aula quarta avançada

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DIREITO PENAL PARA DELEGADO DA POLCIA FEDERAL

Ol amigos! Sejam bem-vindos quarta aula de nosso curso. Aos poucos vou apresentando novos conceitos e termos e os incorporando s nossas aulas. O processo gradativo, mas importante que utilize os termos como sero cobrados nas provas. Saliento que as provas de hoje, sejam jurdicas ou no, esto praticamente niveladas em dificuldade. No quero ser leviano e apresentar temas e questes abaixo do nvel necessrio para a sua aprovao. As provas policiais esto, a cada dia, mais disputadas devido excelente remunerao. Mas, no se assuste. O que vale o equilbrio. Tenho certeza que o curso vai te dar segurana para uma boa prova. Espero que minha didtica esteja alcanando a todos, mas se isso no ocorrer, deixe-me saber! O frum e o email esto sempre disponveis para sanar qualquer dvida. Uma ltima coisa. No inclu na aula o estudo sobre a evoluo dogmtica da culpabilidade, por no estar expressamente no edital. Caso algum futuro colega Delegado deseje o material, basta me enviar um email ([email protected]). P.s.: tive que mudar o formato da letra, por solicitao da coordenao do curso.

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CULPABILIDADE

fato tpico

ilicitudeestado de necessidade

culpabilidadeimputabilidade

Conduta.

resultado

legtima defesa

potencial conscincia da ilicitude exigibilidade de conduta diversa

nexo causal

estrito cumprimento do dever legal exerccio regular do direito

tipicidade

consentimento do ofendido

1.

Conceito

Jlia prostituta. Com cinco anos de idade teve sua primeira experincia sexual. Foi violentada pelo padrasto.

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A me de Jlia tambm era prostituta. Quando Jlia contava apenas com oito anos de idade, foi sucumbida pelo uso de crack. Jlia era rf e com essa pouca idade j ajudava a cuidar de outros cinco irmos. Com treze anos de idade Jlia, j viciada em drogas, dava a luz ao seu primeiro filho. O pai da criana era seu padrasto. Com dezessete anos de idade, agora moradora de rua e viciada em crack, j estava grvida de seu terceiro filho. Com as faculdades mentais dominadas pela substncia entorpecente, Jlia est desesperada por dinheiro para matar a fissura de seu vcio. Em troca de algum dinheiro, Jlia cede um de seus filhos a um estranho. Recebe por isso a quantia de cem Reais.

Culpabilidade significa reprovabilidade. So termos unvocos. Se algum pode ser responsabilizado pessoalmente por determinado resultado, isso significa que recai sobre eles culpabilidade (ou reprovabilidade). Nem sempre o injusto penal (fato tpico + ilcito) reprovvel (culpvel) ao autor da conduta. Antes da possibilidade de reprovar determinada pessoa por seu comportamento injusto, deve-se perguntar se aquele injusto reprovvel naquelas circunstncias. Deste modo, podemos conceituar a Culpabilidade como sendo a reprovabilidade da conduta injusta do autor. A primeira ideia que nos vem cabea de que o injusto penal algo sempre reprovvel.

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Existem pessoas, contudo, que no podem ser responsabilizadas pelas condutas injustas que praticam, vezes por critrios biolgicos (como com os menores), vezes por critrio psiquitricos (como com os doentes mentais ou com os viciados em drogas), vezes porque h uma interpretao tortuosa do conceito de certo e errado (como no erro de proibio), vezes porque a vontade do agente no est totalmente livre (como na coao moral irresistvel). Enfim, a culpabilidade o juzo de censura feita pelo aplicador da lei (juiz) sobre o fato tpico e ilcito do autor. Quo reprovvel a conduta de uma menina que vende seu filho para um estranho? Depende da menina, depende das circunstncias. Vamos obter respostas para essa pergunta na aula de hoje.

2.

Culpabilidade do autor do fato ou do fato do autor?

A culpabilidade (reprovabilidade, responsabilidade) avaliada de que ponto de vista? Digo, a anlise de reprovabilidade da conduta injusta ocorre sobre o fato do autor ou do autor dos fatos? Quero dizer, o que condenvel, o que o sujeito fez ou o que ele ? Jlia, por exemplo, deve (ou no) ser responsabilizada pelo que ela ou pelo que fez? Modernamente, podemos admitir culpabilidade de fato e no de autor. Aquele que pratica um injusto deve ser responsabilizado, primeiramente, pelo que fez e no pelo que .

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Exemplo histrico de culpabilidade de autor (reprovar algum pelo que , e no pelo que fez) foi o plano de extermnio da Alemanha Nazista, chamado de "Soluo Final" (Endlsung der Judenfrage). A Alemanha Nazista, tambm chamada de Terceiro Reich (oficialmente desde 1943, Grande Reich Alemo), exterminou de 11 a 14 milhes de pessoas no por terem praticado algo ilcito, mas por serem judias, homossexuais, deficientes fsicos, polacos etc. A grande atrocidade do holocausto foi a de desconsiderar qualquer anlise pessoal do injusto. Ocorre que, voltando ao dias atuais, o juiz no pode desconsiderar que o que pessoa influi no que ela faz. Veja o exemplo de Jlia. Ser uma pessoa com aquelas peculiaridades de experincia de vida a levaram a praticar um ato injusto. Ocorre que essa anlise secundria, mas no irrelevante. O que quero dizer que a anlise primeira que deve ser feita no da pessoa em si, mas de sua conduta, sem, no entanto, desconsiderar suas peculiaridades pessoais. Anote! A culpabilidade recai sobre o fato do autor (culpabilidade de fato) e no sobre o autor do fato (culpabilidade de autor).

Culpabilidade de fato

Culpabilidade de autor

reprovao pela conduta praticada.

reprovao por uma condio de vida.

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Com isso em mente, podemos passar analise dos elementos da culpabilidade. Diga-se, apreciao dos elementos que nos levam a afirmar que a conduta de uma pessoa pode ser reprovvel, ou seja, de que o ato injusto praticado pelo autor eivado de culpabilidade. 3. Elementos da Culpabilidade segundo a Teoria Finalista (Teoria

Normativa Pura da Culpabilidade) Como demonstro no grfico abaixo, a culpabilidade possui os seguintes elementos: imputabilidade, potencial conscincia da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

culpabilidade

imputabilidade

potencial conscincia da ilicitude

exigibilidade de conduta diversa

Para que algum possa considerar-se, ento, culpvel exija-se que tenha

imputabilidade, possibilidade de conscincia da ilicitude da conduta epossa exigir-se comportamento diverso. 4. Imputabilidade www.pontodosconcursos.com.br

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O primeiro passo para definirmos a responsabilidade de um sujeito pelo ato injusto praticado sua capacidade mental de entender esse ato censurvel. Existem pessoas que por um motivo ou por outro no tm a capacidade de entender que o que fazem algo errado, injusto, reprovvel, enfim, culpvel. A imputabilidade, portanto, significa a capacidade de entender o carter ilcito do fato e determinar sua conduta conforme esse entendimento. Quando ento poderemos dizer que o agente no pode compreender o que faz, ou seja, que INIMPUTVEL? Quando poderemos dizer que uma pessoa INCAPAZ de entender seu ato? Enfim, quem so os inimputveis ou incapazes? As causas de inimputabilidade (ou incapacidade) so: a) Menoridade; b) doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou

retardado (CP, art. 26); c) embriaguez COMPLETA decorrente de CASO FORTUITO ou FORA MAIOR (CP, art. 28, 1); d) dependncia de substncia entorpecente (Lei 11.343/2006, art. 45).

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Menoridade

Causas de Inimputabilidade

Doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado Embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou fora maior

dependncia de drogas

5.

