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Paciente Boderline A dor de uma não existência

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Posição Boderline - Aula de Psicologia

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Paciente BoderlineA dor de uma no existnciaO Boderline e o mundo atualNos dias atuais se esfacela tradies e culturas e o sentido da vida muitas vezes se perde, destruindo o senso de pertencimento que todos nos necessitamos. O produto disso o desenraizamento do ser humano, como nunca visto antes. Dessa forma, muitos so aqueles que tentam equilibrar-se em si mesmos, em seus fiapos de sentidos, fugindo do abismo da no existncia. Aqui entra o Borderline, muito frgil e espera de um nascimento.

A necessidade de apoio...O borderline, perante sua necessidade de apoio contnuo, procura sempre um lugar de acolhimento, o que nos dias de hoje mais raro de se encontrar, pois atualmente tudo se transforma em uma velocidade muito maior e novos valores so rapidamente criados e na sequencia destrudos... A angstia tende a aumentar de forma relevante em funo da insegurana gerada pena no continuidade dos processos, das relaes, do humano.

A atuao diante da lente de aumentoNs profissionais devemos diante da fragilidade dos pacientes com tal funcionamento tentar ofertar pela relao de cuidado um novo comeo emocional, o quanto de novas experincias for possvel.Todos ns estamos s voltas uma hora ou outra com questes complicadssimas, o Borderline parece diante disso colocar uma espcie de lente de aumento perante estes problemas e com isso sofre de forma mais intensa e constantemente.

O Termo BoderlineStern (1945) utilizou o termo borderline pela primeira vez, mas o incluiu na neurose; j Bergeret (1974, p.132), a partir de Einstein, em 1949, que os vrios tipos de diagnsticos acima citados passam a ser agrupados sob o vocbulo borderlines (limtrofes ou fronteirios), traduzidos para o francs como cas limites (casos-limite) ou tats limites (estados-limite). Kornberg utiliza o termo borderline como uma estrutura definida.Aspectos comuns ao paciente Boderlinefalta de sentido nas coisas dificulta ou impedimento de encontrar alguma razo para existir.Nunca est satisfeito.Por vezes, denota comportamentos repetitivos e compulsivos,Hipervalorizaro da zona oral, comportamentos como a ingesto impulsiva de alimentos ou o abuso de lcool e drogas comum, na v tentativa de aliviar sua solido e seu tdio,

Caractersticas... comum ao borderline ser suficientemente sedutor e convincente.O importante ter estoque de tudo, nada pode faltar(sic), dizia um paciente.Um paciente meu possua um desejo de: gostaria de ser aplaudido por vrias pessoas, em p, agradecidos, e ser reconhecido como uma grande pessoa, uma pessoal especial, nica... (sic)Geralmente se queixam do vazio de sentido de sua prpria existncia,No se sentem, muitas vezes, pertencentes de sua prpria vida.

Tentativa e necessidade de estabelecer relao anaclticas...Processo, descrito inicialmente por Freud, atravs do qual uma pessoa elege a uma outra pessoa como algum psicologicamente significativo. um processo consciente, mas intensamente influenciado por contedos mentais inconscientes. Escolha anacltica de objeto: baseada no modelo das figuras parentais, isto , ser amado e tratado como o foi pela me/pai. Ou em casos de privao, necessita ser amada e cuidada a partir do ideal de EGO, o que torna as relaes tranferciais muito pesadas...Castrar ou no castrar?O borderline encontra-se imerso na relao com o outro, dependente dele, angustiado com separaes, trminos, desesperado por de uma relao a dois. Essa relao a dois ser geralmente estabelecida pela necessidade e no pelo desejo, ou seja, a escolha torna-se muitas vezes aleatria, nesse caso sem escolha. O segundo na relao pode ser qualquer um, as vezes qualquer coisa que oferte uma sensao de proximidade, completude e vida.Dentro da relao psicoteraputica, necessitara encontrar um analista presente enquanto ele mesmo. Apesar de precisar de limites, o borderline no est demandando castrao, mas um encontro com um analista que existe enquanto pessoa, e no apenas enquanto qualidade transferencial.

As angstias do BoderO ego est marcado por duas angstias: as angstias de separao, de uma parte, e, de outra, as angstias de intruso.O tratamento nestes casos consiste em estabelecer uma condio de regresso para que o paciente seja acompanhado pelo analista no seu caminho de constituio de um self verdadeiro. Isto possvel por meio da criao de um enquadre que possibilite o holding.

Papel do AnalistaCabe ao analista sustentar seu paciente, sem invad-lo, acompanhando-o em seu prprio caminho de constituio de sua subjetividade. Este seria o longo processo de seguir o borderline para poder ajud-lo a encontrar algo de realmente seu, que possa aliviar seu tdio e sua falta de sentido na vida.Justamente o border no capaz de desenvolver esta capacidade para estar s.

