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_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis AULA (COMPETÊNCIA 2/2) 6.3.1. Competência funcional. 6.3.1. Competência territorial. 6.4. Conflito de competência. Definição e formas de solução. 6.6. Prorrogação de competência. 6.6. Modificação de competência. Prevenção, conexão e continência. IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. Há incompatibilidade com o inciso I do mesmo art. 114 da CF? I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; Se são todas as controvérsias decorrentes da relação de trabalho porque o inciso IX? A existência dos dois incisos causa espanto na doutrina. É preciso encontrar uma solução no sentido de harmonizar. Oriundo (inciso I = originário) x decorrentes (inciso IX = derivado). As originárias são da JT. As derivadas podem ser da JT se houver Lei. DIREITO COLETIVO – ART. 114 DA CF. §1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. A autocomposição (negociação coletiva) dos conflitos trabalhistas é o indicativo preferencial segundo este dispositivo. Sendo impossível a autocomposição, o dispositivo indica que a solução seguinte é a

AULA (COMPETÊNCIA 2/2) - Faculdade Legale · TRT da 2.ª Região (com sede em São Paulo) como ao TRT da 15.ª Região (com sede em Campinas), a competência é originária do TRT

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Mini curriculum

Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil.

Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis

AULA (COMPETÊNCIA 2/2) 6.3.1. Competência funcional.

6.3.1. Competência territorial.

6.4. Conflito de competência. Definição e formas de solução.

6.6. Prorrogação de competência.

6.6. Modificação de competência. Prevenção, conexão e continência.

• IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

Há incompatibilidade com o inciso I do mesmo art. 114 da CF?

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Se são todas as controvérsias decorrentes da relação de trabalho porque o inciso IX? A existência dos dois incisos causa espanto na doutrina. É preciso encontrar uma solução no sentido de harmonizar. Oriundo (inciso I = originário) x decorrentes (inciso IX = derivado). As originárias são da JT. As derivadas podem ser da JT se houver Lei. DIREITO COLETIVO – ART. 114 DA CF.

• §1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

A autocomposição (negociação coletiva) dos conflitos trabalhistas é o indicativo preferencial segundo este dispositivo. Sendo impossível a autocomposição, o dispositivo indica que a solução seguinte é a

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heterocomposição privada (arbitragem). E a Arbitragem no dissídio individual: REFORMA TRABALHISTA - ARBITRAGEM NO DISSÍDIO INDIVIDUAL NOVIDADE CLT

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, PODERÁ ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996

R$ 5.531,31 x 2 = R$ 11.062,62

• § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

A heterocomposição pública (jurisdição = dissídio coletivo) pode ser instaurada apenas se as partes estiverem de comum acordo. Antes da EC 45/2004 qualquer das partes poderia instaurar dissídio coletivo e provocar a solução do conflito através do poder normativos da Justiça do Trabalho. O poder normativo continua mas o dissídio coletivo que ensejará a sua aplicação não pode mais ser instaurado unilateralmente. Assim o dissídio coletivo passou a ser uma espécie de “arbitragem pública”. Discutir Constitucionalidade. Art. 5º, XXXV da CF.

Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito

Jurisprudência:

PRELIMINAR DE EXTINÇÃO DO FEITO POR AUSÊNCIA DE ‘COMUM ACORDO’ PARA A INSTAURAÇÃO DO DISSÍDIO - REJEIÇÃO - COMPREENSÃO DO TEMA À LUZ DO PRINCÍPIO DE INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. Em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição (Constituição, art. 5º, XXXV), não segue, do texto do art. 114, §2º, da Constituição da República, que o dissídio coletivo só possa resultar, já para a sua instauração, de mútuo acordo entre partes contravindas. É que a jurisdição, a principal garantia dos direitos subjetivos, não se afasta, nem cessa de poder ser invocada, em caso de lesão ou ameaça, a significar também que não a condiciona uma qualquer restrição, menos ainda o veto que uma parte

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queira apor à pretensão da outra que já não pode prescindir da tutela jurídica. Não obtida a conciliação, abre-se a via judicial, inclusive, por comum acordo. Esta cláusula, como decorre do art. 114, § 2º, concerne a uma faculdade das partes ("é facultado", diz a norma) e, portanto, não exclui o exercício da jurisdição para assegurar a tutela coletiva, que é direito fundamental, como fundamentais são os direitos sociais dos trabalhadores, aos quais se negaria, em última análise, proteção e, em certa medida, expansão sempre que se lhes recusasse, enquanto categoria, o acesso à via judicial. Neste caso, o veto em que o comum acordo se transformara passaria a expressar uma recusa peremptória à prestação de justiça, função ontológica e indeclinável do Estado. TRT-3 – DISSIDIO COLETIVO DC 00569200800003004 0056900-19.2008.5.03.0000 (TRT-3) Data de publicação: 06/11/2009

Para onde devemos direcionar o Conflito Coletivo? A competência originária para conhecer e julgar os dissídios coletivos é dos Tribunais (art. 856 da CLT), e não das Varas do Trabalho. Conflito coletivo que estende-se no limite territorial da competência de determinado Tribunal Regional do Trabalho, este será o competente (arts. 677, 678, inciso I, da CLT e art. 6º da Lei 7.701/1988).

Art. 677 - A competência dos Tribunais Regionais determina-se pela forma indicada no art. 651 e seus parágrafos e, nos casos de dissídio coletivo, pelo local onde este ocorrer.

