Aula 07 LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

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    AULA 07

    REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS PARTE II

    (PONTO 10.1 DO PROGRAMA DE AFRFB/2012)(PONTO 10.1 DO PROGRAMA DE ATRFB/2012)

    SUMRIO DA AULA

    DRAWBACK .................................................................................................................................. 2ENTREPOSTO ADUANEIRO ..................................................................................................... 19 RECOF .......................................................................................................................................... 31EXPORTAO TEMPORRIA ................................................................................................. 36DEPSITO ESPECIAL (DE) ....................................................................................................... 43DEPSITO ALFANDEGADO CERTIFICADO (DAC) ............................................................. 46DEPSITO FRANCO (DF) .......................................................................................................... 48REPETRO ..................................................................................................................................... 49REPEX .......................................................................................................................................... 53REPORTO ..................................................................................................................................... 53RECOM ......................................................................................................................................... 55RESUMO ................................................................................................................................... 58EXERCCIOS ............................................................................................................................... 63

    Ol pessoal. Nessa aula tambm inseri algumas imagens e grficoscoloridos. Portanto, fica a sugesto de utilizao de impressora colorida.

    Seguimos ainda no estudo dos regimes aduaneiros especiais (ponto 10.1 doprograma de comrcio internacional de AFRFB/2012). Na aula anterior vimosapenas trnsito aduaneiro e admisso temporria. Iniciaremos a aula peloregime de drawback. Este abrangido pelos artigos 383 a 403 doRegulamento Aduaneiro RA (Decreto 6.759/2009), assim como pelos artigos67 a 182-A da Portaria SECEX 23/2011 (e alteraes posteriores), quesubstituiu a Portaria SECEX 10/2010. Nosso trabalho aqui ser extrair o que de

    mais importante para a prova h em tais dispositivos, e colocar para vocs deuma forma didtica, palatvel, agradvel etc.

    Apenas para efeito de uma consulta complementar, a Portaria SECEX23/2011 pode ser encontrada no site do Ministrio do Desenvolvimento(www.mdic.gov.br), e de forma consolidada, especificamente no link(http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1344967217.pdf), porm, muitocuidado, j que muitas alteraes foram realizadas na mesma, sendo algumasrealizadas aps a publicao do edital. Por esse motivo, abordaremos amatria na aula conforme a legislao vigente no momento da publicao doedital.

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    DRAWBACK

    Sabemos que as exportaes so fontes de divisas para o pas. So maisdlares, mais euros que entram, elevando o nvel de nossas reservasinternacionais. Por esse motivo, os governos sempre procuram estabelecer

    sistemas de apoio s vendas para o exterior. Os regimes aduaneiros especiaisconsistem em uma boa ferramenta para tal, j que se referem a situaesonde, devido a um interesse econmico especfico, o governo desoneratributos em operaes de comrcio exterior.

    Uma indstria utiliza diversos insumos (matria-prima, produtosintermedirios, partes e peas) na fabricao de seus produtos. Para fabricarum automvel completo precisa-se de ao, borracha, alumnio, couro, vidro.Tambm so necessrios equipamentos como aparelho de som, ar-condicionado, rodas, pneus etc. Todos esses materiais, partes e peasempregados na produo podem ser nacionais ou importados, certo? E asvendas da empresa podem ser no mercado interno (comprador nacional) ou nomercado externo (comprador estrangeiro), certo?

    Quando a empresa fabrica produtos que so destinados ao mercado externo(exportaes) e utiliza insumos importados, em princpio ela teria de pagar oII, o IPI, o PIS e a COFINS incidentes sobre esses materiais adquiridos doexterior. Isso costuma onerar o custo de produo. O mesmo ocorre se asempresas adquirem os insumos no mercado domstico, pois, nesse caso,tambm h incidncia dos tributos internos, como IPI, PIS e COFINS, queoneram o preo final da mercadoria (obviamente no incide imposto de

    importao nas compras no mercado interno). O governo, de olho noincremento das exportaes, busca meios de reduzir esse custo para asempresas exportadoras, tornando-as mais competitivasjunto concorrnciaestrangeira.

    Ento o que ele fez? Criou o regime de drawback, que consiste em ummecanismo que desonera os tributos incidentes nas aquisies no mercadointerno ou na importao de mercadorias, desde que vinculadas a umcompromisso de exportao. Por isso o drawback definido em lei como umincentivo exportao. Essa desonerao de tributos nas compras nomercado interno ganhou mais flego a partir da j revogada Portaria SECEX

    10/2010, que regulamentou a modalidade de drawback integradosuspenso, conforme ser visto mais adiante.

    Por ser considerado um incentivo s exportaes, o drawback no secaracteriza como benefcio fiscal (iseno ou reduo do imposto). Isso fazcom que as importaes ao amparo no regime no se sujeitem a exigncia deexame de similaridade nem de transporte em navio de bandeira brasileira.

    O exame de similaridade e o transporte em navio de bandeira brasileiraso condies que, como regra geral, devem ser cumpridas para que sejaconcedida iseno ou reduo de tributos na importao. Exame desimilaridade a comprovao de que no pas no existe mercadoria similar a

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    que est sendo importada. Navio de bandeira brasileira aquele com registrono pas.

    O drawback pode ser concedido a empresa industrial ou comercial.Nesse ltimo caso, a empresa comercial importa a matria-prima, produto

    intermedirio ou material de embalagem e o remete a uma indstria,juntamente com uma encomenda de fabricao de um produto, sob conta eordem da empresa comercial. Ao final do processo produtivo, a mercadoria enviada para a empresa comercial, detentora do ato concessrio drawback,que providenciar a sua venda ao mercado externo, cumprindo assim ocompromisso de exportar.

    Ainda sobre compromisso de exportar, poderia ser questionado o seguinte: ese a exportao fosse em consignao? Teria validade para cumprircompromisso de exportar no regime drawback? Exportao em consignao aquela onde a mercadoria enviada ao exterior sem que haja um clientegarantido para adquiri-la, ou seja, no existe ainda uma venda concluda.Trata-se de uma expectativa de venda futura com posterior liquidao docmbio. Conforme o artigo 203 da Portaria SECEX 23/2011, a exportao emconsignao implica a obrigao de o exportador comprovar dentro do prazode at 720 dias, contados da data do embarque, a efetiva venda damercadoria ao exterior ou o retorno da mercadoria, cabendo prorrogao deprazo em casos excepcionais.

    Assim, se a exportao em consignao for vinculada ao regime dedrawback, o compromisso de exportar s considerado cumprido aps a

    concretizao da venda efetiva no exterior.

    Drawback

    - Regime Aduaneiro Especial paraincentivo exportao- Desonerao de tributos na aquisiode insumos utilizados em produtosexportados ou a exportar- No benefcio fiscal- No precisa de exame de similaridade

    ou navio de bandeira brasileira

    Quais as modalidades em que o regime de drawback pode ser aplicado?Aqui vale uma importante observao. Desde a edio da j revogada PortariaSECEX 10/2010, e posteriormente mantido com a Portaria SECEX 23/2011,houve a alterao da regulamentao do regime de drawback, tendo sidoinstitudas as modalidades de drawback integrado suspenso, eposteriormente o drawback integrado iseno, que contemplam a

    desonerao de tributos tanto na importao quanto nas compras de insumos

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    no mercado interno, para utilizao em mercadorias a exportar (suspenso) ouj exportadas (iseno).

    O Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009, art. 383), por sua vez, ato momento do edital/2012, utiliza ainda os termos drawback suspenso, e

    drawback iseno, que contemplam apenas a suspenso de tributos naimportao, e no nas aquisies no mercado interno. Porm, como acompetncia a para conceder o regime nas modalidades drawback suspenso eiseno da Secex, entendo que, quando houver alguma meno ao termo

    drawback suspenso, podemos entender que se trata do regime drawbackintegrado suspenso, o mesmo valendo para o regime drawback iseno.

    Vejamos as definies, conforme consta no art. 67 da Portaria SECEX23/2011.

    I Drawback integrado suspenso a aquisio no mercado interno oua importao, de forma combinada ou no, de mercadoria para emprego ouconsumo na industrializao deproduto a ser exportado, com suspensodos tributos exigveis na importao e na aquisio no mercadointerno

    II Drawbackintegradoiseno a aquisio no mercado interno ou aimportao, de forma combinada ou no, de mercadoria equivalente empregada ou consumida na industrializao de produto exportado, comiseno II, e com reduo a zero do IPI, do PIS, da COFINS, PIS-importaoe da COFINS-Importao.

    .....

    O Regulamento Aduaneiro, em seu artigo 383, contempla ainda amodalidade de drawback restituio, total ou parcial, dos tributos pagos naimportao de mercadoria exportada aps beneficiamento, ou utilizada nafabricao, complementao ou acondicionamento de outra exportada.

    A competncia para conceder o drawback nas modalidades suspenso eiseno do DECEX (rgo da SECEX). J a competncia para conceder oregime na modalidade restituio pertence Receita Federal. O detalhamentode cada uma dessas modalidades ser visto mais adiante na aula.

    Alm da suspenso do II, do IPI, do PIS e da Cofins, o drawbacksuspensoabrange ainda o Adicional de Frete para Renovao da Marinha Mercante(AFRMM), conforme art. 15 da Lei 10.893/2004. Quanto ao ICMS, acompetncia estadual. Porm, por convnio estabelecido pelo CONFAZ(Conselho Nacional de Poltica Fazendria), h iseno do imposto (ICMS) nasoperaes de importao onde houver suspenso do II e IPI. Assim, no hpreviso para iseno do ICMS nas importaes amparadas por drawback-iseno.

    O drawback integrado suspenso contempla ainda a aquisio no mercado

    interno, ou a importao de mercadorias para emprego em reparo, criao,cultivo ou atividade extrativista de produto a ser exportado.

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    Analogamente, o drawback integrado iseno aplica-se tambm aquisio,no mercado interno, ou importao de mercadoria equivalente empregadaem reparo, criao, cultivo ou atividade extrativista de produto j exportado.

