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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E
PROCESSO DO TRABALHO.
Aula Ministrada pelo Prof. Thiago Menegaldo
(Aulas 23 - 11/11/2019 – 24 – 13/11/2019 – Aula 25 - 18/11/2019)
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O adicional de insalubridade é um instrumento legal de compensação ao
trabalhador por períodos de trabalho exposto a agentes nocivos, com potencial para
prejudicar a sua saúde de alguma forma, é o tipo de exposição que pode causar males
como doenças a médio e longo prazo.
Esse benefício é reconhecido pelo Ministério do Trabalho e está previsto na CF,
CLT e Norma Regulamentadora NR-15 determina quais são os riscos passíveis de gerar o
benefício.
O agente pode ser insalubre mais se não tiver na NR15, não será dada
insalubridade, para o direito do trabalho tem o Rol dos agentes.
As Normas Regulamentadoras – NR tratam-se do conjunto de requisitos e
procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às
empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Atividades insalubres são aquelas em que os trabalhadores estão sujeitos à
condições de frio, calor, barulho, poeira entre outros, e por conta da exposição a tais fatores
de risco à sua saúde possuem o direito constitucional de receberem um adicional em seu
salário.
Para tanto, o Ministério do Trabalho fixou níveis de pagamento deste adicional
em 10% do salário percebido quando se trata de insalubridade em grau mínimo, 20% em
grau médio e 40% em grau máximo.
Ainda, por conta da exposição de tais riscos, a jornada diária desses
trabalhadores deveria ser menor.
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Com a reforma trabalhista, os níveis de adicional permaneceram, entretanto
poderão ter os valores alterados através de acordo entre o sindicato dos empregados e
empregadores. Ou seja, se anteriormente à reforma determinava-se que o grau de
insalubridade máximo seria de 40%, com as mudanças na lei pode-se fixar em 10%.
Ademais, patrão e empregados poderão acordar as horas em que os
trabalhadores estarão sujeitos à jornada insalubre. Como exemplo, se antes era permitido
trabalhar apenas 6 horas diárias em determinada atividade, agora esta jornada poderá
diminuir ou até mesmo aumentar.
Todas as empresas que possuem empregados sob o regime da CLT devem
seguir as Normas Regulamentadoras. Isso inclui empresas privadas e públicas, órgãos
públicos da administração direta e indireta e também os órgãos dos poderes legislativo e
judiciário.
Contudo, sob o ponto de vista de alguns empresários, a alteração é benéfica,
uma vez que permite que o grau de insalubridade possa ser realmente fixado, e não apenas
enquadrado em níveis pré-fixados pelo Ministério do Trabalho.
Para tanto, as empresas devem estar atentas a estas questões, principalmente
quanto à realização de estudos para real identificação de níveis de insalubridade que
porventura possuam em suas atividades, para assim se precaverem em caso de real
demanda sobre o tema.
Ordem de serviço pode ser compreendida como um documento que estabelece
os regulamentos e procedimentos internos de segurança e saúde no trabalho da empresa
a cada funcionário e a este cabe cumpri-la plenamente.
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime
do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à
diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do
equipamento pelo empregado.
Quando se trata de eliminar o pagamento de insalubridade não basta fornecer o
EPI é preciso provar a sua eficácia.
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Apesar de ser possível controlar a exposição do trabalhador ao risco fazendo
uso de EPI, o simples fornecimento do EPI não elimina da empresa a obrigação de
pagamento do adicional de insalubridade. Para eliminar o adicional é necessário comprovar
que o uso é eficaz.
Os registros de treinamento, fichas de EPIs devidamente preenchidas, são
formas importantes de provar que o uso tem acontecido de fato. E o mais importante, fazer
testes com o EPI (se for possível). No caso de máscaras o teste é plenamente possível, a
3M do Brasil, por exemplo, tem feito treinamentos em todo Brasil mostrando como fazer os
ensaios de vedação. No caso o ensaio de vedação garante de forma documental a vedação
conseguida com seus tipos de máscaras, mostrando a eficiência ou a ineficiência do uso.
No caso de ruído uma boa forma de comprovar a eficácia do uso do EPI é
acompanhar regularmente e atentamente os resultados dos exames fonoaudiológicos dos
empregados.
Vale aqui também destacar que o pagamento do adicional de insalubridade não
exime o empregador da responsabilidade sobre os possíveis danos causados pelo agente
agressivo ao trabalhador.
*Exposição ao Sol: Não gera pagamento do adicional de insalubridade. (OJ nº
173 SDI-1 TST). Direito Adquirido: O adicional de insalubridade pode ser retirado a
qualquer momento, desde que não haja mais exposição do empregado aos agentes nocivos
à saúde. É salário condição (Súmula 265 TST).
Agentes nocivos são aqueles que podem trazer ou ocasionar danos à saúde ou
à integridade física do trabalhador, em função da natureza da concentração, da intensidade
e do fator de exposição nos ambientes de trabalho. Tem que saber o tempo de exposição,
para saber se e insalubre, mesmo agente sendo insalubre.
Ruído a pessoa fica exposto 5 minutos por dia, não gera insalubridade.
Se a perícia falar que é insalubre e o agente não estiver na NR não será
considerado insalubre, para o direito do trabalho.
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O que leva ao pagamento do adicional é o fato do trabalhador está exposto em
caráter permanente ou habitual a locais insalubres, ou seja, que fazem mal a saúde.
