79
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015 Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia 1 SUMÁRIO Apresentação Pessoal ........................................................................ 1 Proposta do Curso ............................................................................. 3 A programação ................................................................................. 6 1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA ............................................................... 8 1.1. Território Aduaneiro .................................................................. 10 1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados ................. 13 1.2.1. Alfandegamento..................................................................... 18 1.3. Recintos Alfandegados............................................................... 20 1.3.1. Portos Secos ......................................................................... 22 1.4. Administração Aduaneira ........................................................... 27 2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS ........................................... 39 RESUMINHO ................................................................................... 65 LISTA DE QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA ................................. 67 Olá, pessoal. Vamos estudar Legislação Aduaneira para o concurso de seleção de novos Analistas Tributários (ATRFB) e Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB)? Antes, vamos nos apresentar. Apresentação Pessoal Somos Luiz Roberto Missagia e Rodrigo Luz, Auditores-Fiscais da Receita Federal, aprovados, respectivamente, nos concursos de 1996 e 1994. Eu, Luiz Missagia, comecei a trabalhar na DRF Rio Grande (RS), em dezembro de 1997. Lá atuei no despacho aduaneiro (veremos aqui o que é), fiz visita aduaneira a navios e atuei no setor de processos aduaneiros gerais, onde chegava tudo aquilo que foge da rotina. Nestes casos, você tem que se virar para dar uma solução, seja autuando, seja liberando. Foi um grande aprendizado na área aduaneira. Em 1999 fui para Vitória, mais especificamente na Alfândega da RFB do Porto de Vitória (ES), onde estou até hoje. Já atuei no porto seco, onde se faz despacho de importação, de exportação e trânsito aduaneiro. Lá trabalhei com Aula 00 – Aula Demonstrativa

Aula0 La Afrfb 78046

Embed Size (px)

DESCRIPTION

JUIUUHUYTUH

Citation preview

Page 1: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

1

SUMÁRIO

Apresentação Pessoal ........................................................................ 1 Proposta do Curso ............................................................................. 3 A programação ................................................................................. 6 1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA ............................................................... 8 1.1. Território Aduaneiro .................................................................. 10 1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados ................. 13 1.2.1. Alfandegamento ..................................................................... 18 1.3. Recintos Alfandegados ............................................................... 20 1.3.1. Portos Secos ......................................................................... 22 1.4. Administração Aduaneira ........................................................... 27 2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS ........................................... 39 RESUMINHO ................................................................................... 65 LISTA DE QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA ................................. 67

Olá, pessoal. Vamos estudar Legislação Aduaneira para o concurso de seleção de novos

Analistas Tributários (ATRFB) e Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB)? Antes, vamos nos apresentar. Apresentação Pessoal

Somos Luiz Roberto Missagia e Rodrigo Luz, Auditores-Fiscais da Receita Federal, aprovados, respectivamente, nos concursos de 1996 e 1994.

Eu, Luiz Missagia, comecei a trabalhar na DRF Rio Grande (RS), em dezembro de 1997. Lá atuei no despacho aduaneiro (veremos aqui o que é), fiz visita aduaneira a navios e atuei no setor de processos aduaneiros gerais, onde chegava tudo aquilo que foge da rotina. Nestes casos, você tem que se virar para dar uma solução, seja autuando, seja liberando. Foi um grande aprendizado na área aduaneira.

Em 1999 fui para Vitória, mais especificamente na Alfândega da RFB do Porto de Vitória (ES), onde estou até hoje. Já atuei no porto seco, onde se faz despacho de importação, de exportação e trânsito aduaneiro. Lá trabalhei com

Aula 00 – Aula Demonstrativa

Page 2: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

2

regimes especiais, bagagem desacompanhada e, principalmente, aplicação de penalidades. Fui supervisor por lá, e depois chefiei o Serviço de Despacho Aduaneiro (SEDAD). Já participei de algumas dessas “operações especiais”, em conjunto com a Polícia Federal, que, às vezes, saem na mídia, em que buscamos, nos estabelecimentos das empresas importadoras ou até mesmo nas residências dos sócios, provas de cometimento de fraudes.

Como professor de cursos preparatórios para concursos, atuo desde 1999, nas disciplinas de contabilidade e aduana. Além do Manual de Contabilidade, escrevi, em conjunto com o também auditor e professor Francisco Velter livros de Contabilidade Avançada, Auditoria e Matemática Financeira, todos pela Editora Elsevier, atualizados conforme o edital da Receita de 2014. No Ponto dos Concursos estou desde a sua formação. Em conjunto com o Rodrigo Luz, escrevo cursos on-line no Ponto na área aduaneira e de comércio internacional desde 2005. Na área aduaneira, além de ministrar alguns cursos internos na Receita Federal, participo, desde 2004, como instrutor da Esaf dos cursos de formação e de treinamento no local de trabalho.

Por fim, também tenho participado de outros trabalhos interessantes na Receita Federal, como a Revisão Final do texto do Regulamento Aduaneiro de 2009 (Decreto 6.759/2009, base para a Legislação Aduaneira), Projeto de Elaboração dos Manuais de Despacho Aduaneiro, “Operação Rio+20” e Copa do Mundo, estas últimas bem interessantes, recebendo as delegações com os Chefes de Estado e as seleções de futebol e desembaraçando seus equipamentos, bagagem e armas dos seguranças oficiais.

Eu, Rodrigo Luz, comecei a trabalhar em 1995 no Aeroporto do Galeão,

no Rio de Janeiro. Por pouco mais de dois anos, vivi a experiência do trabalho de fiscalização na zona primária (você vai aqui aprender que a zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteiras alfandegados, enquanto a zona secundária engloba o resto do território brasileiro).

Desde 1997, trabalho na Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro (IRF/RJ) cobrindo todo o município do Rio, fiscalizando não diretamente as importações e exportações realizadas a cada dia, mas os importadores e exportadores em seus respectivos estabelecimentos. Fui Chefe do Serviço de Controle Aduaneiro e do Serviço de Tecnologia, Chefe-Substituto do Serviço de Fiscalização e do Serviço de Programação e Seleção para Fiscalização. Atualmente, atuo “na rua”, fiscalizando as empresas em seus estabelecimentos. Na zona secundária, além de termos que conhecer a fundo a Legislação Aduaneira, temos que estar sempre afiados com as novas normas de Contabilidade.

Page 3: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

3

Na fiscalização de zona secundária, o AFRFB pode atuar, por exemplo, revisando o conjunto das importações e exportações realizadas nos últimos cinco anos, bem como fiscalizando se os produtos importados com isenção tributária continuam na mão do importador (isto evita a fraude de uma isenção ser obtida por uma pessoa para uso de outra que não teria tal benefício). Entre muitas outras coisas, também fiscalizamos se os regimes aduaneiros especiais concedidos ao importador/exportador, como o drawback ou a admissão temporária, estão sendo cumpridos à risca (vamos estudar tais regimes aqui).

Depois de ter entrado na RFB, resolvi realizar um outro sonho, o de levantar as mangas e pegar o giz (naquele tempo, os quadros das salas de aula ainda eram negros. rs). Comecei em 1998 a dar aulas de Comércio Internacional, Legislação Aduaneira e Relações Econômicas Internacionais para o concurso da RFB daquele ano. Já são dezesseis anos de aulas, incluindo as ministradas nos cursos de formação da Esaf para os candidatos classificados nos concursos para AFRFB e para ATRFB desde 2004.

Formado em Informática, entrei na RFB e cursei a graduação em Direito, concluída em 2004. Em 2005, comecei a lecionar também Direito Internacional Público e lancei meus dois primeiros livros: “Comércio Internacional e Legislação Aduaneira” e “Relações Econômicas Internacionais”. Em 2009, escrevi “Comércio Internacional – Questões Comentadas”, sempre pela Editora Elsevier. Proposta do Curso

Em 2012, aconteceu aquilo que ninguém esperava: a volta da Legislação Aduaneira no conteúdo programático dos concursos da RFB. Mas, na verdade, não foi bem uma volta já que entrou muito mais coisa do que se pedia no passado, como veremos adiante. O conteúdo de 2014, sobre o qual vamos nos debruçar neste curso, é praticamente o mesmo de 2012. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – AFRFB/2014 1. Jurisdição Aduaneira. 1.1. Território Aduaneiro. 1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1. Alfandegamento. 1.3. Recintos Alfandegados. 1.4. Administração Aduaneira. 2. Controle Aduaneiro de Veículos. 3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior. 3.1. Regramento Constitucional e Legislação Específica. 3.2. Produtos, Bens e Mercadorias. 3.3. Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e Desnacionalizados.

Page 4: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

4

4. Imposto de Importação. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidência. 4.3. Fato Gerador. 4.4. Base de Cálculo. 4.5. Alíquotas. 4.6. Tributação de Mercadorias não Identificadas. 4.7. Regime de Tributação Simplificada. 4.8. Regime de Tributação Especial. 4.9. Regime de Tributação Unificada. 4.10. Pagamento; Restituição e Compensação. 4.11. Isenções e Reduções do Imposto de Importação. 4.12. Imunidades do Imposto de Importação e Controle exercido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 4.13. Reimportação. 4.14. Similaridade. 5. Imposto de Exportação. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. Incidência. 5.3. Fato Gerador. 5.4. Base de Cálculo. 5.5. Alíquotas. 5.6. Pagamento. 5.7. Incentivos Fiscais na Exportação. 6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à Importação. 6.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidência e Fato Gerador. 6.3. Base de Cálculo e Alíquotas. 6.4. Isenções. 6.5. Imunidades. 6.6. Suspensão do Pagamento do Imposto. 7. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e COFINS Importação. 7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidência e Fato Gerador. 7.3. Base de Cálculo. 7.4. Isenções. 7.5. Suspensão do Pagamento e Redução de Alíquotas (Programas Específicos e seu Regramento). 8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação vinculado à Importação. 8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. Fato Gerador. 8.3 Alíquotas. 8.4. Isenções e Imunidades. 8.5. Pagamento do Imposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 9. Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e Taxa Mercante. 10. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Combustíveis/Importação. 11. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação. 11.1. Atividades Relacionadas aos Serviços Aduaneiros. 11.2. Despacho Aduaneiro de Importação e Despacho Aduaneiro de Exportação. 11.2.1. Disposições Gerais. 11.2.2. Modalidades. 11.2.3. Documentos que os Instruem. 11.2.4. Casos Especiais de Importação e de Exportação Previstos na Legislação. 11.3. Espécies de Declaração de Importação e de Declaração de Exportação. 11.4. Declaração de Importação. 11.5. Conferência e Desembaraço na Importação e na Exportação. 11.6. Cancelamento da Declaração de Importação e da Declaração de Exportação. 11.7. Lançamento dos Impostos Incidentes sobre a Importação.

Page 5: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

5

12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. 12.1. Disposições Gerais e Específicas de cada Regime e de cada Área. 13. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL. 14. Mercadoria Abandonada. 15. Avaria; Extravio e Acréscimo de Mercadorias. 15.1. Responsabilidade Fiscal pelo Extravio. 16. Termo de Responsabilidade. 17. Infrações e Penalidades previstas na Legislação Aduaneira. 18. Pena de Perdimento. 18.1. Natureza Jurídica. 18.2. Hipóteses de Aplicação. 18.3. Limites. 18.4. Processo/Procedimento de Perdimento. 18.5. Processo de Aplicação de Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria Sujeita a Pena de Perdimento. 19. Aplicação de Multas na Importação e na Exportação. 20. Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior. 21. Sanções Administrativas a que estão sujeitos os Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior e o Processo de sua Aplicação. 22. Representação Fiscal para Fins Penais. 23. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro. 24. Destinação de Mercadorias. 25. Subfaturamento e Retenção de Mercadorias. 26. Valoração Aduaneira. 27. Legislação Aduaneira aplicável ao MERCOSUL. 28. Internalização da Legislação Aduaneira Aplicável ao MERCOSUL. 29. Disposições Constitucionais Relativas à Administração e Controle sobre Comércio Exterior. 30. Contrabando, Descaminho e Princípio da Insignificância. 31. SISCOSERV e SISCOMEX. 32. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Podemos ver que o conteúdo é bem grande. No entanto, como sempre fazemos, daremos a matéria “maceteada” para você.

Talvez você saiba que a Legislação Aduaneira foi pedida desde o início dos concursos para a RFB. Quando nós começamos a estudar para o concurso da RFB, lá em 1993, pegávamos as provas mais antigas (1985, 1989 e 1991) e víamos tão somente questões de Legislação Aduaneira, não de Comércio Internacional. Além da Legislação, estudávamos IPI, Imposto de Renda, os vários ramos do Direito e muitas outras matérias.

Page 6: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

6

A partir de 2005, a Legislação Aduaneira deixou de cair (na verdade, restou apenas a cobrança de valoração e classificação aduaneiras). E em 2012 e 2014 entrou muito mais do que era cobrado antes. Por quê?

Muito provavelmente porque os dois editais não previram curso de formação. Como a legislação que os novos AFRFB irão aplicar no seu dia a dia não seria mais ensinada no curso de formação, resolveram trazer as matérias para a 1ª etapa do concurso. Veja que até os casos de “cancelamento de declaração de importação e de exportação”, coisas totalmente operacionais, foram incluídos no conteúdo programático.

Este nosso curso está atualizado e assim ficará até sua retirada do ar. Enquanto o curso estiver ativo no site, se surgirem alterações na legislação, as adaptações serão feitas, disponibilizando-se as aulas atualizadas para que você as baixe novamente. A programação

O curso é composto de 20 (vinte) aulas, contando com esta. Algumas serão escritas por mim, Rodrigo Luz, outras, pelo Missagia. O aluno terá ainda o fórum para solução de dúvidas. Cada professor vai responder às questões de suas próprias aulas.

Como sempre fazemos em nossos cursos, em cada aula apresentaremos exercícios de provas anteriores. Também apresentaremos questões inéditas, no estilo Esaf, com cinco assertivas, e com semelhança na forma de cobrança. Serão mais de 400 questões comentadas.

Eis a lista das aulas, na ordem em que cada tópico será apresentado:

Aula Tópicos do Edital Prof. 00 1. Jurisdição Aduaneira.

29. Disposições Constitucionais. 2. Controle Aduaneiro de Veículos.

Rodrigo Luz

01 3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior. 4. Imposto de Importação – parte I

Rodrigo Luz

02 4. Imposto de Importação – parte II Rodrigo Luz 03 5. Imposto de Exportação.

6. IPI vinculado à Importação. 7. PIS/PASEP Importação e COFINS Importação.

Rodrigo Luz

04 8. ICMS vinculado à Importação. 9. AFRMM e Taxa Mercante. 10. CIDE Combustíveis/Importação.

Rodrigo Luz

05 26. Valoração Aduaneira – parte I Missagia 06 26. Valoração Aduaneira – parte II

27. Legislação Aduaneira aplicável ao Mercosul Missagia

Page 7: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

7

07 31. SISCOMEX. 11. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação (parte I) 15. Avaria, Extravio e Acréscimo de Mercadorias.

Missagia

08 11. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação. (parte II)

Missagia

09 11. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação. (parte III)

Missagia

10 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. (parte I)

Missagia

11 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. (parte II)

Missagia

12 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. (parte III)

Missagia

13 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. (parte IV) 16. Termo de Responsabilidade.

Rodrigo Luz

14 28. Internalização da Legislação Aduaneira Mercosul. 13. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no Mercosul. 14. Mercadoria Abandonada.

Rodrigo Luz

15 17. Infrações e Penalidades previstas na Legislação Aduaneira. 19. Aplicação de Multas na Importação e na Exportação. 18. Pena de Perdimento. 20. Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior. 11.1. Atividades Relacionadas aos Serviços Aduaneiros. 21. Sanções Administrativas. 25. Subfaturamento e Retenção de Mercadorias. 22. Representação Fiscal para Fins Penais.

Missagia

16 24. Destinação de Mercadorias. 23. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro. 31. SISCOSERV. 32. Jurisprudência do STF. 30. Contrabando, Descaminho e Princípio da Insignificância.

Rodrigo Luz

17 Resumão Ambos 18 Simulado I Rodrigo Luz 19 Simulado II Missagia

Sobre livros

Mesmo com o nosso compromisso de cuidar de toda a matéria nos cursos

online que ministramos, alguns alunos sempre nos pedem para indicar livros. Então eu vou logo me antecipar às perguntas e sugerir meu livro “Comércio Internacional e Legislação Aduaneira”. Cerca de 80%-85% do conteúdo de Legislação Aduaneira são nele tratados (a atualização e o restante do conteúdo

Page 8: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

8

podem ser baixados gratuitamente do site da própria editora). Se alguém quiser pegar um Regulamento anotado, o melhor livro que há no mercado é “Anotações ao Regulamento Aduaneiro”, organizado por Rosaldo Trevisan.

