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Prescrição Penal Werther Ramalho Introdução A prescrição penal é trazida como causa extintiva da punibilidade em nosso Código Penal no Art. 107, IV primeira parte e sua origem remonta a um instituto de direito romano afim. O termo prescrição remonta o termo latino praescriptio, que, antônimo de descrição, significa norma, preceito, regra. O instituto da prescrição, dessa forma, implica a aquisição ou a perda de um direito a partir do decurso do tempo, isto é, um lapso temporal previamente determinado. Conceito Preliminarmente, podemos conceituar a prescrição penal como a perda do poder-dever de punir do Estado em razão de sua não- satisfação de sua pretensão punitiva ou pretensão executória durante certo tempo. Colocando dessa forma, estamos diante de duas espécies de prescrição: a pretensão punitiva nascerá junta com outras pretensões não-penais no momento da realização do fato e se realizará a partir da obtenção de um decreto condenatório transitado em julgado; a pretensão executória nascerá com a publicação do mesmo e se realizará com a execução integral da pena. Assim, cada uma dessas pretensões estará condicionada a realização de atos em um determinado lapso temporal, se sujeitando aos efeitos prescricionais quando não realizados no tempo oportuno, ou quando realizados não acolhidos. Obs. pretensão punitiva vs poder punitivo vs direito de punir.

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Prescrio PenalWerther Ramalho

Introduo

A prescrio penal trazida como causa extintiva da punibilidade em nosso Cdigo Penal no Art. 107, IV primeira parte e sua origem remonta a um instituto de direito romano afim. O termo prescrio remonta o termo latino praescriptio, que, antnimo de descrio, significa norma, preceito, regra. O instituto da prescrio, dessa forma, implica a aquisio ou a perda de um direito a partir do decurso do tempo, isto , um lapso temporal previamente determinado.

Conceito

Preliminarmente, podemos conceituar a prescrio penal como a perda do poder-dever de punir do Estado em razo de sua no-satisfao de sua pretenso punitiva ou pretenso executria durante certo tempo. Colocando dessa forma, estamos diante de duas espcies de prescrio: a pretenso punitiva nascer junta com outras pretenses no-penais no momento da realizao do fato e se realizar a partir da obteno de um decreto condenatrio transitado em julgado; a pretenso executria nascer com a publicao do mesmo e se realizar com a execuo integral da pena. Assim, cada uma dessas pretenses estar condicionada a realizao de atos em um determinado lapso temporal, se sujeitando aos efeitos prescricionais quando no realizados no tempo oportuno, ou quando realizados no acolhidos.

Obs. pretenso punitiva vs poder punitivo vs direito de punir.Ainda que a transposio de categorias jurdicas por diferentes eras seja uma tcnica perigosa, a prescrio penal remonta o direito romano que j previa o cumprimento de prazos especficos para a formao da culpa nas diversas categorias de ilcito. A prescrio da pretenso executria da pena produto do iluminismo penal, sendo inicialmente prevista no Cdigo Penal Francs de 1791. No Brasil, a prescrio da pretenso punitiva foi trazida pela primeira vez no Cdigo Penal de 1830, enquanto a prescrio da pretenso executria, no Cdigo de 1890.

Natureza Jurdica

Tema bastante controverso a definio da natureza jurdica das normas, se as normas prescricionais so de direito processual por se tratar de um obstculo processual, regulando o desenvolvimento e a extino do processo ou se so de direito material por extinguir materialmente o direito de punir do prprio estado.

Primeira corrente Na tradicional doutrina alem, Hans-Heinrich Jescheck afirma que o instituto da prescrio da pretenso punitiva, a partir de seus fundamentos por alcanar a punibilidade estatal e determinar o correto desenvolvimento do processo tem natureza mista, enquanto as regras da prescrio da pretenso executria tem natureza to somente material.

Segunda corrente Uma posio defendida por Fbio Guaragni, Arthur Gueiros, Carlos Eduardo Japiass, e Sidio Mesquita Jr. pugna que as normas de ambas as espcies prescricionais tem natureza MISTA, em razo de suas irradiaes de efeitos, para alm dos fundamentos. Por um lado, as normas extinguem a punibilidade do crime, possuindo uma dimenso material, por outro, as mesmas obstam o exerccio do direito de punir ou executar uma pena em determinadas circunstncias.

