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[email protected] professorcarlosluzardo carlosluzardo 51 99955.7502 17 AULA Grupo de Redação • 2018 Viver em Rede no século XXI: os limites entre o público e o privado Texto II Texto I “Viver em Rede no século XXI: os limites entre o público e o privado” é o tema escolhido pela nossa equipe do Redação Perfeita para o seu treinamento para a Redação Nota Mil do Enem. Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema. Apresente apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Liberdade sem Fio A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano assim como saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus sinais privados de wi-fi, organiza- ções e governos se mobilizam para expandir a rede para espaços públicos e regiões aonde ela ainda não chega, com acesso livre e gratuito. ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento). A Internet tem ouvidos e memória Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a população já pas- sou mais tempo conectada à internet do que em frente à televisão. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas já gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes sociais. A grande maioria dos internautas (72%, de acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e manter um perfil em rede. “Faz parte da própria socialização do indivíduo do século XXI estar numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de telefone no passado?, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa de monitoração e análise de mídias. As redes sociais são ótimas para disseminar ideias, tonar alguém popular e também arruinar reputa- ção. Um dos maiores desafios dos usuários de internet é saber ponderar o que se publica nela. Especialis- tas recomendam que não se deve publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e, ao contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identificado. Aqueles que, por impulso, se exal- tam e cometem gafes podem pagar caro. Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado)

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professorcarlosluzardo carlosluzardo

51 99955.750217AULA Grupo de Redação • 2018

Viver em Rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

Texto II

Texto I

“Viver em Rede no século XXI: os limites entre o público e o privado” é o tema escolhido pela nossa equipe do Redação Perfeita para o seu treinamento para a Redação Nota Mil do Enem.

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema. Apresente apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Liberdade sem Fio

A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano assim como saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus sinais privados de wi-fi , organiza-ções e governos se mobilizam para expandir a rede para espaços públicos e regiões aonde ela ainda não chega, com acesso livre e gratuito.

ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento).

A Internet tem ouvidos e memória

Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a população já pas-sou mais tempo conectada à internet do que em frente à televisão. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas já gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes sociais. A grande maioria dos internautas (72%, de acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e manter um perfi l em rede. “Faz parte da própria socialização do indivíduo do século XXI estar numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de telefone no passado?, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa de monitoração e análise de mídias.

As redes sociais são ótimas para disseminar ideias, tonar alguém popular e também arruinar reputa-ção. Um dos maiores desafi os dos usuários de internet é saber ponderar o que se publica nela. Especialis-tas recomendam que não se deve publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e, ao contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identifi cado. Aqueles que, por impulso, se exal-tam e cometem gafes podem pagar caro.

Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado)

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A verdade sobre os LikesBasta dar dinheiro ao Facebook para conseguir likes - para absolutamente qualquer coisa, inclusive as mais estapafúrdias. Foi o que eu fiz.

Você sabe como os likes são importantes. As pessoas medem a própria autoestima, ea amizade dos amigos, pelos likes que recebem deles. As empresas também fazem detudo por curtidas: planejam, decidem e até promovem funcionários de acordo comelas. Likes valem muito. Mas talvez não devessem. Porque, como você descobriránesta reportagem, eles fazem parte de um jogo – que pode ser burlado dandodinheiro ao Facebook.Sabe quando você entra numa página do Face e dá like nela? Pode ser qualquerpágina: a do Corinthians (curtida por 11,3 milhões de pessoas), a da SUPER (4milhões), a do seu restaurante ou escritor favorito. Quando você curte aquela página,passa a receber, na sua timeline, os posts que ela publicar. Certo? Errado. O Facebook não avisa, mas, quando você curte umapágina, na verdade tem uma chance bem pequena de receber as publicações dela. Tudo por causa de uma coisa chamada”alcance orgânico”. Esse termo mede quantos % das pessoas inscritas numa página recebem os posts que ela publica. Se todas aspessoas recebessem, o alcance seria de 100%. Mas sabe quanto é, na prática? 6,5%. Ou seja: de cada cem pessoas que curtemuma página, apenas seis, em média, recebem o conteúdo postado por ela. Foi o que constatou um estudo feito em 2014 pelaempresa EdgeRank Checker, que analisou o alcance de 50 mil posts publicados por mil páginas. E isso é o teto. ”Em muitos casos,a taxa é até menor”, diz Walter Motta, diretor da agência Riot, que produz conteúdo de Facebook para empresas.O Face alega que essa restrição é necessária. Se ele mostrasse tudo, as timelines das pessoas seriam inundadas por um excessode conteúdo. ”Hoje, o brasileiro tem em média 400 amigos e curte mais de cem páginas. Se todas as publicações fossem

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exibidas, em ordem cronológica e sem filtro, você já teria abandonado sua conta há muito tempo”, explica Motta. Faz sentido.Mas também há outra questão envolvida.Só nos primeiros três meses deste ano, o Facebook faturou US$ 3,5 bilhões. E esse dinheiro vem de um lugar: publicidade. Ouseja, as taxas que o Facebook cobra para promover e distribuir posts. Se você criar uma página, e não pagar essas taxas, ele sómandará os seus posts para pouquíssimas pessoas. E você não terá acessos nem likes. Não será popular, não vai bombar. Nãofará sucesso.Já, pelo contrário, se você aceitar pagar… sua página ganhará um montão de likes. Inclusive se ela for indizivelmente imbecil. Foio que eu descobri fazendo um teste ao longo de duas semanas. Para não contaminar o resultado, mantive a coisa em segredototal – não contei nem para meus colegas da SUPER, que só ficaram sabendo da experiência depois de concluída. Para evitarpossíveis interferências, o Facebook só foi informado do teste depois que ele já tinha terminado e as provas haviam sidocoletadas. A empresa recebeu por escrito uma descrição detalhada da minha experiência, com uma semana de prazo pararesponder. Ela não se manifestou.

