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6 PARTE 1 ‐ NOÇÕES GERAIS DE DESENHO TÉCNICO 1.1 O DESENHO COMO FORMA DE EXPRESSÃO Segundo Schuler e Mukai (200‐?), desde suas origens o homem comunica‐se através de grafismos e desenhos. As primeiras representações que conhecemos são as pinturas rupestres, em que o homem representava não apenas o mundo que o cercava, mas também as suas sensações: alegrias, medos, crenças, danças... Ao longo da história, a comunicação através do desenho, foi evoluindo, dando origem a duas formas de desenho: o desenho artístico – que pretende comunicar idéias e sensações, estimulando a imaginação do espectador; e o desenho técnico – que tem por finalidade a representação dos objetos o mais próximo do possível, em formas e dimensões. Em arquitetura, o desenho é a principal forma de expressão. É através dele que se exteriorizam as criações e soluções arquitetônicas, representando o projeto, seja ele um espaço, uma edificação ou um conjunto delas. 1.1.1 O DESENHO TÉCNICO O desenho começou a ser usado como meio preferencial de representação do projeto arquitetônico a partir do Renascimento, quando as representações técnicas foram iniciadas nos trabalhos de Brunelleschi e Leonardo Da Vinci. Apesar disso, ainda não havia conhecimentos sistematizados na área, o que tornava o desenho mais livre e sem nenhuma normatização. Um dos grandes avanços em desenho técnico se deu com a geometria descritiva de Gaspar Monge (1746‐ 1818), que apresentou um método de representação das superfícies tridimensionais dos objetos sobre a superfície bidimensional do papel. A geometria mongeana embasa a técnica do desenho até hoje (SCHULER e MUKAY, 200‐?). Com a Revolução Industrial, os projetos das máquinas passaram a necessitar de maior rigor e os diversos projetistas necessitaram de um meio comum para se comunicar. Desta forma, instituíram‐se a partir do século XIX as primeiras normas técnicas de representação gráfica de projetos (SCHULER e MUKAY, 200‐?).

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PARTE 1 NOES GERAIS DE DESENHO TCNICO

1.1 O DESENHO COMO FORMA DE EXPRESSO

Segundo Schuler e Mukai (200?), desde suas origens o homem comunicase atravs de grafismos e desenhos. As primeiras representaes que conhecemos so as pinturas rupestres, em que o homem representava no apenas o mundo que o cercava, mas tambm as suas sensaes: alegrias, medos, crenas, danas... Ao longo da histria, a comunicao atravs do desenho, foi evoluindo, dando origem a duas formas de desenho: o desenho artstico que pretende comunicar idias e sensaes, estimulando a imaginao do espectador; e o desenho tcnico que tem por finalidade a representao dos objetos o mais prximo do possvel, em formas e dimenses.

Em arquitetura, o desenho a principal forma de expresso. atravs dele que se exteriorizam as criaes e solues arquitetnicas, representando o projeto, seja ele um espao, uma edificao ou um conjunto delas.

1.1.1 O DESENHO TCNICO

O desenho comeou a ser usado como meio preferencial de representao do projeto arquitetnico a partir do Renascimento, quando as representaes tcnicas foram iniciadas nos trabalhos de Brunelleschi e Leonardo Da Vinci. Apesar disso, ainda no havia conhecimentos sistematizados na rea, o que tornava o desenho mais livre e sem nenhuma normatizao. Um dos grandes avanos em desenho tcnico se deu com a geometria descritiva de Gaspar Monge (17461818), que apresentou um mtodo de representao das superfcies tridimensionais dos objetos sobre a superfcie bidimensional do papel. A geometria mongeana embasa a tcnica do desenho at hoje (SCHULER e MUKAY, 200?).

Com a Revoluo Industrial, os projetos das mquinas passaram a necessitar de maior rigor e os diversos projetistas necessitaram de um meio comum para se comunicar. Desta forma, instituramse a partir do sculo XIX as primeiras normas tcnicas de representao grfica de projetos (SCHULER e MUKAY, 200?).

O Desenho Arquitetnico uma especializao do desenho tcnico normatizado, voltada para a execuo e representao de projetos de arquitetura. Para Schuler e Mukai (200?) o desenho de arquitetura manifestase como um cdigo para uma linguagem, estabelecida entre o desenhista e o leitor do projeto, envolvendo um certo nvel de treinamento no seu entendimento. Por este motivo, este tipo de desenho costuma ser uma disciplina importante nos primeiros perodos das faculdades de arquitetura e engenharia civil.

39Assim, o Desenho Arquitetnico uma forma de comunicao do arquiteto e do engenheiro. Quando o elaboramos estamos criando um documento que contm, na linguagem de desenho, informaes tcnicas relativas a uma obra arquitetnica. Esse documento segue normas de linguagem que definem a representatividade das retas, curvas, crculos e retngulos, assim como

dos diversos outros elementos que nele aparecem, de forma a poder ser perfeitamente lido pelos profissionais envolvidos na construo (SCHULER e MUKAY, 200?).

Os desenhos de arquitetura at pouco tempo eram realizados quase exclusivamente sobre uma superfcie de papel atravs do instrumental tradicional do desenho tcnico, tal como o lpis e/ou lapiseira, borracha, esquadros, escalmetro, compasso, gabaritos, etc. Com a evoluo da computao grfica e a disseminao dos programas CAD (Computer Aided Design), o instrumento de elaborao dos desenhos de arquitetura passou a ser majoritariamente o computador. O desenho arquitetnico passa a ser desenvolvido na tela do computador e posteriormente impresso em impressoras de grande formato (plotter). Mas apesar da troca de instrumental, os elementos do desenho arquitetnico mantmse com as mesmas caractersticas grficas, ou seja, os traos e os demais elementos apresentados devero transmitir todas as informaes necessrias para a construo do objeto, com a mesma representatividade, nos dois processos (SCHULER e MUKAY, 200?).

1.1.2 A IMPORTNCIA DAS NORMAS TCNICAS

Segundo Schuler e Mukai (200?), sendo o desenho a principal forma de comunicao e transmisso das idias do arquiteto, necessrio que os outros profissionais envolvidos possam compreender perfeitamente o que est representado em seus projetos. Da mesma forma, necessrio que o arquiteto consiga ler qualquer outro projeto complementar ao arquitetnico, para possibilitar a compatibilizao entre estes.

A normatizao para desenhos de arquitetura tem a funo de estabelecer regras e conceitos nicos de representao grfica, assim como uma simbologia especfica e prdeterminada, possibilitando ao desenho tcnico atingir o objetivo de representar o se quer tornar real (SCHULER e MUKAY, 200?).

A representao grfica do desenho em si corresponde a uma norma internacional (sob a superviso da ISO International Organization for Standardization). Porm, geralmente, cada pas costuma ter suas prprias normas, adaptadas por diversos motivos. No Brasil, as normas so editadas pela ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). Para o Desenho Arquitetnico, a principal norma a NBR 6492 Representao de Projetos de Arquitetura. Grande parte das recomendaes dessa apostila so baseadas nessa norma.

1.2 A GRAFICAO ARQUITETNICA

Sempre que possvel o desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e carimbo (selo) com as informaes necessrias. Deve estar limpo e sem rasuras. Conter traos homogneos, com espessuras diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreenso dos elementos desenhados. Textos com caracteres claros e bem dimensionados, que no gerem dvidas ou dupla interpretao. Dimenses e demais indicaes que permitam a boa leitura e perfeita execuo da obra.

A base para a maior parte do desenho arquitetnico a linha, cuja essncia a continuidade. Em um desenho constitudo somente de linhas, a informao arquitetnica transmitida (espao volumtrico; definio dos elementos planos, cheios e vazios; profundidade) depende primordialmente das diferenas discernveis no peso visual dos tipos de linhas usados.

1.2.1 AS LINHAS

As linhas so os principais elementos grficos do desenho arquitetnico. Alm de definirem o formato, dimenses e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas, escadas, etc., tambm informam as caractersticas e dimenses de cada elemento projetado. Sendo assim, devero estar perfeitamente representadas dentro do desenho.

As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legveis (visveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradao no traado em funo do plano onde se encontram. As linhas em primeiro plano (plano mais prximo) sero sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados (mais afastados) sero menos intensas. Tambm se diferem as espessuras das linhas dos elementos seccionados (transpassados pelos planos de corte) das linhas dos elementos em vista (que esto alm do plano de corte), representandose com maior intensidade visual os primeiros (elementos em seo) em relao aos ltimos (elementos em vista).

1.2.1.1 Espessuras das linhas

As espessuras das linhas utilizadas no desenho arquitetnico podem ser classificadas em grossas, mdias e finas. As espessuras variam conforme o uso (elemento representado) e a escala de representao.

TRAOESPESSURATIPO DE LINHAPRINCIPAIS USOS

GROSSO0,5 mm a 1,0 mmPrincipais/secundriasLinhas que esto sendo cortadas (perfil)

MDIO0,25 mm a 0,45 mmSecundriasLinhas em vista/elevao

FINO0,05 mm a 2,0 mmTerciriasLinhas auxiliares/cotas/hachuras/ pisos

Trao forte: As linhas grossas e escuras so utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, as paredes e os elementos estruturais (pilares, vigas, lajes) interceptados pelo plano de corte.

Trao mdio: as linhas de espessura mdias, representam elementos em vista, ou seja, tudo que esteja abaixo (planta baixa) ou a alm (cortes) do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobilirio, ressaltos no piso, vos de aberturas, paredes em vista, etc. Tambm so utilizadas para representar elementos seccionados de pequenas dimenses, tais como marcos e folhas de esquadrias.

Trao fino: as linhas finas so utilizadas principalmente para representar hachuras e texturas, tais como as que representam os elementos de concreto e madeiras, e as que representam os pisos e paredes revestidas, por exemplo, com pedras e cermicas. Tambm so utilizadas para representar as linhas de cotas e de chamadas.

* Linhas nas representaes das fachadas: nas representaes das fachadas (elevaes) de uma edificao so utilizadas linhas de diversas espessuras, que, entre outros fatores, variam seu traado conforme: a distncia relativa dos planos de fachadas ao observador; representarem contornos de planos ou linhas internas; representarem vos ou elementos internos e externos a esses, etc.