Menoridade (CP, art. 27, e CF, art. 228)

Caso Liana Friedenbach e Felipe Cafffonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Liana_Friedenbach_e_Felipe_Caff

No ano de 2003 Liana Friedenbach e Felipe Caff foram mortos em Embu-Guau, interior de So Paulo, fato cometido pelo menor infrator conhecido como "Champinha" em companhia de comparsas maiores de idade. No incio de novembro daquele ano, Liana e Felipe eram namorados e decidiram passar um final de semana acampando na floresta numa rea isolada de Embu-Guau, sem o conhecimento dos pais. "Champinha" e "Pernambuco" seguiam para pescar na regio quando viram o casal e tiveram ento a ideia de roubar os estudantes. Com a

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ajuda de comparsas, mantiveram o casal em crcere privado. De acordo com o laudo pericial e depoimento do menor, Champinha matou Felipe com um tiro na nuca e, na madrugada do dia 5 de novembro, levou Liana at um matagal, onde tentou degol-la e golpeou a cabea da estudante com uma peixeira. Os corpos foram encontrados no dia 10 de novembro. "Champinha" e seus comparsas "Pernambuco", Antnio Caetano, Antnio Matias e Agnaldo Pires foram presos dias depois. "Champinha", por ser menor de idade, foi encaminhado para uma unidade da Febem, em So Paulo. Ao final das investigaes, a polcia concluiu que "Pernambuco" no teve participao no crime. Champinha no foi preso porque era um menor de idade, fato este que foi responsvel por reacender os debates sobre a maioridade penal no Brasil.

Muito bem. Imagine que Champinha, assim que fosse apreendido, tivesse sido submetido a exame psiquitrico para determinar sua capacidade de entender o carter ilcito do ato que cometeu. Uma junta de profissionais especializados, ento, emitiria parecer concluindo que Champinha era plenamente capaz de entender o que fazia e de determinar sua vida conforme esse entendimento. 6. Pergunto: qual o valor desse laudo para os fins de

imputabilidade penal? Nenhum. Isto porque h determinao ABSOLUTA na lei que presume (absolutamente, repito) que um menor de dezoito anos no tem capacidade de entender que o que faz errado. Como essa presuno absoluta, no cabe prova em contrrio.

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A Lei (CP, art. 27, e CF, art. 228) considerou que biologicamente um menor de idade no tem essa capacidade( leia-se, INCAPAZ). CRITRIO ADOTADO NO CASO DE MENORIDADE O BIOLGICO: neste critrio, estabelece-se uma presuno legal absoluta (JURE ET DE JURE) de que o agente no tem capacidade de compreender o carter ilcito do fato. Anote! O critrio adotado pela lei em relao aos menores de 18 anos o biolgico. A lei presume de forma absoluta que menores de idade no tm biologicamente capacidade de entender o carter ilcito do fato.

Os menores de 18 anos so, portanto, penalmente inimputveis, aplicando-selhes a legislao pertinente: Lei 8.069/90 (Estatuto da Criana e do Adolescente- ECA). O adolescente (maior de 12 e menor de 18) que pratica fato definido com crime ou contraveno penal incorre, nos termos do ECA, em ato infracional, sujeito chamadas medidas socioeducativas (internao, semiliberdade, liberdade assistida etc.).

7.

Prova da menoridade do inimputvel: dever ser produzida pela

juntada da certido de nascimento do termo de registro civil, tendo em vista o que dispe o art. 155 do CPP (no juzo penal, somente quanto ao estado das

pessoas, sero observadas as restries prova estabelecidas na lei civil). Asmula 74, do STJ, diz que para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do ru requer prova por documento hbil.

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Na hiptese de dvida, proceder-se- PERCIA DE IDADE. A prova da alegao incumbir sempre a quem fizer, podendo o juiz penal determinar diligncia para sua aferio. (CESPE_POLCIA CIVIL_AC_2006) Quanto ao reconhecimento da menoridade do ru para efeitos penais e imputabilidade, marque a alternativa correta: a). necessrio o exame de corpo de delito que determine a idade ssea de membro superior do acusado. b). Ser considerado imputvel o adolescente que apresentar discernimento quanto infrao penal praticada, aps anlise do juiz. c). A prova testemunhal supre eventual dvida sobre a idade do ru. d). Tal reconhecimento requer prova por documento hbil. Resposta: D

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Critrio biolgico.MENORIDADE

critrio absoluto: no admite prova em contrrio

A prova da inimputabilidade se faz com certido de nascimento.

8.

Doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou

retardado (CP, art. 26)

Preste ateno na seguinte estria: Harun era um garoto inteligente e dedicado aos estudos. Aos 16 anos, quando voltava da aula de ingls, foi surpreendido por assaltantes que, mesmo sem qualquer reao por parte de sua parte, efetuaram um disparo de arma de fogo contra sua cabea, acabando por subtrair-lhe a bicicleta. Harun foi socorrido ao hospital, tendo sido submetido cirurgia delicada para extrao do projtil, o qual estava alojado em sua cabea. Aps vrios meses em coma, Harun sobreviveu violncia sofrida, mas no completamente.

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O disparo que o atingiu acabou por afetar parte de seu crebro, causando deficincia mental em Harun. A vtima, hoje com 35 anos de idade, tem idade mental de uma criana de 3 anos de idade. A me de Harun, viva h muitos anos, mantm uma banca de flores artificiais em uma feira de Braslia. Harun, como no pode ficar sozinho, est sempre ao lado de sua me na feira. Importante ressaltar que Harun extremamente dcil, apesar de sua condio mental. Alm disso, tem capacidades intelectuais inteiramente preservadas em determinados aspectos. Por exemplo, tem habilidade incomum para fazer clculos matemticos. Em um determinado dia, uma senhora foi banca de flores comprar produtos para sua casa. Harun, no alto de sua ingenuidade, pegou a moa pelo brao para lhe mostrar um arranjo da loja. A moa se assusta, o que faz com que Harun a empurre em um misto de medo e surpresa. A moa derrubada ao solo e sofre leses corporais.

- A DOENA MENTAL engloba todas as alteraes mrbidas da sade mental independentemente da causa. compreendem: a. Transtornos psquicos debitados a causas corporais-orgnicas incluem-se as psicoses ENDGENAS e CONGNITAS (esquizofrenia, parania, psicose manaco-depressiva) ou EXGENAS (demncia senil, paralisia geral progressiva, epilepsia), como tambm neuroses e transtornos psicossomticos, sendo que estes, como formas de reao psquico-criminal determinadas por conflitos internos salvo no perodo de breve crise (histeria). No estudo do transtorno psquico patolgico,

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b.

Transtornos psquicos patolgicos (psicose exgenas) - faz-se

referncia s enfermidades oriundas de transtornos exgenos (psicoses traumticas por leses cerebrais; psicoses por infeco, como a paralisia progressiva; as doenas convulsivas orgnico-cerebrais, como a epilepsia; casos de desintegrao da personalidade com patamar orgnico-cerebral, como arteriosclerose cerebral e a atrofia cerebral; a meningite cerebral, os tumores cerebrais e as afeces metablicas do crebro). - O DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO so os SURDOS-MUDOS no educados e os SILVCOLAS (ndios), que ainda no se tenham adaptado ao convvio do grupo social. - DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO: no desenvolvimento mental RETARDADO situam-se os OLIGOFRNICOS (idiotas, imbecis e dbeis mentais), que apresentam anomalias no processo de desenvolvimento mental e DFICIT INTELECTUAL

9.

Em todos os casos (doena mental, desenvolvimento mental

incompleto e desenvolvimento mental retardado), perceba, como no caso de Harun, que a leso cerebral pode ter afetado a capacidade de entender o carter ilcito de do ato. Para saber se no momento do ato Harun era capaz ou incapaz de culpabilidade, devemos nos servir do auxlio de uma percia mdica. Isso porque o critrio adotado pelo cdigo para aferir a culpabilidade a. em caso de doena mental foi o CRITRIO BIOPSICOLGICO, o qual rene os critrio biolgico e o psicolgico: Critrio biolgico: existncia de doena mental ou de desenvolvimento mental incompleto ou retardado;

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b.

Critrio psicolgico: absoluta incapacidade de, ao tempo da ao ou

da omisso, entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, afervel por percia mdica. Enfim, no primeiro h uma presuno que biologicamente,

organicamente, o doente no pode ser capaz de entender o que faz. Todavia, faz-se necessria uma anlise especial sobre o caso concreto, para que se diga clinicamente (psicologicamente) se aquela enfermidade influiu na capacidade do agente no momento exato da ao criminosa. Da mesma forma, no caso dos ndios e dos deficientes auditivos, obrigatria a anlise por profissionais especializados para aferir sua culpabilidade (socilogos, educadores etc.).

