emocional com seus amigos e familiares. [...]

Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por causa das duas

ocorrências do pronome “que” (l.7-8) no mesmo período sintático, não é

recomendada a substituição de “no qual” (l.9) por que, apesar de a

coerência e a correção do texto serem mantidas.

Comentário – O “que” (l. 7-8) é conjunção integrante. Note que ele introduz

orações que funcionam como objeto direto dos verbos mostrar e admitir.

Isso nada tem a ver com a substituição proposta pelo examinador, que focaliza

pronome relativo. A razão do problema causado pela troca é outra.

O conjunto “no qual” (l. 9) é composto pela preposição em e

pelo pronome relativo o qual. A preposição é obrigatória porque introduz o

advérbio de lugar “um ponto em sua carreira”, expresso na oração anterior e

representado pelo pronome no segmento subsequente: não consegue mais

progredir em um ponto em sua carreira (= “no qual”). Substituir “no qual” por

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“que”, sem a presença da preposição “em”, prejudica a correção gramatical.

Além disso, a coerência textual também sofre, observe:

“...chegou a um ponto em sua carreira que não consegue

mais progredir...”

Percebeu que agora é a “carreira” que não progride mais?

Essa mudança brusca de sentido afeta a coerência.

Resposta – Item errado.

[...]

[...]

[...]

20. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato

desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento

“que” recebe a mesma classificação morfossintática.

Comentário – Na linha 7, o vocábulo classifica-se como pronome relativo,

substitui o antecedente “mulheres” e introduz oração subordinada adjetiva

restritiva.

Na linha 22, o “que” é conjunção integrante, introduz oração

subordinada substantiva objetiva direta.

Resposta – Item errado.

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[...]

[...]

21. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a

coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa

uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas

não como se caso alguém se execute.

Comentário – Além de expressar uma hipótese por causa da conjunção

subordinativa “se”, a estrutura original transmite noção de passividade do

termo “alguém”: ele sofre a ação de ser executado.

A primeira proposta de substituição preserva tanto a correção

gramatical quanto a coerência do texto. A conjunção se foi substituída pela

também conjunção condicional caso. É digna de nota a flexão do verbo

executar, obrigatoriamente conjugado no subjuntivo (execute) por causa da

conjunção caso.

Mas a segunda proposta apresenta problemas. Com respeito

à correção gramatical, a justaposição das conjunções condicionais se caso fere

a normatividade da língua. Parece que o examinador quis confundir os

candidatos aproximando tal construção de outra bem semelhante: se acaso.

Nesta estrutura, não temos duas conjunções condicionais, mas uma conjunção

e um advérbio (= eventualmente). Em relação à coerência textual, segunda

proposta transmite noção reflexiva. Alguém executa a si mesmo? Pratica e

sofre a ação ao mesmo tempo? Não, não é essa a ideia original.

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Resposta – Item certo.

[...]

[...]

22. (Cespe/PCCE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de

consequência no trecho em que ocorre.

Comentário – A conjunção “pois” introduz uma explicação ou justificativa

para o progresso do cientista político Phillippe Schmitter. Eis alguns conectivos

que transmitem a ideia de consequência alegada pelo examinador: que

(precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes

subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira

que.

Resposta – Item errado.

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23. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao

se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que,

porquanto, visto que ou porque.

Comentário – Perceba que existe uma relação de causa e efeito entre as

orações ligadas por meio da conjunção “pois”, a qual introduz a oração

subordinada causal. Releia, portanto, o quadro das conjunções subordinativas

adverbiais causais para confirmar que todas as conjunções apresentadas pelo

examinador podem expressar noção de causa.

Resposta – Item certo.

• Verbos

a) FLEXÕES VERBAIS

Voz

1. ATIVA � indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.

Ex.: Cabral descobriu o Brasil.

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2. PASSIVA � indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.

Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o

SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o

OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.

2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for

INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.

Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado.

As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz

passiva sem agente da passiva.

3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e

pronominal ou sintética.

Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal

no particípio = analítica.

Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO +

pronome SE = sintética.

Agora considere o seguinte trecho: “[...] Pacientes afetados pela

síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’

[...]”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASIVA

Sujeito

Pacientes

afetados pela

síndrome

Agente da

passiva

pelos pacientes

afetados pela

síndrome

Verbo

transitivo

direto

ultrapassaram (o

que?)

Locução verbal

(voz passiva

analítica)

foi ultrapassada

Objeto direto

a fronteira da

adaptabilidade às

demandas

Sujeito

paciente

A fronteira da

adaptabilidade às

demandas

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Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:

a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =

sujeito indeterminado

b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =

sujeito indeterminado

c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO +

SE = sujeito indeterminado

d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO

DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado

3. REFLEXIVA � indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo

sujeito ao mesmo tempo.

Ex.: Não me considero tão importante.

Reservamo-nos o direito de ficar calado.

Ele se deu um presente.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo

vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e

representa a mesma pessoa do sujeito.

2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando,

conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo,

etc.

