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Turma e Ano: Master A (2015) Matéria / Aula: Direito Tributário / Aula 11 Professor: Vanessa Siqueira Monitora: Evellyn Nobre AULA 11 Conteúdo da aula: Discriminação de Rendas; Competência Tributária; Conceito; Distinção entre Competência Tributária e Capacidade Ativa; Repartição Constitucional das Competências Tributárias: Competência Exclusiva; Competência Comum; Competência Residual; Competência Extraordinária. Competência tributária 1 – Conceito Paulo de Barros Carvalho – Competência tributaria é uma das parcelas entre as prerrogativas legiferantes de que são portadoras a pessoa política consubstanciada na possibilidade de legislar para produção de normas jurídicas sobre tributos. Os entes concretizam a competência tributária por intermédio de leis ordinárias. Para o Professor Carrazza entende que a lei ordinária é o veículo em abstrato que concretiza a competência tributária. Só entes políticos podem receber competência tributária. E entes políticos são pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Professor Carrazza segue dizendo que não cria tributo quem quer, mas quem pode de acordo com a Constituição. O Professor Amilcar de Araujo Falcão diz que no mesmo momento em que a norma constitucional confere a determinada pessoa política competência para criar

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Turma e Ano: Master A (2015)

Matéria / Aula: Direito Tributário / Aula 11

Professor: Vanessa Siqueira

Monitora: Evellyn Nobre

AULA 11

Conteúdo da aula: Discriminação de Rendas; Competência Tributária; Conceito; Distinção entre Competência Tributária e Capacidade Ativa; Repartição Constitucional das Competências Tributárias: Competência Exclusiva; Competência Comum; Competência Residual; Competência Extraordinária.

Competência tributária

1 – Conceito

Paulo de Barros Carvalho – Competência tributaria é uma das parcelas entre as prerrogativas legiferantes de que são portadoras a pessoa política consubstanciada na possibilidade de legislar para produção de normas jurídicas sobre tributos.

Os entes concretizam a competência tributária por intermédio de leis ordinárias.

Para o Professor Carrazza entende que a lei ordinária é o veículo em abstrato que concretiza a competência tributária.

Só entes políticos podem receber competência tributária. E entes políticos são pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Professor Carrazza segue dizendo que não cria tributo quem quer, mas quem pode de acordo com a Constituição.

O Professor Amilcar de Araujo Falcão diz que no mesmo momento em que a norma constitucional confere a determinada pessoa política competência para criar

certo tributo, ela está a negar as demais pessoas politicas esta mesma possibilidade. Então, aqui os efeitos positivos e negativos da competência tributária.

Art. 11 da LC 101/00 ­ lei de responsabilidade fiscal

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

OBS: Houveram 2 alterações importantíssimas na Constituição afetas ao Direito Financeiro:

­ a introdução no art. 167 §5º,­ a transmutação do orçamento em instrumento impositivo, antes era autorizativo.

Em relação ao art. 11 da referida lei, é como se a Constituição estivesse dizendo que os entes vocês devem exaurir as suas respectivas competências tributárias.

Não basta o ente criar, instituir fixando uma alíquota irrisória, porque estaria driblando o comando inserido no art. 11 da LRF, ou seja, o ente precisa fixar uma alíquota que vai culminar numa arrecadação plausível.

O caput do art. 11 determina que o ente institua todos os seus tributos e o § único do mesmo artigo diz que só haverá “alguma punição” na eventualidade de um ente deixar de instituir todos os seus impostos.

Exemplo: Município que deixa de criar a COSIP, se o município deixa de criar nada vai acontecer. Mas se o município deixa de instituir o IPTU, INSS ou ITBI, ele fica impedido de receber transferências voluntarias.

O ente pode deixar de instituir impostos?

Sim, desde que suporte as consequências oriundas da não instituição.

Essas transferências voluntarias não tem a ver com as transferências constitucionais e não tem a ver com repartição de receitas previstas na CF nos artigos 157/162, pois essas 2 últimas citadas são transferências obrigatórias.

O ente que deixa de instituir um imposto é porque a instituição se afigura inviável, pois o que ele vai gastar com administração tributária supera com que ele vai obter com a arrecadação.

Na LRF não há punição para agentes públicos.

O STF entende que a competência tributária não se transformou num poder­dever ante a redação do art. 11, a competência tributária continua sendo facultativa.

