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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS P/ ANATEL PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI SINTAXE DE REGÊNCIA Nas orações, há sempre elementos regentes e elementos regidos. Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de regidos aos que complementam o sentido dos primeiros. A sintaxe de regência estudará, portanto, as relações de subordinação ou dependência entre os elementos da oração. Em palavras mais simples: regência significa “uso ou não de preposição”. Veremos casos em que determinada palavra (substantivo, adjetivo, advérbio ou verbo) exige certa preposição ou tem o seu sentido modificado em virtude do emprego de alguma delas. REGÊNCIA NOMINAL – estuda a relação entre um substantivo, um adjetivo ou um advérbio com o termo que complementa o seu significado. REGÊNCIA VERBAL – analisa o emprego e o significado dos verbos de acordo com a preposição do seu complemento indireto (ou a ausência da preposição no complemento direto). Nosso estudo terá por base as lições de Celso Pedro Luft presentes nas seguintes obras: - Dicionário Prático de Regência Nominal - Editora Ática – 4ª edição - 2003; - Dicionário Prático de Regência Verbal – Editora Ática edição – 2002. Na próxima aula, trataremos de CRASE, ponto intimamente ligado à sintaxe de regência. Vamos às questões. Bons estudos. QUESTÕES DE PROVA (UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2005) Texto para as questões 1 e 2. 1 Não há dúvida de que, no início do século XXI, os Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da possibilidade de constituição de um “império 4 mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse um império global, isso significaria — ao mesmo tempo e por definição — o fim do sistema político 7 interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico, é que tal transformação viesse a significar também o fim do capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da 10 termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizer que a expansão do poder global na direção do império mundial é, ao mesmo tempo, uma força que levaria o sistema www.pontodosconcursos.com.br - 1

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI

SINTAXE DE REGÊNCIA

Nas orações, há sempre elementos regentes e elementos regidos. Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de regidos aos que complementam o sentido dos primeiros.

A sintaxe de regência estudará, portanto, as relações de subordinação ou dependência entre os elementos da oração.

Em palavras mais simples: regência significa “uso ou não de preposição”. Veremos casos em que determinada palavra (substantivo, adjetivo, advérbio ou verbo) exige certa preposição ou tem o seu sentido modificado em virtude do emprego de alguma delas.

REGÊNCIA NOMINAL – estuda a relação entre um substantivo, um adjetivo ou um advérbio com o termo que complementa o seu significado.

REGÊNCIA VERBAL – analisa o emprego e o significado dos verbos de acordo com a preposição do seu complemento indireto (ou a ausência da preposição no complemento direto).

Nosso estudo terá por base as lições de Celso Pedro Luft presentes nas seguintes obras:

- Dicionário Prático de Regência Nominal - Editora Ática – 4ª edição - 2003;

- Dicionário Prático de Regência Verbal – Editora Ática – 8ª edição – 2002.

Na próxima aula, trataremos de CRASE, ponto intimamente ligado à sintaxe de regência.

Vamos às questões.

Bons estudos.

QUESTÕES DE PROVA

(UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2005)

Texto para as questões 1 e 2.

1 Não há dúvida de que, no início do século XXI, os

Estados Unidos da América chegaram mais perto do que

nunca da possibilidade de constituição de um “império

4 mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e

constituísse um império global, isso significaria — ao mesmo

tempo e por definição — o fim do sistema político

7 interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico,

é que tal transformação viesse a significar também o fim do

capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da

10 termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizer

que a expansão do poder global na direção do império mundial é, ao mesmo tempo, uma força que levaria o sistema

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 13 mundial à entropia, ao provocar sua homogeneização interna

e o desaparecimento das hierarquias e conflitos responsáveis

pelo dinamismo e pela ordem do próprio sistema. José Luís Fiori. Correio Braziliense, 25/12/2004 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem.

1 - O emprego da preposição “de” em “Não há dúvida de que” (R.1) justifica-se pela regência da forma verbal “há”.

ITEM ERRADO

Comentário.

O termo que exige a preposição “de” não é o verbo HAVER, que, aliás, é transitivo direto (liga-se ao complemento sem preposição obrigatória), mas o substantivo “dúvida”.

Regência, em sentido amplo, indica a subordinação sintática de um elemento a outro.

O complemento verbal está para o verbo assim como o complemento nominal está para o nome (adjetivo, substantivo, advérbio).

Ao passo que o complemento verbal pode, ou não, ligar-se ao verbo por preposição, o complemento nominal exige sempre este conectivo:

Amar alguém (direto) Î Amor a alguém (indireto) Î Amante de alguém (indireto)

Sendo o complemento verbal indireto, é comum o nome correspondente (substantivo, adjetivo) manter a regência do verbo. Isso acontece em exemplos como o que vimos nessa questão:

duvidar de alguma coisa (verbo)

duvidoso de alguma coisa (adjetivo)

dúvida de alguma coisa (substantivo)

Assim, “alguma coisa” liga-se a nomes e a verbos pela mesma preposição: “de”. Contudo, não podemos tomar esse fato como uma regra. Além dessa preposição, em relação à palavra DÚVIDA, o Dicionário Prático de Regência Nominal, de Luft, registra as seguintes preposições:

- “em” – Ter dúvida, incerteza, receio em (fazer) algo: “Não teve dúvidas em afirmar que sim.”;

- “sobre”: “Debates ampliam dúvidas sobre o projeto Praia do Guaíba.”.

Para dar seqüência a esse estudo, vejamos a próxima questão.

2 - Como na seqüência há um complemento oracional, a omissão da preposição “de” em “Não há dúvida de que” (R.1) também estaria de acordo com as exigências da norma escrita culta.

ITEM CERTO

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Comentário.

Como já prevíamos, o Cespe, a exemplo de outras bancas como ESAF e da Fundação Carlos Chagas, deixa claro seguir os passos de Celso Luft quando o assunto é Regência.

Veja o que esse consagrado lingüista afirmou quando tratou da regência de DÚVIDA:

“Preposição omissível antes de ‘que’: ‘Não há dúvidas que, sob a república atual, as nossas liberdades são incomparavelmente inferiores às que nos restavam sob a monarquia.’.”.

Foi seguindo essa linha doutrinária que o examinador afirmou ser possível a omissão da preposição “de” na passagem.

Essa omissão da preposição é mais comum em relação a verbos [Gostaria (de) que você viesse. Eu não concordo (com) que você vá embora.], sendo poucos os casos registrados em relação a nomes.

O gramático registra essa omissão em relação aos seguintes vocábulos:

- ansioso (“Não preciso dizer que também eu ficara em brasas, ansioso que a

aula terminasse.”);

- convencido (“Estava convencido que todos os habitantes...”);

- crente (“Estou crente que ela me ouve.”);

- esperança (“Tenho esperanças que até o fim do livro vocês vão me perdoar.”);

- esquecido (“Loas parecia esquecido que fora essa a intenção...”);

Em todos esses casos, a preposição omitida foi “de”.

A respeito do substantivo CONSCIÊNCIA, o autor destaca que, embora admita as preposições de e sobre, se o complemento for oracional, só é viável a primeira: “Ter consciência de que é louco (e não “sobre que é louco”.

Em alguns casos, a mudança da preposição é necessária para evitar possível ambigüidade: “A situação suscitou medo do bandido.”. O termo regido (“do bandido”) é agente (= ele teme) ou paciente (= ele é temido)? Fora do contexto, a única solução, para o primeiro sentido, seria o emprego da preposição “a”: “A situação suscitou medo ao bandido” (= ele temeu), restando à outra a idéia passiva (ele foi temido).

Imagine outra construção: busca dos sobreviventes - eles estão em busca de algo (ex: a busca dos sobreviventes por água) ou são procurados (ex. encerraram a busca dos sobreviventes.)? Para resolver essa ambigüidade, no segundo sentido, recomenda- se a preposição “por”, de forte apelo emocional: “busca por sobreviventes”.

A alteração da preposição também pode modificar totalmente o sentido a relação entre termo regente e termo regido: crítica do autor (agente); crítica ao autor (paciente). Isso fará muita diferença em relação à análise sintática, assunto de aula futura.

Essa nuance no emprego das preposições, quer com verbo, quer com nomes, é uma das características dessa banca, conforme veremos no decorrer da nossa aula.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 3 - (UnB CESPE /TCU – Técnico /2004)

Unidos na indignação contra os atentados que mataram 199 pessoas em Madri, mas de 11 milhões de espanhóis, em diversas cidades do país, saíram do trabalho e de casa para prestar homenagem às vítimas do terrorismo. Na capital, mesmo sob chuva fina, dois milhões de madrilenos partiram da praça Porta do Sol para uma marcha liderada pelo príncipe Felipe e pelo primeiro-ministro José Maria Aznar. O ETA voltou a negar participação no episódio e Aznar foi à televisão responder às acusações de que estaria escondendo informações para se beneficiar nas eleições.

Considerando o texto, julgue o item subseqüente.

- Em “às acusações de que” (R.6), a preposição sublinhada é dispensável e sua eliminação mantém o período de acordo com as normas gramaticais da escrita culta formal.

ITEM ERRADO

Comentário.

Veja só como o examinador pode ser ardiloso – em nenhum momento dessa aula você leu que a preposição seria DISPENSÁVEL, o que nos faria pressupor um caso de faculdade do emprego de tal conectivo.

O que é possível com certos vocábulos é OMISSÃO DA PREPOSIÇÃO (e não sua retirada), ou seja, um caso de elipse, mas a relação de subordinação entre termo regente e termo regido continua existindo e, nos casos de complemento verbal, a classificação deste continua sendo de “objeto indireto”.

Além disso, não há registro, no Dicionário Prático, de possibilidade de omissão da preposição com o vocábulo “acusação”. As preposições possíveis são a, contra, de e sobre.

4 - (UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007)

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia

7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,

mas se mantiveram nas províncias.

10 Muitos defendem o federalismo, quando se

encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos

dos estados e da União, quando deveriam articular-se em

busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política.

Julgue o item a seguir. - Na expressão “era a de assegurar” (R.2), a presença da preposição “de” decorre da regência de “preocupação” (R.1).

ITEM CERTO

Comentário

O pronome demonstrativo “a”, que na aula sobre Pronomes vimos ser comum antes de “de”, “que” ou um adjetivo, vem retomar o substantivo “preocupação”, num recurso de coesão textual (evita a repetição da palavra).

Como está em seu lugar, é o substantivo que estabelece a regência: “Uma antiga preocupação dos legisladores (...) era a [preocupação] de assegurar...”.

Está correta, portanto, tal assertiva.

5 - (UnB CESPE/ PC ES - Perito/ 2006)

1 Em alguns países do primeiro mundo, há uma idéia de

direitos humanos apenas para consumo interno. Observa-se

nesses casos uma contradição inexplicável: no âmbito

4 interno, vigoram os direitos humanos, nas relações com os

países dependentes, vigoram os interesses econômicos e

militares. Esses interesses justificam a tolerância com as

7 violações dos direitos, no campo diplomático, ou o próprio

patrocínio das violações. Os mesmos interesses econômicos e

militares justificam também o patrocínio da guerra, sob a

10 bandeira de paz. Para que tais desvios não continuem a

acontecer, alguns juristas italianos (Salvatore Senese,

Antonio Papisca, Marco Mascia, Luigi Ferrajoli e outros) têm

13 defendido que uma nova ordem mundial se constitua, não sob

o império dos interesses dominantes, mas tendo, ao contrário,

como sujeito da História a família humana presente e futura.

