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Aula 5 Processo de formação de palavras Professor Guga Valente

Aula 5 Processo de formação de palavras - prevest.com.br · Professor Guga Valente. Formação de palavras No poema ao lado, o poeta usa duas palavras que não existem no dicionário:

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Aula 5 – Processo de formação de palavras

Professor Guga Valente

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Formação de palavrasNo poema ao lado, o poeta usa duas palavrasque não existem no dicionário: virturreal eespolho. No contexto do poema, há uma fusãode quatro palavras: virtual, real, espelho eolho. O eu-lírico encontra-se diante do espelhoe questiona-se sobre o que é real e o que évirtual, dando a entender que talvez o espelhoseja ele próprio, seja seu olho que espelha aimagem real.A fusão dessas palavras gera outras duaspalavras. Esse processo recebe o nome deNEOLOGISMO e será estudado também nestaaula.

Olho no espelhoEspelho no olhoBusco o virturreal

Num espolho

Luis Brandão

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Processos de formação de palavras

Os processos mais comuns de formação depalavras são a derivação a composição, aabreviação vocabular, a sigla, o hibridismo, aonomatopeia, o neologismo, o estrangeirismoe as palavras-valise.

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Palavra primitiva e palavra derivada

Entende-se por palavra primitiva aquela que dáorigem a outras palavras, mas que ela própria nãovem de nenhuma outra na língua.

Ex.: Claro Esclarecer, clarificar, clareza,claridade, clarão.

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Palavra primitiva e palavra derivada

Já a palavra derivada é aquela que foi originada apartir da palavra primitiva.

Ex.: Feliz infeliz, felizmente, felicidade,infelizmente, felizaço.

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Derivação

Derivação é o nome que se dá ao processo que temcomo característica o acréscimo de afixos a um radical.Esses afixos trazem consigo características semânticasque complementam ou modificam o sentido do radical.Os tipos de derivação estudados em português são:prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética,regressiva e imprópria.

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Derivação

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Derivação por prefixação

Ocorre quando ao radical é adicionado um prefixo.Vale lembrar que o prefixo é uma palavra que sóexiste quando colocada junto ao radical.

Assim: Pseudointelectual, suprassumo, inoxidável,interestelar, policlínica, entre outras, são palavrasque tem prefixos os quais modificam o sentido doradical.

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Derivação por sufixação

Semelhante à prefixação, a sufixação ocorretambém com o acréscimo de uma “palavra” (aqual sozinha não significa) ao radical.

Desse modo: Anarquismo, esquizofrênico,oligopólio, factoide, entre outras, são palavrasque usam desse recurso para modificar o radical.

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Derivação parassintética

Entende-se por derivação parassintéticaaquela em que se coloca simultaneamenteo prefixo e o sufixo junto ao radical, demodo que se se colocar somente um deles,a palavra não exista.

Ex.: Enlouquecer, enraivecido, amanhecer,despedaçar

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Derivação por prefixação e sufixação

Diferentemente do que ocorre naparassintética, aqui é possível que apalavra exista sem um dos afixos.

Ex.: infelizmente, deslealdade,reabastecimento, indispensável.

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Esse tipo de derivação acontece quando a palavra primitiva perde sua partefinal e uma palavra surge dela.

Ex.: pneu (de pneumático), zoo (de zoológico), janta (de jantar), barraco (debarracão), motora (de motorista), portuga (de português).

É válido destacar que muitos substantivos são formados a partir de seusverbos correspondentes, ocorrendo o mesmo processo de derivação. Nessescasos, chamam-se de deverbiais os substantivos formados por derivaçãoregressiva de seus verbos.

Exs.: usar – uso; voltar – volta; custar – custo; beijar – beijo; demorar –demora.

Derivação regressiva

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Derivação imprópria

Nesse tipo de derivação, usa-se uma palavrapertencente a uma classe gramatical para empregá-lacomo outra.

Ex.: Ela tinha um olhar cândido (verbo – substantivo)Não quero ouvir um pio (onomatopeia – substantivo)Ao discursar, fale mais claro (adjetivo – advérbio)Quando ela chutou a cadeira, foi um ai-ai-ai só(interjeição – substantivo).

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Composição

• Por justaposição: os termos que compõem a palavramantêm-se com todas as letras.

Ex.: para-raios, guarda-chuva, beija-flor, olho-de-sogra

• Por aglutinação: os termos perdem alguma(s) letrasno processo ou modificam-se foneticamente.

Ex.: Pern(i)longo, boquiaberto, planalto, pontiagudo.

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Hibridismo

Ocorre quando a composição se dá com termos que têm origem emlínguas diferentes.

Ex.: sociologia (latim+grego), automóvel (grego+latim), televisão(grego+latim).

OnomatopeiaÉ uma aproximação com sons de animais, objetos ou coisas.

Ex.: ti-ti-ti, toc-toc, au-au, pow, cof-cof, bang, miau etc.

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Siglagem

É o processo de derivação em que se usa as iniciais de um extensonome com o intuito de torná-lo mais conciso.Ex.: PSOL, CIA, FBI, CPF, LGBT+, CNPq etc.

Elas podem ser significativas, e, portanto, não serem formadasapenas por suas iniciais.Ex.: CADA (Casa de Apoio ao Doente de AIDS); AMA (AssistênciaMédica Ambulatorial).

Podem também ter derivações a partir delas, como ocorre compeemedebista, petista, cutista.

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Neologismo

Entende-se o neologismo como sendo uma palavra que não estáregistrada no VOLP (Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa), e queportanto pode ser considerado tanto um equívoco linguístico comouma licença poética.

Ex.: “Há o hipotrélico” – G. Rosa. O termo junta o prefixo hipo-, oqual significa pouco e junta com –trélico, palavra formada a partir detrela, que significa conversa. O sufixo –ico indica adjetivo,qualificação. Assim, hipotrélico é o mesmo que “de pouca conversa”.

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Estrangeirismo

Ocorre sempre que uma palavra de língua estrangeira passa aintegrar o vocabulário do português.

Ex.: Espaguete, abajur, deletar, show, açougue, lasanha, estresse,garçom, baunilha, cantina, bife.

Palavras-valiseCombinação de duas palavras, sendo ao menos uma delas reduzida,formando um novo vocábulo que una os significados anterioresEx.: chocotone (chocolate + panetone), manifestoches(manifestantes + fantoches), crossfat (crossfit + fat)