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CURSO ON-LINE DIREITO CONSTITUCIONAL TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 03 4.2 Habeas corpus, mandado de segurana, mandado de injunªo e habeas data. I. DIFEREN˙A ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E REMDIOS CONSTITUCIONAIS ---- 3 II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA ----------------------------------------------------------------------- 5 III. HABEAS CORPUS (HC) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 IV. HABEAS DATA (HD) -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22 V. MANDADO DE SEGURAN˙A (MS) --------------------------------------------------------------------------------- 30 VI. MANDADO DE SEGURAN˙A COLETIVO (MSC) ------------------------------------------------------------ 42 VII. MANDADO DE INJUN˙ˆO (MI) ------------------------------------------------------------------------------------- 51 VIII. A˙ˆO POPULAR (AP)------------------------------------------------------------------------------------------------------ 67 IX. QUESTES DA AULA ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 78 X. GABARITO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 85 XI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA---------------------------------------------------------------------------------------86 OlÆ futuros Analistas JudiciÆrios do TJDF! Prontos para trabalhar em um dos melhores tribunais do Poder JudiciÆrio e para o SEU salÆrio de R$ 7.566,41? Estªo estudando como eu ensinei na aula inaugural? E os resultados? Tenho certeza de que estªo melhorando! E tambØm estou certo de que eles serªo cada vez melhores! Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 4.2 Habeas corpus, mandado de segurana, mandado de injunªo e habeas data. Somente por desencargo de consciŒncia, estou colocando tambØm a aªo popular, apesar de nªo ter sido expressamente pedida no edital. Como sempre, faremos muitos exerccios para que vocŒ treine muito e tenha uma visªo de todos os ngulos da matØria: serªo 56 questıes comentadas! Comearemos com a parte terica e os exerccios virªo na medida em que a matØria for explicada. Ao responder as questıes, leia todos os comentÆrios, pois foram feitas vÆrias observaıes alØm da mera resoluªo da questªo.

Aula constitucional 03

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    Aula 034.2 Habeas corpus, mandado de segurana, mandado de injuno e habeas data.

    I. DIFERENA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E REMDIOS CONSTITUCIONAIS ---- 3

    II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA ----------------------------------------------------------------------- 5 III. HABEAS CORPUS (HC) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 IV. HABEAS DATA (HD) -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22 V. MANDADO DE SEGURANA (MS) --------------------------------------------------------------------------------- 30

    VI. MANDADO DE SEGURANA COLETIVO (MSC) ------------------------------------------------------------ 42 VII. MANDADO DE INJUNO (MI) ------------------------------------------------------------------------------------- 51 VIII. AO POPULAR (AP) ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 67 IX. QUESTES DA AULA ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 78

    X. GABARITO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 85 XI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA --------------------------------------------------------------------------------------- 86

    Ol futuros Analistas Judicirios do TJDF!

    Prontos para trabalhar em um dos melhores tribunais do Poder Judicirio e para o SEU salrio de R$ 7.566,41?

    Esto estudando como eu ensinei na aula inaugural? E os resultados? Tenho certeza de que esto melhorando! E tambm estou certo de que eles sero cada vez melhores!

    Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 4.2 Habeas corpus, mandado de segurana, mandado de injuno e habeas data. Somente por desencargo de conscincia, estou colocando tambm a ao popular,apesar de no ter sido expressamente pedida no edital.

    Como sempre, faremos muitos exerccios para que voc treine muito e tenha uma viso de todos os ngulos da matria: sero 56 questes comentadas!

    Comearemos com a parte terica e os exerccios viro na medida em que a matria for explicada. Ao responder as questes, leia todos os comentrios, pois foram feitas vrias observaes alm da mera resoluo da questo.

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    Na aula de hoje, teremos APENAS 39 pginas de contedo (teoria). O restante das pginas dividido entre exerccios comentados, MUITOS esquemas e uma lista com as questes da aula. Dessa forma, apesar de o nmero de pginas ser elevado, a leitura do material bastante rpida e agradvel!

    Voc notar que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente repetidos nos comentrios das questes. Isso no por acaso! Sugiro que voc os revise vrias vezes, para internalizar o conhecimento.

    Caso tenham alguma dvida, mandem-na para o frum ou para o email [email protected].

    Vamos ento nossa aula!

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    I. DIFERENA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E REMDIOS CONSTITUCIONAIS

    Caro aluno, ns j estudamos vrios direitos at aqui: os direitos individuais ecoletivos, os sociais, os polticos, os de nacionalidade etc. Pois bem, os direitos so justamente esses bens e vantagens prescritos na Constituio.

    Mas o que acontece se algum tem o direito, mas por algum motivo no consegue exerc-lo? Para isso servem as garantias: elas so os instrumentos que asseguram o exerccio dos direitos.

    OBSERVAO: Muitas vezes, as bancas, os autores e os professores utilizam essas expresses (direitos e garantias) como sinnimas. At porque essa linha, s vezes, bem tnue. Assim, muito dificilmente, as bancas vo considerar incorreta uma questo somente por conta dessa divergncia (chamar direito de garantia e vice-versa).

    J os remdios so espcies de garantias e podem ser divididos em remdios administrativos e remdios judiciais.

    Os remdios administrativos so instrumentos assegurados pessoa para que ela consiga exercer seus direitos sem precisar recorrer ao Poder Judicirio.Assim, o dono do direito consegue exerc-lo utilizando-se simplesmente da via administrativa. Dois remdios administrativos previstos na Constituio so: odireito de petio e o direito de certido. Somente para relembrar:

    Art. 5, XXXIV - so a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

    a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

    b) a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal;

    J os remdios judiciais so os instrumentos que possibilitam que algum exera seu direito, mas deve-se recorrer ao Poder Judicirio. Assim, eles so aes especficas para que algum alcance ou exera algum direito que possui e que est sendo violado. Os remdios judiciais previstos na CF so os seguintes:

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    x Habeas Corpus (HC), x Habeas Data (HD), x Mandado de Segurana (MS), x Mandado de Segurana Coletivo (MSC), x Ao Popular (AP) e o x Mandado de Injuno (MI).

    Vamos estudar agora cada um deles. Mas somente para que fique mais claro, quando falamos de esfera judicial e esfera administrativa, bastante interessante que voc entenda perfeitamente o que isso significa:

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    II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA

    Quando falamos em esfera administrativa, estamos falando em ADMINISTRAO PBLICA, ou seja, os rgos pblicos em geral, como a Receita Federal, INSS, CGU, DETRAN, Ministrios etc.

    J quando falamos em esfera judicial, estamos nos referindo especificamente ao Poder Judicirio exercendo sua funo tpica. Duas consideraes:

    1- Um Tribunal, se estiver exercendo a atividade tpica do Poder Judicirio, ou seja, provendo a prestao jurisdicional, ser considerado esfera judicial. No entanto, se o mesmo Tribunal estiver exercendo atividade tipicamente administrativa (ex. realizando uma licitao), ser considerado esfera administrativa.

    2- Para facilitar a diviso dos trabalhos, o Poder Judicirio (enquanto funo tpica) dividido em duas grandes reas: civil e penal. Tanto a esfera civil quanto a penal so parte do Poder Judicirio (na esfera judicial).Guarde essas informaes, pois sero importantes para daqui a pouco.

    Esquematizando:

    x Diferenas entre Direitos, Garantias e Remdios Constitucionaiso Direitos: bens e vantagens prescritos na CFo Garantias: Instrumentos que asseguram o exerccio dos direitos.o Remdios: Espcie de garantia

    Remdios Administrativos - Direito de certido- Direito de petio

    Judiciais - Habeas Corpus (HC)- Habeas Data (HD) - Mandado de Segurana (MS)- Mandado de Segurana Coletivo (MSC)- Ao Popular (AP)- Mandado de Injuno (MI)

    o Esfera - Judicial - Civil- Penal

    - Administrativa

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    III.HABEAS CORPUS (HC)

    A Constituio dispe em seu art. 5, LXVIII: conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder.

    Assim, o habeas corpus uma ao usada para proteger o direito de ir e vir, o direito de liberdade. Os dois marcos histricos dessa ao so datados de 1215 com o Rei Joo Sem Terra e de 1679 com o Habeas Corpus Act.

    O HC uma ao penal (lembre-se: dentro da esfera judicial e, dentro dessa, da rea penal) e de procedimento especial. Justamente por proteger um dos direitos mais crticos do ser humano, a liberdade, o HC uma ao de procedimento mais rpido do que as aes comuns (rito sumrio).

    Essa ao possui algumas figuras importantes:

    i. Quem entra com a ao.

    ii. Contra quem se entra com a ao.

    iii. Em favor de quem se entra com a ao, ou seja, quero proteger a liberdade de quem?.

    Cada uma dessas figuras possui um nome diferente e algumas caractersticas e so importantes para a sua prova. Vamos a elas.

    1. IMPETRANTE

    O impetrante o nome de quem entra com a ao, o legitimado ativo para entrar com o habeas corpus.

    Assim, pode-se entrar com habeas corpus para proteger o direito de liberdade prprio ou de terceiros. Alm disso, qualquer pessoa ( qualquer pessoa mesmo!) pode entrar com essa ao: pessoa fsica, jurdica, nacional, estrangeira, capaz ou no, Ministrio Pblico... Assim, um menor de idade ou um deficiente mental podem impetrar um habeas corpus.

    Dica:

    Em direito, quem pode entrar com a ao se chama legitimado ativoe contra quem se entra com a ao se chama legitimado passivo.

