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Direito Empresarial para Delegado de Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo – Aula 06 Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 32 SUMÁRIO DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ......................................................... 2 LEI Nº 9.279/1996. ........................................................................................ 2 INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL ...................................... 3 PATENTES ................................................................................................ 3 PRAZO DA PATENTE ................................................................................... 8 PROTEÇÃO CONFERIDA PELA PATENTE .......................................................... 9 NULIDADE DA PATENTE .............................................................................. 9 DA CESSÃO DA PATENTE ........................................................................... 10 DA LICENÇA ........................................................................................... 10 EXTINÇÃO DA PATENTE ............................................................................ 10 DESENHO INDUSTRIAL .............................................................................. 11 DO PEDIDO DE REGISTRO .......................................................................... 12 DO PROCESSO E DO EXAME DO PEDIDO DE DESENHO INDUSTRIAL..................... 13 DA CONCESSÃO E DA VIGÊNCIA DO REGISTRO............................................... 13 DA PROTEÇÃO CONFERIDA PELO REGISTRO .................................................. 14 DA EXTINÇÃO DO REGISTRO ...................................................................... 14 MARCA .................................................................................................. 14 ESPÉCIES DE MARCAS ............................................................................... 17 DOS REQUERENTES DE REGISTRO ............................................................... 17 DOS DIREITOS SOBRE A MARCA .................................................................. 18 DO PEDIDO DE DEPÓSITO DA MARCA ........................................................... 18 DO EXAME ............................................................................................. 18 DA EXPEDIÇÃO DO CERTIFICADO DE REGISTRO ............................................. 19 DA VIGÊNCIA .......................................................................................... 19 INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS ....................................................................... 19 QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................... 21 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................ 29 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................. 32 AULA 06 – DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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SUMÁRIO

DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ......................................................... 2

LEI Nº 9.279/1996. ........................................................................................ 2

INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL ...................................... 3

PATENTES ................................................................................................ 3

PRAZO DA PATENTE ................................................................................... 8

PROTEÇÃO CONFERIDA PELA PATENTE .......................................................... 9

NULIDADE DA PATENTE .............................................................................. 9

DA CESSÃO DA PATENTE ........................................................................... 10

DA LICENÇA ........................................................................................... 10

EXTINÇÃO DA PATENTE ............................................................................ 10

DESENHO INDUSTRIAL .............................................................................. 11

DO PEDIDO DE REGISTRO .......................................................................... 12

DO PROCESSO E DO EXAME DO PEDIDO DE DESENHO INDUSTRIAL ..................... 13

DA CONCESSÃO E DA VIGÊNCIA DO REGISTRO ............................................... 13

DA PROTEÇÃO CONFERIDA PELO REGISTRO .................................................. 14

DA EXTINÇÃO DO REGISTRO ...................................................................... 14

MARCA .................................................................................................. 14

ESPÉCIES DE MARCAS ............................................................................... 17

DOS REQUERENTES DE REGISTRO ............................................................... 17

DOS DIREITOS SOBRE A MARCA .................................................................. 18

DO PEDIDO DE DEPÓSITO DA MARCA ........................................................... 18

DO EXAME ............................................................................................. 18

DA EXPEDIÇÃO DO CERTIFICADO DE REGISTRO ............................................. 19

DA VIGÊNCIA .......................................................................................... 19

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS ....................................................................... 19

QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................... 21

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................ 29

GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................. 32

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DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Pois bem. Inicialmente, faz-se essencial saber que o direito de propriedade

industrial está abarcado no chamado direito de propriedade intelectual, gênero que abrange as espécies direito de propriedade autoral (circundada

pelo direito civil) e direito de propriedade industrial (regida pelo direito empresarial). Para nós, o que interessará ao estudo da disciplina é apenas este,

já que o direito autoral está no âmbito do alcance de outra disciplina.

O nosso estudo começa através da Carta Magna. Segundo o artigo 5º da Constituição Federal:

Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à

propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,

tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico

do País;

No país, o direito de propriedade industrial é regido pela Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996, diploma conhecido como Lei da Propriedade Industrial.

LEI Nº 9.279/1996.

Segundo a Lei:

Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País,

efetua-se mediante:

I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;

II - concessão de registro de desenho industrial; III - concessão de registro de marca;

IV - repressão às falsas indicações geográficas; e

V - repressão à concorrência desleal.

Da dissertação supra, percebe-se que a norma supra tutela basicamente os seguintes bens:

- patente de invenção;

- patente de modelo de utilidade; - registro de desenho industrial;

- marca.

Assim, uma pessoa que seja titular de um direito industrial poderá utilizá-la

com exclusividade, desde que proceda ao registro no Instituto Nacional da

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Propriedade Industrial. Não é cabível alegar a exclusividade se não houver

registro no órgão competente.

INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

De acordo com a Lei 5.648/70:

Art 1º Fica criado o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal, vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio, com sede

e foro no Distrito Federal.

Veja-se que a Lei diz “sede e foro no Distrito Federal”. Contudo, o INPI tem sede no Rio de Janeiro.

A finalidade do INPI, segundo a Lei é executar, no âmbito nacional, as normas

que regulam a propriedade industrial, tendo em vista a sua função social,

econômica, jurídica e técnica, bem como pronunciar-se quanto à conveniência de assinatura, ratificação e denúncia de convenções, tratados, convênios e

acordos sobre propriedade industrial (Lei 5.648/70, art. 2º).

Dissemos que os bens protegidos pela propriedade industrial são patente de invenção e de modelo de utilidade; registro de desenho industrial; marca.

