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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL PROFESSOR RENATO FENILI Prezado(a) amigo(a) concursando(a), Como foi a semana de estudo? Espero que tudo esteja correndo dentro do planejado. Nesta aula veremos um assunto muito cobrado em concursos. Eis a programação de hoje: AULA CONTEÚDO 2 2. Modelos teóricos da Administração Pública: patrimonialista, burocrático e gerencial O tópico “A nova gestão pública” será abordado mais adiante em nosso curso, após termos um embasamento histórico mais sólido da evolução da Administração Pública em termos mundiais e nacionais. Continuo na expectativa de uma participação intensa no fórum, ok? Tudo pronto? Então vamos ao trabalho.

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PROFESSOR RENATO FENILI

Prezado(a) amigo(a) concursando(a),

Como foi a semana de estudo? Espero que tudo esteja correndo dentro

do planejado.

Nesta aula veremos um assunto muito cobrado em concursos. Eis a

programação de hoje:

AULA CONTEÚDO

2 2. Modelos teóricos da Administração Pública:

patrimonialista, burocrático e gerencial

O tópico “A nova gestão pública” será abordado mais adiante em nosso

curso, após termos um embasamento histórico mais sólido da evolução da

Administração Pública em termos mundiais e nacionais.

Continuo na expectativa de uma participação intensa no fórum, ok?

Tudo pronto? Então vamos ao trabalho.

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2. MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2.1. A Administração Pública Brasileira: perspectiva histórico-

evolutiva

No último século, o Estado brasileiro observou uma evolução acelerada

em seus modelos de gestão. Rumou-se de um Estado oligárquico1 e

patrimonial, no início do século XX, para um Estado gerencial, no final do

século XX e início do XXI.

Logicamente, esta evolução em termos administrativos não veio só,

mas foi acompanhada de alterações significativas em termos políticos e

econômicos. A política de elites típica do início do século passado progrediu

em direção a uma democracia de sociedade civil, ao mesmo tempo em que

economia agrícola mercantil de outrora deu lugar a uma economia capitalista

globalizada.

A literatura da área identifica três “estágios” (ou modelos) de evolução

administrativa do Estado brasileiro, assim dispostos em ordem cronológica: o

patrimonialista, o burocrático e o gerencial.

Desde já, ressalta-se que tais estágios não são observados de modo

estanque, ou seja, sem a influência ou, até mesmo, a coexistência de traços

de modelos anteriores. Desta forma, a despeito de atualmente estar em

vigor o Estado gerencial, é possível a identificação de práticas típicas do

modelo burocrático e, até mesmo, patrimonialista. Eis que entre

organizações e até mesmo dentro de uma mesma organização, não

raramente encontram-se diferentes graus de penetração dos diversos

modelos organizacionais (SECCHI, 2009).

O quadro a seguir traz uma síntese da evolução do Estado brasileiro,

estratificada em termos políticos, econômicos e de modelos de gestão

(adaptado de Bresser-Pereira, 2001).

1Oligarquia é uma forma de governo na qual o poder político está concentrado em um pequeno número de pessoas,

usualmente constantes de famílias que detêm o poder e que o passam ao longo de gerações.

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EVOLUÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO

ASPECTO 18222-1930 1930-1985/1995 1985/1995 - ...

Política Oligárquica Autoritária Democrática

(1985)

Economia Agrícola-

mercantil

Capitalista

Industrial

Capitalismo Pós-

Industrial

Modelo de

Gestão

Patrimonialista Burocrático Gerencial (1995)

Nas próximas seções, veremos com detalhes os modelos de gestão

aqui mencionados.

2.2. A Administração Pública Patrimonialista

1. (CESPE / TRE – BA / 2010) A época em que predominava o

patrimonialismo no Brasil corresponde a um período de alta

centralização político-administrativa no país.

Preliminarmente, para melhor entendimento desta aula, é essencial

relembrarmos os períodos nos quais a História Brasileira é dividida, tomando

por base o relacionamento com Portugal, conforme sintetizado na fugura a

seguir:

2Em geral, adota-se a o ano de 1822 como marco inicial da análise de um modelo de gestão típico do Estado

brasileiro, tendo em vista ser este o ano da independência do Brasil. No entanto, as características patrimonialistas

remontam desde o início da colonização, como veremos na próxima seção.

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A noção de “patrimonialismo”, nos moldes daquilo que hoje estudamos,

é remetida ao sociólogo alemão Max Weber, ao referir-se a uma suposta

ação parasitária do Estado e de sua elite sobre a sociedade. Trata-se, assim,

de um tipo específico de dominação entre a autoridade política e o povo,

sendo normal a apropriação da coisa pública pelo governante como se sua

fosse (WEBER, 2004).

Historicamente, as raízes patrimonialistas brasileiras remontam ao

período do Brasil Colônia, em especial devido à influência de Portugal no

período medieval, onde não havia sequer a noção de “soberania popular”, e

onde havia o gasto indistinto das rendas pessoais e do governo, pelo

monarca.

No entanto, para nós, é de maior interesse restringir o período a partir

do momento que o Brasil torna-se independente de Portugal (1822) e, dessa

forma, passa a contar com uma administração própria. Nesta ótica, podemos

afirmar que o modelo gestão patrimonialista do Estado vigora desde a

independência até a década de 1930.

À época do Brasil-Império, em continuidade a uma política portuguesa

de séculos, formou-se uma elite essencialmente patrimonialista, que vivia da

renda do Estado ao invés da renda da terra. Eram juristas e letrados, muitas

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vezes ligados às famílias dos proprietários dos latifúndios, mas, antes de

tudo, eram sustentados pelo Estado.

No entanto, o fato era que essa elite política patrimonialista brasileira

não possuía poder suficiente para governar sozinha. Como salienta Bresser-

Pereira (2001), havia uma aliança entre o estamento (= camada)

patrimonialista com a burguesia mercantil dos senhores de terra – burguesia

esta que, no decorrer do século XIX, transformou-se de uma oligarquia de

senhores de engenho para uma oligarquia cafeeira paulista. Houve, assim,

durante o Império, um Estado Patrimonial Mercantil, sendo que a

autonomia da elite patrimonialista imperial com relação aos proprietários de

terra foi conquistada aos poucos, tendo por base o desenvolvimento do saber

jurídico formal, transformado em ferramenta de trabalho e em instrumento

de poder.

Seguindo os passos de Faoro (2001), falaremos um pouco da realidade

brasileira por volta de 1900. Nessa época, o Brasil contava com uma

aristocracia decadente que se via desprovida das rendas da terra (em

especial pelo declínio do ciclo do café). A camada social dominante era, na

realidade, formada por políticos patrimonialistas, que tiravam sua renda do

patrimônio do Estado, alimentado pelos impostos da burguesia mercantil.

Veja como Bresser-Pereira (2001) analisa este quadro:

Este estamento [a aristocracia brasileira por volta de 1900] não é maissenhorial, porque não deriva sua renda da terra, mas é patrimonial,

porque a deriva do patrimônio do Estado, que em parte se confunde com opatrimônio de cada um de seus membros. O Estado arrecada impostos das

classes, particularmente da burguesia mercantil, que são usados parasustentar o estamento dominante e o grande corpo de funcionários de nível

médio a ele ligados por laços de toda ordem. (BRESSER-PEREIRA, 2001, p.

4)

Dessa forma, trata-se de uma realidade na qual uma elite política

letrada e conservadora manda de forma autoritária. Preenchendo esta elite,

há uma camada de funcionários públicos cujos cargos eram denominados

sinecuras3 ou prebendas, sendo que o nepotismo, a corrupção e a troca

de favores (= clientelismo) era a regra geral.

O foco das ações estatais, nessa época, era o atendimento às

demandas da elite, de modo que as necessidades da população eram

relegadas a segundo plano. O cargo público era entendido, assim, como uma

3Sinecura (ou prebenda) significa um emprego rendoso e de pouco ou nenhum trabalho.

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mera extensão da esfera privada dos governantes, que exerciam suas

atribuições com a mais ampla liberdade.

O esquema abaixo traz as principais características do modelo de

administração patrimonialista:

Ausência de divisão entre propriedade pública e

propriedade privada;

Nepotismo, corrupção, troca de favores (=clientelismo) e

personalismo (= sociedade baseada em relações pessoais, e não

contratuais);

Arbitrariedade das decisões;

“Endeusamento” do soberano (Chefe do Executivo);

Descaso pelas demandas sociais;

Desorganização administrativa do Estado e inexistência de

carreiras administrativas.

