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Aula 10 (Prof. Sérgio Mendes) Noções de Direito Administrativo p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas Professores: Daniel Mesquita, Sérgio Mendes, Vinícius Nascimento

Aula 10 (Prof. Sérgio Mendes) - forumdeconcursos.com · Pública (ENAP) e das Semanas de Administração Orçamentária, Financeira e de Contratações Públicas da Escola de Administração

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    Noes de Direito Administrativo p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas

    Professores: Daniel Mesquita, Srgio Mendes, Vincius Nascimento

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    AULA 10: LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - PARTE I

    APRESENTAO DO TEMA SUMRIO

    APRESENTAO DO TEMA .......................................................................... 1

    1. INTRODUO LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL .................................... 5

    1.1. Origens ......................................................................................... 5

    1.2. Princpios ....................................................................................... 8

    1.3. Objetivos ....................................................................................... 9

    1.4. Abrangncia .................................................................................. 11

    2. EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO ORAMENTO: PPA, LDO E LOA ................ 16

    2.1. Plano Plurianual .............................................................................. 16

    2.2. Lei de Diretrizes Oramentrias ........................................................... 19

    2.3. Lei Oramentria Anual ..................................................................... 27

    .................................................................................. 36

    QUESTES DE CONCURSOS ANTERIORES - CESPE ............................................. 41

    LISTA DE QUESTES COMENTADAS NESTA AULA ............................................. 71

    GABARITO ............................................................................................ 83

    Ol amigos! Como bom estar aqui! Vou comear com minha breve apresentao: sou Analista Legislativo da Cmara dos Deputados, em Braslia-DF. Fui Tcnico Legislativo do Senado Federal, na rea de Processo Legislativo, atuando no acompanhamento dos trabalhos da Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao do Congresso Nacional. Fui Analista de Planejamento e Oramento do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, lotado na Secretaria de Oramento Federal (SOF), bem como instrutor da Escola Nacional de Administrao Pblica (ENAP) e das Semanas de Administrao Oramentria, Financeira e de Contrataes Pblicas da Escola de Administrao Fazendria (ESAF).

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    Especializei-me em Planejamento e Oramento pela ENAP e sou ps-graduado em Oramento Pblico pelo Instituto Serzedello Corra do Tribunal de Contas da Unio (ISC/TCU). Fiz meu primeiro concurso pblico nacional aos 17 anos, ingressando na Escola Preparatria de Cadetes do Exrcito (EsPCEx) e me graduei pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), concluindo meu bacharelado em Cincias Militares com nfase em Intendncia (Logstica e Administrao). Sou servidor pblico desde 2001 e professor das disciplinas Administrao Financeira e Oramentria (AFO)/Oramento Pblico e Direito Financeiro. Fui aprovado e nomeado em grandes concursos das principais bancas examinadoras: ESAF (Ministrio do Planejamento - 2008), FGV (Senado Federal - 2012) e CESPE (Cmara dos Deputados - 2012). Mas tambm fui reprovado em outros grandes concursos, como ESAF (CGU 2008), FGV (ICMS/RJ 2008) e FCC (Cmara dos Deputados 2007). essa ampla experincia em concursos que quero trazer para voc. A partir de hoje estaremos juntos at o final do curso com um tema muito importante para concursos pblicos Lei de Responsabilidade Fiscal. Antes de iniciar a aula, gostaria de falar para vocs que o Professor Vincius Nascimento ser o responsvel pelo nosso frum de dvidas. Nosso objetivo fazer um acompanhamento ainda mais prximo do aluno. Enquanto me dedicarei s videoaulas e as aulas escritas, o fato de termos um professor qualificado apenas para o frum faz com que tenhamos a possibilidade de haver um acompanhamento permanente, com respostas elaboradas com rapidez e qualidade, o que bem mais difcil quando o mesmo professor atua em todas as frentes. Passo a palavra ao Prof. Vincius: Meus amigos concurseiros de todo o Brasil, com muito orgulho e satisfao que fao minha apresentao! Meu nome Vincius Nascimento, sou natural de Braslia/DF, mas atualmente estou residindo na linda e quente capital de Roraima (para quem no conhece, a cidade planejada, com boa qualidade de vida e de uma riqueza cultural mpar, sem falar na possibilidade de curtir frias no Caribe, fazer a excurso para o Monte Roraima, cachoeiras, trilhas e etc.). Sou servidor da Polcia Federal, formado em Gesto Pblica pela Universidade do Sul de Santa Catarina, ps-graduando em Contabilidade Pblica e

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    Planejamento e Oramento Pblico, e graduando em Cincias Contbeis pela Universidade Federal de Roraima. Fui aprovado nos concursos da CAESB (2005), Escola de Sargento das Armas Exrcito Brasileiro (Turma de 2006/2007), Tribunal Regional do Trabalho 11 Regio 54 lugar (2012), Ministrio Pblico da Unio (2013) 37 lugar, Tribunal de Justia de Roraima, Universidade Federal de Roraima (2014) 35 lugar Polcia Federal 5 lugar (2014) e Instituto Federal de Roraima 1 lugar (2016). Fui militar do Exrcito por quase 8 anos, quando ento fui nomeado para a UFRR e dois meses depois para a Polcia Federal, e em 2016 fui nomeado para Gestor do IFRR, porm optei por no assumir o cargo Minha experincia como docente iniciou em 2012 em diversos cursos preparatrios aqui na cidade de Boa Vista, alguns destes preparatrios presentes em todo o pas. Foi com muito orgulho que aceitei a difcil, porm nobre misso de trabalhar junto com o Prof. Srgio Mendes nessa disciplina. Teremos um contato mais prximo no frum de dvidas, o qual todos os dias estarei presente, auxiliando vocs nessa disciplina que cada vez mais vem fazendo parte dos editais de concurso pblico, respondendo suas perguntas em AT 48 HORAS. isso, espero vocs no nosso frum!!! Veja um comentrio de um aluno aps a finalizao de um recente curso do Estratgia Concursos:

    Para saber mais um pouco sobre minha trajetria no mundo dos concursos, deixo o link da entrevista que concedi para o Estratgia Concursos logo abaixo. L voc vai poder conhecer um pouco mais sobre mim ;) http://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/depoimento/entrevista-vinicius-nascimento-aprovado-em-1o-lugar-no-concurso-para-gestor-publico-do-instituto-federal-de-roraima/ com voc prof. Srgio Mendes! Vamos iniciar os estudos da Lei de Responsabilidade Fiscal

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    Fonte: site da Controladoria Geral do Municpio do Rio de Janeiro

    Fonte: site da Controladoria Geral do Municpio do Rio de Janeiro

    Fonte: artigo Professor Albione Opina

    Fonte: site http://www.gentedeopiniao.com.br

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    1. INTRODUO LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 1.1. Origens 1.1.1. Antecedentes Do incio dos anos 1980 at meados dos anos 1990, a excessiva instabilidade da atividade econmica, principalmente devido ao descontrole inflacionrio e s oscilaes das taxas de juros, marcou a histria econmica brasileira. Planos econmicos no surtiam os efeitos pretendidos e as finanas pblicas se apresentavam sempre desequilibradas. Alm disso, a conjuntura nacional com a transio dos governos militares para os civis e a promulgao da Constituio Federal de 1988 (CF/1988) trouxeram incentivos e mecanismos para que a populao passasse a reivindicar seus direitos, os quais ensejaram mais despesas por parte do Estado. Para dar resposta em caso de aumento de necessidades de gastos, o Estado adota mecanismos que comprometem receitas futuras ao realizar despesas em montantes superiores sua arrecadao imediata. De acordo com Albuquerque1, so exemplos:

    endividamento junto ao setor financeiro, por intermdio de operaes de antecipao de receita oramentria (ARO) ou de contratao de emprstimos;

    emisso de ttulos pblicos; contratao de despesas acima dos limites autorizados na lei

    oramentria, gerando atrasados junto a fornecedores; inscrio de despesas em restos a pagar; concesso de benefcios de natureza continuada sem respaldo em

    aumento permanente de receitas, comprometendo os oramentos futuros;

    concesso de subsdios e garantias por adoo de mecanismos de pouca transparncia, como a contratao de emprstimos com taxas de juros inferiores s de mercado, de forma que os custos efetivos dos benefcios somente eram reconhecidos no futuro, quando ento comprometia as receitas e as finanas do Estado.