Decidi montar uma página completamente sem conteúdo e sem sentido, que nenhum ser humano em sã consciência jamaiscurtiria – e colocar dinheiro na ferramenta de publicidade do Facebook para ver se, mesmo assim, minha página conseguiriacurtidas. Se desse certo, isso provaria uma tese: basta pagar para ter likes sobre qualquer coisa. Mesmo.Usando uma conta falsa, que criei apenas para a experiência e não tinha nenhum amigo no Face, publiquei quatro páginas.Foram quatro porque chegar ao nonsense perfeito foi mais difícil do que eu imaginava. Afinal, quase tudo pode ter algumsignificado para alguém. Não é fácil criar uma página que seja infinitamente, perfeitamente, sem sentido.Minha primeira página se chamava Tijolo, e trazia apenas a singela foto de um tijolo. Imediatamente apareceu uma mensagemperguntando se eu não gostaria de ”promovê-la”. Claro, a ideia era essa.

Inottarag, muito prazer

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Aceitei e o Facebook emitiu um boleto bancário. Paguei, adicionei créditos à minha conta, e comecei a brincar. Investi R$ 20 naminha página. Enquanto eu configurava minha “campanha publicitária”, algo me chamou a atenção. O Facebook me prometeuum determinado número de likes por dia. Veja bem, ele não disse que iria mostrar minha página a X pessoas, que poderiamgostar dela ou não. Fez algo bem diferente: disse que X pessoas iriam me dar likes. Dito e feito. Em poucas horas, consegui 69curtidas. Mas havia um problema: aquilo não provava nada. Afinal, talvez as pessoas estivessem curtindo minha página porquequisessem ler sobre tijolos e materiais de construção. Eu precisava inventar algo com menos sentido. Algo que ninguém pudesseter motivos legítimos para curtir. Depois de pensar bastante, criei a página Inottarag – não significa nada, é apenas o meusobrenome ao contrário. A página também não tinha nenhum conteúdo. Mas, ao longo de uma semana, recebeu 167 likes.Graças, é claro, aos R$ 96 que paguei ao Facebook.Comecei a entrar em contato, pelo próprio Face e agora usando meu nome real, com as pessoas que tinham curtido a páginaInottarag. Perguntei se elas realmente tinham dado like, e por quê. Quarenta tentativas, zero respostas. É que, como não souamigo dessas pessoas, minhas mensagens estavam caindo na caixa postal secundária, que quase ninguém olha. Mas lembrei que,no Facebook, um dinheirinho sempre ajuda. Se você pagar R$ 0,88 por mensagem, ela vai para o local certo – literalmente pulana tela da pessoa. Mandei outras 40 mensagens, pagando. Desta vez, mais de dez pessoas responderam.Mas sempre de modo pouco esclarecedor. Umas falavam coisas truncadas, como “Eu só de dor 2 dia para VC mim terga”, ousimplesmente diziam que tinham achado a página “interessante”. Quando eu insistia em perguntar o porquê, sumiam.Para provar que absolutamente qualquer coisa poderia ganhar likes, desde que se dê dinheiro ao Facebook, eu teria de ir além. Efui. Digitei uma combinação aleatória no teclado: Sdftyu459867. Criei uma página com esse nome, e outra de nomepraticamente idêntico: Sdftyu459868 (muda apenas o último dígito, de 7 para 8). Ambas vazias, sem nenhum post ou descrição.Na primeira, não coloquei nenhum dinheiro. Mas investi R$ 70 para que o Facebook promovesse a segunda. O resultado nãopoderia ser mais claro. A primeira página teve zero like. Já a outra, turbinada pelo dinheiro, ganhou 184.Comecei a olhar os perfis das pessoas que tinham curtido, e logo de cara tomei um susto. Normando Júnior! Essa pessoa já tinhacurtido uma das minhas páginas anteriores (Inottarag), e também dera like na nova (Sdftyu459868). Era o elo perdido, a chave

