Aula 20 - Direito Administrativo - Aula 03

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Ol, pessoal, como esto? Quero externar meus sinceros agradecimentos pelas diversas mensagens e palavras elogiosas. Isso muito gratificante, fiquem sabendo. Obrigado. Ento, esta a nossa terceira aula. Vamos nos manter concentrados, reunindo nossas foras, focados neste objetivo. primordial a concentrao, a qualidade do estudo neste momento, por isso nada de se deixar levar por instrumentos de disperso, tal qual a televiso! Bem, nesta aula veremos outro tema de suma importncia que a Licitaes e Contratos, de modo que recomendo sempre uma boa leitura na Lei, que poder ser extrada, de forma bem atualizada, do www.presidencia.gov.br/legislao. A propsito, o edital foi bem vago, pois colocou Contratos e Lei n 8.666/93 e suas atualizaes. Ento, a questo ? Cair o prego? Creio que sim, muito embora no tenha sido colocado diretamente. Ento, nesta aula veremos:AULA 0312. Licitaes e Contratos (Lei n 8.666/93)

Portanto, deixamos de divagar e vamos ao que interessa!!!

QUESTES COMENTADAS 1. (TCNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Licitao o procedimento administrativo pelo qual um rgo pblico convoca interessados para apresentao de propostas para alienao, aquisio, locao de bens, bem como a realizao de obras ou servios. Comentrio: A Constituio determina que a Administrao Pblica, quando for contratar obras, servios, compras e alienaes, dever adotar processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os www.pontodosconcursos.com.brPgina | 1

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concorrentes, conforme preceitua o art. 37, inc. XXI, assim expresso:XXI ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusula que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.

Segundo Hely Lopes Meirelles, licitao o procedimento administrativo mediante o qual a Administrao Pblica seleciona proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. A professora Maria Silvia Zanella de Di Pietro, citando Roberto Dromi, defini licitao como sendo o procedimento administrativo pelo qual um ente pblico, no exerccio da funo administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem s condies fixadas no instrumento convocatrio, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionar e aceitar a mais conveniente para a celebrao do contrato. Com efeito, podemos definir licitao como um procedimento administrativo utilizado pela Administrao Pblica a fim de selecionar, dentre aqueles que se prope, atendidas as condies estabelecidas, a proposta que melhor atenda aos seus interesses, de modo a embasar eventual contrato acerca do objeto licitado. Assim, a licitao ter como objeto a contratao de obras, compras, servios ou alienaes. Nesse aspecto, a Administrao ir convocar interessados a fim de que apresentem suas propostas a serem selecionadas, de modo a obter a que lhe mais vantajosa. Cumpre dizer, portanto, que a licitao no um ato, um procedimento em que se conjugam vrios atos, cujo fim ser permitir o maior nmero de

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participantes (licitantes) e obter a proposta mais vantajosa para a Administrao. No entanto, devemos ter cuidado com o expresso no pargrafo nico do art. 4 da Lei n 8.666/93 que estabelece o princpio do formalismo, segundo o qual o procedimento licitatrio previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administrao Pblica. Implica dizer que a licitao um procedimento formal. Portanto, conforme art. 2 da Lei n 8.666/93, a licitao ter como objeto as obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes, concesses, permisses e locaes da Administrao Pblica, quando contratada com terceiros Gabarito: Certo.

2. (TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O objetivo primordial da licitao garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia, sempre selecionando a proposta que apresente o menor preo. Comentrio: Como se v, a licitao um procedimento administrativo utilizado pela Administrao Pblica a fim de selecionar, dentre aqueles que se dispe, a proposta que melhor atenda aos seus interesses. Podemos, portanto, constatar que a licitao tem dupla finalidade na medida em que, de um lado busca selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao e de outro, visa propiciar a igualdade de condies para que todos os interessados participem do certame. Assim, possvel dizer que as finalidades estabelecidas pelo procedimento licitatrio so, conforme disposto no art. 3 da Lei de Licitaes: a) garantir o princpio da isonomia; b) selecionar a proposta mais vantajosa. Isonomia tratar os iguais com igualdade e os desiguais com www.pontodosconcursos.com.brPgina | 3

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desigualdade na medida de suas desigualdades. Significa dizer que vedado estabelecer condies que impliquem preferncia em favor de determinado licitante em detrimento dos demais. Desse modo, conforme salienta Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, devese no apenas tratar isonomicamente todos os que participam da disputa, o que significa vedao a discriminaes de qualquer espcie no julgamento das propostas. tambm necessrio que se enseje oportunidades de participar da licitao a quaisquer interessados que tenham condies de assegurar o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado. De acordo com o princpio da isonomia e da competitividade, a Administrao deve buscar o maior nmero de participantes, no estabelecendo ou impondo restrio que no esteja em sintonia com o objeto do certame ou que restrinja o carter competitivo do procedimento. Ademais, vedado a Administrao estabelecer preferncias ou distines em razo de naturalidade, da sede ou domiclio, ou qualquer outra circunstncia impertinente ou irrelevante para o objeto do contrato. Verificase, portanto, que a questo peca na sua parte final, quando estabelece que o objetivo primordial da licitao garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia, sempre selecionando a proposta que apresente o menor preo. Ora, como disse, outra finalidade ou objetivo da licitao selecionar a proposta que seja mais vantajosa para a Administrao (princpio da vantajosidade), e vantajosa aqui no significa a proposta de menor preo, podendo ser adotados outros critrios ou tipos de licitao (melhor tcnica, tcnica e preo etc). Gabarito: Errado.

3. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) A regra que determina que todas as contrataes da administrao pblica devam ser feitas mediante licitao pblica tem, entre suas funes, a de assegurar o

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princpio da isonomia. Comentrio: importante percebemos que o procedimento licitatrio empreendido no sentido de estabelecer uma competio, permitindo que todos os interessados, desde que atendida a qualificao exigida, tenham as mesmas condies para apresentar propostas Administrao Pblica. Para tanto, no se permite utilizao de critrios subjetivos com o intuito de causar discriminaes ou de dar preferncias, sob pena de frustrar o carter competitivo do certame e, com isso, violar o princpio da isonomia. Assim, de acordo com o princpio da isonomia, a Administrao deve buscar o maior nmero de participantes, no estabelecendo ou impondo restrio que no esteja em sintonia com a finalidade do certame ou que venha a restringir o carter competitivo do procedimento. A Lei de Licitaes, no entanto, no caso de empate entre propostas, estando os licitantes em igualdade de condies, e para fins de desempate, portanto, permite que se d preferncia aos bens e servios: a) produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; b) produzidos no Pas; c) produzidos ou prestados por empresas brasileiras; d) produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no Pas. Ademais, cumpre mencionar que a Lei Complementar n 123/2006 permitiu dar tratamento diferenciado para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), assegurando como critrio de desempate, preferncia de contratao de tais empresas, considerando a apresentao de propostas de igual valor que, para a LC, ser igual ou at 10% superior proposta mais bem classificada. Significa dizer que, se a proposta da ME ou EPP for igual (empate real) ou for at 10% superior proposta mais bem classificada (empate por equiparao), dever ser dada preferncia para tais entidades, nos seguintes termos:1) ME ou EPP mais bem classificada poder apresentar

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proposta de preo inferior ao que consta como vencedor, e, assim, o objeto lhe ser adjudicado; 2) Caso a ME ou EPP no exera seu direito, sero

convocadas as remanescentes que estejam na condio de empatadas; 3) se na condio de empatada houver idnticas propostas, dever ser procedido sorteio para definir a ordem de classificao.

Portanto, na questo verificase que houve violao ao princpio da isonomia na medida em que no se estabeleceu o procedimento competitivo, frustrandose um dos objetivos da licitao, que justamente a disputa entre interessados, que so tratados com igualdade de condies. Lembrese, ademais, que tambm houve violao aos demais princpios constitucionais orientadores da Administrao Pblica, dentre eles o da legalidade, impessoalidade e moralidade Administrativa, muito embora no seja a indagao do item. Por fim, repito novamente: possvel dizer que as finalidades ou objetivos estabelecidos pelo procedimento licitatrio, conforme disposto no art. 3 da Lei de Licitaes, so: a) garantir o princpio da isonomia entre os participantes; b) selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao. Gabarito: Certo.