No caso do Estado de São Paulo, se o conflito coletivo se estende à área relativa tanto ao TRT da 2.ª Região (com sede em São Paulo) como ao TRT da 15.ª Região (com sede em Campinas), a competência é originária do TRT da 2.ªRegião, conforme art. 12 da Lei 7.520/1986, com redação determinada pela Lei 9.254/1996. Por outro lado os conflitos coletivos de trabalho que excedam à área alcançada pelos Tribunais Regionais do Trabalho são de competência originária do Tribunal Superior do Trabalho (art. 702, inciso I, b, da CLT), conforme Lei 7.701/1988, art. 2º, inciso I, a.

Art. 702 - Ao Tribunal Pleno compete: I - em única instância: b) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho, bem como estender ou rever suas próprias decisões normativas, nos casos previstos em lei;

Nesse caso, a competência funcional é da Seção de Dissídios Coletivos do TST. Da decisão do TRT em dissídio coletivo é cabível recurso ordinário (art. 895, inciso II, da CLT) para a Turma de Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho (art. 2º, inciso II, c, da Lei 7.701/1988). Cabendo posterior Embargos (Infringentes = 2x1) no TST para a Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho.

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Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

§ 3º -Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

Sem acordo de vontade restará apenas a greve como recurso para forçar a parte patronal a negociar. A greve, entretanto, pode trazer malefícios a toda sociedade (atividade essencial). Neste caso, o dispositivo faculta (não obriga) o MPT a instaurar o dissídio coletivo para solução do conflito.

Súmula– 189 do TST - GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ABUSIVIDADE. A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve.

Art. 10 da Lei 7783/89- São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistênciamédica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transportecoletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substânciasradioativas, equipamentos e materiaisnucleares; IX - processamento de dados ligados a serviçosessenciais; X - controle de tráfegoaéreo; XI compensação bancária.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Também chamada de competência de foro. Cuida de distribuir a parcela de jurisdição entre juizes da mesma condição (material), em função do local onde atua este Juiz.

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Vamos agora estudar os critérios para saber a localidade onde deve ser ajuizada a ação. A competência em razão do lugar é relativa, ou seja, prorrogável:

Súmula 33 do STJ - A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.

OJ 149 da SBDI-II do TST - Conflito de competência. Incompetência territorial. Hipótese do art. 651, § 3º, da CLT. Impossibilidade de declaração de ofício de incompetência relativa. Não cabe declaração de ofício de incompetência territorial no caso do uso, pelo trabalhador, da faculdade prevista no art. 651, § 3º, da CLT. Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo reconhecimento da competência do juízo do local onde a ação foi proposta.

Portanto, não pode ser declarada de ofício. Deverá o demandado arguir o reconhecimento da incompetência territorial em Exceção de Incompetência (arts. 799 e 800 da CLT), sob pena de preclusão e prorrogação da competência. O CPC (art. 337, § 5º), prevê que o juiz não conhecerá de ofício a incompetência relativa.

§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

Como EXCEÇÃO à regra , a lei que disciplina a Ação Civil Pública.

Art. 2º da Lei 7.347/85 - As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.

É a ação que visa proteger a coletividade, responsabilizando o infrator por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse, bem como a direito difuso ou coletivo. Por isso, na realidade, entende-se que essa competência é absoluta, certamente em razão da relevância social dos direitos tutelados, tratando-se de norma específica.

DIREITOS DIFUSOS: de natureza indivisível e com titulares indeterminados; DIREITOS COLETIVOS EM SENTIDO ESTRITO: de natureza indivisível e titulares determináveis (ou seja, de titularidade de grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base);

Legitimidade (Polo Ativo): Não é exclusiva do Ministério Público do Trabalho, pois os entes sindicais (dotados de natureza de associações privadas) também a detêm (arts. 8º, inciso III, 129, § 1º, da Constituição Federal de 1988, art. 5º, inciso V, da Lei 7.347/1985 e art. 82, inciso IV, da Lei 8.078/1990).

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Jurisprudência:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COLETIVO. CARACTERIZAÇÃO. VALOR FIXADO. A lesão a direitos difusos, coletivos e transindividuais homogêneos consistente em atraso do pagamento dos salários e a não concessão das férias ofende a legislação constitucional e trabalhista e a práxis deve ser coibida. Configurado o dano moral sofrido pelo grupo de trabalhadores, a condenação à reparação se impõe, não só para coibir, como também para não estimular a reiteração da conduta. O dano moral aqui não se limita ao mundo interior e subjetivo da pessoa, mas emerge claro no grupo de pessoas atingidas, com consequências para a comunidade, ou seja, afeta a vida em sociedade, não podendo ficar impune. Em relação ao valor fixado (R$200.000,00), ressalta-se que a conduta abusiva abrangia a totalidade dos empregados em diversos postos de trabalho. O pedido de reforma para reduzir em R$ 1.000,00 mostra-se desarrazoado e despiciendo, além de revelar disparidade entre o valor postulado na inicial (R$500.000,00) e aquele estabelecido. TRT-10 - Recurso Ordinário RO 00674201201010009 DF 00674-2012-010-10-00-9 (TRT-10) Data de publicação: 21/11/2014

Competência em Razão do Local:

OJ 130 SDI-II. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMPETÊNCIA. LOCAL DO DANO. LEI Nº 7.347/1985, ART. 2º. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, ART. 93. I – A competência para a Ação Civil Pública fixa-se pela extensão do dano. II – Em caso de dano de abrangência regional, que atinja cidades sujeitas à jurisdição de mais de uma Vara do Trabalho, a competência será de qualquer das varas das localidades atingidas, ainda que vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho distintos. III – Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há competência concorrente para a Ação Civil Pública das varas do trabalho das sedes dos Tribunais Regionais do Trabalho.