Comecemos a falar de cada um.

PATENTES

A patente pode se referir tanto à invenção como ao modelo de utilidade.

Segundo Fábio Ulhoa Coelho, a “invenção é algo original do gênio humano”.

Para a invenção, de acordo com a LPI:

Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade,

atividade inventiva e aplicação industrial.

Com efeito, três são os requisitos para se patentear uma invenção:

- Novidade, - Atividade inventiva,

- Aplicação industrial.

Já para o modelo de invenção, prevê a LPI que:

Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu

uso ou em sua fabricação.

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Assim, o modelo de utilidade é, como costumam chamar doutrinariamente, uma pequena invenção, pois se acrescenta utilidade a algum bem. Vejam que a lei

diz “objeto (...) que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação”.

Para a LPI, art. 10, não se considera invenção nem modelo de utilidade:

I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;

II - concepções puramente abstratas; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis,

financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer

criação estética; V - programas de computador em si;

VI - apresentação de informações;

VII - regras de jogo; VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos

terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados

na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.

Visto o conceito do que é considerado invenção ou modelo de utilidade,

vejamos um pouco sobre os requisitos para que sejam reconhecidos como tais.

- novidade: este requisito significa dizer que a invenção ou modelo de utilidade deve ser por todos desconhecida, até mesmo pelos melhores profissionais do

mercado. A LPI diz que não podem estar compreendidos no estado da técnica.

Nos termos da LPI:

Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica.

§ 1º O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita

ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior, ressalvado o

disposto nos arts. 12, 16 e 17.

- atividade inventiva: de acordo com a lei:

Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.

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Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da

técnica.

De acordo com o INPI, “as invenções, para serem patenteáveis, não podem ser

decorrência de justaposições de processos, meios e órgãos conhecidos, simples mudança de forma, proporções, dimensões e materiais, salvo se, no conjunto, o

resultado obtido apresentar um efeito técnico (resultado final alcançado através de procedimento peculiar a uma determinada arte, ofício ou ciência) novo ou

diferente (que resulte diverso do previsível ou, não óbvio, para um técnico no assunto)”.

- aplicação industrial:

Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer

tipo de indústria.

Desta forma, um invento deve poder ser utilizado industrialmente. De nada adianta se patentear um invento que contenha, por exemplo, peças

inexistentes.

Por último, há ainda um requisito que se encontra estatuído no artigo 18 da LPI, chamado de não impedimento, transcrito:

Art. 18. Não são patenteáveis:

I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;

II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os

respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de

transformação do núcleo atômico; e III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos

que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera

descoberta.

O pedido da patente deve ser feito pelo autor (LPI, art. 6º) ou por seus

herdeiros ou sucessores, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a

titularidade (LPI, art. 6º, parágrafo segundo).

Quando se tratar de invenção ou de modelo de utilidade realizado conjuntamente por duas ou mais pessoas, a patente poderá ser requerida por

todas ou qualquer delas, mediante nomeação e qualificação das demais, para

ressalva dos respectivos direitos (LPI, art. 6º, parágrafo terceiro).

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Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter patente será assegurado

àquele que provar o depósito mais antigo, independentemente das datas de invenção ou criação (LPI, artigo 7º).

Deste modo, pouco importa quando foi efetivamente criada a invenção ou o

modelo de utilidade, àquele que primeiro pleitear o pedido será garantido o direito à proteção.

Art. 19. O pedido de patente, nas condições estabelecidas pelo INPI, conterá:

I - requerimento; II - relatório descritivo;

III - reivindicações; IV - desenhos, se for o caso;

V - resumo; e

VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito.

Assim, para que o autor faça o pedido da patente, deverá apresentar o

requerimento nos termos do artigo 19. Esse pedido passará por uma análise prévia e, estando em termos, será protocolado. É o que dispõe o artigo 20 da

LPI, a saber:

Art. 20. Apresentado o pedido, será ele submetido a exame formal preliminar e, se devidamente instruído, será protocolizado, considerada a data de depósito a

da sua apresentação.

Pode ocorrer, contudo, de o pedido não estar instruído corretamente, conforme dispõe o artigo 19, a lei então, diz que se o pedido contiver alguns dados, como

objeto, dados do depositante e do inventor, poderá ser protocolado, mas o

autor terá 30 dias para sanar o vício. Fazendo, considera-se que o protocolo foi feito a partir da primeira data. Não sanando, os documentos devem ser

devidamente devolvidos ou arquivados.

Art. 21. O pedido que não atender formalmente ao disposto no art. 19, mas que contiver dados relativos ao objeto, ao depositante e ao inventor, poderá ser

entregue, mediante recibo datado, ao INPI, que estabelecerá as exigências a serem cumpridas, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de devolução ou

arquivamento da documentação.

Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito será considerado como

efetuado na data do recibo.

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Segundo o artigo 25 da LPI, as reivindicações deverão ser fundamentadas no

relatório descritivo, caracterizando as particularidades do pedido e definindo, de modo claro e preciso, a matéria objeto da proteção.

Destarte, deve o autor definir expressamente aquilo que deseja ser objeto de

proteção.

Feitas essas considerações, a lei define a próxima etapa como processo e exame do pedido. Nos termos da LPI:

Art. 30. O pedido de patente será mantido em sigilo durante 18 (dezoito) meses contados da data de depósito ou da prioridade mais antiga, quando

houver, após o que será publicado, à exceção do caso previsto no art. 75.

O artigo 75 refere-se a caso de patente cujo interesse seja de defesa nacional.

