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    AULA 06: Demais estruturas de Mercados

    SUMRIO RESUMIDO PGINA 1. Monoplio 01 2. Concorrncia Monopolstica 49 3. Oligoplio 58 4. Questes apresentadas na aula 74 5. Gabarito 82 Ol caros(as) amigos(as), Na aula 05, ns iniciamos o estudo das estruturas de mercado, em particular, a concorrncia perfeita. Hoje, veremos as estruturas de mercado em que h concorrncia imperfeita: monoplio, oligoplio e concorrncia monopolstica. Estudaremos em detalhes cada mercado, como se d a formao de preos e como ocorrem as decises de produo em cada uma das situaes.

    Temos D ILUPH FRQYLFomRTXH FDLUmRDOJXQV LWHQV FOiVVLFRV VREUHas estruturas de mercado (assunto de hoje). E a, todos prontos? Ento, aos estudos! ......... 1. MONOPLIO

    O monoplio o oposto da concorrncia perfeita, representando a inexistncia de competio, o suprassumo da anticoncorrncia, uma vez que temos apenas uma firma que domina todo o mercado.

    Na posio de nico produtor de determinado produto, o

    monopolista est na situao onde toda empresa sonha estar, ele est em uma posio singular, nica. Se decidir elevar o preo do produto, no precisa se preocupar com a concorrncia, simplesmente, porque ela no existe! Isto acontece porque o monopolista o prprio mercado e controla a quantidade ofertada de produto que ser posto venda.

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    No entanto, isso no significa que o monopolista possa, a seu bel-

    prazer, cobrar o preo que quiser caso seu objetivo seja a maximizao de lucros. Este curso um exemplo. Hipoteticamente, suponha que este fosse o nico material de Noes de Economia venda disponvel para o concurso da PF. Ser que ns poderamos cobrar R$ 1.000,00 pelo curso? Provavelmente, se este fosse o nico curso venda no mercado, ainda assim, ns no poderamos cobrar R$ 1.000,00 por ele. Por que no? Economicamente, a resposta bvia: poucas pessoas iriam adquiri-lo, de forma que o lucro seria menor, apesar de ns sermos o monopolista do produto, neste exemplo imaginrio.

    As caractersticas bsicas do monoplio so as seguintes:

    1) Uma nica empresa produtora do bem ou servio; 2) No h produtos substitutos prximos; 3) Existem barreiras entrada de firmas concorrentes.

    O motivo 1 significa a prpria essncia do monoplio. O motivo 2 decorrncia do motivo 1, pois se o bem produzido

    pelo monopolista possusse substitutos prximos ou produtos que fossem equivalentes, no teramos um monoplio, mas sim uma estrutura de mercado que se aproximaria da concorrncia monopolstica.

    O motivo 3 o mais interessante e ele que explica por que os

    monoplios existem e ainda podem durar por bastante tempo. A causa fundamental de um monoplio existir est nas barreiras entrada. Isto , um monopolista se mantm como nico vendedor de seu mercado porque as outras empresas so impossibilitadas de entrar no mercado e competir com ele.

    Basicamente, as barreiras entrada tm quatro origens

    principais: i) Recursos de monoplio:

    Uma empresa possui os recursos chave para a produo de determinado produto. Por exemplo, a Aluminium Company of America (Alcoa) deteve o monoplio no mercado de alumnio por mais de 50 anos. Isto aconteceu porque ela controlava todas as fontes de fornecimento de bauxita, que a matria-prima do alumnio. ii) Regulamentaes do governo:

    s vezes, os monoplios surgem porque o governo concede somente a uma empresa o direito exclusivo de vender algum bem ou servio. As leis que regulam as patentes e os direitos autorais

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    mais, e isso s acontece nestas empresas inseridas neste caso especfico do monoplio natural.

    Quando temos uma tecnologia de produo com a existncia

    de economias de escala, as empresas de fora do mercado sabem que no podero atingir os mesmos baixos custos de que desfruta o monopolista porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia menor do mercado e ainda teria que arcar com altssimos custos iniciais de implantao da firma.

    Por fim, ressaltamos que, em algumas obras, a ocorrncia de

    economias de escopo, quando os custos totais de uma s empresa so menores que os custos totais de vrias empresas, tambm representa barreiras entrada e pode provocar o surgimento de monoplios naturais.

    Obs: isto aqui foi s uma noo bem rudimentar do monoplio natural. V-lo-emos (rs!) em maiores detalhes daqui a pouco. iv) Tradio no mercado: A tradio que algumas firmas possuem muitas vezes funciona como barreira entrada. Por exemplo, demorou bastante tempo e demandou muitos investimentos at que os japoneses pudessem concorrer com a tradio dos relgios suos e com a tradio dos automveis alemes e americanos.

    Agora que j temos uma viso geral do monoplio, podemos estudar os aspectos econmicos do funcionamento desta estrutura de mercado. 1.1. AS CURVAS DE DEMANDA, RECEITA MDIA E RECEITA MARGINAL DA FIRMA MONOPOLISTA

    No mercado concorrencial, aula 05, figura 15, ns vimos que a curva de demanda individual da firma era uma reta horizontal passando pelo nvel de preo e que, ao mesmo tempo, tal curva tambm representava o nvel da receita marginal e da receita mdia.

    No monoplio, entretanto, a curva de demanda da firma ser igual

    curva de demanda do mercado e a explicao simples: a firma monopolista o prprio mercado. A produo da firma ser a prpria produo do mercado, pois s existe uma firma no mercado! Assim, a demanda enfrentada pela firma ser a prpria demanda do mercado.

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    Ou seja, a Rme o prprio preo que o consumidor paga em cada unidade do produto. Ento, a curva da Rme a prpria curva de demanda do mercado. Na figura 02, a curva da Rme ser o segmento AC, de modo que a curva de demanda igual curva da Rme. 1.2. A RECEITA MARGINAL E A ELASTICIDADE PREO DA DEMANDA NO MONOPLIO

    Existe uma expresso que relaciona a receita marginal (Rmg) com os preos (P) e a elasticidade preo da demanda (EPD) enfrentada pela firma individual. No nos interessa demonstr-la matematicamente, mas apenas entend-la. Segue a expresso:

    Note que a expresso reafirma de modo matemtico aquilo que aprendemos na aula sobre concorrncia perfeita. Por exemplo, em concorrncia perfeita, dissemos na aula que temos o seguinte: Rmg=P. Em mercados competitivos (concorrncia perfeita), a curva de demanda da firma uma reta horizontal, indicando que a demanda enfrentada pela firma individual infinitamente elstica (EPD /RJR ?(todo nmero dividido por infinito igual a zero). Como ?, teremos, para a concorrncia perfeita, onde EPD

    Rmg = P(1 0) => Rmg = P(1) => Rmg = P Ns sabemos que os lucros sero maximizados, para qualquer tipo

    de mercado, sempre quando Rmg=Cmg. Assim, podemos reescrever a expresso substituindo a Rmg por Cmg, de modo que a maximizao de lucros acontecer quando:

    assim:

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    Nota a estrutura e as curvas de custos do monopolista so as mesmas da firma em concorrncia perfeita. Na verdade, as curvas de custo estudadas na aula 04 se aplicam a qualquer estrutura de mercado.

    Em primeiro plano, deve ficar claro que no monoplio a firma pode operar no ramo descendente (ou decrescente) da curva de custo marginal, o que no acontece na concorrncia perfeita.

    Em segundo plano, pode haver situaes, como ilustrado na figura

    04, em que h dois pontos em que Rmg=Cmg (pontos A e B). Neste caso, o equilbrio do monopolista ocorrer no ponto onde a produo maior. Ento, o equilbrio de nosso monopolista representado na figura 04 acontecer quando o preo for PE e a produo QE, que foram extrados do equilbrio de Rmg=Cmg provenientes do ponto B, e no do ponto A.

    Ou seja, primeiro, igualamos receita e custo marginais o

    encontro das curvas de receita e custo marginais. Se houver dois pontos de igualdade, escolhemos aquele que remete ao maior nvel de produo. Na figura 04, o equilbrio se d no ponto B. Neste ponto, o monopolista ir produzir QE. Para sabermos o preo que ser cobrado, subimos uma reta perpendicular, partindo de QE, at atingir a curva de demanda, que relaciona as quantidades com os preos. Neste ponto de encontro de QE com a curva de demanda, encontramos o preo que ser cobrado pelo monopolista: PE.

    A receita total da firma PxQ. No grfico, isso equivalente rea abaixo da linha do preo de equilbrio e esquerda da linha da produo de equilbrio. Na figura 05, o retngulo O_QE_E_PE. O custo total da firma ser igual5 CmexQ. No grfico, isso equivalente rea esquerda da linha da produo de equilbrio e abaixo da linha do custo mdio, que obtido por meio da interseco da produo de equilbrio com a curva de custo (total) mdio. Na figura 05, o retngulo cinza claro O_QE_C_Cme. O lucro total ser a diferena entre a receita e o custo total. Na figura 05, a rea do retngulo Cme_C_E_PE, cinza escuro.

    5 Cme=CT/Q => CT=Cme.Q

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    Trabalhando em termos do preo (P), obtemos: ? ? ? Ou, Essa expresso tem uma interessante interpretao. Ns sabemos que o monopolista no atua quando

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    Por exemplo, suponha uma firma que cobre R$ 5,00 por um produto, sendo que o custo marginal de apenas R$ 4,00. Se estivesse em mercado competitivo, a firma seria obrigada a cobrar o preo igual ao custo marginal, logo, teramos preo igual a R$ 4,00 e no igual a R$ 5,00. O mark up desse monopolista o excesso do preo sobre o custo marginal. No nosso exemplo, o mark up seria P/Cmg=5/4=1,25. Em porcentagem, o mark up desta firma de 25%, que exatamente a proporo do preo que est acima do custo marginal.

    Se P/Cmg=1, ento, percentualmente, dizemos que no h mark up

    e o mercado competitivo, pois P=Cmg. De forma anloga, se P/Cmg=2, ento, o mark up de 100%, se P/Cmg=1,5, o mark up de 50%.