IV – Estará prevento o juízo a que a primeira ação houver sido distribuída. Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMPETÊNCIA. COMPETÊNCIA DA VARA DO TRABALHO. Trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro - SENGE/RJ pleiteando, em sede de antecipação dos efeitos da tutela, que seja determinado à ré (Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - ELETROBRÁS) que cumpra o previsto na Lei nº 4.950-A/66, assegurando aos engenheiros empregados submetidos à jornada de oito horas o pagamento do salário mínimo profissional, em valor equivalente a nove salários mínimos mensais, com fixação de multa para o caso de descumprimento. A ré apresentou Exceção de Incompetência às fls. 92/97, alegando que a natureza do pedido extrapola a competência própria das Varas do Trabalho da Capital, de modo que a competência é originária do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. A sentença de origem extinguiu o processo sem resolução do mérito. A competência para processar e julgar a Ação Civil Pública é determinada pelo local do dano (art. 2º da Lei nº 7.347/85). Tratando-se de dano de abrangência regional ou nacional, a competência será fixada em conformidade com o disposto no art. 93 da Lei nº 8.078/90. Tendo em vista que a presente Ação Civil Pública trata de

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possível lesão de abrangência regional aos trabalhadores representados pelo sindicato autor, a competência para processar e julgar a presente Ação Civil Pública é das Varas do Trabalho da capital do Estado do Rio de Janeiro, conforme o disposto no art. 93, II, da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), aplicável por força do disposto no art. 21 da Lei nº 7.347/85 (Ação Civil Pública). Neste sentido, o entendimento consubstanciado na Orientação Jurisprudencial nº 130 da SDI-II do C. TST, cuja redação foi alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012, que dispõe:

“ OJ 130. Ação Civil Pública. Competência. Local do dano. Lei nº 7.347/1985, art. 2º. Código de Defesa do Consumidor, art. 93. II - Em caso de dano de abrangência regional, que atinja cidades sujeitas à jurisdição de mais de uma vara do Trabalho, a competência será de qualquer das Varas das localidades atingidas, ainda que vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho distintos.

Assim, tendo em vista que a instrução processual não foi encerrada (ata de fl. 1071), que a matéria não é exclusivamente de direito, devem os presentes autos retornar à MM. Vara de origem, para o regular prosseguimento do feito, como entender de direito. Ante o exposto, dou provimento ao recurso para afastar a extinção e determinar o retorno dos autos à Vara de origem para prosseguimento, como entender de direito, nos termos da fundamentação supra. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 7018520125010066 RJ (TRT-1) Data de publicação: 12/04/2013

REGRA GERAL PARA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL TRABALHISTA: A competência territorial está prevista no “caput” do art. 651 da CLT, sendo regra geral o local da prestação de serviços, ainda que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no estrangeiro. Pouco importa o domicílio do autor ou ainda, o local da contratação. Será competente o Juízo da localidade onde o empregado prestou serviços ao empregador.

Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

Devemos entender contido na redação do caput “o trabalhador”. Se o empregado prestou serviços em mais de um local, a competência será do último local de prestação de serviços. Não será aplicada a regra do último local de trabalho, quando: A) A lide envolver inteiramente objeto de outro local;

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B) A última transferência for obstativa ao exercício do direito de ação.

Art. 659 - Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes forem conferidas neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuições: IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 desta Consolidação.

C) Casos de Falência e Recuperação Judicial – Execução contra os Sócios: A ação trabalhista em face da massa falida, representada pelo administrador judicial (art. 76, parágrafo único, da Lei 11.101/2005), deve prosseguir na Justiça do Trabalho até a conclusão da liquidação do crédito trabalhista. Jurisprudência:

AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO TRABALHISTA E SUPERVENIENTE DECLARAÇÃO DE FALÊNCIA DA EXECUTADA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO FALIMENTAR. Conforme entendimento firmado neste Tribunal, decretada a falência, a execução de crédito trabalhista deve ser processada perante o juízo falimentar. Agravo regimental a que se nega provimento” (STF, 2.ª T., AI-AgR 690.609/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe 28.11.2008).

E os sócios da sociedade falida?

AGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZOS DA FALÊNCIA E DO TRABALHO. PROSSEGUIMENTO DAS EXECUÇÕES CONTRA GARANTES, COOBRIGADOS OU DEVEDORES SUBSIDIÁRIOS. POSSIBILIDADE. SUSPENSÃO INDEFERIDA. AGRAVO DESPROVIDO. Não é cabível a suspensão de execução trabalhista que, após a desconsideração da personalidade jurídica de sociedade falida, prosseguiu contra os sócios de responsabilidade limitada, pois, em regra, a suspensão atinge somente o devedor em regime de falência ou recuperação judicial, prosseguindo contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso, nos termos do art. 49, § 1º, da Lei. 11.101/2005, podendo o credor trabalhista habilitar seu crédito na falência e, ao mesmo tempo, executar os sócios (STJ, AgRg no CC

115696, SP, Rel. Paulo de Tarso Sanseverino, DJ 25.05.2011. E os sócios da sociedade em recuperação judicial?

Súmula 480 do STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.

