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ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 6 1 Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 9 de Direito Administrativo para Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Hoje concluiremos nossos estudos sobre a Lei 8.112/1990, falando do regime disciplinar e da seguridade social do servidor. Vamos lá! 1. Regime Disciplinar O regime disciplinar do servidor público compreende os deveres, as proibições, a responsabilidade funcional e as penalidades aplicáveis em caso de infrações disciplinares. Abrange ainda os meios de apuração de irregularidades funcionais, a sindicância e o processo administrativo disciplinar, suas fases e procedimentos. 1.1. Deveres São deveres do servidor público federal: - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; - ser leal às instituições a que servir; - observar as normas legais e regulamentares; - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; - atender com presteza: ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; às requisições para a defesa da Fazenda Pública; - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; - guardar sigilo sobre assunto da repartição; - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; - ser assíduo e pontual ao serviço; - tratar com urbanidade as pessoas; - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

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Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 9 de Direito Administrativo para Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Hoje concluiremos nossos estudos sobre a Lei 8.112/1990, falando do regime disciplinar e da seguridade social do servidor. Vamos lá!

1. Regime Disciplinar

O regime disciplinar do servidor público compreende os deveres, as proibições, a responsabilidade funcional e as penalidades aplicáveis em caso de infrações disciplinares. Abrange ainda os meios de apuração de irregularidades funcionais, a sindicância e o processo administrativo disciplinar, suas fases e procedimentos. 1.1. Deveres

São deveres do servidor público federal:

- exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; - ser leal às instituições a que servir; - observar as normas legais e regulamentares; - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; - atender com presteza:

• ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

• à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

• às requisições para a defesa da Fazenda Pública; - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; - guardar sigilo sobre assunto da repartição; - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; - ser assíduo e pontual ao serviço; - tratar com urbanidade as pessoas; - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

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Em caso de inobservância de dever funcional, o servidor ficará sujeito à penalidade de advertência, salvo se a conduta justificar imposição de penalidade mais grave (as penalidades disciplinares serão estudadas à frente).

A representação contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

1.2. Proibições

Ao servidor é proibido:

- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; - recusar fé a documentos públicos; - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

Em caso de violação das proibições acima, o servidor ficará sujeito

a advertência, salvo se a conduta justificar imposição de penalidade mais grave.

Ao servidor também é proibido:

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- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

� Obs.: esta proibição não se aplica nos seguintes casos:

• Participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros;

• Gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de interesses.

- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; - praticar usura sob qualquer de suas formas; - proceder de forma desidiosa; - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.

Havendo violação das proibições acima, o servidor ficará sujeito à

sanção de demissão. Além disso, nos casos de uso do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem e de atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, a demissão incompatibilizará o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de cinco anos. Essa incompatibilização ocorre também se a penalidade for a de destituição de cargo em comissão (quando o servidor for exclusivamente comissionado).

Por fim, ao servidor também é proibido:

- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;

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- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

Nestes dois casos, a Lei 8.112/1990 não estabelece expressamente

qual seria a penalidade cabível. Entende-se cabível a suspensão, como penalidade residual à advertência e à demissão. 1.3. Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Públicas

Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

Segundo o art. 37, XVI, da CF/88, o servidor pode exercer, cumulativamente: dois cargos de professor; um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Em qualquer caso, a acumulação é condicionada à comprovação da compatibilidade de horários e à observância do teto remuneratório constitucional.

Considera-se acumulação proibida a percepção de remuneração de cargo, emprego ou função pública com proventos da inatividade pagos pelo regime próprio do servidor público, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão.

O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto quando nomeado interinamente para o segundo cargo, devendo optar pela remuneração de uma deles durante a interinidade.

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O servidor também não poderá ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva, ressalvada a remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.

O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. 1.4. Responsabilidades

O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Tratando-se de dano causado a terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial, a indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada por meio de desconto na remuneração do servidor, após sua prévia comunicação, para pagamento no prazo máximo de trinta dias, podendo haver parcelamento, a pedido do interessado. O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a 10% da remuneração.

A responsabilidade penal abrange os crimes e as contravenções penais imputadas ao servidor, nessa qualidade.

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A responsabilidade administrativa resulta de infração administrativa, omissiva ou comissiva, praticado no desempenho do cargo ou função.

As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Todavia, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou a sua autoria. 1.5. Penalidades

São penalidades disciplinares previstas na Lei 8.112/1990: advertência; suspensão; demissão; cassação de aposentadoria ou disponibilidade; destituição de cargo em comissão; e destituição de função comissionada.

A advertência pode ser aplicada tanto a servidores efetivos como a comissionados. A suspensão, a demissão e a cassação de aposentadoria ou disponibilidade são penalidades próprias de servidores efetivos. A destituição de cargo em comissão é aplicada aos servidores exclusivamente comissionados. A destituição de função comissionada era aplicável quando um indivíduo não servidor podia exercer exclusivamente a função. Hoje, com a exigência constitucional de que apenas servidores efetivos ocupem funções de confiança, essa penalidade perdeu sua aplicabilidade (pois o servidor, se for o caso, será demitido, perdendo a função como efeito acessório).

O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

Já vimos anteriormente os casos em que a advertência pode ser aplicada. Sua imposição se dá por escrito, sendo registrada nos assentamentos funcionais do servidor.

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A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 dias.

Será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. Trata-se de uma penalidade que não possui existência autônoma, razão pela qual não a relacionamos acima. A multa só existe quando a Administração entende conveniente realizar a conversão da penalidade de suspensão, sendo esta a sanção inicialmente imposta ao servidor.

As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

A demissão será aplicada nos seguintes casos:

- abandono de cargo (ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos); - inassiduidade habitual (falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses); - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; - insubordinação grave em serviço; - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

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- transgressão das proibições já relacionadas anteriormente (ver acima).

A demissão será aplicada ainda nos seguintes casos:

- crime contra a administração pública; - improbidade administrativa; - aplicação irregular de dinheiros públicos; - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; - corrupção.

Nesse último grupo, o servidor que for demitido não poderá

retornar ao serviço público federal. Além disso, a demissão, nesses casos, exceto quanto ao crime contra a administração pública, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Tais regras aplicam-se à destituição de cargo em comissão, no caso de servidor exclusivamente comissionado.

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. A penalidade não se aplica aos comissionados. Somente servidores estáveis (e, portanto, efetivos) podem entrar em disponibilidade. E não há previsão legal de cassação de aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ainda que o aposentado seja ex-servidor (caso do servidor exclusivamente comissionado que se aposentou).

A destituição de cargo em comissão é aplicável ao servidor não ocupante de cargo efetivo (exclusivamente comissionado) e será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão (lembre-se de que estas são sanções exclusivas de servidores efetivos). Caso a falta só seja descoberta após a exoneração do cargo em comissão, esta será convertida em destituição de cargo em comissão.

As penalidades disciplinares serão aplicadas:

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- quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo, pelos Presidentes dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, conforme a vinculação do servidor ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior às anteriores, quando se tratar de suspensão superior a 30 dias; - pelo chefe da repartição e outras autoridades, na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias; - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

A ação disciplinar prescreverá:

- em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; - em dois anos, quanto à suspensão; - em 180 dias, quanto à advertência.