1.2.1.1 Tipos de Linhas

1. Linhas de contorno Contnuas

A espessura varia com a escala e a natureza do desenho, exemplo:

( 0,5 mm)

2. Linhas internas Contnuas

De menor valor que as linhas de contorno, exemplo:

( 0,4 mm)

3. Linhas de elementos em seo Contnuas

A espessura varia com a escala e as dimenses do elemento seccionado, exemplo: ( 0,6 mm)4. Linhas de elementos no visveis situadas alm do plano do desenho Tracejadas

Mesmo valor que as linhas de eixo.

( 0,2 mm)

5. Linhas de projeo Trao e dois pontos

So indicadas para representar projees de pavimentos superiores, marquises, balanos, etc.

( 0,3 mm)

6. Linhas de eixo ou coordenadas Trao e ponto

Com espessura inferior s linhas internas e com traos longos.

( 0,3 mm)

7. Linhas de cotas, indicaes e chamadas contnuas

Com espessura inferior linha de eixo ou coordenadas

( 0,1 mm)

* comum observarse o uso de linhas tracejadas (4) na representao de elementos em projeo, ao invs da linha trao e dois pontos recomendada pela NBR 6492.

PARTE 2 O DESENHO ARQUITETNICO AUXILIADO POR COMPUTADOR

O desenho de uma obra ou projeto de arquitetura desenho arquitetnico sofreu diversas transformaes com a passagem do mtodo tradicional para o desenho computadorizado, ou desenho auxiliado por computador. A mudana no somente instrumental, atinge conceitos e a prpria forma de se desenhar, ou seja, a tcnica grfica (XAVIER, 2004).

O desenho auxiliado por computador (CAD) no se limita unicamente a prpria representao. O desenho digital pode conter muito mais informao acerca de um projeto ou de um edifcio daquela eventualmente impressa para uma apresentao. No desenho digital a representao passa a ser parte de uma informao maior. O desenho possui uma versatilidade e potencialidade de uso e informao que o coloca em outra dimenso quando comparado ao desenho tradicional.

2.1 CONSIDERAES INICIAIS

Desde 1962, quando em Massachustseetts Ivan Sutherland divulgou o primeiro programa capaz de desenhar uma linha na tela do computador, at hoje, a chamada Computao Grfica, e mais especificamente a subrea voltada criao e manipulao de desenhos tcnicos e projetos, passou por um acelerado processo evolutivo.

Segundo Sainz e Valderrama (1992), por uma questo mercadolgica as primeiras aplicaes constituamse de programas grficos no especializados desenvolvidos para o desenho tcnico em geral e voltadas para a produo industrial. Por muito tempo, diziam estes autores, no se fez diferena entre o desenho por computador e o desenho de arquitetura por computador, ficando a informtica grfica para arquitetura como um subproduto dos desenvolvimentos pensados para outros campos de atividades.

Esta situao mudou com o aparecimento dos PCs (ou computadores pessoais) da IBM, que representou uma abrupta queda nos custos dos equipamentos, tornando a informtica grfica acessvel ao trabalho de arquitetura. Este fator determinou o surgimento de um novo e potencial mercado consumidor, no s formado por arquitetos, mas por profissionais de diversas reas da engenharia e da grfica, que antes tinham poucas possibilidades de acesso s caras estaes grficas. Com a nova demanda surgiu conseqente comercializao de programas grficos de todos os tipos, muitos deles voltados especificamente arquitetura.

O aparecimento de programas cada vez mais especializados na arquitetura, tanto para automatizao dos desenhos como para o auxilio ao projeto em si, com grande diversidade de enfoques, acabaram por determinar ao usurio uma escolha antecipada de qual mtodo de trabalho se adapta melhor a sua forma de projetar e desenhar (SAINZ; VALDERRAMA, 1992). Alguns programas so pouco flexveis quanto forma de usos de seus recursos, impondo ao usurio uma metodologia de trabalho que conflita com sua forma de projetar e desenhar.

Sendo assim, a escolha do programa CAD passou a ser ponto chave na informatizao dos processos de trabalhos grficos dos arquitetos, estudantes e desenhistas de arquitetura, pois o programa, em si mesmo, implica em um mtodo de trabalho que determinar a futura forma de desenhar do arquiteto (SAINZ; VALDERRAMA, 1992).

2.2 UTILIDADES DO DESENHO ARQUITETNICO AUXILIADO POR COMPUTADOR

Apesar de um dos fins do desenho auxiliado por computador ser a produo de representaes estticas, no molde do desenho tradicional, sua utilidade no se limita unicamente a prpria representao. A informao contida no computador muito mais ampla e potencialmente mais til do que as imagens e impresses que dela possam resultar. Um conjunto de plantas pode, por exemplo, servir no s para apresentao do projeto arquitetnico, como tambm para o desenvolvimento e apresentao de quase todos os projetos complementares a este.

Entre os diversos atributos que identificam o desenho digital e o distinguem do tradicional, destacamse seu dinamismo, globalidade e variabilidade. Ao contrrio dos desenhos tradicionais que somente representam uma parte da realidade global de um objeto a partir de uma determinada condio espaotempo, o desenho digital por conter a informao completa a cerca da geometria do edifcio possibilita sua representao atravs de qualquer condio ou posio espacial escolhida. As representaes grficas sero nicas, porm com uma simples troca de parmetros possvel obter um nmero ilimitado de imagens (SAINZ; VALDERRAMA, 1992). A possibilidade de, atravs do encadeamento de imagens estticas, se obter imagens dinmicas, dentro das chamadas animaes, traz a incorporao da dimenso temporal a representao do edifcio atravs do movimento relativo do observador.

Assim, as diversas representaes que se pode obter a partir de um desenho digital, principalmente do tridimensional, passam a ser parte de uma informao maior, ou seja, pelo menos em teoria o objeto arquitetnico est completamente documentado, e as imagens que obtemos so as partes dessa informao que escolhemos para ser representada no monitor ou impressa em papel (SAINZ; VALDERRAMA, 1992).

2.2 IMPORTANTES ATRIBUTOS DO DESENHO DIGITAL

Alm da insero de novos atributos, tais como o uso de camadas de desenhos e de bibliotecas de blocos, a passagem do desenho tradicional para o digital significou uma mudana significativa em alguns dos j conhecidos atributos do desenho de arquitetura. Destes, dois se destacam: escala e a rea de desenho.

3.4.1 A Escala

No desenho tradicional, a escala, seja ela absoluta, como nas projees ortogonais (tais como corte, fachadas, plantas baixas) e nas axonometrias, ou relativa como nas perspectivas cnicas, um dado fundamental da representao. A escala tem de ser previamente definida antes da representao, e sua alterao, no meio ou no fim do processo, representa o redesenho de tudo que o que j foi representado.

No CAD a definio prvia da escala deixou de ser necessria. O projetista ou desenhista no trabalha mais com medidas previamente escaladas. Representa os elementos da edificao

atravs de suas medidas reais, escolhendo para isto a unidade de representao, se metro ou centmetros, por exemplo. Posteriormente o desenho pode ser impresso em mais de uma escala, bastando para isso apenas configurar os parmetros de impresso.

Enquanto o desenho digital executado, ou seja, antes de sua impresso, a escala uma simples questo de propores entre os elementos que vemos na tela. Aproximamos e afastamos os elementos do desenho conforme a necessidade, alterando a escala visual, mas mantendo sua proporo e principalmente a unidade de medida do desenho.

3.4.2 A rea Grfica ou de Desenho

Diferentemente do processo tradicional, onde o espao do desenho est limitado pelo tamanho da folha de papel, no desenho digital rea grfica no possui um tamanho definido, e seus limites podem ser configurados para qualquer tipo ou organizao de desenho. Este recurso possibilita o desenho de objetos das mais diferentes dimenses no mesmo espao grfico. Desta forma o desenhista pode representar um detalhe do edifcio, o prprio edifcio, a quadra aonde este se situa, o entorno desta quadra, ou seja, objetos de diferentes escalas de medidas, em uma mesma rea ou espao de desenvolvimento do modelo.

Outra caracterstica importante da rea ou espao de desenho e/ou modelagem , no caso dos programas com suporte 3D, sua tridimensionalidade. Sendo o espao tridimensional, os objetos podem ser representados no apenas atravs de suas projees em um nico plano de trabalho (plano de desenho ou projeo), mas atravs de suas alturas, larguras e profundidades, utilizando se um sistema cartesiano triaxial de coordenadas.

3.4.3 O Desenho em Layers (camadas)

Os programas CAD possibilitam a organizao dos vrios elementos de um desenho de arquitetura em distintas camadas (layer). Este recurso permite o agrupamento das geometrias de acordo com os elementos do desenho que representam, ou seja, em temas. Assim, por exemplo, as linhas, arcos, crculos e outros elementos geomtricos que representam as paredes de uma planta baixa, podem fazer parte de uma nica camada, nomeada de forma a identificar os elementos do desenho que a compe (paredes ou alvenarias).

A organizao do desenho em camadas possibilita uma srie de operaes que facilitam sobremaneira o processo de representao. Alm de facilitar o desenho, a sobreposio de camadas (que podem a qualquer momento ser ligadas ou desligadas, bloqueadas e desbloqueadas) permite representarse sobre uma mesma base, como a planta baixa de uma edificao, diversos temas referentes a esta edificao. Assim, por exemplo, podese sobrepor informaes dos diversos projetos complementares, verificandose as compatibilidades e os reflexos de uns sobre os outros.

A cada camada criada pode ser atribuda uma cor diferente e, os elementos nela desenhados, por configurao padro, recebero a cor escolhida. O uso de cores diversas possui mais de uma utilidade: em primeiro lugar permite identificar visualmente na tela do computador os elementos pertencentes determinada camada ou determinada categoria de informao e, em segundo, possibilita, nos programas que se utilizam do estilo de impresso baseado na cor (Color dependent plot style), diferenciar previamente as espessuras de impresso dos elementos.

Cabe ao desenhista e/ou projetista, estabelecer uma metodologia prpria, ou de preferncia utilizar um sistema padronizado para criar, nomear e atribuir cores as camadas de seus desenhos, de forma a tornar possvel a integrao entre seus diversos trabalhos e a troca de informao e integrao com outros profissionais que porventura interajam com o desenho/projeto da edificao.

