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FEEDBACK
Caio Ferraz Cruz Centro de Estudos e Práticas de Atividades Físicas – CEPAF
EACH – USP
FEEDBACK
• Do inglês: retroalimentação ou
realimentação.
córtex
límbico
córtex
associativo
córtex
motor tronco encefálico
medula
(coluna anterior)
hemisfério do
cerebelo verme do cerebelo
caudado putâmen
PLANEJAMENTO
(estratégia)
PROGRAMAÇÃO
(tática)
EXECUÇÃO
músculos
(fuso e OTG)
nível alto nível médio nível baixo
núcleos da base
medula
(coluna posterior)
FEEDBACK
• São as fontes de informação sobre o
resultado de uma ação ou sobre o que
causou esse resultado.
Feedback sensorial (intrínseco)
• visual
• auditivo
• proprioceptivo
• tátil
• vestibular
Feedback aumentado (extrínseco)
Fontes externas (professor, aparelho)
• Conhecimento de resultado (CR)
• Conhecimento de desempenho (CD) ou conhecimento de performance (CP)
• Conhecimento de resultado (CR):
informações sobre o resultado do
desempenho ou sobre a obtenção da
meta. Ex: campainha toca quando a
meta é atingida.
Feedback aumentado (extrínseco)
• Conhecimento de desempenho (CD):
informações sobre as características
do movimento.
Feedback aumentado (extrínseco)
EXEMPLOS DE TIPOS DE CD
1) Verbal:
• CD descritivo: apenas descreve o erro.
• CD prescritivo: além de identificar o erro,
informa o que fazer para corrigi-lo. Mais
útil aos iniciantes.
EXEMPLOS DE TIPOS DE CD
2) Vídeo: não transmite ao principiante todos
os tipos de informação de desempenho,
mas é muito útil quando acompanhado de
CD verbal: o que procurar no vídeo ou CD
prescritivo relacionado a um erro.
EXEMPLOS DE TIPOS DE CD
3) Cinemática apresentada graficamente
(monitor de computador): deslocamento,
velocidade e aceleração (linear ou
angular). Iniciantes precisam de ajuda para
interpretar as informações.
Instantes em que o feedback (FB) aumentado é fornecido:
• Enquanto o movimento está em
andamento: FB concomitante
• Depois de a habilidade ter sido
desempenhada: FB terminal
Papéis do FB aumentado na aquisição de habilidades motoras
• Facilitar a obtenção da meta da
habilidade.
• Motivar o aprendiz a continuar se
esforçando em direção à meta.
O FB aumentado é essencial para a aquisição de habilidades?
(a) é fundamental?
(b) não é necessário?
(c) melhora?
(d) dificulta?
PRÁTICA
Acertar uma bola em um alvo.
com CD descritivo
com CD prescritivo
com CR 100%
com CR 50%
sem ver o alvo
G1 G3 G5 G6
vendo o alvo
G2 G4
1 – Pode ser fundamental para a aquisição de habilidades.
Quando o praticante não pode utilizar o FB sensorial:
• Não dispõe do FB sensorial. Ex: não pode ver o alvo a ser atingido.
• Não possui os trajetos sensoriais. Ex: cego.
• Não está apto a utilizar o FB sensorial, devido à falta de experiência.
2 – Pode não ser necessário para a aquisição de habilidades.
Para algumas habilidades em que o FB
intrínseco é suficiente, o FB aumentado se
torna redundante.
A aprendizagem observacional pode
dispensar a necessidade de FB aumentado.
3 – Pode melhorar a aquisição de habilidades.
• Habilidades relativamente simples, para as quais é fácil avaliar a obtenção da meta. Ex: mover-se o mais rápido possível – inicialmente, a pessoa consegue avaliar se está melhorando; após certo tempo, só com FB aumentado.
• Habilidades em que se deve adquirir o padrão adequado de coordenação de múltiplos membros. O fornecimento de CD acelera a obtenção da meta.
4 – Pode dificultar a aprendizagem de habilidades.
