Autismo Desafio Na Alfabetização e No Convívio

Embed Size (px)

DESCRIPTION

AUTISMO

Citation preview

  • ANA MARIA TARCITANO DOS SANTOS

    AUTISMO: DESAFIO NA ALFABETIZAO E NO CONVVIO ESCOLAR

    CRDA SO PAULO

    2008

  • 2

    ANA MARIA TARCITANO DOS SANTOS

    AUTISMO: DESAFIO NA ALFABETIZAO E NO CONVVIO ESCOLAR

    CRDA SO PAULO

    2008

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao CRDA Centro de Referncia em Distrbios de Aprendizagem, como exigncia parcial para obteno do grau de Especializao Lato Sensu em Distrbios de Aprendizagem. Sob a orientao do Professor Mestre Orlando Pereira de Souza Junior

  • 3

    ANA MARIA TARCITANO DOS SANTOS

    AUTISMO: DESAFIO NA ALFABETIZAO E NO CONVVIO ESCOLAR

    Trabalho de Concluso de Curso defendido e aprovado em ____/____/________, pela comisso julgadora:

    CRDA SO PAULO

    2008

  • 4

    Dedicatria

    Dedico a todas as famlias que se sentem desamparadas diante do diagnstico de autismo em seu filho, e a todas as pessoas envolvidas em meu trabalho e que contriburam com meu aprendizado.

  • 5

    RESUMO

    No Brasil no existe a preocupao ao atendimento de crianas autistas, h uma total desateno para com a formao adequada de profissionais das reas de medicina, psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, entre outras. No currculo destes cursos, as informaes sobre autismo so pobres e obsoletas, o que por sua vez impede que o trabalho de investigao diagnstica e interveno ocorram em tempo hbil. A escola recebe uma criana com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e se adaptar, esse comportamento logo confundido com falta de educao e limite. E por falta de conhecimento alguns profissionais da educao no sabem reconhecer e identificar as caractersticas de um autista. importante que a escola saiba diferenciar e encaminhar para um profissional capaz de realizar o diagnostico. Diante do diagnostico e o resultado do PEP-R, o professor poder criar um plano de ensino para aquela criana, com contedos prximos a idade global do autista. No devemos pensar no autismo como algo distante e condenado ao isolamento em escolas especializadas. Existem muitas coisas que podem ser feitas pelo autista, a principal acreditar que ele tem potencial para aprender, preciso saber que ele enxerga o mundo de forma diferente, mas vive no nosso prprio mundo, e cabe a ns no deix-lo ficar fora da escola e privado do convvio social.

    Palavras-chave: Autista; diagnstico; potencial para aprender.

  • 6

    ABSTRACT

    In Brazil there is not a concern about autistic children. There is a total inattention to the training of professionals in the fields of medicine, psychology, pedagogy, phonoaudiology, among others. In the curriculum of these courses, the information about autism are poor and outdated which prevents the work of research and diagnostic intervention occur in a timely fashion. The school received a child who is having problems relate to follow social rules, this behavior is just confused with lack of education and limits. And because of the lack of knowledge of some professionals, the do not know how to recognize and identify the characteristic of an autistic child. It is important that the school knows how to work with this child. Facing the diagnosis and result of PEP-R, the teacher can create a effective plan to work with that child. We should not think about autism as something distant and condemned to isolation in special schools. There are many things that can be made by autistic child. The main thing is to believe that the autistic child has a great potential to learn. We need to know that he sees the world differently and he lives in his own world. It is up to us not let him be out of the school and be deprived of social interaction.

    Key-words: autistic; diagnostic; potential to learn

  • 7

    SUMRIO

    INTRODUO................................................................................. 09 CAPTULO 1 - Entendendo a inteligncia, a aprendizagem............ 11 CAPTULO 2 - Autismo ................................................................... 15 2.1.Etimologia da palavra................................................................ 15 2.2.Definio.................................................................................... 15 2.3.Causas....................................................................................... 17 2.4.Caractersticas comportamentais.............................................. 18 2.5.Critrios diagnsticos de autismo.............................................. 20 2.6.Tratamento................................................................................. 22

    CAPTULO 3 - Famlia e Autismo.................................................... 26

    CAPTULO 4 - Propostas Educacionais........................................... 30

    CAPTULO 5 - Metodologia............................................................. 33