    Bens a que se aplica o regime

    Vimos que so alcanados pelo regime os insumos utilizados naproduo de artigos destinados exportao. Essa a regra geral.Mesmo assim, tanto o regulamento aduaneiro (art. 384) quanto a PortariaSECEX 23/2011 (art. 72) definiram os bens aos quais poder ser concedido oregime de drawback:

    I mercadoria para beneficiamento no Pas e posterior exportao;

    II matria-prima, produto semielaborado ou acabado, utilizados nafabricao de mercadoria exportada, ou a exportar;

    III pea, parte, aparelho e mquina complementar de aparelho, demquina, de veculo ou de equipamento exportado ou a exportar;

    IV mercadoria destinada embalagem, acondicionamento ouapresentao de produto exportado ou a exportar, desde que propicie,comprovadamente, uma agregao de valor ao produto final;

    V animais destinados ao abate e posterior exportao; eVI matria-prima e outros produtos que, embora no integrando o produtoa exportar ou exportado, sejam utilizados em sua industrializao, emcondies que justifiquem a concesso.

    Esse inciso VI interessante. Trata-se de bens que so utilizados naproduo de produtos exportados, mas no se incorporam ao produto final. ocaso de moldes, lixas, rguas, discos polidores, planadores etc. Uma chave defenda especfica para apertar determinado parafuso de uma mquina a serexportada no vai ser incorporada mquina, certo? Porm, considera-se que

    se trata de um produto utilizado na fabricao de outro, estando, portanto,sujeito aplicao do drawback.

    Pelo inciso II acima, percebemos que o drawback no se aplica somentea processos de industrializao. A rao importada para o gado pode seramparada por drawback, se o gado for posteriormente exportado.

    Sobre o item acima, vale outro comentrio. Na lista do art. 72 da PortariaSECEX 23/2011, nos incisos II, III, IV e VI so citados produtos exportadosou a exportar. Isso quer dizer que se aplicam tanto na modalidadesuspenso (importa primeiro para exportar depois) quanto na modalidade

    iseno (comprova que exportou e depois pede para importar com iseno).

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    J os itens I e V contemplam somente os produtos a serem exportados, ouseja, s se aplica modalidade suspenso.

    Mas afinal, quais so as operaes realizadas para a obteno do produtofinal, exportado ou a exportar, que so abrangidas pelo regime de drawback?

    Conforme o art. 71 da Port. SECEX 23/2011, o mesmo pode ser concedido aoperaes caracterizadas como (so as operaes de industrializao):

    a) transformao, a operao que, exercida sobre matria-prima ouproduto intermedirio, importe na obteno de espcie nova.

    b) beneficiamento, a operao que importe em modificar, aperfeioar ou,de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilizao, o acabamento ou aaparncia do bem;

    c) montagem, a operao que consista na reunio de produtos, peas oupartes e de que resulte um novo produto ou unidade autnoma, ainda que sob

    a mesma classificao fiscal;d) renovao ou recondicionamento, a operao que, exercida sobre

    produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado,renove ou restaure o produto para utilizao; e

    e) acondicionamento ou reacondicionamento, a operao que altere aapresentao do produto pela colocao de embalagem, ainda que emsubstituio da original, salvo quando destinada apenas ao transporte.

    Embalagem para transporte aquela que se destina somente para tal,com utilizao de caixas, caixotes, engradados, sacaria, tambores, embrulhos

    e semelhantes, sem acabamento ou rotulagem de funo promocional, e queno objetive valorizar o produto em razo da qualidade do materialempregado. Esse tipo de embalagem no amparada pelo drawback, pois noagrega valor ao produto.

    Ateno! Vejam que detalhe interessante para ser cobrado em prova. Noregime de admisso temporria para aperfeioamento ativo, no foicontemplada a modalidade de transformao, mas no drawback sim. Porqu? Porque a transformao implica obteno de novo produto (espcienova), o que descaracteriza o regime de admisso temporria. J no

    drawback, a gerao (produo) de um novo bem a prpria essncia doregime.

    Situaes de inaplicabilidade do regime

    O regime de drawbackno ser concedido (Portaria SECEX 23/2011, art.73 c/c Decreto 6.759/2009, art. 385):

    I - na importao de mercadoria cujo valor do imposto de importao,em cada pedido, for inferior ao limite mnimo fixado pela Cmara de

    Comrcio Exterior (Camex). Para atender a este limite, vrias exportaes damesma mercadoria podero ser reunidas em um s pedido de drawback.

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    II na importao de petrleo e seus derivados, com exceo daimportao de coque calcinado de petrleo e nafta petroqumica.

    III nas exportaes conduzidas em moedas no conversveis (exceto emreais), inclusive moeda convnio, contra importaes cursadas em moeda de

    livre conversibilidadeIV nas hipteses de importaes/exportaes de mercadorias suspensas

    ou proibidas.

    V na importao de mercadoria utilizada na industrializao de produtodestinado a consumo na Zona Franca de Manaus (ZFM) e nas reas de LivreComrcio (ALC) localizadas em territrio nacional.

    VI para energia eltrica, bens do ativo imobilizado, edificaes ebenfeitorias em imveis prprios ou de terceiros.

    .........Aqui vale uma explicao bsica. Quando uma empresa quer importarmercadorias sob o regime de drawback suspenso, por exemplo, ela deveprocurar o DECEX, e apresentar seu plano de importaes e exportaes.Deferido o regime, o DECEX emitir um Ato Concessrio, que contemplarum prazo para que a empresa cumpra o compromisso de exportar, cujoadimplemento tambm deve ser verificado pelo DECEX.

    Nessas importaes, um montante de valor relativo ao imposto deimportao ficar suspenso. O que est dizendo no inciso I acima que, seesse valor for inferior ao mnimo estabelecido pela CAMEX, o regime ser

    negado. Que alternativa restaria empresa? Reunir diversas exportaes (eimportaes) em um s pedido, para que o valor do imposto de importaono recolhido atinja o mnimo estabelecido.

    O inciso II especfico para petrleo e seus derivados. No inciso III ogoverno manda o seguinte recado aos exportadores: se sua importao foipaga em moeda forte, s concederemos drawback para que entrem maisdivisas para o nosso pas (dlares, euros, libras), ou seja, moeda forte! Notem graa vocs negociarem as importaes em dlares e as exportaes emguaranis, rpias paquistanesas etc. A no tem drawback!. A exceo fica porconta das exportaes em reais. Reparem: o objetivo do drawback incentivaras exportaes, que trazem como consequncia natural o aumento de divisas(moeda forte) para o Pas. Se a operao combinar sada de moeda forte comentrada de moeda fraca, o governo no concede o drawback. E faz ele muitobem.

    Quanto ao inciso IV, a mercadoria importada para a Zona Franca deManaus ou para reas de Livre Comrcio j esto amparadas por regimessuspensivos, aplicados em reas especiais. Por isso no faz sentido concedertambm o drawback.

    Observaes Gerais

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    Vocs j ouviram falar de cota, no ? Trata-se de uma restrio

    quantitativa, uma barreira no tarifria s importaes. O governo podeinstituir: no ano seguinte, somente podero ser importados 2.000.000

    toneladas de tinta. Ponto.. Isso uma cota. A SECEX controla essemecanismo, por meio do licenciamento s importaes. E da?

    Bom, se alguma empresa conseguir um ato concessrio para importar tintacom suspenso, via drawback, isso no significa que suas importaes estarolivres da cota. A concesso do Regime Especial de Drawback noassegura a obteno de cota de importao para mercadoria ou deexportao para produto sujeito a contingenciamento, nem exime aimportao e a exportao da anuncia prvia de outros rgos,quando for o caso (art. 74 da Portaria SECEX 23/2011).

    Resumindo, o ato concessrio garante a aplicao do regime na importaodo produto. Mas essa importao estar sujeita s normas gerais queamparam as importaes. O mesmo vale para as exportaes vinculadas aodrawback.

    A concesso do regime poder ser condicionada a prestao degarantia, limitada ao valor dos tributos suspensos, que ser reduzida medida que forem comprovadas as exportaes (art. 85 da Portaria SECEX23/2011).

    Agora vamos comentar cada uma das modalidades do regime.DRAWBACK INTEGRADO SUSPENSO

    a modalidade clssica do drawback. O interessado solicita o regime juntoao DECEX, aps apresentar suas intenes de importar insumos e exportaro produto final. Se deferido (concedido), o DECEX emitir um atoconcessrio (AC).

    Vale ressaltar que a Portaria SECEX 23/2011 permite que o beneficirio nosomente importe insumos com suspenso como tambm realize compras, comsuspenso, no mercado interno, de insumos utilizveis em produtos a serem

    exportados. Vejam a definio contida no artigo 67, I da referida norma:Art. 67. O regime aduaneiro especial de drawback pode ser aplicado nas

    seguintes modalidades, no mbito da SECEX:

    I drawback integrado suspenso - a aquisio no mercado interno ou aimportao, de forma combinada ou no, de mercadoria para emprego ouconsumo na industrializao de produto a ser exportado, com suspenso dostributos exigveis na importao e na aquisio no mercado interno....

    II ...

    1 O regime de drawback integrado suspenso aplica-se tambm:

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    I) aquisio no mercado interno ou importao de mercadorias paraemprego em reparo, criao, cultivo ou atividade extrativista de produtoa ser exportado;

    II) s aquisies no mercado interno ou importaes de empresas

    denominadas fabricantes-intermedirios, para industrializao de produtointermedirio a ser diretamente fornecido a empresas industriais-exportadoras,para emprego ou consumo na industrializao de produto final a ser exportado(drawback intermedirio)..

    .....

    Vejam a representao esquemtica abaixo, onde (1) e (2) representam aordem dos fatores, ou seja, primeiro ocorre a aquisio de insumos (nacionaisou importados) e depois o produto final exportado.

