Aula de Execução - Daniel Assumpção

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Aula 04 Do processo de execuo: da execuo em geral; das diversas espcies de execuo: execuo para entrega de coisa, execuo das obrigaes de fazer e de no fazer. Da execuo por quantia certa contra devedor solvente.

CAPTULO VII DO PROCESSO DE EXECUO

Vimos nas outras aulas que o processo de conhecimento discute a titularidade do bem em litgio. H incerteza sobre o direito material em disputa e o Estado chamado a intervir. No processo de execuo, j passamos a outra fase, em que o titular do direito conhecido. O Estado dever intervir, mas com seu poder coercitivo, para obrigar o devedor a cumprir o comando do ato judicial que resolveu o conflito. Pausa... nesse momento, aquela mocinha da primeira fileira pergunta: professor e se o devedor pagar o que deve de modo voluntrio, ainda haver necessidade do processo de execuo? tima pergunta! Resposta: no. A boa alma que voluntariamente paga ao credor extingue ali o conflito.1

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Falamos de boa alma, mas no bem assim. Isso ocorre bastante, a despeito de no ser o mais comum. Acontece que o sujeito j est to cheio daquela intriga que quer logo se ver livre de tudo isso e do modo menos oneroso possvel. A execuo deve ser orientada por dois princpios, aparentemente, opostos a efetividade da execuo e menor onerosidade possvel ao executado. Pelo princpio da efetividade da execuo, deve-se atribuir ao credor exatamente o que lhe confere o ttulo, no menor tempo possvel. Por princpio da menor onerosidade ao devedor, o devedor, tendo possibilidade de adimplir sua dvida por mais de um meio, ser beneficiado pela imposio do menos gravoso (art. 620). Tambm h exemplo deste ltimo princpio nos arts. 668 e 594, do CPC. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias aps intimado da penhora, requerer a substituio do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituio no trar prejuzo algum ao exequente e ser menos onerosa para ele devedor. O credor, que estiver, por direito de reteno, na posse de coisa pertencente ao devedor, no poder promover a execuo sobre outros bens seno depois de excutida a coisa que se achar em seu poder (art. 594). O legislador foi muito feliz na redao do art. 594. Ora, se o credor se encontra na posse de bem do devedor, deve-se primeiro executar tal bem, para depois, somente, partir execuo de outro. Caso contrrio haveria grande risco de o credor controlar patrimnio muito superior ao da dvida.

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1. PARTES

1.1. Legitimao Ativa Poder promover a execuo: I - o credor a quem a lei confere ttulo executivo; II - o Ministrio Pblico, nos casos prescritos em lei. Podem tambm promover a execuo, ou nela prosseguir: I - o esplio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do ttulo executivo; II - o cessionrio, quando o direito resultante do ttulo executivo lhe foi transferido por ato entre vivos; III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogao legal ou convencional.

1.2. Legitimao Passiva O art. 568, CPC dispe sobre a legitimao passiva no procedimento executivo. Assim, a execuo poder ser proposta em face do: I - o devedor, reconhecido como tal no ttulo executivo;

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-

Deve-se

analisar

a

responsabilidade

pelo

cumprimento

da

obrigao. Aquele a quem possa atribuir o cumprimento de uma prestao poder ser sujeito passivo da demanda executiva. II - o esplio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; - So hipteses de legitimao passiva derivada. III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigao resultante do ttulo executivo; - Ocorre assuno da dvida, que nada mais do que a legitimao do novo devedor para conduzir o polo passivo do procedimento executivo. Na assuno da dvida a obrigao no muda. IV - o fiador judicial; - legitimado superveniente. O fiador responsvel por prestar fiana em juzo em beneficio de uma das partes do processo. V - o responsvel tributrio, assim definido na legislao prpria.

1.3. Litisconsrcio na execuo Poder ocorrer litisconsrcio na execuo ativo, passivo ou misto. Regra geral, nas demandas executivas forma-se o litisconsrcio facultativo por convenincia dos sujeitos do processo. Na formao do litisconsrcio facultativo ocorre a cumulao de demandas, isso faz com que para verificar a formao litisconsorcial, ocorra a avaliao dos requisitos de admissibilidade da cumulao das demandas executivas.

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Art. 573. lcito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular vrias execues, ainda que fundadas em ttulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idntica a forma do processo. importante lembrarmos que a formao do litisconsrcio,

somente, ocorrer se todos os credores e (ou) devedores vincularem-se outra parte em razo de uma mesma relao jurdica material.

1.4. Interveno de terceiros na execuo Das modalidades de terceiros, somente a assistncia e o recurso de terceiros so cabveis no procedimento executivo. No entanto, existem modalidades especficas de interveno de terceiro no procedimento executivo. Vejamos: 1) Protesto pela preferncia: Concorrendo vrios credores, o dinheiro ser-lhes- distribudo e entregue consoante a ordem das respectivas prelaes; no havendo ttulo legal preferncia, receber em primeiro lugar o credor que promoveu a execuo, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importncia restante, observada a anterioridade de cada penhora (art. 711 do CPC). 2) Concurso especial de credores: em casos de penhoras sucessivas sobre a mesma demanda, haver necessidade de que todos os credores da penhora participem da fase de pagamento. 3) Exerccio do beneficio de ordem pelo fiador: O fiador, quando executado, poder nomear penhora bens livres e desembargados do devedor. Os bens do fiador ficaro, porm, sujeitos execuo, se os do devedor forem insuficientes satisfao do direito do credor (art. 595 do CPC).

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2. COMPETNCIA

2.1. Competncia da execuo de ttulo executivo judicial Em primeiro lugar muito importante mencionar que o art. 575 do CPC foi revogado tacitamente pelo art.475-P do CPC. Assim, o cumprimento da sentena efetuar-se- perante: I os tribunais, nas causas de sua competncia originria; II o juzo que processou a causa no primeiro grau de jurisdio; III o juzo cvel competente, quando se tratar de sentena penal condenatria, de sentena arbitral ou de sentena estrangeira. 2.2. Competncia da execuo de ttulo executivo extrajudicial A competncia para a execuo de titulo executivo

extrajudicial ser processada perante o juzo competente e obedecer s normas do processo de conhecimento. J as regras de competncia internacional seguiro os arts. 88 e 89 do CPC. No entanto, o inciso III do art. 88 no poder ser interpretado luz da competncia internacional para execuo de ttulo extrajudicial, uma vez que diz respeito ao cognitiva (dispensa processo de execuo). Art. 88. competente a autoridade judiciria brasileira quando:6

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I - o ru, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigao; III - a ao se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. Art. 89. Compete autoridade judiciria brasileira, com excluso de qualquer outra: I - conhecer de aes relativas a imveis situados no Brasil; II - proceder a inventrio e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha residido fora do territrio nacional. A competncia interna ser definida da seguinte maneira: 1) Foro de eleio 2) Foro do local do cumprimento da obrigao 3) Foro do domicilio do executado

Outras competncias: Dever ser intentada no foro do local Execuo fundada em letra de cmbio ou nota promissria Tambm dever ser proposta no foro do pagamento.

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Execuo fundada em duplicata

do local do pagamento. Deve ser proposta no foro do local

Execuo fundada em chegue

do pagamento, indicado ao lado do nome do sacado. Ser intentada no foro da sede, em

Execuo fundada em debnture

territrio nacional, da companhia que a emitiu. Dever ser proposta no foro do

cumprimento da obrigao, caso no haja esta indicao, dever ser proposta no foro do domiclio do Execuo fundada em documento pblico ou particular devedor. Essas duas hipteses somente ocorrero quando os ttulos no estiverem arrolados no art. 585 do CPC ou no houver foro de eleio. Dever ser intentada no foro da Execuo fundada em contrato garantido por hipoteca Dever ser proposta no lugar da Execuo fundada em contrato garantido por cauo obrigao em que o contrato foi executado, na sua ausncia, no foro do domiclio do executado. situao da coisa (art.95 do CPC).