    5.1. Anlise dos dados.................................................................... 34

    Consideraes Finais.................................................................... 35

    BIBLIOGRAFIA............................................................................... 36

  • 8

    LISTA DE QUADROS

    Levantamento bibliogrfico de artigos de revistas acerca do tema.........33

  • 9

    INTRODUO

    Nosso Pas caminha com grandes dificuldades em direo ao atendimento de nossos hum milho de autistas. Seguimos uma postura assistencialista, tpica de pases do Terceiro Mundo. (BORALLI, 2007) Entidades organizadas lutam para que esta postura ceda lugar a propostas que visem garantia dos direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais, que se tornam, ento, sujeitos do processo de sua integrao social.

    O atendimento pessoa autista, no entanto, fica a cargo das associaes de pais e de algumas iniciativas privadas. O custo para se dar um atendimento digno e adequado a uma criana autista to alto, que inviabiliza o acesso da maioria da populao afetada, no garantindo, portanto, os direitos previstos na Constituio Federal, art. 23 II. tambm a cargo das associaes que ficam o esclarecimento, apoio e treinamento das famlias. Mais do que isso, as associaes tm estendido sua atuao no treinamento e formao de profissionais, posto que a situao do Brasil neste sentido crtica. H uma total desateno para com a formao adequada de profissionais das reas de Medicina, Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, entre outras. (BORALLI, 2007)

    No currculo destes cursos, as informaes sobre autismo so pobres e obsoletas, o que por sua vez, impedem que o trabalho de investigao diagnstica e interveno ocorram em tempo hbil. No que se refere bibliografia, tambm escassa. A maioria dos textos importada e traduzida, assim como as experincias nesta rea. A escola recebe uma criana com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e se adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento logo confundido com falta de educao e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educao no sabem reconhecer e identificar as caractersticas de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educao no so preparados para lidar com crianas autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso informao na rea.

    A escola tem importante papel na investigao diagnstica, pois o primeiro lugar de interao social da criana separadas de seus familiares, onde a criana

  • 10

    vai ter maior dificuldade em se adaptar s regras sociais, tarefa muito difcil para o autista.

    O diagnstico apenas o primeiro desafio que o Brasil precisa enfrentar. Em seguida, vem o mais complicado, o tratamento. Ele tem de ser individualizado e envolve uma srie de profissionais.

    Realizar um trabalho voltado para as dificuldades que envolvem o tema j justificaria a abordagem do mesmo. Trata-se de um levantamento bibliogrfico acerca do tema seguido de algumas observaes pautadas na experincia da autora com esse pblico. Faz-se necessrio entender o processo de desenvolvimento e aprendizagem e, para isso, utilizaremos como referncia a teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget, que traduz diferentes formas de organizao mental e diferentes estruturas cognitivas, que servir como base para realizar um plano de ensino apropriado para cada criana autista.

    Este trabalho tem como objetivo: abordar o conceito, caractersticas e critrios de diagnstico do autista; demonstrar a possibilidade do autista poder se relacionar com a sociedade e potencial para aprender; levar o conhecimento sobre o autismo ao maior nmero possvel de profissionais envolvidos na educao; permitir o conhecimento de estratgias usadas na alfabetizao da criana autista.

    Trata-se tambm de um levantamento bibliogrfico acerca do tema seguido de algumas observaes pautadas na experincia da autora com esse pblico.

  • 11

    CAPTULO 1

    1.1 Entendendo a inteligncia, a aprendizagem

    Encontramos na Teoria da Construo da Inteligncia de Piaget a possibilidade de compreender os fenmenos do processo de desenvolvimento e aprendizagem do sujeito. A importncia de compreender esses processos nos ajudam a saber o que esperar das crianas em determinada idade e de que forma elas percebem o mundo a seu redor.

    A teoria de Piaget (Apud PULASKI) do desenvolvimento cognitivo uma teoria de etapas, uma teoria que pressupe que os seres humanos passam por uma srie de mudanas ordenadas e previsveis.

    Para Piaget, (Apud PULASKI) as aes da criana no se desenvolvem num mesmo plano no sentido de se tornarem experincias cumulativas. Elas se diferenciam e conquistam qualidades novas, transformando-se. Tais aes se constroem em planos diferentes: sensrio-motor, operatrio concreto e operatrio formal. Obedecem a uma direo progressiva que parte do plano sensrio-motor e se complexifica e se aperfeioa continuamente, e que est sempre sustentada nas experincias sensrio-motoras. Assim, a construo da inteligncia pode ser esquematizada como uma espiral crescente voltada para a equilibrao resultante da combinao dos processos de assimilao e acomodao.