    A partir da data da emisso do ato concessrio, a empresa ter um

    ano, admitida uma nica prorrogao, por igual perodo, para cumprir ocompromisso de exportar o que consta no ato concessrio. Como exceo, nos

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    casos de importao de mercadorias destinadas produo de bens de capitalde longo ciclo de fabricao, o prazo mximo ser de cinco anos (art. 388do RA). interessante fazer essa comparao com os demais regimes, quenormalmente tm seu prazo iniciado a partir do desembarao aduaneiro.

    Mas, como o regime de drawback suspenso concedido pela Secex, o prazose inicia a partir da emisso do ato concessrio.

    A modalidade suspenso contempla a importao, ou a aquisio nomercado interno, de bem que ir integrar o processo produtivo de mercadoriaa ser exportada. Na operao de importao estaro suspensos os seguintestributos: II/IPI/PIS/COFINS/AFRMM. Nas aquisies no mercado internoestaro suspensos os seguintes tributos: IPI/PIS/COFINS.

    Fazendo um comparativo com o regime de admisso temporria,lembramos que neste a importao tem que ser sem cobertura cambial. Jno regime drawback, como regra, as importaes so efetivadas mediantepagamento, ou seja, a mercadoria adquirida (importao definitiva) doexterior para ser utilizada na industrializao de outra a ser exportada. Comoexceo, o regime de drawback pode ser concedido para importaessemexpectativa de pagamento, parcial ou total, apenas na modalidade desuspenso (arts. 106 a 108 da Portaria SECEX 23/2011).

    A concesso do regime, na modalidade de suspenso, de competncia daSecretaria de Comrcio Exterior (SECEX), por meio do DECEX, devendo serefetivada, em cada caso, por meio do Siscomex (mdulo Drawback Integrado-Web). O registro informatizado da concesso do regime equivale, para todos

    os efeitos legais, ao ato concessrio de drawback.Ento, de posse do ato concessrio, o interessado j pode importarmercadorias com tributos suspensos, certo? Ele deve registrar suasdeclaraes de importao. Vale ressaltar que as declaraes de importao(DI) de mercadorias amparadas pelo regime de drawback so importaesdefinitivas. Isso quer dizer que se trata de um despacho para consumo, ea mercadoria nacionalizada, ao contrrio da regra geral, seguida pelamaioria dos regimes especiais, onde a mercadoria no nacionalizada quandoadmitida no regime, sendo registrada uma declarao de admisso, e no deconsumo. Isso j caiu demais em provas anteriores.

    Para o desembarao aduaneiro da mercadoria a ser admitida no regime,ser exigido termo de responsabilidade. Alis, diferentemente dos demaisregimes, no drawback suspenso o prazo no comea no desembarao, massim na data de emisso do ato concessrio. A partir do ato concessrio,comea a contar o prazo para que o beneficirio efetive e comprove suasexportaes.

    Quando constar do ato concessrio do regime a exigncia de prestao degarantia, esta s alcanar o valor dos tributos suspensos e ser reduzida medida que forem comprovadas as exportaes.

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    Interessante reproduzirmos alguns dispositivos do RA, introduzidos peloDecreto 7.213/2010, alguns j comentados anteriormente, como o drawbackintegrado:

    Art. 384-A. Poder ser concedido o regime de drawback, na modalidade de

    suspenso, para mercadoria importada, de forma combinada ou no, commercadoria adquirida no mercado interno, para: (Includo pelo Decreto n7.213, de 2010).

    I - emprego ou consumo na industrializao de produto a ser exportado (Leino 11.945, de 2009, art. 12, caput); e (Includo pelo Decreto n 7.213, de2010).

    II - emprego, tambm, em reparo, criao, cultivo ou atividade extrativistade produto a ser exportado (Lei no 11.945, de 2009, art. 12, 1o, inciso I).(Includo pelo Decreto n 7.213, de 2010).

    1o A suspenso de que trata o caput aplica-se ainda s aquisies nomercado interno ou importaes de empresas denominadas fabricantes-intermedirios, para industrializao de produto intermedirio a serdiretamente fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego ouconsumo na industrializao de produto final destinado exportao (Lei no11.945, de 2009, art. 12, 1o, inciso III, com a redao dada pela Lei no12.058, de 13 de outubro de 2009, art. 17). (Includo pelo Decreto n 7.213,de 2010).

    2o .........

    3o Apenas a pessoa jurdica habilitada pela Secretaria de ComrcioExterior poder efetuar aquisies ou importaes com suspenso na formadeste artigo (Lei no 11.945, de 2009, art. 12, 2o, com a redao dada pelaLei no 12.058, de 2009, art. 17). (Includo pelo Decreto n 7.213, de 2010).

    .....

    Art. 384-B. Os atos concessrios de drawback podero ser deferidos, acritrio da Secretaria de Comrcio Exterior, levando-se em conta a agregaode valor e o resultado da operao (Lei no 11.945, de 2009, art. 14).(Includo pelo Decreto n 7.213, de 2010).

    1o A comprovao do regime poder ser realizada com base no fluxofsico, por meio de comparao entre os volumes de importao e de aquisiono mercado interno em relao ao volume exportado, considerada, ainda, avariao cambial das moedas de negociao (Lei no 11.945, de 2009, art. 14, 1o). (Includo pelo Decreto n 7.213, de 2010).

    ....

    As mercadorias admitidas no regime, na modalidade de suspenso, deveroser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem,

    acondicionamento ou apresentao das mercadorias a serem exportadas. E sesobrar matria-prima no utilizada na produo? Tem que exportar assim

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    mesmo? O retorno ao exterior uma das hipteses de extino do regime.A outra a destruio, sob controle aduaneiro, s expensas do interessado. Ese quiser destinar ao mercado interno? Pode? Sim, desde que recolhidos ostributos suspensos, com os acrscimos legais devidos. Que acrscimos? O

    fato gerador, nesse caso, retroagir data do registro da declarao deimportao das matrias-primas. Por isso sero cobrados os tributos com jurose multa, se no integradas a um produto exportado (art. 389 do RA).

    A Portaria SECEX 23/2011 prev, em seu art. 122, que, no caso desubprodutos e resduos no exportados, cujo montante no exceda 5%(cinco por cento) do produto importado, estes podero ser desprezados, ouseja, no haver cobrana de tributos sobre os mesmos. Isso vale para astodas as modalidades do regime.

    Extino do RegimeO drawback foi criado para que as empresas brasileiras exportem mais,

    certo? Assim, a forma clssica de extino do regime de drawback-suspenso quando a empresa comprova a efetiva exportao do produto final.

    Mas, caso a empresa no exporte os produtos no prazo e quantidade aosquais se comprometeu, a liquidao do compromisso dever se dar pelosseguintes meios (Port. SECEX 23/2011, art. 171):

    I- adoo, em trinta dias a partir do prazo fixado para exportao, de umadas providencias abaixo:

    a) devoluo ao exterior da mercadoria importada no utilizada;b) destruio, sob controle aduaneiro, s expensas do interessado;

    c) destinao para consumo das mercadorias remanescentes, com opagamento dos tributos suspensos e dos acrscimos legais devidos; ou

    d) entrega da mercadoria importada Fazenda Nacional, livres dequaisquer despesas e nus, desde que a autoridade aduaneira concorde emreceb-las.

    II pagamento de tributos, destruio ou devoluo ao fornecedor da

    mercadoria adquirida no mercado interno ao amparo do regime;III liquidao ou impugnao de dbito e eventualmente lanado contra a

    beneficiria.

    ......

    Conforme vimos, no caso da alnea c do item I, h incidncia de juros emulta de mora desde a data do registro da declarao de importao queamparou o regime de drawback.

    Em relao alnea a, foi corrigida na Portaria SECEX 23/2011 uma antigaimpreciso. A redao anterior, na Portaria SECEX 10/2010, mencionava

    devoluo ao exterior ou reexportao (inclusive essa ainda a redao no

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    RA, art. 390, I-a). Vejam. A mercadoria admitida no regime de drawback importada a ttulo definitivo. Assim, o seu retorno ao exterior seria umaexportao, e no uma reexportao (retorno de mercadoria admitida no pastemporariamente). Devoluo ao exterior quando a mercadoria volta para

    o exterior sem que seja registrada uma declarao de importao para amesma. o caso, por exemplo, de tecidos que foram importados para afabricao de roupas, amparados pelo drawback-suspenso. Se, por algummotivo, a exportao de no se concretizou, os tecidos podem ser devolvidos,como forma de extino do regime, sem que ocorra o pagamento de tributos.

    Se, por fatores logsticos ou financeiros, no compensar para a empresaprovidenciar essa devoluo ao exterior, ela poder, ainda, destruir os bens ouentreg-los a Fazenda Nacional, hipteses onde tambm no ocorre opagamento dos tributos suspensos.

    Mas a empresa tambm pode encontrar um destino no Brasil para essestecidos. Nesse caso, poder providenciar sua destinao para consumo,acompanhado do pagamento dos tributos suspensos, com os respectivosacrscimos legais.

    DrawbackIntegrado

    Suspenso

    - Importao ou aquisio no mercado internode insumo para fabricao de mercadoria a serexportada- Competncia da Secex

    - O Ato Concessrio inicia o prazo paraexportar (1 ano)- No exportada a mercadoria no prazo, houtras formas de liquidar o compromisso (ex:devoluo; destruio; entrega Fazenda,destinao para consumo das remanescentes)

    DRAWBACK INTEGRADO ISENO

    Vejamos a seguinte situao. Uma empresa industrial fabrica computadorese importa placas de vdeo, que so componentes. Depois de importar 500placas de vdeo pagando tributos, ela recebe uma encomenda no exterior,resolve aceitar, e exporta 500 computadores para a Argentina, por exemplo.

    E agora? Vimos que ela poderia ter solicitado o regime de drawbacksuspenso para importar as 500 placas sem pagar tributos. Mas no o fez.Ela no pretendia vender no mercado externo. Mas apareceu uma boaoportunidade e ela exportou. Ser que o governo oferece alguma alternativapara esses casos?

