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Contabilidade Geral, Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis Curso Regular – Teoria e Exercícios – Foco na Cesgranrio Prof. Moraes Junior Prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 00 – Aula Demonstrativa Tudo bem? Está pronto(a) para estudar Contabilidade Geral, Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis com foco na Fundação Cesgranrio? Antes de explicar como o curso foi montado gostaria de fazer uma breve apresentação: sou Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, aprovado em 5 o lugar para as Unidades Centrais no concurso de 2005, e trabalho na Coordenação-Geral de Fiscalização. Além disso, durante 17 anos trabalhei na Marinha da Brasil como Oficial (onde me graduei em Ciências Navais, ênfase em Eletrônica, na Escola Naval, e Engenharia Elétrica, ênfase em Telecomunicações, na Universidade de São Paulo) e trabalhei 1 ano no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), como assessor da presidência. É isso! Agora, vamos ao que interessa! O curso foi montado a partir de editais da Cesgranrio publicados de 2010 a 2012 e engloba o conteúdo programático de Contabilidade Geral, Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis cobrado nesses editais. Este curso é voltado para os seguintes cargos, dentre outros, com editais da Cesgranrio: 1. Contador Júnior-Transpetro 2. Contador Júnior-Petrobras 3. Profissional Básico–Contabilidade–BNDES 4. Profissional Júnior–Ciências Contábeis–Petrobras Distribuidora 5. Analista–Contabilidade-Finep O formato do curso será o seguinte: em cada aula, desenvolverei o assunto (parte teórica) e colocarei exercícios comentados ou exemplos ao longo da teoria, para fixação do conteúdo. Ao final, resolverei exercícios sobre os assuntos tratados na aula com foco em questões da Cesgranrio. Ou seja, o curso será de teoria e exercícios comentados. Caso, em algum assunto, não tenha questões suficientes da Cesgranrio, resolverei questões de outras bancas. O conteúdo programático será (as aulas serão publicadas todas as sextas- feiras): Aula Conteúdo 00 Contabilidade Societária: O processo de convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais de contabilidade. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Agenda conjunta CPC e CVM. Introdução: Estrutura conceitual para elaboração das demonstrações contábeis. 01 Continuação: Estrutura conceitual para elaboração das demonstrações contábeis. 02 Apresentação do Balanço Patrimonial Práticas contábeis, mudança nas estimativas e correção de erros. Eventos subsequentes. Ativo Imobilizado.

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Aula 00 – Aula Demonstrativa Tudo bem? Está pronto(a) para estudar Contabilidade Geral, Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis com foco na Fundação Cesgranrio? Antes de explicar como o curso foi montado gostaria de fazer uma breve apresentação: sou Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, aprovado em 5o lugar para as Unidades Centrais no concurso de 2005, e trabalho na Coordenação-Geral de Fiscalização. Além disso, durante 17 anos trabalhei na Marinha da Brasil como Oficial (onde me graduei em Ciências Navais, ênfase em Eletrônica, na Escola Naval, e Engenharia Elétrica, ênfase em Telecomunicações, na Universidade de São Paulo) e trabalhei 1 ano no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), como assessor da presidência. É isso! Agora, vamos ao que interessa! O curso foi montado a partir de editais da Cesgranrio publicados de 2010 a 2012 e engloba o conteúdo programático de Contabilidade Geral, Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis cobrado nesses editais. Este curso é voltado para os seguintes cargos, dentre outros, com editais da Cesgranrio:

1. Contador Júnior-Transpetro 2. Contador Júnior-Petrobras 3. Profissional Básico–Contabilidade–BNDES 4. Profissional Júnior–Ciências Contábeis–Petrobras Distribuidora 5. Analista–Contabilidade-Finep

O formato do curso será o seguinte: em cada aula, desenvolverei o assunto (parte teórica) e colocarei exercícios comentados ou exemplos ao longo da teoria, para fixação do conteúdo. Ao final, resolverei exercícios sobre os assuntos tratados na aula com foco em questões da Cesgranrio. Ou seja, o curso será de teoria e exercícios comentados. Caso, em algum assunto, não tenha questões suficientes da Cesgranrio, resolverei questões de outras bancas. O conteúdo programático será (as aulas serão publicadas todas as sextas-feiras):

Aula Conteúdo 00

Contabilidade Societária: O processo de convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais de contabilidade. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Agenda conjunta CPC e CVM. Introdução: Estrutura conceitual para elaboração das demonstrações contábeis.

01 Continuação: Estrutura conceitual para elaboração das demonstrações contábeis. 02

Apresentação do Balanço Patrimonial Práticas contábeis, mudança nas estimativas e correção de erros. Eventos subsequentes. Ativo Imobilizado.

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Ativo Intangível. Ativos e passivos contingentes.

03 Critérios de Avaliação dos Ativos e Passivos. 04 Reconhecimento, mensuração e evidenciação de instrumentos financeiros.

Arrendamento mercantil. 05 Ajuste a valor presente de direitos e obrigações.

Redução ao valor recuperável de ativos. 06 Demonstração do Resultado. 07 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Destinação de resultado. 08 Demonstração dos Fluxos de Caixa (Método Direto e Indireto). 09 Demonstração do Valor Adicionado. 10

Fusão, cisão e incorporação de empresas. Avaliação e contabilização de investimentos societários no país e no exterior. Reconhecimento de ágio e deságio em subscrição de capital. Operações com joint-ventures. Consolidação de demonstrações contábeis.

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Efeitos nas mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis. Registro e divulgação de operações com partes relacionadas. Subvenções para investimento e assistência governamental.

12 Grandes manutenções (paradas programadas). Capitalização dos encargos financeiros. Custo dos empréstimos, inclusive custos de transação. Operações descontinuadas.

13 Efeitos inflacionários sobre o patrimônio das empresas. Benefícios a empregados pós-emprego. Evidenciação contábil dos aspectos ambientais.

14 Análise econômico-financeira. 15

Tributos: conhecimentos básicos Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição social sobre o lucro. Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Participações governamentais. Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE. Regime Tributário de Transição (RTT) - Lei nº 11.941/09. Legislação do ISS. Contribuição Previdenciária (legislação, alíquotas, base de cálculo e apuração). Reconhecimento do Imposto de Renda corrente e diferido. Importações e exportações (noções básicas).

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Sistema Público de Escrituração Digital - SPED Contábil e Fiscal: Legislação aplicável, Objetivos. Implicações, Pessoas jurídicas obrigadas, Usuários das Informações, Livros abrangidos, Plano de Contas Referencial e Prazos.

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Encare o estudo de Contabilidade Geral, Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis como uma preparação para uma competição de natação (ou uma corrida, se preferir). Veja abaixo: Primeira fase: Aprender os conceitos da matéria (Na natação, você começaria a aprender as técnicas dos nados – crawl, costas, peito e borboleta). Segunda fase: Ver os exercícios resolvidos ao longo do capítulo para aprender a técnica de resolução (Na natação, começaria a treinar mais pesado, aumentando a intensidade). Terceira fase: Fazer os exercícios de fixação, para treinar, efetivamente, para a prova (Na natação, você começaria a marcar seus tempos nas distâncias que irá competir). Quarta fase: Estudar a resolução dos exercícios de fixação, para verificar os seus acertos e erros. Se possível, repita a resolução das questões que errou, veja os conceitos que não aprendeu, retorne à parte teórica da aula e leia novamente (Na natação, seria hora de aprimorar a técnica, para diminuir aqueles segundos que faltam para bater um recorde). É isso! Nesse curso, você é o nadador (ou o corredor) em busca da medalha de ouro, que é a aprovação em um concurso público. Estou aqui para te ajudar a aprender a matéria e passar no concurso. Espero que este curso possa, efetivamente, te ajudar na preparação de Contabilidade Geral, Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis, e na consequente conquista da tão sonhada vaga no serviço público. Mais um detalhe importantíssimo! Quando você tiver alguma dúvida, mesmo que você ache que essa dúvida é UHMSB (“ultra hiper mega super básica”), não deixe de colocar no fórum de dúvidas do curso. Não deixe as dúvidas para a hora da prova, pois não haverá fóruns ☺. Finalmente, gostaria de salientar: NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS. Deus nos deu o livre arbítrio para que possamos determinar nosso destino. Se você deseja ser aprovado em um concurso público, lute por isso, faça com dedicação, com sacrifício, sempre visando ao seu objetivo. Desta forma, você conseguirá ser aprovado!

