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AFO E CONTABILIDADE PÚBLICA EM EXERCÍCIOS - TCU PROFESSOR DEUSVALDO CARVALHO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1 AULA ZERO: QUESTÕES DE AFO E CONTABILIDADE PÚBLICA Queridos estudantes do Ponto dos Concursos! É com satisfação e muita empolgação que apresentamos o nosso primeiro curso de exercícios. Este curso destina-se a todos os candidatos aos cargos públicos que exigem conhecimentos de Administração Financeira e Orçamentária e Contabilidade Pública, porém, está direcionado especificamente aos futuros concorrentes a uma vaga de Analista de Controle Externo – ACE do Tribunal de Contas da União – TCU. Para tanto, abordaremos somente questões dos recentes concursos elaborados pelo CESPE, posto que essa é a instituição organizadora do certame. No fim de cada nota de aula será apresentada a lista com todos os exercícios nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os resolva antes de ver o gabarito e ler os comentários correspondentes. Espero, sinceramente, poder ajudá-los na conquista de seus objetivos e estarei sempre disposto a atender e assimilar críticas e sugestões. Análise do conteúdo programático: Em tese, o estudo da disciplina Administração Financeira e Orçamentária direcionado para concursos não apresenta dificuldades de aprendizado, ou seja, o assunto é de fácil assimilação, porém, um pouco complexo, principalmente quanto aos seguintes conteúdos: receita e despesa, SIAFI, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF etc. Já a disciplina Contabilidade Pública requer um pouco mais de conhecimento básico de Contabilidade e de Direito Financeiro – em especial, da parte dos Balanços Públicos – assunto um tanto complexo e que exige bastante atenção do candidato. Entretanto, ao longo deste curso serão apresentados diversos “MACETES” e TÉCNICAS de aprendizado, com o intuito de facilitar a assimilação por parte de candidatos não formados na área. Caro concursando! Sempre existe um bom motivo para estudar! O seu motivo é ser aprovado no concurso pretendido. Portanto, não “brinque”! As festinhas de final de semana: deixe pêra lá! Depois de aprovado e empossado, com mais grana no bolso, você poderá comemorar em dobro! Vamos lá! Coragem e força de vontade! O edital do concurso está prestes a sair. Pense que ainda neste próximo concurso você pode “decidir sua vida”.

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AULA ZERO: QUESTÕES DE AFO E CONTABILIDADE PÚBLICA

Queridos estudantes do Ponto dos Concursos!

É com satisfação e muita empolgação que apresentamos o nosso primeiro curso de exercícios.

Este curso destina-se a todos os candidatos aos cargos públicos que exigem conhecimentos de Administração Financeira e Orçamentária e Contabilidade Pública, porém, está direcionado especificamente aos futuros concorrentes a uma vaga de Analista de Controle Externo – ACE do Tribunal de Contas da União – TCU.

Para tanto, abordaremos somente questões dos recentes concursos elaborados pelo CESPE, posto que essa é a instituição organizadora do certame.

No fim de cada nota de aula será apresentada a lista com todos os exercícios nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os resolva antes de ver o gabarito e ler os comentários correspondentes.

Espero, sinceramente, poder ajudá-los na conquista de seus objetivos e estarei sempre disposto a atender e assimilar críticas e sugestões.

Análise do conteúdo programático:

Em tese, o estudo da disciplina Administração Financeira e Orçamentária direcionado para concursos não apresenta dificuldades de aprendizado, ou seja, o assunto é de fácil assimilação, porém, um pouco complexo, principalmente quanto aos seguintes conteúdos: receita e despesa, SIAFI, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF etc.

Já a disciplina Contabilidade Pública requer um pouco mais de conhecimento básico de Contabilidade e de Direito Financeiro – em especial, da parte dos Balanços Públicos – assunto um tanto complexo e que exige bastante atenção do candidato.

Entretanto, ao longo deste curso serão apresentados diversos “MACETES” e TÉCNICAS de aprendizado, com o intuito de facilitar a assimilação por parte de candidatos não formados na área.

Caro concursando! Sempre existe um bom motivo para estudar! O seu motivo é ser aprovado no concurso pretendido. Portanto, não “brinque”! As festinhas de final de semana: deixe pêra lá! Depois de aprovado e empossado, com mais grana no bolso, você poderá comemorar em dobro!

Vamos lá! Coragem e força de vontade! O edital do concurso está prestes a sair. Pense que ainda neste próximo concurso você pode “decidir sua vida”.

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Quando sair o resultado do seu concurso e a “ficha cair”, aí sim, você irá perceber que seu esforço foi recompensado e valeu a pena tanto “sacrifício”.

Vamos ao que nos interessa! O nosso estudo de hoje!

Bom estudo!

1. QUESTÕES DE AFO 1. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Entendendo o Poder Legislativo que a receita prevista no projeto estimada pelo Poder Executivo pode ser diferente, poderá reestimá-la, desde que comprove erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

De acordo com o art. 165, “caput” da Constituição Federal/88, Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

O plano plurianual;

As diretrizes orçamentárias;

Os orçamentos anuais;

No âmbito do Poder Executivo Federal, nos termos do disposto no art. 84, XXIII, a iniciativa dos projetos de leis relacionados aos instrumentos de planejamento (PPA, LDO e LOA) compete privativamente ao Chefe do Poder Executivo, ou seja, ao Presidente da República. Interessante ressaltar, que embora a Constituição Federal estabeleça que tal competência seja privativa, tanto a doutrina quanto a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entendem que tal competência é Exclusiva. Alexandre de Morais em sua obra “Direito Constitucional” entende que essa iniciativa a cargo do Executivo é do tipo “vinculada”, uma vez que deverá ser remetida ao Congresso Nacional no período estabelecido pela própria Constituição Federal (esse período encontra-se disposto no art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).

Dos três instrumento de planejamento a que se refere o art. 165, “caput” da Constituição Federal/88, é na lei orçamentária anual (LOA) que são estimadas ou previstas as receitas e fixadas as despesas a serem executadas dentro do exercício financeiro.

Assim, uma vez encaminhado o projeto de lei orçamentária anual ao Congresso Nacional na forma e nos prazos estabelecidos na Carta Magna, é possível que o mesmo sofra alterações através de emendas parlamentares. Todavia, há restrições para tanto, ou seja, essas alterações somente são possíveis nas hipóteses previstas no § 3º do art. 166 da CF/88 (tanto em relação à receita quanto em relação à despesa).

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Especificamente no que tange à receita pública, o art. 12 § 1º da LRF (Lei 101/200) assim dispõe:

“Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal”

Item CERTO.

Julgue os itens seguintes, que se referem ao plano plurianual e à lei orçamentária anual.

2. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) No plano plurianual, devem estar presentes as metas e as prioridades para cada ano de governo.

O Plano Plurianual é um instrumento normatizador do planejamento de médio prazo e de definição das macro-orientações de Governo, representando a peça-chave do planejamento da administração pública.

O PPA foi instituído pela Constituição da República de 1988, momento em que passou a substituir os antigos OPI - Orçamentos Plurianuais de Investimentos de vigência trienal previsto no art. 23 da Lei 4.320/64.

De acordo com a Constituição Federal da República, a Lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá de forma regionalizada o seguinte: (como macete “decoreba” costumo dizer que o PPA estabelece o “DOM” (art. 165, § 1º, I CF).

a) Diretrizes;

b) Objetivos;

c) e Metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como para aquelas relativas aos programas de duração continuada;

A vigência da lei que instituir o Plano Plurianual é quadrienal, ou seja, através dela se estabelece o “DOM” para os próximos quatro exercícios financeiros, nos termos do disposto no art. 35, § 2º, I do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

No comando da questão há duas proposições incorretas:

a) O PPA não estabelece prioridades, as prioridades da administração pública para cada ano são estabelecidas na Lei de diretrizes orçamentárias (art. 165 § 2º);

b) A locução: “para cada ano” também está incorreta, conforme comentado na opção “a”. Além disso, por representar um planejamento estratégico, as diretrizes estabelecidas no PPA são de natureza continuada, e não para cada ano;

Importante! apesar de representar um planejamento de médio prazo, haja vista o seu curto prazo de duração (4 anos), é normal que no

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PPA as diretrizes, os objetivos e as metas podem ser alcançadas tanto a médio quanto em longo prazo (assim foi cobrado no concurso da CESPE/UNB para Analista de Controle Externo/TCU no ano de 2006).

Item ERRADO.

3. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Conforme a Constituição Federal, qualquer investimento considerado relevante sob a ótica econômica somente pode ser iniciado se estiver presente no plano plurianual, mesmo que tenha de ser executado integralmente dentro de um mesmo exercício financeiro.

O comando da questão refere-se à vedação imposta pelo § 1º do art. 167 da CF/88 que assim determina:

“Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão sob pena de crime de responsabilidade”.

Interpretando:

1º. Em princípio todo investimento que ultrapasse um exercício financeiro (mais de um ano), deverá constar no plano plurianual;

2º. Caso haja necessidade da realização de um investimento com duração superior a um ano e este não esteja contemplado no PPA, há obrigatoriedade de autorização legislativa mediante a edição de uma lei especial. Atenção! A iniciativa dessa lei é exclusiva do Executivo.

3º. Um investimento que não ultrapasse um exercício financeiro (duração inferior a um ano), seja ele relevante ou não, pode ser realizado, desde que esteja incluído na lei orçamentária anual ou autorizado pelo Legislativo em lei especial. Esse investimento pode ser realizado através da abertura de créditos adicionais especiais ou extraordinários.

Pode-se observar que há um erro no comando da questão, posto que os investimentos com duração inferior a um exercício financeiro não necessitam, obrigatoriamente, estar incluídos no PPA.

Observações:

a) Nos termos do art. 12 da Lei 4.320/64, “investimento” é um grupo de despesa de capital;

b) Exercício financeiro corresponde ao período de tempo no qual é executado o orçamento público. De acordo com o art. 34 da Lei 4.320/64, no Brasil o exercício financeiro coincide com o ano civil.

Item ERRADO.

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Julgue os itens seguintes, quanto ao orçamento-programa, ao plano plurianual e à lei de diretrizes orçamentárias.

4. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A concepção e a técnica do chamado orçamento-programa são conhecidas há bastante tempo, inclusive no Brasil. Apesar dos avanços ocorridos durante a segunda metade do século XX, representados, por exemplo, pela adoção, em 1974, da chamada classificação funcional-programática, foi apenas com a edição do Decreto nº. 2.829/1998 e das demais normas que disciplinaram a elaboração do Plano Plurianual 2000-2003 e dos orçamentos anuais a ele vinculados, que os esforços de implantação do orçamento-programa na área federal tiveram início efetivamente.

A obrigatoriedade de instituição do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964 através da Lei no 4.320.

Atenção! Muito cobrado em concurso! O orçamento programa foi instituído no Brasil com a edição da Lei no 4.320/64.

Posteriormente à edição da norma mencionada o Decreto-Lei no 200/67 reforçou a idéia de orçamento programa ao estabelecer, em seu art. 16, que em cada ano será elaborado um orçamento programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual.

A concepção de orçamento programa é conhecida e difundida no Brasil desde a década de 50. Porém, a obrigatoriedade de sua elaboração ocorreu inicialmente com a aprovação da Lei nº. 4.320/64 e enfatizado no Decreto-Lei 200/67.

Contudo, os avanços ocorridos para a efetiva elaboração do orçamento programa em nosso País ocorreram somente depois da edição do Decreto Federal nº. 2.829/98 e demais normas que disciplinaram a elaboração do PPA (2000-2003).

Portanto, apesar da obrigatoriedade para elaboração do orçamento programa existir desde 1964, pode-se perceber que o regramento legal virou “letra morta” por vários anos, ou seja, a norma “não pegou”.

Foi somente a partir do Decreto Federal nº. 2.829/98 que efetivamente foram envidados os esforços para a efetiva implantação do orçamento programa na área federal, tornando-o realidade em nosso País.

Item CERTO.

5. (CESPE – ACE/TCU – 2004) No sistema brasileiro de planejamento e orçamento, exige-se a integração entre o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o

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orçamento anual. Para tanto, o plano plurianual é organizado em programas e ações, enquanto o orçamento anual compreende os mesmos programas e transforma as ações em projetos e atividades e os seus desdobramentos em subprojetos e subatividades.

Primeiramente devemos conhecer a regra de integração ou compatibilização entre os instrumentos de planejamento.

Esta é a regra! O art 5º da LRF estabelece que o projeto de lei orçamentária anual deverá ser elaborado de forma compatível com o plano plurianual (PPA), com a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e com a própria LRF.

Essa determinação legal é denominada de integração entre as leis orçamentárias e constitui-se na essência do orçamento programa.

O orçamento programa está intimamente ligado ao sistema de planejamento (PPA) e aos objetivos que o Governo pretende alcançar durante um determinado período de tempo.

Atenção! O orçamento programa é conceituado como sendo um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua execução.

A organização e estruturação do orçamento público obedecem à padronização técnica. Atualmente essa organização e estruturação, nos termos do disposto na Portaria 42/99-MPOG, obedecem à seguinte estrutura programática:

Programa - é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano plurianual, visando a solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.

Atenção! O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento.