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    Na ao do habeas corpus, como o direito protegido um direito altamente sensvel, existem excees a algumas regras adotadas pelo Poder Judicirio. Observe:

    a) Uma regra em direito que o Poder Judicirio no pode dar o que a pessoa no pede (vinculao ao pedido). Observe o art. 2 do Cdigo de Processo Civil: Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

    Assim, se algum tem direito a 10, mas, ao entrar no judicirio, s pede 2, essa pessoa s poder ganhar 2 (aquilo que pediu). No entanto, no habeas corpus, o juiz pode agir de ofcio (por conta prpria) econceder o HC mesmo sem ningum ter pedido.

    b) Outra regra em direito que as partes devem ser sempre representadas por advogado, pois este o nico que tem a capacidade postulatria(capacidade de agir em juzo). No entanto, para amplificar a proteo liberdade, no HC, no se precisa de advogado.

    c) Mais uma importante regra em direito que devem ser cumpridas vrias formalidades processuais e instrumentais. Como exemplo, observe o art. 282 do Cdigo de Processo Civil (no precisa saber esse artigo para a sua prova de Direito Constitucional, ok? s para exemplificar):

    Art. 282. A petio inicial indicar:I - o juiz ou tribunal, a que dirigida;II - os nomes, prenomes, estado civil, profisso, domiclio e residncia do autor e do ru;III - o fato e os fundamentos jurdicos do pedido;IV - o pedido, com as suas especificaes;V - o valor da causa;VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;VII - o requerimento para a citao do ru.

    No habeas corpus, no existe qualquer formalidade processual ou instrumental. Pode-se entrar com a petio inicial escrita em um papel de po, que ela dever ser analisada pelo Poder Judicirio.

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    2. PACIENTE

    O paciente a pessoa em favor de quem se entra com o habeas corpus. Como paciente, s se admite que sejam pessoas fsicas (pessoas de carne e osso).Assim, no cabe o HC para proteger pessoa jurdica, pois o direito de liberdade no se aplica a elas.

    x Exemplificando: pessoa jurdica Coca-Cola. o Quem tem direito liberdade o diretor da empresa (pessoa

    fsica) e no a Coca-Cola (pessoa jurdica).

    o Quem pode ir e vir um funcionrio da fbrica (pessoa fsica) eno a Coca-Cola (pessoa jurdica).

    Entenderam porque o direito de liberdade / ir e vir no se aplica s pessoas jurdicas?

    Cabe ressaltar que as pessoas jurdicas podem cometer crimes (ambientais, por exemplo), mas no podem ser apenadas com o cerceio da liberdade (HC 92.921/BA).

    3. IMPETRADO

    O impetrado o legitimado passivo da ao, ou seja, contra quem se entra com a ao. O legitimado passivo pode ser autoridade pblica que cometa ilegalidade ou abuso de poder ou o particular que cometa ilegalidade.

    Assim, observe que o HC pode ser impetrado contra PARTICULAR para cessar uma coao ilegal!

    Exemplo 1: reteno ilegal de paciente em hospital particular em que se encontra internado at que seja paga a conta. Cabe o HC, pois a reteno ilegal e lesa o direito de ir e vir.

    Exemplo 2: reteno, pelo empregador, de trabalhador em imvel rural para pagamento de eventuais dvidas. Tambm cabe o HC, pois a reteno ilegal e lesa o direito de ir e vir.

    No confundir o HC impetrado contra particular com Mandado de Segurana contra particular no exerccio de funo pblica (a ser estudado mais frente).

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    Esquematizando:HABEAS CORPUS (HC)

    x art. 50, LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou

    abuso de poder;

    x Direito protegido: Ir e vir direito de 1a geraox Origem - 1215 Rei Joo-Sem-Terra

    - 1679 habeas corpus act

    x Natureza: Penal e procedimento especial (Alexandre de Moraes)x Impetrante - Quem entra com a ao

    (Legitimado - Para si ou 3 ativo) - Qualquer um - Pessoa fsica ou jurdica

    - Nacional ou estrangeiro- MP- Capaz ou no

    - Juiz concede de ofcio- No precisa de advogado- No tem qualquer formalidade processual ou instrumental

    x Paciente - Pessoa em favor da qual se entra com HC- Somente pessoa fsica - No cabe HC para proteger pessoa jurdica

    - Pessoa jurdica comete crime (ambiental), mas no pode ser apenada com cerceio da liberdade (HC 92.921/BA)

    x Impetrado - Autoridade coatora(Legitimado - Pode ser - Pblica ilegalidade ou abuso de poder

    Passivo) - Particular - ilegalidade

    Pode ser impetrado contra PARTICULAR para cessar uma coao ilegal!!!Ex: hospital psiquitricoEx: reteno de paciente em hospital particular em que se encontra internado at que seja paga a contaEx: a reteno, pelo empregador, de trabalhador em imvel rural para pagamento de eventuais dvidas.

    No confundir o HC impetrado contra particular com Mandado de Segurana contra particular no exerccio de funo pblica

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    4. OUTRAS CARACTERSTICAS DO HABEAS CORPUS

    O habeas corpus pode ser usado para proteger a liberdade de algum antes ou depois desse direito ser indevidamente violado. Assim, se algum j teve sua liberdade indevidamente restrita, o HC se chama repressivo ou liberatrio. Por outro lado, quando algum est prestes a ter sua liberdade indevidamente violada, o HC ser chamado de preventivo ou salvo conduto. Alm disso, cabvel desistncia do HC.

    Para garantir uma maior proteo a esse direito sensvel, o HC sempre gratuito e cabvel contra ato omissivo ou comissivo. Um ato omissivo uma omisso, um no fazer, um ato negativo. J o ato comissivo um agir, um fazer, um ato positivo.

    x Exemplo de ato comissivo: uma ordem de priso ilegal expedida por um juiz;x Exemplo de ato omissivo: um juiz que deveria mandar soltar algum e no o faz, mantendo algum preso ilegalmente.

    Outra informao importante que o habeas corpus cabvel contra ofensa direta ou indireta ao direito de liberdade (lembre-se: a ideia que esse direito seja protegido da forma mais ampla possvel).

    x Ofensa direta: quando um ato atenta diretamente contra a liberdade de algum. Ex: uma ordem de priso irregular.

    x Ofensa indireta: quando um ato no restringe diretamente a liberdade, mas pode levar, futuramente, violao indevida. Ex: um inqurito policial ou uma ao penal que possuem algum vcio. Eles no atingem diretamente a liberdade, mas se forem levadas adiante com o vcio podem, futuramente, atingi-la de forma indevida.

    Dessa forma, cabe HC para trancar ao penal ou inqurito policial; no se depor em CPI; impugnar quebra de sigilo telefnico e de dados ou quebra de sigilo bancrio, desde que se esteja em mbito criminal e se possareflexamente culminar na restrio da liberdade. Por outro lado, se a quebra do sigilo bancrio estiver em mbito administrativo, no cabe HC uma vez que esse procedimento no poder atingir a liberdade de algum.

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    Esquematizando:

    x Espcies de HC - Repressivo ou liberatrio- Preventivo ou salvo conduto

    x Gratuitox Cabe contra ato comissivo ou omissivox Cabe desistncia

    x DIRETAx INDIRETA, - Trancar ao penal ou inqurito policial

    REFLEXA OU - No depor em CPIPOTENCIAL - Impugnar quebra do sigilo telefnico/dados

    - Impugnar quebra de sigilo bancrio mbito criminal e puder reflexamente culminar na restrio da liberdade: Cabe HC mbito administrativo: No cabe HC

    5. LIMINAR/CAUTELAR EM HABEAS CORPUS

    Meu amigo e futuro Analista Judicirio do TJDF, voc concorda que, em regra, julgar uma ao nem sempre uma coisa rpida? Veja bem: o juiz tem que ouvir as partes, produzir as provas necessrias, ouvir as testemunhas etc. Uma ao no judicirio geralmente bastante trabalhosa e demorada.

    No entanto, existem situaes em que a prestao jurisdicional deve ser feita imediatamente e, se no o for, o direito vai se perder. Para esses casos, existeo instituto da liminar ou cautelar.

    Imagine a seguinte situao: um aluno que acabou de passar no vestibularest sendo indevidamente impedido de realizar a matrcula em umauniversidade pblica. Ora, se ele no realizar a matrcula imediatamente, o semestre comear e o aluno ficar prejudicado. De nada adiantaria que o juiz desse ganho de causa a esse aluno daqui a um ano. Mesmo tendo ganhado a ao, ele j teria perdido um ou dois semestres de qualquer forma.

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    Por outro lado, o Poder Judicirio no pode julgar uma causa s pressas, sem o devido cuidado. Nesses casos, o juiz concede a liminar (ou cautelar). como se o juiz falasse assim: v exercendo o direito enquanto eu julgo melhor a ao.

    Importante ressaltar que a concesso da liminar no significa que a pessoa j ganhou a ao. O julgamento pode ser contrrio ou a favor de quem ganhou a liminar.

    Importante ressaltar tambm que, para que seja concedida a cautelar, em qualquer ao do judicirio, so necessrios dois requisitos:

    x Periculum in mora ou perigo na demora: para que seja concedida a liminar, fundamental que haja o perigo na demora, em outras palavras, se o judicirio no decidir agora, no adianta mais (o direito ter perecido).

    x Fumus boni juris ou fumaa do bom direito: para que seja concedida a cautelar, necessrio tambm que a pessoa parea estar certa. Assim, no necessrio que a causa seja julgada nos mnimos detalhes, mas preciso que, o ganhador da liminar aparentemente tenha razo.

    Explicado o que uma cautelar, voc deve saber que possvel a concesso de liminar na ao do habeas corpus, desde que estejam presentes os dois requisitos: periculum in mora e o fumus boni juris.

    6. HIPTESES ONDE NO CABE HABEAS CORPUS

    Muitas questes de prova podem ser resolvidas com duas simples regrinhas eque j no so mais novidade para ns:

    1- Somente cabe HC para proteger o direito de liberdade e, se no h violao ao direito de liberdade, no caber o habeas corpus.

    2- Somente cabe HC se a restrio de liberdade for irregular. Se a priso ou o procedimento forem legais, obviamente no caber HC.