Anote! Critrio adotado para aferir culpabilidade dos enfermos mentais: critrio biopsicolgico. Este critrio relativo, uma vez que depende de percia.

( CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio) No direito penal, ocritrio adotado para aferir a inimputabilidade do agente, como regra, o biopsicolgico. Resposta: correto

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Doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (CP, art. 26)

Doena mental: todas as alteraes da sade mental.

Crtirio Biopsicolgico: relativo, dependendo de percia.

Desenvovimento mental incompleto: surdos/mudos e silvcolas no integrados

Desenvolvimento mental retardado: oligofrnicos

10.

Quais a consequncias da inimputabilidade?

O inimputvel no pratica crime, pois falta a ele capacidade de entender o carter ilcito de seu ato. Aqueles que tm essa capacidade (os capazes ou imputveis) devem ser reprovados por sua conduta, ao contrrio de quem no as tm. Digo isso porque o fundamento da apenao dos capazes a reprovabilidade de sua conduta. Ou seja, sero reprovados por praticar condutas reprovveis. Ao contrrio, os inimputveis no podem ser reprovados pelos atos injustos que cometem, pelo simples fato de no praticarem condutas reprovveis

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(culpveis). Contudo, praticam atos injustos (fato tpico + ilcito) e isso no pode ser desprezado. 11. Qual a soluo ento?

A soluo segregar esse incapaz, mas no como uma forma de puni-lo, mas para que ele seja tratado, educado. Esse processo feito atravs da pena? Claro que no! O processo curativo do inimputvel por doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado se d atravs da MEDIDA DE SEGURANA. Neste caso, como o doente mental no pratica crime, dever ser absolvido (denominada curativa. 12. Sendo MEDIDA DE SEGURANA o ru absolvido do pela inimputabilidade, aplicar MEDIDA o juiz ante a absolvio imprpria). Ento, o juiz, considerando a PERICULOSIDADE de sua conduta, aplica-lhe uma medida de segurana

PERICULOSIDADE

autor,

DE

SEGURANA

(absolvio imprpria). A medida de segurana consiste em internao em manicmio judicirio ou em tratamento em hospital apropriado (tratamento ambulatorial). Anote! O absolutamente incapaz (inimputvel) deve ser absolvido e, por sua periculosidade, ser submetido a medida de segurana curativa. 13. Cessao da periculosidade

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A internao e o tratamento ambulatorial SO EXECUTADOS POR TEMPO INDETERMINADO, respeitando o prazo mximo de 30 anos (STF). O juiz determina um prazo mnimo de um a trs anos para que o internado seja reavaliado por pericia mdica-psiquitrica. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mnimo de durao da medida de segurana, poder o Juiz da execuo, diante de requerimento fundamentado do Ministrio Pblico ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessao da periculosidade.

CONSEQUNCIAS DA INIMPUTABILIDADE

Medida de Segurana baseada na periculosidade do agente.

A MS por tempo indeterminado, mas deve respeitar o limite de 30 anos de internao (STF). O juiz estabelece prazo mnimo de 1 a 3 anos para reavaliao.

Se estiver curado, pode ser solto ou colocado em tratamento ambulatorial.

14.

Em que consiste a semi-imputabilidade ou responsabilidade

diminuda? Muito bem. O doente mental ou a pessoa com desenvolvimento mental incompleto ou retardado podem ter alguma (incompleta) capacidade de entender o ato injusto. Neste caso, a incapacidade no ser absoluta, mas

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apenas relativa. Em Direito Penal essa capacidade relativa denominada semi-imputabilidade. Semi-imputabilidade a perda de parte da capacidade de entendimento e autodeterminao, em razo de doena mental ou de desenvolvimento incompleto ou retardado. Alcana os indivduos em que as perturbaes psquicas tornam menor o poder de autodeterminao e mais fraca a resistncia interior em relao prtica do crime. Na verdade, o agente imputvel e responsvel por ter alguma noo do que faz, mas sua responsabilidade reduzida em virtude de ter agido com culpabilidade diminuda em consequncia das suas condies pessoais. 15. Qual a conseqncia da semi-imputabilidade?

No exclui a imputabilidade, de modo que o agente ser condenado pelo fato tpico e ilcito que cometeu. Constatada a reduo na capacidade de compreenso ou vontade, o juiz ter duas opes: reduzir a pena de 1/3 a 2/3 ou impor medida de segurana (mesmo assim a sentena continuar sendo condenatria). A escolha por medida de segurana somente poder ser feita se o laudo de insanidade mental indic-la como recomendvel, no sendo arbitrria essa opo. Se for aplicada pena, o juiz estar obrigado a diminu-la de 1/3 a 2/3, conforme o grau de perturbao, tratando-se de direito pblico subjetivo do agente, o qual no pode ser subtrado pelo julgador.

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o agente tem alguma capacidade (capacidade relativa)

Semi-imputabilidade Consequncia: o juiz condena e reduz a pena ou impe medida de segurana pelo tempo da pena

EMBRIAGUEZ COMPLETA E INVOLUNTRIA (decorrente de caso fortuito ou fora maior - CP, art. 28) 16. Embriaguez o estado de letargia causado por intoxicao de drogas,

sobretudo pelo lcool. As drogas tm poder de afetar a capacidade intelectual do agente, impedindo que no momento da conduta tenha capacidade de entender o carter censurvel de seu ato. Ocorre que o art. 28 do CPB determina que a embriaguez voluntria, por lcool ou substncias de efeitos anlogos (parecidos), no excluem a imputabilidade penal. Ainda no mesmo artigo, mas agora em seu 1, autoriza que se isente de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou fora maior, era, ao tempo da ao ou omisso, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se confirme esse entendimento. Assim, temos tratamentos diferenciados para cada tipo de situao,

dependendo da espcie de embriaguez. 17. Quais as espcies de embriaguez?

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a) embriaguez no acidental b) embriaguez acidental c) patolgica d) preordenada. Conforme o artigo 28 do CPB, somente a embriaguez involuntria (caso fortuito ou fora maior) completa afasta a imputabilidade. No entanto, vamos ver a consequncia de cada uma delas. a. A embriaguez no acidental (dolosa ou culposa) nunca afasta a

imputabilidade, por fora da teoria da actio libera in causa (a ao livre na causa). J falamos dela na aula zero, lembram-se? Tudo bem, no custa nada relembrar. Em que consiste a teoria da actio libera in causa? As ACTIONES LIBERAE IN CAUSA so as condutas que, per se, no so conscientes e voluntrias, mas que o so em sua CAUSA ou ANTECEDENTES (aes livres na causa). Quando o agente toma a direo de seu veculo aps ingerir grande quantidade de lcool, pode-se alegar que, caso promova um acidente, no poder responder por ele, j que suas faculdades mentais estaro afastadas pelo lcool. S que, aplicando-se a teoria da ao livre na causa, devemos deslocar essa anlise para o momento em que o agente ingeriu a droga. Pergunta-se: ele era livre para decidir entre beber, tendo a conscincia de que iria voltar para casa dirigindo? Se a resposta for positiva, estaremos diante de uma ao livre na causa inicial.

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H, assim, dois momentos para serem analisados: (a) a prtica em estado de inimputabilidade de um ato penalmente reprovvel; (b) o autor se colocar com a finalidade de comet-lo, ou que poderia ou deveria prev-lo. A teoria aplicada nos casos de: (a) embriaguez voluntria (dolosa): quero encher a cara! (b) culposa, desde que no patolgica: quero me divertir e vou sair pra tomar cerveja! Em ambos os casos, o agente ingere a droga livremente, vezes para ficar doido mesmo (voluntria), vezes para se divertir com os amigos (culposa). De qualquer forma, embriaguez no acidental jamais exclui a imputabilidade do agente, seja voluntria, culposa, completa ou incompleta. Isso porque ele, no momento em que ingeria a substncia, era livre para decidir se devia ou no o fazer. A conduta, mesmo quando praticada em estado de embriaguez completa, originou-se de um ato de livre arbtrio do sujeito, que optou por ingerir a substncia quando tinha possibilidade de no o fazer. A ao foi livre na sua causa, devendo o agente, por essa razo, ser responsabilizado. E a teoria da actio libera in causa (aes livres na causa). Considera-se, portanto, o momento da ingesto da substncia e no o da prtica delituosa. Anote!

