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1 Alunos do on-line durante a transmissão da aula ao vivo, envie suas dúvidas para [email protected]. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO. Aula Ministrada pelo Prof. Thiago Menegaldo (Aulas 23 - 11/11/2019 – 24 – 13/11/2019 – Aula 25 - 18/11/2019) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE O adicional de insalubridade é um instrumento legal de compensação ao trabalhador por períodos de trabalho exposto a agentes nocivos, com potencial para prejudicar a sua saúde de alguma forma, é o tipo de exposição que pode causar males como doenças a médio e longo prazo. Esse benefício é reconhecido pelo Ministério do Trabalho e está previsto na CF, CLT e Norma Regulamentadora NR-15 determina quais são os riscos passíveis de gerar o benefício. O agente pode ser insalubre mais se não tiver na NR15, não será dada insalubridade, para o direito do trabalho tem o Rol dos agentes. As Normas Regulamentadoras – NR tratam-se do conjunto de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Atividades insalubres são aquelas em que os trabalhadores estão sujeitos à condições de frio, calor, barulho, poeira entre outros, e por conta da exposição a tais fatores de risco à sua saúde possuem o direito constitucional de receberem um adicional em seu salário. Para tanto, o Ministério do Trabalho fixou níveis de pagamento deste adicional em 10% do salário percebido quando se trata de insalubridade em grau mínimo, 20% em grau médio e 40% em grau máximo. Ainda, por conta da exposição de tais riscos, a jornada diária desses trabalhadores deveria ser menor.

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E

PROCESSO DO TRABALHO.

Aula Ministrada pelo Prof. Thiago Menegaldo

(Aulas 23 - 11/11/2019 – 24 – 13/11/2019 – Aula 25 - 18/11/2019)

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O adicional de insalubridade é um instrumento legal de compensação ao

trabalhador por períodos de trabalho exposto a agentes nocivos, com potencial para

prejudicar a sua saúde de alguma forma, é o tipo de exposição que pode causar males

como doenças a médio e longo prazo.

Esse benefício é reconhecido pelo Ministério do Trabalho e está previsto na CF,

CLT e Norma Regulamentadora NR-15 determina quais são os riscos passíveis de gerar o

benefício.

O agente pode ser insalubre mais se não tiver na NR15, não será dada

insalubridade, para o direito do trabalho tem o Rol dos agentes.

As Normas Regulamentadoras – NR tratam-se do conjunto de requisitos e

procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às

empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Atividades insalubres são aquelas em que os trabalhadores estão sujeitos à

condições de frio, calor, barulho, poeira entre outros, e por conta da exposição a tais fatores

de risco à sua saúde possuem o direito constitucional de receberem um adicional em seu

salário.

Para tanto, o Ministério do Trabalho fixou níveis de pagamento deste adicional

em 10% do salário percebido quando se trata de insalubridade em grau mínimo, 20% em

grau médio e 40% em grau máximo.

Ainda, por conta da exposição de tais riscos, a jornada diária desses

trabalhadores deveria ser menor.

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Com a reforma trabalhista, os níveis de adicional permaneceram, entretanto

poderão ter os valores alterados através de acordo entre o sindicato dos empregados e

empregadores. Ou seja, se anteriormente à reforma determinava-se que o grau de

insalubridade máximo seria de 40%, com as mudanças na lei pode-se fixar em 10%.

Ademais, patrão e empregados poderão acordar as horas em que os

trabalhadores estarão sujeitos à jornada insalubre. Como exemplo, se antes era permitido

trabalhar apenas 6 horas diárias em determinada atividade, agora esta jornada poderá

diminuir ou até mesmo aumentar.

Todas as empresas que possuem empregados sob o regime da CLT devem

seguir as Normas Regulamentadoras. Isso inclui empresas privadas e públicas, órgãos

públicos da administração direta e indireta e também os órgãos dos poderes legislativo e

judiciário.

Contudo, sob o ponto de vista de alguns empresários, a alteração é benéfica,

uma vez que permite que o grau de insalubridade possa ser realmente fixado, e não apenas

enquadrado em níveis pré-fixados pelo Ministério do Trabalho.

Para tanto, as empresas devem estar atentas a estas questões, principalmente

quanto à realização de estudos para real identificação de níveis de insalubridade que

porventura possuam em suas atividades, para assim se precaverem em caso de real

demanda sobre o tema.

Ordem de serviço pode ser compreendida como um documento que estabelece

os regulamentos e procedimentos internos de segurança e saúde no trabalho da empresa

a cada funcionário e a este cabe cumpri-la plenamente.

O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime

do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à

diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do

equipamento pelo empregado.

Quando se trata de eliminar o pagamento de insalubridade não basta fornecer o

EPI é preciso provar a sua eficácia.

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Apesar de ser possível controlar a exposição do trabalhador ao risco fazendo

uso de EPI, o simples fornecimento do EPI não elimina da empresa a obrigação de

pagamento do adicional de insalubridade. Para eliminar o adicional é necessário comprovar

que o uso é eficaz.

Os registros de treinamento, fichas de EPIs devidamente preenchidas, são

formas importantes de provar que o uso tem acontecido de fato. E o mais importante, fazer

testes com o EPI (se for possível). No caso de máscaras o teste é plenamente possível, a

3M do Brasil, por exemplo, tem feito treinamentos em todo Brasil mostrando como fazer os

ensaios de vedação. No caso o ensaio de vedação garante de forma documental a vedação

conseguida com seus tipos de máscaras, mostrando a eficiência ou a ineficiência do uso.