    Sim. Uma das possibilidades o drawback integrado iseno. A outra odrawback restituio. A legislao permite empresa essas duas

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    possibilidades de ressarcimento dos tributos pagos na importao dosinsumos, visando conferir o mesmo tratamento s empresas que pleitearam odrawback suspenso. Ela pode:

    1) Pedir (ao DECEX) para importar mercadoria de mesma especificao com

    iseno de tributos;2) Pedir ( RFB) restituio de tributos pagos na importao dos insumos

    utilizados em produto j exportado

    A concesso do regime, na modalidade de iseno, de competncia daSecretaria de Comrcio Exterior (SECEX). Se aplica aquisio no mercadointerno ou importao, de forma combinada ou no, de mercadoriaequivalente empregada ou consumida na industrializao de produtoexportado, com iseno do II e reduo a zero do IPI, do PIS e daCofins.

    No nosso exemplo, a empresa poderia solicitar o regime drawback isenopara a importao de novo lote de 500 placas de vdeo, de mesma qualidadedas que foram importadas anteriormente e aplicadas no processo produtivodos computadores.

    Sabemos que o mercado de informtica muito dinmico. E se, nomomento de trazer um novo lote de placas com iseno, o modelo anteriortiver se tornado obsoleto, devido ao lanamento de uma nova placa de vdeono mercado? A legislao previu esse fato e, conforme o art. 68 da PortariaSECEX 23/2011, considera-se equivalente a mercadoria nacional ouestrangeira da mesma espcie, qualidade e quantidade daquela anteriormenteadquirida no mercado interno ou importada sem fruio dos benefcios de quese trata.

    Consideram-se, ainda, como equivalentes, os produtos:

    I classificveis no mesmo cdigo da Nomenclatura Comum do MERCOSUL(NCM);

    II que realizem as mesmas funes;

    III obtidos a partir dos mesmos materiais; e

    IV cujos modelos ou verses sejam de tecnologia similar, observada a

    evoluo tecnolgica.....

    Assim, este sistema caracteriza-se como uma reposio de estoques deinsumos utilizados na fabricao, complementao ou acondicionamento deprodutos em quantidades e qualidades equivalentes aos j exportados. Odetalhe que os bens porventura importados com iseno nessa situao noprecisam, necessariamente, ser utilizados na fabricao de produtos a seremexportados. Vejam o esquema a seguir:

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    E o Termo de Responsabilidade? Ser exigido? Pra que serve o TR? Paragarantir tributos suspensos em caso de inadimplemento de condies doregime. Ora, no caso no drawback iseno no h condio alguma. Concedeu,est concedido e pronto. iseno, no suspenso. Os tributos j forampagos. No h que se falar em termo de responsabilidade.

    E o prazo? Como funciona? A empresa ingressa com o pedido, ondeinformar as importaes de matria-prima onde os tributos foram pagos. Asdeclaraes de importao a serem informadas nesse processo no poderopossuir data de registro anterior a 2 (dois) anos da data de apresentao dorespectivo Pedido de Drawback.

    Muito bem. Concedido o regime, ser emitido um ato concessrio, certo?Esse documento ter validade de um ano, a partir da sua emisso,prorrogvel por mais um ano. Nesse perodo, a empresa poder importar ouadquirir no mercado interno as mercadorias para reposio de estoque comiseno de tributos.

    O pedido poder abranger produto exportado diretamente pela pleiteante empresa industrial ou equiparada a industrial -, bem como fornecido nomercado interno industrial-exportadora (drawbackintermedirio), quandocabvel, ou ainda, produto destinado venda no mercado interno com o fimespecfico de exportao (arts. 88 e 119 da Portaria SECEX 23/2011).

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    DRAWBACK RESTITUIO

    Vimos na situao acima que a empresa que importou (ou adquiriu nomercado interno) insumos pagando tributos, e os utilizou na fabricao deprodutos exportados, possui duas formas de tentar recuperar o valor desses

    tributos. So as modalidades drawback iseno e restituio.No nosso exemplo, a empresa solicitou a iseno de tributos para a

    importao de um novo lote de 500 placas, a ttulo de reposio de estoque.Mas e se ela no tivesse mais nenhum interesse em importar outra remessa deplacas de vdeo? Qual a alternativa? A legislao possibilita a restituio dotributo.

    A concesso do regime, na modalidade de restituio, de competncia daReceita Federal do Brasil (RFB), e poder abranger, total ouparcialmente, os tributos (II / IPI / PIS / COFINS / AFRMM) pagos na

    importao de mercadoria exportada aps beneficiamento, ou utilizada nafabricao, complementao ou acondicionamento de outra exportada (RA, art.397).

    Como vimos, essa modalidade interessante quando o fabricante no teveoportunidade, interesse ou condies de requerer o regime de suspenso poca em que adquiriu os insumos, quando recolheu os tributos devidos.

    Para usufruir do regime, o interessado dever comprovar a exportao deproduto em cujo beneficiamento, fabricao, complementao ouacondicionamento tenham sido utilizadas as mercadorias importadas.

    H um detalhe (ruim para a empresa). Essa restituio no necessariamente em dinheiro. Diz o Regulamento Aduaneiro, em seu artigo398, que a restituio do valor correspondente aos tributos poder ser feitamediante crdito fiscal, a ser utilizado em qualquerimportao posterior.

    Reparem a diferena. Na iseno, a empresa pode importar a mesmaquantidade da mercadoria ou de mercadoria equivalente sem pagar tributo.J na restituio, a empresa recebe um crdito fiscal, que poder serutilizado em qualquer importao, de qualquer mercadoria.

    Outro detalhe: vejam o que diz o art. 397 do RA:

    Do Drawback RestituioArt. 397. A concesso do regime, na modalidade de restituio, de

    competncia da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e poder abranger,total ou parcialmente, os tributos pagos na importao de mercadoriaexportada aps beneficiamento, ou utilizada na fabricao,complementao ou acondicionamento de outra exportada.

    Pargrafo nico. Para usufruir do regime, o interessado dever comprovar aexportao de produto em cujo beneficiamento, fabricao, complementaoou acondicionamento tenham sido utilizadas as mercadorias importadasreferidas no caput.

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    Art. 398. A restituio do valor correspondente aos tributos poder ser feitamediante crdito fiscal, a ser utilizado em qualquer importao posterior(Decreto-Lei no 37, de 1966, art. 78, 1o).

    Repararam? O drawback restituio contempla tributos pagos na

    importao de produtos exportados aps beneficiamento ou utilizao nafabricao de mercadoria exportada, no havendo previso para restituio detributos pagos na aquisio no mercado interno.

    O prazo para solicitar a restituio muito mais curto que o da iseno.Para requerimento da restituio, a empresa tem somente 90 dias, contadosda efetiva exportao (embarque) da mercadoria, prorrogvel uma vez porigual perodo.

    OPERAES ESPECIAIS DE DRAWBACK

    A Portaria SECEX 23/2011 prev algumas situaes onde tambm se aplicao regime. No art. 69, so previstas duas operaes especiais: drawbackpara embarcao e drawbackpara fornecimento no mercado interno.Ainda na Portaria Secex 23/2011 so previstas outras operaes onde se aplicao regime. Vejamos apenas um resumo dos mesmos. So conhecidas comooperaes especiais de drawback:

    Drawback Genrico: Somente na modalidade suspenso, onde asmercadorias a serem adquiridas (nacionais ou estrangeiras) sodiscriminadas genericamente, com seus respectivos valores, ficandodispensada classificao na NCM e a quantidade na importao. No

    compromisso de exportao, deve ser assinalada a NCM, a descrio, aquantidade e valor total do produto a exportar. A discriminao genrica dos insumos que sero importados, e no do produto final a exportar.

    Drawback sem expectativa de pagamento: Quando no hexpectativa de pagamento (total ou parcial), na importao. Aplica-sesomente na modalidade suspenso. como se fosse uma exceo regrageral do regime. A legislao no cita, mas depreende-se que a regra doregime importao com cobertura cambial. O drawback sem expectativa depagamento exceo, mas permitido.

    Drawback Intermedirio: Os fabricantes-intermedirios podemimportar ou adquirir no mercado interno com suspenso ou iseno paraproduzir e fornecer insumos s empresas industriais exportadoras, paraemprego na industrializao de produto final destinado exportao.

    Drawback Embarcao: Trata-se de importao de bens com iseno oususpenso para industrializao de embarcao destinada ao mercadointerno. Portanto, no h, nesse caso, compromisso de exportao.

    Drawback para Fornecimento no Mercado Interno: Importao deinsumos com suspenso para industrializao no Pas de equipamentosdestinados a venda no mercado interno decorrente de licitao

    internacional, contra pagamento em moeda conversvel proveniente definanciamento concedido por instituio financeira internacional, da qual o

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    Brasil participe, ou por entidade governamental estrangeira ou, ainda, peloBanco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social, com recursoscaptados no exterior.

    OBSERVAES FINAIS

    Na concesso do regime de Drawbacksero desprezados os subprodutos eos resduos no exportados, quando seu montante no exceder de cinco porcento do valor do produto importado (art. 401 do RA).

    Na hiptese de mercadoria isenta do imposto de importao ou cujaalquota seja zero, poder ser concedido o regime relativamente aos demaistributos devidos na importao (art. 402 do RA).

    Segundo o artigo 77 da Portaria SECEX 23/2011, a mercadoria que se

    encontre no pas sob o regime de drawback poder ser transferida paraoutros regimes aduaneiros especiais, desde que seja realizada previamente baixa (do termo de responsabilidade) no primeiro regime. Eu diria que esseartigo um tanto controverso, j que a mercadoria admitida no regimedrawback importada de forma definitiva, com pagamento, mediante umadeclarao de importao para consumo. Isso quer dizer que a mercadoriafoi nacionalizada. Assim, como poderia uma mercadoria nacionalizada sertransferida para o regime de admisso temporria, por exemplo?

    Conforme visto na aula anterior, conforme a IN/SRF 121/2002 (art. 2, 1 e3), no cabe, como regra, a transferncia de mercadoria admitida em

    drawback para outro regime especial, com exceo da transferncia dedrawbackpara Recof, desde que autorizado pela Secex. Bom, comentaremosmais sobre esse assunto quando da resoluo de uma questo especfica deprova, onde caiu exatamente isso.