4. (TCNICO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O licitante dever observar as normas e condies estabelecidas no ato convocatrio, todavia administrao pblica dado direito de, discricionariamente, no observar o objeto ou as condies contidas no edital, em virtude do seu poder de imprio. Comentrio:

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Temos aqui que observar a aplicao dos princpios licitatrios. Assim, preciso que tenhamos a compreenso de que a doutrina no unssona, ou seja, no tem um s entendimento, acerca dos princpios que orientam as licitaes, muito embora, a prpria lei tenha elegido expressamente alguns. Assim, conforme art. 3 da Lei n 8.666/93, so denominados princpios bsicos da licitao: a) princpio da legalidade; b) princpio da impessoalidade; c) princpio da moralidade; d) princpio da igualdade; e) princpio da publicidade; f) princpio da probidade administrativa; g) princpio da vinculao ao instrumento convocatrio; h) princpio do julgamento objetivo, e; i) princpio da adjudicao compulsria. O princpio da Legalidade (art. 4) estabelece que a Administrao, bem como todos os participantes, deve seguir fielmente o procedimento traado na lei de regncia. Hely Lopes Meirelles entende que se trata do princpio do procedimento formal que determina a fiel observncia dos procedimentos legais, conforme expresso no pargrafo nico do art. 4 da Lei de Licitaes e Contratos (O procedimento licitatrio previsto nesta Lei caracteriza atoadministrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administrao Pblica).

importante salientar que no se admite formalismo intil, ou seja, o excesso de formalismo. Princpio da impessoalidade corolrio do princpio da igualdade, de modo que a Administrao deve ser imparcial, no fixando regras tendenciosas, pautandose por critrios objetivos, negandose favoritismos ou discriminaes por critrios subjetivos. A moralidade impe Administrao e aos participantes em geral a observncia aos padres ticos, dever de agir com lealdade e boaf, sob pena de responsabilizao administrativa, cvel e penal. Em consonncia com o princpio da moralidade est o princpio da probidade administrativa que estabelece a responsabilizao dos agentes, inclusive terceiros, por atos mprobos nos termos da Lei n 8.429/92

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(Lei de Improbidade Administrativa), assim como pela aplicao das sanes criminais estabelecidas nos artigos 89 a 99 da Lei de Licitaes. O princpio da igualdade ou isonomia, como abordado, um dos fundamentos da licitao, eis que a Constituio (art. 37, XXI) veda o tratamento discriminatrio, consoante art. 3, 1, da Lei de Licitao e Contratos, segundo o qual proibida a existncia de clusulas ou condies no instrumento convocatrio que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu carter competitivo e estabeleam preferncias ou distines em razo da naturalidade, sede ou domiclio dos licitantes ou de qualquer outra circunstncia impertinente ou irrelevante para o especfico objeto do contrato. O princpio da publicidade, por outro lado, impe o dever de se dar ampla divulgao ao certame, sendo vedado o carter sigiloso dos atos, inclusive sendo permitido o acesso aos particulares, tudo com o intuito de se fiscalizar o cumprimento das determinaes legais e afastar condutas ilcitas, impondose, ainda, o dever de motivao de todas as decises proferidas, em quaisquer das etapas. Tais princpios, bom ressaltar, so os que orientam, de forma geral, toda a Administrao Pblica, conforme art. 37, da CF/88. H outros princpios, no entanto, que so mais especficos, ou seja, aplicandose somente licitao, como o caso de: Princpio da vinculao ao instrumento convocatrio segundo o qual o Edital a lei do certame, de modo que tanto a Administrao quanto os licitantes devero observar as condies e requisitos que foram fixados no instrumento convocatrio. Prev o art. 41, Lei n 8.666/93, que a Administrao no pode descumprir as normas e condies do edital, ao qual se acha estritamente vinculada, sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que estabelece o instrumento convocatrio. O princpio do julgamento objetivo encerra a obrigatoriedade de que sero observados, nas anlises das propostas, os critrios objetivamente estabelecidos no edital (tipos de licitao: menor preo, melhor tcnica, tcnica e preo ou maior lance ou oferta), sem aferies subjetivas ou

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imprecises, evitandose apreciaes discricionrias na deciso acerca das propostas, conforme determina os arts. 44 e 45 da Lei n 8.666/93. A doutrina fala, ainda, em princpios licitatrios implcitos especficos, tal como: competitividade, procedimento formal, sigilo das propostas e adjudicao compulsria. A competitividade seria, conforme destaca o Prof. Bandeira de Mello e Carvalho Filho, a obrigatoriedade de observncia do carter competitivo do procedimento licitatrio, no se permitindo artimanhas ou mecanismos para frustrar tal propsito. O procedimento formal, conforme ressaltei quando da abordagem do princpio da legalidade, a configurao de que a licitao caracteriza se como ato administrativo formal, ou seja, tem seu rito e frmulas legalmente estabelecidas, alm de ser obrigatrio o registro de seus atos documentadamente. O princpio do sigilo das propostas estabelece que as propostas sero realizadas de forma sigilosa, evitandose o conluio ou a fraude, mantendose o carter competitivo, sendo inacessvel at o momento de abertura, que ser realizado em sesso pblica. Finalmente, o princpio da adjudicao compulsria representa o dever da Administrao em atribuir ao vencedor do certame o objeto da licitao, de modo a vedar eventual contratao com outrem. de se observar que a adjudicao somente garantia de que a Administrao no poder contratar com outrem seno com o prprio vencedor do certame. Tratase, portanto, de ato declaratrio e que pe termo ao procedimento licitatrio possibilitando a assinatura do contrato. Todavia, no direito subjetivo do vencedor ser contratado, eis que poder haver o retardo na contratao, a revogao da licitao pela Administrao ante o interesse pblico superveniente ou mesmo a anulao do certame por vcios existentes. Dessa forma, conforme princpio da vinculao ao instrumento convocatrio, o edital a lei de regncia da licitao, devendo tanto a

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Administrao, quanto os licitantes, observar as condies e requisitos que foram fixados, no podendo descumprir as normas e condies editalcias, s quais se acham estritamente vinculados, sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que estabelece o instrumento convocatrio (art. 41, Lei n 8.666/93). Por isso, na sua primeira parte a questo estaria correta (o licitante dever observar as normas e condies estabelecidas no ato convocatrio), porm, o erro estaria na segunda parte (todavia administrao pblica dado direito de, discricionariamente, no observar o objeto ou as condies contidas no edital, em virtude do seu poder de imprio), j que a Administrao tambm se vincula aos termos do Edital. Gabarito: Errado.

5. (PROCURADOR DO ESTADO PGE/PI CESPE/2008) O princpio do sigilo na apresentao das propostas foi implicitamente revogado com o advento da CF de 1988 e legislao posterior, que determina que o procedimento licitatrio ser regido pelo princpio da publicidade Comentrio: O princpio do sigilo das propostas estabelece que estas sejam apresentadas em envelope lacrado, ou seja, que sejam mantidas de forma sigilosa, evitandose o conluio ou a fraude, mantendose o carter competitivo, sendo inacessvel at o momento de abertura, que ser realizado em sesso pblica. Ento, em que pese a Constituio Federal estabelecer que a Administrao Pblica deva observar o princpio da publicidade, princpio tambm expresso na Lei de Licitaes, ele ser excepcionado, neste momento, a fim de se garantir o interesse pblico em obter a proposta mais vantajosa e o carter competitivo da licitao. Por isso, o princpio do sigilo na apresentao das propostas NO foi implicitamente revogado pela CF/88 e legislao posterior, que determina que o procedimento licitatrio seja regido pelo princpio da publicidade, www.pontodosconcursos.com.brPgina | 10

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na medida em que em ateno finalidade pblica devese respeitar o princpio da competitividade de igualdade entre os licitantes. Gabarito: Errado.

6. (PROCURADOR DO ESTADO PGE/PI CESPE/2008) Segundo o princpio da adjudicao compulsria, a administrao pblica est obrigada a atribuir o objeto da licitao ao vencedor, no sendo mais permitida, nessa fase, a revogao. Comentrio: Segundo o princpio da adjudicao compulsria, a Administrao Pblica atribui ao vencedor do certame o objeto licitado, ou seja, uma vez concludo o procedimento o objeto do certame atribudo a licitante vencedor, impedindo a Administrao a abertura de nova licitao acerca do mesmo objeto enquanto vlida a adjudicao anterior. Garantese assim que, em caso de contratao, a Administrao celebre o contrato com o vencedor da disputa. A propsito, como j disse, no se trata de obrigatoriedade de contratar, pois a Administrao poder no celebrar o contrato em razo de anulao por ilegalidade ou de revogao por interesse pblico superveniente. Tome como exemplo uma licitao para aquisio de papel no STJ, em que se sagrou vencedora a empresa Papel & Papel, porm em razo da adoo de processo eletrnico e da desnecessidade de papel, aps tal informatizao, revogase a licitao em razo do interesse pblico superveniente, de modo que a Administrao ento j no venha mais a contratar. Portanto, ainda que se adjudique o objeto ao vencedor do certame, isto no lhe garante a celebrao do contrato, pois possvel a revogao da licitao por motivo de interesse pblico superveniente, por exemplo. Gabarito: Errado. www.pontodosconcursos.com.brPgina | 11

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7. (ANALISTA TCNICO MS CESPE/2010) A revogao da licitao ato administrativo, exigindo, portanto, a devida fundamentao e motivao (justo motivo para seu desfazimento), assim como o cumprimento das disposies legais. Comentrio: De fato, a revogao da licitao deve ser devidamente justificada e somente admissvel por motivo superveniente, devidamente comprovado, e em razo do interesse pblico, conforme disposto no art. 49, que assim prev:Art. 49. A autoridade competente para a aprovao do procedimento somente poder revogar a licitao por razes de interesse pblico decorrente de fato e superveniente devidamente comprovado, pertinente

suficiente para justificar tal conduta, devendo anul-la por ilegalidade, de ofcio ou por provocao de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

Gabarito: Certo.