Feita essa introdução, é momento de retornarmos à questão proposta:

(CESPE / TRE – BA / 2010) A época em que predominava o

patrimonialismo no Brasil corresponde a um período de alta centralização

político-administrativa no país.

Como veremos com detalhes, o patrimonialismo vigorou, no Brasil,

desde o Período Colonial, passando pelo Império e chegando à República

Velha (foram cerca de 4 séculos!). Assim, vários foram os modelos político-

administrativos que vigoraram ao longo desse período. Houve, inicialmente,

o sistema das Capitanias Hereditárias, marcado por uma descentralização

político-administrativa. Em seguida, a metrópole (Portugal) envidou esforços

à centralização administrativa, por meio do Governo Geral. Contudo, ao

chegarmos ao século XIX e início do XX, era sensível a descentralização

política devido à ação dos barões do café, que atuavam como “coronéis” em

suas localidades. Assim, a assertiva está errada.

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2. (CESPE / TRE – ES / 2011) O gestor público que se pauta pelo

modelo patrimonialista age de acordo com o princípio que

preconiza ser o Estado aparelho que funciona em prol da

sociedade.

O modelo patrimonialista é marcado pela indistinção, pelos governantes,

da propriedade pública e privada. Assim, a ação do governo é feita sem

resguardar a “coisa pública”, havendo amplo descaso pelas demandas

sociais.

A assertiva, portanto, está errada.

O Período de Transição

A Primeira República (também conhecida como República Velha) foi

marcada como um período de transição. Trata-se do período compreendido

entre a Proclamação da República (1889) e o golpe militar de 1930.

Conforme nos ensina Bresser-Pereira (2001), a Proclamação da

República tinha a pretensão de ser uma revolução da classe média. No

entanto, o regime militar do início da República teve vida curta – apenas

durante os governos de Deodoro da Fonseca e de Floriano Peixoto. Logo em

seguida, com a eleição, em 1894, de Prudente de Morais, retorna ao poder a

oligarquia cafeeira, mas agora associada ao estamento militar.

O golpe militar de 1889 foi, na realidade, uma iniciativa elitista. O

regime continuou oligárquico e as eleições, fraudulentas. Há estatísticas de

que o eleitorado subira de um para dois por cento da população com a

República.

Em síntese: a estrutura econômica e a de poder pouco mudou na

Primeira República. Pelo contrário, a oligarquia teve suas características

acentuadas. Nas palavras de Bresser-Pereira (2001, p. 8 e 9):

[...] com o estabelecimento da federação na Constituição de 1891, e adecorrente descentralização política de um Estado que no Império fora

altamente centralizado, o poder dos governadores e das oligarquias locaisaumentara ao invés de diminuir. Surge a política dos governadores, que

definiria os rumos políticos do país até 1930. Mas o aumento do poder dosgovernadores era contraditório: se de um lado tinham mais poder em relação

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à União, tinham menos em relação aos coronéis locais, dos quais passavam a

depender.

Este quadro implicava a insatisfação dos militares, que demandavam a

ordem e o progresso inerentes à bandeira republicana. Da mesma forma,

havia a indignação por parte dos liberais, que clamavam por democracia. Eis

que os movimentos militares da década de 1920 (em especial a Coluna

Prestes) desembocam na Revolução de 1930, responsável por colocar fim à

República Velha e, consequentemente, à hegemonia da oligarquia cafeeira

brasileira.

A Revolução de 1930 impediu a posse do presidente eleito Júlio

Prestes, sendo que Getúlio Vargas assumiu a chefia do Governo Provisório

por um período que durariam 15 anos. Dava-se início à consolidação de um

Estado autoritário e burocrático inserido em uma sociedade em que o

capitalismo industrial torna-se, enfim, dominante.

2.3. A Administração Pública Burocrática

3. (ESAF / CGU / 2004) Weber estudou as organizações que surgiramapós a revolução industrial e a formação do Estado, identificando

características que eram comuns e tipos de autoridade. Indique aopção que apresenta corretamente características do ideal tipo de

burocracia de Weber.

a) Excesso de regulamentos e valorização da hierarquia. b) Competência técnica e dominação tradicional

c) Dominação legal e carismática

d) Impessoalidade e profissionalismo

e) Mecanismo e racionalidade legal.

A Teoria da Burocracia de Weber

Muito do que falamos hoje de hierarquia e autoridade é proveniente da

Teoria da Burocracia, elaborada pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-

1920), mas desenvolvida dentro da Administração na década de 1930, como

uma resposta às parcialidades da Abordagem Clássica (Teoria Clássica da

Administração, de Fayol e Administração Científica, de Taylor) –

excessivamente mecanizada – e da Escola de Relações Humanas (de Mayo) –

excessivamente centrada no indivíduo.

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Com o tamanho e a complexidade crescentes das organizações (que não

mais eram somente fábricas), era necessária a elaboração de um modelo de

organização extremanente racional, caracterizada por cargos

formalmente bem definidos, com hierarquia, autoridade e

responsabilidades claras e delimitadas. A esta modelo denominou-se

organização burocrática.

Destaca-se que, no sentido original, assim concebido por Weber,

burocracia está intimamente relacionada com eficiência. O sentido pejorativo

de “burocracia” ao qual estamos acostumados referem-se às disfunções (=

mal funcionamento) da concepção original. Vejamos o quadro abaixo:

TEORIA DA BUROCRACIA

CARACTERÍSTICAS DA

ORGANIZAÇÃO BUROCRÁTICA DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA

Hierarquia bem definida (sistema

organizado em pirâmide,

representado no organograma da

empresa).

Hierarquia e autoridade muito rígidas

podem implicar resistência às

inovações.

Formalização (regras são formais,

protegendo a organização de ações

arbitrárias)

As regras passam a ser um “fim em

si mesmo”, ou seja, elas passam a

ser mais relevantes que os objetivos

organizacionais.

Processos passam a ser mais lentos,

com o excesso de regras

(“papelada”)

Impessoalidade nas relações

Distanciamento dos colaboradores,

que passam a não interagirem uns

com os outros.

Padronização de rotinas

A conformidade excessiva às rotinas

pode inibir criatividade e implicar

resistência às mudanças.

Profissionalização dos funcionários e

Meritocracia (mediante a existência

de formas de avaliação objetivas, os

cargos são ocupados por aqueles que

efetivamente detêm a competência

técnica para ocupá-los).

O ocupante de um cargo superior

exerce sua autoridade (=poder de

decisão) sobre os assuntos de sua

responsabilidade, independente de

seu conhecimento técnico.

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Com relação à questão proposta, o enunciado nos solicita a identificação

de características da burocracia idealizada por Weber. Seguem os

comentários às alternativas, identificando-se apenas as características que

não se enquadram na burocracia weberiana:

a) o excesso de regulamentos é uma disfunção da burocracia ideal. Em

concursos, sempre tome cuidado com as palavras que denotam um caráter

“radical”: excesso, totalmente, absolutamente, nunca etc. A alternativa está

errada.

b) “dominação tradicional” dá-se em virtude de crença em uma espécie de

“relação senhorial”, onde um manda e outro, simplesmente, obedece. Este

tipo de dominação não se baseia nas regras e normas, mas tão

simplesmente na relação entre pessoas. Não cabe, portanto, na Teoria

Burocrática. A alternativa está errada.

c) as relações, na burocracia de Weber, são impessoais. Assim, a

autoridade flui das regras, ou seja, a dominação é legal e normatizada, e não

baseada na figura de um líder (carismática). A alternativa está errada.

d) ambas as características estão de acordo com o conteúdo da tabela

vista anteriormente. A assertiva está certa.

e) o “mecanismo”, ou seja, a visualização da organização como se fosse

uma máquina, é inerente à Abordagem Clássica da Administração, e não da

Teoria da Burocracia. A assertiva está errada.

Resposta: D

O Modelo Burocrático na Administração Pública Brasileira

4. (CESPE / TRE – ES / 2011) A instituição, em 1936, do

Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve

como objetivo suprimir o modelo patrimonialista de gestão.