    Seguem as expresses algbricas para o mark up:

    Se observarmos as expresses do inicio do tpico, e substituirmos o

    valor do Cmg, o mark up tambm poder ser:

    Pela expresso, percebe-se que, quanto maior a elasticidade preo da demanda, menor ser o mark up do monopolista. Isto intuitivo: quanto mais os consumidores reagirem aos aumentos de preos, menos ser a capacidade do monopolista de cobrar preos acima dos custos marginais de produo. 1.5. NDICE DE LERNER E O PODER DE MONOPLIO

    O ndice de Lerner um meio de medirmos o poder de monoplio (ou poder de mercado).

    Na concorrncia perfeita, P=Cmg (o que chamamos virtualmente de

    preo socialmente timo). No monoplio, P>Cmg. Uma forma de medir o poder de monoplio verificar qual a proporo em que o preo do produto supera o custo marginal. Para isso, basta calcularmos o montante em que P supera Cmg, e depois basta dividirmos o resultado por P. Segue a expresso do ndice de Lerner (L):

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    O ndice variar entre zero e um. Quanto menor o poder de

    monoplio, menor ou mais prximo de zero ser o ndice. Por exemplo, na concorrncia perfeita, o poder de monoplio zero, uma vez que P=Cmg, (P Cmg)=0, e L=0.

    Tambm podemos expressar o ndice em termos da elasticidade

    com que a empresa individual se defronta. Sabemos que ; substituindo P na expresso do ndice (em negrito) e fazendo as simplificaes algbricas (que sugerimos que no perca tempo fazendo -), chegaremos a:

    Isto , quanto maior a Epd, menor ser o poder de monoplio.

    Vale ressaltar que estamos tratando da elasticidade da curva de demanda da empresa, e no da curva de demanda do mercado. Por exemplo, na concorrncia perfeita, a empresa possui uma curva de demanda LQILQLWDPHQWHHOiVWLFD(SG GHPRGRTXH/

    Devemos ter o entendimento de que estamos falando de poder de

    monoplio e no de lucros (alto poder de monoplio no significa, necessariamente, lucros elevados). O poder de monoplio depende da margem do preo sobre o custo marginal, ao passo que o lucro depende da diferena entre receita total e custo total (ou seja, da diferena entre o preo, ou receita mdia, e o custo mdio). Assim, uma empresa pode ter alto poder de monoplio, mas os lucros podem no ser to altos (ou at mesmo negativos) devido ao nvel elevado de custo mdio.

    J assistimos, no Brasil, a empresas com alto poder de mercado

    decretarem falncia (Transbrasil, Varig), o que indica que nem sempre o alto poder de mercado caminha com altos lucros.

    Por fim, devemos ressaltar que a afirmao segundo a qual o poder

    de mercado alto quando a elasticidade baixa no contraria a hiptese de que o monopolista nunca ir atuar quando EPD

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    1.6. A CURVA DE OFERTA E O EQUILBRIO DE LONGO PRAZO DA FIRMA MONOPOLISTA

    O conceito de oferta e preo de oferta para o monoplio possui significado muito menos preciso do que na concorrncia perfeita. Em qualquer caso, podemos afirmar que a firma monopolista no tem curva de oferta individual, logo, o mercado tambm no possui curva de oferta, pois o mercado a prpria firma! Em outras palavras, no h uma curva que mostre uma relao entre preos de venda e quantidades produzidas.

    A concluso extrada a partir da figura 19, na aula 05, na

    concorrncia perfeita, de que a curva de oferta da firma derivada a partir da curva do custo marginal no possvel para o caso do monoplio. Na concorrncia perfeita, o preo igual ao custo marginal e isso foi essencial para chegarmos concluso de a curva de oferta da competio perfeita igual curva do custo marginal. No caso do monoplio, essa concluso no pode ser feita, pois o custo marginal difere do preo (Cmg P). Assim, no h uma relao estvel, ou no podemos definir de modo confivel a existncia de uma curva relacione preos e quantidades ofertadas/produzidas.

    Quanto ao equilbrio de longo prazo, podemos afirmar que, neste

    ponto, difere da concorrncia perfeita, pois, nesta, o equilbrio de longo prazo acontece quando as firmas possuem lucro econmico zero. No monoplio, entretanto, a existncia de barreiras entrada de novas firmas permitir a existncia de lucros econmicos positivos (lucros extraordinrios) no longo prazo. Ou seja, podemos ento afirmar que o monoplio no afetado no longo prazo. Ele pode se equilibrar com lucros extraordinrios (positivos).

    Na concorrncia perfeita, se voc se recordar da aula 05, item 3.7,

    ver que o que faz com que a firma competitiva no aufira lucros positivos no longo prazo justamente a livre entrada de empresas no mercado. Havendo lucros positivos, mais empresas sero atradas para o mercado, de tal modo que a curva de oferta do mercado ser deslocada para a direita e para baixo, pois haver mais firmas no mercado, aumentando a oferta. Este deslocamento reduz o preo de equilbrio e, por consequncia, os lucros at o ponto em que o lucro zero (ou lucro normal) atingido. Esta a histria da concorrncia perfeita.

    No monoplio, havendo lucros positivos, no existe o perigo de

    haver a entrada de mais empresas no mercado, justamente porque o que justifica a existncia do monoplio so as barreiras entrada. Logo, no longo prazo do monoplio, havendo lucros extraordinrios, no haver entrada de ningum, o que permite a continuidade dos lucros positivos.

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    custo marginal seria o equivalente curva de oferta, e o equilbrio competitivo aconteceria onde a oferta intercepta a demanda, no ponto E, a preos PE e quantidades QE. Na figura da esquerda, para o mercado competitivo, os excedentes (do consumidor e do produtor reas W e Z, respectivamente) esto maximizados. Isto significa que o mercado funciona de modo eficiente (possui eficincia econmica).

    Na figura da direita, no equilbrio do monoplio, ns podemos perceber que o preo mais alto (PE PM) e a reduo de consumo (QE QM) faz com que o excedente do consumidor seja reduzido no valor das reas do retngulo A e do tringulo B. Ou seja, do lado do consumidor h perdas no valor de (A + B). No lado do produtor, h um ganho de excedente no valor do retngulo A, uma vez que o preo est mais alto. Por outro lado, h uma perda no valor do tringulo C, em razo da reduo de produo vendida. Logo, h um ganho de excedente para os produtores no valor de (A C).

    Percebe-se, ento, que o mercado monopolista implica ganho de

    bem estar para o produtor e perda de bem estar para o consumidor. Se voc somar as variaes o que significa fazer perdas dos consumidores menos ganhos dos produtores ver que o resultado final ser uma perda total no valor de (B+C). Esta perda o peso morto do monoplio. Da, podemos concluir que os mercados monopolistas no so eficientes economicamente (pois os excedentes no so maximizados).

    A causa desta ineficincia reside no fato de o monopolista cobrar um preo acima do custo marginal. Esta medida ineficiente faz com que haja perdas para a sociedade como um todo. Se o governo quiser melhorar a eficincia econmica deste mercado, ou aproximar o resultado daquilo que seria verificado caso tivssemos uma concorrncia perfeita, ele poderia impor a regra competitiva de formao de preos. Em concursos pblicos, o que mais aparece em prova sobre esse assunto o caso do monoplio natural, que veremos abaixo: O caso do monoplio natural A produo de determinados bens apresentam economias de escala para os nveis de produo relevantes. Conforme sabemos, economias de escala uma caracterstica do processo produtivo, na qual, quanto mais se produz, menor o custo unitrio da mercadoria ou servio que produzido. Isto , quanto maior for a produo, menor ser o custo mdio (ou custo por mercadoria). Em outras palavras, uma s empresa pode produzir a um custo mdio menor do que se houvesse um nmero

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    maior de empresas. Quando essa situao ocorre, temos um monoplio natural ou puro.

    Esse o caso das empresas que tm uma parcela muito alta de custo fixo8 e custos variveis9 baixos, quando comparados com o custo fixo. Aqui, bem menos custoso um nmero menor de firmas produzir, ou at mesmo uma s firma faz-lo. Como exemplo de monoplios naturais, temos as companhias de energia eltrica, telefonia, abastecimento de gua e saneamento bsico das cidades.

    A tecnologia de produo desses servios de tal ordem que uma vez incorridos os altos custos das instalaes, a expanso da produo por uma s firma (monopolista) ir reduzir os custos mdios. &RQVHTXHQWHPHQWH SDUD HVVDV ILUPDV FDUDFWHUL]DGDV FRPR PRQRSyOLRQDWXUDO D HVWUXWXUDGH FXVWRVmdios decrescente para toda a faixa relevante de produo10. Ou seja, medida que se aumenta a produo, os custos mdios iro decrescer cada vez mais, e isso s acontece nessas empresas inseridas neste caso especfico do monoplio natural.

    Quando temos uma tecnologia de produo com a existncia de economias de escala, as empresas de fora do mercado sabem que no podero atingir os mesmos baixos custos de que desfruta o monopolista, porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia menor do mercado e ainda teria que arcar com altssimos custos iniciais de implantao da firma.

    Adicionalmente, podemos estatuir tambm que, de modo geral, os monoplios naturais apresentam custos marginais11 muito baixos, bem prximos ou tendendo a zero para os nveis relevantes de produo. Veremos por qu:

    As indstrias de infraestrutura so exemplos de monoplio natural. So tipos de indstrias que requerem altos custos de implantao, assim como altos custos fixos. Veja o exemplo de uma empresa de distribuio de gua. Para levar gua a toda uma cidade, a empresa deve arcar com a rede de tubulaes, estao de tratamento, manuteno de toda a rede, etc. Uma vez que ela tenha toda esta estrutura montada, o acrscimo de custo decorrente do acrscimo de

    8 Custo fixo aquele que no varia com a quantidade produzida. A produo pode aumentar ou diminuir que o custo fixo se mantm inalterado (exemplo: salrios da diretoria, aluguel de determinadas instalaes, etc). 9 Custos variveis so aqueles que variam com a quantidade produzida. Quanto mais se produz, maiores so os custos variveis (exemplo: material-prima, gastos com mo-de-obra, etc). 10 No caso do monoplio natural, medida que se aumenta a produo, o custo mdio ir diminuir. Ento, uma firma muito grande consegue produzir com custo mdio bem menor do que se houvesse vrias firmas menores produzindo. 11 Relembrando: custo marginal o acrscimo de custo decorrente do acrscimo de 01 unidade de produto produzida (e/ou consumida). Por exemplo, suponha que uma firma produza e venda sapatos. Imagine que para produzir 01 sapato adicional para venda, a firma incorra em um custo adicional de R$ 20,00. Ento, o custo marginal desta unidade de sapato ser R$ 20,00.