8. (PROCURADOR DO ESTADO PGE/PI CESPE/2008) De acordo com o princpio da moralidade, o vencedor da licitao tem direito subjetivo adjudicao do objeto licitado. Comentrio: Conforme ressaltado, o vencedor da licitao tem direito a que o objeto do certame lhe seja imputado. Todavia, no por fora do princpio da moralidade, mas por fora do princpio da adjudicao compulsria. Obviamente que haveria violao ao princpio da moralidade administrativa e tantos outros, tal como legalidade e impessoalidade, em se imputar a outrem seno o prprio vencedor do certame o objeto www.pontodosconcursos.com.brPgina | 12

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licitado. Todavia, o princpio que determina que seja imputado, atribudo, o objeto licitado ao vencedor o princpio da adjudicao compulsria. Gabarito: Errado.

9. (PROCURADOR DO ESTADO PGE/PI CESPE/2008) O princpio da vinculao ao instrumento convocatrio destinase exclusivamente a garantir o direito dos licitantes perante a administrao pblica. Comentrio: Perceba que esse princpio abordado com insistncia pelo CESPE. Isso porque se traduz em orientao primordial na conduo do procedimento licitatrio. Estabelece tal princpio que o edital a lei da licitao, devendo tanto a Administrao, quanto os licitantes, observar as condies e requisitos que foram fixados no instrumento convocatrio, ao qual se acham estritamente vinculados, sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que critrio fixado no instrumento inaugural (art. 41, Lei n 8.666/93). Vse, por isso, que no s os licitantes, mas a prpria Administrao, tm o dever de observncia das regras fixadas no Edital, de modo que uma garantia para o licitante em face da Administrao e, de igual modo, uma garantia da Administrao no sentido de que o licitante ir cumprir os termos do Edital, durante toda a vigncia do contrato. Gabarito: Errado.

10. (PROCURADOR DO ESTADO PGE/PI CESPE/2008) Conforme o princpio do julgamento objetivo, o julgamento das propostas deve ser feito de acordo com os critrios fixados no instrumento convocatrio. Comentrio: www.pontodosconcursos.com.brPgina | 13

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Nos termos do art. 44 da Lei n 8.666/93, a comisso no julgamento das propostas levar em considerao os critrios objetivos definidos no edital ou convite, os quais no devem contrariar as normas e princpios estabelecidos por esta Lei. Assim, conforme o princpio do julgamento objetivo, as propostas devero ser julgadas de acordo com os critrios fixados no instrumento convocatrio, sendo tais critrios denominados tipos de licitao (menor preo, tcnica e preo, melhor tcnica, maior lance ou oferta). Gabarito: Certo.

11.(ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) A fim de comprar carteiras escolares para as escolas do municpio, o prefeito de determinada cidade contratou, sem licitao, uma empresa especializada pertencente a seu amigo. O prefeito alegou que a empresa tem longa experincia no setor de carteiras escolares e que os valores cobrados esto compatveis com o preo de mercado, razo pela qual no seria necessrio o processo licitatrio. Considerando essa situao e os princpios que regem a administrao pblica, julgue: *** A contratao feita pelo prefeito, embora no precedida de licitao, vlida porque atendeu ao princpio da eficincia. Comentrio: Inicialmente cumpre dizer que a licitao no vlida, seja porque burlou o procedimento licitatrio, seja porque violou princpios administrativos expressos na Constituio. Voc deve recordar o princpio da eficincia, inserido pela EC 19/98, no rol dos princpios constitucionais expressos orientadores da Administrao Pblica (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficincia), que prima pela busca de resultados, prescrevendo que a Administrao deve atuar de forma a utilizar seus recursos e esforos gerando os melhores benefcios, resultados, como o menor dispndio de recursos.

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Com efeito, ainda que parea ser eficiente a conduta do agente pblico, eis que agiu com celeridade e primou por contratar uma empresa experiente e de observar o preo praticado no mercado, no pode tal princpio se sobrepor ao princpio da legalidade a fim de validar certas condutas. Lembremos, verdade, que no h hierarquia entre princpios constitucionais. Assim, o princpio da eficincia no se sobrepe ao da legalidade, nem este quele. No entanto, especialmente neste caso se impe a obrigatoriedade de licitar, nos termos do art. 37, inc. XXI, CF/88, que assim determina:XXI Ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusula que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.

Gabarito: Errado.

12.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA STF CESPE/2008) Em procedimentos licitatrios, o princpio da adjudicao compulsria ao vencedor impede que se abra nova licitao enquanto for vlida a adjudicao anterior. Comentrio: Segundo o princpio da adjudicao compulsria, a Administrao Pblica atribui ao vencedor do certame o objeto licitado, ou seja, uma vez concludo o procedimento, o objeto do certame atribudo ao licitante que dentre as propostas apresentadas foi a selecionada pela Administrao. A adjudicao ato final do procedimento licitatrio, sendo um ato www.pontodosconcursos.com.brPgina | 15

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declaratrio da Administrao no sentido de atribuir o objeto licitado ao vencedor do certame. Com efeito, adjudicado o objeto ao vencedor do certame fica impedida a Administrao de proceder abertura de nova licitao acerca do mesmo objeto enquanto vlida a adjudicao anterior. bom repetimos que no h garantia de o vencedor do certame ser contratado, ou seja, no tem direito subjetivo ao contrato acerca do objeto licitado. Todavia, fica assegurado que, em caso de contratao, a Administrao dever celebrar o contrato com o vencedor do certame, no podendo, inclusive, realizar outra licitao enquanto vlida essa adjudicao. Gabarito: Certo.

13.(ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) A fim de comprar carteiras escolares para as escolas do municpio, o prefeito de determinada cidade contratou, sem licitao, uma empresa especializada pertencente a seu amigo. O prefeito alegou que a empresa tem longa experincia no setor de carteiras escolares e que os valores cobrados esto compatveis com o preo de mercado, razo pela qual no seria necessrio o processo licitatrio. Considerando essa situao e os princpios que regem a administrao pblica, julgue: *** Se a empresa realmente for especializada e os preos estiverem compatveis com o preo cobrado pelas concorrentes, a referida contratao ter sido regular, e estar em consonncia com os princpios que regem a administrao pblica. Comentrio: Devemos observar, novamente, que a regra a licitao e a exceo o afastamento da licitao (contratao direta), conforme determina o art. 37, inc. XXI, CF/88, ao estabelecer que:XXI Ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de

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PACOTE DE EXERCCIOS MPU/2010 ANALISTA PROCESSUALMDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVOPROF. EDSON MARQUEScondies a todos os concorrentes, com clusula que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.

Portanto, ressalvados os casos em que h permisso ou autorizao legal para no licitar, a regra a obrigatoriedade de licitao, de maneira que, ainda que a empresa seja especializada e os preos sejam compatveis, necessria a realizao de procedimento licitatrio dando possibilidade de ampla participao e disputa entre os interessados. Desse modo, a no utilizao do procedimento licitatrio no est em consonncia com os princpios que regem a Administrao Pblica, podemos dizer, inclusive, que houve violao da legalidade, impessoalidade e moralidade, no mnimo. Gabarito: Errado.

14.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) A adjudicao compulsria ao vencedor da licitao corresponde celebrao do contrato. Comentrio: Como j observamos, O princpio da adjudicao compulsria ato final do procedimento licitatrio, sendo um ato declaratrio da Administrao no sentido de atribuir o objeto licitado ao vencedor do certame. Conforme vimos, esse princpio traduzse no dever de a Administrao Pblica atribuir ao vencedor do certame o objeto licitado, ou seja, uma vez concludo o procedimento e sagrandose o vencedor, o objeto do certame atribudo ao licitante que dentre as propostas apresentadas foi a selecionada pela Administrao. Fica impedida, portanto, a Administrao de proceder abertura de nova licitao acerca do mesmo objeto enquanto vlida a adjudicao anterior. Porm, no se traduz em garantia de contratao, sendo mera www.pontodosconcursos.com.brPgina | 17

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expectativa. Significa que poder ser contratado caso a Administrao venha realizar o contrato. A adjudicao no corresponde celebrao do contrato, mas simplesmente declarao de quem fora o vencedor do certame. Gabarito: Errado.