A reforma burocrática na administração estatal brasileira inicia-se de

fato em 1936, sob a liderança de Getúlio Vargas. Naquele ano, criou-se o

Conselho Federal do Serviço Público Civil, consolidado, dois anos depois, no

Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), criado no início do

Estado Novo pelo Decreto-Lei nº 579, de 1938.

Eram competências do D.A.S.P.:

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Decreto-Lei nº 579/1938, Art. 2º Compete ao D. A. S. P.:

a) o estudo pormenorizado das repartições, departamentos eestabelecimentos públicos, com o fim de determinar, do ponto de vista da

economia e eficiência, as modificações a serem feitas na organização dosserviços públicos, sua distribuição e agrupamentos, dotações orçamentárias,

condições e processos de trabalho, relações de uns com os outros e com opúblico;

b) organizar anualmente, de acordo com as instruções do Presidente daRepública, a proposta orçamentária a ser enviada por este à Câmara dos

Deputados;

c) fiscalizar, por delegação do Presidente da República e na conformidade das suas instruções, a execução orçamentária;

d) selecionar os candidatos aos cargos públicos federais, excetuadosos das Secretarias da Câmara dos Deputados e do Conselho Federal e os do

magistério e da magistratura;

e) promover a readaptação e o aperfeiçoamento dos funcionários civis daUnião;

f) estudar e fixar os padrões e especificações do material para uso nosserviços públicos;

g) auxiliar o Presidente da República no exame dos projetos de lei

submetidos à sanção;

h) inspecionar os serviços públicos;

i) apresentar anualmente ao Presidente da República relatório pormenorizado

dos trabalhos realizados e em andamento.

Um dos intuitos da instauração do sistema burocrático na

administração brasileira é o combate da corrupção e do nepotismo

inerentes ao modelo anterior, ou seja, a supressão de traços

parasitários do modelo anterior. Há, dessa forma, o foco em controles e

em procedimentos racionais, salientando-se a impessoalidade, o formalismo,

a hierarquia funcional, a profissionalização do servidor e a noção de uma

carreira pública, bem como a preocupação em ampliar o acesso ao Estado e

organizar a composição política com novos e emergentes atores sociais.

Assim, a questão proposta está certa.

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Basicamente, houve quatro fases inerentes ao modelo burocrático na

administração brasileira, representadas no quadro abaixo:

O MODELO BUROCRÁTICO NA ADMINISTRAÇÃO BRASILEIRA

FASE CARACTERÍSTICAS

O Modelo Clássico

Período: 1936 – 1945 (até o fim do Estado Novo

/ deposição de Getúlio Vargas);

Ênfase na reforma dos meios, tendo no D.A.S.P.

o órgão central responsável pela implantação de

uma burocracia clássica weberiana no País.

A volta do

clientelismo

Período: 1945 – 1951

Com a perda do autoritarismo inerente ao

regime do Estado Novo, o D.A.S.P. acaba por

perder muito de suas atribuições. Há o retorno

de práticas clientelistas e de velhos

componentes patrimonialistas.

Tentativa de

retomada do

ímpeto inicial

Período: 1951 – 1963

Com a volta de Getúlio Vargas ao poder (1951-

1954), inicia-se uma tentativa de retomada ao

ímpeto inicial de completar a implantação de

uma administração pública democrática. No

entanto, não só as forças atrasadas no

patrimonialismo eram obstáculos à reforma

burocrática, mas também as “novas” forças

comprometidas com o desenvolvimento

econômico opunham-se ao formalismo

burocrático.

Regime Militar e a

Reforma

Desenvolvimentista

de 1967

Período: 1964 – 1985

Implanta-se um regime autoritário

modernizador, burocrático-capitalista;

Procede-se à Reforma Administrativa de

1967, materializada no Decreto-Lei nº 200.

Trata-se de uma primeira tentativa de superação

da rigidez burocrática, inaugurando práticas

gerencialistas – em especial a descentralização

para a Administração Indireta. Introduz, dessa

forma, o chamado paradigma pós-

burocrático, marcado por uma gama de

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O MODELO BUROCRÁTICO NA ADMINISTRAÇÃO BRASILEIRA

FASE CARACTERÍSTICAS

práticas contrárias à burocracia:

descentralização, flexibilidade, busca por

resultados e orientação para o cidadão.

O esquema abaixo traz as principais características do modelo de

administração burocrático:

Impessoalidade e racionalidade na administração pública;

Especialização da administração pública e decorrente

profissionalização dos funcionários;

Meritocracia (observância de critérios racionais de competência

técnica para contratação e promoção de pessoal);

Padronização de rotinas e de procedimentos (falta de

flexibilidade);

Divisão do trabalho é racional;

Estado é centralizador e a hierarquia é baseada na autoridade;

Foco nas rotinas e no controle dos meios, e não no cliente

(cidadão).

5. (ESAF / CGU / 2008) Considerando a diferenciação conceitual

para fins didáticos dos modelos patrimonialista, burocrático egerencial da administração pública no Brasil, selecione a opção

que conceitua corretamente o modelo burocrático de gestão.

a) Estado centralizador, onipotente, intervencionista e espoliadopor uma elite que enriquece e garante privilégios por meio de

exclusão da maior parte da sociedade.

b) Estado centralizador, profissional e impessoal que busca a

incorporação de atores sociais emergentes e estabelece normas eregras de funcionamento.

c) Estado desconcentrado que privilegia a delegação decompetências para os municípios e foca o controle social de suas

ações.

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d) Estado coordenador de políticas públicas nas três esferas dafederação, visando à desburocratização dos processos

governamentais.

e) Estado descentralizado que tem como foco de suas ações o

contribuinte, que é visto como cliente dos serviços públicos.

a) Na realidade, esta assertiva lista algumas dos “defeitos” do modelo

burocrático no Brasil (onipotência estatal, enriquecimento

indiscriminado da elite etc.), e não características deste modelo. A

assertiva está errada;

b) A assertiva lista características que estão de acordo com a teria

vista anteriormente. Está, portanto, correta;

c) O Estado Burocrático é centralizado. A assertiva está errada;

d) Não faz sentido citar o intuito à desburocratização em um modelo

burocrático. A afirmativa está errada;

e) Mais uma vez, o Estado Burocrático é centralizado. Ainda, não há

foco no cliente (contribuinte). A afirmativa está errada.

Resposta: B

2.4. A Administração Pública Gerencial

Após uma conturbada transição, marcada pelo movimento das “Diretas

Já”, o Brasil retorna ao regime democrático em 1985. Há, nesse momento,

uma recuperação do poder pelos governadores dos estados, bem como o

surgimento dos prefeitos municipais como atores políticos relevantes.

Esta descentralização de poder foi, na realidade, fruto de uma crise

fiscal e política que assolava o País. Havia a demanda da sociedade civil por

maior autonomia dos estados e municípios, com vistas a melhor gerir os

interesses públicos. No entanto, o cenário econômico não poderia ter se

concretizado mais desfavorável: o fracasso do Plano Cruzado e profunda

crise fiscal nos anos 1988 e 1989 culminou no mergulho do País na

hiperinflação do início da década de 1990.

Em contrapartida, enquanto o País descentralizava-se no plano político,

no plano administrativo havia a centralização, por intermédio da Constituição

Federal de 1988, denotando um significativo retorno aos ideais burocráticos

de 1936. Para Bresser-Pereira (2001), este retrocesso burocrático resultou

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da crença equivocada de que a flexibilização da administração pública trazida

pelo Decreto-Lei nº 200/1967 seria o cerne da crise do Estado. Desta forma,

a soma de uma burocracia fortalecida pela CF/88 com a profunda crise

econômica implicou o desprestígio da administração pública brasileira, até

meados da década de 1990.

Interessante evidenciarmos as diferenças em termos administrativos e

políticos inerentes aos contextos do Decreto-Lei nº 200/1967 e da

Constituição Federal de 1988, ilustradas no esquema abaixo:

Após esforços pouco eficazes nos governo Collor (1990-1992) e Itamar

Franco (1992-1994), foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que a

Reforma Administrativa passou a ser tema central no País.

A fim de dar o devido suporte à citada Reforma, criou-se, em 1995, o

Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE), nomeando-se o

ministro Bresser-Pereira a fim de levar a cabo as ações necessárias. Bresser-

Pereira, no mesmo ano, elabora o Plano Diretor de Reforma do Aparelho

do Estado (Pdrae), tomando por base a análise das reformas ocorridas em

outros países (em especial Inglaterra), bem como o livro Reinventando o

Governo4 (obra de David Osborn e Ted Gaebler).