O prazo de prescrição só começa a correr da data em que o fato

se tornou conhecido. Se a infração disciplinar for também capitulada como crime, serão aplicáveis os prazos de prescrição previstos na lei penal.

A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a fluir, do zero, a partir do dia em que cessar a interrupção. Já entendeu o STF que, se o processo não estiver concluído em até 140 dias, o prazo voltará a fluir. Veremos adiante o porquê desses 140 dias.

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PENALIDADES DISCIPLINARES PENALIDADE APLICABILIDADE HIPÓTESES

Advertência Servidor efetivo ou comissionado

- Deixar de observar dever funcional;* - Violar as proibições do art. 117, I a VIII e XIX;*

Suspensão (1 a 90 dias)

Servidor efetivo

- Reincidir em falta punível com advertência; - Violar as proibições do art. 117, XVII e XVIII; - Recusar-se a se submeter a inspeção médica (até 15 dias);

Demissão Servidor efetivo

- Abandonar o cargo (art. 132, II); - Incidir em inassiduidade habitual (art. 132, III); - Praticar incontinência pública e conduta escandalosa na repartição (art. 132, V); - Praticar insubordinação grave em serviço (art. 132, VI); - Praticar ofensa física em serviço (art. 132, VII); - Revelar segredo funcional (art. 132, IX); - Acumular ilegalmente cargos, empregos ou funções públicas (art. 132, XII); - Violar as proibições do art. 117, X e XII a XVI.

Demissão com incompatibilização

para nova investidura em cargo público federal por

cinco anos

Servidor efetivo

- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem (art. 117, IX); atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas (art. 117, XI).

Demissão com impossibilidade de retorno ao serviço público federal

Servidor efetivo

- Praticar crime contra a administração pública (art. 132, I); - Praticar ato de improbidade administrativa (art. 132, IV); - aplicar irregularmente dinheiros públicos (art. 132, VIII); - Lesar os cofres públicos e dilapidar o patrimônio nacional (art. 132, X); - Praticar corrupção (art. 132, XI).

Cassação de aposentadoria ou disponibilidade

Servidor efetivo Casos de demissão na atividade.

Destituição de cargo em comissão

Servidor exclusivamente comissionado

Casos de suspensão e demissão.

Destituição de função comissionada

−−− −−−

Multa (50% do vencimento ou da remuneração)

Servidor efetivo Conversão da suspensão.

* que não justifique a imposição de penalidade mais grave.

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1.6. Sindicância

A sindicância é um processo, em regra, apenas investigatório, em que se verifica se houve ou não infração disciplinar. Caso se conclua pela inexistência de ilícito, a sindicância terminará com o arquivamento do processo. Todavia, constatando-se a falta, da sindicância poderá resultar: a aplicação de penalidade de advertência ou de suspensão de até 30 dias (caso em que se deverá oportunizar ao servidor o contraditório e a ampla defesa); ou a instauração de processo disciplinar, se a penalidade a ser aplicada for de maior gravidade.

Desse modo, sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a

imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo administrativo disciplinar (PAD).

Vale notar que a instauração prévia de sindicância não é

obrigatória. Se houver elementos suficientes que caracterizem a infração disciplinar, o PAD poderá ser aberto diretamente.

O prazo para conclusão da sindicância não excederá a 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Sindicância

Arquivamento do processo

Advertência ou suspensão até 30 dias

Instauração de PAD

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2. Seguridade Social do Servidor

A União manterá um plano de seguridade social (PSS) específico para o servidor efetivo e sua família. O servidor exclusivamente comissionado não terá direito aos benefícios desse plano, com exceção da assistência à saúde.

O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem remuneração, terá suspenso o seu vínculo com o regime do PSS do servidor público, enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhe assistindo, neste período, os benefícios do regime de previdência.

Todavia, o servidor poderá optar por manter a vinculação ao regime, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade. Nesse caso, a base de cálculo será a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. O recolhimento deve ser efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos servidores públicos. Caso não haja o recolhimento na data prevista, aplicar-se-ão os procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais.

O PSS visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades:

- garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão; - proteger a maternidade, a adoção e a paternidade; - realizar a assistência à saúde.

Os benefícios serão concedidos nos termos e condições definidos

em regulamento, observadas as disposições da Lei 8.112/1990.

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Os benefícios do PSS do servidor compreendem, quanto ao servidor: aposentadoria; auxílio-natalidade; salário-família; licença para tratamento de saúde (não confundir com a licença por motivo de doença em pessoa da família); licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; licença por acidente em serviço; assistência à saúde; e garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias.

Quanto aos dependentes, os benefícios do PSS são: pensão; auxílio-funeral; auxílio-reclusão; e assistência à saúde.

BENEFÍCIOS DA SEGURIDADE SOCIAL

Quanto ao servidor

Aposentadoria

Auxílio-natalidade

Salário-família

Licença para tratamento de saúde

Licença à gestante

Licença à adotante

Licença-paternidade

Licença por acidente em serviço

Assistência à saúde

Condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias

Quanto aos dependentes

Pensão

Auxílio-funeral

Auxílio-reclusão

Assistência à saúde

As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos

órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os servidores, sendo os valores dos benefícios irredutíveis.

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Antigamente, as aposentadorias e pensões eram sempre revistas na mesma data e proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores da ativa, sendo estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. Era a chamada paridade entre inativos e ativos.

Hoje, porém, essa regra não mais subsiste, pois a EC 41/2003 (Reforma da Previdência), modificou o tratamento constitucional da questão, de modo que, atualmente, a CF/88 diz apenas que é assegurado o reajustamento dos benefícios previdenciários, para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. Com isso, não existe mais a obrigação da paridade.

O recebimento indevido de benefícios, por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível. 2.1. Aposentadoria

As regras sobre aposentadoria da Lei 8.112/1990 foram parcialmente revogadas pelas sucessivas emendas constitucionais da previdência (EC 20/1998, EC 41/2003, EC 47/2005). Desse modo, vamos descrever as regras da aposentadoria à luz do que consta hoje na Carta Magna, juntamente com os dispositivos ainda em vigor do estatuto federal.

Vale destacar que hoje os chamados proventos integrais não correspondem mais à totalidade da remuneração do servidor no momento da aposentadoria, como era no passado. Hoje a integralidade significa simplesmente aplicar, para o cálculo dos proventos do aposentado, a alíquota de 100% à base de cálculo. Se a base de cálculo for inferior à última remuneração do servidor na ativa, os proventos da aposentadoria, obviamente, serão inferiores àquele valor.

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Segundo a Constituição, para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor ao regime de previdência próprio do servidor público (RPPS) e ao regime geral de previdência social (RGPS), se for o caso, sendo que todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício deverão ser devidamente atualizados, na forma da lei.

A Lei 10.887/2004 dispõe que a base de cálculo será definida pela média aritmética simples das maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% de todo o período contributivo, desde julho de 1994 (início do Plano Real) ou desde o início da contribuição, se posterior a esse mês.

Além disso, após aplicar a porcentagem sobre a base de cálculo definida conforme o parágrafo anterior, o resultado calculado como montante dos proventos da aposentadoria (e da pensão), por ocasião de sua concessão, não poderá exceder a remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.

