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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO. DISCIPLINA: TÓPICOS DE ECONOMIA Prof.: Luiz Antônio Silvio Pereira. E-mail: [email protected] Fones: (66) 9611-7391 UNIDADE I – NOÇÕES BÁSICAS DE ECONOMIA. O TERMO: ECONOMIA A Etimologia da palavra Economia: Oikos = Casa Nomos = Normas => A arte de bem administrar o “lar”, levando-se em conta a renda familiar e os gastos efetuados, durante um período. (Xenofonte - 431-355 a.C). Definição da Economia: É a ciência que estuda o emprego de recursos escassos , entre opções de usos alternativos , com o fim de obter os melhores resultados para atender as necessidades dos consumidores, seja na produção de bens, ou na prestação de serviços. (Souza/1999-pg. 15-com adaptações). Definição de Economia: É a ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos. (Pinho e Vasconcelos/2004) Relação dos grandes temas que ocupa a Economia (Rossetti-1999):

Aulas Tpicos de Economia 2011 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO.

DISCIPLINA: TÓPICOS DE ECONOMIAProf.: Luiz Antônio Silvio Pereira.E-mail: [email protected]: (66) 9611-7391

UNIDADE I – NOÇÕES BÁSICAS DE ECONOMIA. O TERMO: ECONOMIA

A Etimologia da palavra Economia: Oikos = Casa Nomos = Normas => A arte de bem administrar o “lar”, levando-se em conta a renda familiar e os gastos efetuados, durante um período. (Xenofonte -431-355 a.C).

Definição da Economia: É a ciência que estuda o emprego de recursos escassos, entre opções de usos alternativos, com o fim de obter os melhores resultados para atender as necessidades dos consumidores, seja na produção de bens, ou na prestação de serviços. (Souza/1999-pg. 15-com adaptações).

Definição de Economia: É a ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos. (Pinho e Vasconcelos/2004)

Relação dos grandes temas que ocupa a Economia (Rossetti-1999):

· Escassez: A escassa disponibilidade de recursos para o processo produtivo. Sua exaustão ou capacidade de renovação.

· Emprego: O emprego dos recursos. O desemprego, suas causas e conseqüências.

· Produção: O processo produtivo. Decorrências da Produção: a geração de renda, o dispêndio e a acumulação. A riqueza, a pobreza e o bem-estar.

· Agentes: Como se comportam os agentes (governos, empresas, sindicatos, etc). em que conflitos de interesse se envolvem, Quais são suas funções típicas e suas motivações.

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· Trocas: Fundamentos do sistema de trocas: divisão do trabalho, especialização, eficiência comparativa dos sistemas de troca em relação à auto-suficiência.

· Valor: Razões objetivas e subjetivas que definem o valor.· Moeda: Como e por que se deu seu aparecimento. Como evoluiu.

Conseqüências da variação do valor da moeda: a inflação e a deflação.

· Preços: Os preços como expressão monetária do valor. O resultado da interação de forças da oferta e da procura.

· Mercados: O equilíbrio, as funções e as imperfeições do mercado.· Concorrência: Da concorrência perfeita ao monopólio. Impactos

sociais de cada uma delas.· Remunerações: Os salários, os juros, as depreciações, os aluguéis, o

lucro. Conflitos que decorrem de suas diferentes participações na renda da sociedade como um todo.

· Agregados: Denominação dada às grandes categorias da Contabilidade Social, como o PIB (Produto Interno Bruto) e a Renda Nacional. Como medi-los. Como emprega-los para aferir o desempenho da economia como um todo.

· Transações: Meios de pagamentos envolvidos, tanto internas como externas. Causas e conseqüências de desequilíbrios no âmbito externo.

· Crescimento : A expansão da economia como um todo. Crescimento e ciclos econômicos.

· Equilíbrio : Como estabelecer o equilíbrio geral, estático e dinâmico do processo econômico.

· Organização : Formas alternativas, do ponto de vista institucional, para o organização. Antagonismo entre o capitalismo liberal e o socialismo centralista.

A divisão atual da Economia:

A economia moderna se divide em:

I- Economia Descritiva:

Estuda os fatos particularizados, sem lançar mão de análise teórica, observando e sistematizando o mundo real. Descrição e

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mensuração de fatos econômicos, utilizando dados empíricos e análise comparativa. (Economia Positiva – trata a realidade como ela é)

Ex.: Estudos sobre a indústria petroquímica brasileira. Estudos sobre a agricultura dos cerrados. Estudos sobre a economia informal de Cuiabá-MT Estudos sobre a cultura do algodão de Campo Verde-MT

II- Teoria Econômica:

Analisa o funcionamento de um sistema econômico, utilizando um

conjunto de suposições e hipóteses acerca do mundo real, procurando obter os princípios, teorias, leis e modelos da economia.

A Teoria Econômica divide-se em dois grandes grupos:

1-) Teoria Macroeconômica: estuda o funcionamento do conjunto da economia de um país Balanço de Pagamentos; Sistema Monetário Nacional; Sistema de Contas Nacionais; Formação da Renda Nacional; Poupança; Exportações e Importações; Investimentos; As Finanças Públicas, etc.

2-) Teoria Microeconômica: estuda o comportamento das firmas e

dos indivíduos ou famílias, como por exemplo:· O consumidor e a análise de procura: busca da satisfação

máxima.· A empresa e análise da oferta: a busca do lucro máximo.· Remuneração dos fatores de produção e repartição de renda.· O funcionamento do mercado de cada produto individual.

III- Economia Aplicada:

Utiliza a estrutura geral de análise fornecida pela Teoria Econômica, para explicar as causas e o sentido das ocorrências relatadas pela Economia Descritiva, com a finalidade de incrementar uma Política Econômica (Economia normativa- considera mudanças na realidade, porém propõe como ela deve ser).

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A METODOLOGIA APLICADA NA ECONOMIA

I-) INDUÇÃO:

Consiste na observação sistemática da realidade econômica, partindo do particular para o geral. A reunião de informações, resultantes de processos sistematizados de reconhecimento, pode conduzir a formulação de princípios, teorias e leis ou modelos explicativos da realidade observada.

Ex.: O comportamento racional dos jovens na escolha dos padrões de consumo que maximizem sua satisfação.

A aumento dos tributos reduz a renda disponível e, por tabela, a demanda, que por sua vez ajuda a frear a inflação.

II-) DEDUÇÃO:

Parte da observação sistemática da realidade econômica do geral para o particular. É adotado para teorizar situações sujeitas a tal número de influências entrelaçadas que se torna difícil separar elementos relevantes para observações, ordenamentos e interpretações derivadas de levantamentos estatísticos.

Ex: As relações funcionais de dependência entre a renda e o consumo da sociedade como um todo. A empresa capitalista maximiza o lucro, e como a Ford é uma empresa capitalista, maximiza o lucro.

AS MUDANÇAS CONSTANTES E OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS:

AS MUDANÇAS:

Ø O fim da confrontação ideológica radicalizada: superpotências.Ø A formação de blocos econômicos: bloco comum europeu;

ALCA, etc.Ø A consolidação de uma nova ordem competitiva: empresas

transnacionais.Ø A globalização: fluxos reais e financeiros interfronteiras.

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Ø O rápido crescimento, em número e em poder de influência de organizações não-governamentais.

Ø A instalação da era pós-industrial: o deslocamento da força de trabalho dos setores primário-secundário para o terciário.

Ø A revisão autocrítica da papel da empresa: o valor social tende a sobrepor ao valor econômico.

ALGUNS PROBLEMAS ECONÔMICOS:

Ø Por que a renda dos agricultores se eleva quando ocorre uma estiagem que reduz a produção?

Ø A propaganda cria necessidades ou apenas informa sobre as características dos bens e serviços?

Ø Como os bancos interferem nas taxas de juros?Ø Por que os impostos sobre alguns produtos como cigarros,

veículos e eletrodomésticos são por demais elevados?Ø Até que ponto os juros altos reduzem o consumo e estimulam a

poupança?Ø Por que a taxa de juros de mercado e o preço esperado de venda

do produto são dados importantes para as decisões de investimento das empresas?

Ø Por que a expansão da moeda e a do crédito podem gerar inflação?

Ø Como pode uma desvalorização cambial conduzir a uma melhoria na balança comercial e a uma redução do salário real?

Ø Será que o sistema de indexação de salários, câmbio e juros interferiu no processo inflacionário?

Ø Por que a alta no preço do cafezinho reduz a demanda por açúcar?

Ø Por que a disparidade de renda entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres?

Ø Por que o nordestino possui uma renda per capita muito inferior à do paulista?

Ø Por que a economia de Campo Verde baseia-se principalmente na agricultura: algodão e soja.

