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1 ELETRÔNICA DE POTÊNCIA Prof. Msc. Paulo N. Cunha [email protected] Uma breve história da eletricidade industrial e da eletrônica de potência

Aula1 Eletrônica de Potencia

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  • 1ELETRNICA DE POTNCIA

    Prof. Msc. Paulo N. Cunha

    [email protected]

    Uma breve histria da

    eletricidade industrial e da

    eletrnica de potncia

  • 2Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    A energia elica, como sabido, sazonal e

    um aproveitamento perene possvel apenas

    em poucas localidades. J a energia

    hidrulica, embora tambm sofra

    sazonalidades, est disponvel de modo muito

    mais regular. Por essa razo, as instalaes

    industriais (como moinhos e serrarias),

    instalavam-se ao lado dos cursos dgua.

  • 3A inveno da mquina a vapor, no sculo

    XVIII, pela primeira vez tornou possvel a

    instalao das instalaes industriais em

    locais distantes dos cursos dgua.

    MQUINA A VAPOR

  • 4Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Possivelmente a grande vantagem da

    eletricidade sobre outras formas de energia

    seja exatamente sua portabilidade e

    facilidade de transformao. Ou seja,

    muito fcil levar energia eltrica de um local

    a outro e tambm transform-la em

    movimento, em luz, em calor, etc. Nesse

    contexto, considera-se que a eletricidade ,

    atualmente, o melhor vetor energtico

  • 5UMA BREVE HISTRIA DA ELETRICIDADE

    A eletricidade, como tema de

    investigao cientfica remonta ao

    sculo XVIII. A produo de

    eletricidade, ao longo de quase

    todo o sculo XIX provinha

    essencialmente de reaes

    eletroqumicas, fontes de Corrente

    Contnua (CC), graas s

    descobertas de Alessandro Volta

    em 1800.

  • 6Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    As pesquisas durante a primeira metade do

    sculo XIX resultaram nas descobertas das

    leis fundamentais do eletromagnetismo. As

    descobertas de Faraday e Henry, de forma

    autnoma, em 1831, fazendo a vinculao

    dos fenmenos eltricos aos magnticos

    abriram as portas para outras formas de

    produo de energia eltrica, em maior

    quantidade e, portanto, aplicao

    produtiva da eletricidade.

  • 7Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Poucos anos depois, conhecida a propriedade de campos

    eletromagnticos interagirem entre si, produzindo ao

    mecnica, comearam os desenvolvimentos dos motores

    eltricos

  • 8Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    O desenvolvimento dos motores CC comea

    em 1832, com William. Seguiram-se os

    desenvolvimentos realizados por Emily and

    Thomas em 1837, levando a um motor CC

    com comutador. No havia, no entanto,

    suprimento de energia adequado para estes

    dispositivos. Em 1856 Siemens desenvolveu

    uma mquina eletromecnica, qual

    denominou dnamo, com objetivo desubstituir as baterias eletroqumicas nos

    sistemas telegrficos

  • 9Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Em 1869, Gramme patenteia o dnamo

    (gerador CC), aproveitando o princpio de

    auto-excitao explicitado por Siemens e a

    inveno dos anis coletores criado por

    Pacinotti em 1865. Tinha-se, assim a

    possibilidade de gerar eletricidade em

    quantidades adequadas para seu uso

    industrial. A produo industrial do dnamo de

    Gramme se inicia em 1871. Gramme

    demonstrou ser possvel transmitir energia

    eltrica atravs de fios condutores

  • 10

    Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

  • 11

    Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Ao mesmo tempo, avanavam estudos para

    o uso de corrente alternada. Em 1881

    Gaulard e Gibbs construram um dispositivo

    que pode ser considerado um transformador

    primitivo, com ncleo aberto, que permitia

    obter tenso CA de sada isolada da tenso

    aplicada na entrada. Denominaram esse

    dispositivo de gerador secundrio, o qual foiinicialmente usado para alimentao de

    lmpadas de arco.

  • 12

    Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Em 1884 Gaulard constri uma linha de

    transmisso CA de 34 km de extenso, 2 kV,

    130 Hz. Seus geradores secundriostiveram os enrolamentos de entrada

    conectados em srie e as asadas, isoladas,

    alimentavam as cargas no nvel adequado

    de tenso.

  • 13

    Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Ainda em 1885, Blthy construiu esse

    dispositivo com um ncleo fechado,

    denominando-o de transformador. Ainveno do transformador permitiu, por

    meio do ajuste das relaes de espiras, a

    efetivao do conceito de transmisso de

    energia em CA, com diversos

    transformadores alimentados por uma

    mesma fonte de tenso e com secundrios

    independentes.

  • 14

  • 15

    Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Em 1888, Tesla inventa o motor de induo.