Quando os proventos forem proporcionais ao tempo de contribuição, a Lei 8.112/1990 assegura ao servidor um valor mínimo equivalente a um terço da remuneração da atividade.

Ao servidor aposentado será paga também a gratificação natalina, até o dia 20 de dezembro, em valor equivalente aos respectivos proventos, deduzidos os adiantamentos recebidos.

Existem atualmente três tipos de aposentadoria para o servidor público: por invalidez permanente, compulsória e voluntária. Vejamos cada uma delas. 2.1.1. Aposentadoria por Invalidez

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O servidor será aposentado por invalidez permanente quando não possuir mais condições de saúde física ou mental para permanecer na ativa. Em regra, os proventos da aposentadoria serão proporcionais ao tempo de contribuição. Todavia, se a invalidez for decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, eles serão calculados na forma da lei. Atualmente a Lei 8.112/1990 dispõe que, nesses casos, os proventos serão integrais.

O art. 186, § 1.º, da Lei 8.112/1990 relaciona uma série de doenças consideradas graves, contagiosas ou incuráveis. A relação dessas doenças não costuma ser cobrada em concursos públicos. Vale citar, todavia, que o servidor aposentado com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, se acometido de qualquer dessas moléstias e, por esse motivo, for considerado inválido por junta médica oficial, passará a perceber proventos integrais, calculados com base no fundamento legal de concessão da aposentadoria.

A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 meses (consideradas, para o cômputo desse prazo, apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou por doenças a ela correlacionadas). Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado. O eventual lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

Antes de receber aposentadoria por invalidez, o servidor será submetido a junta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo e a impossibilidade de se promover a readaptação do servidor. A aposentadoria por invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.

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A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. Já vimos anteriormente que, se a junta médica declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez, o servidor deverá voltar à ativa (reversão). 2.1.2. Aposentadoria Compulsória

A aposentadoria compulsória ocorrerá quando o servidor atinge os setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Essa aposentadoria será automática e apenas declarada por ato administrativo, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo. 2.1.3. Aposentadoria Voluntária

O servidor poderá se aposentar voluntariamente, desde que tenha cumprido o tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, atendidos, ainda, os requisitos a seguir.

Na aposentadoria voluntária, para que os proventos sejam integrais, devem ser observadas ainda as seguintes condições mínimas:

- Homem: 60 anos de idade e 35 anos de tempo de contribuição; - Mulher: 55 anos de idade e 30 anos de tempo de contribuição.

Não obstante, caso o servidor atinja as idades citadas e ainda não

possua o tempo de contribuição necessário, ele poderá se aposentar com proventos proporcionais ao tempo de contribuição: aos 65 anos de idade, se homem; e 60 anos de idade, se mulher.

A aposentadoria voluntária também vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.

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No caso de exercício de atividades penosas, insalubres ou perigosas, a aposentadoria voluntária observará o disposto em lei específica.

O servidor que tiver completado as exigências para aposentadoria voluntária e optar por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para a aposentadoria compulsória (quando deverá obrigatoriamente se aposentar).

APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA (10 anos de serviço público e 5 anos no cargo)

Idade Anos de Contribuição

Integral Homem 60 35 Mulher 55 30

Proporcional Homem 65 - Mulher 60 -

2.2. Auxílio-Natalidade

O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% por nascituro. O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente não for servidora. 2.3. Salário-Família

O salário-família é devido ao servidor de baixa renda, ativo ou inativo, por dependente econômico. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família:

- o cônjuge ou companheiro e os filhos ou enteados até 21 anos ou, se estudante, até 24 anos ou, se inválidos, de qualquer idade; - o menor de 21 anos que, mediante autorização judicial, viva na companhia e às expensas do servidor; - a mãe e o pai sem economia própria.

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A Lei 8.112/1990 dispõe que não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário mínimo.

Quando os pais (ou padrastos ou os representantes legais) forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família será pago apenas a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social. Além disso, o afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do benefício. 2.4. Licença para Tratamento de Saúde

Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica (médico único), sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Em regra, a licença será concedida com base em perícia oficial, mas se ela exceder o prazo de 120 dias no período de 12 meses, a contar do primeiro dia de afastamento, sua concessão dependerá de avaliação por junta médica oficial (pelo menos dois médicos). Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado. Nas hipóteses que envolvam conhecimentos de odontologia, a perícia oficial será efetuada por cirurgião-dentista.

Se a licença necessária for inferior a 15 dias, dentro de um ano, poderá ser dispensada a perícia oficial, na forma definida em regulamento.

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Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não havendo convênio com o sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos de utilidade pública ou o INSS, nem junta médica contratada pela Administração, será aceito atestado passado por médico particular (note que apenas se nenhuma das hipóteses acima estiverem presentes será admitido o atestado particular). Neste caso, o atestado somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.

O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável.

O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. O que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais também será submetido a inspeção médica. 2.5. Licença à Gestante, à Adotante e Licença-Paternidade

A Lei 8.112/1990 reza que será concedida licença à servidora gestante por 120 dias consecutivos (ver observação abaixo), sem prejuízo da remuneração. A licença poderá ter início no 1.º dia do 9.º mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

No caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. Já no caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 dias de repouso remunerado.

À servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial de criança serão concedidos: 90 dias de licença remunerada, para criança de até um ano de idade; ou 30 dias, para criança com mais um ano.

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Quanto ao servidor (homem), pelo nascimento ou adoção de filhos, ele terá direito à licença-paternidade de cinco dias consecutivos.

Cabe agora uma observação: a Lei 11.770/2008 autorizou a Administração Pública a instituir programa que garanta a prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras por mais 60 dias (somando, portanto, 180 dias). Nesse sentido, foi editado o Decreto 6.690/2008, que instituiu no Poder Executivo o Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante.

Segundo o decreto, a prorrogação de 60 dias será garantida à servidora que requerer o benefício até o final do 1.º mês após o parto. O benefício será igualmente garantido às servidoras públicas em gozo da licença à adotante, na seguinte proporção: 45 dias, no caso de criança de até um ano de idade; e 15 dias, no caso de criança com mais de um ano.

No âmbito do Senado, foram editados os Atos do Presidente do Senado Federal nºs 61 e 78, ambos de 2008, de conteúdo semelhante ao do Decreto 6.690/2008.

Por fim, para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora. 2.6. Licença por Acidente em Serviço

Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.

Equipara-se ao acidente em serviço o dano decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo e o sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

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O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.

A prova do acidente será feita no prazo de dez dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. 2.7. Pensão

Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão mensal, a partir da data do óbito,

Atualmente o montante da pensão é regulado pela Constituição e corresponde ao valor da totalidade da remuneração do servidor falecido (se era ativo) ou dos seus proventos (se já era aposentado), até o teto do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a esse limite, observado, em qualquer caso, o teto remuneratório constitucional (na esfera federal, o subsídio mensal dos Ministros do STF).

Nos moldes acima, imaginemos o seguinte exemplo:

Teto do RGPS: R$ 3.500 Proventos do servidor falecido: R$ 10.000 Pensão: R$ 3.500 + 0,7 x (R$ 10.000 – R$ 3.500) = R$ 8.050

A pensão pode ser de três modalidades: vitalícia, temporária ou

provisória. As duas primeiras são devidas pela morte comprovada do servidor que tenha deixado dependentes. A pensão provisória decorre de morte presumida (não comprovada) do servidor com dependentes.

