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DO INVENTÁRIO E DA DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA DE BENS PARTILHA DE BENS

Aula Inventário e Partilha de Bens

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aula de inventário e partilha de bens

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  • DO INVENTRIO E DA PARTILHA DE BENS

  • INVENTRIO

    A palavra inventrio deriva do latim inventarium, que significa achar, encontrar, sendo empregada no sentido de relacionar, descrever, enumerar, catalogar o que for encontrado, pertencente ao morto, para ser atribudo aos seus sucessores (Carlos Roberto Gonalves, p. 480).

    o processo por meio do qual formalizada a transferncia do patrimnio do de cujus para os herdeiros (Maria Berenice Dias, p. 618).

  • AberturaDeve ser requerida a abertura do inventrio no prazo de 60 dias, a contar do falecimento do de cujus, e estar encerrado dentro dos doze meses subsequentes (art. 983, CPC). Se houver retardamento, por motivo justo, o juiz poder dilatar o aludido prazo.
  • Inventrio

    Espcies de Inventrio Judicial:

    I Inventrio pelo rito de Arrolamento Sumrio (CPC, art. 1.031 a 1.035)

    II Inventrio pelo rito de Arrolamento Comum (CPC, art. 1.036)

    III - Inventrio pelo rito Tradicional e Solene (CPC, art. 982 a 1.030)

    Inventrio Extrajudicial ou administrativo:

    Lei 11.441, de 4 de janeiro de 2007.

    Prazo: Art. 983, CPC: O processo de inventrio e partilha deve ser aberto dentro de 60 dias a contar da abertura da sucesso, ultimando-se nos 12 meses subseqentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofcio ou a requerimento da parte.

  • Arrolamento Sumrio

    Sendo todos os herdeiros maiores e capazes e estando de acordo quanto a partilha, mostra-se possvel o uso do arrolamento sumrio (art. 1.031 a 1.035, CPC).

    Quando os herdeiros so capazes e a partilha amigvel, seu uso s se justifica se houver testamento, caso contrrio melhor fazer uso da via extrajudicial (Maria Berenice Dias. Manual das Sucesses, p. 536).

  • Inventrio Extrajudicial ou Administrativo

    Ser possvel quando todos os herdeiros forem maiores e capazes, estiverem de acordo quanto a diviso dos bens e no houver testamento.

  • Arrolamento Comum

    Est condicionado ao valor do esplio, que no pode ser superior a 2.000 ORTN (Obrigaes Reajustveis do Tesouro Nacional), ndice que nem mais existe.

    A ORTN foi extinta em 1986 pelo DL 2.284/1986,que criou a OTN. Esta OTN foi extinta pela L 7.730/1989. O BTN foi institudo pela L. 7.799/1989 e foi extinto pela L 8.177/1991, que criou a TR. A partir de 1991, a ORTN equivale ao valor da BTN (Bnus do Tesouro Nacional). Assim, cada OTN converteu-se em 6,92 BTN. Assim, 2.000 OTN corresponde a 13.840 BTN, que deve ser atualizado pela TR (taxa referencial), cuja variao diria (Maria Berenice Dias. Manual das Sucesses, p. 538).

  • No arrolamento pouco importa que haja menores e incapazes, bastando, to-somente, que a herana seja de pequeno monte, atualmente, em valor igual a, mais ou menos, R$14.000,00. A legislao ficou parada no tempo, embora as mudanas em nossa moeda e no sistema de correo, com extino de diversos ndices (Salomo de Arajo Cateb, Direito das Sucesses, 2007, p. 289).

  • Inventrio Solene

    O inventrio judicial tambm chamado de solene por se revestir de uma srie de solenidades (CPC, art. 982 a 1.030). indispensvel seu uso sempre que houver herdeiros menores ou incapazes ou quando no existir concordncia sobre a partilha.