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QUESTIONAMENTOS PRINCIPAIS:

O QUE E QUANTO PRODUZIR?

COMO PRODUZIR?

PARA QUEM PRODUZIR?

Restrições da Produção: Necessidades ilimitadas recursos (fatores de produção) e técnicas de fabricação limitados. Fatores de Produção:

Ø Terra ou recursos naturais: água, minerais, madeiras, terra fértil para a agricultura, solo para as fábricas, etc.

Ø Trabalho ou recursos humanos: trabalhadores qualificados ou não, técnicos, engenheiros, pessoal administrativo, etc.

Ø Capital: compreende conjunto de bens e serviços, como máquinas, prédios, ferramentas, dinheiro, etc.

Ø Capacidade empresarial: envolve um segmento dos recursos humanos da economia, que assume riscos ao empreender um negócio.

O que e quanto produzir?

A sociedade e o governo precisam decidir qual será a composição dos bens e serviços (o que produzir) que naquele período de tempo será produzido e em quais quantidades (quanto).

Como produzir?

Envolve o conhecimento tecnológico:

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Ø Pagamento de direitos (Royalties).Ø Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Ex: A robotização na indústria de automóveis.

Para quem produzir?

Do ponto de vista privado a decisão envolve a maximização de lucro e a disponibilidade de recursos e de tecnologia. Da parte do governo envolve a questão social (Política Pública).

A POLÍTICA ECONÔMICA:

A política econômica está diretamente envolvida com a Política Pública. Esta envolve um complexo sistema de aspirações nacionais e de comprometimentos internacionais. Abrange as relações externas a que o país se encontra integrado; a política de defesa e de segurança nacional, a política social e todo um conjunto de inter-relações de ações públicas de que fazem parte as de natureza econômica.

PROCEDIMENTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA:

Ø A determinação dos principais objetivos (ou fins) que se pretendem alcançar, consistentes com outros fins políticos e sociais.

Ø A escolha dos instrumentos (ou meios) que serão manejados para a consecução dos objetivos determinados.

OBJETIVOS DA POLÍTICA ECONÔMICA:

Ø O Crescimento econômico.Ø A estabilidade econômica.Ø A equitatividade.

1-) O crescimento econômico, envolve:

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Ø A melhoria ou expansão das disponibilidades de recursos para a expansão econômica.

Ø A adequação do tamanho e da estrutura da população.Ø A modernização e a ampliação da capacidade instalada de

produção.Ø A exploração das reservas naturais, sob a condição de

preservação auto-sustentada do meio ambiente.Ø A implantação de infra-estrutura adequada, que dê suporte à

eficiente utilização dos recursos econômicos disponíveis.Ø A adequação da capacidade de financiamento para as

necessidades de investimento, compatíveis com os padrões e o ritmo desejado de crescimento.

2-) A estabilidade econômica, envolve:

Ø A estabilidade geral do processo econômico, garantindo-lhe normalidade conjuntural e sustentação dos níveis de emprego.

Ø A estabilidade do nível geral de preços.Ø O equilíbrio nas transações econômicas com o exterior e de um

nível adequado de reservas internacionais.

3-) A equitatividade, envolve:

Ø Uma distribuição eqüitativa da renda e da riqueza.Ø A redução ou eliminação dos bolsões de pobreza absoluta.Ø A redução do contingente dos excluídos do quadro

socioeconômico.

OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA:

Ø Instrumentos Fiscais.Ø Instrumentos Monetários.Ø Instrumentos Cambiais.Ø Intervenções Diretas.

1-) Instrumentos Fiscais:

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Envolve o manejo das finanças públicas, as receitas e despesas públicas. As receitas públicas provêm de tributos que incidem sobre fatos econômicos: a produção e a circulação de mercadorias, as transferências de propriedades, as operações financeiras, etc. As despesas públicas envolvem o custeio da máquina burocrática, investimentos em infra-estrutura econômica e social, subsídios e transferências de rendas à sociedade. A teoria econômica tem como propósito orientar sua aplicação, para a eficaz consecução dos fins politicamente pretendidos.

2-) Instrumentos Monetários:

Utiliza como mecanismo a irrigação ou não da economia, com moeda ou crédito. A liquidez insuficiente ou em excesso pode comprometer objetivos de crescimento, de estabilidade ou de equitividade.

3-) Instrumentos Cambiais:

Referem-se ao manejo da taxa de câmbio da moeda nacional em relação às moedas estrangeiras.

4-) Intervenções Diretas:

Envolve mecanismos de intervenção das autoridades públicas, diretamente exercidos sobre as atividades de agentes econômicos individuais, sobre preços de produtos, comportamento das empresas e dos consumidores, etc.

A FORMULAÇÃO DE PRINCÍPIOS, LEIS E MODELOS ECONÔMICOS NA TEORIA ECONÔMICA:

Ø Não é possível isolar, para observar, nem controlar por completo, qualquer aspecto particular da realidade econômica.

Ø As leis econômicas tem caráter hipotético e probabilístico (ex. lei da oferta e da procura).

Ø As teorias e os modelos são simplificações da realidade. São generalizações, em certos casos abstratas, que tem por objetivo explicar como se comportam os agentes econômicos, a que

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influências os fatos reagem e quais os conjuntos de variáveis de maior relevância que interferem nos processos representados.

A CONDIÇÃO “CETERIS PARIBUS”:

A validade das leis e dos modelos econômicos só se confirma se forem mantidos constantes todos os demais fatores que podem interferir nas variáveis sob observação. A expressão em latim significa mantidos inalterados todos os demais fatores ou então, permanecendo iguais todos os demais elementos.

Ex: A Lei da Procura (as quantidades procuradas são em função do preço).

O SOFISMA DA COMPOSIÇÃO:

É a maneira de querer imputar ao conjunto certos princípios ou leis que são válidos apenas para uma parte do todo.

Ex: Um produtor agrícola obtém uma colheita excepcional, excedendo os padrões correntes de produtividade em sua região, terá provavelmente uma renda real acima das expectativas. Todavia se todos os produtores obtiverem excelentes colheitas, em razão de melhorias nos padrões genéticos de sementes, novos desenvolvimentos de tecnologia, etc, provavelmente haverá uma redução nos preços dos produtos vindo a comprometer a renda real da atividade. O que era válido para o produtor individual não é necessariamente válido para o conjunto.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PENSAMENTO ECONÔMICO

Alguns tópicos da historia da economia:

Era da Antiguidade:

Povos nômades: essencialmente caçadores.

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Começaram a surgir os povos sedentários, formando núcleos humanos, com isso os atos, fatos e fenômenos econômicos foram sendo objeto de análise de causas e efeitos.

Grécia/Roma trabalho efetuado por escravos em troca de alimentos e vestuário.

Platão/Aristóteles justificava que alguns homens possuíam inferioridade inata.

Igreja: imperava as idéias de igualdade entre cidadãos e o desprezo pela riqueza e o luxo (usura).

Idade Media:

Feudalismo: Rei Senhor Feudal (dono das terras) Servos (vassalos) cultivavam através de pagamentos: dinheiro, alimentos, trabalho e lealdade militar.

As relações comerciais nos feudos eram fechadas em si mesmo e as relações externas limitavam-se ao estritamente necessário.

Grandes Cruzadas (1096): expansão do comercio mediterrâneo: Genova, Veneza, etc.

O pensamento econômico continuava amarrado na Igreja: “O justo lucro resulta na justiça nas trocas: ele não deve permitir o artesão de enriquecer (juízo de valor).

MERCANTILISMO (1450):

Originada da palavra latina “mercator” (mercador) que considerava o comércio com a base fundamental para o aumento da riqueza.

A organização comercial passou a ser o centro da atividade ou da vida econômica, e a riqueza, o centro da vida social.

Era do Renascimento: Reforma cultural e cientifica.

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João Carvino: exaltou a atividade econômica e cultural. Lutero: quebrou os dogmas da igreja católica. Voltaire: Movimentos Humanista/Iluminista: França – idéias liberais.

De acordo com este pensamento econômico o Estado deveria implementar políticas que gerassem crescente acúmulo de metais preciosos (lastro), ou seja, a riqueza de um país estava concentrada no acumulo de metais preciosos que pudessem auferir. Quanto maior a quantidade desses num país, maior o volume do meio circulante. Para acumular metais preciosos, a regra geral era obter uma balança comercial favorável, ou seja, exportar mais que importar.

Houve um Pacto Colonial: Metrópoles Colônias: as metrópoles monopolizam o transporte e fixavam os preços das mercadorias para as colônias os mais altos possíveis. Em compensação as colônias podiam exportar para as metrópoles, porem, a preços mais baixos.