São beneficiários da pensão vitalícia:

- o cônjuge; - a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percepção de pensão alimentícia; - o companheiro ou companheira designado que comprove união estável como entidade familiar;

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- a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; - a pessoa designada, maior de 60 anos e a pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a dependência econômica do servidor;

A pensão vitalícia somente se extingue ou reverte com a morte do

beneficiário.

A concessão da pensão vitalícia ao cônjuge ou companheiro exclui desse direito os demais beneficiários dessa modalidade de pensão, exceto a pessoa que receba pensão alimentícia.

São beneficiários da pensão temporária:

- os filhos, ou enteados, até 21 anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; - o menor sob guarda ou tutela até 21 anos de idade; - o irmão órfão, até 21 anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor; - a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 anos, ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.

A pensão temporária se extingue por motivo de morte, cessação

de invalidez ou maioridade do beneficiário. A critério da Administração, o beneficiário de pensão temporária motivada por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram a concessão do benefício.

A concessão da pensão temporária aos filhos, enteados ou menores sob guarda exclui desse direito os demais beneficiários dessa modalidade de pensão.

A pensão será concedida integralmente ao titular ou titulares da pensão vitalícia ou temporária, exceto se existirem beneficiários da outra modalidade de pensão. Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, em partes iguais, sendo a outra metade rateada, também em partes iguais, entre os titulares da pensão temporária.

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Havendo morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota reverterá:

- da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou, na falta destes, para os beneficiários da pensão temporária; - da pensão temporária para os remanescentes desta pensão ou, na falta destes, para os beneficiários da pensão vitalícia.

Vejamos o seguinte exemplo:

Pensão: R$ 10.000 Beneficiário vitalício: cônjuge (R$ 5.000) Beneficiários temporários: dois filhos (R$ 2.500 para cada) Um dos filhos atinge os 21 anos: Cônjuge (R$ 5.000) Filho menor de 21 (R$ 5.000) O segundo filho chega aos 21 anos: Cônjuge (R$ 10.000)

A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo

tão somente as prestações exigíveis há mais de cinco anos. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida.

Não fará jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do servidor.

No caso de morte presumida do servidor, será concedida pensão provisória, que substitui a pensão vitalícia ou temporária, enquanto não comprovado o falecimento do servidor.

A pensão provisória será concedida nos seguintes casos:

- declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;

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- desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço; - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.

A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária,

conforme o caso, decorridos cinco anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.

Acarreta a perda da qualidade de beneficiário da pensão:

- o seu falecimento; - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge; - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário inválido; - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada, aos 21 anos de idade (obs.: ainda está em discussão na doutrina e na jurisprudência se essa idade teria passado para 18 anos, com a redução da maioridade no novo Código Civil); - a acumulação de pensão (ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais de duas pensões); - a renúncia expressa.

2.8. Auxílio-Funeral

O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento. No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo de maior remuneração.

O auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Se o funeral for custeado por terceiro, a este caberá a indenização.

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Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, da autarquia ou da fundação pública, conforme o caso. 2.9. Auxílio-Reclusão

À família do servidor ativo de baixa renda é devido o auxílio-reclusão, quando o servidor vier a ser preso. O benefício corresponde aos seguintes valores:

- 2/3 da remuneração, quando ele se afastar do serviço por motivo de prisão em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão (se, ao final, o servidor for absolvido, ele terá direito à integralização da remuneração); - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.

O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato

àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional. 2.10. Assistência à Saúde

A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica.

A assistência terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada: pelo Sistema Único de Saúde (SUS); diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor; mediante convênio ou contrato; ou por meio de ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor ou seus dependentes ou pensionistas com plano de saúde, na forma estabelecida em regulamento. O valor do ressarcimento será limitado ao total despendido pelo servidor ou pensionista com o plano de saúde.

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Quando exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio com o sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos de utilidade pública ou o INSS. Não sendo possível adotar tais soluções, o órgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especificamente para esses fins. Os nomes e as especialidades dos integrantes da junta deverão ser indicados e eles não poderão estar respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão.

Muito bem! Vista a teoria, vamos aos nossos exercícios.

3. Exercícios 1) (Cespe/TCU/Técnico/2007) Apesar de os servidores públicos civis federais estarem organizados em estrutura hierarquizada na administração pública, não há a obrigação, por parte desses servidores, de dar cumprimento a ordem manifestamente ilegal, assim como não há a obrigação de representar contra seu superior no caso em que a ordem configure ilegalidade, omissão ou abuso de poder. É dever do servidor público federal representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. A representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa (art. 116, XII, e par. único, da Lei 8.112/1990). Item errado. 2) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) A legislação não proíbe a participação de servidor público como acionista em sociedade comercial. O art. 117, X, da Lei 8.112/1990 autoriza ao servidor federal o exercício do comércio, desde que na qualidade de acionista, cotista ou comanditário. Item correto.

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3) (Cespe/TCU/Analista/2008/adaptada) O exercício do cargo de analista do TCU, cargo para o qual se exige formação de nível superior em qualquer área do conhecimento, é legalmente acumulável com o cargo de professor, conforme jurisprudência do STJ, desde que haja compatibilidade de horários. O STJ tem entendido que cargo técnico ou científico, para fins de acumulação com o de professor, nos termos do art. 37, XVII, da CF/88, é aquele para cujo exercício sejam exigidos conhecimentos técnicos específicos e habilitação legal, não necessariamente de nível superior. Assim, não se enquadra no conceito um cargo que exige formação acadêmica em qualquer área do conhecimento. Enunciado falso. 4) (Cespe/STF/Analista/2008) Antes da aplicação de uma penalidade deve ser sempre assegurado ao servidor o direito ao contraditório e à ampla defesa. O contraditório e a ampla defesa são princípios constitucionais que devem ser sempre assegurados aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral (art. 5.º, LV, da CF/88). A Lei 8.112/1990 exige para a aplicação de penalidade o processo administrativo disciplinar ou, pelo menos, a sindicância, que não deixa de ser uma espécie de processo administrativo. Questão verdadeira. 5) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Um servidor público foi punido, em maio de 1999, com suspensão de quinze dias, em decorrência de processo administrativo disciplinar, e, desde então, esteve em efetivo exercício sem incorrer em nova infração disciplinar. Nessa situação, o registro da punição aplicada deverá ser cancelado pela administração. Considerando que a questão é de 2008, quase 10 anos já tinham passado desde a aplicação da penalidade. O art. 131 da Lei 8.112/1990 prevê que a penalidade de suspensão terá seu registro cancelado, após o decurso de cinco anos de efetivo exercício, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. Item correto.