No caso de ruído uma boa forma de comprovar a eficácia do uso do EPI é

acompanhar regularmente e atentamente os resultados dos exames fonoaudiológicos dos

empregados.

Vale aqui também destacar que o pagamento do adicional de insalubridade não

exime o empregador da responsabilidade sobre os possíveis danos causados pelo agente

agressivo ao trabalhador.

*Exposição ao Sol: Não gera pagamento do adicional de insalubridade. (OJ nº

173 SDI-1 TST). Direito Adquirido: O adicional de insalubridade pode ser retirado a

qualquer momento, desde que não haja mais exposição do empregado aos agentes nocivos

à saúde. É salário condição (Súmula 265 TST).

Agentes nocivos são aqueles que podem trazer ou ocasionar danos à saúde ou

à integridade física do trabalhador, em função da natureza da concentração, da intensidade

e do fator de exposição nos ambientes de trabalho. Tem que saber o tempo de exposição,

para saber se e insalubre, mesmo agente sendo insalubre.

Ruído a pessoa fica exposto 5 minutos por dia, não gera insalubridade.

Se a perícia falar que é insalubre e o agente não estiver na NR não será

considerado insalubre, para o direito do trabalho.

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O que leva ao pagamento do adicional é o fato do trabalhador está exposto em

caráter permanente ou habitual a locais insalubres, ou seja, que fazem mal a saúde.

Situações que possam causar doenças (adoecimentos).

O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou no dia 29.05.2019

inconstitucional o trecho da reforma trabalhista que abriu a possibilidade de

gestantes e lactantes trabalharem em atividades insalubres. Por 10 votos 1, a Corte

confirmou liminar proferida em maio pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do

caso, suspendendo a norma.

Com a decisão, segundo Moraes, fica valendo a regra anterior. Com o texto

antigo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), antes da reforma aprovada em 2017, a

gestante deverá ser afastada de atividades e locais insalubres, devendo ser realocada em

outro tipo de serviço. Não sendo possível, a empregada será afastada e terá direito a

receber salário-maternidade.

Em seu voto, Moraes confirmou sua liminar e afirmou que a alteração na CLT

permitiu que gestantes e lactantes continuem trabalhando em atividades insalubres e ainda

previu que o afastamento só pode ocorrer após a apresentação de atestado médico.

Segundo Moraes, nesse ponto, a reforma trabalhista é inconstitucional por não

proteger mulheres grávidas e lactantes. "Quem de nós gostaria que nossas filhas, irmãs,

netas, grávidas ou lactantes, continuassem a trabalhar em ambientes insalubres?,

questionou.

Pelo texto antigo da CLT, o Artigo 394-A definiu que a empregada gestante

ou lactante será afastada de qualquer tipo de serviço e locais insalubres. Com a

mudança, o mesmo dispositivo vetou o trabalho nas atividades perigosas, mediante

apresentação de um atestado médico para que o afastamento seja realizado.

O voto de Moraes foi acompanhado pelos ministro Edson Fachin, Luís Roberto

Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes,

Celso de Mello e o presidente, Dias Toffoli. Marco Aurélio foi o único a divergir.

O caso chegou ao STF por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade

(ADI) ajuizada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Metalúrgicos. A procuradora-

geral da República, Raquel Dodge, que também opinou pela concessão da liminar. Para

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Dodge, a exigência de atestado médico para o afastamento da gestante, conforme previsto

na reforma trabalhista, transformava “em regra a exposição ao risco”.

Quarta-feira, 29 de maio de 2019 STF invalida norma da Reforma Trabalhista que permitia trabalho de grávidas e lactantes em atividades insalubres

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5938 para declarar inconstitucionais trechos de dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) que admitiam a possibilidade de trabalhadoras grávidas e lactantes desempenharem atividades insalubres em algumas hipóteses. Para a corrente majoritária, a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher”, contida nos incisos II e III do artigo 394-A da CLT, afronta a proteção constitucional à maternidade e à criança. A ação foi ajuizada no Supremo pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. A norma questionada admitia que gestantes exercessem atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo e que lactantes desempenhassem atividades insalubres em qualquer grau, exceto quando apresentassem atestado de saúde que recomende o afastamento. Tal previsão legal, segundo a entidade autora, afronta a proteção que a Constituição Federal atribui à maternidade, à gestação, à saúde, à mulher, ao nascituro, aos recém-nascidos, ao trabalho e ao meio ambiente de trabalho equilibrado. A eficácia dos dispositivos estava suspensa desde o fim do mês passado por liminar deferida pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. No início da sessão desta quarta-feira (29), em que se apreciou o mérito da ação, falaram na condição de amici curiae os representantes da Confederação Nacional de Saúde (CNS), pela improcedência da ação, e da Central Única do Trabalhadores (CUT), que defendeu a inconstitucionalidade dos trechos da norma. Proteção à maternidade O relator iniciou seu voto observando que, após a alteração legal, a norma passou a impor às grávidas e às lactantes o ônus de apresentar atestado de saúde como condição para o afastamento. Esse ônus, segundo o ministro, sujeita a trabalhadora a maior embaraço para o exercício de seus direitos, sobretudo para aquelas que não têm acesso à saúde básica para conseguir o atestado. Na avaliação do ministro, a norma está em desacordo com diversos direitos consagrados na Constituição Federal e deles derivados, entre eles a proteção à maternidade, o direito à licença-maternidade e a segurança no emprego assegurada à gestante, além de normas de saúde, higiene e segurança. Sob essa ótica, a proteção da mulher grávida ou da lactante em relação ao trabalho insalubre caracteriza-se como direito social protetivo tanto da mulher