O grau de transfernciaO borderline no tem sua subjetividade constituda; ento, o terapeuta funciona como um objeto-subjetivo para ele. Talvez por isso mesmo a relao de dependncia se estabelea de maneira to forte, porque o analista est constituindo o paciente enquanto pessoa; quando o terapeuta se afasta, o border se sente mais que desamparado, sente-se como que inexistente.

A hora de frustrar o pacienteQualquer sinal de que o terapeuta ache exagerada a atitude da paciente ou que se sinta sufocado pela intensidade das exigncias de cuidados, ser sentido por ele e pode ser responsvel pela perda de confiana na relao teraputica. Aps algum tempo de anlise (s vezes so anos) a confiana j poder ser considerada estabelecida, e algumas frustraes podero ser includas.

O nada de dentro e o nada de foraTalvez um borderline se sinta assim em relao ao mundo. Seu self ainda no est constitudo, a pele pouco limita o nada de fora e o quase nada de dentro. O nada de fora pode ser representado pela dificuldade do border de enxergar o outro, e o quase nada de dentro demonstra o problema de identidade que ele vive. Por outro lado, h suficiente diferenciao entre representaes do self e representaes do objeto para permitir a manuteno de fronteiras do ego, delimitao clara entre o self e os outros, o que no ocorre no psictico.

A subjetividade do BoderlineO paciente borderline no conseguiu constituir sua subjetividade, pois no teve possibilidade de experimentar o holding adequado para a sua constituio. Por no ter tido uma experincia subjetiva insatisfatria com o ambiente, o borderline no desenvolveu a capacidade para estar s consigo mesmo, e no conseguiu tornar-se um sujeito independente da participao da subjetividade do outro.

A necessidade do outroPor conta disso, sua existncia perturbada por invases (do ambiente) que interrompem o continuar a ser do borderline, produzindo uma ameaa de aniquilao. Nesse clima, no fcil estar com sua identidade constituda. Da a necessidade que tem o border da presena, numa relao anacltica, de algum que lhe proporcione condies de acesso sua subjetividade.

A eterna busca de seu desejoA vida era vivida com invases de desejos que no eram os seus. O problema era que, por no ter sua subjetividade constituda, ela no sabia ao certo qual era o seu desejo.

Uma meta quase inalcanvel Sua meta ser reconhecido e famoso, ou nada valer a pena. Como em geral no aplaudido imediatamente, ele abandona a tarefa prematuramente, sem obter resultado algum. Nota-se que o ideal do ego torna a vida do borderline bastante complicada porque o paralisa, e ele no consegue obter experincias prticas que poderiam auxili-lo na composio de sua subjetividade.

Uma vida sem sentidosensao horrvel de vazio constante. A vida como um lugar tenebroso de habitar, A aridez de uma vida sem sentido algo que explica a lembrana frequente (s vezes diria) de suicdio,Alta porcentagem de suicdio (10%).

A impossibilidade da existncia do mal O borderline no pode admitir o outro enquanto mau, porque assim teria de tem-lo, e ele j por demais frgil para tanto. Da constri um objeto apenas bom, que ser capaz de auxili-lo na conduo do estabelecimento de sua subjetividade.O border no foi capaz de destruir e de usar o objeto, no sentido de Winnicott. O ambiente no foi suficientemente bom para permitir ao border que ele seja capaz de utilizar sua agressividade de maneira construtiva.

A impossibilidade de integraoSe ele agride, o medo que o objeto seja destrudo e no mais se reconstitua. Da a necessidade de clivagem do objeto em bom ou mau, sem se poder integrar os dois num s.No ser possvel odiar o objeto. Este no pode ser mau, tem de ser apenas bom para poder proteger o border.A busca por socorroVrias vezes o paciente telefona para seu terapeuta, para seu objeto de apoio, somente para saber se ele est vivo, se ainda vai atend-lo, se no vai abandon-lo, se no foi destrudo por algo que ele disse ou fez na sesso.Voc ainda vai continuar gostando de mim depois do que eu fiz? Em geral, o que ele fez so questes que ele supe iro contrariar o terapeuta, o que seria potencialmente um motivo para ser abandonado.

Um lugar perigoso complicado para o analista defrontar-se com uma pessoa mergulhada em um vazio horrvel sem interferir a vontade de dar sugestes e conselhos enorme, inclusive porque o borderline os solicita. Cabe ao analista saber reconhecer o desejo incipiente do borderline e auxili-lo, vagarosamente, na aproximao cautelosa de interesses genunos, quando eles existem.

A luta contra a idealizaoExigente, o paciente se percebe insuficiente, em razo de tecer comparaes contnuas com imagens idealizadas de si e dos outros. Como nem ele nem os outros atingem os padres de exigncia fantasiados, o borderline est sempre insatisfeito.A relao teraputica estar marcada por esta dependncia do paciente desta figura idealizada do terapeuta.