Prof. Moraes Junior [email protected] Novembro/2012

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Conteúdo

0. Introdução ................................................................................................................................ 5

0.1. Estrutura e órgãos que emitem e interpretam as normas contábeis nacionais e internacionais. ........................................................................................................ 5

0.1.1. Financial Accounting Standards Board (FASB), International Financial Reporting Standard (IFRS) e International Accounting Standard Board (IASB) . 5

0.1.2. Conselho Federal de Contabilidade (CFC) ......................................................... 8

0.1.3. Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) ................................................. 8

0.1.4. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ........................................................... 10

0.1.5. Comitê Gestor da Convergência no Brasil ....................................................... 11

0.2. As mudanças na legislação societária brasileira e a convergência ao IFRS no Brasil e no mundo. .................................................................................................... 12

0.3. Conceito e Objetivo ...................................................................................................... 17

0.4. Objeto ................................................................................................................................ 19

0.5. Campo de Atuação ....................................................................................................... 20

0.6. Estrutura Conceitual da Contabilidade ................................................................. 21

0.6.1. Introdução ........................................................................................................................ 21

0.6.2. Premissa Subjacente .................................................................................................... 25

0.6.2.1. Continuidade ........................................................................................................... 25

0.7. Importante para a Prova ........................................................................................... 27

0.8. Exercícios de Fixação .................................................................................................. 29

0.9. Resolução dos Exercícios de Fixação .................................................................... 32

Bibliografia ..................................................................................................................................... 37

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0. Introdução

0.1. Estrutura e órgãos que emitem e interpretam as normas contábeis nacionais e internacionais.

Vamos começar o curso com o estudo das características principais dos seguintes órgãos: - International Financial Reporting Standard (IFRS); - Financial Accounting Standards Board (FASB) - International Accounting Standard Board (IASB); - Conselho Federal de Contabilidade (CFC); - Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC); - Comissão de Valores Mobiliários (CVM); e - Comitê Gestor de Convergência no Brasil.

0.1.1. Financial Accounting Standards Board (FASB), International Financial Reporting Standard (IFRS) e International Accounting Standard Board (IASB)

O Securities and Exchange Commission (SEC) é um órgão regulador para proteção ao investidor e foi criado em 1934, em virtude, entre outras coisas, da inexistência de uma normatização contábil de qualidade com aplicação obrigatória. O SEC reconhece a Financial Accounting Standards Board (FASB), criada em 1973, com entidade responsável pela emissão dos pronunciamentos contábeis que devem ser adotados pelas empresas nos Estados Unidos da América. Em 1961, foi criado um grupo de estudos contábeis para prestar assessoria às autoridades da Europa. Este grupo cresceu e, em 1973, se transformou no International Accounting Standard Committe (IASC), que foi o resultado de um compromisso assinado por Austrália, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Irlanda, Japão e México. Praticamente três décadas depois, no dia 1o de abril de 2001, o IASC transformou-se no International Accounting Standard Board (IASB), com sede em Londres. A Fundação International Financial Reporting Standard (IFRS) é uma entidade independente sem fins lucrativos que trabalha pelo interesse público. Seus principais objetivos são: - desenvolver, no interesse público, um conjunto de normas contábeis globais de alta qualidade, inteligíveis e exequíveis, que exijam informações de alta qualidade, transparentes e comparáveis nas demonstrações contábeis e em outros relatórios financeiros, para ajudar os participantes do mercado de capital e outros usuários em todo o mundo a tomar decisões econômicas;

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- promover o uso e aplicação rigorosa dessas normas; e - promover a convergência entre as normas contábeis locais e as Normas Internacionais de Contabilidade de alta qualidade. Epa, epa, epa, professor! Que história é essa de convergência? Essa palavra representa a ideia de “movimento em direção a”, ou seja, é um processo de alcance de uma padronização e de uma harmonização das normas locais (dos países) com as normas internacionais. Há que se ressaltar que os pronunciamentos IFRS não são obrigatórios. Os pronunciamentos são uma referência técnica facultativa para facilitar a interpretação das informações contábeis por parte dos usuários da informação contábil. Até aqui, tudo bem, mas qual é a estrutura da Fundação IFRS? Destacam-se, na Fundação IFRS, os curadores, o colegiado do IASB, o conselho assessor de padrões e o comitê de interpretações IFRS. Os curadores são os membros responsáveis pela governança da Fundação IFRS e pela aplicação rigorosa das normas IFRS, mas não se envolvem com questões técnicas relativas aos padrões internacionais. A responsabilidade sobre as questões técnicas é dos membros do colegiado do IASB. Os curadores são escolhidos por sua representatividade nos mercados de capitais mundiais. São 22 curadores escolhidos da seguinte forma: seis curadores da América do Norte, seis curadores da Europa, seis curadores da Ásia/Oceania, um da América do Sul, um da África, e dois curadores de qualquer outra área. O IASB é um colegiado de definição de normas pertencente à Fundação IFRS e é um órgão internacional e independente que, atualmente, estuda os padrões contábeis mundiais, visando a estabelecer uma harmonização de procedimentos válida para os países membros. Atualmente, o IASB é composto por 16 membros indicados pelos curadores, e possui os seguintes objetivos: - Desenvolver e publicar as normas IFRS, incluindo as normas IFRS para as pequenas e médias empresas; e - Aprovar as Interpretações dos IFRS realizadas pelo Comitê de Interpretações do IFRS. Todas as reuniões do IASB são abertas ao público. Em cumprimento as suas obrigações para a definição das normas internacionais, o IASB adota um procedimento completamente transparente no processo de discussão e aprovação das referidas normas.

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O comitê de interpretações IFRS é o setor do IASB composto por 14 membros nomeados pelos curadores, deverá, entre outras coisas, interpretar a aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade, publicar as minutas de interpretações para comentários do público, informar os dados ao colegiado e obter dele a aprovação para as interpretações finais. O conselho assessor de padrões, também com membros nomeados pelos curadores, deverá, entre outras coisas, fazer recomendações ao colegiado da agenda e prioridades do trabalho e fazer recomendações ao comitê ou aos curadores. Já caiu em prova! (Profissional Junior-Ciências Contábeis-Petrobras-2008-Cesgranrio) No entendimento de autores e pensadores da Contabilidade, a principal razão para haver a harmonização dos padrões contábeis internacionais é (A) padronizar os procedimentos contábeis de forma universal. (B) reduzir custos por permitir registros únicos em vários países. (C) permitir a comparabilidade das informações. (D) unificar os impostos cobrados nos diversos países. (E) unificar os princípios fundamentais de contabilidade. A principal razão para haver a harmonização dos padrões contábeis internacionais é permitir a comparabilidade das informações. A alternativa “c” é a correta. Já caiu em prova! (Ciências Contábeis-Bndes-2008-Cesgranrio) Qual o órgão internacional e independente que, atualmente, estuda os padrões contábeis mundiais, visando a estabelecer uma harmonização de procedimentos válida para os países membros? (a) FASB – Financial Accounting Standards Board. (b) IOSCO – International of Securities Comission. (c) IASB – International Accounting Standards Board. (d) IFAC – International Federation of Accoutants. (e) OECD – Organization for Economic Cooperation and Development. IASB ⇒ órgão internacional e independente que, atualmente, estuda os padrões contábeis mundiais, visando a estabelecer uma harmonização de procedimentos válida para os países membros. A alternativa “c” é a correta.