Vamos combinar uma coisa? No curso online de Direito Constitucional você fica com a Constituição a tiracolo, né? Então, em Legislação Aduaneira, se você estiver lendo esta aula no computador, seria legal acompanhar com o Regulamento Aduaneiro aberto na outra janela. Pode ser? Meu caro, perceba uma coisa: o edital trouxe os títulos dos capítulos e seções do Regulamento Aduaneiro. Logo, em tese, qualquer um dos artigos do Regulamento poderá cair na sua prova. Não há condições humanas para nós fazermos comentários sobre todos os artigos do Regulamento, assim como não haveria condições para você ler tudo que nós teríamos escrito. Por isso, neste curso tentaremos apenas pontuar aquilo que consideramos mais importante da legislação aduaneira, cuja base é o Regulamento Aduaneiro. Eu sugiro que você dê uma lida em todos os artigos relativos aos tópicos do edital. Por isso, para cada tópico, indicaremos precisamente os artigos abrangidos pelo tópico do edital, mas só vamos explicar os mais prováveis de cair.

Chega de papo! Vamos estudar.

1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA A jurisdição aduaneira é o “Título 1” do Regulamento Aduaneiro (RA). Todo este primeiro tópico é tratado nos artigos 2º a 25 do RA. Lá no Direito, a gente vê que a definição de jurisdição é: “poder de alguém conhecer os conflitos e os resolver”. No entanto, quando se trata de jurisdição aduaneira, não se faz uso deste conceito, que é mais voltado à matéria judicial, pois implica “resolver conflitos”. A aduana não resolve, mas autua. A jurisdição aduaneira significa então o poder conferido à aduana para que realize a fiscalização relativa às operações de comércio exterior. Tal fiscalização acontece em todo o território nacional. Afinal, as mercadorias importadas não devem ser objeto de atenção apenas no porto ou no aeroporto, por exemplo, mas em todo o território nacional. Imagine você se o controle da aduana fosse apenas nos portos, aeroportos e pontos de fronteira. O que aconteceria com as mercadorias contrabandeadas? Como não passariam por aquelas unidades, elas não se sujeitariam a nenhuma fiscalização? Quer dizer: entrou, está liberada? rsrs Claro que não, né?

Page 9: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

9

Por isso, o artigo 3o do Regulamento Aduaneiro dispõe: “A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange: (...)”

“Mas, Rodrigo, eu estudei território nacional, não território aduaneiro. Que negócio é esse aí?” Meu caro, concorda comigo que o controle da aduana (controle aduaneiro) nos portos e aeroportos deve ser muito mais intenso do que no interior do país? Por isso, resolveram dividir o território em duas “partes”: a zona primária e a zona secundária. Só que aí pensaram: “antes de quebrarmos o território em dois, será bom fazer um copiar-colar nele e depois quebrar a cópia.” “O quê???? Copiar-colar?????” Ora, você não acha que dá para mexer num conceito constitucional, né? Então para particionar o território em dois, não dava para o decreto presidencial dispor: “o território nacional é dividido em zona primária e secundária.” Quem é esse tal de decreto, querendo mexer numa definição constitucional? Por isso, criaram um novo conceito: território aduaneiro. E só depois, no artigo 3º, é que fizeram a divisão do território, não do território nacional (definido na CF/1988), mas do novíssimo “território aduaneiro”.

Art. 2o O território aduaneiro compreende todo o território nacional.

Antes, porém, de olharmos o artigo 3º e vermos como ficou particionado

o território aduaneiro, note que a jurisdição dos serviços aduaneiros pode passar do nosso território!

Art. 3º (...) § 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil.

O que é isso?

No Mercosul, foi celebrado o Acordo de Recife, sendo sua redação dada pela Decisão do Conselho do Mercado Comum (CMC) 4/2000. Por meio desta norma, ficou acordado que os países do bloco criariam as chamadas Áreas de Controle Integrado (ACI). São áreas em que trabalham juntas as autoridades fiscais, sanitárias, de imigração e de transporte dos dois países vizinhos, o que facilita a vida de quem está passando para lá ou para cá. Para cada ACI, define-se se a fiscalização será simultânea por parte das autoridades dos dois países. Em caso negativo, primeiro atuam as autoridades do país de saída e, depois, as autoridades do país de entrada.

Page 10: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

10

Se você consultar o link abaixo, opção “Áreas de Controle Integrado”, vai ver que o Brasil participa de um monte de ACI, inclusive com a Bolívia, que foi incluída posteriormente nessa sistemática.

www.receita.fazenda.gov.br/SRF/Estrutura/estrutura.htm

Dependendo da ACI, ela estará instalada do lado de cá ou do lado de lá da fronteira. Será um único local físico. Se a ACI estiver do lado de lá da fronteira, o AFRFB e as demais autoridades brasileiras estarão atuando em território estrangeiro. Por este motivo, o § 5º dispôs que a jurisdição fica estendida para tal local no exterior.

Guarde isso!

Em função das Áreas de Controle Integrado, pode-se dizer que a aduana brasileira possui jurisdição mesmo fora do nosso território!

Não confunda!

A instalação de uma ACI em solo paraguaio não implica a extensão do nosso território aduaneiro. O território aduaneiro brasileiro continua sendo somente o território nacional. Nós não anexamos nenhuma porção do território paraguaio. Foi aumentada apenas a jurisdição aduaneira, isto é, o nosso poder de fiscalização passou a alcançar um local dentro do território estrangeiro.

1.1. Território Aduaneiro

Depois de copiar-colar, puderam escrever no artigo 3o: “A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange: I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local: a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados; b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; e II - a zona secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.”

Page 11: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

11

Guarde isso! É básico!

1) O território aduaneiro compreende todo o território nacional e se divide em zona primária e zona secundária. 2) A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados.

Ora, por que particionar o território em duas partes? Para criar regras específicas para cada uma delas. Óbvio que as regras na zona primária são muito mais rigorosas do que as regras da zona secundária. A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. Ela tem esse nome porque é o primeiro ponto do território aduaneiro “tocado” pelas mercadorias, pessoas e veículos, como vemos no artigo 8o do RA:

Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Observação: a zona primária também tem a característica de ser o ponto de saída do país.

Como vemos, a única exceção expressamente prevista no Regulamento

Aduaneiro em relação à entrada e à saída de bens pela zona primária consta no inciso I acima e se refere, por exemplo, ao gás boliviano trazido pelo gasoduto Brasil-Bolívia e à energia elétrica produzida do lado paraguaio da usina de Itaipu. Tais bens entram no Brasil, respectivamente, por meio de dutos e linhas de transmissão, não sendo descarregados na zona primária para fins de conferência. Isso não quer dizer que tais bens não sejam conferidos, mas o são por meio de controles específicos definidos pela Receita Federal e que não nos interessam aqui neste curso. A exceção prevista no inciso I anterior é acompanhada por duas outras aberturas genéricas previstas no Regulamento.

Em primeiro lugar, por meio do Decreto 8.010/2013, que incluiu o inciso II no artigo 8º transcrito, o Secretário da Receita Federal passou a ter o

Page 12: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

12

direito de publicar atos normativos para indicar outras situações em que a entrada poderá ser por zona secundária.

Em segundo lugar, pelo artigo 26, § 2º (que veremos adiante), permite-se que o titular da unidade aduaneira jurisdicionante autorize, em casos justificados, que a entrada de veículos se dê pela zona secundária. Por exemplo, se houver necessidade de um avião procedente do exterior fazer um pouso de emergência no estado do Rio de Janeiro, o titular da Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro poderá autorizar tal pouso no aeroporto mais acessível, independentemente de ser alfandegado ou não. É uma permissão óbvia. E claro que, se o veículo estiver entrando pela zona secundária, as mercadorias trazidas por ele também o estarão.

“Rodrigo, quem é o titular da unidade aduaneira jurisdicionante?” Veremos isso mais adiante, quando tratarmos do “Controle Aduaneiro de

Veículos” e do artigo 26.

Podemos afirmar que todos os aeroportos, portos e fronteiras fazem parte da zona primária? De jeito nenhum. Por exemplo, o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, não é alfandegado, pois opera apenas com voos domésticos. Uma assertiva da Esaf poderia ser, por exemplo: “Os aeroportos fazem parte da zona primária.” Isto está INCORRETO. Nem todo aeroporto faz parte da zona primária, mas só os alfandegados.

Da mesma forma, existem portos e pontos de fronteira não alfandegados.

Na prova de AFRFB/2014, a questão discursiva pediu para que o concursando discorresse sobre território aduaneiro e jurisdição aduaneira:

“(AFRFB/2014) Em tempos de globalização, o comércio internacional adquire importância cada vez maior no cenário econômico mundial. A administração aduaneira deve se manter constantemente atualizada no intuito de não se tornar obstáculo desnecessário ao comércio lícito, tampouco em incentivo a práticas ilícitas. Partindo dessa premissa, nos termos da legislação aduaneira, é possível a atuação do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil além da linha de fronteira terrestre do Brasil? Justifique e fundamente sua resposta em um mínimo de 20 (vinte) linhas e em um máximo de 40 (quarenta) linhas, a qual deverá abordar, obrigatoriamente, os seguintes tópicos:

a) Definição de território aduaneiro; e b) Abrangência de jurisdição dos serviços aduaneiros.”

Page 13: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

13

Em síntese, a redação deveria mencionar que o território aduaneiro abrange o território nacional e se divide em zona primária e zona secundária. Além disso, deveria ser escrito que a jurisdição dos serviços aduaneiros abrange o território aduaneiro e as Áreas de Controle Integrado (ACI) criadas nas regiões fronteiriças dos países membros do Mercosul (e da Bolívia) com o Brasil. A partir daí, a conclusão seria óbvia: é possível sim a atuação do Auditor-Fiscal além da linha de fronteira terrestre do Brasil, nas citadas ACI. 1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados Esse Word é bem bobão mesmo. Eu escrevo “alfandegado” e ele fica dizendo que desconhece a palavra... rs Quem decide que aeroportos, portos e pontos de fronteiras serão alfandegados? Acertou. O seu futuro órgão: a Receita Federal. Como é ela que realiza as atividades de administração aduaneira, ela define as unidades que serão contempladas com todo o aparato alfandegário. Às vezes, o alfandegamento é apenas temporário. Veja o caso, por exemplo, da Rio+20, em 2012, em que trabalhamos até quase tirarem o nosso couro (rs). Aqui no Rio, a Base Aérea de Santa Cruz foi alfandegada temporariamente para a chegada das cerca de 150 delegações estrangeiras. Nós, da IRF-RJ, fomos convocados a ir para Santa Cruz receber autoridades do mundo inteiro, enquanto o pessoal do Galeão recebia outro tantão de gente. Veja aqui o alfandegamento a título precário: www.lex.com.br/legis_23451102_ATO_DECLARATORIO_EXECUTIVO_N_143_DE_13_DE_JUNHO_DE_2012.aspx Era necessário alfandegar por quê? Para que fosse permitida a entrada de bens, veículos e pessoas procedentes do exterior ou a ele destinadas. Veja o artigo 5º. É literal: somente a zona primária está autorizada a receber “coisas” que vêm do exterior ou que estão indo para lá (é certo que há exceções, vistas nas páginas anteriores).

Art. 5º Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro: I – estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados;

Page 14: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

14

II – ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; III – embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.

Veja só o seguinte: a entrada tem que ser pela zona primária (com exceções), mas a fiscalização pode ocorrer em outro local, até mesmo no estabelecimento do importador. Já perdi a conta de quantas vezes eu conferi carga no estabelecimento do importador. Imagine, por exemplo, a quantidade de peças e partes de uma turbina e de um gerador importados para a instalação de uma usina termelétrica. Para que seja confirmada a correta classificação do bem, permitimos a saída, sob controle aduaneiro, e a montagem do bem pelo importador. Em seguida, acompanhamos a montagem, não pessoalmente, mas por meio de perito credenciado por nós. Ao final da montagem, o laudo emitido pelo perito contém as fotos de tudo que você possa imaginar, evidenciando todo o processo de montagem. A partir dele, podemos concluir se a classificação utilizada pelo importador foi a correta. Enfim, pode-se verificar o bem no estabelecimento do importador, mas ele deverá ter entrado no país pela zona primária. Na parte inicial do Regulamento Aduaneiro, constam ainda informações acerca de duas outras “zonas” (ô nome feio rs): a “zona de processamento de exportações” e a “zona de vigilância aduaneira”: Art. 3º (...)

§ 1o Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de exportação, referidas no art. 534, constituem zona primária. Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilância aduaneira, nas quais a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas. § 3o Compreende-se na zona de vigilância aduaneira a totalidade do Município atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área demarcada.

Pelo amor de Deus, a zona de processamento de exportações (ZPE) e a zona de vigilância NÃO fazem parte da zona primária.

Page 15: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

15

Pense na ZPE como uma grande área geográfica delimitada e controlada pela aduana em que se instalam empresas que se disponham a exportar muuuito. Conforme a Lei 11.508/2007, as ZPE são criadas em regiões menos desenvolvidas, “com a finalidade de reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do país.”

Observação: O estudo da ZPE será aprofundado na aula 13, pois é um dos regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais. Vemos aqui apenas a noção geral sobre o regime para que entendamos o artigo 3, § 1º.

Para o governo, é interessante criar tais polos de exportação, pois sua

política de comércio exterior pode ser mais efetiva ao concentrar muitos exportadores numa mesma região geográfica. É muito melhor para as decisões de governo em relação, por exemplo, aos investimentos em estradas, portos e aeroportos. Além disso, a concentração gera benefícios às próprias empresas em virtude de poderem concentrar na região mão de obra especializada. Isto gera externalidades positivas, como, por exemplo, a troca de conhecimento técnico entre as empresas e até entre os funcionários das diferentes empresas. Para uma empresa ser autorizada a se instalar numa ZPE e ganhar um monte de benefícios previstos na lei, é necessário que ela assuma o compromisso de que suas receitas de exportações sejam de, no mínimo, 80% da receita total. Já que ela ganha um monte de benefícios tributários, o governo exige tal contrapartida. Veja só: isso aí pode ser chamado de zona primária? Claro que não. Aí não pousará avião vindo do exterior. Nem aeroporto existe aí dentro. A ZPE é um distrito industrial, controlado sim pela aduana, pois as indústrias têm que cumprir seus compromissos. Se uma assertiva da prova for: “a zona de processamento de exportações faz parte da zona primária”, já sabemos o que considerar, né? Afirmativa INCORRETA. Ela só é considerada zona primária “para efeito de controle aduaneiro” e não para todos os efeitos. O controle aduaneiro será muito mais rigoroso, mas não se trata de uma unidade de zona primária, nem podendo entrar ali veículos do exterior.

E a zona de vigilância aduaneira (ZVA)? Bem, essa aí é criada em orla marítima ou na faixa de fronteira, pois são

locais muito propícios à entrada clandestina de mercadorias. Para aumentar a vigilância sobre as mercadorias aí encontradas, o Ministro da Fazenda cria a ZVA e impõe mil e uma restrições para tais bens. Assim é mais fácil evitar a

Page 16: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

16

entrada clandestina. Note que a ZVA pode ser criada com restrições não só para mercadorias, mas também para pessoas, animais e veículos. Ela é zona primária? NÃO. Muito pelo contrário, né? A ZVA é para evitar a entrada de bens. Se fosse zona primária, seria para permitir a entrada.

Como consta no § 3º, a ZVA inclui a totalidade do município onde se encontra a linha de demarcação, ainda que a ZVA ocupe, por exemplo, apenas 1% do território municipal.

Guarde isso!

1) A zona primária é composta apenas por portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. 2) As Zonas de Vigilância Aduaneira (ZVA) e as Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) não fazem parte da zona primária. 3) Apesar de as ZPE não serem zona primária, elas são assim consideradas exclusivamente “para efeito de controle aduaneiro”. 4) Como as Áreas de Controle Integrado (ACI) instaladas em país vizinho não fazem parte do nosso território aduaneiro, também não cabe falar que elas são zona primária.