    Acrescenta-se ainda o mecanismo de utilizao da inflao para obter ganho ao postergar pagamentos, j que as dvidas do Estado no eram remuneradas adequadamente ou, em algumas vezes, sequer eram acrescidas de juros ou correo monetria. Imagine, como exemplo, o ganho do Governo caso houvesse um atraso de uma semana no pagamento de fornecedores, dentro de

    1 ALBUQUERQUE, Claudiano; MEDEIROS, Mrcio e FEIJ, Paulo. Gesto de Finanas Pblicas. 2. Ed. Braslia: Gesto Pblica, 2008.

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    um ms em que a inflao atingisse o patamar de 60%. No entanto, com o Plano Real, que culminou com o controle da inflao em meados da dcada de 90, no foi mais possvel adiar o pagamento para se beneficiar da perda do poder aquisitivo da moeda. Tal fato elevou ainda mais o endividamento dos entes. A fim de que se evitassem tais mecanismos ou pelo menos se impusessem controles e limites ao seu uso, diversas iniciativas foram criadas, por exemplo, aquelas direcionadas ao equacionamento da dvida de estados e municpios. Ainda, para que as finanas pblicas seguissem regras claras e estruturadas que fossem capazes de evitar novos desequilbrios e induzissem melhores prticas de gesto em todos os entes, foi editada, dentre outras medidas, a Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A responsabilidade fiscal visa evitar que os entes da Federao gastem mais do que aquilo que arrecadam; ou, se necessrio, que tais entes recorram ao endividamento apenas caso sigam regras rgidas e transparentes. Coadunando-se com a existncia de dificuldade de cumprimento de regras sobre as finanas pblicas, Lima2 afirma que uma das questes mais intricadas envolver os diversos entes da Federao nas regras fiscais. Na clssica diviso de Musgrave sobre as funes do governo na economia, a funo estabilizadora fica a cargo do governo federal. Sem uma responsabilidade direta sobre o controle da inflao, as demais esferas acabam por impor nus excessivos ao governo federal, na ausncia de outras salvaguardas que assegurem a efetiva disciplina fiscal dos entes subnacionais. Neste contexto que a Lei de Responsabilidade Fiscal brasileira procurou trazer obrigaes para a Unio, para os estados e para os municpios. Reconstituindo-se o debate da poca, pode-se, todavia, identificar que o objetivo principal foi o controle de estados e municpios. De acordo com Nascimento e Debus3, no que diz respeito a experincias de outros pases, a LRF incorpora alguns princpios e normas, tomados como referencial para a elaborao da Lei de Responsabilidade Fiscal. So eles:

    o Fundo Monetrio Internacional, organismo do qual o Brasil Estado-membro, e que tem editado e difundido algumas normas de gesto pblica em diversos pases;

    a Nova Zelndia, atravs do Fiscal Responsibility Act, de 1994; a Comunidade Econmica Europeia, a partir do Tratado de Maastricht; e,

    2 LIMA, Edilberto. Breves Comentrios sobre a Experincia Internacional com Leis de Responsabilidade Fiscal. In Responsabilidade na Gesto Pblica: os Desafios dos Municpios. Braslia: Cmara dos Deputados, 2008. 3 NASCIMENTO, Edson Ronaldo e DEBUS, Ilvo. Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Braslia: Ministrio da Fazenda, 2002.

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    os Estados Unidos, cujas normas de disciplina e controle de gastos do governo central levaram edio do Budget Enforcement Act, aliado ao princpio de accountability.

    Ainda, segundo os autores, esses exemplos, embora tomados como referncia para a elaborao da verso brasileira da Lei de Responsabilidade Fiscal, no foram os nicos parmetros utilizados, j que no existe um manual timo de finanas pblicas que possa ser utilizado indiferentemente por qualquer nao. 1.1.2. Amparo Constitucional A LRF a lei complementar decorrente de vrios dispositivos da Constituio Federal de 1988. Por se tratar de uma lei complementar, foi aprovada por maioria absoluta. Destaca-se a determinao do art. 163 da CF/1988: Art. 163. Lei complementar dispor sobre: I - finanas pblicas; II - dvida pblica externa e interna, includa a das autarquias, fundaes e demais entidades controladas pelo Poder Pblico; III - concesso de garantias pelas entidades pblicas; IV - emisso e resgate de ttulos da dvida pblica; V - fiscalizao financeira da administrao pblica direta e indireta; VI - operaes de cmbio realizadas por rgos e entidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios; VII - compatibilizao das funes das instituies oficiais de crdito da Unio, resguardadas as caractersticas e condies operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. A Lei de Responsabilidade Fiscal tambm decorre do art. 169 da CF/1988, o qual dispe que a despesa com pessoal ativo e inativo da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios no poder exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Tal lei complementar a prpria LRF. Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios no poder exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Ainda, a LRF tambm atende explicitamente ao art. 250 da CF/1988: Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos benefcios concedidos pelo regime geral de previdncia social, em adio aos recursos de sua arrecadao, a Unio poder constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que dispor sobre a natureza e administrao desse fundo. Na LRF:

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    Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituio, criado o Fundo do Regime Geral de Previdncia Social, vinculado ao Ministrio da Previdncia e Assistncia Social, com a finalidade de prover recursos para o pagamento dos benefcios do regime geral da previdncia social. Finalizando, a LRF aborda, em parte, o previsto nos incisos I e II do pargrafo 9 do art. 165: 9 - Cabe lei complementar: I - dispor sobre o exerccio financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria anual; II - estabelecer normas de gesto financeira e patrimonial da administrao direta e indireta bem como condies para a instituio e funcionamento de fundos. importante destacar que a LRF estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, porm sua funo no foi de preencher as lacunas da Lei 4.320/1964, tampouco revog-la. Os dispositivos da Lei 4320/1964 continuam regendo o ciclo oramentrio, contudo, no tratam de responsabilidade na gesto fiscal. O que a LRF aborda so alguns pontos do art. 165 da CF/1988, por exemplo, quando acrescenta funes LOA e LDO, porm ela no ainda a aguardada Lei Complementar que disciplinar todo o 9 do art. 165 e revogar a Lei 4.320/1964. 1.2. Princpios A LRF tem como base alguns princpios, os quais nortearam sua concepo e so essenciais para sua aplicao at os dias de hoje. Esses pilares, dos quais depende o alcance de seus objetivos, so o planejamento, a transparncia, o controle e a responsabilizao. O planejamento consiste, basicamente, em determinar os objetivos a alcanar e as aes a serem realizadas, compatibilizando-as com os meios disponveis para a sua execuo. A LRF trata de planejamento quando, por exemplo, traz condies para a gerao de despesa e para o endividamento, estabelece metas fiscais e acrescenta mais regras para os instrumentos de planejamento e oramento. A transparncia exige que todos os atos de entidades pblicas sejam praticados com publicidade e com ampla prestao de contas em diversos meios. A LRF determina ampla divulgao, inclusive em meio eletrnico, dos instrumentos de planejamento e oramento, da prestao de contas e de diversos relatrios e anexos. Como exemplo de determinao da LRF, o Poder Executivo demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audincia pblica na Comisso Mista de Oramento do

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    Congresso Nacional ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais. O controle permite gerenciar o risco por meio de aes fiscalizadoras e de imposio de prazos na gesto de polticas e de procedimentos, que podem ser de natureza legal, tcnica ou de gesto. A LRF impe controle de limites e prazos, bem como de sanes em caso de descumprimento. A responsabilizao a obrigao de prestar contas e responder por suas aes. Como exemplo, a LRF impe aos entes a suspenso de recebimento de transferncias voluntrias e de realizao de operaes de crdito em caso de descumprimento de suas normas.