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A embriaguez no acidental (dolosa ou culposa) no afasta a imputabilidade, pois a ao livre na causa. b. maior Fora maior: se a embriaguez completa ocorreu por violncia fsica (ex.: o agente foi forado a ingerir lcool mediante ameaas e violncia), no poder responder por atos praticados sob influncia de tal embriaguez. Veja, a propsito, a questo abaixo. (CESPE - 2009 - DPE - AL - Defensor Pblico ) Considere a seguinte situao hipottica. Em uma festividade de calouros de determinada faculdade, Joo foi obrigado por vrios veteranos, mediante coao fsica, a ingerir grande quantidade de bebida alcolica, ficando completamente embriagado, uma vez que no tinha costume de tomar bebida com lcool. Nesse estado, Joo praticou leses corporais e atentado violento ao pudor contra uma colega que tambm estava na festa. Nessa situao, trata-se de embriaguez acidental decorrente de fora maior, devendo ser excluda a imputabilidade de Joo, que fica isento de pena pelos delitos que praticou. Resposta: correto Embriaguez involuntria (acidental) por caso fortuito ou fora

(CESPE - 2008 - TCU - Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental) Ricardo, obrigado por Sandra, mediante ameaa de arma de fogo, a ingerir quantidade excessiva de bebida alcolica, ficou completamente embriagado. Nessa hiptese, se Ricardo viesse a cometer um delito, sua pena poderia ser reduzida em at 2/3, caso ele

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fosse, ao tempo da ao, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Resposta: errado.

Caso fortuito: veja a seguinte fofoca publicada na internet: O ator Andr Gonalves foi retirado, nesta segunda-feira (2), de um avio que ia de So Paulo a Nova York, sem escalas. O ator teve um ataque de fria enquanto viajava no vo 8864 da Varig. Ele xingou, cuspiu e agrediu os outros passageiros, obrigando vrios tripulantes a segur-lo. Para que a agressividade do ator fosse controlada, ele teve que ser amarrado. s 3h, o piloto resolveu pousar em Belm, para que Andr Gonalves fosse retirado do avio. O delegado da Polcia Federal de Belm Jos Ferreira Sales foi chamado pelos tripulantes. O ator foi levado para o Hospital de Clnicas, na capital do Par. Recebeu tranqulizantes e, depois de se acalmar, seguiu no vo para Nova York. O avio deixou Belm em direo a seu destino final s 4h20. O ator, em outra oportunidade, deu a seguinte explicao para sua conduta: Andr relembrou momentos polmicos de sua vida, quando foi parar em uma clnica psiquitrica aps ter um surto em um avio. "Foi vinho com remdio. Eu tinha medo de avio na poca. Mas essa histria de tentar beijar o Pel lenda. O remdio fez efeito durante o voo, antes de entrar no espao areo americano, por isso o piloto resolveu pousar em Belm. (...) E a, quando um cara bebe, sabe como , fica o

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famoso no me toque, no coloque a mo em mim. Tomei sete injees, fui dopado. Mas eu no me lembro de nada. Acordei em um hospital psiquitrico amarrado. Foi horrvel.

Ingerir vinho no leva, necessariamente, embriaguez completa. Caso contrrio, todos os padres ficariam completamente embriagados durante as missas, em que celebrada a comunho do po e do vinho (rss). No caso do ator, conforme ele explicou, houve associao do vinho com outra substncia que ele havia ingerido para acalm-lo durante o vo. Alm disso, houve a influncia de outro fator determinante para a completa embriaguez do agente. Veja o que diz o Manual Merck: (http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_24/cap_282.h tml)

A doena da altitude elevada (mal da montanha) um distrbio causado pela falta de oxignio em altitudes elevadas. O distrbio pode ter vrias formas, primeiro uma forma dominante e, em seguida, outra forma.

medida que a altitude aumenta, a presso atmosfrica diminui e menos molculas de oxignio esto disponveis no ar mais rarefeito. Esta diminuio do oxignio disponvel afeta o corpo de muitas maneiras: a frequncia e a profundidade da respirao aumentam, alterando o equilbrio entre gases nos pulmes e no sangue, aumentando a alcalinidade do sangue e alterando a distribuio de sais (p.ex., potssio e sdio) nas clulas. Como consequncia, a gua

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distribuda de modo diferente entre o sangue e os tecidos. Essas alteraes so a principal causa da doena da altitude elevada. Nas altitudes elevadas, o sangue contm menos oxignio, produzindo uma colorao azulada da pele, lbios e unhas (cianose). Ao longo de algumas poucas semanas, o organismo responde produzindo mais eritrcitos (hemcias, glbulos vermelhos) para transportar mais oxignio at os tecidos.

Os efeitos da altitude elevada dependem de quo alto e de quo rpido a pessoa sobe. So poucos os efeitos perceptveis abaixo de 2.200 metros, mas eles so comuns acima de 2.800 metros aps uma ascenso rpida. A maioria das pessoas ajusta-se (aclimatao) a altitudes de at 3.000 metros em poucos dias, mas a aclimatao a altitudes mais elevadas pode levar muitos dias ou semanas. Como se v, a embriaguez do ator resultou da associao de vrios fatores, muitos deles fora do controle e da vontade do agente. Caso fique demonstrado que a embriaguez completa no foi VOLUNTRIA, mas sim INVOLUNTRIA, por CASO FORTUITO (ocasional, acidental), ficar ele afastado da responsabilidade pelo resultado. Olhe bem, no sou eu, Professor de Direito e Delegado de Polcia, que tem a capacidade de determinar se o ator ficou embriagado por caso fortuito ou fora maior. Para isso faz-se necessria anlise pericial. O exemplo acima s uma hiptese do que pode ter ocorrido. Da mesma forma, aquele que, durante um assalto forado a ingerir lcool para que no se lembre do trajeto tomado pelos bandidos e, em seguida libertado. Pode ser que atropele algum no trajeto para a delegacia. Na

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hiptese, pode alegar que a embriaguez foi causada por coao a que no podia resistir. Ou seja, por uma FORA MAIOR que o impeliu a embriagar-se.

(CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista Judicirio) Abel, em completoestado de embriaguez proveniente de caso fortuito, cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime, ele era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato. Nessa situao, embora tenha praticado fato penalmente tpico e ilcito, Abel ficar isento de pena. Resposta: correto c. Dependncia ou intoxicao involuntria a substncia

entorpecente Muitas vezes, o uso de drogas est acima da vontade do agente. Isso pode ocorrer, principalmente, quando a necessidade orgnica e psicolgica da droga esto em nvel de dependncia qumica. A dependncia se caracteriza pelo forte desejo ou compulso para consumir a substncia. Quando isso ocorre, a lei afasta a responsabilidade do agente, considerando seu estado patolgico De acordo com a Lei de Drogas (Lei 11.343/2006, Art. 45), isento de pena

o agente que, em razo da dependncia de droga, era, ao tempo da ao ou da omisso, qualquer que tenha sido a infrao penal praticada, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.Quando absolver o agente, reconhecendo, por fora pericial, que este apresentava, poca do fato, as condies referidas, poder determinar o juiz, na sentena, o seu encaminhamento para tratamento mdico adequado.

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( CESPE - 2009 - PC - PB Delegado-adaptada) Nos crimes de trfico de substncias entorpecentes, isento de pena o agente que, em razo da dependncia ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou fora maior, de droga, era, ao tempo da ao ou da omisso, qualquer que tenha sido a infrao penal praticada, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Resposta: correto

d.

embriaguez preordenada

Muitas vezes, o criminoso no tem coragem de praticar o ato delituoso. Para ganhar bravura, utiliza-se de substncias entorpecentes ou do prprio lcool. A embriaguez preordenada ocorre quando a ebriedade dolosamente causada pelo agente para sentir-se mais desinibido, encorajado a praticar o delito. Neste caso, incidir a agravante do art. 61, II, I, do CP. Ento, para aqueles que bebem para tomar coragem h maior

reprovabilidade, motivo pelo qual dever incidir uma agravante.

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embriaguez no acidental (dolosa ou culposa): mesmo que completa no afasta a responsabilidade.

aplicao da teoria da actio libera in causa.

embriaguez acidental: por caso fortuito ou fora maior. Se completa, afasta a imputabilidade.

