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PACOTE DE EXERCÍCIOS – ANALISTA – SENADO FEDERAL ADMINISTRAÇÃO COMUM Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Desculpem-me o atraso na aula. Semana passada, com o retorno do recesso do STJ, foi uma loucura na Defensoria. Tinha processo saindo pela janela. Bem, de toda sorte, não haverá atraso na próxima aula. Assim, vamos em frente, porque hoje estudaremos o seguinte: Aula 05: Responsabilidade civil do Estado Então, vamos ao que interessa. QUESTÕES COMENTADAS 1. (ADVOGADO – CODESP/SP – FGV/2010) Um indivíduo ajuizou com ação de responsabilidade civil contra uma empresa pública que se dedica à prestação de serviço público visando ao ressarcimento de danos que lhe foram causados em virtude da má prestação do serviço. O autor alega que essa empresa, apesar de se constituir em pessoa jurídica de direito privado, é entidade integrante da administração pública e prestadora de serviço público, razão pela qual sua responsabilidade é objetiva, devendo a reparação ocorrer independentemente da prova da culpa ou dolo. Na situação apresentada pelo enunciado, analise as afirmativas a seguir: I. A responsabilidade será sempre objetiva, não importando se o responsável pela lesão for uma empresa pública prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica. II. A responsabilidade civil objetiva somente se aplica às pessoas jurídicas de direito público que compõem a Administração Pública Direita e não às empresas públicas constituídas pelo regime de direito privado, ainda que sejam prestadoras de serviços públicos. III. A responsabilidade civil objetiva depende da aferição de culpa do agente público que deu ensejo ao prejuízo causado pela pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. IV. A responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às pessoas jurídicas de direito público quanto às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

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Olá pessoal, Desculpem-me o atraso na aula. Semana passada, com o

retorno do recesso do STJ, foi uma loucura na Defensoria. Tinha processo saindo pela janela.

Bem, de toda sorte, não haverá atraso na próxima aula.

Assim, vamos em frente, porque hoje estudaremos o seguinte:

Aula 05: Responsabilidade civil do Estado

Então, vamos ao que interessa.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (ADVOGADO – CODESP/SP – FGV/2010) Um indivíduo ajuizou com ação de responsabilidade civil contra uma empresa pública que se dedica à prestação de serviço público visando ao ressarcimento de danos que lhe foram causados em virtude da má prestação do serviço. O autor alega que essa empresa, apesar de se constituir em pessoa jurídica de direito privado, é entidade integrante da administração pública e prestadora de serviço público, razão pela qual sua responsabilidade é objetiva, devendo a reparação ocorrer independentemente da prova da culpa ou dolo. Na situação apresentada pelo enunciado, analise as afirmativas a seguir: I. A responsabilidade será sempre objetiva, não importando se o responsável pela lesão for uma empresa pública prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica. II. A responsabilidade civil objetiva somente se aplica às pessoas jurídicas de direito público que compõem a Administração Pública Direita e não às empresas públicas constituídas pelo regime de direito privado, ainda que sejam prestadoras de serviços públicos. III. A responsabilidade civil objetiva depende da aferição de culpa do agente público que deu ensejo ao prejuízo causado pela pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. IV. A responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às pessoas jurídicas de direito público quanto às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

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V. As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Somente está correto o que se afirma em a) II, III, IV e V. b) II. c) I e III. d) IV e V. e) I, II, III e V.

Comentário:

Conforme ressalta Celso Antônio Bandeira de Mello “todos

os povos, todas as legislações, doutrina e jurisprudência universais,

reconhecem, em consenso pacífico, o dever estatal de ressarcir as

vítimas de seus comportamentos danosos”.

O Estado, assim como os demais sujeitos de direito existente em uma sociedade, se sujeita às determinações proscritas no ordenamento jurídico. Não há qualquer sujeito que se intitule fora da ordem normativa, eis que é próprio do Estado Democrático de Direito à sujeição de todos à ordem jurídica.

Com efeito, estando o Estado também sujeito à incidência

do ordenamento jurídico (princípio da jurisdicidade), é normal que ele responda pelos danos que causar, sobretudo, quando o causa em nome da coletividade em detrimento de um ou de alguns.

Nesse sentido, a título de curiosidade, os dois últimos

Estados a se sucumbirem à teoria da responsabilidade, foram Estados Unidos e Inglaterra, respectivamente em 1946 e 1947, entendendo que o Estado não está imune à responsabilidade de reparar danos causados a terceiros.

Nos Estados Unidos a teoria da irresponsabilidade

perdurou até 1946, quando por meio do Federal Tort Claim Act foi abolida, e na Inglaterra até 1947 quando foi editado o Crown Proceding

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Act. Nestes dois Estados passou-se a responder de forma subjetiva, ou seja, quando seus agentes tiverem causado o dano por ato culposo.

Dessa forma, com apoio na lição de Dirley da Cunha

Junior (Curso de Direito Administrativo, 2006:287), pode-se dizer que a responsabilidade extracontratual do Estado “é a obrigação que incumbe ao Estado de reparar os danos lesivos a terceiros e que lhe sejam imputáveis em virtude de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”.

Celso Antônio, sempre com maestria, assevera que se

“entende por responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”.

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro “a responsabilidade

extracontratual do Estado corresponde à obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos”.

É importante, portanto, percebemos que nem sempre

vigeu a teoria da responsabilidade do Estado pelos seus atos, ou seja, evoluiu-se da irresponsabilidade para a responsabilidade.

Então, a assertiva I está errada. A responsabilidade da

empresa pública será objetiva quando prestadora de serviços públicos e, subjetiva, quando exploradora de atividade econômica.

A assertiva II está errada. A responsabilidade civil

objetiva se aplica às pessoas jurídicas de direito público que compõem a Administração Pública Direita ou à Indireta e às estatais (empresas públicas e sociedade de economia mista) que sejam prestadoras de serviços públicos.

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A assertiva III está errada. A responsabilidade civil objetiva NÃO depende da aferição de culpa do agente público que deu ensejo ao prejuízo causado pela pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público.

A assertiva IV está correta. De fato, nos termos do art.

37, §6º, CF/88, a responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às pessoas jurídicas de direito público quanto às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

A assertiva V está correta. Conforme o próprio art. 37,

§6º, CF/88, verifica-se que as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Gabarito: “D”.

2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/PA – FGV/2011) A responsabilidade civil da administração pública acarreta a a) corresponsabilidade imediata do agente público, sempre vinculada à existência de culpa pelos danos que causar a terceiros no exercício de suas funções. b) responsabilidade integral e da pessoa jurídica de direito público, salvo se a vítima não conseguir provar a culpa do agente público. c) responsabilidade subsidiária do ente estatal, bem como das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. d) responsabilidade subjetiva dos prestadores de serviços públicos, desde que estes sejam remunerados. e) responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

Comentário:

A alternativa “a” está errada. Não há corresponsabilidade imediata do agente público. É que primeiro o Estado deve indenizar

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(reparação do dano) e só diante disso é que, caso comprovada a culpa do agente, é que este será responsabilizado.

A alternativa “b” está errada. Na responsabilidade

objetiva não é necessário demonstrar culpa do agente. A alternativa “c” está errada. A responsabilidade é direta

do ente estatal, bem como das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

Na subsidiária teríamos primeiro a responsabilização do

agente é só depois, caso este não pudesse suportar toda a reparação, o Estado suportaria o restante. Não se aplica nestes casos tal teoria.

A alternativa “d” está errada. A responsabilidade dos

prestadores de serviços públicos é objetiva. A alternativa “e” está correta. De fato, ocorre a

responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Gabarito: “E”.

3. (AUDITOR FISCAL DE ATIVIDADES URBANAS – SEPLAG/DF – FUNIVERSA/2011) No tocante à evolução das teorias que tratam da responsabilidade civil da administração pública, assinale a alternativa incorreta. a) A teoria do risco administrativo faz surgir a obrigação de indenização do dano, exigindo-se, apenas, o fato do serviço. b) Na teoria da responsabilidade objetiva, ou do risco integral, a Administração responderá pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, salvo se ficar comprovada a ocorrência de alguma causa excludente daquela responsabilidade estatal. c) Na teoria da responsabilidade subjetiva, a Administração é responsável pelos atos de seus agentes, desde que se demonstre a culpa destes.

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d) Na teoria da culpa administrativa, além da lesão sofrida injustamente, fica a vítima no dever de comprovar a falta do serviço para obter a indenização. e) A teoria do risco integral constitui-se na obrigação de a Administração indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima.

Comentário:

Quanto à evolução da responsabilidade do Estado é preciso conhecer um pouquinho da história. Assim, vale lembrar que na origem dos Estados modernos, vigia o sistema de irresponsabilidade do Estado, visto que o Rei, representante divino e por vezes a própria divindade, jamais poderia errar ou cometer atos que supostamente fossem reprováveis sob qualquer aspecto, pois sua vontade era algo absolutamente irretocável.

Vigorava o princípio da irresponsabilidade do Estado, de

maneira que não haveria meios de responsabilizar o Estado pelos seus atos ou omissões. Conhecidas as expressões que marcam sobremaneira essa fase (Le roi ne peut mal faire ou The king can do not wrong).

Nesse período, denominado absolutista, o Rei, que se

confundia com a própria figura do Estado, não respondia por seus atos, portanto, insuscetível de qualquer reprovação. Destarte, o Estado não respondia por quaisquer danos que causasse a seus súditos, porque se isso ocorresse era a própria manifestação do poder do Rei, da divindade.

Nessa fase é possível verificar a evolução do sistema de

responsabilidade, passando em alguns países a haver temperamentos, tal como na França, onde leis específicas passaram a prevê a responsabilidade do Estado (Lei do 28 pluvioso do Ano VIII) ou de seu agente, quando o ato pudesse ser imputado diretamente a ele.

Obviamente que com a derrocada dos regimes

absolutistas, impondo-se limitações ao Estado, submetendo-o ao regime das leis, passou-se a adotar a teoria da responsabilidade.

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Depois, avançou-se para a teoria da responsabilidade

surge sob a idéia da responsabilidade estatal baseada na culpa, discutia-se acerca da culpa do agente. Em primeiro momento, havendo distinção entre os atos chamados de império (no qual o Estado não respondia) e os chamados atos de gestão, sob os quais o Estado responderia.

É valioso saber que a teoria da responsabilidade civilista

do Estado nasce sob o auspício da jurisprudência francesa, à margem do tratamento legal, tendo como marco histórico o julgamento proferido pelo Tribunal de Conflitos Francês no caso Blanco (1873).

Conforme narra a Profa. Di Pietro:

“A menina Agnes Blanco, ao atravessar uma rua em

Bordeaux, foi colhido por uma vagonete da Cia. Nacional

de Manufatura do Fumo; seu pai promoveu ação civil de

indenização, com base no princípio de que o Estado é

civilmente responsável por prejuízos causados a terceiros,

em decorrência de ação danosa de seus agentes.

Suscitado conflito de atribuições entre a jurisdição comum

e o contencioso administrativo, o Tribunal de Conflitos

decidiu que a controvérsia deveria ser solucionada pelo

tribunal administrativo, porque se tratava de apreciar a

responsabilidade decorrente de funcionamento do serviço

público. Entendeu-se que a responsabilidade do Estado

não pode reger-se pelos princípios do Código Civil, porque

se sujeita a regras especiais que variam conforme as

necessidades do serviço e a imposição de conciliar os

direitos do Estado com os diretos privados".

Tal evolução se deve ao memorável Conselheiro Davi, que apontou a necessidade de evolução no tocante à responsabilidade civil do Estado, que tal responsabilidade é distinta da estabelecida nas relações privadas, de maneira que não fosse necessário demonstrar a culpa individual, mas a culpa do serviço.

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Surge daí, em abandono a teoria civilista, a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado baseada na culpa administrativa ou denominada faute du service.

Com isso, passou-se a adotar a responsabilidade do Estado nos mesmos moldes da do indivíduo, ou seja, passou o Estado a responder toda vez que se demonstrasse a culpa.

No entanto, verificou-se que demonstrar a culpa estatal

era sempre algo complexo, de modo que a responsabilidade subjetiva passou a ser entendida como decorrência da denominada culpa administrativa ou culpa anônima.

A teoria da culpa administrativa funda-se na idéia de que

a responsabilidade do Estado não está vinculada a culpa individual (subjetiva) do agente público. O Estado responderá, mesmo que agente não seja culpado pelo evento danoso, mas quando em razão de falha na prestação de suas atividades puder decorrer um dano para terceiros.

Trata-se de culpa administrativa ou anônima do

serviço (culpa do serviço ou faute du service), que ocorre quando: i) o serviço não existiu ou não funcionou quando devia funcionar; ii) serviço funcionou mal, iii) serviço atrasou.

Nessas três hipóteses, diz-se que houve a culpa do

serviço, conforme os franceses faute du service. Em tal situação, poderá ocorrer de a vítima não ter como demonstrar a culpa do Estado, eis que estando fora do aparelho estatal não detém poder para buscar as informações que comprove a culpa estatal.

Assim, haverá a presunção de culpa, ficando a vítima

desobrigada a prová-lo, ou seja, nessa modalidade a culpa é presumida, cabendo ao Estado, para afastar sua responsabilidade, demonstrar que ela não ocorreu.

E, finalmente, chegamos à evolução da teoria publicista

da responsabilidade do Estado para a denominada teoria da responsabilidade objetiva em que a obrigação de reparar o dano, por

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ato lícito ou ilícito, era cabível no caso de se comprovar a relação de causalidade entre o dano e o ato do agente.

In casu, a responsabilidade objetiva, não perpassa por

análise de qualquer elemento subjetivo, isto é, não se verifica a necessidade de demonstra que o ato se deu por culpa (culpa ou dolo), ainda que seja ela presumida. É que, na hipótese, não há que se perquirir acerca da culpa, basta que haja a relação entre o comportamento e o dano para que o Estado seja responsabilizado por este.

Com efeito, na teoria da responsabilidade objetiva não é

necessário provar a culpa do Estado ou de seus agentes, para a configuração de três elementos: o ato estatal, o dano e a nexo causal entre a ação e o dano.

Outrossim, a teoria da responsabilidade objetiva evolui e

se divide em duas teorias, a teoria do risco administrativo e a teoria do risco integral.

É a teoria do risco que dá fundamento para

responsabilidade objetiva, baseando-se no sentido de que se deve partir os benefícios gerados pela atuação do Estado. E, por isso, todos também devem suportar os encargos advindos dessa atuação.

Nessa teoria, a idéia de culpa é substituída pelo nexo de

causalidade entre o comportamento estatal e o dano sofrido, sem se cogitar em culpa do serviço ou culpa do agente.

Como ressaltado, dividi-se em risco administrativo e

risco integral. Na Teoria do risco administrativo há possibilidade de causas excludentes de responsabilidade, no risco integral não se admite excludente, de modo que o Estado é responsável pelo simples fato da atividade existir.

Celso Bandeira de Mello salienta que o estágio a que se

caminha a teoria da responsabilidade é para a teoria da responsabilidade do risco social, onde o Estado seria responsável por condutas ainda que não fossem imputadas ao próprio Estado.

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Assim, a alternativa “a” está correta. É entendido que o

fato do serviço corresponde ao fato de o dano a terceiro ter decorrido de uma atividade estatal. Assim, a responsabilidade será objetiva pelo risco administrativo, ou seja, pelo Estado está desempenhando algumas de suas atividades.