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6) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Qualquer servidor público concursado e estável, ainda que demonstre competência na execução de suas atribuições, estará sujeito à demissão por faltas reiteradas ao trabalho. A penalidade de demissão é aplicável ao servidor efetivo, estável ou não, que incorra em abandono de cargo ou em inassiduidade habitual. Item verdadeiro. 7) (Cespe/TJBA/Juiz/2005) No processo administrativo disciplinar, não se aplica, com a mesma amplitude do direito penal, o princípio da tipicidade, o que implica a possibilidade de a autoridade administrativa aplicar sanção a conduta que não esteja minuciosamente descrita como ilícita na norma legal. São exemplos de condutas descritas de forma aberta, com a utilização de conceitos indeterminados, na Lei 8.112/1990: promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição (advertência); proceder de forma desidiosa (demissão); incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição (demissão). Nesses casos, a plena caracterização da infração disciplinar vai depender da interpretação que a autoridade administrativa der ao caso concreto, não havendo a limitação do princípio da tipicidade do Direito Penal. Item correto. 8) (Cespe/Abin/Oficial/2008) A sindicância investigativa é uma fase necessária do processo administrativo disciplinar. Caso existam indícios suficientes que caracterizem a ocorrência de infração disciplinar, o PAD pode ser aberto diretamente, sem que haja sindicância anterior. Notem que o art. 143 da Lei 8.112/1990 dispõe que a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou PAD (um ou outro), assegurada ao acusado a ampla defesa. Afirmativa falsa.

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9) (Cespe/Abin/Oficial/2008) Para o STF, viola o direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório a nomeação de defensor dativo no processo administrativo disciplinar que não seja advogado ou formado no curso superior em Ciências Jurídicas (Direito). Segundo a Súmula Vinculante n.º 5, do STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.” Item errado. 10) (Cespe/TCU/Técnico/2007) A administração pública pode, após regular processo administrativo disciplinar, converter a penalidade de suspensão aplicada a servidor público em multa, quando isso for conveniente ao serviço público. Nesse caso, o ato praticado pela administração é discricionário. O art. 130, § 2.º, da Lei 8.112/1990 dispõe que, quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. Item certo. 11) (Cespe/AGU/Advogado da União/2009) Segundo o STF, a falta de defesa técnica por advogado, no âmbito de processo administrativo disciplinar, não ofende a CF. Da mesma forma, não há ilegalidade na ampliação da acusação a servidor público, se, durante o processo administrativo, forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar, desde que rigorosamente observados os princípios do contraditório e da ampla defesa. O referido tribunal entende, também, que a autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão de processo administrativo disciplinar. Diz o enunciado n.º 5 da Súmula Vinculante do STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Assim, a primeira parte da questão está correta.

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Além disso, entende o STF que não há ilegalidade na ampliação da acusação a servidor público, se, durante o processo administrativo, forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar. No entanto, segundo a Corte, o princípio do contraditório e da ampla defesa deve ser rigorosamente observado. Da mesma forma, decidiu o Supremo, no mesmo processo, que a autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão processante. Esse entendimento decorre do princípio da verdade real, o qual diz que a Administração Pública, na condução do processo administrativo, deve descobrir o que realmente aconteceu, buscar a verdade efetiva e concreta dos fatos constantes do processo, não devendo se limitar a analisar a versão oferecida pelas partes. A Administração deverá colher todas as provas que julgar necessárias, para a efetiva elucidação do caso. Assim, caso sejam apurados fatos novos que constituam infração disciplinar, compete à autoridade administrativa verificar essa nova situação e, se for o caso, imputar a responsabilidade ao servidor faltoso. Todavia, para que isso se faça de maneira legítima, é fundamental conceder o contraditório e a ampla defesa ao indiciado. Por outro lado, o art. 168 da Lei 8.112/1990 reza que a autoridade julgadora não estará obrigada a acatar o relatório da comissão quando ele for contrário às provas dos autos. Neste caso, a autoridade poderá motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. Ademais, o art. 169 da Lei dispõe que, verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade declarará a nulidade do processo e ordenará a constituição de outra comissão para instauração de novo processo. Nota-se, assim, que a autoridade julgadora não está obrigatoriamente vinculada às conclusões da comissão de processo administrativo disciplinar. Em função de todo o exposto, o item está correto.

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12) (Cespe/TCU/Auditor/2007) Nos termos da lei federal que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, a conduta de um administrador público do Poder Executivo federal no sentido de fraudar a licitação e desviar dinheiro público sujeita-o à pena de demissão, a ser aplicada pelo presidente da República, sendo pacífica a jurisprudência do STF no sentido da indelegabilidade dessa atribuição. Segundo o artigo 132, incisos I, IV e X, da Lei n.º 8.112/1990, a demissão será aplicada ao servidor público federal, respectivamente, nos casos de: crime contra a Administração Pública; improbidade administrativa; e lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. Fraudar uma licitação e desviar dinheiro público é conduta passível de enquadramento nas três hipóteses acima. Portanto, é ato sujeito à demissão. O artigo 141 da Lei prevê que a penalidade de demissão será aplicada pelo Presidente da República. Ocorre que essa competência foi delegada aos Ministros de Estado pelo artigo 1.º, I, do Decreto n.º 3.035/99, tendo sido essa delegação considerada legal pelo STF (RMS 25.367/05, RMS 24.128/05), sob o argumento de que o chefe do Executivo possui competência para prover cargos públicos (artigo 84, XXV, 1.ª parte, CF/88), a qual abrange também a de desprovê-los, sendo essa atribuição passível de delegação aos Ministros de Estado (artigo 84, par. único, CF/88). Em função disso, o item está errado, já que ele falou em indelegabilidade da atribuição. 13) (Cespe/PGE-PA/Técnico/2007) Para o regime jurídico dos servidores públicos federais, a sindicância, fase do processo administrativo disciplinar, equipara-se ao inquérito, fase do processo penal. O artigo 143 da Lei n.º 8.112/1990 preceitua que a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. Por aí já se percebe que não se confundem a sindicância e processo administrativo disciplinar – PAD, pois são procedimentos administrativos distintos e autônomos entre si.

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A sindicância é meio sumário de apuração de ilícitos administrativos, de caráter investigatório, cuja finalidade é verificar a real ocorrência da falta funcional, promovida geralmente quando não há elementos suficientes para se concluir pela existência da falta ou de sua autoria. Se confirmada a existência da violação funcional, os elementos concretos coletados na sindicância servirão para a imediata abertura de processo administrativo contra o servidor público responsável. Nesse conceito, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a sindicância seria uma fase preliminar à instauração do processo administrativo, correspondendo ao inquérito policial que se realiza antes do processo penal. A sindicância pode ser prevista, ainda, como meio sumário de apuração de faltas puníveis com sanções menores, como multa ou advertência. O artigo 145 da Lei n.º 8.112/1990, por exemplo, dispõe que a sindicância poderá resultar em: arquivamento do processo; aplicação de advertência ou suspensão de até 30 dias; ou instauração do processo disciplinar. Naturalmente, se da sindicância resultar penalidade administrativa, deverão ser respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa, pois, nesse caso, ela perderá sua natureza de procedimento meramente investigatório, passando a ter acusados e imposição de sanções. O processo administrativo disciplinar é procedimento mais complexo, utilizado para a apuração de faltas sujeitas a punições mais graves, como a demissão, dividido em várias fases (instauração, instrução, defesa, relatório e decisão) e detalhadamente descrito em lei. Ressalte-se que não é necessária a instauração de sindicância preliminar ao PAD. Se houver elementos suficientes que comprovem a existência da falta, o processo disciplinar poderá ser instaurado diretamente. No PAD, temos a figura do acusado, ao qual deve ser assegurado o exercício do contraditório e da ampla defesa, conforme o artigo 5.º, LV, da Constituição. O item está errado, portanto, por afirmar que a sindicância é uma fase do processo administrativo disciplinar, já que eles são procedimentos distintos, podendo a sindicância nem mesmo existir preliminarmente ao PAD.