O comercio alavancou a manufatura doméstica (artesanal):

Mercador-Capitalista: cedia matéria-prima artesões produto Mercador-Capitalista: cedia matéria-prima e máquinas artesões produto Mercador-Capitalista: tendo matéria-prima e máquinas – empregou os homens, montando às fabricas.

Surgimento do conflito: Igreja x Mercadores-Capitalistas

Estado Nacional: ocupa o lugar da igreja, supervisionando o bem-estar da coletividade.

Aspectos positivos do Mercantilismo:

Acumulação do comercio internacional pelo incremento do comercio internacional, surgindo à figura do empresário;

Acumulo de metais preciosos: favorecia investimentos e redução da taxa de juros.

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Comércio: formaram-se grandes capitais financeiros que de certa forma financiou a revolução tecnológica, precursora do capitalismo industrial.

FISIOCRATAS/ESCOLA CLÁSSICA:

A fisiocracia significava governo da natureza. Foi o embrião do sistema capitalista. Defendia a plena liberdade da atividade econômica, ou seja, a aplicação do esforço humano, visando obter, por meio de bens ou de serviços, a satisfação das necessidades. Foi uma reação contra o empirismo e o estatismo mercantilista.

A Fisiocracia foi à primeira escola econômica de caráter cientifico

Cantillon: Em 1750 – Baseia-se em três pilares.

O primeiro pilar afirma que a riqueza de um país está na natureza, porém, numa forma inadequada para o uso pelo ser humano. O papel do ser humano é transformar a natureza, através do trabalho humano e finalmente se chegaria a riqueza (objetos úteis).

Natureza Trabalho Humano Riqueza Fonte de Riqueza Ação Transformadora Objetos Úteis

A idéia era de que a lei natural regulasse a economia. Os homens precisariam agir livremente, e qualquer intervenção do Estado inibiria esta ordem, ao criar obstáculos à circulação de pessoas e de bens.

O segundo pilar classifica a sociedade em duas classes: independentes e dependentes:

Independentes (classe produtiva:agricultores): proprietários da terra, podiam sobreviver independentemente do resto da sociedade, pois, com seu trabalho gerava riquezas com as terras que lhes pertencia (defendia a tese de que qualquer que seja a configuração inicial da distribuição de terras numa sociedade, elas serão apropriadas privadamente por um pequeno grupo de indivíduos).

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Dependentes (classe estéril:comércio/indústria/serviços): São o restante da sociedade, que para sobreviver trabalharia na terra dos proprietários, pagando com uma parte da produção pelo uso das terras ou no caso da indústria e comércio constituem desdobramentos da agricultura, apenas transformando e transportando valores.

O terceiro pilar classifica as atividades em agricultura e indústria (manufatura e comércio). Diz que a indústria depende totalmente da agricultura, uma vez que só pode subsistir com os produtos gerados no campo. Então a chave do sucesso está na capacidade de o setor agrícola gerar um excedente de produção, não só para sua manutenção com também para o sustento da indústria.

François Quesnay: Em 1756 – Complementa dizendo que a produção da riqueza de um país não consiste somente na produção de objetos úteis, de valores de uso, mas sim de valores de uso com valor de troca. O excedente de produção é um excedente de valor monetário e não apenas um excedente físico. Introduz a idéia de que o excedente de valor monetário depende do preço de mercado e este depende fundamentalmente do grau de necessidade do produto por parte dos consumidores e do poder de compra. Diz que para gerar este excedente é necessário uma produção em larga escala e para isso exige um período de tempo longo entre o inicio da produção e a obtenção do produto final. Neste ínterim, exige-se um montante mínimo de recursos, que ele chama de “adiantamentos”. Alerta que o excedente de valor monetário depende basicamente dos gastos com os adiantamentos da produção.

Classifica os “adiantamentos” em anuais e originais:

Adiantamentos anuais: compreende os gastos com salários e materiais, que são recuperados com a venda do produto. Adiantamentos originais: compreende os gastos com implementos, instalações, que são recuperados paulatinamente, pois os itens que o compõem são utilizados durante vários anos (depreciação/taxa de risco). Introduz um par de conceitos fundamentais para o desenvolvimento da economia: a produção que gera um excedente de

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valor que é produtiva e outra improdutiva. O produtivo é o setor agrícola, que paga seus adiantamentos e o trabalho e gera um excedente de valor e o improdutivo é o setor industrial, que não faz mais que pagar seu próprio custo, que devido a competição do lado da oferta, entre os diversos comerciantes e fabricantes, pressiona para baixo o preço de mercado, deixando de gerar um excedente.

James Stuart: Em 1766 – contesta a idéia de que o “Political Oeconomy” era a arte de administrar o lar pelo chefe de família com o objetivo de provê-la do que necessita para o seu bem-estar. Afirma que a Economia Política (econômico era subalterna à política) é a arte ou a ciência de administrar o Estado pelo soberano de tal forma que seus súbitos possam prover-se a si próprios de tudo o que lhes é indispensável para a vida na sociedade.

Escola clássica ou liberal (século XVIII):

Tinha a concepção de que as leis econômicas são de ordem natural e providencial, produzindo seus efeitos mesmo que se pretenda evitá-los. Era a doutrina do “laissez-faire, laissez-passer (deixai fazer e deixai passar)”, isto é, as leis econômicas existem, produzem seus efeitos e passam.

ADAM SMITH (1723/1790): em 1776 publica o livro “Riqueza das Nações”.

“Não esperamos obter o nosso próprio jantar da bondade do açougueiro ou do padeiro, mas do interesse de cada um deles. A busca do sucesso individual gera benefícios para toda a sociedade”.

Existe no mercado uma “mão invisível”, onde os homens ao maximizarem a satisfação pessoal, com o mínimo de dispêndio ou esforço, estariam contribuindo para a obtenção do máximo bem-estar social.

Fundamentou a teoria no individualismo, na liberdade e no comportamento racional dos agentes econômicos, com a mínima presença do Estado. Porém, alertou que o trabalho pode ser gerado fora da agricultura, isto ocorre toda vez que uma mercadoria é vendida a um preço superior a seu custo de produção.

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Riqueza ==> Trabalho Humano (produtivo)

↑ ↑ Objetos Úteis Ação Humana

Trabalho Humano: geração de riqueza. (teoria do valor-trabalho)

O grau de desenvolvimento da produtividade do trabalho: destreza e a habilidade nas tarefas.

Numero proporcional de trabalhadores produtivos.

Produtividade: depende da divisão social de trabalho. Quanto maior especialização do trabalho entre as atividades, maior será a produtividade do trabalho e, portanto, maior a produção de objetos úteis (riqueza).

Divisão Social do Trabalho:

Economiza-se tempo gasto em cada tarefa, pois, o trabalhador ao fixar sua atenção numa só operação, eleva sua destreza e habilidade para executa-la.

Economiza tempo na passagem de uma tarefa para outra. A especialização cria oportunidade de utilizar ferramentas e instrumentos especializados, tornando o trabalho mais efetivo.

Uma maior produtividade incrementa o valor do produto total, por unidade de tempo, possibilitando maior volume de produção, com o menor custo (economia de escala), mediante o emprego de trabalho e capital adicionais.

O aumento da produtividade gera um excedente de produção, onde cada individuo produz mais de um objeto do que necessita, direcionando a produção para o mercado e não para o consumo pessoal.

Conceito de Valor de Uso e Valor de Troca:

Valor de Uso: refere-se as qualidades físicas do objeto que permitem satisfazer necessidades humanas. Valor de Troca: e a capacidade de uma mercadoria “comprar” uma quantidade de outras mercadorias no mercado.

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Ex: Água ==> alto valor de uso e baixo valor de troca. Diamante ==> baixo valor de uso e alto valor de troca.

Análise do processo de trocas:

Preço Nominal das mercadorias: E o valor de troca de uma mercadoria expresso em quantidades de metais preciosos ou em quantidade de alguma outra mercadoria cujo valor os indivíduos acreditam ser razoavelmente constante.

Preço Real das mercadorias: E igual à quantidade de trabalho que elas comandam no mercado.

Ex: Preço nominal = 100 Salário mínimo = 50 unidades monetárias por unidade de trabalho simples.

Preço Real: 100/50 = 2 unidades de trabalho ou a unidade da mercadoria comanda duas unidades de trabalho.

Preço Natural das Mercadorias: É o preço real quando as taxas estão equalizadas pelas forcas da competição no mercado. Quando o preço da mercadoria e exatamente igual ao seu preço natural, então, as remunerações do capital, do trabalho e da terra empregados na produção são exatamente as determinadas pela competição, dadas às condições de produção.