A busca por uma padronizao nos desenhos e projetos digitais de arquitetura, que permita a intercambialidade na informao entre profissionais e projetos, j gerou, no Brasil, diversas discusses, estudos, e trabalhos. O mais significativo deles o da AsBEA (Associao Brasileira de Escritrios de Arquitetura), a qual prope, baseado no modelo das normas americanas/canadense e europias, um sistema de nomenclatura de layers, diretrios, e arquivos de projetos (ASBEA,2000).

6.1.4 Uso de Biblioteca de Blocos

Outra significativa diferena entre o desenho tradicional e o auxiliado por computador reside na representao dos elementos repetitivos do desenho arquitetnico. No desenho digital, ao contrrio do tradicional, no h necessidade da representao mltipla desses elementos, o que simplifica enormemente o processo. Os programas CAD oferecem o recurso de uso de blocos ou gabaritos eletrnicos (em analogia aos gabaritos do desenho tradicional), que nada mais so do que estruturas geomtricas compostas. Nessas estruturas, possvel agrupar diversas entidades de qualquer tipo e atribuirlhe um nome de identificao e um ponto para sua insero em um ou mais desenhos.

Desta forma, um elemento repetitivo, tal qual o desenho de uma esquadria ou de um equipamento sanitrio, necessita ser representado uma nica vez, e aps ser estruturado e armazenado como um bloco pode ser utilizado inmeras vezes, em um ou mais projetos. A possibilidade de organizar os blocos na forma de uma biblioteca permite aos usurios dos programas CAD colecionarem blocos na forma de arquivos em disco. Na WEB, por exemplo, possvel obter uma infinidade de blocos prontos. O usurio, a medida de sua necessidade, poder ampliar a sua biblioteca de blocos. Tambm existe a possibilidade de organizar a biblioteca de blocos forma de menu de cones, o que torna a manipulao de uma quantidade relativamente grande de blocos, algo bastante simples e organizado.

Mas o uso de blocos de forma eficiente e correta demanda uma rgida padronizao das layers e das cores de seus elementos. O usurio ao criar um bloco e, principalmente, ao utilizar um bloco feito por terceiros deve verificar se as cores e as layers se adaptam a sua metodologia e padro de desenho. Como j foi citado os programas CAD, em geral, utilizamse do sistema de estilo de impresso vinculado a cor. Tal sistema determina que as espessuras de linhas sejam relacionadas s suas cores. Desta forma pode acorrer conflito entre as cores das geometrias e textos presentes nos blocos e as utilizadas como padro pelo usurio. Exemplificando: determinado usurio utiliza por padro a cor branca para representao das alvenarias e, por conseguinte, a mesma esta vinculada a uma espessura grossa de linha. Esse usurio pretende utilizar um bloco de uma porta cuja representao foi feita com a mesma cor. Tal situao gera um conflito de cores e espessuras.

No que se refere nomenclatura das layers tambm pode haver conflito. Se o usurio tem por padro, por exemplo, utilizar a layer ARQEsquadrias para representao de portas e janelas no projeto arquitetnico, e pretende utilizar um bloco de uma janela que foi criado na layer Janelas, igualmente ocorrer um conflito, desta vez na nomenclatura das layers. Desta forma, a

incorporao de blocos elaborados por terceiros a biblioteca de blocos exige uma prvia edio para padronizao dos mesmos.

Por outro lado, o trabalho com blocos permite uma padronizao do desenho entre arquivos e usurios. Evitase, com a utilizao de blocos, que cada usurio desenhe de forma distinta de certo padro estabelecido.

2.2 PADRONIZAO EM DESENHO CAD

Conforme Ruggeri (2004) a adoo de recursos de informtica no desenvolvimento de projetos de Engenharia e Arquitetura trouxe consigo grandes avanos em termos de custos, tempo, qualidade e intercambialidade dos trabalhos. Porm, a macia e desorganizada disseminao destes recursos gerou uma srie de problemas de ordem organizacional e gerencial no processo de produo dos servios e produtos.

Antes da adoo das tcnicas e recursos computacionais tnhamos todo o processo produtivo manual. No caso da engenharia predial, todos os desenhos eram feitos com utilizao de instrumentos simples (lpis, canetas, esquadros etc.) e segundo tcnicas e normatizaes de desenhos prestabelecidas. Por exemplo, eram fixadas espessuras para traados conforme seus significados na representao grfica, e para cada espessura de traado correspondia uma caneta. Sendo assim, independentemente de quem fosse o desenhista, no eram possveis muitas variaes, ou seja, antes da adoo de recursos de informtica na produo de projetos de engenharia e arquitetura, tinhase um sistema de trabalho com poucos recursos, difundido e normalizado em seus aspectos primordiais (RUGGERI, 2004).

Com o avano da computao grfica, gradativamente os trabalhos de desenho foram se tornando computadorizados, surgindo uma srie de programas grficos pare esse fim. Dentre estes, alguns ganharam mercado e se firmaram. Desta forma surgiram verses e mais verses de cada programa, cada vez com mais recursos. Este crescimento tornou altamente flexvel a utilizao destes programas e cada usurio passou a criar seus trabalhos utilizandose dos recursos que mais lhe agradavam ou eram teis, da forma que melhor lhe convinha, ou que lhe era ensinada. A organizao na utilizao dos recursos grficos computacionais dependia apenas da vontade de cada usurio, no seguindo nenhuma regra (RUGGERI, 2004).

Os problemas advindos dessa livre organizao na utilizao dos recursos dos programas de desenho/projeto so diversos e atingem principalmente o processo de comunicao que ocorre nos diferentes nveis e etapas de desenvolvimento dos projetos de uma edificao. O problema de comunicao pode se d, principalmente, entre os diversos intervenientes no processo projetual, mas pode atingir at mesmo os produtos (desenhos/projetos) de um nico usurio. O meio digital permite a fcil intercambialidade entre desenhos/projetos e profissionais, mas essa facilidade encontra uma forte barreira na falta de padronizao entre os desenhos.

Ruggeri (2004) apresenta um exemplo prtico da questo: voc um engenheiro e precisa de informaes sobre o projeto arquitetnico para fazer os projetos complementares para um edifcio. O profissional responsvel pelo projeto arquitetnico lhe passa uma mdia digital com etiqueta projeto1. Ao chegar em seu escritrio voc explora o contedo da mdia e percebe que existem trs arquivos denominados: proj1.dwg, proj1a.dwg e proj1b.dwg. Seu interesse est a princpio nas plantas baixas dos pavimentos sem se importar em um primeiro momento com cortes, fachadas, etc. Intuitivamente voc abre o arquivo proj1.dwg e descobre que ali esto as

plantas necessrias. Por curiosidade voc tambm abre o arquivo proj1a.dwg e descobre outras plantas com ligeiras alteraes. Pressupe ser uma opo de planta para o edifcio em estudo e ainda, que o arquivo proj1b.dwg deva ser outra alternativa para as plantas. Ao abrilo percebe que se trata das demais representaes do projeto arquitetnico (fachadas, cortes, detalhes, etc.). Liga para o emissor da mensagem e questiona sobre a planta a ser adotada obtendo com resposta a alternativa contida no arquivo proj1a.dwg. timo! Ao iniciar o trabalho percebe que as definies internas do arquivo esto de forma completamente diferente das utilizadas por voc e, como era de se esperar, existem muitas informaes que no so necessrias nesse momento. Voc est utilizando, por exemplo, o AutoCAD e quando tenta desativar a camada de textos contida no desenho para melhor visualizlo descobre que no h qualquer camada intitulada TEXTOS ou algo semelhante. Ao contrrio, os nomes das camadas disponveis so: 0, 1, 2, 3, P1, P2, P3, P4, P01, P02, ..., alvhatch, projeo, Vporta, e outros. Fica ento a dvida: o que fazer para visualizar apenas as paredes e esquadrias no desenho? O que significam aqueles nomes todos? Por fim voc necessita imprimir a planta baixa para usar de rascunho e para consulta, deparando se com o uso cores que conflita totalmente com os padres utilizados por voc. Estes so apenas alguns dos diversos problemas enfrentados nos trabalhos em que h trocas de informaes atravs de recursos de informtica.

Admitindose que o problema situase na etapa de codificao (e sua conseqente decodificao)do processo de comunicao temos que buscar uma soluo nas definies de cdigos.

Para Ruggeri (2004), interessante que a definio de um cdigo, para que o mesmo possa ser abrangente, seja feita com base no que mais sugestivo em termos de compreenso. Em outras palavras: a nomeao de arquivos, por exemplo, deve ser feita atravs de um cdigo que possa dar idia do contedo; a organizao de camadas de desenho, em arquivos grficos, deve ser feita de forma a possibilitar a compreenso do contedo de cada uma atravs de seu nome, etc. Para que este processo de codificao possa ser facilmente adaptvel, e aceito de uma forma geral, ele deve ser intuitivamente compreensvel. Isto indica que sua definio precisa ser baseada em conceitos e termos correntes. Por outro lado, a codificao deve considerar a mudana cultural includa na adoo de recursos de informtica. Ou seja, no devemos deixar de considerar os necessrios avanos permitidos pela computao sem, contudo, sofisticar de tal modo a dificultar a difuso dos processos de codificao.

No exemplo dado os nomes dos arquivos seriam mais sugestivos se utilizassem cdigos intuitivos e disseminados, por exemplo: o arquivo proj1.dwg poderia se chamar XXXARQ01.DWG, onde XXX identificasse o edifcio do qual tratasse; ARQ significasse arquitetura; 01 significasse ser o primeiro arquivo e, obviamente, DWG significasse ser arquivo grfico do AutoCAD. O arquivo proj1a.dwg poderia se chamar XXXARQ01a.DWG e o arquivo proj2.dwg poderia se chamar XXXARQ02.DWG. Notemos que a adoo deste cdigo implica no desenvolvimento de uma cultura que permita a associao intuitiva dos cdigos do tipo ARQ (arquitetura). De qualquer forma, na pior das hipteses, j seria um avano (RUGGERI, 2004).