Esse prazo existe no sentido de permitir ao autor para que melhor possa desenvolver sua invenção ou modelo de utilidade. Essa publicação, contudo,

poderá ser antecipada a requerimento do depositante (LPI, art. 30, §1º).

Depois de protocolado e publicado, o pedido de patente passa a ser de conhecimento público, podendo por qualquer um ser acessado, como propõe a

LPI:

Art. 30, §2º, Da publicação deverão constar dados identificadores do pedido de patente, ficando cópia do relatório descritivo, das reivindicações, do resumo e

dos desenhos à disposição do público no INPI.

Ato contínuo à publicação, após a publicação há que ser requerido o exame do pedido.

Art. 33. O exame do pedido de patente deverá ser requerido pelo depositante ou por qualquer interessado, no prazo de 36 (trinta e seis) meses contados

da data do depósito, sob pena do arquivamento do pedido.

Art. 31. Publicado o pedido de patente e até o final do exame, será facultada a apresentação, pelos interessados, de documentos e informações para subsidiarem o exame.

Parágrafo único. O exame não será iniciado antes de decorridos 60 (sessenta)

dias da publicação do pedido.

Portanto, funciona assim:

PROTOCOLO PUBLICAÇÃO EXAME

Feito o exame, a algumas conclusões o INPI pode chegar:

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Art. 35. Por ocasião do exame técnico, será elaborado o relatório de busca e parecer relativo a:

I - patenteabilidade do pedido; II - adaptação do pedido à natureza reivindicada;

III - reformulação do pedido ou divisão; ou

IV - exigências técnicas.

Quando o parecer for pela não patenteabilidade ou pelo não enquadramento do pedido na natureza reivindicada ou formular qualquer exigência, o depositante

será intimado para manifestar-se no prazo de 90 (noventa) dias (LPI, art. 36).

Art. 36, § 1º Não respondida a exigência, o pedido será definitivamente arquivado.

Art; 36. § 2º Respondida a exigência, ainda que não cumprida, ou contestada

sua formulação, e havendo ou não manifestação sobre a patenteabilidade ou o

enquadramento, dar-se-á prosseguimento ao exame.

Concluído o exame, será proferida decisão, deferindo ou indeferindo o pedido de patente (LPI, art. 37).

Sendo concedido, depois de deferido o pedido, e comprovado o pagamento da

retribuição correspondente, expedir-se-á a respectiva carta-patente (LPI, art. 38). Desta carta patente deve constar número, o título e a natureza

respectivos, o nome do inventor, a qualificação e o domicílio do titular, o prazo de vigência, o relatório descritivo, as reivindicações e os desenhos, bem como

os dados relativos à prioridade.

PRAZO DA PATENTE

Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito.

Parágrafo único. O prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a

patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de

proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou

por motivo de força maior.

Note-se, assim, que o prazo da patente conta do depósito do pedido da patente, ou seja, de quando ele foi protocolado no INPI.

Com efeito, supondo que em 01.01.X1 seja protocolado pedido de patente de

invenção de determinado veículo automotor que atende aos requisitos de

novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.

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Considerando que somente em 31.12.X12, após 12 anos, é que foi concedida a patente. Nesta hipótese, o autor poderá usufruir da patente por, no mínimo, 10

anos, já que somente oito restariam se computássemos o prazo previsto no caput.

Deste modo, temos o seguinte:

- Patente de invenção: 20 anos (nunca menor do que 10 anos);

- Patente de modelo de utilidade: 15 anos (nunca menor do que 07 anos).

PROTEÇÃO CONFERIDA PELA PATENTE

A extensão da proteção conferida pela patente será determinada pelo teor das

reivindicações, interpretado com base no relatório descritivo e nos desenhos

(LPI, art. 41).

Segundo a LPI, a concessão da patente dá ao titular proteção exclusiva da invenção.

Art. 42. A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar com

estes propósitos:

I - produto objeto de patente;

II - processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.

Ao titular da patente é assegurado o direito de obter indenização pela exploração indevida de seu objeto, inclusive em relação à exploração ocorrida

entre a data da publicação do pedido e a da concessão da patente.

NULIDADE DA PATENTE

A concessão da patente será nula quando infringir os dispositivos da LPI (art.

46).

Art. 47. A nulidade poderá não incidir sobre todas as reivindicações, sendo condição para a nulidade parcial o fato de as reivindicações subsistentes

constituírem matéria patenteável por si mesmas.

Vejam que o artigo 47 estabelece a nulidade total ou parcial.

A nulidade da patente produzirá efeitos a partir da data do depósito do pedido (LPI, art. 48).

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DA CESSÃO DA PATENTE

Segundo a LPI:

Art. 58. O pedido de patente ou a patente, ambos de conteúdo indivisível,

poderão ser cedidos, total ou parcialmente.

DA LICENÇA

A patente pode ser objeto de licença. Essa licença pode ser voluntária ou compulsória.

O titular de patente ou o depositante poderá celebrar contrato de licença para

exploração (LPI, art. 61).

O licenciado poderá ser investido pelo titular de todos os poderes para agir em

defesa da patente.

Art. 62. O contrato de licença deverá ser averbado no INPI para que produza

efeitos em relação a terceiros.

A licença compulsória, ao revés, é um tipo de punição, pelo mau uso da

patente.

Com fulcro na LPI:

Art. 68. O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei, por decisão

administrativa ou judicial.

§ 1º Ensejam, igualmente, licença compulsória:

I - a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso

integral do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será admitida a importação; ou

II - a comercialização que não satisfizer às necessidades do mercado.