No livro II – define a diferença de Capital Fixo e Capital Circulante, Produto Nacional e Produto Liquido:

Capital: E a parcela dos estoques utilizada adquirir ou melhor, comandar trabalho alheio.

Lucro do Capital: E o excedente advindo do emprego do estoque como capital. Sua origem esta no valor que e agregado na produção.

Capital Fixo: E a parte do capital que não precisa entrar na circulação de mercadorias para gerar lucros, como maquinas e demais instrumentos de trabalho.

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Capital Circulante: E a parte do capital que contribui com o excedente (lucros), como salários e matéria-prima.

Produto Nacional: E aquele que repõe o capital empregado (gastos com salários, materiais e depreciação de equipamentos). Uma parte do Produto Nacional da nação, os salários, e sempre utilizado no emprego de trabalhadores produtivos, com a finalidade de repor o capital adiantando a produção.

Produto Liquido: E um excedente de valor que ira constituir os rendimentos das classes capitalistas e de proprietários de terra, na forma de lucros e de renda da terra.

Produto Nacional – Salários = Produto Liquido = Lucros + RendaAcumulação de Capital: Os indivíduos tendem naturalmente a

empregar o capital nas atividades em que o trabalho posto em movimento agrega mais valor, guiados por interesses particulares, porém, isto faz aumentar a produção nacional, ou seja, a riqueza nacional e diretamente os interesses privados acabam promovendo o bem-estar social.

Então, a economia de Adam Smith previa a expansão contínua, enquanto fosse possível ampliar a dimensão dos mercados e empregar trabalhadores produtivos. Era necessária essa acumulação de capitais, pois desempenhava um papel crucial ao aumentar a produtividade dos trabalhadores.

Jean B. Say (1767/1832): obra: “Tratado de Economia Politica” Expõe a riqueza como um fluxo. Afirma que a economia e a ciência

das leis de produção, distribuição e consumo da riqueza. Expõe a Lei dos Mercados: A oferta cria a sua própria procura.

Produção Distribuição

Salários Capital ==> Trabalho ==> Produto Nacional = + Renda + = Produto Lucro Liquido

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Acumulação de Poupança capital.

Acreditava que uma nova acumulação de capitais retirava trabalhadores subempregados de outros setores e gerava uma fluxo de renda correspondente ao valor de novos bens levados ao mercado, restabelecendo de imediato um equilíbrio entre a oferta agregada e a demanda agregada.

David Ricardo (1772/1823) - Obra: “Princípios de economia política e tributária”

O crescimento demográfico exercia forte efeito nocivo sobre a economia, ao elevar a demanda de alimentos.

Salários reais: diminuem (salário individual/preço dos alimentos.Taxa de lucro: diminuem (lucro absoluto/capital empregado).

A elevação do custo de vida prejudica a expansão dos salários industriais e ocasiona a redução da taxa média de lucro do conjunto da economia, o que faz com que diminuam os investimentos na agricultura.

Na Inglaterra ==> “Lei do Cereal”. Os proprietários da terra pressionaram o governo para fixar tarifas de importação do cereal num patamar elevado, tornando inviável a importação, embora o cereal produzido no exterior fosse mais barato.

Pontos básicos das propostas de David Ricardo:

O excesso de emissão de notas do Banco Central da Inglaterra gerou a depreciação da libra esterlina.

Todas as terras do pais devem estar livres para a exploração. A técnica utilizada no plantio e capaz de gerar uma quantidade de

produto maior do que e consumida pela produção. Produz-se um único bem: o Cereal. O período de produção e de um ano. As terras se diferencial quanto a qualidade, estando ordenadas em

graus decrescentes de qualidade em terra 1, terra 2, terra 3, etc.,

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adotando a teoria da renda da terra. O Capital e composto apenas de capital circulante (salários).

Ex:

Capital Circulante

Produto Final

Excedente Lucro Taxa de Lucro

Terra 1 (mais fertil)

200 Kg 300 Kg 100 Kg 100 Kg50,00%

Terra 2 (menos fertil)

210 Kg 300 Kg 90 Kg 90 Kg 43%

Terra 3 (menos fertil)

220 Kg 300 Kg 80 Kg 80 Kg 36%

OBS: TEORIA DOS LUCROS E RENDIMENTOS DECRESCENTES NA AGRICULTURA.

Alternativas viáveis, segundo Ricardo:

Controle da natalidade; Progresso técnico da agricultura; Obter cereais a preço menor em outros países;

A ECONOMIA MARXISTA:

Direito Feudal: colher lenhas nas florestas.

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A origem da trajetória intelectual de Karl Mark (1818/1883) está na preocupação com as questões sociais. A disputa entre grupos sociais: os proprietários de terra e os camponeses.

Denuncia a pauperização crescente do proletariado e uma alta tendenciosa do lucro.

Defende a ideia que o capitalismo estaria condenado a ceder lugar a um sistema social fundado na propriedade coletiva dos meios de produção: o socialismo. Segundo ele, se as gigantescas forças produtivas desenvolvidas pelo capitalismo ficassem sob o controle democrático dos trabalhadores e as integrasse num plano de produção racional e equilibrado, o socialismo abriria uma perspectiva de uma elevação constante e geral do nível de vida da humanidade.

Segundo ele, o subconsumo dos trabalhadores resulta da exploração pelo capitalista. Representa através de uma formula:

Y = C + V + M

Y = ProdutoC = Capital fixo mais matéria-prima utilizadaV = capital variável (trabalho pago)M = mais-valia (trabalho não pago)

Definiu as seguintes relações:

Taxa de exploração (M*) = trabalho não pago/trabalho pago (M* = M/V)

Taxa de lucro (r): trabalho não pago/capital total (r = M/C + V)

Composição orgânica do capital (q): capital constante/capital total (q= C/C + V)

Daí resulta:

r (taxa de lucro) = M* (1 – q)

Se houve aumento na composição orgânica do capital o lucro se reduz. E se houver aumento na taxa de exploração, o lucro aumenta.

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Conclui que como existem limites legais e biológicos do M* (taxa de exploração), os empresários aumentam o “q” tendo como conseqüência a redução do “r”. Uma queda sucessiva do “r” gerará uma crise econômica, o que fará com que uma massa de trabalhadores desempregados (exército industrial de reserva), pressionem os salários para baixo.

A ESCOLA MARGINALISTA:

Concepção Hedonista: o homem procura o máximo de prazer, com um mínimo de esforço. De posse da renda, adquirem bens e serviços de acordo com seus gostos, a fim de maximizarem sua utilidade total, derivada de consumo ou posse de mercadorias.

Escola Classica: O valor era determinado pela quantidade de trabalho incorporado nos bens. Escola Marginalista: O valor depende da utilidade marginal. Quanto mais raro e útil for um produto, tanto mais ele será demandado e valorizado e tanto maior será seu preço.

A essência do pensamento Marginalista:

Raciocínio na margem: a decisão de produzir ou consumir vai depender do custo/beneficio proporcionado pela ultima unidade.

Abordagem microeconômica: o individuo e a firma estão no centro da analise, havendo no mercado um único bem homogêneo e um preço de equilíbrio.

Método abstrato-dedutivo: abstração teórica, argumentação lógica e conclusão.

Concorrência pura nos mercados: muitos vendedores e compradores concorrem no mercado por bens e serviços; as firmas são pequenas e não conseguem influenciar o preço do mercado.

Ênfase na Demanda (procura): Elemento essencial para determinar os preços, ao contrario dos clássicos que enfocavam a oferta, ou custo de produção.

A teoria da utilidade: a utilidade que as pessoas tem no consumo dos bens, determina por seus gostos, influencia a quantidade demandada de cada bem e, então, seus preços. Há uma ênfase na abordagem hedonista de prazer (satisfação) e sofrimento (custos).

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Teoria do Equilíbrio: as variáveis econômicas interagem e o sistema manifesta uma tendência ao equilíbrio pelas livres forcas do mercado.

Racionalidade: as firmas e consumidores maximizam lucro ou satisfação e não agem por impulso, capricho ou por objetivos humanitários.

Laissez-faire (deixai fazer): liberdade de mercado, toda e qualquer interferencia nos mecanismos do mercado gera custos e reduz o bem-estar social.

A escola neoclássica de Alfred Marshall: (1842-1924)

As utilidades marginais determinam o valor dos bens, as quantidades demandadas e, então, o preço do mercado de cada bem. O aumento das quantidades ofertadas reduz o preço, o que eleva as quantidades demandadas; estas se reduzem quando aumenta os preços. A interação entre a oferta e a procura determina o preço e as quantidades de equilíbrio de mercado. A partir desta curva estabeleceu as noções de “elasticidade preço da procura” e de “excedente do consumidor”. Na economia clássica a função da produção apresentava proporções fixas: todo acréscimo na produção necessitava de adição simultânea de capital e trabalho. Com Marshall, os salários e os preços são flexíveis, são regulados pela oferta e demanda do trabalho, ou de bens e serviços no mercado. Um mesmo nível de produto pode ser obtido com mais capital e menos trabalho e vice-versa.