16 Outra contradição é, às vezes, observada no interior de certas

nações poderosas: a plena vigência dos direitos humanos, quando se trata de nacionais “puros” e o desrespeito aos

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 19 direitos humanos, quando as pessoas envolvidas são

imigrantes ou clandestinos, minorias raciais e minorias

nacionais.

A respeito do texto, julgue o item que se segue.

- Às linhas 6 e 7, a expressão tolerância às violações em lugar de “tolerância com as violações” mantém a correção gramatical e as informações originais do período.

ITEM CERTO

Comentário.

O dicionário registra o emprego do substantivo “tolerância” com as seguintes preposições: a, de, (para) com, para, por.

Assim, é gramaticalmente válida a troca da preposição “a” (tolerância às violações) por “com” (tolerância com as violações), sem modificação do sentido original.

Como fazemos quando desconhecemos o significado de algum vocábulo, certas vezes é necessário consultar um dicionário de regência para atestar a possibilidade de emprego de preposições com alguns vocábulos, mas, na maioria dos casos, costumamos acertar graças ao nosso conhecimento da língua.

Sempre que estiver em dúvida, vá ao dicionário e verifique – pode ser que tal palavra venha a ser explorada em sua prova. Deixe a preguiça para a viagem de comemoração pela vaga conquistada (de preferência, em Porto Seguro, comendo uma moqueca de frente para o mar.... ai, meu Deus!!! Que saudade!!!)

6 - (UnB CESPE/ TRT 10.ª REGIÃO - Analista/2005)

1 O processo, que é o instrumento que reúne todas as

peças da pretensão levada ao juiz, seja do autor, seja do réu,

da acusação ou da defesa, é uma engrenagem complexa. 4 A Constituição Federal erigiu o devido processo

legal, situado substancialmente no acatamento ao primado

do contraditório e do amplo direito de defesa, como um

7 conjunto de regras de valores supremos não só para os

julgadores mas também para as partes do qual não pode se

afastar o aplicador do direito no momento de exercer a 10 jurisdição.

Entretanto, a esse pretexto, o que se verifica é um

eterno vai-e-vem na tramitação do processo, de imperdoável

13 irracionalidade, que não pode ser atribuído ao juiz, mas ao

nosso já vetusto sistema processual, ultrapassado em

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI quilômetros de distância da evolução por que passa o Mundo

16 e da qual o Brasil não se pode apartar.

Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>.

Julgue o item que se segue, relativo ao texto acima.

- Na linha 5, a presença de preposição em “ao primado” justifica-se pela regência de “situado”.

ITEM ERRADO

Comentário.

O que é mais comum nas provas do Cespe, em relação a regência nominal, é a indicação incorreta do termo regente - GUARDE ESSA INFORMAÇÃO E NÃO SE DEIXE LEVAR PELAS SUGESTÕES DO EXAMINADOR – CONFIRA SEMPRE!!! Uma boa e atenta leitura do texto poderá resolver.

A Constituição Federal erigiu o devido processo legal, situado substancialmente no acatamento ao primado do contraditório e do amplo direito de defesa

O adjetivo “situado” tem como termo regido o substantivo “acatamento”. Este, por sua vez, é regente do substantivo “primado” (= primazia, excelência).

Assim, houve um erro da banca ao ligar o último dos três elementos ao primeiro. Quem exigiu a preposição “a” em “ao primado” foi o termo “acatamento”, que pode reger as preposições a, de e a locução prepositiva para com.

O adjetivo “situado” admite as seguintes preposições:

- a – somente em relação a uma direção: “Vá à casa situada à direita.”;

- em – regência originária: “Aquela cidade está situada no Brasil.”;

- entre – usada como referência: “Uma vila situada entre duas montanhas.”.

Sobre o adjetivo “sito” (particípio irregular do verbo “situar”), Luft faz o seguinte registro: “O originário é sito em. A preposição “a” surgiu na língua escrita tabelioa e jornalística brasileira.”.

7 - (UnB CESPE / Câmara dos Deputados / 2002)

Julgue a assertiva abaixo.

- Em “Sabemos hoje que as identidades culturais não são rígidas nem, muito menos, imutáveis. São resultados sempre transitórios e fugazes de processos de identificação”, as duas ocorrências da preposição “de”, antes de “processos” e “identificação”, são exigidas pela regência da palavra “resultados”.

ITEM ERRADO

Comentário.

Verifique com bastante cuidado a relação entre as palavras. Em “São resultados sempre transitórios e fugazes de processos de identificação”, à palavra “resultados”

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI liga-se “processos” (resultados de processos), mas esta tem como termo regido “identificação” (processos de identificação). Em função disso, tal proposição está errada, pois afirma que a terceira (identificação) é regida por força da primeira (resultados). Como já afirmei, uma atenta leitura resolveria o problema.

8 - (UnB CESPE /TRE RS – Analista / 2003)

1 A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma

peça de retórica. Deve ser um meio eficaz, por intermédio do

qual o povo exerça plenamente seus direitos e prerrogativas 4 constitucionais e legais.

Na época de implementação dos direitos sociais,

como o direito de moradia, de trabalhar, de viver

7 decentemente, não é mais possível a inclusão de normas

programáticas no texto da Constituição da República. Há necessidade de que os princípios e as normas

10 constitucionais sejam eficazes, produzindo, de logo, os

efeitos jurídicos que todos esperam. Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não

13 basta também a Constituição proclamar uma série de direitos

e garantias, se estes e estas não se podem concretizar.

Paulo Lopo Saraiva. A soberania popular e as garantias constitucionais. In: Introdução crítica ao direito, p.141-2 (com adaptações).

A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir.

- Preservam-se as relações semânticas e a correção gramatical, substituindo-se “Há necessidade” (R.9) por É necessário.

ITEM ERRADO

Comentário.

A palavra “necessidade”, na passagem do texto, se faz acompanhar de um complemento nominal, representado pela oração “de que os princípios e as normas constitucionais sejam eficazes”, termo regido por uma preposição “de”.

Ao efetuar a troca de “Há necessidade” por “É necessário”, a oração que se segue passaria a ser o sujeito oracional do verbo SER (ISSO é necessário Î ISSO = QUE os princípios e as normas constitucionais sejam eficazes).

Para que tal substituição não provocasse erro gramatical, seria preciso eliminar a preposição que antecede o complemento nominal (oração que, com a troca, passou a exercer a função sintática de sujeito). Como essa eliminação não foi proposta pelo examinador, a proposição tornou-se incorreta.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Toda e qualquer alteração necessária deve ser sugerida pela banca. Caso contrário, a proposição está ERRADA!!!

9 - (UnB CESPE / AGU – Procurador Federal / 2002)

O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruição de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento do amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica e socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e sempre renovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação de cada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossos portos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro, qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, por escrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dos títulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa. Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.

A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia de que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas as influências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomas crescentes de dissolução social.

Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova Aguilar, 2000, p. 148-51 (com adaptações).

Julgue o item abaixo.

- A substituição do trecho “A minha firme convicção é que” (R.25) por A minha firme convicção é a de que estaria em desacordo com as exigências de formalidade da norma culta escrita.

ITEM ERRADO

Comentário.

Há duas possibilidades de construção (e, conseqüentemente, de análise):

1) “A minha firme convicção é que...” – neste caso, a conjunção “que” dá início a uma oração que exerce a função sintática de PREDICATIVO DO SUJEITO, equivalente a “A minha firme convicção é ISSO.”;

2) “A minha firme convicção é a de que ...” – agora, a oração é regida pela preposição “de”, exigida pela palavra “convicção” (alguém tem convicção DE alguma coisa), que se encontra representada pelo pronome demonstrativo “a”, equivalente a “A minha firme convicção é a [convicção] DISSO.”. Por isso, a oração exerce a função sintática de complemento nominal.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Não se preocupe com essa análise sintática – teremos uma aula inteirinha para falarmos disso.

As duas construções atendem às prescrições gramaticais. Por isso, a afirmação de que a segunda forma estaria em desacordo com a norma culta está ERRADA. Ela está de acordo, sim, e qualquer uma das duas poderia ter sido empregada.

10 – (CESPE UNB / AGU – Procurador Federal / 2002)

Nas sociedades contemporâneas, ocorre um processo de retirar da própria regra sua nitidez, sua precisão. De um lado, os agentes se reportam a ela como se suas próprias ações sempre tivessem um lado excepcional, como se aquilo que fizeram não viesse a ser bem o caso da regra. Mas, de outro, e isso é mais importante, as regras e as instituições de vigilância oscilam em relação aos casos a que se aplicam, como se seus sentidos fossem sempre relaxados, passíveis de interpretações desviantes. A impunidade que daí deriva não está ligada, pois, a diferenças sociais que impliquem que nem todos sejam iguais perante a lei, mas tão-só a que todos se submetem a ela como se vestissem roupas muito maiores que as devidas. A sociedade moderna é democraticamente relaxada.

José Arthur Giannotti. Folha de S. Paulo, “Mais!”, 3/3/2002, p. 9 (com adaptações).

No que se refere às estruturas do texto, julgue o item abaixo.

- Em “a diferenças sociais” (R.7), “a que todos” (R.8) e “a ela” (R.8), as três ocorrências da preposição “a” devem-se à regência da palavra “ligada” (R.7).

ITEM ERRADO

Comentário.

Vamos relembrar a passagem em questão:

A impunidade que daí deriva não está ligada, pois, a diferenças sociais que impliquem que nem todos sejam iguais perante a lei, mas tão-só a que todos se submetem a ela como se vestissem roupas muito maiores que as devidas.

O adjetivo “ligada”, por intermédio da preposição “a”, estabelece uma relação com “diferenças sociais” e “que todos se submetem a ela”.

O verbo submeter, presente na oração que exerce a função de complemento nominal do adjetivo, é, na construção, transitivo indireto e também rege a preposição “a”. Este é o termo regente do pronome pessoal “ela” (submetem a ela).

Tentando confundir o candidato, o examinador inclui este último elemento no rol dos termos regidos pelo adjetivo “ligada”, o que não está certo.

Como diria Lula: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa...rs...

Leia com atenção e não errará. 11 - (UnB CESPE/PETROBRAS /2007)

1 Escassez de petróleo e escassez de água —

problemas que vieram para ficar na agenda mundial.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI O Brasil é ator importante nessa pauta. Possui, como

4 nenhum outro, condições para produzir energia de

origem vegetal e está situado sobre o maior reservatório

de água doce do mundo. Tamanhas benesses não estão

7 isentas de perigo. O maior deles é a invasão de capitais

estrangeiros. Em um mundo temeroso de ficar sedento

dentro de umas quantas décadas, a cobiça por essas

10 terras é grande e maior ainda o risco de que sejam

poluídas pela expansão de uma cultura dependente de

altas doses de agrotóxicos. 13 Na metade dos anos 50 do século XX, o Brasil

cedeu ao capital estrangeiro o controle de sua indústria,

mas a propriedade do solo permaneceu 16 majoritariamente nas mãos do capital nacional.

A transferência desse patrimônio aos estrangeiros terá

conseqüências não apenas econômicas, mas

19 desdobramentos sociais e políticos certamente

gravíssimos do ponto de vista da soberania dos

brasileiros sobre o seu território. Plínio de Arruda Sampaio. Energia, água e soberania. In: Istoé, 11/7/2007 p. 44 (com adaptações).

A partir do texto acima, julgue o item subseqüente.