EXTINÇÃO DA PATENTE

A patente pode ser extinta de diversas formas, arroladas no artigo 78 da Lei de

Propriedade Industrial.

Art. 78. A patente extingue-se: I - pela expiração do prazo de vigência; II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros;

III - pela caducidade;

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IV - pela falta de pagamento da retribuição anual, nos prazos previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e

V - pela inobservância do disposto no art. 217.

O artigo 217, por seu turno, estabelece que:

Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para

representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações.

Extinta a patente, o seu objeto cai em domínio público (LPI, art. 78, parágrafo

único).

A renúncia prevista no artigo 78, inciso II, só será admitida se não prejudicar direitos de terceiros (LPI, art. 79).

DESENHO INDUSTRIAL

Visto o essencial sobre a patente de invenção e de modelo de utilidade, passemos ao exame do desenho industrial.

Falamos nos tópicos precedentes que o modelo de utilidade e a invenção são

patenteáveis. Para o registro e para a marca temos o registro perante o INPI.

Desenho industrial e marca Registro. Invenção e modelo de utilidade Patente.

Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração

externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.

O desenho industrial, tal como o nome sugere, é o design, desenho estético,

que pode ser aplicado a um produto industrial.

Para atender ao critério de registro, o desenho industrial tem de obedecer aos quesitos:

- novidade: aqui, vale tal como dissemos para a invenção e modelo de

utilidade. Segundo a LPI:

Art. 96. O desenho industrial é considerado novo quando não compreendido no

estado da técnica.

Ou seja, o desenho industrial deve ser desconhecido até mesmo pelos melhores profissionais da área. Deve possuir forma inédita, que mereça a proteção.

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- originalidade:

Art. 97. O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma

configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores.

Este requisito diz respeito basicamente à estética do produto, que deve ser diferenciada.

Art. 97, parágrafo único. O resultado visual original poderá ser decorrente da

combinação de elementos conhecidos.

- desimpedimento: a LPI veda que alguns tipos de desenhos sejam registrados. Senão vejamos.

Art. 100. Não é registrável como desenho industrial:

I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou

imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração;

II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela

determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.

Outro fator importante é discernir o trabalho que seja mera e puramente artístico do desenho industrial.

Assim estatuiu a Lei:

Art. 98. Não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter

puramente artístico.

Deste modo, sendo o trabalho artístico, aplica-se-lhe o direito civil. Ao revés,

sendo desenho industrial, será regido pelo direito industrial.

O desenho industrial, como o nome sugere, tem utilidade na seara industrial.

DO PEDIDO DE REGISTRO

O pedido de registro de desenho industrial também é feito junto ao INPI.

O procedimento para pedido é o seguinte.

Faz-se o pedido, nos termos do artigo 101, que passa por um exame formal preliminar. Apresentado o pedido, será ele submetido a exame formal

preliminar e, se devidamente instruído, será protocolizado, considerada a data do depósito a da sua apresentação (LPI, art. 102).

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Art. 101. O pedido de registro, nas condições estabelecidas pelo INPI, conterá:

I - requerimento; II - relatório descritivo, se for o caso;

III - reivindicações, se for o caso; IV - desenhos ou fotografias;

V - campo de aplicação do objeto; e

VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito.

Havendo irregularidades no pedido, desde que não prejudiquem por completo o entendimento pelo INPI, pode-se protocolar o pleito, tendo o autor o prazo de

05 dias para sanear o defeito. É o que dispõe o artigo 103 da LPI.

Cumpridas as exigências, o depósito será considerado como efetuado na data da apresentação do pedido (LPI, art. 103, parágrafo único).

O pedido de registro de desenho industrial terá que se referir a um único objeto, permitida uma pluralidade de variações, desde que se destinem ao

mesmo propósito e guardem entre si a mesma característica distintiva preponderante, limitado cada pedido ao máximo de 20 (vinte) variações (LPI,

art. 104).

DO PROCESSO E DO EXAME DO PEDIDO DE DESENHO INDUSTRIAL

Art. 106. Depositado o pedido de registro de desenho industrial e observado o disposto nos arts. 100, 101 e 104, será automaticamente publicado e

simultaneamente concedido o registro, expedindo-se o respectivo certificado.

Note-se que quando falamos das patentes, vimos que o pedido deve ser analisado e mantido em sigilo por um período (18 meses). Aqui, o

procedimento é diametralmente distinto, já que o artigo 106 manda que seja

automaticamente publicado e simultaneamente seja concedido o registro.

Contudo, caso entenda o autor que precisa de prazo, dispõe a LPI que:

Art. 106, § 1º A requerimento do depositante, por ocasião do depósito, poderá ser mantido em sigilo o pedido, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias

contados da data do depósito, após o que será processado.

DA CONCESSÃO E DA VIGÊNCIA DO REGISTRO

Assim, como dissemos acima, tão logo depositado o pedido, deve-se publicar o

registro, concedendo-se certificado. Alguns dados devem constar deste certificado, tal como o número e o título, nome do autor, o nome, a

nacionalidade e o domicílio do titular, o prazo de vigência, os desenhos, os

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dados relativos à prioridade estrangeira, e, quando houver, relatório descritivo

e reivindicações.

Art. 107. Do certificado deverão constar o número e o título, nome do autor - observado o disposto no § 4º do art. 6º, o nome, a nacionalidade e o domicílio do titular, o prazo de vigência, os desenhos, os dados relativos à prioridade

estrangeira, e, quando houver, relatório descritivo e reivindicações.