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quanto da criança. “A razão das normas não é só salvaguardar direitos sociais da mulher, mas também efetivar a integral proteção ao recém-nascido, possibilitando sua convivência integral com a mãe nos primeiros meses de vida, de maneira harmônica e segura e sem os perigos de um ambiente insalubre, consagrada com absoluta prioridade, no artigo 227 do texto constitucional, como dever também da sociedade e do empregador”, assinalou. Dessa forma, o ministro destacou que a alteração deste ponto da CLT feriu direito de dupla titularidade – da mãe e da criança. A seu ver, a previsão de afastamento automático da gestante ou da lactante do ambiente insalubre está absolutamente de acordo com o entendimento do Supremo de integral proteção à maternidade e à saúde da criança. “A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser afastados pelo desconhecimento, pela impossibilidade ou pela eventual negligência da gestante ou da lactante em juntar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido”, afirmou. Não procede, segundo o relator, o argumento de que a declaração de inconstitucionalidade poderia acarretar retração da participação da mulher no mercado de trabalho. “Eventuais discriminações serão punidas nos termos da lei, e o próprio texto constitucional determina de maneira impositiva a proteção ao mercado de trabalho da mulher mediante incentivos específicos”, ressaltou. Para o ministro, também não procede o argumento do ônus excessivo ao empregador, pois a norma isenta o tomador de serviço do ônus financeiro referente ao adicional de insalubridade da empregada afastada. Com esses fundamentos, o relator votou pela confirmação da liminar deferida e pela procedência do pedido para declarar a inconstitucionalidade da expressão dos incisos II e II. Retrocesso social Em seu voto, a ministra Rosa Weber apresentou apanhado histórico legislativo dos direitos trabalhistas das mulheres no Brasil e no mundo. Segundo a ministra, contam-se 96 anos desde a primeira norma de proteção ao trabalho da gestante no país. Isso revela, a seu ver, quase um século de “afirmação histórica do compromisso da nação com a salvaguarda das futuras gerações”. A Constituição de 1988, por sua vez, priorizou a higidez física e mental do trabalhador ao exigir, no inciso XXII do artigo 7º, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança. A ministra afirmou ainda que a maternidade representa para a trabalhadora um período de maior vulnerabilidade devido às contingências próprias de conciliação dos projetos de vida pessoal, familiar e laboral. Dessa forma, os direitos fundamentais do trabalhador elencados no artigo 7º “impõem limites à liberdade de organização e administração do empregador de forma a concretizar, para a empregada mãe, merecida segurança do exercício do direito ao equilíbrio entre trabalho e família”. A alteração promovida pela Reforma Trabalhista, concluiu a ministra, implicou “inegável retrocesso social”. Também votaram pela procedência da ação os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Divergência Único a divergir, o ministro Marco Aurélio votou pela improcedência da ação ao argumento de que os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino. “Toda proteção alargada ao gênero feminino acaba prejudicando o gênero”, disse. Para ele, é razoável a exigência de um pronunciamento técnico de profissional da medicina sobre a conveniência do afastamento da trabalhadora. “Os preceitos encerram a liberdade da prestadora de serviços e visam atender às exigências do mercado de trabalho, para não se criar óbice à contratação de mão de obra feminina”, afirmou. Leia a íntegra do voto do ministro Alexandre de Moraes (relator). SP/AD

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Leia mais: 30/04/2019 – Ministro suspende norma que admite que trabalhadoras grávidas e lactantes desempenhem atividades insalubres

CUIDADO: “Art. 790-B. A Responsabilidade pelo pagamento de honorários

periciais é da parte sucumbente na pretensão do objeto da perícia, ainda que beneficiaria da

justiça gratuita.

§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite

máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

§ 2º O juízo poderá deferir o parcelamento dos honorários periciais.

§ 3º O juízo não deverá exigir o adiantamento de valores para a realização de

periciais”.

Como pode ser observado, a alteração não estende mais o benefício da justiça

gratuita em casos da parte beneficiaria ser sucumbente, devendo ela pagar o valor da

perícia realizada. Visando enxugar os gastos da Justiça do Trabalho com pericias

desnecessárias, surgiram críticas acerca do referido artigo, eis que em tese, dificultará o

acesso do reclamante aos seus direitos em razão do seu trabalho.

O que pode ser enxergado como uma dificuldade, vislumbro uma alteração que

fará com que o advogado se atenha mais aos pedidos de realização de perícia, verificando

mais afundo a necessidade da execução da mesma, evitando prejuízo desnecessário da

parte em que é defensor, pois o valor a ser pago, poderá ser abatido dos créditos da ação, o

que acarretará também, na diminuição dos honorários do próprio advogado.

A alteração também se atinou em estabelecer um limite máximo na fixação dos

honorários periciais, definido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho, bem como por

liberalidade do juízo deferir o seu parcelamento.

Outra situação muito criticada no universo trabalhista, era a exigência de alguns

juízes, em requerer honorários prévios para a realização de pericias, controversa essa,

finalizada com a advento do parágrafo 3º, da nova redação.

Para complementar os estudos sobre o tema, não podemos deixar de lado a

mudança a respeito da concessão de justiça gratuita, que atualmente basta o mero

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requerimento ao juízo, junto com a declaração de hipossuficiência para a sua concessão.

Com a vigência da reforma, a parte deverá comprovar que realmente é pobre na acepção da

lei, impedida assim, de custear o processo.

OBS. Todos tem que ser intimados para a perícia, se não forem ocorre a

nulidade.

O ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - Esse adicional é devido ao

trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas

atividades em condições insalubres. A palavra insalubre é originária do latim e

significa tudo aquilo que não é salubre, que não é saudável, que é doentio, que pode

causar uma doença ao longo do tempo. A palavra insalubridade significa o caráter ou

a qualidade de insalubre, caracterizando o adicional já mencionado. O conceito legal

de insalubridade é dado pelos arts. 189 e 192 da CLT: “Art. 189. Serão consideradas

atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou

métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima

dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e

do tempo de exposição aos seus efeitos. ” “Art. 192. O exercício de trabalho em

condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério

do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta

por cento), 20%(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região,

segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. ” É a Norma

Regulamentadora n. 15 — “NR-15 — Atividades e Operações Insalubres” — da

Portaria n. 3.214/78, e somente ela, com seus Anexos, que rege todo o trabalho a ser

desenvolvido pelos peritos no levantamento e na comprovação da existência ou não

desse adicional do ponto de vista essencialmente técnico, por meio da avaliação

quantitativa e/ou qualitativa.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado exposto a

atividades periculosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e

Emprego. Adicional de periculosidade: É pago ao trabalhador que exerce sua atividade em

ambiente perigoso à vida. Em ambiente de trabalho onde há risco de morte imediata

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São consideradas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua

natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição

permanente do trabalhador a:

Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de

segurança pessoal ou patrimonial.

São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou os seus

métodos de trabalhos configure um contato com substâncias inflamáveis ou explosivos,

substâncias radioativas, ou radiação ionizante, ou energia elétrica, em condição de risco

acentuado.

Atividades descritas, conforme anexos da NR 16:

O adicional de periculosidade é percebido na fração de 30% do salário-base do

empregado, ou seja, o cálculo não leva em conta outros acréscimos (art. 193 § 1º da CLT)

O recebimento do adicional de periculosidade ou insalubridade terá reflexos em

algumas parcelas trabalhistas tais como: 13º Salário, Férias acrescidos do terço

constitucional, FGTS e aviso prévio.

Porém, não irão refletir no Repouso Semanal Remunerado, porque ambos os

adicionais são pagos mensalmente, já incluindo o valor do RSR (OJ nº 103 da SDI-1 do

TST).

Os adicionais de periculosidade e insalubridade também refletem nas horas

extras, devendo ser observado no momento do cálculo, uma vez que deve somar primeiro a

hora normal ao respectivo adicional, para somente depois somar ao adicional de horas

extras (Súmula 132, I do TST).

A norma NR16 logo em seu primeiro item esclarece que tem direito a

periculosidade:

- os que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos

elétricos energizados em alta tensão;

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- os que realizam atividades ou operações com trabalho em proximidade,

conforme estabelece a NR-10;

- os que realizam atividades ou operações em instalações ou equipamentos

elétricos energizados em baixa tensão no sistema elétrico de consumo – SEC, no caso de

descumprimento do item 10.2.8 e seus subitens da NR10 – Segurança em Instalações e

Serviços em Eletricidade;

- as empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do

sistema elétrico de potência – SEP, bem como suas contratadas, em conformidade com as

atividades e respectivas áreas de risco

Ainda no sentido de esclarecer no item 2 a NR16 trata de casos onde não se

cabe a periculosidade para atividade em eletricidade:

- atividades ou operações no sistema elétrico de consumo em instalações ou

equipamentos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem possibilidade de

energização acidental, conforme estabelece a NR-10;

- nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos

alimentados por extra baixa tensão;

- nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão, tais

como o uso de equipamentos elétricos energizados e os procedimentos de ligar e desligar

circuitos elétricos, desde que os materiais e equipamentos elétricos estejam em

conformidade com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e,

na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

OBS: quando trata de ligar e desligar circuitos elétricos em baixa tensão, pode

ser entendido como testes simples de funcionamento de máquinas, equipamentos e

circuitos, como por exemplo teste de funcionamento de um circuito de iluminação, o ligar e

desligar de motores para teste de funcionamento e etc.

Antes deste anexo da NR16 todo o processo era interpretativo ficando a cargo

de empresas, trabalhadores, advogados e juízes, interpretarem e dizerem o que era

periculoso em eletricidade ficando a palavra final sempre a carga dos juízes trabalhistas

quando a situação chegava aos extremos jurídicos. Imagina-se que a partir desta legislação

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e normatização ocorrerá redução das causas trabalhistas envolvendo a periculosidade em

eletricidade.

Não esquecer que conforme dispõe o §1° do Art. 193 da CLT, os empregados

que desenvolvam as suas atividades de forma perigosa devem receber um adicional no

valor de 30% sobre o seu salário.

Vale ressaltar ainda que, não serão considerados os acréscimos no salário que

forem resultantes de gratificações, prêmios ou participação no lucro da empresa, para o

cálculo do valor a ser recebido.

Outra observação pertinente, consiste na própria legislação trabalhista,

pois, o simples fato de ocupar cargo considerado como, via de regra, “perigoso” não

garante ao trabalhador o recebimento do adicional de periculosidade, para que esse

empregado seja classificado em um dos casos tratados acima, é necessária a realização

de perícia técnica, para averiguar o seu devido enquadramento.

Recentemente, a lei 12.997/14 adicionou ao rol das atividades que ensejam o

adicional de periculosidade, os trabalhadores que realizam as suas atividades através de

motocicletas ou motonetas, desde que, em vias públicas.

No entanto, não serão consideradas como atividades perigosas quando o uso da

motocicleta ou motoneta ocorra de forma eventual, ou caso o tempo gasto seja

extremamente reduzido.

