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CURSO ON-LINE – TRIBUNAL REGULAR – DIREITO CIVIL Prof: Dicler Ferreira www.pontodosconcursos.com.br 1 A AULA A EX XTR RA: : A ATO O ILÍCITO O E E RES SPONSAB BILIDADE E C CIVIL Queridos alunos e alunas, esta é a aula extra que prometi para vocês. Além desta aula ainda faltam mais duas que versarão sobre os contratos em espécie e sobre a posse/propriedade. Sobre a aula de responsabilidade civil teremos um “plus” de exercícios, pois teremos exercícios da banca ESAF no decorrer da teoria, questões comentadas da banca CESPE/UnB após a teoria e a nossa tradicional lista de questões da banca FCC. Vamos ao que interessa!!!! ________________________________________________________________________ A RESPONSABILIDADE CIVIL corresponde a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato ilícito do próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda, ou, ainda, de simples imposição legal. A prática de um ato ilícito pode se dar através da violação de um direito ou através de um abuso de direito, sempre com um correspondente dano, seja ele patrimonial ou extrapatrimonial (moral). Dessa forma, podemos listar três requisitos para haver a responsabilidade civil: 1) Conduta: vem a ser o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário e objetivamente imputável, do próprio agente ou de terceiro, ou o fato de animal ou coisa inanimada, que cause dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado. A conduta é composta da parte objetiva (ação ou omissão) e da parte subjetiva (dolo ou culpa), entretanto, nem sempre a parte subjetiva (dolo ou culpa) será necessária, como ocorre nos casos de responsabilidade objetiva. 2) Ocorrência de Dano: não haverá dever de reparação quando inexistir prejuízo. As classificações mais importantes de dano são: a) Quanto à extensão do dano: o prejuízo compreende o dano emergente (efetiva diminuição do patrimônio da vítima) e o lucro cessante (quantia que a vítima deixou de ganhar). b) Quanto à natureza do bem violado: o dano, de acordo com o art. 5º, V da CF, pode ser material quando se tratar de prejuízo causado a bem patrimonial, moral, quando recair sobre bens extrapatrimoniais, e à imagem, quando compromete a aparência da pessoa lesada.

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A AUULLA A EEX XTTR RAA: : A ATTO O IILLÍÍCCIITTO O E E RREES SPPOONNSSAAB BIILLIIDDAADDE E C CIIVVIILL

Queridos alunos e alunas, esta é a aula extra que prometi para vocês. Além desta

aula ainda faltam mais duas que versarão sobre os contratos em espécie e sobre a

posse/propriedade.

Sobre a aula de responsabilidade civil teremos um “plus” de exercícios, pois

teremos exercícios da banca ESAF no decorrer da teoria, questões comentadas da banca

CESPE/UnB após a teoria e a nossa tradicional lista de questões da banca FCC.

Vamos ao que interessa!!!!

________________________________________________________________________

A RESPONSABILIDADE CIVIL corresponde a aplicação de medidas que obriguem

alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato ilícito do

próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob

sua guarda, ou, ainda, de simples imposição legal.

A prática de um ato ilícito pode se dar através da violação de um direito ou através

de um abuso de direito, sempre com um correspondente dano, seja ele patrimonial ou

extrapatrimonial (moral). Dessa forma, podemos listar três requisitos para haver a

responsabilidade civil:

1) Conduta: vem a ser o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário e

objetivamente imputável, do próprio agente ou de terceiro, ou o fato de animal ou coisa

inanimada, que cause dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado.

A conduta é composta da parte objetiva (ação ou omissão) e da parte subjetiva (dolo ou

culpa), entretanto, nem sempre a parte subjetiva (dolo ou culpa) será necessária, como

ocorre nos casos de responsabilidade objetiva.

2) Ocorrência de Dano: não haverá dever de reparação quando inexistir prejuízo. As

classificações mais importantes de dano são:

a) Quanto à extensão do dano: o prejuízo compreende o dano emergente (efetiva

diminuição do patrimônio da vítima) e o lucro cessante (quantia que a vítima

deixou de ganhar).

b) Quanto à natureza do bem violado: o dano, de acordo com o art. 5º, V da CF,

pode ser material quando se tratar de prejuízo causado a bem patrimonial, moral, quando recair sobre bens extrapatrimoniais, e à imagem, quando compromete a

aparência da pessoa lesada.

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Art. 5º, V da CF - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

STJ 37 - São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.

STJ 387 - É possível a acumulação das indenizações de dano estético e moral.

c) Quanto às conseqüências do dano: o dano pode ser direto, aquele suportado

pela própria vítima da ação lesiva, ou indireto, também chamado de dano reflexo

ou por ricochete, quando se revela decorrência de um dano anterior sofrido pela

própria vítima ou por outrem.

( ) 1. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) A destruição de vidro de uma vitrina

por um desordeiro é dano indireto e o estrago causado pelas chuvas nos artigos expostos, em razão da falta de vidro, é dano direto.

Gabarito: Errada. A questão está invertida. A destruição do vidro é um dano direto, ao

passo que o estrago pelas chuvas é um dano indireto.

( ) 2. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) A perda de coisa com valor afetivo é dano moral indireto.

A Profª. Maria Helena Diniz divide os danos morais em diretos e indiretos, sendo

os diretos aqueles que consistem na lesão de um interesse que visa á satisfação de um

bem extrapatrimonial (insuscetível de valoração econômica), tal como a vida, a

integridade corporal, a liberdade, a honra, a intimidade, o decoro, a imagem) ou aos

atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o estado de família). Os danos morais

indiretos seriam aqueles que, por conseguinte, consistisse na lesão a um interesse

tendente à satisfação de bens jurídicos patrimoniais (suscetíveis de valoração econômica)

como exemplo tem-se a perda de coisa com valor afetivo.

Gabarito: Certa.

3) Nexo de Causalidade: relação entre a conduta do agente e o dano sofrido pela vítima.

Caso a existência do dano não esteja relacionada com o comportamento do agente, não

haverá que se falar em relação de causalidade e, via de conseqüência, em obrigação de

indenizar.

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RESPONSABILIDADE CIVIL

- CONDUTA

- DANO

- NEXO DE CAUSALIDADE

Entretanto, mesmo que o agente pratique um ato que acarrete prejuízo a outrem

ele pode não ser obrigado a indenizar em razão de uma das causas excludentes de ilicitude. Algumas estão listadas no artigo 188 do CC.

São elas:

1) Legítima Defesa;

2) Exercício Regular de Direito; e

3) Estado de Necessidade.

Art. 186 do CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187 do CC - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 188 do CC - Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

É possível que quando a ilicitude seja excluída pelo estado de necessidade o

agente, mesmo assim, continue obrigado a indenizar se a pessoa que sofrer o dano não

corresponder à pessoa que ocasionou a situação de perigo. Porém, nessa hipótese, o

agente terá direito a uma ação regressiva contra o causador do perigo para reaver o que

houver gasto com a indenização (artigos 188, 929 e 930 do CC).

Art. 929 do CC - Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. Art. 930 do CC - No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).

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3. (CESGRANRIO - ADVOGADO JUNIOR – PETROBRAS – 2006) O Código Civil de 2002 considera como hipótese de ato lícito sujeito à reparação do dano o ato praticado: a) em estado de necessidade. b) em legítima defesa. c) com abuso do direito. d) sob a influência de temor reverencial. e) no exercício regular de um direito reconhecido.

Conforme explicações anteriores, se uma pessoa, agindo em estado de

necessidade, em razão de uma ação causar dano a outra, não estará caracterizado um

ato ilícito em decorrência da ilicitude ser excluída pelo estado de necessidade; ou seja,

estaremos diante de um ato lícito. Entretanto, mesmo assim é possível haver indenização

ao lesado e ação regressiva contra o causador do perigo.

Vejamos o exemplo:

“A” motorista de um carro que, agindo em estado de necessidade, desvia o carro de

uma criança e acaba derrubando o muro de uma casa;

“B” criança de 5 anos que atravessava a rua sozinha;

“C” responsável pela criança (CAUSADOR DO PERIGO); e

“D” dono da casa que teve o muro derrubado (LESADO).

Se o causador do perigo e o lesado forem a mesma pessoa (responsável pela

criança e dono da casa com o muro quebrado forem a mesma pessoa), então não há

indenização; porém, se forem pessoas diferentes, caberá uma indenização de “A” para

“D”, da mesma forma que “A” pode propor uma ação regressiva contra “C” para reaver o

que pagou a “D”.

Gabarito: A

A INDENIZAÇÃO NO ESTADO DE NECESSIDADE

(não há obrigação de indenizar)

RESPONSÁVEL PELO PERIGO

= PESSOA LESADA ≠

(dever de indenizar o lesado + ação regressiva contra o causador do perigo)

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O organograma a seguir é um retrato de como o Código Civil trata os casos de

responsabilidade civil delineados em seu texto acrescido de conceitos doutrinários

comumente cobrados em provas de concursos. Como de praxe ao longo deste curso,

vamos “dissecar” o respectivo organograma acrescentando, sempre que for possível e

pertinente, assertivas e questões que foram alvo de provas aplicadas anteriormente.

4. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho - 2003) Aquele que, em sua propriedade, usa cerca eletrificada que possa causar a morte do invasor: a) age em legítima defesa. b) atua no exercício normal de um direito reconhecido. c) atende a um estado de necessidade, ante a violência urbana. d) pratica ato emulativo. e) age ilicitamente, por haver abuso de direito ou exercício irregular de um direito.