    Nesse processo, ocorrem estados de equilbrio diferenciados que expressam a capacidade de adaptao da inteligncia. Esta se consolida ao construir conhecimentos que possibilitam uma ao do sujeito sobre o meio, voltada para a adaptao.

    Piaget (Apud BANKS) indica que a ao humana tem como direo uma constante equilibrao. A ao se d em funo de alguma necessidade. Tal necessidade instala no sujeito um estado de desequilbrio, um rompimento da rotina em que vivia, provocando novas indagaes. O sujeito ento procura novas formas de se relacionar com o mundo, buscando uma melhor adaptao.

    Em seu crescimento, numerosas organizaes se transformam medida que a criana passa de um estado de equilbrio para outro. Todos esses estados de equilbrio so importantes porque do suporte para novas experincias a partir das

  • 12

    que j esto organizadas. Em cada estado de equilbrio, a criana representa mentalmente o mundo segundo condies especficas, as quais se transformam. Esses estados caractersticos de equilbrio bastante mveis em funo do prprio processo de equlibrao so chamados de estruturas. As estruturas so o aspecto varivel do desenvolvimento. (OLSON, David R. e colaboradores - 2000)

    Dessa maneira se constituem os seis estgios de desenvolvimento, estruturas bsicas que representam cada estgio e se sucedem, marcadas por equilibraes especficas.

    Os estgios traduzem diferentes formas de organizao mental, diferentes estruturas cognitivas. Cada uma dessas estruturas possibilita uma certa maneira de relacionar-se com a realidade, de atuar sobre ela, de compreend-la. Em outros termos, cada estrutura traduz uma forma particular de equilbrio nos intercmbios do ser humano com o mundo que o rodeia. O aparecimento de uma srie de novos comportamentos ou de novas aquisies pode ser considerado um indicador de um novo estgio de desenvolvimento, ou seja, constituindo-se na modificao progressiva dos esquemas de assimilao.

    Seguem as etapas do desenvolvimento, que Piaget chama de: Sensrio-motor, Pr-operacional, Operacional concreto, Operacional formal.

    Estgio Sensrio-motor inicia aproximadamente de 0 a 2 anos: a atividade intelectual da criana de natureza sensorial e motora. A principal caracterstica desse perodo a ausncia da funo semitica, isto , a criana no representa mentalmente os objetos. Sua ao direta sobre eles. Essas atividades sero o fundamento da atividade intelectual futura. A estimulao ambiental interferir na passagem de um estgio para o outro.

    Estgio Pr-operacional mais ou menos de 2 a 6 anos: a criana desenvolve a capacidade simblica; j no depende unicamente de suas sensaes, de seus movimentos, mas j distingue um significador (imagem, palavra ou smbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado. Para a educao importante ressaltar o carter ldico do pensamento simblico.

    Este perodo caracteriza-se pelo egocentrismo, isto , a criana ainda no se mostra capaz de colocar-se na perspectiva do outro, o pensamento pr-operacional esttico e rgido, a criana capta estados momentneos, sem junt-lo em um todo; pelo desequilbrio: h uma predominncia de acomodaes e no das assimilaes; pela irreversibilidade: a criana parece incapaz de compreender a existncia de

  • 13

    fenmenos reversveis, isto , se fizermos certas transformaes, somos capazes de restaur-las, fazendo voltar ao estgio original, como por exemplo, a gua que se transforma em gelo e aquecendo-se volta forma original.

    Nesse estgio, a criana no domina as operaes mentais, ela egocntrica, e no consegue ter outro referencial sem ser ela prpria.

    Estgio Operacional Concreto dos sete aos onze anos: a criana j possui uma organizao mental integrada, os sistemas de ao renem-se todos interligados. Piaget fala em operaes de pensamento ao invs de aes. capaz de ver a totalidade de diferentes ngulos. Conclui e consolida as conservaes do nmero, da substncia e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos, agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite um sem nmero de aprendizagens.

    Segundo Piaget, (Apud COUTINHO) a capacidade de um aluno resolver problemas de conservao depende de compreenso de trs elementos bsicos do raciocnio: identidade, compensao e reversibilidade.