Ex.: Feri-me a mim mesmo.

Julgai-vos a vós mesmos.

3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.

Ex.: Os amigos se cumprimentaram.

Amavam-se um ao outro.

1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem

ao longo da história tem sido seu constante anseio de

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buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos,

4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o

conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos

dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,

7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças

impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e

incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes

10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu

insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem

13 depara-se com seus limites. [...]

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).

Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).

24. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Seriam preservadas a

correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua

argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma

verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter

contínuo e constante dos aspectos mencionados.

Comentário – Vamos reescrever a passagem utilizando a forma verbal

sugerida: “Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da

história é seu constante anseio...”. Pronto, ficou claro que realmente não

existe problema. Usado no presente, o verbo ser indica um fato atual,

simultâneo ao ato da fala. Mas o pretérito perfeito composto, de fato, imprime

à passagem um aspecto durativo, contínuo, não limitado no tempo. Vamos

“ouvir” o que Cegalla tem a nos dizer: “O pretérito perfeito composto traduz

um fato passado repetido, ou que se prolonga até o presente:

Tenho-lhe dado sempre bons conselhos.”

Resposta – Item certo.

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1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção

à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração

dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os

4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados

pelo exercício do trabalho. [...]

Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios

éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).

25. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Para se realçar “mecanismos

de monitoração” (l.2), em vez de “regime trabalhista” (l.1), poderia ser

usada a voz passiva, escrevendo-se são instituídos em vez de “institui”

(l.2), sem que a coerência entre os argumentos e a correção gramatical

do texto fossem prejudicadas.

Comentário – Faça a troca exatamente como sugere o examinador e constate

o quanto é descabida a proposição: “O regime trabalhista [...] são instituídos

mecanismos de monitoração dos indivíduos...”. Notou a falta de concordância

entre sujeito e verbo? Notou que não há agente da passiva corretamente

indicado pelo vocábulo pelo (contração da preposição per com o artigo o). A

alteração adequada deveria ser assim: “Mecanismos de monitoração dos

indivíduos são instituídos pelo regime trabalhista...”.

Resposta – Item errado.

[...]

10 A declaração não previu que o desenvolvimento

capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de

capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e

13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente

nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,

[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

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Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

26. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração

não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:

Na declaração, não se previu.

Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio

acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A

declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial

(antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo

bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso.

Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela

combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu,

nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a

nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito

oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse...

Resposta – Item certo.

[...]

que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é

admissível que grupos privados transnacionais — não mais do

19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo

industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas

comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do

22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando

restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.

[...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

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27. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do

texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse

substituído por Não se admitem.

Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda

na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados

transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação

proposta, o sujeito continua o mesmo, embora o verbo admitir se flexione na

voz passiva sintética. Portanto não há razão para que o verbo admitir se

flexione na terceira pessoa do plural.

Resposta – Item errado.

1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos

domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos

homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro

[...]

Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica.

Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações).

28. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição

gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em

vez de “enfatizou-se”.

Comentário – Sim. O sujeito continuaria sendo a expressão “a busca de

explicações sobre as origens”; o verbo continuaria na voz passiva (apenas

passaria de passiva sintética para passiva analítica). O gênero feminino do

vocábulo enfatizada justifica-se pela concordância do particípio com o

substantivo “busca”.

Resposta – Item certo.

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Número e Pessoa

1ª 2ª 3ª

singular eu tu ele/ela

plural nós vós eles/elas

[...]

29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e

Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26)

justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação

genérica.

Comentário – O verbo “importava” está na terceira pessoa do singular porque

concorda com o sujeito oracional “descobrir e estudar” (l. 27). Basta fazer a

boa e velha pergunta ao verbo: “O que importava?” A resposta é o sujeito:

“Descobrir e estudar”. Entenda assim, para melhor compreensão: descobrir e

estudar importava. Como se percebe, o sujeito está bem determinado na

passagem. Na aula sobre concordância verbal, veremos que o verbo se

flexiona na terceira pessoa do singular quando o sujeito, mesmo sendo

composto, é oracional (apresenta verbo em sua estrutura).

Resposta – Item errado.

Modo e Tempo

Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar.

Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentre de determinado momento

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51

(durante o ato da comunicação, antes ou depois dele). Mais à frente falarei

melhor sobre o emprego dos tempos e modos.

MODOS TEMPOS SIMPLES

indicativo

presente (tenho)

pretérito

perfeito (tive)

imperfeito (tinha)

mais-que-perf. (tivera)

futuro do presente (terei)

do pretérito (teria)

subjuntivo

presente (tenha)

pretérito imperfeito (tivesse)

futuro (tiver)

imperativo afirmativo (tem tu)

negativo (não tenhas tu)

MODOS TEMPOS COMPOSTOS

Indicativo

pretérito Perfeito (tenho/hei cantado)

mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)

futuro do presente (terei/haverei cantado)

do pretérito (teria/haveria cantado)

Subjuntivo

pretérito Perfeito (tenha/haja cantado)

mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)

futuro (tiver/houver cantado)

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ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos

compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou

haver, seguidos do particípio do verbo principal.