Quanto aos nomes das camadas de desenhos poderamos ter o seguinte. No lugar de 0, 1, 2, 3, P1, P2, P3, P4, P01, P02, ..., teramos como nomes de camadas esquadrias, alvenarias, pisos, cotas, detalhes, pilares, titulos, textos etc, de forma a facilitar a associao do nome da camada com seu contedo. Os nomes de camadas tambm podem ser abreviados na forma XXXYYY...ZZZ..., onde XXX identifica a disciplina (p.ex., arquitetura, estrutura, hidrulica, paissagismo, etc) , YYY.. identifica o contedo da camada (p.ex., alvenarias, pilares, esquadrias, pisos, etc.) e ZZZ.. seria usado, se necessrio, para complementar a codificao do contedo da camada. Desta forma a

camada relativa s alvenarias normais seria nomeada como: ARQALVENARIAS, e as das alvenarias baixas seria nomeada como: ARQALVENARIASBAIXAS.

A nomenclatura deve basearse em itens que no mudam conforme o projeto. Independentemente do edifcio em questo, os nomes de camadas de desenhos sero os mesmos e os nomes dos arquivos seguiro o mesmo padro. Uma padronizao simples e recomendada de nome de camadas seria, por exemplo, convencionar que todas as camadas do projeto sejam nomeadas em letra maiscula, sem espaos, sem acentos e no plural.

O estabelecimento de cdigos generalizados, na prtica, nada mais que a adoo de padres de trabalho. Ao contrrio do que possa parecer, a definio de padres de trabalho no torna o processo de codificao esttico no tempo. Muito pelo contrrio. A adoo de um padro significa o reconhecimento de um consenso a respeito de uma proposta para organizao de procedimentos do processo produtivo. Este consenso a base para o desenvolvimento e adaptao destes padres. Ou seja, um ponto de partida. A utilizao dos mesmos conduzir ao seu prprio aprimoramento, adaptandose e englobando novos recursos (RUGGERI, 2004).

Diversos trabalhos foram desenvolvidos neste sentido, destacase o da AsBEA Associao Brasileira de Escritrios de Arquitetura, que serviu como base para outros estudos. O trabalho da AsBEA prope a padronizao dos nomes de layers, diretrios e arquivos e sugere a adoo do seguinte esquema de cores/espessuras de plotagem (ASBEA, 2000):

Cor (nmero)Espessura(mm)Cor de PlotagemUso

1 Red0.1

Black

Usadas para os elementos principais da representao, a serem impressos em preto

2 Yellow0.2

3 Green0.3

4 Cyan0.4

5 Blue0.5

6 Magenta0.6

7 White0.7

80.09

90,09

10 a 2490.25Na prpria cor (object color)Usadas para elementos a serem impressos coloridos

250 a 2550.1 a 0.2Na prpria cor (object color)Usadas para elementos a serem impressos em tons de cinza

Outro trabalho que merece ser consultado o Manual de Referncia para Padronizao de Projetos em CAD, desenvolvido com base no trabalho da ASBEA pelo Sindicato da Indstria da Construo no Estado de Gois SINDUSCONGO, Federao das Indstrias do Estado de Gois FIEG, Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI, e Faculdade de Tecnologia SENAI de Desenvolvimento Gerencial FATESG e publicado pelo SENAI/FATESG em 2007 (SINDUSCON GO, 2007).

PARTE 3 DESENHOS UTILIZADOS NA REPRESENTAO DO PROJETOARQUITETNICO DE UMA EDIFICAO.

Na representao dos projetos de edificaes so utilizados os seguintes desenhos:

Planta(s) baixa(s)

Cortes

Fachadas

Planta de Localizao

Planta de Cobertura

Planta de Situao

Desenhos de Detalhes

Perspectivas

3.1 PLANTA BAIXA

A Planta baixa , genericamente, uma vista ortogrfica seccional do tipo corte, feita em cada pavimento atravs de um plano projetante secante horizontal imaginrio, posicionado de maneira a seccionar o maior nmero possvel de elementos, normalmente em uma altura entre as vergas das portas e os peitoris das janelas (mdia 1.50m).

A poro da edificao acima do plano de corte eliminada e representase o que um observador imaginrio posicionado a uma distncia infinita veria ao olhar do alto a edificao cortada. Esta representao acompanhada de todas as informaes necessrias a correta construo da edificao. Veja a seguir exemplo de representao da planta baixa na escala 1/50 da edificao apresentada anteriormente.

3.1.1 DENOMINAO E QUANTIDADE

Qualquer construo de um nico piso ter a necessidade bvia de uma nica planta baixa, que ser denominada simplesmente de PLANTA BAIXA.

Em construes com vrios pavimentos, ser necessria uma planta baixa para cada pavimento arquitetonicamente distinto. Vrios pavimentos iguais tero como representao uma nica planta baixa, que neste caos ser denominada de PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO.

Quanto aos demais pavimentos, o ttulo da planta inclui a denominao do piso. Por exemplo, planta baixa do 1 pavimento (ou pavimento trreo), planta baixa do segundo subsolo, planta baixa da cobertura, planta baixa da sobre loja, e assim por diante.

Para adequao a norma NB140, so utilizadas as denominaes PISO e PAVIMENTO. No podendo ser empregada a terminologia ANDAR.

A denominao do nmero dada:

nos subsolos 1, 2, 3, etc no sentido de quem desce;

nos pavimentos 1 (ou trreo), 2, 3, etc no sentido de quem sobe.

3.1.2 ESCALA

A escala usual para impresso (representao) das plantas baixas a de 1:50. Ocorre que para determinadas edificaes, em funo de suas dimenses, essa escala pode ser muito grande e de difcil impresso. Nesses casos, costumase utilizar as escalas de 1:75 e 1:100. Escalas menores do que estas, em projetos executivos, no devem ser utilizadas, sendo prefervel a representao (impresso) da planta baixa por partes, atravs de pranchas articuladas. Escalas maiores do que1:50, como por exemplo 1:20 e 1:25, so utilizadas para representao de plantas baixas de compartimentos e/ou reas da edificao que por suas caractersticas necessitem de um maior detalhamento construtivo, o que geralmente feito em desenho(s) a parte (que compem as pranchas de detalhes).

Como j foi dito, no CAD a definio prvia da escala deixou de ser imprescindvel, pois os objetos so representados atravs de suas reais dimenses, escolhendose para isso uma unidade de medio. Posteriormente o desenho pode ser impresso em mais de uma escala, bastando para isso apenas configurar os parmetros de impresso.

Esta caracterstica do CAD aplicase perfeitamente a representao dos elementos construtivos de uma edificao, mas no pode ser estendida as informaes textuais, tais como os nomes e a reas dos compartimentos, as cotas e dimenses, e outras. Estas devem manter seu principal requisito, qual seja: a legibilidade. Um texto configurado para impresso na escala 1:50 no deve ser impresso na escala 1:100, pois restaria muito pequeno e de difcil leitura. Desta forma, existe a necessidade de reconfigurao dos elementos textuais para diferentes escalas de impresso.

As espessuras das linhas tambm devem ser configuradas de forma distinta para diferentes escalas de impresso, obedecendose a regra de que quanto menor a escala, menores so as espessuras das linhas. A seguir apresentada uma referncia de relaes entre espessuras (em milmetros) de linhas para as escalas de 1:50, 1:75 e 1:100.

1:501:751:100

1 Red0,10,10,1

2 Yellow0,20,150,13

3 Green0,30,250,2

4 Cyan0,40,350,25

5 Blue0,50,40,3

6 Magenta0,60,50,4

7 White0,70,60,45

80,090,090,09

90,090,090,09

Nesta apostila as referncias as espessuras, espaamento de linhas, tamanhos de textos e outros, so feitas para a escala 1:50, utilizandose o metro como unidade de medida.

3.1.3 ELEMENTOS DE UMA PLANTA BAIXA

Os elementos de uma planta baixa podem ser divididos em:

a) Elementos Construtivos:

Paredes e elementos estruturais; aberturas (portas, janelas, portes, etc.); pisos e seus componentes (degraus, rampas, escadas, etc.); equipamentos de construo (aparelhos sanitrios, armrios, lareiras, etc.); aparelhos eltricos de porte (foges, geladeiras, mquinas de lavar, etc.) e elementos de importncia no visveis (dutos de ventilao, reservatrios, etc.).

b) Informaes:

Nome dos compartimentos, reas teis dos compartimentos, nveis, posies dos planos de corte vertical, dimenses das aberturas, cotas, e outras informaes.

3.1.3.1 Paredes

As paredes, geralmente em alvenaria, seccionadas pelo plano de corte que gera a planta baixa, so representadas atravs de linhas paralelas de espessura grossa. Podem aparecer preenchidas ou no por textura slida (cor), e/ou com ou sem representao do revestimento das alvenarias (reboco ou outros).

A seguir aparecem representaes dos tipos mais comuns de paredes.

Abaixo so apresentadas variaes na representao e no tom da cor (tom de cinza) de paredes de alvenaria. No aconselhvel utilizar cores diversas dos tons de cinzas, pois algumas cores so associadas aos diferentes tipos (estados) de paredes em um projeto de reforma e/ou ampliao (p.ex: paredes a demolir, paredes a conservar, paredes a construir).

recomendvel diminuir a espessura das linhas conforme o tom de cinza utilizado: quanto mais escuro, mais fina devem ser as linhas de contorno. A cor preta somente deve ser utilizada para escalas pequenas (1/100 ou menor), pois na escala 1/50 esta cor confere a representao das paredes um peso excessivo. A seguir apresentada tabela com as espessuras de linhas e as cores utilizadas no exemplo anterior (escala 1/50).

ExemplosEspessura da linha da alvenaria (mm)Espessura da linha do reboco (mm)Cor da textura(ndex color)

a0.70

b0.550.20

c0.65254

d0.60253

e0.53252

f0.50251

g0.45250

h0.40255 (black)

3.1.3.2 Desnveis e transies de pisos

Os desnveis devem ser representados com linhas finas, mas mais espessas e/ou escuras do que as que representam os pisos. Recomendase o uso de linhas na espessura de 0.20 mm a 0.25 mm para desnveis, soleiras, rampas e degraus, e de 0.10 mm a 0.15 mm para linhas de transio de pisos.

