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25/04/2014 1 O Problema da Indução e A Estrutura do Experimento O Problema da Indução O primeiro rato que observei dormiu dentro de toca. O segundo rato que observei dormiu dentro de toca. O terceiro rato que observei dormiu dentro de toca. O quarto rato que observei dormiu dentro de toca. O enésimo rato (n) que observei dormiu dentro de toca. Portanto, os ratos dessa espécie dormem em toca. Indução X cotidiano A natureza é uniforme? O Problema da Indução David Hume (séc. XVIII) “...embora suponhamos que o que observamos até agora pode confirmar nossas teorias científicas, essas observações não fornecem, de fato, nenhuma confirmação.” O Problema da Indução Duas possibilidades de Justificativa Usando a experiência Mostrando que é uma verdade lógica

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  • 25/04/2014

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    O Problema da Induo e A Estrutura do Experimento

    O Problema da Induo

    O primeiro rato que observei dormiu dentro de toca. O segundo rato que observei dormiu dentro de toca. O terceiro rato que observei dormiu dentro de toca. O quarto rato que observei dormiu dentro de toca. O ensimo rato (n) que observei dormiu dentro de toca. Portanto, os ratos dessa espcie dormem em toca.

    Induo X cotidiano A natureza uniforme?

    O Problema da Induo

    David Hume (sc. XVIII)

    ...embora suponhamos que o que observamos at agora pode confirmar nossas teorias cientficas, essas observaes no fornecem, de fato, nenhuma confirmao.

    O Problema da Induo

    Duas possibilidades de Justificativa

    Usando a experincia

    Mostrando que uma

    verdade lgica

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    O Problema da Induo

    Usando a experincia

    A induo justificada por um raciocnio indutivo??? A induo justificada por um raciocnio indutivo???

    O Problema da Induo

    Acredite em mim porque estou falando a verdade! Eu sou honesto!

    Resolvendo o Problema da Induo

    Karl Popper (sc XX)

    A cincia no se baseia na induo, avanando na verdade atravs da falsificao de teorias.

    Resolvendo o Problema da Induo

    O primeiro rato que observei dormiu dentro de toca. O segundo rato que observei dormiu dentro de toca. O terceiro rato que observei dormiu dentro de toca. O quarto rato que observei dormiu dentro de toca. O ensimo rato (n) que observei NO dormiu dentro de toca. Portanto, os ratos dessa espcie dormem em toca.

    O Raciocnio passa a ser DEDUTIVO

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    Resolvendo o Problema da Induo

    O primeiro rato que observei dormiu dentro de toca. O segundo rato que observei dormiu dentro de toca. O terceiro rato que observei dormiu dentro de toca. O quarto rato que observei dormiu dentro de toca. O ensimo rato (n) que observei NO dormiu dentro de toca. Portanto, os ratos dessa espcie dormem em toca.

    Existe um rato que no dorme em toca Logo, a teoria os ratos dormem em toca falsa.

    Novidades Cientficas e Paradigmas

    Novidades Cientficas e Paradigmas

    composto de suposies tericas gerais e de leis e tcnicas para a sua aplicao adotadas por uma comunidade cientfica especfica.

    composto de suposies tericas gerais e de leis e tcnicas para a sua aplicao adotadas por uma comunidade cientfica especfica.

    Paradigma

    Thomas Kuhn

    Novidades Cientficas e Paradigmas

    pr-cincia

    cincia normal

    crise/

    revoluo

    nova cincia normal

    nova crise

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    Fases de desenvolvimento de um paradigma

    Novidades Cientficas e Paradigmas

    Exemplo: mudanas conceituais sobre a estrutura da membrana celular

    Cunha o termo clula Cunha o termo clula R Hooke (1665)

    As clulas so separadas do meio externo por uma membrana com caractersticas especficas

    As clulas so separadas do meio externo por uma membrana com caractersticas especficas

    C Naegeli C Cramer (1855)

    Membrana tem composio lipdica apenas lipdeos e substncias lipossolveis atravessavam a membrana

    Membrana tem composio lipdica apenas lipdeos e substncias lipossolveis atravessavam a membrana

    C Overton (1895)

    Membrana dupla de fosfolipdeo (parte hidroflica para fora e hidrofbica para dentro)

    Membrana dupla de fosfolipdeo (parte hidroflica para fora e hidrofbica para dentro)

    E. Gorter G Grendel (1925)

    Modelo Sandwich duas camadas de protenas revestem a dupla membrana de fosfolipdeos. Poros podem se formar.

    Modelo Sandwich duas camadas de protenas revestem a dupla membrana de fosfolipdeos. Poros podem se formar.

    JR Danielli H Davson (1935)

    Modelo Unitrio de Membrana similar ao anterior, mas com glicoprotenas.

    Modelo Unitrio de Membrana similar ao anterior, mas com glicoprotenas.

    JD Robertson (1950)

    Modelo do Mosaico Fluido protenas esto imersas como icebergs na camada de fosfolipdeos.

    Modelo do Mosaico Fluido protenas esto imersas como icebergs na camada de fosfolipdeos.

    SJ Singer GL Nicolson (1972)

    Incluso de outros compostos, como glicolipdeos, glicoprotenas, colesterol e carboidratos.

    Incluso de outros compostos, como glicolipdeos, glicoprotenas, colesterol e carboidratos.