Situações que possam causar doenças (adoecimentos).
O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou no dia 29.05.2019
inconstitucional o trecho da reforma trabalhista que abriu a possibilidade de
gestantes e lactantes trabalharem em atividades insalubres. Por 10 votos 1, a Corte
confirmou liminar proferida em maio pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do
caso, suspendendo a norma.
Com a decisão, segundo Moraes, fica valendo a regra anterior. Com o texto
antigo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), antes da reforma aprovada em 2017, a
gestante deverá ser afastada de atividades e locais insalubres, devendo ser realocada em
outro tipo de serviço. Não sendo possível, a empregada será afastada e terá direito a
receber salário-maternidade.
Em seu voto, Moraes confirmou sua liminar e afirmou que a alteração na CLT
permitiu que gestantes e lactantes continuem trabalhando em atividades insalubres e ainda
previu que o afastamento só pode ocorrer após a apresentação de atestado médico.
Segundo Moraes, nesse ponto, a reforma trabalhista é inconstitucional por não
proteger mulheres grávidas e lactantes. "Quem de nós gostaria que nossas filhas, irmãs,
netas, grávidas ou lactantes, continuassem a trabalhar em ambientes insalubres?,
questionou.
Pelo texto antigo da CLT, o Artigo 394-A definiu que a empregada gestante
ou lactante será afastada de qualquer tipo de serviço e locais insalubres. Com a
mudança, o mesmo dispositivo vetou o trabalho nas atividades perigosas, mediante
apresentação de um atestado médico para que o afastamento seja realizado.
O voto de Moraes foi acompanhado pelos ministro Edson Fachin, Luís Roberto
Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes,
Celso de Mello e o presidente, Dias Toffoli. Marco Aurélio foi o único a divergir.
O caso chegou ao STF por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) ajuizada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Metalúrgicos. A procuradora-
geral da República, Raquel Dodge, que também opinou pela concessão da liminar. Para
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Dodge, a exigência de atestado médico para o afastamento da gestante, conforme previsto
na reforma trabalhista, transformava “em regra a exposição ao risco”.
Quarta-feira, 29 de maio de 2019 STF invalida norma da Reforma Trabalhista que permitia trabalho de grávidas e lactantes em atividades insalubres
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5938 para declarar inconstitucionais trechos de dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) inseridos pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) que admitiam a possibilidade de trabalhadoras grávidas e lactantes desempenharem atividades insalubres em algumas hipóteses. Para a corrente majoritária, a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher”, contida nos incisos II e III do artigo 394-A da CLT, afronta a proteção constitucional à maternidade e à criança. A ação foi ajuizada no Supremo pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. A norma questionada admitia que gestantes exercessem atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo e que lactantes desempenhassem atividades insalubres em qualquer grau, exceto quando apresentassem atestado de saúde que recomende o afastamento. Tal previsão legal, segundo a entidade autora, afronta a proteção que a Constituição Federal atribui à maternidade, à gestação, à saúde, à mulher, ao nascituro, aos recém-nascidos, ao trabalho e ao meio ambiente de trabalho equilibrado. A eficácia dos dispositivos estava suspensa desde o fim do mês passado por liminar deferida pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. No início da sessão desta quarta-feira (29), em que se apreciou o mérito da ação, falaram na condição de amici curiae os representantes da Confederação Nacional de Saúde (CNS), pela improcedência da ação, e da Central Única do Trabalhadores (CUT), que defendeu a inconstitucionalidade dos trechos da norma. Proteção à maternidade O relator iniciou seu voto observando que, após a alteração legal, a norma passou a impor às grávidas e às lactantes o ônus de apresentar atestado de saúde como condição para o afastamento. Esse ônus, segundo o ministro, sujeita a trabalhadora a maior embaraço para o exercício de seus direitos, sobretudo para aquelas que não têm acesso à saúde básica para conseguir o atestado. Na avaliação do ministro, a norma está em desacordo com diversos direitos consagrados na Constituição Federal e deles derivados, entre eles a proteção à maternidade, o direito à licença-maternidade e a segurança no emprego assegurada à gestante, além de normas de saúde, higiene e segurança. Sob essa ótica, a proteção da mulher grávida ou da lactante em relação ao trabalho insalubre caracteriza-se como direito social protetivo tanto da mulher
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quanto da criança. “A razão das normas não é só salvaguardar direitos sociais da mulher, mas também efetivar a integral proteção ao recém-nascido, possibilitando sua convivência integral com a mãe nos primeiros meses de vida, de maneira harmônica e segura e sem os perigos de um ambiente insalubre, consagrada com absoluta prioridade, no artigo 227 do texto constitucional, como dever também da sociedade e do empregador”, assinalou. Dessa forma, o ministro destacou que a alteração deste ponto da CLT feriu direito de dupla titularidade – da mãe e da criança. A seu ver, a previsão de afastamento automático da gestante ou da lactante do ambiente insalubre está absolutamente de acordo com o entendimento do Supremo de integral proteção à maternidade e à saúde da criança. “A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser afastados pelo desconhecimento, pela impossibilidade ou pela eventual negligência da gestante ou da lactante em juntar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido”, afirmou. Não procede, segundo o relator, o argumento de que a declaração de inconstitucionalidade poderia acarretar retração da participação da mulher no mercado de trabalho. “Eventuais discriminações serão punidas nos termos da lei, e o próprio texto constitucional determina de maneira impositiva a proteção ao mercado de trabalho da mulher mediante incentivos específicos”, ressaltou. Para o ministro, também não procede o argumento do ônus excessivo ao empregador, pois a norma isenta o tomador de