    As vantagens do uso de CA para

    transmisso e distribuio de energia

    eltrica fizeram desta tecnologia a

    responsvel pela formidvel expanso da

    eletrificao a partir do final do sculo XIX.

  • 16

  • 17

    Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    O funcionamento dos motores CA em

    velocidade constante, no entanto, impedia

    seu uso em aplicaes que exigiam alterao

    na velocidade, como em veculos (trens,

    bondes, etc.) ou alguns processos industriais,

    como laminadoras. Nestas aplicaes, o

    motor CC mantinha seu predomnio, exigindo

    o fornecimento de energia em corrente

    contnua, em potncias relativamente

    elevadas.

  • 18

    Uma breve histria da eletricidade

    industrial e da eletrnica de potncia

    Os sistemas de transmisso de energia em

    CC assumiram valores compatveis com as

    aplicaes de transporte: 600 V em uso

    urbano (bondes), 1,5 kV em uso ferrovirio

    (vias isoladas). As limitaes tcnicas de tal

    soluo, combinadas com a rpida

    implantao de sistemas CA, manteve linhas

    de alimentao CC limitadas aos sistemas de

    transporte.

  • 19

    O INCIO DA ELETRNICA

    No incio do sculo XX, a partir de

    experimentos realizados por Edison, que

    introduziu um eletrodo com potencial positivo

    em sua lmpada de filamento para evitar

    que houvesse deposio de material no

    bulbo, Fleming identificou a capacidade de

    este dispositivo atuar como retificador. Ou

    seja, converter uma alimentao CA em CC.

  • 20

    Nos anos 20 do sculo passado surgiu a

    Thyratron, que no um dispositivo vcuo,

    uma vez que seu interior ocupado por

    algum gs, responsvel por ampliar a

    quantidade de ons e, em conseqncia, a

    capacidade de conduo de corrente. Seu

    comportamento o de um interruptor que

    acionado por um terminal de disparo.

    O INCIO DA ELETRNICA

  • 21

    O INCIO DA ELETRNICA

    ok

  • 22

    O INCIO DA ELETRNICA

    E em 1925 fora registrada uma patente

    (concedida em 1930 a Julius Edgard

    Lilienfeld, reproduzida a seguir) que se

    referia a um mtodo e um dispositivo paracontrolar o fluxo de uma corrente eltrica

    entre dois terminais de um slido condutor.Tal patente, que pode ser considerada a

    precursora do que viriam a ser os

    Transistores de Efeito de Campo.

  • 23

    Isto se modificou a partir do final da dcada

    de 40, quando a tecnologia dos

    semicondutores permitiu a realizao de tal

    dispositivo.

    O INCIO DA ELETRNICA

  • 24

    DA ELETRNICA DE ESTADO SLIDO

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Em 1947, Bardeen e Brattain, estudavam o

    comportamento de eltrons na interface

    entre um metal e um semicondutor. Bardeen

    e Brattain receberam o Prmio Nobel de

    Fsica de 1956, juntamente com William

    Shockley, "por suas pesquisas em

    semicondutores e descoberta do efeito

    transistor".

  • 25

    DA ELETRNICA DE ESTADO SLIDO

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Esta inveno resultou um enorme esforo

    de pesquisa em dispositivos eletrnicos de

    estado slido. Ao longo dos anos 50 os

    trabalhos se concentraram na substituio do

    Germnio pelo Silcio como elemento sobre o

    qual se constroe os dispositivos

    semicondutores.

  • 26

    DA ELETRNICA DE ESTADO SLIDO

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Os primeiros transistores

    tinham como aplicao

    principal a amplificao de

    sinais. Embora muito mais

    eficientes do ponto de vista

    energtico em comparao

    com as vlvulas, a aplicao

    em potncias elevadas no

    era possvel.

  • 27

    O primeiro dispositivo de estado slido, que

    marca o nascimento do campo tecnolgico

    a que denominamos Eletrnica de Potncia

    o SCR (Retificador Controlado de Silcio),

    denominao dada pela General Electric,

    em 1958. Trata-se de um dispositivo que

    tem o mesmo comportamento biestvel da

    thyratron. Por tal razo, a denominao que

    se estabeleceu para o componente Tiristor.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 28

    Os processos microeletrnicos permitiu, ao longo

    dos anos 60 e 70 o aumento na capacidade de

    controle de potncia dos tiristores, atingindo valores

    na faixa de MVA.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 29

    Em sistemas com alimentao CC, como em

    trens e trleibus, o uso dos tiristores

    enfrentou dificuldades, dada a incapacidade

    de este dispositivo ser desligado por ao do

    terminal de comando (gate). Foram

    desenvolvidas estratgias para possibilitar tal

    tipo de aplicao. So do incio dos anos 60

    os circuitos de comutao idealizados por

    William que permitiam o uso do tiristor em

    CC, bem como a obteno de uma sada CA

    a partir da entrada CC.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 30

    A primeira aplicao ferroviria no Japo

    ocorreu em 1969, com o controle do

    enrolamento de campo (por meio de

    conversor CC-CC) dos motores CC de trao.