Dever ser proposta no foro da onde Execuo de crdito de serventurio da justia, perito ou intrprete tramitou o processo, ou seja, o lugar do cumprimento da sentena.

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Mesmo domiclio: a execuo ser intentada no foro do cumprimento da obrigao ou no foro do domiclio dos executados. Pluralidade de executados Domiclios diferentes: a execuo

dever ser intentada no foro do local de pagamento; no havendo, ser demandada no foro do domiclio de qualquer um dos executados.

3. CLASSIFICAO DA EXECUO

3.1. Quanto ao procedimento Quando falamos da ao temos que lembrar que sua atividade jurisdicional substitutiva, ou seja, apenas busca satisfazer o direito requerido. Por meio da autorizao legal ao Judicirio permitido adentrar a esfera patrimonial do devedor, retirando bens, para satisfazer o direito do credor. importante saber que na ao de execuo o contraditrio no ser observado. O que isso quer dizer? Quer dizer o devedor no apresentar defesa nos prprios autos da ao. Dever realiz-la de maneira incidental, por meio da oposio de embargos execuo (ao incidental autnoma) ou da ao pr-executiva.

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Na execuo, busca-se a satisfao da obrigao especfica dar, fazer ou no fazer sendo, apenas, transformada em genrica obrigao de pagar a quantia certa quando a satisfao da obrigao especfica for impossvel de cumprir ou o credor requerer.

Ateno! A execuo equivaler ao processo judicial autnomo, quando: a) Fundada em ttulo executivo extrajudicial. b) Fundada em sentena penal condenatria. c) Fundada em sentena arbitral. d) Dirigida pela e contra a Fazenda Pblica. e) Reclamar o adimplimento da obrigao de prestar alimentos.

Quando o ttulo for executivo judicial, o cumprimento da obrigao poder ser perseguido: a) Por efetivao: usando-se as medidas de apoio do art. 461, do CPC, quando a sentena determina a entrega do bem ou a satisfao da obrigao de fazer ou no fazer:

BIZU

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Vamos falar das caractersticas e diferenas da fraude

execuo e fraude contra credores. Vamos l! Na fraude contra credores a alienao realizada antes do recebimento do mandado de citao na execuo (art. 593). O desfazimento da alienao que ocorre em favor de terceiro poder ser questionado pelo credor. Na fraude execuo a alienao ocorre aps a citao. Nesse caso, a fraude ser resolvida de modo incidental na execuo, ou seja, no h exigncia de propositura de demanda especfica. A venda qualifica-se como ineficaz em relao ao credor.

4. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

A responsabilidade patrimonial UM INSTITUTO DE DIREITO PROCESSUAL E DIREITO MATERIAL. Como instituto de direito processual entendida como a possibilidade de submisso de um patrimnio satisfao do direito substancial do credor. J como instituto de direito material, uma vez contrada a obrigao, uma das partes tem o dever de satisfazer o direito da outra. Representa uma situao jurdica de desvantagem que quando satisfeito o direito no faz surgir dvida, caracterstica do direito material. importante lembrar que inexiste a responsabilidade pessoal. A responsabilidade meramente patrimonial e nunca pessoal.11

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4.1. Bens que respondem pela satisfao na execuo O art. 591 do CPC determina quais os bens patrimoniais do responsvel respondem pela satisfao pela dvida. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigaes, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restries estabelecidas em lei. Vamos entender o que o cdigo quis dizer com: com todos os seus bens presentes e futuros. De acordo com Daniel Amorim Assumpo Neves, devemos entender por bens presentes aqueles existentes poca do surgimento da dvida e bens futuros todos os adquiridos at a satisfao do direito do credor, salvo os bens alienveis nesse perodo sem fraude. Vejamos os bens que ficam sujeitos execuo (art. 592): I - do sucessor a ttulo singular, tratando-se de execuo fundada em direito real ou obrigao reipersecutria; II - do scio, nos termos da lei; III - do devedor, quando em poder de terceiros; IV - do cnjuge, nos casos em que os seus bens prprios, reservados ou de sua meao respondem pela dvida; V - alienados ou gravados com nus real em fraude de execuo.

4.2. Impenhorabilidade de bens

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uma garantia a pessoa do devedor sua dignidade humana que certos bens no sejam objeto de expropriao judicial. O art. 649, CPC apresenta os bens que no podero, de modo nenhum, serem penhorados, ou seja, no respondem pela satisfao da dvida. I - os bens inalienveis e os declarados, por ato voluntrio, no sujeitos execuo; II - os mveis, pertences e utilidades domsticas que guarnecem a residncia do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um mdio padro de vida; III - os vesturios, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, subsdios, soldos, salrios, remuneraes, proventos de aposentadoria, penses, peclios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua famlia, os ganhos de trabalhador autnomo e os honorrios de profissional liberal; V - os livros, as mquinas, as ferramentas, os utenslios, os instrumentos ou outros bens mveis necessrios ou teis ao exerccio de qualquer profisso; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessrios para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia;

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IX - os recursos pblicos recebidos por instituies privadas para aplicao compulsria em educao, sade ou assistncia social; X - at o limite de 40 salrios mnimos, a quantia depositada em caderneta de poupana. XI - os recursos pblicos do fundo partidrio recebidos, nos termos da lei, por partido poltico.

4.3. Responsabilidade Patrimonial Secundria Ficam sujeitos execuo os bens (art. 592 do CPC): I - do sucessor a ttulo singular, tratando-se de execuo fundada em direito real ou obrigao reipersecutria; II - do scio, nos termos da lei; III - do devedor, quando em poder de terceiros; IV - do cnjuge, nos casos em que os seus bens prprios, reservados ou de sua meao respondem pela dvida; V - alienados ou gravados com nus real em fraude de execuo.

5. TTULO EXECUTIVO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL

5.1. Ttulo Executivo Judicial e Extrajudicial14

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H dois tipos de ttulos: judiciais e extrajudiciais. O primeiro formado pelo juiz, por meio da atuao jurisdicional. O extrajudicial formado por ato de vontade das partes que constitui a relao jurdica de direito material.

O cdigo identifica ttulos executivos judiciais e extrajudiciais. Executivos judiciais, aps a reforma introduzida pela Lei n 11.232/05, deixaram de compor o processo de execuo e passaram ao processo de conhecimento. Para que fique bem definida a diferena entre ttulos executivos judiciais e extrajudiciais, decidimos elaborar uma tabela, mostrando a distino criada pelo cdigo de processo civil. Vejam quadro abaixo:

So ttulos executivos judiciais (Art. 475-N Livro I: Conhecimento) I a sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia de obrigao de fazer, no fazer, entregar coisa ou pagar quantia; II a sentena penal condenatria transitada em julgado; III a sentena homologatria de conciliao ou de transao, ainda que inclua matria no posta em juzo; IV a sentena arbitral;

So ttulos executivos extrajudiciais (Art. 585 Livro II: Execuo) I - a letra de cmbio, a nota promissria, a duplicata, a debnture e o cheque; II - a escritura pblica ou outro documento pblico assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transao referendado pelo Ministrio Pblico, pela Defensoria Pblica ou pelos advogados dos transatores; III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e15

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V o acordo extrajudicial, de cauo, bem como os de seguro de qualquer natureza, homologado vida; judicialmente; IV - o crdito decorrente de foro e VI a sentena estrangeira, laudmio; homologada pelo Superior Tribunal V - o crdito, documentalmente de Justia; comprovado, decorrente de aluguel VII o formal e a certido de de imvel, bem como de encargos partilha, exclusivamente em acessrios, tais como taxas e relao ao inventariante, aos despesas de condomnio; herdeiros e aos sucessores a ttulo VI - o crdito de serventurio de singular ou universal. justia, de perito, de intrprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorrios forem aprovados por deciso judicial; VII - a certido de dvida ativa da Fazenda Pblica da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, correspondente aos crditos inscritos na forma da lei; VIII - todos os demais ttulos a que, por disposio expressa, a lei atribuir fora executiva.