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    Assim, com essas duas regrinhas, voc ser capaz de resolver praticamente todas as questes de prova sobre o cabimento ou no de habeas corpus. Oesquema abaixo traz as questes mais comuns de prova:

    - Impeachment por crime de responsabilidade deciso poltica e no pe em risco o direito de ir e vir

    - Determinao de suspenso de direitos polticos no afeta o direito de liberdade

    - Deciso ADMINISTRATIVA de carter disciplinar (advertncia, suspenso...) ou paratrancar o processo administrativo (HC 100.664/DF) no afeta o direito de liberdade

    - Deciso condenatria pena de MULTA no afeta o direito de liberdade

    - Deciso em processo criminal onde a pena de multa a nica cominada no afeta o direito de liberdade

    - (Smula 693)

    - Quebra de sigilo telefnico, bancrio ou fiscal se NO puder resultar em pena privativa de liberdade

    - Condenao criminal quando j extinta a pena privativa de liberdade (Smula 695) no afeta o direito de liberdade

    - Questionar - Afastamento ou perda de cargo pblico- Excluso de militar- Perda de patente ou funo pblica

    - Sequestro de bens imveis

    - Dirimir controvrsia de guarda de filhos menores

    - Inqurito policial, desde que presentes os requisitos legais (indcios de autoria e materialidade)

    - Para tutelar direito de reunio no afeta o direito de liberdade

    - Discutir o mrito de punies disciplinares militares - Cabe o HC para discutir a legalidade (HC 70.648/RJ)

    - Como sucedneo da reviso criminal (no pode ser usado para desfazer sentena transitada em julgado)

    - Decises do STF (turmas ou plenrio) eles representam o prprio STF

    Regra 1- Se no ameaa a LIBERDADE: NO CABE HC2 - Se a priso ou o procedimento que possa levar priso forem legais / regulares: NO CABE HC

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    7. PRINCIPAIS COMPETNCIAS PARA JULGAMENTO DE HC

    Via de regra, as competncias para julgamento da ao do habeas corpus so em razo da autoridade coatora, ou seja, quem julga a ao depende do legitimado passivo (do impetrado).

    As competncias para julgamento do habeas corpus esto previstas nos artigos. 102, 105, 108, 109 e 121 da Constituio e, infelizmente, no conheo uma maneira diferente de estud-las a no ser o bom e glorioso decoreba. Vamos aos esquemas para facilitar a nossa vida:

    x Principais competncias para julgamento de HCo Regra: de acordo com a autoridade coatora, mas h exceeso Arts. 102 + 105 + 108 + 109 +121

    - Quando o - Presidente da Repblica PACIENTE for - Vice-Presidente da Repblica

    - Membros do CN (deputados e senadores)- Ministros do STF- Pocurador-Geral da Repblica- Ministro de Estado ou Comandantes das Foras Armadas

    - (aqui paciente. Se for coator ser o STJ)- Membros dos - Tribunais Superiores

    - TCU- Chefes misso diplomtica de carter permanente

    - Quando o - COATOR for Tribunal Superior

    - COATOR ou PACIENTE for autoridade ou funcionrio cujos atos estejam sujeitos diretamente jurisdio do STF ou se trate de crime sujeito mesma jurisdio em uma nica instncia;

    HC decidido em nica instncia por Tribunal Superior e a deciso for DENEGATRIA

    Originria

    STF

    Em recurso ordinrio

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    - quando o COATOR - Governadorou PACIENTE for - Desembargador de TJ Estadual

    - Membros de - TCE- TRF- TRE - TRT- TC dos M- MPU que oficiem perante os tribunais

    - quando o COATOR - Tribunal sujeito jurisdio do STJ- MinE, Comandante das foras armadas

    - (aqui coator. Se for paciente ser o STF)- Ressalvada a Justia Eleitoral

    - HC decidido em nica ou ltima instncia pelos TRFsou TJ Estaduais, quando a deciso for DENEGATRIA

    quando o COATOR for Juiz Federal

    deciso de Juiz Federal ou Juiz Estadual no exerccio da competncia federal

    Julgar HC em matria criminal de sua competncia ou quando constrangimento vier de autoridade cujos atos no estejam diretamente sujeitos a outra jurisdio

    9 Entre outros (art. 121, 3 e 4, V + 105, I, c: justia eleitoral)

    Originria

    STJ

    Em recurso ordinrio

    TRF

    Originria

    Em recurso ordinrio

    Juiz Federal

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    EXERCCIOS

    1. (CESPE - 2012 - TJ-RR Administrador) As pessoas jurdicas so destinatrias dos direitos e das garantias fundamentais constantes da Constituio Federal, inclusive de mandado de segurana, habeas data e habeas corpus.

    Vamos ver quais institutos trazidos pela questo se aplicam a pessoas jurdicas:

    - Direitos e garantias fundamentais (regra geral): sim;

    - Mandado de segurana: sim;

    - Habeas data: sim;

    - Habeas corpus: no! O HC serve para tutelar o direito de locomoo. Isso no se aplica, obviamente a pessoas jurdicas (voc consegue pensar em uma empresa ou entidade se locomovendo?)

    Gabarito: Errado

    2. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justia) Caracteriza-se como repressivo o habeas corpus impetrado por algum que se julgue ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo por ilegalidade ou abuso de poder.

    O HC preventivo ocorre quando o direito de locomoo est sendo ameaado, enquanto o repressivo ocorre quando aquele direito j foi lesado.

    Gabarito: Errado.

    3. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justia) A jurisprudncia do STF no admite impetrao de habeas corpus em favor de pessoa jurdica, ainda que esta figure como r em ao de crime contra o meio ambiente.

    Isso mesmo. A pessoa jurdica pode at ser r em uma ao criminal. No entanto, como o direito de locomoo no aplicvel a elas, no cabvel o Habeas Corpus em favor de pessoa jurdica. Imagine s a coca-cola sendo presa!!

    Gabarito: Certo.

    4. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justia) Considere que um veculo de comunicao seja proibido, por deciso judicial, de divulgar matria

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    desfavorvel ao autor da ao, sendo a proibio estendida a blogues, pginas pessoais, redes sociais e outros stios da Internet. Considere, ainda, que um cidado, sentindo-se coagido na sua liberdade de navegar na Internet, impetre habeas corpus a fim de garantir sua liberdade de locomoo nessa rede mundial de comunicao. Nessa situao, de acordo com o entendimento do STF, a referida deciso, de fato, viola o livre trnsito do impetrante no mundo virtual, estando a demanda no mbito de proteo do habeas corpus.

    A no galera! O HC serve para proteger a liberdade de locomoo / de ir e vir (a fsica). No tem esse papo de locomoo virtual no!

    Gabarito: Errado.

    5. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justia) Segundo a jurisprudncia dominante do STF, cabvel habeas corpus contra deciso condenatria pena de multa.

    A multa, apesar de afetar o rgo mais sensvel do corpo humano (o bolso rsrsrs) no afeta a liberdade de ir e vir, no cabendo HC contra ela.

    Gabarito: Errado.

    6. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Pblico) No cabvel habeas corpus para impugnar os pressupostos de legalidade de punio disciplinar militar, ainda que no se questione o mrito desta.

    O Habeas Corpus no cabvel para impugnar (contestar) o mrito das punies disciplinares militares. No entanto, ele pode sim ser usado para contesta a legalidade dessas punies.

    Gabarito: Errado.

    7. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscpico) possvel a impetrao de habeas corpus contra um hospital particular que esteja privando um paciente do seu direito de liberdade de locomoo.

    A autoridade coatora no habeas corpus pode ser tanto o Estado (por ilegalidade ou abuso de poder) quanto o particular (por ilegalidade). No que o HC no protege o direito de liberdade contra atos de particular com abuso de poder. Ocorre que o particular no comete

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    abuso de poder, pois somente as autoridades pblicas podem praticaresse ilcito.

    No exemplo trazido pela questo, o hospital est ferindo indevidamente a liberdade de locomoo do indivduo, sendo cabvel o HC.

    Gabarito: Certo.

    8. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Pblico) O habeas corpus, destinado a garantir a liberdade de locomoo do indivduo, foi uma inovao da CF.

    Os dois marcos histricos dessa ao so datados de 1215 com o Rei Joo Sem Terra e de 1679 com o Habeas Corpus Act. O Habeas Corpus j estava presente em outras constituies brasileiras desde 1891.

    Gabarito: Errado.

    9. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) Admite-se impetrao de habeas corpus contra um hospital particular que prive um paciente do seu direito de liberdade de locomoo.

    O habeas corpus pode ser impetrado contra autoridade pblica quando h ilegalidade ou abuso de poder, ou ainda contra particular, no caso de ilegalidade. Dessa forma, cabe o habeas corpus sempre que a liberdade de locomoo de algum estiver sendo indevidamente violada, no importando se a autoridade coatora pblica ou particular.

    Gabarito: Certo.

    10.(CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Pblico) Joo foi preso em flagrante enquanto caminhava noite, nas proximidades de sua casa. Antes de ser encaminhado delegacia, Joo foi levado sua residncia pelos policiais, que a revistaram, l encontrando trinta papelotes de cocana, algumas pedras de crack, uma balana de preciso e trs mil reais em espcie. Conduzido delegacia, Joo foi interrogado e autuado por trfico ilcito de entorpecentes. Caso detecte alguma ilegalidade na priso, o juiz dever conceder a Joo a liberdade provisria.

    Caso haja alguma ilegalidade na priso de algum cabvel o Habeas Corpus e no a liberdade provisria. A questo tentou confundir o

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    candidato com outro dispositivo constitucional: art. 5, LXVI ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana.