- Na linha 10, o emprego da preposição antes de “que sejam” deve-se à presença do substantivo “risco”.

ITEM CERTO

Comentário.

Veja como, mais uma vez, a banca explorou regência nominal. Neste texto, o complemento à palavra “risco” vem sob a forma oracional. Note que, na seqüência, foi omitido o verbo ser (recurso que torna o texto mais rico) e a concordância verbal se realiza com o termo presente na oração anterior, elíptico nessa: as terras.

Em um mundo temeroso de ficar sedento dentro de umas quantas décadas, a cobiça por essas terras é grande e maior ainda [é] o risco de que [as terras] sejam poluídas pela expansão de uma cultura dependente de altas doses de agrotóxicos.

A oração é, portanto, complemento da palavra “risco”, estando correta a proposição.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 12 - (UnB CESPE/ PM DF/ 2006)

Exercício na infância precisa ter limites

1 Que o exercício beneficia as crianças, não há

dúvidas. Mas onde é a linha de chegada? Hoje, especialistas

se debruçam sobre a intensidade ideal da atividade física

4 nessa fase. O excesso pode ser danoso: baixas no sistema

imunológico, com infecções recorrentes; distúrbios de

comportamento, como irritabilidade e insônia; dores crônicas

7 na musculatura e nas articulações; e lesões na pele podem ser

sinais de treinamento excessivo infantil. A máxima de que “quem faz esporte cresce mais”

10 deixa de ser consenso. Na verdade, abusar das atividades

de impacto pode gerar deficiências de crescimento. A freqüência de prática segura envolve fatores estruturais,

13 endócrinos e genéticos que interferem na resistência a

impactos da placa de crescimento. As lesões mais freqüentes

nas crianças vítimas de treinamento excessivo são as dos

16 ossos e músculos. Vão de macrotraumas (fraturas, torções,

luxações, distensões) a microtraumas (inflamações na

cartilagem de crescimento e no tecido ósseo, nas

19 extremidades de ossos longos, como fêmur e tíbia). As dores

no joelho são as mais comuns. Quando a dor chega, é hora de parar. O repouso é

22 fundamental, mas em casos mais graves pode haver

necessidade de imobilização e fisioterapia. Mesmo em

um programa de exercícios adequado, os ortopedistas

25 recomendam a utilização de aliados que diminuam o risco

de uma lesão óssea, como tênis adequados, proteção para

cotovelo, joelho, pulso e ombro, dependendo da atividade.

Priscila Pastre Rossi e Tatiana Diniz. In: Folha Online — Folha de S. Paulo, 28/9/2006 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, considerando as idéias e as estruturas do texto acima.

- Mantêm-se o sentido e a correção gramatical do texto se o trecho “Que o exercício beneficia as crianças, não há dúvidas” (R.1-2) for reescrito da seguinte maneira: Não há dúvidas de que o exercício beneficia as crianças.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI ITEM CERTO

Comentário.

Para encerrarmos regência nominal e darmos início ao estudo da sintaxe de regência verbal, voltamos à estaca zero...rs...

A questão mais uma vez abordou a regência da palavra “dúvida” (já viu que o Cespe gosta dessa...rs...).

Na passagem original, houve inversão dos termos da oração, o que justifica o emprego da vírgula. Com essa troca de ordem, dá-se ênfase ao complemento oracional.

Como é possível a omissão da preposição “de” com aquele vocábulo, a forma original estava de acordo com a norma culta.

O que o examinador fez foi simplesmente colocar os termos na ordem direta (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO), deixando explícita a preposição: “Não há dúvidas de que o exercício beneficia as crianças.”.

(UnB CESPE / BRB /2005)

Texto para as questões 13 e 14.

1 Quem apostou na tecnologia saiu ganhando, e isso ocorreu,

principalmente, com os líderes do sistema bancário brasileiro. Os que

até agora foram tímidos nessa área vão ter maior dificuldade de

4 se integrar à complexidade tecnológica detonada pelo novo Sistema

de Pagamentos Brasileiro (SPB) e pela certificação digital. É um

caminho sem volta e os bancos menos identificados com essa nova

7 dinâmica são os que se colocaram à venda enquanto é cedo. Há

muito tempo a tecnologia está associada ao sistema bancário

brasileiro. Quando a reserva de mercado impedia a importação de

10 itens necessários à modernização bancária, foram os próprios bancos

que investiram na fabricação desses equipamentos no Brasil.

Com base no texto acima, julgue os itens seguintes.

13 - O sinal de crase em “à complexidade” (R.4) deverá ser eliminado se o verbo “integrar” for substituído por adaptar.

ITEM ERRADO

Comentário.

A transitividade do verbo adaptar é, assim como a do verbo integrar, direta (pronominal) e indireta – integrar-se a alguma coisa / adaptar-se a alguma coisa.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Em função disso, continua havendo a necessidade de o objeto indireto ligar-se ao verbo com a preposição “a”, formando crase em “à complexidade”.

Assim, a afirmação de que o sinal deverá ser eliminado não procede.

14 - Estaria gramaticalmente incorreta e em desacordo com os sentidos do texto a substituição da estrutura “está associada ao” (R.8) por está associada pelo.

ITEM CERTO

Comentário.

Esse jogo de palavras do examinador do Cespe pode confundir o candidato – ele afirma que está incorreto e você tem de dizer se essa afirmação está certa ou errada. Já viu, hem? “Estar incorreto” está certo ou errado... na hora da prova, isso pode dar um nó na sua cabeça, então tome cuidado, viu?

As preposições que podem acompanhar o adjetivo associado (formado a partir do particípio do verbo associar) são a, com, em.

Por isso, estaria incorreta a associação da preposição “por” a este vocábulo, exatamente como afirmou o examinador.

A partir de agora, falaremos bastante sobre a transitividade verbal.

Isso porque o conceito de REGÊNCIA VERBAL passa necessariamente pela definição da TRANSITIVIDADE DO VERBO.

Há verbos que bastam por si mesmos – são os verbos INTRANSITIVOS.

Outros há que necessitam de informações suplementares, ou seja, do auxílio de uma expressão subsidiária, que se apresenta sob a forma de COMPLEMENTO. Esses são os verbos TRANSITIVOS.

Quando não há preposição necessária, o verbo é TRANSITIVO DIRETO, ou seja, liga-se ao complemento diretamente (OBJETO DIRETO).

No caso de a preposição ser obrigatória, o verbo é classificado como TRANSITIVO INDIRETO e o complemento é antecedido de preposição (OBJETO INDIRETO).

Quando, simultaneamente, o verbo requer dois complementos, um direto e outro indireto, o chamamos de bitransitivo.

Por fim, há os que não se satisfazem com apenas a informação trazida pelo objeto, exigem mais alguma, trazida pelo predicativo do objeto. Esses são os verbos transobjetivos, tratados na aula de Concordância (comentário à questão 7 daquela aula).

(UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007)

Julgue a correção gramatical dos itens a seguir.

15 - “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90% dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi alcançado às 19 h 30 min.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI ITEM ERRADO

Comentário.

A partir de agora, o estilo de abordar o assunto pode mudar. O examinador pode apresentar afirmações e você deve avaliar se há erro gramatical na proposição.

Para começar o estudo de sintaxe de regência verbal, veremos o verbo LEMBRAR. Tudo o que falarmos sobre esse verbo também se aplica ao seu antônimo, ESQUECER. Há três possibilidades:

- LEMBRAR alguma coisa – transitividade direta;

- LEMBRAR-SE DE alguma coisa – transitividade direta (pode ser pronominal ou não) e indireta (regida pela preposição “de”);

- LEMBRAR a alguém – transitivo indireto, com o objeto da lembrança na função de sujeito – essa é mais incomum no nosso dia-a-dia. Equivale a “algo veio à minha lembrança”: “Seu nome lembrou-me.”.

Luft registra ainda uma quarta: lembrar algo a alguém (complemento direto para coisa e indireto para pessoa), muito usada por nós, inclusive no sentido de trazer à memória por semelhança ou analogia (“Ela me lembra sua mãe.”).

O que não é possível é um cruzamento – “lembrar de”, como se apresentou nessa questão (e que, cá entre nós, usamos muuuuito na linguagem coloquial, é ou não é?). O dicionário recomenda que: alguém se lembra de alguma coisa ou alguém lembra alguma coisa.

Assim, para a correção, seria necessária a inclusão de um pronome: “O presidente se lembrou de que a expectativa inicial era ...” ou a retirada da preposição: “O presidente lembrou que a expectativa inicial era...”.

Por fim, uma observação: quando o objeto indireto vier sob forma oracional, a omissão da preposição é possível (como diria o Dinossauro Baby: “De novo!!!!” – estou falando daquele da “não é a mamãe”... alguém aí se lembra disso? Denunciei agora a minha idade, cruzes!!!....rs...):

“O presidente se lembrou [de] que a expectativa era...”.

Drummond já fez uso dessa elipse: “No meio do caminho, tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho / Nunca me esquecerei desse acontecimento / na vida de minhas retinas tão fatigadas / Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra” (agora, o nível voltou aos parâmetros normais...rs...).

16 - Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que, “sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito de escolher os representantes”.

ITEM ERRADO

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Comentário.

O verbo congratular é transitivo direto (congratular alguém) ou bitransitivo (congratular alguém por / de alguma coisa).

A passagem, após a correção, a construção seria “O ministro Marco Aurélio congratulou os eleitores brasileiros”. A oração que se segue é adjetiva, referindo-se a “eleitores brasileiros”.

(UnB CESPE / SEAD -PA / 2007)

Julgue a correção gramatical do trecho de correspondência oficial dos itens a seguir.

17 - Em resposta ao seu ofício solicitando providências no envio do funcionário Fulano de Tal para prestar serviço em sua seção, informo-lhe de que já foi providenciado a referida transferência de setor.

ITEM ERRADO

Comentário.

Observamos dois problemas nessa construção: um de concordância e outro de regência.

O primeiro se refere à relação entre o particípio “providenciado”, da locução verbal de voz passiva “foi providenciado”, e o sujeito paciente “a referida transferência de setor”, cujo núcleo repousa em “transferência”, substantivo feminino. A transferência foi providenciada.

Agora, o que nos interessa para essa aula – a regência do verbo INFORMAR.

Esse é um verbo bastante “flexível”, pois admite “dupla regência”, ou seja, podemos “informar algo a alguém” (transitivo direto para coisa e indireto para pessoa) ou o inverso: “informar alguém de algo” (transitivo direto para pessoa e indireto para coisa).

Esse “fenômeno” ocorre com alguns verbos, além do “informar”:

- AVISAR – aviso algo a alguém ou aviso alguém de algo;

- ENSINAR – ensino algo a alguém ou ensino alguém a fazer algo;

- CERTIFICAR – certifico alguém de algo ou certifico algo a alguém;

- AUTORIZAR – autorizo alguém a algo ou autorizo algo a alguém.

Com esses verbos, há possibilidade de se transpor para a voz passiva com o sujeito representado pela pessoa ou pela coisa, indistintamente, já que os dois podem execer a função de objeto direto da voz ativa: “alguém foi informado de alguma coisa” ou “alguma coisa foi informada a alguém”.

Acontece que o examinador exagerou na dose – colocou dois objetos indiretos: “lhe” e “de que já foi providenciado...”.

Há duas possibilidades de correção: “informo-lhe [OI] que já foi providenciada a referida transferência de setor [OD]” ou “informo-o [OD] de que já foi ...[OI]”.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 18 - A propósito de sua solicitação, através do requerimento n.º 12345, informo V. S.a que o assunto objeto de seu interesse está sendo estudado nesse Departamento e, assim que for resolvido, daremo-lhes uma resposta.