O que leva ao pagamento do adicional é o fato do trabalhador está exposto a um

ambiente perigoso com risco de morte

Entende-se por adicional de penosidade, aquele pago ao trabalhador a título

de indenização, devido à realização de uma atividade penosa que causa pena, trabalho

árduo, que embora não cause efetivo dano à saúde do trabalhador, possa tornar sua

atividade profissional mais sofrida ou seja, que é árdua e incômoda, sem causar dano

efetivo à saúde do colaborador. Esse benefício só seria devido ao trabalhador que não

recebe nenhum outro adicional.

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O adicional de penosidade encontra-se previsto no artigo 7º, inciso XXIII,

da Constituição da República, o qual foi inserido juntamente com o adicional de

insalubridade e periculosidade.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que

visem à melhoria de sua condição social:

(...) XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou

perigosas, na forma da lei;

São consideradas atividades penosas àquelas que envolvem:

• Esforço físico intenso;

• Confinamento ou isolamento;

• Contato com substâncias ou situações repugnantes e cadáveres;

• Esforço repetitivo ou muito intenso (como levantamento de cargas);

• Posturas incômodas e/ou fatigantes;

• Atendimento de pessoas que precisam de primeiros-socorros, em situações

que acarretem desgaste psicológico;

• Captura e sacrifício de animais.

Diz o artigo 7º e inciso XXIII da Constituição Federal que “são direitos dos

trabalhadores urbanos e rurais... adicional de remuneração para as atividades penosas,

insalubres ou perigosas, na forma da lei” (grifados).

Como se sabe, essa lei não foi feita ainda, quase 28 anos depois de promulgada

a Constituição Federal, e, por isso, salvo o disposto em instrumentos coletivos de trabalho,

as empresas não pagam adicional de penosidade, argumentando, ainda, que não se sabe o

que é trabalho penoso.

Diz a doutrina médica que trabalho penoso é o trabalho desgastante para a

pessoa humana, é o tipo de trabalho que, por si ou pelas condições em que exercido, expõe

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o trabalhador a um esforço além do normal para as demais atividades e provoca desgaste

acentuado no organismo humano. É o trabalho que, pela natureza das funções ou em razão

de fatores ambientais, provoca uma sobrecarga física e/ou psíquica para o trabalhador. É

próprio de algumas das atividades do trabalhador rural e também na área urbana. Exemplo:

cortador de cana que, em jornadas normalmente superiores a oito horas por dia, em altas

temperaturas e exposto a um sol escaldante, se ativa em contato direto com o pelo da cana,

quando crua, ou com o insuportável pó, quando queimada, além do contato direto com

muitos tipos de agentes físicos, químicos e biológicos e com animais peçonhentos.

Registre-se que não existe lei conceituando e regulamentando o trabalho penoso

e o adicional devido ao trabalhador. Essa regulamentação poderá ser feita de forma

genérica pela lei ou, pontualmente, para determinada categoria profissional, grupo ou classe

de trabalhadores, por meio de negociação coletiva, o que seria o ideal.

O que leva ao pagamento do adicional carece de regulamentação na CLT e

criação de normas relacionadas.

OBS: O trabalhador pode receber insalubridade e periculosidade ao mesmo

tempo?

Não! Segundo a NR 16 os adicionais não são cumulativos. No caso de acontecer

no mesmo ambiente insalubridade e periculosidade o empregado poderá escolher o

adicional devido (NR 16, item 16.2.1).

Se o empregado não quiser escolher é recomendado que o empregador procure

o sindicato ou o Ministério do Trabalho e Emprego para a escolha e documentação do

adicional devido.

Somente a justiça pode obrigar o pagamento cumulativo. Existe até projeto de lei

tentando criar a obrigatoriedade do pagamento cumulativo dos dois adicionais.

O ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Trata-se de adicional devido ao

trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas

atividades em condições perigosas. A palavra perigoso é originária do latim

(periculosu) e significa a situação em que há perigo, que causa ou ameaça perigo,

situações em que pode ocorrer perigo de vida. A palavra periculosidade significa a

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qualidade ou o estado de perigoso, caracterizando o adicional já mencionado. O

conceito legal de periculosidade (para explosivos e inflamáveis) é dado pelo art. 193

da CLT: “Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da

regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza

ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou

explosivos em condições de risco acentuado.” É a Norma Regulamentadora n. 16 —

“NR-16 — Atividades e Operações Perigosas” — da Portaria n. 3.214/78, e somente ela

(explosivos e inflamáveis), que rege todo o trabalho a ser desenvolvido pelos peritos

no levantamento e na comprovação da existência ou não desse adicional do ponto de

vista puramente técnico, por meio da avaliação quantitativa e/ou qualitativa. O Anexo*

(chamado de anexo asterisco) foi acrescentado pela Portaria n. 3.393, de 17 de

dezembro de 1987, à Norma Regulamentadora n. 16, na qual instituiu o adicional de

periculosidade também para as atividades e operações desenvolvidas na presença de

radiações ionizantes e substâncias radioativas em áreas de risco definidas no quadro.

Esse instrumento é considerado ilegal por alguns profissionais do meio jurídico, mas

o trabalho do perito é estritamente técnico; ele deve respeitar a existência desse

anexo e executar o seu trabalho integralmente, deixando para o juiz definir se é legal

ou não. Já para o enquadramento das atividades ou operações desenvolvidas em

contato com a energia elétrica, é o Decreto n. 93.412, de 14 de outubro de 1986, que

revogou o Decreto n. 92.212, de 26 de dezembro de 1985, e regulamentou a Lei n.

7.369, de 20 de setembro de 1985, que dita as diretrizes a serem respeitadas pelos

peritos.