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14) (Cespe/MS/Analista/2009) A ação disciplinar prescreverá em cinco anos quanto às infrações puníveis com demissão, suspensão, cassação de aposentadoria ou destituição de cargo em comissão, contados da data da consumação do fato. Conforme o art. 142 da Lei 8.112/1990, a ação disciplinar prescreverá: em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; em dois anos, quanto à suspensão; e em 180 dias, quanto à advertência. Além disso, o prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido, e não da consumação do fato. Enunciado falso. 15) (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário/2009) É proibido ao servidor retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da sua repartição. Nos termos do art. 117, II, da Lei 8.112/1990, ao servidor é proibido retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição. Questão verdadeira. 16) (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário/2009) O servidor em gozo de licença para tratamento de assuntos particulares pode participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, bem como exercer o comércio. Reza o art. 117, X, do Estatuto do Servidor Federal que ao servidor é proibido participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, bem como exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário. Todavia, o parágrafo único, II, desse artigo dispõe que essa vedação não se aplica no caso de gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de interesses. Item correto. 17) (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário/2009) O rito sumário do processo administrativo disciplinar aplica-se apenas à apuração das irregularidades de acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de cargo e inassiduidade habitual.

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O art. 133 da Lei 8.112/1990 estabelece que, detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade que tiver ciência de irregularidade notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência. Na hipótese de omissão do servidor, a autoridade deverá adotar procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá conforme o disposto no citado artigo, observando subsidiariamente, no que lhe for aplicável, as disposições referentes ao PAD ordinário (art. 133, § 8.º). Além disso, nos termos do art. 140 da Lei, o PAD sumário também será adotado na apuração de abandono de cargo (ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos – art. 138) ou inassiduidade habitual (falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses – art. 139). Esses são os únicos casos em que a Lei prevê a adoção do rito sumário. Assim, o item está correto. 18) (Cespe/DPU/Analista/2009) De acordo com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, na hipótese de inassiduidade habitual, a penalidade disciplinar a ser aplicada ao servidor público é de A multa. B suspensão de até 15 dias. C demissão. D advertência. E suspensão de até 30 dias. O art. 132 da Lei 8.112/1990 relaciona as hipóteses em que será aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal. São elas: - crime contra a administração pública; - abandono de cargo; (PAD sumário) - inassiduidade habitual; (PAD sumário) - improbidade administrativa; - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; - insubordinação grave em serviço; - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;

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- aplicação irregular de dinheiros públicos; - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; - corrupção; - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; (PAD sumário) - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117 da Lei. Nota-se, assim, que o gabarito é a letra C. 19) (Cespe/UnB/Administrador/2009) É dever do servidor representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder, devendo a respectiva representação ser encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada. Art. 116, XII e parágrafo único, da Lei 8.112/1990. Questão verdadeira. 20) (Inédita) Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.

É o que diz o art. 126-A da Lei 8.112/1990. Item correto. 21) (Cespe/UnB/Administrador/2009) Ao servidor é proibido recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado, importando a violação a essa proibição na sanção de advertência por escrito. O enunciado está de acordo com o art. 117, XIX, c/c o art. 129, ambos da Lei 8.112/1990. Assertiva verdadeira. 22) (Cespe/Seduc-AM/Agente Administrativo/2011) É dever do servidor, em seu local de trabalho, zelar pela economia de material, a fim de evitar danos ao patrimônio público e ao meio ambiente.

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O art. 116, VII, da Lei prevê o dever do servidor de zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público. Embora a lei não cite a proteção ao meio ambiente, isso também é dever do servidor, pois o art. 225 da CF/88 impõe ao Poder Público (e, portanto, aos seus servidores) o dever de defender e preservar o meio ambiente. Questão correta. 23) (Cespe/TJRR/Analista Judiciário/2012) A penalidade de demissão será aplicada em caso de reincidência em faltas punidas com advertência, acarretando o cancelamento automático do pagamento da remuneração do servidor público. O art. 130 da Lei 8.112/1990 prevê que é a suspensão a penalidade a ser aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência. A suspensão acarreta o não pagamento, durante o período de sua vigência. Item falso. 24) (Cespe/TJRR/Analista Judiciário/2012) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários e os cargos forem um de professor e o outro de natureza técnica ou científica. Conforme o art. 118 da Lei 8.112/1990, ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. O art. 37, XVI, “b”, da Carta Magna permite a acumulação, no caso descrito no enunciado. Item certo. 25) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) O servidor público de provimento efetivo ou em comissão, responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Isso está de acordo com o art. 121 da Lei 8.112/1990. Item correto. 26) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A responsabilidade civil não decorre de atos omissivos, e sim de atos comissivos praticados no desempenho do cargo, função ou emprego que causem prejuízo ao erário público.

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Conforme o art. 122 da Lei, a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Item falso. 27) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A responsabilidade penal abrange apenas os crimes imputados ao servidor, nessa qualidade. Nos termos do art. 123 do Estatuto federal, a responsabilidade penal abrange os crimes e as contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Questão errada. 28) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A obrigação de reparar o dano não se estende aos sucessores do servidor público que o causou. O art. 122, § 3º, da Lei prevê que a obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. Assertiva falsa. 29) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A responsabilidade administrativa é afastada na hipótese de absolvição criminal por insuficiência de provas de autoria, declarada em sentença criminal, transitada em julgado. Segundo o que prevê o art. 126 da Lei, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria, não na hipótese de absolvição por insuficiência de provas. Questão incorreta.

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30) (Cespe/TCU/Auditor Federal/2009) Como espécies de penalidades disciplinares, a lei em questão elenca a advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e a destituição de função comissionada. Uma das hipóteses em que poderá ser aplicada a penalidade de demissão é a ocorrência de abandono de cargo, a qual restará configurada quando o servidor intencionalmente se ausentar do serviço por mais de 30 dias consecutivos. O item está de acordo com o art. 127, o art. 132, II, e o art. 138, todos da Lei 8.112/1990. Afirmativa certa. 31) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Se determinado servidor público participar de gerência ou administração de sociedade privada, sem ser na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, a administração deverá aplicar a penalidade de advertência por escrito. O art. 117, X, da Lei 8.112/1990 proíbe ao servidor participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário. A penalidade a ser aplicada em caso de infração a esse dispositivo é a demissão, conforme o art. 132, XIII, da Lei. Item errado. 32) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Caso servidor seja suspenso de suas atividades e posteriormente consiga cancelar essa penalidade, o cancelamento deverá surtir efeitos retroativos. O art. 131, parágrafo único, da Lei 8.112/1990 estabelece que o cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos. Afirmativa incorreta. 33) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Quando servidor público federal recusar-se a se submeter à inspeção médica determinada por autoridade competente, sua recusa fará com que seja demitido do serviço público.