ATO DANOSO (RESPONSAB. CIVIL)

CONTRATUAL EXTRACONTRATUAL OU AQUILIANA

RESP. SUBJETIVA (depende de culpa)

RESP. OBJETIVA (independe de culpa)

ATIVIDADE DE RISCO (art. 927, § único, 1ª parte)

DEFINIDA POR LEI (art. 927, § único, 2ª parte)

ABUSO DE DIREITO (art. 187 do CC)

NEGLIGÊNCIA, IMPRU-DÊNCIA OU IMPERÍCIA

CULPA IN COMMITTENDO

CULPA IN OMMITTENDO

CULPA IN VIGILANDO

CULPA IN CUSTODIENDO

CULPA IN ELIGENDO

EMPRESÁRIOS E EMPRESAS (art. 931 do CC)

POR FATO DE TERCEIRO (art. 932 do CC)

POR FATO DE ANIMAL (art. 936 do CC)

POR FATO DE COISA INA-NIMADA (arts. 937/8 do CC)

DO INCAPAZ (art. 928 do CC)

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Eletrificar cerca ao redor de uma propriedade com o intuito de defesa ou proteção

constitui um ato praticável por algumas pessoas, e, embora não exista lei regulamentando

ou prevendo o fato, é aceitável tanto pela doutrina quanto pela jurisprudência, desde que

sejam respeitados alguns requisitos.

Tais meios de defesa são denominados “ofendículos” ou “defesa mecânica

predisposta”, estando amparados pelo entendimento de que o sujeito estaria agindo em

exercício regular de direito, ou atuando em legítima defesa.

Como diz o mestre Damásio E. de Jesus, “a predisposição do aparelho constitui

exercício regular de direito. Mas, quando funciona em face de um ataque, o problema é

de legítima defesa preordenada, desde que a ação do mecanismo não tenha início até

que tenha lugar o ataque e que a gravidade de seus efeitos não ultrapasse os limites da

excludente da ilicitude.”

O “pulo do gato” na questão está no seguinte fato: a cerca eletrificada, para ficar

nos limites das excludentes de ilicitude, não pode ser capaz de causar a morte de alguém.

A possibilidade de a eletricidade ter potencial para matar uma pessoa representa um

excesso (abuso de direito) no uso das excludentes de ilicitude, fazendo com que o

responsável responda por ato ilícito.

Gabarito: Letra E.

, a I) Tendo como fundamento a classificação de acordo com o fato geradorresponsabilidade civil pode ser:

a) Responsabilidade contratual: é aquela que está relacionada com a inexecução

de uma obrigação decorrente de um contrato. O contrato faz lei entra as partes,

dessa forma, suas cláusulas devem ser respeitadas, sob pena de

responsabilidade daquele que as descumprir. A base legal dessa modalidade de

responsabilidade se fundamenta nos arts 389 (obrigação positiva) e 390

(obrigação negativa) do CC.

Art. 389 do CC - Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 390 do CC - Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.

b) Responsabilidade extracontratual ou aquiliana: é aquela que está relacionada

com a infração a um dever geral imposto por lei (legal).

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Como exemplo, se uma pessoa é atropelada por um ônibus deve ser ressarcida pelo

autor do fato. Temos aqui um caso de responsabilidade extracontratual. Porém, se a

pessoa está dentro do ônibus viajando para algum lugar e ocorrer um acidente na qual ela

sofra danos (materiais e/ou morais), estaremos diante de uma responsabilidade

contratual, pois existe um contrato de transporte.

5. (ESAF – AGU – 1998) A responsabilidade civil, classificada quanto ao seu fato gerador, resultante da violação de um dever geral de abstenção pertinente aos direitos reais ou de personalidade, é a a) direta b) subjetiva c) objetiva d) extracontratual e) indireta

Gabarito: Letra D. Em se tratando de um dever geral e não de um contrato, temos a

responsabilidade extracontratual.

( ) 6. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) O proprietário de um automóvel, que vier a emprestá-lo a um sobrinho, sem carta de habilitação, ocasionando um acidente, terá culpa aquiliana.

O proprietário do automóvel tem um dever de não emprestar o automóvel a

pessoas que não possuem Carteira Nacional de Habilitação. Realizando tal ato ele estará

infringindo um dever imposto por lei, ou seja, trata-se da responsabilidade extracontratual

ou aquiliana.

Gabarito: Certa.

7. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2007) Se um escritor, culposamente, não entregar ao editor, no prazo estipulado no contrato, a obra prometida, a sua responsabilidade, quanto ao fato gerador, será: a) objetiva b) indireta c) contratual d) direta e) subjetiva

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Apenas sabendo que a responsabilidade civil quando classificada de açodo com o

fato gerador pode ser contratual ou extracontratual, já seria suficiente para resolver a

questão.

Ocorreu a inexecução de uma obrigação decorrente de um contrato, dando ensejo

à responsabilidade contratual.

Gabarito: Letra C.

II) Tendo como base a classificação quanto ao seu fundamento, a responsabilidade

civil pode ser subjetiva ou objetiva.

a) Responsabilidade subjetiva: é aquela baseada na culpa do agente, que deve ser

comprovada para gerar a obrigação indenizatória. É a regra no Código Civil (art.

186 do CC) A responsabilidade do causador do dano somente se configura se ele

agiu com dolo ou culpa. Trata-se da teoria clássica, também chamada teoria da

culpa ou subjetiva, segundo a qual a prova da culpa lato sensu (abrangendo o

dolo) ou stricto sensu se constitui num pressuposto do dano indenizável.

Art. 186 do CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ouimprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

b) Responsabilidade objetiva: é aquela imposta por lei, havendo, entretanto, em

determinadas situações, a obrigação de reparar o dano independentemente de

culpa. É quando ocorre a responsabilidade objetiva que adota a teoria do risco,

que prescinde de comprovação da culpa para a ocorrência do dano indenizável.

Basta haver o dano e o nexo de causalidade para justificar a responsabilidade civil

do agente. Em alguns casos presume-se a culpa (responsabilidade objetiva

imprópria), em outros a prova da culpa é totalmente prescindível (responsabilidade

civil objetiva própria).

( ) 8. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) Na responsabilidade subjetiva o ilícito é o seu fato gerador.

culpa

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Na responsabilidade extracontratual ou aquiliana a ocorrência do fato ilícito (ex:

uma batida de carro) faz surgir a obrigação de indenizar. Como a responsabilidade civil

subjetiva decorre de uma atividade extracontratual, a assertiva está correta.

Gabarito: Certa.

( ) 9. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) A responsabilidade, fundada no risco, consiste na obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no interesse do agente e sob seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o comportamento do lesante.

A base legal está no art. 927, § único do CC que consagra a possibilidade de

responsabilidade civil objetiva (independente de culpa).

Art. 927 do CC - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvidapelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

A responsabilidade civil fundada no risco da atividade configura-se quando a

atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano causar a pessoa determinada um

ônus maior do que aos demais membros da sociedade. Por ser uma espécie de

responsabilidade objetiva, a culpa é prescindível.

Gabarito: Certa.

III) Tendo como referência a classificação quanto ao agente a responsabilidade civil

pode ser direta ou indireta.

: ocorre quando o autor do dano é o responsável a) Responsabilidade civil direta pelo seu pagamento. Como exemplo temos o fato de A jogar uma pedra no carro

de B causando-lhe danos. Na situação apresentada é o próprio autor do dano que

deve ressarcir o lesado (B).

b) Responsabilidade civil indireta: também chamada de responsabilidade civil

complexa ou por fato de outrem (arts. 932 a 934 do CC), ocorre quando uma

pessoa é civilmente responsável, perante terceiros, por ações e omissões

perpetradas por outra pessoa. Mais adiante teceremos maiores detalhes.

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Por ocasião da responsabilidade civil subjetiva a culpa, elemento necessário,

pode ser classificada das seguintes formas:

I) Sob o critério da gravidade, a culpa pode ser grave (quando o agente atua com falha

grosseira ao dever de cuidado), leve (quando ocorre falta a um dever de cuidado

ordinário, comum a qualquer pessoa) ou levíssima (se caracteriza por um mero descuido

ou ausência de habilidade).

II) Sob o critério do conteúdo da conduta culposa , recorro às palavras do renomado

doutrinador César Fiúza: “a culpa, dependendo das circunstâncias em que ocorra, pode

se classificar em culpa in committendo, in omittendo, in vigilando, in custodiendo e in

eligendo.

In committendo é a culpa que ocorre em virtude de ação, atuação positiva

(comissão). Como exemplo, podemos citar o ato de avançar sinal luminoso. Já se a culpa

se der por omissão, por conduta negativa, teremos culpa in omittendo. Exemplo seria a

enfermeira se esquecer de dar remédio ao paciente.

Será in vigilando a culpa, se for fruto de falha no dever de vigiar. Tal é a culpa

dos pais pelos atos dos filhos em sua guarda. O dever, nesse caso, refere-se a vigiar

pessoas. Se referir-se a vigiar coisas, como animais, por exemplo, a culpa será in custodiendo, configurando-se por falha no dever de guardar, custodiar. Essa é a culpa

do detentor do animal, pelos danos que este venha a provocar.

A culpa in eligendo é aquela que resulta da má escolha. Quando se escolhe mal

uma pessoa para desempenhar certa tarefa, resultando danos, a responsabilidade é

daquele que escolheu mal. É o caso do patrão, que responde pelos danos causados por

seus empregados em serviço; do procurador que responde pelos atos daquele a quem

substabelecer.”

III) Sob o critério do modo de apreciação, a culpa pode ser in concreto (ocorre quando,

no caso concreto, se limita ao exame da imprudência ou negligência do agente) ou in

abstrato (quando se faz uma análise comparativa da conduta do agente com a do

homem médio ou da pessoa normal).

10. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 1998) Em relação aos modos de apreciação da culpa do agente, no caso em julgamento, terse-á culpa in abstrato, quando

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a) se atém ao exame da imprudência do agente b) se percebe que o ato lesivo só seria evitável por uma atenção extraordinária c) se leva em conta a questão da negligência do agente d) se faz uma análise comparativa da conduta do agente com a do homem normal e) se verifica que a lesão de direito adveio de uma abstenção

Gabarito: Letra D. Conforme comentários acima.