    As controvrsias relativas aos atos concessrios do regime de drawbacksero dirimidas pela Receita Federal do Brasil e pela Secretaria de ComrcioExterior, no mbito de suas competncias.

    Veja pergunta de curso anterior:

    Pergunta: No drawback, nas hipteses de extino do regime, h opagamento dos tributos que estavam suspensos?

    Resposta: Depende. O art. 390, I-c do RA diz que, se os bens no foremempregados em processo produtivo conforme estabelecido em ato concessrio,o pagamento dos tributos suspensos e dos acrscimos ser a providncia a seradotada para destinar para consumo as mercadorias importadas comsuspenso. J se a mercadoria for devolvida ao exterior, destruda ou entregue Fazenda, no haver incidncia de tributos.

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    ENTREPOSTO ADUANEIRO

    (Regulamentado pelos artigos 404 a 419 do RA e pela IN/SRF 241/2002)

    O regulamento aduaneiro prev as modalidades de:

    a) entreposto aduaneiro na importao;b) entreposto aduaneiro na exportao.

    ENTREPOSTO ADUANEIRO NA IMPORTAO

    Imaginem a situao de uma empresa importadora que fornea rolamentospara diversos fabricantes de equipamentos mecnicos no Brasil. Essa empresacostuma receber muitos pedidos, de diversas cidades brasileiras. interessante que ela mantenha um estoque no pas, de variados tipos derolamentos, para poder atender, com certa rapidez, aos pedidos dos clientes.Isso porque o processo de importao pode ser demorado, incluindo etapasque vo desde a negociao com o cliente, passando pelo embarque noexterior, at o desembarao da mercadoria para importao.

    Pois bem. Acontece que, enquanto no houver pedido, esse fornecedor norecebe nada. E se ele quiser importar os rolamentos para manter em estoque,teria que, no somente pagar ao exportador, como ainda recolher os tributosdevidos na importao Receita Federal. Ser que vale a pena?

    Para manter esses produtos perto da clientela no Brasil, sem ter de pagar aoexportador, a soluo trazer os bens em consignao, sem cobertura

    cambial. E quanto aos tributos? Para viabilizar essa operao, o governo criouo regime de entreposto aduaneiro na importao1. Trata-se de situaointeressante para a empresa que desejar manter, no pas, estoques demercadorias para rpida destinao ao mercado. Esses bens importados emconsignao permanecem no Pas, em depsito sob controle aduaneiro,aguardando que compradores nacionais se disponham a adquiri-los. Casoocorra uma venda a um comprador nacional, haver de ser registrada adeclarao de importao para consumo, para nacionalizar a mercadoria,com o recolhimento dos tributos devidos na importao.

    A utilizao do regime possvel, ainda, para empresas que desejem

    adquirir grandes quantidades do produto no exterior, devido aoaproveitamento de alguma oportunidade junto ao fornecedor estrangeiro, semter de recolher os tributos no momento da importao. Para isso foi aberta apossibilidade de importao de bens com cobertura cambial na modalidadede entreposto aduaneiro (art. 407 do RA).

    Vejam a definio do RA:

    Art. 404. O regime especial de entreposto aduaneiro na importao o que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto

    1Veremos logo em seguida que o regime de entreposto aduaneiro na importao permite ainda a modalidade comcobertura cambial (art. 407 do RA)

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    alfandegado de uso pblico, com suspenso do pagamento dos impostosfederais, da contribuio para o PIS/PASEP-Importao e da COFINS-Importao incidentes na importao.

    Ento, a empresa poderia trazer os rolamentos ao pas, com suspenso detributos, mas teria que manter os bens em recinto alfandegado de usopblico. Veremos que, como exceo, o regime permite a permanncia demercadorias estrangeiras em instalaes porturias de uso privativomisto.

    O que mesmo um recinto alfandegado? o local declarado pela autoridadeaduaneira onde nele pode ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentao,armazenagem, de despacho aduaneiro de mercadorias, procedentes oudestinadas ao exterior, inclusive sob regime aduaneiro especial (RA, art. 9).

    E o que recinto de uso pblico? o local (alfandegado) onde sodepositadas mercadorias de terceiros, que no o dono ou arrendatrio do local.Em suma, um armazm, um ptio, um local para depsito de mercadorias deempresas diversas.

    Bom, ento, quando a mercadoria est depositada em recinto alfandegado, como se a Receita Federal estivesse sempre de olho nela. O local est sobcontrole aduaneiro. A empresa administradora do recinto obrigada a nomearum fiel depositrio, pessoa que fica responsvel pela mercadoria e porprestar informaes Receita Federal sobre localizao, movimentao eocorrncias com as cargas sob sua custdia. Esse camarada, o fiel depositrio, um funcionrio da empresa permissionria do recinto.

    Voltando ao regime especial de entreposto aduaneiro na importao, eao nosso exemplo, o referido distribuidor, no caso em que adquira os produtosdo exterior em consignao, poderia ento deixar sua mercadoria depositadaem um desses recintos alfandegados, com os tributos suspensos, e medidaque fossem ocorrendo os pedidos dos compradores, ele iria retirando asmercadorias de l, que seriam ento vendidas para esse adquirente. Comoseria feito isso? O adquirente dever registrar uma DI, onde recolha ostributos e proceda ao despacho para consumo, efetivando assim a

    nacionalizao dos produtos.Enquanto a mercadoria permanecer no recinto, amparada pelo regime, ela

    estrangeira, pois ainda no foi nacionalizada.

    O regime permite, ainda, a permanncia de mercadoria estrangeira em feira,congresso, mostra ou evento semelhante, realizado em recinto de usoprivativo (para movimentao de carga prpria), previamente alfandegadopara esse fim. Como assim? Mas mercadoria destinada a feira no caso deadmisso temporria?

    Vejam s. Uma empresa que queira trazer uma mercadoria para divulgar em

    uma feira no Brasil utilizaria, em princpio, a admisso temporria, certo?Quando a mercadoria for desembaraada, a empresa levar sua mercadoria,

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    que ficar no pas, mas no armazenada em local sob controle aduaneiro. AReceita controla apenas o prazo. como se o prprio beneficirio do regimeassumisse a condio de fiel depositrio da mercadoria. Isso a admissotemporria de mercadoria para feira.

    Agora vejamos outro exemplo. Uma empresa quer organizar uma feira deinformtica, e pretende que seu evento receba diversos produtos importados,de diversos fornecedores, para exposio. A feira ser realizada no Riocentro,no Rio de Janeiro. Ora, nesse caso, o promotor do evento dever procurar aReceita Federal para alfandegar, em carter precrio, o local onde ocorrer afeira. Por qu?

    Diversos produtos sero trazidos do exterior em consignao para areferida feira. Nesse caso o local ser um entreposto. Ele ficar alfandegado,por um tempo, enquanto durar a feira. E l dentro a mercadoria estar sobcontrole aduaneiro. O promotor do evento ter de manter registros sobretodas as entradas e sadas de produtos do estabelecimento.

    Alm das feiras, congressos e eventos semelhantes, pode-se aplicar oregime de entreposto aduaneiro na importao por meio da permanncia demercadoria estrangeira em (art. 405):

    - instalaes porturias de uso privativo misto;

    - plataformas de petrleo e gs natural, contratadas por empresa sediada noexterior;

    - estaleiros navais e outras instalaes industriais beira-mar.

    Nos casos acima, a operao no regime depende de autorizao da RFB.

    Beneficirio do regime

    Beneficirio a pessoa (fsica ou jurdica) responsvel pela colocao, ouseja, pelo depsito da mercadoria estrangeira no recinto. Conforme o art. 19da IN/SRF 241/2002, qualquer pessoa jurdica instalada no Pas podesolicitar o regime.

    O consignatrio da mercadoria entrepostada o beneficirio por

    excelncia, ou seja, a pessoa jurdica instalada no pas indicada noconhecimento de carga de mercadoria oriunda do exterior. a pessoa paraquem o exportador enviou a mercadoria (RA, art. 406, III, e art. 19 da IN/SRF241/2002). esse consignatrio que registra a declarao de importaoparaadmisso em entreposto aduaneiro, no Siscomex.

    Na hiptese de aplicao do regime de entreposto aduaneiro nos casos defeira, congresso ou evento semelhante, o beneficirio ser o promotor doevento.

    Uma pessoa fsica poder figurar como beneficirio do regime operado emporto seco, desde que investido da condio de agente de venda doexportador.

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    E o prprio permissionrio ou concessionrio do recinto alfandegado?Poder ser beneficirio do regime? Sim, quando a carga vier do exterior, tendoo mesmo como destinatrio (consignatrio). Nessa situao, vedada aadmisso de mercadorias no regime com cobertura cambial. A nacionalizao

    da mercadoria deve ser realizada por pessoa distinta do beneficirio. Essapessoa (empresa) que promover a nacionalizao (despacho para consumo) dobem ser o adquirente.

    Nesse ltimo caso, como exemplo, a empresa permissionria de armaznsalfandegados GUARDA-TUDO S/A importa, em consignao, sem coberturacambial, perfumes franceses, que permanecero em seu depsito, sob oregime de entreposto aduaneiro na importao. Posteriormente, surge umcomprador nacional, ABCD Ltda, que deve registrar uma declarao deimportao para consumo (nacionalizao) em seu nome, recolher os tributose levar a mercadoria. E mais, essa nacionalizao pode ser parcial. Ele no

    precisa levar tudo que est l de uma vez. beneficirio do regime tambm o contratado pela empresa sediada no

    exterior, nos casos de plataformas e estaleiros navais.

    Concesso e Prazo do Regime

    O regime de entreposto aduaneiro na importao concedido mediante odesembarao da declarao de admisso registrada pelo beneficirio.Conforme prev o art. 407 do RA, a admisso de mercadorias importadas noregime pode se dar com ou sem cobertura cambial.