serviço do ônus financeiro referente ao adicional de insalubridade da empregada afastada. Com esses fundamentos, o relator votou pela confirmação da liminar deferida e pela procedência do pedido para declarar a inconstitucionalidade da expressão dos incisos II e II. Retrocesso social Em seu voto, a ministra Rosa Weber apresentou apanhado histórico legislativo dos direitos trabalhistas das mulheres no Brasil e no mundo. Segundo a ministra, contam-se 96 anos desde a primeira norma de proteção ao trabalho da gestante no país. Isso revela, a seu ver, quase um século de “afirmação histórica do compromisso da nação com a salvaguarda das futuras gerações”. A Constituição de 1988, por sua vez, priorizou a higidez física e mental do trabalhador ao exigir, no inciso XXII do artigo 7º, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança. A ministra afirmou ainda que a maternidade representa para a trabalhadora um período de maior vulnerabilidade devido às contingências próprias de conciliação dos projetos de vida pessoal, familiar e laboral. Dessa forma, os direitos fundamentais do trabalhador elencados no artigo 7º “impõem limites à liberdade de organização e administração do empregador de forma a concretizar, para a empregada mãe, merecida segurança do exercício do direito ao equilíbrio entre trabalho e família”. A alteração promovida pela Reforma Trabalhista, concluiu a ministra, implicou “inegável retrocesso social”. Também votaram pela procedência da ação os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Divergência Único a divergir, o ministro Marco Aurélio votou pela improcedência da ação ao argumento de que os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino. “Toda proteção alargada ao gênero feminino acaba prejudicando o gênero”, disse. Para ele, é razoável a exigência de um pronunciamento técnico de profissional da medicina sobre a conveniência do afastamento da trabalhadora. “Os preceitos encerram a liberdade da prestadora de serviços e visam atender às exigências do mercado de trabalho, para não se criar óbice à contratação de mão de obra feminina”, afirmou. Leia a íntegra do voto do ministro Alexandre de Moraes (relator). SP/AD
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Leia mais: 30/04/2019 – Ministro suspende norma que admite que trabalhadoras grávidas e lactantes desempenhem atividades insalubres
CUIDADO: “Art. 790-B. A Responsabilidade pelo pagamento de honorários
periciais é da parte sucumbente na pretensão do objeto da perícia, ainda que beneficiaria da
justiça gratuita.
§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite
máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
§ 2º O juízo poderá deferir o parcelamento dos honorários periciais.
§ 3º O juízo não deverá exigir o adiantamento de valores para a realização de
periciais”.
Como pode ser observado, a alteração não estende mais o benefício da justiça
gratuita em casos da parte beneficiaria ser sucumbente, devendo ela pagar o valor da
perícia realizada. Visando enxugar os gastos da Justiça do Trabalho com pericias
desnecessárias, surgiram críticas acerca do referido artigo, eis que em tese, dificultará o
acesso do reclamante aos seus direitos em razão do seu trabalho.
O que pode ser enxergado como uma dificuldade, vislumbro uma alteração que
fará com que o advogado se atenha mais aos pedidos de realização de perícia, verificando
mais afundo a necessidade da execução da mesma, evitando prejuízo desnecessário da
parte em que é defensor, pois o valor a ser pago, poderá ser abatido dos créditos da ação, o
que acarretará também, na diminuição dos honorários do próprio advogado.
A alteração também se atinou em estabelecer um limite máximo na fixação dos
honorários periciais, definido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho, bem como por
liberalidade do juízo deferir o seu parcelamento.
Outra situação muito criticada no universo trabalhista, era a exigência de alguns
juízes, em requerer honorários prévios para a realização de pericias, controversa essa,
finalizada com a advento do parágrafo 3º, da nova redação.
Para complementar os estudos sobre o tema, não podemos deixar de lado a
mudança a respeito da concessão de justiça gratuita, que atualmente basta o mero
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requerimento ao juízo, junto com a declaração de hipossuficiência para a sua concessão.
Com a vigência da reforma, a parte deverá comprovar que realmente é pobre na acepção da
lei, impedida assim, de custear o processo.
OBS. Todos tem que ser intimados para a perícia, se não forem ocorre a
nulidade.
O ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - Esse adicional é devido ao
trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas
atividades em condições insalubres. A palavra insalubre é originária do latim e
significa tudo aquilo que não é salubre, que não é saudável, que é doentio, que pode
causar uma doença ao longo do tempo. A palavra insalubridade significa o caráter ou
a qualidade de insalubre, caracterizando o adicional já mencionado. O conceito legal
de insalubridade é dado pelos arts. 189 e 192 da CLT: “Art. 189. Serão consideradas
atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima
dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e
do tempo de exposição aos seus efeitos. ” “Art. 192. O exercício de trabalho em
condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério
do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta
por cento), 20%(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. ” É a Norma
Regulamentadora n. 15 — “NR-15 — Atividades e Operações Insalubres” — da
Portaria n. 3.214/78, e somente ela, com seus Anexos, que rege todo o trabalho a ser
desenvolvido pelos peritos no levantamento e na comprovação da existência ou não
desse adicional do ponto de vista essencialmente técnico, por meio da avaliação
quantitativa e/ou qualitativa.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado exposto a
atividades periculosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego. Adicional de periculosidade: É pago ao trabalhador que exerce sua atividade em
ambiente perigoso à vida. Em ambiente de trabalho onde há risco de morte imediata
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São consideradas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição
permanente do trabalhador a:
Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial.