Ex.: Temos estudado muito.

Tinha posto a televisão na sala.

Havíamos chegado tarde.

2. Note que não há tempos compostos relativos ao

presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar,

respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito

composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo.

3. O tempo composto da voz passiva é formado com o

emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio

do verbo principal.

Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.

O casal havia sido visto no restaurante.

b) EMPREGO DOS MODOS VERBAIS

– Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou

passadas) ou futuras que consideramos de ocorrência certa.

– Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes,

pretéritos ou futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.

– Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que

desejamos.

Atenção! Quanto às formas nominais do verbo, o infinitivo indica a ação

verbal em si mesma; o gerúndio indica a ação em processo; o particípio

indica uma ação em curso ou um adjunto de um substantivo.

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c) EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais

como:

1. fato que se realiza no momento do discurso.

Ex.: A turma toda estuda agora.

2. fato permanente

Ex.: O sol aquece a Terra.

3. fato habitual.

Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina

intensamente.

4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar

a descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.

Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o

caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João

14:6).

5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá

brevemente, substituindo o futuro do presente.

Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.

Presidente americano chega amanhã ao Brasil.

ATENÇÃO! Esses dois últmos casos têm surgido com frequência em provas.

Mais à frente, resolveremos uma qustão semelhante. Recomendo bastante

atenção a eles.

O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi

perfeitamente concluído.

Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.

linguagem jornalística

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Também é recorrente em provas a discussão sobre os aspectos

indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores

semânticos desse tempo verbal:

1. indica fato que ocorria habitualmente.

Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.

2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua

uma afirmação ou um pedido.

Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.

3. indica simultaneidade entre dois fatos passados.

Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi

publicado.

4. denota uma consequência de um fato hipotético; substitui,

nesses casos, o futuro do pretérito.

Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato

passado e anterior a outro também passado.

Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão já

se fechara.

Pode também surgir em frases optativas:

Ex.: Quem me dera casar com ela...

O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um

fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:

Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.

“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)

Entre os valores semânticos do futuro do pretérito do

indicativo, destaco:

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1. o que indica ação futura expressa no passado.

Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em

casa.

2. aquele que indica um fato cuja realização depende de uma

condição que não se concretizou no passado e que,

provavelmente, não se realizará.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou

no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas

modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese

que poderá ocorrer, ou não.

Caso estudemos mais, obteremos a classificação.

Se estudarmos mais, obteremos a classificação.

Em relação ao subjuntivo, note que ele pode indicar hipótese,

condição, vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente, no pretérito

ou no futuro.

Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do

subjuntivo)

Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito

do subjuntivo)

Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo)

Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do

subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

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d) CORRELAÇÃO VERBAL

Preciso falar com você sobre correlação verbal – coerência que,

em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais

utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos,

que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica.

Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. Veja este

exemplo:

Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.

O verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade,

eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de

maneira a garantir que o período tenha lógica?

Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia),

um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada

(que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e

que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está coerente, já

que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de

uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.

Veja o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:

Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.

Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está

conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre

outras ideias, fatos certos ou prováveis. Nesse caso, não podemos dizer que

jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a

uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do

subjuntivo) de dormir.

A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são

concordantes:

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1. presente do indicativo + presente do subjuntivo:

Exijo que você faça o dever.

2. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

Exigi que ele fizesse o dever.

3. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:

Espero que ele tenha feito o dever.

4. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do

subjuntivo:

Queria que ele tivesse feito o dever.

5. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.

6. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:

Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.

7. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito

composto do indicativo:

Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.

8. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Quando você fizer o dever, dormirei.

9. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:

Quando você fizer o dever, já terei dormido.

1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso

da técnica, com transformações profundas das noções de espaço

e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse

4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no

homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento

de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. Nada

7 vemos de semelhante ao que aconteceu, no plano das ideias, em

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outro momento de grandes transformações da técnica e também

de grandes descobertas — o século XVI —, com o

10 renascimento de um mundo esquecido e das doutrinas dos

velhos filósofos da Grécia e do Oriente, e, com elas, a crítica e

a dissolução de antigas crenças que davam ao homem

13 “a certeza do saber e a segurança da ação”. Na época dos

descobrimentos, dos Renascimentos, das incertezas, o espaço

tornou-se uma pluralidade de espaços; o tempo, uma

16 pluralidade de tempos. Hoje, quando predominam as

estatísticas como definidoras e reguladoras da vida social e

política, as verdades matemáticas são inquestionáveis, até

19 mesmo nos sonhos. Espaço e tempo tornam-se unidades

sistematizadas. Portanto, esta concepção engendra e é, ao

mesmo tempo, engendrada pela ideia de sistema, que é a plena

22 realização da racionalidade contemporânea.

Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto

Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia

das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

30. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo a

respeito das alterações propostas para as estruturas linguísticas do texto.