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0.1.2. Conselho Federal de Contabilidade (CFC) O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi criado pelo Decreto-Lei no 9.295/46 e suas principais funções são: - fiscalizar, em conjunto com os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) o exercício da profissão contábil, assim entendendo-se os profissionais habilitados como contadores e técnicos de contabilidade; - organizar o seu Regimento Interno; - aprovar os Regimentos Internos organizados pelos Conselhos Regionais modificando o que se tornar necessário, a fim de manter a respectiva unidade de ação; - tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais e dirimi-las; - decidir, em última instância, recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais; - publicar o relatório anual de seus trabalhos, em que deverá figurar a relação de todos os profissionais registrados; e - regular acerca dos princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada; e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional. Essa última atribuição (Regular acerca dos princípios contábeis) foi incluída pela Lei no 12.249/10. O CFC será constituído por 1 (um) membro efetivo de cada Conselho Regional de Contabilidade e respectivo suplente, eleitos na forma da legislação vigente. 0.1.3. Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado em 2005, por meio da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no 1.055/05 e é composto pelas seguintes entidades: - ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas; - APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais; - BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; - CFC – Conselho Federal de Contabilidade; - IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; - FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras.

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Por aprovação de 3/4 (três quartos) das entidades representadas no CPC, outras entidades ou instituições vinculadas a contadores, auditores, analistas de investimentos ou de Demonstrações Contábeis, relacionadas ao mercado financeiro, em geral, ou ao mercado de capitais, em particular, bem como representantes de universidades que possuam cursos de Contabilidade, reconhecidos como de alta qualidade ou institutos de pesquisas na área contábil vinculado a universidades que mantenham tais cursos, poderão vir a ser convidadas a integrar o CPC, assim como poderão ser excluídas do CPC, observada a manutenção de equilíbrio entre os setores nele representados. Atualmente, são membros permanentemente convidados para as reuniões do CPC: - Comissão de Valores Mobiliários (CVM); - Banco Central (BACEN); - Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); - Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); - Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN); e - Confederação Nacional da Indústria (CNI). O objetivo do CPC é o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira (CFC, CVM, Susep e Bacen, por exemplo), visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

É atribuição do CPC estudar, pesquisar, discutir, elaborar e deliberar sobre o conteúdo e a redação de Pronunciamentos Técnicos. Além disso, o CPC poderá emitir Orientações e Interpretações, sendo que todos poderão ser consubstanciados em Norma Brasileira de Contabilidade pelo CFC e em atos normativos pelos órgãos reguladores brasileiros, visando dirimir dúvidas quanto à implementação desses Pronunciamentos Técnicos. A aprovação dos Pronunciamentos Técnicos, das Orientações e de suas Interpretações dar-se-á, em conformidade com o regulamento interno, mas sempre por, no mínimo, 2/3(dois terços) dos seus membros.

O CPC deverá submeter à audiência pública as minutas dos Pronunciamentos Técnicos e, nesse processo, consultará outras entidades e/ou instituições, como: Secretaria da Receita Federal, agências reguladoras, associações ou institutos profissionais, associações ou federações representativas da indústria, do comércio, da agricultura, do setor financeiro, da área de serviços, de investidores, instituições de ensino e/ou de pesquisa de Contabilidade e outras que tenham interesse direto nas questões definidas nos objetivos do CPC.

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O CPC elegerá, dentre seus membros, 4 (quatro) Coordenadores, a saber: Coordenador de Operações, Coordenador de Relações Institucionais, Coordenador de Relações Internacionais e Coordenador Técnico, e respectivos Vice-Coordenadores, com mandatos de 2 (dois) anos, permitindo-se reeleições, fixando-lhes a competência em Regimento Interno. 0.1.4. Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. De acordo com a Lei no 6.385/76, a CVM exercerá suas funções, a fim de: - assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa de valores e de balcão (compra e venda de ações fora da bolsa de valores);

- proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários;

- evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado;

- assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido;

- assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;

- estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; e

- promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas.

Ou seja, a CVM tem poderes para disciplinar, normatizar, fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado de valores mobiliários e introduzir novos padrões de contabilidade.

A CVM será administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de capitais.

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O mandato dos dirigentes da Comissão será de cinco anos, vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano um quinto dos membros do Colegiado. Os dirigentes da Comissão somente perderão o mandato em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.

0.1.5. Comitê Gestor da Convergência no Brasil O Comitê Gestor da Convergência no Brasil foi criado em 2007, por meio da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no 1.103/07 e era composto pelas seguintes entidades: - Conselho Federal de Contabilidade (CFC); - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON); - Comissão de Valores Mobiliários (CVM); e - Banco Central do Brasil (BACEN). Se houver aprovação da maioria absoluta das entidades que participam do Comitê, outras entidades ou instituições interessadas na área de contabilidade e auditoria podem integrar o referido Comitê, desde que o equilíbrio entre os setores representados seja mantido. As entidades que fazem parte do Comitê Gestor da Convergência no Brasil, atualmente, são: - Conselho Federal de Contabilidade (CFC); - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON); - Comissão de Valores Mobiliários (CVM); - Banco Central do Brasil (BACEN). - Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); - Secretaria do Tesouro Nacional (STN); e - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo do Comitê é contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil por meio da reforma contábil e de auditoria que resulte uma maior transparência das informações financeiras que são utilizadas pelo mercado. Além disso, o Comitê também buscará o aprimoramento das práticas profissionais, considerando sempre a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. As atribuições do Comitê são: - Identificar e monitorar as ações a serem implantadas para viabilizar a convergência das normas contábeis e de auditoria, a partir das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC e dos Pronunciamentos de Contabilidade e Auditoria editados pelo CPC e IBRACON, respectivamente;

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- Identificar e monitorar os assuntos regulatórios no Brasil, com vistas ao seu alinhamento às Normas Internacional de Contabilidade emitidas pelo IASB, às Normas Internacionais de Auditoria e Asseguração emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC) e às melhores práticas internacionais em matéria regulatória. - Realizar os trabalhos visando à convergência contábil (até 2010) e à convergência de auditoria (a partir de 2009). - Definir as suas diretrizes de atuação, por regulamento próprio, sempre em consonância com suas finalidades. - Acompanhar a agenda do CPC, com o objetivo de alinhar as ações do processo de convergência às necessidades do mercado brasileiro.

Já caiu em prova! (Profissional Junior-Ciências Contábeis-Petrobras-2008-Cesgranrio) A Resolução CFC 1.103 de 28.09.2007 criou o Comitê Gestor da Convergência no Brasil. Segundo o artigo 2o desta resolução, esse comitê será composto pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pelas seguintes entidades: (A) CEF – CMN – SRF. (B) CMN – IBRACON – CVM. (C) BNDES – BACEN – CMN. (D) CVM – CRC – SFN. (E) IBRACON – CVM – BACEN. De acordo com a Resolução CFC no 1.103/07, o Comitê Gestor da Convergência no Brasil será composto pelas seguintes entidades: a) CFC – Conselho Federal de Contabilidade; b) IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; c) CVM – Comissão de Valores Mobiliários; d) BACEN – Banco Central do Brasil. A alternativa “e” é a correta. 0.2. As mudanças na legislação societária brasileira e a convergência

ao IFRS no Brasil e no mundo.

No campo internacional, os pronunciamentos contábeis são emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB) (Conselho de Padrões da Contabilidade Internacional) por meio dos Internacional Financial Reporting Standards (IFRS) (Padrões de Relatórios Financeiros Internacionais), que são as Normas Internacionais de Contabilidade. Há que se ressaltar que, com a criação do IASB, houve a incorporação das normas internacionais aprovadas pelo IASC, conhecidas como International Accounting Standards (IAS) (Padrões da Contabilidade Internacional).