O registro vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos contados da data do depósito,

prorrogável por 3 (três) períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada (LPI, art. 108).

O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência

do registro, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva retribuição (art. 108, parágrafo primeiro).

A lei ainda diz que se o pedido de prorrogação não tiver sido formulado até o termo final da vigência do registro, o titular poderá fazê-lo nos 180 (cento e

oitenta) dias subsequentes, mediante o pagamento de retribuição adicional (art. 108, parágrafo segundo).

DA PROTEÇÃO CONFERIDA PELO REGISTRO

A propriedade do desenho industrial adquire-se pelo registro validamente

concedido (LPI, art. 109).

DA EXTINÇÃO DO REGISTRO

Art. 119. O registro extingue-se: I - pela expiração do prazo de vigência;

II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros;

III - pela falta de pagamento da retribuição prevista nos arts. 108 e 120; ou

IV - pela inobservância do disposto no art. 217.

O artigo 217, por seu turno, estabelece que:

Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para

representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações.

MARCA

Marca, na lição de Fábio Ulhoa, é o “designativo que identifica produtos e

serviços”.

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Segundo a LPI:

Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos

visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais.

Com efeito, a marca é um sinal distintivo, que diferencia um produto dos demais existentes no mercado.

Para que uma marca seja registrada, deve atender a alguns requisitos.

Analisemo-los.

- novidade relativa: a marca não exige que não se esteja compreendida no estado da técnica. Até por que para ela seria deveras difícil estabelecer um

delimitativo deveras rígido. O que se deve sempre evitar é a confusão por parte dos consumidores ou que um empresário possa se aproveitar de êxito logrado

pelo árduo trabalho de outro.

- não colidência com marca notória:

Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar

previamente depositada ou registrada no Brasil.

Assim, não posso criar uma lanchonete no Brasil e chamá-la de Mac Donalds,

mesmo que a marca não esteja aqui no Brasil registrada.

- não impedimento: De acordo com a Lei:

Art. 124. Não são registráveis como marca: I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento

oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a

respectiva designação, figura ou imitação; II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente

forma distintiva; III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos

bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimento dignos de

respeito e veneração; IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o

registro pela própria entidade ou órgão público; V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título

de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;

VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou

aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou

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serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de

produção ou de prestação do serviço, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;

VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda; VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo

peculiar e distintivo; IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal

que possa falsamente induzir indicação geográfica; X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza,

qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina; XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para

garantia de padrão de qualquer gênero ou natureza; XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca

coletiva ou de certificação por terceiro, observado o disposto no art. 154; XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social,

político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a

imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizados pela autoridade competente ou entidade promotora do evento;

XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;

XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;

XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome artístico singular ou coletivo, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;

XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que estejam protegidos pelo direito autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou

associação, salvo com consentimento do autor ou titular; XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha

relação com o produto ou serviço a distinguir; XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo,

de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço

idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia;

XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se revestirem de

suficiente forma distintiva; XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de

acondicionamento, ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de efeito técnico;

XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro; e

XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua atividade,

cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, se

a marca se destinar a distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou

afim, suscetível de causar confusão ou associação com aquela marca alheia.

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ESPÉCIES DE MARCAS

Segundo a lei, existem três espécies de marcas, a saber:

Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou

serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa; II - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um

produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia

empregada; e III - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços

provindos de membros de uma determinada entidade.

- marca de produto ou serviço: é o comum. Segundo a lei, é aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de

origem diversa.

- marca de certificação: a marca de certificação atesta a conformidade de produto ou serviço com especificações técnicas, como, por exemplo, a ABNT, a

e INMETRO. Diz respeito à qualidade. O registro da marca é feito pelo órgão certificador.

- marca coletiva: a marca coletiva informa que aquele produto ou serviço vem

de pessoa filiada a uma entidade, como associação de produtores. O registro da marca é feito pela entidade.

DOS REQUERENTES DE REGISTRO

Podem requerer registro de marca as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou de direito privado (LPI, art. 128).

As pessoas de direito privado só podem requerer registro de marca relativo à

atividade que exerçam efetiva e licitamente, de modo direto ou através de empresas que controlem direta ou indiretamente, declarando, no próprio

requerimento, esta condição, sob as penas da lei (LPI, art. 128, parágrafo primeiro).

O registro de marca coletiva só poderá ser requerido por pessoa jurídica

representativa de coletividade, a qual poderá exercer atividade distinta da de seus membros (LPI, art. 128, parágrafo segundo).

O registro da marca de certificação só poderá ser requerido por pessoa sem

interesse comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado (LPI, art.

128, parágrafo terceiro).

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DOS DIREITOS SOBRE A MARCA

A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as disposições da LPI, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo

em todo o território nacional.

O pedido de registro de marca coletiva conterá regulamento de utilização, dispondo sobre condições e proibições de uso da marca (LPI, art. 147).

Art. 148. O pedido de registro da marca de certificação conterá:

I - as características do produto ou serviço objeto de certificação; e

II - as medidas de controle que serão adotadas pelo titular.

DO PEDIDO DE DEPÓSITO DA MARCA

O pedido deverá referir-se a um único sinal distintivo e, nas condições

estabelecidas pelo INPI, conterá (LPI, art. 155):

I - requerimento; II - etiquetas, quando for o caso; e

III - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito.

Apresentado o pedido, será ele submetido a exame formal preliminar e, se devidamente instruído, será protocolizado, considerada a data de depósito a da

sua apresentação (LPI, art. 156).