IV) Com base no critério da natureza do dever violado , a culpa pode ser contratual(quando o dever se funda em um contrato – ex: se o locatário de um imóvel não cumpre

com a obrigação constante do contrato de locação) ou extracontratual/aquiliana (quando a obrigação de indenizar se origina da violação de um preceito geral de direito –

ex: quando uma pessoa empresta o carro para um sobrinho menor que vem a colidir com

outro automóvel).

11. (ESAF - Procurador - PGFN – 2007) Quanto ao conteúdo da conduta culposa, a culpa poderá ser a) grave, leve ou levíssima. b) in committendo, in ommittendo, in eligendo, in vigilando ou in custodiendo. c) in abstracto ou in concreto. d) aquiliana ou juris et de jure. e) contratual ou extracontratual.

Gabarito: Letra B. Conforme comentários anteriores.

12. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A falta de cautela ou atenção em relação a uma pessoa, animal ou objeto sob os cuidados do agente, que provoca dano a alguém, é considerada quanto ao conteúdo da conduta culposa a) culpa in committendo. b) culpa in abstrato. c) culpa in custodiendo. d) culpa in concreto. e) culpa in omittendo.

Gabarito: Letra E. É o exemplo do caso da enfermeira que esquece de dar o remédio ao

paciente.

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O universo dos casos de responsabilidade civil é enorme, ultrapassa em muito os

exemplos do Código Civil, entretanto o edital do concurso se refere, apenas, aos casos lá

citados. Vamos aos principais:

1) Responsabilidade dos empresários e empresas por vícios de produtos (art. 931 do CC).

Art. 931 do CC - Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

Trata-se de responsabilidade civil objetiva que independe de culpa, isto é, as

empresas e até mesmo os empresários individuais que exercem exploração industrial

responderão, na relação de consumo, pelos danos físico-psíquicos provocados pelos

seus produtos postos em circulação.

( ) 13. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho - 2003) Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

Gabarito: Certa. Conforme comentários acima.

2) Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC).

Art. 928 do CC - O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

Se uma pessoa incapaz tiver recursos econômicos e lesar outrem, então deverá,

equitativamente, indenizar os prejuízos que causou, caso o seu responsável não tenha a

obrigação de arcar com tal ressarcimento ou não tenha meios suficientes para tanto.

Trata-se de uma forma de responsabilidade subsidiária e mitigada em que

primeiro responderá o representante do incapaz com seus bens e, posteriormente, o

próprio incapaz.

3) Responsabilidade por fato de terceiros (arts 932 a 934 do CC).

Art. 932 do CC - São também responsáveis pela reparação civil:

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I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.

Art. 933 do CC - As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, aindaque não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

No que tange à responsabilidade por fato de terceiro, o CC consagrou, através do

art. 933, a responsabilidade civil objetiva (independe de culpa). Dessa forma, não é

necessária a culpa dos responsáveis (pais, tutores, curadores, empregadores, comitentes

e donos de hotéis) para haver responsabilidade civil, entretanto, é necessário que a vítima

comprove a culpa do incapaz, do empregado, dos hóspedes e educandos. Configurada

essa culpa, há uma presunção absoluta (juris et de jure), aquela que não admite prova

em contrário, de que aquelas pessoas são também responsáveis.

14. (ESAF - Auditor – SEFAZ-PI – 2001) Quando a norma estabelecer verdade legal, não admitindo prova contrária ao fato presumido, ter-se-á: a) presunção simples b) presunção hominis c) presunção juris et de jure d) arbitramento e) presunção juris tantum

Quando a norma estabelece verdade legal, mas admite prova contrária ao fato

presumido temos uma presunção relativa (júris tantum).

Gabarito: Letra C. Conforme explicações acima.

Dessa forma, para a vítima obter indenização, deve provar apenas duas coisas:

1) a relação de subordinação entre o causador do dano e a pessoa mencionada no

art. 932 do CC; e

2) a culpa do causador do dano.

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Os pais apenas serão obrigados a indenizar os atos ilícitos dos filhos menores se

estes estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. Dessa forma, a guarda é

essencial para fazer surgir a responsabilidade civil dos pais pelos filhos menores que

é objetiva. Se, em um caso de separação judicial, o menor permanece sob a guarda

exclusiva da mãe, só ela responde pela indenização, excluindo-se a responsabilidade do

pai. No caso de emancipação, sendo esta legal, exclui-se a responsabilidade dos pais;

entretanto, tal responsabilidade subsiste se a emancipação for voluntária.

A responsabilidade civil dos tutores e curadores sobre os respectivos tutelados

e curatelados é idêntica a dos pais, ou seja, é objetiva e também depende da relação de

guarda e companhia.

A responsabilidade do empregador ou comitente pelos danos causados pelos

seus empregados, serviçais e prepostos, depende de três requisitos:

1) relação de subordinação, não sendo necessários a remuneração e a habitualidade

de prestação de serviços por parte do preposto;

2) culpa do empregado ou comitente; e

3) que o ato danoso tenha sido praticado no exercício do emprego ou por ocasião

dele.

Estando presentes tais requisitos, presume-se a responsabilidade objetiva do

patrão (independente de culpa). Este, para se eximir da responsabilidade deve provar que

o dano não foi causado pelo seu empregado ou preposto ou que o dano não foi causado

no exercício do trabalho ou razão dele.

Percebe-se então que, ao selecionar seus auxiliares, compete ao empregador ou

preposto proceder criteriosamente, com a finalidade de admitir pessoas responsáveis e

moralmente bem formadas. Entretanto, a falha em tal procedimento de escolha pode levá-

lo a responder, objetivamente, por danos causados a terceiros no período de seu

trabalho. Essa responsabilidade indireta ou secundária do comitente ou empregador

independe da comprovação de sua culpa in eligendo e in vigilando. Mas ressalta-se a

necessidade de que o ato tenha sido praticado de forma intencional ou de forma culposa.

15. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) A responsabilidade civil do empregador por ato lesivo de seu empregado, no exercício do trabalho, é:

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a) subjetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente. b) objetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente. c) complexa, quanto ao fundamento, e objetiva quanto ao agente. d) subjetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente. e) objetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente.

Quando ao fundamento a responsabilidade civil do empregador é objetiva, pois

independe de culpa. Quanto ao agente é indireta, pois o empregador ou comitente é

civilmente responsável, perante terceiros, por ações e omissões perpetradas por outra

pessoa (empregado ou comissário).

Gabarito: Letra B.

( ) 16. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) Comitente só responde perante o

lesado por ato do preposto se conseguir comprovar que este agiu com culpa.

Gabarito: Errada. A responsabilidade é objetiva, independente de culpa.

( ) 17. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, responsabiliza-se objetivamente pela reparação civil, pouco importando que se demonstre que não concorreu para o prejuízo por culpa ou negligência de sua parte.

Gabarito: Certa. Semelhante à questão anterior, mas de forma invertida.

( ) 18. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, responde subjetivamente pelo dano moral e patrimonial.

Gabarito: Errada. A responsabilidade é objetiva.

( ) 19. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que

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lhes competir ou em razão dele, tem responsabilidade civil subjetiva por haver presunção júris tantum de culpa in eligendo e in vigilando.

Gabarito: Errada. A responsabilidade civil é objetiva. Ou seja, havendo ou não culpa in

eligendo e in vigilando, o empregador ou comitente será obrigado a indenizar.

( ) 20. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e enganos de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando que não houve culpa in eligendo ou in

vigilando.

Mesmo provando o empregador que não errou na escolha do seu empregado

(culpa in eligendo) ou que não errou no seu dever de vigilância (culpa in vigilando), haverá

responsabilidade civil objetiva (independe de culpa).

Gabarito: Certa.

( ) 21. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, não tem qualquer obrigação de reparar dano por eles causado a terceiro.

Gabarito: Errada. Dispensa comentários.

( ) 22. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado ao consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu.

Gabarito: Certa. O ato lesivo ocorreu no exercício do trabalho devendo o empregador ser

responsabilizado objetivamente.

( ) 23. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) A pessoa jurídica de direito privado responde como preponente pelos atos de seus empregados ou prepostos (responsabilidade por fato de terceiro), como também pelos de seus órgãos (diretores, administradores, assembléias).

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Gabarito: Certa. Trata-se de um exemplo de responsabilidade do empregador ou

comitente onde a pessoa jurídica é representada pelos seus empregados ou prepostos e

pelos seus órgãos.

A responsabilidade civil dos donos de hotéis, casas de hospedagem e educadores também é objetiva. Nos dois primeiros casos o hóspede lesado apenas

deverá provar o contrato de hospedagem e o dano dele resultante. No terceiro caso

(educadores), a responsabilidade civil depende de três requisitos:

1) que o dano tenha sido causado no momento em que o aluno estava em sua

vigilância e autoridade, pois, fora desse momento, a escola só pode responder

subjetivamente, isto é, mediante demonstração de culpa;

2) que o aluno seja menor, pois o aluno maior não se submete a vigilância; e

3) que o ensino seja remunerado, isto é, com a finalidade lucrativa.

Ressalta-se que no caso dos donos de hotéis e casas de hospedagem, a

responsabilidade pode ser excluída se houver caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva

da vítima ou de terceiro.

Entretanto, é possível que os responsáveis por fato de terceiros consigam reaver o

que houverem pago através do exercício do direito de regresso (art. 934 do CC).

Art. 934 do CC - Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.

Percebe-se, porém, que tal direito não assiste aos pais tutores e curadores, pois a

sua responsabilidade emana de atos praticados por pessoas incapazes (filho menor,

pupilo ou maior interditado).

( ) 24. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, tem responsabilidade civil objetiva por não existir presunção júris tantum de culpa, mas não poderá reaver o que pagou reembolsando-se da soma indenizatória despendida.

Gabarito: Errada. Nos termos do art. 934 do CC, o empregador ou comitente poderá

exercer o seu direito de regresso e reaver o que pagou reembolsando-se da soma

indenizatória despendida.

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( ) 25. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que pagou ao lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho.