Ação - Os programas são compostos de ações, que, conforme suas características podem ser classificadas como atividades, projetos ou operações especiais.

O que é uma atividade? É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: fiscalização, monitoramento e inspeção, pelo Tribunal de Contas da União, das obras do governo federal com indícios de irregularidades.

O que é um projeto? É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto

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que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplo: implantação de um sistema único nacional de identificação.

O que é operação especial? Enquadram-se nessa classificação as despesas que não contribuem para a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoamento das ações de Governo, das quais não resulta um produto e não gera contra prestação direta em bens ou serviços.

Conclusão: quase todo o comando da questão está perfeito, exceto em relação aos desdobramentos da ação em subprojetos e subatividades.

Não se esqueça! Os desdobramentos da ação são: atividades, projetos ou operações especiais.

Atualmente não existem as subdivisões orçamentárias denominadas de subprojetos e subatividades.

Item ERRADO.

6. (CESPE – ACE/TCU – 2004) Tanto a Lei do Plano Plurianual 2000-2003 como o Projeto de Lei do Plano Plurianual 2004-2007 utilizam dois tipos de mensuração: indicadores, que quantificam a situação que os programas tenham por objetivo modificar, e metas, que correspondem aos bens e serviços necessários para alcançar os objetivos.

Os programas constantes do PPA possuem um conjunto de informações denominadas “atributos”, cada um desses atributos visa identificar um tipo de informação.

Vejamos os conceitos das palavras-chave:

Indicador – instrumento capaz de medir o desempenho de um programa. Deve ser passível de aferição, coerente com o objetivo estabelecido, sensível à contribuição das principais ações e apurável em tempo oportuno.

Em outras palavras, o indicador permite, conforme o caso, mensurar a eficácia, eficiência ou efetividade alcançada na execução do programa.

corresponde ao elemento capaz de medir a evolução do problema. Permite a mensuração dos resultados alcançados com a execução do programa.

Meta física - é a quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o caso, num determinado período e instituída para cada ano. As metas físicas são indicadas em nível de subtítulo e agregadas segundo os respectivos projetos, atividades ou operações especiais.

Enfim, meta é o quanto se pretende desenvolver.

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Objetivo do Programa - expressa a busca de um resultado, descrevendo a finalidade do programa com precisão, sempre mensurável por um indicador;

Portanto, as metas correspondem aos bens e serviços necessários para alcançar os objetivos estabelecidos.

Exemplo de implementação de um programa de trabalho: Programa Acesso à educação

Objetivo do programa Reduzir o analfabetismo no país

Indicador Reduzir de 17% para 5% a taxa de analfabetismo da Região Norte no período de 4 anos

Ação Assistência educacional aos analfabetos

Atividade Educação permanente para jovens e adultos em situação de analfabetismo

Projeto Implantação de escolas estruturadas e contratação de professores capacitados para o ensino de pessoas sem alfabetização

Item CERTO.

7. (CESPE – ACE/TCU – 2004) Instituído pela Constituição Federal de 1988, o plano plurianual, de vigência coincidente com a do mandato do chefe do Poder Executivo, estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

A vigência do PPA não coincide com o mandato presidencial.

A assertiva estaria correta caso não houvesse afirmação de que a vigência do PPA coincide com a do mandato do chefe do Poder Executivo.

A vigência da lei que instituir o Plano Plurianual é quadrienal, iniciando-se no segundo ano do mandato presidencial e encerrando-se no primeiro ano do mandato presidencial subseqüente.

Exemplo: Suponha-se que o Presidente da República foi eleito em 1999 e sua posse ocorreu em 1º de janeiro de 2000. Mandato presidencial atual: 4 anos

Ano de 2000 O Presidente eleito cumpre um ano de PPA de seu antecessor.

Ano de 2000 Enquanto o governo cumpre um ano de seu antecessor, elabora-se o seu PPA.

Ano de 2000 O governo eleito deverá encaminhar o seu PPA ao Congresso nacional em até 4 meses antes

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do encerramento do exercício financeiro, ou seja, até 31 de agosto de 2000.

Ano de 2000

O Congresso Nacional deverá devolver o PPA aprovado até o encerramento da sessão legislativa, ou seja, até 22 de dezembro. Vigência: até 2004 (4 anos).

Anos de 2001 – 2002 e 2003 O governo trabalha com o seu PPA “deixa o homem trabalhar”!

Ano de 2003 Em 31/12 encerra o mandato do Presidente eleito em 1999 e empossado em 2000.

Ano de 2003 Eleição do novo Presidente

Ano de 2004 Posse do novo Presidente e execução do último ano do PPA de seu antecessor empossado em 2000.

Esse regramento acima se encontra disposto no inciso I do § 2º do art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.

Investimentos de duração superior a um ano:

Todo tipo de investimento que ultrapasse um exercício financeiro, ou seja, mais de um ano, deverá estar incluído no Plano Plurianual ou em Lei especial que o autorize.

O exercício financeiro no Brasil coincide com o ano civil, iniciando em 1º de janeiro e término em 31 de dezembro, assim determina a Lei nº 4.320/64.

A Constituição Federal estabelece que nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade (art. 167, § 1º).

Para não esquecer! A Lei do Plano Plurianual deverá estabelecer, de forma regionalizada:

As Diretrizes Objetivos e Metas da administração pública

Para as despesas de capital e outras delas decorrentes; e Para as relativas aos programas de duração continuada.

Plano Plurianual - PPA

Diretrizes Objetivos Metas

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O que são Diretrizes, Objetivos e Metas?

Diretrizes são orientações ou princípios que nortearão a captação, gestão e gastos de recursos durante um determinado período, com vistas a alcançar os objetivos de Governo nos 4 anos de legislatura.

Objetivos consistem na discriminação dos resultados que se pretende alcançar com a execução das ações governamentais que permitirão a superação das dificuldades diagnosticadas.

Metas são a tradução quantitativa e qualitativa dos objetivos.

Atenção! É importante enfatizar que a finalidade do PPA é estabelecer as Diretrizes, Objetivos e Metas, porque geralmente os elaboradores de provas de concursos tentam confundir os candidatos com as finalidades da LDO (estabelecer as metas e prioridades da administração pública).

Sintetizando:

Plano Plurianual

Estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Lei de Diretrizes Orçamentárias

Compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Significado da expressão: “despesas de capital e outras delas decorrentes”. Geralmente as despesas de capital são aquisições de móveis, imóveis, construção de estradas, prédios públicos, usinas etc. O governo planeja essas despesas no PPA porque em geral são despesas a serem realizadas em períodos superiores a um ano.

Ao realizar um investimento, a exemplo da construção de uma estrada, o governo realiza despesas de capital. Posteriormente, para realizar a manutenção dessa estrada, realizam-se despesas correntes, por isso o termo: “e outras delas decorrentes”.