3.1.3.3 Elementos em projeo

Os elementos da construo situados a cima do plano de corte da planta baixa, e por conseqncia, no visveis, devem ser representados em projeo atravs de linhas tracejadas ou de linha trao dois pontos. So assim representados: beirais das coberturas, vos de aberturas e esquadrias (incluindo iluminao zenital), elementos da estrutura (vigas), chamins, alapes, mezaninos, caixa dgua, escadas, etc.

As linhas que a representam os elementos em projeo devem ser finas a mdias (0,25 mm a 0,30 mm) e recomendase o tamanho do tracejado entre 0.15 m e 0.10 m.

3.1.3.4 Esquadrias

As esquadrias, em geral portas e janelas, podem ser representadas de forma simplificada, ou mais detalhada. O desenho CAD permite a utilizao de blocos1, desta forma os elementos repetitivos nos desenhos de arquitetura, tais como as esquadrias, as louas sanitrias, equipamentos de servio e outros, podem ser desenhados uma nica vez, e formarem uma biblioteca de desenhos, a serem inseridos em diversas representaes.

Abaixo so apresentadas representaes simplificadas de porta e janela formadas por linhas independentes, e representaes mais detalhada das mesmas esquadrias, as quais foram desenhadas com a finalidade de compor um bloco para uso repetitivo. Quanto menor a escala de impresso mais simplificada deve ser a representao da esquadria.

Ao representar os elementos das esquadrias que faceiam as paredes, tais como marcos e guarnies, devemos lembrar que se essas ltimas forem representadas por linhas grossas, as mesmas iro parcialmente se sobrepor as linhas desses elementos, diminuindo suas dimenses visuais (aps a impresso). Nestes casos, marcos e guarnies devem ser representadas com dimenses maiores do que as reais, de forma a compensar a sobreposio das linhas representativas das paredes. Abaixo so apresentadas duas figuras ilustrando essa situao. Pode se observar que na figura da direita os marcos e as guarnies da porta foram representados com suas medidas reais e por conseqncia os mesmos tem suas linhas parcialmente sobrepostas pelas das paredes.

1 Os blocos em desenho CAD so estruturas compostas. Nessas estruturas, possvel agrupar entidades de diversos tipos (linhas, arcos, textos, etc), e atribuir-lhes um nome de identificao e um ponto de insero.

A seguir so apresentadas as representaes de uma porta e uma janela com valores de referncia para espessuras de seus elementos em uma impresso na escala 1/50.

3.1.3.5 Equipamentos fixos

Os equipamentos fixos, tais como louas sanitrias, balces de banheiros e cozinhas, pias, tanques e outros, podem ser representados utilizandose tanto blocos como linhas individuais. Por exemplo: na representao do lavatrio de um banheiro podem ser utilizadas linhas para definir o balco, e um bloco para a loua do lavatrio propriamente dito. As linhas de contorno, da grande maioria dos equipamentos fixos, so de espessura mdia (entre 0,30 e 0,40 mm) e seus detalhes so representados por linhas finas (entre 0,1mm e 0,2mm).

Devese ter cuidado especial com a compatibilidade entre o nvel de detalhamento dos blocos e a escala de representao. Blocos muito detalhados (com muitas linhas) quando impressos na escala1/50 ou menor, ficam carregados demais, chegando at mesmo a aparecerem como borres no desenho. A figura seguinte apresenta a impresso do mesmo bloco de um tanque com dois nveis de detalhamento, ilustrando a questo.

3.1.3.6 Outros equipamentos

Equipamentos tais como geladeira, fogo, frezer, mquina de lavar e secar roupas, podem ser representados na planta baixa, indicando suas posies e orientando a execuo dos projetos complementares (eltrico e hidrossanitrio). Tambm para esses equipamentos as linhas de contorno devem ser de espessura mdia (entre 0,30 mm e 0,40 mm) e seus detalhes representados por linhas finas (entre 0,1mm e 0,2 mm).

3.1.3.7 Textos

Os textos devem ser representados em letras e nmeros tcnicos, evitandose fontes artsticas e rebuscadas. Recomendase a utilizao de fontes do tipo true type as quais j possuem espessura definida na prpria fonte e que se ajustam automaticamente a altura do texto, dispensando assim a necessidade de configurar a espessura das letras e nmeros quando da impresso.

Os textos devem ser dispostos sempre no sentido de leitura, ou seja, de baixo para cima e da esquerda para direita.

A altura dos textos deve variar seguindo uma hierarquia de informao, ser compatvel com a escala de impresso, e obedecer a critrios visuais e de legibilidade. Desta forma, devemse evitar textos exageradamente grandes e desproporcionais aos desenhos aos quais se relacionam, ou textos muitos pequenos e por conseqncia de difcil leitura. A seguir so apresentados dois exemplos de alturas de textos em uma mesma planta baixa que representam, respectivamente, textos exageradamente grandes e pequenos.

A seguinte tabela apresenta uma sugesto de alturas mnimas e mximas de textos para os principais elementos de uma planta baixa a ser impressa na escala 1/50.

Altura mnima (m)Altura mxima (m)

Nome dos compartimentos0.140.17

rea dos compartimentos0.100.14

Dimenses das janelas0.110.13

Dimenses da portas0.080.10

Cotas0.100.13

Textos auxiliares0.090.11

Devese atentar que apesar do modelo (elementos da edificao) poder ser impresso em diferentes escalas, os textos a ele relacionado no podem sofrer o mesmo escalonamento, pois deve ser mantida a sua legibilidade e proporcionalidade em qualquer escala de impresso. Ilustrando: se os textos foram dimensionados para uma impresso na escala 1/50 e por algum motivo o modelo (representao da edificao) for impresso na escala 1/100, os textos devem ter suas alturas redimensionadas, pois no podem simplesmente serem impressos com a metade de seus tamanhos originais sem comprometer a clareza de leitura.

Como os tamanhos dos textos devem levar em conta no s a questo da legibilidade, mas tambm considerar a proporo entre esses e os elementos da edificao, indicase as seguintes fatores de ampliao aplicveis as alturas apontadas para a escala 1/50: 1.30 para escala 1/75 e1.60 para escala 1/100.

3.1.3.8 Pisos

Os pisos frios e/ou especiais devem ser representados com linhas finas (0.09 mm a 0.15 mm) na cor preta, ou em tom de cinza. Neste ltimo caso, recomendase o aumento gradual da espessuradas linhas proporcionalmente a diminuio do nvel de cinza (linhas mais espessas para tons de cinzas mais claros). Abaixo so apresentados exemplos de representaes de pisos com diferentes espessuras e nveis de cinza.

Na representao de pisos tambm deve ser observado densidade das hachuras, ou seja, o distanciamento entre suas linhas em relao ao tamanho do compartimento onde os mesmos so aplicados. Devese evitar a utilizao de hachuras muito densas em compartimentos de grandes dimenses e de hachuras pouco densas em compartimentos pequenos. As primeiras sobrecarregam visualmente o desenho, e as ultimas tornam difcil sua leitura. Devese, sempre que possvel, manter uma proporo entre a densidade da hachura e o tamanho (rea) do compartimento, observandose, claro, uma certa proximidade com as dimenses reais dos materiais representados

3.1.3.9 Cotas e referncias de nvel

As cotas ou dimensionamentos seguem as determinaes da NBR 10126 (Cotagem em desenho tcnico) e NBR 6492 (Representao de projetos de arquitetura). As contas so formadas pelos seguintes elementos:

Linha de cota: a linha que contm a dimenso daquilo que est sendo contado e na qual na qual posicionado o valor numrico da cota.

Linha de extenso (ou auxiliar ou de chamada): a linha que liga a cota ao elemento que est sendo cotado. Na representao de arquitetura so utilizadas linhas de extenso de comprimento fixo, ao contrrio das linhas de comprimento varivel utilizadas em projetos de outras reas.

Finalizao das linhas de cota: o encontro da linha de conta com a linha de extenso. Usualmente na representao dos projetos de arquitetura as linhas de cota e de extenso se cruzam e so adotados pequenos traos inclinados a 45 ou pontos (com uma espessura mais grossa que as linhas de cotas e chamadas) neste cruzamento2.

A figura seguinte mostra uma cota com seus elementos.

2 Na representao de arquitetura no usual a utilizao de setas ao final das linhas de cotas, como ocorre em projetos de outras rea

As linhas de cota e de extenso so representadas atravs de linhas finas (0.09mm a 0.15mm) e o projeto da edificao deve ter seus elementos cotados de forma que seja possvel identificar todas as medidas necessrias a sua execuo sem recorrer a instrumento de medio do desenho (rgua ou escalmetro).

Distribuio das linhas de cotas: usual no desenho arquitetnico cotas em srie, posicionadas tanto pelo lado externo da planta baixa, quanto, quando necessrio, internamente ou cruzando a mesma. As cotas devem ser acumuladas de forma a tambm representarem as medidas externas da edificao. Devese evitar cotas repetidas e repetitivas.

Unidade de cotagem: na representao de projetos de arquitetura os elementos usualmente so cotados em metros ou em centmetros. Devese escolher uma dessas unidades, e adotla em todo o projeto. A NBR 6492/94 permite que um desenho seja cotado em metros e que as dimenses que forem menores que a unidade (1 metro) sejam cotadas em centmetros.

Dimensionamento de esquadrias: No dimensionamento de esquadrias so representadas trs diferentes dimenses, sempre na mesma ordem: largura da esquadria, altura da esquadria e altura do peitoril (distncia da parte inferior da esquadria at o piso interno da edificao). No caso das portas e/ou portas, sendo a altura de peitoril igual a zero, a mesma no informada. Alm das dimenses das esquadrias usual que sejam informados cdigos para as mesmas, utilizados para identificlas na planilha e nos desenhos de detalhes de esquadrias, que freqentemente acompanham os projetos.

Referncia de nvel: na planta baixa utilizase o smbolo a altura para informar de determinados pontos do projeto (neste exemplo, o nvel 0.15m). Devem ser indicados todos os diferentes nveis presentes na planta baixa. Evitase a repetio desnecessria de nveis, identificandoos sempre que for visualizada uma diferena de nvel, no sendo necessrio informar a cota de nvel de todos os compartimentos, mas sim os lugares aonde h mudana nas alturas dos pisos.