Quando o aprendiz se torna dependente do FB aumentado que não será fornecido numa situação futura (teste, jogo etc.).
• FB aumentado concomitante sempre.
• FB aumentado terminal sempre.
• FB aumentado errôneo. FB in. x FB ex. O aprendiz ignora seu FB in – mesmo correto – e se baseia no que o professor lhe diz.
COMO FORNECER FEEDBACK AUMENTADO
O feedback aumentado (FBA) orienta a
atenção. Portanto, é importante fornecer
FBA para chamar a atenção para o aspecto
da habilidade que, se aperfeiçoado,
melhorará o desempenho da habilidade.
QUE TIPO DE INFORMAÇÃO (CONTEÚDO) O FBA DEVE
CONTER?
1) Informação sobre erros ou acertos?
2) Info qualitativa ou info quantitativa?
3) Qual o limite de tolerância dos erros?
1) Informação sobre erros x aspectos corretos do desempenho:
• Info sobre erros: orienta a pessoa a alterar as características do movimento, facilitando a aquisição de habilidades.
• Info sobre acertos: indica que está no caminho certo, motivando.
Recomendação: fornecer ambos os tipos de info durante a prática.
2) Info qualitativa x info quantitativa:
• Depende da etapa da aprendizagem: no
início, prestam mais atenção na info
qualitativa, para “captar a ideia do
movimento”. Depois, info quantitativa é
mais importante, para refinar a ação e
atingir as metas.
3) FBA baseado na amplitude do desempenho:
Qual o limite de tolerância dos erros?
Quando deverá ser fornecido FBA?
• “Amplitudes de desempenho” estabelecem limites de tolerância de erros.
• Sherwood (1988): flexão rápida de cotovelo (meta: 200 ms) – CR sobre tempo de movimento:
G1: amplitude 0 → retenção: erro mais variável
G2: amplitude 5%
G3: amplitude 10% → retenção: erro menos variável
BIOFEEDBACK
Processo de monitoração de eventos fisiológicos em seres humanos, geralmente por meio de equipamento eletrônico, e apresentação das informações na forma de sinais visuais ou auditivos, para que se aprenda a autorregular a função fisiológica outrora involuntária (Basmajian, 1989; Okamoto, 1990).
BIOFEEDBACK: APLICAÇÕES
• reabilitação motora (fortalecimento de grupos musculares, melhora da coordenação intra e inter-muscular, redução de espasticidade),
• treinamento esportivo,
• reabilitação de lesões esportivas,
• controle da FC, da PA e da irrigação sanguínea periférica,
• controle emocional (ansiedade, estresse, medo, raiva etc.) (Basmajian, 1989; Sandweiss, 1985)
BIOFEEDBACK exemplo de aplicação
CRUZ, Caio Ferraz . Sistema de biofeedback para otimização de movimento de membro superior de corredores com paralisia cerebral . Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação. Campinas, SP, 2003.
REFERÊNCIAS • BASMAJIAN, J. V. Introduction: principles and background. In: BASMAJIAN, J.
V. (Ed.) Biofeedback: principles and practice for clinicians. 3.ed. Baltimore: Williams & Wilkins, 1989.
• CRUZ, Caio Ferraz. Biofeedback e exterocepção no controle do movimento humano voluntário. Lecturas, Educación Física y Deportes, Buenos Aires, n.88, set. 2005. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd88/mov.htm>.
• CRUZ, Caio Ferraz; QUEVEDO, Antônio Augusto Fasolo. Auditory biofeedback for upper limb acceleration of runners with cerebral palsy. Lecturas, Educación Física y Deportes, Buenos Aires, n.92, enero 2006. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd92/runners.htm>.
• MAGILL, Richard A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.
• OKAMOTO, G. A. Medicina física e reabilitação. São Paulo: Manole, 1990.
• SANDWEISS, J. H. Biofeedback and Sport Science. In: SANDWEISS, J. H., WOLF, S. L. (Ed.) Biofeedback and Sport Science. New York: Plenum Press, 1985.