6. ESPCIES

Vamos tratar da Execuo por quantia certa contra devedor solvente e contra devedor insolvente; Execuo para entrega de coisa; Execuo de obrigao de fazer e de no fazer, previstas no edital.16

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6.1. Processo de execuo para a entrega da coisa Uma vez juntada aos autos do mandado de citao, correro dois prazos: 1) 2) Dez dias para o executado cumprir a obrigao, o que impede Quinze dias para a apresentao de embargos execuo,

nesse prazo a adoo de qualquer medida executiva, direta ou indireta. independente do depsito da coisa.

6.2. Execuo das obrigaes de fazer e no fazer Nesse tipo de execuo h certa dificuldade de cumprimento do dever pelo demandado. Nas obrigaes de fazer fungveis, em que terceiros podem satisfazer a obrigao, h maior probabilidade de satisfao do direito, pois o magistrado poder: a) Aplicar as astreintes (multa por dia de atraso ou outra unidade de tempo). b) Determinar a realizao da obrigao por terceiro c) Determinar a realizao pelo prprio exequente ou sob a sua superviso J no caso de obrigao infungvel, em que a satisfao da obrigao s depende da vontade do devedor, haver duas formas procedimentais cabveis:

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a) Aplicar as astreintes b) Medidas de presso psicolgicas

6.2.1. Execuo das obrigaes de fazer A petio inicial deve apresentar os requisitos elencados no art. 282, do CPC. Alm disso, deve ser instruda com o ttulo executivo, sendo sempre extrajudicial. A ausncia do ttulo executivo acarretar vcio sanvel, devendo o juiz determinar emenda pea inicial em at 10 dias. No ttulo executivo estar determinado o prazo para que o executado satisfaa a obrigao. Caso no haja prazo no ttulo, caber ao magistrado indic-lo levando em considerao a complexidade da obrigao. No satisfeita a obrigao, o magistrado poder aplicar multa e fixar a data para o incio da cobrana ao despachar a inicial. O no pronunciamento do juiz faz com que a multa passe a gerar efeitos imediatos. Vale lembrar que o juiz goza de ampla liberdade para reduzir, aumentar ou modificar o prazo da multa.

6.2.2. Execuo das obrigaes de no fazer Espcie de execuo que visa uma tutela jurisdicional reparatria. O dever de absteno e caso no tenha respeitado a obrigao de no fazer, haver a inexecuo da obrigao. O que se busca a realizao do ato proibido.

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A obrigao de no fazer pode ser classificada em permanente (ou contnua) e instantnea. A permanente possibilita o retorno ao estado anterior e a instantnea no. Exemplo da permanente, temos na hiptese em que se construiu uma calada onde havia compromisso de no o fazer. Uma vez removida, voltase ao estado anterior. A instantnea ocorre, por exemplo, quando diante do compromisso de guardar segredo, ele revelado no se volta atrs. Na obrigao de no fazer permanente, h formas de desfazimento do fato. Quando o devedor recusa-se a desfazer o ato proibido, ou seja, ato que no deveria ter sido praticado, o credor poder requerer ao magistrado o desfazimento do ato custa do devedor. Alm disso, o executado ser responsabilizado por futuros danos e perdas, caso em que ocorrer a converso do processo executivo em execuo de pagar quantia certa. J na instantnea como no h permisso para que se retorne ao estado anterior, a obrigao de no fazer poder ser convertida em perdas e danos. Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requerer ao juiz que mande desfazer o ato sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. Pargrafo nico. No sendo possvel desfazer-se o ato, a obrigao resolve-se em perdas e danos.

Obrigaes de emitir declarao de vontade

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O devedor, e somente ele, capaz de declarar sua prpria vontade, no sendo permitido a terceiros essa declarao. Trata-se de uma espcie de obrigao infungvel, mas uma infungibilidade meramente jurdica, decorrente de princpio jurdico. Nesse caso, ser possvel a substituio da declarao de vontade por ordem judicial. O interesse do exequente recai sobre o efeito produzido pelo cumprimento da obrigao e no pela ao do devedor. Assim, totalmente possvel obter os efeitos da ao por meio de deciso judicial. Vejamos os artigos que versam sobre o assunto. Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declarao de vontade, a sentena, uma vez transitada em julgado, produzir todos os efeitos da declarao no emitida. Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato no cumprir a obrigao, a outra parte, sendo isso possvel e no excludo pelo ttulo, poder obter uma sentena que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado. Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferncia da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ao no ser acolhida se a parte que a intentou no cumprir a sua prestao, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda no exigvel.

6.3. Execuo das aes coletivas As regras a serem aplicadas a direitos coletivos, difusos e individuais homogneos devem ser aquelas dirigidas a eles. Em casos

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especficos e em carter subsidirio, porm, o Cdigo de Processo Civil ser fonte. Em relao ao processo de execuo, a estrutura do CPC voltada, em primeiro lugar, para satisfazer os interesses e direitos individuais, privilegiando a execuo por quantia certa. No h, portanto, adequada previso do CPC para a execuo de aes coletivas, nem o Cdigo de Defesa do Consumidor junto Lei da Ao Civil Pblica trazem dispositivos que tratam do tema de modo completo. Acaba sendo o CPC muito utilizado para suprir a ausncia de previso de uma e outra lei. Desse modo, a execuo seguir: 1) Quanto sentena de fazer e de no fazer, as disposies do art. 461, do CPC. 2) Quanto deciso de entrega da coisa, o que determina o art. 461-A do cdigo. 3) Quanto s sentenas pecunirias, as disposies dos arts. 475-I a 475-R.

6.3.1. Execuo a partir de sentena penal coletiva Quando se viola direito coletivo, o sujeito comete ato ilcito com possveis efeitos cveis e penais. Ocorrida a tutela jurisdicional por meio de aes penais, poder haver demanda cvel com base naquela tutela. Teremos o caso de uma sentena penal condenatria que gerar efeitos no processo civil, determinando o cumprimento de obrigaes de fazer, no fazer, entrega de coisa ou, mesmo, de pagamento de quantia.21

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6.3.2. Execuo coletiva de ttulo extrajudicial A execuo coletiva funda-se tambm em ttulo executivo judicial. Exemplos: 1) execuo do compromisso de ajustamento de conduta; 2) execuo das decises do conselho administrativo de defesa econmica (CADE).

Ateno! As decises do CADE so ttulos extrajudiciais, cuja execuo pode ser promovida pelo Ministrio Pblico Federal (a requerimento do CADE) ou pelo prprio CADE.

6.3.3. Execuo de sentena genrica na ao sobre direitos individuais homogneos Pode ser promovida, tal execuo, pelas vtimas, seus sucessores ou pelos que a lei legitime substitutos processuais. Liquidada a sentena condenatria genrica, o prejudicado ou sucessor poder, individualmente, promover sua execuo. Na verdade, ao contrrio do disposto no art. 98, CDC, a execuo ser necessariamente individualizada, uma vez que o direito tutelado individual somente. Aqui, a execuo chamada coletiva pelo nico fato de ser proposta por legitimado coletivo.