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Com a crescente importância da internacionalização das normas contábeis, inúmeros países caminham para um processo de convergência que tenha como consequência: - a redução de riscos nos investimentos internacionais (seja sob a forma de empréstimo financeiro ou sob a forma de participação societária), bem como os créditos de natureza comercial, derivada de um melhor entendimento das demonstrações contábeis elaboradas pelos diversos países por parte dos investidores, financiadores e fornecedores de crédito; - a maior facilidade de comunicação internacional no mundo dos negócios com o uso de uma linguagem contábil bem mais homogênea; e - a redução do custo do capital que deriva dessa harmonização, que é de interesse para o Brasil.

Recentemente, os Estados Unidos também iniciaram um processo de convergência das suas normas contábeis publicadas pelo Financial Accounting Standard Board (FASB) com as normas do IASB. Os países da União Europeia em processo de convergência, em virtude das diferentes legislações nacionais, estão adotando duas contabilidades. Uma contabilidade é utilizada para os balanços individuais locais e outra contabilidade é utilizada para os balanços consolidados nos mercados. A Inglaterra, por exemplo, já adota de forma facultativa a utilização de balanços individuais e balanços consolidados conforme as normas do IASB. Professor, você poderia esclarecer o que são balanços individuais e balanços consolidados? Veremos estes conceitos em aulas posteriores, mas, para matar a sua curiosidade, vamos lá: Balanços Individuais: é o balanço patrimonial normalmente apresentado pela empresa. Balanços Consolidados: é o balanço patrimonial de um conjunto de entidades (grupo econômico), apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica. Beleza? Então vamos em frente! A importância crescente da Contabilidade levou à tendência mundial de se contar, no processo de emissão de pronunciamentos contábeis, com a participação não só dos Contadores preparadores das informações dessa natureza e dos seus Auditores Independentes, mas também com a participação dos usuários dessas informações, como os profissionais de investimentos e órgãos reguladores, dos que fiscalizam esse processo e dos que pesquisam e estudam, academicamente, a Ciência Contábil.

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A tendência da grande maioria dos países desenvolvidos e dos países de economia mais relevantes em desenvolvimento é a da adoção dessa entidade única com a participação de todos esses interessados na informação contábil, inclusive sendo esse o modelo adotado pelos órgãos internacionais de maior relevância no mundo de hoje, como o IASB. No Brasil, essa tendência se materializou com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em 2005. Posteriormente, com a publicação das Leis nos 11.638/07 e 11.941/09, foi produzida uma grande quantidade de novas normas pelo CPC durante os anos de 2008 a 2010, em convergência com as normas internacionais de contabilidade do IFRS. Todas essas normas produzidas foram aprovadas pela CVM e pelo CFC. O objetivo principal das leis supracitadas é a atualização das regras contábeis brasileiras e a harmonização dessas regras com os pronunciamentos internacionais, ou seja, é a adoção pelo Brasil das IFRS (International Financial Reporting Standars), que já são adotadas em mais de 100 países. Hoje, com a adoção dos Pronunciamentos Técnicos, praticamente, todas as empresas estão obrigadas a aplicar as normas contábeis emitidas pelo IASB, reescritas, no Brasil, pelo CPC. Além disso, não há, atualmente, determinação do CPC que não esteja em consonância com as normas internacionais, exceto pelo balanço individual obrigatório pela Lei das Sociedades por Ações (Lei no 6.404/76) para investimento em controladas, tendo em vista que o IASB obriga a utilização do balanço consolidado neste caso; e pela Demonstração do Valor Adicionado (DVA), também obrigatória pela Lei das Sociedades por Ações (Lei das S.A.), mas que não é prevista pelas normas emitidas pelo IASB. O Brasil, em virtude da completa convergência em 2010 às normas do IASB, será o primeiro país do mundo a apresentar os balanços individuais e os balanços consolidados em conformidade com as normas internacionais.

Principais mudanças na legislação brasileira no processo de convergência internacional das normas contábeis: - Criação do CPC, em 2005; - Leis nos 11.638/07 e 11.941/09; e - Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC, baseados nas normas contábeis emitidas pelo IASB e aprovados pela CVM e pelo CFC.

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Para fechar este item, vou destacar algumas características básicas das normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB e agora também implementadas no Brasil pelo CPC, pelo CFC e pela CVM: I - As normas são baseadas mais em princípios que em regras: as normas são bem detalhadas, mas não possuem previsões e respostas para todos os casos concretos. Com isso, faz-se necessária uma maior análise e uma maior preparação dos profissionais responsáveis pela contabilidade. Os contadores brasileiros estavam acostumados apenas em cumprir as regras mecanicamente e, atualmente, terão que olhar mais os princípios contábeis. II - As normas são baseadas na prevalência da essência sobre a forma: este procedimento está claramente exposto na Resolução CFC no 750/93, que trata dos Princípios de Contabilidade, e indica, novamente, que deve haver uma maior análise dos fatos para efetuar o lançamento. Nas basta ver somente os documentos comprobatórios. Veja o exemplo abaixo. Exemplo: A empresa J4M2 vendeu um imóvel de sua propriedade para a empresa Kaprisma, por R$ 100.000,00. Contudo, pelo contrato, a J4M2 se compromete a alugar o imóvel pelo valor de R$ 1.000,00 por mês, por dois anos, e a recomprar o referido imóvel por R$ 100.000,00 ao final do contrato de aluguel. E aí? O que aconteceu? Se a forma prevalecesse sobre a essência, diríamos que houve uma venda de um imóvel, seguida de um aluguel deste mesmo imóvel para a empresa que vendeu e, finalmente, uma recompra do imóvel pela vendedora ao final do contrato de aluguel. Suponha que, ao analisar os fatos, foi verificado que, na verdade, o que ocorreu foi uma operação de empréstimo. A empresa J4M2 conseguiu um empréstimo com a empresa Kaprisma, de R$ 100.000,00, dando o imóvel em garantia. Pagou juros de R$ 1.000,00 durante dois anos e, ao final do período, pagou o empréstimo para a Kaprisma. Portanto, como a essência deve prevalecer sobre a forma, mesmo que tenhamos todos os contratos registrando as operações de compra e venda e a operação de aluguel, os contadores das empresas deverão registrar o fato como um empréstimo. Entendido? Então vamos em frente. Outro exemplo importante de prevalência da essência sobre a forma é a consolidação de balanços, pois são produzidas informações consolidadas de várias entidades (controladoras e controladas) como se fossem uma única entidade econômica.

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Professor, o que são controladoras e controladas? Vamos ver os conceitos: Controle: é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade de forma a obter benefício das suas atividades. Controladora: é uma entidade que tem uma ou mais controladas. Controlada: é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. III - São muito mais importantes os conceitos de controle, de obtenção de benefícios e de incorrência de riscos do que a propriedade jurídica para registro de ativos, passivos, receitas e despesas: o item anterior (prevalência da essência sobre a forma) acabou gerando forte influência sobre este item. Um caso clássico no Brasil diz respeito ao desconto de duplicatas, pois o que efetivamente ocorre é um empréstimo dando as duplicatas em garantia e não uma venda de duplicatas. Vou explicar melhor por meio do exemplo abaixo. Exemplo: A empresa J4M2 vendeu mercadorias a prazo para a empresa Linotécnica, por R$ 10.000,00, que pagará em 60 dias. Com isso, a J4M2 emitiu duplicatas no valor de R$ 10.000,00, que serão pagas pela empresa Linotécnica por ocasião do vencimento. Suponha que a empresa J4M2 está sem dinheiro em caixa (sem liquidez) e precisa de dinheiro para pagar seus fornecedores. Com isso, a J4M2 vai a um banco e desconta as suas duplicatas, ou seja, o banco irá pagar, por exemplo, R$ 9.500,00 para a empresa J4M2 no momento do desconto das duplicatas e cobrar uma taxa de juros de R$ 500,00, tendo em vista que as duplicatas serão pagas pela Linotécnica em 60 dias. Contudo, se a empresa Linotécnica não pagar no vencimento, a J4M2 é obrigada a pagar para o banco os R$ 10.000,00, ou seja, ela é coobrigada com a Linotécnica. Portanto, na essência, o desconto de duplicatas é um empréstimo com as duplicatas dadas em garantia. Se o cliente da empresa emissora das duplicatas não pagar no vencimento, a própria empresa deve pagar “o seu empréstimo ao banco”. Outro caso diz respeito à alteração trazida pela Lei no 11.638/07 para a Lei das S.A., que prevê um novo conceito para os itens do ativo não circulante imobilizado, no balanço patrimonial, onde há a prevalência da transferência do controle, dos riscos e dos benefícios sobre a titularidade jurídica. Não entendeu? Veja um exemplo.