Contando com o respaldo do então presidente Fernando Henrique, a

proposta acabou por ganhar o apoio de políticos e intelectuais. Foi aprovada

e teve como marco central a Emenda Constitucional nº 19, de 1998.

No modelo de administração pública gerencial, prioriza-se a

eficiência na atuação administrativa (aliás, foi a própria EC nº 19/98 que

inseriu o Princípio da Eficiência como norteador da atividade administrativa,

4A obra Reivnetando o Governo: como o espírito empreendedor está transformando o setor público, publicada em

1998, retrata a experiência ocorrida no Estado de Minnesota (EUA), devido a uma gestão inovadora promovida pelo

prefeito e vice-prefeito da cidade de Saint Paul.

Decreto-Lei no 200/67

Centralização Política

Descentralização Administrativa

Constituição Federal de 1988

Descentalização Política

Centralização Administrativa

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conforme consta do caput do art. 37 da CF/88). Aspectos como a qualidade

dos serviços ao cidadão, a redução de custos e a descentralização

administrativa passam a tomar forma como objetivos da gestão estatal.

Ainda, muito da linguagem e das ferramentas típicas da administração

privada foram trazidas para o âmbito da administração pública.

O esquema abaixo traz as principais características do modelo de

administração gerencial:

Orientação para a obtenção de resultados;

Foco no cidadão, entendido como cliente / usuário último da

administração pública;

Descentralização administrativa (delegação de autoridade),

priorizando os resultados e o seu controle (efetuado através de

contratos de gestão);

Descentralização política, transferindo-se recursos e atribuições

para os níveis políticos regionais e locais;

Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal,

organizada em carreiras de Estado, passando a formular e a

gerir, juntamente com políticos e demais membros da sociedade,

as políticas públicas;

Terceirização de atividades auxiliares e de apoio, que passam a

ser licitadas competitivamente no mercado.

Por fim, é importante salientar que não há um “modelo puro” de

administração vigente no Brasil. O que existe é um misto dos modelos

ora estudados. Ainda há traços significativos do patrimonialismo, sendo a

corrupção, o clientelismo e a confusão entre o público e o privado manchetes

corriqueiras em nossos jornais.

Da mesma forma, o modelo de administração gerencial está apoiado

no burocrático, do qual conserva alguns de seus princípios fundamentais:

admissão por mérito (concurso público), planos de cargos e salários,

treinamento sistemático, estruturação hierárquica. A inovação deu-se, mais

propriamente, na adoção do controle voltado aos resultados (e não aos

procedimentos) e na nova visão que elege o cidadão como cliente dos

serviços da administração pública.

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É hora de revisarmos o conteúdo desta aula por meio de questões.

6. (ESAF / MPOG /2010) Acerca dos modelos de gestãopatrimonialista, burocrática e gerencial, no contexto brasileiro,

é correto afirmar:

a) cada um deles constituiu-se, a seu tempo, em movimento

administrativo autônomo, imune a injunções políticas,econômicas e culturais.

b) com a burocracia, o patrimonialismo inicia sua derrocada,sendo finalmente extinto com a implantação do gerencialismo.

c) o caráter neoliberal da burocracia é uma das principais causas de sua falência.

d) fruto de nossa opção tardia pela forma republicana degoverno, o patrimonialismo é um fenômeno administrativo sem

paralelo em outros países.

e) com o gerencialismo, a ordem administrativa se reestrutura,

porém sem abolir o patrimonialismo e a burocracia que, a seu

modo e com nova roupagem, continuam existindo.

Vejamos os comentários às alternativas:

a) Não há de se falar em um modelo administrativo imune a fatores

políticos, econômicos e culturais. Foi a crise econômica do final da

década de 1980, por exemplo, que impulsionou a demanda pela

adoção do modelo de administração gerencial. Da mesma forma, o

modelo patrimonialista está intimamente relacionado com o cenário

político (e clientelista) vigente em sua época. A alternativa está errada.

b) Como já comentamos, há profundos traços patrimonialistas vigentes

até hoje. Nepotismo, personalismo, clientelismo, corrupção. Há tão

somente uma nova roupagem da atuação patrimonialista na gestão

estatal.

c) O Neoliberalismo pode ser entendido como uma linha de pensamento

que defende a não participação do Estado na economia (é o chamado

“Estado-mínimo”). Almeja-se a total liberdade de mercado, sendo este

visto como um alicerce do crescimento econômico e social de um país.

A perspectiva neoliberal não é inerente à burocracia, mas sim a

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contrapõe, tendo em vista o objetivo de redução das atribuições

estatais a fim de que houvesse o exercício apenas de suas funções

básicas e indelegáveis. Desta forma, o neoliberalismo é uma corrente

de suporte à administração gerencial, e não burocrática. A alternativa

está errada.

d) O patrimonialismo (e, mais recentemente, o neopatrimonialismo) é um

modelo de ampla difusão no mundo. A despeito de ter sido superado

em alguns países, é ainda arraigado principalmente em culturas da

América Latina, África e Ásia (BRUHNS, 2012). A alternativa está,

portanto, errada.

e) A alternativa espelha de modo apropriado o “mix” de modelos

administrativos ora vigentes no Brasil. Está, assim, correta.

Resposta: E.

7. (ESAF / MPOG / 2009) Acerca do modelo de administração

pública gerencial, é correto afirmar que:

a) admite o nepotismo como forma alternativa de captação de

recursos humanos.

b) sua principal diferença em relação à administração burocrática

reside na forma de controle, que deixa de se basear nosprocessos para se concentrar nos resultados.

c) nega todos os princípios da administração públicapatrimonialista e da administração pública burocrática.

d) é orientada, predominantemente, pelo poder racional legal.

e) caracteriza-se pela profissionalização, ideia de carreira,

hierarquia funcional, impessoalidade e formalismo.

Vejamos os comentários às alternativas:

a) Na administração gerencial, a forma de captação de recursos humanos

é formal, nos moldes básicos do modelo burocrático – via concurso

público. A assertiva está errada.

b) A forma de controle é, realmente, o ponto chave na diferença entre os

modelos gerencial e burocrático. Passa-se a visar à aferição dos

resultados, ao invés do controle rígido dos procedimentos. A

alternativa está correta.

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c) Como vimos, a administração gerencial baseia-se em muitos pontos

básicos do modelo burocrático. A alternativa está errada.

d) O modelo que se orienta, predominantemente, pelo poder racional

legal é o burocrático. A alternativa está errada.

e) Os aspectos elencados pela alternativa são inerentes, mais uma vez,

ao modelo burocrático. A assertiva está, portanto, errada.

Resposta: B.

8. (ESAF / SUSEP / 2010) Uma adequada compreensão doprocesso evolutivo da administração pública brasileira nos

revela que:

a) o patrimonialismo se extingue com o fim da dominação

portuguesa, sendo o reinado de D. Pedro II o ponto de partidapara a implantação do modelo burocrático.

b) em um ambiente onde impera o gerencialismo, não há espaçopara o modelo burocrático.

c) a implantação do modelo gerencial, em fins do século passado,consolida o caráter burocrático-weberiano do aparelho do

Estado, notadamente na administração direta.

d) de certa forma, patrimonialismo, burocracia e gerencialismo

convivem em nossa administração contemporânea.

e) a importância do modelo gerencial se expande a partir do

momento em que a administração direta se robustece, nos anos

1950, em paralelo à crescente industrialização do país.

Vejamos os comentários às alternativas:

a) No Brasil, o patrimonialismo foi o modelo administrativo dominante até

1936. A oligarquia cafeeira associada ao estamento estatal de juristas

e letrados aproveitava-se do Estado a fim de promover vantagens

pessoais. A alternativa está errada.

b) Como vimos na questão anterior, algums princípios basilares da

administração burocrática permanecem na administração pública

gerencial. Impessoalidade, treinamento sistemático, avaliação de

desempenho, hierarquia entre outros são exemplos. A afirmativa está

errada.

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c) A implantação do modelo gerencial, na realidade, corresponde a uma

contraposição do caráter burocrático-weberiano do modelo anterior,

reduzindo custos e primando pela eficiência na gestão. A afirmativa

está errada.

d) Como vimos, a realidade brasileira é a convivência de modelos

distintos de administração, sendo que os anteriores (patrimonialismo e

burocrático) apenas apresentam nova roupagem. A assertiva está

correta.

e) A expansão do modelo gerencial, no Brasil, dá-se na década de 1990.