(A) A preposição na expressão “com o renascimento” (l.9-10) introduz uma

ideia de causa para as “grandes transformações” (l.8); por isso, a

reescrita como devido o renascimento preservaria a coerência e a

correção gramatical do texto.

(B) Em “o espaço tornou-se uma pluralidade de espaços” (l.14-15), o

deslocamento do pronome para antes da forma verbal violaria as regras

gramaticais.

(C) No desenvolvimento do texto, a retirada da conjunção “quando” (l.16)

provocaria erro na estrutura gramatical do período sintático, mas

preservaria as relações significativas e a coerência entre os argumentos.

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Comentário – Alternativa A: há um problema na construção da locução

prepositiva devido a: a ausência da preposição a. Isso acarreta erro

gramatical e compromete a coesão do texto. Devido é a forma nominal do

verbo dever conhecida como particípio. Acompanhada da preposição a,

converte-se em locução prepositiva. O particípio flexiona-se em gênero e

número para concordar com o substantivo: “A consagração dela é devida à (e

não devido à) intensa dedicação”; “Os efeitos colaterais, devidos à (e não

devido à) má administração dos medicamentos, dificultam a recuperação do

paciente.

Alternativa B: Não há violação às regras gramaticais, repare:

“o espaço se tornou uma pluralidade de espaços”. O que a norma culta não

admite é que o pronome oblíquo átono (me, te, se...) principie a oração: “Me

dê motivo pra ir embora...” (Tim Maia). Construções desse tipo caracterizam

linguagem informal.

Alternativa C: originalmente, a conjunção quando acentua a

relação de temporalidade entre as duas orações (“...predominam as

estatísticas...” e “...as veredas matemáticas são inquestionáveis...”). Seu valor

semântico indica que um fato ocorre concomitantemente ao outro.

Sintaticamente, o conectivo marca a subordinação da primeira oração à

segunda. Vamos reescrever a passagem conforme a proposta do examinador

(permita-me o negrito) “Hoje, predominam as estatísticas como

definidoras e reguladoras da vida social e política, as veredas

matemáticas são inquestionáveis até mesmo nos sonhos.” As relações

sintáticas foram modificadas: sumiu a mencionada subordinação; agora as

orações são coordenadas, equivalem-se sintaticamente. Perdeu-se também a

noção de concomitância entre os fatos, ainda que eles ocorram atualmente (=

”Hoje”).

Resposta – Itens errados.

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[...] Para crescer mais e de maneira

13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é

que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso,

carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos

16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de

cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade.

Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio

Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações).

31. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Assinale a opção correta a

respeito do uso das formas verbais no texto.

(A) O uso do modo subjuntivo em “desconstrua” (l.14) indica haver apenas

uma possibilidade, uma hipótese de se desconstruir o mito; para afirmar

uma certeza, seria escrito desconstrói.

(B) Ressalta-se a importância dos “custos reais” (l.15-16), sem prejudicar a

correção gramatical do texto, se for usada a forma flexionada no verbo

ser, escrevendo-se serem pagos.

(C) Seriam preservadas a coerência entre os argumentos e a correção

gramatical do texto, com a forma flexionada da forma verbal “promover”

(l.16), escrevendo-se promovermos.

Comentário – Alternativa A: é comum os verbos conjugados no modo

subjuntivo virem antecedidos pelas conjunções que, caso e embora e por

advérbios que exprimem dúvida (talvez, possivelmente etc.) Às vezes, é de

fato a conjunção que obriga o uso do verbo no modo subjuntivo, mesmo sem a

aparente ideia de possibilidade, incerteza. Note, por exemplo, a conjunção

“que” no início da linha 14. Ela impede que seja utilizada uma forma verbal do

indicativo.

Alternativa B: estamos diante de uma locução verbal:

“precisam ser pagos”. Nela, o último verbo (“pagos”) é o principal, que se

apresenta em uma forma nominal (particípio); os demais verbos são

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auxiliares; a flexão de número e pessoa recai sobre o primeiro. Portanto

constitui erro a forma precisam serem pagos.

Alternativa C: o verbo está no infinitivo impessoal quando,

não flexionado, não se refere a nenhuma pessoa gramatical e desempenha a

função de substantivo (serve para nomear uma ação: Nadar é bom para a

saúde.). Por outro lado, será pessoal quando, flexionado, referir-se a uma

pessoa gramatical. Este é o caso da forma verbal promovermos, que aponta

para o sujeito desinencial nós, o mesmo da forma verbal “carecemos”.

Resposta – C

[...] Pesquisas científicas

recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e

7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo

menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um

ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e

10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que

aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma

probabilidade muito maior de estar bem situadas

13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física

e emocional com seus amigos e familiares. [...]

Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

32. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por ter como agente

“pessoas” (l.10), o infinitivo empregado em “explorar” (l.11) poderia ser

flexionado no plural, explorarem, sem prejudicar a coerência e a correção

gramatical do texto.