São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou os seus
métodos de trabalhos configure um contato com substâncias inflamáveis ou explosivos,
substâncias radioativas, ou radiação ionizante, ou energia elétrica, em condição de risco
acentuado.
Atividades descritas, conforme anexos da NR 16:
O adicional de periculosidade é percebido na fração de 30% do salário-base do
empregado, ou seja, o cálculo não leva em conta outros acréscimos (art. 193 § 1º da CLT)
O recebimento do adicional de periculosidade ou insalubridade terá reflexos em
algumas parcelas trabalhistas tais como: 13º Salário, Férias acrescidos do terço
constitucional, FGTS e aviso prévio.
Porém, não irão refletir no Repouso Semanal Remunerado, porque ambos os
adicionais são pagos mensalmente, já incluindo o valor do RSR (OJ nº 103 da SDI-1 do
TST).
Os adicionais de periculosidade e insalubridade também refletem nas horas
extras, devendo ser observado no momento do cálculo, uma vez que deve somar primeiro a
hora normal ao respectivo adicional, para somente depois somar ao adicional de horas
extras (Súmula 132, I do TST).
A norma NR16 logo em seu primeiro item esclarece que tem direito a
periculosidade:
- os que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos
elétricos energizados em alta tensão;
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- os que realizam atividades ou operações com trabalho em proximidade,
conforme estabelece a NR-10;
- os que realizam atividades ou operações em instalações ou equipamentos
elétricos energizados em baixa tensão no sistema elétrico de consumo – SEC, no caso de
descumprimento do item 10.2.8 e seus subitens da NR10 – Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade;
- as empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do
sistema elétrico de potência – SEP, bem como suas contratadas, em conformidade com as
atividades e respectivas áreas de risco
Ainda no sentido de esclarecer no item 2 a NR16 trata de casos onde não se
cabe a periculosidade para atividade em eletricidade:
- atividades ou operações no sistema elétrico de consumo em instalações ou
equipamentos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem possibilidade de
energização acidental, conforme estabelece a NR-10;
- nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos
alimentados por extra baixa tensão;
- nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão, tais
como o uso de equipamentos elétricos energizados e os procedimentos de ligar e desligar
circuitos elétricos, desde que os materiais e equipamentos elétricos estejam em
conformidade com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e,
na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
OBS: quando trata de ligar e desligar circuitos elétricos em baixa tensão, pode
ser entendido como testes simples de funcionamento de máquinas, equipamentos e
circuitos, como por exemplo teste de funcionamento de um circuito de iluminação, o ligar e
desligar de motores para teste de funcionamento e etc.
Antes deste anexo da NR16 todo o processo era interpretativo ficando a cargo
de empresas, trabalhadores, advogados e juízes, interpretarem e dizerem o que era
periculoso em eletricidade ficando a palavra final sempre a carga dos juízes trabalhistas
quando a situação chegava aos extremos jurídicos. Imagina-se que a partir desta legislação
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e normatização ocorrerá redução das causas trabalhistas envolvendo a periculosidade em
eletricidade.
Não esquecer que conforme dispõe o §1° do Art. 193 da CLT, os empregados
que desenvolvam as suas atividades de forma perigosa devem receber um adicional no
valor de 30% sobre o seu salário.
Vale ressaltar ainda que, não serão considerados os acréscimos no salário que
forem resultantes de gratificações, prêmios ou participação no lucro da empresa, para o
cálculo do valor a ser recebido.
Outra observação pertinente, consiste na própria legislação trabalhista,
pois, o simples fato de ocupar cargo considerado como, via de regra, “perigoso” não
garante ao trabalhador o recebimento do adicional de periculosidade, para que esse
empregado seja classificado em um dos casos tratados acima, é necessária a realização
de perícia técnica, para averiguar o seu devido enquadramento.
Recentemente, a lei 12.997/14 adicionou ao rol das atividades que ensejam o
adicional de periculosidade, os trabalhadores que realizam as suas atividades através de
motocicletas ou motonetas, desde que, em vias públicas.
No entanto, não serão consideradas como atividades perigosas quando o uso da
motocicleta ou motoneta ocorra de forma eventual, ou caso o tempo gasto seja
extremamente reduzido.
O que leva ao pagamento do adicional é o fato do trabalhador está exposto a um
ambiente perigoso com risco de morte
Entende-se por adicional de penosidade, aquele pago ao trabalhador a título
de indenização, devido à realização de uma atividade penosa que causa pena, trabalho
árduo, que embora não cause efetivo dano à saúde do trabalhador, possa tornar sua
atividade profissional mais sofrida ou seja, que é árdua e incômoda, sem causar dano
efetivo à saúde do colaborador. Esse benefício só seria devido ao trabalhador que não
recebe nenhum outro adicional.