    - Impeachment por crime de responsabilidade deciso poltica e no pe em risco o direito de ir e vir

    - Determinao de suspenso de direitos polticos no afeta o direito de liberdade

    - Deciso ADMINISTRATIVA de carter disciplinar (advertncia, suspenso...) ou paratrancar o processo administrativo (HC 100.664/DF) no afeta o direito de liberdade

    - Deciso condenatria pena de MULTA no afeta o direito de liberdade

    - Deciso em processo criminal onde a pena de multa a nica cominada no afeta o direito de liberdade

    - (Smula 693)

    - Quebra de sigilo telefnico, bancrio ou fiscal se NO puder resultar em pena privativa de liberdade

    - Condenao criminal quando j extinta a pena privativa de liberdade (Smula 695) no afeta o direito de liberdade

    - Questionar - Afastamento ou perda de cargo pblico- Excluso de militar- Perda de patente ou funo pblica

    - Sequestro de bens imveis

    - Dirimir controvrsia de guarda de filhos menores

    - Inqurito policial, desde que presentes os requisitos legais (indcios de autoria e materialidade)

    - Para tutelar direito de reunio no afeta o direito de liberdade

    - Discutir o mrito de punies disciplinares militares - Cabe o HC para discutir a legalidade (HC 70.648/RJ)

    - Como sucedneo da reviso criminal (no pode ser usado para desfazer sentena transitada em julgado)

    - Decises do STF (turmas ou plenrio) eles representam o prprio STF

    Regra 1- Se no ameaa a LIBERDADE: NO CABE HC2 - Se a priso ou o procedimento que possa levar priso forem legais / regulares: NO CABE HC

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    Gabarito: Errado.

    11.(CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem) Caso a sentena penal condenatria emanada de juiz militar imponha pena de excluso de militar ou de perda de patente, ser cabvel a utilizao do habeas corpus.

    A pena de excluso de militar ou de perda de patente no fere o direito de locomoo e somente cabvel o Habeas Corpus para proteger o direito de liberdade/locomoo/ir e vir.

    Gabarito: Errado.

    12.(CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem) Caso ocorra, ao fim de um processo penal, a fixao de pena de multa em sentena penal condenatria, ficar prejudicada a utilizao do habeas corpus, haja vista a sua destinao exclusiva tutela do direito de ir e vir.

    Somente cabe o habeas corpus para proteger o direito de liberdade. Assim a pena de multa no fere esse direito, ainda que cominada na esfera penal.

    Gabarito: Certo.

    13.(CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem) Ainda que j extinta a pena privativa de liberdade, cabvel a utilizao de habeas corpus para pedido de reabilitao de paciente.

    Se a pena privativa de liberdade j foi extinta, o direito de liberdade no est mais sendo violado ou ameaado, no sendo cabvel, portanto, o habeas corpus. Lembre-se do esquema:

    Gabarito: Errado.

    14.(CESPE - 2010 - ABIN - Oficial Tcnico De Inteligncia - rea De Direito) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, os aspectos relativos legalidade da imposio de punio constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense, podem ser discutidos por meio de habeas corpus.

    O grande desafio da questo era saber o significado da palavra castrense. Significa referente classe militar. Assim, em regra, no cabe habeas corpus para questionar o mrito de punies disciplinares militares, mas cabe para se discutir a sua legalidade.

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    Gabarito: Certo.

    15.(CESPE/TRT-17/2009) O estrangeiro sem domiclio no Brasil no tem legitimidade para impetrar habeas corpus, j que os direitos e as garantias fundamentais so dirigidos aos brasileiros e aos estrangeiros aqui residentes.

    Uma das caractersticas dos direitos e garantias fundamentais a universalidade, ou seja, so direcionados a qualquer pessoa, fsica ou jurdica, nacional ou estrangeira, residente ou no no pas.

    Alm disso, o habeas corpus, por defender um dos direitos mais importantes (o da liberdade), possui a legitimao ativa mais ampla possvel de todos os remdios constitucionais: pode ser impetrado por QUALQUER UM:

    x Impetrante - Quem entra com a ao(Legitimado - Para si ou 3 ativo) - Qualquer um - Pessoa fsica ou jurdica

    - Nacional ou estrangeiro- MP- Capaz ou no

    - Juiz concede de ofcio- No precisa de advogado- No tem qualquer formalidade processual ou instrumental

    Gabarito: Errado.

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    IV.HABEAS DATA (HD)

    Meus futuros Analistas Judicirios do TJDF, a Constituio dispe em seu art.5, LXXII - conceder-se- "habeas-data":

    a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico;

    b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

    O Habeas data foi adotado pela Constituio de 1988, principalmente, para solucionar um problema bastante comum na poca da ditadura militar: as pessoas no tinham acesso s informaes que os bancos de dados pblicos possuam sobre elas e, quando tinham o acesso, muitas vezes no conseguiam retificar a informao, caso ela estivesse errada. O HD um remdio eminentemente democrtico e veio para que o indivduo pudesse ter conhecimento e/ou consertar as informaes que o poder pblico possui sobre ele.

    Combinando a letra da Constituio com a lei sobre o habeas data (lei n 9.507/97), o HD se presta para:

    1- ACESSAR informaes relativas pessoa do impetrante constante de banco de dados pblico ou de carter pblico.

    Assim, a primeira funo do habeas data que o indivduo tenha acesso s informaes que um banco de dados possui sobre ele. O referido banco de dados pode ser pblico, ou seja, do governo, ou ter carter pblico. Assim, cabe habeas data para que se tenha acesso a um banco de dados particular, mas que possui carter pblico (Ex: SPC/SERASA).

    Por outro lado, se o banco de dados for privado e no possuir carter pblico, no caber HD para que se tenha acesso a ele.

    2- RETIFICAR dados quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

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    Caso a pessoa tenha acesso ao banco de dados, mas no consiga corrigir as informaes que porventura estejam equivocadas, tambm caber o habeas data.

    3- COMPLEMENTAR anotao nos assentamentos do interessado, de contestao ou explicao sobre dado verdadeiro, mas justificvel eque esteja sob pendncia judicial ou amigvel (art. 7, III da Lei no 9.507/97).

    1. INFORMAES GERAIS SOBRE O HABEAS DATA

    Assim como o habeas corpus, o habeas data tambm gratuito. Alm disso, o HD ter sempre natureza individual e civil (enquanto o HC penal), ou seja, no cabe HD coletivo.

    Devemos ter em mente que o habeas data ainda diferente dos direitos de certido e de petio. Dessa feita, ele no serve para se obter uma declarao ou mesmo para pedir algum direito, como o direito de certido e petio. O HD se presta para acessar, retificar ou complementarinformaes relativas pessoa do impetrante, que estejam em um banco de dados pblicos ou de carter pblico.

    Precisa-se de advogado para se entrar com a referida ao e o Estado pode negar as informaes por razes de segurana da sociedade e do Estado. Alm disso, o HD no pode ser usado com o simples intuito de se ter acesso a autos de processos administrativos e o impetrante no precisa demonstrar interesse nenhum ou para que as informaes serviro.

    2. LEGITIMIDADE ATIVA

    Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa fsica ou jurdica, nacional ou estrangeira que pretenda acessar, retificar ou complementar informaes relativas sua pessoa constantes de banco de dados pblico ou de carter pblico.

    Em regra, esta ao personalssima, ou seja, somente pode entrar com o HD no Poder Judicirio o titular do direito (o dono do direito). No entanto, excepcionalmente, o cnjuge e os herdeiros do falecido podem impetr-lo quando se pretende acessar, retificar ou complementar informaes relativas a pessoas j falecidas.

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    Ao contrrio do Habeas Corpus, para se impetrar um Habeas Data, necessrio um advogado.

    3. LEGITIMIDADE PASSIVA

    O legitimado passivo do habeas data (contra quem se entra com a ao) a pessoa jurdica de direito pblico ou privado que controla o banco de dados.

    4. NECESSIDADE DE RECUSA NA VIA ADMINISTRATIVA

    O princpio do livre acesso ao Judicirio garante que, em regra, no necessrio que se entre na via administrativa para que se possa entrar no Poder Judicirio. Dessa forma, a regra que, independentemente do pedido administrativo, pode-se entrar direto no Judicirio para a defesa de direitos.

    No entanto, o habeas data uma exceo a essa regra: necessrio que, antes de se entrar com HD, haja a recusa na via administrativa. Isso ocorre porque no existe a menor lgica em se provocar o Poder Judicirio antes mesmo de se ter a negativa na via administrativa (antes de haver a violao ao direito).

    Esquematizando:

    HABEAS DATA (HD)

    x Art. 50 LXXII - conceder-se- "habeas-data":a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante,

    constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter

    pblico;

    b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial

    ou administrativo.

    x HD serve para:I ACESSAR informaes relativas pessoa do impetrante constante de banco de dados pblicoou de carter pblico

    o O banco de dados tem que ter CARTER PBLICO (SPC/SERASA) se for para uso prprio da empresa e no transmitida para terceiros NO CABE HD

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    II RETIFICAR dados quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo

    o Retificao - Processo sigiloso - Judicial- Administrativo

    - HD

    III COMPLEMENTAR anotao nos assentamentos do interessado, de contestao ou explicao sobre dado verdadeiro, mas justificvel e que esteja sob pendncia judicial ou amigvel (art. 70, III da Lei no 9.507/97)

    o Gratuito

    o Natureza - Individual No existe HD coletivo

    - Civil (enquanto HC penal)

    o HD diferente de obter certides ou direito de petio

    o No serve para pleitear acesso a autos de processo adm

    o Precisa de advogado (enquanto o HC no precisa)

    o No absoluto: segurana da sociedade e do Estado

    x Legitimidade - QUALQUER pessoa - Nacional ou estrangeiraAtiva - Fsica ou jurdica

    - Regra: Personalssima (s pode ser impetrada pelo titular)- Exceo: Cnjuge e herdeiros do falecido podem entrar com HD

    - Precisa de Advogado (HC no precisa)

    x Legitimidade passiva: Pessoa jurdica de direito pblico ou privado que controla o banco de dados

    x Necessrio 1o haver recusa na via adm ao - Acesso dos dados- Retificao das informaes- Complementao de informaes (Anotao nos assentamentos...)

    Info

    rma

    es

    Ger

    ais

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    EXERCCIOS

    16.(CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio) O mandado de injuno garante ao impetrante o direito de conhecer as informaes relativas a sua pessoa constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico.