    Planejamento, transparncia, controle e responsabilizao 1.3. Objetivos O art. 1 da LRF traz seus objetivos:

    Art. 1 Esta Lei Complementar estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, com amparo no Captulo II do Ttulo VI da Constituio. 1 A responsabilidade na gesto fiscal pressupe a ao planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obedincia a limites e condies no que tange a renncia de receita, gerao de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dvidas consolidada e mobiliria, operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantia e inscrio em Restos a Pagar. Assim, so objetivos da LRF: Estabelecer normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal: o principal objetivo da LRF, do qual decorrem os demais; Ao planejada: a LRF, como uma lei complementar que segue os ditames constitucionais, adota os mesmos instrumentos de planejamento e oramento da CF/1988: PPA, LDO e LOA, acompanhados de decretos e relatrios que visam subsidiar as decises. A ao deve ser planejada na forma de leis a fim de que seja submetida apreciao legislativa, para a discusso, votao e aprovao. O planejamento essencial para a garantia da utilizao dos meios adequados, cumprimento de prazos e alcance de resultados;

    Princpios da LRF:

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    Ao transparente: a LRF enfatiza a transparncia em vrios dispositivos. A transparncia exige que todos os atos de entidades pblicas sejam praticados com publicidade e com ampla prestao de contas em diversos meios. A LRF determina ampla divulgao, inclusive em meio eletrnico, dos instrumentos de planejamento e oramento, da prestao de contas, de diversos relatrios e anexos e acerca da execuo oramentria e financeira de todos os entes. Por exemplo, assegura o incentivo participao popular e realizao de audincias pblicas; a liberao ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira, em meios eletrnicos de acesso pblico; e a disponibilizao das contas do Chefe do Poder Executivo durante todo o ano; Preveno de riscos capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas: a LRF estabelece mecanismos para que exista precauo em condies de incerteza, atribuindo maior confiabilidade ao planejamento e prevenindo os desequilbrios. Destacam-se a incluso da reserva de contingncia na LOA e a previso de um anexo de riscos fiscais na Lei de Diretrizes Oramentrias em que sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas; Correo de desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas: a partir de um bom planejamento, tm-se parmetros que permitam comparaes e a identificao de desvios. A LRF traz vrios dispositivos visando conter desvios que desequilibram as contas pblicas, como os limites de despesas com pessoal e o que ocorrer caso o Poder ou rgo se aproxime ou extrapole tais limites; Cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e obedincia a limites e condies no que tange renncia de receita, gerao de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dvidas consolidada e mobiliria, operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantia e inscrio em Restos a Pagar: so todos tpicos destacados na LRF, visando tambm ao equilbrio das contas pblicas. J de acordo com Machado4, os objetivos da LRF so impactar o modelo de gesto do setor pblico na direo de: fortalecer o controle centralizado das dotaes oramentrias, na medida em que exigem o estabelecimento de limites totais de gasto e definem limites especficos para algumas despesas; estreitar os vnculos entre PPA, LDO e LOA, criando mecanismos para que a fase da execuo no se desvie do planejamento inicial; fortalecer os instrumentos de avaliao e controle da ao governamental. 4 MACHADO, N. Sistema de Informao de Custo: diretrizes para integrao ao Oramento Pblico e Contabilidade Governamental. Braslia: Escola Nacional de Administrao Pblica ENAP, 2005.

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    Em vrios momentos destas aulas de LRF colocarei as referncias dos dispositivos citados nos rodaps das pginas. Isso vai acontecer apenas para que voc saiba a fonte. NO necessrio que voc perca tempo e v at a LRF ou at a CF/1988 (ou at qualquer Lei), pois eu colocarei na ntegra o dispositivo citado, no prprio corpo do texto. 1.4. Abrangncia As disposies da LRF obrigam a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios. Nas referncias Unio, aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios, esto compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico; bem como as respectivas Administraes diretas, fundos, autarquias, fundaes e empresas estatais dependentes. Ainda, a estados entende-se considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas esto includos: Tribunal de Contas da Unio, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municpios e Tribunal de Contas do Municpio.

    As disposies da

    LRF obrigam a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios5.

    Nas referncias Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, esto compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico; bem como as respectivas administraes diretas, fundos, autarquias, fundaes e empresas estatais dependentes. Ainda, a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas esto includos: Tribunal de Contas da Unio, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municpios e Tribunal de Contas do Municpio6.

    importante nesse conceito esclarecermos o que seria uma empresa estatal dependente e a diferena entre Tribunal de Contas dos Municpios e Tribunal de Contas do Municpio.

    5 Art. 1, 2, da LRF. 6 Art. 1, 3, da LRF.

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    Primeiro, temos que saber que uma empresa controlada uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertence, direta ou indiretamente, a ente da Federao7. Consoante a LRF, empresa estatal dependente uma empresa controlada, mas que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excludos, no ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria8. A empresa estatal no dependente (ou independente) no faz parte do campo de aplicao da LRF. Estudaremos a empresa estatal dependente nos prximos tpicos.

    Tribunal de Contas dos Municpios Tribunal de Contas do Municpio

    H apenas dois Tribunais de Contas do Municpio, pois h vedao constitucional para a instituio de Cortes de Contas municipais, ressalvados os Tribunais de Contas do Municpio de So Paulo e o do Rio de Janeiro, criados antes da CF/1988. Tais Tribunais tm competncia sobre as contas exclusivamente do municpio onde foi criado e no dos outros municpios do Estado. Porm, no h impedimento para que o Estado institua Tribunais de Contas dos Municpios com competncia exclusivamente sobre as contas dos municpios integrantes de seu territrio. Mas h apenas quatro Tribunais de Contas dos Municpios (Bahia, Cear, Par e Gois). Os municpios dos outros estados que no possuem Tribunais de Contas dos Municpios esto sob a jurisdio dos Tribunais de Contas Estaduais. Ressalto que, independente do Tribunal de Contas a que nos referimos, compete aos Tribunais de Contas apreciar (e no julgar) as contas prestadas pelo respectivo chefe do Poder Executivo.

    No h previso de uma lei no mbito de qualquer ente que venha a sobrepor a LRF. A Lei de Responsabilidade lei federal, porm com efeitos gerais ou nacionais, de tal sorte que inexiste necessidade de outra lei para dar aplicabilidade a seus dispositivos.

    7 Art. 2, II, da LRF. 8 Art. 2, III, da LRF.

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    Para os efeitos da LRF, entende-se como ente da Federao a Unio, cada Estado, o Distrito Federal e cada Municpio9.

    (CESPE Consultor de Oramentos Cmara dos Deputados 2014) A LRF aplica-se a todos os entes da Federao. As disposies da LRF obrigam a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios. Ou seja, a LRF aplica-se a todos os entes da federao. Resposta: Certa (CESPE Analista Tcnico-Administrativo MDIC 2014) A concesso de garantias dadas pela Unio em operaes de crdito realizadas por entes subnacionais da Federao integra os riscos a serem prevenidos pela gesto fiscal responsvel. A responsabilidade na gesto fiscal pressupe a ao planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obedincia a limites e condies no que tange a renncia de receita, gerao de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dvidas consolidada e mobiliria, operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantia e inscrio em Restos a Pagar (art. 1, 1, da LRF). Resposta: Certa (FCC Auditor Conselheiro Substituto TCM/GO 2015) A Lei Complementar n 101/2000, dispe sobre normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal. Quanto ao mbito de incidncia de suas normas, so direcionadas e obrigam Administrao direta, fundos, autarquias e fundaes, excluindo-se as empresas estatais. As normas da LRF obrigam Administrao direta, fundos, autarquias e fundaes, excluindo-se as empresas estatais no dependentes. Logo, incorreto afirmar que h a excluso das estatais de forma geral. Resposta: Errada (FCC Auditor Conselheiro Substituto TCM/GO 2015) A Lei Complementar n 101/2000, dispe sobre normas de finanas pblicas 9 Art. 2, I, da LRF.

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    voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal. Quanto ao mbito de incidncia de suas normas, so direcionadas e obrigam ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo e ao Poder Judicirio, excluindo-se de seu mbito de incidncia o Ministrio Pblico e os Tribunais de Contas. As normas da LRF obrigam ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo (incluindo-se os Tribunais de Contas), ao Poder Judicirio e ao Ministrio Pblico. Resposta: Errada (CESGRANRIO - Analista Crdito e Finanas FINEP 2014) A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n 101/2000) estabelece os procedimentos de finanas pblicas a serem seguidos, visando ao planejamento e transparncia das aes governamentais. Essa lei aplicvel ao Poder Executivo, apenas. As normas da LRF obrigam ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo, ao Poder Judicirio e ao Ministrio Pblico. Resposta: Errada (IDECAN - Contador Cmara de Pancas/ES-2014) A Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal e d outras providncias. A lei supracitada aplica-se aos Tribunais de Contas da Unio, dos Estados e, quando houver, aos Tribunais de Contas dos Municpios. As disposies da LRF obrigam a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios. Nas referncias Unio, aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios, esto compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico; bem como as respectivas Administraes diretas, fundos, autarquias, fundaes e empresas estatais dependentes. Ainda, a estados entende-se considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas esto includos: Tribunal de Contas da Unio, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municpios e Tribunal de Contas do Municpio. Resposta: Certa (FGV Administrador Assembleia Legislativa/MT 2013) A respeito da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/00), uma lei do direito financeiro sobre finanas pblicas, prevista no Art. 165 da Constituio Federal de 1988. A base da LRF o art. 163 da CF/1988. O que a LRF aborda do art. 165 so apenas alguns pontos, por exemplo, quando acrescenta funes LOA e