QUESTÕES 01 – (AFTN/1991) Define-se como zona primária a área (adaptada) a) ocupada pelas zonas de vigilância aduaneira e pelos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados b) terrestre ou aquática, ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados, ou a eles adjacentes, bem como a área ocupada por pontos de fronteira alfandegados, por depósitos alfandegados, por entrepostos aduaneiros ou industriais e pelas zonas francas c) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados d) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e espaço aéreo adjacente, bem como a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados.

Page 17: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

17

e) ocupada pelos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados, depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, entrepostos industriais, zonas francas e áreas de trânsito aduaneiro Comentários Zonas de vigilância aduaneira, depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, industriais, zonas francas, espaço aéreo, áreas de trânsito aduaneiro, nada disso faz parte da zona primária. Gabarito: C. 02 - (TTN/1997) A zona primária aduaneira compreende: (adaptada) a) a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaço aéreo correspondente, a área terrestre ocupada pelos portos alfandegados e a área contígua aos pontos de fronteira alfandegados b) a área terrestre e aquática ocupada pelos portos alfandegados, as ilhas fluviais ou lacustres de domínio da União, a área interna dos aeroportos alfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela União c) a área terrestre ou aquática ocupada pelos portos alfandegados, a área descontínua ocupada pelas ilhas marítimas, fluviais ou lacustres, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados d) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportos alfandegados, terrestres ou aquáticas, os armazéns alfandegados situados na hinterlândia de portos e aeroportos e a área contígua aos pontos de fronteira alfandegados desde que situada na faixa de fronteira Comentários Questão direta.

Gabarito: d.

Page 18: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

18

1.2.1. Alfandegamento Comentei antes que o alfandegamento é realizado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, como dispõe o art. 13, § 6º. Quando se diz “pela Receita”, está-se dizendo “pelo Secretário da Receita ou por quem dele receber expressa delegação”. Atualmente, o alfandegamento está delegado aos Superintendentes Regionais da Receita Federal. Veja a Portaria SRF nº 602/2002:

www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Portarias/2002/portsrf602.htm

Guarde isso!

Autoridade aduaneira nacional: Secretário da RFB

Autoridade aduaneira regional: Superintendentes Regionais da Receita Federal

Autoridade aduaneira local: Inspetores-Chefes das Alfândegas e das Inspetorias

Para o alfandegamento, é exigido um monte de coisas pelo Regulamento

Aduaneiro: Art. 13. O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira somente poderá ser efetivado: I - depois de atendidas as condições de instalação do órgão de fiscalização aduaneira e de infraestrutura indispensável à segurança fiscal; II - se atestada a regularidade fiscal do interessado; III - se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; e IV - se o interessado assumir a condição de fiel depositário da mercadoria sob sua guarda.

Uma vez eu participei de uma vistoria em um local que se pretendia fosse alfandegado como um “porto seco”. Se não fosse a enorme floresta atrás do terreno do prédio, talvez o recinto tivesse sido alfandegado. Eu, hein, sai um bicho (humano) lá do meio... “Rodrigo, que negócio é esse aí de porto seco?” A gente vai ver isso já já.

Page 19: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

19

O artigo 13, I, exige que o responsável pelo local que se deseja alfandegar cumpra algumas condições de instalação da aduana, inclusive para que ela possa trabalhar com segurança. Mas quais são as exigências efetivas?

O artigo 13-A dispõe que a RFB define os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento, tais como a exigência de aparelhos de raio-x, balanças, sistemas de vigilância e de controle de ingresso de pessoas. Em suma, a RFB faz duas coisas: i) define requisitos de cumprimento obrigatório para que os locais possam ser alfandegados; e ii) faz o alfandegamento, caso ateste o cumprimento das condições do artigo 13 e dos requisitos que ela mesmo criou.

Art. 13-A. Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil definir os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais internacionais.

Se te afirmarem “somente porto, aeroporto e ponto de fronteira são alfandegados”, o que você diz?

“Mentira.” Existem várias “coisas alfandegáveis” (êta palavra) na zona secundária. Uma delas são os portos secos, analisados adiante; outra, os silos e tanques citados a seguir:

Art. 13. (...) § 4o Poderão, ainda, ser alfandegados silos ou tanques, para armazenamento de produtos a granel, localizados em áreas contíguas a porto organizado ou instalações portuárias, ligados a estes por tubulações, esteiras rolantes ou similares, instaladas em caráter permanente. Observação: “área contígua” não é “área dentro”, mas fora dos portos alfandegados.

Uma última disposição acerca de alfandegamento é trazida no artigo 14:

Art. 14. Nas cidades fronteiriças, poderão ser alfandegados pontos de fronteira para o tráfego local e exclusivo de veículos matriculados nessas cidades. § 1o Os pontos de fronteira de que trata o caput serão alfandegados pela autoridade aduaneira regional, que poderá fixar as restrições que julgar convenientes.

Page 20: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

20

§ 2o As autoridades aduaneiras locais com jurisdição sobre as cidades fronteiriças poderão instituir, no interesse do controle aduaneiro, cadastros de pessoas que habitualmente cruzam a fronteira.

Note bem: o alfandegamento é realizado pelo Secretário da Receita Federal, podendo ser delegado (vimos inclusive que isso foi feito). Porém, no caso das citadas cidades fronteiriças do art. 14, o Regulamento Aduaneiro já dá “de cara” o direito de as autoridades regionais alfandegarem aquelas, com a condição de que somente os veículos da região cruzem a fronteira. Isso é para evitar ou, pelo menos, diminuir a utilização da fronteira por “sacoleiros”. Afastam-se aqueles ônibus que vêm lá do “interiorzão”, apinhado de gente com mala vazia, prontinha para gastar tudo no Paraguai, comprando muita bugiganga da China e vizinhos. Que alegria me dá quando eu vejo no jornal um ônibus de muambeiros sendo apreendido. rs

Lembre-se disso!

Alfandegar prá quê? Para permitir a entrada de pessoas, veículos e mercadorias vindas do exterior ou a ele destinadas.

1.3. Recintos Alfandegados O alfandegamento de recintos também é de competência do Secretário da Receita Federal e foi delegado aos Superintendentes Regionais da RFB (SRRFB). Tal delegação e as regras do alfandegamento estão previstas na Portaria RFB 3.518/2011: www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/Portarias/2011/portrfb35182011.htm

Que recintos alfandegados existem? Bem, o artigo 9º do Regulamento menciona recintos em zona primária e

em zona secundária. No caso da zona primária, não basta, por exemplo, o alfandegamento do porto. Tem que mencionar quais recintos dentro do porto serão autorizados a receber carga para fins de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro:

Art. 9o Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de:

Page 21: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

21

I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial; II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e III - remessas postais internacionais. Parágrafo único. Poderão ainda ser alfandegados, em zona primária, recintos destinados à instalação de lojas francas.

Pode-se dizer que o porto é alfandegado no sentido lato, mas somente

alguns recintos são alfandegados no sentido estrito. Afinal, um aeroporto possui vários recintos: de bagagem de voos internacionais, de bagagem de voos domésticos, de carga, de remessas postais, de controle de pessoal, de processos, os estacionamentos, os banheiros... Nem todos são alfandegados.

Não há necessidade, por exemplo, de se alfandegar o setor de voos domésticos. Afinal, por ali não haverá entrada de mercadoria procedente diretamente do exterior ou a ele destinada. Uma mercadoria estrangeira até poderá entrar naquele local, mas ela já terá sido previamente fiscalizada em um recinto alfandegado pelo qual tenha passado. Da mesma forma, não há necessidade de se alfandegar o estacionamento do aeroporto nem os banheiros externos, pois, para que uma mercadoria procedente do exterior chegue a esses locais, ela já terá passado pelos recintos alfandegados de bagagem, de carga ou de remessas postais. O setor da Receita Federal no aeroporto que trata apenas do controle de pessoal, incluindo folha de ponto, não é alfandegado. O setor que trata da análise de processos de solicitação de benefícios fiscais também não é alfandegado. O que entra e sai dali são tão somente processos e não as mercadorias vindas diretamente do exterior.

Portanto, pode-se dizer que o alfandegamento de um aeroporto ocorre no sentido amplo, mas apenas alguns recintos neste aeroporto sofrem alfandegamento no sentido estrito. Este pode ser ilustrado como a fiscalização ostensiva da aduana na “porta do recinto”.

Lembre-se disso! O alfandegamento do recinto impõe uma fiscalização ostensiva da aduana na “porta” dele.

Pela redação do artigo 9º, você pode notar que existem recintos alfandegados também na zona secundária.

“Ué, professor, o alfandegamento não é só na zona primária?”

Page 22: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

22

Não. A entrada de mercadorias é apenas pela zona primária (vimos que há exceções), mas as mercadorias podem ficar sob controle aduaneiro no interior do país, nos chamados “portos secos”. Há ainda outros lugares alfandegados no interior do país, como, por exemplo, os Depósitos Alfandegados Certificados e os locais de realização das feiras de produtos estrangeiros (Feira da Providência e Salão do Automóvel, entre outros). Todos estes casos especiais serão analisados neste curso. 1.3.1. Portos Secos

O que são os portos secos? São recintos alfandegados instalados no interior do país, fora de portos e aeroportos, cujos objetivos são desafogar estas unidades de zona primária e interiorizar o despacho aduaneiro, levando-o para locais mais próximos aos estabelecimentos dos importadores e exportadores brasileiros.

Considere que uma das afirmativas da Esaf na prova seja: “Podem existir portos secos na zona primária.” A afirmativa está certa ou errada? CERTA. O porto seco pode estar instalado em zona primária, desde que seja em ponto de fronteira.

A instalação de um porto seco se dá por meio de licitação para que as pessoas jurídicas selecionadas ofereçam serviço análogo ao que é oferecido pela Infraero nos aeroportos alfandegados, ou seja, armazenar e oferecer a estrutura necessária para a conferência das mercadorias pelos órgãos públicos, dos quais o principal é a Receita Federal, responsável pelo despacho aduaneiro. Com a escolha do vencedor, este passa a prestar os serviços sob o regime de permissão (em regra) ou o de concessão precedida da execução de obra pública.

O regime será de concessão somente se o imóvel de instalação for da

União. Caso contrário, o regime será de permissão. Art. 12. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro, bem como a prestação de serviços conexos, em porto seco, sujeitam-se ao regime de concessão ou de permissão. Parágrafo único. A execução das operações e a prestação dos serviços referidos no caput serão efetivadas mediante o regime de

Page 23: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

23

permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão precedida da execução de obra pública.

Quando criado, o porto no Rio de Janeiro certamente foi dimensionado

para operar até um determinado volume de comércio. Com o passar do tempo, ficou pequeno diante do incremento do fluxo comercial. As limitações são físicas. Não há espaço infinito para operação. A criação dos portos secos veio, entre outras coisas, atender este problema de infraestrutura.

Quer ver outra motivação para a criação de portos secos? Imagine uma mercadoria importada por uma empresa do estado de

Goiás, mas que entra no Brasil pelo porto do Rio de Janeiro. Se não houvesse um porto seco no seu estado, o importador teria de se deslocar ao Rio de Janeiro, ou contratar um despachante aduaneiro, para apresentar os documentos à Receita Federal e assistir à verificação da mercadoria por parte desta. Estas possibilidades poderiam ser inadequadas ao importador, que perderia tempo e/ou dinheiro que talvez não possuísse. Como a mercadoria já irá mesmo viajar para Goiás, por que não proceder ao despacho aduaneiro naquele estado? A criação dos portos secos também veio para atender a esse interesse dos importadores e exportadores do interior do país.

A definição de portos secos consta no art. 11 do Regulamento Aduaneiro: Art. 11. Portos Secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. § 1º – Os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados. (...)

Antigamente, o porto seco era chamado “estação aduaneira interior”. Nas provas da ESAF anteriores a 2002, você irá encontrar esta expressão. Saiba que ela não existe mais. Quer mais um motivo para a criação de portos secos?

Ao perceber a concentração de importação ou exportação de mercadorias em uma determinada área geográfica, sem que haja uma unidade aduaneira em que possam essas mercadorias ser armazenadas e conferidas, um porto seco pode ser criado para incentivar o comércio exterior, especializando aquela região em tal atividade.

Page 24: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

24

Que tal mais um motivo? Outro fator que pode levar à criação de porto seco é a necessidade de

se tratarem cargas especiais. Por exemplo, pode ser percebida a necessidade de se criar uma estrutura especial para cargas frigorificadas ou carga viva. Como nos portos e aeroportos não há flexibilidade para os vários tipos de cargas especiais, o porto seco pode ser uma boa solução.

Com tantos motivos, o governo criou muitos portos secos no nosso Brasilzão. Ficou curioso em conhecer? Leia então a lista aqui: www.receita.fazenda.gov.br/aduana/LocaisRecintosAduaneiros/PortosSecos/PSecos.htm Meu estado do Rio de Janeiro tem dois portos secos. Já o estado de São Paulo (SP) possui treze. Voltando aos portos secos: eles podem ser autorizados a operar com carga de exportação, de importação ou ambas.

Guarde isso! Existem portos secos na zona primária (só em ponto de fronteira) e na zona secundária.

QUESTÕES 03 – (AFRFB/2014) Sobre os regimes aduaneiros no Brasil, é incorreto afirmar que: (...) c) nos portos secos, a execução das operações e a prestação dos serviços conexos serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão precedido da execução de obra pública. (...) Comentários As demais assertivas desta questão se referem aos regimes aduaneiros especiais, que serão estudados nas aulas nas aulas 10 a 13.

Letra C: correta, conforme RA, art. 12, parágrafo único.

Page 25: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

25

Art. 12. (...) Parágrafo único. A execução das operações e a prestação dos serviços referidos no caput serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão precedida da execução de obra pública.

04 – (Inédita) Considerando o tema jurisdição aduaneira, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) A denominada zona secundária equivale a todo o território aduaneiro, excluídos a zona primária e o mar territorial. ( ) Para todos os efeitos, as zonas de processamento de exportação constituem zona primária. ( ) O território aduaneiro inclui as Áreas de Controle Integrado. a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) F, F, V Comentários A primeira afirmativa está errada, tendo em vista que o território aduaneiro compreende todo o território nacional. Este, por sua vez, inclui o espaço aéreo e as águas territoriais (artigo 3º, inciso II do RA). A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de processamento de exportações são tratadas como zona primária somente “para fins de controle aduaneiro”. (parágrafo 1º do artigo 3º do RA). A terceira está errada, uma vez que o território aduaneiro somente inclui o território nacional. Não confundir jurisdição aduaneira com território aduaneiro. A jurisdição aduaneira se estende para fora do território aduaneiro. A jurisdição aduaneira inclui as Áreas de Controle Integrado que estiverem em solo estrangeiro, mas estas não fazem parte do território aduaneiro. Não fosse este o entendimento, o artigo 3º, § 5º, do RA seria desnecessário, tendo em vista o caput do art. 3o.

Art. 3o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange: (...) § 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil.

Gabarito: Letra b.

Page 26: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

26

05 – (Inédita) Considerando o tema território aduaneiro, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil. ( ) O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na fronteira alfandegada, zonas de vigilância aduaneira. ( ) Nas zonas de vigilância aduaneira, a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas. a) V, V, V b) F, V, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F Comentários

A primeira afirmativa está correta, como vimos na questão anterior. A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de vigilância aduaneira não são criadas em fronteira alfandegada, mas em local não alfandegado para se aumentar a vigilância daquela região “deserta” (art. 4º, RA). A terceira afirmativa está correta (art. 4º, RA). Solução: Letra c. 06 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) Ao se declarar que “o aeroporto X está alfandegado a partir desta data”, diz-se que todo o aeroporto está alfandegado ainda que apenas alguns de seus recintos sejam alfandegados. ( ) Existem recintos alfandegados na zona secundária. ( ) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, excepcionando-se, por exemplo, a importação e a exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pelo Ministério dos Transportes.

a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F Comentários A primeira afirmativa está correta, tendo em vista que um aeroporto alfandegado pode ter recintos alfandegados e não alfandegados. O aeroporto é

Page 27: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

27

alfandegado no sentido amplo, enquanto os recintos são alfandegados no sentido estrito. (art. 13, caput e § 1º, do RA). A segunda afirmativa está correta, como vimos no artigo 9º do Regulamento Aduaneiro. A terceira está errada, pois é a RFB quem cria as regras de controle (parágrafo único do artigo 8º do RA). Pegadinha... Gabarito: letra d.