Vilfredo Pareto: (1848-1923)

Adotou os postulados do “hedonismo”, racionalidade, concorrência e livre mercado, afirmando que um individuo, uma firma ou um país atingem o bem-estar social quando não é possível aumentar sua satisfação sem reduzir o bem-estar de outro. Demonstrou isso através do “gráfico de Pareto”.

Arthur Pigou: (1877-1959)

Estabeleceu a diferenciação entre custos e benefícios marginais privados e sociais.

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O custo marginal privado para produzir uma unidade adicional de um bem ou servico, pode ser maior, menor ou igual ao custo marginal social desse mesmo item. Estes conceitos foram chamados de economias e deseconomias externas.

Ex: a construcao de uma fábrica em um bairro residencial, provoca uma desvalorizacao dos imóveis. Neste caso o custo marginal social torna-se maior que o custo marginal privado ou o benefício marginal social fica menor do que o benefício marginal privado. Foi o primeiro a criticar a propaganda, dizendo que o consumo pode ser deslocado para bens cuja qualidade não possa ser facilmente comprovada. Alertou que as firmas com custos privados muitos baixos tendem a crescer mais que aquelas com custos mais altos, o que provocaria distorcões na concorrência, reduzindo o bem-estar social.

A escola Keynesiana: John M. Keynes (1883-1946)

Século XX – Queda da Bolsa de New York (24-10-1929) ==> A Grande Depressão Mundial. A queda dos investimentos e da produção desempregou milhões de pessoas. O nível da produção caiu abaixo das fronteiras de possibilidades de produção, desempregando os recursos produtivos.

Publica a obra “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” (1930).

Explica que o valor dos bens e serviços produzidos pelas empresas tem uma contrapartida de renda, que são os salários, juros, aluguéis, impostos e lucros. Essas rendas encaradas como custos pelas firmas, na verdade vão ser gastas em novos bens e serviços.

Se na economia a população não pode gastar, por não ter um emprego, ela estará impossibilitada de produzir.

Apontou os “gargalos” da economia:

É preciso que os bancos utilizem a poupança para elevar os empréstimos para consumo e investimentos (investimentos = poupança).

As exportações sejam estimuladas. O Governo deve aumentar os seus gastos em investimentos sociais, com

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isso, aumentará o fluxo de renda, retomando o caminho da prosperidade.

Identificou o desemprego involuntário, situação em que a pessoa não encontra trabalho aos salários vigentes – propôs políticas públicas.

Algumas correntes posteriores:

Estruturistas:

A inflação tem duas causas: as básicas e as circunstanciais.

Causas Básicas: são derivadas da rigidez e limitação do sistema econômico.

Causas Circunstanciais: maiores gastos públicos e maiores volumes de moeda em circulação.

Pós-Keynesianos:

Enfatizam a necessidade de introduzir na análise da estabilidade da economia a questão da incerteza, os salários monetários, a moeda e as relações entre estoque e fluxos de capitais.

Atribuem as crises do Capitalismo a partir da instabilidade do sistema financeiro. O equilíbrio com desemprego ocorre porque os estímulos da demanda (procura), provocados por expansao monetária, não criam necessariamente emprego na proporcao desejada. A grande questão é gerar crescimento no longo prazo para aumentar o nível de emprego.

A economia só cresce a longo prazo, em funcao de novas ondas de inovacoes financiadas por crédito bancário.

Anos 80/90:

O capital e o trabalho não são os únicos fatores de crescimento, cabendo especial destaque ao Capital Humano e às novas tecnologias. O mais importante é a determinação por investimentos em novas tecnologias e em capital humano, o que gera aumentos de produtividade e rendimentos crescentes à escala.

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O produto da economia cresce em função da acumulação de capitais físicos, do emprego de mais trabalhadores e do aumento estoque de conhecimento, sendo estes em gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos mais avançados, educação e treinamento constante da mão-de-obra em geral (capital humano).

A coordenação política do social pelo Estado, começou a ter o seu enfraquecimento nos fins dos anos 1970 e com o colapso financeiro em 1982 atingiu sua mortalidade.

Começa a fase do Neoliberalismo, uma revitalização das idéias de Adam Smith, com outra roupagem. Segundo a concepção neoliberal a ação estatal bloqueia o desenvolvimento. Propõem medidas para fortalecer o papel do mercado: liberação dos mercados, descentralização administrativa, desregulamentação e principalmente a privatização. Pretende fazer do mercado o principio exclusivo de coordenação social, pretendendo eliminar toda interferência política que distorce as leis do mercado, como mecanismo automático de equilíbrio.

TEORIA MICROECONOMICA

E o ramo da economia que se preocupa a estudar o comportamento dos indivíduos/famílias e também ao estudo das empresas, suas respectivas produções e custos, bem como, a geração e preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. Foi dividida em:

· Teoria do Consumidor : estuda o comportamento das pessoas quando compram bens e serviços, em face das respectivas rendas, que lhes proporcionem a maximização de suas satisfações.

· Teoria da Empresa : estuda o comportamento do empresário ao produzir os bens e serviços que serão vendidos aos consumidores, esforçando-se para combinar os fatores de produção, dada a sua limitação orçamentária, com a intenção de maximizar o nível de lucro de sua organização.

1- TEORIA DO CONSUMIDOR

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Por que as pessoas demandam mercadorias e qual a sua utilidade para elas?

Economistas: Gossen (1854) e Jevons (1871) acreditavam que a utilidade era uma característica “mensurável” das mercadorias e que podia ser medida. A satisfação do consumidor podia ser medida pela soma das utilidades obtidas no consumo dos bens e serviços de sua cesta de mercadorias.

Inventaram a Teoria Cardinal: exemplificaram dizendo que uma xícara de café daria ao seu consumidor 3 unidades de utilidades ou 3 “utis”. Se um pedaço de pão fornecesse 4 “utis”, a satisfação total do consumidor seria de 7 “utis”.

Economistas: Antonelli (1886) e Fischer (1892) contraporão dizendo que a utilidade de um bem e decorrente do consumo de todos os bens simultaneamente e não individual. Desta forma, a quantidade consumida de um bem interfere na utilidade de outro bem.

Inventaram a Teoria Ordinal: exemplificaram dizendo que uma pessoa toma café com açúcar numa certa proporção. Se adicionar muito açúcar no café, ele ficara tão ruim que não será bebido, perdendo sua utilidade. A utilidade ou satisfação na aquisição de um Toca-CD do automóvel só terá sentido se o veiculo for adquirido.

Acrescentaram dizendo que um bem tem mais utilidade do que outros, mas não se estabelece a quantidade de “utis” correspondente. Se uma pessoa prefere chá a café, o chá, para essa pessoa, tem mais utilidade do que o café, dependendo é obvio do orçamento familiar.

Curva de indiferença: e o lugar geométrico dos pontos que representam cestas de consumo indiferentes entre si. Elas são negativamente inclinadas por supõe-se que o consumidor pode substituir uma mercadoria por outra e manter o mesmo nível de satisfação. Elas também são côncavas em relação à origem, indicando que a taxa com a qual essa substituição se faz é decrescente.

Escala de preferências: Cestas (Ordem) Qte de Frangos (x) Qte de peixes (y) A 10 10 B 6 10 C 8 6 D 10 4

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E 5 8 F 2 8 G 4 4 H 6 2 Pergunta-se:

Quais são as cestas de indiferença?

R: Cestas “C” e “D” e “G” e “H”

Onde esta situada a “curva de indiferença” do consumidor?

R: Curvas FGH e BCD, pois, ao longo de cada uma delas a utilidade total é a mesma.

UTILIDADE TOTAL E UTILIDADE MARGINAL:

Utilidade Total: esta relacionada com o grau de satisfação total da utilidade de um bem. Se por ex. uma barra de chocolate for dada a uma pessoa que nunca tenha consumido, esta terá uma utilidade muito alta.

Utilidade Marginal: a utilidade marginal do consumo de determinada mercadoria e o acréscimo à utilidade total decorrente do consumo de uma unidade adicional dessa mercadoria. No ex. anterior, se depois disso, passarmos a dar diariamente ou em seqüência a barra de chocolate, chegará a um ponto em que uma barra adicional de chocolate representara para essa pessoa um beneficio tão pequeno que para ela será quase indiferente receber ou não essa barra adicional.