A alternativa está errada.

Resposta: D

9. (ESAF / MPOG / 2008) Os tipos primários de dominaçãotradicional são os casos em que falta um quadro administrativo

pessoal do senhor. Quando esse quadro administrativopuramente pessoal do senhor surge, a dominação tradicional

tende ao patrimonialismo, a partir de cujas característicasformulou-se o modelo de administração patrimonialista.

Examine os enunciados a seguir, sobre tal modelo deadministração, e marque a resposta correta.

1. O modelo de administração patrimonialista caracteriza-se pelaausência de salários ou prebendas, vivendo os “servidores” em

camaradagem com o senhor a partir de meios obtidos de fontesmecânicas.

2. Entre as fontes de sustento dos “servidores” no modelo de administração patrimonialista incluem-se tanto a apropriação

individual privada de bens e oportunidades quanto adegeneração do direito a taxas não regulamentado.

3. O modelo caracteriza-se pela ausência de uma clarademarcação entre as esferas pública e privada e entre política e

administração; e pelo amplo espaço à arbitrariedade material evontade puramente pessoal do senhor.

4. Os “servidores” não possuem formação profissional especializada, mas, por serem selecionados segundo critérios de

dependência doméstica e pessoal, obedecem a formas específicas

de hierarquia patrimonial.

a) Estão corretos os enunciados 2, 3 e 4.

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b) Estão corretos os enunciados 1, 2 e 3. c) Estão corretos somente os enunciados 2 e 3.

d) Estão corretos somente os enunciados 1 e 3.

e) Todos os enunciados estão corretos.

Passemos à análise das assertivas acima:

1) Como vimos na exposição teórica, a administração patrimonial

caracteriza-se pela existência de cargos que são, na realidade, sinecuras ou

prebendas, ou seja, são ocupações rendosas e de pouco ou nenhum

trabalho. A assertiva está errada.

2) No patrimonialismo, com a indistinção das esferas pública e privada, os

“servidores” agiam de forma arbitrária, apropriando-se de tributos coletados

junto à coletividade ou de demais bens e oportunidades oriundas do Estado.

A assertiva está correta.

3) Esta, como vimos, é a principal característica do patrimonialismo: a

ausência de uma clara demarcação entre as esferas pública e privada (e

entre política e administração). O patrimônio pessoal do governante é

misturado com o estatal, como se apenas um fossem. A afirmativa está,

assim, correta.

4) Apesar de ter havido alguma polêmica acerca desta assertiva, o correto é

que a noção de hierarquia é algo inerente ao modelo burocrático. Com

esse entendimento, a assertiva está errada.

Resposta: C.

10. (ESAF / Receita Federal / 2009) Considerando os modelosteóricos de Administração Pública, é incorreto afirmar que, em

nosso país:

a) o maior trunfo do gerencialismo foi fazer com que o modelo

burocrático incorporasse valores de eficiência, eficácia e competitividade.

b) o patrimonialismo pré-burocrático ainda sobrevive, por meiodas evidências de nepotismo, gerontocracia e designações para

cargos públicos baseadas na lealdade política.

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c) a abordagem gerencial foi claramente inspirada na teoriaadministrativa moderna, trazendo, para os administradores

públicos, a linguagem e as ferramentas da administraçãoprivada.

d) no Núcleo Estratégico do Estado, a prevalência do modeloburocrático se justifica pela segurança que ele proporciona.

e) tal como acontece com o modelo burocrático, o modelo

gerencial adotado também se preocupa com a função controle.

Vejamos os comentários às alternativas:

a) Há uma inversão de lógica nesta alternativa. Na realidade, não foi o

modelo burocrático que incorporou traços do gerencial, e sim o

contrário (o modelo gerencial manteve traços basilares do burocrático).

Dessa forma, a assertiva está errada.

b) Os aspectos salientados na afirmativa realmente referem-se a traços

do patrimonialismo que sobrevivem até os dias atuais. Cabe o

esclarecimento de que gerontocracia é a liderança oligárquica

composta por membros mais velhos do que a maior parte da

população adulta. A alternativa está correta.

c) Como vimos, o modelo gerencial efetivamente trouxe para o contexto

da administração pública muito da linguagem e das ferramentas típicas

da administração privada. A alternativa está correta.

d) Esta alternativa foi alvo de uma série de recursos, não acatados pela

ESAF. Na realidade, o Pdrae realmente defende a manutenção da

administração burocrática no núcleo estratégico do estado, em

conjunto com a gerencial:

[...] no núcleo estratégico, em que o essencial é a correção das decisõestomadas e o princípio administrativo fundamental é o da efetividade,

entendido como a capacidade de ver obedecidas e implementadas comsegurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja um misto de

administração burocrática e gerencial.

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Note que não há a expressa menção à “prevalência” de um modelo

sobre o outro, mas sim de um misto entre eles. De qualquer forma, a

banca considerou como correta esta alternativa.

e) Logicamente ambos os modelos (burocrático e gerencial) preocupam-

se com a função controle. A diferença reside no fato de o modelo

burocrático visar ao controle dos procedimentos, ao passo que o

gerencial almeja o controle dos resultados. A alternativa está correta.

Resposta: A

11. (ESAF / SMJ – RJ / 2010) No Brasil, o modelo de

administração burocrática:

a) atinge seu ápice ao final da década de 1950, com a instalaçãodo Ministério da Desburocratização.

b) emerge nos anos 1930, sendo seu grande marco a criação doDASP.

c) permanece arraigado, em sua forma weberiana, até nossos dias, sendo esta a razão da falência do modelo gerencial.

d) deve-se mais à política do café-com-leite que ao início doprocesso de industrialização.

e) foi completamente substituído pelo modelo gerencial

implantado ao final do século XX.

Vejamos os comentários às alternativas:

a) O Ministério da Desburocratização foi um órgão existente entre 1979 e

1986, com o objetivo de diminuir o impacto do modelo burocrático,

que, à época, apresentava uma série de disfunções. Marca, assim, a

queda do modelo de administração burocrática, e não o seu ápice. A

alternativa está errada.

b) A alternativa mostra-se de acordo com o que vimos nesta aula. Está,

assim, correta.

c) Há, na realidade, dois erros nesta alternativa. Primeiramente, a

burocracia dita weberiana, ou seja, na sua forma pura, nunca foi

efetivamente implantada no Brasil. O patrimonialismo sempre esteve

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presente. Ademais, não houve “falência do modelo gerencial”. A

alternativa está errada.

d) O modelo de administração burocrática surge como uma resposta à

arbitrariedade do patrimonialismo, típico da política café-com-leite. A

alternativa está errada.

e) Como vimos nas questões anteriores, não há um modelo único vigente

no Brasil. O modelo gerencial convive com traços do patrimonialista e

do burocrático. A assertiva está, portanto, errada,

Resposta: B.

12. (ESAF / ANA / 2009) Com a chegada da família real

portuguesa, em 1808, o Brasil foi, em muito, beneficiado por D.João VI. Sobre a forma de administração pública vigente

naquele período, pode-se afirmar corretamente que a coroa

portuguesa exerceu uma administração pública:

a) burocrática, pois, a despeito das inovações trazidas por D.João VI, ainda assim o aparelho do Estado funcionava como mera

extensão do poder do soberano, não havendo diferenciação entrea res publica e a res principis.

b) gerencial, com foco na racionalização e na qualidade dosserviços públicos prestados e tendo por objetivo primordial o

desenvolvimento econômico e social de sua então colônia.

c) patrimonialista, pois, a despeito das inovações trazidas por D.

João VI, ainda assim o aparelho do Estado funcionava como meraextensão do poder do soberano, não havendo diferenciação entre

a res publica e a res principis.

d) burocrática, com foco na racionalização e na qualidade dos

serviços públicos prestados e tendo por objetivo primordial o

desenvolvimento econômico e social de sua então colônia.

e) patrimonialista, uma vez que, a fim de combater a corrupção,

centrou suas ações na profissionalização e na hierarquiafuncional dos quadros do aparelho do Estado, dotando-o de

inúmeros controles administrativos.

Até a década de 1930, predominou no Brasil o modelo de

administração patrimonialista, cujas origens remontam à época de Portugal

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medieval. Com esse entendimento, as alternativas A, B e D seriam, de início,

descartadas.