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O art. 130, § 1º, da Lei prevê que o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente será punido com suspensão de até quinze dias, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. Item falso. 34) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) É vedada à administração pública converter qualquer penalidade disciplinar em multa. O art. 130, § 2º, do Estatuto federal permite expressamente que a Administração, quando houver conveniência para o serviço, converta a penalidade de suspensão em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. Questão errada. 35) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Servidor público que adotar incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição, estará sujeito a ser demitido do serviço público. É a previsão do art. 132, V, da Lei. Item correto. 36) (Cespe/TCE-PE/Procurador/2004) Os ocupantes de cargos em provimento efetivo e comissionado contam com o mesmo tratamento previdenciário, conforme os termos das diretrizes definidas na Constituição Federal. O art. 40 da Lei Maior prevê para os servidores públicos efetivos um regime próprio de previdência social. No entanto, o § 13 desse artigo reza que ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. Item errado.

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37) (Cespe/TCE-PE/Procurador Consultivo/2004) Considere a seguinte situação hipotética. Um servidor público, detentor de cargo efetivo, no qual foi empossado na vigência das normas constitucionais atualmente em vigor, um ano após ter entrado em exercício, contraiu doença incurável. Nessa situação, considerando a sistemática atual do regime de previdência dos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo definida pela Constituição Federal, o referido servidor terá direito à aposentadoria por invalidez, com proventos integrais, independentemente do tempo de contribuição. Segundo o art. 40, § 1.º, I, da CF/88, os servidores abrangidos pelo regime próprio de previdência de social serão aposentados por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. Já declarou o STF que, enquanto não houver lei que defina o valor da aposentadoria nestes três casos, os proventos do servidor serão integrais. Item correto. 38) (Cespe/CBMDF/Oficial/2007) A administração pública é obrigada a aposentar o servidor público assim que este atinja 70 anos de idade, com proventos integrais, independentemente dos anos trabalhados. O art. 40, § 1.º, II, da CF/88 prevê a aposentadoria compulsória do servidor efetivo aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Item errado. 39) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) O servidor será aposentado, compulsoriamente, aos setenta anos de idade com proventos integrais. O art. 40, § 1º, II, da CF/88 prevê que os servidores efetivos serão aposentados compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Vale lembrar ainda que a aposentadoria compulsória não se aplica ao servidor exclusivamente comissionado. Assertiva incorreta.

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40) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) O servidor aposentado por invalidez permanente, ainda que decorrente de acidente em serviço, receberá proventos proporcionais ao tempo de serviço. O art. 40, § 1º, I, da CF/88 dispõe que os servidores efetivos serão aposentados por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. Nesses três casos, o art. 186, I, da Lei 8.112/1990 prevê que a aposentadoria se dará com proventos integrais. Item falso. 41) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a doze meses. Conforme o art. 188, § 1º, da Lei 8.112/1990, a aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a vinte e quatro meses. Questão errada. 42) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) O desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal não serão contados para fins de aposentadoria do servidor. O art. 38, V, da CF/88 é claro ao dizer que, para o servidor público afastado para o exercício de mandato eletivo, os valores para efeito de benefício previdenciário serão determinados como se ele estivesse no exercício do cargo. Item falso. 43) (Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2010) Será licenciado com remuneração integral o servidor acidentado no percurso da residência para o trabalho e vice-versa, posto que essa situação equipara-se ao acidente em serviço. O item está de acordo com os artigos 211 e 212, parágrafo único, II, da Lei 8.112/1990. Assertiva correta.

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44) (Cespe/SGA-DF/Orientador Educacional/2004) Por morte do servidor, os dependentes fazem jus, a partir da data do óbito, a pensão mensal de valor correspondente ao da remuneração ou provento do servidor. Nos termos do art. 40, § 7º, da CF/88 (com a redação dada pela EC 41/2003), a pensão dos dependentes, por morte do servidor, será igual ao valor da totalidade dos proventos ou da remuneração do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a este limite. A questão está errada, mas o gabarito oficial do Cespe foi certo. O enunciado está de acordo com o art. 215 da Lei 8.112/1990. Acontece que esse dispositivo da lei foi revogado tacitamente, quanto ao valor da pensão, pela nova redação do art. 40, § 7º, da CF/88. O gabarito oficial deveria ter sido errado. O Cespe fez lambança, neste caso. 45) (Cespe/SGA-DF/Orientador Educacional/2004) À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança com até um ano de idade devem ser concedidos cento e vinte dias de licença remunerada. O art. 210 da Lei prevê que serão concedidos noventa dias de licença remunerada à servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até um ano de idade. Vale citar que, atualmente, o Decreto 6.690/2008, em seu art. 2º, § 3º, II, “a”, concede à servidora na situação do enunciado uma prorrogação da licença à adotante de 45 dias. De qualquer modo, não são os 120 dias do enunciado. Questão falsa. 46) (Cespe/SGA-DF/Orientador Educacional/2004) Quando dois servidores públicos viverem em comum e tiverem filhos, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e ao outro, de acordo com a distribuição dos dependentes. Isso está conforme o art. 199 da Lei 8.112/1990. Enunciado verdadeiro.

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LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA 1) (Cespe/TCU/Técnico/2007) Apesar de os servidores públicos civis federais estarem organizados em estrutura hierarquizada na administração pública, não há a obrigação, por parte desses servidores, de dar cumprimento a ordem manifestamente ilegal, assim como não há a obrigação de representar contra seu superior no caso em que a ordem configure ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 2) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) A legislação não proíbe a participação de servidor público como acionista em sociedade comercial. 3) (Cespe/TCU/Analista/2008/adaptada) O exercício do cargo de analista do TCU, cargo para o qual se exige formação de nível superior em qualquer área do conhecimento, é legalmente acumulável com o cargo de professor, conforme jurisprudência do STJ, desde que haja compatibilidade de horários. 4) (Cespe/STF/Analista/2008) Antes da aplicação de uma penalidade deve ser sempre assegurado ao servidor o direito ao contraditório e à ampla defesa. 5) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Um servidor público foi punido, em maio de 1999, com suspensão de quinze dias, em decorrência de processo administrativo disciplinar, e, desde então, esteve em efetivo exercício sem incorrer em nova infração disciplinar. Nessa situação, o registro da punição aplicada deverá ser cancelado pela administração. 6) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Qualquer servidor público concursado e estável, ainda que demonstre competência na execução de suas atribuições, estará sujeito à demissão por faltas reiteradas ao trabalho. 7) (Cespe/TJBA/Juiz/2005) No processo administrativo disciplinar, não se aplica, com a mesma amplitude do direito penal, o princípio da tipicidade, o que implica a possibilidade de a autoridade administrativa aplicar sanção a conduta que não esteja minuciosamente descrita como ilícita na norma legal.