Taxa Marginal de Substituição: ocorre quando o consumidor está disposto a trocar um determinado produto por outro.

Ex: Considerando as seguintes cestas de consumo:

Co = (6,2); C1= (4,3) e C2= (2,6) => Y e X

TMS = - (Yo - Y1) / (X1 – X0) => Co para C1

- ( 6 – 4) / (3 – 2) =

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- 2 / 1 = - 2, indicando que o consumidor está disposto a trocar duas unidades de Y por uma unidade de X.

TMS = - (Y1 – Y2) / (X2 – X1) => C1 para C2

- (4 – 2) / (6 – 3)

- 2 / 3 = - 0,67

Lei da utilidade marginal decrescente: à medida que aumenta o consumo de determinada mercadoria, a utilidade marginal dessa mercadoria diminui.

Preço marginal de reserva: e o preço maximo que o consumidor está disposto a pagar por uma unidade adicional da mercadoria. Então o preço marginal de reserva e uma medida da utilidade marginal.

Ex: preço da barra de chocolate: R$ 1,50 Preço marginal de reserva: R$ 4,00

Barra de chocolate

Preço marginal de reserva

Preço de mercado

Excedente do consumidor

1ª 4,00 1,50 2,50 2ª 3,00 1,50 1,50 3ª 2,00 1,50 0,50Total 4,50

A linha da Restrição Orçamentária:

Se o consumidor revolver atingir níveis superiores de consumo, existem dois fatores determinantes: a renda disponível e os preços dos bens.

Exemplifiquemos com apenas dois produtos: alimentação e vestuário.

Cesta de Consumo Unidades de Alimentação (x)

Unidades de Vestuário (y)

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A Zero 50 B 20 40 C 40 30 D 60 20 E 80 10 F 100 Zero

Onde:

R = Renda disponível = R$ 500,00qa = Qte de alimentação consumida

qv = Qte de vestuário Pa = Preços de uma unidade de alimentação = R$ 5,00 Pv = Preços de uma unidade de vestuário = R$ 10,00

Então: Pa . qa + Pv . qv ≤ R

Quantidade consumida:

1º momento: toda a renda em alimentos = 500/5 = 100 unds.2º momento: toda a renda em vestuário = 500/10 = 50 unds.3º momento: 20 unidades de alimentação e assim por diante,

conforme tabela = 5 x 20 = 100,00 e 400/10 = 40 unidades de vestuário.

Exercício:

I- Demonstre utilizando o exemplo anterior, as seguintes alterações:

1. Diminuição no preço da alimentação para 4,17.2. Aumento no preço da alimentação para 5,50.3. Redução no preço do vestuário para 9,00.4. Aumento no preço do vestuário para 11,00.5. Uma elevação da renda para 600,00.6. Uma diminuição da renda para 450,00.7. Demonstre, no gráfico, considerando os itens 5 e 6, qual a

quantidade máxima de bens que poderia ser consumida.

TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA

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A demanda (procura) de determinado produto é determinada pelas varias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo.

Ex. Se uma dona de casa apresenta uma demanda por carne. Ao se dirigir ao açougue ela adquire 3 kg, se fizer isto semanalmente, significa que o período é de uma semana.

A escolha do consumidor é influenciada por outras variáveis, alem do preço:

· Preço do bem· Preços de outros bens· Renda do consumidor· Gosto ou preferência do individuo.

Matematicamente, seria:

Dx = F(Px,P1, P2......, Pn, R, G)

Sendo:

Dx= a demanda do bem xPx= o preço do bem xP1, P2...Pn= o preço de outros bens consumidos pelas pessoasR= Renda do consumidorG= Gosto ou preferência do consumidor pelo bem

Ou:

Dx= F(Px), tudo o mais permanecendo constante (Ceteris Paribus).

Ex: Escala típica de procura:

Preços unitários ($) Quantidades procuradas (unids/ano)

2,00 18.000

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2,50 16.000 3,00 14.000 3,50 12.000 4,00 10.000 4,50 8.000 5,00 6.000 5,50 4.000 6,00 2.000

Se por exemplo o preço de mercado é R$ 4.00, isto corresponde ao consumo de 10.000 unidades daquele produto.

Portanto, o equilíbrio do consumidor ocorre naquele ponto, estabelecendo uma relação inversa entre preços e quantidades demandadas, indicando a “Lei da Demanda”. A quantidade demandada de um bem varia inversamente com seu preço, permanecendo constantes a renda disponível do consumidor e o preço dos demais bens.

Em outro caso, a demanda individual corresponderá à média dos “n” consumidores do mercado. Assim, a demanda agregada do conjunto de “n” consumidores de mercado conservará a mesma inclinação da demanda individual: os mesmos preços determinarão as mesmas quantidades do consumidor típico multiplicados pelo número de consumidores.

Em outras palavras, se o preço do bem “X” qualquer for igual a R$ 6,00, as quantidades do consumidor individual serão Qx = 2.000 e as quantidades demandadas por um mercado com 100 consumidores = 200.000 unidades.

Se outro grupo de 100 consumidores for igual a R$ 5,00, as quantidades demandadas será 6.000 x 100 = 600.000 unidades.

Portanto, as quantidades demandadas pelo mercado corresponderão a soma horizontal das quantidades demandadas pelos consumidores individuais, que no nosso ex. é de 800.000 unidades.

Tipos de mercadorias:

1- Mercadorias elásticas aos preços.2- Mercadorias inelásticas aos preços.

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Mercadorias elásticas: são mercadorias que pode ser aumentada na medida em que o consumo cresce. Normalmente são produtos industriais e de serviços. Ex. venda de automóveis.

Os preços dos produtos elásticos se formam basicamente pelos custos de produção, acrescido de margem de lucro, margem esta fixada por cada empresa competitivamente, tendo em vista que seu preço não pode ser muito diferente dos competidores. Na economia é chamado de “mark-up” (sobrepreço).

Mercadorias inelásticas: são mercadorias que a sua produção não pode alterada a qualquer momento. Ex. produtos agrícolas, o petróleo, etc.

Os preços dos produtos inelásticos, como os agrícolas, são determinados num leilão, e o comprador, em ultima analise, quem determina o preço pelo qual se vende o produto. Os preços resultam da especulação, com a quantidade disponível para ser vendida e a quantidade que se desejaria consumir.

A Elasticidade-Preço da Procura:

Devido às quantidades procuradas serem sensíveis ao preço, para determinados produtos, uma pequena alteração no preço pode provocar alterações bastante acentuadas nas quantidades procuradas, para outros não há grandes variações.

Elasticidade-preço da procura (ε) = Variação percentual qte procurada Variação percentual do preço

Procura elástica: ε = ∆ Q Qo > 1 ∆P Po

Procura de elasticidade unitária: ε = ∆ Q Qo = 1 ∆P Po

Procura inelástica: ε = ∆ Q Qo < 1 ∆P

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Po

Exs: 1- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte. Final = 60 unids. Preço final: 8,00

2- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 70 unids. Preço final: 8,00

3- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 55 unids. Preço final: 8,00

4- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 65 unids. Preço final: 12,00

5- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 75 unids. Preço final: 15,00

Pesquisa de elasticidade-preço e elesticidade-renda referentes a produtos alimentares e não alimentares:

Produtos Elasticidade-preço (Ɛpd)

Elasticidade-renda (Ɛrd)

Alimentares1-Cereais - 1,099 0,9502-Doces e salgados - 0,781 1,1003-Frutas - 0,837 1,0664-Carnes e embutidos - 0,795 1,0075-Oleos e Gorduras - 0,976 0,9276-Mandioca 0,280 - 0,5657- Açúcar - 0,011 0,2668- Farinha - 0,3609- Margarina - 0,200Não-alimentares10- Combustíveis e transportes

- 1,213 1,339

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11- Vestuário e calçados

- 0,682 1,316

12- Residência - 0,606 1,00910- Lã para vestuário - 1,320

Fonte: UFRGS, 1998

Obs:

Ɛpd < 1 = indicam que mudanças nos preços geram variações proporcionalmente menores nas quantidades demandadas, tudo o mais constante. Ɛpd = 1 = indicam que mudanças nos preços geram variações proporcional as quantidades demandadas. Ɛpd > 1 = indicam que mudanças nos preços geram proporcionalmente variações maiores nas quantidades demandadas, tudo o mais constante.

Elasticidade-Renda da Demanda:

Indica quando um determinado bem X irá variar a quantidade demandada desse bem em função de uma variação de seu preço.