    A hiptese de admisso em entreposto aduaneiro com cobertura cambial interessante para importadores que consigam oportunidades de negcio paraadquirir mercadorias do exterior, mas no disponham imediatamente dedestinao para as mesmas (ex: revenda) ou no disponham de recursos pararecolher os tributos. A mercadoria pode permanecer depositada no recinto eser nacionalizada aos poucos, de forma parcial. Na prtica, como se fosse um

    parcelamento do imposto de importao (e tambm dos demais tributosincidentes na importao), j que, se houvesse o registro de uma declaraode consumo quando da importao, os tributos deveriam ser recolhidos no

    momento do registro da declarao, ou seja, vista.O prazo de permanncia da mercadoria no regime de entreposto aduaneiro

    na importao ser de at um ano, prorrogvel por perodo no superior, nototal, a dois anos, contado da data do desembarao aduaneiro de admisso.

    Em situaes especiais, poder ser concedida nova prorrogao, respeitadoo limite mximo de trs anos.

    No caso de a mercadoria permanecer em feira, congresso, mostra ou eventosemelhante, o prazo de vigncia ser equivalente quele estabelecido para oalfandegamento do recinto, iniciando trinta dias antes do comeo da feira e

    encerrando trinta dias aps o seu final. Vale ressaltar que, nesse caso (defeira), vedada a entrada de bens com cobertura cambial.

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    No caso de plataformas ou estaleiros navais, o regime ser concedidopelo prazo previsto no contrato.

    Observem a representao esquemtica a seguir.

    Formas de Extino

    Como termina o regime de entreposto na importao? Bom, primeiramente,quem solicita esta extino? Pode ser o prprio consignatrio da carga (apessoa que a trouxe do exterior) ou o adquirente no pas (a pessoa quecomprou a mercadoria do exportador).

    Decorridos quarenta e cinco dias do trmino do prazo de vigncia do

    regime, a mercadoria ser considerada abandonada. Por isso, dentro desseprazo, ela dever ter uma das seguintes destinaes:

    I - despacho para consumo;

    II reexportao (somente para admisso sem cobertura cambial);

    III - exportao; ou

    IV - transferncia para outro regime aduaneiro especial ou aplicado emreas especiais.

    A hiptese I contempla a nacionalizao das mercadorias. Alguma

    empresa (o adquirente, que pode ser o prprio beneficirio do regime) registrauma declarao de consumo, recolhe os tributos e leva a mercadoria. Nesse

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    caso, a mercadoria entrepostada deve ser comprada por esse adquirentediretamente do proprietrio dos bens no exterior (o exportador). Essamodalidade de extino destina o produto para o mercado interno (despachopara consumo).

    Na situao II a mercadoria retorna ao exterior sem ter sido nacionalizadano pas. Como a mercadoria ainda era estrangeira, o seu retorno ao exterior considerado uma reexportao. Essa hiptese se aplica somente no casode admisso de mercadoria em entreposto sem cobertura cambial.

    A destinao prevista no item III (exportao) no se aplica a mercadoriasadmitidas no regime para permanncia em feira, congresso, mostra ou eventosemelhante.

    As hipteses I e III contemplam a nacionalizao da mercadoria. Nodespacho para consumo (item I), a mercadoria fica no pas. Na exportao, a

    mercadoria nacionalizada e posteriormente exportada (item III).Com a entrada em vigor da IN/RFB 1.090/2010, as mercadorias admitidas

    com cobertura cambial podem ser destinadas ao mercado interno (despachopara consumo) ou exportadas, no sendo permitida a reexportao (7odo art. 38 da IN/SRF 241/2002, alterado pela IN/RFB 1.123/2011). No caso dedestinao ao mercado interno de mercadoria admitida com cobertura cambial,somente o beneficirio do regime poder efetuar o despacho para consumo.Nesse caso, ele deve registrar uma declarao de importao (DI) semcobertura cambial (5o do art. 38 da IN/SRF 241/2002, alterado pela IN/RFB1.090/2010). Isso porque a cobertura cambial (compra da mercadoria com

    pagamento) j foi efetivada quando da declarao de admisso no regime. Nahiptese de importao, com cobertura cambial, de mercadoria destinada exportao, o beneficirio dever registrar a correspondente DI para efeitoscambiais na mesma data de registro da declarao de admisso damercadoria no regime

    Por outro lado, nas admisses sem cobertura cambial, tanto oconsignatrio da mercadoria quanto o adquirente podem solicitar a extino doregime.

    A exportao (item III) a forma de extino prevista quando a

    mercadoria entrepostada no pas vendida a um terceiro no exterior. Diz o 4o do art. 38 da IN/SRF 241/2002 (alterado pela IN/RFB 1.090/2010) que, nashipteses de despacho para consumo e exportao, as mercadorias admitidasno regime, importadas sem cobertura cambial, devero ser nacionalizadasantes de efetuada a destinao.

    Para fins de nacionalizao de mercadoria destinada exportao, obeneficirio dever, dentro do prazo de aplicao do regime, registrar uma DIpara efeitos cambiais, para amparar a transferncia de divisas, uma vezque, nesse caso, no haver DI de consumo.

    Para desenrolar:

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    Admisso em entreposto sem cobertura cambial, e extino mediante:

    - despacho para consumo: registra uma DI de consumo (nacionalizao)com cobertura cambial.

    - reexportao: registra uma declarao de exportao, sem nacionalizar

    - exportao: primeiro registra uma DI para efeitos cambiais(nacionalizao) e depois registra de declarao de exportao.

    Admisso em entreposto com cobertura cambial, e extino mediante:

    - despacho para consumo: registra uma DI sem cobertura cambial

    (nacionalizao).

    - reexportao: no permitido.

    - exportao: registro de declarao de exportao (se o importador jtrouxer as mercadorias com inteno de exportar, j deve ter registrado,

    junto com a DI de admisso, a DI para efeitos cambiais).

    Guarde isso!

    EntrepostoAduaneiro naImportao

    - armazenagem de mercadoria estrangeira emRA de uso pblico (h excees), comsuspenso de II, IPI, PIS, Cofins- Mercadoria pode ficar em feira, instalaoporturia de uso privativo misto, plataformasde petrleo e estaleiros

    Extino- Despacho para consumo

    - Reexportao (exceto se importado comcobertura)- Exportao- Transferncia para outro regime

    ENTREPOSTO ADUANEIRO NA EXPORTAO

    Vimos que o entreposto aduaneiro na importao interessante parasituaes em que um importador queira trazer bens ao pas, em consignao,

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    para permanncia em um ponto de distribuio, de onde podero serdespachados para consumo, ou seja, vendidos e nacionalizados, paraadquirentes no pas. um regime que facilita a logstica da empresa.

    Vejamos a situao inversa. Um exportador brasileiro possui clientes em

    diversos pases, na sia, na Europa, e na Amrica do Norte. Dependendo dotipo de mercadoria, interessante que ele mantenha estoques perto dosclientes finais, considerando a demora que normalmente ocorre entre omomento do pedido de uma importao e a efetiva chegada do produto.Ento, o exportador brasileiro poderia manter estoques, sob o regime deconsignao (exportao em consignao) nesses diversos pases, aguardandoas encomendas dos clientes. A exportao em consignao no regimeaduaneiro especial, mas sim regime administrativo, previsto na Portaria Secex23/2011.

    Ora, isso parece um pouco complicado e caro. A empresa teria que possuirum estoque muito grande, uma capacidade financeira enorme, para mantermercadorias espalhadas pelo mundo, em consignao, espera de pedidos decompradores. Qual a outra opo, ento?

    A soluo poderia ser manter essas mercadorias no Brasil, j apresentadas Receita Federal, de modo que, no caso de uma encomenda do exterior, ostrmites aduaneiros fossem simples e a mercadoria j estivesse pronta paraembarcar para o exterior.

    O regime de entreposto aduaneiro na exportao possibilita exatamenteisso. Ele permite a armazenagem de mercadorias destinadas exportao (art.

    410).So previstas as modalidades de regime comum e extraordinrio.

    No regime comum, permite-se a armazenagem de mercadorias em recintode uso pblico, com suspenso do pagamento de impostos federais, PIS eCOFINS. Veremos que, mediante autorizao da RFB (art. 412), o regimepoder ser operado em instalaes porturias de uso privativo misto.

    O beneficirio do regime a empresa que depositar a mercadoria emrecinto alfandegado. Qual a grande vantagem? A mercadoria sai do seuestabelecimento com suspenso de tributos federais, os quais, nas vendas ao

    mercado interno, incidiriam normalmente (IPI, PIS, COFINS).O regime extraordinrio um pouco diferente. Uma empresa comercial

    exportadora (beneficirio) adquire (compra) o produto do fabricante. Essatransao (venda a uma comercial exportadora) considerada como umaexportao para efeitos fiscais, ou seja, h imunidade de tributos (IPI, PIS,COFINS e at ICMS).

    A mercadoria passa a ser de propriedade da empresa comercial exportadora(ECE). Ento, a mercadoria fica armazenada em recinto de uso privativo,com direito a utilizao dos benefcios fiscais previstos para incentivo

    exportao, antes do seu efetivo embarque para o exterior.

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    O regime de entreposto aduaneiro na exportao, na modalidadeextraordinrio, somente poder ser outorgado a empresa comercialexportadora, mediante autorizao da RFB. Nessa hiptese, mercadoriasdestinadas a embarque direto para o exterior, no prazo estabelecido pela

    autoridade aduaneira, podero ficar armazenadas em local no alfandegado.Mas e se a exportao no vier a ocorrer? Nesse caso, como deixaram de

    ser pagos tributos na operao de venda do produtor para a empresacomercial exportadora, esta assume o compromisso de recolhimento dessestributos que deixaram de ser pagos.

    Repararam a diferena entre o comum e o extraordinrio? No comum, amercadoria depositada por um exportador, em recinto alfandegado pblico,sem estar vendida para ningum. No regime extraordinrio, a empresacomercial exportadora adquire o produto do fabricante.