Aqui é o mesmo procedimento já analisado quando do estudo da patente e do

desenho industrial.

O pedido que não atender formalmente ao disposto no art. 155, mas que contiver dados suficientes relativos ao depositante, sinal marcário e classe,

poderá ser entregue, mediante recibo datado, ao INPI, que estabelecerá as exigências a serem cumpridas pelo depositante, em 5 (cinco) dias, sob pena de

ser considerado inexistente.

Cumpridas as exigências, o depósito será considerado como efetuado na data da apresentação do pedido.

DO EXAME

Protocolizado, o pedido será publicado para apresentação de oposição no prazo

de 60 (sessenta) dias (LPI, artigo 160).

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Se houver oposição ao pedido, o depositante será intimado da oposição,

podendo se manifestar no prazo de 60 (sessenta) dias (LPI, art. 160, §1º).

Art. 159. Decorrido o prazo de oposição ou, se interposta esta, findo o prazo de manifestação, será feito o exame, durante o qual poderão ser formuladas

exigências, que deverão ser respondidas no prazo de 60 (sessenta) dias.

Não respondida a exigência, o pedido será definitivamente arquivado.

Respondida a exigência, ainda que não cumprida, ou contestada a sua formulação, dar-se-á prosseguimento ao exame.

Concluído o exame, será proferida decisão, deferindo ou indeferindo o pedido

de registro.

DA EXPEDIÇÃO DO CERTIFICADO DE REGISTRO

O certificado de registro será concedido depois de deferido o pedido e

comprovado o pagamento das retribuições correspondentes (LPI, art. 161).

Art. 163. Reputa-se concedido o certificado de registro na data da publicação do respectivo ato.

Art. 164. Do certificado deverão constar a marca, o número e data do registro, nome, nacionalidade e domicílio do titular, os produtos ou serviços, as

características do registro e a prioridade estrangeira.

DA VIGÊNCIA

O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data

da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos (LPI,

art. 133).

O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva

retribuição (LPI, art. 133, parágrafo primeiro).

Passaremos agora a outro assunto, a saber, indicações geográficas.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

Dissemos no início do tópico que, com fulcro na LPI:

Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País,

efetua-se mediante:

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(..)

IV - repressão às falsas indicações geográficas;

A LPI tem, pois, o intuito de combater a falsidade das indicações geográficas.

Nos termos da lei:

Art. 176. Constitui indicação geográfica a indicação de procedência ou a

denominação de origem.

Trata-se, pois, a indicação geográfica da indicação da procedência denominação

de origem do produto ou serviço.

A indicação geográfica é um modo de agregar preço e credibilidade a um produto ou serviço, dando a ele um diferencial de mercado, em virtude das

características de seu local de origem. Depois que foi reconhecida, a indicação

geográfica somente poderá ser utilizada por quem seja membro daquela localidade.

Art. 177. Considera-se indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido

como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou

de prestação de determinado serviço.

Por exemplo, Paris para perfumes.

Já a denominação de origem está tratada no artigo 178, com a redação a seguir:

Art. 178. Considera-se denominação de origem o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço

cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao

meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.

Por exemplo, Bento Gonçalves para vinhos.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (OAB SP/2005) A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica.

Comentários

Transcrição do artigo 11 da Lei 9.279/96: A invenção e o modelo de utilidade

são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica.

Estado da técnica é tudo aquilo que já existe antes do depósito de uma patente. Por exemplo, se um inventor solicita a patente de um medicamento para

tuberculose, o examinador buscará nos bancos de dados por tudo o que já

existe sobre medicamentos e tuberculose. Assim, ele poderá avaliar se aquela invenção é realmente nova, nunca foi inventada antes, e se não é óbvia em

face do que já foi inventado ou um plágio.

Gabarito Correto.

2. (OAB SP/2005) Consideram-se bens imateriais, para os efeitos legais, os

direitos de propriedade industrial.

Comentários

Pegadinha.

Segundo o artigo 5º da LPI: Consideram-se bens móveis (e não imateriais),

para os efeitos legais, os direitos de propriedade industrial.

Gabarito Errado.

3. (OAB SP/2005) Dá-se a extinção da patente com a morte do seu titular.

Comentários

Fábio Ulhoa Coelho dispõe que além do término do prazo de duração e da caducidade, são hipóteses legais de extinção da patente: a) a renúncia aos

direitos industriais, que somente poderá ser feita se não houver prejuízo para terceiros (licenciados, por exemplo); b) a falta de pagamento da taxa devida ao

INPI, denominada "retribuição anual"; c) a falta de representante no Brasil, quando o titular é domiciliado no exterior. Veja que o texto legal não arrolou a

morte como causa de extinção da patente. Extinta a patente, seu objeto cai em

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domínio público, podendo qualquer um explorá-la industrialmente. Essas

disposições se encontram no artigo 78 da LPI. O artigo 40 prevê ainda que a patente vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo

prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito.

Gabarito Errado.

4. (OAB SP/2005) É de 30 (trinta) dias o prazo de interposição de recurso

contra decisões proferidas em processos administrativos que versem sobre propriedade industrial.

Comentários

O artigo 212 da Lei de Propriedade Industrial prescreve que, salvo expressa disposição em contrário, das decisões de que trata a Lei de Propriedade

Industrial cabe recurso, que será interposto no prazo de 60 (sessenta) dias

Gabarito Errado.

5. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com

exclusividade, por determinado prazo de tempo, um modelo de utilidade.