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Com preciso o jurista Marcelo Abelha Rodrigues: Nesse caso, tem se a uma ao pseudocoletiva, formada pela soma de parcelas identificadas de direitos individuais. Art. 100, CDC: Decorrido o prazo de um ano sem habilitao de interessados em nmero compatvel com a gravidade do dano, podero os legitimados do art. 82 promover a liquidao e execuo da indenizao devida. Esse artigo prev o fluid recovery, que fundado em sentena proferida em processo de direito individual homogneo constitui execuo de fato coletiva. Falamos, nesse caso, de execuo que buscar indenizao residual.

6.4. Execuo contra a Fazenda Pblica A execuo contra a Fazenda Pblica demanda uma execuo diferenciada da particular, pois os seus bens tm natureza pblica, de uso comum, considerados inalienveis e impenhorveis. Alm disso, relaciona-se com o princpio da continuidade do servio pblico, uma vez que seu patrimnio no pode ser afastado da sua funo precpua utilizao pblica sob pena de prejuzo coletividade. Tambm sofre influncia do princpio da isonomia, que garante a no preferncia na ordem de pagamento, j que o pagamento realizado por meio de precatrios. O conceito de Fazenda Pblica engloba a Unio, os Estados, os Municpios, o Distrito Federal, os Territrios, as autarquias e as fundaes institudas pelo Poder Pblico.

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Entendido! Mas e as empresas pblicas e sociedades de economia mista, porque no esto elencadas acima? Simplesmente por se submeterem ao regramento executivo geral. Ah! Agora faz sentido. Continuemos...

6.4.1. Procedimento A execuo contra a Fazenda Pblica pode se apoiar em ttulo executivo judicial e extrajudicial, tendo as seguintes caractersticas procedimentais:

CARACTERSTICAS Recebida a petio inicial, o juiz determinar o

aperfeioamento da citao da Fazenda Pblica para embargar no prazo de 10 dias, salvo na execuo contra o INSS, pois o prazo ser de 30 dias. Caso os embargos no sejam apresentados, requisitar, ao

presidente do Tribunal, por meio do juiz, o pagamento do crdito. Este pagamento ocorre por meio de precatrios judiciais, devendo ser respeitada a ordem de apresentao, dando-se preferncia ao pagamento de crditos alimentares.

Quando o pagamento no for realizado na data da inscrio

do crdito do precatrio (o pagamento s realizado meses depois) permitida a inscrio de precatrios suplementar.

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Desrespeitada a ordem cronolgica de pagamento, ou no

sendo colocado no oramento o valor necessrio ao pagamento do dbito, o credor pode requerer o sequestro da quantia, aps a ouvida do representante do Ministrio pblico.

6.4.2. Dispensa de precatrio Nos casos de pequeno valor admitido o pagamento sem a necessidade de expedio de precatrio. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Pblicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentena judiciria, far-se-o exclusivamente na ordem cronolgica de apresentao dos precatrios e conta dos crditos respectivos, proibida a designao de casos ou de pessoas nas dotaes oramentrias e nos crditos adicionais abertos para este fim (art. 100 da CF). 3 O disposto no caput deste artigo relativamente expedio de precatrios no se aplica aos pagamentos de obrigaes definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentena judicial transitada em julgado. Cada entidade da federao dever indicar, em legislao especfica, quanto pequeno valor. O art.97, 2, do ADCT (EC 62/2009) que se em 180 dias, contados a partir da EC 62/2009, os Estados e os Municpios no conceituarem pequeno valor, ser considerado para os Estados o valor de 40 salrios mnimos e para os Municpios o valor de 30 salrios mnimos.

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No mbito federal, pequeno valor foi determinado pela Lei dos Juizados Especiais Federais (10.257/2001). Esta Lei determina que pequeno valor corresponde a 60 salrios mnimos (art. 17, 1).

6.5. Execuo por quantia certa contra devedor solvente e insolvente Na execuo por quantia certa contra devedor solvente, O DEVEDOR APRESENTA BENS PASSVEIS DE PENHORA PARA A SATISFAO DO DBITO, ou seja, o patrimnio do devedor maior que o dbito e, portanto, pode liquid-lo integralmente. Nesse caso, se o devedor possui mais de um credor, o pagamento ser realizado em consonncia com o princpio da prioridade, em que a ordem de formalizao da penhora, incidente sobre o mesmo bem, respeitada. A execuo por quantia certa contra devedor solvente ocorre por meio da prtica, sucessiva, dos seguintes atos processuais: 1) Citao do devedor: O executado ser citado para, no prazo de 3 (trs) dias, efetuar o pagamento da dvida (art. 652 do CPC). Caso a dvida seja satisfeita, a execuo extinta. No conferida ao executado a prerrogativa de nomear bens penhora para a segurana do juzo, j que a no satisfao da quantia demandada no mandato de citao gera o cumprimento de penhora e da avaliao. 2) Apresentao de petio pelo executado: No prazo para embargos, reconhecendo o crdito do exequente e comprovando o depsito de 30% (trinta por cento) do valor em execuo, inclusive custas e honorrios de advogado, poder o executado requerer seja admitido a pagar o restante em

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at 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correo monetria e juros de 1% (um por cento) ao ms (art. 745-A). 3) Oposio dos embargos execuo: no prazo de 15 dias contados: a) da juntada soa autos do mandado de citao; b) da juntada aos autos da comunicao originada do juzo deprecado. 4) Intimao do exequente para impugnar os embargos: no prazo de 15 dias. 5) Julgamento dos embargos por sentena. 6) Avaliao dos bens penhorados: caso no tenha sido realizada pelo oficial de justia no inicio do procedimento, tendo como consequncia a manifestao das partes, por meio de concordncia ou impugnao que ser solucionada por deciso interlocutria. Esta poder Sr combatida por meio do agravo de instrumento. 7) Adjudicao dos bens por parte do exequente: Vejamos o art. 685-A. lcito ao exequente, oferecendo preo no inferior ao da avaliao, requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados. 1 Se o valor do crdito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositar de imediato a diferena, ficando esta disposio do executado; se superior, a execuo prosseguir pelo saldo remanescente. 2 Idntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cnjuge, pelos descendentes ou ascendentes do executado.

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3 Havendo mais de um pretendente, proceder-se- entre eles licitao; em igualdade de oferta, ter preferncia o cnjuge, descendente ou ascendente, nessa ordem. 4 No caso de penhora de quota, procedida por exequente alheio sociedade, esta ser intimada, assegurando preferncia aos scios. 5 Decididas eventuais questes, o juiz mandar lavrar o auto de adjudicao. 8) Designao de dia e hora para a realizao da hasta pblica. 9) Realizao da primeira praa ou do primeiro leilo: caso seja autorizado a alienao judicial do bem penhorvel no valor igual ao da avaliao. 10) Realizao da segunda praa ou do segundo leilo: autoriza-se a alienao judicial por qualquer valor, desde que no seja um valor meramente simblico. 11) Arrematao dos bens em favor do terceiro, na praa ou no leilo, mediante o pagamento imediato do valor, ou, em 15 dias, mediante cauo. Vejamos a execuo por quantia certa contra devedor insolvente. Na execuo por quantia certa contra devedor insolvente, OS BENS DO DEVEDOR NO SO SUFICIENTES PARA SATISFAZER O DBITO, ou seja, a quantidade devida maior que o patrimnio do devedor. Aplica-se, na execuo por quantia certa contra devedor insolvente, o princpio da igualdade, onde havendo arrecadao de todos os bens do devedor e pagamento aos credores na proporo dos seus crditos.28