15.(TCNICO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) A sociedade de economia mista, diferentemente das empresas pblicas, no obrigada a licitar. Comentrio: Preciso enfatizar que, na atualidade, as bancas examinadoras, sobretudo o CESPE, tm primado por utilizar o entendimento jurisprudencial, especialmente o do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justia. E, em alguns casos, chegase ao absurdo de utilizar decises que ainda no so nem mesmo definitiva. De todo forma, preciso estarmos antenados e acompanhando a evoluo jurisprudencial, de modo a no sermos surpreendidos com recentes entendimentos do STJ ou STF. Para tanto indico a leitura semanal dos informativos de ambos os Tribunais, se voc no tem o hbito, no perca mais tempo. No tocante questo, devemos observar o princpio da obrigatoriedade de licitao e a controvrsia que gira em torno de sua aplicabilidade s estatais. Como assim? Explico. Determina a Constituio Federal em seu art. 37, inciso XXI, que ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica. Nesse sentido, como ressaltei, a Lei n 8.666/93 regulamentou esse dispositivo constitucional e instituiu as modalidades de licitao. Com efeito, logo no pargrafo nico do art. 1 da Lei ficou estabelecido que subordinamse ao regime desta Lei, alm dos rgos da administrao direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaes www.pontodosconcursos.com.brPgina | 18

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pblicas, as empresas pblicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela Unio, Estados, DF e municpios. Vse, pois, que a Lei n 8.666/93 vinculada toda a Administrao Pblica ao princpio da obrigatoriedade de licitar, recaindo tal nus sobre a Administrao Pblica Direta, Autrquica e Fundacional da Unio, dos Estados, Distrito Federal e Municpios, alm das empresas pblicas e sociedades de economia mista. Portanto, poderamos dizer que esto sujeitos licitao, com base na Lei n 8.666/93: a) Administrao direta; b) Administrao indireta; c) fundos especiais; d) demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo poder pblico. Todavia, devemos lembrar que o art. 21, inc. XXVII, da CF/88 prescreve que compete privativamente a Unio legislar sobre normas gerais de licitao e contrataes, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, III. Significa dizer que a prpria Constituio Federal fez distino entre o regime licitatrio a ser seguido pela Administrao Pblica direta, autrquica e fundacional, que obedecem ao disposto no art. 37, inc. XXI, CF/88, em relao quele que ser adotado nas empresas pblicas e sociedades de economia mista, as quais devem observar o disposto no art. 173, 1, inc. III, da CF/88, assim dispondo:Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 1 A lei estabelecer o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de

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PACOTE DE EXERCCIOS MPU/2010 ANALISTA PROCESSUALMDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVOPROF. EDSON MARQUES produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios, dispondo sobre: ... III licitao e contratao de obras, servios, compras e alienaes, observados os princpios da administrao pblica.

Permitiu, portanto, a Constituio que as estatais adotem estatuto jurdico prprio, dispondo, dentre outras situaes, sobre licitaes e contratao. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, em sede de Mandado de Segurana, concedeu liminar para permitir que a Petrobrs, sociedade de economia mista federal, utilize procedimento simplificado em vez de se submeter s regras da Lei de Licitaes e Contratos (Lei n 8.666/93) na medida em que est submetida a regime concorrencial no exerccio de suas atividades, conforme os seguintes precedentes: Mandados de Segurana 25888, 25986, 26783, 27232, 27743, 27837 e 27796. A controvrsia se estabeleceu porque para o TCU a Petrobrs deveria adequar suas contrataes e procedimentos de licitao s normas estabelecidas pela Lei 8.666/93. No entanto, a Petrobrs alegou que seus procedimentos de contratao no estariam submetidos a esta lei, mas sim ao Regulamento Licitatrio Simplificado aprovado por decreto do Presidente da Repblica. Vse que, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, as empresas pblicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econmica e estejam em regime de livre concorrncia, podem estabelecer regulamento licitatrio simplificado, desde que aprovado por Decreto Presidencial. Assim, podemos constatar que em qualquer caso, como regra, haver a obrigatoriedade de licitar. Todavia, no que se refere s empresas pblicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econmica poder ser utilizado regulamento licitatrio simplificado. No mais, possvel que se afaste a licitao, nos casos e condies previstas na prpria lei, ou seja, nas hipteses de dispensa e inexigibilidade, que excepcionam a regra da obrigatoriedade de licitar. www.pontodosconcursos.com.brPgina | 20

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Gabarito: Errado.

16.(ANALISTA ADMINISTRATIVO ANATEL CESPE/2008) Segundo liminar em mandado de segurana deferida PETROBRAS, o Supremo Tribunal Federal abriu a possibilidade para que as empresas pblicas e sociedades de economia mista que atuem em atividades econmicas e tenham regulamentos prprios licitatrios no precisem seguir a Lei n 8.666/1993. Comentrio: Conforme destacado, o art. 173, 1, inc. III, da CF/88, possibilita que as empresas pblicas e as sociedades de economia mista, exploradoras de atividade econmica em regime de competio, possam utilizar regulamento licitatrio simplificado, desde que aprovado por Decreto Presidencial. Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal desde meados de 2008 vem concedendo liminares, em Mandado de Segurana, para permitir que a Petrobrs, sociedade de economia mista federal, utilize procedimento simplificado em vez de se submeter s regras da Lei de Licitaes e Contratos. Assim, conforme o entendimento do STF, as estatais, exploradoras de atividade econmica, podem adotar regulamento prprio de licitao, no se subordinando aos ditames da Lei n 8.666/93. Gabarito: Certo.

17.(TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) No que tange dispensa de licitao, o rol de casos previstos na Lei n. 8.666/1993 taxativo e, portanto, outras situaes, mesmo que similares s previstas, no ensejam a dispensa. Comentrio: Observamos que a regra a obrigatoriedade de licitar, sendo, pois, a www.pontodosconcursos.com.brPgina | 21

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licitao um procedimento prvio contratao. No entanto, h hipteses em que a Lei afasta ou permite que seja afastada a licitao, estipulando forma denominada de contratao direta, ocorrendo nos casos de dispensa e inexigibilidade. A dispensa de licitao ocorrer quando embora seja possvel a competio algumas razes justificam que se deixe de efetula em nome do interesse pblico. Veja que seria possvel realizar a licitao, todavia, em razo de alguma situao, a lei afasta ou permite que se afaste a licitao, procedendose a contratao sem licitao (contratao direta). Nesse sentido, segundo clssica lio de Hely Lopes Meirelles, dizemos que h duas hipteses de dispensa, sendo: a) Licitao dispensvel ocorre quando h autorizao para se decidir acerca da utilizao ou no do procedimento licitatrio para contratar. Observase a possibilidade de deflagrar o certame, contudo, h a possibilidade de no utilizlo, cabendo ao administrador pblico, motivadamente, dentre as hipteses legais, avaliar se conveniente e oportuno realizar o procedimento licitatrio, dispensando, se for o caso, em razo do interesse pblico, conforme as situaes elencadas taxativamente no art. 24 da Lei n 8.666/93. b) Licitao dispensada ocorre quando, em que pese se vislumbrar a possibilidade de se realizar o procedimento competitivo, a prpria lei determina o afastamento do procedimento, ou seja, no h margem de escolha do administrador pblico, pois a prpria lei afasta a licitao, consoante art. 17 da Lei n 8.666/93. Observe, portanto, que h sensvel diferena entre licitao dispensada e licitao dispensvel. Na dispensada no h como licitar, isso porque a lei determinou o afastamento do procedimento, muito embora fosse possvel estabelecer uma competio. Na dispensvel possvel licitar, mas cabe ao Administrador, diante das situaes permitidas pela norma, avaliar se conveniente e oportuno realizla. importante destacar, portanto, que os casos de dispensa, ou seja, licitaes dispensveis e dispensadas esto taxativamente previstos na Lei,

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ou seja, a Lei de Licitaes e Contratos (Lei n 8.666/93) enumerou exaustivamente (numerus clausus) as hipteses em que se admite a licitao dispensvel (art. 24) e quando se aplica a dispensada (art. 17). Devo salientar, a ttulo de dica ou aviso, que a Lei poder ser alterada de modo a contemplar novos casos, como vem ocorrendo. Por isso, sempre aconselhvel termos em mos a lei atualizada a fim de que no nos surpreendamos com novas hipteses. Ademais, tratase, certamente, do ponto mais complicado das licitaes na medida em que h um nmero razovel de situaes descritas como licitao dispensvel. As hipteses de licitao dispensada, como dito, esto elencadas no art. 17 da Lei n 8.666/93, tambm taxativamente, e em sntese referemse alienao de bens mveis ou imveis, pela Administrao Pblica. Por outro lado, atualmente, teramos as seguintes hipteses que ensejariam a licitao dispensvel: Para obras e servios de engenharia de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea "a", do inciso I do artigo anterior (R$ 15.000, ou seja, 10% do valor do convite R$ 150.000), desde que no se refiram a parcelas de uma mesma obra ou servio ou ainda para obras e servios da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente. Para outros servios e compras de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea "a", do inciso II do artigo anterior (R$ 8.000, ou seja, 10% valor do convite R$ 80.000) e para alienaes, nos casos previstos nesta Lei, desde que no se refiram a parcelas de um mesmo servio, compra ou alienao de maior vulto que possa ser realizada de uma s vez;

Observemos que nesses dois primeiros casos, quando se tratar de contratao a ser realizada por consrcios pblicos, sociedades de economia mista e empresas pblicas, alm de autarquia ou fundao qualificada como agncia executiva, esse valor ser o dobro, ou seja, obras e servios de engenharia R$ 30.000 e outros servios e compras R$ 16.000.