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8) (Cespe/Abin/Oficial/2008) A sindicância investigativa é uma fase necessária do processo administrativo disciplinar. 9) (Cespe/Abin/Oficial/2008) Para o STF, viola o direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório a nomeação de defensor dativo no processo administrativo disciplinar que não seja advogado ou formado no curso superior em Ciências Jurídicas (Direito). 10) (Cespe/TCU/Técnico/2007) A administração pública pode, após regular processo administrativo disciplinar, converter a penalidade de suspensão aplicada a servidor público em multa, quando isso for conveniente ao serviço público. Nesse caso, o ato praticado pela administração é discricionário. 11) (Cespe/AGU/Advogado da União/2009) Segundo o STF, a falta de defesa técnica por advogado, no âmbito de processo administrativo disciplinar, não ofende a CF. Da mesma forma, não há ilegalidade na ampliação da acusação a servidor público, se, durante o processo administrativo, forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar, desde que rigorosamente observados os princípios do contraditório e da ampla defesa. O referido tribunal entende, também, que a autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão de processo administrativo disciplinar. 12) (Cespe/TCU/Auditor/2007) Nos termos da lei federal que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, a conduta de um administrador público do Poder Executivo federal no sentido de fraudar a licitação e desviar dinheiro público sujeita-o à pena de demissão, a ser aplicada pelo presidente da República, sendo pacífica a jurisprudência do STF no sentido da indelegabilidade dessa atribuição. 13) (Cespe/PGE-PA/Técnico/2007) Para o regime jurídico dos servidores públicos federais, a sindicância, fase do processo administrativo disciplinar, equipara-se ao inquérito, fase do processo penal. 14) (Cespe/MS/Analista/2009) A ação disciplinar prescreverá em cinco anos quanto às infrações puníveis com demissão, suspensão, cassação de aposentadoria ou destituição de cargo em comissão, contados da data da consumação do fato.

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15) (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário/2009) É proibido ao servidor retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da sua repartição. 16) (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário/2009) O servidor em gozo de licença para tratamento de assuntos particulares pode participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, bem como exercer o comércio. 17) (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário/2009) O rito sumário do processo administrativo disciplinar aplica-se apenas à apuração das irregularidades de acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de cargo e inassiduidade habitual. 18) (Cespe/DPU/Analista/2009) De acordo com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, na hipótese de inassiduidade habitual, a penalidade disciplinar a ser aplicada ao servidor público é de A multa. B suspensão de até 15 dias. C demissão. D advertência. E suspensão de até 30 dias. 19) (Cespe/UnB/Administrador/2009) É dever do servidor representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder, devendo a respectiva representação ser encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada. 20) (Inédita) Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.

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21) (Cespe/UnB/Administrador/2009) Ao servidor é proibido recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado, importando a violação a essa proibição na sanção de advertência por escrito. 22) (Cespe/Seduc-AM/Agente Administrativo/2011) É dever do servidor, em seu local de trabalho, zelar pela economia de material, a fim de evitar danos ao patrimônio público e ao meio ambiente. 23) (Cespe/TJRR/Analista Judiciário/2012) A penalidade de demissão será aplicada em caso de reincidência em faltas punidas com advertência, acarretando o cancelamento automático do pagamento da remuneração do servidor público. 24) (Cespe/TJRR/Analista Judiciário/2012) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários e os cargos forem um de professor e o outro de natureza técnica ou científica. 25) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) O servidor público de provimento efetivo ou em comissão, responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. 26) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A responsabilidade civil não decorre de atos omissivos, e sim de atos comissivos praticados no desempenho do cargo, função ou emprego que causem prejuízo ao erário público. 27) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A responsabilidade penal abrange apenas os crimes imputados ao servidor, nessa qualidade. 28) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A obrigação de reparar o dano não se estende aos sucessores do servidor público que o causou. 29) (Cespe/UERN/Técnico Administrativo/2010) A responsabilidade administrativa é afastada na hipótese de absolvição criminal por insuficiência de provas de autoria, declarada em sentença criminal, transitada em julgado.

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30) (Cespe/TCU/Auditor Federal/2009) Como espécies de penalidades disciplinares, a lei em questão elenca a advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e a destituição de função comissionada. Uma das hipóteses em que poderá ser aplicada a penalidade de demissão é a ocorrência de abandono de cargo, a qual restará configurada quando o servidor intencionalmente se ausentar do serviço por mais de 30 dias consecutivos. 31) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Se determinado servidor público participar de gerência ou administração de sociedade privada, sem ser na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, a administração deverá aplicar a penalidade de advertência por escrito. 32) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Caso servidor seja suspenso de suas atividades e posteriormente consiga cancelar essa penalidade, o cancelamento deverá surtir efeitos retroativos. 33) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Quando servidor público federal recusar-se a se submeter à inspeção médica determinada por autoridade competente, sua recusa fará com que seja demitido do serviço público. 34) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) É vedada à administração pública converter qualquer penalidade disciplinar em multa. 35) (Cespe/DPU/Analista Administrativo/2010) Servidor público que adotar incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição, estará sujeito a ser demitido do serviço público. 36) (Cespe/TCE-PE/Procurador/2004) Os ocupantes de cargos em provimento efetivo e comissionado contam com o mesmo tratamento previdenciário, conforme os termos das diretrizes definidas na Constituição Federal.

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37) (Cespe/TCE-PE/Procurador Consultivo/2004) Considere a seguinte situação hipotética. Um servidor público, detentor de cargo efetivo, no qual foi empossado na vigência das normas constitucionais atualmente em vigor, um ano após ter entrado em exercício, contraiu doença incurável. Nessa situação, considerando a sistemática atual do regime de previdência dos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo definida pela Constituição Federal, o referido servidor terá direito à aposentadoria por invalidez, com proventos integrais, independentemente do tempo de contribuição. 38) (Cespe/CBMDF/Oficial/2007) A administração pública é obrigada a aposentar o servidor público assim que este atinja 70 anos de idade, com proventos integrais, independentemente dos anos trabalhados. 39) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) O servidor será aposentado, compulsoriamente, aos setenta anos de idade com proventos integrais. 40) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) O servidor aposentado por invalidez permanente, ainda que decorrente de acidente em serviço, receberá proventos proporcionais ao tempo de serviço. 41) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a doze meses. 42) (Cespe/TJAL/Técnico Judiciário/2012) O desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal não serão contados para fins de aposentadoria do servidor. 43) (Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2010) Será licenciado com remuneração integral o servidor acidentado no percurso da residência para o trabalho e vice-versa, posto que essa situação equipara-se ao acidente em serviço. 44) (Cespe/SGA-DF/Orientador Educacional/2004) Por morte do servidor, os dependentes fazem jus, a partir da data do óbito, a pensão mensal de valor correspondente ao da remuneração ou provento do servidor.

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45) (Cespe/SGA-DF/Orientador Educacional/2004) À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança com até um ano de idade devem ser concedidos cento e vinte dias de licença remunerada. 46) (Cespe/SGA-DF/Orientador Educacional/2004) Quando dois servidores públicos viverem em comum e tiverem filhos, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e ao outro, de acordo com a distribuição dos dependentes. Gabarito 1E 2C 3E 4C 5C 6C 7C 8E 9E 10C 11C 12E 13E 14E 15C 16C 17C 18C 19C 20C 21C 22C 23E 24C 25C 26E 27E 28E 29E 30C 31E 32E 33E 34E 35C 36E 37C 38E 39E 40E 41E 42E 43C 44C 45E 46C