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para tentar entender o que estava acontecendo. O perfil do sujeito dizia que ele trabalhara numa pizzaria em Recife, e traziauma foto de Normando sentado num banco, todo sorridente – com alguns comentários de amigos (”Só luxaaaaandooo!!”).Mandei uma mensagem perguntando por que ele tinha curtido minhas páginas. Resposta: ”Bruno curto não mais valeu” (sic).Insisti, perguntei se isso significava que, na verdade, ele não curtira minhas páginas (o que poderia ser um indício de fraude).Normando foi ainda mais ambíguo – respondeu apenas com um símbolo de joinha.Tentei falar com mais pessoas. Uma ou outra respondeu, sempre seguindo o mesmo padrão pouco esclarecedor: ”Não tinhanada pra curtir, mas eu curti assim mesmo”. Fui perdendo o ânimo até que, por algum motivo, o Facebook passou a meimpedir de enviar mensagens pagas. Ele deixou de ganhar alguns reais – e eu perdi meu único jeito de entrar em contato comas pessoas que tinham curtido minhas páginas falsas. Aparentemente, pelo menos algumas delas eram gente de verdade, nãorobôs programados para dar cliques. Por que deram likes, jamais saberemos.Mas agora você sabe como o jogo funciona. Não leve os likes a sério, porque as pessoas curtem absolutamente qualquercoisa. Basta dar dinheiro ao Facebook. Quando você vir uma página que teve muitas curtidas, saiba que podem ter sidocompradas. Acontece em toda parte. Inclusive no Departamento de Estado dos EUA, que em 2013 confessou ter pago US$630 mil ao Facebook para ter mais likes em sua página. Deu certo: gerou 2 milhões de curtidas. Cada uma custou US$ 0,30. Asminhas, pelo menos, foram mais baratas – R$ 0,38 cada.

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Vazamento do Facebook reforça urgência de lei sobre dados pessoaisUso massivo de dados da plataforma pela Cambridge Analytica revela fragilidade de usuários. No Brasil, proposta de regulação não avança no Congresso

Depois do que relatou o denunciante que trabalhava para a Cambridge Analytica, é fundamental assumirmos que amanipulação de informações e a produção de notícias falsas, sobretudo em processos decisórios, se alimenta essencialmentede falhas na proteção de dados dos cidadãos.O Facebook, em seu esforço de frisar que não houve vazamento de dados ou prática ilegal, acabou confirmando, emposicionamento divulgado pela empresa, que a coleta de dados de 50 milhões de pessoas por um pesquisador, via teste depersonalidade, foi feita “de forma legítima e pelos canais que governavam todos os desenvolvedores à época”.Ou seja, apesar da repercussão global do tema, é fundamental que todos entendam: este não foi um caso isolado de coleta euso massivo de nossos dados. Foi apenas mais um, em que, de forma nada transparente, um aplicativo coletou dadospessoais, inclusive de amigos daqueles que se submeteram ao tal teste, sem que esses soubessem, escalando rapidamente ovolume de informações sobre a base de cidadãos.Ao aceitar uma amizade na rede social, o Facebook informa os usuários que aquele contato passa a poder carregar algumasinformações sobre você com ele. Isso, justifica a plataforma, bastaria para tornar tudo o que aconteceu como legítimo elegal. A única ilegalidade seria, segundo o Facebook, teria sido o repasse desses dados coletados pelo pesquisador para umterceiro, a Cambridge Analytica.O Facebook afirma que não autoriza este tipo de prática, mas trata-se de algo extremamente comum no mercado de dados.Em quase todos os termos de uso e políticas de privacidade é possível encontrar uma frase como esta: “autoriza ocompartilhamento de dados com parceiros comerciais ou com terceiros”.Assim, estamos diante de um caso que comprova que não basta, neste momento, cobrar respostas ao criador da maior rede

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social do mundo, Mark Zuckerberg. Ainda que o Facebook venha avançando em políticas de acesso a dados, pressionado pelaopinião pública global, isso está longe de acontecer com empresas de menor visibilidade pública, que também coletam ecomercializam massivamente nossos dados.Práticas que levaram a Cambridge Analytica a manipular a opinião pública são, portanto, consideradas normais nos padrõesdo mercado. E aí é que mora o problema, porque não se trata de enfrentar um vazamento gigantesco ou uma prática ilegalque expôs a privacidade de milhões. Trata-se de questionar a lógica em vigor.Como regular a economia dos dadosO modelo que permite manipular corações e mentes e afetar democracias ao redor do mundo, e que também será usado noBrasil, conforme afirmou um dos diretores da Cambridge Analytica, é o padrão que vem sendo praticado pelos atores dachamada “economia dos dados”, inclusive por aqui, onde a questão não é regulada.A Europa, cuja aplicação da nova norma jurídica de proteção e uso de dados pessoais (Regulamento 2016/679 da UniãoEuropeia, conhecido como General Data Protection Regulation) entra em vigor em maio, já fez o dever de casa. Debateu otema em profundidade e adotou o GDPR, e agora vai observar o resto do mundo se contorcer para dar respostas rápidas aoultraje generalizado que chocou o mundo diante das formas de como é possível manipulação nossos dados pessoais.O próprio Mark Zuckerberg, em entrevista à CNN, afirmou que não é apenas uma questão de SE o Facebook deve serregulado, mas sim COMO ele deve ser regulado. E, após o escândalo, novas iniciativas de regulação sobre a proteção dedados e o direito à privacidade devem se somar ao projeto de lei “Honest Ads Act”, em debate nos Estados Unidos, paragarantir a transparência de quem paga anúncios eleitorais em redes sociais.O senador democrata Ed Markey, por exemplo, afirmou à empresa pública de comunicação norte-americana NPR:“Precisamos de regras e regulamentos que reduzam essa degradação do processo político, de proteções à privacidade para osamericanos em geral. Então, precisamos de uma lei de proteção ao direito à privacidade, que passe pelo Congresso e quegaranta que todos os americanos saibam quando suas informações estão sendo coletadas e quando essa informação estásendo reutilizada para outros propósitos que não para aquele que o consumidor queria. E terceiro, e mais importante, uma