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Exemplo: A empresa aérea Vai Voando possui 10 aviões, todos eles obtidos por meio de arrendamento mercantil financeiro, ou seja, a propriedade jurídica dos aviões é da empresa arrendadora. Contudo, como o controle, os benefícios e os riscos em relação aos aviões são da empresa arrendatária (Vai Voando), estes aviões devem ser classificados em seu ativo não circulante imobilizado. IV - A Contabilidade passa a ser de toda a empresa, não só do Contador: mais uma vez, em virtude da prevalência da essência sobre a forma, da necessidade de conhecer a vida útil econômica do bem para cálculo da depreciação, da necessidade de calcular o valor justo dos instrumentos financeiros, da necessidade de se realizar a redução ao valor recuperável de ativos, entre outras (alterações recentes da Lei das S.A. que veremos em aulas posteriores), a Contabilidade necessita do envolvimento de toda a empresa (Diretoria, Conselho Administrativo, Conselho Fiscal, etc.) e não apenas do Departamento de Contabilidade ou contador responsável.

Vistos os principais órgãos e o processo de convergência, vamos, efetivamente, começar a estudar a Contabilidade. 0.3. Conceito e Objetivo De acordo com o I Congresso Brasileiro de Contabilistas, de 1924, Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativas à administração econômica. Contabilidade é a ciência social que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro dos dados, com a finalidade de oferecer informações sobre sua composição e suas variações. A contabilidade deve ser um instrumento gerencial de tomada de decisão. A Contabilidade também pode ser conceituada como sendo “a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não”.

Principais características das normas internacionais (processo de convergência): I - As normas são baseadas mais em princípios que em regras; II - As normas são baseadas na prevalência da essência sobre a forma; III - São muito mais importantes os conceitos de controle, de obtenção de benefícios e de incorrência de riscos do que a propriedade jurídica para registro de ativos, passivos, receitas e despesas; e IV - A Contabilidade passa a ser de toda a empresa, não só do Contador.

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O objetivo da Contabilidade é assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins. A principal finalidade da contabilidade é prover informações para auxiliar a tomada de decisões.

As funções da contabilidade são as de coleta de dados, registro dos dados e elaboração de relatórios e as técnicas utilizadas no trabalho são a escrituração contábil, a elaboração das demonstrações contábeis, a auditoria e a análise das demonstrações contábeis. Já caiu em prova! (Analista de Gestão Corporativa-Contabilidade-Empresa de Pesquisa Energética-2010-Cesgranrio) Sobre conceitos, objeto, função e objetivos da Contabilidade, analise as afirmações a seguir. I - O principal objetivo da contabilidade consiste em identificar as contas de apuração dos custos e resultados. II - A função administrativa tem por objetivo o controle do patrimônio. III - O objeto da contabilidade é o patrimônio que compreende apenas a parte positiva do balanço. IV - Os bens corpóreos e os incorpóreos são classificados no passivo. Está correto APENAS o que se afirma em (A) II. (B) III. (C) I e III. (D) II e IV. (E) I, III e IV. Vamos analisar as afirmações: I - O principal objetivo da contabilidade consiste em identificar as contas de apuração dos custos e resultados. O objetivo principal da contabilidade é permitir a cada grupo principal de usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. A afirmação está incorreta. II - A função administrativa tem por objetivo o controle do patrimônio. A função administrativa da Contabilidade tem por objetivo o controle do patrimônio. A afirmação está correta. III - O objeto da contabilidade é o patrimônio que compreende apenas a parte positiva do balanço. O objeto da Contabilidade é o patrimônio, que corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações referentes à azienda ou entidade econômico-administrativa. Por azienda, entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações), ou seja, são pessoas jurídicas com fins lucrativos, empresas informais, entidades sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc.

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A parte positiva do balanço são os bens e direitos (ativo) e parte negativa são as obrigações (passivo). A afirmação está incorreta. IV - Os bens corpóreos e os incorpóreos são classificados no passivo. Os bens e direitos são classificados no ativo e as obrigações são no passivo. Bens Materiais (Tangíveis ou Corpóreos): possuem existência física (podem ser tocados e são visíveis).

Exemplos: Imóveis, Terrenos, Veículos, Móveis e Utensílios, Equipamentos, Instalações Elétricas e Hidráulicas, Ferramentas, Estoques de Mercadorias.

Bens Imateriais (Intangíveis ou Incorpóreos): são bens que não existem fisicamente (não podem ser tocados e não são visíveis), mas podem ser traduzidos em moeda.

Exemplos: Programas de Computador, Marcas de Propaganda, Patentes da Empresa, Direitos Autorais, Ponto Comercial, Propriedade Científica, Concessões Obtidas, etc. A afirmação está incorreta.

A alternativa “a” é a correta. 0.4. Objeto

O objeto da Contabilidade é o patrimônio, que corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações referentes à azienda. Por azienda, entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações), ou seja, são pessoas jurídicas com fins lucrativos, empresas informais, entidades sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc. Os bens são itens avaliados em moeda capazes de satisfazer às necessidades das entidades, sejam essas pessoas físicas ou jurídicas. Os direitos são os valores a receber de terceiros, gerados por meio de operações da entidade, e as obrigações representam as dívidas que a entidade contrata junto a terceiros.

Patrimônio: Objeto da contabilidade, formado por bens, direitos e obrigações. Os bens e direitos são os “ativos” da empresa e as obrigações são os “passivos” da empresa. Está em dúvida? Então vamos “treinar” um pouco: I – Se a empresa tem dinheiro no caixa, isso é um bem da empresa, também conhecido como bem numerário ou uma disponibilidade. Portanto, é um ativo. II – Se a empresa tem uma conta a pagar, isso é uma obrigação da empresa. Portanto, é um passivo.

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III – Se a empresa tem um valor a receber de clientes, isso é um direito da empresa. Portanto, é um ativo. Deu para começar a entender os “ativos” (bens e direitos) e “passivos” da empresa? Não se preocupe, pois são apenas conceitos iniciais, para que você já comece a se acostumar. Nas aulas seguintes veremos esses assuntos com mais detalhes. 0.5. Campo de Atuação

O campo de atuação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico-administrativas, inclusive as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias, etc. - Entidade econômico-administrativa: também conhecida como azienda (Patrimônio + Gestão), são as entidades que possuem patrimônio líquido (pessoas físicas ou jurídicas), com fins lucrativos ou não. São definidas como um patrimônio considerado juntamente com a pessoa que possui poderes de administração e disponibilidade sobre este patrimônio. - Quanto aos fins a que se destinam as aziendas ou entidades econômico-administrativas classificam-se em:

- Aziendas sociais: Aquelas que não visam lucros. São exemplos de aziendas sociais as associações beneficentes, esportivas, culturais, recreativas, etc;

- Aziendas econômico-sociais: São aquelas que, além das finalidades sociais, visam também ao lucro, com o objetivo de prestar serviços, pecúlios, benefícios, às pessoas que contribuíram para sua formação. Exemplos: institutos de pensão, aposentadoria, pecúlio e previdência; e

- Aziendas econômicas: São aquelas cuja finalidade é obter lucros. Nesse tipo de azienda, estão todas as sociedades comerciais, industriais, agrícolas, de serviços, entre outras.