Exemplo: O governo planeja e insere no PPA, a duplicação de determinado trecho de uma rodovia federal, com prazo para conclusão de três anos e valor de 4 bilhões de reais. Esse gasto é um investimento (despesa de capital). Para manutenção da rodovia duplicada o governo estima gastar mais 10 mil reais por ano na sua manutenção. Essa é uma despesa de custeio (despesa corrente).

Assim sendo, no nosso exemplo, o governo insere no PPA as despesas de capital (duplicação da rodovia) e as despesas correntes decorrentes desse investimento (manutenção da rodovia).

Item ERRADO.

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8. (CESPE – ACE/TCU – 2004) O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, na Capital Federal, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1.º de agosto a 15 de dezembro. Uma das situações que impede o início do recesso parlamentar em 1.º de julho é a não-aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa. Acerca das disposições da Constituição Federal sobre a lei orçamentária anual, julgue os itens a seguir.

É importante destacar inicialmente que a época da elaboração da questão em referência o período de reunião do Congresso Nacional era diferente do estabelecido pela emenda constitucional nº 50/2006.

Atualmente, conforme disposto na EC nº 50, o Congresso Nacional deve se reunir anualmente na Capital Federal de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

O § 2º do art. 57 da CF/88 determina que a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Por outro lado, o art. 35, § 2º, II do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias determina que o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.

Considerando o regramento constitucional anterior o item estaria CERTO. Porém, atualmente está ERRADO porque os prazos mencionados no comando da questão contrariam a EC nº 50.

Item ERRADO.

9. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A lei orçamentária anual compreende três orçamentos: o fiscal, o da seguridade social e o de investimento das empresas. Os orçamentos fiscal e da seguridade social englobam os poderes, órgãos e entidades da administração direta, autarquias, fundações e empresas em que o ente da Federação, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

Conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF/88, a lei orçamentária anual compreenderá três espécies de orçamentos:

O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

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O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Cada um desses orçamentos possui característica própria. Observe que o orçamento de investimento é para as empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

O comando da questão tenta confundir o candidato informando que os orçamentos fiscal e da seguridade social contemplam as empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Isso não é verdade porque o orçamento que abrange ou contempla as empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto é o de INVESTIMENTOS.

Atenção! Apesar da existência das três espécies de orçamentos na LOA, essa situação não “fere” ou descaracteriza o princípio da unidade, ou seja, mesmo assim a lei orçamentária anual se torna um documento único de previsão de receitas e fixação de despesas.

Item ERRADO.

10. (CESPE – ACE/TCU – 2004) O orçamento de investimentos das empresas compreende as despesas com aquisição do ativo imobilizado, excetuadas as relativas à aquisição de bens para arrendamento mercantil.

De acordo com o disposto no art. 165, § 5º, II da CF/88, o orçamento de investimentos compreende as empresas em que a União direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

Como se observa, o texto constitucional é conceitual, ou seja, deixou a cargo da norma infraconstitucional a regulamentação das especificidades acerca do tema.

Essa norma é a Lei de Diretrizes Orçamentárias, já que a mesma, além das funções atribuídas pelo texto constitucional, também orienta a execução do orçamento anual.

O § 1º do art. 61 da Lei de Diretrizes Orçamentárias nº 11.439/05 responde “in totum” (totalmente) o comando da questão acima, já que foi cobrada a literalidade do mesmo.

Observe a transcrição do texto da norma:

“§ 1o Para efeito de compatibilidade da programação orçamentária a que se refere este artigo com a Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, serão consideradas investimento as despesas com aquisição do ativo imobilizado, excetuadas as relativas à aquisição de bens para arrendamento mercantil.”

Item CERTO.

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Antes de continuar a resolução de questões de contabilidade pública, uma pausa para um bom cafezinho e estimular os neurônios!

2. QUESTÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA 1. (CESPE – TRE/PA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2005) A contabilidade aplicada à administração pública, como um segmento da ciência contábil, apresenta características especiais.

Acerca desse assunto, assinale a opção correta.

A) No setor público, a contabilidade prioriza o orçamento e as finanças em relação ao balanço patrimonial.

B) Entre os objetos da contabilidade na área pública, estão os bens públicos de uso geral e indiscriminado.

C) A contabilidade pública utiliza regime de competência para o registro da receita orçamentária.

D) A contabilidade pública não tem entre suas finalidades a determinação dos custos dos serviços para evidenciar os resultados da gestão.

E) O campo de aplicação da contabilidade pública está restrito aos órgãos da administração direta nos três níveis de governo. A) É função da Contabilidade Pública elaborar e demonstrar o balanço patrimonial. Este evidencia a situação econômico-financeira e patrimonial do Ente público. A apuração do balanço patrimonial é conseqüência direta e indireta do registro dos atos e fatos contábeis. Assim, primeiramente são registrados os atos e fatos orçamentários (execução do orçamento), posteriormente, ao final do exercício financeiro ou a qualquer momento apuram-se os demonstrativos contábeis (BO, BF, BP e DVP). A assertiva está CERTA.

B) Os bens públicos de uso geral e indiscriminado não são registrados pela contabilidade pública, portanto, não estão abrangidos no campo de aplicação dessa disciplina. Logo, a assertiva está ERRADA.

C) A contabilidade pública utiliza o regime de caixa para o registro da receita orçamentária e extra-orçamentária. Assertiva ERRADA.

D) É finalidade da contabilidade pública a determinação dos custos dos produtos e serviços para melhor evidenciar os resultados da gestão. Inclusive essa determinação consta na LRF, onde prevê que na LDO deverão constar as normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados e programas financiados com recursos orçamentários. Portanto, a assertiva está ERRADA.

E) O campo de aplicação da contabilidade pública não está restrito aos órgãos da administração direta nos três níveis de governo, mas

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também, aos órgãos integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social (administração direta e indireta). A assertiva está ERRADA.

Síntese:

Os bens públicos de uso geral e indiscriminado não são objetos da contabilidade na área pública;

A contabilidade pública utiliza o regime de caixa para a receita e de competência para a despesa;

A contabilidade pública tem entre suas finalidades a determinação de custos. Há previsão para tanto na Lei 4.320/64 e na Lei de Responsabilidade Fiscal;

O campo de aplicação da contabilidade pública não está restrito aos órgãos da administração direta, pois diversas entidades da administração indireta também estão sujeitas a ela (contabilidade pública).

Gabarito: “A”

2. (CESPE – TRE/PA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2005) Para realizar suas atividades, a administração pública adquire bens e contrata serviços de diversas naturezas por meio de empenho. Quanto ao empenho da despesa, assinale a opção correta.