Como vimos, o patrimonialismo é marcado pela indistinção, pelo

soberano, entre a coisa privada (res principis) e a coisa pública (res publica).

Eis que a alternativa C está correta.

A alternativa E mostra-se equivocada, tendo em vista que se refere, na

verdade, ao modelo administrativo burocrático, e não patrimonialista.

Resposta: C

13. (ESAF / CGU / 2004) Ao longo de sua história, aadministração pública assume formatos diferentes, sendo os

mais característicos o patrimonialista, o burocrático e ogerencial. Assinale a opção que indica corretamente a descrição

das características da administração pública feita no texto aseguir.

O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos

patrimônios público e privado, o nepotismo e o clientelismo. Apartir dos processos de democratização, institui-se uma

administração que usa, como instrumentos, os princípios de um

serviço público profissional e de um sistema administrativoimpessoal, formal e racional.

a) Patrimonialista e gerencial

b) Patrimonialista e burocrático c) Burocrático e gerencial

d) Patrimonialista, burocrático e gerencial

e) Burocrático

O texto apresentado pela questão pode ser dividido em dois excertos:

“O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos

patrimônios público e privado, o nepotismo e o clientelismo.” →trata-se de características do modelo de administração

patrimonialista, conforme vimos nesta aula;

“... uma administração que usa, como instrumentos, os princípios

de um serviço público profissional e de um sistema administrativoimpessoal, formal e racional.” → o profissionalismo do serviço

público, bem como o formalismo, a impessoalidade e aracionalidade são atributos típicos do modelo de administração

burocrático.

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Desta forma, a alternativa B está correta.

14. (ESAF / CGU / 2006) Complete a frase a seguir com a

opção correta.

O .................... é uma forma da administração pública que se caracteriza pela privatização do Estado, pela interpermeabilidade

dos patrimônios público e privado. O príncipe não faz claradistinção entre patrimônio público e seus bens privados.

a) modelo patrimonialista

b) modelo burocrático c) modelo gerencial

d) modelo racional-legal

e) modelo estruturalista

O propósito desta questão é apenas reforçar o conteúdo já visto. O

modelo administrativo marcado pela indistinção dos patrimônios público e

privado é o patrimonialista.

Resposta: A

15. (ESAF / MPOG / 2002) A administração pública burocrática

surgiu no século XIX em substituição às formas patrimonialistas

de administrar o Estado. Indique qual das informações a seguir

define as diferenças entre estas duas abordagens.

a) No patrimonialismo não existe uma definição clara entre

patrimônio público e bens privados, com a proliferação do

nepotismo e da corrupção enquanto a burocracia é uma

instituição administrativa que usa os princípios da racionalidade,

impessoalidade e formalidade em um serviço público

profissional.

b) No patrimonialismo os governantes consideram-se donos do

Estado e o administram como sua propriedade, sendo Weber um

dos seus defensores. A administração pública burocrática surgiu

como uma resposta ao aumento da complexidade do Estado e à

necessidade de organização das forças armadas.

c) No patrimonialismo a administração pública era um

instrumento para garantir os direitos de propriedade, já a

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administração pública burocrática estabeleceu uma definição

clara entre res publica e bens privados.

d) No patrimonialismo a administração pública é governada pela

preservação e desenvolvimento do patrimônio do Estado, sem se

preocupar com a defesa dos direitos civis e sociais. A

administração burocrática está ligada ao conceito do Estado de

Bem-Estar Social, combatendo o nepotismo e a corrupção.

e) No patrimonialismo a autoridade é exclusivamente hereditária,

gerando corrupção e ineficiência, enquanto a estratégia adotada

pela administração pública burocrática – o controle formalista

dos procedimentos – garante uma melhor utilização dos recursos

públicos.

Vejamos os comentários às alternativas:

a) A alternativa espelha de modo apropriado as características principais

dos modelos patrimonialista e burocrático. Está, portanto, correta.

b) Há dois erros nesta alternativa. Primeiramente, Weber é defensor do

modelo de administração burocrática, e não patrimonialista. Da mesma

forma, foi o modelo gerencial (e não o burocrático) que surgiu como

resposta ao aumento da complexidade do Estado. A assertiva está

errada.

c) Apenas a primeira parte da alternativa está errada. Devemos ter em

mente que a burocracia surge como uma resposta às arbitrariedades

dos soberanos (absolutistas, usualmente) patrimonialistas. Visa a

impor normas impessoais, protegendo a liberdade individual e o direito

de propriedade privada, fatores que eram de grande interesse da

camada capitalista industrial em ascensão. Desta forma, a alternativa

está errada.

d) Primeiramente, o patrimonialismo age de modo parasitário com relação

ao patrimônio do Estado. Não visa, assim, à “preservação” e ao

“desenvolvimento” estatal. Da mesma forma, como veremos com mais

detalhe ao longo de nosso curso, o modelo burocrático, devido à sua

ineficiência disfuncional, comprometeu muito do desempenho

satisfatório do Estado do Bem-Estar Social. A afirmativa está errada.

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e) A autoridade, no modelo patrimonialista, não é exclusivamente

hereditária. A alternativa está errada.

Resposta: A

16. (ESAF / STN / 2008) Para Max Weber, burocracia é a

organização eficiente por excelência. Ele destaca que este

modelo possui características que lhe são próprias e inúmeras

vantagens em relação a outras formas. Entretanto, suas

disfunções fazem com que o conceito popular seja exatamente

o inverso. Analise as opções a seguir e marque a resposta

correta.

i) A burocracia é baseada em características que têm como

consequência a previsibilidade do comportamento humano e a

padronização do desempenho dos participantes, cujo objetivo

final é a máxima eficiência da organização.

ii) Weber viu inúmeras vantagens que justificam o avanço da

burocracia sobre as demais formas de associação.

iii) A burocracia apresenta disfunções que têm como

consequência a previsibilidade do funcionamento da organização.

iv) Weber entendia que as características da burocracia

contribuíam, em parte, para a segurança dos processos

organizacionais.

a) Estão corretos os enunciados i, iii e iv.

b) Estão corretos os enunciados ii, iii e iv.

c) Estão corretos somente os enunciados i e iii.

d) Estão corretos somente os enunciados i e ii.

e) Todos os enunciados estão corretos

Vejamos os comentários às assertivas:

i) A assertiva elenca, de forma apropriada, características inerentes à

burocracia. Note que, na concepção de Weber, o modelo burocrático é

dotado de capacidade de máxima eficiência. A afirmativa está correta.

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ii) A precisão, o rigor, o formalismo procedimental e a racionalidade do

modelo burocrático são características que, na concepção de Weber,

justificariam o avanço da burocracia sobre todas as formas organizacionais.

A afirmativa está correta.

iii) A previsibilidade do funcionamento da organização não é uma disfunção

da burocracia. Ao contrário, a previsibilidade é uma das condições sobre as

quais é apoiado o modelo burocrático, pautado no controle de processos de

rotina. A assertiva está errada.

iv) Nada melhor do que recorrer à Weber para a melhor discussão desta

alternativa:

"A razão decisiva do avanço da organização burocrática sempre foi sua

superioridade puramente técnica sobre qualquer outra forma. A relação entre

um mecanismo burocrático plenamente desenvolvido e as outras formas é

análoga a relação entre uma máquina e métodos não-mecânicos de produção

de bens. Precisão, rapidez, univocidade, conhecimento da

documentação, continuidade, discrição, uniformidade, subordinação

rigorosa, diminuição de atritos e custos materiais e pessoais alcançam

o ótimo numa administração rigorosamente burocrática". (WEBER, 2004,

p.212).

Os atributos destacados em negrito, no trecho acima, podem ser

associados à segurança (= minimização de falhas) dos processos

organizacionais. O erro da alternativa está, tão somente, pela inclusão da

expressão “em parte”. A burocracia efetivamente contribui para a segurança

dos processos organizacionais.

Resposta: D

17. (ESAF / MPOG / 2003) O século XIX marca o surgimentode uma administração pública burocrática em substituição às

formas patrimonialistas de administrar o Estado. 0 chamado"patrimonialismo" significa a incapacidade ou relutância do

governante em distinguir entre o patrimônio público e seusbens privados.

Assinale a opção que indica corretamente as características da

administração pública burocrática.