Terceira corrente Uma corrente majoritria (Greco, Bittencourt, Galvo, etc.) na doutrina e na jurisprudncia nacionais entende que ambas as espcies prescricionais possuem natureza material.

Ainda que hoje ningum manifestamente em nosso sistema jurdico defenda uma natureza estritamente processual, o efeito prtico da resposta para esse problema poder ser encontrado na forma de contagem dos prazos e na resoluo de questes de direito intertemporal. Ambas sero vistas adiante.

Contagem do Prazo Prescricional

Sendo instituto de direito material (preponderante em uma natureza mista para aqueles que assim a identificam) ter a contagem de seus prazos definida pelo Art. 10 do CP.

Art. 10 - O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum.

Retroatividade das Normas Prescricionais mais Benficas ao Ru

Sendo normas de direito material, as alteraes em terreno prescricionais s retroagiro quando forem favorveis ao ru.

Art 5. da CF (...)XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;Art. 2 do CP - Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. Pargrafo nico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

Obs. Teoria da atividade e Teoria do Resultado.Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultadoArt. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr:I - do dia em que o crime se consumou; (regra geral)

Obs 1. Normas como a Lei 12.234, que extinguiu a possibilidade da prescrio da pretenso punitiva retroativa alcanar o perodo entre a consumao do crime e o recebimento da denncia, para alm de aumentar o prazo prescricional dos crimes apenados com at 1 ano de priso de dois para trs anos, s podero ser aplicadas nos crimes cometidos aps a sua entrada em vigor.Obs 2. Vale lembrar que marcos interruptivos da prescrio sempre operam EM FAVOR do estado e CONTRA o ru. Funcionam como prmios pela regular persecuo do estado de sua pretenso punitiva. Assim, normas que estabeleam novos marcos sero sempre DESFAVORVEIS ao ru.

Fundamentos

So muitos os fundamentos para a existncia do instituto em sede penal. Aqui agruparemos alguns conjuntos a partir do critrio de afinidade:

1 - Teoria do Esquecimento A sociedade com o passar do tempo esquece o fato criminoso e qualquer alarme social quanto prtica deixa de existir ou de ser socialmente relevante. Trata-se da alegoria do tecido social recomposto. Com o esquecimento do fato, a punio deixa de ser vinculada ao mesmo e resta destituda de qualquer aspecto preventivo geral. Quanto ao aspecto preventivo especial, com o esquecimento do fato e com a pena tardiamente aplicada, no se pode pensar em qualquer aspecto ressocializador do indivduo apenado se esse se encontrar socialmente integrado.2 - Teoria Psicolgica Se a teoria do esquecimento destaca que a sociedade com o decurso do tempo no mais a mesma, a teoria psicolgica defende que o apenado depois de um longo tempo transcorrido no mais a mesma pessoa. Trataria de um outro indivduo sendo julgado, sofrendo a pena. Se esse indivduo, levando em considerao aspectos preventivos especiais, seria carente ou no de pena, trata-se de objeto de especulao.3 - Teoria da Emenda A teoria da emenda sustenta que se o infrator durante o lapso temporal no delinquiu, pode-se concluir que de alguma forma ele no precisaria de uma emenda, tendo a alcanando por uma forma diversa. Outras formas de controle social capazes de faz-lo alcanas tal estado podem ser encontradas na famlia, na escola, no emprego, na religio, na comunho com quaisquer outros valores socialmente positivos, etc. A teoria da Emenda compartilha os mesmos pressupostos preventivos especiais da Teoria Psicolgica. 4 - Teoria da Disperso das Provas De carter processual, a Teoria da Disperso das Provas credita o tempo ser um agente inviabilizador da produo de provas, tornando-as cada vez mais difceis. Logicamente tal teoria no ter rendimento algum na chamada prescrio da pretenso executria, quando o ttulo de culpa j se encontra formado.5 - Razes contra a Ineficcia do Estado A partir do momento que o Estado se arvorou no direito de punir, ele tomou para si o exercer durante um prazo razovel, no podendo deixar o apenado/investigado ao sabor da vontade desidiosa ou arbitrria de dar seguimento ou no ao processo. O direito a uma durao razovel do processo encontra fundamento no Art. 5, LXXVIII da Constituio.

LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao.

Tais razes encontram-se em sintonia com a forma na qual a prescrio operada: quando o estado se revela gil e interessado em perseguir o criminoso, ele premiado com uma causa de interrupo ou suspenso da prescrio; quando o mesmo deixa de persegui-la celeremente a prescrio tende a se materializar. Obs 1: Durao razovel do processo versus prescrio. (Hoje no Brasil no h uma norma penal especifica estabelecendo prazos mximos para a durao razovel do processo)Obs 2: Um sistema jurdico que no admita prescries capaz de criar estados policiais onde um crime pode se tornar moeda poltica ou trunfo para agentes do estado. Reflexes sobre durao razovel de processo so encontradas em diversas obras desde o iluminismo penal. Dos Delitos e das Penas de Cesare Bonesana, Marques de Beccaria e As Misrias do Processo Penal de Francesco Carnelutti so dois bons exemplos.

Crimes Imprescritveis

A prescrio antes de tudo, nas palavras de Fernando Galvo, um fruto de poltica criminal em favor de no s do infrator, mas tambm da sociedade, e isso serviria de fundamento para a carta poltica eleger alguns crimes de especial impacto como imprescritveis. Para parte da doutrina, como Zaffaroni, no existe crime, por mais hediondo que se apresente ao sentimento jurdico, possa merecer a imprescritibilidade, de forma que a mesma s pode ser traduzida na retribuio e no sentimento de vingana, incompatveis com o Estado de Direito.Atualmente a Constituio Federal traz duas hipteses de crimes imprescritveis: Art. 5, XLII - a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei;Obs. Crimes de racismo da Lei 7.716 versus Injria Racial do Art 140, 3 do Cdigo Penal. Art. 5, XLIV - constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico;Tais crimes so previstos na Lei 7.170, que disciplina os crimes contra a segurana nacional e a ordem poltica e social. O Cdigo Penal Militar igualmente traz tipos afetos a essa matria.Para alm dessas duas categorias, o Brasil signatrio e ratificador de diversas convenes sobre preveno de crimes contra a tortura (Decretos 40 de 1991 e 98.839 de 1989), contudo no ratificou a conveno sobre a imprescritibilidade dos crimes de guerra e contra a humanidade de 1968.J o Estatuto do TPI (Tribunal Penal Internacional) determinou que os crimes de competncia do tribunal no prescrevem, sendo ratificado pelo Decreto 4.399 de 2002, porm anteriormente a EC 45 que determina o novo rito do Art. 5, 3 que o faria ingressar com estatuto de matria constitucional.Obs1. Poderia uma norma infraconstitucional estabelecer novas hipteses de imprescritibilidade? Para Galvo trata-se de matria de reserva constitucional. Autores identificados com o plano supranacional como Japiassu costumam admitir o alcance da imprescritibilidade tambm para as previses trazidas pelas convenes ratificadas como o Estatuto do TPI. Contudo, para o STF a Constituio Federal se limita, no art. 5, XLII e XLIV, a excluir os crimes que enumera da incidncia material das regras da prescrio, sem proibir, em tese, que a legislao ordinria criasse outras hipteses. (RE 460.971/RS)

Efeitos

O efeito fundamenta da prescrio em ambas as modalidades a extino da responsabilidade penal. Contudo, aqui antecipamos algumas diferenas entre a extino da pretenso punitiva e a da pretenso executria da pena.

A prescrio da pretenso punitiva a causa extintiva da responsabilidade que ocorre ANTES do trnsito em julgado da deciso condenatria. Nesses casos no havendo consolidado um juzo positivo de reprovao, no se pode, para nenhum fim, reconhecer nenhum dos efeitos de uma condenao penal. Mais ainda, para a doutrina nacional, em apreo ao princpio da no culpabilidade, no poderia igualmente se reconhecer sequer maus antecedentes. Aqui devemos remeter aos efeitos dispostos na legislao: Art. 91 - So efeitos da condenao: I - tornar certa a obrigao de indenizar o dano causado pelo crime;II - a perda em favor da Unio, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-f:a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienao, uso, porte ou deteno constitua fato ilcito;b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prtica do fato criminoso. 1o Poder ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes no forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. 2o Na hiptese do 1o, as medidas assecuratrias previstas na legislao processual podero abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretao de perda.