ITEM ERRADO

Comentário.

Na mesma prova, o mesmo erro: agora, colocou dois objetos diretos (parece que a banca não consegue acertar uma...rs...).

Informo V.Sª. [OD] DE alguma coisa [OI] ou Informo a V.Sª [OI] alguma coisa [OD] Note que, no segundo caso, após o verbo, há apenas a preposição “a”, pois pronomes de tratamento não aceitam artigo antes de si (exceção fica por conta de “senhor”, “senhora” e “senhorita”). Lembre-se de que “tudo o que acontece com VOCÊ acontece também com os demais pronomes de tratamento”.

O outro erro dessa opção foi o emprego do pronome após um verbo no futuro do presente: se não notou, é porque precisa rever a aula sobre Pronomes.

19 - (UnB CESPE/ ANATEL – Técnico / 2006)

1 Foi “entrevistado” aquele que é apontado pelas

autoridades como o principal responsável pelos ataques do PCC. O Celular “falou” ao repórter com o compromisso de não

4 ter sua identidade e sua marca reveladas.

O senhor admite ter desempenhado um papel

fundamental na organização dos ataques do PCC? Não se

7 pode dispensar todo o barril por causa de algumas maçãs

podres. Eu ajudo mais de 90 milhões de brasileiros a se

comunicarem diariamente. Sou um aparelho democrático. 10 É possível ou não bloquear os seus serviços?

Eu sempre me esforço para ser o melhor naquilo que faço. Esta

é a minha receita de sucesso. Para bloquear, é preciso

13 acompanhar o meu ritmo de avanço tecnológico. Alguns

bloqueadores instalados já estavam obsoletos quando foram

instalados. 16 Afinal, existe alguma forma de bloquear o seu

sinal? Tem uma tal de gaiola de Faraday. Apesar de o nome

parecer complicado, é bem simples. Basta instalar uma tela de

19 metal em volta das celas ou dos presídios. A gaiola de metal

impede que minhas ondas eletromagnéticas entrem ou saiam.

Aí, não tem comunicação.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Com base no texto acima, julgue o próximo item.

- Como o verbo ajudar admite duas regências, atenderia aos preceitos gramaticais a inserção da preposição a antes do termo “mais de 90 milhões de brasileiros” (R.8).

ITEM ERRADO

Comentário.

O verbo ajudar, nas palavras de Luft, apresenta a sintaxe originária de transitivo direto de pessoa e indireto de coisa. Essa sintaxe, aliás, emprega a preposição “em” antes de substantivo (ajudar alguém em algo) e a preposição “a” antes de infinitivo (ajudar alguém a fazer algo).

Exemplos: Ajudei minha mãe nas tarefas domésticas. / Ajudei minha mãe a fazer as tarefas domésticas.

Vamos relembrar a passagem original do texto: Eu ajudo mais de 90 milhões de brasileiros a se comunicarem diariamente.

Eu ajudo ALGUÉM (OBJETO DIRETO = mais de 90 milhões de brasileiros) a FAZER ALGUMA COISA (OBJETO INDIRETO ORACIONAL = a se comunicarem diariamente). Seria errado empregar uma preposição antes do objeto direto, como sugere o examinador.

20 - (UnB CESPE/SEAD-PA/2007)

1 Na hora da Abolição, o Império do Brasil disfarçou a

sua derrota atribuindo o fim da escravidão ao gesto magnânimo da princesa. Mas os historiadores reconstituíram

4 a narrativa que se queria ocultar, lançando luz sobre a

primeira grande luta social de caráter nacional no Brasil.

Nessa luta, líderes de todas as cores mobilizaram o povo em

7 torno da exigência de igualdade perante a lei. Os clubes

abolicionistas, as fugas de escravos, com auxílio dos

ferroviários, a greve seletiva dos tipógrafos, que não

10 imprimiam os manifestos escravistas, a recusa dos jangadeiros

cearenses de transportar cativos derrotaram a escravidão e

destruíram os alicerces do Império. Demétrio Magnoli. In: O Globo, 30/11/2006.

Julgue a assertiva abaixo.

- Na linha 2, a presença de preposição em “ao gesto” justifica-se pela regência de “derrota”.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI ITEM ERRADO

Comentário.

A exemplo do que fez com regência nominal, a banca também pode fazer referências incorretas em relação à sintaxe de regência verbal, ou seja, atribuir a preposição a outro elemento que não o verbo que a exigiu.

Foi o que aconteceu nessa questão. Quem exigiu a preposição “a” em “ao gesto” foi o verbo ATRIBUIR (alguém atribui algo a alguém/alguma coisa): “atribuindo o fim da escravidão [objeto direto] ao gesto magnânimo da princesa [objeto indireto]”.

21 - (UnB CESPE / ICMS AC / 2006)

Assinale a opção gramaticalmente incorreta.

A) O plenário do STF elegeu na quarta-feira, dia 15/3, por oito votos a um, a juíza Ellen Gracie como nova presidenta da corte; ela é a primeira mulher a ser eleita para o cargo mais alto do Poder Judiciário brasileiro.

B) Devido à proximidade das eleições, a ministra Gracie tornar-se-á, muito provavelmente, a primeira mulher a assumir interinamente a presidência da República, em caso de viagem do presidente Lula.

C) Segundo a assessoria do STF, o ministro Jobim, obedeceu o regimento interno da instituição ao realizar a eleição por voto secreto, na segunda sessão ordinária do mês anterior ao da expiração do mandado.

D) Emocionada, a ministra Ellen Gracie disse, em referência à tradição de eleger para a presidência o ministro mais antigo, que a previsibilidade do resultado não tira a solenidade do momento, nem o torna menos comovente a quem recebe a suprema honra de conduzir os destinos do STF.

Gabarito: C

Comentário.

O verbo OBEDECER (como o desobedecer) é transitivo indireto e rege a preposição “a”: “obedeceu ao regimento interno”.

Apesar de ser transitivo indireto, é o único verbo que aceita construção de voz passiva, resquícios de sua antiga transitividade direta.

Certamente, você está dizendo: “Puxa, Cláudia!! Agora que consegui gravar que só os verbos transitivos diretos (TD) ou diretos e indiretos (TDI) podem formar voz passiva, você me vem com essa novidade!?!?!”.... Puxa, juro que não sou eu quem inventa essas coisas (pare de me xingar...rs...), está lá no Luft:

“Entre os clássicos antigos aparece como transitivo direto (...). Vigoram hoje, portanto, duas regências – obedecer a alguém (obedecer-lhe) e obedecer alguém (obedecê-lo). Em linguagem culta formal, ainda se recomenda a primeira construção: obedecer-lhe. A voz passiva é vista como normal: alguém é obedecido.”.

E o que dizem Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do Português Contemporâneo:

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI “Na língua culta moderna, fixou-se como transitivo indireto. Admite, no entanto, voz passiva. Essa construção corresponde ao antigo regime transitivo direto do verbo, que ainda se documenta em escritores do século passado. Não é raro o seu emprego como intransitivo (‘Você é o único que não obedece!’).”

Para não dar margem a dúvidas, a banca inseriu mais um problema na opção C – de pontuação. Uma vírgula separa indevidamente o sujeito (“o ministro Jobim”) do verbo correspondente (“obedeceu”). Mas isso é conversa para uma das últimas aulas.

Vamos seguir.

22 - (UnB CESPE/ MPE TO /2006)

Um dos mais fortes argumentos contra qualquer espécie de racismo vem das recentes descobertas no campo da genética, que consolidaram, no campo científico, a idéia bastante conhecida atualmente de que todos os seres humanos existentes hoje em dia são originários de um mesmo grupo de hominídeos que viveram na África Ocidental há dezenas de milhares de anos.

As pesquisas realizadas pelo geneticista Marc Feldman, professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que comparou os códigos genéticos de 1.056 voluntários de 52 regiões do planeta, revelaram diferenças tão pequenas que a única conclusão possível é a de que toda a humanidade descende de uma população bem pequena. Os cálculos matemáticos efetuados levaram à conclusão de que duas mil pessoas que viviam no continente africano há 70.000 anos são a origem da população atual da Terra.

Essa população, por motivos ainda desconhecidos, migrou em direção ao norte, passando pelo Oriente Médio, povoando a Europa e a Ásia e posteriormente migrando dessa região para o continente americano e demais partes do mundo.

Reinaldo Dias. Antepassados humanos comuns. In: Introdução à sociologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, p. 175 (com adaptações).

Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e às estruturas lingüísticas do texto acima.

- O emprego da preposição “de” em “de que todos os seres humanos existentes hoje em dia são” (R.3-4) deve-se à regência da forma verbal “consolidaram” (R.2).

ITEM ERRADO

Comentário.

O verbo CONSOLIDAR é transitivo direto (consolidar as empresas) ou direto e indireto, com a preposição “em” (consolidar as empresas num grupo poderoso).

Vamos ler a passagem do texto:

Um dos mais fortes argumentos contra qualquer espécie de racismo vem das recentes descobertas no campo da genética, que consolidaram, no campo científico, a idéia bastante conhecida atualmente de que todos os seres humanos existentes hoje em dia são originários de um mesmo grupo de hominídeos que viveram na África Ocidental há dezenas de milhares de anos. Eliminando o que não interessa à análise, temos:

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI “... recentes descobertas (...) que consolidaram (...) a idéia (...) de que todos os seres humanos existentes...”.

O verbo CONSOLIDAR é um verbo TRANSITIVO DIRETO (alguém consolida alguma coisa) e possui, como núcleo do objeto direto, o substantivo “idéia”. É este termo que exige a preposição “de” para ligar-se ao seu complemento nominal: “idéia de que todos os seres...”.

Por isso, está incorreta a afirmação de que a preposição foi exigida pelo verbo.

Tranqüila essa, hem? Mas não vai se acostumando com essa facilidade toda, hem??? 23 - (UnB CESPE/MRE Oficial de Chancelaria/ 2006)

1 O menos que se pode dizer é que a simbiose cultural

França/Brasil é coisa do passado, história, aliás, mais

interessante do que sugerem os enfoques superficiais e

4 fragmentários que, em geral, lhe têm sido consagrados, quase

sempre preocupados com o pitoresco. Lembremos, a título de

curiosidade, que, no século XVI, era o Brasil que exercia

7 influência sobre a França, seja como terra de missão, seja por

projetos de geopolítica, seja pelo tradicional atrativo que o

exótico exerce sobre o ideário francês, passando pelas

10 contaminações de vocabulário, como as palavras indígenas

que, segundo Lévi-Strauss, incorporaram-se à língua francesa

sem intermediação do português.

13 Do lado brasileiro, era um exemplo de bovarysmo

intelectual, que, nos oitocentos e novecentos, resultava em

inquietante, e não raro ridícula, desnacionalização mental,

16 repetindo-se, em nossos dias, com relação ao inglês e aos

Estados Unidos. Contudo, desde os começos do século XIX,

Ferdinand Denis aconselhava aos escritores que, para criar

19 uma literatura brasileira, era preciso abandonar os modelos

estrangeiros em favor da temática nacional. Acrescentemos a tradicional “visão tropicalista” que

22 condiciona o “horizonte de expectativa francês” com relação

às literaturas latino-americanas e que nós, de nossa parte,

fazemos de tudo para encorajá-la com a imagem folclórica

25 sobre nós mesmos. Daí decorre, para lembrar apenas um

caso, que Machado de Assis seja visto no exterior como pouco

brasileiro, pois o protótipo brasileiro é Jorge Amado.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Wilson Martins. Jornal do Brasil, 19/11/2005 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue o próximo item.