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Nos casos de guerra ou grave perturbao da ordem; Nos casos de emergncia ou de calamidade pblica, quando caracterizada urgncia de atendimento de situao que possa ocasionar prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas, obras, servios, equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, e somente para os bens necessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e servios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorrogao dos respectivos contratos; Quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder ser repetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condies preestabelecidas;

Significa, nessa hiptese, que a licitao deserta. Licitao deserta aquela em que no se apresentam interessados, diferentemente de licitao fracassada, quando h interessados, no entanto, so todos inabilitados ou todas as propostas so desclassificadas, impedindo o prosseguimento do certame. Neste caso, licitao fracassada, poder a Administrao fixar o prazo de oito dias teis para que sanem as irregularidades e apresentem nova documentao ou propostas sem vcio. No convite, poder tal prazo ser reduzido para trs dias teis. (art. 48, 3, Lei n 8.666/93) Quando a Unio tiver que intervir no domnio econmico para regular preos ou normalizar o abastecimento; Quando as propostas apresentadas consignarem preos manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatveis com os fixados pelos rgos oficiais competentes, casos em que, observado o pargrafo nico do art. 48 desta Lei e, persistindo a situao, ser admitida a adjudicao direta dos bens ou servios, por valor no superior ao constante do registro de preos, ou dos servios (cf. 3, art. 48)

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Para a aquisio, por pessoa jurdica de direito pblico interno, de bens produzidos ou servios prestados por rgo ou entidade que integre a Administrao Pblica e que tenha sido criado para esse fim especfico em data anterior vigncia desta Lei, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado; Quando houver possibilidade de comprometimento da segurana nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da Repblica, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; Para a compra ou locao de imvel destinado ao atendimento das finalidades precpuas da administrao, cujas necessidades de instalao e localizao condicionem a sua escolha, desde que o preo seja compatvel com o valor de mercado, segundo avaliao prvia; Na contratao de remanescente de obra, servio ou fornecimento, em conseqncia de resciso contratual, desde que atendida a ordem de classificao da licitao anterior e aceitas as mesmas condies oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preo, devidamente corrigido; Nas compras de hortifrutigranjeiros, po e outros gneros perecveis, no tempo necessrio para a realizao dos processos licitatrios correspondentes, realizadas diretamente com base no preo do dia; Na contratao de instituio brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituio dedicada recuperao social do preso, desde que a contratada detenha inquestionvel reputao ticoprofissional e no tenha fins lucrativos; Para a aquisio de bens ou servios nos termos de acordo internacional especfico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condies ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Pblico; Para a aquisio ou restaurao de obras de arte e objetos

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histricos, de autenticidade certificada, desde que compatveis ou inerentes s finalidades do rgo ou entidade. Para a impresso dos dirios oficiais, de formulrios padronizados de uso da administrao, e de edies tcnicas oficiais, bem como para prestao de servios de informtica pessoa jurdica de direito pblico interno, por rgos ou entidades que integrem a Administrao Pblica, criados para esse fim especfico; Para a aquisio de componentes ou peas de origem nacional ou estrangeira, necessrios manuteno de equipamentos durante o perodo de garantia tcnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condio de exclusividade for indispensvel para a vigncia da garantia; Nas compras ou contrataes de servios para o abastecimento de navios, embarcaes, unidades areas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta durao em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentao operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propsitos das operaes e desde que seu valor no exceda ao limite previsto na alnea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei (R$ 80.000,00); Para as compras de material de uso pelas Foras Armadas, com exceo de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronizao requerida pela estrutura de apoio logstico dos meios navais, areos e terrestres, mediante parecer de comisso instituda por decreto; Na contratao de associao de portadores de deficincia fsica, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por rgos ou entidades da Administrao Pblica, para a prestao de servios ou fornecimento de modeobra, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado. Para a aquisio de bens destinados exclusivamente a pesquisa cientfica e tecnolgica com recursos concedidos pela CAPES,

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FINEP, CNPq ou outras instituies de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim especfico; Na contratao de fornecimento ou suprimento de energia eltrica e gs natural com concessionrio, permissionrio ou autorizado, segundo as normas da legislao especfica; Na contratao realizada por empresa pblica ou sociedade de economia mista com suas subsidirias e controladas, para a aquisio ou alienao de bens, prestao ou obteno de servios, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado. Para a celebrao de contratos de prestao de servios com as organizaes sociais, qualificadas no mbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gesto. Na contratao realizada por Instituio Cientfica e Tecnolgica ICT ou por agncia de fomento para a transferncia de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explorao de criao protegida. Na celebrao de contrato de programa com ente da Federao ou com entidade de sua administrao indireta, para a prestao de servios pblicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consrcio pblico ou em convnio de cooperao. Na contratao da coleta, processamento e comercializao de resduos slidos urbanos reciclveis ou reutilizveis, em reas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associaes ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas fsicas de baixa renda reconhecidas pelo poder pblico como catadores de materiais reciclveis, com o uso de equipamentos compatveis com as normas tcnicas, ambientais e de sade pblica. Para o fornecimento de bens e servios, produzidos ou prestados no Pas, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnolgica e defesa nacional, mediante parecer de comisso especialmente designada pela autoridade mxima do rgo.

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Na aquisio de bens e contratao de servios para atender aos contingentes militares das Foras Singulares brasileiras empregadas em operaes de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preo e escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Fora.

Concluise, portanto, que se trata de rol taxativo, ou seja, outras situaes, mesmo que similares s previstas, no ensejam a dispensa. Gabarito: Certo.

18.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA STJ CESPE/2008) A concesso de direito real de uso de bens pblicos imveis construdos, destinados ou efetivamente utilizados no mbito de programas habitacionais desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica, no precisa ser licitada. Comentrio: Temos aqui hiptese de licitao dispensada (art. 17, Lei n 8.666/93), no dispensvel, ou seja, quando a lei determina o afastamento da licitao, de modo que no caber avaliao do administrador, diante do caso concreto, pois no lhe fora autorizado realizar a licitao. preciso dizer, entretanto, que tanto nos casos de licitao dispensada, quanto de licitao dispensvel, h possibilidade, juridicamente falando de se realizar o procedimento competitivo, todavia a lei afastada ou permite o afastamento. Com efeito, os casos de licitao dispensada ocorrem, em regra, em face de alienao, doao, permuta ou venda de bens. Como regra, quando se tratar de alienao de bens imveis, depender de autorizao legislativa para rgos da administrao direta e entidades autrquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, de avaliao prvia e de licitao na modalidade de concorrncia. www.pontodosconcursos.com.brPgina | 28

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No entanto, ser dispensada a licitao nos casos de:a) dao em pagamento; b) doao, permitida exclusivamente para outro rgo ou entidade da administrao pblica, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alneas f, h e i; c) permuta, por outro imvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; d) investidura; ( entendese por investidura: I a alienao aos proprietrios de imveis lindeiros de rea remanescente ou resultante de obra pblica, rea esta que se tornar inaproveitvel isoladamente, por preo nunca inferior ao da avaliao e desde que esse no ultrapasse a 50% (cinqenta por cento) do valor constante da alnea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; II a alienao, aos legtimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Pblico, de imveis para fins residenciais construdos em ncleos urbanos anexos a usinas hidreltricas, desde que considerados dispensveis na fase de operao dessas unidades e no integrem a categoria de bens reversveis ao final da concesso). e) venda a outro rgo ou entidade da administrao pblica, de qualquer esfera de governo; f) alienao gratuita ou onerosa, aforamento, concesso de direito real de uso, locao ou permisso de uso de bens imveis residenciais construdos, destinados ou efetivamente utilizados no mbito de programas habitacionais ou de regularizao fundiria de interesse social desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica; g) procedimentos de regularizao fundiria de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976;

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PACOTE DE EXERCCIOS MPU/2010 ANALISTA PROCESSUALMDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVOPROF. EDSON MARQUES h) alienao gratuita ou onerosa, aforamento, concesso de direito real de uso, locao ou permisso de uso de bens imveis de uso comercial de mbito local com rea de at 250 m (duzentos e cinqenta metros quadrados) e inseridos no mbito de programas de regularizao fundiria de interesse social desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica; i) alienao e concesso de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras pblicas rurais da Unio na Amaznia Legal onde incidam ocupaes at o limite de quinze mdulos fiscais ou mil e quinhentos hectares, para fins de regularizao fundiria, atendidos os requisitos legais;

Importante destacar que na alienao de bens imveis pela Administrao Pblica, que foram adquiridos em face de procedimento judicial ou de dao de pagamento, poder ser feito, sem autorizao legislativa, por ato da autoridade competente, aps prvia avaliao e comprovada a necessidade ou utilidade da alienao, mediante licitao, podendo ser utilizada a modalidade concorrncia ou leilo. A propsito, os imveis doados para outro rgo ou entidade da administrao pblica, de qualquer esfera de governo, cessadas as razes que justificaram a sua doao, revertero ao patrimnio da pessoa jurdica doadora, vedada a sua alienao pelo beneficirio. A Administrao tambm poder conceder ttulo de propriedade ou de direito real de uso de imveis, dispensada licitao, quando o uso destinarse:I a outro rgo ou entidade da Administrao Pblica, qualquer que seja a localizao do imvel; II a pessoa fsica que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do rgo competente, haja implementado os requisitos mnimos de cultura, ocupao mansa e pacfica e explorao direta sobre rea rural situada na regio da Amaznia Legal, definida no art. 1o, 2o, inciso VI, da Lei no 4.771, de 22 de setembro de 1965, superior a um mdulo fiscal e limitada a reas de at quinze mdulos fiscais, desde que no exceda mil e

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PACOTE DE EXERCCIOS MPU/2010 ANALISTA PROCESSUALMDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVOPROF. EDSON MARQUES quinhentos hectares;

Neste ltimo caso, ficam dispensadas de autorizao legislativa, porm submetemse aos seguintes condicionamentos:I aplicao exclusivamente s reas em que a deteno por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; II submisso aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinao e da regularizao fundiria de terras pblicas; III vedao de concesses para hipteses de explorao nocontempladas na lei agrria, nas leis de destinao de terras pblicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecolgicoeconmico; e IV previso de resciso automtica da concesso, dispensada notificao, em caso de declarao de utilidade, ou necessidade pblica ou interesse social.