Art. 92 - So tambm efeitos da condenao:I - a perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo:a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violao de dever para com a Administrao Pblica; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.II - a incapacidade para o exerccio do ptrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos pena de recluso, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;III - a inabilitao para dirigir veculo, quando utilizado como meio para a prtica de crime doloso.Pargrafo nico - Os efeitos de que trata este artigo no so automticos, devendo ser motivadamente declarados na sentena.Obs. Lembrando que a legislao extravagante pode prever outros efeitos especficos.

A prescrio da pretenso executria, por sua vez, causa extintiva da responsabilidade que ocorre depois do transito do julgado da condenao condenatria, alcanando to somente o ttulo executivo judicial no que toca a reprovao sobre o autor do fato punvel. Assim, todos os demais efeitos acima descritos, o reconhecimento de uma reincidncia em uma eventual condenao subsequente, a possibilidade de promover a execuo do quantum indenizatrio mnimo restam mantidos.

Espcies

Os artigos 109 e 110 do Cdigo Penal disciplinam duas modalidades prescricionais de forma que para o Art. 109 a prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, salvo o disposto no 1o do art. 110 deste Cdigo, regula-se pelo mximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime; e para o Art. 110 a prescrio depois de transitar em julgado a sentena condenatria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tero, se o condenado reincidente. Ainda, para o Art 110, 1, a prescrio, depois da sentena condenatria com trnsito em julgado para a acusao ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, no podendo, em nenhuma hiptese, ter por termo inicial data anterior da denncia ou queixa.Uma interpretao vulgar seria capaz de identificar no Art. 109 a prescrio da pretenso punitiva enquanto no Art. 110, a prescrio da pretenso executria. Contudo, nas modalidades trazidas pelo Art 110, 1, no havendo transito em julgado em definitivo, na verdade caracterizaro verdadeiras espcies de prescrio da pretenso punitiva. Ainda assim existem algumas divergncias quanto ao alcance e a natureza de algumas destas espcies.Aprofundaremos as espcies:

Prescrio da Pretenso Punitiva

Antes do trnsito em julgado da deciso condenatria, as referncias para o clculo da prescrio sero necessariamente a pena mxima cominada, considerando as eventuais causas de aumento de pena e diminuio (respectivamente em suas maiores e menores fraes). Isto , deve-se procurar SEMPRE qual ser a mxima pena cominada em todos os casos se incidindo uma causa de diminuio de pena, essa dever ser aplicada na menor frao possvel. O fundamento para tais aplicaes est na forma, que no havendo com definitividade a individualizao da pena, deve-se especular com as condies mais gravosas.Contudo em alguns momentos processuais podemos imaginar uma hiptese onde uma pena j efetivamente aplicada s poder ser reformada para menos, em razo ao princpio da non reformatio in pejus. Trata-se do momento onde havendo uma sentena ou acordo condenatrio, a acusao no recorreu ou teve o seu recurso no provido. Estas situaes ensejaram duas espcies de prescrio da pretenso punitiva.

Prescrio da Pretenso Punitiva Retroativa

A partir da prolao da sentena os prazos prescricionais tero como paradigma no mais a pena cominada, mas sim a pena efetivamente aplicada. Nas hipteses onde apenas a defesa tenha recorrido ou o recurso da acusao no tenha sido provido, no havendo ainda o transito do julgado em definitivo, dever o operador analisar os perodos anteriores a partir dessa nova rgua prescricional.O motivo de tal regra justificado em razo da pena efetivamente aplicada ser a medida mais idnea para mensurar a prescrio a partir dos fundamentos anteriormente trazidos, enquanto a pena abstratamente cominada sirva to somente como um parmetro inicial e especulativo.Contudo, a Lei 12.234 buscando extinguir a prescrio retroativa, acabou por limita-la aos momentos ulteriores ao recebimento da denncia:

Redao anterior: 1 - A prescrio, depois da sentena condenatria com trnsito em julgado para a acusao, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) 2 - A prescrio, de que trata o pargrafo anterior, pode ter por termo inicial data anterior do recebimento da denncia ou da queixa

Redao atual: 1 - A prescrio, depois da sentena condenatria com trnsito em julgado para a acusao ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, no podendo, em nenhuma hiptese, ter por termo inicial data anterior da denncia ou queixa. (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010). 2 (Revogado).Hoje, a prescrio retroativa ainda ser possvel, contudo no mais no primeiro momento interruptivo entre a data da consumao do fato e a do recebimento da denncia. H posies em sentido contrrio no sentido de entender que a Lei n 12.234 revogou completamente o instituto.Obs. Smula 220 do STJ: A reincidncia no influi no prazo da prescrio da pretenso punitiva. Fernando Galvo, entendendo ter sido extinto o instituto da prescrio retroativa, entende que com o transito do julgado para ambas as partes, a prescrio retroativa teria natureza executria nesses casos, fazendo incidir a aplicao do aumento pela reincidncia do Art. 110 quando aplicvel

Prescrio da Pretenso Punitiva Intercorrente

A prescrio punitiva intercorrente igualmente, com fundamento no Art 110, 1, se verificar a partir da pena efetivamente aplicada em uma deciso condenatria recorrvel, tendo como pressuposto tambm o trnsito do julgado para a acusao, contudo, seus prazos de verificao sero aqueles aps a deciso condenatria recorrvel e antes do trnsito em julgado definitivo.Trazida pela reforma de 1984 e confirmada pelo STF em sua Smula n 146: A PRESCRIO DA AO PENAL REGULA-SE PELA PENA CONCRETIZADA NA SENTENA, QUANDO NO H RECURSO DA ACUSAO. Alguns poucos aspectos devem ser levados em considerao: Em razo da Smula 220 do STJ, no cabe a aplicao do aumento dos prazos prescricionais em razo da reincidncia para estes casos, somente devendo os mesmos ser aplicados nos prazos das prescries das pretenses executivas. Contudo, ocorrendo a prescrio intercorrente, tratando-se de prescrio da pretenso punitiva e no havendo o transito do julgado em definitivo, tal condenao prescrita no poder ser levada em considerao para fins de reincidncia.

Prescrio da Pretenso Executria

A prescrio da pretenso executria nascer com o trnsito do julgado em definitivo da condenao criminal e encontra fundamento no interesse do estado de executar a condenao. Os prazos prescricionais tero como parmetro a pena efetivamente cominada e sua apreciao ser de competncia daquele que fiscalizar a execuo da pena, em regra a vara de execues penais.

Prescrio Ideal, pela Pena Virtual, Hipottica ou em Perspectiva

Prescrio pela pena ideal, prescrio pela pena virtual, prescrio pela pena hipottica e prescrio em perspectiva so todos os nomes dados a uma construo doutrinria na qual o juiz tomando em perspectiva a provvel pena aplicada no caso antecipa o reconhecimento da prescrio com base no prazo prescricional da mesma. Isto , considerando um crime apenado com uma pena de deteno de 6 meses a 3 anos, com o transcurso de 3 anos, hipoteticamente haveria a prescrio de uma pena inferior a 1 ano. Se o juiz, vislumbrando que no momento da instruo a pena provavelmente a ser aplicada no ir ser igual ou superior a um ano, poderia ele mesmo antecipar o reconhecimento da prescrio retroativa que formalmente ainda no ocorreu, mas que muito provavelmente ir durante o curso do processo.Esta construo, homenageando um princpio economicidade evitaria a prtica de atos inteis de processos fadados a uma prescrio futura. Seu fundamento encontrado na aplicao analgica das regras de processo civil, sobretudo daquelas acerca das condies da ao. Vejamos:

Art. 3 do CPP - A lei processual penal admitir interpretao extensiva e aplicao analgica, bem como o suplemento dos princpios gerais de direito.Art. 267 do CPC. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito:(...)Vl - quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual;No caso em tela, o reconhecimento da prescrio hipottica se d pela ausncia de interesse processual na modalidade interesse-utilidade da medida, ou seja, por que perseguir uma condenao criminal fadada a ser extinta?Todavia, a jurisprudncia do STF e grande parte da doutrina contrria a adoo da prescrio pela pena hipottica, havendo enunciado sumulado pelo STJ: Smula n 438 inadmissvel a extino da punibilidade pela prescrio da pretenso punitiva com fundamento em pena hipottica, independentemente da existncia ou sorte do processo penal. Razes: Por um lado, sem o fim da instruo no se pode especular quanto ao contedo do injusto, podendo novas provas aumentar um grau de reprovao ou motivar uma alterao substancial no contedo da denncia. Por outro, estatisticamente em algum momento grande parte das lides penais encontram-se suficientemente ilustradas de forma a ser possvel mensurar uma pena hipottica, poupando custos judiciais e diminuindo a estigmatizao promovida pela criminalizao secundria (os efeitos deletrios daqueles que so submetidos a um processo penal).

Operabilidade

Momento de Reconhecimento da Prescrio

Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, dever declar-lo de ofcio.Existem duas posies:a) Parte da doutrina como Rogerio Greco e os autores vinculados ao Ministrio Pblico entendem s pode ser reconhecida a prescrio durante o curso do processo, em razo da titularidade do MP de capitular as infraes na denncia e por razes diversas pragmticas (a possibilidade do juiz no determinar um arquivamento de um inqurito em razo da juntada de uma certido falsa de identidade, por exemplo, capaz de no permitir novas investigaes em razo da extino da punibilidade)b) Outra parte considera possvel a extino da punibilidade pela prescrio em fase pr-processual.

Causas Impeditivas ou Suspensivas dos Prazos Prescricionais

Aqui sero apresentadas as causas impeditivas ou suspensivas dos prazos prescricionais encontradas de forma esparsa pelo ordenamento jurdico: Hipteses do Art. 116 do CP c/c 92 a 94 do CPP:Antes de passar em julgado a sentena final, a prescrio no corre:I - enquanto no resolvida, em outro processo, questo de que dependa o reconhecimento da existncia do crime; (Art. 92 a 94 do CPP)II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.Pargrafo nico - Depois de passada em julgado a sentena condenatria, a prescrio no corre durante o tempo em que o condenado est preso por outro motivo.Art. 92. Se a deciso sobre a existncia da infrao depender da soluo de controvrsia, que o juiz repute sria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ao penal ficar suspenso at que no juzo cvel seja a controvrsia dirimida por sentena passada em julgado, sem prejuzo, entretanto, da inquirio das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. Pargrafo nico. Se for o crime de ao pblica, o Ministrio Pblico, quando necessrio, promover a ao civil ou prosseguir na que tiver sido iniciada, com a citao dos interessados.Art. 93. Se o reconhecimento da existncia da infrao penal depender de deciso sobre questo diversa da prevista no artigo anterior, da competncia do juzo cvel, e se neste houver sido proposta ao para resolv-la, o juiz criminal poder, desde que essa questo seja de difcil soluo e no verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, aps a inquirio das testemunhas e realizao das outras provas de natureza urgente. 1o O juiz marcar o prazo da suspenso, que poder ser razoavelmente prorrogado, se a demora no for imputvel parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cvel tenha proferido deciso, o juiz criminal far prosseguir o processo, retomando sua competncia para resolver, de fato e de direito, toda a matria da acusao ou da defesa. 2o Do despacho que denegar a suspenso no caber recurso. 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ao pblica, incumbir ao Ministrio Pblico intervir imediatamente na causa cvel, para o fim de promover-lhe o rpido andamento. Art. 94. A suspenso do curso da ao penal, nos casos dos artigos anteriores, ser decretada pelo juiz, de ofcio ou a requerimento das partes. A sustao dos processos criminais contra Deputados e Senadores:Art. 53. Os Deputados e Senadores so inviolveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e votos. 1 Os Deputados e Senadores, desde a expedio do diploma, sero submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 2 Desde a expedio do diploma, os membros do Congresso Nacional no podero ser presos, salvo em flagrante de crime inafianvel. Nesse caso, os autos sero remetidos dentro de vinte e quatro horas Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a priso. 3 Recebida a denncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido aps a diplomao, o Supremo Tribunal Federal dar cincia Casa respectiva, que, por iniciativa de partido poltico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poder, at a deciso final, sustar o andamento da ao. 4 O pedido de sustao ser apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogvel de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 5 A sustao do processo suspende a prescrio, enquanto durar o mandato. Acusado citado por edital em lugar no conhecido:

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

Smula 415 do STJ: O perodo de suspenso do prazo prescricional regulado pelo mximo da pena cominada. Acusado no estrangeiro:Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, ser citado mediante carta rogatria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrio at o seu cumprimento. Regime de Parcelamento nos crimes contra a ordem tributria:Art. 9 da Lei 10.584 suspensa a pretenso punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal, durante o perodo em que a pessoa jurdica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver includa no regime de parcelamento. Suspenso condicional do processo:

Art. 89. Nos crimes em que a pena mnima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou no por esta Lei, o Ministrio Pblico, ao oferecer a denncia, poder propor a suspenso do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado no esteja sendo processado ou no tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspenso condicional da pena (art. 77 do Cdigo Penal).

1 Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presena do Juiz, este, recebendo a denncia, poder suspender o processo, submetendo o acusado a perodo de prova, sob as seguintes condies:

(...)

6 No correr a prescrio durante o prazo de suspenso do processo.

Termo Inicial da Prescrio Punitiva

Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr:I - do dia em que o crime se consumou;II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia;IV - nos de bigamia e nos de falsificao ou alterao de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianas e adolescentes, previstos neste Cdigo ou em legislao especial, da data em que a vtima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo j houver sido proposta a ao penal.Ao contrrio da teoria da ao adotada na lei penal no tempo, - Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado o legislador adotou a teoria do resultado, em razo de ser este o momento onde o crime provocar seus efeitos na sociedade.Assim, a regra ser a da teoria do resultado trazida pelo inciso I, porm, temperada pelo reconhecimento do dia que cessou a atividade criminosa nos casos de tentativa ou seja quando executado o ltimo ato buscando aquele resultado e pelo reconhecimento do momento no qual executou a permanncia nos crimes permanentes. Ainda, os incisos IV e V trazem hipteses especficas para alguns tipos penais, no primeiro caso buscando reformar uma aplicao da teoria do resultado compatvel com a natureza dos crimes que se fazem ocultar por um tempo relevante, assim prevendo o die scientiae.

Marcos Interruptivos da Prescrio da Pretenso Punitiva

Disciplinados no Art. 117:

Art. 117 - O curso da prescrio interrompe-se:I - pelo recebimento da denncia ou da queixa; II - pela pronncia;III - pela deciso confirmatria da pronncia;IV - pela publicao da sentena ou acrdo condenatrios recorrveis;V - pelo incio ou continuao do cumprimento da pena;VI - pela reincidncia.Comentrios:I Recebimento da denncia:O recebimento com condo de interromper a prescrio o recebimento VLIDO. O recebimento ulteriormente anulado no interrompe a prescrio. (STF)Para doutrina majoritria o recebimento que interrompe a prescrio o do Art. 396 do CPP e no o do Art. 399, aps a resposta do ru. Posio de Nestor Tvora e do STJ. Posio contrria marcada por Paulo Rangel e Rogrio Greco. Art. 396. Nos procedimentos ordinrio e sumrio, oferecida a denncia ou queixa, o juiz, se no a rejeitar liminarmente, receb-la- e ordenar a citao do acusado para responder acusao, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.Recebida a denncia ou queixa, o juiz designar dia e hora para a audincia, ordenando a intimao do acusado, de seu defensor, do Ministrio Pblico e, se for o caso, do querelante e do assistente.Obs: aditamento da denncia versus reformas substanciais.II Pronncia Deciso interlocutria do tribunal do jri, tem o condo de interromper a prescrio ainda que desclassifique o crime para outros de competncia ou no do tribunal do jri. Smula 191 do STJ: A pronncia causa interruptiva da prescrio, ainda que o Tribunal do Jri venha a desclassificar o crime.III Deciso Confirmatria da DennciaIV Sentena ou Acrdo Condenatrio Recorrveis A publicao se d no momento que o juiz coloca em cartrio, salvo se proferido em audincia, no se confundindo com a publicao em imprensa oficial.