    O uso de motor de induo nesta aplicao,

    ocorreu em 1982. No Brasil, a modernizao

    dos transportes aconteceu a partir dos

    sistemas metrovirios no final dos anos 70.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 31

    As tcnicas de comutao forada de

    tiristores caram em desuso nos anos 80,

    com o desenvolvimento do GTO (Gate Turn-

    Off thyristor), que permitia tanto o disparo

    quando o bloqueio controlado. Os GTOs

    dominaram at o final do sculoXX as

    aplicaes de trao com alimentao CC,

    sejam com motores CC ou motores CA.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 32

    Transportes eletrificados modernos

    tipicamente usam motores CA acionados por

    inversores.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 33

    Outro campo que se beneficiou do

    desenvolvimento dos tiristores foi o sistema

    de transmisso de energia eltrica por meio

    de linhas em corrente contnua de alta

    tenso, envolvendo retificadores e

    inversores. A instalao do sistema CC para

    trazer energia da parte paraguaia de Itaipu

    (gerada em 50 Hz) at o sudeste do Brasil

    (onde se converte em 60 Hz)ocorreu nos

    anos 80.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 34

    O suprimento de energia para sistemas

    espaciais, computadores, bem como para uso

    residencial e comercial, como reatores para

    lmpadas fluorescentes e televisores, exigiam

    solues mais eficientes, leves e compactas.

    Nesta direo, houve grande evoluo dos

    transitores, no mais para operar como

    amplificador (na regio ativa) mas para

    funcionar como interruptor.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 35

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Diferentemente dos tiristores que, por seu

    modo de funcionamento se adequam

    alimentao CA, os transistores tm sua

    melhor aplicao a partir de fontes CC. Ao

    desenvolvimento dos transistores bipolares

    de potncia somou-se a evoluo dos

    transistores de efeito de campo,

    principalmente o MOSFET (Metal-Oxide

    Silicon Field Effect Transistor), resultando, no

    final dos anos 80 no surgimento do IGBT

    (Insulated Gate Bipolar Transistor).

  • 36

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Estrutura interna e moderno dispositivo

    (Semikron)

  • 37

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 38

    ELETRNICA DE POTNCIA

    O sucesso dos inversores, ao permitir o

    controle de velocidade dos motores de

    induo, a partir dos anos 90, praticamente

    eliminou o uso dos motores CC de escovas.

    certo que ainda existem muitas aplicaes

    com tais motores, mas os processos de troca

    de equipamentos sempre apresentam

    vantagens para o uso dos motores CA

    associados aos inversores.

  • 39

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Fontes chaveadas e ballasts eletrnicospara lmpadas fluorescentes

  • 40

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Outras estruturas de motores, como o motor

    de relutncia varivel, os motores de passo,

    os motores CC sem escovas (DC brushless)

    necessitam de um conversor eletrnico para

    seu funcionamento. Conjuga-se, deste modo

    o desenvolvimento dos sistemas de

    acionamento ao de eletrnica de potncia de

    maneira irreversvel.

  • 41

    ELETRNICA DE POTNCIA

    O direcionamento atual da Eletrnica de

    Potncia tem sido em busca de processos de

    aproveitamento de energia mais

    ecologicamente adequados. Os usos de

    energia fotovoltaica, elica, do hidrognio,

    carecem de um processamento eletrnico

    para sua adequao s cargas.

  • 42

    ELETRNICA DE POTNCIA

    Sem Eletrnica de Potncia no se

    aproveitam adequadamente as fontes

    limpas e renovveis de energia.

  • 43

    Apesar dos imensos progressos da

    microeletrnica (j tendo se tornado

    nanoeletrnica), do ponto de vista dos

    dispositivos de potncia, aparentemente se

    est no limite da capacidade do silcio em

    termos de bloqueio de tenso e de

    conduo de corrente.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • 44

    A quebra dos atuais limites destas

    grandezas, que permitiria ampliar as

    aplicaes, parece depender do

    desenvolvimento de novos materiais

    semicondutores, como carbetos de silcio, ou

    nitreto de glio, capazes de ampliar o campo

    eltrico suportvel, diminuir perdas, facilitar o

    fluxo do calor interno, etc. Quem sabe, se na

    prxima decada tenha-se um novo e

    importante captulo nessa histria.

    ELETRNICA DE POTNCIA

  • Notas de Aula

    Esta aula j esta disponibilizada no site do Prof. Paulo Cunha

    https://sites.google.com/site/profpauloncunha/

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