- Quanto aos seus proprietários as aziendas ou entidades econômico-administrativas classificam-se em:

- Aziendas públicas: Pertencem à comunidade, mas podem estar sob a administração do poder público ou privado. São exemplos as fundações, os sindicatos, as fundações com fins educacionais, intelectuais, esportivos, e o próprio Estado; e

- Aziendas particulares: São as propriedades particulares pertencentes a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, como as sociedades civis ou comerciais ou o próprio patrimônio de uma família.

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0.6. Estrutura Conceitual da Contabilidade A Deliberação CVM no 675/11 e a Resolução CFC no 1.374/11 aprovaram o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.

A estrutura conceitual estabelecida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis não constitui uma norma propriamente dita nem define normas ou procedimentos de qualquer espécie. 0.6.1. Introdução Qual é o objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral? De acordo com a Estrutura Conceitual, é fornecer informações contábil-financeiras sobre a entidade que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores. Essas informações divulgadas pela entidade devem permitir que esses investidores e credores tomem decisões quanto ao fornecimento ou não de recursos para a entidade, como por exemplo, vender ou manter participações na entidade ou oferecer empréstimos para a entidade. Exemplo: Um investidor tomará a decisão de comprar, vender ou manter um investimento em determinada entidade dependendo do retorno que este investimento tenha. Caso a entidade investida pague bons dividendos, é possível que o investidor queira manter o investimento na entidade. Os investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial são denominados de usuários primários dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral, pois eles não requerem informações específicas para entidade, mas utilizam os relatórios contábil-financeiros de propósito geral disponibilizados. Os relatórios contábil-financeiros de propósito geral fornecem informações para auxiliar os usuários primários a estimarem o valor da entidade. Contudo, não são elaborados com o objetivo de se chegar ao valor da entidade que reporta a informação. Eles fornecem ferramentas para que esse valor possa ser estimado. Caso esses usuários necessitem de outras informações além dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral, podem buscá-las em outras fontes, tais como: condições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade. Nada impede, também, que a entidade forneça informações que sejam úteis a determinado grupo de usuários primários individuais.

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Além dos investidores e credores, também há os administradores da própria entidade, bem como órgãos reguladores, governos e os fiscos federal, estaduais e municipais. Os administradores não necessitam utilizar (mas podem utilizar) os relatórios contábil-financeiros de propósito geral no processo de tomada de decisão, tendo em vista que podem obter as informações necessárias internamente. Do mesmo modo, os relatórios contábil-financeiros de propósito geral não são direcionados primariamente aos órgãos reguladores, governos e fiscos, mas esses usuários também podem utilizá-los, caso considerem que as informações serão úteis. Há que se ressaltar que os relatórios contábil-financeiros são baseados em estimativas, julgamentos e modelos e não em descrições exatas e fornecem informações acerca da posição patrimonial e financeira da entidade que reporta a informação (informações sobre os recursos econômicos da entidade e reivindicações contra a entidade) e informações sobre os efeitos de transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade. As reivindicações contra a entidade são as obrigações da entidade. Nesse ponto, já é possível fazer um resumo dos principais usuários da informação contábil-financeira: Investidores: Necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar dividendos. Credores por empréstimos: Estão interessados em informações que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento. Fornecedores e outros credores comerciais: Estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. Clientes: Têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

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Governo e suas agências (órgãos reguladores): estão interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades e necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes. Na contabilidade, a empresa também produz as chamadas “demonstrações contábeis”. Já caiu em prova! (Contador Junior-Petrobras-Biocombustível-2010-Cesgranrio) O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, no pronunciamento conceitual básico Estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, afirma que as demonstrações contábeis são preparadas para usuários externos em geral. Dentre esses usuários externos, aqueles que têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da empresa, são os (A) clientes. (B) credores por empréstimos. (C) governos. (D) investidores. (E) empregados. Clientes: Têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. A alternativa “a” é a correta.

Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial (BP); II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA); III - demonstração do resultado do exercício (DRE); IV – demonstração dos fluxos de caixa (DFC); e V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado (DVA). Repare que a demonstração do valor adicionado só é obrigatória para as companhias abertas. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

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Portanto, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido não é obrigatória. Neste momento, guarde apenas os nomes das demonstrações contábeis obrigatórias, pois trataremos de todas elas ao longo do curso. Atualmente, a legislação societária determina, para as sociedades por ações, a forma de apresentação e o conteúdo das demonstrações individuas e consolidadas.

As demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve a Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. As demonstrações contábeis não incluem itens como relatórios da administração, relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro. As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas.

Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo a Estrutura Conceitual. Exemplo: A Receita Federal cria uma determinada obrigação acessória para controlar os gastos de cartão de crédito das entidades. Esta obrigação acessória não deve afetar as demonstrações contábeis entregues pelas entidades.

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As demonstrações contábeis elaboradas segundo a Estrutura Conceitual satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: - decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; - avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas; - avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; - avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; - determinar políticas tributárias; - determinar a distribuição de lucros e dividendos; - elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou - regulamentar as atividades das entidades.

Há certas informações relevantes que são complexas e de difícil entendimento. Contudo, se a entidade deixar essas informações de fora dos relatórios contábil-financeiros, pode torná-los incompletos e potencialmente distorcidos (misleading). Portanto, nesse caso, a entidade deve informá-las. 0.6.2. Premissa Subjacente Há uma premissa subjacente na Estrutura Conceitual, denominada continuidade. 0.6.2.1. Continuidade

As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade está em atividade (entidade em marcha) e continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações. Se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base de elaboração deverá ser divulgada. A continuidade também é um Princípio de Contabilidade citado da Resolução CFC no 750/93. Vejamos:

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De acordo com o artigo 5o da Resolução CFC no 750/93:

Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

Postulado da Continuidade das Entidades: “Para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário...”

Características do princípio da continuidade: I - A entidade continuará em operação no futuro (por um longo período de tempo) e a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

Exemplo: A empresa Kaprisma obteve um empréstimo e começará a ser pago após três anos. Portanto, este empréstimo será registrado no patrimônio como empréstimos a pagar de longo prazo, pois, pelo princípio da continuidade, a empresa continuará em operação por um longo período.

II - A situação limite na aplicação do princípio da continuidade é aquela em que há a completa cessação das atividades da entidade.

Exemplo: A empresa Kaprisma obteve um empréstimo e começará a ser pago após três anos. Contudo, um ano após a obtenção do empréstimo, a empresa cessa suas atividades. Nessa situação, a empresa Kaprisma terá que quitar suas obrigações a pagar, ou seja, a cessação das atividades causou uma alteração do prazo de vencimento do empréstimo.

Já caiu em prova! (Bacharel em Ciências Contábeis-Exame de Suficiência-CFC-2011-1) Presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada. A afirmação acima tem por base o Princípio da: a) Continuidade. b) Oportunidade. c) Prudência. d) Relevância. E aí? Alguma dúvida? A alternativa “a” é a correta.

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0.7. Importante para a Prova Fundação International Financial Reporting Standard (IFRS) Entidade independente sem fins lucrativos que trabalha pelo interesse público. Seus principais objetivos são: - desenvolver, no interesse público, um conjunto de normas contábeis globais de alta qualidade, inteligíveis e exequíveis, que exijam informações de alta qualidade, transparentes e comparáveis nas demonstrações contábeis e em outros relatórios financeiros, para ajudar os participantes do mercado de capital e outros usuários em todo o mundo a tomar decisões econômicas; - promover o uso e aplicação rigorosa dessas normas; e - promover a convergência entre as normas contábeis locais e as Normas Internacionais de Contabilidade de alta qualidade. International Accounting Standard Board (IASB) Colegiado de definição de normas pertencente à Fundação IFRS. Objetivos: - Desenvolver e publicar as normas IFRS, incluindo as normas IFRS para as pequenas e médias empresas; e - Aprovar as Interpretações dos IFRS realizadas pelo Comitê de Interpretações do IFRS. Conselho Federal de Contabilidade (CFC) Atribuições, entre outras: - fiscalizar, em conjunto com os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) o exercício da profissão contábil; - regular acerca dos princípios contábeis; e - editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional. Composição do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC): - ABRASCA; - APIMEC NACIONAL; - BOVESPA; - CFC; - IBRACON; - FIPECAFI; e - Outras entidades ou instituições vinculadas a contadores, auditores, analistas de investimentos ou representantes de universidades, desde que aprovadas por 3/4 (três quartos) das entidades representadas no CPC. Objetivo do CPC: estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

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Comissão de Valores Mobiliários (CVM): tem poderes para disciplinar, normatizar, fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado de valores mobiliários e introduzir novos padrões de contabilidade. Principais mudanças na legislação brasileira no processo de convergência internacional das normas contábeis: - Criação do CPC, em 2005; - Leis nos 11.638/07 e 11.941/09; - Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC, baseados nas normas contábeis emitidas pelo IASB e aprovados pela CVM e pelo CFC.