O TST (Tribunal Superior do Trabalho) decidiu que o trabalhador não poderá

acumular os adicionais por insalubridade e periculosidade. Quem tiver direito aos dois, terá

de escolher um ou outro. A decisão deve resolver uma questão polêmica da legislação

trabalhista.

O TST (Tribunal Superior do Trabalho) vetou a possibilidade de acumulação dos

adicionais por insalubridade e periculosidade. Como a legislação já previa, o trabalhador

deverá escolher pelo mais benéfico para ele.

Trabalhador deve escolher um ou outro. Os adicionais por periculosidade e por

insalubridade são diferentes e incidem de formas distintas. A decisão do TST serve para

quem teria direito aos dois.

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Periculosidade: concedido aos profissionais expostos a riscos de vida, como

quem trabalha com explosivos ou segurança pessoal e patrimonial. Corresponde a 30% do

salário nominal (ou seja, do quanto o empregado recebe)

Insalubridade: concedido a profissionais expostos a agentes nocivos à saúde,

como produtos químicos ou excesso de sol ou barulho. Pode ser de 10%, 20% ou 40%

(dependendo do grau de risco) do salário mínimo vigente na região

O Meio Ambiente do Trabalho é constituído pelo ambiente local, no qual as

pessoas desenvolvem as suas atividades laborais, remuneradas ou não remuneradas, “cujo

equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que

comprometam a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da

condição que ostentem”.

O Meio Ambiente do Trabalho é conceituado diversamente do Direito Ambiental

no que tange as divisões didáticas. Está interligado cotidianamente ao ser humano

trabalhador de forma imediata e direta, em sua atividade laboral quando executada em

benefício de outrem, por isso, trata-se de um conceito amplo.

As leis de proteção ao Meio Ambiente do Trabalho, são destinadas diretamente

à proteção do trabalhador no seu ambiente de trabalho, o qual deverá participar também do

controle e da fiscalização dos produtos perigosos, competindo ao SUS colaborar na

proteção do meio ambiente do trabalho, reduzindo, assim, os riscos inerentes através das

normas rígidas de segurança, higiene e saúde.

O local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam

remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de

agentes que comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores,

independentemente da condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores

de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos, etc.)”.

O meio ambiente laboral é o lugar onde as pessoas passam uma parcela

considerável de suas vidas. Os efeitos das atividades desenvolvidas transcende a esfera de

trabalho atingindo diretamente as demais áreas de convivência e à qualidade de sua vida.

Desse modo, torna-se imprescindível voltar o olhar para a importância de ser-lhe dada tutela

jurídica, a fim garantir condições mínimas de dignidade para o bom desempenho do

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trabalho, devendo ser desenvolvido de forma hígida e salubre, visando à incolumidade física

e psíquica daquele que labora.

Percebe-se que o conceito de meio ambiente do trabalho, excede os limites

estático do espaço geográfico interno do local destinado à execução das tarefas, alcança

também o local da residência do trabalhador e o meio ambiente urbano, conforme cita Júlio

César de Sá da Rocha:

O meio ambiente do trabalho caracteriza-se, pois, como a soma das influências

que afetam diretamente o ser humano, desempenhando aspecto chave na prestação e

performance do trabalho. Pode-se, simbolicamente, afirmar que o meio ambiente de

trabalho constitui o pano de fundo das complexas relações biológicas, psicológicas e sociais

a que o trabalhador está submetido.

A tutela do Meio Ambiente do Trabalho está contida na Constituição Federal nos

artigos 225 e 200, inciso VIII:

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos

termos da lei:

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

O artigo 7º da carta constitucional também traz disposição acerca do Meio

Ambiente do Trabalho:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que

visem à melhoria de sua condição social:

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,

higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou

perigosas, na forma da lei;

Na esfera infraconstitucional, são muitas as leis e normas que tutelam a proteção

do trabalhador no ambiente de trabalho. Entre elas a Consolidação das Leis Trabalhistas,

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que contem disposições gerais, além de normas técnicas, portarias do Ministério do

Trabalho, programas, etc., estas específicas para cada tipo de atividade laboral.

Dentre os regramentos da CLT que regulam a segurança do trabalhador,

destacam-se os seguintes:

Art. 157 - Cabe às empresas:

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo

Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e

em medicina do trabalho.

Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes - CIPA -, de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho,

nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.

Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a

composição e o funcionamento das CIPAs.

Ainda, a CLT, no seu artigo 161, estabeleceu duas sanções pelo

descumprimento das normas de segurança do trabalho pelo empresário/empregador: a

interdição da empresa ou o embargo da obra.

Preceitua o artigo 161 da Consolidação das Leis Trabalhistas:

Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço

competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar

estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando

na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão

ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.

§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às

medidas determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.

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§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente

da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por

entidade sindical.

§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados

recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria

de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao

recurso.

§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem,

após determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do

estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o

prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.

§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo

técnico do serviço competente, poderá levantar a interdição.

§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou

embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

Na atualidade, cresce a degradação irracional ao meio ambiente, especialmente

o natural, atingindo negativamente a qualidade de vida das pessoas e causando riscos as

futuras gerações.

Diante dessa realidade, torna-se curial a análise da questão ambiental sob a

ótica do meio ambiente do trabalho, por ser tema de profunda discussão e importância

devido ter-lhe sido concedido tratamento singular, abrangente e ter sido elevado a direito

fundamental pela Constituição Federal de 1988.