Essa hiptese s se aplica a imvel situado em zona rural, no sujeito vedao, impedimento ou inconveniente a sua explorao mediante atividades agropecurias, limitandose a reas de at quinze mdulos fiscais, desde que no exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitao para reas superiores a esse limite, e poder ser cumulada com o quantitativo de rea decorrente da figura prevista na regularizao fundiria (art. 17, inc. I, alnea g), at o limite de 500 hectares. E, quando se tratar de bens mveis, a alienao depender de avaliao prvia e de licitao, dispensada esta nos seguintes casos:a) doao, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, aps avaliao de sua oportunidade e convenincia scioeconmica, relativamente escolha de outra forma de alienao;

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PACOTE DE EXERCCIOS MPU/2010 ANALISTA PROCESSUALMDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVOPROF. EDSON MARQUES b) permuta, permitida exclusivamente entre rgos ou entidades da Administrao Pblica; c) venda de aes, que podero ser negociadas em bolsa, observada a legislao especfica; d) venda de ttulos, na forma da legislao pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por rgos ou entidades da Administrao Pblica, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros rgos ou entidades da Administrao Pblica, sem utilizao previsvel por quem deles dispe.

Para a venda de bens mveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia no superior ao limite de R$ 650.000 (valor da tomada de preo no caso de compras e outros servio), a Administrao poder permitir o leilo. Assim, conforme art. 17, inc. I, alnea f, da Lei de Licitaes e Contratos, a concesso de direito real de uso de bens pblicos imveis construdos, destinados ou efetivamente utilizados no mbito de programas habitacionais desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica, no precisa ser licitada, por se tratar de hiptese de licitao dispensada. Gabarito: Certo.

19.(JUIZ DE DIREITO TJ/SE CESPE/2008) A alienao de bens imveis de propriedade de empresas pblicas depende de autorizao legislativa. Comentrio: Os bens das empresas pblicas e sociedades de economia mista so considerados bens privados, por serem tais entidades pessoas jurdicas de direito privado. www.pontodosconcursos.com.brPgina | 32

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Por isso, tais bens se submeteriam aos ditames do Direito Civil, de modo que no se exigiria, para sua alienao, autorizao legislativa, observando, ademais, a parte final do que dispe o art. 17, inc. I, da Lei n 8.666/93, ao estabelecer que quando se tratar de alienao de bens imveis, depender de autorizao legislativa para rgos da administrao direta e entidades autrquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, de avaliao prvia e de licitao na modalidade de concorrncia. Cuidado que aqui a expresso paraestatal foi cunhada naquela velha viso de Hely Lopes Meirelles, ou seja, compreendendo as sociedades de economia mista e as empresas pblicas. Gabarito: Errado.

20.(TCNICO ADMINISTRATIVO ANTAQ CESPE/2009) A licitao ser dispensvel quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder ser repetida sem prejuzo para a administrao. Comentrio: Com efeito, conforme salientamos, licitao dispensvel aquela em que h discricionariedade em se dispensar ou no a licitao, cabendo ao administrador pblico, motivadamente, dentro das hipteses legais, avaliar acerca da convenincia e oportunidade em realizla. Dessa forma, as situaes que ensejam a licitao dispensvel esto elencadas no art. 24 da Lei n 8.666/93 taxativamente. Veja que em tais situaes a lei autoriza a dispensa da licitao. Dentre elas, temse a denominada licitao deserta, ou seja, conforme art. 24, inc. V, da Lei n 8.666/93, quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder ser repetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condies preestabelecidas, haver a possibilidade de dispensa de licitao.

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Novamente, de se destacar que no se deve confundir licitao deserta, quando no se apresentam interessados, com licitao fracassada, quando h interessados, no entanto, so todos inabilitados ou todas as propostas so desclassificadas. Gabarito: Certo.

21. (ASSISTENTE APOIO TCNICO ADMINISTRATIVO INCA CESPE/2010) dispensvel a licitao quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder ser repetida sem prejuzo para a administrao, mantidas, nesse caso, todas as condies preestabelecidas. O processo de dispensa dever ser instrudo com a razo da escolha do fornecedor ou executante e a justificativa do preo. Comentrio: No caso de licitao deserta, ou seja, quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder ser repetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condies preestabelecidas, ser dispensvel a realizao do procedimento competitivo. No entanto, nessa hiptese, o processo dever ser instrudo com os fundamentos que determinaram a escolha do fornecedor, bem como a justificativa do preo, conforme estabelece o art. 26, pargrafo nico, da Lei n 8.666/93:Art. 26. As dispensas previstas nos 2 e 4 do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situaes de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do pargrafo nico do art. 8 desta Lei devero ser comunicados, dentro de 3 (trs) dias, autoridade superior, para ratificao e publicao na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condio para a eficcia dos atos. (Redao dada pela Lei n 11.107, de 2005) Pargrafo nico. O processo de dispensa, de

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inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, ser instrudo, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterizao caso; II - razo da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preo. IV - documento de aprovao dos projetos de pesquisa aos quais os bens sero alocados. (Includo pela Lei n 9.648, de 1998) da situao emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o

Gabarito: Certo.

22.(PROMOTOR DE JUSTIA MPE/RR CESPE/2008) Em razo de situaes excepcionais, a dispensa de licitao possvel nos casos de guerra ou de grave perturbao da ordem. Comentrio: Vse que a dispensa de licitao questo certa a ser abordada pela Banca Examinadora. Conforme salientando, poder ser afastada a licitao e realizada a contratao direta, quando o interesse pblico assim o indicar, dentre os casos permitidos pelo art. 24 da Lei n 8.666/93, que enumerou taxativamente as hipteses de licitao dispensvel. Dentre elas, temse no inc. III do art. 24 da Lei n 8.666/93 a autorizao para dispensa nos casos de guerra ou grave perturbao da ordem. Gabarito: Certo.

23.(TABELIO TJDFT CESPE/2008) dispensvel a licitao em caso de fornecimento de bens ou servios, produzidos ou prestados no pas, desde que envolvam tanto a alta complexidade tecnolgica como a defesa nacional, situao que exige parecer de comisso especialmente www.pontodosconcursos.com.brPgina | 35

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designada pela autoridade mxima do rgo. Comentrio: A Lei n 11.484/2007 incluiu no rol das hipteses de licitao dispensvel, o inciso XXVIII o qual dispe que a licitao ser dispensvel para o fornecimento de bens e servios, produzidos ou prestados no Pas, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnolgica e defesa nacional, mediante parecer de comisso especialmente designada pela autoridade mxima do rgo. Vse, portanto, que referida hiptese exige, para que se possibilite a dispensa de licitao, que os bens e servios, sejam produzidos ou prestados no Pas e que, cumulativamente, envolvam alta complexidade tecnolgica e defesa nacional. Alm de tudo isso, dever ser designada pela autoridade mxima do rgo licitante comisso especial que ir avaliar tais requisitos, devendo emitir parecer no sentido de estarem presentes tais circunstncias a fim de que possa ento o administrador decidir pela dispensa ou no. Gabarito: Certo.

24.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA STJ CESPE/2008) O estado X firmou contrato administrativo de obra pblica, no regime de administrao contratada. Para tanto, foi feita a licitao, sendo vencedora a empresa Y, ficando a empresa Z em segundo lugar. Passados nove meses do incio da execuo da obra, o referido contrato foi rescindido pela contratada. Acerca dessa situao hipottica, dos contratos administrativos e da licitao, julgue: Na hiptese considerada, a administrao poder contratar a empresa Z, segunda colocada na referida licitao, com dispensa de licitao, desde que mantidas as mesmas condies oferecidas pelo licitante vencedor. Comentrio: Estabelece o art. 24, inc. XI, da Lei n 8.666/93 que na contratao de remanescente de obra, servio ou fornecimento, em conseqncia de www.pontodosconcursos.com.brPgina | 36

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resciso contratual, desde que atendida a ordem de classificao da licitao anterior e aceitas as mesmas condies oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preo, devidamente corrigido, poder ocorrer a dispensa a licitao. Obviamente, isso no afasta a responsabilidade da empresa inadimplente que poder sofrer as sanes previstas no edital, no contrato e na prpria Lei. Assim, poder haver a dispensa, observando a ordem de classificao no certame e desde que mantidas as mesmas condies oferecidas pelo licitante vencedor. Gabarito: Certo.