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7. EMBARGOS EXECUO

OS EMBARGOS DE EXECUO POSSUEM NATUREZA JURDICA DE AO e quando intentados fazem tramitar, em um mesmo processo, duas aes: a execuo e os embargos execuo. Independente de depsito, cauo ou penhora o executado poder obstar-se execuo por meio de embargos que sero distribudos por dependncia, autuados em aparato e instrudos com cpias das peas processuais. Contados da data da juntada aos autos do mandado de citao, o prazo para propor os embargos de 15 dias. Nos casos em que houver vrios executados o prazo contado a partir da juntada do respectivo mandado. No entanto, quando os executados forem cnjuge o prazo contado individualmente. Obs1: o prazo do art.191 do CPC no se aplica ao prazo dos embargos. Nas execues de carta precatria, a citao dever ser

comunicada, de imediato, ao juiz deprecante, inclusive por meio eletrnicos. Nesse caso, os embargos tero seus prazos contados a partir da juntada aos autos de tal comunicao. Regra geral, os embargos no tero efeito suspensivo, no entanto o magistrado poder, a requerimento do embargante, conceder efeito suspensivo, quando os fundamentos forem relevantes, quando a continuao da execuo29

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ameaa causar dano irreparvel e desde que a execuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo.

Ateno! 1) A concesso do efeito suspensivo no impede a efetivao da penhora e avaliao dos bens. 2) A deciso relativa aos efeitos dos embargos poder, a

requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em deciso fundamentada, cessando as circunstncias que a motivaram. Os embargos podero ser rejeitados, liminarmente, pelo magistrado quando forem intempestivos, quando inepta a petio ou quando protelatrios. Em caso de m-f, a cobrana de multa ou indenizao ser promovida no prprio processo de execuo, em autos apensos, operando-se por compensao ou execuo. Obs2: No caso de embargos manifestamente protelatrios, o juiz impor, em favor do exequente, multa ao embargante em valor no superior a 20% (vinte por cento) do valor em execuo. Uma vez recebidos os embargos, ser o exequente ouvido no prazo de 15 dias. Ter o magistrado o dever de julgar imediatamente o pedido ou designar audincia de conciliao, instruo e julgamento, proferindo a sentena no prazo de 10 dias.

Diferena entre Embargos de terceiros X Embargos execuo

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Quanto ao cabimento: nos embargos execuo s se cabe no processo de execuo, enquanto que os embargos de terceiro cabe no processo de conhecimento, processo cautelar e processo de execuo.

As partes: tambm mudam, visto que no somente o devedor parte legtima nos embargos de terceiro, e nos embargos execuo, o devedor o legitimado.

Quanto ao objeto: nos embargos de terceiro tem-se um objeto mais restrito do que o objeto nos embargos da execuo (amplo).

8. SUSPENSO DO PROCESSO DE EXECUO

O processo constitui um conjunto de atos destinados a um objetivo: a sentena de mrito. A maneira como os atos processuais desenvolvem-se caracteriza o procedimento. dos atos Assim, formado que o so processo, realizados temos de o desencadeamento processuais modo

ininterruptos at sua extino. No entanto, essa sequncia de atos poder sofrer soluo de continuidade, com a suspenso do procedimento. A suspenso do procedimento consiste em uma situao

instrumental que se destina a permanecer durante um determinado perodo de tempo, sem ocasionar a extino do processo.

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Ateno! - No confundam suspenso com paralisaes. O fato de o processo estar paralisado no quer dizer que esteja suspenso. - Quando ocorre suspenso do procedimento, vedado a pratica de atos processuais, ressalvadas as hipteses de urgncia. Art. 266, CPC: Durante a suspenso defeso praticar qualquer ato processual; poder o juiz, todavia, determinar a realizao de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparvel. - Em casos de paralisaes no h vedaes para a pratica de atos processuais.

8.1. Casos de suspenso do processo de execuo Suspende-se a execuo: I - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos execuo (art. 739-A); - os embargos execuo (principal modalidade de defesa do executado) podem suspender a execuo, se o rgo judicial o determinar.

II - nas hipteses previstas no art. 265, I a III; - I: pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; - II: pela conveno das partes;32

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- III: quando for oposta exceo de incompetncia do juzo, da cmara ou do tribunal, bem como de suspeio ou impedimento do juiz.

III - quando o devedor no possuir bens penhorveis. - Sem bens a serem penhorados no h como prosseguir execuo. Alm disso, quando os bens forem insuficientes para se efetivar a penhora til, suspende-se a execuo. Vejamos o 2 do art. 659 do CPC:

No se levar a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execuo dos bens encontrados ser totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execuo.Alm desses casos de suspenso tambm sobressaem outras causas de suspenso da execuo, como o recebimento dos embargos de terceiros e a suspenso na execuo fiscal. Obs: Esses so os casos de suspenso da execuo. Os demais casos de suspenso esto dispostos no art. 265 do CPC.

Ateno! - Durante o prazo de suspenso da execuo, no corre o prazo prescricional, uma vez que a prescrio pressupe a inrcia do exequente, o que, no caso, no existe.

Obs1: Decretao de falncia ou de recuperao judicial: suspende as execues individuais propostas em face do devedor insolvente, inclusive as execues propostas pelos credores particulares do scio solidrio:33

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A decretao da falncia ou o deferimento do processamento da recuperao judicial suspende o curso da prescrio e de todas as aes e execues em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do scio solidrio (art. 6o, Lei 11.101/05). Obs2: 1, do art. 6, Lei 11.101/05: Ter prosseguimento no juzo no qual estiver se processando a ao que demandar quantia ilquida. Nesse caso os credores deverem habilitar-se na falncia ou na recuperao judicial, com o propsito de receberem seus crditos. Obs3: A ao rescisria no suspende a eficcia da deciso rescindenda, podendo, assim, ser executada. Vejamos o que diz o CPC: Art. 489: O ajuizamento da ao rescisria no impede o

cumprimento da sentena ou acrdo rescindendo, ressalvada a concesso, caso imprescindveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar ou antecipatria de tutela.

9. EXTINO DO PROCESSO DE EXECUO

So hipteses de extino da execuo com soluo de mrito: 1) Quando o devedor satisfaz a obrigao

- Principal hiptese de execuo do procedimento executivo com exame de mrito: o pagamento da obrigao pelo devedor. O pagamento poder ser voluntrio, como ocorre nos casos do arts. 651, 652 e 475-J do CPC. O pagamento tambm poder resultar da execuo34

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forada, com a entrega do dinheiro ao credor, adjudicao do bem penhorado pelo credor ou do usufruto judicial de bem executado.

2)

Quando

o

devedor

obtm,

por

transao

ou

por

qualquer outro meio, a remisso total da dvida - Hiptese de extino da execuo em razo de outra forma de extino do vnculo obrigacional subjacente ao procedimento executivo como, compensao, transao, confuso, novao ou remisso de dvida.

3)

Quando o credor renunciar ao crdito.

- Extingue-se em razo da renncia do direito objeto da execuo. Ato unilateral do credor que leva extino da execuo com exame de mrito.

A

execuo

tambm

poder

ser

extinta

em

razo

da

inadmissibilidade do procedimento executivo ou em razo da revogao da demanda executiva. Inadmissibilidade do procedimento: Exemplo:

Art. 618, CPC: nula a execuo: I - se o ttulo executivo extrajudicial no corresponder a obrigao certa, lquida e exigvel. Revogao da demanda executiva:

Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execuo ou de apenas algumas medidas executivas.35

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Pargrafo nico. Na desistncia da execuo, observar-se- o seguinte: a) sero extintos os embargos que versarem apenas sobre questes processuais, pagando o credor as custas e os honorrios advocatcios; b) nos demais casos, a extino depender da concordncia do embargante.