- Mantendo-se os sentidos do texto e preservando-se a correção gramatical, o trecho “aconselhava aos escritores que (...) era preciso” (R.18-19) poderia ser substituído por alertava aos escritores de que (...) precisavam.

ITEM ERRADO

Comentário.

Vejamos a regência dos verbos:

- ACONSELHAR – aconselhar alguém a fazer algo ou aconselhar algo a alguém (é um dos flexíveis!). No texto, surgiu a segunda sintaxe (“Ferdinand Denis aconselhava aos escritores [OI] que (...) era preciso abandonar os modelos estrangeiros... [OD]”);

- ALERTAR – alertar alguém de/sobre/contra alguma coisa. Este verbo é transitivo direto para pessoa e indireto para coisa. Assim, a construção “alertava aos escritores de que...”, além de apresentar dois complementos indiretos (o que só é possível em alguns casos especiais), emprega a preposição antes do complemento direto (os escritores). Para corrigir, seria necessário eliminar a preposição “a”: “alertava os escritores de que precisavam...”.

Aliás, é muito comum que verbos de mesmo campo semântico (de significado) muitas vezes tendam a convergir à mesma regência. Alguns casos, como veremos adiante, já são aceitos pela gramática normativa. Outros, não.

Vejamos o exemplo do verbo EXTORQUIR. Costumamos ler nas páginas de jornais e ouvir por aí que “O bandido tentou extorquir o comerciante com falsas ameaças.”. Ora, será que está correto esse emprego?

Extorquir é "obter por violência, ameaça ou ardil". Em outras palavras, quem extorque vale-se de meios ilícitos para tirar algo de alguém. Assim, na função de objeto direto, temos A COISA e não a pessoa.

Contudo, como os verbos coagir, ameaçar, constranger, forçar, violentar (de mesmo campo semântico) podem apresentar como complemento direto uma pessoa ("coagir alguém", "ameaçar alguém", "constranger alguém" etc.), acabaram "contaminando" extorquir. Isso explica, mas não justifica (rs...). Não podemos, para fins de concurso público, afirmar que é correto usar extorquir como se tem visto por aí.

Só que a nossa língua é viva, ou seja, está sujeita a constantes modificações decorrentes de uso e costumes. Isso aconteceu com o verbo implicar. No sentido de trazer como conseqüência, acarretar, é transitivo direto (Tal denúncia implicou a apuração dos fatos.).

Contudo, veja a observação do nosso mestre Celso Luft:

“Implicar em algo é inovação em relação a implicar algo por influência dos sinônimos redundar, reverter, resultar, importar. Aparentemente brasileirismo. Plenamente consagrado, admitido até pela Gramática Normativa. P.ex.: Tal procedimento implica (em) desdouro (Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa, pg. 401)”

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Page 23: AULA 05 PORTUGUÊS ANATEL

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI E, acredite, essa inovação já caiu em prova da ESAF, quando foram aceitas as duas formas: implicam tratamento discriminatório / implicam em tratamento discriminatório (concurso para AFRF no ano de 2002).

Por isso, se a banca não fizer menção a “norma culta”, “forma original” ou outra dica que remeta à regência primária (transitiva direta) do verbo implicar, pode considerar a transitividade indireta (com preposição “em”) também válida. Temos o Luft para nos defender.

Caso contrário, vamos lamentar juntos, rogar uma praga para o examinador, coisas do tipo... (rs...) Como reza o ditado: de bumbum de criança, cabeça de juiz [e de examinador, acrescentamos nós], não se sabe o que pode sair.

24 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006)

1 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de

maneira imprescindível, da consagração da supremacia

constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que

4 somente estarão presentes nos países em que houver um

Judiciário forte, dotado de plena independência e que possa

efetivar suas decisões. A independência judicial constitui

7 direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui.

O magistrado, no momento de julgar, não pode receber ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa

10 idéia essencial à independência do Judiciário.

A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam

suas vidas à luta por uma magistratura independente,

13 democrática, transparente e justa e jamais se esquecem da

lição do grande Rui: “A autoridade da Justiça é moral, e

sustenta-se pela moralidade de suas decisões”. Alexandre de Moraes. União pelo fortalecimento. In: Folha de S. Paulo, 25/3/2006 (com adaptações).

Julgue a correção gramatical da assertiva abaixo.

- No trecho “A democracia (...) necessita, de maneira imprescindível, da consagração da supremacia constitucional e do respeito aos direitos fundamentais” (R.1-3), o uso da preposição de nos termos destacados é exigência da forma verbal “necessita”, para que sejam respeitadas as regras de regência gramatical.

ITEM ERRADO

Comentário.

O examinador está misturando “alhos” com “bugalhos”. Realmente, o verbo necessitar apresenta transitividade indireta, só que seu complemento é “da consagração”. Os demais elementos não são complementos verbais, mas

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI complementos nominais (“consagração da supremacia constitucional e do respeito aos direitos fundamentais”) e adjunto adverbial (de maneira imprescindível). Ainda que você considerasse “do respeito aos direitos fundamentais” como complemento verbal (e o texto dá margem a essa ambigüidade), a inclusão de “da supremacia constitucional” e “de maneira imprescindível” na lista de complementos verbais torna a questão incorreta.

Só por curiosidade: Luft também registra a transitividade direta deste verbo (necessitar dinheiro). Essa é da série “Acredite se puder”...rs...

25 - (UnB CESPE /TCU – Técnico /2004)

1 A EMBRAPA virou símbolo de excelência na

administração pública. Em mais uma década, terá sido a responsável pela melhoria do padrão nutricional dos brasileiros,

4 por meio de um programa para a produção de alimentos mais

saudáveis. Os componentes de nossa dieta básica — arroz, feijão,

milho, soja — estão sendo pesquisados para que adquiram teores

7 mais elevados de vitaminas, proteínas e aminoácidos. Do projeto,

há poucos anos surgiu a cenoura com mais procaroteno (que ajuda no combate à cegueira), já incorporada ao mercado. A

10 presidente interina da EMBRAPA, Marisa Barbosa, acentua que

outros resultados positivos serão alcançados nos próximos anos.

Com isso, o índice de subnutrição e doenças dela resultantes serão

13 gradativamente reduzidos. Alimentos denominados funcionais,

proteicamente enriquecidos, estão sendo pesquisados para

combater a diabetes e o envelhecimento. Nada a ver com

16 transformação genética. A EMBRAPA tem 2.220 pesquisadores,

sendo 1.100 com doutorado. Jornal do Brasil (Informe JB), 15/3/2004, p. A6 (com adaptações).

Tendo em vista o texto acima e o tema nele focalizado, julgue o item seguinte.

- Para que o início do texto seja adequado à linguagem formal exigida por documentos oficiais, deve-se substituir “virou” (R.1) por tornou, a fim de se preservar a correção gramatical e as relações semânticas do texto.

ITEM ERRADO

Comentário.

O verbo tornar, no sentido de “vir a ser, transformar-se”, além do objeto direto, que pode ser representado por um pronome (tornou-se) ou um substantivo (Ele tornou meus sonhos realidade.), vem acompanhado também de um predicativo: “A EMBRAPA tornou-se um símbolo de excelência...”.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Na sugestão do examinador, faltou incluir o pronome, que exerce a função de complemento verbal direto.

26 - (UnB CESPE /TJ SE- Notário /2006)

1 O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB),

seção de São Paulo, em parceria com o Colégio Notarial do

Brasil, também seção de São Paulo, e com o apoio da

4 Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo, congrega

esforços para promover e realizar seminários de direito

notarial e registral no estado, visando o aperfeiçoamento

7 técnico de notários e registradores e a reciclagem de

prepostos e profissionais que atuam na área. Os objetivos

perseguidos pelas entidades representativas de notários e

10 registradores bandeirantes são o aperfeiçoamento dos

serviços, a harmonização de procedimentos, buscando uma regulação uniforme nas atividades notariais e registrais.

13 O IRIB e o Colégio Notarial sentem-se orgulhosos

de poder contribuir com o desenvolvimento das atividades

notariais e registrais do estado. Internet: <www.educartorio.com.br.> (com adaptações).

Com base nas estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir.

- As passagens “o aperfeiçoamento técnico” (R.6-7) e “a reciclagem” (R.7) podem ser substituídas, respectivamente, no contexto, por à qualificação técnica e ao aprimoramento.

ITEM CERTO

Comentário.

Esse verbo merece uma atenção especial. Pode apresentar diversos sentidos, como pôr visto (visar o passaporte) ou apontar uma arma (Visou a caça), mas o mais comum é “ter objetivo ou fim”, “objetivar”. Vejamos, então, o registro de Luft para a regência verbal neste sentido:

“Nesta acepção, a regência primária é transitivo indireto (visar a). Por causa da semântica ‘buscar, procurar, pretender’, passou a aceitar também a transitividade direta, dispensando a preposição. Isto se deu, de início, principalmente com o infinitivo: ‘Todas essas considerações visam apenas glosar os debates.’. (...).

Outros exemplos: ‘Aquilo não visava outro interesse’ (Aloísio de Azevedo). Vários gramáticos e diconaristas que registram legitimando o fato: Nascentes, Rocha Lima, Celso Cunha, Cegalla, Bechara, Aurélio.”

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Por isso, o examinador afirmou que “podem ser substituídas”, aceitando, assim, a transitividade direta apresentada pelo autor do texto (“...visando o aperfeiçoamento técnico de notários e registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na área...”).

Fazendo-se acompanhar pela preposição “a” (transitividade indireta), forma-se “visando ao aperfeiçoamento técnico (substituído com propriedade pelo examinador por “à qualificação técnica”) e à reciclagem (apresentado como “ao aprimoramento”)”. Estaria correta a modificação sugerida.

27 - (UnB CESPE/ TCE ES – Controlador /2005)

Portaria n.º 107, de 15/5/1996

Dispõe sobre a isenção de tributos incidentes na importação de mercadorias destinadas a feiras, congressos, exposições ou eventos assemelhados.

O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso das atribuições previstas no art. 87, parágrafo único, inciso II da Constituição, e tendo em vista o disposto na Resolução do Grupo Mercado Comum do MERCOSUL n.º 115/1994, promulgada pelo Decreto n.º 1.765, de 28 de dezembro de 1995, resolve:

(...)

Art. 3.º. A isenção de que trata o art. 1.º estende-se ao material promocional destinado a qualquer atividade turística, cultural, educativa, desportiva, religiosa ou de promoção comercial, bem como às mercadorias a serem distribuídas gratuitamente na ocasião ou em função da realização dessas atividades, quando originários de outro Estado-parte do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

(...)

Com base no trecho acima, adaptado de uma portaria ministerial, julgue o seguinte item, a respeito de sua organização lingüística.

- Na ementa da portaria, seriam preservadas a correção gramatical e a adequação do texto se, em lugar da preposição “sobre”, a preposição utilizada para o complemento da forma verbal “Dispõe” fosse de, e se registrasse aí a contração com o artigo: Dispõe da.

ITEM ERRADO

Comentário.

Alguns verbos, a depender do sentido, apresentam regências diferentes. É o caso do verbo DISPOR.