A alternativa “b” está errada. Na teoria da

responsabilidade objetiva sob o risco integral não se admite causa de excludente de responsabilidade (dano nuclear).

De outro lado, sob a responsabilidade objetiva,

modalidade risco administrativo, a Administração responderá pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, salvo se ficar comprovada a ocorrência de alguma causa excludente daquela responsabilidade estatal.

A alternativa “c” está correta. De fato, na teoria da

responsabilidade subjetiva discute-se culpa. Assim, a Administração é responsável pelos atos de seus agentes, desde que se demonstre a culpa destes.

A alternativa “d” está correta. Na teoria da culpa

administrativa, também denominada de responsabilidade por falta ou culpa do serviço, cabe ao administrado, além da lesão sofrida injustamente, comprovar a falta do serviço para obter a indenização.

A alternativa “e” está correta. A teoria do risco integral

constitui-se na obrigação de a Administração indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima, eis que não se admite excludente de responsabilidade. Gabarito: “B”.

4. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 3ª REGIÃO – FCC/2009) A responsabilidade extracontratual do Estado

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a) pode decorrer de atos ou comportamentos que, embora lícitos, causem a pessoas determinadas ônus maior que o imposto aos demais membros da coletividade. b) só incide quando o agente público pratica algum ato ilícito. c) pode decorrer de comportamentos comissivos e omissivos, desde que presente o elemento doloso na conduta do agente público. d) somente se verifica em face de comportamentos comissivos. e) somente é admitida excepcionalmente, tendo em vista o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.

Comentário:

A alternativa “a” está correta, pois a responsabilidade do Estado pode decorrer de atos ou comportamentos que, embora lícitos, causem a pessoas determinadas ônus maior que o imposto aos demais membros da coletividade. E, sendo assim, é dever do Estado de indenizá-la por isso.

A alternativa “b” está errada. A responsabilidade do

Estado pode decorrer de atos lícitos ou ilícitos, ou seja, decorre sempre de ato estatal que cause dano a terceiros.

A alternativa “c” está errada. Na responsabilidade objetiva

não se discute dolo, ou seja, elemento subjetivo, sendo também decorrente de ação e não de qualquer omissão estatal.

A alternativa “d” está errada. É importante percebemos

que a doutrina majoritária entende que a responsabilidade objetiva decorre de ação estatal e que a omissão ensejaria a responsabilidade subjetiva. No entanto, em razão de risco criado pelo próprio Estado ou por falta de seu serviço, de forma a reiterar omissão, ou seja, ante omissão específica, tem-se aplicada a teoria da responsabilidade objetiva.

INFORMATIVO Nº 502

TÍTULO: Tutela Antecipada e Responsabilidade Civil

Objetiva do Estado - 2

PROCESSO: STA - 223

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ARTIGO

Entendeu-se que restaria configurada uma grave omissão,

permanente e reiterada, por parte do Estado de

Pernambuco, por intermédio de suas corporações

militares, notadamente por parte da polícia militar, em

prestar o adequado serviço de policiamento ostensivo, nos

locais notoriamente passíveis de práticas criminosas

violentas, o que também ocorreria em diversos outros

Estados da Federação. Em razão disso, o cidadão teria o

direito de exigir do Estado, o qual não poderia se demitir

das conseqüências que resultariam do cumprimento do

seu dever constitucional de prover segurança pública, a

contraprestação da falta desse serviço. Ressaltou-se que

situações configuradoras de falta de serviço podem

acarretar a responsabilidade civil objetiva do Poder

Público, considerado o dever de prestação pelo Estado, a

necessária existência de causa e efeito, ou seja, a omissão

administrativa e o dano sofrido pela vítima, e que, no

caso, estariam presentes todos os elementos que

compõem a estrutura dessa responsabilidade. Além disso,

aduziu-se que entre reconhecer o interesse secundário do

Estado, em matéria de finanças públicas, e o interesse

fundamental da pessoa, que é o direito à vida, não haveria

opção possível para o Judiciário, senão de dar primazia ao

último. Concluiu-se que a realidade da vida tão pulsante

na espécie imporia o provimento do recurso, a fim de

reconhecer ao agravante, que inclusive poderia correr

risco de morte, o direito de buscar autonomia existencial,

desvinculando-se de um respirador artificial que o mantém

ligado a um leito hospitalar depois de meses em estado de

coma, implementando-se, com isso, o direito à busca da

felicidade, que é um consectário do princípio da dignidade

da pessoa humana. STA 223 AgR/PE, rel. orig. Min. Ellen

Gracie, rel. p/ o acórdão Min. Celso de Mello, 14.4.2008.

(STA - 223)

Alternativa “e” está errada. Vimos que é inerente ao próprio Estado Democrático de Direito a submissão do Estado às suas

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leis, por isso, a responsabilidade do Estado não é uma excepcionalidade, é uma regra. Gabarito: “A”

5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RS – FCC/2008) Obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos. Esse conceito refere-se à teoria da responsabilidade a) subjetiva do agente público. b) contratual do Estado. c) subjetiva do Estado. d) da culpa civil. e) extracontratual do Estado.

Comentário:

A obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos, refere-se à responsabilidade extracontratual do Estado. Gabarito: “E”.

6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 23ª REGIÃO – FCC/2007) No que se refere à responsabilidade civil do Estado, a Constituição Federal de 1988 a) acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador só nos casos de dolo. b) acolheu a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado e da responsabilidade objetiva do funcionário público. c) acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador nos casos de dolo ou culpa.

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d) determina que para a responsabilidade por culpa do servidor é essencial a existência da culpa administrativa, mesmo que levíssima. e) determina que as pessoas de Direito Privado que prestam serviços públicos não podem ser responsabilizadas por suas ações culposas ou dolosas.

Comentário:

A Constituição de 1946, no seu artigo 194, no entanto, foi a primeira Constituição a prevê expressamente a responsabilidade do Estado por danos, seguindo-se pelas Constituições de 1967 (art. 105) e 1969 (art. 107).

Em todas essas Constituições, na linha preconizada pelo

Código Civil de 1916, utilizou-se a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado.

No entanto, a Constituição de 1988 em seu artigo 37, §6º

introduz a chamada responsabilidade objetiva do Estado, calcada na teoria do risco administrativo, segundo a qual as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço público, são responsáveis pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas

jurídicas de direito privado prestadoras de serviço

público responderão pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de

regresso contra responsável no caso de dolo ou culpa.

Nesse tipo de situação, o particular lesionado não carece demonstrar a culpa em sentido amplo, ou seja, a culpa em sentido estrito (negligência, imprudência ou imperícia) ou dolo do servidor ou da Administração para que esta venha a responder, basta, tão-somente, demonstrar o dano, o nexo de causalidade, e a conduta atribuída à Administração ou a seu agente.

Alguns autores controvertem acerca desse assunto. Para

uns a responsabilidade objetiva somente seria aquele em que se deu o

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dano por ação do agente. A responsabilidade por omissão seria subjetiva. O próprio Supremo Tribunal Federal, por vezes, vacila no tocante ao tema, vejamos:

"A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos

documentos constitucionais brasileiros desde a Carta Política de

1946, confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil

objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes públicos

houverem dado causa, por ação ou por omissão. Essa

concepção teórica, que informa o princípio constitucional da

responsabilidade civil objetiva do Poder Público, faz emergir, da

mera ocorrência de ato lesivo causado à vítima pelo Estado, o

dever de indenizá-la pelo dano pessoal e/ou patrimonial sofrido,

independentemente de caracterização de culpa dos agentes

estatais ou de demonstração de falta do serviço público. Os

elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil da

responsabilidade civil objetiva do Poder Público compreendem

(a) a alteridade do dano, (b) a causalidade material entre o

eventus damni e o comportamento positivo (ação) ou negativo

(omissão) do agente público, (c) a oficialidade da atividade

causal e lesiva, imputável a agente do Poder Público, que tenha,

nessa condição funcional, incidido em conduta comissiva ou

omissiva, independentemente da licitude, ou não, do

comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de

causa excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 – RTJ

71/99 – RTJ 91/377 – RTJ 99/1155 – RTJ 131/417)." (RE

109.615, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 02/08/96)

"Tratando-se de ato omissivo do poder público, a

responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige

dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência,

a imperícia ou a imprudência, não sendo, entretanto, necessário

individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público,

de forma genérica, a falta do serviço. A falta do serviço — faute

du service dos franceses — não dispensa o requisito da

causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a ação

omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a terceiro.

Latrocínio praticado por quadrilha da qual participava um

apenado que fugira da prisão tempos antes: neste caso, não há

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falar em nexo de causalidade entre a fuga do apenado e o

latrocínio." (RE 369.820, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 27/02/04).

No mesmo sentido: RE 409.203, Rel. Min. Carlos Velloso,

Informativo 391.

É fato, no entanto, que a corrente majoritária é no

sentido de que a responsabilidade objetiva é decorrente de AÇÃO estatal, remanescendo a subjetiva, por culpa administrativa, no caso de omissão.

Todavia, como ressaltado, a responsabilidade objetiva, na

modalidade risco administrativo, poderá ser afastada nos casos de: culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior.

Entretanto, na hipótese de culpa concorrente, ou seja, se

o dano advém também de conduta do terceiro e de conduta da Adminstração, a exemplo de uma pessoa que fura um sinal vermelho, enquanto uma viatura policial também fura de um outro lado, vindo a colidir os dois veículos, não ficará afastada a responsabilidade da Administração, ou seja, não há compensação de culpas, há a mera gradação da indenização a ser concedida.

É a denominada concausa, ou seja, a culpa concorrente

não afasta a responsabilidade, somente atenua o quantum a ser indenizado.

É claro que uma sendo obrigada a indenizar e a

administração, quando conseguir demonstrar a culpa do agente, poderá promover a ação de regresso para se ver ressarcida do que despendeu.

A expressão responsabilidade civil do Estado, chamada

por alguns de responsabilidade administrativa (terminologia inadequada), pode advir de uma relação contratual, ou seja, qual decorrente de um contrato, ou extracontratual (decorrente de atos lícitos ou ilícitos da administração pública).

Ademais, a responsabilidade do Estado pode advir de um

ato administrativo, legislativo ou judicial.

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Celso Antônio Bandeira de Mello, citando lição do Professor Oswaldo Aranha, salienta que a responsabilidade objetiva do Estado será sempre por ação ou quando o Estado é o criador da situação que induz o risco (presídio em local habitável, paiol de munições etc). Outrossim, será subjetiva a responsabilidade decorrente de ato omissivo do Estado.

De outro lado, é possível destacar que em certas

situações, muito embora não se pode identificar uma ação condutora da dano, o Estado poderá propiciar que tal ocorra. É a denominada responsabilidade em razão de atuação propiciadora do Risco.

É o caso de o Estado, embora não cause diretamente o

dano, dá ensejo à situação propiciadora do risco. Ex. Depósito de material explosivo. Preso que mata outro detento. Preso que foge do presídio e comete vários crimes da fuga. Semáforo estragado, em todas essas situações o Estado responderá objetivamente.

Então, como afirmado, a Constituição Federal em seu o art. 37, §6º, estabelece que “As pessoas jurídicas de direito público e

as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,

causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra

responsável no caso de dolo ou culpa”.

Nesse sentido, temos a responsabilidade objetiva para o

Estado e a subjetiva, por meio de ação regressiva, aos agentes públicos que derem causa ao dano, em caso de dolo ou culpa. Gabarito: “C”.

7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – TJ/PA – FCC/2009) Para a apuração da responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público, a) será necessário sempre comprovar a autoria, a culpa, mesmo que confessada, assim como o nexo causal, por não se admitir presunção na hipótese.

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b) exige-se tão somente a constatação da realidade do prejuízo causado independentemente de sua extensão. c) a autoria uma vez confessada e comprovadamente reconhecida, não necessita ser apurada. d) bastará apenas a constatação do nexo causal, ou seja, a relação de causa e efeito. e) não depende da prova da culpa em nenhuma hipótese, por ser sempre presumida.

Comentário:

No caso da responsabilidade objetiva será necessário demonstrar os seguintes elementos: a) conduta estatal; b) dano; c) nexo causal (relação de causa e efeito entre a conduta estatal e o dano sofrido por terceiros).

Com efeito, nesses casos não se indaga acerca da culpa,

ou seja, na responsabilidade objetiva não é necessária a demonstração do elemento subjetivo, ou seja, a culpa (culpa em sentido estrito ou o dolo).

Assim, a alternativa “a” está errada. Não é necessário

comprovar a autoria, sequer a culpa. Basta que se comprove a conduta estatal, o dano e que este decorreu daquela.

A alternativa “b” está errada. Exige-se a demonstração do

prejuízo, bem como de sua extensão, mas especialmente que o prejuízo tenha decorrido de conduta estatal.

A alternativa “c” na responsabilização do Estado não é

necessária a apuração da autoria, desde que se comprove que decorreu de conduta estatal.

Contudo, será necessário, para o Estado, para fins de

ação regressiva, apurar o autor do dano, ou até mesmo para pretender que seja excluída sua responsabilidade, por força de culpa exclusiva da vítima ou por fato de terceiros.

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A alternativa “d” está errada. Não basta a constatação do nexo causal, ou seja, a relação de causa e efeito, é preciso comprovar o dano e a conduta.

Dessa forma, sobra a alternativa “e”, que foi a

considerada correta pela Banca. Todavia, em que pese a banca ter apresentado o Gabarito a alternativa “e”, vou discordar, pois a questão deveria ser anulada na medida em que na responsabilidade objetiva não se discute, nem se presume, nem existe o elemento subjetivo (culpa).

É que a culpa é presumida na hipótese de

responsabilidade por culpa administrativa (fauté du service), que se trata de responsabilidade subjetiva. Na responsabilidade objetiva não existe tal elemento. Gabarito: “E”

8. (AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS – SEFAZ/PB – FCC/2006) Em matéria de responsabilidade civil do Estado, a adoção da chamada teoria do risco integral implica que a Administração a) não responde pelos danos causados em virtude de atividades exercidas por particulares, quando estas atividades por si só sejam consideradas arriscadas. b) tem sua responsabilidade excluída por eventos de força maior e caso fortuito, bem assim por aqueles oriundos de culpa exclusiva da vítima. c) responda civilmente por danos causados a terceiros, apenas nas situações em que estiver presente a culpa do serviço público. d) está impossibilitada de voltar-se regressivamente contra o causador do dano, devendo arcar integralmente com o ônus do ressarcimento. e) não pode beneficiar-se de excludentes de responsabilidade como a ocorrência de força maior e caso fortuito.

Comentário:

Devemos lembrar que a teoria da responsabilidade objetiva se subdivide na modalidade risco administrativo e na, risco integral.

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Na modalidade risco administrativo, conforme estabelece

o art. 37, §6º, CF/88, admite-se excludente de responsabilidade do Estado diante de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima.

Na modalidade risco integral, tendo como exemplo a

hipótese do art. 21, inc. XXIII, alínea “d”, da CF/88 (danos nucleares) não se admite excludente de responsabilidade. Gabarito: “E”.

9. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/AL – FCC/2010) A responsabilidade objetiva do Estado a) existe em qualquer hipótese de dano, inclusive decorrente de força maior e caso fortuito. b) implica reparação do dano mesmo que a lesão decorra de culpa exclusiva da vítima c) resta caracterizada desde que presentes o fato administrativo, o dano e o nexo causal. d) somente se caracteriza se o agente público agiu com dolo ou culpa. e) não impede a ação regressiva contra o agente responsável pelo dano, qualquer que tenha sido a conduta deste.