Gabarito: Certa. Conforme explicações anteriores.

Para encerrar o comentário dos incisos do art. 932 do CC, temos a

responsabilidade civil dos beneficiários em produtos de crime. É desnecessário dizer

que tal responsabilidade é objetiva, exigindo-se a obrigação de devolver a coisa à vítima

com base no enriquecimento injusto, mesmo que tenha recebido o produto do crime de

forma gratuita e inocente.

26. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2006) Constituem caso de responsabilidade civil por ato de outrem, exceto a) os pais, pelos filhos menores que estiverem sob seu poder e companhia, mesmo se comprovado que agiu de maneira incensurável quanto à vigilância e educação do menor. b) o tutor ou curador, pelos atos praticados pelos pupilos e curatelados, tenha ou não apurado sem culpa. c) o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho ou por ocasião dele. d) os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, menos para fins de educação, pelos seus hóspedes e moradores, havendo, ou não, culpa in vigilando e in eligendo. e) os que houverem participado nos produtos do crime, mesmo os que não participaram do delito mas receberam o seu produto.

Todas as opções estão relacionadas aos incisos do art. 932 do CC e representam

casos de responsabilidade civil por fato de terceiros. Entretanto, a alternativa “D” possui

uma expressão que a tornou incorreta: “menos para fins de educação”. No art. 932, IV do

CC, a expressão original é: “mesmo para fins de educação”.

Gabarito: Letra D.

4) Responsabilidade por fato de animal (art. 936 do CC).

Art. 936 do CC - O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

O art. 936 do CC prevê que o dono do animal ou o seu detentor será responsável

objetivamente pelos danos causados por ele, a não ser que prove o seguinte:

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1) que guardava e vigiava o animal com o cuidado necessário; ou

2) que o animal foi provocado; ou

3) que houve imprudência do ofendido; ou

4) que o fato resultou de caso fortuito ou força maior.

( ) 27. (ESAF - Advogado do IRB - 2004) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

5) Responsabilidade pelo fato de coisa inanimada (arts. 937 e 938 do CC).

Art. 937 do CC - O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.

Art. 938 do CC - Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.

A teoria da guarda atribui ao dono da coisa a responsabilidade de reparar o dano

causado a terceiro. Dessa forma, nas duas situações elencadas acima, a

responsabilidade é objetiva.

Como exemplo de situação amparada pelo art. 937 do CC, temos a marquise de

um edifício que desaba sobre uma pessoa. Nesse caso a responsabilidade civil do dono

do prédio é objetiva, cabendo, entretanto, ação regressiva contra o culpado.

Para o art. 938 do CC, cabe como exemplo o vaso de planta que, em decorrente

de forte ventania, cai da janela onde estava colocado. Tal responsabilidade também será

objetiva e deverá recair sobre o habitante do prédio, mesmo que o proprietário seja outro

(ex: aluguel).

RESPONSABILIDADE CIVIL x RESPONSABILIDADE CRIMINAL

Aquele que pratica um ato ilícito pode sofrer até 3 processos (na esfera

administrativa, na esfera civil e na esfera penal). A regra é que as decisões tomadas em

um processo não vinculam os outros. Porém, esta não é uma regra absoluta. Como quase

tudo no Direito, esta regra possui exceções (art. 935 do CC):

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Art. 935 do CC - A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

Embora a regra seja a independência das esferas, não se pode mais questionar no

juízo cível algumas questões, quando elas já se encontrarem decididas no juízo criminal.

São elas:

• a existência do fato, isto é, a ocorrência do crime e suas conseqüências (engloba-se

aqui eventual excludente de criminalidade, como veremos);

• ou de quem seja o seu autor, ou seja, a autoria do delito.

No art. 939 do CC o legislador tratou da responsabilidade civil daquele que

demandar por dívida não vencida.

Art. 939 do CC - O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.

Sobre a responsabilidade do demandante por débito já solvido ou por quantia indevida, vejamos o art. 940 do CC:

Art. 940 do CC - Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.

Temos no dispositivo legal acima duas situações:

1) cobrança de dívida já paga: neste caso aquele que efetuar a cobrança judicialmente,

mediante prova de má-fé, de dívida que já foi paga ficará obrigado a pagar o dobro do que

foi cobrado;

2) cobrança de quantia indevida: neste caso o credor deverá pagar ao devedor uma

quantia equivalente à exigida indevidamente.

Art. 941 do CC - As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.

Como regra, se o autor desistir da ação por ocasião da cobrança antecipada, cobrança de

dívida já paga e da cobrança de quantia indevida, caracteriza-se um reconhecimento de seu erro e,

com isso, não serão cabíveis as indenizações dos dois artigos anteriores.

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Art. 942 do CC - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.

O art. 942 do CC dispõe que os bens do patrimônio do responsável pelo dano

ficarão sujeitos à reparação do ato ilícito praticado. Caso a ofensa tenha mais de um

autor, haverá solidariedade na obrigação de indenizar.

Art. 943 do CC - O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.

Ressalta-se também que a obrigação de exigir a reparação civil e de prestá-la

transmite-se através da sucessão causa mortis, mas é uma transmissão limitada, quanto

à responsabilidade do sucessor, aos limites da herança.

Já estudamos a origem da responsabilidade civil que é o ato ilícito. Estudamos

também as espécies de responsabilidade civil (subjetiva e objetiva). Porém, está faltando

tratarmos da conseqüência gerada pelo ato danoso a outrem que é a indenização.

Vejamos o gráfico esquemático a seguir:

ATO ILÍCITO RESPONSABILIDADE CIVIL INDENIZAÇÃO

Os arts. 944 a 954 do CC tratam da indenização. Vamos a eles:

Art. 944 do CC - A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

A indenização deve ser proporcional ao dano provocado. Dessa forma,

comparando dois acidentes com automóveis, imagine um primeiro onde ocorreu apenas

um arranhão na pintura e um segundo onde houve perda total do carro. No primeiro

acidente a indenização deverá ser menor que a indenização do segundo.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

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O art. 945 do CC trata da concorrência de culpas do agente causador do dano e

da vítima. Dessa forma, se a vítima não age com a cautela necessária para atravessar a

rua em local apropriado, vindo a ser atropelada, será justificável a redução proporcional

do valor indenizatório em razão da culpa concorrente.

Art. 946 do CC - Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.

Líquida é a obrigação certa quanto a sua existência e determinada quanto a seu

objeto, de modo que, se tiver valor indeterminado, deverá ser apurada na conformidade

da lei processual (arts. 603 a 611 do CPC), que fixa as formas de liquidação da sentença

ou da convenção entre as partes.

Art. 947 do CC - Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.

Como regra, a obrigação de reparar o dano provocado deve ocorrer através de

uma reconstituição natural. Ou seja, se um objeto foi destruído, outro igual deve ser

entregue. Entretanto, não podendo ser entregue um igual, a obrigação de indenizar é

extinta através do pagamento de um valor em moeda corrente igual ao do objeto

destruído.

Art. 948 do CC - No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.

A morte de um membro da família pode acarretar dano moral a outro membro

dessa mesma família em decorrência da dor sentimental pela morte do ente querido, bem

como ao cônjuge que sofre a perda de seu consorte, ou ao convivente cujo companheiro

é morto, ou ao pai ou mãe que sofre a perda do filho. Se a morte ocorre pela prática de

um ato ilícito, então caberá a aplicação dos princípios da responsabilidade civil por dano

moral, com o estabelecimento da devida indenização.

A indenização por dano moral no caso do homicídio não exclui os danos materiais

citados nos incisos I e II.

Art. 949 do CC - No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

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O art. 949 do CC tem em vista a reparação dos danos materiais (despesas de

tratamento e lucros cessantes) e dos danos morais resultantes de ofensa à integridade

física, que é direito da personalidade, pelo qual se tutela a incolumidade do corpo e da

mente.

Art. 950 do CC - Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Este dispositivo trata de ofensa à integridade física que acarreta defeito que

impossibilite ou diminua a capacidade de trabalho da vítima, estabelecendo indenização

pelos danos materiais: despesas de tratamento, lucros cessantes até o fim da

convalescença e pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou

ou da depreciação sofrida.

Art. 951 do CC - O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.

O art. 951 do CC consagra a responsabilidade civil subjetiva de médico, cirurgião,

farmacêutico, parteira e dentista por erro profissional. As pessoas que atuam

profissionalmente na área da saúde assumem obrigações, via de regra, de meio. Desse

modo, a responsabilidade é subjetiva, porque, se a obrigação é de meio e não de

resultado, deve a vítima ou lesado provar que o profissional não se utilizou de todos os

meios a seu alcance para obter o direito à indenização.

Art. 952 do CC - Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado. Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.

Se o lesante usurpar, apoderando-se ilegal, violenta ou fraudulentamente de coisa,

ou esbulhar o alheio, tomando ilicitamente a posse do titular do bem, privando-o de seu

exercício, a indenização consistirá na devolução do bem (in natura), acrescida de

pagamento de perdas e danos.

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Art. 953 do CC - A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido. Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.

Este dispositivo estabelece a reparação dos danos por violação à honra que é um direito da personalidade composto de dois aspectos: objetivo ou externo (relacionado com a consideração social) e subjetivo ou interno(relacionado com a autoestima). Nestes dois aspectos está contido o caráter múltiplo da honra: individual, civil, política, profissional, científica, artística etc.

Art. 954 do CC - A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: I - o cárcere privado; II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé; III - a prisão ilegal.

Finalizando o nosso estudo teórico, temos o art. 954 do CC que trata da reparação

do dano por ofensa à liberdade pessoal.

.............................................................................................................................................

Terminamos por aqui !!!!!

Espero que tenham gostado e vamos às questões.

Dicler.

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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS

( ) 1. (BACEN - Procurador – 2002) A destruição de vidro de uma vitrina por um

desordeiro é dano indireto e o estrago causado pelas chuvas nos artigos expostos, em razão da falta de vidro, é dano direto.