No sentido de “determinar, prescrever” ou “tratar, discorrer”, aceita a transitividade direta (“A Constituição Federal dispõe que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.”) ou indireta, com a preposição “sobre” ou a locução prepositiva “acerca de”, como se observa em ementas de textos legislativos.

Também existe a forma “dispor de”, mas no sentido, dentre outros, de “ter, possuir” (Ele dispõe de muitos recursos.), contar com o auxílio (Precisamos dispor de ajudantes para terminar essa tarefa.).

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Sentidos diferentes podem apresentar regências diferentes. Muito cuidado com as sugestões das bancas, que tentam misturar umas com as outras.

28 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)

Em 2001, o BB adotou medidas que conferem maior transparência às decisões internas e às movimentações da empresa no mercado bancário. Os ajustes patrimoniais ocorridos em junho, o novo estatuto, aprovado pela assembléia de acionistas em agosto, o aprimoramento do processo decisório e o aperfeiçoamento do modelo de negociação tornam muito mais ágeis as decisões e fortalecem o compromisso da empresa com a ética e a transparência.

O lucro de R$ 1,082 bilhão no exercício, 11,1% maior que o obtido em 2000, confirma o acerto das medidas implementadas pelo banco ao longo de 2001, garantindo a ampliação dos negócios e o aumento da lucratividade.

O BB encerrou o ano confirmando sua posição como o maior banco do país, com ativos totais de R$ 165,1 bilhões, R$ 61,4 bilhões de recursos administrados e R$ 40,2 bilhões em operações de crédito. Com mais de R$ 117 bilhões captados entre seus quase 14 milhões de clientes, que têm à disposição mais de 8 mil pontos de atendimento no Brasil e 31 no exterior, o BB encerrou o exercício mantendo sua liderança no sistema financeiro nacional e seu compromisso com a satisfação dos clientes e acionistas. Além disso, permaneceu como o banco com maior presença na Internet brasileira, com quatro milhões de clientes cadastrados e mais de 18,4 milhões de transações realizadas, no mês de dezembro, no portal www.bb.com.br. Relatório do Banco do Brasil S.A. In: Correio Braziliense (com adaptações). Com base no texto, julgue o item seguinte.

- O verbo “conferem” (R.1) está empregado no texto com a mesma regência e com sentido equivalente ao que está empregado no seguinte exemplo: Os dados do relatório final do BB conferem com aqueles divulgados pela imprensa no decorrer da semana.

ITEM ERRADO

Comentário.

O verbo CONFERIR pode apresentar o sentido de “confrontar, comparar, verificar”, caso em que o verbo é transitivo direto ou bitransitivo (Conferimos as contas. / Conferi a tradução com o original.).

No texto, o sentido é outro: é de “dar, imprimir, atribuir”, transitivo direto e indireto: “medidas que conferem [= imprimem / dão / atribuem] maior transparência [OD] às decisões internas e às movimentações da empresa [OI]”.

Ainda há outra acepção: a de “estar certo, exato, de acordo”, como em “Suas contas não conferem.”. Neste sentido, apresentou-se no exemplo do examinador: “Os dados conferem com aqueles divulgados pela imprensa...”.

O erro da banca está em afirmar que o verbo apresenta o mesmo sentido tanto no texto quanto em seu exemplo.

Em uma questão de prova, a banca da ESAF (eu sei que estamos nos preparando para uma prova da UnB, mas espere...) explorou diversos aspectos do verbo ATENDER,

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI apresentando, nas opções, diversos exemplos retirados sabe de onde???? Do Dicionário Prático de Regência Verbal, de Luft.

Veja só a questão que, por ser de outra banca, não se encontra na lista das questões de hoje.

(Analista IRB/2004) Identifique a letra em que uma das frases apresenta erro de regência verbal.

a) Atender uma explicação.

Atender a um conselho. b) O diretor atendeu aos interessados.

O diretor atendeu-os no que foi possível.

c) Atender às condições do mercado.

Os requerentes foram atendidos pelo juiz.

d) Atender o telefone.

Atender ao telefone. e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.

Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.

Todos os exemplos apresentados nas opções da questão foram retirados do livro de Celso Pedro Luft (obra citada ao longo dessa aula). Sobre a regência do verbo atender:

1. o verbo será facultativamente transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso, regendo a preposição a) nas seguintes acepções:

- no sentido de dar ou prestar atenção – “Atender a um conselho” (opção a),”Atender uma explicação” (opção a), “O diretor atendeu aos interessados” (opção b); Luft ressalta que, se o complemento for um pronome pessoal referente a PESSOA, só se empregam as formas objetivas diretas – “O diretor atendeu os interessados” ou “aos interessados”, mas somente “O diretor atendeu-os.”.

- na acepção de tomar em consideração, considerar, levar em conta, ter em vista – “Atender às condições do mercado.” (opção c);

- com sentido de responder – “Atender ao / o telefone (opção d);

2. na acepção de conceder uma audiência , é transitivo direto e, por isso, possibilita a construção na voz passiva – “Os requerentes foram atendidos pelo juiz” (opção c);

3. no sentido de acolher, deferir, tomar em consideração, é transitivo direto –

“O diretor atendeu-os no que foi possível” (opção b) ;

4. no sentido de atentar, reparar, é transitivo indireto, podendo reger as preposições a, para, em – “Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença” (opção e).

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI A única incorreta é “Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.”, segunda oração da opção E. O sentido é o da primeira oração do mesmo item (atentar, reparar), que, por ser transitivo indireto, não admite construção de voz passiva (“Ninguém se atendeu...”).

E não deu outra na última prova do TCU. Veja só a última questão da nossa aula.

29 - (UnB CESPE /TCU – Analista/2007)

Desenvolvimento, ambiente e saúde

1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,

4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática

ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões

físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

13 sobre a Terra.

O desenvolvimento, como processo de incorporação

sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na

16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das

sociedades organizadas, tem sido reconhecido como

ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais

19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar

contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,

premissas e processos que interferem negativamente nos

22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e

coletiva.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

Julgue a assertiva abaixo.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI - O emprego do sinal indicativo de crase em “às necessidades” (R.12) é obrigatório; a omissão desse sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.

ITEM ERRADO

Comentário.

Como acabamos de ver, admite-se a transitividade DIRETA ou INDIRETA, indiferentemente, nesta acepção do verbo ATENDER. Assim, não desrespeitaria as regras de regência a retirada do acento grave em “às necessidades”, por não ser obrigatório o emprego da preposição.

Com essa, encerramos nossa aula, mas não o assunto.

No próximo encontro, veremos CRASE e voltaremos a tratar de regência, já que diversas questões do Cespe exploram, ao mesmo tempo, os dois assuntos.

Abraço e até lá. Bons estudos.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

(UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2005)

Texto para as questões 1 e 2.

1 Não há dúvida de que, no início do século XXI, os

Estados Unidos da América chegaram mais perto do que

nunca da possibilidade de constituição de um “império

4 mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e

constituísse um império global, isso significaria — ao mesmo

tempo e por definição — o fim do sistema político

7 interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico,

é que tal transformação viesse a significar também o fim do

capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da

10 termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizer

que a expansão do poder global na direção do império mundial é, ao mesmo tempo, uma força que levaria o sistema

13 mundial à entropia, ao provocar sua homogeneização interna

e o desaparecimento das hierarquias e conflitos responsáveis pelo

dinamismo e pela ordem do próprio sistema. José Luís Fiori. Correio Braziliense, 25/12/2004 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem.

1 - O emprego da preposição “de” em “Não há dúvida de que” (R.1) justifica-se pela regência da forma verbal “há”.

2 - Como na seqüência há um complemento oracional, a omissão da preposição “de” em “Não há dúvida de que” (R.1) também estaria de acordo com as exigências da norma escrita culta.

3 - (UnB CESPE /TCU – Técnico /2004)

Unidos na indignação contra os atentados que mataram 199 pessoas em Madri, mas de 11 milhões de espanhóis, em diversas cidades do país, saíram do trabalho e de casa para prestar homenagem às vítimas do terrorismo. Na capital, mesmo sob chuva fina, dois milhões de madrilenos partiram da praça Porta do Sol para uma marcha liderada pelo príncipe Felipe e pelo primeiro-ministro José Maria Aznar. O ETA voltou a negar participação no episódio e Aznar foi à televisão responder às acusações de que estaria escondendo informações para se beneficiar nas eleições.

Considerando o texto, julgue o item subseqüente.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI - Em “às acusações de que” (R.6), a preposição sublinhada é dispensável e sua eliminação mantém o período de acordo com as normas gramaticais da escrita culta formal.

4 - (UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007)

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia

7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,

mas se mantiveram nas províncias.

10 Muitos defendem o federalismo, quando se

encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta

13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos

dos estados e da União, quando deveriam articular-se em

busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política.

Julgue o item a seguir. - Na expressão “era a de assegurar” (R.2), a presença da preposição “de” decorre da regência de “preocupação” (R.1).

5 - (UnB CESPE/ PC ES - Perito/ 2006)

1 Em alguns países do primeiro mundo, há uma idéia de

direitos humanos apenas para consumo interno. Observa-se

nesses casos uma contradição inexplicável: no âmbito

4 interno, vigoram os direitos humanos, nas relações com os

países dependentes, vigoram os interesses econômicos e

militares. Esses interesses justificam a tolerância com as

7 violações dos direitos, no campo diplomático, ou o próprio

patrocínio das violações. Os mesmos interesses econômicos e

militares justificam também o patrocínio da guerra, sob a

10 bandeira de paz. Para que tais desvios não continuem a

acontecer, alguns juristas italianos (Salvatore Senese,

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Antonio Papisca, Marco Mascia, Luigi Ferrajoli e outros) têm

13 defendido que uma nova ordem mundial se constitua, não sob

o império dos interesses dominantes, mas tendo, ao contrário,

como sujeito da História a família humana presente e futura.

16 Outra contradição é, às vezes, observada no interior de certas

nações poderosas: a plena vigência dos direitos humanos, quando se trata de nacionais “puros” e o desrespeito aos

19 direitos humanos, quando as pessoas envolvidas são

imigrantes ou clandestinos, minorias raciais e minorias

nacionais.

A respeito do texto, julgue o item que se segue.

- Às linhas 6 e 7, a expressão tolerância às violações em lugar de “tolerância com as violações” mantém a correção gramatical e as informações originais do período.

6 - (UnB CESPE/ TRT 10.ª REGIÃO - Analista/2005)

1 O processo, que é o instrumento que reúne todas as

peças da pretensão levada ao juiz, seja do autor, seja do réu,

da acusação ou da defesa, é uma engrenagem complexa. 4 A Constituição Federal erigiu o devido processo

legal, situado substancialmente no acatamento ao primado

do contraditório e do amplo direito de defesa, como um

7 conjunto de regras de valores supremos não só para os

julgadores mas também para as partes do qual não pode se

afastar o aplicador do direito no momento de exercer a 10 jurisdição.

Entretanto, a esse pretexto, o que se verifica é um

eterno vai-e-vem na tramitação do processo, de imperdoável

13 irracionalidade, que não pode ser atribuído ao juiz, mas ao

nosso já vetusto sistema processual, ultrapassado em

quilômetros de distância da evolução por que passa o Mundo 16 e da qual o Brasil não se pode apartar.

Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>.

Julgue o item que se segue, relativo ao texto acima.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI - Na linha 5, a presença de preposição em “ao primado” justifica-se pela regência de “situado”.

7 - (UnB CESPE / Câmara dos Deputados / 2002)

Julgue a assertiva abaixo.