Terno Inicial da Prescrio Executria

Trazidos pelo Art. 112:Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cdigo, a prescrio comea a correr:I - do dia em que transita em julgado a sentena condenatria, para a acusao, ou a que revoga a suspenso condicional da pena ou o livramento condicional;II - do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo da interrupo deva computar-se na pena.Comentrios:I - Considerando to somente a prescrio da pretenso executria, essa comea a correr do dia em que transita em julgado a sentena condenatria em definitivo. II Revogao da suspenso condicional da pena ou do livramento condicional. O livramento condicional configura EXECUO DA PENA, enquanto o sursis da pena configura suspenso da execuo penal.III Hipteses de fuga ou internao hospitalar.

Marcos Interruptivos da Prescrio da Pretenso Executria

Art. 117 - O curso da prescrio interrompe-se:(...)V - pelo incio ou continuao do cumprimento da pena;VI - pela reincidncia.(...) 2 - Interrompida a prescrio, salvo a hiptese do inciso V deste artigo, todo o prazo comea a correr, novamente, do dia da interrupo.

Regras Especficas que Alteram os Prazos Prescricionais

Encontram-se em dois artigos:Art. 115 - So reduzidos de metade os prazos de prescrio quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentena, maior de 70 (setenta) anos.Obs: Juarez Cirino dos Santos entende que deveria o aplicador, por analogia, empregar a idade do Estatuto do Idoso (60 anos, posio isolada)A jurisprudncia diverge quanto a hiptese do agente s completar 70 anos no momento de uma segunda deciso condenatria, como um acrdo que confirma um a sentena condenatria. H uma deciso favorvel do STJ em 2009 em sede de HC.Art. 110 - A prescrio depois de transitar em julgado a sentena condenatria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tero, se o condenado reincidente.

Prescrio das Medidas de Segurana

Todas as regras prescricionais da pretenso punitiva operam de forma anloga as medidas de segurana. Assim, antes de uma condenao transitada em julgado a inobservncia de qualquer prazo prescricional tem o condo de extinguir a punibilidade.Porm, sobrevindo uma sentena absolutria definitiva (VI existirem circunstncias que excluam o crime ou isentem o ru de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e 1o do art. 28, todos do Cdigo Penal), ou mesmo se houver fundada dvida sobre sua existncia;), no haver estabelecimento de quantum de pena. Nessas situaes, para os tribunais a pretenso executria continuar pelo limite mximo de pena em abstrato para o delito correspondente. (STF)

Prescrio das Penas Restritivas de Direito

Art. 109 - (...)Pargrafo nico - Aplicam-se s penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

Prescrio da Pena de Multa

Art. 114 - A prescrio da pena de multa ocorrer:I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a nica cominada ou aplicada;II - no mesmo prazo estabelecido para prescrio da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.H posio minoritria (Capez) que entende que o Art. 51, em sua nova redao, possui razo suficiente para delegar a disciplina dos prazos prescricionais legislao tributria. (prazo de cinco anos do Art. 174 do CTN) Art. 51 - Transitada em julgado a sentena condenatria, a multa ser considerada dvida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislao relativa dvida ativa da Fazenda Pblica, inclusive no que concerne s causas interruptivas e suspensivas da prescrio.

Prescrio da Pena do Art. 28 da Lei 11.343

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposio e a execuo das penas, observado, no tocante interrupo do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Cdigo Penal.

Prescrio nos Casos de Concurso de Crimes

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena de cada um, isoladamente.Continuao delitiva Smula 497 do STF QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A PRESCRIO REGULA-SE PELA PENA IMPOSTA NA SENTENA, NO SE COMPUTANDO O ACRSCIMO DECORRENTE DA CONTINUAO.