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lei que garanta o direito de dizer não. Temos que consagrar isso como lei em nosso país”.Alertas e normas ignoradasHá muito tempo, organizações que atuam no campo dos direitos digitais alertam os países para os riscos do mercado de dados e tentam aprovar leis nacionais para coibir abusos como este. Recentemente, o próprio criador da Web, Tim Berners-Lee, publicou uma carta, na ocasião do aniversário de 29 anos da Internet, posicionando-se pró-regulação das grandes empresas de tecnologia.Após listar uma série de problemas em curso neste campo, o criador da Web Foundation escreveu: “Nós procuramos as próprias plataformas para obter respostas. As empresas estão cientes dos problemas e tem feito esforços para resolvê-los - e cada mudança que eles fazem afeta milhões de pessoas. Mas a responsabilidade - e às vezes o ônus - de tomar essas decisões tem recaído sobre as empresas que foram construídas para maximizar o lucro, mais do que para maximizar o bem social. Uma estrutura legal ou reguladora que responda por objetivos sociais pode ajudar a aliviar essas tensões”.No Brasil, o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14), ao estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet, já havia dado um importante passo na proteção de dados pessoais. Vale lembrar que toda uma seção de proteção de dados e garantias de privacidade foi criada no texto do então projeto de lei após também um denunciante, Edward Snowden (ex-funcionário da Agência Nacional de Vigilância dos EUA), contar ao mundo o que sabia.Estão previstos no MCI, por exemplo, os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros. A lei também garante aos usuários de Internet o direito a informações claras e completas sobre coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de seus dados pessoais; e a obrigatoriedade de consentimento expresso do usuário sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, a partir de cláusula destacada das demais contratuais. Por fim, o Marco Civil veda a coleta de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular.Tais direitos e obrigações estão longe de serem cumpridos pelas empresas, e os órgãos que, pela lei, deveriam fiscalizar seu cumprimento tem feito pouco neste sentido. O desafio, porém, é maior.

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O que se observa atualmente é que a complexidade das práticas de mercado quanto à coleta, armazenamento eprocessamento de dados pessoais exige mais do que o Marco Civil da Internet já oferece como arcabouço legal – até porque,neste caso, ele se restringe à proteção de dados no contexto apenas da Internet.Uma necessidade premente, que as violações ao MCI tem comprovado, é a da criação de uma autoridade fiscalizadora daspráticas relacionadas à coleta de dados, para que haja adequação das empresas e do poder público à legislação.#SeusDadosSãoVocêÉ neste sentido que, mais do que nunca, organizações da sociedade civil em defesa de direitos digitais apontam para aurgência de uma lei geral de proteção de dados no país, que discipline não apenas sobre os procedimentos adequados aserem seguidos por empresas e pelo Estado para as práticas neste campo, como também crie um órgão capaz de analisar asregulamentações necessárias à medida que as tecnologias se desenvolvem e que possa aplicar sanções em caso dedesrespeito à legislação nacional.Criar uma autoridade com essas responsabilidades será fundamental para que brasileiros e brasileiras estejam protegidosneste contexto econômico e de rápido avanço tecnológico.Diversas propostas de regulação do tema tramitam no Congresso Nacional, sendo que uma delas, o PL 5276/16, hoje naCâmara dos Deputados, passou por um longo debate público que envolveu sociedade, empresas e governo. As pressões paraa redução de medidas protetivas ao cidadão no projeto, entretanto, são grandes e tem feito com que outros projetos de lei,menos garantidores (como o PLS 330/13, hoje no Senado Federal) ganhem espaço.Respostas regulatórias para os desafios da proteção de dados devem avançar rapidamente no mundo. Resta saber o que oslegisladores brasileiros farão e com que qualidade farão. Não basta aprovar qualquer lei, na pressa de responder àsdenuncias envolvendo Facebook e Cambridge Analytica.O país precisa de uma norma de fato orientada à proteção dos cidadãos, aliada a uma política de fiscalização das empresas ede conscientização da população, e à oferta de soluções tecnológica seguras.

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Qualquer pacote oferecido como resposta que não trate do tema com esta complexidade será insuficiente para garantirum jogo efetivamente democrático – nas eleições deste ano e daqui pra frente. Para saber mais sobre o tema, conheçaa campanha Seus Dados São Você, coordenada pela Coalizão Direitos na Rede, da qual o Intervozes participa.

Seminário Internacional: Câmara dos Deputados debate tema há dois anos

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Empresas já veem as mídias sociais como a principal prioridade de marketing digital para 2018O Marketing está em constante mudança e progresso. Quando o assunto é alcançar o consumidor, é a ferramenta maisassertiva e eficaz. Mas é importante estar atento as novas tendências do mercado e tirar proveito das novas oportunidades demarketing que estão surgindo, destacando-se entre a concorrência. O Marketing Digital, categoria do marketing que trabalha[…]