Comentário – O infinitivo “explorar” é o verbo principal da locução “aprendem

a explorar”. Nela, o primeiro verbo é o auxiliar. É dele a atribuição de se

flexionar em número e pessoa.

Resposta – Item errado.

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33. (Cespe/CEF/Advogado/2010) “A população carcerária no Brasil é

composta fundamentalmente por jovens”. O vocábulo “jovens” classifica-

se como adjetivo.

Comentário – Adjetivo é palavra que se relaciona com o substantivo para lhe

atribuir uma característica. Com ele concorda em número e gênero. Exemplos:

mulher alta, livros bons, árvore alta, tapete novo etc. Na frase em que

surge, o vocábulo “jovens” nomeia (e não caracteriza) pessoas que estão nos

primeiros tempos de existência, que são juvenis,novas. É, pois, substantivo.

Resposta – Item errado.

34. (Cespe/Pró-Saúde/Fisioterapeuta/2010) “De tão recorrente, virou alvo de

um projeto internacional para preveni-lo [...] afirma o psicoterapeuta João

Figueiró, presidente do Instituto Zero a Seis”. Os vocábulos “recorrente” e

“presidente” pertencem à mesma classe de palavras.

Comentário – A palavra “recorrente” atribui ao pronome substantivo “-lo” a

característica de tornar a aparecer ou de aparece depois de haver

desaparecido. É , portanto, adjetivo. Já o vocábulo “presidente” é substantivo

que designa pessoa (“João Figueiró”) que chefia conselho, tribunal, assembleia

etc.

Resposta – Item errado.

35. (Cespe/DPU/Analista Técnico-Administrativo/2010) “O direito que se

realiza pacificamente é o ideal — praticamente inatingível — de uma

sociedade que se queira justa. A palavra “ideal” é um adjetivo que

caracteriza “direito”.

Comentário – A presença do artigo “o” antes do vocábulo “ideal” torna-o um

substantivo. Os artigos têm o “poder” de substantivar qualquer palavra, até

mesmo verbo: O cantar dos pássaros é belo.

Resposta – Item errado.

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36. (Cespe/SAD-PE/Contador/2010) “A capacidade de associação, ou o poder

de conectar perguntas [...]. Quanto maior a variedade de experiências e

de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer”. Os vocábulos

“poder” e “pode” pertencem à mesma classe de palavras.

Comentário – Notou o artigo “o” antes do vocábulo “poder”? Sim, ele é um

substantivo que designa a capacidade, a virtude, a habilidade de fazer algo. A

palavra “pode” é verbo auxiliar que integra a locução verbal “pode fazer”.

Resposta – Item errado.

37. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Com relação à estrutura

gramatical do primeiro parágrafo do texto, assinale a opção correta.

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(A) O vocábulo “se” (L.3) indica, no texto, uma condição para o trabalho;

nesse caso específico, essa condição é deixar de ver o filho nascer ou

crescer.

(B) Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (L.5), a palavra “Outro”

indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas

acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado

anteriormente.

(C) Na linha 6, o vocábulo “para”, em ambas as ocorrências, pertence à

mesma classe de palavras.

(D) Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original

se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (L.12-13) fosse

reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho.

(E) No final do primeiro parágrafo, está implícita a palavra nível antes do

termo “profissional”.

Comentário – Alternativa A: errada. O “se” não exprime condição, pois não é

conjunção condicional. Ele é pronome apassivador. Talvez isso seja mais bem

percebido se você colocar a estrutura na voz passiva analítica: ...nem que para

isso deixe de ser visto o filho nascer ou crescer.

Alternativa B: errada. O que é aterrador e surge

anteriormente é o fato de o trabalho e a produção terem prioridade sobre o

acompanhamento do nascimento e crescimento dos filhos.

Alternativa C: errada. Aqui o examinador explorou as novas

regras ortográficas. O primeiro “para” é verbo (eu paro, tu paras, ele para

etc.), que perdeu o acento diferencial (até 31/12/2012, o uso é facultativo). O

segundo “para” é preposição que indica finalidade.

Alternativa D: errada. A nível de é uma locução inadequada

do ponto de vista da gramática normativa. Caso a intenção seja transmitir o

sentido de “em relação a”, “em termos de”, use “em nível (de)”: Em nível (de)

internacional, nossa educação é uma das piores do mundo. Caso a intenção

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seja transmitir o sentido de “a mesma altura”, use “ao nível de”: Não se

rebaixe ao nível dele.

Alternativa E: certa. É fácil perceber o que o examinador

afirma: ...tanto no nível pessoal como no nível profissional.

Resposta – E

38. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Da combinação inusitada do verbo morrer,

flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial

“desde pequena” (L.8) infere-se uma compreensão da morte diferente da

que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho

morrendo.

Comentário – A forma verbal “Morri”, no pretérito perfeito do indicativo,

exprime um fato começado e totalmente concluído. A locução verbal Venho

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morrendo, com o verbo principal no gerúndio, indica que o fato começou e

não foi totalmente concluído ainda; ele está em desenvolvimento.