O meio ambiente do trabalho faz parte de um mercado econômico que visa a

obtenção de altas taxas de produtividade respaldado pelas inovações tecnológicas, onde

precipuamente se busca a obtenção do lucro, não importando, muitas vezes, que a

dignidade da pessoa humana do trabalhador seja arbitrariamente sacrificada.

Os impactos negativos causados pelo labor em condições degradadas e

insalubres afetam diretamente a vida do trabalhador, e por consequência, o seio familiar

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além de influenciar sobre toda a sociedade, ocasionando problemas das mais variadas

ordens.

Observa-se, que o conceito é amplo e sua finalidade é propiciar maior alcance

da norma evitando-se que inúmeras situações ficassem excluídas de proteção jurídica.

A norma de proteção ao meio ambiente do trabalho têm por objetivo resguardar

o trabalhador e sua saúde, garantindo seu desenvolvimento enquanto pessoa humana,

amparado pelo valor social do trabalho, propiciando-lhe meios dignos para o bom

desempenho de suas funções.

O Meio Ambiente do Trabalho está inserido no Meio Ambiente, e para melhor

compreendê-lo primeiramente é necessário analisar em que consiste o meio ambiente.

Legalmente, o meio ambiente foi definido pela Lei nº 6.938/91, artigo 3º, inciso I,

que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente – o qual prescreve que "meio ambiente é

o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica

que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas".

A definição é vasta, e coaduna perfeitamente com o texto Constitucional descrito

no artigo 225, cujo teor concede tutela ao meio ambiente compreendido pela doutrina pátria

como natural, artificial, cultural e do trabalho, conferindo a todos o direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado.

O trabalho humano foi elevado ao alto nível de proteção pela Magna Carta de

1988, que priorizou o homem em detrimento dos meios de produção, ou seja, o homem não

é uma máquina de trabalho, não foi feito para o trabalho, mas o trabalho foi criado para a

satisfação humana.

Não esquecer as condições laborais influenciam na qualidade de vida do

trabalhador e está diretamente relacionada à sua saúde, pois é no ambiente laboral que

passa a maioria do tempo de sua existência e, por causa disso, é necessário dispor de um

sistema constitucional que garanta direitos a essa parcela da sociedade.

Ressalte-se, que o meio ambiente do trabalho está enquadrado na seara do

Direito do Trabalho e do Direito Ambiental, porém os bens juridicamente protegidos são

distintos.

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O Direito do Trabalho visa proteger as relações jurídicas no âmbito da relação

contratual no que tange ao empregado e empregador, enquanto que, o direito Ambiental

busca resguardar a proteção do ser humano trabalhador em desfavor de qualquer meio de

degradação e poluição desregrada do meio ambiente onde exerce suas atividades

rotineiramente.

A proteção jurídica dispensada ao meio ambiente foi esparsamente tratada em

diversos dispositivos da Carta da República. Atualmente, reconhecido está, que uma das

formas inafastáveis de resguardo da vida humana e de sua qualidade, encontra-se na

devida proteção ao meio ambiente:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público

e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

O enfoque constitucional, sinaliza para o alcance da saúde do trabalhador, mas

igualmente aponta para a integração do homem dignificado e jubiloso com o exercício de

sua atividade, que possui suas aptidões e aspirações, que almeja qualidade de vida, e

deve primeiramente ser colocado como elemento da proteção do Estado.

Desse modo, é indiscutível que a intenção do legislador aponta para a

convergência de um ponto comum entre o direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado e os direitos trabalhistas, ao vislumbrar que as mesmas condutas lesivas ao

trabalhador podem, do mesmo modo, causar danos ambientais em lugares diversos do

ambiente de trabalho.

O dano ambiental é um problema que atinge toda a sociedade, é uma lesão que

alcança os seres humanos indistintamente e na sua totalidade, por isso é vital a

necessidade de intervenção do Poder Público, de forma integrada na defesa e prevenção,

pois conforme reza a Constituição Federal:

O dever de segurança e adequação do meio ambiente do trabalho, é um dos

importantes e fundamentais direitos do trabalhador. Constitui direito difuso fundamental,

havendo uso incorreto, quem sofre seus efeitos maléficos é toda sociedade, que contribui

com os custos da Previdência Social.

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Sendo assim, os princípios e regras preconizados na Constituição transpõe a

esfera de um conjunto de normas organizativas, mas determina valores que por sua

natureza, possuem igualmente, sua própria força normativa.

Portanto, a proteção ambiental é alçada ao topo do ordenamento, recebendo

atenção especial e, um dos efeitos benéficos disso, é que, como direito fundamental, recebe

imediata aplicabilidade.

O artigo 170, caput, inciso VI, da Carta Maior, complementa esse raciocínio,

prescrevendo que a ordem econômica e o exercício da livre iniciativa devem ter como

fundamentos a defesa do meio ambiente e a valorização do trabalho humano, devendo

promover a todos a existência digna, tendo como parâmetro os moldes da justiça social.

Constitucionalmente, o direito ao meio ambiente e o meio ambiente do trabalho

estão interligados pelos valores que permeiam o princípio da dignidade humana. Sendo

assim, o trabalhador não é um instrumento de produção, devendo ser-lhe conferido o devido

respeito como pessoa e a finalidade do trabalho deve ser o pleno desenvolvimento da

identidade do trabalhador, servindo de espaço para construção de sua identidade e bem-

estar.

Desse modo, de forma eficaz e na sua totalidade o princípio da dignidade da

pessoa humana deve ser aplicado, não como manifestação de boa vontade, mas com

significado de normatividade e cogência, garantindo a dignidade daquele que labora

contribuindo para o desenvolvimento da nação, enaltecendo o valor social do trabalho.