1.4. Administração Aduaneira A administração aduaneira é tratada nos artigos 15 a 25 do Regulamento Aduaneiro. Você tem ouvido nos jornais a história de que gostariam que a aduana saísse das mãos da Receita Federal e passasse para o Ministério do Desenvolvimento ou para um hipotético “Ministério do Comércio Exterior”? Bem, sem entrar no mérito, pois isso não é discussão que interesse para o concurso, podemos dizer que, no mínimo, terá que ser feita uma emenda constitucional. Afinal, o artigo 237 da Constituição Federal (CF/1988) é taxativo:

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Para completar, o artigo 15 do RA dispõe:

Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro.

É interessante ver que o conteúdo programático de Legislação Aduaneira inclui o tópico 29: “Disposições Constitucionais Relativas à Administração e Controle sobre Comércio Exterior.” Quais são tais disposições constitucionais? No seu Word, dê um “Localizar” na CF/1988, procurando “comércio exterior”. Quantas vezes você vai encontrar a expressão? Duas. Uma aparece no artigo 22 sobre as competências da União; outra, no artigo 237. Pronto! Acabamos de estudar o tópico 29 do edital. Uau! Maravilha. Ah, se todos os tópicos fossem simples assim... rsrs

Page 28: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

28

A legislação também é categórica em outro ponto. A fiscalização dos

tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior são “supervisionadas e executadas por Auditor Fiscal da Receita Federal”, conforme o art. 15, par. único, do RA.

É fato que algumas normas da RFB, tal como a Instrução Normativa (IN) 680/2006 (art. 21, § 2º), tentaram driblar tal imposição, deixando aberta a possibilidade de outros servidores da RFB realizarem, por exemplo, a conferência aduaneira. Isso, porém, caiu com a edição da IN RFB 957/2009. Fiscalização Aduaneira

Art. 16. A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados.

Sempre que eu dou aula sobre este artigo, perguntam:

“Professor, determinado aeroporto é alfandegado. Esse artigo está dizendo que a aduana pode fiscalizar só em horários determinados ou, pior ainda, só eventualmente? Quando não houver fiscalização, o sujeito pode fugir com a carga toda?”

rsrsrsrsrs. Não, meu caro. Não confunda controle aduaneiro com fiscalização. O controle aduaneiro acontece o tempo inteiro, 24 horas por dia. A aduana fica de olho aberto o tempo inteiro, monitorando as movimentações de carga na unidade aduaneira. O que está escrito no artigo 16 é sobre a fiscalização. Simplificadamente, pense no controle aduaneiro como o trabalho das câmeras de segurança presentes no recinto alfandegado. E pense na fiscalização aduaneira como a abertura das cargas, bagagens e remessas postais.

Está escrito que a FISCALIZAÇÃO pode ser eventual, ou seja, pode ocorrer sob demanda, sem a manutenção de um aparato aduaneiro. É comum, por exemplo, naquelas unidades aduaneiras com pouca movimentação de carga. Quando há necessidade, a aduana é chamada para realizar a fiscalização. Faço o alerta novamente: o controle aduaneiro vai estar presente 24 horas por dia, mas a conferência aduaneira só acontecerá quando o dono da carga o solicitar. Enquanto não o fizer, a mercadoria vai ficando no armazém, sujeita ao custo da armazenagem...

A FISCALIZAÇÃO também pode ser contínua, seja 24 horas por dia (é o que acontece, por exemplo, no setor de bagagens, pois os voos internacionais chegam durante a madrugada também), seja em horários determinados (por

Page 29: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

29

exemplo, em determinado aeroporto, pode ficar definido que a fiscalização das cargas será ininterrupta dentro do horário de 09:00 às 17:00). No caso de conferência de cargas, não há necessidade de se ficar trabalhando a madrugada toda. Imagine o AFRFB conferindo e liberando uma carga de madrugada aqui na minha cidade do Rio de Janeiro. Os ladrões iriam pegar senha e fazer fila do lado de fora...

Por curiosidade: os AFRFB que trabalham no setor de conferência de bagagens de voos internacionais fazem regime de plantão (normalmente 24 horas de trabalho com 72 horas de descanso).

Novidade: Pelo artigo 70 da Lei 12.815/2013 (“Lei dos Portos”) institui-

se aquilo que é chamado “Porto 24 horas”: Art. 70. O art. 29 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de 1966, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 29. Os serviços públicos necessários à importação e exportação deverão ser centralizados pela administração pública em todos os portos organizados. § 1º Os serviços de que trata o caput serão prestados em horário corrido e coincidente com a operação de cada porto, em turnos, inclusive aos domingos e feriados. § 2º O horário previsto no § 1º poderá ser reduzido por ato do Poder Executivo, desde que não haja prejuízo à segurança nacional e à operação portuária. ............................”

Portanto, especificamente em relação aos portos, já não falamos mais que

a fiscalização “poderá ser ininterrupta”, mas “será em horário coincidente com a operação de cada porto, inclusive aos domingos e feriados”. Na prática, a fiscalização passa a ser 24 horas nos portos mais movimentados do país. Veja, por exemplo, que tal funcionamento já está implantado no Rio de Janeiro, em Santos, Vitória, Fortaleza, Paranaguá (PR), Suape (PE), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS). Se quiser conferir:

http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=21&cid=158655 Uma observação interessante para você, concursando: com a implantação

do projeto “Porto 24 horas” e a necessidade de atendimento em três turnos de trabalho, aumentou a demanda por Auditores Fiscais e Analistas Tributários.

Page 30: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

30

Guarde isso! 1) A fiscalização aduaneira (não o controle) pode ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual. 2) Nos portos, a fiscalização aduaneira passou a ser “em horário coincidente com a operação de cada porto”.

A precedência da aduana Você deve saber que a entrada e a saída de mercadorias e de pessoas no ou do Brasil é fiscalizada não só pela Receita Federal, mas também pela Polícia Federal e por alguns órgãos anuentes (são dezesseis e serão estudados em aula futura). Alguns desses anuentes também fazem fiscalização in loco, como, por exemplo, os fiscais da Anvisa, fiscais agropecuários e até os militares do Exército. No entanto, apesar de haver muitas pessoas envolvidas no controle governamental, a precedência é da Receita Federal, conforme dispõe o artigo 17 do RA:

“Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições.”

Mas o que significa “precedência”? O RA explica: as demais autoridades são obrigadas a “prestar auxílio

imediato, sempre que requisitado pela autoridade aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação fiscal”. Além disso, é a RFB quem vai disciplinar a movimentação das pessoas, veículos, unidades de carga (exemplo típico: container) e mercadorias, naqueles locais listados ali em cima. Ah! E tudo isso vale também para a zona de vigilância aduaneira, como prevê o § 2º do artigo. Veja também que a precedência da aduana inclui “outras áreas” não alfandegadas em que se autorize, por exemplo, descarga de mercadorias. Aqui sempre vem a pergunta: “Mas, professor, a descarga não ocorre apenas em zona primária?” Resposta: “Em regra, sim, mas vimos, por exemplo, que o gás boliviano vem por meio de dutos, não sendo descarregado na zona primária. Vimos

Page 31: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

31

também que o avião pode, em emergência, pousar em aeroporto não alfandegado, gerando aí a descarga dos bens trazidos. Em tais locais de descarga, não alfandegados, a precedência da aduana também existe.” Eu já havia dito que o controle da RFB não se limita à fiscalização na zona primária, né? Eu, por exemplo, sou AFRFB da zona secundária e toda vez que eu abro uma fiscalização em cima de uma empresa, já intimo o sujeito a entregar todos os documentos da operação realizada. A obrigação de ele manter todos os documentos relativos à importação (ou exportação) e mos apresentar está prevista no artigo 18 do RA. Além desses documentos, eu posso intimá-lo a entregar os livros fiscais e quaisquer outros documentos que eu julgar necessários para a minha fiscalização. Leia isso no art. 19 e veja o poder que você terá quando for meu colega aqui na RFB (uma das coisas que mais me alegram é que hoje trabalho diretamente com muitos ex-alunos). “Mas, professor, quando a empresa se recusa a fornecer os documentos, o que eu faço?” Aí, são várias consequências. Por exemplo, se houver cobrança de multa, elas serão majoradas (art. 725, parágrafo único). Se for o caso de valoração aduaneira e o sujeito não entregar os documentos instrutivos do despacho (estudaremos noutra aula o que são), arbitramos a base de cálculo (art. 86, II). Se a falta de entrega for em relação a outros documentos, afastamos o primeiro método de valoração (art. 84) (veremos tudo isso em aulas futuras). Essas são apenas algumas das consequências. Ah! Faltou dizer: os documentos também podem ser enviados para a RFB por meio magnético. Vários artigos do Regulamento Aduaneiro, relativamente à administração aduaneira, são cópias do CTN. Você já é fera em Tributário. Então eu não preciso explicar aquilo que os mestres já explicaram. Só gostaria de chamar sua atenção para alguns artigos.

Art. 23. A autoridade aduaneira que proceder ou presidir a qualquer procedimento fiscal lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a sua conclusão. § 1o Os termos a que se refere o caput serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos pela pessoa sujeita à fiscalização.

Page 32: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

32

Esse artigo 23 é importantíssimo para o nosso dia a dia como AFRFB. Afinal, a partir do momento em que damos ciência do “Termo de Início de Ação Fiscal”, o contribuinte perde a espontaneidade (Decreto 70.235, art. 7º) e os eventuais tributos serão cobrados com multa de ofício (Lei 9.430/1996, art. 44), como aprendemos no Direito Tributário. Pelo artigo 24, vemos que a RFB pode chamar a polícia (ou a força pública, no sentido mais amplo) para dar apoio às suas fiscalizações. Veja, porém, que aqui não se fala de “precedência”, específica para os locais indicados no artigo 17, visto anteriormente.

Art. 24. No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso: I - a quaisquer dependências do porto e às embarcações, atracadas ou não; e II - aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Parágrafo único. Para o desempenho das atribuições referidas no caput, a autoridade aduaneira poderá requisitar papéis, livros e outros documentos, bem como o apoio de força pública federal, estadual ou municipal, quando julgar necessário.

Guarde isso! A precedência da aduana existe nos locais indicados no artigo 17. Significa que a aduana é quem “manda” dentro daqueles locais, disciplinando a movimentação de pessoas e bens. Além disso, as demais autoridades estão obrigadas a atender imediatamente à solicitação da aduana. No caso do artigo 24, a aduana não é “a” autoridade “disciplinadora”, encontrando-se em pé de igualdade com as demais, cada uma dentro de sua área de competência.

Por fim, como a RFB é um órgão do Ministério da Fazenda, cabe a este a definição das competências, jurisdições e estrutura da nossa querida aduana.

Page 33: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

33

QUESTÕES 07 – (ATRFB/2012) Sobre território aduaneiro, portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados, recintos alfandegados, e administração aduaneira, é incorreto afirmar que: (adaptada) a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional. b) compreende-se na Zona de Vigilância Aduaneira a totalidade do Estado atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área demarcada. c) com exceções da importação e exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), e de outros casos estabelecidos pela RFB, somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. d) portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. e) a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados. Comentários Questão fácil. A letra A está correta. Vimos o artigo 2º do RA. A letra B é o gabarito. Vimos que a zona de vigilância aduaneira é criada em faixas de fronteira ou em orla marítima. Obviamente, não vai englobar todo o Estado de Mato Grosso, do Acre ou do Rio de Janeiro, pois senão o controle não seria concentrado, e geraria perda de objetividade. Vimos que, no artigo 4º, § 3º, a menção é feita à “totalidade do município”, não à “totalidade do Estado”. A letra C foi adaptada para permanecer correta. Sua redação original era:

(redação anterior) c) com exceção da importação e exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.

Page 34: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

34

A letra C estava inteiramente de acordo com o artigo 8º do RA, antes da modificação que este sofreu com o Decreto 8.010/2013.

(redação antiga) Art. 8º Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Como vimos na aula, o artigo 8º passou a ter a seguinte redação no parágrafo único:

(nova redação) Art. 8º. (...) Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 16 de maio de 2013) I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Em suma, a única modificação no artigo 8º e na assertiva da questão foi a

inclusão da hipótese prevista no inciso II. Logo, para que a opção C continue a ser considerada correta, foi necessário adaptá-la para incluir os “outros casos estabelecidos pela RFB”, como foi feito.

A letra D está correta. Vimos o artigo 11 do RA. A letra E está correta. Vimos o artigo 16 do RA. 08 – (AFRFB/2012) No que concerne à Jurisdição Aduaneira, é incorreto afirmar que: a) o recolhimento da multa de que trata o caput do art. 38 da Lei n. 12.350, de 20 de dezembro de 2010, não garante o direito à operação regular do local ou recinto alfandegado nem prejudica a aplicação das sanções estabelecidas no art. 37 da referida Lei e de outras penalidades cabíveis ou a representação fiscal para fins penais, quando for o caso. b) a Jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do MERCOSUL com o Brasil.

Page 35: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

35

c) poderão ser demarcadas, na orla marítima e na faixa de fronteira, Zonas de Vigilância Aduaneira. d) os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados. e) para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 11.508, de 20 de julho de 2007, as Zonas de Processamento de Exportação constituem zona secundária. Comentários

Quando você pega uma opção muito louca como a letra A, o que você tem que fazer? Pulá-la sem perda de tempo. Se o concursando tiver feito isso, ele terá “matado” a questão de forma muito tranquila, como poderemos ver agora.

Letra B: correta. Como vimos, é literal do artigo 3º, § 5º do RA. Letra C: correta. Como vimos, é literal do artigo 4º do RA. Letra D: correta. Literal do artigo 11, § 1º do RA. Letra E: evidentemente incorreta. Para efeito de controle aduaneiro, as

ZPE são consideradas zona primária (art. 3º, § 1º, RA). Gabarito: letra E.

Vamos agora voltar à letra A só por curiosidade, pois as alternativas

loucas e hiperespecíficas cobradas em um concurso não merecem ser estudadas por aqueles que visam ao próximo concurso. Afinal, tais alternativas são inseridas pelas bancas examinadoras não com o intuito de medir um conhecimento impossível, mas para verificar se o concursando tem o discernimento de “pular” as questões impossíveis. Você não acha impossível ter que decorar qual é a multa prevista no artigo X da Lei Y? E ter que saber quais são as sanções previstas no artigo W da mesma lei e a relação entre a multa e as sanções? Eu sou AFRFB aduaneiro há dezenove anos e, quando eu vi a letra A pela primeira vez, achei que estavam cobrando “grego” na prova e logo a pulei... rs

Quem se desesperou ao ler a letra A perdeu os pontos de uma questão ridiculamente fácil. Não há dica mais batida e certeira do que essa: “Pule as questões (ou as assertivas) difíceis. Faça as questões fáceis primeiro.” Quem seguiu tal sugestão, ignorou a letra A e ganhou pontos muito fáceis.

Só para deixar registrado: a letra A é literal do parágrafo único do artigo 38 da Lei 12.350/2010. É um caso hiperespecífico de multa sobre as empresas que exploram recintos alfandegados. É detalhe do detalhe do detalhe. Não perca tempo tentando decorar isso.

Page 36: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

36

09 – (TRF/2002-1) Identifique a razão que leva o legislador aduaneiro a “alfandegar” determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteira terrestre, fixando os locais servidos por repartições aduaneiras onde possam: a) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; b) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser efetuadas operações de descarga e pesagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; c) estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior; ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; d) estacionar ou transitar veículos destinados ao exterior; ser efetuadas operações de carga ou passagem de mercadorias destinados ao exterior; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; e) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior. Comentários

Questão literal do artigo 5º do RA. Gabarito: a.

10 – (TRF/2002-2) A jurisdição dos serviços aduaneiros, exercida atualmente, compreende: a) os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira; b) a zona primária e a zona secundária; c) a Zona Franca de Manaus, as Zonas de Processamento das Exportações e o restante do território nacional; d) os enclaves e os exclaves aduaneiros; e) os recintos alfandegados situados nas zonas de vigilância aduaneira. Comentários Questão literal do artigo 3º do RA. Letra b.