Ateno! - O art. 795 do CPC determina que a extino da execuo, somente, produz efeito se for reconhecida por sentena. Porm, a execuo poder ser processada em tribunal, podendo, a extino da execuo, ser resultado de um acrdo ou deciso monocrtica de membro de tribunal. - Assim os recursos cabveis sero: apelao, se contra sentena; agravo interno caso seja deciso monocrtica e recurso especial ou extraordinrio, se contra acrdo. - A execuo poder ser extinta de ofcio pelo rgo jurisdicional ou pelo acolhimento da defesa do executado.

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QUESTES COMENTADAS

1. Enquanto o sequestro se caracteriza por garantir futura execuo por quantia certa, sequestrando-se o suficiente para a satisfao de dado crdito, o arresto tem por fito conservar determinada coisa, recaindo, assim, sobre coisa certa. O arresto que tem como objetivo garantir a execuo de pagar quantia certa, enquanto o sequestro busca garantir a execuo para a entrega de coisa. Tambm mencionamos que qualquer bem penhorvel, imvel ou mvel, do devedor poder ser objeto de arresto, mas o valor deve ser suficiente para o cumprimento integral do direito. Vamos rever outras diferenas entre as duas modalidades de procedimentos cautelares: 1- O arresto tem como objeto bens indeterminados do patrimnio do devedor. O sequestro, por sua vez, tem como objeto bens determinados. 2- O arresto no h dvida a quem pertena o bem constrito. No sequestro existe uma incerteza subjetiva a quem pertena a coisa objeto de constrio. 3- O bem arrestado passa a ser, em determinado momento executivo, objeto de penhora. J no sequestro passar a ser objeto de depsito. Resposta: Errado

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2. Consoante dispe o CPC, impenhorvel a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia. O artigo 649 elenca entre seus incisos o inciso VIII. Art. 649. So absolutamente impenhorveis: VIII- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia (redao dada pela Lei n 11382/2006) Reparem que o mencionado inciso est em consonncia com a prpria CF. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia, no ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento (inciso XXVI, art.5) Resposta: Certo

3. Na execuo lastreada em ttulo executivo judicial, a fazenda pblica ser citada para pagamento do dbito em quinze dias, sob pena de incidncia de multa de 10% sobre o total devido. Ateno: Art. 1-B. O prazo a que se refere o caput dos art. 730 do Cdigo de Processo Civil passa a ser de trinta dias (Includo pela Medida provisria n 2.180-35, de 2001). Resposta: Errado

4. Com relao ao processo de execuo, julgue o item:

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A Lei n. 11.382/2006, ao modificar neste particular o CPC, conferiu adjudicao a condio de meio preferencial de satisfao do crdito executado. Contudo, diante do silncio do executado e de todos os demais legitimados a requer-la, e com a publicao dos editais da hasta pblica para alienao dos bens, torna-se invivel o requerimento de adjudicao dos bens. Vejamos trs artigos que responde essa questo: - Art. 685-B, CPC: A adjudicao considera-se perfeita e acabada com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicante, pelo escrivo e, se for presente, pelo executado, expedindo-se a respectiva carta, se bem imvel, ou mandado de entrega ao adjudicante, se bem mvel. - Art. 685-C, CPC: No realizada a adjudicao dos bens

penhorados, o exeqente poder requerer sejam eles alienados por sua prpria iniciativa ou por intermdio de corretor credenciado perante a autoridade judiciria. - Art. 686. No requerida a adjudicao e no realizada a alienao particular do bem penhorado, ser expedido o edital de hasta pblica. Resposta: Errado

5. A respeito dos embargos de devedor, assinale a opo correta. a) possvel a efetivao de atos de penhora e avaliao dos bens, ainda que tenha sido atribudo efeito suspensivo aos embargos. b) Em regra, os embargos no tm efeito suspensivo. Contudo, o juiz pode, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, da sendo execuo relevantes seus fundamentos, possa causar o ao39

prosseguimento

manifestamente

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executado grave dano de difcil ou incerta reparao, sem que, para isso, seja necessrio que a execuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo suficiente. c) A deciso relativa aos efeitos dos embargos pode, de ofcio, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em deciso fundamentada, cessando as circunstncias que a motivaram. d) Os embargos execuo so distribudos por dependncia, autuados em apartado e instrudos com cpias de todas as peas processuais. e) A execuo deve ficar suspensa por completo, ainda que o efeito suspensivo atribudo diga respeito a apenas uma parte do objeto daquela execuo. Art. 739-A, CPC: Os embargos do executado no tero efeito suspensivo. (...) 6 A concesso de efeito suspensivo no impedir a

efetivao dos atos de penhora e de avaliao dos bens. Resposta: a

6. Assinale a opo correta quanto penhora de bens na execuo do ttulo executivo a) Diante da necessidade de processar a execuo pelo modo menos gravoso ao executado, possvel ao juiz determinar que se proceda preferencialmente penhora de veculos em lugar da penhora de dinheiro depositado em instituio financeira, j que isso preservaria o poder de compra do devedor.

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b) A penhora tem como um de seus efeitos tornar ineficaz a alienao do bem penhorado, de modo que este continuar vinculado dvida garantida, desde que o exequente comprove a existncia de conluio entre o executado e o comprador. c) Diante da constatao de que os bens passveis de penhora sequer sero capazes de produzir valor suficiente ao pagamento das custas do processo, o oficial no dever realizar o ato, limitando-se a certificar essa situao, independentemente da descrio dos bens localizados. d) Sendo penhorado o imvel cuja acesso ainda se encontra em fase de construo, os materiais que seriam empregados para o encerramento da obra tambm podero ser objeto de penhora. e) Um casal que tenha dois imveis em seu patrimnio s ter aquele em que no reside penhorado se o outro cnjuge no for alheio execuo, ou seja, se a dvida do executado tiver sido contrada por ambos em benefcio do outro. Art. 649. So absolutamente impenhorveis: (...) VII - os materiais necessrios para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas.

Resposta: d

7. Acerca da liquidao da sentena, do cumprimento da sentena e da execuo, julgue o item subsequente.

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Ao impugnar o valor da execuo por excesso, o executado deve indicar o valor que entende devido, o que revela a aplicao do princpio da menor onerosidade da execuo, mas no do princpio da cooperao. A questo est quase perfeita. Mas, no final dela, o examinador quis testar o candidato quanto ao conhecimento do princpio da menor onerosidade e da cooperao. A execuo deve ser o menos onerosa possvel ao devedor. No caso da discusso o executado quem deve contribuir com a justia, inclusive por previso legal. 2 Quando o executado alegar que o exeqente, em excesso de execuo, pleiteia quantia superior resultante da sentena, cumprir-lhe- declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeio liminar dessa impugnao. (art. 575-L). Resposta: Errado

8. Os embargos de terceiro podem ser opostos, no processo de execuo, a) at a arrematao, adjudicao ou remisso do bem em hasta pblica ou leilo. b) at cinco dias depois da assinatura da carta de arrematao, adjudicao ou remisso. c) at o registro da carta de arrematao ou adjudicao no cartrio de registro de imveis. d) a qualquer tempo, mas sempre antes da expedio da carta de arrematao, adjudicao ou remisso.42

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e) at cinco dias depois da arrematao, adjudicao ou remisso, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