    Essa uma definio para o habeas data. O mandado de injuno relaciona-se falta de norma regulamentadora que torne invivel o exerccio de direitos constitucionais.

    Gabarito: Errado.

    17.(CESPE - 2012 - TJ-RR - Tcnico Judicirio) Considere que Antnio, preso poltico durante a ditadura, pretenda obter informaes de seu interesse constantes de banco de dados de entidade governamental. Considere, ainda, que o pedido de Antnio seja indeferido na esfera administrativa. Nessa situao, Antnio dever impetrar habeas corpus junto ao Poder Judicirio a fim de obter as informaes desejadas.

    Fala srio, galera! O habeas corpus uma garantia relacionada exclusivamente ao direito de locomoo. Aps a negativa da administrao pblica em fornecer as informaes pessoais de Antnio, ele pode impetrar um habeas data para, judicialmente, garantir seu direito.

    Gabarito: Errado

    18.(CESPE - 2011 - TRF - 2 REGIO) O habeas data pode ser impetrado contra qualquer rgo do Estado, seja ele do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judicirio, mas no contra pessoas jurdicas de direito privado.

    O legitimado passivo (contra quem se entra com a ao) do Habeas Data o controlador do banco de dados de carter pblico. Assim, se o banco de dados for privado, mas possuir carter pblico, ser cabvel o HD.

    Gabarito: Errado.

    19.(CESPE - 2010 - TRT - 21 Regio (RN) - Analista Judicirio) Na impetrao do habeas data, o interesse de agir configura-se diante do binmio utilidade-

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    necessidade dessa ao constitucional, independentemente da apresentao da prova da negativa da via administrativa.

    Para ser cabvel o habeas data, sempre necessrio que tenha havido a recusa na via administrativa. Isso ocorre porque no h violao do direito subjetivo antes dessa recusa. Dessa forma, no h o menor sentido em se provocar o judicirio antes mesmo de o direito ter sido violado ou ameaado.

    Gabarito: Errado.

    20.(CESPE - 2010 - TRT - 1 REGIO (RJ) - Juiz) Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito de acesso a informaes constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de carter pblico relativo a dados pessoais pertinentes pessoa do impetrante, a pessoa jurdica no tem legitimidade para o ajuizamento desse tipo de ao.

    Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa fsica ou jurdica,nacional ou estrangeira que pretenda acessar, retificar ou complementar informaes relativas sua pessoa constantes de banco de dados pblico ou de carter pblico.

    Gabarito: Errado.

    21.(CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justia) Habeas data o remdio constitucional adequado para o caso de recusa de fornecimento de certides para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal, prprio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de obteno de informaes de interesse particular, coletivo ou geral.

    O habeas data no protege o direito de certido nem de petio e somente serve para acessar, retificar ou complementar informaes relativas pessoa do impetrante em bancos de dados pblicos ou de carter pblico. Dessa forma, o remdio correto para proteo dos direitos de certido e petio o mandado de segurana.

    Gabarito: Errado.

    22.(CESPE - 2010 - EMBASA - Analista de Saneamento - Advogado) O habeas data, via de regra, pode ser impetrado para a obteno de informaes que o poder pblico ou entidades de carter pblico possuam a respeito de terceiros.

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    O habeas data personalssimo e somente pode ser usado para a obteno de informaes que o poder pblico ou entidades de carter pblico possuam a respeito do impetrante. Excepcionalmente, os herdeiros e o cnjuge do falecido podem impetrar o HD.

    x HD serve para:I ACESSAR informaes relativas pessoa do impetrante constante de banco de dados pblicoou de carter pblico

    o O banco de dados tem que ter CARTER PBLICO (SPC/SERASA) se for para uso prprio da empresa e no transmitida para terceiros NO CABE HD

    II RETIFICAR dados quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo

    o Retificao - Processo sigiloso - Judicial- Administrativo

    - HD

    III COMPLEMENTAR anotao nos assentamentos do interessado, de contestao ou explicao sobre dado verdadeiro, mas justificvel e que esteja sob pendncia judicial ou amigvel (art. 70, III da Lei no 9.507/97)

    Gabarito: Errado.

    23.(CESPE - 2009 - OAB) O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judicirio, independentemente de prvio requerimento na esfera administrativa.

    Pelo princpio do livre acesso ao Judicirio, em regra, no necessrio que se entre na via administrativa para que se possa entrar no Poder Judicirio. Dessa forma, a regra que, independentemente do pedido administrativo, pode-se entrar direto no Judicirio para a defesa de direitos.

    No entanto, o habeas data uma exceo a essa regra: necessrio que, antes de se entrar com HD, haja a recusa na via administrativa.Isso porque no existe a menor lgica em se provocar o Poder Judicirio antes mesmo de se ter a negativa na via administrativa (antes de haver a violao ou ameaa ao direito).

    Gabarito: Errado.

    24.(CESPE - 2005 - SEAD-PA - Procurador) Considere que Augusto no sabe se h alguma multa pendente sobre um carro que pretende comprar. Nessa situao

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    hipottica, Augusto pode utilizar-se de habeas data para obter informao sobre a pendncia de alguma multa relacionada ao referido automvel.

    O habeas data personalssimo e serve somente para acessar, retificar ou complementar informaes RELATIVAS PESSOA DO IMPETRANTE,no sendo possvel a utilizao dessa ao no caso citado. Alm disso, se fosse sobre seus prprios dados, no poderia impetrar o HD diretamente sem antes tentar pela via administrativa.

    Gabarito: Errado.

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    V. MANDADO DE SEGURANA (MS)

    Meu caro aluno e futuro Analista Judicirio do TJDF, a Constituio dispe em seu art. 5, LXIX: conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico;

    Para melhor entendermos o MS, devemos seguir quatro passos:

    PASSO 1: O mandado de segurana se presta a proteger o direito lquido e certo ( aquele direito demonstrado de plano, de pronto).

    Alm disso, como regra no direito, dentro do processo pode-se produzir provas, tais como realizao de percias, audincias, ouvir testemunhas, acareaes e etc. O nome que se d a essa produo de provas no decorrer do processo dilao probatria.

    No entanto, no mandado de segurana o rito um pouco diferente: no existe a dilao probatria. Isso quer dizer que, via de regra, no se produz provas no processo do mandado de segurana e, por isso, as provas devem ser levadas aos autos no momento da impetrao do MS (as provas devem ser pr constitudas).

    Outra observao importante que o direito tem que ser lquido e certo em relao matria de fato. J a matria de direito, por mais complexa que seja, pode ser analisada em mandado de segurana. Assim, a expresso "direito lquido e certo" pressupe a incidncia da regra jurdica sobre fatos incontroversos e a complexidade da questo jurdica envolvida no pode constituir empecilho admisso do MS.

    Exemplo: imagine s que um juiz receba uma causa bastante complicada, que envolve a aplicao de vrias leis, vrias normas e vrios princpios. Ou seja, acausa juridicamente muito complexa. Nesse caso, caso o direito seja lquido e certo, o juiz deve sim julgar o Mandado de Segurana e no pode alegar que a complexidade jurdica impede o julgamento do MS.

    PASSO 2: o direito (que lquido e certo) no pode ser amparado por habeas corpus ou habeas data. Dessa forma, caso se queira entrar com uma ao para proteger o direito de liberdade de algum, no caber o MS,

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    pois o remdio correto o habeas corpus. Igualmente, caso se deseje ter acesso, retificar ou complementar informaes relativas pessoa do impetrante em bancos de dados pblicos ou de carter pblico tambm no caber o mandado de segurana, pois o remdio correto o habeas data.Assim, diz-se que o mandado de segurana residual ou subsidirio.

    PASSO 3: O coator deve ser autoridade pblica ou particular no exerccio de atribuies do poder pblico. Dessa feita, no cabe MS contra atos de particulares (salvo se estiverem exercendo atividade pblica).

    PASSO 4: o poder pblico ou o particular no exerccio de atividade pblica devem ter cometido ilegalidade ou abuso de poder. Obviamente, se os atos dos referidos agentes estiverem de acordo com o ordenamento jurdico, no caber o mandado de segurana.

    Cabe ainda o MS contra ato comissivo (uma ao / um ato positivo) ou omissivo (uma no ao / um ato negativo) e contra atos vinculados ou discricionrios.

    1. INFORMAES GERAIS

    Assim como o habeas corpus, cabe mandado de segurana contra LESO a um direito liquido e certo ou contra uma AMEAA de leso. Assim, o MS poder ser repressivo ou preventivo.

    A natureza do mandado de segurana ser sempre civil, independente de qual seja o ato impugnado (civil, penal ou administrativo). Assim, caso seja impugnado um ato administrativo, a natureza do MS ser civil. Caso seja contestado um ato judicial civil, a natureza do MS tambm ser civil e caso seja impugnado um ato judicial penal, a natureza do MS tambm ser civil(siga a regra).

    Alm disso sempre necessrio o advogado, o mandado de segurana admite desistncia, no gratuito, e a parte vencida no condenada a pagar honorrios advocatcios (STF smula 512).

    O MS possui ainda um prazo decadencial de 120 dias da cincia da leso ou ameaa para que seja impetrado. Decorrido este tempo, a ao no mais poder ser proposta, devendo o autor buscar seu direito por outros meios.

    Esquematizando:

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    MANDADO DE SEGURANA (MS)

    x LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade

    ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de

    atribuies do Poder Pblico;

    x MS serve para:1. Proteger direito lquido e certo (demonstrado de plano) No precisa dilao probatria As provas devem ser pr-constitudas levadas aos autos no momento da

    impetrao O direito tem que ser lquido e certo sobre matria de FATOx A matria de direito, por mais complexa que seja, pode ser analisada em MS

    2. O direito (lquido e certo) no pode ser amparado por HC ou HD MS residual subsidirio3. Quando o responsvel (coator) for - Autoridade pblica

    - Particular no exerccio de atribuies do poder pblico No cabe MS contra particular salvo se

    estiver exercendo atividade pblica

    4. E que cometa ilegalidade ou abuso de poder Cabe MS contra ato - Comissivo ou omissivo - Vinculado ou discricionrio Informaes Gerais

    x MS pode ser - Repressivo- Preventivox Natureza - Civil qualquer que seja o ato impugnado (civil, penal, adm...)