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    LDO, porm ela no ainda a aguardada Lei Complementar que disciplinar todo o 9 do art. 165 e revogar a Lei 4.320/1964. Resposta: Errada (FGV Administrador Assembleia Legislativa/MT 2013) A respeito da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/00), seus princpios e pilares so planejamento, transparncia, controle e responsabilizao. A LRF tem como base alguns princpios, os quais nortearam sua concepo e so essenciais para sua aplicao at os dias de hoje. Esses pilares, dos quais depende o alcance de seus objetivos, so o planejamento, a transparncia, o controle e a responsabilizao. Resposta: Certa (ESAF EPPGG Ministrio do Planejamento 2013) A LRF tambm promove a transparncia dos gastos pblicos. A responsabilidade na gesto fiscal pressupe obedincia a limites e condies no que tange renncia de receita, gerao de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dvidas consolidada e mobiliria, operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantia e inscrio em Restos a Pagar. A responsabilidade na gesto fiscal pressupe a ao planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obedincia a limites e condies no que tange a renncia de receita, gerao de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dvidas consolidada e mobiliria, operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantia e inscrio em Restos a Pagar (art. 1, 1, da LRF). Resposta: Certa

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    2. EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO ORAMENTO: PPA, LDO E LOA 2.1. Plano Plurianual O Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) e a Lei Oramentria Anual (LOA) so as leis ordinrias que regulam o planejamento e o oramento dos entes pblicos federal, estaduais e municipais. No mbito de cada ente, essas leis constituem etapas distintas, porm integradas, de forma que permitam um planejamento estrutural das aes governamentais. Na seo denominada Dos Oramentos na Constituio Federal de 1988 (CF/1988) tem-se essa integrao, por meio da definio dos instrumentos de planejamento PPA, LDO e LOA, os quais so de iniciativa do Poder Executivo. Segundo o art. 165 da CF/1988: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero: I o plano plurianual; II as diretrizes oramentrias; III os oramentos anuais. Em nosso estudo, a referncia a CF/1988 e a LRF, por isso sempre tratamos dos instrumentos de planejamento e oramento na esfera federal. No entanto, assim como a Unio, cada estado, cada municpio e o Distrito Federal tambm tm seus prprios PPAs, LDOs e LOAs. O Plano Plurianual PPA o instrumento de planejamento do Governo Federal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. Retrata, em viso macro, as intenes do gestor pblico para um perodo de quatro anos, podendo ser revisado, durante sua vigncia, por meio de incluso, excluso ou alterao de programas. Segundo o art. 165 da CF/1988: 1 A lei que instituir o plano plurianual estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administrao pblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. Na esfera federal os prazos para o ciclo oramentrio esto no Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT). Segundo o ADCT, a vigncia do PPA de quatro anos, iniciando-se no segundo exerccio financeiro do mandato do chefe do executivo e terminando no primeiro exerccio financeiro do mandato subsequente. Ele deve ser encaminhado do Executivo ao Legislativo at quatro meses antes do encerramento do primeiro exerccio, ou

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    seja, at 31 de agosto. A devoluo ao Executivo deve ser feita at o encerramento do segundo perodo da sesso legislativa (22 de dezembro) do exerccio em que foi encaminhado. Esses so os prazos em vigor enquanto no for editada a lei complementar que ir dispor sobre o exerccio financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria anual10. O art. 3 da LRF, que era o nico que versava exclusivamente sobre o PPA, foi vetado. O caput deste artigo estabelecia que o projeto de lei do plano plurianual deveria ser devolvido para sano at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa, enquanto o 2 obrigava o seu envio, ao Poder Legislativo, at o dia 30 de abril do primeiro ano do mandato do Chefe do Poder Executivo. O veto ocorreu porque isso representaria no s um reduzido perodo para a elaborao dessa pea, por parte do Poder Executivo, como tambm para a sua apreciao pelo Poder Legislativo, inviabilizando o aperfeioamento metodolgico e a seleo criteriosa de programas e aes prioritrias de governo. O 1 do referido artigo tambm foi vetado pelo Presidente da Repblica. Dizia o seguinte: Integrar o projeto Anexo de Poltica Fiscal, em que sero estabelecidos os objetivos e metas plurianuais de poltica fiscal a serem alcanados durante o perodo de vigncia do plano, demonstrando a compatibilidade deles com as premissas e objetivos das polticas econmica nacional e de desenvolvimento social. De acordo com a mensagem de veto, a supresso do Anexo de Poltica Fiscal no ocasiona prejuzo aos objetivos da Lei Complementar, considerando-se que a lei de diretrizes oramentrias j prev a apresentao de Anexo de Metas Fiscais (que veremos no estudo da LDO), contendo, de forma mais precisa, metas para cinco variveis - receitas, despesas, resultados nominal e primrio e dvida pblica -, para trs anos, especificadas em valores correntes e constantes. No entanto, apesar do vetos, o PPA aparece em alguns dispositivos da LRF, como, por exemplo: A lei oramentria no consignar dotao para investimento com durao superior a um exerccio financeiro que no esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua incluso, conforme disposto no 1 do art. 167 da Constituio11. Assim, no que se refere elaborao do PPA, o planejamento governamental tambm foi afetado pela aprovao da LRF, mesmo com o veto do principal artigo.

    10 Art. 165, 9, I, da CF/1988 11 Art. 5, 5, da LRF.

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    (CESPE Administrador MPOG - 2015) O plano plurianual deve ser integrado por um anexo de poltica fiscal, em que sero estabelecidos os objetivos e as metas plurianuais de poltica fiscal a serem alcanados durante o perodo de vigncia do plano, demonstrando isso a compatibilidade deste com as premissas e os objetivos das polticas econmica nacional e de desenvolvimento social. O 1 do art. 3 da LRF foi vetado pelo Presidente da Repblica. Dizia o seguinte: Integrar o projeto Anexo de Poltica Fiscal, em que sero estabelecidos os objetivos e metas plurianuais de poltica fiscal a serem alcanados durante o perodo de vigncia do plano, demonstrando a compatibilidade deles com as premissas e objetivos das polticas econmica nacional e de desenvolvimento social. Resposta: Errada

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    2.2. Lei de Diretrizes Oramentrias 2.2.1. A Lei de Diretrizes Oramentrias na LRF A LDO tambm surgiu por meio da Constituio Federal de 1988, almejando ser o elo entre o planejamento estratgico (Plano Plurianual) e o planejamento operacional (Lei Oramentria Anual). Sua relevncia reside no fato de ter conseguido diminuir a distncia entre o plano estratgico e as LOAs, as quais dificilmente conseguiam incorporar as diretrizes dos planejamentos estratgicos existentes antes da CF/1988. Segundo o art. 165 da CF/1988: 2 A lei de diretrizes oramentrias compreender as metas e prioridades da administrao pblica federal, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente, orientar a elaborao da lei oramentria anual, dispor sobre as alteraes na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento. Alm dos dispositivos referentes LDO previstos na CF/1988, veremos que a Lei de Responsabilidade Fiscal, aumentou o rol de funes da LDO, visando manter o equilbrio entre receitas e despesas: Art. 4 A lei de diretrizes oramentrias atender o disposto no 2 do art. 165 da Constituio e: I dispor tambm sobre: a) equilbrio entre receitas e despesas; b) critrios e forma de limitao de empenho, a ser efetivada nas hipteses previstas na alnea b do inciso II deste artigo, no art. 9 e no inciso II do 1 do art. 31; (...) e) normas relativas ao controle de custos e avaliao dos resultados dos programas financiados com recursos dos oramentos; f) demais condies e exigncias para transferncias de recursos a entidades pblicas e privadas. Obs.: As alneas c e d no foram citadas porque foram vetadas. Assim:

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    Segundo a LRF, a LDO

    dispor sobre:

    Equilbrio entre receitas e despesas.

    Critrios e forma de limitao de empenho, caso a realizao da receita possa no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal previstas.

    Normas relativas ao controle de custos e avaliao dos resultados dos programas financiados com recursos dos oramentos.

    Demais condies e exigncias para transferncias de recursos a entidades pblicas e privadas.