De acordo com o art. 1.048, CPC: Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto no transitada em julgado a sentena, e, no processo de execuo, at 5 dias depois da arrematao, adjudicao ou remio, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Resposta: e

9. As chamadas astreintes a) devem ser fixadas contratualmente. b) so determinadas pelo juiz sempre em carter liminar, como deciso interlocutria. c) so cabveis em sentenas de qualquer natureza, inclusive as de condenao em pecnia. d) tm natureza de compensao parte contrria. e) possuem natureza inibitria, de desestmulo, mas no podem ser consideradas como pena a quem deva cumprir a ordem judicial. Bem colocado pelo item e, as astreintes, fixadas judicialmente, tm uma natureza inibitria imposta ao devedor na execuo de obrigaes de fazer ou no fazer, constituindo uma prestao integrante do montante devido. Resposta: e

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10. Considere as seguintes assertivas sobre a execuo por quantia certa contra devedor solvente: I. O executado ser citado para, no prazo de 3 (trs) dias, efetuar o pagamento da dvida e, efetuado o pagamento no prazo fixado o executado estar isento do pagamento da verba honorria. II. A impenhorabilidade no oponvel cobrana do crdito concedido para a aquisio do prprio bem. III. Podem ser penhorados, falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienveis, ainda que destinados satisfao de prestao alimentcia. IV. O juiz poder, de ofcio ou a requerimento do exequente, determinar, a qualquer tempo, a intimao do executado para indicar bens passveis de penhora. De acordo com o Cdigo de Processo Civil est correto o que se afirma SOMENTE em a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV. Vejamos os itens corretos. II) O art. 649, 1, do CPC: So absolutamente impenhorveis:44

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1: A impenhorabilidade no oponvel cobrana do crdito concedido para a aquisio do prprio bem.

IV) Art. 652, 3, do CPC: O executado ser citado para, no prazo de 3 dias, efetuar o pagamento da dvida. 3: O juiz poder, de ofcio ou a requerimento do exeqente, determinar, a qualquer tempo, a intimao do executado para indicar bens passveis de penhora. Reparem, mais uma vez a banca usa a literalidade da Lei para elaborar os itens das questes. Resposta: c

11. NO pode ser sujeito passivo na execuo o a) fiador judicial. b) devedor, reconhecido como tal no ttulo executivo. c) responsvel tributrio, assim definido em legislao prpria. d) esplio, os herdeiros ou os sucessores do devedor. e) novo devedor que assumiu a obrigao resultante do ttulo

executivo, sem o consentimento do credor.

Vejamos o art. 568, CPC que versa sobre os sujeitos passivos na execuo.45

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So sujeitos passivos na execuo: I - o devedor, reconhecido como tal no ttulo executivo; II - o esplio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - o novo devedor, que assumiu, COM O CONSENTIMENTO DO CREDOR, a obrigao resultante do ttulo executivo; (a banca troca uma pequena palavra COM por SEM e invlida a questo). IV - o fiador judicial; V - o responsvel tributrio, assim definido na legislao prpria. Resposta: e

12. Tm fora de ttulo executivo extrajudicial, por disposio expressa de lei ou enunciado de smula do STJ, os documentos abaixo, EXCETO: a) instrumento de confisso de dvida assinado por duas testemunhas. b) instrumento de transao referendado pela Defensoria Pblica sem assinatura de duas testemunhas. c) contrato de abertura de crdito. d) boleto bancrio de despesa condominial originada em contrato verbal de locao, para execuo pelo locador. e) contrato de honorrios advocatcios, sem assinatura de duas testemunhas. Em deciso confirmada pelo Tribunal, A 8 Turma Especializada do TRF 2 Regio (Proc.: 98.02.40496-9) confirmou, por unanimidade, a deciso46

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da Justia Federal do Rio de Janeiro que extinguiu o processo, sem exame do mrito, movido pela Caixa Econmica Federal contra uma cliente, em que se pretendia a cobrana de valores de um contrato de abertura de crdito rotativo em conta corrente. A deciso seguiu a Smula 233 do STJ, cujo enunciado : O contrato de abertura de crdito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, no ttulo executivo. Resposta: c

13. Na execuo por quantia certa, a expropriao de bens do devedor consiste a) em dois modos: alienao por iniciativa particular e em hasta pblica. b) em trs modos: adjudicao em favor do exequente, alienao por iniciativa particular e alienao em hasta pblica. c) em dois modos: adjudicao em favor do exequente e alienao em hasta pblica. d) em alienao em hasta pblica, somente, na qual ter o credor preferncia na adjudicao do bem constrito. e) em quatro modos: adjudicao em favor do exequente, alienao por iniciativa particular, alienao em hasta pblica e no usufruto de bem mvel ou imvel. Art. 647. A expropriao consiste: I - na adjudicao em favor do exeqente ou das pessoas indicadas no 2 do art. 685-A desta Lei;47

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II - na alienao por iniciativa particular; III - na alienao em hasta pblica; IV - no usufruto de bem mvel ou imvel Resposta: e

RESUMO DA AULA 05

- No processo de execuo: o titular do direito conhecido. O Estado dever intervir, mas com seu poder coercitivo, para obrigar o devedor a cumprir o comando do ato judicial que resolveu o conflito. - Pelo princpio da efetividade da execuo, deve-se atribuir ao credor exatamente o que lhe confere o ttulo, no menor tempo possvel. - Pelo princpio da menor onerosidade ao devedor, o devedor, tendo possibilidade de adimplir sua dvida por mais de um meio, ser beneficiado pela imposio do menos gravoso (art. 620). - A responsabilidade patrimonial UM INSTITUTO DE DIREITO PROCESSUAL E DIREITO MATERIAL. Como instituto de direito processual entendida como a possibilidade de submisso de um patrimnio satisfao do direito substancial do credor; como instituto de direito material, uma vez contrada a obrigao, uma das partes tem o dever de satisfazer o direito da outra. Representa uma situao jurdica de desvantagem que quando satisfeito o direito no faz surgir dvida, caracterstica do direito material. - Ttulo Executivo Judicial e Extrajudicial: Existem dois tipos de ttulos: judiciais e extrajudiciais. O primeiro formado pelo juiz, por meio da atuao jurisdicional. O extrajudicial formado por ato de vontade das partes que constitui a relao jurdica de direito material.48

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- Espcies de execuo: Execuo para a entrega da coisa; Execuo das obrigaes de fazer e no fazer; Execuo das obrigaes de fazer e no de fazer; Execuo das aes coletivas; Execuo coletiva de ttulo extrajudicial; Execuo de sentena genrica na ao sobre direitos individuais homogneos; Execuo contra a Fazenda Pblica; Execuo por quantia certa contra devedor solvente e insolvente. - Na execuo por quantia certa contra devedor solvente, O DEVEDOR APRESENTA BENS PASSVEIS DE PENHORA PARA A SATISFAO DO DBITO, ou seja, o patrimnio do devedor maior que o dbito e, portanto, pode liquid-lo integralmente. - Na execuo por quantia certa contra devedor insolvente, OS BENS DO DEVEDOR NO SO SUFICIENTES PARA SATISFAZER O DBITO, ou seja, a quantidade devida maior que o patrimnio do devedor.

QUESTES COMENTADAS NA AULA 05

1. Enquanto o sequestro se caracteriza por garantir futura execuo por quantia certa, sequestrando-se o suficiente para a satisfao de dado crdito, o arresto tem por fito conservar determinada coisa, recaindo, assim, sobre coisa certa.