Comentário:

Como já observamos a responsabilidade objetiva do Estado decorre de conduta administrativa que cause dano a terceiros, podendo ser afastada nos casos de força maior, caso fortuito ou culpa exclusiva da vítima.

Nesta modalidade de responsabilidade não se discute

acerca da culpa, somente sendo invocada quando da responsabilização do agente público que irá responder em ação regressiva promovida pelo Estado se ficar configurado que o dano ocorreu em razão de atuação dolosa ou culpa deste.

Assim:

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As alternativas “a” e “b” estão erradas, pois são excludentes da responsabilidade a força maior, o caso fortuito e a culpa exclusiva da vítima.

A alternativa “d” é errada, pois independentemente de ter

o agente público atuado com dolo ou culpa, a responsabilidade objetiva estará caracterizada.

A alternativa “e” também é errada, pois somente será

possível a propositura de ação regressiva contra o agente responsável pelo dano, se este tiver agindo com dolo ou culpa. Gabarito: “C”.

10. (OFICIAL DE DEFENSORIA PÚBLICA – DPE/SP – FCC/2008) Durante tentativa de resgate de refém, o atirador de elite da Polícia Militar do Estado terminou por causar a morte da mesma, não obstante tenha possibilitado a prisão do seqüestrador. A família da refém falecida a) poderá pleitear indenização do Estado, desde que comprove a culpa do atirador, servidor do Estado. b) poderá pleitear indenização do Estado argumentando responsabilidade objetiva. c) poderá pleitear indenização diretamente do seqüestrador, visto que o Estado não pode ser responsabilizado por conduta criminosa. d) não poderá pleitear indenização do Estado, tendo em vista que o atirador, servidor do Estado, agiu no estrito cumprimento de dever legal. e) não poderá pleitear indenização do Estado nem do seqüestrador, visto que o falecimento decorreu de caso fortuito.

Comentário:

Caso típico de responsabilidade objetiva do Estado.

Significa dizer que mesmo estando atuando nos limites de sua competência e mesmo em busca de proteção às pessoas, o Estado responderá pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, independentemente do agente ter causado o dano com dolo ou culpa.

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Quer dizer que, ainda que a atuação do Estado seja lícita,

se por ato dele decorreu dano (material ou moral) a terceiros, o Estado terá o dever de indenizar.

Assim, nessa situação, a família poderá pleitear a

indenização do Estado, sob o fundamento da responsabilidade objetiva. Gabarito: “B”.

11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/PE – FCC/2011) José, preso provisório, atualmente detido em uma Cadeia Pública na cidade de Recife mata a golpes de arma branca um de seus oito companheiros de cela. Neste caso, o Estado de Pernambuco, em ação civil indenizatória movida pela viúva do falecido detento, a) será responsabilizado com fundamento na responsabilidade subjetiva do Estado. b) será responsabilizado apenas se houver comprovação da omissão dolosa dos agentes carcerários. c) não será responsabilizado, uma vez que o dano foi causado por pessoa física que não faz parte dos quadros funcionais do Estado. d) não será responsabilizado, na medida em que inexiste prova do nexo de causalidade entre a ação estatal e o evento danoso. e) será responsabilizado, independentemente da comprovação de sua culpa, com base na responsabilidade objetiva do Estado.

Comentário:

Veja que aqui temos uma típica situação em que o Estado, no caso o estado-membro de Pernambuco, assumiu para si a condição de garantidor da integridade física e moral do detento.

Conforme entendimento do STF, eventuais lesões sofridas

pelo detento em cárcere, será responsabilizado o Estado, na modalidade responsabilidade objetiva, na medida em que é o garante da integridade física e moral dos custodiados.

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Gabarito: “E”.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TJ/AP – FCC/2009) Uma empresa privada, concessionária de serviço público, que cause dano a um usuário do serviço, responderá civilmente perante a) a vítima, de modo objetivo, desde que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa. b) a vítima, de modo objetivo, independentemente de que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa. c) a vítima, de modo subjetivo, independentemente de que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa. d) o Estado, de modo objetivo, desde que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa. e) o Estado, de modo subjetivo, desde que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa.

Comentário:

Essa é uma questão muito boa, vai possibilitar a análise de nossa jurisprudência, bem como sua evolução.

Observe que o art. 37, §6º, da CF/88 estabelece que as

pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra responsável no caso de dolo ou culpa.

Então, como destacado, as pessoas jurídicas de direito

privado prestadoras de serviços públicos respondem objetivamente pelos danos que seus agentes causarem.

É bom lembrar que pessoas jurídicas de direito privado,

podem ser as estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), pode ser fundação pública de direito privado, ou mesmo uma pessoa jurídica constituída por particulares.

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Desse universo, de pessoas jurídicas de direito privado, somente responderá objetivamente aquelas que prestarem serviços públicos. Portanto, somente as fundações públicas de direito privado, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os delegatários que prestem serviços públicos.

Assim, uma empresa privada somente responderá, com

base no art. 37, §6º, da CF/88 se prestar serviços públicos. Mas, vamos imaginar que uma empresa privada de

transporte coletivo (concessionária ou permissionária) se envolva em um acidente, e alguns dos passageiros fiquem ferido, além do condutor de um veículo que trafegava ao lado.

Nesta hipótese, como será a responsabilidade da empresa

perante os passageiros (usuários do serviço) e perante o condutor, não usuário do serviço público?

Então, durante muito tempo não havia qualquer divisão

acerca da responsabilidade objetiva, valia para usuários e não-usuários. Com o tempo, no entanto, passou os tribunais a entender que a empresa prestadora de serviços públicos somente respondia de forma objetiva em relação aos usuários do serviço público, conforme entendimento assim assentado:

INFORMATIVO Nº 358

TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado: Prestadores de

Serviço Público e Terceiros Não-Usuários

PROCESSO: RE - 262651

ARTIGO

A Turma iniciou julgamento de recurso extraordinário

interposto por empresa privada concessionária de serviço

público de transporte coletivo contra acórdão do Tribunal

de Alçada do Estado de São Paulo que entendera

configurada a responsabilidade objetiva da recorrente em

acidente automobilístico envolvendo veículo de terceiro.

Sustenta-se, na espécie, ofensa ao art. 37, §6º, da CF, sob

a alegação de que a responsabilidade objetiva prevista na

Constituição incide somente sobre a prestação de serviço

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em relação ao passageiro transportado, hipótese que seria

diversa da dos autos, e de que o ônus da prova, por essa

razão, caberia ao recorrido. O Min. Carlos Velloso, relator,

deu provimento ao recurso por considerar que a

responsabilidade objetiva das prestadoras de serviço

público não se estende a terceiros não-usuários, uma vez

que somente o usuário é detentor do direito subjetivo de

receber um serviço público ideal, não cabendo ao mesmo,

por essa razão, o ônus de provar a culpa do prestador do

serviço na causação do dano. Após, pediu vista o Min.

Joaquim Barbosa. RE 262651/SP, rel. Min. Carlos Velloso,

24.8.2004. (RE-262651)

No entanto, o próprio Supremo Tribunal Federal, mais

recentemente, estabeleceu entendimento de que a responsabilidade objetiva do delegatário de serviço público se aplica a danos causados ao terceiro usuário ou terceiro não-usuário dos serviços, conforme assim assentado:

INFORMATIVO Nº 557

TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro Não-

Usuário do Serviço - 2

PROCESSO: RE - 591874

ARTIGO

No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas

instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara o

ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em razão de

força maior, reputou-se comprovado o nexo de

causalidade entre o ato administrativo e o dano causado

ao terceiro não-usuário do serviço público, e julgou-se tal

condição suficiente para estabelecer a responsabilidade

objetiva da pessoa jurídica de direito privado, nos termos

do art. 37, § 6º, da CF (“As pessoas jurídicas de direito

público e as de direito privado prestadoras de serviços

públicos responderão pelos danos que seus agentes,

nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o

direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo

ou culpa.”). Asseverou-se que não se poderia interpretar

restritivamente o alcance do art. 37, § 6º, da CF,

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sobretudo porque a Constituição, interpretada à luz do

princípio da isonomia, não permite que se faça qualquer

distinção entre os chamados “terceiros”, ou seja, entre

usuários e não-usuários do serviço público, haja vista que

todos eles, de igual modo, podem sofrer dano em razão da

ação administrativa do Estado, seja ela realizada

diretamente, seja por meio de pessoa jurídica de direito

privado. Observou-se, ainda, que o entendimento de que

apenas os terceiros usuários do serviço gozariam de

proteção constitucional decorrente da responsabilidade

objetiva do Estado, por terem o direito subjetivo de

receber um serviço adequado, contrapor-se-ia à própria

natureza do serviço público, que, por definição, tem

caráter geral, estendendo-se, indistintamente, a todos os

cidadãos, beneficiários diretos ou indiretos da ação

estatal. Vencido o Min. Marco Aurélio que dava

provimento ao recurso por não vislumbrar o nexo de

causalidade entre a atividade administrativa e o dano em

questão. Precedentes citados: RE 262651/SP (DJU de

6.5.2005); RE 459749/PE (julgamento não concluído em

virtude da superveniência de acordo entre as partes). RE

591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.

(RE-591874)

Portanto, a responsabilidade da concessionária é objetiva e perante a própria vítima, já que a concessionária assume o exercício do serviço público por sua conta e risco. Gabarito: “B”.

13. (ADVOGADO – ADASA – FUNIVERSA/2009) Acerca do tema responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa incorreta. a) No atual regime jurídico brasileiro, convivem as teorias subjetiva e objetiva de responsabilidade do Estado. b) Dano ao particular derivado de conduta lícita do Estado pode gerar obrigação de indenizar.

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c) A empresa pública exploradora de atividade econômica submete-se à responsabilidade objetiva pelos danos que seus agentes causarem a terceiros. d) A responsabilidade objetiva das concessionárias e permissionárias de serviços públicos não se estende a terceiros não-usuários. e) A responsabilidade civil do Estado por danos nucleares independe da existência de culpa.

Comentário:

A alternativa “a” está correta. De fato, no atual regime jurídico brasileiro, convivem as teorias subjetiva e objetiva de responsabilidade do Estado.

A alternativa “b” está correta. A responsabilidade do

Estado decorre de ato comissivo ou omissivo, seja por ato ilícito ou lícito.

A alternativa “c” está errada. A empresa pública

exploradora de atividade econômica, conforme art. 173, §1º, CF/88, bem como pelo disposto no art. 37, §6º, responderá subjetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros.

A alternativa “d” está errada. Observamos que o

entendimento do STF era nesse sentido, isto é, de que a responsabilidade objetiva das concessionárias e permissionárias de serviços públicos não se estendia a terceiros não-usuários.

Todavia, o STF modificou o entendimento de modo que a

responsabilidade objetiva aplica-se ao usuário e não-usuário dos serviços públicos prestados por pessoa jurídica concessionária ou permissionária.

A alternativa “e” está correta. A responsabilidade civil do

Estado por danos nucleares independe da existência de culpa. Trata-se de responsabilidade objetiva na modalidade risco integral. Gabarito: “C” e “D”.

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14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 3ª REGIÃO – FCC/2009) As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, a) sem direito de regresso contra o agente. b) assegurado o direito de regresso contra o agente, independentemente de sua culpa ou dolo. c) apenas quando o agente tenha agido com culpa ou dolo. d) salvo nos casos de comprovada responsabilidade subjetiva do agente, situação em que apenas este responde pelos danos causados. e) mesmo quando não comprovada a culpa do agente.

Comentário:

Então, agora ficou muito fácil, não é? Só tomem cuidado para não perderem a concentração, o foco no resultado. Assim, leiam as questões com bastante cautela, sempre procurando o erro.

Pois é, a responsabilidade das pessoas jurídicas de direito

público pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros é objetiva, ou seja, independe da comprovação de culpa (culpa ou dolo). Gabarito: “E”.

15. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE/MG – FCC/2007) Durante a execução de serviços de limpeza para órgão da Administração, empresa particular contratada nos termos da Lei nº 8.666/93 causa culposamente dano a terceiros. As vítimas poderão exigir indenização: a) da empresa, de acordo com as regras próprias da responsabilidade subjetiva. b) do Estado ou da empresa, invocando responsabilidade objetiva de ambos na prestação do serviço. c) da empresa, apenas, invocando sua responsabilidade objetiva na prestação do serviço.

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d) da empresa, invocando sua responsabilidade objetiva na prestação do serviço, ou do Estado, se houver negligência na fiscalização. e) do Estado, invocando sua responsabilidade objetiva na prestação do serviço público.

Comentário:

Primeiro é importante percebemos que a empresa citada não está prestando serviço público. Ela foi contratada para prestar serviço para a Administração Pública, serviço de limpeza e conservação.

Assim, não se pode invocar a responsabilidade objetiva

em relação a ela, e veja que o dano ao particular adveio não da prestação do serviço público pelo Estado, mas dos serviços de limpeza e conservação prestados pela empresa.

Então, estaremos diante de responsabilidade subjetiva. É

fato, no entanto, que o particular poderá requerer a reparação do dano por parte do próprio Estado ou por parte da contratada, porém sempre na modalidade subjetiva, ou seja, com a demonstração da culpa da contratada. Gabarito: “A”.

16. (PROCURADOR JUDICIÁRIO – PRER. RECIFE/PE – FCC/2008) Ao invadir a contramão de direção de uma via de grande circulação de veículos, um automóvel, conduzido por um particular, colidiu com uma viatura da polícia militar. O condutor do veículo particular ficou gravemente ferido e foi levado, de ambulância pública, ao hospital público mais próximo. No momento da transferência do acidentado para a maca do estabelecimento hospitalar, esta se partiu, ocasionando a queda do paciente, o que supostamente teria lhe causado traumatismo craniano. Pelos danos sofridos pelo particular, o Poder Público a) responde objetivamente, tendo em vista que houve dois acidentes envolvendo agentes públicos, a colisão de veículos e o negligente transporte da vítima ao estabelecimento hospitalar.

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b) responde objetivamente, desde que se comprove o nexo de causalidade entre as referidas lesões e a queda da maca quando da iminência da internação no hospital público. c) não responde, tendo em vista que o particular foi o causador do acidente automobilístico que motivou o transporte para o estabelecimento hospitalar em cujas dependências ocorreu o traumatismo craniano. d) responde subjetivamente, em face da comprovada culpa da vítima pelo acidente automobilístico do qual decorreu a necessidade do deslocamento para o estabelecimento hospitalar público. e) não responde civilmente, em razão da culpa exclusiva da vítima pelo acidente automobilístico, devendo esta, ainda, arcar com os danos verificados na viatura policial.

Comentário:

Essa questão parece coisa de filme, de cinema. Então, veja que no primeiro caso, fica excluída a responsabilidade do Estado, já que o acidente foi causado por culpa exclusiva do condutor de veículo particular.

Todavia, ao ser transportado para o hospital, na mudança

de maca, sofreu novo acidente, o que lhe causou traumatismo craniano. Portanto, se configurados os elementos necessários para a responsabilidade do Estado, ou seja, ação (conduta dos agentes), dano a terceiro e relação de causa e efeito, ou seja, o dano decorreu diretamente da conduta dos agentes públicos, o Estado deverá indenizá-lo.