    Ainda, so atribuies da LDO, consoante a LRF:

    conter autorizao para que os municpios contribuam para o custeio de despesas de competncia de outros entes da Federao12;

    estabelecer exigncias para a realizao de transferncia voluntria13; estabelecer condies para a destinao de recursos para, direta ou

    indiretamente, cobrir necessidades de pessoas fsicas ou dficits de pessoas jurdicas14;

    dispor sobre o impacto e o custo fiscal das operaes realizadas pelo Banco Central do Brasil, o qual sero demonstrados trimestralmente15;

    dispor sobre programao financeira e o cronograma de execuo mensal de desembolso estabelecido pelo Poder Executivo at trinta dias aps a publicao dos oramentos16;

    estabelecer para os Poderes e o Ministrio Pblico critrios de limitao de empenho e movimentao financeira se verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais17;

    ressalvar as despesas que no sero submetidas limitao de empenho18;

    dispor sobre a concesso ou ampliao de incentivo ou benefcio de natureza tributria da qual decorra renncia de receita19;

    dispor sobre despesa considerada irrelevante, para efeitos de gerao de despesa20;

    12 Art. 62, I, da LRF. 13 Art. 25, 1, da LRF. 14 Art. 26 da LRF. 15 Art. 7, 2, da LRF. 16 Art. 8 da LRF. 17 Art. 9 da LRF. 18 Art. 9, 2, da LRF. 19 Art. 14 da LRF. 20 Art. 16, 3, da LRF.

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    dispor sobre a incluso de novos projetos na LOA ou nas leis de crditos adicionais, aps adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservao do patrimnio pblico21;

    Excepcionalizar a contratao de hora extra, quando for alcanado o limite prudencial das despesas com pessoal, o qual de 95% do limite previsto na LRF22.

    Tais atribuies da LDO sero estudadas ao longo de nosso curso, de acordo com temas a que a LDO deve se referir, caso esteja previsto no seu edital. 2.2.2. Os Anexos de Metas e Riscos Fiscais Segundo o art. 4 da LRF, o anexo de metas fiscais integrar a LDO: 1 Integrar o projeto de lei de diretrizes oramentrias o Anexo de Metas Fiscais, em que sero estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primrio e montante da dvida pblica, para o exerccio a que se referirem e para os dois seguintes. Para obrigar os administradores pblicos a ampliar os horizontes do planejamento, as metas devem ser estimadas para o exerccio a que se referem e os dois seguintes. As metas fiscais so valores projetados para o exerccio financeiro e que, depois de aprovados pelo Poder Legislativo, servem de parmetro para a elaborao e a execuo do oramento. O resultado primrio considera apenas as receitas e despesas primrias, tambm chamadas de no financeiras. Tal resultado corresponde diferena entre as receitas arrecadadas e as despesas empenhadas, no considerando o pagamento do principal e dos juros da dvida, tampouco as receitas financeiras. J o resultado nominal mais abrangente, pois corresponde diferena entre todas as receitas arrecadadas e as despesas empenhadas, incluindo pagamentos de parcelas do principal e dos juros da dvida, bem como as receitas financeiras obtidas, os efeitos da inflao e da variao cambial. Prosseguindo, temos que o Anexo de Metas Fiscais conter: 2 O Anexo conter, ainda: I avaliao do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II demonstrativo das metas anuais, instrudo com memria e metodologia de clculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as

    21 Art. 45 da LRF. 22 Art. 22, pargrafo nico, V, da LRF.

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    fixadas nos trs exerccios anteriores, e evidenciando a consistncia delas com as premissas e os objetivos da poltica econmica nacional; III evoluo do patrimnio lquido, tambm nos ltimos trs exerccios, destacando a origem e a aplicao dos recursos obtidos com a alienao de ativos; IV avaliao da situao financeira e atuarial: a) dos regimes geral de previdncia social e prprio dos servidores pblicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; b) dos demais fundos pblicos e programas estatais de natureza atuarial; V demonstrativo da estimativa e compensao da renncia de receita e da margem de expanso das despesas obrigatrias de carter continuado. Note que, alm das metas futuras ( 1), o art. 4 da LRF determina que a LDO contenha uma avaliao dos resultados passados (incisos I e II do 2), o que d subsdios para projees consistentes das metas a serem alcanadas. No inciso III do mesmo pargrafo, a LRF demonstra preocupao com a deteriorizao do patrimnio pblico, ao exigir que os recursos obtidos com a alienao de ativos, como os provenientes de privatizaes, tenham destaque no anexo de metas fiscais da LDO. Tal determinao permite avaliar a evoluo do patrimnio lquido do ente, por exemplo, verificando se as receitas de alienaes esto sendo reaplicadas em investimentos, o que mantm o patrimnio lquido; ou se esto sendo usadas em gastos de custeio, o que faz o patrimnio lquido diminuir. J o inciso IV visa evitar que os recursos de fundos de natureza previdenciria sejam utilizados em finalidade diversa da programada, o que era muito comum no passado. O que a LRF objetiva garantir a viabilidade econmico-financeira dos fundos ao proteg-los de uso indevidos e assegurando a utilizao apenas nas finalidades previstas em seus estatutos, como nos pagamentos de penses, complementao de aposentadorias e subsdios s despesas mdicas de titulares e dependentes. Concluindo o pargrafo, o inciso V alinha aes, resultados e transparncia, ao exigir que o anexo de metas fiscais demonstre a previso de renncia de receitas e da expanso das despesas obrigatrias continuadas, que normalmente trazem heranas fiscais para mandatos seguintes. Por exemplo, ao aumentar as remuneraes dos servidores pblicos, um prefeito passar essa obrigao para todos os seus sucessores, j que as remuneraes so irredutveis. Tal despesa obrigatria continuada dever estar prevista no anexo de metas fiscais. Temos tambm integrando a LDO o Anexo de Riscos Fiscais, em que sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar

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    as contas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se concretizem.

    Anexo de Riscos Fiscais Anexos de Metas Fiscais

    No Anexo de Riscos Fiscais sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se concretizem23.

    Os riscos fiscais abrangem os riscos oramentrios e os riscos da dvida. Riscos Fiscais Oramentrios: esto relacionados possibilidade de as receitas e despesas projetadas na elaborao do projeto de lei oramentria anual no se confirmarem durante o exerccio financeiro. Com relao receita oramentria, algumas variveis macroeconmicas podem influenciar no montante de recursos arrecadados, dentre as quais podem-se destacar: o nvel de atividade da economia e as taxas de inflao, cmbio e juros. A reduo do Produto Interno Bruto PIB, por exemplo, provoca queda na arrecadao de tributos por todos os entes da Federao. No que diz respeito despesa oramentria, a criao ou ampliao de obrigaes decorrentes de modificaes na legislao, por exemplo, requer alterao na programao original constante da Lei Oramentria. Riscos Fiscais da Dvida: esto diretamente relacionados s flutuaes de variveis macroeconmicas, tais como taxa bsica de juros, variao cambial e inflao. Para a dvida indexada ao Sistema Especial de Liquidao e Custdia SELIC, por exemplo, um aumento sobre a taxa de juros estabelecido pelo Comit de Poltica Monetria do Banco Central do Brasil elevaria o nvel de endividamento do governo. J os passivos contingentes podem ser definidos como dvidas cuja existncia dependa de fatores imprevisveis, como os processos judiciais em curso e dvidas em processo de reconhecimento. Assim, os precatrios no se enquadram no conceito de Risco Fiscal por se tratarem de passivos efetivos e no de passivos contingentes, pois, conforme estabelecido pelo art. 100, 5, da Constituio Federal, obrigatria a incluso, no oramento das entidades de direito pblico, de verba necessria ao pagamento de seus dbitos, oriundos de sentenas transitadas em julgado, constantes de precatrios judicirios apresentados at 1 de julho, fazendo-se o pagamento at o final do exerccio seguinte, quando tero seus valores atualizados monetariamente.

    23 Art. 4, 3, da LRF.

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    Ainda, a mensagem que encaminhar o projeto da LDO da Unio apresentar, em anexo especfico, os objetivos das polticas monetria, creditcia e cambial, bem como os parmetros e as projees para seus principais agregados e variveis, e tambm as metas de inflao, para o exerccio subsequente24. Para ilustrar, alguns exemplos de objetivos:

    Poltica monetria: alcance, pelo Banco Central do Brasil, da meta de inflao fixada pelo Conselho Monetrio Nacional de 4,5%, com intervalo de tolerncia de mais ou menos 2 pontos percentuais;

    Poltica creditcia: manuteno das condies prudenciais e regulamentares para que a expanso do mercado de crdito ocorra em ambiente que preserve a estabilidade do sistema financeiro nacional;

    Poltica cambial: preservao do regime de taxa de cmbio flutuante. A LRF facultou os municpios com menos de 50 mil habitantes a elaborar o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da Lei de Diretrizes Oramentrias a partir do quinto exerccio seguinte ao da publicao daquela Lei Complementar25. Logo, tais municpios no foram definitivamente dispensados de nenhum dos dois anexos.