O Marketing está em constante mudança e progresso. Quando o assunto é alcançar o consumidor, é a ferramenta maisassertiva e eficaz. Mas é importante estar atento as novas tendências do mercado e tirar proveito das novas oportunidades demarketing que estão surgindo, destacando-se entre a concorrência.O Marketing Digital, categoria do marketing que trabalha as ações estratégicas aplicadas nos meios digitais (internet etecnologias móveis), é uma importante ferramenta. Veja algumas tendências nesse setor para o próximo ano.No Brasil, mesmo com os sérios problemas econômicos gerados pela crise, é um setor que já visa crescimento. Cada vez maisas empresas estão em busca de espaço na internet, seja como um canal de geração de leads ou vendas.É cada vez mais visível o crescimento dos usuários da internet, destacando o recente crescimento dos acessos realizados viadispositivos móveis, colocando o marketing digital como uma necessidade para as empresas de todos os setores e tamanhosque visam gerar novos negócios e novas oportunidades. Empresas de pequeno e médio porte terão uma participação aindamaior no marketing digital, principalmente como uma forma de driblar a crise e superar as dificuldades.A seguir, algumas das principais tendências do mercado online para o próximo ano:1. Marketing de conteúdo – a tendência continua em 2018Como em 2017, o marketing de conteúdo continua sendo uma grande aposta para o próximo ano. Criar conteúdos queagreguem valor e tragam informações importantes e relevantes para quem lê, estabelece autoridade sobre o setor ou assunto

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abordado e gera confiança nos consumidores.O Inbound Marketing permite a construção de um relacionamento com o seu público-alvo, possibilitando a conquista de clientes e fortalecimento da marca.2. SEO – novos hábitos e tecnologiasAs técnicas básicas de SEO não sofrem grandes mudanças para 2018. O que precisa ser levado em conta são os novos hábitos e tecnologias, interferindo na forma de aplicação em sites e lojas virtuais.O SEO local, estratégia que visa outras alternativas de otimização para permitir que o usuário encontre uma solução perto do local onde se encontra, tendo acesso mais fácil ao serviço ou produto que pesquisa, será uma outra tendência. Com o crescimento do tráfego via dispositivos móveis, essa nova ferramenta deve ganhar mais relevância no próximo ano.3. Links PatrocinadosA disputa entre as principais plataformas digitais para links patrocinados pode ganhar novos capítulos em 2018. Em 2017, o Ads ganhou mais espaço, gerando uma procura menor pelo Adwords.Com isso, o Adwords recebeu investimentos em recursos mais sofisticados e segmentação cada vez mais detalhada e assertiva.No Brasil, outra tendência será o aumento do CPC, custo por clique, no Adwords. Isso deve ocorrer em função do aumento de novos anunciantes e uma confiança de melhoria na economia do país. Com novas opções chegando ao mercado e por serem sistemas que funcionam como leilão, as palavras-chaves tendem a ser o centro dessa competição, gerando aumento nos preços para quem quer investir nessa ferramenta.4. Influenciadores digitaisAs plataformas digitais estão cada vez mais exigentes, aumentando gradativamente as normas e atualizações que inibem e bloqueiam conteúdos comerciais e anúncios. Com isso, os influenciadores digitais ganham ainda mais espaço em 2018, tornando-se importantes aliados na missão de encontrar um público qualificado e que realmente tenham interesse em determinados assuntos.

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Um desafio é conseguir escolher o influenciador que melhor se adapte a determinada empresa. Com várias alternativas disponíveis, é necessária uma análise bem feita para que seja escolhido um perfil que melhor se adeque ao seu público.Micro-influenciadores podem ter destaque no próximo ano e serão opções para muitas marcas de diversos setores.5. Realidade VirtualA realidade virtual é uma tecnologia de interface avançada entre um usuário e um sistema operacional. O objetivo dessa tecnologia é recriar a sensação de realidade para um indivíduo, levando-o a adotar essa interação como uma de suas realidades temporais.Uma das principais funções dessa tendência, será auxiliar na tomada de decisão durante uma compra, pois a tecnologia permite uma melhor visualização de um produto ou serviço. A criação de gráficos interativos e vídeo em um site irão servir como um ponto de partida para a futura exploração em oportunidades da realidade do marketing digital.6. ChatbotsChatbot é um programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas. Popularmente conhecidos como ‘atendentes virtuais’.Em pesquisa realizada durante a Social Media Week, 65% das pessoas vão começar a investir, ou continuar investindo, em chatbots no próximo ano. Essa tendência é um importante avanço na relação entre clientes, empresas e tecnologia.Com a proposta de economia de tempo, para usuários e atendentes, o Chatbot proporciona informações relevantes de forma inteligente e sucinta. Também são capazes de satisfazer necessidades básicas de atendimento, melhorando a comunicação com os consumidores.7. MobileOs dispositivos móveis têm tido crescimento constante no Brasil. O tráfego móvel já superou o tráfego via desktop, tendo aumento em número de usuários 5 vezes maior nos últimos 4 anos, segundo dados de pesquisa realizado pelo Google.A tendência para 2018 é a preocupação cada vez maior das empresas em gerar conteúdo que engaje os usuários vindos do tráfego mobile. Segundo Igor Costa, diretor da empresa iZap (www.izap.com.br), já é grande o número de empresas que

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procuram a iZap para desenvolver um site com layout responsivo. Sites responsivos (https://izap.com.br/posts/importancia-do-site-responsivo-para-empresas) serão uma ferramenta cada vez mais essencial e necessária, gerando ao usuário experiências mais positivas e rápidas durante a navegação.Existem diversas tendências que estão surgindo e ainda irão surgir em 2018. Esses foram alguns dos principais destaques, importantes para quem trabalha com estratégias de marketing digital. É fundamental ficar atento a essas tendências e também aquelas que ainda estão por vir. E investir tempo no planejamento e estudos, que são tendências que nunca saem da moda.