Assim, acaso reste comprovado que as lesões são mesmo

provenientes do acidente no hospital, ficará configurado, conforme o art. 37, §6º, CF/88, a responsabilidade objetiva do Estado. Gabarito: “B”.

17. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/CE – FCC/2009) Sobre a Administração Pública brasileira, conforme configurada em nível

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constitucional e segundo a leitura que dela faz o Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que a) a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente aos usuários do serviço, não se estendendo a pessoas outras que não ostentem a condição de usuário. b) a interpretação do vocábulo "terceiro" contido no § 6o do art. 37 da Constituição ("As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.") indica que nele não estão abrangidos os agentes do próprio Estado. c) a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, inclusive com revisão de direitos adquiridos. d) o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. e) o latrocínio cometido por foragido decorrente da negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia das autoridades policiais diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime não são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade entre o ato criminoso referido e a omissão do Estado.

Comentário:

Então, conforme verificamos, o STF vinha entendendo que a responsabilidade objetiva das empresas privadas prestadoras de serviços públicos somente se aplicava aos usuários dos serviços, não se estendendo aos não-usuários, conforme o seguinte:

INFORMATIVO Nº 358

TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado: Prestadores de

Serviço Público e Terceiros Não-Usuários

PROCESSO: RE - 262651

ARTIGO

A Turma iniciou julgamento de recurso extraordinário

interposto por empresa privada concessionária de serviço

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público de transporte coletivo contra acórdão do Tribunal

de Alçada do Estado de São Paulo que entendera

configurada a responsabilidade objetiva da recorrente em

acidente automobilístico envolvendo veículo de terceiro.

Sustenta-se, na espécie, ofensa ao art. 37, §6º, da CF, sob

a alegação de que a responsabilidade objetiva prevista na

Constituição incide somente sobre a prestação de serviço

em relação ao passageiro transportado, hipótese que seria

diversa da dos autos, e de que o ônus da prova, por essa

razão, caberia ao recorrido. O Min. Carlos Velloso, relator,

deu provimento ao recurso por considerar que a

responsabilidade objetiva das prestadoras de serviço

público não se estende a terceiros não-usuários, uma vez

que somente o usuário é detentor do direito subjetivo de

receber um serviço público ideal, não cabendo ao mesmo,

por essa razão, o ônus de provar a culpa do prestador do

serviço na causação do dano. Após, pediu vista o Min.

Joaquim Barbosa. RE 262651/SP, rel. Min. Carlos Velloso,

24.8.2004. (RE-262651)

Porém, o atual entendimento é no sentido de que tanto o usuário quanto o não-usuário de serviços públicos podem postular a reparação de danos provenientes da prestação de serviço por concessionária sob o fundamento da responsabilidade objetiva, conforme o seguinte:

INFORMATIVO Nº 557

TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro Não-

Usuário do Serviço - 2

PROCESSO: RE - 591874

ARTIGO

No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas

instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara o

ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em razão de

força maior, reputou-se comprovado o nexo de

causalidade entre o ato administrativo e o dano causado

ao terceiro não-usuário do serviço público, e julgou-se tal

condição suficiente para estabelecer a responsabilidade

objetiva da pessoa jurídica de direito privado, nos termos

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do art. 37, § 6º, da CF (“As pessoas jurídicas de direito

público e as de direito privado prestadoras de serviços

públicos responderão pelos danos que seus agentes,

nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o

direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo

ou culpa.”). Asseverou-se que não se poderia interpretar

restritivamente o alcance do art. 37, § 6º, da CF,

sobretudo porque a Constituição, interpretada à luz do

princípio da isonomia, não permite que se faça qualquer

distinção entre os chamados “terceiros”, ou seja, entre

usuários e não-usuários do serviço público, haja vista que

todos eles, de igual modo, podem sofrer dano em razão da

ação administrativa do Estado, seja ela realizada

diretamente, seja por meio de pessoa jurídica de direito

privado. Observou-se, ainda, que o entendimento de que

apenas os terceiros usuários do serviço gozariam de

proteção constitucional decorrente da responsabilidade

objetiva do Estado, por terem o direito subjetivo de

receber um serviço adequado, contrapor-se-ia à própria

natureza do serviço público, que, por definição, tem

caráter geral, estendendo-se, indistintamente, a todos os

cidadãos, beneficiários diretos ou indiretos da ação

estatal. Vencido o Min. Marco Aurélio que dava

provimento ao recurso por não vislumbrar o nexo de

causalidade entre a atividade administrativa e o dano em

questão. Precedentes citados: RE 262651/SP (DJU de

6.5.2005); RE 459749/PE (julgamento não concluído em

virtude da superveniência de acordo entre as partes). RE

591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.

(RE-591874)

Assim, no momento da realização da prova, o gabarito era “A”, no entanto, hoje essa alternativa seria incorreta.

A alternativa “b” é errada, pois no vocábulo terceiro se

enquadra qualquer um que não seja a própria a pessoa jurídica de direito público ou a de direito privado prestadora de serviço público.

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A alternativa “c” não diz respeito à responsabilidade especificamente, é o princípio da autotutela. O erro consiste em dizer que se pode revogar direitos adquiridos.

A alternativa “d” é continuação da “c”, de modo que o

erro consiste em dizer que o prazo de decadência é de 10 anos. Na verdade, o prazo é de cinco anos.

A alternativa “e” é incorreta. Sob esse aspecto, latrocínio

decorrente de fuga que se deu por negligência estatal, bem como inércia das autoridades policiais diante da reiteração, são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade entre o ato criminoso e a omissão Estatal. Gabarito: “A”

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/SE – FCC/2009) Nos casos de responsabilidade objetiva, o Estado só se exime de responder se a) o seu agente agiu com dolo, caso em que a responsabilidade é do agente. b) faltar o nexo entre o seu comportamento e o dano. c) o seu agente não agiu com culpa em sentido estrito. d) houver culpa concorrente do lesado. e) o dano foi de pequena monta.

Comentário:

No caso da responsabilidade objetiva (risco administrativo) são previstas como causa de exclusão o caso fortuito, a força maior e a culpa exclusiva da vítima.

Força maior é evento estranho e externo à Administração,

tal qual uma tempestade, um alagamento. Caso fortuito é evento interno, mas alheio à vontade da Administração, ou seja, que foge ao seu controle, cuidado, sendo imprevisível ou imprevisto.

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Culpa exclusiva da vítima é evento determinado pela própria pessoa que sofre o dano, ou seja, o dano decorre não da conduta da Administração, mas do próprio lesionado. De fato, a culpa exclusiva da vítima rompe o próprio nexo causal.

Essas três hipóteses afastam a responsabilidade estatal.

Entretanto, no caso de culpa concorrente, não se afasta a responsabilidade estatal, esta será somente reduzida, proporcionalmente a sua parcela de atuação no dano.

Outrossim, é possível ainda afastar a responsabilidade

estatal quando ficar demonstrado que não há nexo de causalidade entre a conduta estatal e o dano sofrido pelo terceiro, ou seja, ficar demonstrado que o dano não decorreu logicamente da conduta estatal. Gabarito: “B”.

19. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRF 1ª REGIÃO – FCC/2011) No início do ano, é comum a ocorrência de fortes tempestades, que, conforme têm mostrado os noticiários, estão causando consequências avassaladoras em diversas regiões do país. Quando chuvas dessa natureza provocarem enchentes na cidade, inundando casas e destruindo objetos, o Estado a) responderá, por se tratar de exemplo em que se aplica a responsabilidade objetiva do Estado. b) responderá se, aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço. c) jamais responderá, por se tratar de hipótese de força maior, causa excludente da responsabilidade estatal. d) jamais responderá, por se tratar de hipótese de caso fortuito. e) responderá, com fundamento na teoria do risco integral.

Comentário:

Tome cuidado. É que, como se trata de situação frequente, é possível a responsabilização do Estado demonstrando-se

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que nenhuma medida foi tomada para minimizar tais incidentes. Por exemplo, a captação de águas, a retirada de pessoas das encostas.

Ou seja, não é só porque se trata de fenômeno natural

que o Estado nada deve fazer, pois há sempre o dever de segurança, sob pena de responder por omissão.

Assim, o Estado responderá se, aliado ao fato narrado,

ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço.

Gabarito: “B”.

20. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/SP – FCC/2009) Em matéria de responsabilidade civil do Estado, a) o Estado não é objetivamente responsável pelos danos causados por ato de funcionário de fato, irregularmente investido no exercício de função pública. b) o Estado não pode ser responsabilizado, nem diretamente, nem em caráter subsidiário, pelos danos causados por entidade autárquica a ele vinculada. c) a culpa exclusiva da vítima é causa excludente da responsabilidade do Estado ou, na visão de parte da doutrina, é hipótese que impede a formação do nexo causal entre o dano e a conduta do agente público. d) a empresa indevidamente excluída de certame licitatório pode ser indenizada a título de lucros cessantes pelos valores que lhe seriam devidos se tivesse celebrado o contrato com a Administração. e) a responsabilidade objetiva do Estado pelo só fato da obra pública não elide o direito de regresso contra o empreiteiro.

Comentário:

A alternativa “a” é errada, pois ainda que o agente tenha sido investido de forma irregular, ilegal, os atos praticados por ele no exercício das atribuições do cargo são imputados a própria Administração, que responderá acaso tenha causado dano a terceiros.

A alternativa “b” é errada. O Estado poderá ser

responsabilizado de forma subsidiária por entidade criada por ele. No

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entanto, deve-se observar que a responsabilidade é direta em relação a entidade e somente no caso de ultrapasse os limites do patrimônio ou condições dessa é que o Estado responderá.

A alternativa “d” é errada. Mesmo que a empresa tenha

sido excluído indevidamente de procedimento licitatório, deverá comprovar que teve algum dano a fim de ser eventualmente ressarcida. Não o será em relação a lucros cessantes, pois este se trata de mera expectativa do que viria a ganhar. Lembre-se que a vitória no procedimento licitatório (adjudicação) não enseja a imediata contratação.

A alternativa “e” é errada. Afasta-se o direito de regresso quando não se conseguir comprar que o agente atuou com dolo ou culpa. Assim, pelo só fato da obra, a empreiteira na responderá em ação regressiva.

Portanto, a correta é a alternativa “a”, ou seja, a culpa

exclusiva da vítima é causa excludente da responsabilidade do Estado ou, na visão de parte da doutrina, é hipótese que impede a formação do nexo causal entre o dano e a conduta do agente público. Gabarito: “C”.

21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MS – FCC/2007) Transeunte que sofrer dano decorrente de serviço público ou de ato de servidor público a) será sempre ressarcido pela Administração Pública, independentemente de eventual dolo ou culpa exclusiva dele (transeunte). b) poderá ser ressarcido somente pelo servidor responsável pelo evento danoso. c) poderá ser ressarcido pela Administração Pública, caso o evento não tenha ocorrido por dolo ou culpa exclusiva dele (transeunte). d) será ressarcido somente na hipótese de comprovação de dolo ou culpa do servidor responsável.

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e) poderá ser ressarcido pelo servidor responsável pelo evento e, somente na impossibilidade deste, caberá à Administração Pública indenizá-lo (transeunte).

Comentário:

Mais uma hipótese simples de responsabilidade objetiva. Ou seja, ato estatal ou de agente público causado de dano a terceiro. Assim, em não havendo qualquer causa de excludente, o Estado terá o dever de indenizar o particular. Gabarito: “C”.

22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/PB – FCC/2007) Sobre a responsabilidade civil do Estado e reparação do dano, considere. I. Não cabe a responsabilização do Estado quando o agente público causador do dano estiver agindo na condição de um simples particular, isto é, sem estar exercendo as suas atribuições. II. No Brasil, a responsabilidade do Estado é objetiva, o que implica a indenização de qualquer prejuízo causado a terceiros, ainda que não tenha sido o responsável, impedindo, assim, que se alegue excludentes de responsabilidade. III. De acordo com a Constituição Federal, a responsabilidade civil do Estado pode recair sobre as pessoas de Direito Público e de Direito Privado que prestam serviços públicos. IV. Definida a responsabilidade do Estado e, uma vez indenizado o terceiro prejudicado, segundo a teoria da responsabilidade objetiva, não cabe direito de regresso em face do agente público causador do dano. V. A responsabilidade para a Administração Pública não depende da culpa, enquanto que, para o agente público causador direto do dano, relevante é a comprovação da culpa ou do dolo para que ele possa ser responsabilizado. Está correto o que consta APENAS em a) I e II. b) III e IV. c) II, III e IV. d) II, IV e V.

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e) I, III e V.

Comentário:

A assertiva I está correta. Como acabamos de verificar, o Estado somente responderá se o agente causador do dano estiver no exercício de suas funções, ou seja, agindo na qualidade de agente público. Fora de suas funções, ele agente responderá por si mesmo, como particular, ou seja, responsabilidade civil subjetiva.

A assertiva II está errada. Muito embora no Brasil a

responsabilidade do Estado seja objetiva, não se adotou a teoria do risco integral, ou seja, é objetiva, na modalidade risco administrativo, de maneira que se admite excludente de responsabilidade, tal como culpa exclusiva da vítima, força maior ou caso fortuito. Ademais, o dano deve decorrer da conduta estatal, quer dizer deve haver o nexo de causalidade entre o fato estatal e o dano.

A assertiva III está correta. Conforme o art. 37, §6º a

responsabilidade civil do Estado recai sobre pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços públicos.

A assertiva IV está errada. Se o Estado foi condenado a

reparar o dano, assiste-lhe o direito de regresso contra o servidor que causou o dano, se este o tiver causado por dolo ou culpa.

É importante dizer que não cabe ao Estado não ação

principal (reparação de danos que o terceiro tiver promovido), fazer a denunciação da lide ao servidor, visto que a responsabilidade do Estado é objetiva e a do servidor é subjetiva.

A assertiva V está correta. Vimos que a responsabilidade

do Estado é objetiva e do agente é subjetiva, assim a responsabilidade para a Administração Pública não depende da culpa, enquanto que, para o agente público causador direto do dano, relevante é a comprovação da culpa ou do dolo para que ele possa ser responsabilizado. Gabarito: “E”.

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23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRF 1ª REGIÃO – FCC/2011) No início do ano, é comum a ocorrência de fortes tempestades, que, conforme têm mostrado os noticiários, estão causando consequências avassaladoras em diversas regiões do país. Quando chuvas dessa natureza provocarem enchentes na cidade, inundando casas e destruindo objetos, o Estado a) responderá, por se tratar de exemplo em que se aplica a responsabilidade objetiva do Estado. b) responderá se, aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço. c) jamais responderá, por se tratar de hipótese de força maior, causa excludente da responsabilidade estatal. d) jamais responderá, por se tratar de hipótese de caso fortuito. e) responderá, com fundamento na teoria do risco integral.

Comentário:

A alternativa está errada. Nessa hipótese, como não se trata de ação estatal, mas negligência do Estado em relação a fatos naturais que pode criar mecanismos para prevenir as enchentes, a responsabilidade será subjetiva.

A alternativa “b” está correta. De fato, responderá se,

aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço.

A alternativa “c” está errada. O Estado poderá responder

se negligencia em relação a cuidados necessários para enfrentar o problema.

A alternativa “d” está errada. Conforme explicado na

alternativa anterior. A alternativa “e” está errada. Responderá com

fundamento na responsabilidade subjetiva.