Principais características das normas internacionais (processo de convergência): I - As normas são baseadas mais em princípios que em regras; II - As normas são baseadas na prevalência da essência sobre a forma; III - São muito mais importantes os conceitos de controle, de obtenção de benefícios e de incorrência de riscos do que a propriedade jurídica para registro de ativos, passivos, receitas e despesas; e IV - A Contabilidade passa a ser de toda a empresa, não só do Contador. Estrutura Conceitual Básica Objetivo do Relatório Contábil-Financeiro de Propósito Geral: fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta tal informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e investidores em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, tendo em vista que o processo de tomada de decisão desses usuários está diretamente ligado ao fornecimento de recursos para a entidade. Usuários da Informação Usuários: Investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial (denominados de usuários primários dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral, pois eles não requerem informações específicas para entidade, mas utilizam os relatórios contábil-financeiros de propósito geral disponibilizados). Outros usuários: administradores da própria entidade, órgãos reguladores, governos e os fiscos federal, estaduais e municipais. Premissa Subjacente - Continuidade As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade está em atividade (entidade em marcha) e continuará em operação no futuro previsível.

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0.8. Exercícios de Fixação

1.(Profissional de Nível Superior I-Ciências Contábeis-Chesf-2012-Cesgranrio) O Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador para proteção ao investidor, foi criado em 1934, e sua existência justificou-se, em parte, pela inexistência de uma normatização contábil de qualidade com aplicação obrigatória. A entidade reconhecida pelo SEC, responsável pela emissão dos pronunciamentos contábeis que devem ser observados pelas empresas nos Estados Unidos, é denominada (A) FASB – Financial Accounting Standards Board (B) IFRS – International Financial Reporting Standards (C) IAS – International Accounting Standards (D) IFRIC – IFRS Interpretation (E) IASC – International Accounting Standards Committee 2.(Técnico de Contabilidade Júnior-Petrobras-2011-2-Cesgranrio) O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC – foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos de várias entidades. Por expressa solicitação dos seus membros, foi formalmente criado por uma das entidades participantes, através da Resolução no 1.055, de 07 de outubro de 2005, para que essa entidade, além de participar do comitê, lhe desse a infraestrutura necessária à viabilização de sua missão. A mencionada resolução que criou o CPC foi emitida pela(o) (A) Abrasca – Associação Brasileira das Companhias Abertas (B) Apimec NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (C) BM&FBOVESPA S. A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (D) CFC – Conselho Federal de Contabilidade (E) Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 3.(Técnico em Contabilidade-Petrobras-2011-Cesgranrio) Em função das necessidades de: • convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); • centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); • representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo), foi criado, no Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), por seis entidades. Nessa perspectiva, considere as entidades a seguir. I – ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas II – APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais

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III – BACEN – Banco Central do Brasil IV – BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo V – CFC – Conselho Federal de Contabilidade VI – CVM – Comissão de Valores Mobiliários Fazem parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) APENAS as entidades (A) I, II e III. (B) I, IV e VI. (C) II, III e VI. (D) I, II, IV e V. (E) II, III, V e VI. 4.(Contador-Petrobras-2011-Cesgranrio) O pronunciamento conceitual básico intitulado Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, estabelece as diretrizes para a preparação e apresentação das demonstrações contábeis destinadas aos (A) administradores corporativos. (B) bancos e investidores. (C) contadores e executivos da empresa. (D) sócios/acionistas da empresa. (E) usuários externos. 5.(Contador Junior-Área Contábil-Transpetro-2011-Cesgranrio) O Pronunciamento Conceitual Básico do CPC, que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovado pela Deliberação CVM no 539, de 14 mar. 2008, afirma que as demonstrações contábeis preparadas sob a orientação desse pronunciamento objetivam fornecer informações que sejam úteis. Tais demonstrações contábeis são úteis porque (A) permitem avaliar as variações patrimoniais, econômicas e financeiras ocorridas no exercício social. (B) fornecem informações para a tomada de decisão e a avaliação por parte dos usuários em geral. (C) facilitam a determinação de políticas públicas. (D) ajudam a desregulamentar as atividades das entidades. (E) determinam a contenção de investimentos para a aplicação em mercado futuro.

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6.(Contador Junior-Área Contábil-Transpetro-2011-Cesgranrio) Com as modificações introduzidas na Lei no 6.404/76, das Sociedades por Ações, pelas Leis no 11.638/07 e no 11.941/09, deu-se, no entendimento de autores contábeis, a chamada independência da Contabilidade Brasileira. Essas mudanças criaram as condições básicas para a convergência da Contabilidade Brasileira às normas internacionais. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado em 2005 pela Resolução CFC no 1.055/05, foi um importante marco para tal convergência, pois cabe a esse comitê emitir os Pronunciamentos Técnicos, que, após discussão em audiência pública, são aprovados pelos instrumentos próprios dos órgãos reguladores públicos (CVM, Bacen e Susep, principalmente) e particulares, como o CFC, transformando o CPC em norma a ser seguida pelas empresas e profissionais que estiverem no campo de atuação desses mesmos órgãos. Constitui característica preponderante das normas internacionais de Contabilidade implementadas no Brasil pelo CPC e pelos órgãos reguladores brasileiros, a (A) prevalência da essência sobre a forma. (B) fundamentação baseada mais em normas que em princípios. (C) produção de informações contábeis mais quantitativas do que qualificativas. (D) importância maior dada à propriedade jurídica para registrar os ativos, passivos, receitas e despesas. (E) predominância do domínio dos contadores na realização de tarefas contábeis, com menor participação do restante da empresa. GABARITO: 1 – A 2 – D 3 – D 4 – E 5 – B 6 – A

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0.9. Resolução dos Exercícios de Fixação 1.(Profissional de Nível Superior I-Ciências Contábeis-Chesf-2012-Cesgranrio) O Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador para proteção ao investidor, foi criado em 1934, e sua existência justificou-se, em parte, pela inexistência de uma normatização contábil de qualidade com aplicação obrigatória. A entidade reconhecida pelo SEC, responsável pela emissão dos pronunciamentos contábeis que devem ser observados pelas empresas nos Estados Unidos, é denominada (A) FASB – Financial Accounting Standards Board (B) IFRS – International Financial Reporting Standards (C) IAS – International Accounting Standards (D) IFRIC – IFRS Interpretation (E) IASC – International Accounting Standards Committee Resolução O Securities and Exchange Commission (SEC) é um órgão regulador para proteção ao investidor e foi criado em 1934, em virtude, entre outras coisas, da inexistência de uma normatização contábil de qualidade com aplicação obrigatória. O SEC reconhece a Financial Accounting Standards Board (FASB) com entidade responsável pela emissão dos pronunciamentos contábeis que devem ser adotados pelas empresas nos Estados Unidos da América. GABARITO: A 2.(Técnico de Contabilidade Júnior-Petrobras-2011-2-Cesgranrio) O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC – foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos de várias entidades. Por expressa solicitação dos seus membros, foi formalmente criado por uma das entidades participantes, através da Resolução no 1.055, de 07 de outubro de 2005, para que essa entidade, além de participar do comitê, lhe desse a infraestrutura necessária à viabilização de sua missão. A mencionada resolução que criou o CPC foi emitida pela(o) (A) Abrasca – Associação Brasileira das Companhias Abertas (B) Apimec NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (C) BM&FBOVESPA S. A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (D) CFC – Conselho Federal de Contabilidade (E) Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil Resolução O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado em 2005, por meio da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no 1.055/05. GABARITO: D