    - Residual / Subsidirio o que no for de HC ou de HD.x No gratuitox Precisa de advogadox Cabe desistnciax A parte vencida no condenada a pagar honorrios advocatcios (STF smula 512)x Prazo - 120d da cincia da leso ou ameaa

    - Decadencial

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    2. LEGITIMADO ATIVO

    O legitimado ativo (quem pode entrar com a ao) do mandado de segurana o detentor do direito lquido e certo. De tal modo, esto englobados os seguintes: pessoas fsicas e jurdicas, rgos pblicos despersonalizados com capacidade processual (como as Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal e chefias do Executivo), universalidades de bens e direitos que no possuem personalidade, mas possuem capacidade processual (esplio, massa falida, condomnio), agentes polticos, Ministrio Pblico e rgos pblicos de grau superior na defesa de suas atribuies.

    3. LEGITIMADO PASSIVO

    O legitimado passivo do mandado de segurana (contra quem se entra com o MS) a autoridade coatora, ou seja, quem praticou o ato ilegal. Melhor falando, no o executor do ato em sentido estrito, mas sim quem detm o poder para corrigi-lo.

    Caso tenha havido delegao para a execuo de algum ato, o sujeito passivo ser sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante (quem delegou). De igual modo, o foro tambm ser o da autoridade delegada.Por exemplo: caso o Presidente da Repblica tenha delegado algum ato para um Ministro de Estado e este o execute cometendo ilegalidade ou abuso de poder, ser cabvel mandado de segurana contra o Ministro de Estado e no contra o Presidente da Repblica, bem como o foro de julgamento ser o do Ministro de Estado e no o do Presidente da Repblica.

    4. OBJETO DO MANDADO DE SEGURANA

    Agora que j estudamos o que , para que serve, como funciona e quais so os legitimados do mandado de segurana, vamos estudar o seu objeto, ou seja, contra o que cabe e contra o que no cabe o mandado de segurana.

    x Deciso judicialAntes de adentrarmos nesse assunto, devemos saber quais so os efeitos dos recursos nas decises judiciais. O recurso de uma deciso judicial tem efeito suspensivo quando a sua interposio implicar a suspenso ou paralisao da execuo da sentena, at que o recurso interposto seja julgado.

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    Por outro lado, o recurso ter efeito devolutivo quando o autor devolve a matria para ser reanalisada por tribunal de instncia superior. Contudo, o efeito devolutivo no obsta o prosseguimento da execuo, assim, a ao continua correndo enquanto o recurso no julgado.

    Assim, caber mandado de segurana contra deciso judicial que no possua outro meio eficaz de sanar a leso, ou seja: cabe MS contra deciso judicial da qual no cabe recurso ou se o recurso tiver efeito devolutivo.

    Por outro lado, no cabe mandado de segurana para atacar deciso judicial se existe outro meio eficaz de sanar a leso, ou seja, no cabe MS contra deciso judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo.

    De igual modo, tambm no cabe MS contra deciso judicial transitada em julgado, em respeito segurana jurdica. Caso se queira desfazer a coisa julgada, o meio correto a ao rescisria (em mbito civil) ou a reviso criminal (em mbito penal).

    x MS em face de diretor de estabelecimento de ensino: Cabe MS, pois este agente de Pessoa Jurdica exercendo atividade pblica.

    x MS contra lei: em regra, no cabe MS contra lei em tese (para isso serve a ao direta de inconstitucionalidade). No entanto, excepcionalmente, cabe MS contra lei de efeitos concretos.

    Uma lei em tese um ato normativo (que regula a vida das pessoas) que possui generalidade, abstrao e no possui um destinatrio certo e determinado. Quando analisamos uma lei em tese, quer dizer que olhamos diretamente para o texto da lei. No existe um caso concreto.

    Vamos abrir um parntese: Vou dar um exemplo bem tosco (sem sequer considerar a lei do inquilinato),

    mas que vai esclarecer bem. Acompanhe o raciocnio:

    a) Voc o locador (dono do imvel, que o aluga) e a outra parte a locatria (quem mora e paga o

    aluguel).

    b) Voc entra com uma ao de despejo, para que a outra parte desocupe o imvel.

    c) Se o juiz d ganho de causa para voc e a outra parte recorre, temos duas possibilidades:

    1 - se o recurso tiver efeito suspensivo, ele suspende a sentena e o locatrio no vai sair de l

    at que o recurso seja julgado.

    2 - se o recurso tiver efeito devolutivo, ele no suspende o efeito da sentena e o locatrio vai

    ter que desocupar o imvel (ainda que o recurso no tenha sido julgado).

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    Por exemplo: "matar algum crime". Estamos aqui olhando diretamente para o texto da lei. Ningum matou ningum ainda. No preciso que algum mate outra pessoa para que o ato seja considerado crime, ou seja: NO PRECISO CASO CONCRETO. No entanto, quando algum matar algum (quando o sair do mundo das ideias e for para o mundo real), isso ser considerado um crime e o caso concreto vai se encaixar no texto da lei.

    J a lei de efeitos concretos uma lei que possui destinatrio certo e determinado. Ela considerada por muitos autores um ato administrativo. Veja alguns exemplos de leis de efeitos concretos:

    - Ex: lei 12.391 art. 10 - Inscrevam-se no Livro dos Heris da Ptria, depositado no Panteo da Ptria e da Liberdade, em Braslia, os nomes dos heris da "Revolta dos Bzios" Joo de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e Lus Gonzaga das Virgens e Veiga.

    - Ex: leis de tombamento; lei que institui uma autarquia ouautoriza a criao de empresa pblica, sociedade de economia mista ou fundao pblica.

    Como vimos, o mandado de segurana serve para proteger um direito subjetivo. Se analisamos uma lei em tese, no existe um caso concreto no havendo, portanto, um direito subjetivo a ser protegido. por isso que no cabe MS contra lei em tese e cabe MS contra lei de efeitos concretos.

    x Pagamento a servidor: Cabe mandado de segurana, mas somente para as parcelas aps a sua impetrao. Dessa forma, as parcelas anteriores devem ser pedidas pela ao prpria (ao de cobrana), uma vez que o mandado de segurana no substitui a ao de cobrana.

    x Atos interna corporis: Para efeitos de prova, considere os atos interna corporis como sendo os atos internos das Casas Legislativas, como os Regimentos Internos da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional.

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    Assim, no cabe MS contra atos interna corporis, sob pena de violao separao dos poderes. Essa uma exceo ao princpio da inafastabilidade da jurisdio.

    Mas ateno: se o ato ferir, ao mesmo tempo, a Constituio Federal, caber interveno do Judicirio.

    x Atos de gesto comercial praticados pelos administradores de Empresas pblicas, Sociedades de Economia Mista e Concessionrias de servios pblicos: No cabe MS uma vez que esses atos, apesar de terem sido praticados por agentes pblicos, so atos de carter eminentemente privado.

    x Ato disciplinar: no cabe MS, salvo se feito por autoridade incompetente ou com vcio no processo.

    Esquematizando:

    - Detentor do direito lquido e certo

    - Pessoas fsicas e jurdicas

    - rgos pblicos despersonalizados com capacidade processual(Mesas CD e SF, chefias do Executivo)x Legitimado ativo - Universalidades de bens e direitos (esplio, massa falida,

    do MS condomnio) No possuem personalidade, mas possuem capacidade processual

    - Agentes polticos

    - MP

    - rgos pblicos de grau superior na defesa de suas atribuies

    x Legitimidade passiva: autoridade coatora (quem praticou o ato)o No o executor (strictu sensu) e sim quem tem o poder para corrigir o ato

    o O sujeito passivo ser sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante Smula 510 STF O foro ser o da autoridade DELEGADA

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    x Objeto do Mandado de Segurana 1. MS contra - Cabe MS - Se no couber recurso

    deciso judicial - Se o recurso for apenas devolutivo

    - No cabe MS - Quando cabe recurso com efeito suspensivo- Contra deciso judicial transitada em julgado

    Esta deve ser atacada por ao rescisria (civil) ou reviso criminal (penal)

    Efeito devolutivo: o autor devolve a matria para ser reanalisada por tribunal de instncia superior. Contudo, o efeito devolutivo no obsta o prosseguimento da execuo, assim, a ao continua correndo enquanto o recurso no julgado.

    Efeito suspensivo - Para o Direito Processual, a suspenso ou paralisao da execuo da sentena, at que o recurso interposto seja julgado.

    2. MS em face de diretor de estabelecimento de ensino: Cabe MS Agente de Pessoa Jurdica exercendo atividade pblica3. MS contra lei - Regra: No cabe MS contra lei em tese (para isso serve Adin)

    - Exceo: Cabe MS contra lei de efeitos concretos

    x Ex: lei 12.391 art. 10 - Inscrevam-se no Livro dos Heris da Ptria, depositado no Panteo da Ptria e da Liberdade, em Braslia, os nomes dos heris da "Revolta dos

    Bzios" Joo de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino

    Santos Lira e Lus Gonzaga das Virgens e Veiga.x Ex: leis de tombamento; lei que institui uma autarquia ou autoriza a criao de empresa pblica, sociedade de economia mista ou fundao pblica.