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Gabarito: “B”.

24. (ADVOGADO – CEB – FUNIVERSA/2010) Paulo foi acusado de causar uma série de lesões corporais e prejuízos patrimoniais em Antônio enquanto atuava na qualidade de agente público. Em face dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta. a) Caso reste comprovada a culpa exclusiva de Antônio, a administração não terá de arcar civilmente com os prejuízos mencionados. b) Se Paulo é agente público e causou os danos enquanto atuava nesta condição, então a responsabilidade da administração perante o particular será aferida de acordo com a teoria do risco integral. c) Se Antônio acionar Paulo na esfera criminal e não conseguir comprovar sua responsabilidade pelas lesões corporais, então Paulo estará automaticamente liberado da responsabilização civil. d) A responsabilidade civil de Paulo, regressivamente perante a administração pública, é objetiva. e) Se Paulo for empregado da Companhia Energética de Brasília (CEB), não haverá responsabilidade objetiva do Estado, pois a CEB é uma empresa pública pertencente à administração indireta.

Comentário:

A alternativa está correta. A culpa exclusiva da vítima é uma das causas de excludente de responsabilidade. Assim, caso reste comprovada a culpa exclusiva de Antônio, a administração não terá de arcar civilmente com os prejuízos mencionados.

A alternativa “b” está errada. Se Paulo é agente público e

causou os danos enquanto atuava nesta condição, então a responsabilidade da administração perante o particular será aferida de acordo com a teoria do risco administrativo, pois admite excludente.

A alternativa “c” está errada, pois só afastará a

responsabilidade civil (administrativa) no caso de absolvição criminal por negativa da autoria ou do fato ilícito. Quer dizer que, somente será afastada a responsabilidade se ficar comprovado que o autor das agressões não foi Paulo ou que as agressões (lesões) não existiram.

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A alternativa “d” está errada. A responsabilidade civil de

Paulo, regressivamente perante a administração pública, é subjetiva, ou seja, só responderá se agiu com dolo ou culpa.

A alternativa “e” está errada. Se Paulo for empregado da

Companhia Energética de Brasília (CEB), haverá responsabilidade objetiva do Estado, pois a CEB é uma empresa pública, prestadora de serviço público. Gabarito: “A”.

25. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/DF – FUNIVERSA/2009) Considere que, no interior de uma delegacia, um agente de polícia seja ferido em virtude do disparo aparentemente acidental da arma de fogo que estava na mão de um delegado de polícia do Distrito Federal. Esse agente de polícia ingressou com ação judicial contra o Distrito Federal, postulando indenização por danos materiais e morais decorrentes do ferimento. Nessa situação hipotética, a) mesmo que seja demonstrado no referido processo que o disparo ocorreu por defeito de fabricação da arma, o DF deverá ser condenado a indenizar o agente pelos danos morais e materiais decorrentes do ferimento. b) o DF tem responsabilidade civil objetiva pelos danos materiais, mas a responsabilização pelos danos morais depende da comprovação da culpa do agente causador do dano. c) o DF somente pode ser condenado a indenizar os danos materiais resultantes do ferimento caso o agente de polícia comprove negligência, imprudência ou imperícia por parte do delegado de polícia. d) caso se comprove o dolo do delegado de polícia, será afastada a responsabilidade civil do DF, dado que o dano será considerado de responsabilidade exclusiva do referido delegado. e) o DF não responde civilmente pelos danos, por tratar-se de dano derivado de omissão e não de ação do delegado de polícia.

Comentário:

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A alternativa “a” está correta. De fato, mesmo que seja demonstrado no referido processo que o disparo ocorreu por defeito de fabricação da arma, o DF deverá ser condenado a indenizar o agente pelos danos morais e materiais decorrentes do ferimento, pois o disparo ocorreu por conduta da Administração, e daí não é necessário provar culpa ou dolo.

De todo modo, o DF poderá promover a devida ação

contra a fornecedora do armamento.

A alternativa “b” está errada. O DF tem responsabilidade civil objetiva pelos danos materiais e morais.

A alternativa “c” está errada. A responsabilidade é

objetiva, portanto, independe da comprovação de dolo ou culpa do agente público (delegado).

A alternativa “d” está errada. No caso de se comprovar o

dolo do delegado de polícia, não será afastada a responsabilidade civil do DF, pois se trata de responsabilidade objetiva. Porém, o DF poderá promover ação de regresso contra o delegado.

A alternativa “e” está errada. O DF responde civilmente

pelos danos, por tratar-se de dano derivado de uma ação do delegado de polícia.

Gabarito: “A”.

26. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/DF – FUNIVERSA/2009) Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta. a) Posto ser o sistema de responsabilização objetiva o adotado pelo ordenamento jurídico nacional, no qual, independentemente de culpa, pode o Estado ser responsabilizado nos atos comissivos, ao autor cabe somente demonstrar a conduta danosa do agente público. b) A despeito da garantia constitucional de vedação de penas perpétuas, tem-se admitido a imprescritibilidade da responsabilidade civil dos agentes públicos perante o Estado.

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c) Os atos praticados pelo Poder Judiciário não ensejam responsabilização civil. d) O Estado, em tese, não pode ser responsabilizado por atos omissivos, posto que a desnecessidade de culpa, característica do sistema de responsabilização estatal, poderia conduzir à proliferação de demandas contra os entes públicos. e) Por se submeterem ao direito privado, não se aplica aos concessionários de serviços públicos a responsabilização objetiva.

Comentário:

A alternativa “a” está errada. De fato, o sistema de responsabilização objetiva o adotado pelo ordenamento jurídico nacional independe de culpa, podendo o Estado ser responsabilizado nos atos comissivos. Porém, ao autor cabe demonstrar a conduta, o dano e o nexo de causalidade, ou seja, o fato do serviço.

A alternativa “b” está correta. A despeito da garantia

constitucional de vedação de penas perpétuas, tem-se admitido a imprescritibilidade da responsabilidade civil dos agentes públicos perante o Estado, conforme art. 37, § 5º, que assim dispõe:

§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para

ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,

que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as

respectivas ações de ressarcimento.

A alternativa “c” está errada. Os atos praticados pelo

Poder Judiciário, no exercício de sua função administrativa, ensejam responsabilização civil, ademais, também haverá a responsabilização pelo erro judiciário, bem como pelo fato de alguém ficar preso além do tempo de sua condenação.

Art. 5º

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro

judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo

fixado na sentença;

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A alternativa “d” está errada. O Estado responde por ação ou omissão.

A alternativa “e” está errada. As pessoas jurídicas de

direito privado prestadoras de serviços públicos respondem, pelos danos causados, de forma objetiva. Assim, aplica-se aos concessionários de serviços públicos a responsabilização objetiva. Gabarito: “B”.

27. (OPERADOR DE TV – SENADO – FGV/2008) Assinale a afirmativa incorreta. a) O lesado tem direito a ser indenizado pelo Estado por atos de seus agentes independentemente de ação culposa. b) O Estado pode exercer o direito de regresso contra seu servidor ainda que este não tenha agido com dolo ou culpa. c) Se o dano foi causado exclusivamente por fenômenos da natureza, não haverá obrigação do Estado de indenizar o lesado. d) Se o dano é causado por ação dolosa, a indenização devida pelo Estado não é necessariamente mais elevada do que nos casos de ação culposa. e) O dever do Estado de indenizar o lesado ocorre até mesmo se o agente causador do dano não recebe remuneração pela função pública que exerce.

Comentário:

A alternativa “a” está correta. Pela teoria da responsabilidade objetiva, conforme art. 37, §6º, da CF/88, o lesado tem direito a ser indenizado pelo Estado por atos de seus agentes independentemente de ação culposa.

A alternativa “b” está errada. O Estado somente poderá

exercer o direito de regresso contra seu servidor se for comprovado que este agiu com dolo ou culpa.

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A alternativa “c” está correta. De fato, se o dano foi causado exclusivamente por fenômenos da natureza, não haverá obrigação do Estado de indenizar o lesado, por se tratar de força maior.

A alternativa “d” está correta. Não há diferenciação

quanto à reparação do dano se este é causado por ação dolosa ou culposa, isso sempre depende é do bem que foi agredido e o quanto de agressão ou lesão ocorreu.

A alternativa “e” está correta. O dever do Estado de

indenizar o lesado ocorre até mesmo se o agente causador do dano não recebe remuneração pela função pública que exerce, a exemplo dos agentes honoríficos (jurado, mesário etc). Gabarito: “B”.

28. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/PA – FGV/2011) No que diz respeito à responsabilidade civil da Administração Pública, é correto afirmar que a) a indenização em virtude de atos lesivos dos agentes públicos compreende somente os danos materiais. b) os atos lesivos praticados por agente público no exercício de sua função geram responsabilidade da Administração Pública sem, contudo, autorizar o direito de regresso desta contra o responsável pelo dano nos casos de dolo ou culpa. c) caso um servidor do TRE-PA, no exercício de sua função, agrida verbalmente um advogado, configurando dano moral, está implicada a responsabilidade subsidiária do Tribunal. d) o Estado e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos causados a terceiros por seus agentes, no exercício de suas funções. e) a responsabilidade objetiva do Estado dispensa a existência de dano causado a terceiro por seus agentes, no exercício de sua função, por força da adoção da teoria do risco integral pela Constituição de 1988.

Comentário:

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A alternativa “a” está errada. A indenização em virtude de atos lesivos dos agentes públicos compreende os danos materiais e morais.

A alternativa “b” está errada. Os atos lesivos praticados

por agente público no exercício de sua função geram responsabilidade da Administração Pública (objetiva) e, com isso, autorizar o direito de regresso desta contra o responsável pelo dano nos casos de dolo ou culpa.

A alternativa “c” está errada. Caso um servidor do TRE-

PA, no exercício de sua função, agrida verbalmente um advogado, configurando dano moral, está implicada a responsabilidade objetiva e direta do Estado, já que o Tribunal não tem personalidade jurídica.

A alternativa “d” está correta. O Estado e as pessoas

jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos causados a terceiros por seus agentes, no exercício de suas funções.

A alternativa “e” está errada. A responsabilidade objetiva

do Estado não dispensa a existência de dano causado à terceiro por seus agentes, no exercício de sua função, por força da adoção da teoria do risco administrativo pela Constituição de 1988. Gabarito: “D”.

29. (ADMINISTRADOR – SENADO – FGV/2008) Em relação ao Estado, é correto afirmar que: a) o Estado só é civilmente responsável se a conduta decorrer de culpa ou dolo de seu agente. b) para que o Estado tenha o dever de indenizar o lesado, é preciso que o agente causador do dano seja servidor estatutário. c) o direito à indenização do Estado é assegurado ao lesado ainda que este tenha contribuído inteiramente para o resultado danoso. d) a regra geral adotada no direito brasileiro é a da responsabilidade subjetiva dos entes estatais.

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e) o Estado pode exercer seu direito de regresso somente quando seu agente se tiver conduzido com culpa ou dolo.

Comentário:

A alternativa “a” está errada. O Estado responde objetivamente, por isso é civilmente responsável ainda que a conduta não decorra de culpa ou dolo de seu agente.

A alternativa “b” está errada. Para que o Estado tenha o

dever de indenizar o lesado, é preciso que a conduta seja praticada por um agente público, qualquer que seja o regime, mas desde que esteja na condição de agente.

A alternativa “c” está errada. Não há direito à indenização

do Estado quando é lesado que dá causa inteiramente ao dano, ou seja, quando ocorre a culpa exclusiva da vítima.

A alternativa “d” está errada. A regra geral adotada no

direito brasileiro é a da responsabilidade objetiva dos entes estatais. A alternativa “e” está correta. De fato, o Estado pode

exercer seu direito de regresso somente quando seu agente se tiver conduzido com culpa ou dolo, nos termos da parte final do art. 37, §6º, CF/88. Gabarito: “E”.

30. (PROCURADOR – TCM/RJ – FGV/2008) Analise as assertivas a seguir: I. O Poder Público Municipal foi condenado em ação de responsabilidade civil pelos danos causados por seu servidor a terceiros. Caberá ação regressiva em face do servidor, ação esta cujo prazo prescricional é de três anos e em que se verificará se a conduta do servidor foi culposa lato sensu. II. A Prefeitura do Rio de Janeiro tem o dever de realizar, rotineiramente, as podas das árvores existentes nas ruas da cidade. Após um temporal de verão, inúmeros galhos caíram sobre veículos

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estacionados na rua X, localizada no município. No caso, o poder Público Municipal é responsável pelos danos causados. III. Professores servidores públicos municipais, reivindicando maiores salários, entraram em greve pelo tempo de 15 dias. Tal conduta gerou uma série de danos aos estudantes da rede municipal de ensino e seus familiares. É direito liquido e certo dos munícipes receberem indenização pelos danos gerados pela paralisação dos servidores municipais. Assinale: a) se todas as assertivas estiverem corretas. b) se somente as assertivas I e II estiverem corretas. c) se somente as assertivas I e III estiverem corretas. d) se somente as assertivas II e III estiverem corretas. e) se nenhuma assertiva estiver correta.

Comentário:

A assertiva I está correta. Se o Poder Público Municipal foi condenado em ação de responsabilidade civil pelos danos causados por seu servidor a terceiros, caberá ação regressiva em face do servidor, ação esta cujo prazo prescricional é de três anos, nos moldes do Código Civil, e em que se verificará se a conduta do servidor foi culposa lato sensu (dolosa ou culposa).

A banca considerou a assertiva II como correta. A

Prefeitura do Rio de Janeiro tem o dever de realizar, rotineiramente, as podas das árvores existentes nas ruas da cidade. Após um temporal de verão, inúmeros galhos caíram sobre veículos estacionados na rua X, localizada no município. No caso, o poder Público Municipal é responsável pelos danos causados.

Aqui faço a seguinte ressalva, o Estado somente será

responsabilizado caso se comprove que não realizou as podas devidas, e a responsabilidade será subjetiva pela culpa ou falta do serviço, em razão da sua omissão.

Assim, como não há tal informação, de falta de poda ou

falha, não se poderia presumi-la, de modo que as tempestades de verão seriam consideradas força maior. Senão, mesmo fazendo podas e

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outros galhos tivessem caídos, também responderia o Estado, o que não é correto dizer.

A assertiva III está errada. Professores servidores

públicos municipais, reivindicando maiores salários, entraram em greve pelo tempo de 15 dias. Tal conduta gerou uma série de danos aos estudantes da rede municipal de ensino e seus familiares. Nestes casos, a doutrina e jurisprudência têm considerado como caso fortuito e, portanto, não há direito liquido e certo dos munícipes de receberem indenização pelos danos gerados pela paralisação dos servidores municipais. Gabarito: “B”.

31. (JUIZ – TJ/PA – FGV/2008) Analise as afirmativas a seguir: I. Apesar de a Constituição Federal ditar que "o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença", a regra é a irresponsabilização do Estado por atos de jurisdição. II. A Constituição Federal de 1988 adotou a Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado, teoria que se fundamenta no risco administrativo e que isenta o lesado de provar a culpa do agente estatal, bastando que este aponte o nexo causal entre o fato administrativo e o dano. III. A Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado não prevê excludentes, por isso só se aplica às condutas ilícitas do Estado. Assinale: a) se nenhuma afirmativa estiver correta. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário:

A assertiva I está correta. De fato, em que pese a Constituição Federal ditar que "o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na

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sentença", a regra é a irresponsabilização do Estado por atos de jurisdição.