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a) Serviço público profissional, flexibilidade organizacional enepotismo.

b) Serviço público profissional e um sistema administrativo frutode um arranjo político, formal e racional.

c) Serviço público profissional e um sistema administrativoimpessoal, formal e racional.

d) Serviço público fruto de um arranjo entre as forças políticas e

um sistema administrativo seletivo de acordo com os diversosgrupos de sustentação da base de governo.

e) Serviço público orientado para o consumidor, ênfase nosresultados em detrimento dos métodos e flexibilidade

organizacional.

Vejamos os comentários às alternativas:

a) Flexibilidade organizacional é típica do gerencialismo. Nepotismo, do

patrimonialismo. A alternativa está errada.

b) Um sistema administrativo fruto de um “arranjo político” é

característica do patrimonialismo. A alternativa está errada.

c) Tais atributos efetivamente são inerentes ao sistema burocrático. A

alternativa está correta.

d) Um sistema administrativo fruto de um “arranjo político” é

característica do patrimonialismo. Ainda, o sistema administrativo na

burocracia não é seletivo, e sim pautado na padronização e na

universalidade de procedimentos. A alternativa está errada.

e) Tais atributos são inerentes ao modelo gerencial. A alternativa está

errada.

Resposta: C

18. (CESPE / MPS / 2010) Raymundo Faoro, em sua clássica

obra Os Donos do Poder, ao confrontar o Estado patrimonial

com o feudal, já se referia ao sistema patrimonial como aquele

que, ao contrário dos direitos, dos privilégios e das obrigações

fixamente determinados do feudalismo, prende os servidores

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em uma rede patriarcal, na qual eles representam a extensão

da casa do soberano.

O enunciado retrata de modo apropriado a indefinição de fronteiras

(pública e privada) típica do modelo patrimonial. Eis o sentido da

comparação com a gestão pública como se fosse “uma extensão da casa do

soberano”. Raymundo Faoro é considerado, juntamente com Sérgio Buarque

de Holanda, um dos principais autores que analisam, sob a ótica cultural, o

patrimonialismo.

A questão está certa.

Bom, ficaremos por aqui nesta segunda aula. Espero uma participação

ativa no fórum.

Uma ótima semana de estudos!

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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA:

1. (CESPE / TRE – BA / 2010) A época em que predominava o

patrimonialismo no Brasil corresponde a um período de alta

centralização político-administrativa no país.

2. (CESPE / TRE – ES / 2011) O gestor público que se pauta pelo

modelo patrimonialista age de acordo com o princípio que

preconiza ser o Estado aparelho que funciona em prol da

sociedade.

3. (ESAF / CGU / 2004) Weber estudou as organizações que

surgiram após a revolução industrial e a formação do Estado,identificando características que eram comuns e tipos de

autoridade. Indique a opção que apresenta corretamentecaracterísticas do ideal tipo de burocracia de Weber.

a) Excesso de regulamentos e valorização da hierarquia.

b) Competência técnica e dominação tradicional c) Dominação legal e carismática

d) Impessoalidade e profissionalismo

e) Mecanismo e racionalidade legal.

4. (CESPE / TRE – ES / 2011) A instituição, em 1936, do

Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve

como objetivo suprimir o modelo patrimonialista de gestão.

5. (ESAF / CGU / 2008) Considerando a diferenciação conceitualpara fins didáticos dos modelos patrimonialista, burocrático e

gerencial da administração pública no Brasil, selecione a opçãoque conceitua corretamente o modelo burocrático de gestão.

a) Estado centralizador, onipotente, intervencionista e espoliadopor uma elite que enriquece e garante privilégios por meio de

exclusão da maior parte da sociedade.

b) Estado centralizador, profissional e impessoal que busca a

incorporação de atores sociais emergentes e estabelece normas eregras de funcionamento.

c) Estado desconcentrado que privilegia a delegação decompetências para os municípios e foca o controle social de suas

ações.

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d) Estado coordenador de políticas públicas nas três esferas dafederação, visando à desburocratização dos processos

governamentais.

e) Estado descentralizado que tem como foco de suas ações o

contribuinte, que é visto como cliente dos serviços públicos.

6. (ESAF / MPOG /2010) Acerca dos modelos de gestão

patrimonialista, burocrática e gerencial, no contexto brasileiro,é correto afirmar:

a) cada um deles constituiu-se, a seu tempo, em movimento

administrativo autônomo, imune a injunções políticas,econômicas e culturais.

b) com a burocracia, o patrimonialismo inicia sua derrocada,sendo finalmente extinto com a implantação do gerencialismo.

c) o caráter neoliberal da burocracia é uma das principais causas de sua falência.

d) fruto de nossa opção tardia pela forma republicana degoverno, o patrimonialismo é um fenômeno administrativo sem

paralelo em outros países.

e) com o gerencialismo, a ordem administrativa se reestrutura,

porém sem abolir o patrimonialismo e a burocracia que, a seu

modo e com nova roupagem, continuam existindo.

7. (ESAF / MPOG / 2009) Acerca do modelo de administraçãopública gerencial, é correto afirmar que:

a) admite o nepotismo como forma alternativa de captação de

recursos humanos.

b) sua principal diferença em relação à administração burocrática

reside na forma de controle, que deixa de se basear nos

processos para se concentrar nos resultados.

c) nega todos os princípios da administração pública

patrimonialista e da administração pública burocrática.

d) é orientada, predominantemente, pelo poder racional legal.

e) caracteriza-se pela profissionalização, ideia de carreira,hierarquia funcional, impessoalidade e formalismo.

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8. (ESAF / SUSEP / 2010) Uma adequada compreensão doprocesso evolutivo da administração pública brasileira nos

revela que:

a) o patrimonialismo se extingue com o fim da dominaçãoportuguesa, sendo o reinado de D. Pedro II o ponto de partida

para a implantação do modelo burocrático.

b) em um ambiente onde impera o gerencialismo, não há espaçopara o modelo burocrático.

c) a implantação do modelo gerencial, em fins do século passado,consolida o caráter burocrático-weberiano do aparelho do

Estado, notadamente na administração direta.

d) de certa forma, patrimonialismo, burocracia e gerencialismo

convivem em nossa administração contemporânea.

e) a importância do modelo gerencial se expande a partir do

momento em que a administração direta se robustece, nos anos1950, em paralelo à crescente industrialização do país.

9. (ESAF / MPOG / 2008) Os tipos primários de dominaçãotradicional são os casos em que falta um quadro administrativo

pessoal do senhor. Quando esse quadro administrativopuramente pessoal do senhor surge, a dominação tradicional

tende ao patrimonialismo, a partir de cujas característicasformulou-se o modelo de administração patrimonialista.

Examine os enunciados a seguir, sobre tal modelo deadministração, e marque a resposta correta.

1. O modelo de administração patrimonialista caracteriza-se pela

ausência de salários ou prebendas, vivendo os “servidores” em camaradagem com o senhor a partir de meios obtidos de fontes

mecânicas.

2. Entre as fontes de sustento dos “servidores” no modelo de administração patrimonialista incluem-se tanto a apropriação

individual privada de bens e oportunidades quanto adegeneração do direito a taxas não regulamentado.

3. O modelo caracteriza-se pela ausência de uma clarademarcação entre as esferas pública e privada e entre política e

administração; e pelo amplo espaço à arbitrariedade material evontade puramente pessoal do senhor.

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4. Os “servidores” não possuem formação profissional especializada, mas, por serem selecionados segundo critérios de

dependência doméstica e pessoal, obedecem a formas específicasde hierarquia patrimonial.

a) Estão corretos os enunciados 2, 3 e 4.

b) Estão corretos os enunciados 1, 2 e 3.

c) Estão corretos somente os enunciados 2 e 3. d) Estão corretos somente os enunciados 1 e 3.

e) Todos os enunciados estão corretos.

10. (ESAF / Receita Federal / 2009) Considerando os modelos

teóricos de Administração Pública, é incorreto afirmar que, emnosso país:

a) o maior trunfo do gerencialismo foi fazer com que o modelo

burocrático incorporasse valores de eficiência, eficácia e competitividade.

b) o patrimonialismo pré-burocrático ainda sobrevive, por meiodas evidências de nepotismo, gerontocracia e designações para

cargos públicos baseadas na lealdade política.

c) a abordagem gerencial foi claramente inspirada na teoria

administrativa moderna, trazendo, para os administradores

públicos, a linguagem e as ferramentas da administraçãoprivada.

d) no Núcleo Estratégico do Estado, a prevalência do modeloburocrático se justifica pela segurança que ele proporciona.

e) tal como acontece com o modelo burocrático, o modelogerencial adotado também se preocupa com a função controle.