A necessidade do analista falharApenas com o tempo, e penosamente, o analista conseguir fazer o seu paciente ver que ele (analista) tambm tem suas deficincias, incapacidades, angstias, que humano como outro qualquer. Mas por um bom tempo este lugar idealizado precisar ser preenchido, a fim de dar segurana ao borderline para refazer sua histria de vida, para poder se sentir capaz de enfrentar as pessoas do mundo real, fora da proteo do consultrio.

Um cair para sempre...Com o tempo, caber ao analista frustrar o borderline paulatinamente, para que ele tenha a experincia de poder odiar o analista e verificar que no o destruiu. A possibilidade de integrar o objeto bom e mau em um s tarefa rdua a ser construda no cotidiano da anlise.O border, em razo de seu dilema com a identidade, encontra-se em equilbrio instvel, prestes a cair do muro de uma existncia sem sentido. Uma queda em um colo ou em um vazio sem fim, um cair para sempre...

A impossibilidade de ver o outroComo o paciente no tem um self constitudo, pode-se supor que lhe difcil enxergar o outro. O border mal d conta dele mesmo, com o vai conseguir dar conta do que do outro?No tarefa simples tentar fazer com que o borderline enxergue a outra pessoa. Como est voltado para si, o paciente ter muita dificuldade para compreender e aceitar as necessidades alheias. O boder...Ele se aborrece com qualquer assunto que no lhe diga respeito diretamente, necessitando ser sempre o centro de tudo. (poro histrica)Cabe ao analista ter pacincia, ter suficientemente estabelecida a confiana na relao teraputica (o que em geral dura bastante tempo), para ento iniciar o processo de reconstruo da vida do paciente independentemente de um outro. O borderline necessita, no incio, que o terapeuta esteja apenas presente, acompanhando sua evoluo, sem grandes interpretaes. (poro psictica)Sintomas...Assassinatos so muito menos frequentes que o suicdio, a autoagresso ou a automutilao.A angstia no nem de castrao, como no neurtico, nem de fragmentao, como no psictico, mas para Bergeret (1991).Em razo dessa fragilidade, o borderline no se apropria de sua agressividade, que se torna latente e no dirigida para fins claros e definidos pelo sujeito da ao.

Mais sintomas...O borderline ter dificuldade de dizer no, pois precisa do apoio do outro ele tende a mudar de ideia para concordar com o interlocutor a fim de no o contrariar.O borderline, nos momentos em que est mais agressivo, de fato est com medo, e no fundo medo de ser abandonado. Ele precisa de limites para se sentir seguro no a castrao que est em jogo, mas a angstia de separao.

O borderline tem reaes explosivas e impulsivas porque est com medo, medo de perder o objeto de apoio. Em funo disso, ele no consegue opor-se a seus objetos anaclticos e precisa aprender a agredi-los para se ver livre de algumas amarras.Por causa disso, em algumas ocasies o borderline tem reaes explosivas, pois no consegue se opor ao outro e vai at seu limite, explodindo quando no suporta mais.

A anlise deve oferecer ao borderline a possibilidade de discordar, de odiar, para que ele possa tambm vir a amar e respeitar a opinio dos outros.Outro sintoma o exagero sexual. H pacientes com TPB que tentam suportar a existncia por meio da busca frentica por um parceiro a todo momento, s vezes sem muitos critrios ou avaliao de risco.A impulsividade, no borderline, est ligada desesperana e ao vazio de sentido na vida. Quando ele acredita estar sem apoio, a falta de esperana no futuro leva ao desespero e aos atos impulsivos, colocando-o em situaes de risco.O borderline est mais predisposto ao suicdio que a populao em geral. As ameaas de suicdio e de automutilao so frequentes e s vezes dirias. O quadro depressivo por vezes dramtico e no deve ser menosprezado, pois muitas vezes insuportvel, exigindo intervenes que visem proteger o paciente.

O sofrimento pode ser to intenso e insuportvel que s vezes o suicdio se torna atraente. Margareth Little (1990) afirma que, em sua anlise com Winnicott, foi importante a liberdade que este lhe dava para se matar, caso quisesse. s vezes, na psicoterapia, o borderline percebe que a vida (desse jeito sofrido) no merece ser vivida, e que o suicdio pode ser um alvio, e permite ajud-lo a se sentir compreendido na profundidade de sua dor.

No se deve esquecer que so pacientes graves, que exigem atendimento contnuo, em geral acompanhados por mais de um profissional. Quando as condies do ambiente no so favorveis, torna-se complicado para o terapeuta assumir o caso, pois corre o risco de seu paciente suicidar-se.Internar um paciente por causa de suas ideias ou ameaas de suicdio seria convid-lo recluso e vigilncia eternas, o que em muitos casos pode ser um convite ao suicdio (fsico ou psicolgico).

Indica que os pacientes atravessaram a fase simbitica com sucesso, onde o self e o objeto foram diferenciados, mas se fixaram na fase de separao-individuao. Sob esse ponto de vista, o paciente Borderline revive esta crise infantil, atravs do medo de ser abandonado, no tolerando a solido (os pacientes no tem imagem interna da me).

Muito obrigado...

Prof. Ricardo Rentes