    4. Pagamento a servidor Cabe MS Mas s para as parcelas aps a impetrao (STF smula 271) As anteriores devem ser pela ao prpria (ao de cobrana)x MS no serve - No substitui a ao de cobrana (STF smula 269)

    para cobrar - No pode ser sucedneo da ao de cobrana

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    1. Atos interna corporis atos internos das casas legislativas (regimentos internos)o Sob pena de violao separao dos podereso Exceo ao princpio da inafastabilidade da jurisdioo OBS: se o ato ferir junto a CF caber interveno do Judicirio

    2. Lei em tese o STF Smula 266o Salvo se a lei tiver efeitos concretos Cabe MS

    3. Atos de gesto comercial - Empresas pblicaspraticados pelos administradores de - Sociedades de Economia Mista

    - Concessionrias de servios pblicos

    4. Ato disciplinar, salvo se feito por autoridade incompetente ou com vcio no processo

    5. Ato Judicial - Passvel de recurso com efeito suspensivo- Transitado em julgado (este deve ser atacado por ao rescisria ou reviso criminal)

    No

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    5. MINISTRIO PBLICO E O MANDADO DE SEGURANA

    Nas aes do mandado de segurana, o Ministrio Pblico deve sempre ser intimado. Alm disso, ele deve agir como o fiscal da lei (e no defendendo a autoridade coatora), participando efetivamente e manifestando sua opinio nos autos.

    6. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANA

    Assim como no habeas corpus, cabvel a liminar em mandado de segurana, desde que haja os requisitos: fumus boni juris e o periculum in mora.

    Alm disso, o juiz pode deferir cauo, fiana ou depsito para a concesso da liminar. Essa exigncia serve para ressarcir o poder pblico se o MS for julgado improcedente e houver danos ao patrimnio pblico.

    7. DUPLO GRAU DE JURISDIO OBRIGATRIO PARA SENTENAS CONCESSIVAS DE SEGURANA

    Meus caros Analistas Judicirios do TJDF, em regra, as aes so julgadas em primeira instncia pelo Poder Judicirio nos juzos singulares. Isso significa que, normalmente, quando se entra com uma ao no Judicirio, essa ao ser julgada por um juiz monocrtico (que julga sozinho).

    Depois de ser julgada pelo juiz singular, caso alguma das partes recorra, a ao ser julgada em segunda instncia pelo Tribunal, que um rgo composto por mais de um julgador (rgo colegiado). Dessa forma, garante-se que a sentena proferida pelo juiz singular esteja correta, livre de vcios,pois a causa estar sendo reanalisada por um grupo de pessoas (e mais fcil que uma pessoa sozinha erre do que um grupo de pessoas o faa).

    A essa possibilidade de se ter a sentena revista por um Tribunal colegiado para garantir que a mesma esteja livre de vcios, d-se o nome de DUPLO GRAU DE JURISDIO.

    Pois bem. Acompanhe agora o raciocnio:

    1) O mandado de segurana impetrado sempre contra a autoridade pblica (ou contra o particular no exerccio de atribuies do poder pblico).

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    2) Quando o autor ganha a ao (consequentemente, o Estado perde), a sentena chamada de concessiva de segurana.

    3) Quando o autor perde a ao (consequentemente o Estado ganha), a sentena chamada de denegatria de segurana.

    Como o MS impetrado contra autoridade pblica, a Constituio prev um mecanismo de proteo ao Estado. Esse mecanismo tem como objetivogarantir que as sentenas proferidas contra o Estado estejam livres de vcios/erros. Assim, caso a sentena do MS seja concessiva de segurana(onde o autor ganha e o Estado perde), haver o duplo grau de jurisdio obrigatrio, ou seja, obrigatoriamente, a sentena proferida pelo juiz singular deve ser reanalisada por um Tribunal (colegiado). Isso ocorrer ainda que o rgo pblico vencido no apele ou perca o prazo do recurso.

    Perceberam? Com esse mecanismo, garante-se que todas as decises em MS onde o Estado perde devem ser reanalisadas pelo Tribunal de segunda instncia para garantir que essas sentenas estejam livres de vcios.

    No entanto, existe uma exceo: caso a sentena tenha sido proferida por TRIBUNAL em sua competncia ORIGINRIA, o duplo grau de jurisdio no ser obrigatrio. Voc consegue imaginar por qu?

    Ora, se a sentena foi proferida por um Tribunal, isso significa que ela j foi proferida por um rgo colegiado, onde existe mais de uma pessoa julgando e isso j d a segurana que o Estado precisa: que a sentena esteja correta. O duplo grau de jurisdio obrigatrio no serve para que o Estado fique enrolando o cidado que ganhou a ao, mas sim para garantir a correo das sentenas onde o Estado perdeu.

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    8. COMPETNCIA PARA JULGAR O MANDADO DE SEGURANA

    Em regra, o foro competente para julgar o mandado de segurana ser o foro da autoridade coatora, independentemente da matria que est sendo julgada.

    Alm disso, caso haja mandado de segurana contra atos de tribunais, ojulgador ser o prprio Tribunal. Assim, uma questo bastante comum em provas de concursos a Smula 624 do STF, que diz que o Supremo no tem competncia originria para julgar MS contra atos praticados por outros tribunais.

    Seguindo essa regra, caso haja um MS contra um ato do STJ, por exemplo, o responsvel pelo julgamento desse MS ser o prprio STJ e no o STF.

    Ateno: isso no significa que o Supremo no tem competncia originria para julgar mandado de segurana. Ele tem sim. Um exemplo o MS impetrado por parlamentar da Casa onde tramita a Proposta de Emenda Constituio que tenda a abolir clusulas ptreas. Assim, o STF tem competncia originria para julgar mandado de segurana. O que ele no tem competncia originria em MS contra atos praticados por OUTROStribunais.

    Esquematizando:

    o Regra - OBRIGATRIO para sentenas concessivas de segurana- Ainda que o rgo pblico vencido no apele ou perca o prazo

    o Exceo: No h duplo grau de jurisdio obrigatrio se a sentena foi proferida por TRIBUNAL em sua competncia ORIGINRIA

    o Regra - O foro da autoridade coatora (no depende da matria)- MS contra atos de tribunais quem julga o prprio Tribunal

    o O STF no tem competncia originria em MS contra atos praticados por OUTROS tribunais (STF Smula 624)

    o Ex: MS contra ato do Presidente/rgos internos do STJ julgado pelo STJ

    o O STF tem competncia originria para julgar MS. Ex: MS de parlamentar para trancar PEC que tenda a abolir clusulas ptreas

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    VI.MANDADO DE SEGURANA COLETIVO (MSC)

    O mandado de segurana coletivo est previsto na Constituio no art. 5, LXX: o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por:

    a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;

    b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

    O mandado de segurana coletivo funciona como o mandado de segurananormal e as nicas diferenas so o objeto e a legitimao ativa.

    1. OBJETO DO MANDADO DE SEGURANA COLETIVO

    O art. 21 da Lei 12.016/2009 estabelece que o mandado de segurana coletivo tem como objeto os interesses coletivos, assim entendidos, os transindividuais (que ultrapassam a pessoa do indivduo), de natureza indivisvel, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrria por uma relao jurdica bsica. Alm desses, tambm podem ser objeto do MSC os interesses individuais homogneos,assim entendidos, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situao especfica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

    2. LEGITIMAO ATIVA DO MANDADO DE SEGURANA COLETIVO

    Podem propor o mandado de segurana coletivo:

    1- Partido poltico com representao no Congresso Nacional.

    Para o cumprimento desse requisito, basta que o Partido Poltico possua um parlamentar em qualquer das Casas do Congresso Nacional: Cmara dos Deputados ou Senado Federal.

    Assim, este legitimado ativo pode propor o mandado de segurana coletivo na defesa de seus interesses legtimos relativos a seus integrantes ou finalidade partidria.

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    Para provas de concursos, mais uma informao importante: vedado mandado de segurana de partido poltico com vistas a impugnar (contestar) direito individual disponvel. Ex: imposto (RE 196.184).

    2- Organizao sindical, entidade de classe ou associaolegalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano.

    Esses trs legitimados podem propor o mandado de segurana coletivo em defesa de seus membros ou associados e deve sempre haver pertinncia temtica entre o objeto do MSC e os objetivos institucionais.

    Alm disso, a ASSOCIAO (e somente esta), para que possa impetrar o mandado de segurana coletivo, deve estar legalmente constitudae em funcionamento h pelo menos um ano. Consequentemente, osindicato e a entidade de classe no precisam estar em funcionamento h pelo menos um ano (RE 198.919).

    Outra observao pertinente que estes legitimados podem atuar na defesa de PARTE dos membros ou associados (STF Smula 630). Assim, caso haja um interesse que seja apenas de parte dos associados (somente dos Analistas Judicirios do TJDF aposentados, por exemplo),esses trs legitimados podem propor o mandado de segurana coletivo, sem problemas.

    Outra observao: como dito, as associaes legalmente constitudas h pelo menos 1 ano e em defesa de seus membros e associados podem impetrar o mandado de segurana coletivo. Nesse caso (e somente nesse), a associao ser substituta processual, no precisando de autorizao dos associados, bastando uma autorizao genrica no estatuto.

    Esquematizando:

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    MANDADO DE SEGURANA COLETIVO (MSC)x LXX - o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por:a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;

    b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em

    funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou

    associados;x A grande diferena o objeto e a legitimao ativa o resto igualx Objeto: interesses I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisvel, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrria por uma relao jurdica bsica

    II - individuais homogneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situao especfica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.(art. 21 da Lei 12.016/2009)x Partido poltico com representao no Congresso Nacional

    o Basta 1 parlamentar em QUALQUER casa (Cmara dos Deputados ou Senado Federal)

    o Na defesa de seus interesses legtimos relativos a seus integrantes ou finalidade partidria (art. 21 da Lei 12.016/2009)

    o VEDADO Mandado de Segurana de partido poltico com vistas a impugnar direito individual disponvel. Ex: imposto (RE 196.184)x Organizao sindical (confederao, federao ou sindicato) Em

    defesa de seus membros ou associadosx Entidade de classe - Em defesa de seus membros ou associadosx Associao - Legalmente constituda - Em funcionamento h pelo menos 1 ano- Em defesa de seus membros ou associados

    o Somente a associao precisa estar constituda h pelo menos 1 ano Sindicato e entidade de classe no precisam (RE 198.919)x OBS para organizao sindical, entidade de classe e associao:

    o Podem atuar na defesa de seus membros ou associados pode ser de PARTE dos membros (STF Smula 630)

    o Deve haver pertinncia temtica entre o objeto do MSC e os objetivos institucionais

    Legitimidade Ativa

    do Mandado de

    Segurana Coletivo

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    - MSCOLETIVO - caso de substituio processual- No precisa da autorizao expressa dos titulares dos direitos- STF Smula 629- No confundir com a representao processual do art. 5 inc. XXI

    - Qualquer outra ao representao processual - (precisa de autorizao expressa)

    Se

    a A

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    ia

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    EXERCCIOS

    25.(CESPE - 2012 - TJ-RR - Agente de Proteo) Qualquer partido poltico podeingressar com mandado de segurana coletivo, independentemente de ter ou no representao no Congresso Nacional.