A assertiva II está correta. Nos termos do art. 37, §6º,

verifica-se que a Constituição Federal de 1988 adotou a Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado, teoria que se fundamenta no risco administrativo e que isenta o lesado de provar a culpa do agente estatal, bastando que este aponte o nexo causal entre o fato administrativo e o dano.

A assertiva III está errada. A teoria da responsabilidade

objetiva do Estado prevê causas excludentes. Todavia, aplica-se a condutas lícitas ou ilícitas do Estado. Gabarito: “B”.

32. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT/GO – FCC/2008) Nas hipóteses de danos causados a terceiros, o servidor que o causou responderá perante a) ao Poder Legislativo. b) à Fazenda Pública, em ação direta e progressiva. c) ao órgão em que atuava, em ação administrativa. d) ao Tribunal de Contas. e) à Fazenda Pública, em ação regressiva.

Comentário:

Conforme vimos, toda vez que o Estado indenizar particular por força da responsabilidade extracontratual, poderá propor ação regressiva contra o agente causador do dano, acaso reste comprovado que agiu com dolo ou culpa.

Assim, para promover a ação regressiva, será necessário

o seguinte: • Existência de dano indenizado pelo Estado;

• Comprovação de que o agente agiu com dolo ou culpa.

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Fácil compreender que a ação regressiva é baseada na responsabilidade subjetiva. Bem por isso que não se pode trazer para o âmbito da responsabilidade objetiva o servidor, pois este responderá de forma subjetiva.

Por isso, é que não se admite a denunciação da lide, ou

seja, o Estado denuncie, chame para integrar o processo, o servidor. Porque, acaso fosse permitido, estaria se discutindo a responsabilidade sob dois fundamentos distintos, ou seja, objetiva em relação ao Estado e subjetiva em relação ao agente público. Gabarito: “E”.

33. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AP – FCC/2009) Um servidor público pratica um ato, no exercício de sua função, causando dano a terceiros, mas sem que tenha agido com culpa, nem com a intenção de provocar esse resultado. Nessa situação, a) caso o Estado tenha que indenizar os terceiros, poderá cobrar esse valor do servidor. b) o servidor terá que ressarcir os prejuízos diretamente aos terceiros. c) fica a cargo dos terceiros escolherem se irão receber a indenização do Estado ou diretamente do servidor. d) o servidor não terá de indenizar nem o Estado, nem os terceiros. e) caso o Estado tenha que indenizar os terceiros, deverá cobrar esse valor do servidor.

Comentário:

Devemos atentar para o fato de que o servidor somente responderá em ação regressiva perante o Estado caso reste demonstrado que agiu com dolo ou culpa. Assim, se de sua atuação não se comprove que atou com negligência, imprudência, imperícia ou com a intenção de provocar o dano, não responderá. Gabarito: “D”.

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34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/PI – FCC/2009) Sobre a reparação do dano no âmbito da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que a) os agentes das entidades particulares prestadoras de serviço público não estão sujeitos à ação regressiva. b) a ação regressiva, no caso de culpa do servidor público, transmite-se aos herdeiros e sucessores. c) a reparação não abrange o dano moral. d) é cabível mesmo que o evento decorra de culpa exclusiva da vítima, por se tratar de responsabilidade objetiva. e) paga a indenização por morte, não cabe pensão alimentícia às pessoas a quem o falecido a devia.

Comentário:

Como observado, na reparação de danos, acaso o servidor tenha dado causado ao dano, por dolo ou culpa, o Estado promoverá a ação regressiva que se transmite aos herdeiros e sucessores até o limite da herança.

Significa dizer que se por dolo ou culpa, o servidor causou um dano de 100 mil reais, o qual o Estado teve que indenizar terceiros. Na ação regressiva o Estado cobrará isso do servidor. No entanto, acaso tenha falecido, por exemplo, seu patrimônio que foi transferido aos seus herdeiros e sucessores (herança) responderá pelo dano causado.

Assim, se a herança era de 50 mil, os sucessores e

herdeiros somente responderão até esse limite (50 mil).

Art. 122

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores

e contra eles será executada, até o limite do valor da herança

recebida.

Gabarito: “B”.

35. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE/MG – FCC/2007) A propositura de ação regressiva contra o agente

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público do Estado de Minas Gerais que causar, por dolo ou culpa, dano a terceiro: a) é obrigatória, após o trânsito em julgado da decisão que condenar a Fazenda estadual. b) é facultativa, após o trânsito em julgado da decisão que condenar a Fazenda estadual. c) é obrigatória, ainda durante o trâmite da ação movida contra a Fazenda estadual. d) é facultativa, ainda durante o trâmite da ação movida contra a Fazenda estadual. e) poderá ser obrigatória ou facultativa dependendo das circunstâncias do caso concreto, que determinarão também o momento de propositura da ação.

Comentário:

Então, acaso o Estado tenha reparado o dano, causado pelo servidor, surge para o Estado o dever de promover a ação regressiva, para recuperar o patrimônio público.

Assim, a ação regressiva é obrigatória, ou seja, não é

uma faculdade é um dever do Estado. Devendo ser promovida com o trânsito em julgado da decisão que o condenar a reparar o dano de terceiros. Gabarito: “A”.

36. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MS – FCC/2007) Sobre a responsabilidade civil do Estado, considere as afirmativas abaixo. I. A Constituição Federal de 1988 acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador nos casos de dolo ou culpa. II. Quando o evento danoso decorrer da conduta de agente de concessionária de serviço público, a responsabilidade será subjetiva. III. A responsabilização do Estado independe se o agente agiu no exercício de suas funções.

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IV. Será objetiva a responsabilidade na indenização de fato danoso causado por agente de sociedade de economia mista que preste serviço público. V. A Constituição Federal de 1988 acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador só nos casos de dolo. É correto o que se afirma APENAS em a) I e III. b) I e IV. c) II e V. d) II, III e IV. e) II, III e V.

Comentário:

O item “I” é correto. De fato, a Constituição Federal de 1988 acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador nos casos de dolo ou culpa.

O item II é incorreto. No âmbito da responsabilidade

objetiva, conforme vimos, responderá a pessoa jurídica de direito público e a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. Portanto, a concessionária de serviço público responderá objetivamente.

O item “III” é incorreto. Conforme o art. 37, §6º da

CF/88, a responsabilidade objetiva decorre de conduta do agente público, agindo nessa qualidade. Ou seja, o Agente deve estar em serviço ou realizando atividade em decorrência dele. Não é pelos simples fato de ser servidor público que o Estado responderá, deverá o agente está no exercício de suas funções.

O item “IV” é correto. A indenização de fato danoso

causado por agente de sociedade de economia mista, que preste serviço público, decorre de responsabilidade objetiva na medida em que é pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço público.

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O item “V” é incorreto. A ação regressiva será promovida quando o agente tiver dado causa ao dano, por dolo ou culpa Gabarito: “B”.

37. (JUIZ – TJ/MS – FGV/2008) O Poder Público é condenado em ação de responsabilidade civil pelos danos causados por seu servidor a terceiro. É correto afirmar que: a) cabe ação regressiva do Estado em face do servidor, cujo prazo prescricional é de 3 anos, e nesta se verificará se a conduta do servidor foi culposa (lato sensu). b) cabe ação de regresso do Estado em face do servidor, e seu prazo prescricional é de 20 anos. c) cabe ação regressiva do Estado em face do servidor, e nela não se perquirirá sobre culpa do servidor, uma vez que se aplica a teoria da Responsabilidade Objetiva quando a ação envolve o Poder Público. d) basta o procedimento administrativo disciplinar com a aplicação da ampla defesa e do contraditório, não cabendo o ajuizamento de ação regressiva. e) o Estado teria que ter denunciado à lide o servidor, não podendo posteriormente acioná-lo.

Comentário:

A alternativa “a” está correta. De fato, cabe ação regressiva do Estado em face do servidor, cujo prazo prescricional é de 3 anos, e nesta se verificará se a conduta do servidor foi culposa (lato sensu). Observe que se aplica referido prazo na medida em que a responsabilidade do servidor é subjetiva e, portanto, aplica-se o prazo constante do Código Civil.

A alternativa “b” está errada. Cabe ação de regresso do

Estado em face do servidor, contudo o prazo é de três anos. A alternativa “c” está errada. Cabe ação regressiva do

Estado em face do servidor, e nela discute-se a culpa do servidor, uma vez que se aplica a teoria da Responsabilidade subjetiva.

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A alternativa “d” está errada. Não basta o procedimento administrativo disciplinar com a aplicação da ampla defesa e do contraditório, eis que dependerá do ajuizamento de ação regressiva, salvo quando o servidor resolver ressarcir voluntariamente.

A alternativa “e” está errada. Discute-se se é cabível

nestas hipóteses a denunciação à lide. Parte doutrina entende que seria cabível, nos termos do Código de Processo Civil, outra parte não, sob o fundamento de que se discutiria responsabilidade sob fundamento diferente (responsabilidade objetiva do Estado x subjetiva do servidor). De qualquer forma, o Estado pode acionar o servidor em ação própria, como se sabe, a ação regressiva. Gabarito: “A”.

38. (EXAME DE ORDEM – OAB – FGV/2011) Tendo o agente público atuado nesta qualidade e dado causa a dano a terceiro, por dolo ou culpa, vindo a administração a ser condenada, terá esta o direito de regresso. A respeito da ação regressiva, é correto afirmar que a) em regra deve ser exercida, sob pena de afronta ao princípio da indisponibilidade. b) o prazo prescricional tem início a contar do fato que gerou a ação indenizatória contra a Administração. c) a prescrição será decenal, com base na regra geral da legislação civil. d) o prazo prescricional será o mesmo constante da esfera penal para o tipo criminal correspondente.

Comentário:

A alternativa “a” está correta. De fato, em regra deve ser exercida, sob pena de afronta ao princípio da indisponibilidade, na medida em que o Estado sabe ser o servidor culpado não pode dispor do dinheiro público e deve ser ressarcido do que indenizou.

A alternativa “b” está errada. O prazo prescricional para a

ação regressiva conta-se da efetivo pagamento do dano pelo Estado.

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A alternativa “c” está errada. A prescrição será de três anos, com base na regra geral da legislação civil.

A alternativa “d” está errada. O prazo prescricional será o

previsto no Código Civil, ou seja, três anos. Gabarito: “A”.

39. (EXAME DE ORDEM – OAB – FGV/2011) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera. Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado a) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros. b) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral. c) somente será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não tenha condições financeiras. d) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público.

Comentário:

Na hipótese, o Estado não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público. Gabarito: “D”.

40. (EXAME DE ORDEM – OAB – FGV/2011) Antônio, vítima em acidente automobilístico, foi atendido em hospital da rede pública do Município de Mar Azul e, por imperícia do médico que o assistiu, teve amputado um terço de sua perna direita. Nessa situação hipotética, respondem pelo dano causado a Antônio a) o Município de Mar Azul e o médico, solidária e objetivamente.

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b) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, regressivamente, em caso de dolo ou culpa. c) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, subsidiariamente. d) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, solidária e subjetivamente.

Comentário:

Oh médico maldito, não é? E o pior é que Brasil afora ainda se vê dessas coisas. A propósito, observe que o médico somente poderá ser considerado imperito se ele não tinha habilitação para realizar aquela cirurgia, ou seja, não possuía conhecimentos ou habilidade suficiente para tal.

De todo modo, temos a responsabilidade objetiva do

Estado (Município de Mar Azul) e como a questão diz que por imperícia do médico o indivíduo teve parte de sua perna amputada, ou seja, em razão da imperícia do agente público, este vai responder por culpa, em ação regressiva a ser promovida pelo Estado. Gabarito: “B”.

41. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/AM – FCC/2010) Sobre a reparação do dano decorrente da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que a) não pode ser feita no âmbito administrativo em razão do direito de regresso que o Estado tem contra o seu agente. b) o prazo de prescrição do direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos é de dez anos. c) prescreve em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público. d) a Constituição Federal determina que seja formado litisconsórcio necessário entre o Estado e o seu agente causador do dano.

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e) a ação deve, necessariamente, ser proposta contra o Estado e o agente causador do dano, a fim de ser apurada a responsabilidade deste.

Comentário:

A alternativa “a” é errada, na medida em que a reparação do dano pode ser feito no âmbito administrativo ou judicial. Se realizada no âmbito administrativa não impede o Estado de promover a ação regressiva contra o agente que deu causa ao dano, se agiu por dolo ou culpa.

Devo ressaltar que a ação regressiva decorre de o Estado

ter indenizado o dano advindo de sua conduta. E, dessa forma, por ter indenizado poderá/deverá realizar o regresso.

A alternativa “b” é errada. O prazo prescricional para

obter a reparação de danos é de cinco anos (prazo qüinqüenal). Aliás, vamos melhor ver essa situação.

Com efeito, a Lei nº 9.494/97, na linha do Decreto-Lei

20.910/32, estabeleceu que prescreve em cinco anos o direito de obter indenização contra a Fazenda Pública, conforme o seguinte:

Art. 1º-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter

indenização dos danos causados por agentes de pessoas

jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de

direito privado prestadoras de serviços públicos.

(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

No entanto, com o advento do novo Código Civil, Lei nº 10.406/2001, se estabeleceu a prescrição de 03 anos para a pretensão de reparação civil, conforme art. 206, §3º, inc. V, CC/02.

A questão ganhou relevância porque no Superior Tribunal

de Justiça foram proferidas decisões divergentes. É que a Segunda Turma inicialmente havia afastado o prazo previsto no Código Civil, conforme AgRg no REsp 1073796/RJ, publicado no DJe em 01.07.2009.

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Todavia, dias após, a mesma Turma modificou o entendimento adotando a orientação de que o prazo prescricional de três anos relativo à pretensão de reparação civil (art. 206, § 3º, V, do CC/2002) prevalece sobre o prazo qüinqüenal previsto no art. 1º-C da Lei nº 9.494/97 (REsp 1.137.354/RJ, publicado no DJe em 18.09.2009)

Outrossim, abrindo a divergência, a Primeira Turma do

STJ, no julgamento do REsp 1.014.307/SP (publicado no DJe em 24.06.2009), proferiu entendimento no sentido de que o prazo prescricional para ações indenizatórias é de cinco anos, nos termos do Decreto nº 20.910/32 e Lei 9.494/97.

Então, qual a resposta? Pois é, não é de 10 anos.

Também, ainda não está pacífico se de 5 anos ou de 3 anos, de maneira que você deverá ficar atento para a forma como será cobrada a questão, ou seja, se colocar nos termos da legislação em geral, marque segundo o CC, se colocar nos termos da legislação administrativa, marque 5 anos.

De todo modo, isso não afeta a ação regressiva, por ter

natureza de responsabilidade subjetiva, aplica-se a regra do Código Civil, ou seja, três anos.

A alternativa “c” está correta, nos termos da Lei nº

9.494/97. Ressalva-se, no entanto, a divergência no âmbito do próprio STJ.

A alternativa “d” está errada. A Constituição apenas

garantiu o direito de regresso, não estabeleceu qualquer litisconsórcio. Até porque quem responderá perante o particular será o Estado.

A alternativa “e” está errada. A ação não será

necessariamente proposta contra o Estado e o agente causador do dano (denunciação à lide).