  • InventarianteNomeao: o inventariante nomeado pelo juiz segundo a ordem preferencial estabelecida no art. 990 CPC. Essa ordem no absoluta, podendo ser alterada se houver motivos que aconselhem a sua inobservncia.Funo: Administrar e representar ativa e passivamente a herana (art. 991, I e II CPC) at a homologao da partilha.
  • Remoo (art. 995 CPC):Se no prestar, no prazo legal, as primeiras e ltimas declaraes.Se no der ao inventrio andamento regular, suscitando dvidas infundadas ou praticando atos meramente protelatrios.Se, por sua culpa, se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano bens do esplio.
  • Se no defender o esplio nas aes em que for citado, deixar de cobrar dvidas ativas ou no promover as medidas necessrias para evitar o perecimento de direitos.Se no prestar contas ou as que prestar no forem julgadas boas.Se sonegar, ocultar ou desviar bens do esplio.Se cometer outras faltas que o incompatibilizem com o exerccio do cargo.
  • Processamento do inventrioAo despachar a petio inicial, o juiz nomear o inventariante, que prestar o compromisso e, em vinte dias, as primeiras declaraes.Sero citados os interessados: cnjuge, herdeiros, legatrios, fazenda pblica, MP (se houver incapaz ou ausente) e testamenteiro (se o falecido tiver deixado testamento).Decididas as questes suscitadas nessa primeira fase, segue-se a avaliao dos bens inventariados (art. 1003 CPC), que servir de base de clculo do imposto de transmisso causa mortis e da partilha.
  • Resolvidas eventuais impugnaes, lavrar-se- em seguida o termo de ltimas declaraes (art. 1011 CPC).Passa-se, em seguida, fase da partilha. O juiz facultar s partes a formulao, no prazo de dez dias, de pedido de quinho e, aps, proferir o despacho o despacho de deliberao da partilha, que irrecorrvel (art. 1022 CPC).O partidor organizar o esboo de acordo com a deciso do juiz. Contra a sentena que julga a partilha cabe recurso de apelao.
  • P A R T I L H A D E B E N S

    a diviso do acervo hereditrio levado a efeito entre os herdeiros (Maria Berenice Dias, p. 620).

    Partilha a diviso do esplio entre os sucessores do falecido. Tambm a definem como operao jurdica por meio da qual se confere uma quota exclusiva e concreta aos que possuem em comum uma sucesso e na mesma tm apenas uma quota ideal (Carlos Maximiliano, p. 318).

  • PARTILHA DE BENS

    Espcies:

    I Amigvel (CC, art. 2.015)

    II Judicial (CC, art. 2.016)

    Partilha Amigvel resulta de acordo entre interessados capazes. Pode ser feita por escritura pblica, termos nos autos do inventrio ou escrito particular, homologado pelo juiz.

    Partilha Judicial aquela realizada no processo de inventrio, por deliberao do juiz, quando no h acordo entre os herdeiros ou sempre que um deles seja menor ou incapaz.

  • Partilha em vida

    A partilha por ato inter vivos feita pelo ascendente, por escritura pblica ou testamento, no podendo prejudicar a legtima dos herdeiros necessrios (CC, art. 2.018 e 2.014).

    Espcies:

    I Partilha-doao

    II Partilha-testamento

  • Sobre-partilhaFicam sujeitos sobrepartilha os bens que, por alguma razo, no tenham sido partilhados no processo de inventrio, quais sejam: a) sonegados; b) os da herana que se descobrirem depois da partilha; c) os litigiosos, assim como os de liquidao difcil ou morosa; e d) os situados em lugar remoto da sede do juzo onde se processa o inventrio (art. 1010 CC).Trata-se de uma complementao da partilha, destinada a suprir omisses desta. Observar-se- o processo de inventrio e partilha, sendo realizada nos mesmos autos deste (art. 1041 CPC).
  • Inventrio Extrajudicial ou Administrativo

    Lei 11.441/07 e

    Resoluo 35 do CNJ

  • Art. 982, segunda parte, CPC: (Lei 11.441/07)

    (...); se todos forem capazes e concordes, poder fazer-se o inventrio e a partilha por escritura pblica, a qual constituir ttulo hbil para o registro imobilirio.

    1. O tabelio somente lavrar a escritura pblica se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado comum ou advogados de cada uma delas ou por defensor pblico, cuja qualificao e assinatura constaro do ato notarial.

    2. A escritura e demais atos notariais sero gratuitos queles que se declararem pobres sob as penas da lei.

  • Resoluo 35 do Conselho Nacional de Justia

    Liberdade na escolha do notrio:

    Art. 1 Para a lavratura dos atos notariais de que trata a Lei n 11.441/07 livre a escolha do tabelio de notas, no se aplicando as regras de competncia do Cdigo de Processo Civil.