    Para poder ingressar com o MSC, o partido poltico deve possuir representao no Congresso Nacional, ou seja, deve ter algum parlamentar atuando no Senado Federal ou na Cmara dos Deputados.

    Gabarito: Errado.

    26.(CESPE - 2012 - TJ-RR Analista) O mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por partido poltico com representao no Congresso Nacional, bastando, para se configurar essa representao, a existncia de um nico parlamentar na Cmara dos Deputados ou no Senado Federal, filiado ao partido.

    isso mesmo. Para o partido estar representado no Congresso Nacional basta ter um parlamentar atuando ou no Senado ou na Cmara dos Deputados.

    Gabarito: Certo.

    27.(CESPE - 2012 - AGU - Advogado) luz da jurisprudncia do STF, julgue os itens subsequentes, relativos aos denominados remdios constitucionais, ao direito sade na ordem constitucional e Federao brasileira. De acordo com o entendimento do STF, o estado-membro no dispe de legitimidade para propor, contra a Unio, mandado de segurana coletivo em defesa de supostos interesses da populao residente na unidade federada.

    O rol de legitimados para propor MSC taxativo: somente para partidos polticos com representao no CN, organizao sindical, entidade de classe e associaes em funcionamento h pelo menos um ano. Alm disso, o STF confirmou em julgado que os Estados-membros no podem alegar legitimidade extraordinria, porque, na estrutura do federalismo, o Estado-membro no rgo de gesto, nem de representao dos interesses de sua populao (MS 21.059)

    Gabarito: Certo.

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    28.(CESPE - 2011 - TJ-PB - Juiz) So legitimados para impetrar mandado de segurana a pessoa fsica, nacional ou estrangeira, e a pessoa jurdica privada, mas no a pblica, visto o mandado de segurana ter como funo garantir direito lquido e certo contra ato de autoridade pblica.

    Existem autoridades pblicas que tambm podem impetrar o mandado de segurana em defesa de suas atribuies. Assim, podem impetrar o mandado de segurana: pessoas fsicas e jurdicas, rgos pblicos despersonalizados com capacidade processual (como as Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal e chefias do Executivo), universalidades de bens e direitos que no possuem personalidade, mas possuem capacidade processual (esplio, massa falida, condomnio), agentes polticos, Ministrio Pblico e rgos pblicos de grau superior na defesa de suas atribuies. Lembre-se do esquema:

    - Detentor do direito lquido e certo

    - Pessoas fsicas e jurdicas

    - rgos pblicos despersonalizados com capacidade processual(Mesas CD e SF, chefias do Executivo)x Legitimado ativo - Universalidades de bens e direitos (esplio, massa falida,

    do MS condomnio) No possuem personalidade, mas possuem capacidade processual

    - Agentes polticos

    - MP

    - rgos pblicos de grau superior na defesa de suas atribuies

    Gabarito: Errado.

    29.(CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justia) Diferentemente das organizaes sindicais, das entidades de classe e das associaes, os partidos polticos no tm legitimidade para impetrar mandado de segurana coletivo.

    Os legitimados para propor mandado de segurana coletivo so: partido poltico com representao no Congresso Nacional,organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

    Gabarito: Errado.

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    30.(CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem) Estrangeiro residente no exterior no pode impetrar mandado de segurana no Brasil.

    O legitimado ativo para impetrar o mandado de segurana o detentor do direito lquido e certo. Alm disso, lembre-se que os direitos fundamentais se aplicam a todas as pessoas, brasileiros e estrangeiros, residentes ou no no Brasil. Vamos revisar o esquema:

    - Detentor do direito lquido e certo

    - Pessoas fsicas e jurdicas

    - rgos pblicos despersonalizados com capacidade processual(Mesas CD e SF, chefias do Executivo)x Legitimado ativo - Universalidades de bens e direitos (esplio, massa falida,

    do MS condomnio) No possuem personalidade, mas possuem capacidade processual

    - Agentes polticos

    - MP

    - rgos pblicos de grau superior na defesa de suas atribuies

    Gabarito: Errado.

    31.(CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justia) Os sindicatos no tm legitimidade processual para atuar na defesa de direitos individuais da categoria que representem, mas so parte legtima para defender direitos e interesses coletivos, tanto na via judicial quanto na administrativa.

    Os sindicatos possuem legitimidade processual para atuar na defesa de direitos individuais da categoria que representem. Confira o art. 8, III ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questes judiciais ou administrativas. Os sindicatos podem, inclusive, impetrar o mandado de segurana coletivo em defesa de seus membros ou associados.

    Gabarito: Errado.

    32.(CESPE - 2010 - Caixa - Advogado) No cabe mandado de segurana contra os atos de gesto comercial praticados pelos administradores de empresas pblicas.

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    Contra os atos de gesto comercial praticados pelos administradores de empresas pblicas no cabe o mandado de segurana, uma vez que esses atos, apesar de terem sido praticados por agentes pblicos, so atos de carter eminentemente privado.

    Gabarito: Certo.

    33.(CESPE/MMA/2009) Associao com seis meses de constituio pode impetrar mandado de segurana coletivo.

    A associao deve ter pelo menos 1 ano para poder impetrar o mandado de segurana coletivo. Essa exigncia no necessria para partidos polticos, entidades de classe e organizaes sindicais. Vamos revisar:

    x Partido poltico com representao no Congresso Nacionalo Basta 1 parlamentar em QUALQUER casa (Cmara dos

    Deputados ou Senado Federal)

    o Na defesa de seus interesses legtimos relativos a seus integrantes ou finalidade partidria (art. 21 da Lei 12.016/2009)

    o VEDADO Mandado de Segurana de partido poltico com vistas a impugnar direito individual disponvel. Ex: imposto (RE 196.184)x Organizao sindical (confederao, federao ou sindicato) Em

    defesa de seus membros ou associadosx Entidade de classe - Em defesa de seus membros ou associadosx Associao - Legalmente constituda - Em funcionamento h pelo menos 1 ano- Em defesa de seus membros ou associados

    o Somente a associao precisa estar constituda h pelo menos 1 ano Sindicato e entidade de classe no precisam

    (RE 198.919)x OBS para organizao sindical, entidade de classe e associao:o Podem atuar na defesa de seus membros ou associados pode

    ser de PARTE dos membros (STF Smula 630)

    o Deve haver pertinncia temtica entre o objeto do MSC e os objetivos institucionais

    Legitimidade Ativa

    do Mandado de

    Segurana Coletivo

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    Gabarito: Errado.

    34.(CESPE/MMA/2009) Para que um partido poltico tenha representao no Congresso Nacional, suficiente que o partido tenha um s parlamentar em qualquer uma das Casas do Congresso.

    A questo trata da legitimidade para interpor mandado de seguranacoletivo. Podem propor esse remdio o partido poltico com representao no Congresso Nacional, organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

    No caso do partido poltico, realmente, basta que ele possua um deputado federal ou um senador para que tenha a representao no Congresso Nacional.

    o MS contra - Cabe MS - Se no couber recursodeciso judicial - Se o recurso for apenas devolutivo

    - No cabe MS - Quando cabe recurso com efeito suspensivo- Contra deciso judicial transitada em julgado

    Esta deve ser atacada por ao rescisria (civil) ou reviso criminal (penal)

    Gabarito: Certo.

    35.(CESPE - 2005 - SEAD-PA - Procurador) Considere que trs amigos foram demitidos do supermercado em que trabalhavam porque o empregador considerava que eles conversavam demais e, com isso, atrapalhavam o servio. Nessa situao, eles podem impugnar judicialmente a referida demisso mediante mandado de segurana coletivo.

    Trs pessoas em conjunto no possuem legitimidade ativa para impetrar o MSC. Somente podem propor a referida ao o partido poltico com representao no CN, organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa de seus membros ou associados.

    Alm disso, no cabe MS contra atos de particular, salvo se estiverem exercendo atividade pblica. No caso em tela, o supermercado estava exercendo atividade eminentemente privada, no sendo passvel de controle por meio do Mandado de Segurana.

    Gabarito: Errado.

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    VII. MANDADO DE INJUNO (MI)

    1. CONCEITO

    O mandado de injuno est expressamente previsto pela Constituio Federal no art. 5, LXXI conceder-se- mandado de injuno sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania.

    Injuno significa imposio, exigncia ou ordem. Assim, o mandado de injuno serve para suprir/remediar/preencher a falta de norma regulamentadora (infraconstitucional) que torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania (NaSoCi).

    Lembre-se de que as normas constitucionais, apesar de terem a mesma hierarquia, possuem efeitos diferentes. Assim, de acordo com os seus efeitos, as normas da Constituio podem ser classificadas em normas de eficcia plena, contida e limitada. Vamos revisar: as normas de eficcia plena so as que produzem todos os efeitos assim que a Constituio promulgada. As normas de eficcia contida so as que produzem todos os seus efeitos assim a Constituio entra em vigor, mas podem ter seus efeitos restringidos por lei posterior. Por ltimo, esto as normas de eficcia limitada, que no produzem efeitos completos com a simples promulgao da Constituio, e necessitam de norma infraconstitucional