25.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) A Unio firmou contrato de obra pblica com a construtora Cimento Forte Ltda., visando construir uma hidreltrica em um grande rio do estado do Par, obra essa que durar cerca de 3 anos, de forma a diminuir o risco futuro de crise de energia eltrica. Para tanto, utilizouse da dispensa de licitao. Nos termos desse contrato de obra pblica, todas as indenizaes por danos causados a terceiros em decorrncia da obra seriam suportadas pela construtora. Com base nessa situao hipottica, julgue: *** A situao descrita caracteriza emergncia, razo por que a contratao por meio de dispensa de licitao foi adequada. Comentrio: considerado, nos termos do art. 24, inc. IV, da Lei n 8.66/93, como casos de emergncia ou de calamidade pblica, quando caracterizada urgncia de atendimento de situao que possa ocasionar prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas, obras, servios, equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, e somente para os bens necessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e servios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorrogao dos respectivos contratos. www.pontodosconcursos.com.brPgina | 37

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Essa hiptese de dispensa ocorre quando o tempo necessrio para a realizao da licitao impede a adoo de medidas indispensveis para evitar o dano. Emergncia quer dizer situao ftica onde h potencial de dano excepcional para a segurana de pessoas, obras, servios, equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, ou seja, significa necessidade de atendimento imediato. Na situao descrita na questo, o eventual dano ser futuro e no certo, ou seja, mero risco, de modo que para tanto se pode adotar o procedimento licitatrio, visto que o prazo estimado razovel para realizao do certame, no sendo, pois, situao de dispensa. Gabarito: Errado.

26.(ANALISTA TCNICO MS CESPE/2010) Quando houver dispensa de licitao para execuo de obras e servios por fora de uma situao de emergncia ou de calamidade pblica, tal execuo deve ser concluda em, no mximo, 180 dias consecutivos e ininterruptos, sob pena de descaracterizar a situao de licitao dispensvel. Comentrio: dispensvel a licitao, de acordo com o art. 24, inc. IV, da Lei n 8.66/93, nos casos de emergncia ou de calamidade pblica, quando caracterizada urgncia de atendimento de situao que possa ocasionar prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas, obras, servios, equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, e somente para os bens necessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e servios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorrogao dos respectivos contratos. Gabarito: Certo.

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27.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/BA CESPE/2010) A legislao de regncia admite a dispensa de licitao na hiptese de contratao realizada por sociedade de economia mista, com suas subsidirias ou controladas, para a aquisio de bens, com a exigncia de que seja observada a compatibilidade do preo contratado com o praticado no mercado. Comentrio: De acordo com o art. 24, inc. XXIII, da Lei n 8.666/93, dispensvel a licitao na contratao realizada por empresa pblica ou sociedade de economia mista com suas subsidirias e controladas, para a aquisio ou alienao de bens, prestao ou obteno de servios, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado. Gabarito: Certo.

28.(ADVOGADO DA UNIO AGU CESPE/2009) As hipteses de dispensa de licitao previstas na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, so taxativas, no comportando ampliao, segundo entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. J em relao inexigibilidade, a referida lei no prev um numerus clausus. No caso de doao com encargo, estabelece o mencionado diploma legal que dever a administrao pblica realizar licitao, dispensada no caso de interesse pblico devidamente justificado. Comentrio: De fato, como j destacamos, os casos de dispensa esto taxativamente descritos na lei, e os de inexigibilidade so apenas exemplificativo. Na hiptese de doao estabelece o art. 17, inc. I, alnea b que quando for para outro rgo ou entidade da administrao pblica de quaisquer esfera de governo, ocorrer por dispensa de licitao. Todavia, quando a doao for com encargo (art. 17, 4) ser licitada e de seu instrumento constaro obrigatoriamente os encargos, o prazo de www.pontodosconcursos.com.brPgina | 39

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seus cumprimento e clusula de reverso, sob pena de nulidade, sendo dispensada a licitao no caso de interesse pblico devidamente justificado. Gabarito: Certo.

29.(ANALISTA TCNICO MS CESPE/2010) A publicao da dispensa de licitao na imprensa oficial, depois de devidamente justificada e ratificada dentro do prazo estabelecido, nos casos em que a lei exige a sua comunicao autoridade superior, condio de eficcia do ato. Comentrio: Tanto os casos de dispensa quanto de inexigibilidade devero ser comunicados, dentro de 3 (trs) dias, autoridade superior, para ratificao e publicao na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condio para a eficcia dos atos, conforme estabelece o art. 26 da Lei n 8.666/93. Gabarito: Certo.

30.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/BA CESPE/2010) No admitida a dispensa de licitao na concesso de servio pblico, ainda que nas hipteses de dispensa previstas na Lei de Licitaes. Comentrio: As concesses de servios pblicos sero sempre precedidas de licitao na modalidade concorrncia, conforme dico da Lei n 8.987/95. Assim, no se admite a dispensa de licitao, at porque no h nenhuma autorizao expressa nos termos dos art. 17 e 24 da Lei n 8.666/93. Gabarito: Certo.

31.(TCNICO ADMINISTRATIVO ANTAQ CESPE/2009) Verificase a dispensa de licitao sempre que houver impossibilidade jurdica de www.pontodosconcursos.com.brPgina | 40

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competio. Comentrio: Com efeito, frisamos que a dispensa de licitao ocorre quando h viabilidade de se deflagrar o procedimento licitatrio, todavia, a lei autoriza o afastamento (licitao dispensvel) ou a lei determina o afastamento (licitao dispensada). Na dispensa, portanto, h possibilidade jurdica de competio, no entanto, em razo de circunstncias descritas legalmente na lei (hipteses previstas taxativamente) se dispensa o procedimento licitatrio e realiza a contratao direta. Por outro lado, quando se fala em inexigilidade que h inviabilidade de competio, conforme previsto no art. 25, Lei n 8.666/93, ou seja, quando no for possvel estabelecer procedimento competitivo, destacando a Lei algumas situaes, de forma exemplificativa, pois em qualquer situao, ainda que no descrita na norma, que seja invivel a competio, possibilita a contratao direta por inexigibilidade de licitao. Gabarito: Errado.

32.(ANALISTA ADMINISTRATIVO ANATEL CESPE/2008) O artigo pertinente da Lei n. 8.666/1993, ao tratar dos casos de inexigibilidade de licitao, d espao ao administrador, dada a redao de seu caput, para enquadrar nessa espcie de contratao direta, outros casos alm dos exclusivamente arrolados nos seus incisos. Comentrio: Observamos que a inexigibilidade ocorre quando h inviabilidade de competio, conforme previsto no art. 25, Lei n 8.666/93, de forma exemplificativa, especialmente nas seguintes situaes:a) Para aquisio de materiais, equipamentos, ou gneros que s possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferncia

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PACOTE DE EXERCCIOS MPU/2010 ANALISTA PROCESSUALMDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVOPROF. EDSON MARQUES de marca, devendo a comprovao de exclusividade ser feita atravs de atestado fornecido pelo rgo de registro do comrcio do local em que se realizaria a licitao ou a obra ou o servio, pelo ou, Sindicato, ainda, Federao pelas ou Confederao equivalentes; b) para a contratao de servios tcnicos profissionais especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notria especializao, vedada a inexigibilidade para servios de publicidade e divulgao; Patronal, entidades

Nesse sentido, dispe o artigo 13 da Lei de Licitaes que se considera servios tcnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: a) estudos tcnicos, planejamentos e projetos bsicos ou executivos; b) pareceres, percias e avaliaes em geral; c) assessorias ou consultorias tcnicas e auditorias financeiras ou tributrias; d) fiscalizao, superviso ou gerenciamento de obras ou servios; e) patrocnio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; f) treinamento e aperfeioamento de pessoal, e; g)restaurao de obras de arte e bens de valor histrico.c) Para contratao de profissional de qualquer setor artstico, diretamente ou atravs de empresrio exclusivo, desde que consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica.

A prpria lei de licitao esclarece o que seja notria especializao, considerando o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experincias, publicaes, organizao, aparelhamento, equipe tcnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho essencial e indiscutivelmente o mais adequado plena satisfao do objeto do contrato. Assim, quando no for possvel estabelecer procedimento competitivo, hipteses que apenas so demonstradas de forma exemplificativa (no exaustiva) na lei, ser inexigvel a licitao. Cumpre esclarecer que, nesta situao, e em qualquer dos casos de www.pontodosconcursos.com.brPgina | 42

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dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado Fazenda Pblica o fornecedor ou o prestador de servios e o agente pblico responsvel, sem prejuzo de outras sanes legais cabveis. Vse, portanto, que as hipteses descritas na lei como situaes configuradoras de licitao inexigvel, no afastam outras hipteses semelhantes em que seja invivel a competio. Gabarito: Certo.

33.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA STF CESPE/2008) A contratao de artistas consagrados pela crtica ou pelo pblico um exemplo de dispensa de licitao. Comentrio: A contratao de profissional de qualquer setor artstico, diretamente ou atravs de empresrio exclusivo, desde que consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica hiptese configuradora de inexigibilidade de licitao, conforme art. 25, inc. III, da Lei n 8.666/93. Devemos nos ater que o poder ser qualquer profissional do setor artstico, contratandose diretamente ou por meio de empresrio exclusivo, sendo necessrio, no entanto, que seja consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica. Gabarito: Errado.

34. (TCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) dispensvel a licitao para a contratao de profissional de qualquer setor artstico, seja diretamente ou por meio de empresrio exclusivo, desde que o artista seja consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica. Comentrio: Observem que se trata da mesma questo anterior, ou seja, a banca www.pontodosconcursos.com.brPgina | 43

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costuma repetir os mesmos temas. Ento, conforme j verificamos, a contratao de profissional de qualquer setor artstico, seja diretamente ou por meio de empresrio exclusivo, desde que o artista seja consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica, hiptese de inexigibilidade, conforme art. 25, inc. III, da Lei n 8.666/93. Gabarito: Errado.