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    moradores a utilizar sua gua pequeno. Ou seja, o custo marginal decorrente do aumento de produo12 bastante pequeno. Assim, quanto mais ela expande a sua produo, menor ser o custo mdio.

    Vejamos outro exemplo: o transporte do metr. Depois de escavados todos os tneis, comprados todos os trens, montadas todas as estaes de metr; o acrscimo de passageiros praticamente no gera acrscimo de custo. Se o metr transporta 100.000 pessoas, ou transporta 150.000, o custo total praticamente o mesmo. Assim, para este tipo de indstria, o custo mdio decrescente. Isto bem fcil de se verificar algebricamente:

    No caso do metr, o acrscimo de passageiros (que, neste caso, VHULDDQRVVDTXDQWLGDGHSURGX]LGDaumentaria a produo. Ao mesmo tempo, tal acrscimo de passageiros quase no aumentaria o custo total em termos proporcionais. Assim, teramos um custo mdio decrescente com o aumento de produo. Tudo isto s possvel graas existncia de custos marginais bastante baixos.

    Quando tempos um monoplio natural, muito melhor para o mercado ter apenas uma firma produzindo. Nesse caso, uma s empresa pode produzir qualquer quantidade de produto a um custo menor. Ou seja, para qualquer quantidade dada de produto, um maior nmero de empresas leva a uma menor produo por empresa e a um custo total mdio mais elevado.

    Uma empresa que um monoplio natural preocupa-se menos com a entrada de novas empresas. Entrar em um mercado em que alguma empresa detenha o monoplio natural no interessante. As empresas entrantes sabem que no podero atingir os mesmos baixos custos de que desfruta o monopolista porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia menor do mercado.

    Ento, observe que o monoplio natural no algo ruim. Ele a melhor maneira de se produzir quando h substanciais economias de escala na produo (custos mdios decrescentes). Voc j imaginou uma cidade tendo 10 empresas de metr, ou 10 companhias de distribuio de energia eltrica. impossvel, no?!

    Observe, portanto, que o monoplio no necessariamente ruim, e nem sempre deve ser quebrado pelo governo. No caso do monoplio natural, o governo deve regular a indstria, e no tentar criar mecanismos de concorrncia (isto vlido no caso do monoplio natural). 12 Aqui, o aumento de produo o mesmo que levar gua para um maior nmero de residncias.

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    (CESPE/Unb PCPA 2006) - Todo tipo de monoplio natural deve ser coibido pelo regulador a fim de que promova a concorrncia por meio da quebra desse monoplio. COMENTRIOS: s vezes, o monoplio natural a forma mais barata de produzir determindo servio. Isso ocorre devido s economias de escala e aos custos afundados associados a determinadas atividades. Temos como exemplo os servios de energia eltrica, abastacimento de gua, gs, etc. Neste caso, no objetivo da regulao coibir o monoplio, mas sim regul-lo, para que no haja abuso de poder. GABARITO: ERRADO

    (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC - 2009) - A imposio da regra competitiva de formao de preos nos monoplios naturais como os que prevalecem no setor de utilidades pblicas, alm de melhorar o bem-estar dos consumidores, garante tambm lucros puros para as empresas que operam nesses mercados. COMENTRIOS: A regra competitiva (regra da concorrncia perfeita) de formao de preos aquela em que os preos so iguais aos custos marginais. Para os monoplios naturais, os custos marginais so bem baixos (tendem a zero), inferiores aos custos mdios. Assim, a imposio da regra competitiva de formao de preos da concorrncia perfeita certamente trar prejuzo para a firma caracterizada como monoplio natural. GABARITO: ERRADO

    (CESPE/Unb Analista Administrativo e Financeiro SEGER/ES 2007) - A presena de economias crescentes de escala em determinada indstria indica a existncia de fortes presses competitivas nesse mercado, excluindo, pois, a sua monopolizao. COMENTRIOS: A presena de economias crescentes de escala condizente com a existncia de monoplios naturais e no tem relao com presses competitivas. GABARITO: ERRADO

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    (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC 2008) - A produo de servios de transporte de massa como o metr caracteriza-se pelo fato de os custos marginais de produo desses servios serem superiores aos custos mdios. COMENTRIOS: A produo de servios de transporte de massa um monoplio natural, como economias escala, se caracterizando pelo custo marginal bastante baixo. Pense comigo: qual o custo adicional (curso marginal) para a firma do metr produzir uma quantidade adicional de produto (um trecho de viagem a um passageiro, por exemplo)? A resposta zero (ou quase zero). Depois que o metr est pronto, os custos marginais so baixssimos. Assim, para a produo deste bem (transporte de massa), com certeza, o custo marginal menor que o custo mdio. GABARITO: ERRADO

    (CESPE/Unb Tcnico Municipal Pref. Vila Velha 2007) - Em um monoplio natural, o regulador no pode igualar o preo ao custo marginal sob pena de levar o monopolista ao lucro negativo na prtica de tal preo regulado. COMENTRIOS: Nos monoplios naturais, ns temos a existncia de economias crescentes de escala onde h um elevado custo inicial de implantao da estrutura produtiva. Depois de pronta toda a estrutura, os custos marginais so zero (ou quase zero). Imagine um caso de monoplio natural, por exemplo, a companhia de energia eltrica da sua cidade. Depois de implantada a estrutura produtiva, o custo marginal de prover energia eltrica a mais um consumidor ser muito baixo ou at mesmo nulo, uma vez que a rede eltrica, geradores, enfim, j est tudo instalado. Assim, se a firma do monoplio natural resolver cobrar o preo igual ao custo marginal, ela cobrar um preo excessivamente baixo ou at mesmo nulo. A possibilidade de haver prejuzo cobrando preos excessivamente baixos grande. GABARITO: CERTO

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    1.8. A DISCRIMINAO DE PREOS

    Na concorrncia perfeita, a tarefa do administrador bastante simples: basta ele vender o seu produto ao preo de equilbrio do mercado e produzir qualquer quantidade que, invariavelmente, a produo ser vendida e a empresa aproximar-se- do seu equilbrio de curto e de longo prazo, sendo que neste ltimo temos lucro econmico zero (lucro normal).

    Os administradores de empresas com poder de mercado,

    entretanto, tm uma tarefa muito mais complicada. Como estas empresas dominam o mercado, elas podem cobrar, para o mesmo produto, preos diferentes na expectativa de verem seus lucros ainda maiores. Para isso, devem conhecer as caractersticas da demanda a fim de estimar os preos e nveis de produo que mais lhe tragam benefcios.

    Quando o monopolista vende o seu produto a preos diferentes, no

    intuito de aumentar os seus lucros e infligir perda monetria aos consumidores, dizemos que ele um discriminador de preos. Vale ressaltar que a discriminao de preos ocorre quando o monopolista vende os mesmos bens por preos diferentes. Duas unidades de um bem so as mesmas quando tm a mesma qualidade e o mesmo custo. Se um cinema vende ingressos por dois preos diferentes (um para estudantes, e outro para no estudantes), temos um exemplo de discriminao. Por outro lado, se o preo mais alto da carne na regio Norte do pas reflete o custo adicionado do transporte, isso no um caso de discriminao de preo.

    Veja que aqui no Estratgia Concursos praticamos a poltica de

    discriminao de preos (apesar de no sermos monopolistas no mercado). A ttica de oferecer descontos aos alunos VIP do Eu Vou Passar uma poltica de discriminao de preos, onde se cobra preos diferentes para o mesmo produto, baseado no grau de fidelidade que os consumidores possuem com o site do Eu Vou Passar.

    H trs tipos mais comuns de discriminao de preos: de primeiro

    grau (ou discriminao perfeita), de segundo grau e de terceiro grau. A discriminao de primeiro grau ou discriminao perfeita

    de preos ocorre quando o monopolista consegue vender cada unidade ao preo mximo (preo de reserva13) que os consumidores esto dispostos a pagar por ela. Suponha, por exemplo, que a demanda de um bem produzido pelo monopolista seja:

    13 O preo de reserva a quantia mxima que o consumidor est disposto a pagar por determinado bem. o preo mximo que algum aceitar pagar por um bem e ainda assim compr-lo.

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    Q = 10 P Para a primeira unidade produzida (Q=1), o preo que os

    consumidores esto dispostos a pagar ser R$ 9,00. Para a segunda unidade produzida (Q=2), o monopolista consegue vender o produto por at R$ 8,00, e assim por diante. Se o monopolista conseguir fazer isso: vender o mesmo produto por preos diferentes, cobrando o mximo que os consumidores aceitam pagar, ele estar praticando a discriminao perfeita de preos (discriminao de 1 grau).

    Observe que a discriminao de primeiro grau implica que o

    excedente do consumidor seja nulo, j que o produtor consegue cobrar por cada unidade o preo mximo que o consumidor est disposto a pagar. Na verdade, ao praticar essa discriminao de preos, o produtor FDSWXUD todo o excedente do consumidor; e toda a reduo de excedente deste ltimo serve para aumentar o excedente do produtor (o valor total dos excedentes no muda, h apenas uma transferncia de ganhos).

    Ou seja, h uma redistribuio de ganhos do mercado, onde o

    FRQVXPLGRUFHGHtodos os seus ganhos para o produtor, sem que haja TXDOTXHU GHVSHUGtFLR GH H[FHGHQWHV. Como no temos perda de excedentes, podemos concluir que, ocorrendo discriminao perfeita de preos, o monoplio ser um mercado eficiente economicamente, pois o valor total dos excedentes continua igual quele que seria verificado em um mercado de concorrncia perfeita.