    Conceito Atual

    Novidades Cientficas e Paradigmas

    Mendel, ervilhas e gentica

    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    HIPTESE

    Consequncia 1

    Consequncia 2

    Consequncia 3

    Sim

    Sim

    No

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    O Mtodo da Falseabilidade

    Um exemplo: Anlise ecomorfolgica de duas espcies de Acestrorhynchus

    Pergunta

    Espcies de peixes de morfologia similar apresentam as mesmas adaptaes para uso do ambiente?

    Hiptese

    Uma vez que a morfologia representa uma resposta adaptativa da espcie ao seu ambiente, espcies morfologicamente similares apresentaro as mesmas adaptaes.

    O Mtodo da Falseabilidade

    Um exemplo: Anlise ecomorfolgica de duas espcies de Acestrorhynchus

    O Mtodo da Falseabilidade

    Um exemplo: Anlise ecomorfolgica de duas espcies de Acestrorhynchus

    Prey Items (IAi %) A. falcatus A. heterolepis

    Sternopygus macrurus 47.56 84.37

    Fish remains 26.64 13.26

    Poptella compressa 7.72 ----

    Cheirodon sp. 4.72 0.17

    Characiformes 4.39 0.07

    Anchovia sp. larvae 3.88 ----

    Hemiodopsis sp. 1.42 ----

    Leporinus friderici 0.89 ----

    Plant material 0.81 ----

    Roeboides sp. 0.68 ----

    Crenicichla sp. 0.37 ----

    Loricaria sp. larvae 0.26 ----

    Crustacea 0.18 ----

    Acestrorhynchus sp. 0.16 0.10

    Pygocentrus nattereri 0.16 ----

    Astyanax sp. 0.11 ----

    Erythrinidae 0.05 1.02

    Bryconops sp. ---- 0.17

    Charax sp. ---- 0.76

    Gymnotiformes ---- 0.03

    Metynnis sp. ---- 0.03

    O Mtodo da Falseabilidade

    Um exemplo: Anlise ecomorfolgica de duas espcies de Acestrorhynchus

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    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8 x9 ... x10 x11 x12 ...

    Pre

    sen

    te

    Futuro Passado

    Casos Confirmadores

    Hiptese corroborada

    a) Confirmao Inicial

    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8 x9 ... x10 x11 x12 ...

    Pre

    sen

    te

    Futuro Passado

    Casos Confirmadores

    Hiptese corroborada

    b) Confirmao Futura

    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8 x9 ... x10 x11 x12 ...

    Pre

    sen

    te

    Futuro Passado

    Casos Confirmadores

    Hiptese corroborada

    c) Negao Inicial

    Ne

    ga

    o

    Casos Confirmadores

    Hiptese negada

    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8 x9 ... x10 x11 x12 ...

    Pre

    sen

    te

    Futuro Passado

    Casos Confirmadores

    Hiptese corroborada

    d) Negao Futura

    Ne

    ga

    o

    Casos Confirmadores

    Hiptese negada

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    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    O que fazer quando a hiptese for negada?

    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    H1: A gua ferve a 100oC.

    H2: A gua ferve a 100oC ao nvel do mar.

    H3: A gua pura ferve a 100oC ao nvel do mar.

    H4: A gua pura ferve a 100oC em ambientes abertos

    e ao nvel do mar.

    Ningum ser capaz de derrubar MINHA hiptese!

    O Mtodo da Falseabilidade

    O raciocnio hipottico-dedutivo

    x1 x2 x3 x4 x5 x6

    Hiptese

    Alcance emprico

    Hiptese mais geral

    Alcance emprico

    Variveis Experimentais

    So todas as coisas que podem ser estudadas, quantificadas, medidas, ou ainda objetivadas de alguma forma.

    Varivel

    Exemplos de Variveis

    Peso do animal

    Regio de ocorrncia

    Crescimento

    Ingesto alimentar

    Nvel scio-econmico

    Nmero de pessoas

    Luminosidade ambiental

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    Variveis Experimentais

    Varivel Operacional

    Quantificada diretamente

    Varivel Terica

    Inferida a partir de uma Var. Operacional

    Variveis Experimentais

    Peso dia 1

    Peso dia 20

    Teores bioqumicos

    da carne

    Cor da carne

    Resistncia do tecido

    Crescimento Quantidade

    de carne

    Produo Econmica

    V. operacionais

    V. tericas (nvel 1)

    V. tericas (nvel 2)

    Variveis Experimentais

    Implicaes para a redao cientfica

    enfatiza as variveis tericas Ttulo argumentao e objetivos enfatizando as

    variveis tericas Introduo explicao das tcnicas de medidas das

    variveis operacionais Mtodos apresentao dos valores das variveis

    operacionais Resultados

    nfase nas variveis tericas Discusso

    enfatiza as variveis tericas Concluso

    Variveis Experimentais

    Variveis Dependentes e Independentes

    Fase Lunar X Presso Arterial

    Regio Geogrfica X Crescimento

    Nvel scio-econmico X Estresse

    Ingesto Alimentar X Peso Corporal

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    Variveis Experimentais

    Varivel Contnua

    expressa por qualquer valor

    dentro do conjunto de

    nmeros inteiros e fracionrios.

    INTENSIDADE

    Varivel Discreta

    expressa apenas por

    valores inteiros.

    FREQUNCIA

    Tipos de Pesquisa

    Pesquisa descritiva

    (sem hiptese) Pesquisas com hiptese

    Testam hiptese de associao

    Testam hiptese de

    causa e efeito

    Estudo de caso Identificar o tipo de pesquisa

    Identificar, se for o caso, a hiptese do trabalho

    Listar as variveis tericas e operacionais