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1 Aula 11 – Introdução à Prótese Parcial Removível É a 3ª subdivisão das próteses odontológicas; Prótese total, prótese fixa (sobre dentes, aparafusadas sobre implantes) e prótese parcial removível; A PPR é a prótese onde existem arcos parcialmente desdentados e não temos condições de recuperar via prótese fixa nem via implante, por conta de motivos locais ou sistêmicos, ou até mesmo condições financeiras; A PPR tem como principal objetivo reabilitar arcos parcialmente desdentados, recuperando a função mastigatória (50%), a fonética e a estética, sem que tal reabilitação acarrete danos às partes constituintes e as estruturas de suporte; É também chamada de “Root” (nome do pesquisador que descobriu os componentes da PPR); A PPR é considerada a prima pobre da prótese; A PPR mal confeccionada é o pior de todos os aparelhos protéticos que se pode colocar em um paciente, pois, ela pode causar diversos danos ao paciente, principalmente a perda de todos os dentes remanescentes; Tecnicamente, ela é facilmente confeccionada; O que é complicado na PPR é o planejamento, pois, existem muitas variáveis; Uma PPR só é bem feita se houver bom planejamento; No planejamento da PPR é necessário observar diversos fatores do paciente, como condição bucal, musculatura, hábitos, etc.; A PPR mal feita não tem outro fim que não seja a dentatura; A PPR bem feita vai reabilitar o paciente, proporcionando até 50% da função mastigatória do dele; SEMPRE compensa fazer uma PPR antes de uma PT no paciente, desde que os dentes remanescentes apresentem condições de receber a prótese; A pior das PPR é sempre melhor do que a melhor das dentaduras; A PPR apresenta a retenção mecânica, o que favorece o paciente, ao contrário da PT que não apresenta tal retenção; As PPR sempre serão estruturas que vão apoiar em dente e tecido mole; Toda PPR é feita de uma armação metálica;

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Aula 11 – Introdução à Prótese Parcial Removível

É a 3ª subdivisão das próteses odontológicas; Prótese total, prótese fixa (sobre dentes, aparafusadas sobre implantes) e prótese

parcial removível; A PPR é a prótese onde existem arcos parcialmente desdentados e não temos

condições de recuperar via prótese fixa nem via implante, por conta de motivos locais ou sistêmicos, ou até mesmo condições financeiras;

A PPR tem como principal objetivo reabilitar arcos parcialmente desdentados, recuperando a função mastigatória (50%), a fonética e a estética, sem que tal reabilitação acarrete danos às partes constituintes e as estruturas de suporte;

É também chamada de “Root” (nome do pesquisador que descobriu os componentes da PPR);

A PPR é considerada a prima pobre da prótese; A PPR mal confeccionada é o pior de todos os aparelhos protéticos que se pode

colocar em um paciente, pois, ela pode causar diversos danos ao paciente, principalmente a perda de todos os dentes remanescentes;

Tecnicamente, ela é facilmente confeccionada; O que é complicado na PPR é o planejamento, pois, existem muitas variáveis; Uma PPR só é bem feita se houver bom planejamento; No planejamento da PPR é necessário observar diversos fatores do paciente, como

condição bucal, musculatura, hábitos, etc.; A PPR mal feita não tem outro fim que não seja a dentatura; A PPR bem feita vai reabilitar o paciente, proporcionando até 50% da função

mastigatória do dele; SEMPRE compensa fazer uma PPR antes de uma PT no paciente, desde que os

dentes remanescentes apresentem condições de receber a prótese; A pior das PPR é sempre melhor do que a melhor das dentaduras; A PPR apresenta a retenção mecânica, o que favorece o paciente, ao contrário da PT

que não apresenta tal retenção; As PPR sempre serão estruturas que vão apoiar em dente e tecido mole; Toda PPR é feita de uma armação metálica; Existem algumas que são feitas somente em acrílico, sendo estas apenas provisórias.

As definitivas sempre são feitas em cima de uma estrutura metálica; A estrutura de uma PPR sempre deve apresentar os seguintes elementos:

- um conector maior, que é responsável por unir os dois lados da prótese aos conectores menores;- grampos (a quantidade varia de acordo com o caso) – estruturas metálicas que abraçam o dente e fazem com que a PPR tenha retenção. É aqui que existe a vantagem da PPR: proporciona retenção pelo fato dos grampos abraçarem os dentes. Também são chamados de retentores. Existem dois tipos de grampos: 1) grampos de retenção, que vêm sempre por vestibular, e 2) grampos de oposição, que vêm sempre por lingual. Um grampo anula a força do outro. Eles sempre estarão abraçando o dente;

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- sela: região de base para os dentes artificiais. Ela deve ser toda furada para que o acrílico penetre e haja retenção;- conectores menores: têm a função de unir todas as estruturas ao conector maior;- apoio: é o que limita a entrada da prótese. Limitam a movimentação da prótese no sentido ocluso-gengival, também durante a mastigação;