( ) 2. (BACEN - Procurador – 2002) A perda de coisa com valor afetivo é dano moral indireto.

3. (CESGRANRIO - ADVOGADO JUNIOR – PETROBRAS – 2006) O Código Civil de 2002 considera como hipótese de ato lícito sujeito à reparação do dano o ato praticado: a) em estado de necessidade. b) em legítima defesa. c) com abuso do direito. d) sob a influência de temor reverencial. e) no exercício regular de um direito reconhecido.

4. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho - 2003) Aquele que, em sua propriedade, usa cerca eletrificada que possa causar a morte do invasor: a) age em legítima defesa. b) atua no exercício normal de um direito reconhecido. c) atende a um estado de necessidade, ante a violência urbana. d) pratica ato emulativo. e) age ilicitamente, por haver abuso de direito ou exercício irregular de um direito.

5. (ESAF – AGU – 1998) A responsabilidade civil, classificada quanto ao seu fato gerador, resultante da violação de um dever geral de abstenção pertinente aos direitos reais ou de personalidade, é a a) direta b) subjetiva c) objetiva d) extracontratual e) indireta

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( ) 6. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) O proprietário de um automóvel, que vier a emprestá-lo a um sobrinho, sem carta de habilitação, ocasionando um acidente, terá culpa aquiliana.

7. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2007) Se um escritor, culposamente, não entregar ao editor, no prazo estipulado no contrato, a obra prometida, a sua responsabilidade, quanto ao fato gerador, será: a) objetiva b) indireta c) contratual d) direta e) subjetiva

( ) 8. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) Na responsabilidade subjetiva o ilícito é o seu fato gerador.

( ) 9. (ESAF - BACEN - Procurador – 2002) A responsabilidade, fundada no risco, consiste na obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no interesse do agente e sob seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o comportamento do lesante.

10. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 1998) Em relação aos modos de apreciação da culpa do agente, no caso em julgamento, terse-á culpa in abstrato, quando a) se atém ao exame da imprudência do agente b) se percebe que o ato lesivo só seria evitável por uma atenção extraordinária c) se leva em conta a questão da negligência do agente d) se faz uma análise comparativa da conduta do agente com a do homem normal e) se verifica que a lesão de direito adveio de uma abstenção

11. (ESAF - PGFN – Procurador da Fazenda Nacional - 2007) Quanto ao conteúdo da conduta culposa, a culpa poderá ser a) grave, leve ou levíssima. b) in committendo, in ommittendo, in eligendo, in vigilando ou in custodiendo. c) in abstracto ou in concreto. d) aquiliana ou juris et de jure. e) contratual ou extracontratual.

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12. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A falta de cautela ou atenção em relação a uma pessoa, animal ou objeto sob os cuidados do agente, que provoca dano a alguém, é considerada quanto ao conteúdo da conduta culposa a) culpa in committendo. b) culpa in abstrato. c) culpa in custodiendo. d) culpa in concreto. e) culpa in omittendo.

( ) 13. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho - 2003) Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

14. (ESAF - Auditor – SEFAZ-PI – 2001) Quando a norma estabelecer verdade legal, não admitindo prova contrária ao fato presumido, ter-se-á: a) presunção simples b) presunção hominis c) presunção juris et de jure d) arbitramento e) presunção juris tantum

15. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho - 2003) A responsabilidade civil do empregador por ato lesivo de seu empregado, no exercício do trabalho, é: a) subjetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente. b) objetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente. c) complexa, quanto ao fundamento, e objetiva quanto ao agente. d) subjetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente. e) objetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente.

( ) 16. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) Comitente só responde perante o lesado por ato do preposto se conseguir comprovar que este agiu com culpa.

( ) 17. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, responsabiliza-se objetivamente pela reparação civil, pouco importando que se demonstre que não concorreu para o prejuízo por culpa ou negligência de sua parte.

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( ) 18. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que

lhes competir ou em razão dele, responde subjetivamente pelo dano moral e patrimonial.

( ) 19. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, tem responsabilidade civil subjetiva por haver presunção júris tantum de culpa in eligendo e in vigilando.

( ) 20. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e enganos de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando que não houve culpa in eligendo ou in

vigilando.

( ) 21. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, não tem qualquer obrigação de reparar dano por eles causado a terceiro.

( ) 22. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado ao consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu.

( ) 23. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) A pessoa jurídica de direito privado responde como preponente pelos atos de seus empregados ou prepostos (responsabilidade por fato de terceiro), como também pelos de seus órgãos (diretores, administradores, assembléias).

( ) 24. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho – 2006) O empregador ou comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em razão dele, tem responsabilidade civil objetiva por não existir

presunção júris tantum de culpa, mas não poderá reaver o que pagou reembolsando-se da soma indenizatória despendida.

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( ) 25. (ESAF – AFT - Fiscal do Trabalho 2003) O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que pagou ao lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho.

26. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2006) Constituem caso de responsabilidade civil por ato de outrem, exceto a) os pais, pelos filhos menores que estiverem sob seu poder e companhia, mesmo se comprovado que agiu de maneira incensurável quanto à vigilância e educação do menor. b) o tutor ou curador, pelos atos praticados pelos pupilos e curatelados, tenha ou não apurado sem culpa. c) o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho ou por ocasião dele. d) os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, menos para fins de educação, pelos seus hóspedes e moradores, havendo, ou não, culpa in vigilando e in eligendo. e) os que houverem participado nos produtos do crime, mesmo os que não participaram do delito mas receberam o seu produto.

( ) 27. (ESAF - Advogado do IRB - 2004) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

Gabarito: 1-errada 2-certa 3-A 4-E 5-D 6-certa 7-C 8-certa 9-certa 10-D 11-B 12-E

13-certa 14-C 15-B 16-errada 17-certa 18-errada 19-errada 20-certa 21-errada 22-certa

23-certa 24-errada 25-certa 26-D 27-certa

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LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADOS DA BANCA CESPE/UnB

1. (PGE-PI – Procurador Substituto – 2008) Para se configurar a responsabilidade

por ato ilícito, ainda que não tenha causado efetivo prejuízo, é necessária, no momento da conduta, a verificação de dolo ou culpa por parte do agente, bem como a verificação da gradação da culpa em grave, leve ou levíssima.

1. ERRADA. Para que se configure o ato ilícito é necessário haver prejuízo (ocorrência de

dano).

2. (OAB-ES – Exame da Ordem – 2004) O ato praticado com abuso de direito, mesmo se não houver causado dano à vítima ou ao seu patrimônio, resulta em dever de indenizar em virtude da violação a um dever de conduta.

2. ERRADA. Conforme comentários da questão anterior.

3. (MPE/RN – Promotor de Justiça Substituto - 2009) O dano moral é decorrência de violação a direito da personalidade, caracterizado o prejuízo pelo simples atentado

aos interesses jurídicos personalíssimos, independentemente da dor e do sofrimento causados ao titular.

3. CERTA. Na atual ordem jurídica constitucional, dano moral não é mais entendido

apenas como aquele que atinge o âmbito psíquico da pessoa, causando-lhe "grande

abalo psicológico", mas sim como aquele que atinge os direitos da personalidade do

indivíduo, bem como a sua dignidade.

A dor, o sofrimento, o vexame, o abalo emocional, etc., são consequências do dano

moral, e não sua causa, de modo que "pode ofensa à dignidade da pessoa humana sem

dor, vexame, sofrimento, assim como pode haver dor, vexame e sofrimento sem violação

da dignidade" (CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil. 6ª

edição. São Paulo: Malheiros, 2006, pag. 101).

4. (PGM/Vitória-ES – Procurador - 2007) No campo jurídico, quando algo provoca defeito na aparência da vítima que seja capaz de extrapolar os limites da dor moral, fica caracterizado o dano estético. A indenização por esse dano é vinculada e

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integra a indenização por dano moral, tornando, assim, licitamente impossível a cumulação de ambos, ainda que esses danos sejam decorrentes do mesmo fato.

4. ERRADA. De acordo com a súmula 387 do STJ é possível a cumulação do dano moral

com o dano estético.

5. (OAB-ES – Exame da Ordem – 2004) O dano patrimonial atinge os bens jurídicos que integram o patrimônio da vítima. Por patrimônio deve-se entender o conjunto das relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis em dinheiro, bem como aqueles direitos integrantes da personalidade de uma pessoa.

5. ERRADA. Os direitos integrantes da personalidade de uma pessoa são bens

extrapatrimoniais e, por isso, podem gerar um dano moral e não patrimonial.

6. (TRE/BA – Analista Judiciário – 2010) Comete ato ilícito e está sujeito à reparação civil a pessoa que, sendo titular de um direito, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

6. CERTA. A questão trata do abuso de direito consagrado no art. 187 do CC.

7. (CER-RR – Advogado – 2004) Não constituem atos ilícitos os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido.

7. CERTA. As duas hipóteses citadas na questão funcionam como excludentes de ilicitude

nos termos do art. 188 do CC.

8. (MPE-RR - Oficial de Promotoria - 2008) A legítima defesa exercida moderadamente para afastar o perigo é uma das situações em que o Código Civil exclui a ilicitude do ato.

8. CERTA. Conforme o art. 188, I do CC.

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9. (CREA-DF – Advogado – 2003) O proprietário que edifica um terreno próprio de forma regular e, por conseqüência, impede a vista do vizinho para um belo bosque, bem como o acesso à avenida principal, o que obriga o vizinho a percorrer

diariamente mais de 5 km, não está obrigado a indenizar o vizinho pelos prejuízos sofridos.

9. CERTA. Na situação narrada o proprietário agiu no exercício regular de um direito e,

por isso, não praticou ato ilícito.

10. (PGE-PI – Procurador Substituto – 2008) Os atos ilícitos praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito, que provoquem deterioração ou destruição da coisa alheia ou lesão a pessoa, não geram o dever de indenizar.