    Liberdade em optar pela via judicial ou extrajudicial

    Art. 2 facultada aos interessados a opo pela via judicial ou Extrajudicial; podendo ser solicitada, a qualquer momento, a suspenso, pelo Prazo de 30 dias, ou a desistncia da via judicial, para promoo da via Extrajudicial.


  • As escrituras pblicas no dependem de homologao judicial

    Art. 3 As escrituras pblicas de inventrio e partilha, separao e divrcio consensuais no dependem de homologao judicial e so ttulos hbeis para o registro civil e o registro imobilirio, para a transferncia de bens e direitos, bem como para promoo de todos os atos necessrios materializao das transferncias de bens e levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial, Registro Civil de Pessoas Jurdicas, instituies Financeiras, companhias telefnicas, etc.)

  • Valor dos emolumentos

    Art. 4 O valor dos emolumentos dever corresponder ao efetivo custo e adequada e suficiente remunerao dos servios prestados, conforme estabelecido no pargrafo nico do art. 1 da Lei n 10.169/2000, Observando-se, quanto a sua fixao, as regras previstas no art. 2 da citada lei.

    Art. 5 vedada a fixao de emolumentos em percentual incidente sobre o valor do negcio jurdico objeto dos servios notariais e de registro (Lei n 10.169, de 2000, art. 3, inciso II).

  • Gratuidade

    Art. 6 A gratuidade prevista na Lei n 11.441/07 compreende as escrituras de inventrio, partilha, separao e divrcio consensuais.

    Art. 7 Para a obteno da gratuidade de que trata a Lei n 11.441/07, basta a simples declarao dos interessados de que no possuem condies de arcar com os emolumentos, ainda que as partes estejam assistidas por advogado constitudo.

  • Presena do advogado

    Art. 8 necessria a presena do advogado, dispensada a procurao, ou do defensor pblico, na lavratura das escrituras decorrentes da Lei 11.441/07, nelas constando seu nome e registro na OAB.

    Art. 9 vedada ao tabelio a indicao de advogado s partes, que devero comparecer para o ato notarial acompanhadas de profissional de sua confiana se as partes no dispuserem de condies econmicas para contratar advogado, o tabelio dever recomendar-lhes a Defensoria Pblica, onde houver, ou, na sua falta, a Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.

  • DISPOSIES REFERENTES AO INVENTRIO E PARTILHA

    Inventariante

    Art 11. obrigatria a nomeao de interessado, na escritura pblica de inventrio e partilha, para representar o esplio, com poderes de inventariante, no cumprimento de obrigaes ativas ou passivas pendentes, sem necessidade de seguir a ordem prevista no art. 990 do Cdigo de Processo Civil.

    Herdeiros emancipados e procurao

    Art. 12. Admitem-se inventrio e partilha extrajudiciais com vivo(a) ou herdeiro(s) capazes, inclusive por emancipao, representado(s) por procurao formalizada por instrumento pblico com poderes especiais, vedada a acumulao de funes de mandatrio e de assistente das partes.


  • Retificao

    Art. 13. A escritura pblica pode ser retificada desde que haja o consentimento de todos os interessados. Os erros materiais podero ser corrigidos, de ofcio ou mediante requerimento de qualquer das partes, ou de seu procurador, por averbao margem do ato notarial ou, no havendo espao, por escriturao prpria lanada no livro das escrituras pblicas e anotao remissiva.

    Levantamento de valores

    Art. 14. Para as verbas previstas na Lei n 6.858/80, tambm admissvel a escritura pblica de inventrio e partilha.

  • ITCMD

    Art. 15. O recolhimento dos tributos incidentes deve anteceder a lavratura da escritura.

    Cesso de direitos hereditrios

    Art. 16. possvel a promoo de inventrio extrajudicial por cessionrio de direitos hereditrios, mesmo na hiptese de cesso de parte do acervo, desde que todos os herdeiros estejam presentes e concordes.

    Cnjuge do herdeiro

    Art. 17. Os cnjuges dos herdeiros devero comparecer ao ato de lavratura da escritura pblica de inventrio e partilha quando houver renncia ou algum tipo de partilha que importe em transmisso, exceto se o casamento se der sob o regime da separao absoluta.

  • Unio estvel

    Art. 18. O(A) companheiro(a) que tenha direito sucesso parte, observada a necessidade de ao judicial se o autor da herana no deixar outro sucessor ou no houver consenso de todos os herdeiros, inclusive quanto ao reconhecimento da unio estvel.