    Mediante autorizao da Receita Federal, o regime de entrepostoaduaneiro na exportao poder ser operado ainda em (art. 412):

    - instalaes porturias de uso privativo misto;

    - plataformas de petrleo e gs natural, contratadas por empresa sediada noexterior;

    - estaleiros navais e outras instalaes industriais beira-mar.

    Concesso e Prazos

    No regime de entreposto aduaneiro na exportao, no h o desembaraode exportao no momento da concesso do regime, visto que ainda noocorreu uma venda ao exterior. A exportao encerrar o regime. Portanto,conta-se como termo inicial, ou seja, o regime subsiste:

    I - na modalidade de regime comum, a partir da data da entrada damercadoria na unidade de armazenagem; e

    II - na modalidade de regime extraordinrio, a partir da data da sada damercadoria do estabelecimento do produtor-vendedor. Como ela sai para umaempresa comercial exportadora, essa sada equiparada a uma exportao,

    para efeito de utilizao dos incentivos fiscais previstos..............

    A mercadoria poder permanecer no regime de entreposto aduaneiro naexportao pelos seguintes prazos:

    I no regime comum, por um ano, prorrogvel por perodo no superior,no total, a dois anos. Em situaes especiais, poder ser concedida novaprorrogao, respeitado o limite mximo de trs anos; e

    II no regime extraordinrio, por cento e oitenta dias. Dentro desseprazo, a mercadoria poder ser admitida no regime de entreposto aduaneiro,

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    na modalidade comum, quando passar a valer o prazo previsto no item I (umano).

    Extino do regime de entreposto na exportao

    Vimos que o regime no se inicia pelo desembarao, exatamente porque aexportao ainda no ocorreu. Esta (a exportao), por sua vez, encerra oregime. Mas qual seria a data considerada pela RFB como aceita para extinodo regime? Diz o artigo 415 do RA que o incio do despacho de exportao(registro da declarao de exportao no Siscomex) extingue o regime.

    Mas e se o beneficirio no conseguir um comprador no exterior para amercadoria? Bom, a, no regime comum, basta retornar com a mercadoriapara o estoque da empresa. Se no houver esse retorno, devero serrecolhidos os tributos suspensos.

    Mas e no regime extraordinrio, onde a mercadoria foi vendida a umaempresa comercial exportadora, sem recolhimento de tributos federais? Nessecaso, o beneficirio (a empresa comercial exportadora) dever ressarciros benefcios fiscais frudos em razo da admisso da mercadoria no regime.

    ASPECTOS COMUNS AO ENTREPOSTO NA IMPORTAO E NA EXPORTAO

    No regime de entreposto, a mercadoria fica armazenada sob controleaduaneiro. Como funciona esse controle? A Receita no mantm funcionriospermanentemente controlando a entrada e sada de produtos do depsito. Aqualquer tempo, pode ser exigida a apresentao da mercadoria submetida aoregime de entreposto aduaneiro. Tambm pode ser exigida do depositrio aapresentao dos respectivos inventrios.

    E se a mercadoria sumir l dentro? Ocorrendo extravio ou avaria demercadoria submetida ao regime, o depositrio responde pelo pagamento(art. 417):

    I - dos tributos suspensos, da multa, de mora ou de ofcio, e dos demaisacrscimos legais cabveis, quando se tratar de mercadoria submetida aoregime de entreposto aduaneiro na importao, ou na modalidade de regimecomum, na exportao; e

    II - dos tributos que deixaram de ser pagos e dos benefcios fiscais dequalquer natureza acaso auferidos, da multa, de mora de ofcio, e dos demaisacrscimos legais cabveis, no caso de mercadoria submetida ao regime deentreposto aduaneiro, na modalidade de regime extraordinrio, naexportao.

    vedada a admisso de mercadorias em entreposto (IN/SRF 241/2002, art.17, com alteraes promovidas pela IN/RFB 1.090/2010)

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    a) cuja importao / exportao esteja proibida;

    b) de bem usado, exceto

    - peas para manuteno de aeronaves/embarcaes

    - equipamentos eletrnicos para manuteno e retorno ao exteriorc) importada com cobertura cambial, nos seguintes casos:

    - destinada a feira ou evento semelhante

    - quando o beneficirio for administrador do recinto em que a mercadoria seencontre armazenada

    .......

    No regime de entreposto fica dispensada a apresentao de termo de

    responsabilidade e garantia. Isso porque existe a figura do fiel depositrio,coisa que no ocorre na admisso temporria e no drawback. A garantia aprpria mercadoria depositada no armazm.

    As mercadorias admitidas no regime entreposto aduaneiro na importao ena exportao podero ser submetidas, ainda, s seguintes operaes (art.18 da IN/SRF 241/2002):

    I - etiquetagem e marcao, para atender a exigncias do compradorestrangeiro;

    II - exposio, demonstrao e teste de funcionamento;

    III - concernentes s operaes de industrializao:

    a) acondicionamento ou reacondicionamento;

    b) montagem;

    c) beneficiamento;

    d) recondicionamento;

    e) transformao, no caso de preparo de alimentos para consumo a bordode aeronaves e embarcaes utilizadas no transporte comercial internacional

    ou destinados a exportao.IV - manuteno ou reparo.

    ......

    Pois . No entreposto podem ser autorizados at servios deindustrializao. Isso possibilita uma renda extra ao permissionrio dorecinto. Nos casos acima o credenciamento para realizao de tais operaesser concedido a ttulo precrio, podendo ser cancelado a qualquer tempo.

    O regime de entreposto aduaneiro, na importao e na exportao, seroperado em porto seco, recinto alfandegado de uso pblico localizado em

    aeroporto ou porto organizado, instalao porturia de uso pblico ou

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    instalao porturia de uso privativo misto, previamente credenciadospela Receita Federal (art. 6 da IN/SRF 241/2002).

    Conforme j comentado, o regime poder ser operado, ainda, em:

    I - recinto de uso privativo, alfandegado em carter temporrio para aexposio de mercadorias importadas em feira, congresso, mostra ou eventosemelhante, concedido ao correspondente promotor do evento; e

    II - local no alfandegado, de uso privativo, para depsito demercadoria destinada a embarque direto para o exterior, por empresacomercial exportadora.

    Nas situaes em que o recinto alfandegado for credenciado para arealizao de atividades de industrializao, receber as seguintesdenominaes:

    I aeroporto industrial, se localizado em aeroporto;II plataforma porturia industrial, se localizado em porto organizadoou instalao porturia; ou

    III porto seco industrial, se localizado em porto seco.

    Veja a pergunta abaixo de curso anterior:

    Pergunta: Ol professor! No caso do regime de ENTREPOSTO ADUANEIRO

    NA EXPORTAO no entendi uma coisa: como pode, no regime comum, amercadoria sair do estabelecimento do beneficirio com suspenso de tributosfederais (que incidiriam normalmente nas vendas internas) e o termo inicial doregime ser considerado a data de ENTRADA da mercadoria na unidade dearmazenagem? O termo inicial no deveria ser a prpria data da sada damercadoria do estabelecimento do beneficirio?!

    Resposta: Concordo que parece um pouco esquisito sim. Inclusive, quandoa mercadoria sai do estabelecimento com suspenso de tributos, ainda noest amparada por um regime aduaneiro especial. Trata-se de mercadorianacional circulando pelo pas. O controle, portanto, tratado pelo RIPI(Regulamento do IPI), por meio das notas fiscais de entrada e de sada, mas melhor no entrarmos nessa questo...

    O regime suspensivo de entreposto aduaneiro na exportao, na modalidadecomum, s inicia mesmo quando a mercadoria colocada no armazm.

    ............

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    Pergunta: Caro Professor, no regime entreposto aduaneiro na exportaosomente possvel a operao com cobertura cambial?

    Resposta: A previso de utilizao do regime de entreposto com coberturacambial foi incorporada ao Regulamento Aduaneiro de 2009 (Decreto

    6.759/2009). Est prevista no art. 407, na parte referente ao EntrepostoAduaneiro na Importao.

    Assim, como a previso do RA de cobertura cambial est na parte deentreposto aduaneiro na importao, de se supor que, em princpio, seaplique somente nesse caso, e no no entreposto na exportao. At porque,se uma mercadoria nacional for vendida para pessoa no exterior, deveria serutilizado o regime de DAC (Depsito Alfandegado Certificado), para usufruir detodos os benefcios de uma exportao.

    ..........

    RECOF

    Anteriormente ao Regulamento Aduaneiro de 2002, existia o regime deentreposto industrial. Isso porque, desde o Decreto 4.543/2002,posteriormente revogado pelo atual Regulamento Aduaneiro Decreto6.759/2009 - RA/2009), essa modalidade de regime especial passou a existirsomente na condio de controle informatizado. Assim, no existe mais o

    entreposto industrial puro, mas sim o entreposto industrial sob controleaduaneiro informatizado (Recof), apesar de, na base legal (Decreto-lei37/66), ainda constar a modalidade entreposto industrial. O Recof estprevisto nos artigos 420 a 426 do RA, assim como na IN/RFB 757/2007, comalteraes posteriores. Procuraremos expor os pontos mais importantes dessasnormas nessa aula.

    E do que se trata esse tal de Recof? Esse regime permite que a empresaimporte, com ou sem cobertura cambial, e com suspenso dopagamento de tributos, mercadorias que, depois de submetidas a operaode industrializao, sejam destinadas a exportao (art. 420).

    Parte da mercadoria admitida no regime, no estado em que foi importada oudepois de submetida a processo de industrializao, poder ser despachadapara consumo, ou seja, destinada ao mercado interno.

    Ora, esse negcio de importar bens com suspenso de tributos para utilizarna fabricao de um produto e destinar para a exportao no parece odrawback? Sim, parece muito. Ento qual a diferena? Lembrem-se, nodrawbacko beneficirio solicita o regime ao DECEX e apresenta um plano deexportao em cada pedido, leva a mercadoria para o seu estabelecimentoaps o desembarao, e a Receita Federal no fica controlando entrada e sada

    de produtos no seu depsito, nem por processo informatizado. O controle, nodrawback, se d pela comprovao de exportaes efetivadas.