- Em “Sabemos hoje que as identidades culturais não são rígidas nem, muito menos, imutáveis. São resultados sempre transitórios e fugazes de processos de identificação”, as duas ocorrências da preposição “de”, antes de “processos” e “identificação”, são exigidas pela regência da palavra “resultados”.

8 - (UnB CESPE /TRE RS – Analista / 2003)

1 A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma

peça de retórica. Deve ser um meio eficaz, por intermédio do

qual o povo exerça plenamente seus direitos e prerrogativas 4 constitucionais e legais.

Na época de implementação dos direitos sociais,

como o direito de moradia, de trabalhar, de viver

7 decentemente, não é mais possível a inclusão de normas

programáticas no texto da Constituição da República. Há necessidade de que os princípios e as normas

10 constitucionais sejam eficazes, produzindo, de logo, os

efeitos jurídicos que todos esperam. Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não

13 basta também a Constituição proclamar uma série de direitos

e garantias, se estes e estas não se podem concretizar.

Paulo Lopo Saraiva. A soberania popular e as garantias constitucionais. In: Introdução crítica ao direito, p.141-2 (com adaptações).

A respeito das estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir.

- Preservam-se as relações semânticas e a correção gramatical, substituindo-se “Há necessidade” (R.9) por É necessário.

9 - (UnB CESPE / AGU – Procurador Federal / 2002)

O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruição de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento do amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica e socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI sempre renovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação de cada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossos portos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro, qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, por escrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dos títulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa. Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.

A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia de que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas as influências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomas crescentes de dissolução social.

Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova Aguilar, 2000, p. 148-51 (com adaptações).

Julgue o item abaixo.

- A substituição do trecho “A minha firme convicção é que” (R.25) por A minha firme convicção é a de que estaria em desacordo com as exigências de formalidade da norma culta escrita.

10 – (CESPE UNB / AGU – Procurador Federal / 2002)

Nas sociedades contemporâneas, ocorre um processo de retirar da própria regra sua nitidez, sua precisão. De um lado, os agentes se reportam a ela como se suas próprias ações sempre tivessem um lado excepcional, como se aquilo que fizeram não viesse a ser bem o caso da regra. Mas, de outro, e isso é mais importante, as regras e as instituições de vigilância oscilam em relação aos casos a que se aplicam, como se seus sentidos fossem sempre relaxados, passíveis de interpretações desviantes. A impunidade que daí deriva não está ligada, pois, a diferenças sociais que impliquem que nem todos sejam iguais perante a lei, mas tão-só a que todos se submetem a ela como se vestissem roupas muito maiores que as devidas. A sociedade moderna é democraticamente relaxada.

José Arthur Giannotti. Folha de S. Paulo, “Mais!”, 3/3/2002, p. 9 (com adaptações).

No que se refere às estruturas do texto, julgue o item abaixo.

- Em “a diferenças sociais” (R.7), “a que todos” (R.8) e “a ela” (R.8), as três ocorrências da preposição “a” devem-se à regência da palavra “ligada” (R.7).

11 - (UnB CESPE/PETROBRAS /2007)

1 Escassez de petróleo e escassez de água —

problemas que vieram para ficar na agenda mundial.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI O Brasil é ator importante nessa pauta. Possui, como

4 nenhum outro, condições para produzir energia de

origem vegetal e está situado sobre o maior reservatório

de água doce do mundo. Tamanhas benesses não estão

7 isentas de perigo. O maior deles é a invasão de capitais

estrangeiros. Em um mundo temeroso de ficar sedento

dentro de umas quantas décadas, a cobiça por essas

10 terras é grande e maior ainda o risco de que sejam

poluídas pela expansão de uma cultura dependente de

altas doses de agrotóxicos. 13 Na metade dos anos 50 do século XX, o Brasil

cedeu ao capital estrangeiro o controle de sua indústria,

mas a propriedade do solo permaneceu 16 majoritariamente nas mãos do capital nacional.

A transferência desse patrimônio aos estrangeiros terá

conseqüências não apenas econômicas, mas

19 desdobramentos sociais e políticos certamente

gravíssimos do ponto de vista da soberania dos

brasileiros sobre o seu território. Plínio de Arruda Sampaio. Energia, água e soberania. In: Istoé, 11/7/2007 p. 44 (com adaptações).

A partir do texto acima, julgue o item subseqüente.

- Na linha 10, o emprego da preposição antes de “que sejam” deve-se à presença do substantivo “risco”.

12 - (UnB CESPE/ PM DF/ 2006)

Exercício na infância precisa ter limites

1 Que o exercício beneficia as crianças, não há

dúvidas. Mas onde é a linha de chegada? Hoje, especialistas

se debruçam sobre a intensidade ideal da atividade física

4 nessa fase. O excesso pode ser danoso: baixas no sistema

imunológico, com infecções recorrentes; distúrbios de

comportamento, como irritabilidade e insônia; dores crônicas

7 na musculatura e nas articulações; e lesões na pele podem ser

sinais de treinamento excessivo infantil. A máxima de que “quem faz esporte cresce mais”

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 10 deixa de ser consenso. Na verdade, abusar das atividades

de impacto pode gerar deficiências de crescimento. A freqüência de prática segura envolve fatores estruturais,

13 endócrinos e genéticos que interferem na resistência a

impactos da placa de crescimento. As lesões mais freqüentes

nas crianças vítimas de treinamento excessivo são as dos

16 ossos e músculos. Vão de macrotraumas (fraturas, torções,

luxações, distensões) a microtraumas (inflamações na

cartilagem de crescimento e no tecido ósseo, nas

19 extremidades de ossos longos, como fêmur e tíbia). As dores

no joelho são as mais comuns. Quando a dor chega, é hora de parar. O repouso é

22 fundamental, mas em casos mais graves pode haver

necessidade de imobilização e fisioterapia. Mesmo em

um programa de exercícios adequado, os ortopedistas

25 recomendam a utilização de aliados que diminuam o risco

de uma lesão óssea, como tênis adequados, proteção para

cotovelo, joelho, pulso e ombro, dependendo da atividade.

Priscila Pastre Rossi e Tatiana Diniz. In: Folha Online — Folha de S. Paulo, 28/9/2006 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, considerando as idéias e as estruturas do texto acima.

- Mantêm-se o sentido e a correção gramatical do texto se o trecho “Que o exercício beneficia as crianças, não há dúvidas” (R.1-2) for reescrito da seguinte maneira: Não há dúvidas de que o exercício beneficia as crianças.

(UnB CESPE / BRB /2005)

Texto para as questões 13 e 14.

1 Quem apostou na tecnologia saiu ganhando, e isso ocorreu,

principalmente, com os líderes do sistema bancário brasileiro. Os que

até agora foram tímidos nessa área vão ter maior dificuldade de

4 se integrar à complexidade tecnológica detonada pelo novo Sistema

de Pagamentos Brasileiro (SPB) e pela certificação digital. É um

caminho sem volta e os bancos menos identificados com essa nova

7 dinâmica são os que se colocaram à venda enquanto é cedo. Há

muito tempo a tecnologia está associada ao sistema bancário

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI brasileiro. Quando a reserva de mercado impedia a importação de

10 itens necessários à modernização bancária, foram os próprios bancos

que investiram na fabricação desses equipamentos no Brasil.

Com base no texto acima, julgue os itens seguintes.

13 - O sinal de crase em “à complexidade” (R.4) deverá ser eliminado se o verbo “integrar” for substituído por adaptar.

14 - Estaria gramaticalmente incorreta e em desacordo com os sentidos do texto a substituição da estrutura “está associada ao” (R.8) por está associada pelo.

(UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007)

Julgue a correção gramatical dos itens a seguir.

15 - “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90% dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi alcançado às 19 h 30 min.

16 - Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que, “sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito de escolher os representantes”.

(UnB CESPE / SEAD -PA / 2007)

Julgue a correção gramatical do trecho de correspondência oficial dos itens a seguir.

17 - Em resposta ao seu ofício solicitando providências no envio do funcionário Fulano de Tal para prestar serviço em sua seção, informo-lhe de que já foi providenciado a referida transferência de setor.

18 - A propósito de sua solicitação, através do requerimento n.º 12345, informo V. S.a que o assunto objeto de seu interesse está sendo estudado nesse Departamento e, assim que for resolvido, daremo-lhes uma resposta.

19 - (UnB CESPE/ ANATEL – Técnico / 2006)

1 Foi “entrevistado” aquele que é apontado pelas

autoridades como o principal responsável pelos ataques do PCC. O Celular “falou” ao repórter com o compromisso de não

4 ter sua identidade e sua marca reveladas.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI O senhor admite ter desempenhado um papel

fundamental na organização dos ataques do PCC? Não se

7 pode dispensar todo o barril por causa de algumas maçãs

podres. Eu ajudo mais de 90 milhões de brasileiros a se

comunicarem diariamente. Sou um aparelho democrático. 10 É possível ou não bloquear os seus serviços?

Eu sempre me esforço para ser o melhor naquilo que faço. Esta

é a minha receita de sucesso. Para bloquear, é preciso

13 acompanhar o meu ritmo de avanço tecnológico. Alguns

bloqueadores instalados já estavam obsoletos quando foram

instalados. 16 Afinal, existe alguma forma de bloquear o seu

sinal? Tem uma tal de gaiola de Faraday. Apesar de o nome

parecer complicado, é bem simples. Basta instalar uma tela de

19 metal em volta das celas ou dos presídios. A gaiola de metal

impede que minhas ondas eletromagnéticas entrem ou saiam.

Aí, não tem comunicação. Veja, 31/5/2006 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue o próximo item.

- Como o verbo ajudar admite duas regências, atenderia aos preceitos gramaticais a inserção da preposição a antes do termo “mais de 90 milhões de brasileiros” (R.8).

20 - (UnB CESPE/SEAD-PA/2007)

1 Na hora da Abolição, o Império do Brasil disfarçou a

sua derrota atribuindo o fim da escravidão ao gesto magnânimo da princesa. Mas os historiadores reconstituíram

4 a narrativa que se queria ocultar, lançando luz sobre a

primeira grande luta social de caráter nacional no Brasil.

Nessa luta, líderes de todas as cores mobilizaram o povo em

7 torno da exigência de igualdade perante a lei. Os clubes

abolicionistas, as fugas de escravos, com auxílio dos

ferroviários, a greve seletiva dos tipógrafos, que não

10 imprimiam os manifestos escravistas, a recusa dos jangadeiros

cearenses de transportar cativos derrotaram a escravidão e

destruíram os alicerces do Império.

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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI Demétrio Magnoli. In: O Globo, 30/11/2006.

Julgue a assertiva abaixo.

- Na linha 2, a presença de preposição em “ao gesto” justifica-se pela regência de “derrota”.

21 - (UnB CESPE / ICMS AC / 2006)

Assinale a opção gramaticalmente incorreta.

A) O plenário do STF elegeu na quarta-feira, dia 15/3, por oito votos a um, a juíza Ellen Gracie como nova presidenta da corte; ela é a primeira mulher a ser eleita para o cargo mais alto do Poder Judiciário brasileiro.

B) Devido à proximidade das eleições, a ministra Gracie tornar-se-á, muito provavelmente, a primeira mulher a assumir interinamente a presidência da República, em caso de viagem do presidente Lula.

C) Segundo a assessoria do STF, o ministro Jobim, obedeceu o regimento interno da instituição ao realizar a eleição por voto secreto, na segunda sessão ordinária do mês anterior ao da expiração do mandado.