    Veja que a discriminao perfeita o sonho de qualquer

    monopolista: vender os seus produtos a preos diferentes, sendo que estes preos so exatamente os valores mximos que os consumidores esto dispostos a pagar. Obviamente, a discriminao perfeita uma abstrao terica. rarssima de ser verificada na prtica, uma vez que os clientes no entram nas lojas com placas avisando o preo mximo que esto dispostos a pagar. Talvez o caso mais prximo de uma discriminao perfeita de preos seja o caso de profissionais liberais que cobram preos diferentes de seus clientes. Por exemplo, advogados que defendem rus notoriamente ricos, obviamente, cobram muito mais caro do que se defendessem um ru com menos recursos.

    A discriminao de segundo grau ocorre quando o monopolista

    cobra um preo diferente, conforme a quantidade comprada por cada FRQVXPLGRUeRWUDGLFLRQDOVHYRFrFRPSUDU;HXOKHGRXRGHVFRQWRGH

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    compradas, isto pode fazer com que seu cliente aumente o consumo de seu produto, aumentando, assim, os lucros do monopolista.

    A discriminao de terceiro grau ocorre quando o monopolista

    cobra preos diferentes de pessoas diferentes independentemente das quantidades consumidas por essas pessoas. Ou seja, a empresa identifica diferentes grupos de consumidores, fixando preos diferentes para cada um destes segmentos.

    Aqui a estratgia pode assumir variadas formas: dividir o mercado

    entre velhos e jovens, consumidores habituais e eventuais, ricos e pobres, etc. Por exemplo, neste tipo de discriminao, o monopolista pode dividir o mercado em dois segmentos, na maioria das vezes, de acordo com a elasticidade preo da demanda. Ele cobrar mais caro dos consumidores cuja demanda seja mais inelstica e menos dos consumidores cuja demanda seja mais elstica.

    3RU H[HPSOR TXHP FRPSUD SDVVDJHQV DpUHDV HP FLPD GD KRUD

    geralmente paga mais caro, pois um consumidor mais inelstico, que est precisando viajar com urgncia. Logo, a companhia area cobrar um preo maior.

    s vezes, uma firma cobra preos diferentes baseada apenas na

    regio onde est localizada. Em cidades grandes, as grandes redes de supermercados cobram preos maiores de seus produtos em bairros de classe alta, em virtude de os consumidores dessas regies serem mais inelsticos.

    Quando no possvel separar os mercados para discriminar os

    preos, existem ainda outras alternativas para as firmas com poder de mercado aumentarem seus lucros. Uma delas a cobrana de tarifa em duas partes: cobra-se um preo de entrada e um preo de utilizao. Essa estratgia, por exemplo, utilizada nos parques de diverso. Outra alternativa a venda em pacotes, onde se vende vrios produtos dentro de um pacote, extraindo as mximas disposies a pagar por parte dos consumidores. Temos como exemplo os pacotes de viagem, onde so vendidos as passagens de avio, a hospedagem, os passeios e at mesmo a alimentao. Tudo isto feito com o intuito de aumentar o possvel lucro do monopolista, tentando alcanar ao mximo a totalidade da disposio a pagar dos consumidores.

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    x A receita marginal menor que o preo. Ou seja, a curva da receita marginal estar sempre abaixo e esquerda da curva de demanda (se tivermos uma demanda linear, a inclinao da curva da Rmg ser o dobro da inclinao da demanda);

    x O ponto de maximizao de lucros da firma (equilbrio)

    atingido quando a receita marginal igual ao custo marginal, e no quando P=Cmg (no monoplio, e em todas as outras estruturas que no sejam concorrncia perfeita, temos: 3&PJ x O monopolista no possui curva de oferta;

    x O monopolista nunca atua no setor inelstico da curva de

    demanda (nunca atua quando EPD

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    Governos que permitem discriminao de preos por parte dos monopolistas esto aumentando as perdas de excedentes dos consumidores. COMENTRIOS: A meu ver, a questo estaria certa. Afinal, a discriminao de preos uma prtica em que o monopolista procura capturar uma parte do excedente do consumidor. No entanto, o gabarito definitivo da banca foi errado. A nica explicao para o gabarito, a meu ver, reside no fato de que, na verdade, no a permisso do governo que faz o excedente do consumidor diminuir, mas sim a prpria discriminao de preos que o faz. Ou seja, no o governo (nem sua permisso) que faz o excedente diminuir, mas sim a efetiva ocorrncia desta discriminao de preos por parte de firmas detentoras de algum poder de mercado. Mas um UDFLRFtQLR IRUoDGR GHPDLV QD PLQKD RSLQLmR GH WDO PRGR TXH DLQGDacho que o gabarito deveria ser certo. 6HJXHPSDVVDJHQVELEOLRJUiILFDVSDUDPHDMXGDUQRDUJXPHQWR Besanko e Braeutigam, Microeconomia, pgina 356:

    'H TXH IRUPD R PRQRSROLVWD SRGH FDSWXUDU XP H[FHGHQWH PDLRUcobrando preos variados para seu produto, que a caracterstica essencial da discriminao de preos? A empresa pode faz-lo FREUDQGRGLIHUHQWHVSUHoRVSDUDGLIHUHQWHVFRQVXPLGRUHV

    Alis, no livro do Besanko e Braeutigam, o ttulo do captulo que trata da discriminao de preos bem sugestivo: Captulo 12 Capturando o Excedente do Consumidor. Pindyck e Rubinfeld, Microeconomia, 7 ed., pgina 345:

    ,QLFLDUHPRV HQIRFDQGR R REMHWLYR EiVLFR GH WRGD HVWUDWpJLD GHpreos: a captao de excedente do consumidor e sua converso em lucros adicionais para a empresa. Discutiremos, ento, a maneira pela qual essa meta pode ser alcanada com o uso da discriminao GHSUHoR

    Na pgina 346, eles continuam:

    7RGDV DV HVWUDWpJLDV GH SUHoR TXH H[DPLQDUHPRV WrP XPD FRLVDem comum: so formas de capturar o excedente do consumidor e transferi-lRSDUDRSURGXWRU

    Assim sendo, a nosso ver, o gabarito deveria ser certo. No obstante, a

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    banca marcou como Errada esta assertiva. Gabarito: Errado (a nosso ver, Certo) 04. (CESPE/Unb Auditor Economia TCE/RO 2013) - Uma forma correta de regulao de preos de monoplios naturais estabelecer seus preos nos nveis dos custos marginais. Comentrios: Esta uma questo simples. Conforme vimos nessa aula sobre Monoplios, a regulao do monoplio natural no pode estabelecer preos iguais aos custos marginais, pois isto implicaria prejuzos certos firma monopolista, fazendo com que ela abandonasse o mercado, uma vez que os custos marginais do monoplio natural tendem a zero. A soluo de regulao apropriada, para monoplios naturais, estabelecer preos iguais aos custos mdios. GABARITO: ERRADO A respeito do Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE) que tem a funo de zelar pela livre concorrncia no mercado, julgue os itens a seguir. 05. (CESPE/Unb Economista Ministrio da Justia 2013) - Caso houvesse um monopolista que conseguisse praticar discriminao de preos, ele venderia diferentes quantidades de seu produto por diferentes preos. COMENTRIOS: A questo correta. A discriminao de preos consiste em praticar preos diferentes (pelo mesmo produto) para diferentes grupos de consumidores. Como o preo muda de um consumidor para outro, as quantidades vendidas tambm mudam de consumidor para consumidor. Assim, a questo certa. GABARITO: CERTO 06. (CESPE/Unb Economista Ministrio das Comunicaes 2013) - Uma situao em que o monopolista discrimina perfeitamente o preo eficiente no sentido de Pareto. Comentrios: A discriminao perfeita de preos indica uma situao onde o mercado funciona de modo eficiente. No ocorrem desperdcios de excedentes; no ocorre peso morto, pois toda a reduo de excedente do consumidor capturada pelo produtor.

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    Uma situao de eficincia econmica tambm chamada de eficiente no sentido de Pareto (ou temos eficincia de Pareto). Na discriminao perfeita de preos, temos tambm a cobrana de preos iguais aos custos marginais (assim como acontece na concorrncia perfeita; que o mercado inequivocamente eficiente economicamente). GABARITO: CERTO 07. (CESPE/Unb - Pesquisador do INPI Assuntos Econmicos 2013) - A discriminao de preo de primeiro grau consiste em fixar diferentes preos para diferentes grupos de consumidores. COMENTRIOS: A questo correta. Alis, a situao descrita se encaixa em qualquer tipo de discriminao de preos (no somente para a de primeiro grau). GABARITO: CERTO 08. (CESPE/Unb - Especialista em Regulao Economia ANTT 2013) - As formas de mercado dependem de trs caractersticas principais: quantidade de empresas, tipo do produto e existncia de barreiras entrada. O monoplio uma estrutura que ocorre quando no existem substitutos prximos e uma nica empresa atua no mercado. COMENTRIOS: Questo correta. No h muito o que comentar, nesta questo. O tipo de produto a que se refere a questo se os produtos so homogneos ou heterogneos. Esta situao, por exemplo, a nica que diferencia a concorrncia perfeita da concorrncia monopolstica. GABARITO: CERTO 09. (CESPE/Unb - Analista Administrativo ANAC 2012) - A curva de oferta do monopolista formada a partir de sua capacidade de influenciar o preo de mercado do bem. COMENTRIOS: Cuidado, pois o monopolista no possui curva de oferta. GABARITO: ERRADO 10. (CESPE/Unb - Analista Administrativo ANAC 2012) - A

