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14/02/2013 CONDIÇÕES GERAIS PARA EXECUTAR: a) Quanto ao polo ativo: a. Legitimidade ativa ordinária; b. Legitimidade ativa extraordinária; c. Legitimidade ativa sucessiva: deverá, necessariamente haver uma ação incidental para habilitar os sucessores, ficando a ação principal suspensa até a decisão daquela. b) Quanto à forma: a. Legitimidade originária: discorre que o credor sempre foi o titular do direito. b. Legitimidade derivada: quando, por alguma circunstância, emerge a legitimidade a uma pessoa que originalmente não a possuía. Obs.: Súmula 268 do STJ: O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado. Importante: se o fiador participar da relação processual, apenas poderá invocar o instituto do benefício de ordem, muito embora, em se tratando de renúncia a este benefício, em caso de contratos de adesão, não há como o fiador questionar esta cláusula, quando aceita. c) Quanto ao polo passivo: a. Sucessores: Obs.: fiador judicial: não faz parte do processo, mas presta auxílio a uma das partes. *Posição do cônjuge na execução: independe saber se o executado é casado ou não para oferecer execução. Todavia, a que se ter cuidado, pois, se casado for o executado, se a dívida não for em prol da família e se estiver ultrapassando a parte da meação de um dos cônjuges, o outro poderá ajuizar a ação de embargos de terceiros, para defender sua parte na meação do patrimônio comum dos cônjuges. Diferente do caso da dívida que é realizada em prol da família, ocasião em que não há falar-se em Embargos de Terceiros. Súmula 134 do STJ: Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação. CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO EXECUTIVO:

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14/02/2013

CONDIÇÕES GERAIS PARA EXECUTAR:

a) Quanto ao polo ativo:a. Legitimidade ativa ordinária;b. Legitimidade ativa extraordinária;c. Legitimidade ativa sucessiva: deverá, necessariamente haver uma ação incidental para habilitar os

sucessores, ficando a ação principal suspensa até a decisão daquela.b) Quanto à forma:

a. Legitimidade originária: discorre que o credor sempre foi o titular do direito.b. Legitimidade derivada: quando, por alguma circunstância, emerge a legitimidade a uma pessoa

que originalmente não a possuía.Obs.: Súmula 268 do STJ: O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado.Importante: se o fiador participar da relação processual, apenas poderá invocar o instituto do benefício de ordem, muito embora, em se tratando de renúncia a este benefício, em caso de contratos de adesão, não há como o fiador questionar esta cláusula, quando aceita.

c) Quanto ao polo passivo:a. Sucessores:

Obs.: fiador judicial: não faz parte do processo, mas presta auxílio a uma das partes.

*Posição do cônjuge na execução: independe saber se o executado é casado ou não para oferecer execução. Todavia, a que se ter cuidado, pois, se casado for o executado, se a dívida não for em prol da família e se estiver ultrapassando a parte da meação de um dos cônjuges, o outro poderá ajuizar a ação de embargos de terceiros, para defender sua parte na meação do patrimônio comum dos cônjuges. Diferente do caso da dívida que é realizada em prol da família, ocasião em que não há falar-se em Embargos de Terceiros.

Súmula 134 do STJ: Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação.

CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO EXECUTIVO:

a) De ordem subjetiva: informa quem é o credor e quem é o devedor.b) De ordem objetiva: conforme art. 586 do CPC, discorre sobre os títulos certos, líquidos e exigíveis.

Certeza: existência de uma dívida.Liquidez: é a demonstração do quanto que é devido.Exigibilidade: é a demonstração de quando ele pode ser exigível, ou seja, se a dívida já estiver vencida.Petição Inicial de uma execução:- Art. 282 e 283 do CPC:- Indicar os fundamentos da execução: juntar o título executivo extrajudicial.- Indicar causa de pedir: inadimplemento.- Objeto da execução: que deve ser líquido, certo e exigível, que deve ser obtido através de uma memória de cálculo.- Requerimento da citação do executado: citação por correio não é admitida, em regra é por oficial de justiça.

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Súmula 196 do STJ: Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.Efeitos da citação válida: art. 219 do CPC.- Valor da causa.Obs.: conforme art. 616 do CPC, pode o juiz abrir prazo para correção da inicial de execução.

ESPÉCIES DE EXECUÇÃO:

Execução para entrega de coisa certa:

Art. 621. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II), apresentar embargos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)

Parágrafo único. O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)

Art. 622. O devedor poderá depositar a coisa, em vez de entregá-la, quando quiser opor embargos. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Art. 623. Depositada a coisa, o exeqüente não poderá levantá-la antes do julgamento dos embargos. (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)

Art. 624. Se o executado entregar a coisa, lavrar-se-á o respectivo termo e dar-se-á por finda a execução, salvo se esta tiver de prosseguir para o pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)

Art. 625. Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Art. 626. Alienada a coisa quando já litigiosa, expedir-se-á mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido depois de depositá-la.