2. Consoante dispe o CPC, impenhorvel a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia.

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3. Na execuo lastreada em ttulo executivo judicial, a fazenda pblica ser citada para pagamento do dbito em quinze dias, sob pena de incidncia de multa de 10% sobre o total devido.

4. Com relao ao processo de execuo, julgue o item: A Lei n. 11.382/2006, ao modificar neste particular o CPC, conferiu adjudicao a condio de meio preferencial de satisfao do crdito executado. Contudo, diante do silncio do executado e de todos os demais legitimados a requer-la, e com a publicao dos editais da hasta pblica para alienao dos bens, torna-se invivel o requerimento de adjudicao dos bens.

5. A respeito dos embargos de devedor, assinale a opo correta. a) possvel a efetivao de atos de penhora e avaliao dos bens, ainda que tenha sido atribudo efeito suspensivo aos embargos. b) Em regra, os embargos no tm efeito suspensivo. Contudo, o juiz pode, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, da sendo execuo relevantes seus fundamentos, possa causar o ao prosseguimento manifestamente

executado grave dano de difcil ou incerta reparao, sem que, para isso, seja necessrio que a execuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo suficiente. c) A deciso relativa aos efeitos dos embargos pode, de ofcio, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em deciso fundamentada, cessando as circunstncias que a motivaram. d) Os embargos execuo so distribudos por dependncia, autuados em apartado e instrudos com cpias de todas as peas processuais.50

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e) A execuo deve ficar suspensa por completo, ainda que o efeito suspensivo atribudo diga respeito a apenas uma parte do objeto daquela execuo. 6. Assinale a opo correta quanto penhora de bens na execuo do ttulo executivo a) Diante da necessidade de processar a execuo pelo modo menos gravoso ao executado, possvel ao juiz determinar que se proceda preferencialmente penhora de veculos em lugar da penhora de dinheiro depositado em instituio financeira, j que isso preservaria o poder de compra do devedor. b) A penhora tem como um de seus efeitos tornar ineficaz a alienao do bem penhorado, de modo que este continuar vinculado dvida garantida, desde que o exequente comprove a existncia de conluio entre o executado e o comprador. c) Diante da constatao de que os bens passveis de penhora sequer sero capazes de produzir valor suficiente ao pagamento das custas do processo, o oficial no dever realizar o ato, limitando-se a certificar essa situao, independentemente da descrio dos bens localizados. d) Sendo penhorado o imvel cuja acesso ainda se encontra em fase de construo, os materiais que seriam empregados para o encerramento da obra tambm podero ser objeto de penhora. e) Um casal que tenha dois imveis em seu patrimnio s ter aquele em que no reside penhorado se o outro cnjuge no for alheio execuo, ou seja, se a dvida do executado tiver sido contrada por ambos em benefcio do outro.

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7. Acerca da liquidao da sentena, do cumprimento da sentena e da execuo, julgue o item subsequente. Ao impugnar o valor da execuo por excesso, o executado deve indicar o valor que entende devido, o que revela a aplicao do princpio da menor onerosidade da execuo, mas no do princpio da cooperao.

8. Os embargos de terceiro podem ser opostos, no processo de execuo, a) at a arrematao, adjudicao ou remisso do bem em hasta pblica ou leilo. b) at cinco dias depois da assinatura da carta de arrematao, adjudicao ou remisso. c) at o registro da carta de arrematao ou adjudicao no cartrio de registro de imveis. d) a qualquer tempo, mas sempre antes da expedio da carta de arrematao, adjudicao ou remisso. e) at cinco dias depois da arrematao, adjudicao ou remisso, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

9. As chamadas astreintes a) devem ser fixadas contratualmente. b) so determinadas pelo juiz sempre em carter liminar, como deciso interlocutria.52

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c) so cabveis em sentenas de qualquer natureza, inclusive as de condenao em pecnia. d) tm natureza de compensao parte contrria. e) possuem natureza inibitria, de desestmulo, mas no podem ser consideradas como pena a quem deva cumprir a ordem judicial.

10. Considere as seguintes assertivas sobre a execuo por quantia certa contra devedor solvente: I. O executado ser citado para, no prazo de 3 (trs) dias, efetuar o pagamento da dvida e, efetuado o pagamento no prazo fixado o executado estar isento do pagamento da verba honorria. II. A impenhorabilidade no oponvel cobrana do crdito concedido para a aquisio do prprio bem. III. Podem ser penhorados, falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienveis, ainda que destinados satisfao de prestao alimentcia. IV. O juiz poder, de ofcio ou a requerimento do exequente, determinar, a qualquer tempo, a intimao do executado para indicar bens passveis de penhora. De acordo com o Cdigo de Processo Civil est correto o que se afirma SOMENTE em a) I e II. b) I e III.

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c) II e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV.

11. NO pode ser sujeito passivo na execuo o a) fiador judicial. b) devedor, reconhecido como tal no ttulo executivo. c) responsvel tributrio, assim definido em legislao prpria. d) esplio, os herdeiros ou os sucessores do devedor. e) novo devedor que assumiu a obrigao resultante do ttulo

executivo, sem o consentimento do credor.

12. Tm fora de ttulo executivo extrajudicial, por disposio expressa de lei ou enunciado de smula do STJ, os documentos abaixo, EXCETO: a) instrumento de confisso de dvida assinado por duas testemunhas. b) instrumento de transao referendado pela Defensoria Pblica sem assinatura de duas testemunhas. c) contrato de abertura de crdito. d) boleto bancrio de despesa condominial originada em contrato verbal de locao, para execuo pelo locador.

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e) contrato de honorrios advocatcios, sem assinatura de duas testemunhas.

13. Na execuo por quantia certa, a expropriao de bens do devedor consiste a) em dois modos: alienao por iniciativa particular e em hasta pblica. b) em trs modos: adjudicao em favor do exequente, alienao por iniciativa particular e alienao em hasta pblica. c) em dois modos: adjudicao em favor do exequente e alienao em hasta pblica. d) em alienao em hasta pblica, somente, na qual ter o credor preferncia na adjudicao do bem constrito. e) em quatro modos: adjudicao em favor do exequente, alienao por iniciativa particular, alienao em hasta pblica e no usufruto de bem mvel ou imvel.

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REFERNCIA BIBLIOGRFICA

BRASIL. CPC (1973). Cdigo de Processo Civil, Braslia, DF, Senado, 1973. BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, Senado, 1988. DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento. 8 ed. Salvador: Edies JUS PODIVM, 2007. v.1. DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento. 8 ed. Salvador: Edies JUS PODIVM, 2007. v.2. MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil, volume 1: teoria geral do processo e processo de conhecimento. 4 ed. So Paulo: Atlas, 2007. MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil, volume 2: teoria geral do processo e processo de conhecimento. 4 ed. So Paulo: Atlas, 2007.

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MONTENEGRO FILHO, Misael. Processo Civil. 7 ed. So Paulo: Mtodo, 2010. NEVES, Daniel Amorim Assumpo. Manual de Direito Processual Civil. 2 ed. So Paulo: Mtodo, 2010. THEODORO JNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 18. ed., Rio de Janeiro: Forense, 1999, v1. THEODORO JNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 18. ed., Rio de Janeiro: Forense, 1999, v2. GONALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 7 ed. So Paulo: Saraiva, 2010, v1. ALVES, Leonardo Barreto Moreira; BERCLAZ, Mrcio Soares. Ministrio Pblico em Ao Atuao prtica jurisdicional e extrajurisdicional. Salvador: Juspodivm, 2010. FERRARESI, Eurico. Ao Popular, Ao Civil Pblica e Mandado de Segurana Coletivo Instrumentos Processuais Coletivos. 1 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009.

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