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    discriminao de preos corresponde venda de diferentes quantidades do produto por preos diferentes, ocorrendo discriminao de preos de primeiro grau quando o monopolista cobra preos diferentes dos consumidores de acordo com a quantidade de produto comprada. COMENTRIOS: A discriminao a que se refere o enunciado , na verdade, uma discriminao de 2 grau. A discriminao de 1 grau aquela em que a empresa cobra exatamente o preo que o consumidor est disposto a pagar; enquanto a discriminao de 3 grau o caso em que a empresa divide o mercado consumidor em grupos, cobrando preos diferentes de acordo com a caracterstica de cada grupo. GABARITO: ERRADO 11. (CESPE/Unb - Analista Administrativo ANAC 2012) - O fato de o monopolista definir o preo de seu produto diferenciando-o para cada grupo de consumidores em mercados diferenciados, de acordo com a elasticidade-preo de cada um, configura a denominada discriminao de preos de segundo grau. COMENTRIOS: A diviso do mercado em grupos de consumidores, cobrando preos diferentes de cada um deles, configura discriminao de preos de 3 grau. GABARITO: ERRADO 12. (CESPE/Unb - Auditor de Controle Externo TCDF 2012) - Se a curva de demanda da empresa for elstica, o mark up ser pequeno, e essa empresa ter pouco poder de monoplio. COMENTRIOS: O mark up inversamente relacionado com a elasticidade preo da demanda. Quanto maior a elasticidade preo da demanda (consumidores que reagem mais aos preos), menor ser a capacidade de cobrar preos acima dos custos marginais (mark up). Assim, a questo correta. GABARITO: CERTO 13. (CESPE/Unb - Especialista em Regulao de Aviao Civil ANAC 2012) - Como a demanda do monopolista a prpria demanda de mercado, o monopolista pode atuar conjuntamente

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    sobre o preo e sobre a quantidade. COMENTRIOS: No que tange quantidade, o monopolista sofre uma restrio. Ele no pode operar onde a curva de demanda inelstica, de tal modo que ele operar sempre no trecho elstico da curva de demanda (onde os preos so mais altos). Se o monopolista quiser vender mais, ter que reduzir preos, e isto pode reduzir seus lucros. Assim, o monopolista no consegue, ao mesmo tempo, cobrar caro e vender muito. Seu equilbrio acontecer com um preo maior que o da concorrncia perfeita, e uma produo menor. Mas observe que o monopolista tem restries, no conseguindo determinar ao mesmo tempo a produo e o preo que vai cobrar. Ele est sujeito curva de demanda do mercado, na qual ele deve operar somente no trecho elstico. GABARITO: ERRADO 14. (CESPE/Unb - Economista TJ/AL 2012) - Para que sejam evitadas perdas sociais, os preos de um monoplio natural devem ser regulamentados aos nveis da concorrncia perfeita. COMENTRIOS: No caso do monoplio natural, no possvel impor preos aos nveis da concorrncia perfeita (onde preo igual ao custo marginal). O custo marginal do monoplio natural tende a zero. Logo, impor a formao de preos da concorrncia perfeita seria condenar o monopolista a prejuzos certos, o que faria com que ele abandonasse o mercado. No caso do monoplio natural, as perdas sociais podem ser reduzidas impondo a soluo segundo a qual os preos se aproximem dos custos mdios. GABARITO: ERRADO 15. (CESPE/Unb - Economista TJ/AL 2012) - Com base na curva de oferta de um mercado competitivo, possvel determinar a curva de oferta em um mercado monopolista. COMENTRIOS: O monoplio no possui curva de oferta. GABARITO: ERRADO

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    16. (CESPE/Unb - Economista TJ/AL 2012) - O poder de monoplio de uma empresa diretamente proporcional elasticidade-preo da demanda. COMENTRIOS: O poder de monoplio de uma empresa inversamente proporcional elasticidade-preo da demanda. GABARITO: ERRADO 17. (CESPE/Unb - Tcnico Cientfico Economia - BASA 2012) - Vendedores de bens com demanda inelstica tendem a ter baixo poder de monoplio. COMENTRIOS: O poder de monoplio inversamente relacionado com elasticidade da demanda. Assim, vendedores de bens com demanda inelstica tendem a ter alto poder de monoplio. GABARITO:ERRADO 18. (CESPE/Unb - Tcnico Cientfico Economia - BASA 2012) - Nessas feiras e mercados, ao contrrio do que ocorre nos casos de concorrncia perfeita, os monopolistas maximizam seus lucros na venda de produtos cujos custos marginais se igualem s receitas marginais. COMENTRIOS: De fato, os monopolistas maximizam lucros quando os custos marginais se igualam s receitas marginais. No entanto, esta situao no ao contrrio da concorrncia perfeita. Nesta, igualmente, os lucros so maximizados quando Rmg=Cmg. GABARITO:ERRADO 19. (CESPE/Unb - Tcnico Cientfico Economia - BASA 2012) - A permisso para que vendedores monopolistas pratiquem discriminao de preos resulta em maior ineficincia nesses mercados. COMENTRIOS: A discriminao de preos, em regra, melhora os nveis de eficincia dos mercados, pois reduz o desperdcio de excedentes (no caso, essa reduo de desperdcios ocorre em favor dos produtores). GABARITO:ERRADO

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    20. (CESPE/Unb - Banco da Amaznia 2010) - Empresas monopolistas e empresas em mercados de concorrncia perfeita maximizaro seus lucros quando suas receitas marginais e seus custos marginais se igualarem. COMENTRIOS: Em qualquer mercado, o lucro maximizado quando Rmg=Cmg. GABARITO: CERTO 21. (CESPE/Unb - Banco da Amaznia 2010) - Devido heterogeneidade dos demandantes de crdito bancrio, lucrativo para um banco monopolista praticar discriminao perfeita de preos com juros diferentes para cada tipo de cliente. COMENTRIOS: Em razo da heterogeneidade dos demandantes de crdito, os bancos podem cobrar juros diferentes de cada tipo cliente. Clientes propensos a pagar mais, ou mais necessitados de realizar emprstimos pagariam juros maiores; clientes menos propensos a pagar ou menos necessitados pagariam juros menores. Vale ressaltar ainda que qualquer discriminao de preos ser mais lucrativa para o monopolista (e provocar alguma perda monetria para os consumidores). Se essa discriminao for perfeita ou de primeiro grau, como diz a assertiva, ser mais lucrativo ainda. GABARITO: CERTO 22. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC 2009) - Como as empresas monopolistas fixam seus preos acima dos custos marginais, o nvel de produo que maximiza os lucros situa-se na parte inelstica da curva de demanda com a qual essas firmas se confrontam. COMENTRIOS: A primeira parte da assertiva correta: as empresas monopolistas fixam seus preos acima dos cursos marginais. No entanto, a segunda parte HUUDGDSRLVRPRQRSROLVWDVyDWXDQDSDUWH(/67,&$TXDQGR(SGda curva de demanda com a qual ele se confronta. Em outras palavras, ele nunca atua na parte inelstica da curva de demanda. GABARITO: ERRADO 23. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - SEGER/ES 2009) - A presena de economias crescentes de

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    escala em determinada indstria indica a existncia de fortes presses competitivas nesse mercado, excluindo, pois, a sua monopolizao. COMENTRIOS: Esta questo deve ficar bastante clara para o estudante: a presena de economias crescentes de escala condizente com a existncia de monoplio naturais. Como tal situao ocasiona o surgimento de monoplio natural, logicamente, ela no tem relao com presses competitivas, justamente o contrrio: tem relao com presses PRQRSROtVWLFDV GABARITO: ERRADO 24. (CESPE/Unb - Cincias Econmicas UEPA 2008) - Nos mercados organizados sob a forma de monoplio, o preo ser tanto maior quanto mais inelstica for a curva de demanda com a qual se confrontam as firmas que compem esses mercados. COMENTRIOS:

    No monoplio, . Assim, percebe-se que, quanto mais inelstica a demanda (menor a Epd, levando-se em conta que o valor mnimo de Epd ser 1, tendo em vista que o monopolista no atua quando Epd

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    26. (CESPE/Unb Especialista em Regulao de Serv. Pb. de Telecomunicaes ANATEL 2009) - O modelo conhecido como mark-up, dentro do estudo da estrutura de mercado monopolista, apontado como um exemplo de causa de inflao de custos. COMENTRIOS: Esta questo misturou temas de micro e macroeconomia. Para entendermos a resposta, devemos saber o que inflao de custos: a inflao provocada pelo aumento dos custos do produtor. O mark up a margem de preo acima do custo marginal. Percebe-se, ento, que o mark up no representa um aumento dos custos do produtor, mas to somente um aumento nos seus lucros, j que ele vende o produto acima do custo marginal. Desta forma, o mark up no guarda relao com a inflao de custos. GABARITO: ERRADO 27. (CESPE/Unb - Analista de Comrcio Exterior MDIC 2008) - A fixao de preos mais elevados em um mercado no qual a demanda maior consistente com um comportamento maximizador de lucros por parte de um monopolista que pratica discriminao de preos. COMENTRIOS: Um monopolista discriminador cobrar mais caro dos consumidores que cuja demanda seja mais inelstica. Nesse sentido, a discriminao de preos do monopolista no guarda relao com o tamanho da demanda, mas sim com a sua elasticidade. Se a demanda maior, naturalmente, o preo de equilbrio ser maior (sem a necessidade de haver discriminao de preos), tendo em vista a que curva de demanda estar mais alta e direita. Ento veja que o fato da demanda ser maior j implica naturalmente preos mais elevados dos produtos, sem haver discriminao de preos. Entao, repetindo, a discriminao de preos do monopolista implica a cobrana de preos mais elevados sobre o grupo de consumidores cuja demanda seja mais inelstica, no tendo relao com o tamanho da demanda. GABARITO: ERRADO 28. (CESPE/Unb - Analista de Comrcio Exterior MDIC 2008) - O fato de que, para as bibliotecas de universidades, o preo da assinatura de peridicos cientficos mais elevado que aquele cobrado aos particulares colide com a existncia de discriminao de preos no mercado dessas publicaes. COMENTRIOS:

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    As bibliotecas das universidades precisam de peridicos cientficos, logo, podemos dizer que elas constituem um grupo de consumidores bastante inelsticos em relao queles produtos. A cobrana de assinaturas com preos mais elevados destes consumidores guarda ntima relao com a discriminao de preos. Assim, est incorreta a assertiva pois no colide, mas coaduna-se com a existncia de discriminao de preos. GABARITO: ERRADO 29. (CESPE/Unb Analista do MPU 2010) - Uma empresa monopolista que discrimina preos de acordo com a quantidade consumida da mesma mercadoria/servio pratica discriminao perfeita de preo de primeiro grau. COMENTRIOS: Existem trs tipos de discriminao de preos: primeiro, segundo e terceiro graus. Na discriminao de primeiro grau, o monopolista vende a mercadoria exatamente ao preo mximo que o consumidor est disposto a pagar. Na discriminao de segundo grau, o monopolista discrimina preos de acordo com a quantidade consumida da mercadoria. Na discriminao de terceiro grau, o monopolista cobra preos diferentes de pessoas diferentes independentemente das quantidades consumidas. O mercado dividido em vrios segmentos, sendo cobrados preos diferentes de cada segmento (jovens x velhos, homens x mulheres, bairros pobres x bairros ricos, etc). GABARITO: ERRADO 30. (CESPE/Unb Pesquisador INPI 2006) - A escala mnima de eficincia relaciona-se com o padro das economias de escala que predominam no setor, porm, essa escala no influencia a estrutura de mercado que prevalece nessa indstria. COMENTRIOS: A escala mnima de eficincia relaciona-se com o padro das economias de escala, pois tem relao com a curva de custo mdio. Ento, a primeira parte da assertiva est correta. Ao mesmo tempo, a EME influencia a estrutura de mercado que prevalece na indstria. Quanto maior o tamanho relativo da EME, menor a probabilidade de haver concorrncia no mercado, e vice-versa. GABARITO: ERRADO 31. (CESPE/Unb Economista CODEBA 2006) - Quando o monopolista cobra preos muito elevados, ocorre ineficincia do monoplio.