Jose Eduardo Soares de Melo arrola algumas características inerentes a competência tributária:

A) Privatividade

B) Indelegabilidade

C) Incaducabilidade

D) Inalterabilidade

E) Irrenunciabilidade

F) Facultatividade

2­ Distinção entre competência tributária e capacidade tributária ativa

Competência tributária é o poder de criar o tributo, é o poder de legislar sobre tributos. E só pode ser outorgada as pessoas políticas, e é indelegável como arrola o art. 7º do CTN.

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria

tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.

§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

A capacidade tributária ativa é o poder de fiscalizar, cobrar e arrecadar. Essas 3 funções podem ser delegadas, mas a fiscalização e cobrança só poderão para pessoas jurídicas de direito público, porque são funções que demandam exigem o exercício regular do poder de polícia, já a função arrecadação de é de livre delegação.

Atenção, se uma PJ receber tão somente a arrecadação isso não implica dizer que essa pessoa seja sujeito ativo do tributo.

Só é considerado sujeito ativo do tributo aquele que recebeu a fiscalização e a cobrança tributárias.

Há uma exceção: que é o caso de uma PJ de Direito Privado pode receber capacidade tributária ativa, que é o caso dos sindicatos e das pessoas componentes do sistema S, conforma art. 240 CF.

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

3­ Repartição constitucional das competências tributárias

A) Competência ExclusivaB) Competência ComumC) Competência Residual

D) Competência ExtraordináriaA­ Competência Exclusiva

É aquela deferida com exclusividade a cada um dos entes políticos.

­ União: Impostos do art. 153 CF, os empréstimos compulsórios do art. 148 CF e as contribuições parafiscais do art. 149 CF.

Com exceção daquelas contribuições previdenciárias anômalas, porque aquelas contribuições criadas para custear o regime de previdência próprio dos entes se subsumem a competência comum dos entes.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I ­ para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II ­ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I ­ importação de produtos estrangeiros;

II ­ exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

III ­ renda e proventos de qualquer natureza;

IV ­ produtos industrializados;

V ­ operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

VI ­ propriedade territorial rural;

VII ­ grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

­ Estados: Impostos do art. 155 CF.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I ­ transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

II ­ operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III ­ propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

­ Municípios: Impostos do art. 156 CF e a COSIP do art. 149­A CF.

Art. 149­A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I ­ propriedade predial e territorial urbana;

II ­ transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

III ­ serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

IV ­ (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Essa competência comum diz respeito apenas aqueles tributos vinculados a atividades estatais especificas referentes a pessoa do contribuinte, ou seja tributos que são vinculados no que concerne ao fato gerador.

Esses tributos seriam: as taxas, as contribuições de melhoria dentre os tributos clássicos e as contribuições previdenciárias anômalas do art. 149, §1º CF.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Posição do Professor Hugo de Brito – cada ente irá instituir taxas no respectivo âmbito de suas atribuições.

B­ Competência Material

Com relação a competência material/administrativa da União e dos Municípios, essa competência é expressa, conforme os artigos 21 e 30 CF.

Art. 21. Compete à União:

I ­ manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

II ­ declarar a guerra e celebrar a paz;

III ­ assegurar a defesa nacional;

IV ­ permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

V ­ decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI ­ autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII ­ emitir moeda;

VIII ­ administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

IX ­ elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;

X ­ manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI ­ explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

XII ­ explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra­estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII ­ organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

XIV ­ organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XV ­ organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;

XVI ­ exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;

XVII ­ conceder anistia;

XVIII ­ planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;

XIX ­ instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento)

XX ­ instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;

XXI ­ estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII ­ executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXIII ­ explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia­vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV ­ organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV ­ estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I ­ legislar sobre assuntos de interesse local;

II ­ suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III ­ instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV ­ criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V ­ organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI ­ manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VII ­ prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII ­ promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX ­ promover a proteção do patrimônio histórico­cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

A competência material dos Estados é residual, o que não estiver na lista da União e dos Municípios cai no limbo dos Estados.

Hugo de Brito dizia que os Estados no que tange a instituição de taxas exercem competência residual, porque a competência material dos Estados é residual ­ posição equivocada.

Os Estados no que tange a criação de taxas exercem a competência comum, delimitada pela competência administrativa, que é residual.

No direito tributário não existe competência concorrente para instituição de tributo, porque se existisse poderia ocorrer a proliferação bitributação – Professor Ricardo Lobo Torres.