Então, é competente a JT. Jurisprudência:

EXECUTADA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REDIRECIONAMENTO CONTRA OS SÓCIOS. POSSIBILIDADE. Em se tratando de empresa falida ou em recuperação judicial, o

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mais recente entendimento do Col. STJ é que pode ser redirecionada a execução trabalhista contra o sócio ou contra as empresas do mesmo grupo econômico se a devedora principal não possuir patrimônio suficiente para garantia da execução. Demonstrada a inexistência de bens da Executada (pessoa jurídica), mormente considerando que fora deferido o processamento da recuperação judicial, o que evidencia, por si só, o seu estado de insolvência, há se deferir o pedido de desconsideração da personalidade jurídica. Conclusão, Acordam os Desembargadores da 3ª Turma do TRT da 10ª Região, no mérito, dar-lhe provimento para, ao desconsiderar a personalidade jurídica da Reclamada, determinar o redirecionamento da execução contra os sócios Executada. TRT-10 - Inteiro Teor. Agravo de Petição: AP 70200100210005 DF 00070-2001-002-10-

00-5 AP Data de publicação: 16/05/2014

Questão dos 180 dias:

Art. 6º da Lei 11.101/2005 - A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 4º - Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.

Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial.

O entendimento que vem prevalecendo no STJ é no sentido de que o pagamento dos créditos trabalhistas deve ocorrer na forma do plano de recuperação judicial, mesmo depois do referido prazo de 180 dias contados do deferimento da recuperação. Jurisprudência:

CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. COMERCIAL. LEI 11.101/05. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PROCESSAMENTO DEFERIDO. 1. A decisão liminar da Justiça Trabalhista que determinou a indisponibilidade dos bens da empresa em recuperação judicial, assim também dos seus sócios, não pode prevalecer, sob pena de se quebrar o princípio nuclear da recuperação, que é a possibilidade de soerguimento da empresa, ferindo também o princípio da ‘par conditio creditorum’. 2. É competente o juízo da recuperação judicial para decidir acerca do patrimônio da empresa recuperanda, também da eventual extensão dos efeitos e responsabilidades aos sócios, especialmente após aprovado o plano de recuperação. 3. Os créditos apurados deverão ser satisfeitos na forma estabelecida pelo plano, aprovado de conformidade com o art. 45 da Lei 11.101/2005. 4. Não se mostra plausível a retomada das execuções individuais após o mero decurso do prazo legal de 180 dias. Conflito conhecido para declarar a competência do juízo da 3.ª Vara de Matão/SP. (STJ, 2.ª Seção, CC 68.173/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 04.12.2008)

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Quanto a Recuperação Extrajudicial: A recuperação extrajudicial, não abrange os créditos de natureza trabalhista ou decorrentes de acidente de trabalho - art. 161, § 1º, da Lei 11.101/2005. Eventual recuperação extrajudicial não alcança as ações e execuções em curso na Justiça do Trabalho, as quais nela prosseguem normalmente. COMPETÊNCIA TERRITORIAL – EXCEÇÕES:

EMPREGADO VIAJANTE E SEU DOMICÍLIO

Art. 651, § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

O § 1º do art. 651 da CLT cuida do vendedor viajante e pode ser aplicado por analogia a todo aquele empregado itinerante, ou seja, aqueles que não tem um local de trabalho, mas vários. Nesta situação, a competência é fixada pela localidade onde estiver a filial a que o empregado está subordinado. Na falta da filial (subordinado diretamente à matriz) a competência é da localidade onde o empregado tiver domicílio. Na falta de Vara do Trabalho no local de domicílio, a competência territorial será da localidade mais próxima do domicílio do empregado agente ou viajante comercial. O que é “localidade mais próxima”?

a) inexistência de sede de Vara na cidade de domicílio, mas abrangência da competência dessa Vara pelos municípios vizinhos, conforme estiver definido na lei que a criou; b) inexistência de Vara Itinerante no município do domicílio, e c) Juízo cível comum.

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

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Trata-se de situação especialíssima em que, mesmo não havendo Vara Trabalhista na região, atribui-se competência para outra Vara Trabalhista das redondezas, conquanto isso não tenha constado da lei que a instituíra. Jurisprudência:

COMPETÊNCIA TERRITORIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 651, § 1º DA CLT. EMPREGADO VIAJANTE. LOCAL DO DOMICÍLIO. A norma do art. 651 da CLT interpreta-se em favor do empregado, ou seja, no sentido de tornar o mais acessível a esse o ingresso de ação no Judiciário, possibilitando-se com isso, ajuizamento da ação tanto no local da prestação de serviço, como no local da contração. A melhor exegese que se extrai do § 1º do art. 651 da CLT, por ser mais benéfica ao trabalhador, é no sentido de que a competência para processo e julgamento de reclamação trabalhista de empregado viajante de empresa que não tem agência ou filial no local da prestação dos serviços é da vara dessa localidade, coincidente, no caso, com o domicílio do trabalhador. Considerando que o reclamante foi contratado e prestava serviços em Maringá e região e que o reclamado não possui estabelecimento naquela região, o juízo daquela comarca é competente para apreciação da demanda. Recurso ordinário do reclamado ao qual se nega provimento. TRT-9 - 10632009661900 PR 1063-2009-661-9-0-0 (TRT-9) Data de publicação: 19/11/2010

E o Representante Comercial AUTONOMO?

Art. 39 da Lei 4.886/65 - Para julgamento das controvérsias que surgirem entre representante e representado é competente a Justiça Comum e o foro do domicílio do representante, aplicando-se o procedimento sumaríssimo previsto no art. 275 do Código de Processo Civil, ressalvada a competência do Juizado de Pequenas Causas.