D) Emocionada, a ministra Ellen Gracie disse, em referência à tradição de eleger para a presidência o ministro mais antigo, que a previsibilidade do resultado não tira a solenidade do momento, nem o torna menos comovente a quem recebe a suprema honra de conduzir os destinos do STF.

22 - (UnB CESPE/ MPE TO /2006)

Um dos mais fortes argumentos contra qualquer espécie de racismo vem das recentes descobertas no campo da genética, que consolidaram, no campo científico, a idéia bastante conhecida atualmente de que todos os seres humanos existentes hoje em dia são originários de um mesmo grupo de hominídeos que viveram na África Ocidental há dezenas de milhares de anos.

As pesquisas realizadas pelo geneticista Marc Feldman, professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que comparou os códigos genéticos de 1.056 voluntários de 52 regiões do planeta, revelaram diferenças tão pequenas que a única conclusão possível é a de que toda a humanidade descende de uma população bem pequena. Os cálculos matemáticos efetuados levaram à conclusão de que duas mil pessoas que viviam no continente africano há 70.000 anos são a origem da população atual da Terra.

Essa população, por motivos ainda desconhecidos, migrou em direção ao norte, passando pelo Oriente Médio, povoando a Europa e a Ásia e posteriormente migrando dessa região para o continente americano e demais partes do mundo.

Reinaldo Dias. Antepassados humanos comuns. In: Introdução à sociologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, p. 175 (com adaptações).

Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e às estruturas lingüísticas do texto acima.

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- O emprego da preposição “de” em “de que todos os seres humanos existentes hoje em dia são” (R.3-4) deve-se à regência da forma verbal “consolidaram” (R.2).

23 - (UnB CESPE/MRE Oficial de Chancelaria/ 2006)

1 O menos que se pode dizer é que a simbiose cultural

França/Brasil é coisa do passado, história, aliás, mais

interessante do que sugerem os enfoques superficiais e

4 fragmentários que, em geral, lhe têm sido consagrados, quase

sempre preocupados com o pitoresco. Lembremos, a título de

curiosidade, que, no século XVI, era o Brasil que exercia

7 influência sobre a França, seja como terra de missão, seja por

projetos de geopolítica, seja pelo tradicional atrativo que o

exótico exerce sobre o ideário francês, passando pelas

10 contaminações de vocabulário, como as palavras indígenas

que, segundo Lévi-Strauss, incorporaram-se à língua francesa

sem intermediação do português.

13 Do lado brasileiro, era um exemplo de bovarysmo

intelectual, que, nos oitocentos e novecentos, resultava em

inquietante, e não raro ridícula, desnacionalização mental,

16 repetindo-se, em nossos dias, com relação ao inglês e aos

Estados Unidos. Contudo, desde os começos do século XIX,

Ferdinand Denis aconselhava aos escritores que, para criar

19 uma literatura brasileira, era preciso abandonar os modelos

estrangeiros em favor da temática nacional. Acrescentemos a tradicional “visão tropicalista” que

22 condiciona o “horizonte de expectativa francês” com relação

às literaturas latino-americanas e que nós, de nossa parte,

fazemos de tudo para encorajá-la com a imagem folclórica

25 sobre nós mesmos. Daí decorre, para lembrar apenas um

caso, que Machado de Assis seja visto no exterior como pouco

brasileiro, pois o protótipo brasileiro é Jorge Amado. Wilson Martins. Jornal do Brasil, 19/11/2005 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue o próximo item.

- Mantendo-se os sentidos do texto e preservando-se a correção gramatical, o trecho “aconselhava aos escritores que (...) era preciso” (R.18-19) poderia ser substituído por alertava aos escritores de que (...) precisavam.

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24 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006)

1 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de

maneira imprescindível, da consagração da supremacia

constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que

4 somente estarão presentes nos países em que houver um

Judiciário forte, dotado de plena independência e que possa

efetivar suas decisões. A independência judicial constitui

7 direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui.

O magistrado, no momento de julgar, não pode receber ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa

10 idéia essencial à independência do Judiciário.

A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam

suas vidas à luta por uma magistratura independente,

13 democrática, transparente e justa e jamais se esquecem da

lição do grande Rui: “A autoridade da Justiça é moral, e

sustenta-se pela moralidade de suas decisões”. Alexandre de Moraes. União pelo fortalecimento. In: Folha de S. Paulo, 25/3/2006 (com adaptações).

Julgue a correção gramatical da assertiva abaixo.

- No trecho “A democracia (...) necessita, de maneira imprescindível, da consagração da supremacia constitucional e do respeito aos direitos fundamentais” (R.1-3), o uso da preposição de nos termos destacados é exigência da forma verbal “necessita”, para que sejam respeitadas as regras de regência gramatical.

25 - (UnB CESPE /TCU – Técnico /2004)

1 A EMBRAPA virou símbolo de excelência na

administração pública. Em mais uma década, terá sido a responsável pela melhoria do padrão nutricional dos brasileiros,

4 por meio de um programa para a produção de alimentos mais

saudáveis. Os componentes de nossa dieta básica — arroz, feijão,

milho, soja — estão sendo pesquisados para que adquiram teores

7 mais elevados de vitaminas, proteínas e aminoácidos. Do projeto,

há poucos anos surgiu a cenoura com mais procaroteno (que ajuda no combate à cegueira), já incorporada ao mercado. A

10 presidente interina da EMBRAPA, Marisa Barbosa, acentua que

outros resultados positivos serão alcançados nos próximos anos.

Com isso, o índice de subnutrição e doenças dela resultantes serão

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13 gradativamente reduzidos. Alimentos denominados funcionais,

proteicamente enriquecidos, estão sendo pesquisados para

combater a diabetes e o envelhecimento. Nada a ver com

16 transformação genética. A EMBRAPA tem 2.220 pesquisadores,

sendo 1.100 com doutorado. Jornal do Brasil (Informe JB), 15/3/2004, p. A6 (com adaptações).

Tendo em vista o texto acima e o tema nele focalizado, julgue o item seguinte.

- Para que o início do texto seja adequado à linguagem formal exigida por documentos oficiais, deve-se substituir “virou” (R.1) por tornou, a fim de se preservar a correção gramatical e as relações semânticas do texto.

26 - (UnB CESPE /TJ SE- Notário /2006)

1 O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB),

seção de São Paulo, em parceria com o Colégio Notarial do

Brasil, também seção de São Paulo, e com o apoio da

4 Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo, congrega

esforços para promover e realizar seminários de direito

notarial e registral no estado, visando o aperfeiçoamento

7 técnico de notários e registradores e a reciclagem de

prepostos e profissionais que atuam na área. Os objetivos

perseguidos pelas entidades representativas de notários e

10 registradores bandeirantes são o aperfeiçoamento dos

serviços, a harmonização de procedimentos, buscando uma regulação uniforme nas atividades notariais e registrais.

13 O IRIB e o Colégio Notarial sentem-se orgulhosos

de poder contribuir com o desenvolvimento das atividades

notariais e registrais do estado. Internet: <www.educartorio.com.br.> (com adaptações).

Com base nas estruturas lingüísticas do texto, julgue o item a seguir.

- As passagens “o aperfeiçoamento técnico” (R.6-7) e “a reciclagem” (R.7) podem ser substituídas, respectivamente, no contexto, por à qualificação técnica e ao aprimoramento.

27 - (UnB CESPE/ TCE ES – Controlador /2005)

Portaria n.º 107, de 15/5/1996

Dispõe sobre a isenção de tributos incidentes na importação de mercadorias destinadas a feiras, congressos, exposições ou eventos assemelhados.

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O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso das atribuições previstas no art. 87, parágrafo único, inciso II da Constituição, e tendo em vista o disposto na Resolução do Grupo Mercado Comum do MERCOSUL n.º 115/1994, promulgada pelo Decreto n.º 1.765, de 28 de dezembro de 1995, resolve:

(...)

Art. 3.º. A isenção de que trata o art. 1.º estende-se ao material promocional destinado a qualquer atividade turística, cultural, educativa, desportiva, religiosa ou de promoção comercial, bem como às mercadorias a serem distribuídas gratuitamente na ocasião ou em função da realização dessas atividades, quando originários de outro Estado-parte do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

(...)

Com base no trecho acima, adaptado de uma portaria ministerial, julgue o seguinte item, a respeito de sua organização lingüística.

- Na ementa da portaria, seriam preservadas a correção gramatical e a adequação do texto se, em lugar da preposição “sobre”, a preposição utilizada para o complemento da forma verbal “Dispõe” fosse de, e se registrasse aí a contração com o artigo: Dispõe da.

28 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)

Em 2001, o BB adotou medidas que conferem maior transparência às decisões internas e às movimentações da empresa no mercado bancário. Os ajustes patrimoniais ocorridos em junho, o novo estatuto, aprovado pela assembléia de acionistas em agosto, o aprimoramento do processo decisório e o aperfeiçoamento do modelo de negociação tornam muito mais ágeis as decisões e fortalecem o compromisso da empresa com a ética e a transparência.

O lucro de R$ 1,082 bilhão no exercício, 11,1% maior que o obtido em 2000, confirma o acerto das medidas implementadas pelo banco ao longo de 2001, garantindo a ampliação dos negócios e o aumento da lucratividade.

O BB encerrou o ano confirmando sua posição como o maior banco do país, com ativos totais de R$ 165,1 bilhões, R$ 61,4 bilhões de recursos administrados e R$ 40,2 bilhões em operações de crédito. Com mais de R$ 117 bilhões captados entre seus quase 14 milhões de clientes, que têm à disposição mais de 8 mil pontos de atendimento no Brasil e 31 no exterior, o BB encerrou o exercício mantendo sua liderança no sistema financeiro nacional e seu compromisso com a satisfação dos clientes e acionistas. Além disso, permaneceu como o banco com maior presença na Internet brasileira, com quatro milhões de clientes cadastrados e mais de 18,4 milhões de transações realizadas, no mês de dezembro, no portal www.bb.com.br. Relatório do Banco do Brasil S.A. In: Correio Braziliense (com adaptações). Com base no texto, julgue o item seguinte.

- O verbo “conferem” (R.1) está empregado no texto com a mesma regência e com sentido equivalente ao que está empregado no seguinte exemplo: Os dados do relatório final do BB conferem com aqueles divulgados pela imprensa no decorrer da semana.

29 - (UnB CESPE /TCU – Analista/2007)

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Desenvolvimento, ambiente e saúde

1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,

4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática

ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões

físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

13 sobre a Terra.

O desenvolvimento, como processo de incorporação

sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na

16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das

sociedades organizadas, tem sido reconhecido como

ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais

19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar

contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,

premissas e processos que interferem negativamente nos

22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e

coletiva.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

Julgue a assertiva abaixo.

- O emprego do sinal indicativo de crase em “às necessidades” (R.12) é obrigatório; a omissão desse sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.

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GABARITO

1 - ERRADO

2 - CERTO

3 - ERRADO

4 - CERTO

5 - CERTO

6 - ERRADO

7 - ERRADO

8 - ERRADO

9 - ERRADO

10 - ERRADO

11 –CERTO

12 - CERTO

13 - ERRADO

14 - CERTO

15 - ERRADO

16 - ERRADO

17 - ERRADO

18 - ERRADO

19 - ERRADO

20 - ERRADO

21 – C

22- ERRADO

23 - ERRADO

24 - ERRADO

25 –ERRADO

26 - CERTO

27 - ERRADO

28 – ERRADO

29 - ERRADO

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