    (CESPE Economista e Contador - DPU 2016) Passivos contingentes so despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto a sua efetiva ocorrncia. Nesse sentido, a LDO contm o anexo de riscos fiscais, no qual so avaliados os passivos contingentes e outros riscos fiscais. No Anexo de Riscos Fiscais da LDO sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se concretizem Os passivos contingentes podem ser definidos como dvidas cuja existncia dependa de fatores imprevisveis, como os processos judiciais em curso e dvidas em processo de reconhecimento. Resposta: Certa (CESPE Auditor - Conselheiro Substituto TCE/PR 2016) Conforme a LRF, a avaliao de riscos fiscais dever estar contida no PPA.

    24 Art. 4, 4, da LRF. 25 Art. 63, II, da LRF

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    Conforme a LRF, a avaliao de riscos fiscais dever estar contida na LDO. Resposta: Errada (FCC Auditor de Controle Externo rea Controle Externo -TCM/GO 2015) A Lei de Diretrizes Oramentria LDO, visando o controle e equilbrio oramentrio e financeiro, dever ser integrada com o Anexo de Metas Fiscais que, dentre outras exigncias estabelecidas da Lei de Responsabilidade Fiscal LRF, dever estabelecer as metas anuais em valores correntes e constantes para o montante da dvida pblica para o exerccio a que se referir e para os dois subsequentes. Integrar o projeto de lei de diretrizes oramentrias Anexo de Metas Fiscais, em que sero estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primrio e montante da dvida pblica, para o exerccio a que se referirem e para os dois seguintes (art. 4, 1, da LRF). Resposta: Certa (FCC Analista do Tesouro Estadual SEFAZ/PI 2015) Em razo das regras previstas na LRF para o planejamento pblico, obrigatria a elaborao de um demonstrativo da estimativa e compensao da renncia de receita e da margem de expanso das despesas obrigatrias de carter continuado. Esse demonstrativo parte integrante do Anexo de Riscos Fiscais. O anexo de metas fiscais conter, entre outros, demonstrativo da estimativa e compensao da renncia de receita e da margem de expanso das despesas obrigatrias de carter continuado (art. 4, 2, V, da LRF). Resposta: Errada (FCC Analista Legislativo Contabilidade Assembleia Legislativa/PE 2014) A Lei de Diretrizes Oramentrias LDO dispor sobre as normas relativas ao controle de custos e a avaliao dos resultados dos programas financiados com recursos dos oramentos. A lei de diretrizes oramentrias dispor tambm sobre normas relativas ao controle de custos e avaliao dos resultados dos programas financiados com recursos dos oramentos (art. 4, I, e, da LRF). Resposta: Certa (IDECAN - Tcnico de Contabilidade AGU- 2014) O projeto de lei oramentria, ao ser encaminhado ao Poder Legislativo, ser acompanhado do anexo de metas anuais, instrudo com memria e metodologia de clculo que justifiquem os resultados pretendidos.

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    O Anexo de Metas Fiscais da lei de diretrizes oramentrias conter demonstrativo de metas anuais, instrudo com memria e metodologia de clculo que justifiquem os resultados pretendidos. Resposta: Errada (FGV Auditor do Estado CGE/MA 2014) O anexo de metas fiscais conter avaliao do cumprimento das metas relativas ao ano anterior. O Anexo de Metas Fiscais conter, entre outros, avaliao do cumprimento das metas relativas ao ano anterior (art. 4, 2, da LRF). Resposta: Certa (FGV Analista de Controle Interno Finanas Pblicas - Pref. do Recife/PE 2014) A Lei de Diretrizes Oramentrias dispor sobre equilbrio entre receitas e despesas. A lei de diretrizes oramentrias atender o disposto no 2 do art. 165 da Constituio e dispor tambm sobre equilbrio entre receitas e despesas (art. 4, I, a, da LRF). Resposta: Certa (FGV Administrao e Planejamento Funarte 2014) O processo de elaborao do oramento pblico foi alterado em 2000, com a promulgao da Lei Complementar n 101 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Em decorrncia dessa mudana no marco legal, a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) passou a dispor tambm sobre medidas focadas na formalizao de comrcios informais no pas. A LDO no recebeu tal atribuio da LRF. Resposta: Errada (FGV Advogado - Assembleia Legislativa/MA 2013) A Lei de Diretrizes Oramentrias conter o anexo de riscos ficais onde sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas. A Lei de Diretrizes Oramentrias conter o anexo de riscos fiscais onde sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se concretizem (art. 4, 3, da LRF). Resposta: Certa

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    2.3. Lei Oramentria Anual 2.3.1. Empresa Estatal Dependente A Lei Oramentria Anual o instrumento pelo qual o Poder Pblico prev a arrecadao de receitas e fixa a realizao de despesas para o perodo de um ano. A LOA o oramento por excelncia ou o oramento propriamente dito. Ela deve conter apenas matrias atinentes previso das receitas e fixao das despesas, sendo liberadas, em carter de exceo, as autorizaes para crditos suplementares e operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita oramentria. Trata-se do princpio oramentrio constitucional da exclusividade. Quanto vigncia, a Lei Oramentria Anual federal, conhecida ainda como Oramento Geral da Unio (OGU), tambm segue o ADCT. O projeto da Lei Oramentria anual dever ser encaminhado ao Legislativo quatro meses antes do trmino do exerccio financeiro (31 de agosto), e devolvido ao executivo at o encerramento da sesso legislativa (22 de dezembro) do exerccio de sua elaborao. Segundo o art. 165 da CF/1988, a LOA conter o oramento fiscal, o oramento da seguridade social e o oramento de investimento das empresas (ou investimentos das estatais): 5 A lei oramentria anual compreender: I o oramento fiscal referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico; II o oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico. Vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre a LOA. Mas, antes, precisaremos relembrar o importante conceito de empresa estatal dependente, citado em tpicos anteriores. Primeiro, temos que saber que uma empresa controlada uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertence, direta ou indiretamente, a ente da Federao. Consoante a LRF, empresa estatal dependente uma empresa controlada, mas que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de

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    capital, excludos, no ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria. Este conceito importantssimo, porque, sendo uma empresa estatal considerada dependente, ela participar do Oramento Fiscal e da Seguridade Social. Integram o oramento de investimentos apenas as chamadas empresas estatais no dependentes. Desta forma, a empresa estatal no dependente autossustentvel e no faz parte do campo de aplicao da LRF, porm, seus investimentos integram a LOA por lidar com o dinheiro pblico. Isso ocorre para que a empresa tenha liberdade de atuao e, ao mesmo tempo, o Poder Pblico tenha controle sobre os investimentos dela. Por exemplo, a Petrobras uma Sociedade de Economia Mista e no dependente. No sofre as restries da LRF porque tem que ser dinmica para concorrer com a iniciativa privada. Por outro lado, o Estado deve deter o poder para influenciar onde ela aplicar seus investimentos e a populao deve ter conhecimento, por isso ela compe o Oramento de Investimentos. J as empresas dependentes recebem recursos do Estado para se manter, portanto no se sustentam sozinhas. Existem para suprir alguma falha de mercado em que a iniciativa privada no quis ou no conseguiu xito e relevante para a sociedade. Exemplos: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Empraba), Empresa Brasil de Comunicao (EBC) e Hospital das Clnicas de Porto Alegre (HCPA). Assim, possuem controle total do Estado, seguem a LRF e fazem parte do Oramento Fiscal e da Seguridade Social. A separao to ntida que a Secretaria de Oramento Federal (SOF) responsvel pela coordenao do Oramento Fiscal e da Seguridade Social. J o Oramento de Investimentos coordenado pelo Departamento de Coordenao e Governana das Empresas Estatais (DEST). So duas estruturas totalmente diferentes integrantes do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG). Apenas ao final do processo, para fins de consolidao final da LOA, o DEST envia SOF o Oramento de Investimentos.

    A Secretaria de Oramento Federal (SOF) responsvel pela coordenao do Oramento Fiscal e da Seguridade Social. J o Oramento de Investimentos coordenado pelo Departamento de Coordenao e Governana das Empresas Estatais (DEST).

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    E as despesas de custeio das estatais no dependentes?