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    COMENTRIOS: A ineficincia do monoplio no decorre propriamente do preo ser elevado, mas sim do fato de o preo ser maior que o custo marginal. Assim, mesmo que o preo seja em um baixo valor, s o fato de ele ser maior que o custo marginal suficiente para atestar a ineficincia econmica do monoplio (com exceo da situao de discriminao perfeita de preos). GABARITO: ERRADO 32. (CESPE/Unb Economista CODEBA 2006) - A probabilidade de monoplios e oligoplios se perpetuarem no longo prazo elevada, independentemente de leis que os garantam. COMENTRIOS: Em regra, a probabilidade de monoplios e oligoplios se perpetuarem no longo prazo elevada. Essa a regra geral, e isto acontece devido existncia de barreiras entrada nestes dois mercados. No entanto, a assertiva possui uma armadilha. Existem alguns monoplios que se perpetuam somente devido a leis que os garantam so os monoplios legais. A concesso de uma patente, por exemplo, um exemplo de monoplio legal. Desta forma, a assertiva errada devido ao uso da H[SUHVVmRLQGHSHQGHQWHPHQWHGHOHLVTXHRVJDUDQWDP GABARITO: ERRADO 33. (CESPE/Unb Economista DPU 2010) Um monoplio ser sempre ineficiente, pois seus preos so sempre mais altos que os preos de concorrncia perfeita. COMENTRIOS: O monoplio ser ineficiente porque preos acima dos custos marginais, e este o motivo de sua ineficincia. Ademais, podemos, em teoria, ter um monoplio eficiente economicamente, quando ele for um perfeito discriminador de preos. GABARITO: ERRADO 34. (CESPE/Unb Economista DPU 2010) - A prtica de discriminao de preos em mercados imperfeitos normalmente leva a perdas sociais. COMENTRIOS: A prtica de discriminao de preos serve para aumentar o excedente

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    do produtor, infligindo perdas monetrias aos consumidores. primeira vista, parece-nos que a discriminao de preos conduz a maiores graus de ineficincia. No entanto, isto errado! A discriminao de preos conduz os mercados de concorrncia imperfeita (monoplio e oligoplio) a maiores nveis de eficincia, pois o produtor consegue extrair parte do excedente dos FRQVXPLGRUHVUHGX]LQGRRVGHVSHUGtFLRV15GHH[FHGHQWH$VVLPmesmo que haja perdas de excedente dos consumidores, o aumento do excedente dos produtores (em nveis maiores que a perda de excedente dos consumidores) faz com que haja elevao dos nveis de eficincia econmica, a partir da discriminao de preos. GABARITO: ERRADO 35. (CESPE/Unb Economista DPU 2010) - As margens de lucros de setores monopolistas so medidas pela diferena entre os preos praticados e seus custos marginais. COMENTRIOS: O lucro medido pela diferena entre a receita total e o custo total. Assim: LT = RT CT A receita total o preo multiplicado pelas quantidades vendidas, sendo que o preo igual receita mdia16 (P=Rme). O custo total igual ao custo mdio multiplicado pelas quantidades17. Assim: LT = P.Q Cme.Q LT = Q(P Cme) Percebemos, portanto, que a margem de lucro medida pela diferena entre o preo (ou receita mdia) e o custo mdio, e no entre os preos e os custos marginais. Ou seja, quanto maior a diferena entre o preo e o custo mdio, maior o lucro. A diferena entre o preo e o custo marginal apenas diz relao lucratividade da ltima mercadoria produzida. GABARITO: ERRADO 36. (CESPE/Unb Economista Ipojuca 2009) - No monoplio, 15 Peso morto. 16 Rme = RT/Q Rme = P.Q/Q Rme=P 17 Cme = CT/Q CT = Cme.Q

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    Por fim, o monoplio possui equilbrios de curto e longo prazo iguais. Isto acontece porque, no longo prazo, o mercado no receber novas firmas (devido s barreiras entrada), de tal forma que a empresa monopolista no sofre qualquer influncia do longo prazo. Assim, se a questo falasse em longo prazo, em vez de curto prazo, a assertiva tambm estaria certa. GABARITO: CERTO 38. (CESPE/Unb Economista DFTRANS 2008) - A prtica de discriminao de preos dentro de um mesmo nibus, como a prtica de preos diferenciados para idosos e estudantes em relao aos demais usurios, poderia minimizar as perdas de eficincia geradas por um monopolista. COMENTRIOS: Como j afirmamos, a discriminao de preos um instrumento que serve para aumentar os lucros dos produtores e tambm acaba melhorando os nveis de eficincia do mercado. Assim, a prtica de preos diferenciados para idosos e estudantes (discriminao de 3 grau) eleva os nveis de eficincia do mercado. GABARITO: CERTO 39. (CESPE/Unb Tcnico Municipal Economia Vila Velha 2008) - A ineficincia paretiana de monoplio deve-se ao fato dos preos serem maiores do que em concorrncia perfeita. COMENTRIOS: A ineficincia econmica (paretiana) do monoplio e dos outros mercados que no so concorrncia perfeita deve-se ao fato dos preos serem maiores que os custos marginais. Esta a causa! GABARITO: ERRADO 40. (CESPE/Unb Tcnico de Planejamento e Pesquisa IPEA 2008) - Em um regime de monoplio puro, o ramo industrial no setor considerado e a firma so expresses sinnimas. COMENTRIOS: Um monoplio puro sinnimo de monoplio natural. A indstria ou setor aquilo que consideramos quando falamos de todo um

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    mercado/setor de um produto. $VVLPTXDQGRIDODPRVLQG~VWULDGRWDEDFRHVWDPRVIDODQGRGHWRGDVas firmas que produzem cigarro. 4XDQGRIDODPRVLQG~VWULDGHFRPSXWDGRUHVHVWDPRVIDODQGRGHWRGDVDVILUPDVTXHSURGX]HPcomputadores. No monoplio puro ou natural, devido presena de elevadas economias de escala, o ramo industrial no setor (ou a indstria, ou o setor considerado) a mesma coisa que a firma, pois ela, sozinha, representa todo o mercado daquele produto em que ela monopolista. $VVLPVHIDODPRVDLQG~VWULDGHVDQHDPHQWRGH%UDVtOLDRXIDODPRVVLPSOHVPHQWHDHPSUHVD&$(6%19DVGXDVH[SUHVV}HVVmRVLQ{QLPDV GABARITO: CERTO 41. (CESPE/Unb Banco da Amaznica 2006) - A curva de receita marginal da firma monopolista corresponde curva de demanda do mercado. COMENTRIOS: A curva de receita mdia da firma monopolista corresponde curva de demanda do mercado. A curva da receita marginal estar abaixo e esquerda da curva de demanda do mercado. GABARITO: ERRADO 42. (CESPE/Unb Banco da Amaznica 2006) - O monopolista, por estar s no mercado, caracteriza-se por cobrar o preo mximo que desejar, para maximizar o lucro. COMENTRIOS: O monopolista no cobra o preo que bem entender, muito menos o preo mximo que desejar. O monopolista, ao buscar a maximizao de lucros, deve cobrar o preo em que a receita marginal seja igual ao custo marginal. Esta a regra que ele dever seguir! GABARITO: ERRADO

    19 Para quem no conhece Braslia, a CAESB a empresa responsvel pelo saneamento bsico da cidade.

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    2. CONCORRNCIA MONOPOLSTICA

    At este momento, na aula 05 e no item 1 desta aula, estudamos os extremos opostos das estruturas de mercado: o extremo da competio, representado pela concorrncia perfeita, e o extremo da anticompetio, representado pelo monoplio.

    Nos itens 2 e 3, examinaremos estruturas de mercado que se

    encaixam em um meio termo: a concorrncia monopolstica e o oligoplio. So mercados em que h competio, no entanto, essa concorrncia imperfeita. Em muitas obras, os modelos de concorrncia monopolstica e de oligoplio so estudados dentro da mesma unidade ou captulo, em aluso ao fato de se encaixarem neste perfil de concorrncia imperfeita.

    Um mercado monopolisticamente competitivo semelhante ao

    perfeitamente competitivo em dois aspectos-chave: h muitas firmas produtoras, e no h barreiras entrada de novas firmas. Entretanto, ele difere da concorrncia perfeita pelo fato de os produtos serem heterogneos ou diferenciados: cada firma vende o seu produto, que difere em termos de qualidade, aparncia, ou reputao.