A) Quando as despesas estão sujeitas a parcelamento, o empenho é realizado por estimativa.

B) Se uma despesa empenhada em 2004 com a finalidade de atender transferências a instituições públicas não tiver sido liquidada no mesmo exercício, esse empenho deverá ter sido anulado em 31 de dezembro daquele ano.

C) As despesas relativas a convênios de vigência plurianual serão empenhadas pelo seu valor total no ano em que for estabelecido o convênio.

D) O número e a data da nota de empenho devem ser mencionados em cláusula de contrato, quando os recursos financeiros indicados para pagamento do objeto contratado forem de natureza orçamentária.

E) Se uma despesa for anulada no mesmo exercício no qual foi empenhada, o valor anulado deve ser revertido como receita daquele exercício.

Inicialmente é importante lembrar que “empenho da despesa” é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição (art. 58 da Lei 4.320/64).

Existem três tipos de empenho: ordinário, por estimativa e global.

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A) Nos termos do disposto no art. 60 da Lei 4.320/64, para despesas sujeitas a parcelamentos utilizam-se empenhos do tipo “global”. A assertiva está ERRADA.

B) A assertiva está ERRADA, por estar em desacordo com o disposto no art. Art . 35, III do Decreto 93.872/86 que assim prevê: o empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

C) A assertiva está ERRADA, pois, de acordo com o disposto no art. 27 do decreto 93.872/86, as despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada, e não pelo valor total do contrato.

D) A assertiva está CERTA, pois, conforme disposto no art. 30 do Decreto 93.872/86, quando os recursos financeiros indicados em cláusula de contrato, convênio, acordo ou ajuste, para execução de seu objeto, forem de natureza orçamentária, deverá constar, da própria cláusula, a classificação programática e econômica da despesa, com a declaração de haver sido esta empenhada à conta do mesmo crédito, mencionando-se o número e data da Nota de Empenho.

E) Essa opção está ERRADA porque encontra-se em desacordo com o disposto no art. 38 da Lei nº 4.320/64, onde prescreve que: “Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício, quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do ano em que se efetivar”.

Gabarito: “D”

Acerca do conceito e das classificações de receita e despesa utilizadas nos orçamentos públicos, julgue os itens subseqüentes.

3. (CESPE – ACE/TCU – 2004) Receita orçamentária é a entrada que é acrescida ao patrimônio público como elemento novo e positivo, integrando-se a ele sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo.

A primeira parte da questão está corretíssima, entretanto, o termo “integrando-se a ele sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo” apresenta problemas.

Vejamos:

Operação de crédito (empréstimo) é uma receita de capital orçamentária que integra o patrimônio público, porém, com reservas, condições ou correspondência no passivo. No momento da realização da operação de crédito (receita de capital), de forma concomitante,

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registra-se uma obrigação no passivo. Ou seja, uma obrigação de longo prazo para resgate futuro.

Conforme a Lei nº 4.320/64, as receitas de capital serão classificadas nos seguintes níveis de subcategorias econômicas, atualmente denominadas de origem:

OPERAÇÕES DE CRÉDITO: é o ingresso proveniente da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais, instituições financeiras, fundos, etc.

A Lei Complementar º 101, de 4 de maio de 2002, Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, em seu art. 29 define operação de crédito como o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

A LRF ainda equipara a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação.

A legislação aplicável à matéria operações de crédito envolve uma série de normativos, os quais buscam disciplinar os critérios a serem observados quando da análise das operações de crédito e da concessão de garantia pela União, ressaltando principalmente parâmetros básicos para a avaliação do risco assumido, tais como: limite de endividamento da União, previsão orçamentária, capacidade de pagamento e adimplência do interessado, suficiência de contragarantias, bem como aderência do pleito às prioridades de Governo.

A Secretaria do Tesouro Nacional é o órgão responsável pela administração das dívidas públicas interna e externa, tendo por atribuição gerir a dívida pública mobiliária federal e a dívida externa de responsabilidade do Tesouro Nacional (Decreto no 1.745, de 13 de dezembro de 1995). São recursos decorrentes principalmente da colocação de títulos públicos ou de empréstimos ou financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou particulares internas ou externas.

São divididas em duas espécies:

Operações de crédito internas;

Operações de crédito externas.

Operações de crédito internas: Compreendem os recursos decorrentes da colocação no mercado interno de títulos públicos, financiamentos ou empréstimos obtidos no país junto a entidades estatais ou particulares.

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Operações de crédito externas: são os recursos decorrentes da colocação, no mercado externo, de títulos públicos, ou de empréstimos ou financiamentos obtidos junto a entidades, estatais ou particulares, sediadas no exterior.

ALIENAÇÃO DE BENS: são os recursos provenientes da venda de bens móveis e imóveis.

É o ingresso de recursos provenientes da alienação de componentes do ativo permanente, ou seja, é a conversão em espécie de bens e direitos.

É um tipo de receita por mutação patrimonial. Quando há alienação de bens, registra-se a saída do bem do ativo e credita uma receita orçamentária.

São divididas em quatro espécies:

Alienação de bens móveis;

Alienação de bens imóveis;

Alienação de títulos mobiliários;

Alienação de estoques.

Alienação de bens móveis: registra-se o valor total da arrecadação da receita de alienação de bens móveis tais como: mercadorias, bens inservíveis ou desnecessários e outros.

Alienação de bens imóveis: receita proveniente da alienação de bens imóveis, de propriedade da União. Daqueles vinculados ou incorporados ao Fundo Rotativo Habitacional de Brasília.

Alienação de títulos mobiliários: registra o valor total da receita arrecadada com a alienação de títulos e valores mobiliários.

Alienação de estoques: receita proveniente da venda de estoques públicos ou privados, em consonância com a política agrícola nacional.

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS: é o ingresso proveniente da amortização, ou seja, recebimento de valores referentes a parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos.

Em outras palavras, registra a amortização de financiamentos ou empréstimos concedidos pela União em títulos e contratos. Por amortização de empréstimo entende-se pagamento de empréstimo ou financiamento, em prestações fixas, sem considerar os juros e correção monetária referentes.

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O prazo de amortização é o período que o devedor tem para pagar o montante financiado, diluindo assim o saldo devedor a ser pago em cada prestação.

Financiamento é a operação financeira por meio da qual são fornecidos recursos para a execução de um investimento previamente acordado entre as partes. Pode ser desde a compra de um equipamento, até a implantação de uma nova unidade ou complexo industrial.

Os recursos devem obrigatoriamente ser empregados na execução da finalidade contratada.

Os contratos de empréstimos podem ser de duas espécies: mútuo ou comodato.

O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis - que podem ser substituídas por outras da mesma espécie, qualidade e quantidade. Nesse tipo de contrato o mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.

O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.

TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL: é o ingresso proveniente de outros entes ou entidades referentes a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital.

São receitas advindas de pessoas de direito público ou privado com a finalidade de atender aos gastos de capital (transferências que o concedente vincula a um bem de capital).

Quanto a essas transferências valem as mesmas informações acerca das transferências correntes. Devendo atentar para o seguinte procedimento:

Se o ente transferidor classificar a transferência como despesa de capital, vinculando-a a um bem de capital, o órgão recebedor deve classificar como receita de capital.

OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL: são os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores.

Como desdobramento desse título encontram-se as receitas provenientes de integralização do capital social, resultado do Banco Central do Brasil, as remunerações do Tesouro Nacional, os saldos de exercícios anteriores e as outras receitas.

Item ERRADO.

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4. (CESPE – ACE/TCU – 2004) As classificações econômicas da receita e da despesa compreendem as mesmas categorias: correntes e capital. O superavit do orçamento corrente, que resulta do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, constitui item da receita orçamentária de capital.

Conforme estabelecido na Lei nº 4.320/64, o superávit do orçamento corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurados no balanço orçamentário, não constituirá item da receita orçamentária (art. 11, § 3º).

Conclusão: se o superávit do orçamento corrente não se constitui receita orçamentária, então podemos entender que esse valor superavitário se enquadra no grupo das receitas extra-orçamentárias. E mais, é receita de capital.

Como se calcula o superávit do orçamento corrente?

Vejamos um exemplo:

Portanto, conforme demonstrado acima, o superávit do orçamento corrente é receita de capital extra-orçamentária.

O superávit do orçamento corrente é apurando somando-se somente as receitas correntes e deduzindo das despesas correntes, conforme demonstrado acima.

Superávit ou déficit é o resultado apurado na contabilidade pública, e ocorre comparando-se os valores arrecadados com as despesas realizadas. No caso em tela, as receitas correntes arrecadadas menos as despesas correntes executadas

Por que classificar o superávit do orçamento corrente como receita de capital?

É porque geralmente o superávit do orçamento corrente é utilizado para cobrir o déficit de capital e essa receita (superávit) já foi

Balanço orçamentário – órgão X

Receitas $ Despesas $ Receita corrente prevista 150.000 Despesa corrente fixada 150.000 Receita corrente arrecadada 200.000 Despesa corrente executada 150.000 Receita de capital executada 50.000 Despesa de capital executada 50.000

Receitas correntes arrecadadas-----200.000 (-)Despesas correntes executadas (150.000) = Superávit corrente------- 50.000

Receita extra-orçamentária

Receita de capital

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considerada orçamentária no exercício em que houve o resultado positivo.

Conclui-se, portanto, que existem receitas extra-orçamentárias de capital.

Nos termos do disposto nos arts. 11 e 12 da Lei 4.320/64, as categorias econômicas da receita e despesa pública são correntes e de capital.

Da mesma forma, o superávit do orçamento corrente, conforme disposto no § 3º do art. 11 da Lei 4.320/64, resulta do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes.

Item ERRADO.

5. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A classificação funcional da despesa engloba funções e subfunções e têm por finalidade agregar conjuntos de despesas do setor público. Uma das funções refere-se às despesas às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras, o que implica, portanto, uma agregação neutra.

Essa questão foi copiada exatamente como está no Manual Técnico de Orçamento - MTO.

Observe a literalidade do texto:

A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

Toda e qualquer despesa pública para ser realizada deve, em princípio, ser alocada dentro de uma função, a partir dessa função, as despesas serão distribuídas nas subfunções.

Características da subfunção – importante!

Identifica a natureza básica das ações do governo, a partir das funções.

Poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estão relacionadas – regra da tipicidade, também denominada de “matricialidade na conecção entre função e subfunção”;

As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica.

Portanto, conforme o MTO a função denominada encargos especiais engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

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Item CERTO.

6. (CESPE – ACE/TCU – 2004) As classificações econômicas da receita e da despesa compreendem as mesmas categorias: correntes e capital. O superávit do orçamento corrente, que resulta do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, constitui item da receita orçamentária de capital.

Repetindo mais uma vez! O superávit do orçamento corrente é uma receita de capital – receita extra-orçamentária.

Conceituaremos, de forma sintética, cada uma das origens ou subdivisões da receita corrente, também denominadas doutrinariamente de subcategorias econômicas:

Receita tributária: São os recursos oriundos da competência de tributar, conforme disposto na Constituição Federal:

São os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. São receitas privativas das entidades competentes para tributar: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Dentre as receitas tributárias da União não constam as contribuições de melhoria e os empréstimos compulsórios, haja vista que atualmente não tem sido efetivamente arrecadado essas receitas.

Orçamentariamente as receitas tributárias da União são divididas em duas espécies:

Impostos;

Taxas, subdivididas em:

• Taxas pelo exercício do poder de polícia

• Taxas pela prestação de serviços

Impostos: modalidade de tributo cuja cobrança tem por fato gerador situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Taxas: são tributos vinculados a uma atuação estatal específica diretamente dirigida ao contribuinte, podendo ser instituídas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios no âmbito de suas respectivas atribuições.

Elas derivam do exercício do poder de polícia ou da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, sendo que o custo da atividade estatal que motivou a sua criação deve estar relacionado à sua base de cálculo.

Taxas pelo exercício do poder de polícia: a taxa pelo exercício do poder de polícia decorre do exercício regular de atividade

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administrativa fundada nesse poder, entendendo-se como “regular” o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Taxas pela prestação de serviços: neste título são classificadas as taxas pela utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Segundo o art. 79 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional – CTN), os serviços públicos são utilizados pelo contribuinte efetivamente quando por ele usufruídos a qualquer título, ou potencialmente quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.

O CTN também define serviços públicos específicos como aqueles que podem ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública, e divisíveis aqueles que são suscetíveis de utilização separadamente por parte de cada um dos seus usuários.

Receita de contribuições: Este grupo compreende as contribuições sociais previstas no art. 149 da Constituição Federal, inclusive aquelas destinadas ao financiamento da seguridade social, conforme art. 195.

O art. 149 da CF estabelece que compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas.

Em outras palavras, a receita de contribuições é o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Mesmo diante da controvérsia doutrinária sobre o tema, orçamentariamente suas espécies podem ser definidas da seguinte forma:

Espécies de contribuições sociais:

Contribuições sociais;

Contribuições econômicas.

Contribuições sociais: destinadas ao custeio da seguridade social, compreendendo a previdência social, a saúde e a assistência social.

Exemplo: PIS, PASEP, COFINS, CPMF, fundo de combate e erradicação da pobreza etc.