Os nveis devem ser sempre indicados em METROS e acompanhados do sinal negativo caso localizarem abaixo do nvel de referncia (00) (opcionalmente pode ser usado o sinal positivo para o caso de nveis localizados acima do nvel de referncia). Sempre so indicados com referncia ao nvel ZERO do projeto. costume omitirse o zero, nos casos de nveis menores de1.00m, mas devese manter o ponto decimal como forma de informar que a cota de nvel em metros.

Tamanho dos textos de cotas: sugerese a utilizao dos seguintes tamanhos de textos para impresses na escala 1/50 Cotas das paredes: 0.11m; dimenses das janelas: 0.11m; dimenses das portas: 0.09m.

A seguir apresentada figura com as cotas de uma pequena edificao.

3.1.4 SEQUNCIA DE MONTAGEM DE UMA PLANTA BAIXA

A seguir apresentada uma seqncia de representao de uma planta baixa. Tratase de uma seqncia genrica, podendo variar em funo da prtica do desenhista e do tipo de edificao representada.

1 Representao das paredes: so demarcadas as paredes da edificao atravs das linhas horizontais, verticais, inclinadas e curvas que as representam;

2 Representao dos vos das aberturas

3 Representao dos desnveis e transies de tipos de pisos: so representados desnveis, degraus, rampas, soleiras, balces, e linhas de transio de pisos.

4 Representao atravs de linhas tracejadas da projeo dos beirais, marquises e demais elementos necessrios (localizados acima do plano de corte da planta baixa).

5 Representao das esquadrias: so desenhadas, nos respectivos vos, as portas, janelas e outros tipos de esquadrias que porventura houver. As esquadrias podero ser representadas linha a linha ou inseridas como blocos previamente definidos;

6 Representao esquemtica das circulaes verticais: elevadores (com suas dimenses internas) e escadas (nmero de degraus, pdireito, base e altura dos degraus, sentido de subida) Ver item especfico sobre representao de escadas;

7 Representao dos equipamentos fixos dos banheiros (louas sanitrias, balco(es) de lavatrio(s), chuveiro(s), etc.), da(s) cozinha(s) (pia(s), balces e outros), rea de servio (tanque(s) e balces), churrasqueiras (pia(s) e balces) e de outros compartimentos de servio que houverem;

8 Representao dos principais equipamentos de servio, tais como fogo(es), geladeira(s), frezer(s), mquina(s) de lavar e secar roupas, etc. A representao desses equipamentos no obrigatria no projeto arquitetnico, mas comum, servido como referncia para execuo dos projetos complementares (hidrossanitrio, eltrico e gs).

9 Representao dos principais textos: nome e reas dos compartimentos, dimenses das esquadrias.

10 Representao dos pisos (pisos frios e outros pisos especiais) atravs de hachuras quadriculadas e outras.

11 Representao das cotas e dos nveis dos pisos.

12 Representao das indicaes dos cortes e detalhes (quando existirem).

13 Representao dos textos complementares (quando existirem).

3.2 CORTES

Cortes, em Desenho Arquitetnico, so representaes grficas constitudos por vistas ortogrficas seccionais do tipo corte, obtidas quando fazemos passar por uma edificao, planos secantes e projetantes verticais, normalmente paralelos a um determinado conjunto de paredes, em posicionamento estrategicamente definidos.

Os cortes so elaborados para a representao de elementos internos edificao e de elementos que se desenvolvam em altura, e que, por conseqncia no so representados em planta baixa. Seus posicionamentos e orientaes (sentido da vista) so determinados objetivando representar os elementos da edificao de maior importncia e/ou complexidade.

Em geral, so realizados no mnimo dois cortes, um longitudinal (acompanhando a maior dimenso da edificao) e outro transversal (acompanhando a menor dimenso da edificao). Mas devem ser feitos tantos cortes quanto o necessrio para representar inequivocamente os elementos da edificao no apresentados em planta baixa.

So fatores que influenciam a quantidade de cortes necessrios a representao de um projeto de arquitetura:

Complexidade interna da edificao (paredes, estrutura, acabamentos, etc.); Forma da edificao; Variao de nveis; Variao e complexidade da cobertura;Diversidade de elementos internos que se desenvolvam em altura (escadas, poos de elevadores, etc.)

Os cortes so elaborados na mesma escala da planta baixa.

3.2.1 POSICIONAMENTO DOS CORTES

Os planos de corte so posicionados pela presena de: psdireitos variveis, esquadrias especiais, barreiras impermeveis, equipamentos de construo, escadas, elevadores, planos de cobertura, etc. Recomendase tambm sempre que possvel passlos pelas reas molhadas (banheiros, cozinhas, reas de servio, etc). O sentido de observao depende do interesse de visualizao, procurandose estabeleclo de forma a representar o maior nmero de elementos construtivos possveis, e/ou, elementos especiais.

A localizao dos planos de corte e o sentido de visualizao devem estar indicados nas plantas baixas, de maneira a permitir sua perfeita interpretao.

A indicao dos cortes em planta baixa tem uma simbologia especfica e deve conter no mnimo os seguintes elementos:

Opcionalmente, pode ser informado o nmero da prancha que contm a representao do corte.

3.2.2 COMPOSIO DO DESENHO

Elementos grficos: compreende a representao de todos os elementos construtivos seccionados e visualizados, e mesmo, quando necessrio, eventuais partes no visveis como, por exemplo, as fundaes. So representados nos cortes: fundaes; solos e aterros; pisos e contra pisos; paredes e elementos estruturais; portas e janelas; equipamentos de construo e aparelhos sanitrios; forros e entrepisos; estrutura de cobertura; telhados; etc.

Informaes: bem mais simplificadas que as informaes nas plantas baixas envolvem obrigatoriamente: cotas verticais dos elementos em corte; nveis dos compartimentos, dados bsicos relativos cobertura e outras informaes complementares que se achar necessrio para a compreenso do projeto.

3.2.3 ELEMENTOS DE UM CORTE

3.2.3.1 Fundaes

A representao completa das fundaes no projeto arquitetnico opcional, pois o projeto estrutural que definir, em fuo da carga da edificao e da capacidade de suporte do terreno, o tipo adequado de fundaes e suas dimenses. As fundaes so representadas em funo do seu tipo e material e de sua disposio geral, com medidas aproximadas. No mnimo devese representar as vigas baldrame (vigas de fundao), e o perfil do terreno (natural e aterrado).

3.2.3.2 Piso e contrapiso

Piso e contrapiso so representados atravs de linhas paralalelas. O contrapiso com linhas grossas e, em geral, espessura de 10cm e o piso com linha fina e, em geral, espessura de 5 cm (correspondendo ao piso com sua argamassa de assentamento ou elemento de fixao)

3.2.3.3 Beirais

Prolongamento da cobertura alm das paredes externas da edificao, os beirais podem ser de vrios tipos, formatos e materiais. Os mais comuns so os beirais de concreto e os de madeira, planos e inclinados. A seguir so apresentados alguns exemplos de desenhos de beirais.

3.2.3.4 Paredes

Nos cortes, as paredes podem aparecer seccionadas ou em vista. No caso de paredes seccionadas, a representao semelhante ao desenho em planta baixa. Existindo paredes em vista (que no so cortadas pelo plano de corte) a representao similar aos pisos em planta.

3.2.3.5 Lajes e vigas

As lajes e vigas so representadas atravs de linhas paralelas em trao grosso, devendo ser hachuradas para indicar a diferena de material (concreto) em relao s paredes (geralmente alvenaria).

Assim como na planta baixa, as paredes seccionadas podem ser representadas preenchidas por uma hachuras slida (tom de cinza), valendo as mesmas observaes feitas anteriormente (planta baixa) quanto as espessuras das linhas e os tons de cinzas utilizados.

H mais de um padro de hachura que pode ser utilizado para representao dos elementos em concreto, ficando a critrio do desenhista sua escolha. Podem ser utilizados, por exemplo, hachuras slidas (tom de cinza), desde que as mesmas, por critrio de diferenciao de materiais, no sejam repetidas nas paredes

3.2.3.6 Esquadrias:

Assim como na planta baixa, as esquadrias devem ser representadas com nvel de detalhamento compatvel com a escala do desenho. Quando maior a escala mais detalhadas devem ser suas representaes. Como o desenho CAD possibilita o uso de blocos para elementos repetitivos, permitindo que esses sejam desenhados apenas uma nica vez, recomendase que para a escala1/50 (escala usual para projetos arquitetnicos) as portas e janelas seccionadas pelo plano de corte sejam representadas, no mnimo, atravs de seus marcos e folhas (caixilhos para as janelas).

Em vista, portas devem ser representadas por suas guarnies (linhas paralelas com distanciamento de 5 a 7 cm), e as janelas por suas guarnies e pelas folhas (caixilhos). Em ambas representaes deve ser indicado o sentido de abertura da esquadria.

3.2.3.7 Equipamentos fixos:

Equipamentos fixos, tais como lavatrios, vasos, balces e outros, podem aparecer tanto em vista como em corte. Devem ser representados, na escala 1/50 ou menor, pelos seus traos bsicos, sem maiores detalhamentos. Em geral fazem parte da biblioteca de blocos. A seguir so apresentados exemplos de representaes de alguns desses elementos.

3.2.3.8 Coberturas:

A representao das coberturas em corte, devido as sua grande variao de formas, tipos e materiais, necessitam um estudo especfico, que ser feito em unidade posterior.

3.2.3.9 Cotas e referncias de nveis

Cotas: So representadas exclusivamente as cotas verticais, de todos os elementos de interesse em projeto, e principalmente:

ps direitos (altura do piso ao forro/teto); altura de balces e armrios fixos; altura de impermeabilizaes parciais; cotas de peitoris, janelas e vergas; cotas de portas, portes e respectivas vergas; espessura das lajes; espessura dos pisos e contrapisos alturas de patamares de escadas e pisos intermedirios; altura de empenas e platibandas; altura de cumeeiras; altura de reservatrios (posio e dimenses);

* No se cotam os elementos abaixo do contrapiso.