Toda PPR tem como característica a bilateralidade. Não existe prótese unilateral; Podem existir arcos parcialmente dentados unilaterais, no entanto, a PPR é sempre

bilateral; O desenho da PPR leva em consideração dois fatores: função e estética; A PPR é feia por causa do metal; Existem PPR que não apresentam grampos, pois, elas apresentam encaixe tipo

macho-fêmea; Não pode existir prótese unilateral por causa da distribuição de forças. Uma prótese

que é colocada apenas de um lado causa o excesso de forças em um dos lados, ocasionando na perda dos dentes remanescentes;

PPR serve em qualquer arco, em qualquer tipo de paciente, em qualquer idade, desde que tenha condições nos dentes de suporte;

As únicas contra indicações da PPR são:- Pacientes com problemas motores;- Pacientes com problemas mentais (Síndrome de Down, por exemplo). Eles não podem receber nada removível, pois, podem engolir, danificar, engasgar com a prótese, etc.;- Pobre higiene dental (contra indicação da Odontologia de maneira geral).

Existe uma sequência também na colocação da PPR:- Periodontia;- Endodontia;- Dentística;

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- Exodontia;- Ortodontia;- Prótese, por último.

Dentre as próteses, a PPR é a última a ser feita. Só pode ser feita depois que todas essas situações foram resolvidas;

Os grampos devem abraçar o dente todo. Caso algum dente esteja inadequado, deve ser necessário fazer adaptações, como aumento de coroa clínica ou cirurgia pré-protética.

Indicações

As PPR são indicadas para espaços protéticos intercalados de grande extensão, sobretudo em extremidades livres.

Contra indicações

As contra indicações para a PPR se resumem aos pacientes com debilidade mental, problemas motores ou pobre higiene oral.

Planejamento pré-protético

Análise das próteses existentes; Dentística; Exame periodontal; Tratamento endodôntico; Exodontias; Ortodontia; Nivelamento do plano oclusal.

Classificação de arcos parcialmente dentados – Classificação de Kennedy

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Classe I

Todo paciente desdentado posterior bilateral.

Não interessa a quantidade de dentes, nem a localização dos dentes, contanto que não existam mais dentes depois;

O que importa é que haja ausência de dentes posteriores bilateralmente; Para que seja Classe I, não deve existir nenhum dente depois dos ausentes

posteriores. Por exemplo: Não temos nenhum dos dentes de 1º pré-molar até 2º molar de ambos os lados, no entanto, temos os 3º molares de cada lado. Aí já não é Classe I, pois, existem dentes mais posteriores;

A classificação de Kennedy se refere às ausências dentais; Os espaços não precisam ser homogêneos. Podem existir mais ausências dentais em

um lado do que no outro. Isso serve tanto para superior quanto para inferior;

Classe II

Todo paciente desdentado posterior unilateral.

Quando falamos em “posterior”, não significa dente posterior, mas sim espaço posterior.

Classe III

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Aqui existem um ou mais dentes para posterior.

São espaços intercalados entre dentes, sendo dentes anteriores e posteriores ao espaço;

Existem dentes para mesial e para distal do espaço.

Classe IV

Pacientes com espaço edêntulo que cruza a linha média;

Nesse caso o desdentado é para anterior; Se existir um dente na região anterior, mais precisamente na linha média, já não é

Classe IV; Não é possível existir mais de uma classe em um mesmo paciente.

Como realizar as classificações?

Criaram-se as regras de Applegate para conseguirmos diferenciar as classes dentro da classificação de Kennedy.

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1- A classificação final só poderá ser realizada após todas as extrações indicadas.

- Se algum dente for extraído depois de confeccionada a prótese, a classificação do paciente mudará.

2- Terceiros Molares ausentes que não serão repostos não devem ser incluídos na classificação.

- Vamos repor um 3º molar somente quando existir outro na boca.- O 3º molar entra na classificação se for reposto, caso contrário, fica de fora.

3- Segundos Molares ausentes que não serão repostos não devem ser incluídos na classificação.

- Mesma situação da regra anterior. Caso o 2º molar seja reposto, ele entra na classificação, senão, também fica de fora.

4- A área ou áreas desdentadas mais posteriores sempre determinam a classificação.

- Se houverem mais de uma área desdentadas, vamos utilizar a mais posterior para classificar.

- Quanto mais posterior o ESPAÇO DESDENTADO, esta será a área prevalente para a classificação.

Exemplo: Não podemos classificar este paciente como Classe IV, pois, apesar dele apresentar ausências dentais anteriores cruzando a linha média, a área edêntula mais posterior é a posterior bilateral, o que determina que ele seja Classe I.

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5- As outras áreas desdentadas que passam a ser secundárias à que determina a classificação são denominadas modificações e são designadas por seu número.

- Números de espaços;

- A classificação sempre recebe algarismos ROMANOS, já as modificações sempre recebem algarismos ARÁBICOS. Exemplo: Classe II, modificação 2; Classe IV, modificação 1;- Qualquer outra área que não seja a classificação principal é uma modificação, independente do seu número.

6- Não há modificação na Classe IV de Kennedy.

- Não há modificação, pois, se existir espaço mais posterior, este receberá a classificação, e a região anterior será uma modificação.

Modificação

Modificação

Classificação – Classe III(área mais posterior)