    Art. 19. A meao de companheiro(a) pode ser reconhecida na escritura pblica, desde que todos os herdeiros e interessados na herana, absolutamente capazes, estejam de acordo.

    Exigncias

    Art. 20. As partes e respectivos cnjuges devem estar, na escritura, nomeados e qualificados (nacionalidade; profisso; idade; estado civil; regime de bens; data do casamento; pacto antenupcial e seu registro imobilirio, se houver; nmero do documento de identidade; nmero de inscrio no CPF/MF; domiclio e residncia).


  • Art. 21. A escritura pblica de inventrio e partilha conter a qualificao completa do autor da herana; o regime de bens do casamento; pacto antenupcial e seu registro imobilirio, se houver; dia e lugar em que faleceu o autor da herana; data da expedio da certido de bito; livro, folha, nmero do termo e unidade de servio em que consta o registro do bito; e a meno ou declarao dos herdeiros de que o autor da herana no deixou testamento e outros herdeiros, sob as penas da lei.

    Art. 22. Na lavratura da escritura devero ser apresentados os seguintes documentos:

    a) certido de bito do autor da herana;

    b) documento de identidade oficial e CPF das partes e do autor da herana;

    c) certido comprobatria do vnculo de parentesco dos herdeiros;

    d) certido de casamento do cnjuge sobrevivente e dos herdeiros casados e pacto antenupcial, se houver;

    e) certido de propriedade de bens imveis e direitos a eles relativos;

    f) documentos necessrios comprovao da titularidade dos bens mveis e direitos, se houver;

    g) certido negativa de tributos; e

    h) Certificado de Cadastro de Imvel Rural - CCIR, se houver imvel rural a ser partilhado.

  • Art. 23. Os documentos apresentados no ato da lavratura da escritura devem ser originais ou em cpias autenticadas, salvo os de identidade das partes, que sempre sero originais.

    Art. 24. A escritura pblica dever fazer meno aos documentos apresentados.

    Sobrepartilha

    Art. 25. admissvel a sobrepartilha por escritura pblica, ainda que referente a inventrio e partilha judiciais j findos, mesmo que o herdeiro, hoje maior e capaz, fosse menor ou incapaz ao tempo do bito ou do processo judicial.

    nico herdeiro

    Art. 26. Havendo um s herdeiro, maior e capaz, com direito totalidade da herana, no haver partilha, lavrando-se a escritura de inventrio e adjudicao dos bens.

  • Generalidades

    Art. 27. A existncia de credores do esplio no impedir a realizao do inventrio e partilha, ou adjudicao, por escritura pblica.


    Art. 28. admissvel inventrio negativo por escritura pblica.
    Art. 29. vedada a lavratura de escritura pblica de inventrio e partilha referente a bens localizados no exterior.


    Art. 30. Aplica-se a Lei n. 11.441/07 aos casos de bitos ocorridos antes de sua vigncia.


    Art. 31. A escritura pblica de inventrio e partilha pode ser lavrada a qualquer tempo, cabendo ao tabelio fiscalizar o recolhimento de eventual multa, conforme previso em legislao tributria estadual e distrital especficas.


    Art. 32. O tabelio poder se negar a lavrar a escritura de inventrio ou partilha se houver fundados indcios de fraude ou em caso de dvidas sobre a declarao de vontade de algum dos herdeiros, fundamentando a recusa por escrito.