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O adicional de penosidade encontra-se previsto no artigo 7º, inciso XXIII,
da Constituição da República, o qual foi inserido juntamente com o adicional de
insalubridade e periculosidade.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...) XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
São consideradas atividades penosas àquelas que envolvem:
• Esforço físico intenso;
• Confinamento ou isolamento;
• Contato com substâncias ou situações repugnantes e cadáveres;
• Esforço repetitivo ou muito intenso (como levantamento de cargas);
• Posturas incômodas e/ou fatigantes;
• Atendimento de pessoas que precisam de primeiros-socorros, em situações
que acarretem desgaste psicológico;
• Captura e sacrifício de animais.
Diz o artigo 7º e inciso XXIII da Constituição Federal que “são direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais... adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei” (grifados).
Como se sabe, essa lei não foi feita ainda, quase 28 anos depois de promulgada
a Constituição Federal, e, por isso, salvo o disposto em instrumentos coletivos de trabalho,
as empresas não pagam adicional de penosidade, argumentando, ainda, que não se sabe o
que é trabalho penoso.
Diz a doutrina médica que trabalho penoso é o trabalho desgastante para a
pessoa humana, é o tipo de trabalho que, por si ou pelas condições em que exercido, expõe
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o trabalhador a um esforço além do normal para as demais atividades e provoca desgaste
acentuado no organismo humano. É o trabalho que, pela natureza das funções ou em razão
de fatores ambientais, provoca uma sobrecarga física e/ou psíquica para o trabalhador. É
próprio de algumas das atividades do trabalhador rural e também na área urbana. Exemplo:
cortador de cana que, em jornadas normalmente superiores a oito horas por dia, em altas
temperaturas e exposto a um sol escaldante, se ativa em contato direto com o pelo da cana,
quando crua, ou com o insuportável pó, quando queimada, além do contato direto com
muitos tipos de agentes físicos, químicos e biológicos e com animais peçonhentos.
Registre-se que não existe lei conceituando e regulamentando o trabalho penoso
e o adicional devido ao trabalhador. Essa regulamentação poderá ser feita de forma
genérica pela lei ou, pontualmente, para determinada categoria profissional, grupo ou classe
de trabalhadores, por meio de negociação coletiva, o que seria o ideal.
O que leva ao pagamento do adicional carece de regulamentação na CLT e
criação de normas relacionadas.
OBS: O trabalhador pode receber insalubridade e periculosidade ao mesmo
tempo?
Não! Segundo a NR 16 os adicionais não são cumulativos. No caso de acontecer
no mesmo ambiente insalubridade e periculosidade o empregado poderá escolher o
adicional devido (NR 16, item 16.2.1).
Se o empregado não quiser escolher é recomendado que o empregador procure
o sindicato ou o Ministério do Trabalho e Emprego para a escolha e documentação do
adicional devido.
Somente a justiça pode obrigar o pagamento cumulativo. Existe até projeto de lei
tentando criar a obrigatoriedade do pagamento cumulativo dos dois adicionais.
O ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Trata-se de adicional devido ao
trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas
atividades em condições perigosas. A palavra perigoso é originária do latim
(periculosu) e significa a situação em que há perigo, que causa ou ameaça perigo,
situações em que pode ocorrer perigo de vida. A palavra periculosidade significa a
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qualidade ou o estado de perigoso, caracterizando o adicional já mencionado. O
conceito legal de periculosidade (para explosivos e inflamáveis) é dado pelo art. 193
da CLT: “Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza
ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou
explosivos em condições de risco acentuado.” É a Norma Regulamentadora n. 16 —
“NR-16 — Atividades e Operações Perigosas” — da Portaria n. 3.214/78, e somente ela
(explosivos e inflamáveis), que rege todo o trabalho a ser desenvolvido pelos peritos
no levantamento e na comprovação da existência ou não desse adicional do ponto de
vista puramente técnico, por meio da avaliação quantitativa e/ou qualitativa. O Anexo*
(chamado de anexo asterisco) foi acrescentado pela Portaria n. 3.393, de 17 de
dezembro de 1987, à Norma Regulamentadora n. 16, na qual instituiu o adicional de
periculosidade também para as atividades e operações desenvolvidas na presença de
radiações ionizantes e substâncias radioativas em áreas de risco definidas no quadro.
Esse instrumento é considerado ilegal por alguns profissionais do meio jurídico, mas
o trabalho do perito é estritamente técnico; ele deve respeitar a existência desse
anexo e executar o seu trabalho integralmente, deixando para o juiz definir se é legal
ou não. Já para o enquadramento das atividades ou operações desenvolvidas em
contato com a energia elétrica, é o Decreto n. 93.412, de 14 de outubro de 1986, que
revogou o Decreto n. 92.212, de 26 de dezembro de 1985, e regulamentou a Lei n.
7.369, de 20 de setembro de 1985, que dita as diretrizes a serem respeitadas pelos
peritos.
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) decidiu que o trabalhador não poderá
acumular os adicionais por insalubridade e periculosidade. Quem tiver direito aos dois, terá
de escolher um ou outro. A decisão deve resolver uma questão polêmica da legislação
trabalhista.
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) vetou a possibilidade de acumulação dos
adicionais por insalubridade e periculosidade. Como a legislação já previa, o trabalhador
deverá escolher pelo mais benéfico para ele.