É que temos modalidades diferentes de responsabilidade,

sendo a do Estado objetiva e a do agente subjetiva. Assim, na responsabilidade objetiva não se discute elemento subjetivo, por isso não se permite nessa seara a discussão desse elemento.

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Gabarito: “C”.

42. (PROCURADOR – TCM/RJ – FGV/2008) Sociedade de economia mista, prestadora de serviço público, pode ser acionada para responder pela prática de ato ilícito absoluto, perante o Poder Judiciário, no prazo de: a) 1 ano. b) 2 anos. c) 5 anos. d) 4 anos. e) 3 anos.

Comentário:

Observe aí nossa dificuldade, a FGV nessa questão assumiu o posicionamento do Prof. Carvalho Filho, bem como de uma das Turmas do STJ entendeu que a prescrição para a reparação do dano é de três anos, conforme art. 206, inc. V, do CC/02.

Entendo que a questão deveria ter sido anulada.

Gabarito: “E”.

É isso aí, por hoje é só. Vamos que vamos, já entrando na reta final no tocante a nossa parte. Assim, teremos mais tempo para nos dedicar ao fórum de dúvidas. Então, grande abraço, bons estudos e fiquem com Deus. Prof. Edson Marques

QUESTÕES SELECIONADAS

1. (ADVOGADO – CODESP/SP – FGV/2010) Um indivíduo ajuizou com ação de responsabilidade civil contra uma empresa pública

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que se dedica à prestação de serviço público visando ao ressarcimento de danos que lhe foram causados em virtude da má prestação do serviço. O autor alega que essa empresa, apesar de se constituir em pessoa jurídica de direito privado, é entidade integrante da administração pública e prestadora de serviço público, razão pela qual sua responsabilidade é objetiva, devendo a reparação ocorrer independentemente da prova da culpa ou dolo. Na situação apresentada pelo enunciado, analise as afirmativas a seguir: I. A responsabilidade será sempre objetiva, não importando se o responsável pela lesão for uma empresa pública prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica. II. A responsabilidade civil objetiva somente se aplica às pessoas jurídicas de direito público que compõem a Administração Pública Direita e não às empresas públicas constituídas pelo regime de direito privado, ainda que sejam prestadoras de serviços públicos. III. A responsabilidade civil objetiva depende da aferição de culpa do agente público que deu ensejo ao prejuízo causado pela pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. IV. A responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às pessoas jurídicas de direito público quanto às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. V. As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Somente está correto o que se afirma em a) II, III, IV e V. b) II. c) I e III. d) IV e V. e) I, II, III e V.

2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/PA – FGV/2011) A responsabilidade civil da administração pública acarreta a a) corresponsabilidade imediata do agente público, sempre vinculada à existência de culpa pelos danos que causar a terceiros no exercício de suas funções.

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b) responsabilidade integral e da pessoa jurídica de direito público, salvo se a vítima não conseguir provar a culpa do agente público. c) responsabilidade subsidiária do ente estatal, bem como das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. d) responsabilidade subjetiva dos prestadores de serviços públicos, desde que estes sejam remunerados. e) responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

3. (AUDITOR FISCAL DE ATIVIDADES URBANAS – SEPLAG/DF – FUNIVERSA/2011) No tocante à evolução das teorias que tratam da responsabilidade civil da administração pública, assinale a alternativa incorreta. a) A teoria do risco administrativo faz surgir a obrigação de indenização do dano, exigindo-se, apenas, o fato do serviço. b) Na teoria da responsabilidade objetiva, ou do risco integral, a Administração responderá pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, salvo se ficar comprovada a ocorrência de alguma causa excludente daquela responsabilidade estatal. c) Na teoria da responsabilidade subjetiva, a Administração é responsável pelos atos de seus agentes, desde que se demonstre a culpa destes. d) Na teoria da culpa administrativa, além da lesão sofrida injustamente, fica a vítima no dever de comprovar a falta do serviço para obter a indenização. e) A teoria do risco integral constitui-se na obrigação de a Administração indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima.

4. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 3ª REGIÃO – FCC/2009) A responsabilidade extracontratual do Estado a) pode decorrer de atos ou comportamentos que, embora lícitos, causem a pessoas determinadas ônus maior que o imposto aos demais membros da coletividade. b) só incide quando o agente público pratica algum ato ilícito. c) pode decorrer de comportamentos comissivos e omissivos, desde que presente o elemento doloso na conduta do agente público. d) somente se verifica em face de comportamentos comissivos.

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e) somente é admitida excepcionalmente, tendo em vista o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.

5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RS – FCC/2008) Obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos. Esse conceito refere-se à teoria da responsabilidade a) subjetiva do agente público. b) contratual do Estado. c) subjetiva do Estado. d) da culpa civil. e) extracontratual do Estado.

6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 23ª REGIÃO – FCC/2007) No que se refere à responsabilidade civil do Estado, a Constituição Federal de 1988 a) acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador só nos casos de dolo. b) acolheu a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado e da responsabilidade objetiva do funcionário público. c) acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador nos casos de dolo ou culpa. d) determina que para a responsabilidade por culpa do servidor é essencial a existência da culpa administrativa, mesmo que levíssima. e) determina que as pessoas de Direito Privado que prestam serviços públicos não podem ser responsabilizadas por suas ações culposas ou dolosas.

7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – TJ/PA – FCC/2009) Para a apuração da responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público, a) será necessário sempre comprovar a autoria, a culpa, mesmo que confessada, assim como o nexo causal, por não se admitir presunção na hipótese. b) exige-se tão somente a constatação da realidade do prejuízo causado independentemente de sua extensão.

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c) a autoria uma vez confessada e comprovadamente reconhecida, não necessita ser apurada. d) bastará apenas a constatação do nexo causal, ou seja, a relação de causa e efeito. e) não depende da prova da culpa em nenhuma hipótese, por ser sempre presumida.

8. (AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS – SEFAZ/PB – FCC/2006) Em matéria de responsabilidade civil do Estado, a adoção da chamada teoria do risco integral implica que a Administração a) não responde pelos danos causados em virtude de atividades exercidas por particulares, quando estas atividades por si só sejam consideradas arriscadas. b) tem sua responsabilidade excluída por eventos de força maior e caso fortuito, bem assim por aqueles oriundos de culpa exclusiva da vítima. c) responda civilmente por danos causados a terceiros, apenas nas situações em que estiver presente a culpa do serviço público. d) está impossibilitada de voltar-se regressivamente contra o causador do dano, devendo arcar integralmente com o ônus do ressarcimento. e) não pode beneficiar-se de excludentes de responsabilidade como a ocorrência de força maior e caso fortuito.

9. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/AL – FCC/2010) A responsabilidade objetiva do Estado a) existe em qualquer hipótese de dano, inclusive decorrente de força maior e caso fortuito. b) implica reparação do dano mesmo que a lesão decorra de culpa exclusiva da vítima c) resta caracterizada desde que presentes o fato administrativo, o dano e o nexo causal. d) somente se caracteriza se o agente público agiu com dolo ou culpa. e) não impede a ação regressiva contra o agente responsável pelo dano, qualquer que tenha sido a conduta deste.

10. (OFICIAL DE DEFENSORIA PÚBLICA – DPE/SP – FCC/2008) Durante tentativa de resgate de refém, o atirador de elite da Polícia Militar do Estado terminou por causar a morte da mesma,

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não obstante tenha possibilitado a prisão do seqüestrador. A família da refém falecida a) poderá pleitear indenização do Estado, desde que comprove a culpa do atirador, servidor do Estado. b) poderá pleitear indenização do Estado argumentando responsabilidade objetiva. c) poderá pleitear indenização diretamente do seqüestrador, visto que o Estado não pode ser responsabilizado por conduta criminosa. d) não poderá pleitear indenização do Estado, tendo em vista que o atirador, servidor do Estado, agiu no estrito cumprimento de dever legal. e) não poderá pleitear indenização do Estado nem do seqüestrador, visto que o falecimento decorreu de caso fortuito.

11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/PE – FCC/2011) José, preso provisório, atualmente detido em uma Cadeia Pública na cidade de Recife mata a golpes de arma branca um de seus oito companheiros de cela. Neste caso, o Estado de Pernambuco, em ação civil indenizatória movida pela viúva do falecido detento, a) será responsabilizado com fundamento na responsabilidade subjetiva do Estado. b) será responsabilizado apenas se houver comprovação da omissão dolosa dos agentes carcerários. c) não será responsabilizado, uma vez que o dano foi causado por pessoa física que não faz parte dos quadros funcionais do Estado. d) não será responsabilizado, na medida em que inexiste prova do nexo de causalidade entre a ação estatal e o evento danoso. e) será responsabilizado, independentemente da comprovação de sua culpa, com base na responsabilidade objetiva do Estado.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TJ/AP – FCC/2009) Uma empresa privada, concessionária de serviço público, que cause dano a um usuário do serviço, responderá civilmente perante a) a vítima, de modo objetivo, desde que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa. b) a vítima, de modo objetivo, independentemente de que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa.

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c) a vítima, de modo subjetivo, independentemente de que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa. d) o Estado, de modo objetivo, desde que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa. e) o Estado, de modo subjetivo, desde que seu empregado causador do dano tenha agido com dolo ou culpa.

13. (ADVOGADO – ADASA – FUNIVERSA/2009) Acerca do tema responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa incorreta. a) No atual regime jurídico brasileiro, convivem as teorias subjetiva e objetiva de responsabilidade do Estado. b) Dano ao particular derivado de conduta lícita do Estado pode gerar obrigação de indenizar. c) A empresa pública exploradora de atividade econômica submete-se à responsabilidade objetiva pelos danos que seus agentes causarem a terceiros. d) A responsabilidade objetiva das concessionárias e permissionárias de serviços públicos não se estende a terceiros não-usuários. e) A responsabilidade civil do Estado por danos nucleares independe da existência de culpa.

14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 3ª REGIÃO – FCC/2009) As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, a) sem direito de regresso contra o agente. b) assegurado o direito de regresso contra o agente, independentemente de sua culpa ou dolo. c) apenas quando o agente tenha agido com culpa ou dolo. d) salvo nos casos de comprovada responsabilidade subjetiva do agente, situação em que apenas este responde pelos danos causados. e) mesmo quando não comprovada a culpa do agente.

15. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE/MG – FCC/2007) Durante a execução de serviços de limpeza para órgão da Administração, empresa particular contratada nos termos da Lei nº 8.666/93 causa culposamente dano a terceiros. As vítimas poderão exigir indenização:

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a) da empresa, de acordo com as regras próprias da responsabilidade subjetiva. b) do Estado ou da empresa, invocando responsabilidade objetiva de ambos na prestação do serviço. c) da empresa, apenas, invocando sua responsabilidade objetiva na prestação do serviço. d) da empresa, invocando sua responsabilidade objetiva na prestação do serviço, ou do Estado, se houver negligência na fiscalização. e) do Estado, invocando sua responsabilidade objetiva na prestação do serviço público.

16. (PROCURADOR JUDICIÁRIO – PRER. RECIFE/PE – FCC/2008) Ao invadir a contramão de direção de uma via de grande circulação de veículos, um automóvel, conduzido por um particular, colidiu com uma viatura da polícia militar. O condutor do veículo particular ficou gravemente ferido e foi levado, de ambulância pública, ao hospital público mais próximo. No momento da transferência do acidentado para a maca do estabelecimento hospitalar, esta se partiu, ocasionando a queda do paciente, o que supostamente teria lhe causado traumatismo craniano. Pelos danos sofridos pelo particular, o Poder Público a) responde objetivamente, tendo em vista que houve dois acidentes envolvendo agentes públicos, a colisão de veículos e o negligente transporte da vítima ao estabelecimento hospitalar. b) responde objetivamente, desde que se comprove o nexo de causalidade entre as referidas lesões e a queda da maca quando da iminência da internação no hospital público. c) não responde, tendo em vista que o particular foi o causador do acidente automobilístico que motivou o transporte para o estabelecimento hospitalar em cujas dependências ocorreu o traumatismo craniano. d) responde subjetivamente, em face da comprovada culpa da vítima pelo acidente automobilístico do qual decorreu a necessidade do deslocamento para o estabelecimento hospitalar público. e) não responde civilmente, em razão da culpa exclusiva da vítima pelo acidente automobilístico, devendo esta, ainda, arcar com os danos verificados na viatura policial.

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17. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/CE – FCC/2009) Sobre a Administração Pública brasileira, conforme configurada em nível constitucional e segundo a leitura que dela faz o Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que a) a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente aos usuários do serviço, não se estendendo a pessoas outras que não ostentem a condição de usuário. b) a interpretação do vocábulo "terceiro" contido no § 6o do art. 37 da Constituição ("As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.") indica que nele não estão abrangidos os agentes do próprio Estado. c) a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, inclusive com revisão de direitos adquiridos. d) o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. e) o latrocínio cometido por foragido decorrente da negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia das autoridades policiais diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime não são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade entre o ato criminoso referido e a omissão do Estado.

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/SE – FCC/2009) Nos casos de responsabilidade objetiva, o Estado só se exime de responder se a) o seu agente agiu com dolo, caso em que a responsabilidade é do agente. b) faltar o nexo entre o seu comportamento e o dano. c) o seu agente não agiu com culpa em sentido estrito. d) houver culpa concorrente do lesado. e) o dano foi de pequena monta.

19. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRF 1ª REGIÃO – FCC/2011) No início do ano, é comum a ocorrência

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de fortes tempestades, que, conforme têm mostrado os noticiários, estão causando consequências avassaladoras em diversas regiões do país. Quando chuvas dessa natureza provocarem enchentes na cidade, inundando casas e destruindo objetos, o Estado a) responderá, por se tratar de exemplo em que se aplica a responsabilidade objetiva do Estado. b) responderá se, aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço. c) jamais responderá, por se tratar de hipótese de força maior, causa excludente da responsabilidade estatal. d) jamais responderá, por se tratar de hipótese de caso fortuito. e) responderá, com fundamento na teoria do risco integral.

20. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/SP – FCC/2009) Em matéria de responsabilidade civil do Estado, a) o Estado não é objetivamente responsável pelos danos causados por ato de funcionário de fato, irregularmente investido no exercício de função pública. b) o Estado não pode ser responsabilizado, nem diretamente, nem em caráter subsidiário, pelos danos causados por entidade autárquica a ele vinculada. c) a culpa exclusiva da vítima é causa excludente da responsabilidade do Estado ou, na visão de parte da doutrina, é hipótese que impede a formação do nexo causal entre o dano e a conduta do agente público. d) a empresa indevidamente excluída de certame licitatório pode ser indenizada a título de lucros cessantes pelos valores que lhe seriam devidos se tivesse celebrado o contrato com a Administração. e) a responsabilidade objetiva do Estado pelo só fato da obra pública não elide o direito de regresso contra o empreiteiro.

21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MS – FCC/2007) Transeunte que sofrer dano decorrente de serviço público ou de ato de servidor público a) será sempre ressarcido pela Administração Pública, independentemente de eventual dolo ou culpa exclusiva dele (transeunte). b) poderá ser ressarcido somente pelo servidor responsável pelo evento danoso.

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c) poderá ser ressarcido pela Administração Pública, caso o evento não tenha ocorrido por dolo ou culpa exclusiva dele (transeunte). d) será ressarcido somente na hipótese de comprovação de dolo ou culpa do servidor responsável. e) poderá ser ressarcido pelo servidor responsável pelo evento e, somente na impossibilidade deste, caberá à Administração Pública indenizá-lo (transeunte).