Resposta – Item certo.

Muito bem, vamos ficar por aqui hoje.

Havendo qualquer dificuldade com respeito à matéria tratada nesta

aula, faça contato comigo por meio do fórum.

Na próxima aula, estudaremos regência e crase. Até lá!

Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas

[...]

1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na

construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo

“militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora

como substantivo, ora como verbo.

[...]

[...]

2. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) A inserção

do artigo definido plural os imediatamente antes da palavra “policiais”

(L.6) não alteraria o sentido original do período.

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[...]

3. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese”

(L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido

genérico.

[...]

16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções

acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:

há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como

19 um progresso: os povos civilizados não executam seus

condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um

corolário da incerteza ética de nossa cultura.

[...]

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4. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18)

refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período que

o antecede.

[...]

[...]

5. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O elemento que

possui, em todas as suas ocorrências (L.7, 8, 13 e 14), a propriedade de

retomar palavras ou expressões que o antecedem no texto.

[...]

[...]

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6. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) A supressão da preposição em “em

que” desrespeitaria as regras gramaticais, pois, por meio dela, se

indica que o pronome “que” retoma “subjetividade” .

[...]

7. (Cespe/FUB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Na linha 49, o

vocábulo “se” é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a

de marcar reciprocidade de ação.

1 A tecnologia passou a dominar não apenas o

comércio, as cidades, a vida cotidiana e a intimidade do

homem, mas foi além: transformou-se na linguagem do mundo

4 contemporâneo, nossa mediação universal. Como sistema

universal, a História — da mesma maneira que as ciências, as

artes e a política — é vista da mesma perspectiva, isto é, por

7 meio de um conjunto de regras de conhecimentos, geralmente

quantificados, que valem de forma diferenciada para todas as

dimensões do real.

10 É impossível despojar o mundo das suas

ambiguidades, paradoxos e enigmas, e dominá-lo plenamente

por meio da racionalidade técnica e de forma sistemática. Em

13 vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio dos

acontecimentos, o homem moderno tem a pretensão de

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dominá-lo pela técnica. Mas ele não se dá conta de que essa

16 pretensão é o que o transforma no escravo moderno: dominado

por causas exteriores, o homem perde a prudência e age como

qualquer ser passional, isto é, tudo o que ele faz só faz porque

19 é levado pelos acontecimentos.

Russell A. Mittermeyer. Um planeta febril. In: Istoé, 23/12/2009, p. 117 (com adaptações).

8. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Considerando o uso das estruturas

linguísticas no texto, assinale a opção correta.

(A) A expressão “da mesma maneira” (l.5) estabelece uma comparação entre

o “sistema universal” (l.4-5) e o “conjunto de regras de conhecimentos”

(l.7).

(B) A expressão “por meio de” (l.6-7) e o vocábulo “pela” (l.15) atribuem a

ideia de instrumento, respectivamente, a “um conjunto de regras” (l.7) e

a “técnica” (l.15).

(C) Os pronomes em “dominá-lo” (l.11) e em “o transforma” (l.16) referem-se

a “mundo”, respectivamente, nas linhas 10 e 13.

(D) Na linha 12, a repetição da preposição de, que precede “racionalidade

técnica” e “forma sistemática”, indica que se trata de dois complementos

para a expressão “por meio”.

(E) A preposição de, em “dos acontecimentos” (l.13-14), corresponde à

preposição a e por ela pode ser substituída, sem prejudicar a correção e a

coerência do texto.

1 Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus

produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa

forma, contribuem para o crescimento econômico do país.

4 Consequentemente, a competitividade é erigida em valor

supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza

imanente à espécie humana. Omite-se, propositadamente,

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7 que o mais longo período da história da vida humana foi

orientado pela cooperação e solidariedade, valores

fundamentais para a sobrevivência da espécie. A ideologia

10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de

mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de

capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por

13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,

coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior

produtividade quando seus resultados forem distribuídos

16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser

atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a

redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de

19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema

produtivo. Deixemos bem claro: não se discute aqui a

necessidade de tecnologia nas sociedades contemporâneas,

22 mas a condição de que esta seja ambientalmente segura,

socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável.

Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)

9. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) A coerência e a correção

gramatical do texto seriam mantidas ao se substituir

(A) “erigida em valor supremo” (l.4-5) por erigida valor supremo.

(B) “fundamentais para a sobrevivência” (l.9) por fundamentais a

sobrevivência.

(C) “atingido mediante a elevação” (l.17) por atingido pela elevação.

(D) “condição de que esta seja” (l.22) por condição que esta seja.

[...] O fato é que essa ininterrupta e

incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes

10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu

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insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem

13 depara-se com seus limites. [...]

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).

Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).

10. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A repetição da preposição a

em “ao tentar” (l.11) é fundamental para mostrar que a oração aí iniciada

está em paralelo com a oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10); e que

não se trata de mais um termo da enumeração de verbos que

complementam “afã de” (l.11).