10. ERRADA. Se houve deterioração ou destruição da coisa alheia ou lesão a pessoa é

possível haver indenização, mesmo que a ilicitude fique excluída.

11. (PGM/Boa Vista – RR – Procurador – 2010) A destruição de coisa alheia a fim de remover perigo iminente não constitui ato ilícito civil, sobretudo se as

circunstâncias a tornarem absolutamente necessária, e o agente não exceder os limites do indispensável para a remoção do perigo.

11. CERTA. Conforme o art. 188, II do CC que trata do estado de necessidade.

12. (PGE-PI – Procurador Substituto – 2008) O abuso de direito, que é uma das fontes de obrigações, caracteriza-se não pela incidência da violação formal a direito, mas pela extrapolação dos limites impostos pelo ordenamento jurídico para o seu exercício.

12, CERTA. De acordo com o art. 187 do CC.

13. (DETRAN-PA - Procurador Autárquico - 2006) O abuso de direito é uma das

fontes de obrigações; sua caracterização não depende de violação formal a uma norma, mas de um desvio do agente às suas finalidades sociais, extrapolando as limitações impostas pelo ordenamento jurídico.

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13. CERTA. De acordo com o art. 187 do CC.

14. (DETRAN/DF – Analista de Trânsito - Direito e Legislação - 2009) A responsabilidade civil em casos excepcionais pode existir sem a relação de causalidade entre o dano e o respectivo evento danoso.

14. ERRADA. Para que se configure a responsabilidade civil, três elementos são

necessários: a conduta, o nexo causal e o dano. Ou seja, não há obrigação de indenizar

se não houver nexo causal.

15. (OAB-ES – Exame da Ordem – 2004) Se houve o dano, mas a sua causa não está relacionada com a conduta do agente, não há relação de causalidade nem obrigação de indenizar.

15. CERTA. Conforme os comentários da questão anterior.

16. (TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) Via de regra, a responsabilidade do empresário individual por danos causados pelos produtos por ele postos em circulação é subjetiva.

A base legal para a solução da questão está no art. 931 do CC.

Art. 931 do CC - Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresáriosindividuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

Diante do dispositivo legal em destaque, percebe-se que a responsabilidade civil

dos empresários individuais e das empresas filia-se à teoria objetiva, pois independe de

culpa.

Gabarito: Errada.

17. (DPE-CE - Defensor Público - 2008) A responsabilidade das empresas prestadoras de serviço público por dano causado, por ação ou omissão, a terceiro ou aos usuários do serviço é objetiva, pelo risco integral, não se eximindo dessa

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responsabilidade, ainda quando o dano ocorrer por culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, por caso fortuito ou força maior.

A teoria objetiva por sua vez, que se baseia no risco da atividade desenvolvida. A

teoria do risco teve diversas vertentes, destacando-se a do risco-integral e o risco-

administrativo:

- Risco-integral: a Administração responde invariavelmente pelo dano suportado

por terceiro, ainda que decorrente de culpa exclusiva deste, ou até mesmo de

dolo.

- Risco-administrativo: a responsabilidade civil do Estado por atos comissivos ou

omissivos de seus agentes, é de natureza objetiva, ou seja, dispensa a

comprovação de culpa. Entretanto, a responsabilidade poderia ser excluída por

culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior.

Diante disso, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, § 6º, versa que “as

pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços

públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a

terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou

culpa". Ou seja, consagra-se a teoria do risco-administrativo

Gabarito: Errada.

18. (MPE-AM - Técnico Jurídico - 2008) A responsabilidade civil por ato de terceiro é objetiva e permite estender a obrigação de reparar o dano à pessoa diversa daquela que praticou a conduta danosa, desde que exista uma relação jurídica entre o causador do dano e o responsável pela indenização, ainda que não haja culpa de sua parte.

O ato ilícito que enseja a responsabilidade civil pode ser praticado pelo próprio

imputado ou por terceiro que esteja sob a sua esfera jurídica. Se o ato é praticado pelo

próprio imputado, a responsabilidade civil classifica-se como direta. Se o ato é praticado

por terceiro, ligado ao imputado, sendo que essa ligação deve constar da lei, a

responsabilidade é indireta. A responsabilidade indireta ou por fato de terceiro é

consagrada nos arts. 932 e 933 do CC.

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Art. 932 do CC - São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Art. 933 do CC - As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Através da leitura do art. 933 do CC, percebemos a responsabilidade civil das

pessoas enumeradas no art. 932 é do tipo objetiva, pois independe de culpa.

Gabarito: Certa.

19. (TRE/BA – Analista Judiciário – 2010) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas responsáveis por ele não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes para tal ação.

Muitos pensam que pelo fato do incapaz não pode ser responsabilizado civilmente

pelos atos que ele pratica devendo sempre a responsabilidade cair em cima de seu

representante. Entretanto tal pensamento está errado. Basta analisarmos o art. 928 do

CC.

Art. 928 do CC - O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

O INCAPAZ PODE SER RESPONSABILIZADO CIVILMENTE ! ! !

Gabarito: Certa.

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20. (TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) A responsabilidade civil dos incapazes, nas hipóteses expressamente previstas no Código Civil brasileiro, é subsidiária em relação à responsabilidade de seus representantes.

Conforme comentários iniciados na questão anterior, a responsabilidade do

incapaz é do tipo subsidiária. Ou seja, o incapaz só será obrigado a indenizar se as

pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de

meios suficientes. Ressalta-se, que não haverá indenização se esta retirar do incapaz ou

das pessoas que dele dependam os meios para satisfazer as necessidades básicas.

Gabarito: Certa.

21. (Prefeitura de Rio Branco-AC - Procurador Jurídico - 2007) A responsabilidade subsidiária surge nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação pelo agente principal causador do dano. Com isso, pode-se dirigir a execução contra os outros agentes solidários também passíveis de responsabilização.

Gabarito: Certa. Quando se falar em responsabilidade civil subsidiária, pense no caso do

incapaz.

22. (MP-TO – Promotor Substituto 2004) Se a sentença cível transitada em julgado reconhecer a existência do fato danoso, o nexo de causalidade e a culpa do agente, condenando-o a reparar os danos, essas matérias não poderão mais ser questionadas na justiça criminal.

Aquele que pratica um ato ilícito pode sofrer até 3 processos (na esfera

administrativa, na esfera civil e na esfera penal). A regra é que as decisões tomadas em

um processo não vinculam os outros. Porém, esta não é uma regra absoluta. Como quase

tudo no Direito, esta regra possui exceções (art. 935 do CC):

Art. 935 do CC - A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

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Embora a regra seja a independência das esferas, não se pode mais questionar no

juízo cível algumas questões, quando elas já se encontrarem decididas no juízo criminal.

São elas:

• a existência do fato, isto é, a ocorrência do crime e suas conseqüências (engloba-se

aqui eventual excludente de criminalidade, como veremos);

• ou de quem seja o seu autor, ou seja, a autoria do delito.

Gabarito: Errada. A questão está invertida, pois é a esfera criminal que poderá vincular a

esfera civil.

23. (AGA-AC – Advogado – 2008) Presume-se a responsabilidade do dono ou detentor de animal pelos danos que este venha a causar a terceiros. A presunção só é ilidível pela prova, a ser produzida pelo dono ou detentor do animal, de que o

dano adveio de culpa da vítima ou de caso fortuito.

Veja o dispositivo a seguir:

Art. 936 do CC - O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

O art. 936 do CC prevê que o dono do animal ou o seu detentor será responsável

pelos danos causados por ele, a não ser que prove que:

• o guardava e o vigiava com o cuidado necessário;

• o animal foi provocado;

• houve imprudência do ofendido;

• o fato resultou de caso fortuito ou força maior.

Gabarito: Certa.

(TJ-SE – Juiz – 2004) Um vaso que se encontrava na janela do apartamento onde reside

Cláudia caiu, danificando o veículo de propriedade de Beatriz, que se encontrava

regularmente estacionado. Provou-se que Cláudia é inquilina e que o apartamento

pertence a Márcia. Acerca dessa situação hipotética, julgue os seguintes itens.

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24. A responsabilidade por fato das coisas funda-se no princípio da guarda e presume-se ser da proprietária do prédio, ou seja, a ação deve ser proposta contra Márcia.

25. Demandada em ação de indenização, poderá a ré eximir-se da obrigação de

indenizar, alegando culpa concorrente da vítima ao estacionar embaixo de uma janela.

Prevê o Código Civil, em seu art. 938, que aquele que habitar (proprietário,

locatário, comodatário, usufrutuário, etc.) uma casa ou parte dela responde pelos danos

provenientes das coisas que dela caírem ou forem lançadas (sólidas ou líquidas) em lugar

indevido.

Art. 938 do CC - Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.

Não importa que o objeto tenha caído acidentalmente, pois a ninguém é lícito pôr

em risco a segurança alheia. Ou seja, trata-se de um caso de responsabilidade civil

objetiva.

24. Errada. A ação deve ser proposta contra Cláudia, que é quem habita o prédio.

25. Errada. Trata-se de responsabilidade civil objetiva que independe da alegação de

culpa.

26. (TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) A admissão do dano moral, que não pode ser cumulado com o dano patrimonial, fundamenta-se unicamente no Código Civil.

Há fundamentação sobre a cumulação de indenizações por dano material e moral,

decorrentes de um mesmo fato, na súmula 37 do STJ.

Ou seja, a indenização por dano moral pode ser cumulada com indenização por

dano material.

Gabarito: Errada.

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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS DA BANCA CESPE/UnB

1. (PGE-PI – Procurador Substituto – 2008) Para se configurar a responsabilidade por ato ilícito, ainda que não tenha causado efetivo prejuízo, é necessária, no

momento da conduta, a verificação de dolo ou culpa por parte do agente, bem como a verificação da gradação da culpa em grave, leve ou levíssima.