35.(ANALISTA TCNICO MS CESPE/2010) dispensvel a licitao para a contratao de profissional de qualquer setor artstico, seja diretamente ou por meio de empresrio exclusivo, desde que o artista seja consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica. Comentrio: Mais uma vez, conforme estabelece o art. 25, inc. III, da Lei de Licitaes, a contratao de profissional de qualquer setor artstico, seja diretamente ou por meio de empresrio exclusivo, desde que o artista seja consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica, hiptese de inexigibilidade. Gabarito: Errado.

36.(TCNICO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) Para celebrar o aniversrio da cidade, o prefeito de um municpio brasileiro determinou que fossem tomadas as providncias para a contratao de um cantor consagrado pela crtica especializada e que comps uma famosa msica que enaltece a cidade. A apresentao ocorrer durante jantar em frente prefeitura. Em razo de sua notoriedade, o artista cobrou R$ 200.000,00 para se apresentar durante duas horas. Com base na situao descrita acima, julgue: A contratao do referido artista pode ocorrer por meio de dispensa de licitao, uma vez que a singularidade de sua atuao afasta a competitividade. Comentrio: www.pontodosconcursos.com.brPgina | 44

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Conforme ressaltamos, o art. 25, inc. III, da Lei n 8.666/93 dispe que inexigvel a licitao para a contratao de profissional de qualquer setor artstico, diretamente ou atravs de empresrio exclusivo, desde que consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica. Repito, para tal hiptese de se observar o seguinte:a) Profissional de qualquer setor artstico b) Contratao direta ou por empresrio exclusivo c) Consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica.

De mais a mais, importante dizer que se o profissional tiver vrios empresrios e por qualquer um deles puder ser contratado, possvel se estabelecer uma competio entre tais empresrios, de modo que no seria caso de inexigibilidade, ou seja, a contratao tem que ser diretamente com o artista ou por meio de empresrio exclusivo. Gabarito: Errado.

37.(TCNICO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) Para celebrar o aniversrio da cidade, o prefeito de um municpio brasileiro determinou que fossem tomadas as providncias para a contratao de um cantor consagrado pela crtica especializada e que comps uma famosa msica que enaltece a cidade. A apresentao ocorrer durante jantar em frente prefeitura. Em razo de sua notoriedade, o artista cobrou R$ 200.000,00 para se apresentar durante duas horas. Com base na situao descrita acima, julgue: *** Para essa contratao, necessria a instaurao de processo em que o administrador justifique as razes de sua escolha. Comentrio: A Lei de Licitaes, conforme art. 26, pargrafo nico, exige que os casos de dispensa ou de inexigibilidade sejam devidamente justificados, devendo o processo ser instrudo com: I caracterizao da situao emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II razo da escolha do fornecedor ou executante; III justificativa do preo. IV documento de aprovao dos projetos de pesquisa aos quais www.pontodosconcursos.com.brPgina | 45

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os bens sero alocados. Ademais, tais situaes devero ser comunicados, dentro de 3 (trs) dias, autoridade superior, para ratificao e publicao na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condio para a eficcia dos atos. Assim, alm da necessidade de expor fundamentadamente as razes que levaram dispensa ou inexigibilidade de licitao, ainda necessrio submeter autoridade superior para ratificao e publicao, como condio para eficcia dos atos. No entanto, preciso salientar que nem todos os casos de dispensa de licitao exigem a justificao, sendo exigida, conforme a Lei n 8.666/93, na hiptese de concesso de ttulo de propriedade ou de direito real de uso (art. 17, 2) e doao com encargo (art. 17, 4) e na dispensvel, em todos os casos, exceto nas contrataes consideradas de pequeno valor (incs. I e II do art. 24, ou seja, at R$ 15.000 para obras e servios de engenharia e at 8.000 para compras e outros servios). Para todos os casos de inexigibilidade exigida a justificao, ou seja, a exposio dos motivos que fundamentam o afastamento da licitao. Gabarito: Certo.

38.(ADVOGADO BRB CESPE/2010) A administrao pblica de determinado municpio adquiriu, sem licitao, certo equipamento de uma empresa, argumentando ser essa a nica organizao no municpio e na regio a fornecer o produto em questo. O Ministrio Pblico alega que tal aquisio configura ato de improbidade administrativa, pois, conforme atestado do rgo de comrcio de registro local, no municpio h outras empresas que dispem do produto, com marca similar, qualidade compatvel e preos iguais ou inferiores, conforme o caso. A partir dessa situao hipottica, julgue os itens que se seguem, segundo a Lei n. 8.666/1993, especialmente quanto aos princpios e s regras de dispensa e inexigibilidade de licitao. Caso a informao prestada pelo Ministrio Pblico, de que h outras empresas que dispem do produto, seja verdadeira, ento a situao em comento no configura inexigibilidade de licitao, especialmente por se tratar de aquisio

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direcionada que impe preferncia por determinada marca, o que vedado pela lei em questo. Comentrio: Conforme prev o art. 25, inc. I, da Lei de Licitaes, ser inexigvel a licitao quando houver inviabilidade de competio, especialmente para aquisio de materiais, equipamentos, ou gneros que s possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo. Com efeito, nessa hiptese, vedada a preferncia de marca, devendo a comprovao de exclusividade ser feita atravs de atestado fornecido pelo rgo de registro do comrcio do local em que se realizaria a licitao ou a obra ou o servio, pelo Sindicato, Federao ou Confederao Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. Assim, como no se trata de fornecedor exclusivo, havendo produtos similares, e em respeito aos princpios da isonomia e da vantajosidade para a Administrao imprescindvel a realizao de procedimento licitatrio. Gabarito: Certo.

39.(ANALISTA TCNICO MS CESPE/2010) inexigvel a licitao para aquisio de bens e contratao de servios quando visar ao atendimento dos contingentes militares das foras singulares brasileiras empregadas em operaes de paz no exterior. Comentrio: dispensvel, nos termos do art. 24, inc. XXIX, da Lei n 8.666/93, a licitao para aquisio de bens e contratao de servios quando visar ao atendimento dos contingentes militares das foras singulares brasileiras empregadas em operaes de paz no exterior. Gabarito: Errado.

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40.(TCNICO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) Para celebrar o aniversrio da cidade, o prefeito de um municpio brasileiro determinou que fossem tomadas as providncias para a contratao de um cantor consagrado pela crtica especializada e que comps uma famosa msica que enaltece a cidade. A apresentao ocorrer durante jantar em frente prefeitura. Em razo de sua notoriedade, o artista cobrou R$ 200.000,00 para se apresentar durante duas horas. Com base na situao descrita acima, julgue: *** Para a contratao do referido artista, no se exige justificativa de preo, pois no existe paradigma apto mensurao de seu trabalho. Comentrio: Em que pese ser o caso de inexigibilidade, por inviabilidade de competio, conforme ressaltamos, a Lei n 8.666/93 exige que, como regra, os casos de dispensa ou de inexigibilidade sejam devidamente justificados, devendo o processo ser instrudo com:Art. 26. Pargrafo nico. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, ser instrudo, no que couber, com os seguintes elementos: I caracterizao da situao emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II razo da escolha do fornecedor ou executante; III justificativa do preo. IV documento de aprovao dos projetos de pesquisa aos quais os bens sero alocados.

Gabarito: Errado.

41.(TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) No processo de dispensa de licitao, dada a singularidade da prestao, o agente pblico no precisa justificar o preo contratado. Comentrio: exatamente igual anterior, percebeu? Fcil no ? Ento, de acordo www.pontodosconcursos.com.brPgina | 48

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com o inc. III do pargrafo nico do art. 26 da Lei n 8.666/93, exige-se, nos casos de dispensa ou de inexigibilidade, que se instrua o processo com a justificativa de preo. Gabarito: Errado.

42.(TCNICO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) Caso exista apenas um fornecedor de determinado produto ou servio de interesse pblico, deve haver dispensa de licitao. Comentrio: Mais uma vez, estamos diante de situao configuradora de inexigibilidade e no dispensa de licitao, pois invivel a competio, j que o fornecedor exclusivo. Lembramos que a inexigilidade ocorre quando invivel a competio (art. 25, Lei 8.666/93), em especial, dentre outras hipteses, para aquisio de determinado produto ou servio de fornecedor exclusivo. Nesse sentido, dispe o inc. I do art. 25 que para aquisio de materiais, equipamentos, ou gneros que s possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferncia de marca, devendo a comprovao de exclusividade ser feita atravs de atestado fornecido pelo rgo de registro do comrcio do local em que se realizaria a licitao ou a obra ou o servio, pelo Sindicato, Federao ou Confederao Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. importante observamos que vedada a preferncia por marcas. Assim, sabemos que a Cocacola fornecedora exclusiva do refrigerante que leva a mesma marca. Dessa forma, no pode a Administrao realizar contrato destinado a contratar fornecedora de refrigerante CocaCola, deve, no objeto, estabelecer contratao de empresa para fornecimento de refrigerantes, sabores tais e quais. No deve colocar no edital Bombril e sim palha de ao. Ademais, a exclusividade deve ser comprovada na localidade em que ocorrer a licitao e a