EMBRIAGUEZpatolgica: dependncia de drogas. Pode afastar a culpabilidade por falta de imputabilidade.

preordenada: bebe para tomar coragem! Alm de no afastar, aumenta a pena.

e.

EMOO E PAIXAO NO EXCLUEM CRIME (art. 28, I).

A EMOO costuma-se definir como uma perturbao afetiva de breve durao, mas de forma intensa, que surge de curto-circuito, como reao a determinados atos circundantes e que, ao romper os freios inibitrios do indivduo, predomina sobre seu comportamento (ira, alegria, medo, coragem). J a PAIXO, como estado psquico similar, tem carter duradouro e intenso ( amor, cime, dio). No dizer de KANT a emoo obra como a gua que rompe a represa, como uma torrente que cava cada vez mais profundamente o seu leito; a emoo como a embriaguez que fermenta; a paixo, como

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uma enfermidade que resulte de uma constituio viciada ou de um veneno absorvido. O art. 28, I, declara expressamente que a emoo e a paixo no eliminam a capacidade de entender o carter ilcito do fato. Excluem-se os casos patolgicos. A emoo e a paixo podem atenuar a pena do homicdio e da leso corporal (sob o domnio de violenta emoo). Podem funcionar, tambm, como causa genrica de aumento de pena ou circunstncia agravante, como nas hipteses dos arts. 65, III, c, e art. 121, 1, inciso I, CPB. (Delegado de Polcia Civil_UF_PR_2007) Sobre a imputabilidade penal, assinale a alternativa INCORRETA: a). No excluem a imputabilidade penal a emoo ou a paixo, a embriaguez voluntria ou culposa, pelo lcool ou substncia de efeitos anlogos. b). So relativamente inimputveis os menores com idade

compreendida entre 18 e 21 anos, ficando sujeitos s normas estabelecidas na legislao especial. c). isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou fora maior, age amparado na "actio

libera in causa".d). isento de pena o agente que, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ao ou omisso, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato.

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Resposta: D Observe que existe, no homicdio (art. 121, 1) uma causa de diminuio de pena, nos seguintes termos: se o agente comete o crime

impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domnio de violenta emoo, logo em seguida a injusta provocao da vtima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um tero. ( CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista Judicirio)Tendo a casa invadida,Braz e toda a sua famlia ficaram refns de um assaltante, que se rendeu, aps dois dias, aos policiais que participaram das negociaes para a sua rendio. Quando estava sendo algemado, o assaltante sorriu ironicamente para Braz, que, sob o domnio de violenta emoo, sacou repentinamente a pistola do coldre de um dos policiais e matou o assaltante. Nessa situao, a circunstncia em que Braz cometeu o delito de homicdio constitui causa de reduo de pena. Resposta: correto.

POTENCIAL CONSCINCIA DA ILICITUDE

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culpabilidade

imputabilidade

potencial conscincia da ilicitude

exigibilidade de conduta diversa

18.

Para merecer uma pena, alm de ser imputvel, o sujeito deve ter agido

na conscincia de que sua conduta era ilcita. Se no detiver o necessrio conhecimento da proibio (que no se confunde com desconhecimento da lei, o qual indesculpvel), sua ao ou omisso no ter a mesma reprovabilidade. Em tal contexto, dar-se- o ERRO DE PROIBIO (Erro sobre a ilicitude do fato, art. 21).

Vejam s o exemplo: Ana foi adotada aos 12 anos de idade por uma famlia do interior de Gois. Na verdade, Ana morava em um orfanato e foi levada para a residncia de uma velha senhora, que lhe dava abrigo e comida em troca de afazeres domsticos. o que costumam chamar de adoo brasileira. Bom, o fato que Ana era muito bem tratada pela senhora e sentia-se como sua prpria filha. Com 17 anos, Ana ficou grvida de um rapaz

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qualquer. A senhora, mesmo reprovando a conduta de Ana, ajudava a criar o garoto com todo amor e carinho. Com 19 anos, Ana foi convidada por uma amiga a mudar-se para So Paulo, onde poderiam conseguir um emprego. Como a senhora no aprovou a mudana, uma vez que no queria ficar longe de seu neto adotivo, Ana entrou em atrito com ela e mudou-se para So Paulo sozinha, deixando o garoto com a av. Ana muda-se para So Paulo e passa a trabalhar como secretria em uma clnica mdica. Como era muito bonita, logo comea a namorar um mdico que ali trabalhava. Em pouco tempo j estavam casados. Como Ana j havia contado a seu esposo que deixara seu filho em sua cidade natal, este determinou que Ana l retornasse para busc-lo. Ocorre que a velha Senhora, aps tanto tempo sem notcias da filha, conseguiu a guarda judicial da criana. Ana, ao tentar buscar seu filho, encontrou resistncia por parte da velha senhora. Como no viu sada, resolveu subtrair o pequeno e lev-lo escondido para So Paulo. Ana foi presa.

Ao ser perguntada se tinha conscincia de que subtrair criana crime (Subtrair criana ou adolescente ao poder de quem o tem sob

sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocao em lar substituto.(art. 237 do ECA)) Ana poderia dar asseguintes respostas:

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1 no sabia que era crime. Consequncia: o desconhecimento da lei indesculpvel (inescusvel). Quando a lei publicada presume-se que todos a conhecem. 2 sabe que subtrair criana crime (ou pelo menos tem ideia disso), mas NO ACHA QUE SEJA ERRADO SUBTRAIR O PRPRIO FILHO. Consequncia: a errada compreenso de uma determinada regra legal (que no se confunde com o desconhecimento da lei) pode levar o agente a supor que certa conduta injusta seja justa, a tomar uma errada por certa, a encarar uma anormal como normal, e assim por diante. Nesse caso, surge o que a doutrina convencionou chamar de erro de proibio. O sujeito, diante de uma dada realidade que se lhe apresenta, interpreta mal o dispositivo legal aplicvel espcie e acaba por achar-se no direito de realizar uma conduta que, na verdade, proibida. Desse modo, em virtude de uma equivocada compreenso da norma, supe permitido aquilo que era proibido, da o nome erro de proibio. Em resumo, ocorre erro de proibio quando o agente ACREDITA SINCERAMENTE QUE AGE CONFORME O DIREITO, QUANDO ESTE LHE VIRA AS COSTAS. 19. a. Classificao do ERRO DE PROIBIO: inevitvel ou escusvel: o agente no tinha como conhecer a ilicitude

do fato, em face das circunstncias do caso concreto. Se no tinha como saber que o fato era ilcito, inexistia a potencial conscincia da ilicitude, logo, esse erro exclui a culpabilidade (por falta de potencial conhecimento da ilicitude). O agente fica isento de pena; e b. evitvel ou inescusvel: embora o agente desconhecesse que o fato era ilcito, ele tinha condies de saber, dentro das circunstncias, que

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contrariava o ordenamento jurdico. Se ele tinha possibilidade, isto , potencial para conhecer a ilicitude do fato, possua a potencial conscincia da ilicitude. Logo, a culpabilidade no ser excluda. O agente no ficar isento de pena, mas, em face da inconscincia atual da ilicitude, ter direito a uma reduo de pena de 1/6 a 1/3.

Potencial conscincia da ilicitude

no se confunde com o desconhecimento da lei, o que inescusvel

afastada pelo erro de proibio

o erro sobre a ilicitude do fato

h uma incorreta interpretao do que certo ou errado.

Evitvel: diminui a pena

Classificao Inevitvel: afasta a culpabilidade por falta de conscincia da ilicitude.

Outros exemplos: a) Jamaicano vem ao Brasil e convidado a assistir ao show do Marcelo D2. Durante o show, como o prprio cantor est falando dos benefcios da maconha, passa a fum-la por acreditar que seja permitido; b) Sueca que vem ao Brasil e convidada a conhecer o carnaval do Rio, desce do hotel com os seios desnudos por acreditar que seja a moda no carnaval carioca;

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c) Locador que no recebe o valor dos aluguis do locatrio, o expulsa do local e coloca suas moblias na rua, por acreditar que a falta de pagamento lhe d esse direito.

