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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: ENG2033 – TEORIA DAS ESTRUTURAS II
Prof. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
AULA 34 – PROCESSO DE CROSS
Formulação
A Figura 1 mostra uma estrutura constituída por quatro barras conectadas umas às outras por
um nó comum, o nó A. Quando se aplica ao nó A da estrutura um momento de valor M no
sentido anti-horário ocorre nesse nó e nesse mesmo sentido uma rotação cujo valor é θ.
Devido a essa rotação, surgem nas extremidades das barras 1, 2, 3 e 4 os seguintes momentos
fletores: �� = ��,� ∙ �, � = �,� ∙ �, � = �,� ∙ �, �� = ��,� ∙ �.
Figura 1 – Aplicação de um momento externo em um nó com rotação liberada.
A compatibilidade estática exige que a soma dos momentos fletores em cada barra no nó A
seja igual ao momento externo aplicado a esse nó. Assim, temos a equação (1), a partir da qual
obtemos a equação (2) após substituir os valores de cada um dos momentos atuantes nas
barras 1, 2, 3 e 4 no nó A na equação (1).
�1 + �2 + �3 + �4 = � (1)
� ∙ ���,� + �,� + �,� + ��,�� = � (2)
Os termos entre parênteses na equação (2) representam a soma dos coeficientes de rigidez
das barras 1, 2, 3 e 4 no nó A. Assim, a equação (2) pode ser reescrita na forma da equação (3),
de onde obtemos o valor da rotação do nó A, dado pela equação (4).
� ∙ ∑ �� = � (3)
� = �∑ ��
(4)
Levando em consideração a equação (4), podemos determinar a fração do momento externo
aplicado em A que vai para cada barra, assim teremos a equação (5), a partir da qual podemos
concluir que um momento externo será distribuído entre as diversas barras concorrentes em
um nó de maneira proporcional à rigidez de cada uma das barras neste nó.
�� = ��∑ ��
∙ � (5)
A relação entre a rigidez de uma barra em um determinado nó e a soma da rigidez das barras
concorrentes no mesmo nó é chamada de coeficiente de distribuição e é dado pela equação
(6), a partir da qual decorre a equação (7).
�� = ��∑ ��
(6)
�� = �� ∙ � (7)
É evidente que a soma dos coeficientes de distribuição em torno de um nó deve ser igual a 1
para garantir que o momento fletor total no nó seja igual ao momento externo aplicado.
Convenção de sinais
A convenção de sinais adotada é coerente com a adotada no método dos deslocamentos. Nesse
método, trabalhamos com os momentos exercidos pelos nós sobre as barras (momentos
atuantes) e atribuímos sinal positivo caso eles estejam orientados no sentido anti-horário.
Entretanto, no Processo de Cross, trabalharemos com os momentos exercidos pelas barras
sobre os nós (momentos equilibrantes), de modo que para sermos coerentes com a convenção
de sinais adotada no método dos deslocamentos, precisamos invertê-la e considerar positivos
os momentos das barras sobre os nós que estiverem no sentido horário.
Entretanto, no Processo de Cross, trabalharemos sempre com os momentos exercidos no
sistema principal pelas barras sobre os nós, que possuem mesmo valor e sentido oposto ao
dos momentos de engastamento perfeito, que são os momentos exercidos pelos nós sobre as
barras.
Figura 2 - Análise dos sinais dos momentos fletores para equilibrar uma carga momento.
Assim, pela convenção de sinais adotada, os momentos equilibrantes em um determinado nó
sempre terão sinais contrários ao momento atuante nesse nó.
No Processo de Cross, valem os mesmos coeficientes de rigidez utilizados no método dos
deslocamentos para barras a cujos nós imporemos rotações unitárias.
Procedimento de solução
O procedimento de solução do problema é bastante simples e direto para os casos em que há
apenas uma deslocabilidade incógnita. Nesse caso, os momentos finais são obtidos
multiplicando o momento atuante no nó pelos coeficientes de distribuição obtidos da equação
(6) para cada nó onde houver deslocabilidades incógnitas. Por outro lado, a solução se torna
iterativa para os casos com mais de uma incógnita, pois ao equilibrar um nó, desequilibramos
o(s) outro(s) nós da estrutura.
É importante ressaltar que o cálculo se desenvolve sem que seja calculada a deslocabilidade
incógnita. Esta é uma particularidade do Processo de Cross que se repete nos problemas
envolvendo mais de uma deslocabilidade incógnita.
Os exercícios de aplicação abaixo esclarecem o processo de cálculo.
Exemplo 1 – Estrutura indeslocável com uma rotação desconhecida
Traçar o diagrama de momento fletor do pórtico abaixo submetido ao carregamento indicado.
Considere que as barras são inextensíveis e que a rigidez à flexão vale �� = 30000 �� ∙ �.
a) Coeficientes de rigidez de cada barra no nó central:
�� = 3��� �� = 3��
5
� = 4��� � = 4��
4
� = 4��� � = 4��
6
! � = 3��5 + 4��
4 + 4��6 ! � = 34��
15
�� = ��∑ � �� = 3��
515
34�� �� ≅ 0,26
� = �∑ � � = 4��
415
34�� � ≅ 0,44
� = �∑ � � = 4��
615
34�� � ≅ 0,30
b) Momentos de engastamento
�# = $�
12 �# = 10 ∙ 6
12 �# = 30 �� ∙ �
�% = − $�
12 �% = − 10 ∙ 6
12 �% = −30 �� ∙ �
c) Solução
�� = −30 ∙ 0,26 �� = −7,8 �� ∙ �
� = −30 ∙ 0,44 � = −13,2 �� ∙ �
� = −30 ∙ 0,30 � = −9,0 �� ∙ �
d) Momentos finais
�#,� = 0 − 7,8 �#,� = −7,8 �� ∙ �
�#, = 0 − 13,2 �#, = −13,2 �� ∙ �
�#, = 30 − 9 �#, = 21,0 �� ∙ �
�%, = −30 − 4,5 �%, = −34,5 �� ∙ �