    Neste perodo, o egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outro), que caracteriza a fase anterior, d lugar emergncia da capacidade da criana de estabelecer relaes e coordenar pontos de vista diferentes e de integr-los de modo lgico e coerente.

    Um outro aspecto importante neste estgio refere-se ao aparecimento da capacidade da criana de interiorizar as aes, ou seja, ela comea a realizar operaes mentalmente e no mais apenas atravs de aes fsicas tpicas da inteligncia sensrio-motor (se lhe perguntarem, por exemplo, qual a vareta maior, entre vrias, ela ser capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a ao mental, ou seja, sem precisar medi-las usando a ao fsica).

    Contudo, embora a criana consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais como as aes executadas mentalmente se referem, nesta fase, a objetos ou situaes passveis de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta. Alm disso, as aes representativas tornadas reversveis e pela organizao das operaes em estruturas de conjunto, inicialmente simples, vo se tornando cada vez mais complexas.

    Estgio Operacional Formal comea no incio da adolescncia. Nesta fase, a criana, ampliando as capacidades conquistadas na fase anterior, j consegue raciocinar sobre hipteses medida em que ela capaz de formar

  • 14

    esquemas conceituais abstratos e atravs deles executar operaes mentais dentro de princpios da lgica formal.

    A criatividade torna-se mais madura em relao aos demais estgios. Este estgio corresponde ao nvel do pensamento hipottico dedutivo ou lgico matemtico. (COUTINHO - 1992)

    Segundo Piaget, (Apud BANKS) a maioria dos alunos pode ser capaz de usar o pensamento operacional formal em apenas algumas reas nas quais eles tenham mais experincias ou interesse.

    Portanto, como o foco deste trabalho o autista, faz-se necessrio nos situarmos na problemtica do tema.

  • 15

    CAPTULO 2

    AUTISMO

    2.1. Etimologia da palavra autista:

    Do grego: autos, que quer dizer em si mesmo. A palavra autismo foi usada pela primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner, um psiquiatra infantil americano que percebeu em sua atuao profissional um grupo de crianas que se destacava das demais por duas caractersticas bsicas: forte resistncia a mudanas e incapacidade de se relacionar com pessoas (estavam sempre voltadas para si mesmas).

    2.2.Definio:

    O autismo passou e passa por um constante processo de investigao no que diz respeito sua definio. Existem trs definies que esto sendo amplamente usadas neste trabalho:

    Definio da The National Society for Autistic Children- USA- 1978 -Autismo uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave, durante toda vida. incapacitante e aparece, tipicamente, nos trs primeiros anos de vida. Acontece em cerca de 05 entre 10.000 (dez mil) nascidos e quatro vezes mais comum entre meninos do que em meninas. encontrada em todo mundo e em famlias de toda configurao racial, tnica e social. No se conseguiu provar nenhuma causa psicolgica no meio ambiente dessas crianas que possa causar o autismo. Apesar de estar fazendo uso desta definio, faz-se indispensvel registrar que houve mudanas de prevalncia. Hoje os dados registram 01(um) para cada 150(cento e cinqenta nascidos).

    Definio do DSM-IV (2002) O transtorno Autista consiste na presena de um desenvolvimento

    comprometido ou acentuadamente anormal da interao social e da comunicao e um repertrio muito restrito de atividades e interesses. As manifestaes do transtorno variam imensamente, dependendo do nvel de desenvolvimento e da idade cronolgica do indivduo.

  • 16

    Definio da CID.10 (2000) Autismo infantil: Transtorno Global do Desenvolvimento caracterizado por: a)

    um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de trs anos, e b) apresentando uma perturbao caracterstica do funcionamento em cada um dos trs domnios seguintes: interaes sociais, comunicao, comportamento focalizado e repetitivo. Alm disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestaes inespecficas, como por exemplo: fobias, perturbaes de sono ou alimentao, crises de birras ou agressividade (auto-agressividade).

    De acordo com o DSM-IV, esto inseridos neste grupo: O Transtorno Autista, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrado da Infncia, Transtorno de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outras Especificaes.