Page 37: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

37

11 – (Inédita) Assinale a alternativa incorreta: a) A zona de processamento de exportações faz parte da zona secundária. b) Atualmente, o alfandegamento é realizado pelas Superintendências Regionais da Receita Federal. c) Os recintos alfandegados se situam na zona primária. d) O alfandegamento de um recinto pode ser realizado a título permanente ou temporário. e) A jurisdição aduaneira brasileira estende-se para fora do território brasileiro. Comentários Letra A: correta, como vimos. Só é considerada zona primária “para efeito de controle aduaneiro”, não para todos os efeitos. Letra B: correta, pois houve a delegação de competência. Letra C: falsa. Podem se situar na zona secundária. Letra D: correta, como vimos no caso da Base Aérea de Santa Cruz. Letra E: correta. A jurisdição inclui as Áreas de Controle Integrado situadas nos países do Mercosul e na Bolívia. 12 – (Inédita) Assinale a alternativa correta: a) A precedência da aduana permite que, em fiscalização no estabelecimento do importador, ela requeira a ajuda policial. b) O alfandegamento da zona de vigilância aduaneira é realizado pelo Superintendente Regional da Receita Federal. c) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. d) Os portos secos não podem ser encontrados na zona primária. e) Na zona primária, o controle aduaneiro pode ser ininterrupto ou eventual. Comentários Letra A: falsa. A precedência da aduana é só na zona primária e em alguns outros locais indicados no art. 17 do RA. Pegadinha... Letra B: falsa. A ZVA não é alfandegada. Letra C: correta. Apesar de haver exceções, tal afirmativa é literal do art. 8º do RA. A ESAF não aceita recurso contra questões literais, ou seja, contra a literalidade não se briga... Letra D: falsa. Podem ser encontrados em pontos de fronteira. Letra E: falsa. A fiscalização, não o controle, pode ser ininterrupto ou eventual. Pegadinha...

Page 38: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

38

13 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta ou eventual nos recintos alfandegados. ( ) A fiscalização aduaneira será ininterrupta nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. ( ) Na zona secundária, onde se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições. a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F Comentários

A primeira afirmativa está correta (caput do artigo 16 do RA). A segunda está errada, pois a fiscalização poderá ser eventual. (caput do artigo 16 do RA).

A terceira afirmativa está correta e evidencia a precedência da autoridade aduaneira também na zona secundária, nas “outras áreas” citadas no artigo 17 do RA: “Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições.”

Vimos o exemplo do avião em pouso de emergência que vai ser descarregado em recinto não alfandegado. A precedência da aduana também existe aí.

Solução: Letra c.

Page 39: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

39

2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS Esta parte do edital está nos artigos 26 a 68 do Regulamento Aduaneiro. Antes mesmo de controlar as mercadorias que entram no país, a aduana controla os veículos. E já sabemos que os veículos entram pela zona primária. No entanto, em casos especiais, a Receita Federal pode, por exemplo, permitir a entrada por local não alfandegado. Como escrevi antes, é fácil perceber que, havendo necessidade de um avião fazer um pouso de emergência, será com certeza autorizado a pousar no aeroporto mais acessível, independentemente de ser alfandegado ou não. É uma permissão óbvia.

Art. 26. A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados só poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. § 1o O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será estendido a mercadorias e a outros bens existentes a bordo, inclusive a bagagens de viajantes. § 2o O titular da unidade aduaneira jurisdicionante poderá autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado, em casos justificados, e sem prejuízo do disposto no § 1o.

As unidades aduaneiras se dividem nas unidades de zona primária

(alfândegas nos portos e aeroportos e inspetorias nas fronteiras) e nas unidades de zona secundária (inspetorias). Quando o volume de comércio exterior em uma região não justifica a criação de uma unidade aduaneira, a fiscalização aduaneira é acumulada pela Delegacia da Receita Federal, que, em tese, deveria tratar apenas de tributos internos.

Quando o Regulamento Aduaneiro diz “unidade jurisdicionante” está se referindo à unidade de zona secundária, responsável pelo município onde a empresa se encontra estabelecida (excepcionalmente, a unidade de zona primária pode também acumular as funções de fiscalização externa, como ocorre com a unidade do Porto de Vitória, onde o Missagia é lotado). A unidade jurisdicionante do município do Rio de Janeiro é a “Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro”, onde eu, Rodrigo, sou lotado. O trabalho da unidade jurisdicionante é fiscalizar as empresas em seus estabelecimentos. As inspetorias têm a mobilidade para ir às empresas. Já o trabalho das unidades de zona primária é, em regra, somente fiscalizar as mercadorias que se apresentam na própria unidade aduaneira.

Page 40: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

40

Conforme o artigo 26, o controle aduaneiro do veículo será exercido desde o ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será estendido a mercadorias e a outros bens existentes a bordo, inclusive a bagagens de viajantes.

Será estendido também a peças sobressalentes e consumo de bordo (bebidas, comidas, travesseiros e tudo o mais que for para consumo durante a viagem). Evita-se assim o comércio clandestino desses bens. (art. 37)

O controle também se estende às unidades de carga, como os containers. (art. 39) Quando o veículo (avião ou navio, por exemplo) chega, ele fica sendo monitorado no pátio do aeroporto ou na região do porto, até o momento em que ele efetivamente vai ser fiscalizado. Não pode um avião, um navio ou qualquer outro veículo, já fiscalizado, “encostar” no veículo que acabou de chegar. Imagine se isso fosse possível. Toda a “muamba” ia ser transferida para aquele veículo que já passou pela fiscalização. É para evitar o transbordo, ou seja, a transferência direta entre veículos que o artigo 28 proíbe que o veículo chegado se coloque perto de outro já fiscalizado. Claro que esta regra admite exceções:

Art. 28. É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou a ele destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou mercadoria, sem observância das normas de controle aduaneiro. Parágrafo único. Excetuam-se da proibição prevista no caput os veículos: I - de guerra, salvo se utilizados no transporte comercial; II - das repartições públicas, em serviço; III - autorizados para utilização em operações portuárias ou aeroportuárias, inclusive de transporte de passageiros e tripulantes; e IV - que estejam prestando ou recebendo socorro.

Veja que não é todo veículo de guerra que pode encostar nos demais

veículos. Nem é todo veículo de repartição pública, mas apenas os que estiverem em serviço. E o exemplo das ambulâncias? Bem, estas só podem chegar perto de outros veículos se estiverem efetivamente prestando socorro.

O controle aduaneiro não se restringe à zona primária. O veículo pode ser acompanhado pela RFB inclusive durante sua movimentação pelo território aduaneiro. É o que diz o artigo 30:

Page 41: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

41

Art. 30. Quando conveniente aos interesses da Fazenda Nacional, poderá ser determinado, pela autoridade aduaneira, o acompanhamento fiscal de veículo pelo território aduaneiro.

Guarde isso!

É literal: o controle aduaneiro do veículo é exercido desde seu ingresso no território até sua efetiva saída. Já o acompanhamento fiscal ocorre só em casos especiais.

Prestação de Informações pelo Transportador

De acordo com o artigo 31 do RA, o transportador deve informar à RFB a sua chegada e as cargas que está trazendo. No caso de transporte por via marítima, o transportador tem que informar as cargas que está trazendo, com antecedência de 48 horas, em regra. É o que dispõe a IN RFB 800/2007, que criou o SISCOMEX Carga.

Para o controle da carga aéreo e terrestre, a IN SRF 102/94 criou o MANTRA – Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento. O MANTRA é parte do Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior, que veremos em aula futura. Consta na norma que o transportador tem que informar os dados da carga “previamente à chegada”, mas pode haver complementação em até duas horas após a chegada. Como são declaradas as cargas nos sistemas? Bem, para explicar isso temos que falar do conhecimento de carga, que é um dos documentos instrutivos do despacho aduaneiro, os quais serão estudados na aula 07.

Guarde isso! O conhecimento de carga também é chamado conhecimento de embarque, de frete ou de transporte.

Toda vez que o exportador entrega carga para o transportador, recebe deste um documento que formaliza o contrato de transporte. É o chamado conhecimento de carga. De uma forma simplificada, podemos pensar no conhecimento como o contrato de transporte. Para facilitar o comércio mundial, foi criada uma regra de formação para os números dos conhecimentos tal forma

Page 42: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

42

que nunca haverá dois conhecimentos com o mesmo número. No caso do transporte aéreo, são 11 dígitos, sendo que os 3 primeiros correspondem à companhia aérea (por exemplo, 001 -> American Airlines, 957 -> TAM). Os números dos conhecimentos são, portanto, o “CPF das cargas”. A principal característica do conhecimento de carga, estudado futuramente, é o fato de constituir “prova de posse ou propriedade da mercadoria”. Aquele que tem um conhecimento de carga em seu nome pode exigir a mercadoria do emissor do conhecimento. Se quiser entrar na Justiça, comprovará ser o proprietário dos bens, com a simples apresentação do conhecimento de carga com seu nome. O conhecimento é um título de crédito.

Art. 554. O conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria.

O RA define que também os agentes de carga e os operadores portuários devem prestar as informações no sistema:

Art. 31. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. § 1o Ao prestar as informações, o transportador, se for o caso, comunicará a existência, no veículo, de mercadorias ou de pequenos volumes de fácil extravio. § 2o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário também devem prestar as informações sobre as operações que executem e as respectivas cargas.

Simplificadamente, podemos visualizar o operador portuário como aquele que administra o porto. Por exemplo, o operador portuário presta os serviços de descarga dos contêineres do navio para o cais e armazena, mediante remuneração, os contêineres dentro de seus armazéns no porto. E quem são os agentes de carga? São pessoas jurídicas que prestam serviços no transporte marítimo e no aéreo. Vejamos.

No transporte marítimo, a empresa que presta o serviço de transporte é chamada armador. Os navios com os quais ele opera são, normalmente, porta-contêineres, ou seja, navios projetados para transporte exclusivo de contêineres. Desta forma, ele prefere receber a carga já conteinerizada.

Page 43: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

43

Quando o exportador brasileiro tem uma carga tão volumosa que enche um contêiner, o armador (feliz da vida) o disponibiliza para o exportador e, posteriormente, o recolhe para o transporte.

Quando o exportador brasileiro tem uma carga pequena para transporte, o armador (triste da vida) normalmente se recusa a receber, pois passaria a ter o ônus de armazenar esta carga até que outras se juntassem a ela e enchessem um contêiner. Embarcar um contêiner com pouca carga é prejuízo para o armador e é natural entender que ele não tem interesse em ficar mantendo armazéns espalhados no mundo inteiro, pois este não é seu objeto social. Para o próprio exportador, esta opção é ruim, pois poderia se passar muito tempo até que se enchesse o contêiner.

Nesta situação de cargas pequenas, surge a oportunidade de negócio para os chamados agentes de carga (consolidadores de carga). Estes recebem as cargas que os armadores rejeitam. Enchem o contêiner e entregam-no ao armador. A existência dos consolidadores de carga gera, para os exportadores, a certeza do embarque em um prazo relativamente curto, pois os consolidadores mantêm contratos com os armadores pelos quais fica reservado o espaço para o contêiner daqueles em prazos regulares, independentemente de haver muita ou pouca carga conteinerizada. Para os armadores, o benefício é a geração de renda pelos serviços que prestarão. E, para os próprios consolidadores, a renda provém de sua forma de funcionamento: compram o espaço do armador no atacado e vendem no varejo aos exportadores.

Os consolidadores de carga também são chamados de unitizadores, pois recebem cargas soltas e colocam-nas em unidades de carga, como o contêiner. Desunitizar é sinônimo de desconsolidar e desovar, e significa esvaziar a unidade de carga.

No transporte marítimo, os consolidadores de carga recebem o nome de NVOCC (Non-Vessel Owning Common Carrier – Transportador Comum Não Proprietário de Navio). No transporte aéreo, recebem o nome de agente de carga IATA (International Air Transport Association – Associação de Transporte Aéreo Internacional). Manifesto de Carga

Caso um transportador receba mercadorias de 300 diferentes exportadores, terão sido emitidos 300 conhecimentos de carga. Cada conhecimento de carga representa um contrato de transporte.

Quando o transportador encerra o recebimento de cargas para uma determinada partida, preenche o manifesto de carga, que nada mais é que a relação de todos os conhecimentos de carga emitidos para aquela viagem. Na

Page 44: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

44

chegada ao Brasil, o manifesto deve ser entregue à Receita Federal, como disposto no Regulamento Aduaneiro (RA):

Art. 42. O responsável pelo veículo apresentará à autoridade aduaneira, na forma e no momento estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil, o manifesto de carga, com cópia dos conhecimentos correspondentes, e a lista de sobressalentes e provisões de bordo.

O manifesto possui um cabeçalho, com algumas informações gerais, como

a identificação do veículo e sua nacionalidade, e também as principais informações de cada conhecimento de carga. O art. 44 do RA assim dispõe:

Art. 44. O manifesto de carga conterá: I – a identificação do veículo e sua nacionalidade; II – o local de embarque e o de destino das cargas; III – o número de cada conhecimento; IV – a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes; V – a natureza das mercadorias; VI – o consignatário de cada partida; VII – a data do seu encerramento; e VIII – o nome e a assinatura do responsável pelo veículo.

Guarde isso!

No manifesto de carga, consta a descrição da carga (por exemplo, “5 caixas de madeira, dizendo conter sapatos. Peso: 50 kg.”). Não há uma descrição detalhada da mercadoria, mas apenas a indicação de sua natureza. Afinal, o transportador não é obrigado a saber o que há dentro das caixas que vai transportar.

Note que o transportador pode, na mesma viagem, trazer vários

manifestos, pois estes são individualizados considerando-se o local de embarque e o de destino das mercadorias. Por exemplo, no mesmo porto no exterior, se tiver recebido carga para entregar no porto de Santos e outra para entregar no porto do Rio de Janeiro, haverá dois manifestos. Um para cada ponto de descarga.

Page 45: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

45

E, se em um porto italiano, recebeu carga para trazer para o Rio de Janeiro, e, em porto espanhol, recebeu outra carga também para o Rio de Janeiro, haverá dois manifestos a serem entregues no porto brasileiro, conforme se depreende do inciso II acima.

No caso de divergência entre o manifesto e o conhecimento, prevalecerá este, podendo a correção daquele ser feita de ofício (art. 47). Isto porque o manifesto é uma lista com dados copiados dos conhecimentos, né? Claro que prevalece a fonte primária das informações.

Além da correção de ofício, é claro que a legislação permite a correção a pedido. Dispõe o RA:

Art. 48. Se objeto de conhecimento regularmente emitido, a omissão de volume em manifesto de carga poderá ser suprida mediante a apresentação da mercadoria sob declaração escrita do responsável pelo veículo, anteriormente ao conhecimento da irregularidade pela autoridade aduaneira.

Se não tiver havido o pedido de correção, mas for detectada a infração

pela RFB, há algumas penalidades, que serão identificadas no procedimento de Conferência Final de Manifesto, que a gente vê mais adiante.

E se o sujeito não entregar manifesto nenhum? Art. 43. (...)

Parágrafo único. A não-apresentação de manifesto ou declaração de efeito equivalente, em relação a qualquer ponto de escala no exterior, será considerada declaração negativa de carga.

Se a RFB descobre carga no veículo, o transportador estará sujeito a penalidades (vamos deixar isso para a aula de Infrações e Penalidades?)

Guarde isso!

1) A falta de apresentação de manifesto é considerada “declaração negativa de carga”. 2) O manifesto é uma relação dos conhecimentos de carga.

Page 46: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

46

QUESTÕES

14 – (ATRFB/2012) Sobre controle aduaneiro de veículos, é incorreto afirmar que: a) a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados não poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado. b) o agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. c) o conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria. d) a mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer via, será registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de efeito equivalente. O manifesto de carga conterá a identificação do veículo e sua nacionalidade; o local de embarque e o de destino das cargas; o número de cada conhecimento; a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes; a natureza das mercadorias; o consignatário de cada partida; a data do seu encerramento; e o nome e a assinatura do responsável pelo veículo. e) no caso de divergência entre o manifesto de carga e o conhecimento de carga, prevalecerá o conhecimento de carga, podendo a correção do manifesto ser feita de ofício. Comentários Questão fácil. A questão se torna muito fácil em virtude do erro evidente na letra A, que é o gabarito. Vimos que, se um avião, por exemplo, precisar fazer um pouso de emergência, ele será autorizado a isso, ainda que o aeroporto não seja alfandegado. Logo, é incorreto afirmar que a entrada e a saída não podem ocorrer por local não alfandegado. Letra B: correta, conforme vimos no art. 31, § 2º do RA. Letra C: correta. Questão literal do artigo 554 do RA. É questão muito recorrente nas provas anteriores, como veremos na aula de despacho aduaneiro. Letra D: correta. Abordamos a obrigatoriedade do manifesto de carga e a lista de elementos que o compõem (artigo 44 do RA). Letra E: correta. Tratamos também do caso de divergência e de prevalência do conhecimento de carga. Vimos ainda a questão da correção de ofício, prevista no artigo 47 do RA.