ƐRd = (∆qx/qx)/( (∆R/R)

A função da elasticidade-renda da demanda, faz com que os bens sejam classificados em: bens normais ou superiores, onde a elasticidade-renda da demanda é positiva indicando que a quantidade demandada varia no mesmo sentido da renda, ou seja, maior consumo; os bens essenciais são os que apresentam baixa elasticidade renda (0< ƐRd<1); bens supérfluos são aqueles que possuem alta elasticidade-renda (ƐRd>1); e os bens inferiores são os apresentam elasticidade-renda negativa.

No ex. anterior, a mandioca, farinha e margarina indicam ƐRd < 0, um aumento da renda implica diminuição do consumo, são os chamados bens inferiores.

Carnes, frutas e doces são considerados bens essenciais, pois, a elasticidade-renda estão muito próximos de 1.

Já os vestuários/calçados e combustíveis e transportes são considerados bens supérfluos.

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O conceito, porém, é de que essencial ou supérfluo depende do nível de renda do consumidor.

Existem, também, os bens chamados de substitutos ou concorrentes e complementares, originando a chamada elasticidade-cruzada. São considerados bens substitutos ou concorrentes quando a elasticidade cruzada for positiva (Ɛxy >0). Já são chamados de bens complementares quando a elasticidade cruzada for negativa (Ɛxy <0). Se (Ɛxy =0) os bens são chamados independentes :

Ɛxy = (∆qx/qx)/( (∆Py/Py)

Os fatores determinantes da Elasticidade-preço da Procura:

· Essencialidade : refere-se ao grau de necessidade do produto, em contrapartida a sua caracterização como supérfluo. Os produtos de maior essencialidade tendem a ter coeficientes de elasticidade-preço baixos, inferiores a um ou próximos à zero (0,1 e 0,2). O gás de cozinha e a gasolina, ainda que os preços aumentem os consumidores não podem prescindir deles.

· Hábitos : a rigidez ou a flexibilidade de hábitos de consumo e forte fator determinante da elasticidade-preço da demanda. Os vícios, como os do cigarro ou o hábito de jornais e revistas tende a ser tornar rígido (0,45 e 0,50).

· Substitutibilidade : quanto maior o numero de produtos que se substituem mutuamente, maiores os coeficientes de elasticidade-preço de todos eles. A manteiga possui vários substitutos, margarinas, geléias, etc.

· Periodicidade de aquisição : o intervalo de tempo entre uma e outra aquisição do produto e também apontado com fator determinante da elasticidade-preço da procura. No mercado de automóveis, a curto prazo foi estimado em 1,2 e 1,5; a longo prazo em 0,2.

Deslocamentos da curva da Procura: fatores determinantes:

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· Demanda de um bem e o preço de outros bens substitutos: se um aumento do bem “i” aumentar a demanda do bem “x”, eles são chamados de bens substitutos ou concorrentes. Exs. manteiga e margarina, café e o chá, carne bovina e de frango, etc.

· Demanda de um bem e o preço de bens complementares: são aqueles consumidos conjuntamente. Se o aumento do bem “i” ocasionar uma queda na demanda do bem “x” são chamados de complementares. Exs automóvel e gasolina, caneta e tinta, etc.

· Relação entre a Demanda de um bem e a renda do consumidor: em geral existe uma relação crescente e direta entre a renda e a demanda de um bem ou serviço. Porem, existem exceções, como por ex os bens saciados ou bens inferiores. A demanda por carne de segunda se reduz com o aumento da renda, pois, passara a demandar carne de primeira.

TEORIA ELEMENTAR DA OFERTA

A oferta de determinado produto e determinada pelas varias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer no mercado, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo.

Ex: Escala típica de oferta:

Preços unitários ($) Quantidades ofertadas (unids/ano) 2,00 6.000 2,50 7.000 3,00 6.000 3,50 9.000 4,00 10.000 4,50 11.000 5,00 12.000 5,50 13.000 6,00 14.000

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Elasticidade-preço da oferta () = Variação percentual qte ofertada Variação percentual do preço

Oferta elástica: = ∆ Q Qo > 1 ∆P Po

Oferta de elasticidade unitária: = ∆ Q Qo = 1 ∆P Po

Oferta inelástica: = ∆ Q Qo < 1 ∆P Po

Exs: 1- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte. Final = 60 unids. Preço final: 11,00

2- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 70 unids. Preço final: 15,00

3- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 60 unids. Preço final: 12,00

4- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 65 unids. Preço final: 9,00

5- Qte inicial= 50 unids. Preço inicial: 10,00 Qte final= 75 unids. Preço final: 13,00

Deslocamentos da Curva da Oferta: Fatores Determinantes.

· Capacidade instalada: a capacidade instalada das empresas aptas a produzir e um dos mais importantes fatores determinantes da oferta de qualquer produto.

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· Condição de oferta dos fatores: as ofertas dos fatores de produção podem alterar-se para mais ou para menos os custos de produção.

· Preços de insumos: reduções nos preços de fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes podem induzir a expansão da oferta de produtos agrícolas.

· Tecnologia: mudanças tecnológicas modificam padrões de produtividade e de produção e alterar a oferta para mais.

· Expectativas: as expectativas dos produtores quanto a evolução da procura transmitem-se para a capacidade de oferta, o mesmo ocorrendo com suas expectativas quanto ao comportamento futuro dos preços de seus produtos.

O EQUILIBRIO DO MERCADO: A INTER-RELAÇÃO ENTRE A PROCURA-OFERTA

O mercado, num sistema econômico, é formado pelas pessoas que querem comprar e pelas que querem vender bens e serviços, ou seja, os consumidores e empresários tem a intenção de compra e venda. O preço de equilíbrio numa procura e oferta e dada pela intersecção das curvas de procura e oferta.Ex:

Preços unitários Quantidades (unidades-ano)

Quantidades (unidades-ano)

Relações estabelecidas

2,00 18.000 6.000 QP>QO 2,50 16.000 7.000 QP>QO 3,00 14.000 8.000 QP>QO 3,50 12.000 9.000 QP>QO 4,00 10.000 10.000 Equilíbrio 4,50 8.000 11.000 QP<QO 5,00 6.000 12.000 QP<QO 5,50 4.000 13.000 QP<QO 6,00 2.000 14.000 QP<QO

O mercado como regulador na Lei da Procura e Oferta:

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Os movimentos de preços, para cima e para baixo, denotando os deslocamentos na procura e na oferta, simultâneos ou não, atuam como fator de estimulação e de desestimulo para produtores e de excitação ou retração dos consumidores.

O economista M. Ezequiel retratou o teorema conhecido como “cobweb theorem” (teorema da teia de aranha), segundo a qual, dadas a procura e a oferta totalizadas de um produto qualquer, os preços, ainda que desajustados em determinado momento, evoluem na direção de um ponto de equilíbrio.

MODELO SIMPLIFICADO DO SISTEMA ECONÔMICO:

Agentes econômicos e o Fluxo Real e Fluxo Monetário:

Agentes econômicos:

EMPRESAS:

Setor Primário: lavouras (permanentes e temporárias); produção animal; reflorestamento e silvicultura; produção extrativa vegetal.

Setor Secundário: Indústria extrativa mineral e indústria de transformação. Exs: transformação de minerais não-metálicos; produtos alimentares; vestuário e calçados, etc.

Setor Terciário: comércio (varejista e atacadista); transportes (rodoviários, hidroviários, aeroviários e ferroviários); comunicações (correios, radiodifusão e TV, telecomunicações); Financeira (bancos, bolsa de valores, distribuidora e corretora de valores); Hospedagem e alimentação; Serviços Pessoais; Imobiliárias (comércio imobiliário, administração e locação), OGNs, etc.

FAMILIAS:

Compõe-se do público em geral, cujos indivíduos são os proprietários dos fatores de produção (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial).

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GOVERNO:

Nos três níveis: municipal, estadual e federal.

Fluxo Real: Representa de um lado o emprego efetivo de fatores produtivos e de outro lado, pelos produtos gerados, que se destinam ao consumo final ou ao processo de acumulação.

Fluxo Monetário: Representa de um lado o pagamento de bens e serviços e de outro dos fatores envolvidos.

Empresas Famílias

Fatores de produção (Capital e Trabalho)

Remuneração dos fatores de produção

Compra de bens e serviços

Bens e serviços

Introdução de um imposto no equilíbrio de um mercado:

A introdução de um imposto seja uma cota fixa, ou um percentual sobre as vendas ad valorem, por ex. o ICMS, modifica o equilíbrio de um mercado.

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Eficiência Produtiva:

É a mobilização dos fatores de produção de que todas as economias dispõem, independentemente de seus estágios de desenvolvimento. A eficiência produtiva só é alcançada quando os recursos mobilizados estão totalmente empregados e não ociosos, ou seja, estão operando no limite máximo de seus potenciais (maximizar o emprego dos recursos – redução para zero do subemprego e o desemprego involuntários).