Nveis: Devem ser indicados todos os diferentes nveis presentes no corte. Evitase a repetio desnecessria de nveis, identificandoos sempre que for visualizada uma diferena de nvel, e no se fazendo a especificao no caso de sucesses de nveis iguais (degraus de uma escada).

Os nveis devem ser sempre indicados em METROS e acompanhados do sinal negativo caso localizarem abaixo do nvel de referncia (00) (opcionalmente pode ser usado o sinal positivo para o caso de nveis localizados acima do nvel de referncia). Sempre so indicados com referncia ao nvel ZERO do projeto.

As cotas de nvel em corte possuem uma simbologia prpria, que a diferencia da cota de nvel em planta baixa (embora ambas devam possuir o mesmo valor para o mesmo local).

3.2.4 SEQUNCIA DE MONTAGEM DE UM CORTE

Os cortes so elaborados a partir das plantas baixas. Sugerese a seguinte seqncia de procedimentos:

(i) Isolar os principais elementos da planta baixa, juntamente com os smbolos de cortes e fazer uma cpias dos mesmos;(ii) Rotacionar (se necessrio) a planta baixa copiada de forma a posicionar o plano de corte na horizontal e com o sentido de visualizao voltado para cima;

(iii) Representar os principais elementos seccionados pelo plano de cortes (vigas de fundaes, lajes, vigas de amarrao, vigas estruturais, contrapisos e paredes) atravs dos cruzamentos de linhas verticais puxadas dos elementos na planta baixa com as linhas horizontais representativas das alturas desses elementos;

(iv)Abrir, nas paredes, os vo das aberturas seccionadas pelo plano de corte;

(v)Representar elementos estruturais inclinados, tais como beirais deconcreto, lajes

inclinadas, etc;(vi)Representar, a partir de linhas puxadas da planta baixa, elementos principais em vista, tais como as paredes e os vo de abertura;(vii) Representar os pisos (em corte);

(viii)Inserir blocos das esquadrias em corte e em vista (ou representlas no caso de no haver blocos especficos);(ix) Inserir demais blocos (por exemplo: equipamentos hidrossanitrios e fixos);(x) Representar a cobertura;

(xi) Representar o terreno (base do corte);(xii) Inserir as cotas de nveis;(xiii) Cotar (somente cotas verticais);(xiv) Colocar as hachuras representativas das paredes impermeveis; (xv) Colocar as hachuras representativas dos elementos em concreto; (xvi) Colocar outras hachuras (por exemplo: terreno natural e aterro);

3.3 FACHADAS

As fachadas ou elevaes so elementos grficos do desenho arquitetnico constitudos por vistas ortogrficas principais (frontal, posterior, lateral esquerda, lateral direita) ou eventualmente auxiliares da edificao, elaborados com a finalidade de fornecer informaes para a execuo da edificao, bem como antecipar sua visualizao externa.

Por ter um carter visual as fachadas no so cotadas, ou seja, no especificada nenhuma dimenso da edificao nos desenhos das fachadas. As informaes descritivas, que eventualmente podem vir expressas nos desenhos das fachadas, apenas dizem respeito aos materiais utilizados na composio externa da edificao, principalmente os revestimentos. Devido a esse carter o desenho das fachadas exige um maior rigor na determinao das espessuras dos traos, de forma a representar corretamente a posio dos diversos planos e as relaes entre cheios e vazios. O uso de tcnicas de expresso grficas na representao das texturas dos materiais, e aplicao de recursos grficos, tais como as sombras e elementos de humanizao (vegetao, figura humana, veculos, etc), so de grande importncia na representao das fachadas, pois facilitam seu entendimento e qualificam a visualizao prvia da edificao. Mas deve sempre ser tomado o cuidado de se manter o carter tcnico da representao.

As fachadas so elaboradas na mesma escala dos cortes e da planta baixa.

3.3.1 Montagem das fachadas

As fachadas so desenhadas a partir das plantas baixas e dos cortes da edificao. Usandose o mesmo processo apresentado para representao dos cortes: (i) isolar os principais elementos da(s) planta(s) baixa(s) e dos cortes; (ii) fazer cpias dos mesmos; (iii) utilizar as cpias para montagem das fachadas.

3.3.1 Espessuras das linhas

Aps a montagem dos planos de fachada devem ser definidas as espessuras das linhas, atribuindo se/alterandose cores conforme seus diferentes pesos visuais (seguindo a metodologia de cores utilizada pelo usurio do programa CAD). Para isso, alguns critrios devem ser seguidos:

a) As linhas dos planos mais prximos ao observador devem ser mais espessas do que as dos planos mais afastados. As diferenas nos pesos das linhas auxiliam na sugesto da profundidade dos planos. Quanto mais pesada a delineao de um elemento, mais para a frente ele parece situarse; quanto mais leve a delineao, mais ele parece recuar;

b) As linhas de contorno dos planos devem ser mais espessas do que as linhas internas aos mesmos;c) As linhas que definem os vos devem ser mais espessas do que as dos elementos que neles se situam.

3.3.2 Uso de Blocos

Para representao de elementos que seguem determinada padronizao, tal como as esquadrias, podem ser usados blocos previamente definidos, desde que as linhas que os compem sigam o mesmo padro de cor/espessura utilizado pelo usurio.

3.3.2 Uso de hachuras

Nos desenhos das fachadas as hachuras so utilizadas para indicarem as texturas de materiais tais como tijolo a vista, concreto, vidro, grama, pedra, etc. Devese escolher padres de hachuras que melhor represente dos diferentes tipos de materiais e definir corretamente a escala de sua aplicao (tamanho e/ou distanciamento dos elementos da hachura). A figura a seguir apresenta alguns exemplos de representaes de texturas.

3.3.3 Uso de sombras

A utilizao de sombras nas fachadas amplia a nossa percepo da arquitetura, dando uma maior noo de e profundidade, realando e adicionando uma idia de clareza e materialidade as formas representadas.

O clculo e traado de sombras demandam um estudo especfico. No desenho arquitetnico, como forma de simplificar a representao, convencionouse utilizar raios luminosos com direo de 45 em planta e em elevao, como se fosse diagonal de um cubo.

3.3.4 Uso de elementos de humanizao.

Figuras humanas e veculos so utilizados na representao das fachadas como elementos de proporo no desenho. Conhecendo intuitivamente o tamanho de pessoas e veculos, e os relacionado visualmente com a edificao, o leitor do desenho tem uma noo das dimenses proporcionais dos elementos de uma fachada.

A vegetao utilizada na arquitetura com diversas funes, serve, por exemplo, para auxiliar no conforto trmico da edificao protegendo as fachadas contra a insolao, ou para criar reas de sobra para o lazer. Uma dos usos mais importantes o de auxiliar na composio esttica da edificao. Neste sentido, o uso de vegetao na representao das fachadas uma forma do projetista mostrar a concepo esttica global do projeto (edificao + entorno imediato).

3.3.4 Nomenclatura

Existe mais de uma maneira aceita de se nomear as elevaes, mas uma vez adota uma delas devese usla para todas as representaes.

- pelo nome da vista: frontal, posterior, lateral direita, lateral esquerda

- pela orientao geogrfica: norte, leste, sudeste (mais indicada)

- pelo nome da rua: para construes de esquina

- pela importncia: principal, secundria (apenas para duas fachadas)

- letras e nmeros

A Seguir so apresentadas duas fachadas do modelo de edificao em estudo.

FACHADA LATERAL DIREITA

FACHADA FRONTAL

3.4. PLANTA DE LOCALIZAO

Tambm chamada de Planta de Locao ou de Implantao, a Planta de localizao uma vista principal superior esquemtica, abrangendo o terreno e seu interior, que tem a finalidade de identificar: o formato, as dimenses e a localizao da construo dentro do terreno para o qual est projetada.

O elemento bsico se constitui na representao do contorno da edificao, sem representao de quaisquer elementos internos (paredes e demais elementos), e dos elementos complementares.

Alm da edificao definida e posicionada, sero usualmente representados nesta planta ostratamentos externos a saber: muros, cercas, caminhos, piscinas, acessos, canteiros, etc.

Quando a quantidade de elementos externos acentuada tornando impossvel sua representao na escala dessa planta, representase somente os muros e os acessos, acoplandose os demais desenhos plantabaixa, em escala maior.

3.4.1 Elementos Grficos

A planta de localizao composta dos seguintes elementos grficos:

Contorno do terreno; Contorno da edificao; Contorno da cobertura (em tracejado); Tratamentos externos (passeio, muro, pavimentaes...); Representao da(s) calada(s); Desenho das construes prexistentes (contorno). rvores de mdio e grande porte prexistentes.

3.4.2 Informaes

Devem constar na planta de localizao as seguintes informaes:

Cotas totais do terreno; Cotas parciais e totais da edificao; Cotas angulares da construo (diferentes de 90); Cotas de beirados; Cotas de posicionamento da construo; Cotas da(s) calada(s);Informaes sobre tratamentos externos (Ex.: altura de muros, pisos, reas com grama, etc.); Marcao de acessos; Distino por conveno de construes existentes e a construir; Smbolo de Norte

3.4.3 Escalas de representao

A planta de localizao de edificaes em terrenos com dimenses urbanas (terrenos inseridos na malha urbana, com dimenses prximas a mdia dos terrenos urbanos) so representadas usualmente nas escalas 1:100 ou 1:200. Em terrenos de grandes dimenses, urbanos ou rurais, tendo em vista suas medidas e/ou medidas de seus prdios, comum a utilizao das escalas menores: 1:250, 1:500 e at mesmo 1:1000.

3.4.4 Espessura dos traos

O contorno do terreno representado em espessura mdia; o contorno da edificao em espessura grossa, pois o elementos mais importante dessa planta; e os elementos secundrios em espessura fina. Costumase usar hachuras para destacar a edificao.

3.4.5. Observaes Gerais

(i) As cotas do terreno devem ser externas a este; as cotas da construo e de seu posicionamento devem ser externas a essa, podendo situarse tanto dentro do terreno como fora, dependendo do espao disponvel;

(ii) usual que se destaque as construes projetadas das existentes, hachurando o interior de um dos tipos, e desenhando as demais somente pelo contorno em linha espessa, conforme conveno a ser destacada ao lado do desenho (em legenda);

(iii) O acesso ao terreno deve ficar, preferencialmente, na parte inferior do desenho, ou mesmo nas laterais, evitandose que seja posicionado na parte superior da prancha

(iv) Especial ateno deve ser dada para que as cotas relativas ao posicionamento da construo, sejam sempre em relao a ela, e nunca em relao ao limite da cobertura. As cotas de beirados e similares devem ser colocadas soltas, em separado.