Page 47: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

47

15 – (TTN/1998) A não apresentação de manifesto de carga ou de documento equivalente em relação a qualquer ponto de escala no exterior: a) impedirá a Alfândega de liberar o veículo para as operações de carga, descarga ou transbordo até a sua efetiva regularização; b) obstará a saída do veículo transportador, salvo se o agente do veículo no local da descarga se responsabilizar por quaisquer débitos que vierem a ser apurados; c) será objeto de apuração de responsabilidade por eventuais diferenças quanto a falta ou acréscimo de mercadoria por ocasião da conferência final dos manifestos relativos a toda a carga descarregada do veículo transportador; d) Será objeto de penalidade por embaraço à fiscalização; e) Será considerada declaração negativa de carga, sujeitando-se o responsável pelo veículo aos efeitos daí decorrentes. Comentários Questão direta: letra e. 16 – (TTN/1997-Área Administração Tributária) Relativamente ao veículo transportador, a mercadoria procedente do exterior por qualquer via deverá estar registrada: (adaptada) a) nas cópias dos conhecimentos de carga; b) no manifesto de carga ou documento equivalente; c) nas licenças de importação correspondentes; d) nos originais das faturas comerciais; e) nos certificados de origem das mercadorias. Comentários Claro que a mercadoria tem que estar descrita na fatura comercial, nos certificados de origem (atestam a origem da mercadoria para fruição de algum benefício fiscal ou para confirmar que não está vindo de um país cujas importações seriam objeto de cobrança de valores) e nas licenças de importação (entre muitos exemplos, se for remédio importado, tem que ter a licença de importação obtida da Anvisa; se for animal vivo, precisa de licença do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A questão, no entanto, pergunta “em relação ao veículo transportador”. Logo, tem que se ver qual é o documento do veículo transportador, o documento que cabe à transportadora entregar à RFB. O conhecimento de

Page 48: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

48

carga é emitido pelo transportador, mas pertence ao importador, que o irá entregar à RFB. Já o manifesto é o documento do transportador. Gabarito: B. 17 – (ACE/2002) O documento, com força contratual, emitido por uma companhia de transporte, que atesta o recebimento de uma mercadoria a ser exportada, suas características, as condições de transporte e os compromissos quanto à entrega da mesma ao destinatário legal, denomina-se: a) contrato de agente internacional; b) contrato de compra e venda internacional; c) conhecimento de embarque; d) contrato de afretamento; e) certificado de contagem. Comentários Questão direta. Gabarito: c. 18 – (TTN/1997) A omissão de volume em manifesto de carga, desde que tal volume conste no conhecimento emitido regularmente, a) poderá ser suprida por carta de correção dirigida pelo emitente do conhecimento à autoridade aduaneira do local da descarga para fim de correção do manifesto. b) poderá ser relevada se for devidamente averbada ou ressalvada pelo responsável pelo veículo, no próprio manifesto de carga, por exigência da autoridade aduaneira. c) poderá ser suprida se o volume for incluído em manifesto de carga complementar emitido antes da chegada do veículo no local da descarga. d) é irrelevante, pois a existência do conhecimento para efeito do controle aduaneiro do veículo e da carga a bordo supre a omissão em qualquer circunstância. e) poderá ser suprida se apresentada a mercadoria sob declaração escrita do responsável pelo veículo e anteriormente ao conhecimento da irregularidade pela autoridade aduaneira. Comentários Questão literal do Regulamento Aduaneiro, art. 48, como vimos.

Gabarito: letra e.

Page 49: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

49

Descarga e Custódia

Depois de informados os dados, o veículo vai chegar, né? Depois disso, a descarga somente poderá começar depois de o transportador ter prestado as informações sobre a carga e sobre a chegada do veículo.

Art. 32 (...) Parágrafo único. As operações de carga, descarga ou transbordo em embarcações procedentes do exterior somente poderão ser executadas depois de prestadas as informações referidas no art. 31.

GUARDE ISSO!

A descarga do veículo somente pode ocorrer depois de prestadas todas as informações das cargas pelo transportador.

No caso de transporte aéreo, o funcionário da Infraero (ou da

concessionária, já que foi quebrado o monopólio da Infraero em 2012...) vai estar lá embaixo do avião para receber as cargas e as levar para o armazém. Na entrada neste, é realizado no sistema o registro do armazenamento, sendo acionado o “taxímetro” do depositário (Infraero ou concessionária) para posterior pagamento das diárias por parte do importador.

Em situações excepcionais, quando o sistema informatizado de controle do armazenamento, o chamado “Mantra - Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento”, estiver inativo, será exigido o preenchimento do registro de descarga (preenchimento de uma Folha de Controle de Carga), como vemos na redação da IN SRF 102/1994:

"Art. 1º O controle de cargas aéreas procedentes do exterior e de cargas em trânsito pelo território aduaneiro será processado através do Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento - MANTRA e terá por base os procedimentos estabelecidos por este Ato. § 1° O MANTRA constitui parte do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992. § 2° A manifestação de carga referida no art. 6º, bem como o registro de armazenamento efetivado pelo depositário e o correspondente visto dessa armazenagem realizado pela fiscalização aduaneira, cumulativamente, desobrigam a utilização da Folha de

Page 50: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

50

Controle de Carga - FCC de que trata o item 1 da Instrução Normativa SRF nº 63, de 22 de junho de 1984. § 3° Nos casos de inatividade do Sistema, o controle de cargas terá por base a citada FCC e será lavrado termo de entrada no momento da chegada de veículo, quer esteja ou não transportando carga. (...)"

No Regulamento Aduaneiro mais antigo (Decreto 91.030/1985), dizia-se

que a descarga somente ocorreria após a formalização da entrada do veículo no país. E esta só ocorreria após a visita aduaneira. A chamada “visita aduaneira” foi extinta e a emissão do termo de entrada passou a ser realizada na forma prevista na legislação. Por exemplo, a novíssima IN RFB 1.473, de junho de 2014, dispõe que o transportador informa no Siscomex Carga a atracação do navio no porto. E o registro da atracação equivale à emissão do termo de entrada. Note, neste caso, que o termo de entrada continua existindo, mas sua emissão independe da intervenção da aduana. Conferência Final de Manifesto Descarregados os bens, pode ter havido uma das três situações:

- volumes efetivamente chegados coincidem com os previstos para chegar;

- volumes efetivamente chegados EXCEDEM o que era previsto; e - volumes efetivamente chegados VIERAM EM QUANTIDADE MENOR do

que a prevista. Essa comparação entre o que chegou e o que consta no manifesto é o que

se chama Conferência Final de Manifesto. Art. 53. O manifesto será submetido à conferência final para apuração da responsabilidade por eventuais diferenças quanto a extravio ou a acréscimo de mercadoria.

O conceito exato da Conferência está lá no artigo 658 do RA:

Art. 658. A conferência final do manifesto de carga destina-se a constatar extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os registros, informatizados ou não, de descarga ou armazenamento. (NR dada pelo Decreto 8.010/2013).

Page 51: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

51

Obviamente que, se houver divergência, o transportador será responsabilizado, conforme dispõe o artigo 661, parágrafo único. Dele serão cobrados os tributos se extraviar a carga.

“Rodrigo, ele vai pagar imposto sobre mercadorias extraviadas?” Não, ele vai pagar mais do que imposto. Ele vai pagar TODOS os

tributos incidentes na importação. Conforme a gente vai estudar nas próximas quatro aulas, a mercadoria extraviada sofre a cobrança de tributos (RA, art. 73, II, c; RA, art. 238, § 1º; Lei 10.865/2004, art. 3º), cabendo ao importador a restituição dos tributos, caso já os tenha pago (RA, art. 110, II).

Uma última observação é em relação ao termo “mercadoria” no conceito de Conferência Final. Note que o art. 658 faz menção a extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria. Volumes são caixas, sacos, tonéis, enfim aquilo que é usado para acondicionar bens para transporte. E as mercadorias são o conteúdo dos volumes.

Em tese, a conferência final de manifesto deveria detectar apenas extravio ou acréscimo de volumes, não de mercadorias. Afinal, para preencher o conhecimento de carga e, posteriormente, o manifesto de carga, o transportador, em regra, não abre as caixas para ver quais ou quantas mercadorias irá transportar. Ele tão somente conta e pesa os volumes e cobra o frete considerando seu número ou o peso. Como vimos, não é exigida no manifesto de carga a informação da quantidade de mercadorias, mas apenas a sua espécie (natureza).

Também na descarga do avião ou na armazenagem das caixas junto ao depositário não se conhece ainda o número de mercadorias efetivamente chegadas, pois as caixas não são abertas na pista do aeroporto para a contagem dos bens. Quando for realizada, esta contagem o será pela Receita Federal sobre a mercadoria já armazenada no terminal do depositário (Infraero ou concessionária). Portanto, a comparação que se consegue fazer entre o manifesto e os registros de descarga ou de armazenamento é sobre os volumes que chegaram e os que deveriam ter chegado. Então, por que motivo o art. 658 se refere à conferência final de manifesto em relação a mercadorias?

Caríssimo(a), existem situações em que as mercadorias foram importadas sem que fossem colocadas dentro de volumes. Por exemplo, quando um carro é importado, ele não vem dentro de um volume. Da mesma forma, as mercadorias importadas a granel não vêm avolumadas. São importados nos porões dos navios. Nestes casos, a conferência final de manifesto opera sobre as próprias mercadorias.

Page 52: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

52

Guarde isso!

A Conferência Final de Manifesto destina-se a constatar EXTRAVIO ou ACRÉSCIMO de VOLUME ou de MERCADORIA.

2) Na Conferência Final de Manifesto, compara-se o MANIFESTO DE CARGA com os REGISTROS DE DESCARGA OU DE ARMAZENAMENTO.

Atenção para o conceito antigo da conferência final de manifesto

A redação anterior do artigo 658 não indicava a possibilidade de se fazer a comparação do manifesto com os registros de armazenamento, mas apenas com os registros de descarga (veja abaixo). Acho importantíssimo evidenciar esta alteração ocorrida em 2013, pois a ESAF ama pedir na prova as modificações mais recentes da legislação e também porque há muitas questões passadas usando o conceito antigo (aqui no curso, adaptei as questões para a nova redação):

(REDAÇÃO ANTIGA!!!! NÃO GUARDE!!!) Art. 658. A conferência final do manifesto de carga destina-se a constatar extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os registros de descarga.

QUESTÕES 19 – (TTN/1997-Área aduana) As operações de carga, descarga ou transbordo de veículo procedente do exterior só poderão ser executadas: (adaptada) a) em dia de expediente normal da repartição aduaneira para efeito de fiscalização e efetivo controle das mercadorias; b) depois de formalizada a sua entrada no porto, aeroporto ou repartição jurisdicionante do ponto de fronteira alfandegado; c) após o efetivo estacionamento do veículo no porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, permanecendo, a partir desse momento, sob rigoroso controle aduaneiro; d) após a liberação do veículo procedente do exterior pela autoridade sanitária para fim de controle de doenças e pragas;

Page 53: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

53

e) após a entrega de todos os documentos relativos a carga transportada na repartição aduaneira que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. Comentários À época da prova, a letra B mencionava “depois de formalizada, pela autoridade aduaneira, a sua entrada no porto, ...”. No entanto, vimos nesta aula que a legislação atual não menciona “pela autoridade aduaneira”. Por exemplo, no caso das cargas que entram por navio, o registro, pelo transportador, da atracação equivale à emissão do termo de entrada. Gabarito: letra B. 20 – (AFTN/1994) O procedimento administrativo que se destina a constatar a ocorrência de falta ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território aduaneiro, em que se comparam os registros de descarga ou de armazenamento com os dados constantes no manifesto, refere-se à atividade atinente: (adaptada) a) à vistoria aduaneira; b) à conferência aduaneira; c) à revisão aduaneira; d) ao controle do despacho aduaneiro; e) à conferência final de manifesto. Comentários Adaptei o enunciado para incluir a expressão “ou de armazenamento”, conforme o novo conceito. Questão direta. Resposta: letra e. 21 – (TTN/1997-Área aduana) A conferência final do manifesto em confronto com os registros de descarga ou de armazenamento da mercadoria dos veículos transportadores feita pela fiscalização aduaneira tem por finalidade: (adaptada) a) verificar as divergências porventura existentes e intimar o importador a pagar as multas correspondentes; b) constatar a falta ou acréscimo de volume ou mercadoria entrada no território aduaneiro e a adoção do procedimento fiscal adequado contra o transportador; c) verificar se do manifesto constam todos os conhecimentos de carga, confrontando-se as quantidades de volumes registradas e os respectivos pesos brutos com os totais constantes do manifesto;

Page 54: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

54

d) após a descarga do veículo transportador verificar se todos os conhecimentos de carga estão arrolados no manifesto para confronto com os despachos aduaneiros correspondentes; e) proceder às averbações no manifesto das diferenças encontradas após a descarga, entre os dados constantes dos conhecimentos de carga e os dados constantes das folhas de controle de carga para efeito de apurar a responsabilidade pela diferença de tributos. Comentários Adaptei o enunciado para incluir a expressão “ou de armazenamento”, conforme o novo conceito. Questão direta. Gabarito: B. Letra A: errada. Se for apurada divergência, o transportador é que será responsabilizado. Letras C e D: erradas. Isso não é conferência final de manifesto. Letra E: errada. Não se faz comparação de conhecimento de carga. 22 – (TTN/1998) Quando houver divergência, para menos, de peso ou de dimensão do volume em relação ao declarado no manifesto, no conhecimento de carga ou no documento equivalente, ou ainda, se for o caso, aos documentos que instruíram o despacho para trânsito, é responsável para efeitos fiscais: a) o depositário; b) o importador; c) o transportador; d) o exportador; e) o consignatário. Comentários Se o transportador escreveu no manifesto que estava trazendo 200 kg de bens e a descarga foi de apenas 100 kg, quem deve ser responsabilizado pelo extravio? Claro que é o transportador. Gabarito: c.

Page 55: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

55

Busca em Veículos Muitas vezes, assim que chega um veículo do exterior, a RFB sente o “cheiro da fraude”. É só olhar e perceber: “há alguma coisa errada por aqui”. Nestes casos e também naqueles em que há denúncia, a RFB pode começar a fiscalizar a carga antes mesmo de ela entrar no armazém do depositário (Infraero ou concessionária). Costumo dizer que a “busca em veículos” é uma atividade da RFB, mas com um viés bem policial para se descobrirem fraudes envolvendo mercadorias. Essa busca pode ser realizada em qualquer momento, até mesmo antes da prestação de informações no sistema, pois é uma atividade de investigação de um indício de fraude. Em casos assim, não se tem que esperar nada. Sobre a busca, eu destaco os artigos 34 e 36, até porque são mais passíveis de caírem em prova. Aliás, já caíram:

Art. 34. A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações referidas no art. 31. § 1o A busca a que se refere o caput será precedida de comunicação, verbal ou por escrito, ao responsável pelo veículo. Art. 36. Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a devida verificação, lavrando-se termo.

Vamos procurar fundos falsos nos compartimentos dos aviões, navios e demais veículos que chegam ao Brasil. Como consta no artigo, a RFB pode pedir que um ou mais volumes sejam descarregados em separado para uma checagem. Observação: unidades de carga são os contêineres e os reboques rodoviários, por exemplo.

Guarde isso! A busca não é realizada sobre todos os veículos.

Page 56: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

56

QUESTÕES 23 – (TTN/1998) Em ato de busca em veículo procedente do exterior e havendo indícios de falsa declaração de conteúdo em volume ou unidade de carga manifestados, a autoridade aduaneira: a) poderá determinar a descarga do volume ou unidade de carga para a devida verificação, lavrando-se termo de ocorrência; b) determinará a retenção do veículo até a confirmação das suspeitas; c) suspenderá a execução das operações de descarga do veículo até a realização da vistoria aduaneira; d) procederá de imediato à apreensão dos mesmos; e) lavrará termo circunstanciado que será anexado ao manifesto de carga para a competente ação fiscal por ocasião da conferência final do manifesto. Comentários Como vimos, é literal do artigo 36 do RA. Gabarito: a. 24 – (TRF/2002-2) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) Nas zonas de vigilância aduaneira demarcadas na faixa de fronteira terrestre é proibida a presença ou circulação de mercadorias, animais e veículos em viagem internacional. ( ) As operações de despacho aduaneiro nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados a título permanente serão efetuados nos horários, locais e condições determinados pela autoridade aduaneira. ( ) A busca aduaneira, para prevenir ou reprimir a ocorrência de extravios ou de acréscimos de volumes ou de mercadorias, deve ser precedida da lavratura do termo de entrada do veículo e da comunicação ao responsável, que poderá ser verbal. a) V, V, V. b) V, F, V. c) F, V, V. d) F, F, F. e) F, V, F. Comentários Primeiro item: falso. Permanecer ali não é proibido. O que ocorre é um maior rigor na circulação de bens, veículos, animais e pessoas por aquele local.