    Veja, ento, que a concorrncia monopolstica um meio termo

    entre a concorrncia perfeita e o monoplio. Ela se aproxima da concorrncia perfeita na medida em que h competio entre as empresas e nenhuma delas detm alto poder relativo sobre o mercado como um todo. E se aproxima do monoplio na medida em que cada firma, ao deter a exclusividade sobre o seu produto ou marca, possui poder de monoplio. Obviamente, a quantidade de poder de monoplio que a firma exerce depende de seu sucesso na diferenciao do seu produto em relao aos das demais empresas. Essa mistura de caractersticas da concorrncia perfeita e do monoplio d origem ao WHUPRFRQFRUUrQFLDPRQRSROtVWLFD

    A maioria das estruturas de mercado que vemos ocorrer na prtica,

    na vida real, encaixa-se perfeitamente no conceito de concorrncia monopolstica. Em quase todos os setores econmicos (roupas, calados, alimentos, etc), temos muitas firmas, sem barreiras entrada de novas, e os produtos so diferenciados entre si. Essa diferenciao decorre do fato de os consumidores enxergarem a marca de cada empresa com algo diferente, distinguindo-as das outras marcas.

    Por exemplo, a cerveja Bohemia diferente da cerveja Kaiser

    (Jetro: Heber e seus exemplos de cerveja...), e tal diferena est parcialmente no gosto, consistncia, aroma, grau de dor de cabea com que se fica no dia seguinte a um porre, etc. Em razo disso, alguns consumidores (apenas alguns!) esto dispostos a pagar alguns centavos a mais pela latinha de Bohemia.

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    Mas veja que o poder de monoplio da cervejaria Bohemia sobre o

    mercado bastante limitado, pois os consumidores podem substituir facilmente o seu produto por outras marcas (Antrtica, Brahma), caso o preo da Bohemia aumente. Embora os consumidores de Bohemia estejam dispostos a pagar mais por ela, a grande maioria no pagar um valor que seja muito maior. O tpico consumidor deste produto paga at R$ 0,25 a mais por latinha, mas provavelmente no pagaria R$ 1,00 a mais. Para grande parte desses consumidores, cerveja cerveja, de tal maneira que as diferenas, apesar de existentes, ainda so pequenas (ainda mais depois de vrios copos tomados!).

    Podemos concluir, ento, que a curva de demanda enfrentada pela

    firma em concorrncia monopolstica20 ser bastante elstica, ficando no meio termo entre a concorrncia perfeita e o monoplio. Neste, a curva de demanda da firma igual curva do mercado e possui inclinao negativa. Na concorrncia perfeita, a curva de demanda da firma perfeitamente elstica (uma reta horizontal).

    Na concorrncia monopolstica, teremos um meio termo. Ou seja, a

    curva de demanda da firma ser negativamente inclinada, assim como no PRQRSyOLR PDV VHUi FRP SRXTXtVVLPD LQFOLQDomR EDVWDQWH GHLWDGDindicando haver uma alta elasticidade da demanda21. Essa alta elasticidade explicada pela existncia de inmeros produtos substitutos que o consumidor pode adquirir.

    A curva de demanda para a firma em concorrncia monopolstica

    pode ser observada na figura 08, onde se percebe que a curva de demanda da firma no to inclinada como no monoplio, mas tambm no chega a ser horizontal como na concorrncia perfeita.

    20 Estamos supondo que as firmas cervejeiras constituam um mercado de concorrncia monopolstica, embora a maioria da doutrina o considere um oligoplio. Enfim, isso no importa, apenas peguei o exemplo da cerveja por critrio didtico, mas, para fins de prova, caso seja perguntado, assinale que o mercado de cervejas no Brasil se aproxima mais a um oligoplio do que a uma concorrncia monopolstica.

    21 Lembre-se de que curvas de demanda mais deitadas indicam maior elasticidade preo da demanda.

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    Desta forma, ela acaba se equilibrando ainda quando seu nvel de produo apresenta economias de escala (ramo descendente da curva de custo mdio) e isto quer dizer que ela poderia aumentar a produo e, ao mesmo tempo, reduzir o custo mdio. Em outras palavras, ela possui instalaes e mquinas que no esto sendo utilizadas ao mximo. Por isso, elas operam com excesso de capacidade. Ou, em outras palavras, elas operam com capacidade ociosa.

    Tambm importante ressaltar que na concorrncia monopolstica

    o preo cobrado pelo produto sempre maior que o custo marginal, de forma diferente do que ocorre na concorrncia perfeita, onde P=Cmg. Alis, o nico mercado em que o preo cobrado igual ao custo marginal a concorrncia perfeita, em todos os outros, o preo cobrado superior ao custo marginal. Pelo fato de cobrar preos superiores ao custo marginal, o mercado de concorrncia monopolstica ineficiente economicamente (assim como o monoplio tambm o ).

    Resumo Concorrncia Monopoltisca:

    x H muitas firmas produtoras, e no h barreiras entrada de

    novas firmas. Cada firma vende o seu produto, que difere em termos de qualidade, aparncia, ou reputao; x Se aproxima da concorrncia perfeita na medida em que h

    competio entre as empresas e nenhuma delas detm alto poder relativo sobre o mercado como um todo. E se aproxima do monoplio na medida em que cada firma, ao deter a exclusividade sobre o seu produto ou marca, possui poder de monoplio; x Curva de demanda ser elstica pela existncia de inmeros

    produtos substitutos; x A curva da receita marginal ficar abaixo da curva de demanda,

    de modo que a receita marginal ser sempre menor que o preo; x No curto prazo, a firma na concorrncia monopolstica poder

    ter lucro econmico positivo, negativo ou nulo. No caso de lucro negativo (prejuzo), ela s deve encerrar as atividades se o preo for inferior ao custo varivel mdio, assim como acontece em qualquer estrutura de mercado; x No longo prazo, as firmas tendero situao de lucro zero ou

    lucro normal; x Diferena o equilbrio da concorrncia perfeita e da concorrncia

    monopolstica: na concorrncia perfeita, o equilbrio ocorre com

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    Gabarito: Certo 45. (CESPE/Unb Economista Ministrio das Comunicaes 2013) - Na concorrncia monopolstica, as empresas maximizam o lucro igualando o preo ao custo marginal. Comentrios: Em regra, a concorrncia perfeita o mercado onde as empresas maximizam lucros quando o preo iguala o custo marginal. Em outros mercados, ns teremos a maximizao de lucros com preo igual ao custo marginal em situaes excepcionais, quais sejam:

    x ns podemos ter maximizao de lucros com preos iguais aos custos marginais no monoplio que discrimina preos perfeitamente (discriminao de 1 grau) e x no oligoplio de Bertrand (concorrncia via preos).

    Portanto, na concorrncia monopolstica, as empresas no maximizam lucros com preo igual ao custo marginal. Elas atingiro o lucro mximo quando a receita marginal igualar o custo marginal. Gabarito: Errado 46. (CESPE/Unb Economista DPU 2010) - Empresas em mercados de concorrncia monopolstica tendem a ter lucros elevados no longo prazo devido caracterstica de livre entrada e, consequentemente, concorrncia de novas empresas. COMENTRIOS: Na concorrncia monopolstica, em longo prazo, as empresas se equilibram com lucro econmico zero, devido caracterstica de livre entrada. Se houver lucro econmico positivo, mais empresas so atradas para o mercado (pela livre entrada). Isto desloca a curva de oferta para a direita e para baixo, reduzindo os preos e, consequentemente, os lucros. Tal movimento dura at o ponto em que se atinge o lucro zero. Assim, na concorrncia monopolstica, em longo prazo, o equilbrio atingido com lucro zero (lucro normal). GABARITO: ERRADO 47. (CESPE/Unb Economista DPU 2010) - Mercado em concorrncia monopolstica caracterizado pela livre entrada de empresas produzindo bens homogneos.

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    COMENTRIOS: A primeira parte da assertiva correta. Realmente, em concorrncia monopolstica, h livre entrada de empresas. No entanto, os bens no so homogneos; eles so substitutos prximos (os bens so parecidos, mas no so 100% iguais, ou homogneos). A livre entrada somada homogeneidade dos bens so caractersticas da concorrncia perfeita. Na concorrncia monopolstica, temos a livre entrada, mas no temos a homogeneidade de bens. GABARITO: ERRADO 48. (CESPE/Unb Economista Ipojuca 2009) - A estrutura de mercado caracterizada por oferecer produtos homogneos, transparncia de mercado e livre mobilidade denominada concorrncia monopolista. COMENTRIOS: Esta estrutura de mercado acima narrada a concorrncia perfeita, e no a concorrncia monopolstica. Na concorrncia monopolstica, os produtos so parecidos (substitutos prximos), mas no so homogneos. Igualmente, na concorrncia monopolstica, a transparncia de mercado prejudicada, pois cada produtor detm o monoplio de seu produto, ao passo que na concorrncia perfeita, todos os produtores conhecem as tecnologias disponveis. GABARITO: ERRADO 49. (CESPE/Unb Banco da Amaznica 2006) - Em mercados com concorrncia monopolstica, h heterogeneidade entre as caractersticas fsicas dos bens. COMENTRIOS: Em concorrncia monopolstica, os bens produzidos pelas firmas so substitutos prximos. Ou seja, eles no so homogneos. Ora, se eles no so homogneos (100% iguais), porque existe alguma heterogeneidade. GABARITO: CERTO 50. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC 2008) - Em mercados organizados sob a forma de concorrncia

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    monopolista, a existncia de barreiras entrada, associada diferenciao do produto, garante a existncia de lucros econmicos substanciais para as empresas estabelecidas nesse mercado, mesmo no longo prazo. COMENTRIOS: Na concorrncia monopolstica, o equilbiro de longo prazo acontece quando o lucro econmico zero. Ademais, mercados organizados sob a forma de concorrncia monopolstica no possuem barreiras entrada. GABARITO: ERRADO 51. (CESPE/Unb Cincias Econmicas 2008) - Na concorrncia monopolista, no equilbrio de longo prazo, a diferenciao de produtos possibilita a existncia de lucros econmicos substanciais para as firmas que operam nesse tipo de mercado. COMENTRIOS: No longo prazo, o equilbrio da concorrncia monopolista acontece da mesma firma que na concorrncia perfeita: com as firmas obtendo lucro econmico zero ou lucro normal. GABARITO: ERRADO 52. (CESPE/Unb Analista Administrativo e Financeiro SEGER/ES 2009) - Mercados organizados sob a forma de concorrncia monopolista envolvem um nmero relativamente grande de firmas que operam de forma no-colusiva e caracterizam-se por adotarem estratgias de diferenciao do produto. COMENTRIOS: A maior dificuldade da questo era relacionada ao Portugus, afinal, o TXH VLJQLILFD QmR-FROXVLYD" 2SHUDU GH IRUPD QmR-FROXVLYD significa operar de forma que no seja imprpria. Desta forma, est correta a assertiva. GABARITO: CERTO 53. (CESPE/Unb Banco da Amaznica 2010) - Em um mercado com caractersticas de competio monopolstica, uma empresa compete vendendo produtos diferenciados, porm altamente substituveis uns pelos outros. COMENTRIOS: A existncia de produtos diferenciados (cada produtor possui o monoplio de seu produto) exatamente a caracterstica que difere a concorrncia