Eficiência Produtiva Pleno emprego Fatores de Produção (mão-de-obra mobilizável totalmente ocupada; bens de capital disponíveis utilizados plenamente; processo produtivo utilizando melhores padrões tecnológicos conhecidos).

Limite máximo da eficiência Pleno emprego não há mais ociosidade a ser aproveitada qualquer acréscimo na produção de um bem ou serviço implicará reduções na produção de outro.

Expansão das fronteiras de produção acontece quando há acréscimo dos fatores terra, trabalho e capital ou desenvolvimento de tecnologias mais avançadas, que permitem produzir mais com os mesmos recursos disponíveis.

2- A TEORIA DA FIRMA

Firma: no sentido econômico, podemos considerar como uma unidade de produção, que atue racionalmente, procurando maximizar seus resultados relativos à produção e lucro.

Fatores de Produção: São bens e serviços transformáveis em produção.

Produção: É a transformação dos fatores de produção adquiridos pela empresa em produtos para a venda no mercado.

Lucro total = Receita total – Custo total

Lucro total = (Pvu x Qte) – (CF + CV x Qte)

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Ex.

Quantidades procuradas e vendidas (unidades/anos)

Preços unitários (PVu)

Receita total

RT= Pvu x Qte

Receita Marginal RMg em R$

100 20,00 2.000,00 18,00 200 19,00 3.800,00 300 18,00 5.400,00 400 17,00 6.800,00 500 16,00 8.000,00 600 15,00 9.000,00 700 14,00 9.800,00 800 13,00 10.400,00 900 12,00 10.800,00 1000 11,00 11.000,00 1100 10,00 11.000,00

* Receita Marginal = É o acréscimo de receita por unidade vendida, quando, na escala da receita total, passamos de um patamar para outro. Ex: 3800-2000 = 1.800 ou seja, com acréscimo de 100/unids ou 1800 100 = 18,00 de receita marginal. RMg = ∆Receita total Δ unids adics. * Faça a curva de procura e de receita total

Fatores Fixos, Variáveis, Médios e Marginais na Produção e o Fator Tempo:

Curto Prazo: Os custos fixos não se alteram em decorrência de mudanças nas quantidade produzidas. Eles incluem edificações, equipamentos, aluguéis, etc. Já os custos variáveis se modificam em função do volume da própria produção. Alguns exs. matéria-prima, mão-de-obra, energia, etc.

Longo Prazo: Tanto os custos fixos e variáveis, em principio, variam, quer em decorrência de alterações de na dimensão da empresa,

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quer por mudanças nas tecnologias de produção ou ainda em função de modificações nos suprimentos e preços dos fatores produtivos.

Ex:

Qte produzidas (unidades/Ano)

Custo Fixo Total – CFT

Custo Variável Total – CVT

Custo Total

0 2.000 0 2.000 100 2.000 1.600 3.600 200 2.000 2.700 4.700 300 2.000 3.360 5.360 400 2.000 3.820 5.820 500 2.000 4.300 6.300 600 2.000 5.100 7.100 700 2.000 6.420 8.420 800 2.000 8.220 10.220 900 2.000 10.520 12.520 1000 2.000 13.620 15.620

* Faça a trajetória das curvas do custo fixo total e custo variável total, num só gráfico.

Custo Fixo Total = Não se altera, a curto prazo, em função das quantidades produzidas.

Custo Fixo médio: resulta da divisão do custo fixo total pelas quantidades produzidas, para cada um dos diferentes níveis de produção admitidos.

CFm = CFT q Custo Variável Total: Aumenta em função do aumento das quantidades produzidas, mas não na mesma proporção.

Custo Variável médio: resulta da divisão do custo variável total pelas quantidades produzidas, para cada um dos diferentes níveis de produção admitidos.

CVm = CVT q

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Custo Total Médio: Resulta da divisão do custo total pelas quantidades produzidas. É dado também, pela soma dos custos fixo médio e variável médio. CTm = CFm+ CVm

Custo Marginal: É o custo que a empresa incorre para produzir uma unidade adicional.

CM = ∆custo total Δ qte (unidades adicionais). Exercícios de revisão:

1- Com base no gráfico anterior, calcule o custo fixo médio, custo variável médio e o custo marginal:

Qte produzidas (unidades/mês)

Custo Fixo médio – CFm

Custo Variável médio - CVm

Custo total médio

Custo Marginal – CMg

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

* Faça a trajetória das curvas do custo fixo médio, custo variável médio, custo total médio e custo marginal, num só gráfico.

2- A maximização do lucro:

É a definição do ponto de lucro máximo. É a máxima distância entre a receita total e o custo total. Maximizar tem o sentido de otimizar os ganhos resultantes da atividade empresarial.

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Qte produzidas (unidades/anos)

Receita total Pvu x Qte

Custo totalCT= CFT + CVT

Resultado Econômico (lucro ou prejuizo) RE= RT – CT

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

* Faça a trajetória das curvas do custo total e da receita total, num só gráfico.

* Faça a trajetória da curva do lucro/prejuízo. Aponte o lucro máximo.

3- No quadro a seguir coloque a receita marginal e o custo marginal, encontrada nos quadros anteriores:

Qte produzidas e vendidas

Receita Marginal- RMg

Custo Marginal –CMg

Resultado Econômico – RE= RT – CT

0 100 200 300 400 500 600 700

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800 900 1000

* Faça a trajetória das curvas do custo marginal e da receita marginal, num só gráfico.

4- Se numa determinada economia de mercado, os consumidores são representados por duas pessoas, João e Maria, e a quantidade demandada por cada um deles é:

João: Preço (y) Quantidade (x) 20 Zero 10 10 Maria: 40 Zero 20 10 10 15

Pergunta-se: Qual a curva de demanda dos dois consumidores e a curva de demanda do mercado?

5- Uma determinada economia produz os produtos “trilhos” e “chapas”. No momento possuem 10.000 toneladas de aço de matéria-prima e pretendem produzir trilhos (eixo “x’) para estrada de ferro e chapas (eixo “y”) laminadas para a indústria automobilística e seus dirigentes resolveram através da “Curva de Possibilidades de Produção” testar as seguintes alternativas (em toneladas/ano), considerando os recursos disponíveis no momento:

Trilhos (x) Chapas (y)Alternativa “A” 250 0 Alternativa “B” 200 250Alterantiva “C” 150 450Alternativa “D” 100 600Alternativa “E” 50 700

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Alternativa “F” 0 750

Indique:

A-) O ponto do Pleno desemprego.B-) O ponto com capacidade ociosa.C-) O ponto do Pleno emprego.D-) O ponto do nível impossível de produção. E-) Se optar por produzir 100 toneladas/ano do produto “trilhos” até quanto poderá a economia produzir do “chapas”.F-) Se optar por produzir 250 toneladas/ano do produto “chapas” e 100 toneladas/ano do produto “trilhos”, quanto poderei aumentar do produto “chapas”?G-) É possível produzir 250 toneladas/ano do produto “chapas” e 300 toneladas/ano do produto “trilhos”? Qual a solução adotada na economia?H-) Num determinado momento a produção de 600 toneladas/ano de trilhos e de 100 toneladas/ano de chapas foi alterada para 300 toneladas/ano de trilhos e 200 toneladas/ano de chapas. Qual a razão que induziu a agirem de tal maneira?I-) Considerando as seguintes situações, dizer se houve um deslocamento positivo ou negativo das fronteiras de produção:

a- A peste negra na idade média que dizimou 25% a 35% da população européia.

b- Aumento da população mobilizável economicamente.c- Qualificação profissional da população.d- Situação de recessão econômica.e- A redução de investimentos do capital fixo.

6- De posse dos seguintes dados, calcule a elasticidade cruzada para café (X) e chocolate (Y) e para café (X) e açúcar (Y), dizendo se são bens substitutos ou complementares:

Produto Po Q0 P1 Q1

Chocolate (Y)

40 100 60 60

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Café (X) 20 80 20 10

Produto Po Qo P1 Q1

Açúcar (Y) 10 40 20 30Café (X) 20 80 20 70

7- Calcule a elasticidade-renda da demanda para um conjunto de bens e classifique-os como supérfluos, necessários e inferiores, em função do valor da elasticidade calculada, preenchendo a tabela abaixo:

Qx ΔQx ΔQx/Qx

Renda (R$)

ΔR ΔR/R ƐRd Tipo de bem

10,0 15022,5 30040,5 50053,0 75064,7 1.05075,7 1.40085,5 1.90075,2 2.50043,6 3.500