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Seminario Internacional: Câmara dos Deputados debate tema há dois anos

Vazamento do Facebook reforça urgência de leisobre dados pessoais

Uso massivo de dados da plataforma pela Cambridge Analytica revela fragilidade de usuários.No Brasil, proposta de regulação não avança no Congresso

by Intervozes — published 26/03/2018 14h27, last modified 27/03/2018 12h56

Por Marina Pita*

Depois do que relatou o denunciante que trabalhava para a Cambridge Analytica, é fundamentalassumirmos que a manipulação de informações e a produção de notícias falsas, sobretudo emprocessos decisórios, se alimenta essencialmente de falhas na proteção de dados doscidadãos.

O Facebook, em seu esforço de frisar que não houve vazamento de dados ou prática ilegal,acabou confirmando, em posicionamento divulgado pela empresa, que a coleta de dados de 50

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milhões de pessoas por um pesquisador, via teste de personalidade, foi feita “de forma legítimae pelos canais que governavam todos os desenvolvedores à época”.

Ou seja, apesar da repercussão global do tema, é fundamental que todos entendam: este nãofoi um caso isolado de coleta e uso massivo de nossos dados. Foi apenas mais um, em que, deforma nada transparente, um aplicativo coletou dados pessoais, inclusive de amigos daquelesque se submeteram ao tal teste, sem que esses soubessem, escalando rapidamente o volumede informações sobre a base de cidadãos.

Leia também: Facebook negocia dados de milhões de jovens emocionalmentevulneráveis

Ao aceitar uma amizade na rede social, o Facebook informa os usuários que aquele contatopassa a poder carregar algumas informações sobre você com ele. Isso, justifica a plataforma,bastaria para tornar tudo o que aconteceu como legítimo e legal. A única ilegalidade seria,segundo o Facebook, teria sido o repasse desses dados coletados pelo pesquisador para umterceiro, a Cambridge Analytica.

O Facebook afirma que não autoriza este tipo de prática, mas trata-se de algo extremamentecomum no mercado de dados. Em quase todos os termos de uso e políticas de privacidade épossível encontrar uma frase como esta: “autoriza o compartilhamento de dados com parceiroscomerciais ou com terceiros”.

Assim, estamos diante de um caso que comprova que não basta, neste momento, cobrarrespostas ao criador da maior rede social do mundo, Mark Zuckerberg. Ainda que o Facebookvenha avançando em políticas de acesso a dados, pressionado pela opinião pública global, issoestá longe de acontecer com empresas de menor visibilidade pública, que também coletam ecomercializam massivamente nossos dados.

Práticas que levaram a Cambridge Analytica a manipular a opinião pública são, portanto,consideradas normais nos padrões do mercado. E aí é que mora o problema, porque não setrata de enfrentar um vazamento gigantesco ou uma prática ilegal que expôs a privacidade demilhões. Trata-se de questionar a lógica em vigor.

Como regular a economia dos dados

O modelo que permite manipular corações e mentes e afetar democracias ao redor do mundo, eque também será usado no Brasil, conforme afirmou um dos diretores da Cambridge Analytica,é o padrão que vem sendo praticado pelos atores da chamada “economia dos dados”, inclusivepor aqui, onde a questão não é regulada.

A Europa, cuja aplicação da nova norma jurídica de proteção e uso de dados pessoais(Regulamento 2016/679 da União Europeia, conhecido como General Data ProtectionRegulation) entra em vigor em maio, já fez o dever de casa. Debateu o tema em profundidade eadotou o GDPR, e agora vai observar o resto do mundo se contorcer para dar respostas rápidasao ultraje generalizado que chocou o mundo diante das formas de como é possível manipulaçãonossos dados pessoais.

O próprio Mark Zuckerberg, em entrevista à CNN, afirmou que não é apenas uma questão deSE o Facebook deve ser regulado, mas sim COMO ele deve ser regulado. E, após o escândalo,novas iniciativas de regulação sobre a proteção de dados e o direito à privacidade devem sesomar ao projeto de lei “Honest Ads Act”, em debate nos Estados Unidos, para garantir atransparência de quem paga anúncios eleitorais em redes sociais.

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O senador democrata Ed Markey, por exemplo, afirmou à empresa pública de comunicaçãonorte-americana NPR: “Precisamos de regras e regulamentos que reduzam essa degradaçãodo processo político, de proteções à privacidade para os americanos em geral. Então,precisamos de uma lei de proteção ao direito à privacidade, que passe pelo Congresso e quegaranta que todos os americanos saibam quando suas informações estão sendo coletadas equando essa informação está sendo reutilizada para outros propósitos que não para aquele queo consumidor queria. E terceiro, e mais importante, uma lei que garanta o direito de dizer não.Temos que consagrar isso como lei em nosso país”.

Alertas e normas ignoradas

Há muito tempo, organizações que atuam no campo dos direitos digitais alertam os países paraos riscos do mercado de dados e tentam aprovar leis nacionais para coibir abusos como este.Recentemente, o próprio criador da Web, Tim Berners-Lee, publicou uma carta, na ocasião doaniversário de 29 anos da Internet, posicionando-se pró-regulação das grandes empresas detecnologia.