( CESPE - 2011 - STM - Analista Judicirio) Na ocorrncia de erro deproibio inevitvel, deste deve-se excluir a culpabilidade, em razo da falta de potencial conscincia da ilicitude, e, na ocorrncia de erro evitvel, deve-se, obrigatoriamente, atenuar a pena. Resposta: correto

( CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivo de Polcia) A falta de conscincia dailicitude, se inevitvel, exclui a culpabilidade. Resposta: correto.

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

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culpabilidade

imputabilidade

potencial conscincia da ilicitude

exigibilidade de conduta diversa

20.

O terceiro elemento da culpabilidade diz respeito exigibilidade de outra

conduta. Quando o agente pratica um fato injusto, ser que poderamos exigir dele outra conduta? Imagine que um gerente de banco tenha sua famlia sequestrada e os bandidos tenham determinado que ele subtrasse valores da agncia em que trabalha. Caso o gerente atenda a determinao, podemos exigir dele outra conduta? Quero dizer, se fosse voc no lugar dele faria ou no a mesma coisa? Assim, a primeira hiptese de inexigibilidade de conduta diversa justamente o que ocorreu com o tal gerente a coao moral irresistvel. 21. Na coao moral irresistvel (vis psicolgica): Jos, gerente de

banco, tem sua famlia sequestrada por bandidos com a ordem que retire determinada quantia do cofre da agncia em que trabalha, sob pena da morte dos seus familiares.

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Neste caso, o agente no ser considerado culpado. Assim, na coao moral irresistvel, h fato tpico e ilcito, mas o sujeito no considerado culpado, em face da excluso da exigibilidade de conduta diversa. Quando o agente est sob coao moral, est ele psicologicamente submetido ao coator. No podemos, assim, exigir outra conduta do coagido.

Anote! A coao moral irresistvel afasta a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. A coao fsica irresistvel afasta a tipicidade (fato tpico) por ausncia de conduta.

( CESPE - 2004 - Polcia Federal - Agente Federal da Polcia Federal Nacional) A coao fsica e a coao moral irresistveis afastam aprpria ao, no respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responder pelo crime o coator. Resposta: Errado.

22.

Obedincia hierrquica a ordem no manifestamente ilegal.

Hiptese rarssima na prtica, mas que teoricamente pode afastar a culpabilidade por falta de exigibilidade de conduta diversa a obedincia hierrquica a ordem no manifestamente ilegal. A obedincia hierrquica exige a presena de dois elementos: 1) que a ordem no seja manifestamente (claramente) ilegal; 2) ordem oriunda de superior hierrquico. Essa subordinao diz respeito, apenas, hierarquia vinculada

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funo pblica. A subordinao domstica (ex.: pai e filho) ou eclesistica (ex.: bispo e sacerdote) no configuram a presente dirimente de culpabilidade. ( CESPE - 2009 - PC - PB Delegado-adaptada) Na prtica de crime em obedincia hierrquica, se a ordem no for manifestamente ilegal, o subordinado e o superior hierrquico no respondem por crime algum. Resposta: errado.

Exigibilidade de Conduta Diversa

Coao moral irresistvel

Obedincia hierrquica a ordem no manifestamente ilegal

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doena mental

Imputabilidade

desenv. mental incompleto/retardado

embriaguez acidental Excludentes de culpabilidade (resumo das dirimentes)

potencial conscincia da ilicitude

erro de proibio

coao moral irresistvel exigibilidade de conduta diversa obedienncia hierrquica

Informaes adicionais sobre a culpabilidade 23. Coculpabilidade: no primeiro exemplo da aula, contei sobre a estria

de vida de Jlia que, viciada em drogas, acabou por vender seu filho. O professor Eugenio Ral Zaffaroni ensina que, em casos como o de Jlia, toda a sociedade tem alguma carga de responsabilidade sobre o ilcito cometido. Segundo o festejado professor, toda sociedade, por mais bem organizada que seja, acaba por brindar determinadas pessoas com mais oportunidades do que outras. Em consequencia, h sujeitos que tm grande carga de valores sociais negativos. Essa carga negativa (falta de escolaridade, de qualificao profissional, de acesso sade bsica etc.) no pode ser suportada inteiramente pelo agente, o que leva ao juiz a consider-la em favor do ru.

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O entendimento que deve o magistrado, verificando a ocorrncia de coculpabilidade por parte do Estado, aplicar a atenuante inominada do art. 66 do Cdigo Penal (a pena poder ser ainda atenuada em razo de circunstncia relevante, anterior ou posterior ao crime, embora no prevista expressamente em lei). (Delegado de Polcia/SP-2008) Determinada construo terica, ao considerar a existncia de pessoas que tm um menor mbito de autodeterminao assim tendendo ao crime por carncias crnicas de fundo social prega que a reprovao decorrente da prtica de uma infrao penal seja dirigida conjuntamente ao Estado e ao agente, se verificada, no caso concreto, tal desigualdade de oportunidade de vida. Trata-se da idia central da a) co-culpabilidade. b) tipicidade conglobante. c) imputao objetiva. d) teoria de confiana. e) teoria dos elementos negativos do tipo. Resposta: letra a.

24.

Crimes permanentes e supervenincia de maioridade penal:

crimes permanentes so aqueles que a consumao se prolonga no tempo, por vontade do agente. Se Jos, com dezessete anos, sequestra Maria por tempo suficiente para atingir a maioridade penal, dever responder normalmente pelo crime, j que o sequestro crime permanente. Os fatos praticados antes de atingir a maioridade devem ser desprezados para fins penais (ex.: tortura praticada antes de o agente atingir a maioridade).

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25.

Ru que se torna doente mental aps o crime: se ao tempo da

ao ou omisso o agente era capaz de entender o carter ilcito de seu ato, a supervenincia de doena mental no afasta a responsabilidade pelo fato. O Cdigo de Processo Penal, art. 152, determina que o juiz deve suspender o processo, at o restabelecimento da sade do ru. E a prescrio, fica suspensa junto com o processo? No. O prazo prescricional continua correndo, podendo o processo ser extinto.

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1. (CESPE - 2009 - DPE - AL - Defensor Pblico ) Considere a seguinte situao hipottica. Em uma festividade de calouros de determinada faculdade, Joo foi obrigado por vrios veteranos, mediante coao fsica, a ingerir grande quantidade de bebida alcolica, ficando completamente embriagado, uma vez que no tinha costume de tomar bebida com lcool. Nesse estado, Joo praticou leses corporais e atentado violento ao pudor contra uma colega que tambm estava na festa. Nessa situao, trata-se de embriaguez acidental decorrente de fora maior, devendo ser excluda a imputabilidade de Joo, que fica isento de pena pelos delitos que praticou.

COMENTRIO: como explicado, as hipteses de embriaguez que afetam a culpabilidade (a imputabilidade, mais especificamente) aquela completa por caso fortuito (ex.: o sujeito tropea e cai dentro do alambique) ou por fora maior (ex.: coagido por violncia ou grave ameaa a ingerir a droga), alm da patolgica (ex.: toxicmano). GABARITO: CORRETO 2.( CESPE - 2004 - Polcia Federal - Agente Federal da Polcia Federal -

Nacional) A coao fsica e a coao moral irresistveis afastam a prpria ao,no respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responder pelo crime o coator.

COMENTRIO: essa questo muito importante para eu explicar a diferena de dois institutos que apresentei durante o curso. No podemos confundir a coao moral irresistvel, que estudamos hoje, com a coao fsica irresistvel.