2. (OAB-ES – Exame da Ordem – 2004) O ato praticado com abuso de direito,

mesmo se não houver causado dano à vítima ou ao seu patrimônio, resulta em dever de indenizar em virtude da violação a um dever de conduta.

3. (MPE/RN – Promotor de Justiça Substituto - 2009) O dano moral é decorrência de violação a direito da personalidade, caracterizado o prejuízo pelo simples atentado aos interesses jurídicos personalíssimos, independentemente da dor e do sofrimento causados ao titular.

4. (PGM/Vitória-ES – Procurador - 2007) No campo jurídico, quando algo provoca defeito na aparência da vítima que seja capaz de extrapolar os limites da dor moral, fica caracterizado o dano estético. A indenização por esse dano é vinculada e integra a indenização por dano moral, tornando, assim, licitamente impossível a cumulação de ambos, ainda que esses danos sejam decorrentes do mesmo fato.

5. (OAB-ES – Exame da Ordem – 2004) O dano patrimonial atinge os bens jurídicos que integram o patrimônio da vítima. Por patrimônio deve-se entender o conjunto das relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis em dinheiro, bem como aqueles direitos integrantes da personalidade de uma pessoa.

6. (TRE/BA – Analista Judiciário – 2010) Comete ato ilícito e está sujeito à reparação civil a pessoa que, sendo titular de um direito, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons

costumes.

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7. (CER-RR – Advogado – 2004) Não constituem atos ilícitos os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido.

8. (MPE-RR - Oficial de Promotoria - 2008) A legítima defesa exercida moderadamente para afastar o perigo é uma das situações em que o Código Civil exclui a ilicitude do ato.

9. (CREA-DF – Advogado – 2003) O proprietário que edifica um terreno próprio de forma regular e, por conseqüência, impede a vista do vizinho para um belo bosque, bem como o acesso à avenida principal, o que obriga o vizinho a percorrer diariamente mais de 5 km, não está obrigado a indenizar o vizinho pelos prejuízos sofridos.

10. (PGE-PI – Procurador Substituto – 2008) Os atos ilícitos praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito, que provoquem deterioração ou destruição da coisa alheia ou lesão a pessoa, não geram o dever de indenizar.

11. (PGM/Boa Vista – RR – Procurador – 2010) A destruição de coisa alheia a fim de remover perigo iminente não constitui ato ilícito civil, sobretudo se as circunstâncias a tornarem absolutamente necessária, e o agente não exceder os

limites do indispensável para a remoção do perigo.

12. (PGE-PI – Procurador Substituto – 2008) O abuso de direito, que é uma das fontes de obrigações, caracteriza-se não pela incidência da violação formal a direito, mas pela extrapolação dos limites impostos pelo ordenamento jurídico para o seu exercício.

13. (DETRAN-PA - Procurador Autárquico - 2006) O abuso de direito é uma das fontes de obrigações; sua caracterização não depende de violação formal a uma norma, mas de um desvio do agente às suas finalidades sociais, extrapolando as limitações impostas pelo ordenamento jurídico.

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14. (DETRAN/DF – Analista de Trânsito - Direito e Legislação - 2009) A responsabilidade civil em casos excepcionais pode existir sem a relação de causalidade entre o dano e o respectivo evento danoso.

15. (OAB-ES – Exame da Ordem – 2004) Se houve o dano, mas a sua causa não está relacionada com a conduta do agente, não há relação de causalidade nem obrigação de indenizar.

16. (TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) Via de regra, a responsabilidade do empresário individual por danos causados pelos produtos por ele postos em circulação é subjetiva.

17. (DPE-CE - Defensor Público - 2008) A responsabilidade das empresas prestadoras de serviço público por dano causado, por ação ou omissão, a terceiro ou aos usuários do serviço é objetiva, pelo risco integral, não se eximindo dessa responsabilidade, ainda quando o dano ocorrer por culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, por caso fortuito ou força maior.

18. (MPE-AM - Técnico Jurídico - 2008) A responsabilidade civil por ato de terceiro é objetiva e permite estender a obrigação de reparar o dano à pessoa diversa daquela que praticou a conduta danosa, desde que exista uma relação jurídica entre o causador do dano e o responsável pela indenização, ainda que não haja culpa de sua parte.

19. (TRE/BA – Analista Judiciário – 2010) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas responsáveis por ele não tiverem obrigação de fazê-lo ou

não dispuserem de meios suficientes para tal ação.

20. (TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) A responsabilidade civil dos incapazes, nas hipóteses expressamente previstas no Código Civil brasileiro, é subsidiária em relação à responsabilidade de seus representantes.

21. (Prefeitura de Rio Branco-AC - Procurador Jurídico - 2007) A responsabilidade subsidiária surge nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da

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obrigação pelo agente principal causador do dano. Com isso, pode-se dirigir a execução contra os outros agentes solidários também passíveis de responsabilização.

22. (MP-TO – Promotor Substituto 2004) Se a sentença cível transitada em julgado reconhecer a existência do fato danoso, o nexo de causalidade e a culpa do agente, condenando-o a reparar os danos, essas matérias não poderão mais ser questionadas na justiça criminal.

23. (AGA-AC – Advogado – 2008) Presume-se a responsabilidade do dono ou detentor de animal pelos danos que este venha a causar a terceiros. A presunção só é ilidível pela prova, a ser produzida pelo dono ou detentor do animal, de que o dano adveio de culpa da vítima ou de caso fortuito.

(TJ-SE – Juiz – 2004) Um vaso que se encontrava na janela do apartamento onde reside Cláudia caiu, danificando o veículo de propriedade de Beatriz, que se encontrava regularmente estacionado. Provou-se que Cláudia é inquilina e que o apartamento pertence a Márcia. Acerca dessa situação hipotética, julgue os seguintes itens.

24. A responsabilidade por fato das coisas funda-se no princípio da guarda e presume-se ser da proprietária do prédio, ou seja, a ação deve ser proposta contra Márcia.

25. Demandada em ação de indenização, poderá a ré eximir-se da obrigação de indenizar, alegando culpa concorrente da vítima ao estacionar embaixo de uma

janela.

26. (TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) A admissão do dano moral, que não pode ser cumulado com o dano patrimonial, fundamenta-se unicamente no Código Civil.

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GABARITO

1-E 2-E 3-C 4-E 5-E

6-C 7-C 8-C 9-C 10-E

11-C 12-C 13-C 14-E 15-C

16-E 17-E 18-C 19-C 20-C

21-C 22-E 23-C 24-E 25-E

26-E

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LISTA DE EXERCÍCIOS DA BANCA FCC

1. (TCE/PI – Assessor Jurídico – 2009) Haverá responsabilidade civil objetiva (A) quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza , risco para os direitos de outrem . (B) sempre que a lei não exigir expressa mente a comprovar o de culpa ou o reconhecimento da ilicitude do ato causador do dano. (C) somente quando a lei expressamente dispensar a comprovação de culpa do causador do dano. (D) apenas quando o dano tiver sido causado por servidor público no ex exercício de suas funções. (E) sempre que o causador do dano for incapaz .

2. (TRT 15ª - Técnico Judiciário - Área Administrativa – 2009) São responsáveis pela reparação civil, apenas se houver culpa de sua parte, (A) os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime até a concorrente quantia. (B) os pais, pelos atos praticados pelos filhos menores que estiverem sob a sua autoridade e em sua companhia. (C) o empregador ou comitente pelos atos praticados por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que a eles competir, ou em razão dele. (D) o autor do dano, quando a atividade por este normalmente desenvolvida implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. (E) os motoristas de veículos automóveis que se envolverem em colisão em via pública ou particular.

3. (MPE/CE – Promotor de Justiça – 2009) Na responsabilidade civil, a indenização mede-se pela extensão do dano, respondendo por ela o seu autor, (A) independentemente de culpa, bastando a comprovação do prejuízo e do nexo causal, salvo quando a lei expressamente se referir a conduta culposa ou dolosa como elemento essencial da responsabilidade. (B) mas, se ele for incapaz, a indenização será eqüitativa e não terá lugar se vier, a ele ou às pessoas que dele dependem, privar do necessário. (C) e o valor não poderá ser reduzido, ainda que a culpa do autor do dano seja leve. (D) não tendo nenhuma influência na fixação da indenização a concorrência da vítima, se esta agiu apenas culposa e não dolosamente. (E) e conjuntamente os curadores, tutores, pais e empregadores, se tiverem agido culposamente na vigilância dos curatelados, tutelados, filhos ou empregados.

4. (DPE/SP – Defensor Público – 2009) Com relação à reparação civil, considere as seguintes assertivas: I. Os incapazes respondem pelos prejuízos que causarem a outrem com a totalidade de seus bens. II. Os incapazes respondem pelos prejuízos que causarem se os seus responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de recursos suficientes. III. A indenização de danos causados por incapazes deverá ser equitativa e poderá não ter lugar se privá-los, bem como às pessoas que dele dependerem, do necessário para viver com dignidade. IV. A indenização dos prejuízos que os incapazes causarem a outrem deverá ter por medida a extensão do dano, isto é, deverá ser proporcional. V. Pelo prejuízo advindo em acidente automobilístico causado por ação de menor emancipado e com economia própria, a responsabilidade será solidária com os pais e com o proprietário do veículo. Estão corretas SOMENTE (A) I e IV. (B) I, IV e V. (C) II, III e V. (D) II, IV e V (E) III e IV.

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5. (DPE/MA – Defensor Público – 2009) No tocante à disciplina da responsabilidade civil, é correto afirmar: (A) Os pais são responsáveis objetivamente pela reparação civil dos danos causados por filhos menores ou, embora maiores de 18 anos, incapazes, ainda que estes não estejam sob sua autoridade e em sua companhia. (B) Para que ocorra a responsabilidade civil subjetiva, basta a existência de um dano material ou moral e de uma ação ou omissão dolosa ou culposa. (C) Na responsabilidade civil objetiva, a culpa exclusiva do prejudicado afasta o dever de reparação do causador do dano porque é causa de exclusão do dano. (D) Na responsabilidade civil objetiva, a culpa exclusiva do prejudicado em nada altera a situação jurídica do causador do dano, o qual responderá independentemente de culpa. (E) Na responsabilidade civil objetiva, não surgirá o dever de reparação do dano na hipótese de culpa exclusiva da vítima por falta de nexo de causalidade entre a ação do agente e o dano sofrido.