Após listar uma série de problemas em curso neste campo, o criador da Web Foundationescreveu: “Nós procuramos as próprias plataformas para obter respostas. As empresas estãocientes dos problemas e tem feito esforços para resolvê-los - e cada mudança que eles fazemafeta milhões de pessoas. Mas a responsabilidade - e às vezes o ônus - de tomar essasdecisões tem recaído sobre as empresas que foram construídas para maximizar o lucro, maisdo que para maximizar o bem social. Uma estrutura legal ou reguladora que responda porobjetivos sociais pode ajudar a aliviar essas tensões”.

Leia também: Privacidade na Internet: chega de andarmos todos nus

No Brasil, o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14), ao estabelecer princípios, garantias,direitos e deveres para o uso da Internet, já havia dado um importante passo na proteção dedados pessoais. Vale lembrar que toda uma seção de proteção de dados e garantias deprivacidade foi criada no texto do então projeto de lei após também um denunciante, EdwardSnowden (ex-funcionário da Agência Nacional de Vigilância dos EUA), contar ao mundo o quesabia.

Estão previstos no MCI, por exemplo, os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoaise ao sigilo das comunicações privadas e dos registros. A lei também garante aos usuários deInternet o direito a informações claras e completas sobre coleta, uso, armazenamento,tratamento e proteção de seus dados pessoais; e a obrigatoriedade de consentimento expressodo usuário sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, a partir decláusula destacada das demais contratuais. Por fim, o Marco Civil veda a coleta de dadospessoais que sejam excessivos em relação à finalidade para a qual foi dado consentimento peloseu titular.

Tais direitos e obrigações estão longe de serem cumpridos pelas empresas, e os órgãos que,pela lei, deveriam fiscalizar seu cumprimento tem feito pouco neste sentido. O desafio, porém, émaior.

O que se observa atualmente é que a complexidade das práticas de mercado quanto à coleta,armazenamento e processamento de dados pessoais exige mais do que o Marco Civil daInternet já oferece como arcabouço legal – até porque, neste caso, ele se restringe à proteçãode dados no contexto apenas da Internet.

Uma necessidade premente, que as violações ao MCI tem comprovado, é a da criação de umaautoridade fiscalizadora das práticas relacionadas à coleta de dados, para que haja adequação

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das empresas e do poder público à legislação.

#SeusDadosSãoVocê

É neste sentido que, mais do que nunca, organizações da sociedade civil em defesa de direitosdigitais apontam para a urgência de uma lei geral de proteção de dados no país, que disciplinenão apenas sobre os procedimentos adequados a serem seguidos por empresas e pelo Estadopara as práticas neste campo, como também crie um órgão capaz de analisar asregulamentações necessárias à medida que as tecnologias se desenvolvem e que possa aplicarsanções em caso de desrespeito à legislação nacional.

Criar uma autoridade com essas responsabilidades será fundamental para que brasileiros ebrasileiras estejam protegidos neste contexto econômico e de rápido avanço tecnológico.

Leia também: Por que precisamos já de uma lei de proteção de dados pessoais

Diversas propostas de regulação do tema tramitam no Congresso Nacional, sendo que umadelas, o PL 5276/16, hoje na Câmara dos Deputados, passou por um longo debate público queenvolveu sociedade, empresas e governo. As pressões para a redução de medidas protetivasao cidadão no projeto, entretanto, são grandes e tem feito com que outros projetos de lei,menos garantidores (como o PLS 330/13, hoje no Senado Federal) ganhem espaço.

Respostas regulatórias para os desafios da proteção de dados devem avançar rapidamente nomundo. Resta saber o que os legisladores brasileiros farão e com que qualidade farão. Nãobasta aprovar qualquer lei, na pressa de responder às denuncias envolvendo Facebook eCambridge Analytica.

O país precisa de uma norma de fato orientada à proteção dos cidadãos, aliada a uma políticade fiscalização das empresas e de conscientização da população, e à oferta de soluçõestecnológica seguras.

Qualquer pacote oferecido como resposta que não trate do tema com esta complexidade seráinsuficiente para garantir um jogo efetivamente democrático – nas eleições deste ano e daquipra frente. Para saber mais sobre o tema, conheça a campanha Seus Dados São Você,coordenada pela Coalizão Direitos na Rede, da qual o Intervozes participa.

* Marina Pita é jornalista e integra o Conselho Diretor do Intervozes.

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DINO

Empresas já veem as mídias sociais como aprincipal prioridade de marketing digital para2018O Marketing está em constante mudança e progresso. Quando o assunto é alcançar oconsumidor, é a ferramenta mais assertiva e eficaz. Mas é importante estar atento as novastendências do mercado e tirar proveito das novas oportunidades de marketing que estãosurgindo, destacando-se entre a concorrência. O Marketing Digital, categoria do marketingque trabalha […]

Por Da Redação

29 dez 2017, 12h46

O Marketing está em constante mudança e progresso. Quando o assunto é alcançaro consumidor, é a ferramenta mais assertiva e e�caz. Mas é importante estar atentoas novas tendências do mercado e tirar proveito das novas oportunidades demarketing que estão surgindo, destacando-se entre a concorrência.

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O Marketing Digital, categoria do marketing que trabalha as ações estratégicasaplicadas nos meios digitais (internet e tecnologias móveis), é uma importanteferramenta. Veja algumas tendências nesse setor para o próximo ano.