Contribuições econômicas ou de intervenção no domínio econômico: Neste grupo são classificadas as contribuições de

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intervenção no domínio econômico – CIDE. Deriva da contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade, a exemplo da contribuição relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível, a denominada “CIDE – combustíveis”.

Outros exemplos de CIDE:

Cota-Parte do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante;

Contribuição para o Programa de Integração Nacional – PIN.

Item ERRADO.

7. (CESPE – Procurador Ministério Público/TCU/2004) A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

Está conforme o conceito de liquidação de despesa previsto no art. 63 da Lei 4.320/64, onde menciona que a liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Opção correta.

A Lei 4.320/64 determina que o pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado, após sua regular liquidação.

O que é liquidar uma despesa?

Conceito legal: A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito (art. 63, da Lei nº 4.320/64).

O § 1° do art. 36 do Decreto 93.872/86 determina que essa verificação tem por fim apurar:

O § 2º do art. 36 do Decreto 93.872/86 estabelece que a liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

Item CERTO.

� A origem e o objeto do que se deve pagar; � A importância exata a pagar; � A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

� O contrato, ajuste ou acordo respectivo; � A nota de empenho; � Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

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Acerca das disposições da Lei Complementar n.º 101/2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) —, julgue os itens a seguir.

8. (CESPE – TCE/AC – Analista de Controle Externo – 2006) O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o exercício a que pertençam, ou seja, em que foram geradas. Se uma despesa foi empenhada em um exercício e somente foi paga no seguinte, ela deverá ser contabilizada como pertencente ao exercício em que foi empenhada. Por ter sido realizada no ano anterior, o eventual pagamento da despesa no exercício seguinte deverá ser considerado como extra-orçamentário. Tal situação é que gera, na execução financeira e orçamentária da despesa, a figura dos restos a pagar.

O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas no exercício em que foram geradas, independentemente do momento do pagamento. Assim, a despesa deverá ser considerada pelo seu empenho.

Na União, o pagamento de uma despesa empenhada em um exercício anterior se desenvolve da seguinte forma:

1º. A Secretaria do Tesouro Nacional – STN transfere os recursos necessários ao órgão setorial de programação financeira – OSPF. Essa transferência denomina-se COTA;

2º. Para a STN esse fato gera uma interferência passiva extra-orçamentária e para o OSPF, interferência ativa extra-orçamentária;

3º. O OSPF do órgão ou entidade sub-repassa os recursos, valor a pagar, à Unidade Gestora – UG responsável pelo pagamento (devedor). Essa transferência denomina-se SUB-REPASSE.

4º. A UG devedora recebe os recursos do OSPF e realiza o pagamento ao credor mediante a emissão de Ordem Bancária – OB.

5º. Essa despesa estava inscrita em restos a pagar. O pagamento foi realizado na rubrica “restos a pagar - pagos” e classificado no lado das despesas extra-orçamentárias no Balanço Financeiro.

Item CERTO.

9. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A operação de crédito por antecipação da receita orçamentária, proibida no último ano de mandato do presidente, governador ou prefeito municipal, destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e deve cumprir, entre outras exigências, as seguintes: autorização em lei para a contratação; liquidação até o dia dez de dezembro de cada ano; previsão na receita orçamentária.

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Todo o enunciado da questão está correto, exceto da parte final, “previsão na receita orçamentária”. A operação de crédito por antecipação da receita orçamentária pode ser autorizada na LOA ou em lei especial. É um exemplo típico de receita extra-orçamentária.

Essa receita é apenas um adiantamento do que já está previsto arrecadar na LOA. Se na LOA ela é orçamentária, seu adiantamento é extra-orçamentário.

No Balanço Patrimonial, a obrigação de pagar essa antecipação de receita orçamentária – ARO é registrada como “débitos de tesouraria”, ou seja, ARO é sinônimo de débitos de tesouraria.

Atenção! Não confundir operações de crédito com operações de crédito por antecipação da receita. A primeira é receita orçamentária, receita de capital, a segunda (operação de crédito por antecipação da receita – ARO), é receita extra-orçamentária.

Transformação de receita extra-orçamentária em orçamentária (metamorfose da receita extra-orçamentária).

Isso é possível? Sim, por exemplo, o recebimento de um depósito como garantia para participação em um processo licitatório. No momento do recebimento registra-se uma receita extra-orçamentária e, em contrapartida, uma obrigação no passivo (depósito de terceiros).

Durante a execução do contrato, se o contratado descumprir cláusula contratual e for multado pela administração, o poder público seqüestra (retém) a garantia para pagamento da multa. Essa receita que era extra-orçamentária, se transforma em orçamentária, posto que integrará definitivamente ao patrimônio público.

Qual seria a finalidade de se registrar (contabilizar) os recursos extra-orçamentários?

É porque todos os recursos públicos arrecadados deverão ser registrados e recolhidos ao caixa único do Tesouro Nacional, independentemente de ser orçamentário ou extra-orçamentário. É o princípio da unidade de caixa ou de tesouraria, combinado com o princípio da oportunidade.

Mesmo que o ingresso de um recurso permaneça por apenas um dia ou uma hora, deverá ser registrado contabilmente como receita.

Cabe ainda ressaltar que os ingressos de recursos extra-orçamentários acarretam aumento das disponibilidades financeiras.

Item ERRADO.

10. (CESPE – 2004 – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) De acordo com a classificação por categorias econômicas, são receitas correntes as receitas tributárias, de contribuições,

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patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e ainda as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes.

As receitas são classificadas em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. As receitas (corrente e de capital), segundo sua natureza são classificadas em:

Categoria econômica X

Origem Y

Espécie Z

Rubrica W

Alínea TT

Subalínea KK

Essa é a classificação atual.

Segundo a sua origem as receitas estão assim classificadas e codificadas;

Receitas Correntes

1. Receita tributária;

2. Receita de contribuições;

3. Receita patrimonial;

4. Receita agropecuária;

5. Receita industrial;

6. Receita de serviços;

7. Transferências correntes;

9. Outras receitas correntes.

Receitas de Capital

1. Operações de crédito;

2. Alienação de bens;

3. Amortização de empréstimos;

4. Transferências de capital;

5. Outras receitas de capital.

Item CERTO.

Amigo concursando! Por enquanto ficamos com apenas essas questões!

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Obrigado pela atenção!

Um forte abraço.

Prof. Deusvaldo Carvalho

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Entendendo o Poder Legislativo que a receita prevista no projeto estimada pelo Poder Executivo pode ser diferente, poderá reestimá-la, desde que comprove erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

Julgue os itens seguintes, que se referem ao plano plurianual e à lei orçamentária anual.

2. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) No plano plurianual, devem estar presentes as metas e as prioridades para cada ano de governo.

3. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Conforme a Constituição Federal, qualquer investimento considerado relevante sob a ótica econômica somente pode ser iniciado se estiver presente no plano plurianual, mesmo que tenha de ser executado integralmente dentro de um mesmo exercício financeiro.

Julgue os itens seguintes, quanto ao orçamento-programa, ao plano plurianual e à lei de diretrizes orçamentárias.

4. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A concepção e a técnica do chamado orçamento-programa são conhecidas há bastante tempo, inclusive no Brasil. Apesar dos avanços ocorridos durante a segunda metade do século XX, representados, por exemplo, pela adoção, em 1974, da chamada classificação funcional-programática, foi apenas com a edição do Decreto nº. 2.829/1998 e das demais normas que disciplinaram a elaboração do Plano Plurianual 2000-2003 e dos orçamentos anuais a ele vinculados, que os esforços de implantação do orçamento-programa na área federal tiveram início efetivamente.

5. (CESPE – ACE/TCU – 2004) No sistema brasileiro de planejamento e orçamento, exige-se a integração entre o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual. Para tanto, o plano plurianual é organizado em programas e ações, enquanto o orçamento anual compreende os mesmos programas e transforma as ações em projetos e atividades e os seus desdobramentos em subprojetos e subatividades.

6. (CESPE – ACE/TCU – 2004) Tanto a Lei do Plano Plurianual 2000-2003 como o Projeto de Lei do Plano Plurianual 2004-2007 utilizam dois tipos de mensuração: indicadores, que quantificam a situação que os programas tenham por objetivo modificar, e metas, que correspondem aos bens e serviços necessários para alcançar os objetivos.

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7. (CESPE – ACE/TCU – 2004) Instituído pela Constituição Federal de 1988, o plano plurianual, de vigência coincidente com a do mandato do chefe do Poder Executivo, estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

8. (CESPE – ACE/TCU – 2004) O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, na Capital Federal, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1.º de agosto a 15 de dezembro. Uma das situações que impede o início do recesso parlamentar em 1.º de julho é a não-aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa. Acerca das disposições da Constituição Federal sobre a lei orçamentária anual, julgue os itens a seguir.

9. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A lei orçamentária anual compreende três orçamentos: o fiscal, o da seguridade social e o de investimento das empresas. Os orçamentos fiscal e da seguridade social englobam os poderes, órgãos e entidades da administração direta, autarquias, fundações e empresas em que o ente da Federação, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

10. (CESPE – ACE/TCU – 2004) O orçamento de investimentos das empresas compreende as despesas com aquisição do ativo imobilizado, excetuadas as relativas à aquisição de bens para arrendamento mercantil.

2. QUESTÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA

1. (CESPE – TRE/PA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2005) A contabilidade aplicada à administração pública, como um segmento da ciência contábil, apresenta características especiais.

Acerca desse assunto, assinale a opção correta.

A) No setor público, a contabilidade prioriza o orçamento e as finanças em relação ao balanço patrimonial.

B) Entre os objetos da contabilidade na área pública, estão os bens públicos de uso geral e indiscriminado.

C) A contabilidade pública utiliza regime de competência para o registro da receita orçamentária.

D) A contabilidade pública não tem entre suas finalidades a determinação dos custos dos serviços para evidenciar os resultados da gestão.

E) O campo de aplicação da contabilidade pública está restrito aos órgãos da administração direta nos três níveis de governo.

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2. (CESPE – TRE/PA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2005) Para realizar suas atividades, a administração pública adquire bens e contrata serviços de diversas naturezas por meio de empenho. Quanto ao empenho da despesa, assinale a opção correta.

A) Quando as despesas estão sujeitas a parcelamento, o empenho é realizado por estimativa.

B) Se uma despesa empenhada em 2004 com a finalidade de atender transferências a instituições públicas não tiver sido liquidada no mesmo exercício, esse empenho deverá ter sido anulado em 31 de dezembro daquele ano.

C) As despesas relativas a convênios de vigência plurianual serão empenhadas pelo seu valor total no ano em que for estabelecido o convênio.

D) O número e a data da nota de empenho devem ser mencionados em cláusula de contrato, quando os recursos financeiros indicados para pagamento do objeto contratado forem de natureza orçamentária.

E) Se uma despesa for anulada no mesmo exercício no qual foi empenhada, o valor anulado deve ser revertido como receita daquele exercício.

Acerca do conceito e das classificações de receita e despesa utilizadas nos orçamentos públicos, julgue os itens subseqüentes.

3. (CESPE – ACE/TCU – 2004) Receita orçamentária é a entrada que é acrescida ao patrimônio público como elemento novo e positivo, integrando-se a ele sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo.

4. (CESPE – ACE/TCU – 2004) As classificações econômicas da receita e da despesa compreendem as mesmas categorias: correntes e capital. O superavit do orçamento corrente, que resulta do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, constitui item da receita orçamentária de capital.

5. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A classificação funcional da despesa engloba funções e subfunções e têm por finalidade agregar conjuntos de despesas do setor público. Uma das funções refere-se às despesas às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras, o que implica, portanto, uma agregação neutra.

6. (CESPE – ACE/TCU – 2004) As classificações econômicas da receita e da despesa compreendem as mesmas categorias: correntes e capital. O superávit do orçamento corrente, que resulta do

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balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, constitui item da receita orçamentária de capital.

7. (CESPE – Procurador Ministério Público/TCU/2004) A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

Acerca das disposições da Lei Complementar n.º 101/2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) —, julgue os itens a seguir.

8. (CESPE – TCE/AC – Analista de Controle Externo – 2006) O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o exercício a que pertençam, ou seja, em que foram geradas. Se uma despesa foi empenhada em um exercício e somente foi paga no seguinte, ela deverá ser contabilizada como pertencente ao exercício em que foi empenhada. Por ter sido realizada no ano anterior, o eventual pagamento da despesa no exercício seguinte deverá ser considerado como extra-orçamentário. Tal situação é que gera, na execução financeira e orçamentária da despesa, a figura dos restos a pagar.

9. (CESPE – ACE/TCU – 2004) A operação de crédito por antecipação da receita orçamentária, proibida no último ano de mandato do presidente, governador ou prefeito municipal, destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e deve cumprir, entre outras exigências, as seguintes: autorização em lei para a contratação; liquidação até o dia dez de dezembro de cada ano; previsão na receita orçamentária.

10. (CESPE – 2004 – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) De acordo com a classificação por categorias econômicas, são receitas correntes as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e ainda as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes.

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GABARITO

AFO

1) C

2) E

3) E

4) C

5) E

6) C

7) E

8) E

9) E

10) C

CONTABILIDADE PÚBLICA

1) A

2) D

3) E

4) E

5) C

6) E

7) C

8) C

9) E

10) C