Trabalhador deve escolher um ou outro. Os adicionais por periculosidade e por
insalubridade são diferentes e incidem de formas distintas. A decisão do TST serve para
quem teria direito aos dois.
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Periculosidade: concedido aos profissionais expostos a riscos de vida, como
quem trabalha com explosivos ou segurança pessoal e patrimonial. Corresponde a 30% do
salário nominal (ou seja, do quanto o empregado recebe)
Insalubridade: concedido a profissionais expostos a agentes nocivos à saúde,
como produtos químicos ou excesso de sol ou barulho. Pode ser de 10%, 20% ou 40%
(dependendo do grau de risco) do salário mínimo vigente na região
O Meio Ambiente do Trabalho é constituído pelo ambiente local, no qual as
pessoas desenvolvem as suas atividades laborais, remuneradas ou não remuneradas, “cujo
equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que
comprometam a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da
condição que ostentem”.
O Meio Ambiente do Trabalho é conceituado diversamente do Direito Ambiental
no que tange as divisões didáticas. Está interligado cotidianamente ao ser humano
trabalhador de forma imediata e direta, em sua atividade laboral quando executada em
benefício de outrem, por isso, trata-se de um conceito amplo.
As leis de proteção ao Meio Ambiente do Trabalho, são destinadas diretamente
à proteção do trabalhador no seu ambiente de trabalho, o qual deverá participar também do
controle e da fiscalização dos produtos perigosos, competindo ao SUS colaborar na
proteção do meio ambiente do trabalho, reduzindo, assim, os riscos inerentes através das
normas rígidas de segurança, higiene e saúde.
O local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam
remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de
agentes que comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores,
independentemente da condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores
de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos, etc.)”.
O meio ambiente laboral é o lugar onde as pessoas passam uma parcela
considerável de suas vidas. Os efeitos das atividades desenvolvidas transcende a esfera de
trabalho atingindo diretamente as demais áreas de convivência e à qualidade de sua vida.
Desse modo, torna-se imprescindível voltar o olhar para a importância de ser-lhe dada tutela
jurídica, a fim garantir condições mínimas de dignidade para o bom desempenho do
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trabalho, devendo ser desenvolvido de forma hígida e salubre, visando à incolumidade física
e psíquica daquele que labora.
Percebe-se que o conceito de meio ambiente do trabalho, excede os limites
estático do espaço geográfico interno do local destinado à execução das tarefas, alcança
também o local da residência do trabalhador e o meio ambiente urbano, conforme cita Júlio
César de Sá da Rocha:
O meio ambiente do trabalho caracteriza-se, pois, como a soma das influências
que afetam diretamente o ser humano, desempenhando aspecto chave na prestação e
performance do trabalho. Pode-se, simbolicamente, afirmar que o meio ambiente de
trabalho constitui o pano de fundo das complexas relações biológicas, psicológicas e sociais
a que o trabalhador está submetido.
A tutela do Meio Ambiente do Trabalho está contida na Constituição Federal nos
artigos 225 e 200, inciso VIII:
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
O artigo 7º da carta constitucional também traz disposição acerca do Meio
Ambiente do Trabalho:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
Na esfera infraconstitucional, são muitas as leis e normas que tutelam a proteção
do trabalhador no ambiente de trabalho. Entre elas a Consolidação das Leis Trabalhistas,
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que contem disposições gerais, além de normas técnicas, portarias do Ministério do
Trabalho, programas, etc., estas específicas para cada tipo de atividade laboral.
Dentre os regramentos da CLT que regulam a segurança do trabalhador,
destacam-se os seguintes:
Art. 157 - Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e
em medicina do trabalho.
Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA -, de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho,
nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.
Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a
composição e o funcionamento das CIPAs.
Ainda, a CLT, no seu artigo 161, estabeleceu duas sanções pelo
descumprimento das normas de segurança do trabalho pelo empresário/empregador: a
interdição da empresa ou o embargo da obra.
Preceitua o artigo 161 da Consolidação das Leis Trabalhistas:
Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço
competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando
na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão
ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às
medidas determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.
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§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente
da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por
entidade sindical.
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados
recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria
de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao
recurso.
§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem,
após determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o
prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.
§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo
técnico do serviço competente, poderá levantar a interdição.
§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou
embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.
Na atualidade, cresce a degradação irracional ao meio ambiente, especialmente
o natural, atingindo negativamente a qualidade de vida das pessoas e causando riscos as
futuras gerações.
Diante dessa realidade, torna-se curial a análise da questão ambiental sob a
ótica do meio ambiente do trabalho, por ser tema de profunda discussão e importância
devido ter-lhe sido concedido tratamento singular, abrangente e ter sido elevado a direito
fundamental pela Constituição Federal de 1988.
O meio ambiente do trabalho faz parte de um mercado econômico que visa a
obtenção de altas taxas de produtividade respaldado pelas inovações tecnológicas, onde
precipuamente se busca a obtenção do lucro, não importando, muitas vezes, que a
dignidade da pessoa humana do trabalhador seja arbitrariamente sacrificada.
Os impactos negativos causados pelo labor em condições degradadas e
insalubres afetam diretamente a vida do trabalhador, e por consequência, o seio familiar
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além de influenciar sobre toda a sociedade, ocasionando problemas das mais variadas
ordens.