  • DOS SONEGADOSConceito de sonegaoSonegao a ocultao dos bens que devem ser inventariados ou levados colao.Casos de sonegaoSonegao constitui infrao que pode ser praticada pelo inventariante, quando omite, intencionalmente, bens ou valores, ao prestar as primeiras e as ltimas declaraes, afirmando no existirem outros por inventariar, ou pelo herdeiro que no indica bens em seu poder, ou sabidamente de terceiros, ou ainda omite os doados pelo de cujus e sujeitos colao (art. 1992, CC), ou ainda pelo testamento, se sonegar bens ao inventrio.Pena de sonegadosA pena de sonegados tem carter civil e consiste:
  • Para o herdeiro, na perda do direito sobre o bem sonegado (art. 1992, CC). Se tal bem no mais se encontrar em seu patrimnio, ser responsvel pelo seu valor, mas as perdas e danos (art. 1995 CC).Para o inventariante, apenas na remoo da inventariana, se no for herdeiro nem meeiro. Se o for, perder tambm o direito ao bem sonegado (art. 1992 e art. 1993 CC).Para o testamenteiro, na perda da inventariana, bem como da vintena (art. 1140 CPC)Ao de sonegadosA ao de sonegados prescreve em dez anos e deve ser ajuizada no foro do inventrio, estando legitimados ativamente os herdeiros legtimos ou testamentrios e os credores. A Fazenda Pblica pode cobrar os seus direitos fiscais sobre os bens sonegados.
  • DO PAGAMENTO DAS DVIDASResponsabilidade pelo pagamentoPelas dvidas do falecido responde a herana, mas, feita a partilha, s respondem os herdeiros, cada qual em proporo da parte que naquela lhe cabe (art. 1997 CC). Constituem encargos da herana: a) despesas funerrias (art. 1998); b) vintena do testamenteiro; c) dvidas do falecido; d) cumprimento dos legados.Responsabilidade pelo excesso
  • Se as dvidas ultrapassarem as foras da herana, os herdeiros no respondero pelo excesso, pois toda aceitao feita em benefcio do inventrio (art. 1792). Os legados, porm, podem ser atingidos e absorvidos pelo pagamento das dvidas quando o monte no for suficiente para liquidar o passivo.Cobrana das dvidasFaz-se, em regra, pela habilitao do credor no inventrio (art. 1017 CPC), devendo ser requerida antes da liquidao, para possibilitar, se aceita, a incluso de crdito no passivo do esplio, deduzindo-se-lhe o valor no clculo do imposto. Pode o credor, todavia, optar pela ao de cobrana ou pela execuo contra o devedpr solvente, se munido de ttulo hbil, requerendo, nesse caso, a penhora no rosto dos autos do inventrio.Mesmo a dvida no vencida pode ser cobrada no inventrio, se lquida e certa. Concordando as partes com o pedido, o juiz, ao julgar habilitado o crdito, mandar que se faa separao de bens para o futuro pagamento (art. 1019 CPC).
  • DA COLAOConceitoColao o ato pelo qual os herdeiros descendentes que concorrem sucesso do ascendente comum declaram no inventrio as doaes que dele em vida receberam, sob pena de sonegados, para que sejam conferidas e igualadas as respectivas legtimas (art. 2002 e 2003 CC). Visa restabelecer a igualdade entre herdeiros legitimrios.
  • Modo de efetivaoComo regra, a colao feita em substncia, isto , os bens doados retornam em espcie massa da herana para ulterior partilha. Excepcionalmente, pode ser feita por estimao, voltando ao monte apenas o seu valor se o donatrio j os tiver alienado (art. 2003, U CC e art. 2007, 2). O valor da colao ser aquele, certou ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade (art. 2002).ProcedimentoO herdeiro obrigado colao conferir os bens que recebeu no prazo concedido s partes para falar sobre as primeiras declaraes (art. 1014 CC).Se negar o recebimento dos bens ou a obrigao de colacionar, decidir o juiz, ouvidas as partes, vista das alegaes e provas produzidas (Art. 1016).Improcedente a oposio, o herdeiro ter cinco dias para proceder conferncia, sob pena de seqestro dos bens, ou de imputao, em seu quinho, do valor deles, as partes sero remetidas s vias ordinrias (2).
  • Dispensa da colaoSo dispensadas da colao as doaes que o testador determinar saiam da parte disponvel, contanto que a no excedam, computado o seu valor ao tempo da doao (art. 2005 CC).
  • A dispensa da colao pode ser outorgada pelo doador em testamento, ou no prprio ttulo de liberalidade.No viro colao os gastos ordinrios do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua educao, estudos, sustento, vesturio, tratamento das enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime (art. 2010).Igualmente no esto sujeitas colao as doaes remuneratrias de servios feitos ao ascendente (art. 2011).
  • EfeitosA colao tem por fim igualar, na proporo estabelecida no CC, as legtimas dos descendentes e do cnjuge sobrevivente.Quando os netos, representando os seus pais, sucederem aos avs, sero obrigado a trazer colao, ainda que no o hajam herdado, o que os pais teriam de conferir (Art. 2009).O que renunciou herana tambm deve conferir as doaes recebidas (art. 2008).