22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/PB – FCC/2007) Sobre a responsabilidade civil do Estado e reparação do dano, considere. I. Não cabe a responsabilização do Estado quando o agente público causador do dano estiver agindo na condição de um simples particular, isto é, sem estar exercendo as suas atribuições. II. No Brasil, a responsabilidade do Estado é objetiva, o que implica a indenização de qualquer prejuízo causado a terceiros, ainda que não tenha sido o responsável, impedindo, assim, que se alegue excludentes de responsabilidade. III. De acordo com a Constituição Federal, a responsabilidade civil do Estado pode recair sobre as pessoas de Direito Público e de Direito Privado que prestam serviços públicos. IV. Definida a responsabilidade do Estado e, uma vez indenizado o terceiro prejudicado, segundo a teoria da responsabilidade objetiva, não cabe direito de regresso em face do agente público causador do dano. V. A responsabilidade para a Administração Pública não depende da culpa, enquanto que, para o agente público causador direto do dano, relevante é a comprovação da culpa ou do dolo para que ele possa ser responsabilizado. Está correto o que consta APENAS em a) I e II. b) III e IV. c) II, III e IV. d) II, IV e V. e) I, III e V.

23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRF 1ª REGIÃO – FCC/2011) No início do ano, é comum a ocorrência de fortes tempestades, que, conforme têm mostrado os noticiários, estão causando consequências avassaladoras em

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diversas regiões do país. Quando chuvas dessa natureza provocarem enchentes na cidade, inundando casas e destruindo objetos, o Estado a) responderá, por se tratar de exemplo em que se aplica a responsabilidade objetiva do Estado. b) responderá se, aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço. c) jamais responderá, por se tratar de hipótese de força maior, causa excludente da responsabilidade estatal. d) jamais responderá, por se tratar de hipótese de caso fortuito. e) responderá, com fundamento na teoria do risco integral.

24. (ADVOGADO – CEB – FUNIVERSA/2010) Paulo foi acusado de causar uma série de lesões corporais e prejuízos patrimoniais em Antônio enquanto atuava na qualidade de agente público. Em face dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta. a) Caso reste comprovada a culpa exclusiva de Antônio, a administração não terá de arcar civilmente com os prejuízos mencionados. b) Se Paulo é agente público e causou os danos enquanto atuava nesta condição, então a responsabilidade da administração perante o particular será aferida de acordo com a teoria do risco integral. c) Se Antônio acionar Paulo na esfera criminal e não conseguir comprovar sua responsabilidade pelas lesões corporais, então Paulo estará automaticamente liberado da responsabilização civil. d) A responsabilidade civil de Paulo, regressivamente perante a administração pública, é objetiva. e) Se Paulo for empregado da Companhia Energética de Brasília (CEB), não haverá responsabilidade objetiva do Estado, pois a CEB é uma empresa pública pertencente à administração indireta.

25. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/DF – FUNIVERSA/2009) Considere que, no interior de uma delegacia, um agente de polícia seja ferido em virtude do disparo aparentemente acidental da arma de fogo que estava na mão de um delegado de polícia do Distrito Federal. Esse agente de polícia ingressou com ação judicial contra o Distrito Federal, postulando indenização por danos materiais e morais decorrentes do ferimento. Nessa situação hipotética,

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a) mesmo que seja demonstrado no referido processo que o disparo ocorreu por defeito de fabricação da arma, o DF deverá ser condenado a indenizar o agente pelos danos morais e materiais decorrentes do ferimento. b) o DF tem responsabilidade civil objetiva pelos danos materiais, mas a responsabilização pelos danos morais depende da comprovação da culpa do agente causador do dano. c) o DF somente pode ser condenado a indenizar os danos materiais resultantes do ferimento caso o agente de polícia comprove negligência, imprudência ou imperícia por parte do delegado de polícia. d) caso se comprove o dolo do delegado de polícia, será afastada a responsabilidade civil do DF, dado que o dano será considerado de responsabilidade exclusiva do referido delegado. e) o DF não responde civilmente pelos danos, por tratar-se de dano derivado de omissão e não de ação do delegado de polícia.

26. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/DF – FUNIVERSA/2009) Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta. a) Posto ser o sistema de responsabilização objetiva o adotado pelo ordenamento jurídico nacional, no qual, independentemente de culpa, pode o Estado ser responsabilizado nos atos comissivos, ao autor cabe somente demonstrar a conduta danosa do agente público. b) A despeito da garantia constitucional de vedação de penas perpétuas, tem-se admitido a imprescritibilidade da responsabilidade civil dos agentes públicos perante o Estado. c) Os atos praticados pelo Poder Judiciário não ensejam responsabilização civil. d) O Estado, em tese, não pode ser responsabilizado por atos omissivos, posto que a desnecessidade de culpa, característica do sistema de responsabilização estatal, poderia conduzir à proliferação de demandas contra os entes públicos. e) Por se submeterem ao direito privado, não se aplica aos concessionários de serviços públicos a responsabilização objetiva.

27. (OPERADOR DE TV – SENADO – FGV/2008) Assinale a afirmativa incorreta. a) O lesado tem direito a ser indenizado pelo Estado por atos de seus agentes independentemente de ação culposa.

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b) O Estado pode exercer o direito de regresso contra seu servidor ainda que este não tenha agido com dolo ou culpa. c) Se o dano foi causado exclusivamente por fenômenos da natureza, não haverá obrigação do Estado de indenizar o lesado. d) Se o dano é causado por ação dolosa, a indenização devida pelo Estado não é necessariamente mais elevada do que nos casos de ação culposa. e) O dever do Estado de indenizar o lesado ocorre até mesmo se o agente causador do dano não recebe remuneração pela função pública que exerce.

28. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/PA – FGV/2011) No que diz respeito à responsabilidade civil da Administração Pública, é correto afirmar que a) a indenização em virtude de atos lesivos dos agentes públicos compreende somente os danos materiais. b) os atos lesivos praticados por agente público no exercício de sua função geram responsabilidade da Administração Pública sem, contudo, autorizar o direito de regresso desta contra o responsável pelo dano nos casos de dolo ou culpa. c) caso um servidor do TRE-PA, no exercício de sua função, agrida verbalmente um advogado, configurando dano moral, está implicada a responsabilidade subsidiária do Tribunal. d) o Estado e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos causados a terceiros por seus agentes, no exercício de suas funções. e) a responsabilidade objetiva do Estado dispensa a existência de dano causado a terceiro por seus agentes, no exercício de sua função, por força da adoção da teoria do risco integral pela Constituição de 1988.

29. (ADMINISTRADOR – SENADO – FGV/2008) Em relação ao Estado, é correto afirmar que: a) o Estado só é civilmente responsável se a conduta decorrer de culpa ou dolo de seu agente. b) para que o Estado tenha o dever de indenizar o lesado, é preciso que o agente causador do dano seja servidor estatutário. c) o direito à indenização do Estado é assegurado ao lesado ainda que este tenha contribuído inteiramente para o resultado danoso.

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d) a regra geral adotada no direito brasileiro é a da responsabilidade subjetiva dos entes estatais. e) o Estado pode exercer seu direito de regresso somente quando seu agente se tiver conduzido com culpa ou dolo.

30. (PROCURADOR – TCM/RJ – FGV/2008) Analise as assertivas a seguir: I. O Poder Público Municipal foi condenado em ação de responsabilidade civil pelos danos causados por seu servidor a terceiros. Caberá ação regressiva em face do servidor, ação esta cujo prazo prescricional é de três anos e em que se verificará se a conduta do servidor foi culposa lato sensu. II. A Prefeitura do Rio de Janeiro tem o dever de realizar, rotineiramente, as podas das árvores existentes nas ruas da cidade. Após um temporal de verão, inúmeros galhos caíram sobre veículos estacionados na rua X, localizada no município. No caso, o poder Público Municipal é responsável pelos danos causados. III. Professores servidores públicos municipais, reivindicando maiores salários, entraram em greve pelo tempo de 15 dias. Tal conduta gerou uma série de danos aos estudantes da rede municipal de ensino e seus familiares. É direito liquido e certo dos munícipes receberem indenização pelos danos gerados pela paralisação dos servidores municipais. Assinale: a) se todas as assertivas estiverem corretas. b) se somente as assertivas I e II estiverem corretas. c) se somente as assertivas I e III estiverem corretas. d) se somente as assertivas II e III estiverem corretas. e) se nenhuma assertiva estiver correta.

31. (JUIZ – TJ/PA – FGV/2008) Analise as afirmativas a seguir: I. Apesar de a Constituição Federal ditar que "o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença", a regra é a irresponsabilização do Estado por atos de jurisdição. II. A Constituição Federal de 1988 adotou a Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado, teoria que se fundamenta no risco administrativo e

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que isenta o lesado de provar a culpa do agente estatal, bastando que este aponte o nexo causal entre o fato administrativo e o dano. III. A Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado não prevê excludentes, por isso só se aplica às condutas ilícitas do Estado. Assinale: a) se nenhuma afirmativa estiver correta. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

32. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT/GO – FCC/2008) Nas hipóteses de danos causados a terceiros, o servidor que o causou responderá perante a) ao Poder Legislativo. b) à Fazenda Pública, em ação direta e progressiva. c) ao órgão em que atuava, em ação administrativa. d) ao Tribunal de Contas. e) à Fazenda Pública, em ação regressiva.

33. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AP – FCC/2009) Um servidor público pratica um ato, no exercício de sua função, causando dano a terceiros, mas sem que tenha agido com culpa, nem com a intenção de provocar esse resultado. Nessa situação, a) caso o Estado tenha que indenizar os terceiros, poderá cobrar esse valor do servidor. b) o servidor terá que ressarcir os prejuízos diretamente aos terceiros. c) fica a cargo dos terceiros escolherem se irão receber a indenização do Estado ou diretamente do servidor. d) o servidor não terá de indenizar nem o Estado, nem os terceiros. e) caso o Estado tenha que indenizar os terceiros, deverá cobrar esse valor do servidor.

34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/PI – FCC/2009) Sobre a reparação do dano no âmbito da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que a) os agentes das entidades particulares prestadoras de serviço público não estão sujeitos à ação regressiva.

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b) a ação regressiva, no caso de culpa do servidor público, transmite-se aos herdeiros e sucessores. c) a reparação não abrange o dano moral. d) é cabível mesmo que o evento decorra de culpa exclusiva da vítima, por se tratar de responsabilidade objetiva. e) paga a indenização por morte, não cabe pensão alimentícia às pessoas a quem o falecido a devia.

35. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE/MG – FCC/2007) A propositura de ação regressiva contra o agente público do Estado de Minas Gerais que causar, por dolo ou culpa, dano a terceiro: a) é obrigatória, após o trânsito em julgado da decisão que condenar a Fazenda estadual. b) é facultativa, após o trânsito em julgado da decisão que condenar a Fazenda estadual. c) é obrigatória, ainda durante o trâmite da ação movida contra a Fazenda estadual. d) é facultativa, ainda durante o trâmite da ação movida contra a Fazenda estadual. e) poderá ser obrigatória ou facultativa dependendo das circunstâncias do caso concreto, que determinarão também o momento de propositura da ação.

36. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MS – FCC/2007) Sobre a responsabilidade civil do Estado, considere as afirmativas abaixo. I. A Constituição Federal de 1988 acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador nos casos de dolo ou culpa. II. Quando o evento danoso decorrer da conduta de agente de concessionária de serviço público, a responsabilidade será subjetiva. III. A responsabilização do Estado independe se o agente agiu no exercício de suas funções. IV. Será objetiva a responsabilidade na indenização de fato danoso causado por agente de sociedade de economia mista que preste serviço público.

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V. A Constituição Federal de 1988 acolheu a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do servidor, pois assegurou o direito de regresso contra o agente causador só nos casos de dolo. É correto o que se afirma APENAS em a) I e III. b) I e IV. c) II e V. d) II, III e IV. e) II, III e V.

37. (JUIZ – TJ/MS – FGV/2008) O Poder Público é condenado em ação de responsabilidade civil pelos danos causados por seu servidor a terceiro. É correto afirmar que: a) cabe ação regressiva do Estado em face do servidor, cujo prazo prescricional é de 3 anos, e nesta se verificará se a conduta do servidor foi culposa (lato sensu). b) cabe ação de regresso do Estado em face do servidor, e seu prazo prescricional é de 20 anos. c) cabe ação regressiva do Estado em face do servidor, e nela não se perquirirá sobre culpa do servidor, uma vez que se aplica a teoria da Responsabilidade Objetiva quando a ação envolve o Poder Público. d) basta o procedimento administrativo disciplinar com a aplicação da ampla defesa e do contraditório, não cabendo o ajuizamento de ação regressiva. e) o Estado teria que ter denunciado à lide o servidor, não podendo posteriormente acioná-lo.

38. (EXAME DE ORDEM – OAB – FGV/2011) Tendo o agente público atuado nesta qualidade e dado causa a dano a terceiro, por dolo ou culpa, vindo a administração a ser condenada, terá esta o direito de regresso. A respeito da ação regressiva, é correto afirmar que a) em regra deve ser exercida, sob pena de afronta ao princípio da indisponibilidade. b) o prazo prescricional tem início a contar do fato que gerou a ação indenizatória contra a Administração. c) a prescrição será decenal, com base na regra geral da legislação civil.

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d) o prazo prescricional será o mesmo constante da esfera penal para o tipo criminal correspondente.

39. (EXAME DE ORDEM – OAB – FGV/2011) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera. Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado a) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros. b) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral. c) somente será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não tenha condições financeiras. d) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público.

40. (EXAME DE ORDEM – OAB – FGV/2011) Antônio, vítima em acidente automobilístico, foi atendido em hospital da rede pública do Município de Mar Azul e, por imperícia do médico que o assistiu, teve amputado um terço de sua perna direita. Nessa situação hipotética, respondem pelo dano causado a Antônio a) o Município de Mar Azul e o médico, solidária e objetivamente. b) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, regressivamente, em caso de dolo ou culpa. c) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, subsidiariamente. d) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, solidária e subjetivamente.

41. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/AM – FCC/2010) Sobre a reparação do dano decorrente da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que a) não pode ser feita no âmbito administrativo em razão do direito de regresso que o Estado tem contra o seu agente. b) o prazo de prescrição do direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos é de dez anos.

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c) prescreve em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público. d) a Constituição Federal determina que seja formado litisconsórcio necessário entre o Estado e o seu agente causador do dano. e) a ação deve, necessariamente, ser proposta contra o Estado e o agente causador do dano, a fim de ser apurada a responsabilidade deste.

42. (PROCURADOR – TCM/RJ – FGV/2008) Sociedade de economia mista, prestadora de serviço público, pode ser acionada para responder pela prática de ato ilícito absoluto, perante o Poder Judiciário, no prazo de: a) 1 ano. b) 2 anos. c) 5 anos. d) 4 anos. e) 3 anos.

GABARITO

01 D 11 E 21 C 31 B 41 C

02 E 12 B 22 E 32 E 42 E

03 B 13 C/D 23 B 33 D 43 --

04 A 14 E 24 A 34 B 44 --

05 E 15 A 25 A 35 A 45 --

06 C 16 B 26 B 36 B 46

07 E 17 A 27 B 37 A 47

08 E 18 B 28 D 38 A 48

09 C 19 B 29 E 39 D 49

10 B 20 C 30 B 40 B 50