Art. 114, I, CF - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de ireito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, exceto os servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações públicas dos referidos entes da federação; IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

Jurisprudência:

PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Sustenta a Reclamada preliminarmente a incompetência desta Justiça do Trabalho para dirimir a lide, uma vez que as controvérsias relativas entre representante comercial caberiam à Justiça Comum. Invoca o disposto nos arts. 30 e 39 da Lei nº 4.886/65. Sem razão. O pedido inicial é de reconhecimento do vínculo empregatício, com o pagamento das parcelas decorrentes, emergindo daí a competência desta Justiça do Trabalho para dirimir o conflito de interesses, na forma do art. 114, da CF. Rejeito. INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR. Insiste a Reclamada, ainda, que a exceção de incompetência em razão do lugar deveria ter sido acolhida pela origem, sendo que a ação deveria ter sido ajuizada no Juízo de Goiânia-GO. Sem razão. Ao instruir a exceção de incompetência em razão do lugar, o Juízo de origem inquiriu o

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preposto sobre os locais de trabalho do Reclamante, tendo o preposto assim respondido: "o reclamante prestou serviços na região do Estado do Tocantins, nas cidades de Gurupi, Formoso do Araguaia, Porto Nacional, Palmas, Guaraí, Pedro Afonso, Paraíso, Miranorte e Miracema" (g.n., fl. 109). Diante dessa realidade, não há óbice legal ao ajuizamento da ação na Cidade de Gurupi-TO, como no caso dos autos. Rejeito, registrando a incolumidade do art. 651, § 1º, da CLT. TRT-10 - Relatório e Voto. Recurso Ordinário: RO 1701201280210001 DF 01701-2012-802-10-00-1 RO Data de publicação: 14/12/2012

Outras hipóteses:

propagandistas de remédios que visitam clínicas e hospitais;

promotores de vendas que percorrem padarias e supermercados;

arrumadores de prateleiras que devem visitar cinco ou dez pontos de venda todos os dias (e em várias cidades), e

montadores de feiras e eventos, e assim sucessivamente. Jurisprudência: Caso interessante.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL. MOTORISTA INTERESTADUAL. APLICAÇÃO DO ART. 651, §1º, CLT. Em virtude da atividade desenvolvida por motorista de ônibus interestadual, aplicável a regra do parágrafo 1º do art. 651 da CLT, restando competente para o processamento de reclamação trabalhista a jurisdição da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, a do domicílio do empregado, ou a localidade mais próxima. Filio-me ao entendimento do juízo originário, no sentido de que a regra de competência a ser aplicada à espécie é aquela prevista no art. 651, § 1º da CLT, haja vista o enquadramento da função exercida pelo reclamante na de viajante comercial, pois executava o transporte interestadual de passageiros em diversas linhas de ônibus da reclamada. Compulsando os autos, verifico que o demandante está vinculado a agência da empregadora na cidade de Petrolina, conforme faz prova as anotações apostas na CTPS (fls.16). Recurso obreiro a que se nega provimento. TRT-5 - Recurso Ordinário RecOrd 00008609620115050342 BA 0000860-96.2011.5.05.0342 (TRT-5) Data de publicação: 22/06/2012

Possibilidade de ajuizamento da RT no domícilio do trabalhador ainda que NÃO seja AGENTE OU VIAJANTE COMERCIAL? Jurisprudência:

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR - § 1º, ART. 651 /CLT - INTERPRETAÇÃO - PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DE ACESSO À JUSTIÇA - Nos termos literais da lei consolidada, a competência do foro do domicílio do trabalhador cabe na hipótese tratada pelo § 1º, do art. 651, ou seja, em se tratando de parte que é agente ou viajante comercial. Contudo, as regras de competência do processo do trabalho devem ser interpretadas em favor do trabalhador que manifesta o interesse de propor a ação no foro de seu domicílio, inclusive incorrendo nos eventuais riscos de produção de prova. A garantia constitucional de acesso à Justiça (art. 5º, inciso XXXV, da Constituição) assegura que, mesmo diante da ausência de previsão expressa no art. 651, da CLT, de ajuizamento da ação no foro do domicílio do

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trabalhador esta competência possa se firmar independentemente do local da prestação de serviços ou da contratação, quando alegada a dificuldade de custeio com o deslocamento do obreiro. Essa é a melhor exegese da lei, que tem por escopo facilitar ao empregado o acesso ao Judiciário, e por isso a jurisprudência, com fulcro nos princípios que informam o Direito do Trabalho, em especial o da proteção ao hipossuficiente e da razoabilidade, tem ampliado as hipóteses de incidência do § 1ºdo art. 651 /CLT, de modo que o empregado, ainda que não viajante, tenha a faculdade de ajuizar reclamação trabalhista no local de seu atual domicílio. Entendimento em sentido contrário importaria na impossibilidade de acesso do reclamante ao Judiciário e no perecimento do direito, em face de sua hipossuficiência, com ausência de condições econômico-financeiras de se deslocar. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 02173201306703007 0002173-30.2013.5.03.0067 (TRT-3) Data de publicação: 02/06/2014