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A coao moral irresistvel, conforme estudamos hoje, afasta a CULPABILIDADE por falta de exigibilidade de conduta diversa. A coao fsica, por sua vez, afasta a prpria conduta (ao) por falta de vontade. A coao fsica ocorre quando a fora fsica de algum se sobrepe fora fsica de outra pessoa. Qualquer dvida, volte na aula zero. GABARITO: ERRADO

3. (CESPE - 2008 - TCU - Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental) Ricardo, obrigado por Sandra, mediante ameaa de arma de fogo, a ingerir quantidade excessiva de bebida alcolica, ficou completamente embriagado. Nessa hiptese, se Ricardo viesse a cometer um delito, sua pena poderia ser reduzida em at 2/3, caso ele fosse, ao tempo da ao, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

COMENTRIO: a mesma situao da questo 01. No caso, Ricardo est sob coao moral irresistvel. Como a embriaguez completa, fica afastada a culpabilidade. No tem crime, no tem pena. GABARITO: ERRADO

4. ( CESPE - 2009 - PC - PB Delegado-adaptada) Nos crimes de trfico de substncias entorpecentes, isento de pena o agente que, em razo da dependncia ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou fora maior, de droga, era, ao tempo da ao ou da omisso, qualquer que tenha sido a

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infrao penal praticada, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. COMENTRIO: se o agente inimputvel por dependncia de drogas e, por esse motivo, era ao tempo da ao completamente incapaz de compreender o carter errado do que faz e de determinar a sua conduta conforme esse entendimento, ficar isento de pena, pois no existe imputabilidade para o agente. A nica observao que fao que a dependncia de drogas pode afastar a culpabilidade de qualquer crime, no s os de trfico de drogas. De qualquer forma, a questo correta. GABARITO: CORRETO

5. ( CESPE - 2009 - PC - PB Delegado-adaptada) Na prtica de crime em obedincia hierrquica, se a ordem no for manifestamente ilegal, o subordinado e o superior hierrquico no respondem por crime algum.

COMENTRIO: na obedincia hierrquica, que afasta a culpabilidade, a ordem deve ser NO MANIFESTAMENTE ilegal. Se eu recebo uma ordem e ela visivelmente (manifestamente) ilegal (ex.: o Delegado Chefe determina que eu torture um preso para que este confesse o crime) ambos respondem pelo crime, tanto o Delegado Chefe, como eu. Na questo, a ordem no manifestamente ilegal, ou seja, quem obedece a ordem acredita que ela lcita, legal. Contudo, quem emite a ordem sabe que ela ilegal (ex.: Delegado que determina ao Agente, que no formado em Direito, a encarcerar um sujeito sem situao de flagrante, orientando o subordinado de que, h sim, situao flagrancial). No caso, somente o Delegado ir responder pelo Abuso de

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Autoridade, j que o Agente acreditou que fazia algo lcito. Essa situao afasta a exigibilidade de conduta diversa do Agente de Polcia, no respondendo ele por crime algum. GABARITO: ERRADO 6. (FCC_AUDITOR_TCE_AL_2008) Excluem a culpabilidade (A) o estado de necessidade e a obedincia hierrquica. (B) a legtima defesa e a doena mental. (C) o estrito cumprimento do dever legal e a obedincia hierrquica. (D) a coao moral irresistvel e a menoridade. (E) o exerccio regular de direito e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado.

COMENTRIO: a nica alternativa que contm apenas dirimentes (excludentes de culpabilidade) a D. Todas a outras misturam justificantes (excludentes de ilicitude) com dirimentes. GABARITO: D

7.(CESPE_ PGE_CE_2004) Rodrigo , professor de anatomia de um curso de medicina, golpeou mortalmente um corpo humano vivo, trazido ao anfiteatro da faculdade, supondo tratar-se de um cadver.

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Nessa situao, Rodrigo no responder pelo crime de homicdio doloso, em face do erro de proibio. COMENTRIO: no caso, Rodrigo est em erro de tipo, j que no tem dolo de matar algum (j que na cabea dele era apenas um corpo inativo). Houve um erro sobre o elemento algum do tipo de homicdio. Um macete legal para diferir o erro de tipo do erro de proibio o seguinte: O ERRO DE TIPO UM ERRO SOBRE O FATO CONCRETO (ex.: pensava que era cadver, mas o fato concreto era algum vivo). O ERRO DE PROIBIO UM ERRO SOBRE O DIREITO (ex.: pensava que tinha o direito de matar o estuprador da prpria filha, mas o direito no lhe d essa prerrogativa). GABARITO: ERRADO

8. (CESPE_ PGE_CE_2004) Ao falso alarme de incndio em uma casa de diverses com lotao esgotada, os espectadores, tomados de pnico, disputaram a retirada, tendo Pablo, para garantir o caminho de sada, empregado violncia fsica contra Aldo e Lcio, causandolhes leses corporais. Nessa situao, em razo da excludente de ilicitude do estado de necessidade, Pablo no responder pelos crimes. COMENTRIO: bom, aqui o CESPE causou uma confuso muito grande ao considerar este item incorreto. Isso porque o exemplo de erro de

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tipo. Lembre-se, o agente pensou que havia um perigo, mas no fato concreto no havia. o que chamamos de ESTADO DE NECESSIDADE PUTATIVO (imaginrio). Ocorre que a questo no informa se o erro era evitvel (o que permitiria a responsabilizao por culpa), ou inevitvel (o que no permitiria punio alguma fica isento de pena). Como a questo ficou incompleta, ficava difcil adivinhar o que o CESPE queria, de fato. Contudo, parece-me que o CESPE considerou que o erro era evitvel. Como adivinhar, no mesmo?

GABARITO (?): ERRADO.

9. (CESPE_ PGE_CE_2004) Durante uma altercao, Ruben s e Elias foram separados por amigos, embora trocando graves ameaas. Algum tempo depois, Rubens e Elias se encontraram de novo e, temendo-se mutuamente, em razo das ameaas proferidas anteriormente, contemporaneamente lanaram mo de revlveres e desfecharam tiros, ferindo-se reciprocamente. Nessa situao, Rubens e Elias agiram sob o plio da excludente de ilicitude da legtima defesa recproca. COMENTRIO: ambos esto em legtima defesa putativa (imaginria), hiptese de erro de tipo. A legtima defesa recproca no possvel, pois pelo menos uma das agresses dever ser injusta. GABARITO: ERRADO.

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10. (Delegado de Polcia Civil_UF_PR_2007) Sobre a imputabilidade penal, assinale a alternativa INCORRETA: a). No excluem a imputabilidade penal a emoo ou a paixo, a embriaguez voluntria ou culposa, pelo lcool ou substncia de efeitos anlogos. b). So relativamente inimputveis os menores com idade compreendida entre 18 e 21 anos, ficando sujeitos s normas estabelecidas na legislao especial. c). isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou fora maior, age amparado na "actio libera in causa". d). isento de pena o agente que, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ao ou omisso, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato. COMENTRIO: Art. 26 do CP: isento de pena o agente que, por doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ao ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. A pena pode ser reduzida de um a dois teros, se o agente, em virtude de perturbao de sade mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado no era inteiramente capaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (pargrafo nico). GABARITO: D 11. (FUNDEP_DELEGADO POLCIA CIVIL_MG_2008) Quanto

imputabilidade penal, assinale a afirmativa CORRETA.

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A) A embriaguez preordenada s agravar a pena quando completa, revelando maior censurabilidade da conduta j que o agente coloca o estado de embriaguez como primeiro momento da execuo do crime. COMENTRIO: a embriaguez preordenada ocorre quando provocada com a finalidade de praticar crime. irrelevante que seja completa ou no. B) A emoo e a paixo, mesmo quando causarem completa privao dos sentidos e da inteligncia, no excluem a culpabilidade, exceto se forem estados emocionais patolgicos. COMENTRIO: se a emoo levou, por exemplo, a falta de sentido, o agente no pode responder por algo que no tenha causado conscientemente. A emoo ou paixo, em si, no afastam a culpabilidade, mas podem levar a situaes que afastam o crime. C) Em todos os casos de inimputabilidade, se aplica a medida de segurana de internao, podendo, entretanto, ser apenas reduzida a pena ou aplicada medida de segurana de tratamento ambulatorial aos casos de semiimputabilidade. COMENTRIO: se o agente for inimputvel, o juiz determinar sua internao. Se, todavia, o fato previsto como crime for punvel com deteno, poder o juiz submet-lo a tratamento ambulatorial (art. 97). Na hiptese de semi-imputabilidade e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituda pela internao, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mnimo de 1 (um) a 3 (trs) anos (art. 98). D) O critrio normativo exceo no sistema brasileiro que, em regra, trabalha com o critrio biolgico para aferio da imputabilidade penal.