RESUMINHO - A terminologia “meio ambiente do trabalho” colocada pela Carta

Magna, evidencia que o objetivo maior é a tutela ambiental trabalhista, não encontrando

limites de caráter empregatício, mas visa a promoção da columidade e salubridade do

trabalhador, sendo indiferente a atividade, o lugar ou a pessoa que exerça o labor.

Constitucionalmente, a proteção ao meio ambiente de trabalho denota a defesa

da humanização do trabalho, não tendo como eixo central o ponto de vista econômico

interligado a atividade laboral, mas preocupa-se com a finalidade do trabalho e seus

possíveis reflexos na qualidade de vida e identidade do trabalhador, além de abranger os

direitos humanos deste, possuindo como fundamento para sua efetividade a garantia desse

direito fundamental.

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A ordem econômica deve promover efetivamente à justiça social, e, para que

isso ocorra, é necessário que a livre concorrência e a defesa do meio ambiente estejam em

harmonia e fundamentado no princípio da dignidade da pessoa humana, oferecendo um

meio ambiente de trabalho equilibrado como espaço de promoção do bem-estar do

trabalhador.

Meio ambiente de trabalho é o espaço onde as pessoas exercem rotineiramente

suas atividades laborais. O equilíbrio desse ambiente depende da salubridade do espaço e

da ausência de agentes que afetem a segurança e saúde física e psíquica do trabalhador.

Um meio ambiente de trabalho saudável é um direito fundamental do trabalhador brasileiro

e, nesse sentido, garantir a segurança e adequação do local é um dever do empregador.

Entre os problemas mais comuns que degradam o meio ambiente de trabalho,

podemos destacar instalações inadequadas, ausência de isolamento térmico, falta de

controle da qualidade do ar, presença de partículas de produtos químicos e poeira, ruídos e

vibrações excessivas, condições sanitárias precárias, iluminação e ventilação deficientes,

falta de Equipamentos de Proteção Individual adequados, entre outros fatores que podem

comprometer a saúde dos trabalhadores.

Meio ambiente de trabalho: direitos do colaborador

De acordo com a Constituição Federal, a redução de riscos inerentes ao trabalho

por meio de normas de higiene e segurança é um direito do funcionário. Por isso,

profissionais que são submetidos a atividades penosas, insalubres ou perigosas devem

receber o adicional de insalubridade e/ou periculosidade.

Um meio de ambiente de trabalho saudável e seguro melhora o nível de

produtividade, além de reduzir os custos da empresa com multas e processos trabalhistas e

impactar positivamente as contas da previdência social — uma vez que contribui para a

redução dos pedidos de auxílio-doença e aposentadorias por invalidez. O sistema público de

saúde também apresenta a redução de internações e tratamentos das vítimas de acidentes

de trabalho.

Para melhorar a qualidade do meio ambiente de trabalho, é imprescindível que

as autoridades públicas reforcem a fiscalização e penalizem com mais rigor as empresas

que não cumprem leis e normas sobre saúde e segurança no trabalho. À classe

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trabalhadora, cabe a tarefa de participar efetivamente das comissões internas de prevenção

de acidentes no meio ambiente de trabalho.

OBS: A perícia de insalubridade e periculosidade é necessária para a

garantia do direito à segurança e à saúde no trabalho, a qual será realizada por um perito.

Ele irá verificar o nexo causal entre a efemeridade e as condições do trabalho que possam

ter contribuído direta ou indiretamente para o surgimento de determinado quadro clínico.

Com o passar do tempo e desenvolvimento da sociedade, o trabalho foi capaz,

muitas vezes, de causar danos à saúde dos trabalhadores. Por isso, o trabalhador exposto à

certas situações que ocasiona-lhe enfermidades, pode receber o adicional de insalubridade

e periculosidade.

Quando o trabalhador é exposto à situações no ambiente do trabalho que

causou algum dano à sua saúde e solicita o adicional de insalubridade, a verificação é feita

pelo perito, nomeado pelo juiz. Além disso, a empresa também pode contratar um perito. No

caso, ele é chamado de assistente técnico.

De acordo com o Capítulo XII do Código de Processo Civil (CPC) de 2015, o

trabalho do perito deve envolver o estabelecimento e interpretação dos fatos e comprovação

das evidências. Esse parecer deve ser feito através de um laudo pericial.

Para a elaboração desse laudo, o perito deverá fazer uma visita a empresa e

colher as informações necessárias que podem servir como provas pertinentes ao caso, pois

é nesse momento que ocorre a produção de provas. É importante lembrar que a vistoria

deve ser feita com aviso prévio e deve constar nos autos do processo. Ao fim da vistoria, o

perito deve responder às perguntas das partes, que são os chamados quesitos.

Podem ocorrer casos em que o reclamante pede insalubridade ou

periculosidade, porém a empresa não existe mais.

Nesse caso, quando chegar o momento de realizar a perícia, o perito deverá

procurar o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da empresa para tentar

averiguar a insalubridade e periculosidade.

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Se não for possível, o perito deve ir com o reclamante e o representante da parte

reclamada a uma empresa similar e questionar as duas partes para tentar caracterizar de

maneira fiel ao ambiente daquela empresa e concluir se havia ou não insalubridade e

periculosidade.

Embora a prática não seja muito usual, o advogado pode acompanhar a perícia

de insalubridade no local de trabalho. Afinal, todos os atos processuais são públicos.

Entretanto, há casos de perícia médica onde não é possível o advogado

acompanhar o seu cliente no momento em que o médico estará examinando o periciando

Dúvidas estou à disposição.

Bons Estudos!!! Prof.ª Filomena Oliveira.