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    E no Recof? Bom, quando a empresa exporta muito, mas muito mesmo,como o caso de montadoras de automveis, por exemplo, ao invs de pedir oregime de drawback toda hora, ou seja, a cada importao, a legislaopossibilitou que a empresa adquira insumos com suspenso para depois

    exportar os produtos finais, e mantenha controle informatizado de suasentradas e sadas. o caso de grandes empresas, como Honda, Renault,Caterpillar, Embraer, Siemens e outras.

    No Recof, tambm podem ser adquiridas mercadorias no mercadointerno, com suspenso de tributos, para compor o processo produtivo (art.2 da IN/SRF 757/2007), analogamente ao que ocorre no caso do regime dedrawbackintegrado suspenso.

    Outra caracterstica interessante do Recof a destinao para o mercadointerno de parte da sua produo. No drawback, isso tambm possvel,desde que o beneficirio recolha os tributos, com juros e multa. No Recof,basta recolher os tributos.

    No Recof, a importao pode ser com ou sem cobertura cambial. Nodrawback, a regra geral a importao com cobertura cambial, ressalvado ocaso especfico de drawbacksem expectativa de pagamento.

    Outro detalhe (ou diferena entre os regimes): quem concede o drawbacksuspenso o DECEX, e quem habilita a empresa no Recof a ReceitaFederal.

    Por outro lado, o Recof somente concedido para ramos especficos deindstrias, contemplando basicamente os setores automotivo, de informtica,telecomunicaes, semicondutores e aeronutico. No drawback, no h essalimitao. Um fabricante de mveis pode utilizar o drawback, mas no pode sehabilitar no Recof.

    J deu pra perceber que a Receita no vai habilitar qualquer empresinhano Recof, uma vez que o controle sobre a destinao das mercadorias comtributos suspensos feito pela via informatizada. So exigidos algunsrequisitos pesados para habilitao no regime, dentre eles possuir umpatrimnio lquido igual ou superior a R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhesde reais) e habilitao prvia no Despacho Aduaneiro Expresso, conhecido

    como Linha Azul, que direciona as declaraes de importao amparadas peloregime para o canal verde de parametrizao.

    Conforme o artigo 6 da IN/RFB 757/2007, a empresa precisa cumprir duascondies para se manter no regime:

    Art. 6 A manuteno da habilitao da empresa ao regime ficarcondicionada s obrigaes de:

    I - exportar produtos industrializados, com a utilizao de mercadoriasestrangeiras admitidas no regime, no valor mnimo anual equivalente a

    cinqenta por cento do valor total das mercadorias importadas ao amparodo regime, no mesmo perodo, e no inferior a:

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    a) US$ 10.000.000,00 (dez milhes de dlares dos Estados Unidos daAmrica), para as empresas habilitadas s modalidade Recof Informtica eRecof Semicondutores; e

    b) US$ 20.000.000,00 (vinte milhes de dlares dos Estados Unidos da

    Amrica), para as empresas habilitadas s demais modalidades; eII - aplicar, anualmente, pelo menos oitenta por cento das mercadorias

    estrangeiras admitidas no regime na produo dos bens que industrializar.

    ....

    Assim, para se manter no regime, a empresa tem que exportar o valormnimo anual de dez milhes de dlares, para os ramos de informtica ou

    semicondutores, ou vinte milhes de dlares, para os demais ramos, comutilizao de metade dos produtos importados com suspenso no ano noprocesso produtivo. Repetindo: metade do que foi importado sem pagartributos tem de ser utilizada na produo das mercadorias exportadas.

    Alm disso, pelo menos oitenta por cento dos produtos importados (emrelao ao valor aduaneiro) deve ser utilizada na produo. Essa ltimacondio importante porque, no Recof, possvel que uma mercadoria sejaimportada com suspenso, e posteriormente despachada para consumo, nomesmo estado em que foi importada. Porm, como o objetivo do regime oincentivo exportao de produtos industrializados, bvio que a empresa

    no poder fazer isso com todos os produtos importados (apenas com 20%, nomximo).

    Esse mnimo de 80% pode ser reduzido para:

    75%, se a empresa exportar US$ 50.000.000,00; e

    70%, se a empresa exportar US$ 100.000.000,00.

    A lgica : quanto mais exportar, maior ser o percentual (25% ou 30%) demercadorias importadas com suspenso que no precisar ser utilizada noprocesso produtivo. Essas mercadorias podero ser destinadas (vendidas) no

    mercado interno ou exportadas, no estado em que foram importadas.Para efeito de comprovao do cumprimento das obrigaes de exportao,

    podero ser computados ainda os valores:

    I - das transferncias a qualquer ttulo de partes e peas fabricadas commercadorias admitidas, realizadas a outro beneficirio habilitado aoregime; e

    II - das vendas realizadas a Empresa Comercial Exportadora.

    Autorizao para Operar no Regime

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    Como vimos, a autorizao para operar no regime de competncia daRFB, e poder ser cancelada ou suspensa a qualquer tempo, nos casos dedescumprimento das condies estabelecidas.

    Resumindo, a Receita estabeleceu condies para essa habilitao, quais

    sejam:I - as mercadorias que podero ser admitidas no regime;

    II - as operaes de industrializao autorizadas;

    III - o percentual de tolerncia, para efeito de excluso da responsabilidadetributria do beneficirio, no caso de perda inevitvel no processo produtivo;

    IV - o percentual mnimo da produo destinada ao mercado externo;

    V - o percentual mximo de mercadorias importadas destinadas ao mercadointerno no estado em que foram importadas; e

    VI - o valor mnimo de exportaes anuais.

    ............

    Vejamos uma situao. A montadora de veculos produz e exporta veculos,certo? Mas ser que ela produz as rodas? E os pneus? E o som? Bom, nessecaso, se esses produtos so fornecidos por outra indstria, que tambm utilizainsumos importados, ento a montadora pode solicitar a co-habilitao(habilitao conjunta) no Recof do fornecedor industrial de partes e peas.Este (o fornecedor) ser enquadrado na qualidade de responsvel solidriopelos tributos suspensos. As peas sero encaminhadas montadora, que

    complementar a produo, e posteriormente exportar o produto final.

    Prazo e Aplicao do Regime

    O prazo de suspenso do pagamento dos tributos incidentes na importaoser de at um ano, prorrogvel por perodo no superior a um ano. Esseprazo comea a contar quando da admisso da mercadoria no regime. A partirdessa data, ou seja, do desembarao aduaneiro para admisso no regime (ouaquisio no mercado interno), a empresa beneficiria responder pelacustdia e guarda das mercadorias na condio de fiel depositria.

    Disposies Finais

    Podem ser admitidas no Recof mercadorias transferidas de outro regime,mas no no sentido inverso, ou seja, no d pra ela entrar como Recof e sairpara admisso temporria, por exemplo.

    As importaes ao amparo do regime promovidas por pessoa jurdicahabilitada estaro sujeitas ao tratamento de Linha Azul. Assim, a requerente

    j dever estar habilitada na Linha Azul para solicitar o Recof. E o que Linha

    Azul? Resumidamente, um tratamento diferenciado que a Receita Federalpropicia a determinadas empresas, em determinadas situaes (por exemplo,

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    no Recof) onde as declaraes de importao so direcionadaspreferencialmente para o canal verde de conferncia, e o despacho concludo em um prazo de 4 a 6 horas.

    As mercadorias admitidas no regime (Recof) podem ser armazenadas em

    porto seco ou em depsito fechado do prprio contribuinte.O regime ser extinto por meio de uma das providncias abaixo, em

    relao mercadoria (art. 29 da IN/RFB 757/2007):

    I - exportao:

    a) de produto no qual a mercadoria, nacional ou estrangeira, admitida noregime tenha sido incorporada;

    b) da mercadoria estrangeira no estado em que foi importada; ou

    c) da mercadoria nacional no estado em que foi admitida;

    II - reexportao da mercadoria estrangeira admitida no regime semcobertura cambial;

    III - transferncia de mercadoria para outro beneficirio, a qualquer ttulo;

    IV - despacho para consumo:

    a) das mercadorias estrangeiras admitidas no regime e incorporadas aproduto industrializado ao amparo do regime; ou

    b) da mercadoria estrangeira no estado em que foi importada;

    V - destruio, sem o recolhimento dos tributos devidos, s expensas do

    interessado e sob controle aduaneiro, na hiptese de mercadoria importadasem cobertura cambial; ou

    VI - retorno ao mercado interno de mercadoria nacional, no estado em quefoi admitida no regime, ou aps incorporao a produto acabado, observado odisposto na legislao especfica.

    ......

    Resumindo, no Recof podem ser admitidas mercadorias importadas ouadquiridas no mercado interno com suspenso de tributos. Asimportaes podem ser com ou sem cobertura cambial. As mercadoriasdevem ser utilizadas no processo produtivo, e uma grande parte destinada exportao. Tanto a mercadoria importada quando a nacional podem retornardo jeito que entraram, ou seja, sem sofrer industrializao. Ao final do perodo,a Receita Federal, por meio de controle informatizado, apurar qual opercentual de utilizao dos importados no processo produtivo, quanto dessaproduo foi exportada e se os valores mnimos foram cumpridos.

    Ao fim do prazo de permanncia da mercadoria no regime, a Receitaapurar, em relao ao estoque, os tributos suspensos, que sero entoexigidos juntamente com os acrscimos legais cabveis.

    ...........

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    Veja pergunta de curso anterior:

    Pergunta: Professor, estou com algumas duvidas e vou fazer variasperguntas para saber se meu entendimento est certo,ta?.....no RECOF existeuma % mnima da produo para o mercado externo e mxima para omercado interno correto? Ento no h acrscimos legais nessa parte que sedestina ao mercado interno quando despacho para consumo? Somente socobrados os tributos suspensos? Posso dizer que essa uma das diferenasentre o drawback e o RECOF, porque no drawback quando parte da produo para o mercado interno existem os acrscimos legais?

    Resposta: Tudo que voc falou est certo. Essa mesmo uma dasdiferenas entre o drawback e o Recof. Outra grande qu