EMPREGADOR QUE PROMOVE ATIVIDADES EM LOCAL DIVERSO DO CONTRATADO

§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

Aqui é o empregador que realiza atividade em local diverso da contratação do empregado. Nesse caso, o empregado poderá escolher o foro para ajuizamento da ação trabalhista, no local da celebração do contrato ou naquele(s) da prestação dos serviços. Jurisprudência:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. COMPETÊNCIA DAS VARAS DO TRABALHO. ART. 651, § 3º, DA CLT. Tendo em conta que o reclamante não tem domicilio no local da prestação do serviço (Quebrangulo - AL), tampouco a reclamada ali tem sua sede, há de acolher a alternativa legal para o ajuizamento da ação - o local da celebração do contrato (Fortaleza - CE), foro ao qual devem ser enviados os autos para regular distribuição, aplicação do art. 651, § 3º, da CLT. TRT-7 - Recurso Ordinário RO 7310920115070028 CE 0000731-0920115070028 (TRT-7) Data de publicação: 31/05/2012

O empregado poderá estender a escolha do foro para outras hipótese? Entendimento mais restritivo, não admite, pois o § 3º do art. 651 da CLT não deverá ser interpretado de forma a contrariar a regra prevista no caput do mesmo dispositivo, ao fixar a competência de acordo com o local da prestação do serviço. Portanto, o § 3º do art. 651 apenas incidiria nos casos em que a atividade exercida pelo empregador, por sua natureza, envolva a mudança de localidade, como ocorre com a realização de feiras culturais, circos, construção civil etc. Por outro lado,

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Jornada de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho promovida pelo TST e pela Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).

Enunciado 7: “Em se tratando de empregador que arregimente empregado domiciliado em outro município ou outro Estado da federação, poderá o trabalhador optar por ingressar com a reclamatória na Vara do Trabalho de seu domicílio, na do local da contratação ou na do local da prestação dos serviços”.

E mais, vem prevalecendo na jurisprudência, interpretação do art. 651, § 3º, da CLT de forma mais ampla, garantindo ao empregado contratado em certa localidade, mas que tenha prestado serviço em outra(s) localidades a, opção de ajuizar a ação no local da contratação ou em qualquer dos locais em que ocorreu a prestação dos serviços. Nessa linha, no caso do empregado contratado em São Paulo, e que tenha prestado serviços no Rio de Janeiro e em Campo Grande, é possível a este ajuizar a ação trabalhista em qualquer um dos três locais. Pode ocorrer do empregado não ter condições de ajuizar a ação no último local em que prestou serviço. É que muitas vezes acaba retornando à localidade onde foi contratado, por ali reside. Jurisprudência:

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. EMPRESA QUE RECRUTA TRABALHADORES PARA PRESTAREM SERVIÇOS EM LOCALIDADE DIVERSA DA DE SUA SEDE. POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO NO LOCAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. APLICAÇÃO DO ART. 651, § 3º DA CLT. Se o empregador recruta e seleciona empregados para trabalharem em unidades da federação distintas do local de sua sede, há que se permitir ao trabalhador eleger o foro do local da prestação de serviços, nos termos do art. 651, § 3º da CLT, pois a ratio legis é permitir ao hipossuficiente exercer o seu direito de ação, constitucionalmente garantido (Constituição, art. 5º , inc. XXXV ). TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00107972420145010541 RJ (TRT-1) Data de publicação: 31/03/2015

EMPREGADO CONTRATADO NO BRASIL PARA TRABALHAR NO EXTERIOR

§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.

Irrelevância da nacionalidade do trabalhador que não encontra a menor chance de manutenção com o art. 5.º, caput, da CF/1988.

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Basta apenas o estrangeiro contar com residência no país, sendo desnecessário que o estrangeiro tenha fixado raízes ou feito do Brasil seu centro de interesses e de convivência. Não se conhece convenção ou tratado internacional que proíba a Justiça do Trabalho brasileira de oferecer a prestação jurisdicional a quem dela se socorra. A restrição constante ao final da redação do § 2.º não se sustenta, pois os direitos fundamentais do ser humano, incentivam a acessibilidade judiciária e não o contrário - Pacto de São José da Costa Rica e demais tratados, incentivam a acessibilidade judiciária e não o contrário. Empregador COM SEDE ou FILIAL no Brasil. Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. Pretende: 1º) aplicação das leis brasileiras, pois a pré contratação, entrevista e seleção ocorreu em Santos, por intermédio da FATTO BRASIL, empresa pertencente a um ex funcionário da MSC, sendo que a maior rota do navio seria em águas brasileiras; 2º) declaração de grupo econômico entre a MSC Crociere e a reclamada; 3º) devidas verbas rescisórias, pois a autora desembarcou em razão do tratamento degradante que recebia; 4º) indenização por dano moral em razão do destrato sofrido a bordo do navio. Junta documentos às fls. 235/264. Assim, revendo meu posicionamento anterior, entendo que, não obstante a prestação de serviços tenha ocorrido principalmente no exterior, o trabalhador pode optar pela jurisdição das Varas da Justiça do Trabalho, conforme previsão, inclusive, do art. 88, I, do CPC, no sentido de que:

É competente a autoridade judiciária brasileira quando: I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.