No Brasil, mesmo com os sérios problemas econômicos gerados pela crise, é umsetor que já visa crescimento. Cada vez mais as empresas estão em busca deespaço na internet, seja como um canal de geração de leads ou vendas.

É cada vez mais visível o crescimento dos usuários da internet, destacando orecente crescimento dos acessos realizados via dispositivos móveis, colocando omarketing digital como uma necessidade para as empresas de todos os setores etamanhos que visam gerar novos negócios e novas oportunidades. Empresas depequeno e médio porte terão uma participação ainda maior no marketing digital,principalmente como uma forma de driblar a crise e superar as di�culdades.

A seguir, algumas das principais tendências do mercado online para o próximo ano:

1. Marketing de conteúdo – a tendência continua em 2018 Como em 2017, o marketing de conteúdo continua sendo uma grande aposta para opróximo ano. Criar conteúdos que agreguem valor e tragam informaçõesimportantes e relevantes para quem lê, estabelece autoridade sobre o setor ouassunto abordado e gera con�ança nos consumidores.

O Inbound Marketing permite a construção de um relacionamento com o seupúblico-alvo, possibilitando a conquista de clientes e fortalecimento da marca.

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2. SEO – novos hábitos e tecnologias As técnicas básicas de SEO não sofrem grandes mudanças para 2018. O queprecisa ser levado em conta são os novos hábitos e tecnologias, interferindo naforma de aplicação em sites e lojas virtuais.

O SEO local, estratégia que visa outras alternativas de otimização para permitir queo usuário encontre uma solução perto do local onde se encontra, tendo acesso maisfácil ao serviço ou produto que pesquisa, será uma outra tendência. Com ocrescimento do tráfego via dispositivos móveis, essa nova ferramenta deve ganharmais relevância no próximo ano.

3. Links Patrocinados A disputa entre as principais plataformas digitais para links patrocinados podeganhar novos capítulos em 2018. Em 2017, o Ads ganhou mais espaço, gerandouma procura menor pelo Adwords. Com isso, o Adwords recebeu investimentos em recursos mais so�sticados esegmentação cada vez mais detalhada e assertiva.

No Brasil, outra tendência será o aumento do CPC, custo por clique, no Adwords.Isso deve ocorrer em função do aumento de novos anunciantes e uma con�ança demelhoria na economia do país. Com novas opções chegando ao mercado e porserem sistemas que funcionam como leilão, as palavras-chaves tendem a ser ocentro dessa competição, gerando aumento nos preços para quem quer investirnessa ferramenta.

4. In�uenciadores digitais As plataformas digitais estão cada vez mais exigentes, aumentando gradativamenteas normas e atualizações que inibem e bloqueiam conteúdos comerciais eanúncios. Com isso, os in�uenciadores digitais ganham ainda mais espaço em2018, tornando-se importantes aliados na missão de encontrar um públicoquali�cado e que realmente tenham interesse em determinados assuntos.

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Um desa�o é conseguir escolher o in�uenciador que melhor se adapte adeterminada empresa. Com várias alternativas disponíveis, é necessária umaanálise bem feita para que seja escolhido um per�l que melhor se adeque ao seupúblico.

Micro-in�uenciadores podem ter destaque no próximo ano e serão opções paramuitas marcas de diversos setores.

5. Realidade Virtual A realidade virtual é uma tecnologia de interface avançada entre um usuário e umsistema operacional. O objetivo dessa tecnologia é recriar a sensação de realidadepara um indivíduo, levando-o a adotar essa interação como uma de suas realidadestemporais.

Uma das principais funções dessa tendência, será auxiliar na tomada de decisãodurante uma compra, pois a tecnologia permite uma melhor visualização de umproduto ou serviço. A criação de grá�cos interativos e vídeo em um site irão servircomo um ponto de partida para a futura exploração em oportunidades da realidadedo marketing digital.

6. Chatbots Chatbot é um programa de computador que tenta simular um ser humano naconversação com as pessoas. Popularmente conhecidos como ‘atendentesvirtuais’.

Em pesquisa realizada durante a Social Media Week, 65% das pessoas vão começara investir, ou continuar investindo, em chatbots no próximo ano. Essa tendência éum importante avanço na relação entre clientes, empresas e tecnologia.

Com a proposta de economia de tempo, para usuários e atendentes, o Chatbotproporciona informações relevantes de forma inteligente e sucinta. Também sãocapazes de satisfazer necessidades básicas de atendimento, melhorando acomunicação com os consumidores.

7. Mobile Os dispositivos móveis têm tido crescimento constante no Brasil. O tráfego móvel jásuperou o tráfego via desktop, tendo aumento em número de usuários 5 vezesmaior nos últimos 4 anos, segundo dados de pesquisa realizado pelo Google.

A tendência para 2018 é a preocupação cada vez maior das empresas em gerarconteúdo que engaje os usuários vindos do tráfego mobile. Segundo Igor Costa,diretor da empresa iZap (www.izap.com.br), já é grande o número de empresas queprocuram a iZap para desenvolver um site com layout responsivo. Sites responsivos

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Existem diversas tendências que estão surgindo e ainda irão surgir em 2018. Essesforam alguns dos principais destaques, importantes para quem trabalha comestratégias de marketing digital. É fundamental �car atento a essas tendências etambém aquelas que ainda estão por vir. E investir tempo no planejamento eestudos, que são tendências que nunca saem da moda.

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