Comentários

Dispõe o artigo 2º da LPI que a proteção dos direitos relativos à propriedade

industrial se dá mediante concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade. Modelo de utilidade é uma modalidade de patente que se destina a

proteger inovações com menor carga inventiva, normalmente resultantes da atividade do operário ou artífice. Um fogão, por exemplo, é invenção. Um forno

automático, todavia, será considerado modelo de utilidade. A proteção ao modelo de utilidade encontra-se também prevista no artigo 9º da LPI.

Gabarito Correto.

6. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com

exclusividade, por determinado prazo de tempo, uma marca tridimensional.

Comentários

A patente tem por objetivo proteger a utilização exclusiva das invenções e do modelo de utilidade. As marcas não são protegíveis pela via da patente. Seu

registro compete a o INPI. Sua proteção regula-se pela Convenção da União de Paris, da qual o Brasil é signatário.

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Gabarito Errado.

7. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com exclusividade, por determinado prazo de tempo, um desenho industrial.

Comentários

O registro é o ato pelo qual o titular de desenho industrial ou de marca tem

assegurada a sua propriedade sobre esses bens. Relembre-se que a patente tem o intuito de proteger as invenções e os modelos de utilidade.

Gabarito Errado.

8. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com

exclusividade, por determinado prazo de tempo, uma descoberta.

Comentários

A Lei de Propriedade Industrial trouxe em seu artigo 10º que não se considera invenção nem modelo de utilidade descobertas, teorias científicas e métodos

matemáticos (LPI, art. 10º, I).

Gabarito Errado.

9. (OAB SP/2005) O prazo de vigência da patente de modelo de utilidade não será inferior a 08 (oito) anos, a contar da data da concessão, ressalvada a

hipótese do INPI estar impedido de proceder ao exame do mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.

Comentários

O prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a patente de

invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder

ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por

motivo de força maior (LPI, art. 40, parágrafo único).

Gabarito Errado.

10. (OAB SP/2005) A patente do modelo de utilidade vigorará pelo prazo de 10

anos, contados da data do depósito.

Comentários

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A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de

utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito (LPI, art. 40).

Gabarito Errado.

11. (OAB SP/2005) O prazo de vigência da patente de invenção não será inferior a 15 anos, a contar da data da concessão, ressalvada a hipótese do

INPI estar impedido de proceder ao exame do mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.

Comentários

O prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da

data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por

motivo de força maior (LPI, art. 40, parágrafo único).

Gabarito Errado.

12. (OAB SP/2005) A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 anos,

contados da data do depósito.

Comentários

A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de

utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito (LPI, art. 40).

Gabarito Correto.

13. (OAB SP/2005) O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos

anteriores.

Comentários

Transcrição do artigo 97 da Lei de Propriedades Industriais: O desenho

industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores.

Gabarito Correto.

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14. (OAB SP/2005) A licença compulsória de uma patente será concedida se o

seu titular exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei e

reconhecido por sentença judicial.

Comentários

O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso

de poder econômico, comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou judicial (LPI, art. 68).

Gabarito Errado.

15. (OAB SP/2005) Não será registrável como desenho industrial a forma

determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.

Comentários

Não é registrável como desenho industrial a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por considerações

técnicas ou funcionais (LPI, art. 100, II).

Gabarito Correto.

16. (OAB SP/2005) A patente de um modelo de utilidade vigorará pelo prazo de 15 anos, contados da data do depósito, nunca inferior a 07 anos da data de

concessão do registro, ressalvada a hipótese do Instituto Nacional de Propriedade Industrial estar impedido de proceder ao exame de mérito do

pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.

Comentários

Esta é a interpretação que se abstrai do artigo 40 e seu parágrafo único da Lei de Propriedade Industrial: O prazo de vigência para modelo de utilidade será,

via de regra, maior que 7 anos e menor que 15 anos.

Gabarito Correto.

17. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é possível afirmar que sua proteção se dá por períodos de 20 anos, renováveis.

Comentários

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O artigo 125 da Lei de Propriedade Industrial prevê que à marca registrada no

Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade. Regula-se o dispositivo pela Resolução 121/05 do INPI.

O artigo 10º da norma infralegal salienta que o INPI promoverá a anotação do alto renome da marca no Sistema de Marcas, que será mantida pelo prazo de 5

(cinco) anos. Uma vez que não há qualquer menção à renovação, deve-se entender que esse prazo é fatal. Após esvaído o prazo, há que se fazer nova

demonstração do renome.

Gabarito Errado.

18. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é

possível afirmar que identificam produtos de qualidade, vindos de membros de

uma mesma entidade.

Comentários

Na lição de Carlos Barbosa Pimentel, marcas de alto renome são aquelas que possuem um forte apelo popular, ainda que limitado às fronteira do país, mas

que não poderiam ficar sujeitas ao uso por outras pessoas, ainda que para produtos ou serviços diversos, a fim de não induzir a erro o consumidor. O erro

da assertiva está no fato de dizer que deve vir da mesma entidade. A lei não faz essa exigência.

Gabarito Errado.

19. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é

possível afirmar que gozam de proteção mesmo antes do depósito junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

Comentários

Esta é uma das características da marca notoriamente conhecida, a qual gozará

de proteção especial independentemente de estar previamente registrada ou depositada no Brasil (LPI, art. 126).

Gabarito Errado.

20. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é

possível afirmar que possuem proteção especial abrangendo todos os ramos de atividade.

Comentários

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Transcrição do artigo 125 da Lei de Propriedade Industrial. À marca registrada

no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade.

Gabarito Correto.

21. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é possível afirmar que são identificadas exclusivamente por palavras.