    Tais despesas no esto na LOA, j que no usam dinheiro decorrente da arrecadao de tributos. As empresas no dependentes geram seus prprios recursos para arcar com seus gastos de manuteno e pessoal, por exemplo, com a venda de produtos ou prestao de servios. Tal oramento operacional, tambm coordenado pelo DEST, integra o Plano de Dispndios Globais PDG e integrar apenas um anexo da mensagem que encaminha o PLOA, sendo aprovado por decreto. O PDG um conjunto sistematizado de informaes econmico-financeiras, com o objetivo de avaliar o volume de recursos e dispndios, a cargo das estatais, compatibilizando-o com as metas de poltica econmica governamental (necessidade de financiamento do setor pblico). Vamos interpretar o conceito de empresa estatal dependente da LRF:

    uma empresa controlada, ou seja, uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertena, direta ou indiretamente, a ente da Federao.

    Porm, que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital.

    Sendo que, no caso das despesas de capital, caso receba apenas recursos provenientes de aumento de participao acionria, no ser considerada estatal dependente.

    Sendo estatal dependente, integrar o Oramento Fiscal e da Seguridade Social e seguir a LRF.

    Se for no dependente, integrar o Oramento de Investimentos e no seguir a LRF.

    Vale mencionar o disposto no art. 2 da Resoluo 43/2001 do Senado Federal, que define de forma mais completa o conceito de empresa estatal dependente: II empresa estatal dependente: empresa controlada pelo Estado, pelo Distrito Federal ou pelo Municpio, que tenha, no exerccio anterior, recebido recursos financeiros de seu controlador, destinados ao pagamento de despesas com pessoal, de custeio em geral ou de capital, excludos, neste ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria, e tenha, no exerccio corrente, autorizao oramentria para recebimento de recursos financeiros com idntica finalidade.

    Empresa Estatal Dependente

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    Repare que o conceito basicamente o mesmo. O que diferencia a LRF da referida Resoluo que os recursos destinados ao pagamento de despesas com pessoal, de custeio em geral ou de capital, excludos, neste ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria, devem ter sido recebidos pela empresa no exerccio anterior para que a consideremos como estatal dependente. Alm disso, a estatal deve ter, no exerccio corrente, autorizao oramentria para recebimento de recursos financeiros com idntica finalidade.

    2.3.2. A Lei Oramentria Anual na LRF A LRF tambm traz dispositivos sobre a LOA. Segundo o art. 5 da LRF: Art. 5 O projeto de lei oramentria anual, elaborado de forma compatvel com o plano plurianual, com a lei de diretrizes oramentrias e com as normas desta Lei Complementar: I conter, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programao dos oramentos com os objetivos e metas constantes do anexo de metas fiscais da LDO; II ser acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia, bem como das medidas de compensao a renncias de receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado; III conter reserva de contingncia, cuja forma de utilizao e montante, definido com base na receita corrente lquida, sero estabelecidos na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

    A reserva de contingncia tem por finalidade atender, alm da abertura de crditos adicionais, perdas que so episdicas, contingentes ou eventuais. Deve ser prevista em lei sua constituio, com vistas a enfrentar provveis perdas decorrentes de situaes emergenciais.

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    LDO estabelecer a forma de utilizao e o montante da reserva de contigncia com base na receita corrente lquida. LOA conter a reserva de contingncia. Para exemplificar, imagine que a reserva de contingncia seja um bolo para uma festa. Na LDO, estar a encomenda do bolo, com todas as especficaes. Na LOA, teremos o prprio bolo.

    O mesmo art. 5 da LRF tambm d destaque dvida pblica, ao determinar que constaro da LOA todas as despesas relativas dvida pblica, mobiliria ou contratual, e as receitas que as atendero26. Ainda, tem-se que o refinanciamento da dvida pblica (e no apenas a contrao de dvida nova) constar separadamente na lei oramentria e nas de crdito adicional27. O refinanciamento consiste na substituio de ttulos anteriormente emitidos por ttulos novos, com vencimento posterior. A atualizao monetria do principal da dvida mobiliria refinanciada no poder superar a variao do ndice de preos previsto na lei de diretrizes oramentrias, ou em legislao especfica28. Ateno 1: vedado consignar na lei oramentria crdito com finalidade imprecisa ou com dotao ilimitada29. Uma dotao ilimitada seria aquela sem valores definidos, sem um teto ou limite. Ateno 2: a lei oramentria no consignar dotao para investimento com durao superior a um exerccio financeiro que no esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua incluso30. Assim:

    26 Art. 5, 1, da LRF. 27 Art. 5, 2, da LRF. 28 Art. 5, 3, da LRF. 29 Art. 5, 4, da LRF. 30 Art. 5, 5, da LRF.

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    Segundo a LRF, a LOA:

    Deve ter seu projeto elaborado de forma compatvel com o PPA e a LDO.

    Conter, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programao dos oramentos com os objetivos e metas constantes do anexo de metas fiscais da LDO;

    Ser acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia, bem como das medidas de compensao a renncias de receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado;

    Conter reserva de contingncia, cuja forma de utilizao e montante, definido com base na receita corrente lquida, sero estabelecidos na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

    Constaro todas as despesas relativas dvida pblica, mobiliria ou contratual, e as receitas que as atendero.

    O refinanciamento da dvida pblica constar separadamente na LOA e nas de crdito adicional.

    Ainda, da mesma forma que a LDO, a LOA poder conter autorizao para que os municpios contribuam para o custeio de despesas de competncia de outros entes da Federao31. Vamos falar agora do Banco Central do Brasil na LRF, mas apenas nos dispositivos relacionados LOA. Integraro as despesas da Unio, e sero includas na LOA, as despesas do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefcios e assistncia aos servidores, e a investimentos32. O resultado do Banco Central do Brasil, apurado aps a constituio ou reverso de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e ser transferido at o dcimo dia til subsequente aprovao dos balanos semestrais. O resultado negativo constituir obrigao do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e ser consignado em dotao especfica no oramento33. Assim, o Tesouro Nacional beneficirio dos resultados positivos do BACEN, apurados aps a constituio ou a reverso de reservas, bem como devedor de eventuais resultados negativos da mesma instituio.

    31 Art. 62, I, da LRF. 32 Art. 5, 6, da LRF. 33 Art. 7, caput e 1, da LRF.

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    Resultado positivo do BACEN receita do Tesouro Nacional. Resultado negativo do BACEN despesa do Tesouro Nacional (obrigao do Tesouro para com o BACEN). O impacto e o custo fiscal das operaes realizadas pelo Banco Central do Brasil sero demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes oramentrias da Unio. Os balanos trimestrais do BACEN contero notas explicativas sobre os custos da remunerao das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manuteno das reservas cambiais e a rentabilidade de sua carteira de ttulos, destacando os de emisso da Unio34.

    (CESPE Economista e Contador - DPU 2016) O PPA deve dispor sobre a forma de utilizao e do montante da reserva de contingncia. O projeto de lei oramentria anual conter reserva de contingncia, cuja forma de utilizao e montante, definido com base na receita corrente lquida, sero estabelecidos na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos (art. 5, III, da LRF). Logo, a LDO deve dispor sobre a forma de utilizao e do montante da reserva de contingncia. Resposta: Errada

    (CESPE Auditor Fiscal de Controle Externo TCE/SC 2016) Empresa estatal que receba do seu ente controlador recursos financeiros para pagamento de custeio em geral ser considerada, para efeitos de responsabilidade fiscal, empresa estatal dependente. Consoante a LRF, empresa estatal dependente uma empresa controlada, mas que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excludos, no ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria (art. 2, III, da LRF). Resposta: Certa

    34 Art. 7, 2 e 3, da LRF.

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    (CESPE Analista Tcnico-Administrativo - SUFRAMA 2014) Se o Banco Central do Brasil apresentar resultado negativo em determinado semestre, o Tesouro Nacional ficar responsvel pela cobertura do prejuzo, utilizando para tanto dotao especfica no oramento. O resultado do Banco Central do Brasil, apurado aps a constituio ou reverso de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e ser transferido at o dcimo dia til subsequente aprovao dos balanos semestrais. O resultado negativo constituir obrigao do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e ser consignado em dotao especfica no oramento. Resposta: Certa (FCC Analista do Tesouro Estadual SEFAZ/PI 2015) Nos termos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal LRF, a atualizao monetria do principal da dvida pblica refinanciada no poder superar a variao do ndice de preos previsto na legislao especfica ou na Lei Oramentria Anual. A atualizao monetria do principal da dvida mobiliria refinanciada no poder superar a variao do ndice de preos previsto na lei de diretrizes oramentrias, ou em legislao especfica (art. 5, 3, da LRF). Resposta: Errada (IDECAN - Tcnico de Contabilidade AGU- 2014) O projeto de lei oramentria, ao ser encaminhado ao Poder Legislativo, ser acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributaria e creditcia. O projeto de lei oramentria anual, elaborado de forma compatvel com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias ser acompanhado, entre outros, do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia, bem como das medidas de compensao a renncias de receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado (art. 5, II, da LRF). Resposta: Certa (FGV Contador - Cmara do Recife/PE 2014) O projeto de Lei Oramentria Anual (PLOA) deve ser elaborado de forma compatvel com as disposies do Plano Plurianual, com a Lei de Diretrizes Oramentrias. De acordo com a LRF, o PLOA deve apresentar critrios para consignao de dotao para investimento com durao superior a um exerccio financeiro no contemplado no plano plurianual.