Observe-se que a própria reclamada, MSC Cruzeiros do Brasil Ltda., admite que integra o grupo econômico da empresa estrangeira MSC Crociere S.A., que teria contratado a reclamante (fls 47 e seguintes do volume apartado), verificando-se, ainda, do seu contrato social (fls. 29/46) que a MSC Crociere S.A. constitui sua sóciaproprietária, atraindo, assim, a incidência da figura do empregador único aos presentes autos. Importante destacar, ainda, que mesmo que a reclamante tenha embarcado no exterior e que o contrato de trabalho tenha sido formalizado/assinado fora do Brasil, a competência ainda é da jurisdição nacional. Ademais, diferentemente do que entendeu o D. Juízo de origem, o fato de ter se iniciado a prestação de serviços em país estrangeiro não afasta a incidência da jurisdição brasileira, pois, nítido que o núcleo da relação jurídica se iniciou e se desenvolveu sob a abrangência da Legislação Pátria. No caso concreto, conforme se depreende do depoimento prestado pela testemunha da ré Sra. Bianca Chaves de Souza, fls. 147/148, houve a pré-contratação da reclamante no Brasil e a formalização do pacto, ainda que ultimada no exterior, não exclui a aplicação da lei nacional. TRT-2 - Inteiro Teor. RECURSO ORDINÁRIO: RO 19530920105020441 SP 00019530920105020441 A28 Data de publicação: 11/11/2014

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Ainda que a prestação do serviço tenha ocorrido em agência ou filial no exterior, é competente a Justiça do Trabalho brasileira, caso não haja previsão em convenção ou tratado internacional em sentido diverso. Sendo o caso de ajuizar a ação no foro do local da contratação do empregado, da sede ou filial da empresa no Brasil. A previsão exige que o empregado seja brasileiro. Todavia, de acordo com o art. 5º, caput, da CF poderá também o estrangeiro residente no Brasil. Nesse sentido prevê o art. 21 do CPC que é competente à autoridade judiciária brasileira para processar e julgar as ações em que:

I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.

Será domicilio no Brasil da pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal. Desse modo, se o réu for pessoa jurídica estrangeira, mas que tenha agência, filial ou sucursal no Brasil, a ação trabalhista pode ser aqui ajuizada, na forma do art. 651, § 2º, da CLT, c/c art. 21, inciso I, do CPC. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que as partes, expressa ou tacitamente, submeterem-se à jurisdição nacional (art. 22, inciso III, do CPC). Empregador SEM SEDE ou FILIAL no Brasil.

Art. 12 da Lei nº 7.064/82 - A contratação de trabalhador, por empresa estrangeira, para trabalhar no exterior está condicionada à prévia autorização do Ministério do Trabalho. Art. 13 - A autorização a que se refere o art. 12 somente poderá ser dada à empresa de cujo capital participe, em pelo menos 5% (cinco por cento) pessoa jurídica domiciliada no Brasil.

Jurisprudência:

COMPETÊNCIA. CONTRATAÇÃO DE BRASILEIRO PARA TRABALHAR NO EXTERIOR. A competência da Justiça brasileira para julgar ação de trabalhador brasileiro contratado no Brasil, por empresa estrangeira, para prestar serviços no exterior, é regida pelo disposto no artigo 651, § 2º, da CLT, ainda que a empresa contratante não tenha filial ou agência no território nacional, pois a norma imperativa brasileira impõe a essas empresas a obrigatoriedade de terem domicílio no Brasil e percentual acionário nacional, nos termos dos artigos 12, 13, 19 e 20 da Lei 7.064 /82. Preliminar rejeitada. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 01759200903503003 0175900-68.2009.5.03.0035 (TRT-3) Data de publicação: 03/03/2011

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O dispositivo fixa a competência (instituto de direito processual) brasileira, mas, não estabelece, desde logo, que o contrato será regido pelo Direito material brasileiro. Princípio de Direito Internacional: “Locus regit actum”. Por regra geral, o contrato é regido pelas normas vigentes no local de sua execução.

Súmula nº 207 do TST. CONFLITOS DE LEIS TRABALHISTAS NO ESPAÇO. PRINCÍPIO DA "LEX LOCI EXECUTIONIS" (cancelada) A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação.

Art. 1º da Lei nº 7.064/82 - Esta Lei regula a situação de trabalhadores contratados no Brasil ou transferidos por seus empregadores para prestar serviço no exterior.

Jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. EMPREGADO CONTRATADO NO BRASIL. LABOR EM NAVIO DE CRUZEIRO INTERNACIONAL. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. Consta da decisão recorrida que o reclamante foi recrutado, contratado e treinado no Brasil para trabalhar em águas do território nacional e no exterior, conforme depoimento da testemunha utilizado como prova emprestada. Assim, concluiu o Regional pela aplicabilidade da legislação brasileira - a Lei nº 7.064/1982, a qual dispõe sobre a situação de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar serviços no exterior, em observância ao princípio da norma mais favorável, que direciona o conflito de direito internacional privado. (AIRR - 130238-89.2014.5.13.001, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 28/09/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/09/2016)

Caso Específico:

OJ nº 416 da SDI-1. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.

Jurisprudência:

RECURSO DE REVISTA. ORGANISMO INTERNACIONAL. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 416 DA SBDI-1. A imunidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) é assegurada na Convenção sobre privilégios e Imunidades das Nações Unidas, adotada em nosso País pelo Decreto 27.784 /50. Desse modo, existe imunidade de jurisdição a beneficiar o Organismo Internacional e, não havendo renúncia expressa, impõe-se o seu reconhecimento. Recurso de revista conhecido e provido. TST - RECURSO DE REVISTA RR 21120105100003 (TST) Data de publicação: 29/10/2015

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Decisão Interlocutória – Acolhimento de Exceção de Incompetência em Razão do Local:

Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Art. 799, § 2º, da CLT - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final.

Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO CONTRA DECISÃO QUE JULGOU EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. CONHECIMENTO. Tratando-se de decisão interlocutória que acolhe exceção de incompetência territorial, declinando competência para local que esteja sob a jurisdição de outro Tribunal Regional do Trabalho, como é o caso dos autos, é cabível a interposição imediata de recurso ordinário, nos termos da Súmula nº 214 do C. TST. INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR AFASTADA. A situação dos autos é análoga àquela descrita no § 1º do art. 651 da CLT, considerando que o reclamante prestou serviços em diversas localidades, em condições de trabalho idênticas às do viajante comercial. Determina-se o retorno do processo áquela Vara para prosseguimento do feio. TRT-15 - Recurso Ordinário RO 599 SP 000599/2011 (TRT-15) Data de publicação: 14/01/2011

TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL - COMPETÊNCIA

Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.

São títulos executivos extrajudiciais:

Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho E os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.

NOVIDADE REFORMA TRABALHISTA AUTOCOMPOSIÇÃO

CAPÍTULO III-A DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. § 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.

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§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de suacategoria. Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6ºdo art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8ºart. 477 desta Consolidação. Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA Antes de iniciarmos o estudo de modificações de competência, devemos analisar se esta competência é absoluta ou relativa. A distribuição de competência se dá em virtude do interesse público na maioria das vezes, ou pela comodidade das partes, em outras ocasiões. Absolutas Matéria Função Pessoa Absolutas: São Improrrogáveis; Podem ser declaradas ex officio. Podem ser argüidas em qualquer Instância ou grau de Jurisdição. Decisão transitada em julgado passível de Ação Rescisória. Relativas Territorial Valor da causa. Relativas: São Prorrogáveis; Não podem ser declaradas ex officio. Dependem de argüição. Art. 337, 5º do CPC/2015. Há preclusão em caso de não argüição; Não é causa de ação Rescisória. 1º - Ocorre a Prorrogação Legal quando houver: Conexão: (Art. 55, CPC/2015): Identidade de objeto ou causa de pedir. Deve ser argüida em defesa, pena de preclusão.

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

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§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.

Jurisprudência:

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO E RECLAMAÇÃO TRABALHISTA CONEXÃO. REUNIÃO DOS FEITOS. Constatando-se a existência de reclamação trabalhista e ação consignatória, conexas, tramitando em Varas do Trabalho distintas, cumpre promover-se a reunião dos feitos para que sejam julgados, simultaneamente, pelo juízo prevento, como determina o art. 105 , do CPC , norma de ordem pública a cujo cumprimento não pode haver tergiversação. RECURSO ORDINÁRIO da reclamada conhecido e parcialmente provido, anulando-se a sentença recorrida e determinando-se a reunião dos feitos, no juízo prevento, para julgamento em conjunto. TRT-7 - RECURSOS ORDINÁRIOS 766008820045070006 CE 0076600-8820045070006 (TRT-7) Data de publicação: 05/09/2005

2º - Ocorre a Prorrogação Legal quando houver: Continência: (Art. 56, CPC/2015): Identidade de parte e causa de pedir. Objeto de uma abrange o objeto da outra.

Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.

Jurisprudência:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CONTINÊNCIA. SENTENÇA. Embora haja continência entre ações em curso, não há interesse processual na reunião dos feitos se um deles já conta com sentença. Inteligência do art. 105, do CPC e da Súmula nº 235 do STJ TRT-2 - Conflito de Competência CC 00117010125201350225 SP 0011701-0125-201-35-02-25 (TRT-2) Data de publicação: 26/02/2014

CONTINÊNCIA ENTRE AS AÇÕES - FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA - DATA DA DISTRIBUIÇÃO. Há continência entre as ações. A primeira foi distribuída em 17.10.2011 para o juízo da 29ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro e a segunda para o juízo suscitante em 03.08.2012. O objeto da RT nº 0001014-28.2012.5.01.0072 (juízo suscitante) é mais amplo e abrange o objeto da RPS 0001320-63.2011.5.01.0029. Sendo assim, devem as ações serem reunidas para que sejam julgadas simultaneamente no juízo que recebeu a primeira ação. No caso o juízo suscitado. Conflito de competência que se julga procedente. TRT-1 - Conflito de Competência CC 00088019620135010000 RJ (TRT-1) Data de publicação: 27/05/2014

Nesta hipótese, o Juíz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte, a reunião das ações. 3º - Ocorre a Prorrogação Voluntária quando: Trata-se da prorrogação que obriga herdeiros e sucessores.

Page 21: AULA (COMPETÊNCIA 2/2) - Faculdade Legale · TRT da 2.ª Região (com sede em São Paulo) como ao TRT da 15.ª Região (com sede em Campinas), a competência é originária do TRT

Houver eleição de foro (art. 63, CPC/2015). Não existe no Direito do Trabalho. IN 39 do TST.

Art. 2°, IN 39 do TST - Sem prejuízo de outros, NÃO SE APLICAM AO PROCESSO DO TRABALHO, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: I - art. 63 (modificação da competência territorial e eleição de foro);

4º - Ocorre a Prorrogação Tácita quando: A ação for proposta por Juízo incompetente em razão do lugar e a outra parte não apresentar exceção de incompetência, o que equivale à prorrogação tácita. Não se considera a prevenção como fator de modificação de competência. “Prae-venire” significa “chegar primeiro”. A prevenção apenas destaca um Juiz competente de todos os demais. Dá-se prevenção ao Juízo que recebeu a primeira causa por distribuição. Ocorre prevenção mesmo que a ação anterior tenha sido arquivada ou julgada extinta sem resolução do mérito. Preservação do Princípio do Juiz Natural.