Comentários

Tal qual os outros tipo de marca, as marcas de alto renome não são

identificáveis apenas por palavras. O procedimento para registro das marcas

inicia-se com o depósito do formulário eletrônico do pedido de registro no INPI, no qual, dentre outras informações, deve ser discriminado o escopo da

proteção: em relação à forma nominativa, figurativa ou mista. A marca nominativa é aquela na qual se pretende proteger apenas a expressão,

enquanto a figurativa busca proteger somente uma figura ou um logotipo. Caso as duas formas de proteção sejam necessárias, faz-se uma solicitação de marca

mista, combinando as duas proteções num único pedido de registro.

Gabarito Errado.

22. (Juiz Federal Substituto TRF 5ª/2001/FCC) Se duas ou mais pessoas tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma

independente, o direito de obter a patente será assegurado àquela que provar o depósito mais antigo junto ao INPI - Instituto Nacional de Propriedade

Industrial.

Comentários

Salvo prova em contrário, há presunção de que quem requer a patente é legitimado para obter a patente, como se extrai da leitura do §1º do artigo 6º

da LPI, que privilegia aquele que inicialmente encaminhou o pedido de patente. Veja que a questão fala em requerente. Portanto, não importa se ele é ou não o

invetor ou autor do modelo de utilidade.

Gabarito Correto.

23. (Juiz Federal Substituto TRF 5ª/2001/FCC) Se duas ou mais pessoas tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma

independente, o direito de obter a patente será assegurado àquela que provar ser anterior sua invenção ou criação.

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Comentáriso

O direito é assegurado àquele que primeiramente promover o depósito junto

ao INPI.

Gabarito Errado.

24. (Juiz Federal Substituto TRF 5ª/2001/FCC) Se duas ou mais pessoas

tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter a patente será assegurado àquela que primeiro

tiver iniciado a exploração e/ou uso da invenção ou criação.

Comentários

O direito é assegurado àquele que primeiramente promover o depósito junto ao

INPI.

Gabarito Errado.

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Direito Empresarial para Delegado de Polícia Federal Teoria e exercícios comentados

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (OAB SP/2005) A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica.

2. (OAB SP/2005) Consideram-se bens imateriais, para os efeitos legais, os

direitos de propriedade industrial.

3. (OAB SP/2005) Dá-se a extinção da patente com a morte do seu titular.

4. (OAB SP/2005) É de 30 (trinta) dias o prazo de interposição de recurso contra decisões proferidas em processos administrativos que versem sobre

propriedade industrial.

5. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com

exclusividade, por determinado prazo de tempo, um modelo de utilidade.

6. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com exclusividade, por determinado prazo de tempo, uma marca tridimensional.

7. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com

exclusividade, por determinado prazo de tempo, um desenho industrial.

8. (OAB ES/2005) A patente garante a seu titular o direito de explorar com exclusividade, por determinado prazo de tempo, uma descoberta.

9. (OAB SP/2005) O prazo de vigência da patente de modelo de utilidade não

será inferior a 08 (oito) anos, a contar da data da concessão, ressalvada a

hipótese do INPI estar impedido de proceder ao exame do mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.

10. (OAB SP/2005) A patente do modelo de utilidade vigorará pelo prazo de 10

anos, contados da data do depósito.

11. (OAB SP/2005) O prazo de vigência da patente de invenção não será inferior a 15 anos, a contar da data da concessão, ressalvada a hipótese do

INPI estar impedido de proceder ao exame do mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.

12. (OAB SP/2005) A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 anos,

contados da data do depósito.

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13. (OAB SP/2005) O desenho industrial é considerado original quando dele

resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores.

14. (OAB SP/2005) A licença compulsória de uma patente será concedida se o

seu titular exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei e

reconhecido por sentença judicial.

15. (OAB SP/2005) Não será registrável como desenho industrial a forma determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.

16. (OAB SP/2005) A patente de um modelo de utilidade vigorará pelo prazo de

15 anos, contados da data do depósito, nunca inferior a 07 anos da data de concessão do registro, ressalvada a hipótese do Instituto Nacional de

Propriedade Industrial estar impedido de proceder ao exame de mérito do

pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.

17. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é possível afirmar que sua proteção se dá por períodos de 20 anos, renováveis.

18. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é

possível afirmar que identificam produtos de qualidade, vindos de membros de uma mesma entidade.

19. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é

possível afirmar que gozam de proteção mesmo antes do depósito junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

20. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é

possível afirmar que possuem proteção especial abrangendo todos os ramos de

atividade.

21. (Juiz Substituto TJ RN/2002/FCC) Quanto às "marcas de alto renome" é possível afirmar que são identificadas exclusivamente por palavras.

22. (Juiz Federal Substituto TRF 5ª/2001/FCC) Se duas ou mais pessoas

tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter a patente será assegurado àquela que provar

o depósito mais antigo junto ao INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

23. (Juiz Federal Substituto TRF 5ª/2001/FCC) Se duas ou mais pessoas

tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter a patente será assegurado àquela que provar

ser anterior sua invenção ou criação.

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24. (Juiz Federal Substituto TRF 5ª/2001/FCC) Se duas ou mais pessoas

tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter a patente será assegurado àquela que primeiro

tiver iniciado a exploração e/ou uso da invenção ou criação.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO

1 C

2 E

3 E

4 E

5 C

6 E

7 E

8 E

9 E

10 E

11 E

12 C

13 C

14 E

15 C

16 C

17 E

18 E

19 E

20 C

21 E

22 C

23 E

24 E