6. (TRT 15ª - Técnico Judiciário - Área Administrativa – 2009) São responsáveis pela reparação civil, apenas se houver culpa de sua parte, (A) os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime até a concorrente quantia. (B) os pais, pelos atos praticados pelos filhos menores que estiverem sob a sua autoridade e em sua companhia. (C) o empregador ou comitente pelos atos praticados por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que a eles competir, ou em razão dele. (D) o autor do dano, quando a atividade por este normalmente desenvolvida implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. (E) os motoristas de veículos automóveis que se envolverem em colisão em via pública ou particular.

7. (PBGÁS – Advogado – 2007) Paulo é tutor do menor Pedro, de 13 anos de idade, órfão de pai e mãe. Na ausência de Paulo, Pedro atirou uma pedra na vitrine de uma loja, danificando-a. Nesse caso, Paulo (A) não responde pelos danos causados por Pedro, porque, no momento da ocorrência, não estava em companhia do menor. (B) não responde pelos danos causados por Pedro, se comprovar que sua conduta foi incensurável quanto à vigilância e educação do menor. (C) responde pelos danos causados por Pedro, ainda que não tenha havido culpa de sua parte. (D) não responde pelos danos causados por Pedro, porque não era titular do pátrio poder. (E) só responde pelos danos causados por Pedro se ficar comprovado que concorreu culposamente para o evento.

8. (TRE/SE - Analista Judiciário – Judiciária – 2007) Mário, com 15 anos de idade, estudante, mora com seus pais João e Maria. Ontem, enquanto João dormia, Mario pegou a moto de seu pai e, dirigindo em alta velocidade, atropelou e matou Thiago. Neste caso, com relação ao ato praticado por Mário, João (A) será responsável, desde que haja culpa de sua parte, devendo ressarcir o dano causado por Mário e não poderá reaver do filho o que houver pago. (B) será responsável, ainda que não haja culpa de sua parte, devendo ressarcir o dano causado por Mário, podendo, no entanto, reaver do filho o que houver pago. (C) será responsável, ainda que não haja culpa de sua parte, devendo ressarcir o dano causado por Mário e não poderá reaver do filho o que houver pago. (D) será responsável, desde que haja culpa de sua parte, devendo ressarcir o dano causado por Mário, podendo, no entanto, reaver do filho o que houver pago. (E) não será responsável, uma vez que Mário, em razão da sua idade, não é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil.

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9. (TJ/PE - Técnico Judiciário – 2007) Considere as afirmativas abaixo sobre responsabilidade civil. I. É responsável pela reparação civil, desde que comprovada a culpa de sua parte, o empregador pelos atos praticados pelos seus empregados, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. II. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. III. O dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por ele causado, se não comprovar culpa da vítima ou força maior. IV. Aquele que ressarcir o dano causado por seu descendente relativamente incapaz poderá reaver o que houver pago daquele por quem pagou. É correto o que se afirma APENAS em: (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) II e III. (E) III e IV.

10. (TCE/MG – Procurador do Ministério Público – 2007) Sobre a responsabilidade civil, é correto afirmar: I. O incapaz não responde pelos prejuízos que causar, porque somente as pessoas por ele responsáveis terão de arcar com a indenização. II. A obrigação de reparar o dano independe de culpa, salvo nos casos em que a lei estabelece exclusivamente a responsabilidade subjetiva. III. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. IV. A responsabilidade do empregador é subsidiária pelos atos ilícitos praticados por seus empregados. V. Aquele que ressarciu o dano causado por seu descendente absoluta ou relativamente incapaz, deste não poderá reaver o que pagou à vitima. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) II e III. (C) III e IV. (D) III e V. (E) IV e V.

11. (TJ/PE – Oficial de Justiça – 2007) A obrigação de indenizar surge diante da prática de ato ilícito, que cause dano a outrem. No que concerne à responsabilidade civil, é correto afirmar: (A) a responsabilidade civil é dependente da criminal, podendo-se, inclusive, questionar sobre quem seja o autor do fato, se esta questão se achar decidida no juízo criminal. (B) o empresário individual responde, desde que comprovada sua culpa, pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. (C) o incapaz, em regra, responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo. (D) aquele que demandar, pedindo mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor o dobro do que houver cobrado. (E) o direito de exigir reparação e a obrigação de presta-la não se transmitem com a herança.

12. (TRE – AL – Analista Administrativo – 2010) Mario possui dois filhos, Joana e Danilo, que residem e dependem economicamente dele. Mário ressarciu judicialmente danos distintos causados por Joana e por Danilo, tendo em vista a comprovação da responsabilidade civil de ambos. Considerando que Joana é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil e que Danilo é relativamente incapaz, bem como que tratam de atos e danos distintos, neste caso, Mario (A) poderá reaver o que houver pago apenas de Joana. (B) poderá reaver o que houver pago de ambos os filhos. (C) não poderá reaver o que houver pago de nenhum de seus filhos. (D) poderá reaver o que houver pago apenas de Danilo. (E) só poderá reaver metade do que houver pago e somente de Danilo.

13. (TRE/PB - Analista Judiciário - Administrativa – 2007) Sobre a responsabilidade civil, considere: I. Haverá obrigação de reparar o dano independentemente de culpa, quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

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II. Aquele que habitar parte de prédio não responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem. III. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos cuja necessidade fosse manifesta. IV. Quando a vítima concorrer culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada levando-se em conta a gravidade da sua culpa em confronto com a do autor do dano. De acordo com o Código Civil, é correto o que consta APENAS em: (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) I e II. (E) II e III.

14. (TJ/RR – Juiz Substituto – 2008) “X” é empregado de “Y” e, exercendo a função de motorista, provocou culposamente um acidente de que decorreram danos de grande monta para o proprietário de outro veículo. Neste caso, o patrão (A) só responderá pela indenização se o empregado tiver sido condenado em ação penal. (B) não responderá pela indenização se provar que escolheu bem e vigiou convenientemente seu empregado. (C) responderá pela indenização, ainda que não haja culpa de sua parte. (D) responderá somente pela metade da indenização se provar que não há culpa de sua parte. (E) se provar que não há culpa de sua parte, só responderá subsidiariamente pela indenização.

15. (TRT 18ª – Analista Judiciário – Execução de Mandado – 2008) Um hóspede do Hotel X derrubou um televisor pela janela, atingindo e danificando um veículo estacionado. Nesse caso, o dono do hotel (A) só responde pela reparação civil se tiver havido dolo de sua parte ou de algum funcionário do estabelecimento. (B) só responde pela reparação civil se tiver havido culpa de sua parte. (C) só responde pela reparação civil se tiver havido culpa de sua parte ou de funcionário do estabelecimento. (D) não responde pela reparação civil, que deverá ser pleiteada exclusivamente do hóspede. (E) responde pela reparação civil, mesmo que não tenha havido culpa de sua parte.

16. (TRT 19ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2008) João, José, Paulo, Pedro e Luiz foram processados criminalmente, acusados da prática de crimes e, afinal, foram absolvidos. As sentenças absolutórias transitaram em julgado, tendo ficado decidido no juízo criminal, nos respectivos processos, que inexistiu o fato imputado a João; que José não foi o autor do delito; que não havia prova da culpa atribuída a Paulo; que não havia prova da autoria do delito atribuída a Pedro; que a prova é contraditória quanto ao fato imputado a Luiz. A responsabilidade civil é independente da criminal, mas, não se poderá questionar mais no juízo cível a responsabilidade civil apenas de (A) Paulo, Pedro e Luiz. (B) Paulo e Pedro. (C) João, José e Luiz. (D) João e José. (E) Paulo e Luiz.

17. (TRT 15ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2009) A respeito da responsabilidade civil, considere: I. Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, são responsáveis pela reparação civil pelos atos praticados por seus hóspedes, moradores e educandos. II. A responsabilidade civil é independente da criminal, motivo porque se pode questionar no juízo cível sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. III. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Está correto o que se afirma SOMENTE em (A) II e III. (B) I e II. (C) I e III. (D) I. (E) II.

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18. (METRÔ – SP – ADVOGADO – 2010) Cíntia demandou por dívida já paga em parte, sem ressalvar as quantias recebidas. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, salvo se houver prescrição, Cíntia ficará obrigada a pagar ao devedor o (A) que dele exigir multiplicado pelo valor total da dívida. (B) equivalente do que dele exigir. (C) dobro do que houver cobrado. (D) que dele exigir multiplicado por um terço do valor total da dívida. (E) equivalente ao valor total da dívida.

19. (TRT 7ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2009) A respeito da responsabilidade civil, considere:

I. A concorrência culposa da vítima para o evento danoso não altera o montante da indenização devida, pois no Direito Civil não há compensação de culpas. II. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. III. O direito de exigir a reparação é personalíssimo e, se não exercido em vida, não se transmite com a herança. É correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) I e III. (D) II e III. (E) II.

20. (Pref. São Paulo/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) No direito brasileiro, são regidas pelas regras da responsabilidade civil objetiva as obrigações por atos ilícitos decorrentes de (A) acidentes de trânsito e acidentes de trabalho. (B) atos praticados por profissionais liberais e relações de consumo. (C) danos ao meio ambiente e relações de consumo. (D) atos praticados por profissionais liberais e por pessoas jurídicas de direito público. (E) contratos de transporte e de mandato

GABARITO

1 A 2 E 3 B 4 C 5 E 6 E 7 C 8 C 9 D 10 D 11 C 12 C 13 C 14 C 15 E 16 D 17 C 18 C 19 E 20 C