Art. 627. O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando esta não Ihe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.

§ 1o Não constando do título o valor da coisa, ou sendo impossível a sua avaliação, o exeqüente far-lhe-á a estimativa, sujeitando-se ao arbitramento judicial. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)

§ 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)

Art. 628. Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo devedor ou por terceiros, de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. Se houver saldo em favor do devedor, o credor o depositará ao requerer a entrega da coisa; se houver saldo em favor do credor, este poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.

- citação: fixa os honorários do advogado e manda citar.- prazo: 10 dias para entregar a coisa, sob pena de aplicação de multa (art. 461-A e § 4º, art. 461 tudo CPC);- independente de o executado entregar a coisa, fluirá o prazo de 15 dias para o oferecimento de embargos do devedor (art. 736 do CPC).

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Execução de coisa incerta:Art. 629. Quando a execução recair sobre coisas determinadas pelo gênero e quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, se Ihe couber a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicará na petição inicial.

Art. 630. Qualquer das partes poderá, em 48 (quarenta e oito) horas, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano, ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação.

Art. 631. Aplicar-se-á à execução para entrega de coisa incerta o estatuído na seção anterior.

Execução de fazer e de não fazer:

Da Obrigação de Fazer

Art. 632. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz Ihe assinar, se outro não estiver determinado no título executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)

Art. 633. Se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização.

Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.

Art. 634.  Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requerimento do exeqüente, decidir que aquele o realize à custa do executado. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

Parágrafo único.  O exeqüente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

Art. 635. Prestado o fato, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias; não havendo impugnação, dará por cumprida a obrigação; em caso contrário, decidirá a impugnação.

Art. 636. Se o contratante não prestar o fato no prazo, ou se o praticar de modo incompleto ou defeituoso, poderá o credor requerer ao juiz, no prazo de 10 (dez) dias, que o autorize a concluí-lo, ou a repará-lo, por conta do contratante.

Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e condenará o contratante a pagá-lo.

Art. 637. Se o credor quiser executar, ou mandar executar, sob sua direção e vigilância, as obras e trabalhos necessários à prestação do fato, terá preferência, em igualdade de condições de oferta, ao terceiro.

Parágrafo único.  O direito de preferência será exercido no prazo de 5 (cinco) dias, contados da apresentação da proposta pelo terceiro (art. 634, parágrafo único). (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

Art. 638. Nas obrigações de fazer, quando for convencionado que o devedor a faça pessoalmente, o credor poderá requerer ao juiz que Ihe assine prazo para cumpri-la.

Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do devedor, a obrigação pessoal do devedor converter-se-á em perdas e danos, aplicando-se outrossim o disposto no art. 633.

Da Obrigação de Não Fazer

Art. 642. Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que Ihe assine prazo para desfazê-lo.

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Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos.

Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos.

- citação;- coerção;- Prazo: 15 dias para promover os embargos de devedor, independentemente de haver executado a ação devida.

Revisão – Questionário

1) Explique o que significa sincretismo processual:

Como o próprio nome informa o sincretismo processual se remete a uma junção. Antes do advento da Lei nº 11.232/05 se consubstanciavam em processos autônomos o de conhecimento e o de execução, hoje, embora guardem características distintas ainda, não mais são se consubstanciam em processos autônomos, mas em fases de um mesmo processo.

2) Explique o significado do princípio da menor onerosidade e o da utilidade:

Enquanto o princípio da menor onerosidade informa que deve haver equilíbrio entre credor e devedor; o princípio da utilidade informa que a execução só se justifica se houve alguma vantagem para o credor.

3) Explique o princípio da patrimonialidade à luz do direito constitucional:

O princípio da patrimonialidade informa que a execução deve recair sobre o patrimônio e não sobre a pessoa homenageando-se, no âmbito do direito constitucional, o princípio da dignidade da pessoa humana, que informa que o seu mínimo existencial estará a salvo da execução.

4) Quais são os requisitos específicos do processo de execução? Explique-os:

Existência de um Título executivo extrajudicial: rol taxativo do art. 585 do CPC, sendo possível a criação, por lei, de novos títulos, desde que com força executiva.

Obs.: de acordo com o § 2º, do art. 585 do CPC, não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal (hoje STJ), para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.

Inadimplemento do devedor: além da impontualidade, do pagamento parcial, também se a obrigação não for cumprida no lugar certa estar-se-á diante de inadimplemento (art. 327 do CC). Nesse contexto o supressio informa que pago em local diverso do avençado, reiteradamente, não há como o credor invocar a figura do inadimplemento, conforme art. 330 do CC.

5) Qual a competência para processar e julgar a execução de título executivo extrajudicial?

Competência: a regra é que a competência é relativa para a propositura da ação de execução autônoma, sendo no local onde a obrigação deve ser satisfeita, onde a regra é a de que a competência é a do juízo do processo de conhecimento.

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