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3.(Técnico em Contabilidade-Petrobras-2011-Cesgranrio) Em função das necessidades de: • convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); • centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); • representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo), foi criado, no Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), por seis entidades. Nessa perspectiva, considere as entidades a seguir. I – ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas II – APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais III – BACEN – Banco Central do Brasil IV – BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo V – CFC – Conselho Federal de Contabilidade VI – CVM – Comissão de Valores Mobiliários Fazem parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) APENAS as entidades (A) I, II e III. (B) I, IV e VI. (C) II, III e VI. (D) I, II, IV e V. (E) II, III, V e VI. Resolução O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado em 2005, por meio da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no 1.055/05 e é composto pelas seguintes entidades: - ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas; - APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais; - BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; - CFC – Conselho Federal de Contabilidade; - IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; - FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras.

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Atualmente, são membros permanentemente convidados para as reuniões do CPC: - Comissão de Valores Mobiliários (CVM); - Banco Central (BACEN); - Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); - Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); - Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN); e - Confederação Nacional da Indústria (CNI). Vamos verificar as opções da questão: I – ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas II – APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais III – BACEN – Banco Central do Brasil IV – BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo V – CFC – Conselho Federal de Contabilidade VI – CVM – Comissão de Valores Mobiliários Portanto, atenção, pois na criação do CPC não tínhamos a CVM e o BACEN. GABARITO: D 4.(Contador-Petrobras-2011-Cesgranrio) O pronunciamento conceitual básico intitulado Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, estabelece as diretrizes para a preparação e apresentação das demonstrações contábeis destinadas aos (A) administradores corporativos. (B) bancos e investidores. (C) contadores e executivos da empresa. (D) sócios/acionistas da empresa. (E) usuários externos. Resolução As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis preparadas segundo esta Estrutura Conceitual. Portanto, a referida deliberação especifica que as demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral. GABARITO: E

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5.(Contador Junior-Área Contábil-Transpetro-2011-Cesgranrio) O Pronunciamento Conceitual Básico do CPC, que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovado pela Deliberação CVM no 539, de 14 mar. 2008, afirma que as demonstrações contábeis preparadas sob a orientação desse pronunciamento objetivam fornecer informações que sejam úteis. Tais demonstrações contábeis são úteis porque (A) permitem avaliar as variações patrimoniais, econômicas e financeiras ocorridas no exercício social. (B) fornecem informações para a tomada de decisão e a avaliação por parte dos usuários em geral. (C) facilitam a determinação de políticas públicas. (D) ajudam a desregulamentar as atividades das entidades. (E) determinam a contenção de investimentos para a aplicação em mercado futuro. Resolução As Demonstrações contábeis preparadas com base na Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. GABARITO: B 6.(Contador Junior-Área Contábil-Transpetro-2011-Cesgranrio) Com as modificações introduzidas na Lei no 6.404/76, das Sociedades por Ações, pelas Leis no 11.638/07 e no 11.941/09, deu-se, no entendimento de autores contábeis, a chamada independência da Contabilidade Brasileira. Essas mudanças criaram as condições básicas para a convergência da Contabilidade Brasileira às normas internacionais. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado em 2005 pela Resolução CFC no 1.055/05, foi um importante marco para tal convergência, pois cabe a esse comitê emitir os Pronunciamentos Técnicos, que, após discussão em audiência pública, são aprovados pelos instrumentos próprios dos órgãos reguladores públicos (CVM, Bacen e Susep, principalmente) e particulares, como o CFC, transformando o CPC em norma a ser seguida pelas empresas e profissionais que estiverem no campo de atuação desses mesmos órgãos. Constitui característica preponderante das normas internacionais de Contabilidade implementadas no Brasil pelo CPC e pelos órgãos reguladores brasileiros, a (A) prevalência da essência sobre a forma. (B) fundamentação baseada mais em normas que em princípios. (C) produção de informações contábeis mais quantitativas do que qualificativas. (D) importância maior dada à propriedade jurídica para registrar os ativos, passivos, receitas e despesas.

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(E) predominância do domínio dos contadores na realização de tarefas contábeis, com menor participação do restante da empresa. Resolução Características básicas das normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB e agora também implementadas no Brasil pelo CPC, pelo CFC e pela CVM: I - As normas são baseadas mais em princípios que em regras: as normas são bem detalhadas, mas não possuem previsões e respostas para todos os casos concretos. Com isso, faz-se necessária uma maior análise e uma maior preparação dos profissionais responsáveis pela contabilidade. Os contadores brasileiros estavam acostumados apenas em cumprir as regras mecanicamente e, atualmente, terão que olhar mais os princípios contábeis. II - As normas são baseadas na prevalência da essência sobre a forma: este procedimento está claramente exposto na Resolução CFC no 750/93, que trata dos Princípios de Contabilidade, e indica, novamente, que deve haver uma maior análise dos fatos para efetuar o lançamento. Nas basta ver somente os documentos comprobatórios. III - São muito mais importantes os conceitos de controle, de obtenção de benefícios e de incorrência de riscos do que a propriedade jurídica para registro de ativos, passivos, receitas e despesas: o item anterior (prevalência da essência sobre a forma) acabou gerando forte influência sobre este item. Um caso clássico no Brasil diz respeito ao desconto de duplicatas, pois o que efetivamente ocorre é um empréstimo dando as duplicatas em garantia e não uma venda de duplicatas. Vou explicar melhor por meio do exemplo abaixo. IV - A Contabilidade passa a ser de toda a empresa, não só do Contador: mais uma vez, em virtude da prevalência da essência sobre a forma, da necessidade de conhecer a vida útil econômica do bem para cálculo da depreciação, da necessidade de calcular o valor justo dos instrumentos financeiros, da necessidade de se realizar a redução ao valor recuperável de ativos, entre outras (alterações recentes da Lei das S.A. que veremos em aulas posteriores), a Contabilidade necessita do envolvimento de toda a empresa (Diretoria, Conselho Administrativo, Conselho Fiscal, etc.) e não apenas do Departamento de Contabilidade ou contador responsável. Vamos analisar as alternativas: (A) prevalência da essência sobre a forma. A alternativa está correta. (B) fundamentação baseada mais em normas que em princípios. As normas são baseadas mais em princípios que em regras. A alternativa está incorreta.

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(C) produção de informações contábeis mais quantitativas do que qualificativas. É justamente o contrário! Produção de informações contábeis mais qualitativas do que quantitativas. A alternativa está incorreta. (D) importância maior dada à propriedade jurídica para registrar os ativos, passivos, receitas e despesas. São muito mais importantes os conceitos de controle, de obtenção de benefícios e de incorrência de riscos do que a propriedade jurídica para registro de ativos, passivos, receitas e despesas. A alternativa está incorreta. (E) predominância do domínio dos contadores na realização de tarefas contábeis, com menor participação do restante da empresa. A Contabilidade passa a ser de toda a empresa, não só do Contador. A alternativa está incorreta. GABARITO: A Bons estudos, Moraes Junior [email protected] Bibliografia Lei das Sociedades Anônimas com as alterações trazidas pela Lei no 11.638/07 e pela Lei no 11.941/09. Normas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). www.cpc.org.br Normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). www.cfc.org.br Normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). www.cvm.gov.br FIPECAFI, Manual de Contabilidade Societária (aplicável a todas as sociedades). São Paulo. Editora Atlas. 2010. MORAES JUNIOR, José Jayme. Contabilidade Geral. Rio de Janeiro. Elsevier Editora. 3a Edição. 2011.