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COMENTRIO: a regra o critrio biopsicolgico, adotando-se como exceo o critrio biolgico aos menores de 18 anos. GABARITO: C 12. (CESPE_POLCIA CIVIL_AC_2006) Quanto ao reconhecimento da menoridade do ru para efeitos penais e imputabilidade, marque a alternativa correta: a). necessrio o exame de corpo de delito que determine a idade ssea de membro superior do acusado. b). Ser considerado imputvel o adolescente que apresentar discernimento quanto infrao penal praticada, aps anlise do juiz. c). A prova testemunhal supre eventual dvida sobre a idade do ru. d). Tal reconhecimento requer prova por documento hbil. COMENTRIO: a prova documental exigvel para aferio da maioridade, no podendo ser substitudo por prova testemunhal. GABARITO: D 13. (FCC_PROMOTOR DE JUSTIA_MPE_PE_2008) De acordo com o Cdigo Penal, para que se considere o agente inimputvel por ser inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em razo da embriaguez, necessrio que esta seja (A) completa e voluntria. (B) incompleta e proveniente de caso fortuito ou fora maior.

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(C) completa e proveniente de caso fortuito ou fora maior. (D) voluntria ou culposa. (E) incompleta e culposa. COMENTRIO: somente a embriaguez completa e proveniente de caso fortuito ou fora maior (involuntria) tem o condo de afastar a culpabilidade. GABARITO: C

14. (Delegado de Polcia/SP-2008) Determinada construo terica, ao considerar a existncia de pessoas que tm um menor mbito de autodeterminao assim tendendo ao crime por carncias crnicas de fundo social prega que a reprovao decorrente da prtica de uma infrao penal seja dirigida conjuntamente ao Estado e ao agente, se verificada, no caso concreto, tal desigualdade de oportunidade de vida. Trata-se da idia central da a) co-culpabilidade. b) tipicidade conglobante. c) imputao objetiva. d) teoria de confiana. e) teoria dos elementos negativos do tipo.

COMENTRIO: conforme visto na aula, uma doutrina moderna aponta que a ao do agente est determinada, muitas vezes, por suas condies de vida e de oportunidades sociais. Assim, deve o juiz considerar a coculpabilidade (sem

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hfem na nova ortografia) de toda sociedade na prtica do crime, diminuindo, portanto a reprimenda. GABARITO: A

15. ( CESPE - 2010 - DPU - Defensor Pblico) Segundo a teoria normativa pura, a fim de tipificar uma conduta, ingressa-se na anlise do dolo ou da culpa, que se encontram, pois, na tipicidade, e no, na culpabilidade. A culpabilidade, dessa forma, um juzo de reprovao social, incidente sobre o fato tpico e antijurdico e sobre seu autor. COMENTRIO: estudamos a culpabilidade conforme a teoria normativa pura da culpabilidade (teoria finalista da conduta). Nesta teoria, o dolo e a culpa so analisadas no fato tpico, contendo a culpabilidade apenas elementos interpretativos (normativos), como a imputabilidade. A culpabilidade, para essa teoria normativa, a reprovao que incide sobre o injusto cometido pelo agente. GABARITOS: C

16. ( CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio) No direito penal, o critrio adotado para aferir a inimputabilidade do agente, como regra, o biopsicolgico. COMENTRIO: de fato, a regra para aferio da imputabilidade a biopsicolgico, que rene dois critrios: o primeiro, biolgico (existncia da doena mental); o segundo, psicolgico (influncia desta enfermidade na capacidade de entendimento por parte do agente, afervel pericialmente). Para a menoridade, adotou-se um critrio biolgico/cronolgico. GABARITO: C

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17. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista Judicirio) Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito, cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime, ele era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato. Nessa situao, embora tenha praticado fato penalmente tpico e ilcito, Abel ficar isento de pena.

COMENTRIO: a embriaguez completa advinda de caso fortuito leva inimputabilidade. GABARITO: C 18. ( CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista Judicirio)Tendo a casa invadida, Braz e toda a sua famlia ficaram refns de um assaltante, que se rendeu, aps dois dias, aos policiais que participaram das negociaes para a sua rendio. Quando estava sendo algemado, o assaltante sorriu ironicamente para Braz, que, sob o domnio de violenta emoo, sacou repentinamente a pistola do coldre de um dos policiais e matou o assaltante. Nessa situao, a circunstncia em que Braz cometeu o delito de homicdio constitui causa de reduo de pena. COMENTRIO: na aula falei sobre a emoo e a paixo, as quais, em regra, no afastam a culpabilidade. Ocorre que, o art. 121, 1 do CPB, determina que se o agente agiu sob o domnio de violenta emoo durante o homicdio, o juiz dever reduzir a pena de 1/6 a 1/3. GABARITO: C 19. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Juiz) Analise as proposies seguintes.

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I. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas no permite a punio por crime culposo, ainda que previsto em lei. COMENTRIO: o erro de tipo, quando invencvel, afasta o dolo e culpa. Se vencvel, afasta o dolo, permitindo a punio por culpa, se previsto em lei.

II. Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. COMENTRIO: o disposto no art. 20, 2.

III. O desconhecimento da lei inescusvel, mas o erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, poder diminuir a pena de um sexto a um tero. COMENTRIO: o desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder diminu-la de um sexto a um tero.

IV. O desconhecimento da lei considerado circunstncia atenuante. COMENTRIO: sim, pois est determinado no art. 65, inciso II.

V. Se o fato cometido sob coao irresistvel, s punvel o autor da coao. COMENTRIO: a coao moral irresistvel afasta a culpabilidade do coagido, s respondendo o coator pelo fato.

Assinale as proposies corretas. a) I, II e V, apenas. b) II, III e IV, apenas. c) II, IV e V, apenas. d) I, II e III, apenas.

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e) II, III e V, apenas. GABARITO: C

20. ( CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivo de Polcia) A falta de conscincia dailicitude, se inevitvel, exclui a culpabilidade. COMENTRIO: a falta de conscincia da ilicitude gera o erro de proibio, que afasta a culpabilidade quando inevitvel. GABARITO: correto 21. ( CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polcia) Plnio, imediatamente aps a comemorao de seu aniversrio de dezessete anos de idade, ingeriu considervel quantidade de bebida alcolica e, sem autorizao, ou sequer cincia de seus pais, conduziu, em velocidade correspondente a mais de trs vezes a velocidade da via, veculo automotor. Aps perder o controle do veculo, Plnio colidiu frontalmente com um poste de iluminao pblica, e esse incidente resultou na morte de sua namorada, Cida, de dezenove anos de idade, que estava sentada no banco de passageiros. Nessa situao, segundo a atual jurisprudncia do STJ, caso Plnio fosse maior de dezoito anos, Plnio seria imputvel e at mesmo punvel, em tese, a ttulo de homicdio por dolo eventual. COMENTRIO: pernicioso esse entendimento do STJ. Direito Penal no frmula matemtica. No podemos fazer a equao: direo de veculo + lcool + morte = dolo eventual. Isso um absurdo! Cada caso deve ser analisado separadamente para se verificar se o agente, de fato, assumiu o risco de produzir o resultado. Conforme j decidiu o STJ: Em delitos de trnsito, no possvel a concluso automtica de ocorrncia de dolo eventual apenas com base em embriaguez do agente (STJ, HC 58.826/RS, DJe 08/09/2009). Na verdade, existem a duas posies no STJ, assim temerosa a afirmao

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realizada pelo CESPE. De qualquer forma, a banca considerou a questo correta. GABARITO: C

Amigos! Terminamos aqui uma importante etapa do estudo do direito penal. Quando iniciamos o curso, fizemos o estudo do fato tpico (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade); depois estudamos as excludentes ilicitude (estado de necessidade, legtima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exerccio regular do direito, alm do consentimento do ofendido); por fim, estudamos a culpabilidade (imputabilidade, potencial conscincia da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa).

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fato tpico

ilicitudeestado de necessidade

culpabilidadeimputabilidade

Conduta.

resultado

legtima defesa

potencial conscincia da ilicitudeexigibilidade de conduta diversa

nexo causal

estrito cumprimento do dever legal exerccio regular do direito

tipicidade

consentimento do ofendido

A estrutura bsica do crime est a. Mas, no pense que o caminho fcil. O estudo do Direito Penal requer um tremendo esforo intelectual, ainda mais porque os conceitos so, por vezes, muito abstratos. Procuro apresentar a matria da forma mais amigvel possvel, mas as dificuldades inevitavelmente aparecero. No poupem perguntas no frum ou no email. ([email protected])

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