Page 57: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

57

Segundo item: correto. No dia da prova, este item estava perfeito, pois literal do artigo 16, § 1º do Regulamento Aduaneiro. Contudo, devemos guardar que, com a publicação da Lei 12.815/2013 (Lei dos Portos), foi definido que o horário de funcionamento da fiscalização aduaneira passou a ser coincidente com o de operação do porto. Logo, não será “determinado pela autoridade aduaneira”. Note que é uma filigrana que eu peguei, mas que a Esaf não costuma pegar. Eles gostam mais de cobrar a literalidade das normas. Por isso, numa questão assim eles se agarrariam à literalidade e manteriam o gabarito. Terceiro item: falso. Quando se fala em “acréscimos e extravios”, pense logo em Conferência Final de Manifesto. Diversamente, a busca é para prevenir e reprimir a prática de infrações à legislação aduaneira. Além disso, não tem que ser precedida de termo de entrada. Este só é lavrado após a prestação de informações pelo transportador. Em relação à comunicação, está correta a afirmativa. Gabarito: letra E. 25 - (AFRFB/2014) Sobre Jurisdição Aduaneira e Controle Aduaneiro de Veículos, é correto afirmar: a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional, exceto as Áreas de Livre Comércio, sujeitas à legislação específica. b) somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, mas isso não se aplica à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil. c) compete ao Ministro de Estado da Fazenda definir os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais internacionais. d) relativamente à mercadoria descarregada de veículo procedente do exterior, o volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado, com diferença de peso, com indícios de violação ou de qualquer modo avariado, deverá ser objeto de conserto e pesagem, fazendo-se, ato contínuo, a devida anotação no registro de descarga, pelo depositário. A autoridade aduaneira poderá determinar a aplicação de cautelas fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do

Page 58: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

58

recinto alfandegado, exceto nos casos de extravio ou avaria, dado o estado já verificado dos volumes, os quais não poderão permanecer no recinto alfandegado. e) o transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. A autoridade aduaneira poderá proceder às buscas em veículos necessárias para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação, mas, em respeito à ampla defesa e ao contraditório, as buscas poderão ocorrer apenas em momento ulterior à apresentação das referidas informações pelo transportador. Comentários Gabarito: letra B. A questão é típica da ESAF. Coloca como correta uma alternativa relativamente simples e enche o restante com alternativas mais complicadas. Letra A: (Errada). Ainda não estudamos as Áreas de Livre Comércio. Elas só virão na aula 13. Lá estudaremos que elas sempre se encontram nas fronteiras da Região Norte do país. Portanto, fazem parte do território nacional e, consequentemente, do território aduaneiro. Por ora, esta antecipação de explicação pode até ser dispensada, pois veremos que o gabarito é bem tranquilo. Letra B: (Correta). É baseada no artigo 8º do Regulamento Aduaneiro, analisado no início desta aula. Este é o gabarito e é de resolução fácil. Afinal, é essencial saber que a zona primária é definida para que as entradas no e saídas do território se deem por ela, ressalvados os casos, por exemplo, da energia elétrica vinda do lado paraguaio de Itaipu e do gás procedente da Bolívia.

Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Letra C: (Errada). As questões ligadas a alfandegamento são de competência do Secretário da Receita Federal, como vimos no início da aula.

Page 59: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

59

Art. 13-A. Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil definir os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais internacionais.

Letra D: (Errada). Esta assertiva é a mais complicada, mas espero que você nem tenha precisado chegar até aqui (rs). É detalhe do detalhe, inserido apenas para derrubar aqueles que não sabiam o basicão da letra B. Apesar de terem pego o detalhe no § 2º do artigo 63, a assertiva tem lógica, pois as mercadorias avariadas ou com parte extraviada podem ficar no recinto, inclusive para se identificar o que foi avariado ou extraviado. O importador tem seu prazo para registrar a Declaração de Importação.

Art. 63. A mercadoria descarregada de veículo procedente do exterior será registrada pelo transportador, ou seu representante, e pelo depositário, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 1º O volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado, com diferença de peso, com indícios de violação ou de qualquer modo avariado, deverá ser objeto de conserto e pesagem, fazendo-se, ato contínuo, a devida anotação no registro de descarga, pelo depositário. § 2º A autoridade aduaneira poderá determinar a aplicação de cautelas fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do recinto alfandegado, inclusive nos casos de extravio ou avaria.

Letra E: (Errada). A busca pode ser feita a qualquer momento. Art. 34. A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações referidas no art. 31.

Page 60: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

60

Controle sobre as bagagens O controle aduaneiro sobre os veículos engloba também o controle sobre as bagagens. Exige-se que o transportador identifique cada bagagem com o nome do seu respectivo proprietário. Se não o fizer, presume-se que ele é o proprietário, sujeitando-se a todas as penas. Por exemplo, caso a mercadoria encontrada na bagagem sem identificação seja de drogas ilícitas, o comandante é quem vai ser responsabilizado. Disposições Finais No capítulo que trata do controle aduaneiro de veículos, podem ser destacadas algumas das disposições finais:

Art. 64. O veículo será tomado como garantia dos débitos fiscais, inclusive os decorrentes de multas que sejam aplicadas ao transportador ou ao seu condutor. Art. 65. A autoridade aduaneira poderá impedir a saída, da zona primária, de qualquer veículo que não haja satisfeito às exigências legais ou regulamentares. Art. 67. O disposto neste Título aplica-se também aos veículos militares, quando utilizados no transporte de mercadoria.

A aduana pode segurar o veículo, seja por descumprir as normas, seja por estar com débito fiscal. Isso já foi objeto de prova. Também já foi objeto de prova a menção aos veículos militares. Se forem nacionais, eles serão objeto de controle aduaneiro, para se evitar, por exemplo, a transferência clandestina de bens e/ou pessoas para outro veículo. Por outro lado, se forem veículos militares estrangeiros, eles se sujeitam ao controle aduaneiro para se evitar o transbordo clandestino, mas não se sujeitam à fiscalização aduaneira, por força de convenções internacionais em prol da imunidade estatal (lembre que controle e fiscalização são coisas distintas). A questão da imunidade não é mencionada no Regulamento Aduaneiro.

Page 61: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

61

QUESTÕES 26 - (TRF/2003) Avalie a correção das afirmações abaixo. Assinale com a letra V as verdadeiras e com a letra F as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) Pode ser autorizada, justificadamente, por ato conjunto da SRF e do Ministério dos Transportes, a entrada de veículos procedentes do exterior por local não alfandegado. ( ) As operações de carga de veículo procedente do exterior somente podem ser executadas depois de formalizada sua entrada no País. ( ) Podem ser colocados na proximidade de veículo destinado ao exterior os veículos de repartição pública, de guerra ou destinados à prestação de socorro. ( ) Os veículos que transportem chefes de Estado e os veículos militares não estão sujeitos ao controle aduaneiro. ( ) O veículo garantirá os débitos fiscais decorrentes de multas aplicadas pelas autoridades aduaneiras ao seu condutor ou ao transportador. a) F, V, F, F, V b) F, F, V, F, F c) V, F, V, F, F d) V, V, F, V, F e) F, F, V, V, V Comentários Primeiro item: falso. O Ministério dos Transportes está fora disso. Segundo item: correto. Terceiro item: falso. “De repartição pública”: só se estiver em serviço. “De guerra”: salvo se estiverem sendo usados no transporte comercial. “Destinados à prestação de socorro”: só se estiverem efetivamente prestando socorro. Quarto item: falso. Todos os veículos estão sujeitos a controle aduaneiro, evitando-se, por exemplo, o transbordo de bens e/ou pessoas. No caso de veículos oficiais, eles não se submetem à fiscalização, por força de convenções internacionais. Quinto item: correto, como vimos no artigo 64. Gabarito: letra A. 27 – (Inédita) Em relação ao controle aduaneiro de veículos, marque a alternativa incorreta: a) A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados ocorre em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, com exceções.

Page 62: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

62

b) A autoridade aduaneira chefe da unidade de zona primária mais próxima pode autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado. c) O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída. Tal controle se estende a todos os bens existentes a bordo. d) É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou a ele destinado. e) Os veículos das repartições públicas em serviço podem se aproximar dos veículos recém-chegados do exterior. Comentários

Em regra, a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados deverá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. No entanto, como vimos no artigo 26 do Regulamento Aduaneiro, o titular da unidade aduaneira jurisdicionante poderá autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado, em casos justificados. Pouso de emergência é um dos casos excepcionais. A letra A está correta e a letra B, incorreta.

Letra C: correta. Literal do art. 26, § 1º. Letra D: correta. Apesar de haver exceções, a letra D é literal do art. 28,

caput. Contra literalidade não se briga. Letra E: correta. Vimos isso no art. 28, par. único. Gabarito: letra B.

28 – (Inédita) Em relação à prestação de informações pelo transportador, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as mercadorias transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. ( ) Após a prestação das informações pelo transportador, e a efetiva chegada do veículo ao País, a autoridade aduaneira emite o respectivo termo de entrada. ( ) As operações de carga, descarga ou transbordo em embarcações procedentes do exterior poderão ser executadas antes de prestadas as informações sobre as cargas transportadas pelo transportador à RFB, nos casos devidamente justificados pelo transportador.

a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Page 63: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

63

Comentários

Primeiro item: errado. Superpegadinha. O transportador presta informação sobre as cargas, não sobre as mercadorias. Em regra, ele nem conhece as mercadorias que está transportando. A carga é, por exemplo, o conjunto de cinco caixas de madeira. Já as mercadorias são o conteúdo das caixas. (art. 31, RA)

Segundo item: errado. A emissão do termo será na forma estabelecida pela RFB. Nos portos, por exemplo, o termo é emitido automaticamente, sem intervenção fiscal. (art. 32, RA)

Terceiro item: errado. As operações somente podem ocorrer após a prestação das informações, sem exceção prevista. (art.32, par. único)

Gabarito: B. Esta questão foi uma pegadinha tripla. 29 – (Inédita) Quanto à busca em veículo, não é correto afirmar: a) A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à emissão do termo de entrada. b) Em virtude do fator surpresa, a autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações pelo transportador. c) Em virtude do fator surpresa, a busca em veículo poderá ser realizada sem prévia comunicação ao responsável pelo veículo. d) A busca não é atividade executada em todos os veículos. e) Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a devida verificação, lavrando-se termo. Comentários

A busca em veículo será sempre precedida de comunicação ao responsável pelo veículo (parágrafo 1º do artigo 34 do RA). Gabarito: letra c.

As demais opções estão previstas nos artigos 34 a 36 do Regulamento Aduaneiro. 30 – (Inédita) Quanto ao manifesto de carga é incorreto afirmar: a) O manifesto será submetido à conferência final para apuração da responsabilidade quanto a extravio ou a acréscimo de mercadoria.

Page 64: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

64

b) O responsável pelo veículo deverá apresentar à autoridade aduaneira o manifesto de carga, cópias dos conhecimentos de carga e a lista de sobressalentes e provisões de bordo. c) O manifesto de carga precisa conter o local de embarque e o local de destino da carga. d) Para cada ponto de descarga no território aduaneiro, o responsável pelo veículo talvez tenha que entregar mais de um manifesto à autoridade aduaneira local. e) No caso de divergência entre o conhecimento e o manifesto, o manifesto prevalecerá, podendo a correção do conhecimento ser feita de ofício. Comentários

Letra A: correta, conforme art. 53 do RA. Letra B: correta, conforme art. 42 do RA. Letra C: correta, conforme art. 44 do RA. Letra D: correta. RA, art. 43. Cada manifesto indica um trajeto. Se vieram

cargas da Alemanha e da França para o Rio de Janeiro, há dois manifestos: Alemanha-Rio e França-Rio.

Dispõe o artigo 47 do RA que, no caso de divergência entre o manifesto e o conhecimento, prevalecerá o conhecimento, podendo a correção do manifesto ser feita de ofício. Gabarito: Letra E. 31 – (Inédita) O manifesto de carga não precisa conter: a) A natureza das mercadorias. b) Os nomes dos consignatários. c) Os números dos conhecimentos de carga. d) A data prevista para a chegada. e) A quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes. Comentários

Gabarito: letra d, conforme art. 44 do RA. Por hoje é só. Um grande abraço, Rodrigo Luz

Page 65: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

65

RESUMINHO a) O território aduaneiro se divide em zona primária e zona secundária. b) A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. Só os alfandegados. Faz-se o alfandegamento para por ali se permitir a entrada (ou a saída) no país de mercadorias, veículos e pessoas. c) A zona secundária engloba o restante do território aduaneiro, incluindo as águas territoriais e o espaço aéreo. d) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro, e ainda, às Áreas de Controle Integrado (ACI), criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul (e da Bolívia) com o Brasil. e) Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de exportação (ZPE), constituem zona primária. f) Recintos Alfandegados podem ser de zona primária ou secundária. Neles podem ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias, bagagem e remessas postais internacionais. g) Portos Secos são recintos alfandegados de uso público e não podem ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados. Na zona primária, só pode existir porto seco nos pontos de fronteira alfandegados. Podem ser instalados na zona secundária. h) Nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, o controle aduaneiro sempre ocorre 24 horas por dia. Já a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual. i) Especificamente no caso de portos, a fiscalização aduaneira passou a ser, por força da Lei 12.815/2013 (Lei dos Portos), “em horário coincidente com a operação de cada porto, inclusive aos domingos e feriados”. São os “Portos 24 horas”. j) Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições. Note: essa precedência não é em qualquer lugar. k) O controle aduaneiro do veículo é exercido desde seu ingresso no território até sua efetiva saída do País e se estende a todos os bens existentes a bordo. l) Os manifestos de carga são emitidos de forma individualizada considerando-se o local de embarque e o de destino das mercadorias. Para cada

Page 66: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

66

“trajeto” igual (local de embarque e de destino), há um manifesto com as cargas correspondentes. m) A conferência final de manifesto de carga destina-se a constatar extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os registros de descarga OU DE ARMAZENAMENTO. É conferência meramente documental, efetuada pelos AFRFB da pista do aeroporto, não se confundindo com a conferência aduaneira, realizada pelos AFRFB do armazém sobre a mercadoria submetida a despacho aduaneiro. n) A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Page 67: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

67

LISTA DE QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA 01 – (AFTN/1991) Define-se como zona primária a área (adaptada) a) ocupada pelas zonas de vigilância aduaneira e pelos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados b) terrestre ou aquática, ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados, ou a eles adjacentes, bem como a área ocupada por pontos de fronteira alfandegados, por depósitos alfandegados, por entrepostos aduaneiros ou industriais e pelas zonas francas c) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados d) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e espaço aéreo adjacente, bem como a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados e) ocupada pelos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados, depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, entrepostos industriais, zonas francas e áreas de trânsito aduaneiro 02 - (TTN/1997) A zona primária aduaneira compreende: (adaptada) a) a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaço aéreo correspondente, a área terrestre ocupada pelos portos alfandegados e a área contígua aos pontos de fronteira alfandegados b) a área terrestre e aquática ocupada pelos portos alfandegados, as ilhas fluviais ou lacustres de domínio da União, a área interna dos aeroportos alfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela União c) a área terrestre ou aquática ocupada pelos portos alfandegados, a área descontínua ocupada pelas ilhas marítimas, fluviais ou lacustres, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados d) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportos alfandegados, terrestres ou aquáticas, os armazéns alfandegados situados na hinterlândia de portos e aeroportos e a área contígua aos pontos de fronteira alfandegados desde que situada na faixa de fronteira

Page 68: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

68

03 – (AFRFB/2014) Sobre os regimes aduaneiros no Brasil, é incorreto afirmar que: (...) c) nos portos secos, a execução das operações e a prestação dos serviços conexos serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão precedido da execução de obra pública. (...) 04 - (Inédita) Considerando o tema jurisdição aduaneira, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) A denominada zona secundária equivale a todo o território aduaneiro, excluídos a zona primária e o mar territorial. ( ) Para todos os efeitos, as zonas de processamento de exportação constituem zona primária. ( ) O território aduaneiro inclui as Áreas de Controle Integrado. a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) F, F, V 05 – (Inédita) Considerando o tema território aduaneiro, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil. ( ) O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na fronteira alfandegada, zonas de vigilância aduaneira. ( ) Nas zonas de vigilância aduaneira, a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas. a) V, V, V b) F, V, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F 06 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) Ao se declarar que “o aeroporto X está alfandegado a partir desta data”, diz-se que todo o aeroporto está alfandegado ainda que apenas alguns de seus recintos sejam alfandegados. ( ) Existem recintos alfandegados na zona secundária.

