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4. TEORIA DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR três etapas no estudo do comportamento do consumidor: 1)Estudaremos as preferências do consumidor : para descrever como e por quê as pessoas preferem uma mercadoria a outra. 2)Depois, abordaremos as restrições orçamentárias : as pessoas têm rendas limitadas. 3) Finalmente, combinaremos as preferências do consumidor com as restrições orçamentárias para determinar as escolhas do consumidor : que combinação de mercadorias os consumidores comprararão de modo a maximizar 1

Aula Teorica Teoria Do Consumidor Unidade 4 Ie II

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Aula leccionada no ISGE - GM em 2016.

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4. TEORIA DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Há três etapas no estudo do comportamento do consumidor:1)Estudaremos as preferências do consumidor: para descrever como e por quê as pessoas preferem uma mercadoria a outra.2)Depois, abordaremos as restrições orçamentárias: as pessoas têm rendas limitadas.3) Finalmente, combinaremos as preferências do consumidor com as restrições orçamentárias para determinar as escolhas do consumidor: que combinação de mercadorias os consumidores comprararão de modo a maximizar sua satisfação?

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4.1. Preferências do Consumidor

Cestas de Mercado• Uma Cesta de Mercado é um conjunto de uma ou mais mercadorias.• Uma cesta de mercado pode ser preferida a outra que contenha uma

combinação diferente de mercadorias.

Premissas (axiomas ou hipóteses) Básicas 1) Axioma de exaustividade. As preferências são completas. O consumidor é capaz

de ordenar as cestas de mercado em uma ordem de preferência e dizer se ele prefere uma ou outra ou, ainda, se ele e indiferente a qualquer uma delas em relação a outra.

2) Axioma de Transitividade. As preferências são transitivas. se um consumidor prefere a cesta de mercado A a cesta B e prefere B a C, entao ele tambem prefere A a C.

3) Hipótese da não saciedade. Os consumidores sempre preferem quantidades maiores de um bem a menor quantidade do mesmo.

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4.1. Preferências do Consumidor (Cont.) Premissas (axiomas ou hipóteses) Básicas (Concl.)

4) Hipótese da convexidade: Sejam 3 cabazes, A, B e C tais que B é pelo menos tão bom como A e C é estritamente preferido a A. A hipótese da convexidade implica que qualquer combinação linear dos cabazes B e C é preferível a A. Economicamente, esta hipótese relaciona-se com a necessidade de um consumidor ser compensado com maiores quantidades de um bem, à medida que sacrifica sucessivas unidades de outro. Ou seja: a taxa marginal de substituição no consumo entre dois bens é decrescente.

5) Hipótese da continuidade: Os cabazes que são preferidos ou indiferentes a um determinado cabaz e os cabazes que são menos preferidos ou indiferentes formam conjuntos fechados. Esta hipótese é meramente técnica.

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4.1. Preferências do Consumidor (Cont.) Cesta de Mercado Unidades de Alimento Unidades de Vestuário

A 20 30B 10 50D 40 20E 10 20G 30 40

Curva de IndiferençaUma curva de indiferença representa todas as combinações de cestas de mercado que proporcionam o mesmo nível de satisfação a uma pessoa.

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4.1. Preferências do Consumidor (Cont.)

10 20 30 40 50

10

20

30

40

50Vestuários

Alimentos

A

B

D

G

EU0

•As cestas B, A e D proporcionam a

mesma satisfação.

•G é preferida a qualquer cesta em U0

•Cestas em U0 são preferidas a E.

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4.1. Preferências do Consumidor (Cont.) Mapa de Indiferença

Um mapa de indiferença é um conjunto de curvas de indiferença que descrevem as preferências de uma pessoa com relação a todas as combinações de dois bens.

Cada curva de indiferença no mapa mostra as cestas de mercado entre as quais a pessoa é indiferente.

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4.1. Preferências do Consumidor (Cont.) Propriedades da Curva de Indiferenca1) Inclinação negativa: devido à necessidade de manter o mesmo nível de bem-estar,

ao aumentar o consumo de um bem determinado, necessitamos reduzir o consumo de outro, que assim é substituído. Por isso, a inclinação da curva de indiferença recebe o nome de Taxa Marginal de Substituição (TMS) e representa a taxa de intercâmbio de um bem por outro que mantém o mesmo nível de bem-estar.

2) Convexidade em relação à origem: a taxa marginal de substituição vai diminuindo à medida que aumenta a quantidade de alimentos e reduzimos a quantidade de vestuário. Isso é consequência da menor capacidade de substituir vestuário por alimentos, quando diminuímos as primeiras e aumentamos a segunda. Isso é devido à lei da utilidade marginal decrescente, mostrada anteriormente.

3) Curvas mais altas são preferíveis. Na figura da página anterior, o nível de utilidade U2 representa mais satisfação que o nível U1, pois para a mesma quantidade de alimentos, o vestuario é maior em U2. Assim, quanto mais alta a curva, melhor.

4) Curvas de indiferença não se cruzam. Isso violaria a premissa de que uma quantidade maior de mercadoria é preferida a uma menor.

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4.1. Preferências do Consumidor (Cont.)

1 2 3 4 5

2

4

6

8

10

12

14

16

Vestuários

Alimentos

6

1

4

21

1

11

Observação: A quantidadede vestuário de que se abre mão para se obter uma unidade de alimento diminui de 6 para 1.

Pergunta: Essa relação também é válida ao abrir mão de alimento para obter vestuário?