11. (ESAF / SMJ – RJ / 2010) No Brasil, o modelo de administração

burocrática:

a) atinge seu ápice ao final da década de 1950, com a instalação

do Ministério da Desburocratização.

b) emerge nos anos 1930, sendo seu grande marco a criação do

DASP.

c) permanece arraigado, em sua forma weberiana, até nossos

dias, sendo esta a razão da falência do modelo gerencial.

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d) deve-se mais à política do café-com-leite que ao início doprocesso de industrialização.

e) foi completamente substituído pelo modelo gerencialimplantado ao final do século XX.

12. (ESAF / ANA / 2009) Com a chegada da família real portuguesa,em 1808, o Brasil foi, em muito, beneficiado por D. João VI.

Sobre a forma de administração pública vigente naqueleperíodo, pode-se afirmar corretamente que a coroa portuguesa

exerceu uma administração pública:

a) burocrática, pois, a despeito das inovações trazidas por D.João VI, ainda assim o aparelho do Estado funcionava como mera

extensão do poder do soberano, não havendo diferenciação entrea res publica e a res principis.

b) gerencial, com foco na racionalização e na qualidade dos

serviços públicos prestados e tendo por objetivo primordial odesenvolvimento econômico e social de sua então colônia.

c) patrimonialista, pois, a despeito das inovações trazidas por D.João VI, ainda assim o aparelho do Estado funcionava como mera

extensão do poder do soberano, não havendo diferenciação entrea res publica e a res principis.

d) burocrática, com foco na racionalização e na qualidade dosserviços públicos prestados e tendo por objetivo primordial o

desenvolvimento econômico e social de sua então colônia.

e) patrimonialista, uma vez que, a fim de combater a corrupção,

centrou suas ações na profissionalização e na hierarquiafuncional dos quadros do aparelho do Estado, dotando-o de

inúmeros controles administrativos.

13. (ESAF / CGU / 2004) Ao longo de sua história, a administração

pública assume formatos diferentes, sendo os maiscaracterísticos o patrimonialista, o burocrático e o gerencial.

Assinale a opção que indica corretamente a descrição dascaracterísticas da administração pública feita no texto a seguir.

O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos

patrimônios público e privado, o nepotismo e o clientelismo. A

partir dos processos de democratização, institui-se umaadministração que usa, como instrumentos, os princípios de um

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serviço público profissional e de um sistema administrativoimpessoal, formal e racional.

a) Patrimonialista e gerencial

b) Patrimonialista e burocrático c) Burocrático e gerencial

d) Patrimonialista, burocrático e gerencial

e) Burocrático

14. (ESAF / CGU / 2006) Complete a frase a seguir com a opção

correta.

O .................... é uma forma da administração pública que se caracteriza pela privatização do Estado, pela interpermeabilidade

dos patrimônios público e privado. O príncipe não faz claradistinção entre patrimônio público e seus bens privados.

a) modelo patrimonialista

b) modelo burocrático c) modelo gerencial

d) modelo racional-legal e) modelo estruturalista

15. (ESAF / MPOG / 2002) A administração pública burocrática

surgiu no século XIX em substituição às formas patrimonialistas

de administrar o Estado. Indique qual das informações a seguir

define as diferenças entre estas duas abordagens.

a) No patrimonialismo não existe uma definição clara entre

patrimônio público e bens privados, com a proliferação do

nepotismo e da corrupção enquanto a burocracia é uma

instituição administrativa que usa os princípios da

racionalidade, impessoalidade e formalidade em um serviço

público profissional.

b) No patrimonialismo os governantes consideram-se donos do

Estado e o administram como sua propriedade, sendo Weber um

dos seus defensores. A administração pública burocrática surgiu

como uma resposta ao aumento da complexidade do Estado e à

necessidade de organização das forças armadas.

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c) No patrimonialismo a administração pública era um

instrumento para garantir os direitos de propriedade, já a

administração pública burocrática estabeleceu uma definição

clara entre res publica e bens privados.

d) No patrimonialismo a administração pública é governada pela

preservação e desenvolvimento do patrimônio do Estado, sem se

preocupar com a defesa dos direitos civis e sociais. A

administração burocrática está ligada ao conceito do Estado de

Bem-Estar Social, combatendo o nepotismo e a corrupção.

e) No patrimonialismo a autoridade é exclusivamente hereditária,

gerando corrupção e ineficiência, enquanto a estratégia adotada

pela administração pública burocrática – o controle formalista

dos procedimentos – garante uma melhor utilização dos recursos

públicos.

16. (ESAF / STN / 2008) Para Max Weber, burocracia é a

organização eficiente por excelência. Ele destaca que este

modelo possui características que lhe são próprias e inúmeras

vantagens em relação a outras formas. Entretanto, suas

disfunções fazem com que o conceito popular seja exatamente o

inverso. Analise as opções a seguir e marque a resposta correta.

i) A burocracia é baseada em características que têm como

consequência a previsibilidade do comportamento humano e a

padronização do desempenho dos participantes, cujo objetivo

final é a máxima eficiência da organização.

ii) Weber viu inúmeras vantagens que justificam o avanço da

burocracia sobre as demais formas de associação.

iii) A burocracia apresenta disfunções que têm como

consequência a previsibilidade do funcionamento da organização.

iv) Weber entendia que as características da burocracia

contribuíam, em parte, para a segurança dos processos

organizacionais.

a) Estão corretos os enunciados i, iii e iv.

b) Estão corretos os enunciados ii, iii e iv.

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c) Estão corretos somente os enunciados i e iii.

d) Estão corretos somente os enunciados i e ii.

e) Todos os enunciados estão corretos

17. (ESAF / MPOG / 2003) O século XIX marca o surgimento de

uma administração pública burocrática em substituição àsformas patrimonialistas de administrar o Estado. 0 chamado

"patrimonialismo" significa a incapacidade ou relutância dogovernante em distinguir entre o patrimônio público e seus bens

privados.

Assinale a opção que indica corretamente as características da

administração pública burocrática.

b) Serviço público profissional, flexibilidade organizacional enepotismo.

b) Serviço público profissional e um sistema administrativo frutode um arranjo político, formal e racional.

c) Serviço público profissional e um sistema administrativoimpessoal, formal e racional.

d) Serviço público fruto de um arranjo entre as forças políticas eum sistema administrativo seletivo de acordo com os diversos

grupos de sustentação da base de governo.

e) Serviço público orientado para o consumidor, ênfase nos

resultados em detrimento dos métodos e flexibilidadeorganizacional.

18. (CESPE / MPS / 2010) Raymundo Faoro, em sua clássica obra

Os Donos do Poder, ao confrontar o Estado patrimonial com o

feudal, já se referia ao sistema patrimonial como aquele que, ao

contrário dos direitos, dos privilégios e das obrigações

fixamente determinados do feudalismo, prende os servidores

em uma rede patriarcal, na qual eles representam a extensão da

casa do soberano.

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GABARITO

1- E 2- E

3- D 4- C

5- B 6- E

7- B 8- D

9- C 10- A

11- B 12- C

13- B 14- A

15- A 16- D

17- C 18- C

Sucesso!

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Referências

BRESSER-PEREIRA, L. C. Do Estado Patrimonial ao Gerencial. In: PINHEIRO;

WILHEIM e SACHS (orgs.) Brasil: um Século de Transformações. São

Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 222-259.

BRUHNS, H. O Conceito de Patrimonialismo e suas Interpretações

Contemporâneas. Revista de Estudos Políticos, n. 4, 2012.

FAORO, R. Os donos do poder: formação do patronato político

brasileiro. 3ª edição revisada. São Paulo: Globo, 2001.

PALUDO, A. V., Administração Pública: Teoria e Questões. 2ª Edição. Rio

de Janeiro: Elsevier, 2012.

SECCHI, L. Modelos Organizacionais e reformas da administração pública.

Revista de Administração Pública, v. 43, n. 2, p. 347-369, 2009.

WEBER, M. Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia

Compreensiva, v. 2. Brasília: Editora UnB, 2004.