Page 69: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

69

( ) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, excepcionando-se, no entanto, a importação e a exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pelo Ministério dos Transportes. a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F 07 – (ATRFB/2012) Sobre território aduaneiro, portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados, recintos alfandegados, e administração aduaneira, é incorreto afirmar que: (adaptada) a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional. b) compreende-se na Zona de Vigilância Aduaneira a totalidade do Estado atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área demarcada. c) com exceções da importação e exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), e de outros casos estabelecidos pela RFB, somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. d) portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. e) a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados. 08 – (AFRFB/2012) No que concerne à Jurisdição Aduaneira, é incorreto afirmar que: a) o recolhimento da multa de que trata o caput do art. 38 da Lei n. 12.350, de 20 de dezembro de 2010, não garante o direito à operação regular do local ou recinto alfandegado nem prejudica a aplicação das sanções estabelecidas no art. 37 da referida Lei e de outras penalidades cabíveis ou a representação fiscal para fins penais, quando for o caso. b) a Jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do MERCOSUL com o Brasil. c) poderão ser demarcadas, na orla marítima e na faixa de fronteira, Zonas de Vigilância Aduaneira.

Page 70: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

70

d) os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados. e) para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 11.508, de 20 de julho de 2007, as Zonas de Processamento de Exportação constituem zona secundária. 09 – (TRF/2002-1) Identifique a razão que leva o legislador aduaneiro a “alfandegar” determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteira terrestre, fixando os locais servidos por repartições aduaneiras onde possam: a) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; b) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser efetuadas operações de descarga e pesagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; c) estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior; ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; d) estacionar ou transitar veículos destinados ao exterior; ser efetuadas operações de carga ou passagem de mercadorias destinados ao exterior; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados; e) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior. 10 – (TRF/2002-2) A jurisdição dos serviços aduaneiros, exercida atualmente, compreende: a) os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira; b) a zona primária e a zona secundária; c) a Zona Franca de Manaus, as Zonas de Processamento das Exportações e o restante do território nacional; d) os enclaves e os exclaves aduaneiros; e) os recintos alfandegados situados nas zonas de vigilância aduaneira.

Page 71: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

71

11 – (Inédita) Assinale a alternativa incorreta: a) A zona de processamento de exportações faz parte da zona secundária. b) Atualmente, o alfandegamento é realizado pelas Superintendências Regionais da Receita Federal. c) Os recintos alfandegados se situam na zona primária. d) O alfandegamento de um recinto pode ser realizado a título permanente ou temporário. e) A jurisdição aduaneira brasileira estende-se para fora do território brasileiro. 12 – (Inédita) Assinale a alternativa correta: a) A precedência da aduana permite que, em fiscalização no estabelecimento do importador, ela requeira a ajuda policial. b) O alfandegamento da zona de vigilância aduaneira é realizado pelo Superintendente Regional da Receita Federal. c) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. d) Os portos secos não podem ser instalados na zona primária. e) Na zona primária, o controle aduaneiro pode ser ininterrupto ou eventual. 13 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta ou eventual nos recintos alfandegados. ( ) A fiscalização aduaneira será ininterrupta nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. ( ) Na zona secundária, onde se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições. a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F 14 – (ATRFB/2012) Sobre controle aduaneiro de veículos, é incorreto afirmar que: a) a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados não poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado. b) o agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou

Page 72: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

72

desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. c) o conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria. d) a mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer via, será registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de efeito equivalente. O manifesto de carga conterá a identificação do veículo e sua nacionalidade; o local de embarque e o de destino das cargas; o número de cada conhecimento; a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes; a natureza das mercadorias; o consignatário de cada partida; a data do seu encerramento; e o nome e a assinatura do responsável pelo veículo. e) no caso de divergência entre o manifesto de carga e o conhecimento de carga, prevalecerá o conhecimento de carga, podendo a correção do manifesto ser feita de ofício.

15 – (TTN/1998) A não apresentação de manifesto de carga ou de documento equivalente em relação a qualquer ponto de escala no exterior: a) impedirá a Alfândega de liberar o veículo para as operações de carga, descarga ou transbordo até a sua efetiva regularização; b) obstará a saída do veículo transportador, salvo se o agente do veículo no local da descarga se responsabilizar por quaisquer débitos que vierem a ser apurados; c) será objeto de apuração de responsabilidade por eventuais diferenças quanto a falta ou acréscimo de mercadoria por ocasião da conferência final dos manifestos relativos a toda a carga descarregada do veículo transportador; d) Será objeto de penalidade por embaraço à fiscalização; e) Será considerada declaração negativa de carga, sujeitando-se o responsável pelo veículo aos efeitos daí decorrentes. 16 – (TTN/1997-Área Administração Tributária) Relativamente ao veículo transportador, a mercadoria procedente do exterior por qualquer via deverá estar registrada: (adaptada) a) nas cópias dos conhecimentos de carga; b) no manifesto de carga ou documento equivalente; c) nas licenças de importação correspondentes; d) nos originais das faturas comerciais; e) nos certificados de origem das mercadorias.

Page 73: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

73

17 – (ACE/2002) O documento, com força contratual, emitido por uma companhia de transporte, que atesta o recebimento de uma mercadoria a ser exportada, suas características, as condições de transporte e os compromissos quanto à entrega da mesma ao destinatário legal, denomina-se: a) contrato de agente internacional; b) contrato de compra e venda internacional; c) conhecimento de embarque; d) contrato de afretamento; e) certificado de contagem. 18 – (TTN/1997) A omissão de volume em manifesto de carga, desde que tal volume conste no conhecimento emitido regularmente, a) poderá ser suprida por carta de correção dirigida pelo emitente do conhecimento à autoridade aduaneira do local da descarga para fim de correção do manifesto. b) poderá ser relevada se for devidamente averbada ou ressalvada pelo responsável pelo veículo, no próprio manifesto de carga, por exigência da autoridade aduaneira. c) poderá ser suprida se o volume for incluído em manifesto de carga complementar emitido antes da chegada do veículo no local da descarga. d) é irrelevante, pois a existência do conhecimento para efeito do controle aduaneiro do veículo e da carga a bordo supre a omissão em qualquer circunstância. e) poderá ser suprida se apresentada a mercadoria sob declaração escrita do responsável pelo veículo e anteriormente ao conhecimento da irregularidade pela autoridade aduaneira. 19 – (TTN/1997-Área aduana) As operações de carga, descarga ou transbordo de veículo procedente do exterior só poderão ser executadas: (adaptada) a) em dia de expediente normal da repartição aduaneira para efeito de fiscalização e efetivo controle das mercadorias; b) depois de formalizada a sua entrada no porto, aeroporto ou repartição jurisdicionante do ponto de fronteira alfandegado; c) após o efetivo estacionamento do veículo no porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, permanecendo, a partir desse momento, sob rigoroso controle aduaneiro; d) após a liberação do veículo procedente do exterior pela autoridade sanitária para fim de controle de doenças e pragas;

Page 74: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

74

e) após a entrega de todos os documentos relativos a carga transportada na repartição aduaneira que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. 20 – (AFTN/1994) O procedimento administrativo que se destina a constatar a ocorrência de falta ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território aduaneiro, em que se comparam os registros de descarga ou de armazenamento com os dados constantes no manifesto, refere-se à atividade atinente: (adaptada) a) à vistoria aduaneira; b) à conferência aduaneira; c) à revisão aduaneira; d) ao controle do despacho aduaneiro; e) à conferência final de manifesto. 21 – (TTN/1997-Área aduana) A conferência final do manifesto em confronto com os registros de descarga ou de armazenamento da mercadoria dos veículos transportadores feita pela fiscalização aduaneira tem por finalidade: (adaptada) a) verificar as divergências porventura existentes e intimar o importador a pagar as multas correspondentes; b) constatar a falta ou acréscimo de volume ou mercadoria entrada no território aduaneiro e a adoção do procedimento fiscal adequado contra o transportador; c) verificar se do manifesto constam todos os conhecimentos de carga, confrontando-se as quantidades de volumes registradas e os respectivos pesos brutos com os totais constantes do manifesto; d) após a descarga do veículo transportador verificar se todos os conhecimentos de carga estão arrolados no manifesto para confronto com os despachos aduaneiros correspondentes; e) proceder às averbações no manifesto das diferenças encontradas após a descarga, entre os dados constantes dos conhecimentos de carga e os dados constantes das folhas de controle de carga para efeito de apurar a responsabilidade pela diferença de tributos. 22 – (TTN/1998) Quando houver divergência, para menos, de peso ou de dimensão do volume em relação ao declarado no manifesto, no conhecimento de carga ou no documento equivalente, ou ainda, se for o caso, aos documentos que instruíram o despacho para trânsito, é responsável para efeitos fiscais: a) o depositário;

Page 75: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

75

b) o importador; c) o transportador; d) o exportador; e) o consignatário. 23 – (TTN/1998) Em ato de busca em veículo procedente do exterior e havendo indícios de falsa declaração de conteúdo em volume ou unidade de carga manifestados, a autoridade aduaneira: a) poderá determinar a descarga do volume ou unidade de carga para a devida verificação, lavrando-se termo de ocorrência; b) determinará a retenção do veículo até a confirmação das suspeitas; c) suspenderá a execução das operações de descarga do veículo até a realização da vistoria aduaneira; d) procederá de imediato à apreensão dos mesmos; e) lavrará termo circunstanciado que será anexado ao manifesto de carga para a competente ação fiscal por ocasião da conferência final do manifesto. 24 – (TRF/2002-2) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) Nas zonas de vigilância aduaneira demarcadas na faixa de fronteira terrestre é proibida a presença ou circulação de mercadorias, animais e veículos em viagem internacional. ( ) As operações de despacho aduaneiro nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados a título permanente serão efetuados nos horários, locais e condições determinados pela autoridade aduaneira. ( ) A busca aduaneira, para prevenir ou reprimir a ocorrência de extravios ou de acréscimos de volumes ou de mercadorias, deve ser precedida da lavratura do termo de entrada do veículo e da comunicação ao responsável, que poderá ser verbal. a) V, V, V. b) V, F, V. c) F, V, V. d) F, F, F. e) F, V, F. 25 - (AFRFB/2014) Sobre Jurisdição Aduaneira e Controle Aduaneiro de Veículos, é correto afirmar: a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional, exceto as Áreas de Livre Comércio, sujeitas à legislação específica.

Page 76: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

76

b) somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, mas isso não se aplica à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil. c) compete ao Ministro de Estado da Fazenda definir os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais internacionais. d) relativamente à mercadoria descarregada de veículo procedente do exterior, o volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado, com diferença de peso, com indícios de violação ou de qualquer modo avariado, deverá ser objeto de conserto e pesagem, fazendo-se, ato contínuo, a devida anotação no registro de descarga, pelo depositário. A autoridade aduaneira poderá determinar a aplicação de cautelas fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do recinto alfandegado, exceto nos casos de extravio ou avaria, dado o estado já verificado dos volumes, os quais não poderão permanecer no recinto alfandegado. e) o transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. A autoridade aduaneira poderá proceder às buscas em veículos necessárias para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação, mas, em respeito à ampla defesa e ao contraditório, as buscas poderão ocorrer apenas em momento ulterior à apresentação das referidas informações pelo transportador. 26 - (TRF/2003) Avalie a correção das afirmações abaixo. Assinale com a letra V as verdadeiras e com a letra F as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta. ( ) Pode ser autorizada, justificadamente, por ato conjunto da SRF e do Ministério dos Transportes, a entrada de veículos procedentes do exterior por local não alfandegado. ( ) As operações de carga de veículo procedente do exterior somente podem ser executadas depois de formalizada sua entrada no País.

Page 77: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

77

( ) Podem ser colocados na proximidade de veículo destinado ao exterior os veículos de repartição pública, de guerra ou destinados à prestação de socorro. ( ) Os veículos que transportem chefes de Estado e os veículos militares não estão sujeitos ao controle aduaneiro. ( ) O veículo garantirá os débitos fiscais decorrentes de multas aplicadas pelas autoridades aduaneiras ao seu condutor ou ao transportador. a) F, V, F, F, V b) F, F, V, F, F c) V, F, V, F, F d) V, V, F, V, F e) F, F, V, V, V 27 – (Inédita) Em relação ao controle aduaneiro de veículos, marque a alternativa incorreta: a) A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados ocorre em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, com exceções. b) A autoridade aduaneira chefe da unidade de zona primária mais próxima pode autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado. c) O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída. Tal controle se estende a todos os bens existentes a bordo. d) É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou a ele destinado. e) Os veículos das repartições públicas em serviço podem se aproximar dos veículos recém-chegados do exterior. 28 – (Inédita) Em relação à prestação de informações pelo transportador, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta. ( ) O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as mercadorias transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. ( ) Após a prestação das informações pelo transportador, e a efetiva chegada do veículo ao País, a autoridade aduaneira emite o respectivo termo de entrada. ( ) As operações de carga, descarga ou transbordo em embarcações procedentes do exterior poderão ser executadas antes de prestadas as

Page 78: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

78

informações sobre as cargas transportadas pelo transportador à RFB, nos casos devidamente justificados pelo transportador. a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F 29 – (Inédita) Quanto à busca em veículo, não é correto afirmar: a) A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à emissão do termo de entrada. b) Em virtude do fator surpresa, a autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações pelo transportador. c) Em virtude do fator surpresa, a busca em veículo poderá ser realizada sem prévia comunicação ao responsável pelo veículo. d) A busca não é atividade executada em todos os veículos. e) Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a devida verificação, lavrando-se termo. 30 – (Inédita) Quanto ao manifesto de carga é incorreto afirmar: a) O manifesto será submetido à conferência final para apuração da responsabilidade quanto a extravio ou a acréscimo de mercadoria. b) O responsável pelo veículo deverá apresentar à autoridade aduaneira o manifesto de carga, cópias dos conhecimentos de carga e a lista de sobressalentes e provisões de bordo. c) O manifesto de carga precisa conter o local de embarque e o local de destino da carga. d) Para cada ponto de descarga no território aduaneiro, o responsável pelo veículo talvez tenha que entregar mais de um manifesto à autoridade aduaneira local. e) No caso de divergência entre o conhecimento e o manifesto, o manifesto prevalecerá, podendo a correção do conhecimento ser feita de ofício. 31 – (Inédita) O manifesto de carga não precisa conter: a) A natureza das mercadorias. b) Os nomes dos consignatários. c) Os números dos conhecimentos de carga. d) A data prevista para a chegada. e) A quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes.

Page 79: Aula0 La Afrfb 78046

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA PARA O CONCURSO DA RECEITAFEEDERAL – 2015

Aula 00 - Aula Demonstrativa Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

www.pontodosconcursos.com.br | Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

79

QUESTÃO DISCURSIVA “(AFRFB/2014) Em tempos de globalização, o comércio internacional adquire importância cada vez maior no cenário econômico mundial. A administração aduaneira deve se manter constantemente atualizada no intuito de não se tornar obstáculo desnecessário ao comércio lícito, tampouco em incentivo a práticas ilícitas. Partindo dessa premissa, nos termos da legislação aduaneira, é possível a atuação do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil além da linha de fronteira terrestre do Brasil? Justifique e fundamente sua resposta em um mínimo de 20 (vinte) linhas e em um máximo de 40 (quarenta) linhas, a qual deverá abordar, obrigatoriamente, os seguintes tópicos:

a) Definição de território aduaneiro; e b) Abrangência de jurisdição dos serviços aduaneiros.”

GABARITOS 01 – C 02 – D 03 – C está correta 04 – B 05 – C 06 – D 07 – B 08 – E 09 – A 10 – B 11 – C 12 – C 13 – C 14 – A 15 – E 16 – B

17 – C 18 – E 19 – B 20 – E 21 – B 22 – C 23 – A 24 – E 25 – B 26 – A 27 – B 28 – B 29 – C 30 – E 31 – D