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    A lei oramentria no consignar dotao para investimento com durao superior a um exerccio financeiro que no esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua incluso (art. 5, 5, da LRF). Resposta: Errada (ESAF - Tcnico Administrativo - DNIT - 2013) Todas as despesas relativas dvida pblica, mobiliria ou contratual, e s receitas que as atendero devero constar da Lei Oramentria Anual. Todas as despesas relativas dvida pblica, mobiliria ou contratual, e as receitas que as atendero, constaro da lei oramentria anual (art. 5, 1, da LRF). Resposta: Certa (ESAF - Tcnico Administrativo - DNIT - 2013) O refinanciamento da dvida pblica dever ser segregado na lei oramentria e nas de crditos adicionais O refinanciamento da dvida pblica constar separadamente na lei oramentria e nas de crdito adicional (art. 5, 2, da LRF). Resposta: Certa (FGV Consultor Legislativo Oramento Pblico - Assembleia Legislativa/MA 2013) Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a lei oramentria anual passou a conter os critrios e as formas de limitao de empenho, a ser efetivada nas hipteses previstas na prpria LC 101/00. A LDO dispor sobre critrios e as formas de limitao de empenho, a ser efetivada nas hipteses previstas na LRF (art. 4, I, b, da LRF). Resposta: Errada (FGV Tcnico Administrativo INEA/RJ 2013) A Lei de Responsabilidade Fiscal, LC n. 101/00, determina que a lei oramentria anual disponha tambm sobre o equilbrio entre receitas e despesas durante a execuo do oramento. A LRF determina que a lei de diretrizes oramentrias disponha tambm sobre o equilbrio entre receitas e despesas (art. 4, I, a, da LRF). Resposta: Errada

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    e

    Segue ao final de cada aula o memento do concurseiro. O memento apenas um lembrete/resumo dos principais pontos do contedo abordado. Logo, uma diretriz para o estudante, porm recomendo que voc o complemente de acordo com suas necessidades, por meio do Complemento do aluno (logo aps o memento) e no deixe de constantemente consultar o contedo da aula. No se prenda apenas ao memento.

    PRINCPIOS/PILARES DA LRF

    O planejamento, a transparncia, o controle e a responsabilizao.

    OBJETIVOS

    Art. 1 Esta Lei Complementar estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, com amparo no Captulo II do Ttulo VI da Constituio. 1 A responsabilidade na gesto fiscal pressupe a ao planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obedincia a limites e condies no que tange a renncia de receita, gerao de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dvidas consolidada e mobiliria, operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantia e inscrio em Restos a Pagar.

    ABRANGNCIA

    As disposies da LRF obrigam a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios. Nas referncias Unio, aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios, esto compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico; bem como as respectivas Administraes diretas, fundos, autarquias, fundaes e empresas estatais dependentes. Ainda, a estados entende-se considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas esto includos: Tribunal de Contas da Unio, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municpios e Tribunal de Contas do Municpio.

    Para os efeitos da LRF, entende-se como ente da Federao a Unio, cada Estado, o Distrito Federal e cada Municpio.

    MEMENTO X

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    SEGUNDO A LRF, A LDO DISPOR SOBRE:

    Equilbrio entre receitas e despesas.

    Critrios e forma de limitao de empenho, caso a realizao da receita possa no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal previstas.

    Normas relativas ao controle de custos e avaliao dos resultados dos programas financiados com recursos dos oramentos.

    Demais condies e exigncias para transferncias de recursos a entidades pblicas e privadas.

    Integrar o PLDO o Anexo de Metas Fiscais que conter:

    As metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primrio e montante da dvida pblica, para o exerccio a que se referirem e para os dois seguintes.

    A avaliao do cumprimento das metas relativas ao ano anterior.

    Demonstrativo das metas anuais, instrudo com memria e metodologia de clculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos trs exerccios anteriores, e evidenciando a consistncia delas com as premissas e os objetivos da poltica econmica nacional.

    Evoluo do patrimnio lquido, tambm nos ltimos trs exerccios, destacando a origem e a aplicao dos recursos obtidos com a alienao de ativos.

    Avaliao da situao financeira e atuarial: dos regimes geral de previdncia social e prprio dos servidores pblicos e do FAT; dos demais fundos pblicos e programas estatais de natureza atuarial.

    Demonstrativo da estimativa e compensao da renncia de receita e da margem de expanso das despesas obrigatrias de carter continuado.

    Integrar o PLDO o Anexo de Riscos Fiscais

    Onde sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se concretizem.

    SEGUNDO A LRF, A LOA:

    Deve ter seu projeto elaborado de forma compatvel com o PPA e a LDO.

    I conter, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programao dos oramentos com os objetivos e metas constantes do anexo de metas fiscais da LDO;

    II ser acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia, bem como das medidas de compensao a

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    renncias de receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado;

    III conter reserva de contingncia, cuja forma de utilizao e montante, definido com base na receita corrente lquida, sero estabelecidos na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

    Constaro todas as despesas relativas dvida pblica, mobiliria ou contratual, e as receitas que as atendero.

    O refinanciamento da dvida pblica constar separadamente na LOA e nas de crdito adicional.

    A atualizao monetria do principal da dvida mobiliria refinanciada no poder superar a variao do ndice de preos previsto na LDO, ou em legislao especfica.

    vedado consignar na lei oramentria crdito com finalidade imprecisa ou com dotao ilimitada.

    A lei oramentria no consignar dotao para investimento com durao superior a um exerccio financeiro que no esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua incluso, conforme disposto no 1 do art. 167 da Constituio.

    Integraro as despesas da Unio, e sero includas na LOA, as do BACEN relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefcios e assistncia aos servidores, e a investimentos.

    O resultado do Banco Central do Brasil, apurado aps a constituio ou reverso de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e ser transferido at o dcimo dia til subsequente aprovao dos balanos semestrais.

    O resultado negativo constituir obrigao do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e ser consignado em dotao especfica no oramento.

    O impacto e o custo fiscal das operaes realizadas pelo Banco Central do Brasil sero demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes oramentrias da Unio.

    Os balanos trimestrais do Banco Central do Brasil contero notas explicativas sobre os custos da remunerao das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manuteno das reservas cambiais e a rentabilidade de sua carteira de ttulos, destacando os de emisso da Unio.

    EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE

    uma empresa controlada, ou seja, uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertence, direta ou indiretamente, a ente da Federao.

    Porm, que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital.

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    Sendo que, no caso das despesas de capital, caso receba apenas recursos provenientes de aumento de participao acionria, no ser considerada estatal dependente.

    Sendo estatal dependente, integrar o Oramento Fiscal e da Seguridade Social. Segue a LRF.

    Se for no dependente, integrar o Oramento de Investimentos. No segue a LRF.

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    QUESTES DE CONCURSOS ANTERIORES - CESPE

    As questes esto em ordem decrescente do ano do concurso a que se referem, ou seja, as mais recentes so as primeiras. Assim, caso tenha pouco tempo para estudar as questes comentadas, estude at onde for possvel, comeando a partir da primeira questo. Algumas poucas questes do CESPE j foram estudadas durante a aula. Vou repeti-las aqui, nas Questes de Concursos Anteriores, para que voc tenha uma lista bastante completa e organizada das questes. um nmero muito pequeno perto do total (sempre menos que 10 questes repetidas) e muitas aulas tero 100 questes comentadas do CESPE, como ocorre com a lista a seguir. 1) (CESPE Agente Administrativo - DPU 2016) A LDO compreende o oramento fiscal, o oramento da seguridade social e o oramento de investimentos das empresas com capital inicial pertencente Unio. A LOA compreende o oramento fiscal, o oramento da seguridade social e o oramento de investimentos das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Resposta: Errada 2) (CESPE Analista Judicirio Contabilidade TRT/8 2016) As alteraes na legislao tributria somente podem vigorar aps serem includas na lei de diretrizes oramentrias. A CF/1988 determina que a lei de diretrizes oramentrias considere as alteraes na legislao tributria, mas a LDO no pode criar, aumentar, su