(v) Tambm existe a possibilidade de um desenho conjunto de PLANTA DE LOCALIZAO E COBERTURA, normalmente s vivel, por relacionamento de dimenses e escalas, para terrenos com dimenses urbanas. Este assunto ser retomado na PLANTA DE COBERTURA.

A seguir apresentado a Planta de Localizao da edificao que vem sendo utilizada para exemplificar os contedos tratados.

3.5. PLANTA DE COBERTURA

Planta de cobertura de uma edificao a representao grfica de sua vista principal superior, acrescida das informaes necessrias, e eventualmente acoplada do desenho da rede pluvial da edificao.

A finalidade desta planta a representao e o detalhamento de todos os elementos do telhado, ou a ele vinculados, do ponto de vista externo.

A rede pluvial representada, eventualmente, junto com a PLANTA DE COBERTURA, pela ntima relao entre esses elementos: a prpria planta de cobertura faz parte da rede pluvial. Nada impede que, por opo do projetista, estas plantas sejam representadas separadamente.

3.5.1 Rede Pluvial

A rede pluvial de uma edificao o conjunto dos elementos construtivos responsveis pela conduo e pelo direcionamento das guas que caem sobre a propriedade privada. Ela pode ser dividida em:

a) REDE PLUVIAL AREA: Constituda pelos elementos conectados a cobertura: guas do telhado, terraos ou similares, calhas, tubos condutores, etc.

b) REDE PLUVIAL DE SUPERFCIE: Constituda apenas pelos elementos que sofrem um tratamento da sua superfcie (ou mesmo elementos naturais aproveitados), sendo dotados de declividade que condicionem o escoamento das guas pluviais.

c) REDE PLUVIAL SUBTERRNEA: Composta por um conjunto de caixas de areia, caixas de passagem, caixas de inspeo, e canalizaes, com dimenses e caimentos adequados, visando conduo das guas da chuva.

Os elementos da rede pluvial area devem sempre ser representados na planta de cobertura, independente de os demais elementos serem ou no representados nessa planta.

3.5.2 Linhas do Telhado

As linhas do telhado so linhas que resultam do encontro de guas do telhado, ou que indicam seus trminos. Na maioria das vezes, so linhas retas (posto que as guas so normalmente planas).

As linhas dos telhados convencionais so as seguintes:

1. CUMEEIRA linha divisora de guas, de disposio horizontal e localizada nas posies mas elevadas do telhado.

2. ESPIGO linha divisora da guas, de disposio inclinada, normalmente unindo cumeeiras de altura diferentes, e cumeeiras e beirais.

3. GUA FURTADA OU RINCO linha coletora de guas, de disposio horizontal ou inclinada.

4. POLGONO DO BEIRAL linha poligonal fechada que, em vista superior (planta de cobertura), coincide com o limite externo da cobertura.

Alm das linhas bsicas dos telhados, naturalmente, dependendo do projeto, outras representaes podem ocorrer, tais como: empenas, platibandas, chamins, reservatrios, rufos, calhas, etc. Todos estes elementos deve aparecer desenhados e dimensionados na planta de cobertura.

Para as guas de mesma declividade ou inclinao, as disposies sero sempre simtricas, ou seja: as cumeeiras sero centralizadas nos vos, e os espiges e/ou rinces sero bissetrizes dos ngulos respectivos da construo.

3.5.3 Elementos Grficos

O desenho da planta de cobertura, acoplado representao de rede pluvial subterrnea, apresenta um nmero razovel de informaes, conforme relacionado a seguir:

Desenho do polgono do beiral; Linhas do telhado; Elementos do telhado (chamin, reservatrios, etc); Trechos do terreno (onde interessar); Elementos da rede pluvial (calhas, condutores, caixas, canalizaes, etc). Projeo do contorno da edificao.

3.5.4 Informaes

Devem constar na planta de cobertura as seguintes informaes:

Cotas de beirados ou similares;Setas indicando o sentido de escoamento da gua em telhados, terraos, calhas, canalizaes, etc; Dimenses de elementos do telhado; Cotas de posio de elementos do telhado; Dimensionamento da rede pluvial (quando essa vier acoplada ao desenho da cobertura); Tipos de telhado quanto ao material; Inclinao ou declividade das guas.

3.5.5 Escalas

Usualmente so empregadas as escalas de 1:50, 1:100 ou 1:200, conforme o nmero de detalhes e informaes.

3.5.6 Espessuras dos traos

As espessuras grossas e mdias prevalecem para o desenho da cobertura. As espessuras vo decrescendo medida que o objeto representado se afasta do observador. A rede pluvial subterrnea (quando representada) sempre indicada em linha fina.

3.5.7 Identificao das linhas do telhado

Consideradas as setas indicativas dos escoamentos das guas, em telhados de declividade constante, as linhas podem ser facilmente identificveis:

-Setas de mesma direo e sentidos opostos indicam cumeeiras (quando sentidos divergentes), ou rinces horizontais (quando sentidos convergentes);

Setas concorrentes com sentido convergente indicam rinces inclinados e divergentes indicam espiges.

3.5.8 Localizao e Cobertura

Quando o tamanho do terreno, da edificao, e a complexidade da cobertura permitir, as plantas de localizao e a de cobertura podem ser unidas em uma nica planta denominada Planta de Localizao e Cobertura. A planta com esse nome se constitui na PLANTA DE COBERTURA acrescida do desenho do terreno, suas cotas, tratamentos externos, mais as cotas da construo e de seu posicionamento no terreno.

Devido ao grande nmero de elementos presentes nessa planta, recomendase a representao em separado (como projeto complementar) das redes pluviais de superfcie e subterrnea.

3.6 PLANTA DE SITUAO

Planta de situao a representao de um desenho projetivo constitudo por uma vista principal superior esquemtica, envolvendo o terreno (lote) onde a edificao ser edificada e a zona de entorno desse terreno, com a finalidade de mostrar o formato, as dimenses e a localizao do lote.

Tratase de um desenho esquemtico por que, na realidade, no so representados todos os elementos e detalhes que seriam vistos pelo observador, mas somente aqueles que visam atender ao objetivo deste desenho especfico.

3.6.1 Elementos Grficos

Tomandose com referncia o caso de terrenos urbanos, os elementos representados na planta de situao so os seguintes:

Contorno do terreno; Contorno do quarteiro principal (no qual est inserido o terreno);Trechos dos quarteires adjacentes (com a finalidade de delimitar os logradouros pblicos); Eventuais outros elementos referenciais.

Em carter opcional, podem ser representados os passeios pblicos, canteiros e similares. Em zona rural, na inexistncia dos elementos urbanos, sero normalmente representados, alm do contorno do terreno: as vias de acesso, pontes, riachos, matas, estradas de ferro, linhas de alta tenso, etc.

3.6.2 Informaes

A representao das informaes na planta de situao constituda por:

Cotas gerais lineares do terreno; Cotas angulares do terreno; Identificao do terreno (nmero cadastral e/ou nmero do lote); Cota de distncia esquina mais prxima ou mais conveniente; Nome das vias; Orientao geogrfica

Em carter optativo podem ser informadas as cotas de ruas, passeios, canteiros e quarteires, identificao dos terrenos vizinhos, cdigo do quarteiro e outros. Na zona rural, so indicaes indispensveis: nome dos lindeiros, acidentes topogrficos e vias; distncia da rodovia; nome de lugar, etc.

3.6.3 Escalas

Considerando as dimenses mdias dos lotes e quadras urbanos a planta de situao geralmente representada na escala 1:1000, mas pode tambm ser representada tanto em escala maior, para lotes e quadras de pequenas dimenses, ou menor, para grande glebas de terra.

3.6.4 Espessuras dos traos

O contorno do terreno deve ser representado com a espessura mais grossa. Com espessura mdia representase os elementos complementares ao desenho, e que identificam sua localizao, como contorno de quarteires, elementos topogrficos, etc. A espessura fina utilizada para elementos secundrios e linhas de cota, hachuras eventuais, linhas auxiliares, etc.

3.6.5 Generalidades

Fazendo parte do conjunto de desenhos que trata dos aspectos mais genricos da edificao, a planta de situao, sempre que possvel, deve ser desenhada prxima representao das plantas de localizao e cobertura. Nesta planta, a indicao do norte geogrfico, por conveno, deve ficar, preferencialmente, voltada para a parte superior do desenho.

Para um maior destaque da representao do terreno recomendado, para terrenos de dimenses urbanas, hachurar todo o interior do lote, principalmente se no houver cotas angulares a serem marcadas.

Outra particularidade que deve ser destacada a representao do smbolo relativo orientao geogrfica. A NBR 6492 j apresenta uma padronizao para a simbologia, mas na prtica enorme a diversidade de smbolos utilizados, normalmente utilizandose uma seta ou linha para indicar a direo e sentido do norte, acompanhada da letra N (maiscula) ou da palavra Norte. Deve ser ressaltado que o fundamental que a indicao de norte no pode deixar margem a dvidas ou a dupla interpretao. O local de sua representao tambm livre, devendo ser feita em local de fcil visibilidade, dentro ou fora do quarteiro.

PLANTA DE SITUAO

3.7 DETALHES CONSTRUTIVOS

Os detalhes construtivos so compostos por partes do projeto (elementos construtivos, compartimentos, revestimentos, etc.) cuja complexidade ou importncia para o conjunto requerem uma representao em maior escala e com um nvel maior de informao.

Os elementos a serem detalhados variam de projeto para projeto, mas em geral so todos aqueles cuja representao na escala original das plantas, cortes e elevaes no suficiente para mostrar todos os aspectos e informaes necessrias a sua correta execuo.

Os detalhes constituemse, portanto, em plantas, cortes, elevaes e perspectivas realizadas em escala compatvel a complexidade construtiva do elemento, e so complementados, quanto necessrio, por textos, tabelas, especificaes, etc.

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