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    perfeita da concorrncia monopolstica. GABARITO: CERTO 54. (CESPE/Unb Analista STM 2011) - Nos shopping centers, muitas lojas de vesturio disputam a clientela desses centros de compras por meio da diferenciao do seu produto. O fato de vrias dessas lojas terem poucos compradores ilustra o excesso de capacidade que caracteriza a concorrncia monopolstica, o que no impede que esses estabelecimentos, no longo prazo, minimizem seus custos mdios. COMENTRIOS: O mercado de lojas de vesturio dos Shopping Centers pode ser enquadrado como concorrncia monopolstica. Como caracterstica deste mercado, temos que, no longo prazo, as firmas so incapazes de minimizar o custo mdio. Por isso, dizemos que elas operam com excesso de capacidade. Ento, o excesso de capacidade decorre do fato de elas no conseguirem minimizar o custo mdio e no do fato de haver poucos compradores (alis, nem se pode falar que h poucos compradores para este tipo de mercado de vesturio nos shopping centers). GABARITO: ERRADO 3. OLIGOPLIO

    No mercado oligopolista, algumas empresas so responsveis por

    grande parte da produo do mercado. Vale ressaltar que o mercado pode possuir inmeras firmas, mas apenas um pequeno grupo delas domina uma grande parte do mercado. Tambm possvel que haja no mercado inteiro apenas um reduzido nmero de firmas, em virtude da existncia de barreiras entrada. Como exemplo, ns podemos citar a indstria de cigarros e automveis.

    A administrao da empresa oligopolista a mais complexa de todas as estruturas de mercado, porque as decises relativas a preo e nvel de produo devem considerar como as suas aes afetaro as empresas rivais. Por exemplo, quando uma empresa decide reduzir seus preos para obter uma fatia maior do mercado, mesmo que isso signifique reduzir seus lucros, ela deve considerar qual ser a reao da(s) firma(s) concorrente(s). Ela poder reduzir ainda mais os preos, de forma a WUDYDUXPDJXHUUDGHSUHoRVHWRGDVDVILUPDVSRGHPVDLUSHUGHQGR

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    Assim, durante o processo de tomada de decises, cada empresa deve considerar as reaes dos concorrentes, sabendo do fato de que estes tambm considerariam suas reaes em relao s suas decises. Dessa forma, v-se que devem existir estratgias bem definidas nas decises de firmas oligopolistas. Resumidamente, o oligoplio caracterizado por:

    x H apenas algumas firmas; x H barreiras de entradas elevadas, de modo que no haja entrada

    no longo prazo no setor; x Cada firma produz bens parecidos (suposio nossa, para facilitar a

    anlise). O oligoplio, geralmente, surge quando h custos iniciais elevados para montar uma firma e comercializar seu produto de forma que as firmas existentes tenham grandes economias de escala. Em consequncia, as firmas maiores podem utilizar, por exemplo, uma guerra de preos para expulsar novas firmas do setor.

    A forma como as firmas oligopolistas iro organizar suas estratgias de produo e precificao dos bens, na prtica, pode conduzir o oligoplio a resultados bem diferentes. Dependendo do caso, podemos ter um oligoplio com um equilbrio idntico ao que seria visto na concorrncia perfeita (oligoplio de Bertrand). Por outro lado, tambm podemos ter um oligoplio com um equilbrio idntico ao que seria visto em um monoplio (conluio). Assim, veja que o resultado proveniente do oligoplio depender muito da forma como as empresas interagem e decidem suas estratgias de vendas e formao de preos.

    Ns veremos os seguintes tipos de oligoplio:

    x Cournot competio simultnea via quantidades; x Bertrand competio simultnea via preos;

    x Modelo Sweezy (modelo de demanda quebrada); x Stackelberg liderana de quantidades; x Conluio e cartel;

    Todos estes modelos trabalham com alguma parte matemtica

    envolvida junto teoria. Aqui em nosso curso, acreditamos que o custo benefcio de entrar nesta parte matemtica muito baixo, dado que h pouqussimas probabilidades (quase nenhuma) de cair questes de clculo na prova de Economia.

    Assim, procuraremos expor somente aquilo que interessa da teoria.

    claro que no ficar 100%, mas o melhor custo benefcio que podemos apresentar, e vocs percebero isso ao realizar as questes.

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    interessante que voc preste ateno s expresses em negrito, pois so elas que o CESPE geralmente cobra nas provas ;-)

    ................ Inicialmente, apresentaremos os dois modelos mais famosos de

    oligoplio: Cournot e Bertrand. Para apresent-los, trabalharemos com um oligoplio em sua forma limite, o duoplio, em que h apenas duas firmas. Ademais, vamos supor que os produtos produzidos pelo duoplio (em Cournot e Bertrand) sejam homogneos.

    Os modelos de oligoplio de Cournot e Bertrand que trabalharemos

    pressupem que as variveis de mercado que as firmas determinam para competir entre si so o preo (P) e a quantidade produzida (Q). Alm disso, esses modelos determinam que a firma deve escolher qual das duas variveis (P ou Q) ir controlar. No possvel controlar as duas ao mesmo tempo. A outra varivel determinada pelo funcionamento do mercado.

    Assim, ns teremos um modelo em que as firmas competem

    entre si alterando os preos (modelo de Bertrand), e outro modelo em que as firmas competem entre si alterando as quantidades (modelo de Cournot). Comecemos pelo modelo de oligoplio com concorrncia via quantidade (modelo de Cournot).

    3.1. MODELO DE COURNOT Concorrncia via quantidade A hiptese bsica do modelo de Cournot a suposio de que a

    firma, ao decidir quanto vai produzir, considera fixo o nvel de produo da sua concorrente. Em outras palavras, segundo Cournot, o empresrio espera que seu rival nunca mude sua produo.

    Ao mesmo tempo, tambm consideramos que cada empresa

    seleciona seu nvel de produo simultaneamente e de maneira no-cooperativa, ou no-colusiva. Ou seja, sem se comunicar com a outra empresa, ou sem saber o que ela vai fazer.

    Assim, uma vez que cada empresa tenha escolhido seu nvel de

    produo, o preo de mercado ajustado de acordo com o nvel de produo que foi escolhido por cada uma das empresas.

    O resultado do modelo de Cournot (considerando um duoplio) ser

    um meio termo entre a concorrncia perfeita e o monoplio. Por exemplo, suponha que o resultado da concorrncia perfeita para o mercado de determinado produto seja o seguinte:

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    Preo = R$ 100,00 Quantidades vendidas = 1.000 unidades Agora, suponha que, para o mesmo produto, se tivssemos

    monoplio, os resultados seriam os seguintes (o preo deve ser maior e as quantidades menores):

    Preo = R$ 150,00 Quantidades vendidas = 750 unidades Em um duoplio de Cournot, o preo seria algo entre R$ 100,00 e

    R$ 150,00 e as quantidades vendidas estariam entre 750 e 1000. Caso, a este duoplio fossem incorporadas mais e mais firmas, o resultado seria uma aproximao cada vez maior com o resultado da concorrncia perfeita. Assim, quanto maior fosse o nmero de firmas do oligoplio, mais o preo se aproximaria de R$ 100 (preo da concorrncia perfeita) e mais as quantidades seriam aproximadas de 1000 (produo da concorrncia perfeita).

    Perceba que esta anlise acima confirmar algo que intuitivo: o oligoplio um meio termo entre o monoplio e a concorrncia perfeita. Como tal, cobrar um preo maior que a concorrncia perfeita e menor que o monoplio; e produzir mais que o monoplio e menos que a concorrncia perfeita. 3.2. MODELO DE BERTRAND Concorrncia via preo

    No modelo de Cournot, ns presumimos que as empresas oligopolistas concorrem por meio da determinao de suas respectivas quantidades. O modelo de Bertrand, entretanto, baseia-se na suposio de que as firmas concorrem por meio da determinao dos preos em vez das quantidades.

    A hiptese bsica do equilbrio de Bertrand repousa sobre a ideia de

    que a firma, ao decidir quanto vai produzir, considera fixo o nvel de preo da firma concorrente. Veja que as linhas gerais so as mesmas de Cournot, com a diferena de que, neste caso, o foco passa a ser o preo em vez das quantidades.

    O equilbrio do duoplio de Bertrand mostra uma concluso

    bastante interessante. Imagine uma firma que fixa um preo abaixo do preo da outra firma. Como estamos trabalhando com a suposio de um duoplio e de um produto homogneo, natural que, ao fixar um preo abaixo da firma concorrente, ela capture todo o mercado consumidor para si. A resposta da concorrente ser na mesma moeda: ela baixar o preo para recuperar o mercado.

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    Esta guerra de preos vai durar at o ponto em que as firmas

    estiverem igualando o preo do produto ao seu custo marginal, e isto representar o equilbrio no duoplio de Bertrand.

    Veja que o equilbrio de Bertrand idntico ao equilbrio da

    concorrncia perfeita, onde se iguala o preo ao custo marginal. Assim, no duoplio de Bertrand, observa-se que um mercado com apenas duas firmas pode operar como se elas estivessem em um mercado perfeitamente competitivo.

    Como o equilbrio de Bertrand nos mostra uma soluo igual

    verificada em um mercado competitivo, onde se iguala preo ao custo marginal, podemos considerar que o oligoplio de Bertrand eficiente economicamente. Veja bem: isto uma exceo! O oligoplio, em regra, no eficiente. No entanto, o caso especfico do oligoplio de Bertrand ser eficiente, pois iguala preo ao custo marginal (assim como feito na concorrncia perfeita).

    Por fim,