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4.1. Preferências do Consumidor (Cont.) Taxa Marginal de Substituição (TMS)• Mede a quantidade de um bem de que o consumidor está disposto a desistir

para obter mais de outro.– É medida pela inclinação da curva de indiferença.

1 2 3 4 5

2

4

6

8

10

12

14

16

Vestuários

Alimentos

6

1

4

21

1

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4.1. Preferências do Consumidor (Concl.)

Taxa Marginal de Substituição• Adicionaremos, agora, uma quarta premissa relativa às preferências

do consumidor:– A taxa marginal de substituição é decrescente ao longo da curva

de indiferença.• Observe que a TMS para AB era 6, enquanto para DE era 2.

• As curvas de indiferença são convexas porque à medida que maiores quantidades de uma mercadoria são consumidas, espera-se que o consumidor esteja disposto a abrir mão de cada vez menos unidades de uma segunda mercadoria para obter unidades adicionais da primeira.

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4.2. Restrições Orçamentárias• O comportamento do consumidor não é determinado, apenas, por suas

preferências.• As restrições orçamentárias também limitam a capacidade do indivíduo

de consumir, tendo em vista os preços que ele deve pagar por diversas mercadorias e serviços.

• 0 consumidor não pode gastar mais do que um certo RENDIMENTO (R) nos vários bens (V, A, ...), cada um custando um certo PREÇO (PV, PA, ...).

• Todo o rendimento é gasto: R = PVV + PAA

• Nesta última equação, o intercepto horizontal da recta orçamentária é dado por e a inclinação por . Graficamente teremos:

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4.2. Restrições Orçamentárias (Cont.)

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4.2. Restrições Orçamentárias (Cont.)Exemplo:suponha que um consumidor possua renda total de 1000,00mt. O preço da unidade de alimento seja 10,00mt e o preço da unidade de vestuário a ser consumida seja 20,00mt.

Corresponde ao custo de oportunidade. Significa que para adquirir mais uma unidade de alimento o consumidor terá que prescindir de 0,5 unidades de vestuário.

A Z X Y A ҆Vestuário 50 20 25 35 0

Alimento 0 60 50 30 100

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4.2. Restrições Orçamentárias (Concl.)Exemplo (Conclusão):

Representação gráfica da recta de restrição orcamentária

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4.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR

Equilíbrio do trabalhador(consumidor) geometricamente: ponto em que a recta orçamentária encontra a curva de indiferença mais alta possivel.• Graficamente, isto ocorre quando a recta de restricão orçamentária toca a

curva de indiferença mais alta:

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4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Cont.)Equilíbrio do consumidor (continuação):Desta forma, atingido o ponto X, o consumidor demandará AX unidades de alimentos e VX unidades de vestuário. O trabalhador (consumidor) toma a sua decisão de consumo de alimentos e/ou vestuário a partir do ponto X.

Ponto de equilíbrio do consumidor matematicamente:No ponto X, a inclinação da curva de indiferença é igual a inclinação da linha de orçamento. Assim, basta igualarmos as expressões que determinam a inclinação de ambas. Esta igualdade nos dará o equilibrio do consumidor e, por conseguinte, a quantidade de consumo demandada de alimentos e vestuário:

Inclinação da CURVA DE INDIFERENÇA

Inclinação da RECTA ORÇAMENTÁRIA

EQUILÍBRIO DO TRABALHADOR (CONSUMIDOR)

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4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Cont.)

• Fazendo algumas manipulações matemáticas, concluimos então que a TMS (ΔV/ΔA) e a razão entre as utilidades marginais do alimento e do vestuário. Isto porque ΔU/ΔA e a utilidade marginal do alimento (UmgA) e ΔU/ΔV e a utilidade marginal do vestuário (UmgV). Assim, podemos reescrever a condição de equilíbrio do trabalhador, dada uma renda (R) e os preços do alimento e vestuário – PA e PV:

Assim, as pessoas irão escolher as unidades de consumo e vestuário a serem demandadas de tal modo que a razão das utilidades marginais seja igual a razão dos seus preços/custos.

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4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Cont.)Determinação analítica (Método de Lagrange):Em geral, as funções de procura ordinárias são derivadas matematicamente da seguinte maneira:

Solução pelo método de Lagrange (L)

Onde λ é o multiplicador de Lagrange (utilidade marginal da renda).

• Condições de optimização(maximização):

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Determinação analítica (Método de Lagrange) – cont.:

Isolando λ nas duas 1ªs equações, temos:

• Como a R e os preços dos bens (x1 e x2) são dados, isolando um dos bens e substituindo na 3ª equação, encontramos o óptimo (equilíbrio) do consumidor.

• E substituindo o cabaz óptimo na função utilidade, U(x1,x2), encontramos a utilidade máxima do consumidor.

4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Cont.)

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4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Cont.)Determinação analítica (Método de Lagrange) – cont.:

– EXEMPLO PRÁTICO:

a) O cabaz de mercado que maximiza a satisfação do consumidor.b) Qual o nível de utilidade máximo que este consumidor consegue

atingir dada a sua restrição orçamental?Resolução

a)

1º) Condição de equilíbrio

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4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Cont.)– EXEMPLO PRÁTICO – cont.:2º) Aplicando lagrangeano

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4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Cont.) – EXEMPLO PRÁTICO – cont.:

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4.3. ÓPTIMO DO CONSUMIDOR (Concl.)

– EXEMPLO PRÁTICO – concl.:

b) O nível de utilidade máximo