Observa-se, que o conceito é amplo e sua finalidade é propiciar maior alcance
da norma evitando-se que inúmeras situações ficassem excluídas de proteção jurídica.
A norma de proteção ao meio ambiente do trabalho têm por objetivo resguardar
o trabalhador e sua saúde, garantindo seu desenvolvimento enquanto pessoa humana,
amparado pelo valor social do trabalho, propiciando-lhe meios dignos para o bom
desempenho de suas funções.
O Meio Ambiente do Trabalho está inserido no Meio Ambiente, e para melhor
compreendê-lo primeiramente é necessário analisar em que consiste o meio ambiente.
Legalmente, o meio ambiente foi definido pela Lei nº 6.938/91, artigo 3º, inciso I,
que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente – o qual prescreve que "meio ambiente é
o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas".
A definição é vasta, e coaduna perfeitamente com o texto Constitucional descrito
no artigo 225, cujo teor concede tutela ao meio ambiente compreendido pela doutrina pátria
como natural, artificial, cultural e do trabalho, conferindo a todos o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
O trabalho humano foi elevado ao alto nível de proteção pela Magna Carta de
1988, que priorizou o homem em detrimento dos meios de produção, ou seja, o homem não
é uma máquina de trabalho, não foi feito para o trabalho, mas o trabalho foi criado para a
satisfação humana.
Não esquecer as condições laborais influenciam na qualidade de vida do
trabalhador e está diretamente relacionada à sua saúde, pois é no ambiente laboral que
passa a maioria do tempo de sua existência e, por causa disso, é necessário dispor de um
sistema constitucional que garanta direitos a essa parcela da sociedade.
Ressalte-se, que o meio ambiente do trabalho está enquadrado na seara do
Direito do Trabalho e do Direito Ambiental, porém os bens juridicamente protegidos são
distintos.
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O Direito do Trabalho visa proteger as relações jurídicas no âmbito da relação
contratual no que tange ao empregado e empregador, enquanto que, o direito Ambiental
busca resguardar a proteção do ser humano trabalhador em desfavor de qualquer meio de
degradação e poluição desregrada do meio ambiente onde exerce suas atividades
rotineiramente.
A proteção jurídica dispensada ao meio ambiente foi esparsamente tratada em
diversos dispositivos da Carta da República. Atualmente, reconhecido está, que uma das
formas inafastáveis de resguardo da vida humana e de sua qualidade, encontra-se na
devida proteção ao meio ambiente:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
O enfoque constitucional, sinaliza para o alcance da saúde do trabalhador, mas
igualmente aponta para a integração do homem dignificado e jubiloso com o exercício de
sua atividade, que possui suas aptidões e aspirações, que almeja qualidade de vida, e
deve primeiramente ser colocado como elemento da proteção do Estado.
Desse modo, é indiscutível que a intenção do legislador aponta para a
convergência de um ponto comum entre o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado e os direitos trabalhistas, ao vislumbrar que as mesmas condutas lesivas ao
trabalhador podem, do mesmo modo, causar danos ambientais em lugares diversos do
ambiente de trabalho.
O dano ambiental é um problema que atinge toda a sociedade, é uma lesão que
alcança os seres humanos indistintamente e na sua totalidade, por isso é vital a
necessidade de intervenção do Poder Público, de forma integrada na defesa e prevenção,
pois conforme reza a Constituição Federal:
O dever de segurança e adequação do meio ambiente do trabalho, é um dos
importantes e fundamentais direitos do trabalhador. Constitui direito difuso fundamental,
havendo uso incorreto, quem sofre seus efeitos maléficos é toda sociedade, que contribui
com os custos da Previdência Social.
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Sendo assim, os princípios e regras preconizados na Constituição transpõe a
esfera de um conjunto de normas organizativas, mas determina valores que por sua
natureza, possuem igualmente, sua própria força normativa.
Portanto, a proteção ambiental é alçada ao topo do ordenamento, recebendo
atenção especial e, um dos efeitos benéficos disso, é que, como direito fundamental, recebe
imediata aplicabilidade.
O artigo 170, caput, inciso VI, da Carta Maior, complementa esse raciocínio,
prescrevendo que a ordem econômica e o exercício da livre iniciativa devem ter como
fundamentos a defesa do meio ambiente e a valorização do trabalho humano, devendo
promover a todos a existência digna, tendo como parâmetro os moldes da justiça social.
Constitucionalmente, o direito ao meio ambiente e o meio ambiente do trabalho
estão interligados pelos valores que permeiam o princípio da dignidade humana. Sendo
assim, o trabalhador não é um instrumento de produção, devendo ser-lhe conferido o devido
respeito como pessoa e a finalidade do trabalho deve ser o pleno desenvolvimento da
identidade do trabalhador, servindo de espaço para construção de sua identidade e bem-
estar.
Desse modo, de forma eficaz e na sua totalidade o princípio da dignidade da
pessoa humana deve ser aplicado, não como manifestação de boa vontade, mas com
significado de normatividade e cogência, garantindo a dignidade daquele que labora
contribuindo para o desenvolvimento da nação, enaltecendo o valor social do trabalho.
RESUMINHO - A terminologia “meio ambiente do trabalho” colocada pela Carta
Magna, evidencia que o objetivo maior é a tutela ambiental trabalhista, não encontrando
limites de caráter empregatício, mas visa a promoção da columidade e salubridade do
trabalhador, sendo indiferente a atividade, o lugar ou a pessoa que exerça o labor.