No Brasil adotou o federalismo assimétrico – art. 24 CF.

Temos exercício concorrente do poder tributário de legislar sobre normas gerais. Os municípios vêm sendo contemplados por esta norma pela dicção do art. 30, II CF.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I ­ direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II ­ orçamento;

III ­ juntas comerciais;

IV ­ custas dos serviços forenses;

V ­ produção e consumo;

VI ­ florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII ­ proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII ­ responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX ­ educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

X ­ criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI ­ procedimentos em matéria processual;

XII ­ previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII ­ assistência jurídica e Defensoria pública;

XIV ­ proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV ­ proteção à infância e à juventude;

XVI ­ organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1º ­ No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar­se­á a estabelecer normas gerais.

§ 2º ­ A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º ­ Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º ­ A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Art. 30. Compete aos Municípios:

II ­ suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

Exemplo: IPVA – os Estados não poderiam ficar reféns da União.

C­ Competência Residual

É a competência para criar tributos cujo os fatos geradores não foram discriminados pela Constituição.

Essa competência residual pertence à União, que pode criar impostos cujo os fatos geradores não estejam arrolados no art. 153 CF e também pode criar contribuições sociais da seguridade social cujo as bases de cálculos não estejam arroladas no art. 195 CF.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I ­ do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II ­ do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III ­ sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV ­ do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

­ art. 154, I c/c art. 195, §4º CF

Art. 154. A União poderá instituir:

I ­ mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não­cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

§ 4º ­ A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

D­ Competência Extraordinária

Se refere aos impostos extraordinários de guerra.

Essa competência jamais fora exercida aqui no Brasil.

­ art. 154, II CF

Art. 154. A União poderá instituir:

II ­ na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária,

os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

OBS: É a única hipótese em que a Constituição chancela a possibilidade de bitributação.

Há 2 assuntos que constituem cláusulas pétreas no direito tributário a discriminação de rendas e as limitações constitucionais ao poder de tributar.

4­ Discriminação de rendas

A discriminação abarca:

­ atribuição de competência

­ a repartição de receitas

Atribuir competência significa dividir o poder de instituir tributos entre os entes políticos.

O Professor Ricardo Lobo Torres diz o seguinte: a atribuição de competência é de fundamental importância para a descentralização do poder político.

Os entes são autônomos (U,E,M), mas não haveria autogoverno tão pouco autoadministração sem a correlata autonomia financeira.

A CF/88 implementou a discriminação de rendas, tornando mais equânime a atribuição de competência.

A atribuição de competência não significa receita física – $.

Na repartição de competências se divide o produto da arrecadação de impostos entres os entes políticos menores ­ artigos 157 a 162 CF.

A repartição de receitas é de fundamental importância para o equilíbrio financeiro do pacto federativo.

Exceção: art, 159, III CF ­ CIDE­Combustíveis

Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)

III ­ do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004)

O único tributo que não é imposto que está inserido na repartição de receitas.

A União tem que entregar para os Estados e Municípios parte do que arrecadou a título de impostos.

A União tem que entregar para os Estados parte do que arrecadou a título de CIDE­Combustíveis.

Os Estados têm que entregar para os Municípios parte do que arrecadou a título de impostos.

Os Estados têm que entregar para os Municípios parte do que receberam da União a título de CIDE­Combustíveis.

A transferência obrigatória a luz do art. 160 CF não pode ser condicionada a não ser nos 2 casos previstos no § único do referido artigo. Aqui o dinheiro sempre vai provir do maior para o menor.

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

As transferências voluntarias são condicionadas e o dinheiro pode provir do maior para o menor ou do menor para o maior, tanto faz.

A repartição de receitas pode se materializar de 2 formas:

­ direta

Exemplo: Estados e Municípios devem reter da remuneração dos seus servidores o IR, esse valor retido não vai para União, ele já fica nos cofres públicos estaduais e municipais.

­ indireta

Se materializa por intermédio dos fundos ­ LC 62/89 e LC 143/13.

Fundo de participação dos Estados e o Fundo de participação dos Municípios.

O dinheiro que integra esses fundos jamais poderia ser repartido de forma equânime, como por exemplo, os Estados da região Norte, Nordeste e Centro Oeste farão jus a uma parcela mais robusta, porque o objetivo da norma é equilibrar o pacto federativo.