1 A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores

envolvidos com a temática da saúde maiores esforços para

compreender as mudanças recentes, pois o modo de as pessoas

4 fazerem uso de suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas

para produzir foi transformado. [...]

Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho.

In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.º 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações).

11. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A organização das ideias no

texto mostra que “realidade atual” (l.1) constitui a circunstância de tempo

em que a “temática da saúde” (l.2) está sendo considerada; por isso,

mantêm-se as relações entre os argumentos e a correção gramatical ao se

iniciar o texto com Na realidade atual.

12. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 2, em razão da

acepção de “envolvidos” usada no texto, é possível substituir “com a” por

na, sem prejudicar sua correção gramatical, nem tornar incoerente a

relação entre as ideias apresentadas.

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13. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A preposição em “para

compreender” (l.2-3) e “para produzir” (l.5) expressa o sentido de

finalidade: a finalidade dos “esforços” (l.2) e das “capacidades” (l.4),

respectivamente.

14. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No trecho "estão

convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou

históricas" (L.8-10), a omissão da preposição "de" prejudicaria a correção

gramatical do período.

[...]

[...]

15. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) A substituição da

locução “a fim de” (L.16) por para manteria a correção gramatical e o

sentido original do texto.

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[...]

16. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”,

em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz

expressão que exprime finalidade.

17. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 –

adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens

abaixo.

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I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o

seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.

II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos

trechos, semelhantes relações de sentido.

III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de

tempo.

[...] A ideologia

10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de

mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de

capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por

13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,

coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior

produtividade quando seus resultados forem distribuídos

16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser

atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a

redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de

19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema

produtivo. [...]

Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet:

<www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)

18. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo,

relativos ao emprego das estruturas linguísticas do texto.

(A) Na linha 10, preserva-se a coerência textual ao se inserir da antes de

“produtividade”; mas, para se preservar a correção gramatical, será

necessário mudar “faz” para fazem.

(B) Para a coerência dos argumentos no texto, é indiferente o uso de

“quando” (l.15) ou de se, em seu lugar, pois o período sintático preserva

a ideia de condição.

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77

(C) Seriam mantidas as relações entre os argumentos se, em lugar de “ou”

(l.18), antes do último termo da enumeração, fosse usado e; mas a

desvantagem seria a repetição do mesmo conectivo.

[...] Pesquisas científicas

recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e

7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo

menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um

ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e

10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que

aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma

probabilidade muito maior de estar bem situadas

13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física

e emocional com seus amigos e familiares. [...]

Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por causa das duas

ocorrências do pronome “que” (l.7-8) no mesmo período sintático, não é

recomendada a substituição de “no qual” (l.9) por que, apesar de a

coerência e a correção do texto serem mantidas.

[...]

[...]

[...]

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20. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato

desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento

“que” recebe a mesma classificação morfossintática.

[...]

[...]

21. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a

coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa

uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas

não como se caso alguém se execute.

[...]

[...]

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22. (Cespe/PCCE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de

consequência no trecho em que ocorre.

23. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao

se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que,

porquanto, visto que ou porque.

1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem

ao longo da história tem sido seu constante anseio de

buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos,

4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o

conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos

dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,

7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças

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impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e

incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes

10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu

insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem

13 depara-se com seus limites. [...]

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).

Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).

24. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Seriam preservadas a

correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua

argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma

verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter

contínuo e constante dos aspectos mencionados.

1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção

à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração

dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os

4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados

pelo exercício do trabalho. [...]

Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios

éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).

25. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Para se realçar “mecanismos

de monitoração” (l.2), em vez de “regime trabalhista” (l.1), poderia ser

usada a voz passiva, escrevendo-se são instituídos em vez de “institui”

(l.2), sem que a coerência entre os argumentos e a correção gramatical

do texto fossem prejudicadas.

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[...]

10 A declaração não previu que o desenvolvimento

capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de

capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e

13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente

nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,

[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

26. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração

não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:

Na declaração, não se previu.

[...]

que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é

admissível que grupos privados transnacionais — não mais do

19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo

industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas

comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do

22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando

restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.

[...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

27. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do

texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse

substituído por Não se admitem.

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1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos

domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos

homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro

[...]

Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica.

Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações).

28. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição

gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em

vez de “enfatizou-se”.

[...]

29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e

Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26)

justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação

genérica.

1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso

da técnica, com transformações profundas das noções de espaço

e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse

4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no

homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento

de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. Nada

7 vemos de semelhante ao que aconteceu, no plano das ideias, em

outro momento de grandes transformações da técnica e também

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83

de grandes descobertas — o século XVI —, com o

10 renascimento de um mundo esquecido e das doutrinas dos

velhos filósofos da Grécia e do Oriente, e, com elas, a crítica e

a dissolução de antigas crenças que davam ao homem

13 “a certeza do saber e a segurança da ação”. Na época dos

descobrimentos, dos Renascimentos, das incertezas, o espaço

tornou-se uma pluralidade de espaços; o tempo, uma

16 pluralidade de tempos. Hoje, quando predominam as

estatísticas como definidoras e reguladoras da vida social e

política, as verdades matemáticas são inquestionáveis, até

19 mesmo nos sonhos. Espaço e tempo tornam-se unidades

sistematizadas. Portanto, esta concepção engendra e é, ao

mesmo tempo, engendrada pela ideia de sistema, que é a plena

22 realização da racionalidade contemporânea.

Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto

Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia

das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

30. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo a

respeito das alterações propostas para as estruturas linguísticas do texto.

(A) A preposição na expressão “com o renascimento” (l.9-10) introduz uma

ideia de causa para as “grandes transformações” (l.8); por isso, a

reescrita como devido o renascimento preservaria a coerência e a

correção gramatical do texto.

(B) Em “o espaço tornou-se uma pluralidade de espaços” (l.14-15), o

deslocamento do pronome para antes da forma verbal violaria as regras

gramaticais.

(C) No desenvolvimento do texto, a retirada da conjunção “quando” (l.16)

provocaria erro na estrutura gramatical do período sintático, mas

preservaria as relações significativas e a coerência entre os argumentos.

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[...] Para crescer mais e de maneira

13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é

que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso,

carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos

16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de

cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade.

Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio

Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações).

31. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Assinale a opção correta a

respeito do uso das formas verbais no texto.

(A) O uso do modo subjuntivo em “desconstrua” (l.14) indica haver apenas

uma possibilidade, uma hipótese de se desconstruir o mito; para afirmar

uma certeza, seria escrito desconstrói.

(B) Ressalta-se a importância dos “custos reais” (l.15-16), sem prejudicar a

correção gramatical do texto, se for usada a forma flexionada no verbo

ser, escrevendo-se serem pagos.

(C) Seriam preservadas a coerência entre os argumentos e a correção

gramatical do texto, com a forma flexionada da forma verbal “promover”

(l.16), escrevendo-se promovermos.

[...] Pesquisas científicas

recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e

7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo

menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um

ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e

10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que

aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma

probabilidade muito maior de estar bem situadas

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13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física

e emocional com seus amigos e familiares. [...]

Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

32. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por ter como agente

“pessoas” (l.10), o infinitivo empregado em “explorar” (l.11) poderia ser

flexionado no plural, explorarem, sem prejudicar a coerência e a correção

gramatical do texto.

33. (Cespe/CEF/Advogado/2010) “A população carcerária no Brasil é

composta fundamentalmente por jovens”. O vocábulo “jovens” classifica-

se como adjetivo.

34. (Cespe/Pró-Saúde/Fisioterapeuta/2010) “De tão recorrente, virou alvo de

um projeto internacional para preveni-lo [...] afirma o psicoterapeuta João

Figueiró, presidente do Instituto Zero a Seis”. Os vocábulos “recorrente” e

“presidente” pertencem à mesma classe de palavras.

35. (Cespe/DPU/Analista Técnico-Administrativo/2010) “O direito que se

realiza pacificamente é o ideal — praticamente inatingível — de uma

sociedade que se queira justa. A palavra “ideal” é um adjetivo que

caracteriza “direito”.

36. (Cespe/SAD-PE/Contador/2010) “A capacidade de associação, ou o poder

de conectar perguntas [...]. Quanto maior a variedade de experiências e

de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer”. Os vocábulos

“poder” e “pode” pertencem à mesma classe de palavras.

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37. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Com relação à estrutura

gramatical do primeiro parágrafo do texto, assinale a opção correta.

(A) O vocábulo “se” (L.3) indica, no texto, uma condição para o trabalho;

nesse caso específico, essa condição é deixar de ver o filho nascer ou

crescer.

(B) Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (L.5), a palavra “Outro”

indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas

acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado

anteriormente.

(C) Na linha 6, o vocábulo “para”, em ambas as ocorrências, pertence à

mesma classe de palavras.

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(D) Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original

se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (L.12-13) fosse

reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho.

(E) No final do primeiro parágrafo, está implícita a palavra nível antes do

termo “profissional”.

38. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Da combinação inusitada do verbo morrer,

flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial

“desde pequena” (L.8) infere-se uma compreensão da morte diferente da

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que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho

morrendo.

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89

Gabarito das Questões Comentadas

1. Item certo

2. Item errado

3. Item errado

4. Item certo

5. Item errado

6. Item errado

7. Item errado

8. B

9. C

10. Item certo

11. Item errado

12. Item certo

13. Item certo

14. Item certo

15. Item certo

16. Item certo

17. Itens errados

18. Itens errado, certo e errado

19. Item errado

20. Item errado

21. Item certo

22. Item errado

23. Item certo

24. Item certo

25. Item errado

26. Item certo

27. Item errado

28. Item certo

29. Item errado

30. Itens errados

31. C

32. Item errado

33. Item errado

34. Item errado

35. Item errado

36. Item errado

37. E

38. Item certo