Constitucionalmente, a proteção ao meio ambiente de trabalho denota a defesa
da humanização do trabalho, não tendo como eixo central o ponto de vista econômico
interligado a atividade laboral, mas preocupa-se com a finalidade do trabalho e seus
possíveis reflexos na qualidade de vida e identidade do trabalhador, além de abranger os
direitos humanos deste, possuindo como fundamento para sua efetividade a garantia desse
direito fundamental.
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A ordem econômica deve promover efetivamente à justiça social, e, para que
isso ocorra, é necessário que a livre concorrência e a defesa do meio ambiente estejam em
harmonia e fundamentado no princípio da dignidade da pessoa humana, oferecendo um
meio ambiente de trabalho equilibrado como espaço de promoção do bem-estar do
trabalhador.
Meio ambiente de trabalho é o espaço onde as pessoas exercem rotineiramente
suas atividades laborais. O equilíbrio desse ambiente depende da salubridade do espaço e
da ausência de agentes que afetem a segurança e saúde física e psíquica do trabalhador.
Um meio ambiente de trabalho saudável é um direito fundamental do trabalhador brasileiro
e, nesse sentido, garantir a segurança e adequação do local é um dever do empregador.
Entre os problemas mais comuns que degradam o meio ambiente de trabalho,
podemos destacar instalações inadequadas, ausência de isolamento térmico, falta de
controle da qualidade do ar, presença de partículas de produtos químicos e poeira, ruídos e
vibrações excessivas, condições sanitárias precárias, iluminação e ventilação deficientes,
falta de Equipamentos de Proteção Individual adequados, entre outros fatores que podem
comprometer a saúde dos trabalhadores.
Meio ambiente de trabalho: direitos do colaborador
De acordo com a Constituição Federal, a redução de riscos inerentes ao trabalho
por meio de normas de higiene e segurança é um direito do funcionário. Por isso,
profissionais que são submetidos a atividades penosas, insalubres ou perigosas devem
receber o adicional de insalubridade e/ou periculosidade.
Um meio de ambiente de trabalho saudável e seguro melhora o nível de
produtividade, além de reduzir os custos da empresa com multas e processos trabalhistas e
impactar positivamente as contas da previdência social — uma vez que contribui para a
redução dos pedidos de auxílio-doença e aposentadorias por invalidez. O sistema público de
saúde também apresenta a redução de internações e tratamentos das vítimas de acidentes
de trabalho.
Para melhorar a qualidade do meio ambiente de trabalho, é imprescindível que
as autoridades públicas reforcem a fiscalização e penalizem com mais rigor as empresas
que não cumprem leis e normas sobre saúde e segurança no trabalho. À classe
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trabalhadora, cabe a tarefa de participar efetivamente das comissões internas de prevenção
de acidentes no meio ambiente de trabalho.
OBS: A perícia de insalubridade e periculosidade é necessária para a
garantia do direito à segurança e à saúde no trabalho, a qual será realizada por um perito.
Ele irá verificar o nexo causal entre a efemeridade e as condições do trabalho que possam
ter contribuído direta ou indiretamente para o surgimento de determinado quadro clínico.
Com o passar do tempo e desenvolvimento da sociedade, o trabalho foi capaz,
muitas vezes, de causar danos à saúde dos trabalhadores. Por isso, o trabalhador exposto à
certas situações que ocasiona-lhe enfermidades, pode receber o adicional de insalubridade
e periculosidade.
Quando o trabalhador é exposto à situações no ambiente do trabalho que
causou algum dano à sua saúde e solicita o adicional de insalubridade, a verificação é feita
pelo perito, nomeado pelo juiz. Além disso, a empresa também pode contratar um perito. No
caso, ele é chamado de assistente técnico.
De acordo com o Capítulo XII do Código de Processo Civil (CPC) de 2015, o
trabalho do perito deve envolver o estabelecimento e interpretação dos fatos e comprovação
das evidências. Esse parecer deve ser feito através de um laudo pericial.
Para a elaboração desse laudo, o perito deverá fazer uma visita a empresa e
colher as informações necessárias que podem servir como provas pertinentes ao caso, pois
é nesse momento que ocorre a produção de provas. É importante lembrar que a vistoria
deve ser feita com aviso prévio e deve constar nos autos do processo. Ao fim da vistoria, o
perito deve responder às perguntas das partes, que são os chamados quesitos.
Podem ocorrer casos em que o reclamante pede insalubridade ou
periculosidade, porém a empresa não existe mais.
Nesse caso, quando chegar o momento de realizar a perícia, o perito deverá
procurar o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da empresa para tentar
averiguar a insalubridade e periculosidade.
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Se não for possível, o perito deve ir com o reclamante e o representante da parte
reclamada a uma empresa similar e questionar as duas partes para tentar caracterizar de
maneira fiel ao ambiente daquela empresa e concluir se havia ou não insalubridade e
periculosidade.
Embora a prática não seja muito usual, o advogado pode acompanhar a perícia
de insalubridade no local de trabalho. Afinal, todos os atos processuais são públicos.
Entretanto, há casos de perícia médica onde não é possível o advogado
acompanhar o seu cliente no momento em que o médico estará examinando o periciando
Dúvidas estou à disposição.
Bons Estudos!!! Prof.ª Filomena Oliveira.