    A Sndrome de Rett, associada ao retardo mental profundo, afeta especificamente o sexo feminino e com o desenvolvimento de mltiplos dficits especficos, aps um perodo de funcionamento normal, durante os primeiros anos de vida. O uso das mos limitado, com o aparecimento de estereotipias caractersticas (como o movimento semelhante ao de levantar as mos). Podemos observar uma diminuio no crescimento do permetro ceflico e a presena freqente de sndrome convulsiva. Outros sinais passveis de serem encontrados so a hiperventilao episdica, as anormalidades eletroencefalogrficas e a deteriorao neurolgica lenta, bem como o aparecimento de rigidez e diminuio da mobilidade.

    Meninos tambm apresentam a Sndrome de Rett, entretanto, morrem rapidamente aps o nascimento. Meninas com a sndrome aparentam normalidade depois do nascimento. Dos seis para os dezoito meses, elas gradualmente perdem a fala e habilidades motoras. Depois, elas desenvolvem sintomas parecidos com autismo, como movimentos repetitivos, epilepsia e falta de contato social.

    O Transtorno Desintegrado da Infncia, que definido por um perodo de desenvolvimento normal no incio e por uma perda definitiva no curso de poucos meses, de anormalidades caractersticas do funcionamento social, comunicativo e do comportamento. Muitas vezes, h um perodo preliminar de doena vaga; a criana se torna irrequieta, irritvel, ansiosa e hiperativa. Isso seguido por empobrecimento e ento perda da fala e linguagem, acompanhado por

  • 17

    desintegrao do comportamento. Em alguns casos, a perda de habilidade persistente e progressiva (em geral quando o transtorno est associado a uma condio neurolgica progressiva diagnosticvel) e, mais freqentemente o declnio que ocorre em um perodo de alguns meses seguido por um plat e ento por uma melhora limitada.

    A Sndrome de sperger, caracterizada pelo mesmo tipo de anormalidades qualitativas de interao social recproca que tipifica o autismo, junto com um repertrio de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. O transtorno difere do autismo, primeiramente, por no haver nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem. A maioria dos indivduos de inteligncia global normal, mas comum que seja marcantemente desajeitada; a condio ocorre predominantemente em meninos. Parece altamente provvel que pelo menos alguns casos representem variedades leves de autismo, mas incerto se assim para todos. H uma forte tendncia para que as anormalidades persistam na adolescncia e na vida adulta e parece que elas representam caractersticas individuais que no so grandemente afetadas por influncias ambientais. Cabe ressaltar que a existncia dos Aspergers s foi reconhecida em 1993, antigamente eles eram considerados esquisites. (SCHWARSTZMAN, J.S. e colaboradores- 1995).

    2.3.Causas:

    Poucos distrbios ou doenas causam mais perplexidade, sugerem mais pesquisas e estudos como o autismo. E, no entanto, muito pouco ou quase nada se sabe sobre causas. Cientistas e estudiosos do mundo todo buscam o fator ou os fatores causadores do autismo, mas s conseguiram chegar a alguns fatores que poderiam ser predisponentes. So eles: rubola materna, fenilcetonria no tratada, encefalite, meningite, tuberosclerose, exposio qumica, desbalanceamento qumico durante o desenvolvimento da criana e predisposio gentica. Sobre este ltimo, poderamos citar a sndrome do X frgil. Diante destes vrios fatores predisponentes do autismo, estudos e experincias tambm foram realizadas com mes grvidas que faziam parte de um grupo de risco, ou seja, estavam dentro dos fatores predisponentes para gerarem filhos autistas e mes grvidas plenamente saudveis, que no compunham fatores

  • 18

    predisponentes. Elas eram, portanto, um grupo controle. Ocorre que dentro do grupo de mes de risco, nasceram crianas normais e dentro do grupo controle nasceram crianas autistas. Estes estudos colocam em constante questionamento s causas e os fatores predisponentes do autismo.

    J do conhecimento dos pesquisadores, h muito tempo, que existe uma alta correlao entre determinados parmetros neurolgicos e autismo: dficits cognitivos, crises epilticas e Q.I. (Quociente de Inteligncia) mais elevado em meninos do que em meninas, indicam alguns destes fatores orgnicos. (ASSUNPO,1997). Vrios estudos e pesquisas no sentido de evidenciar alteraes antomo-fisiolgicas nos crebros de pessoas autistas so realizados em vrios pases do mundo. Podemos citar os estudos do Dr. Gary Gaffeney (M.R.I.) Imagem por Ressonncia Magntica e os estudos do Dr. T. Hashimoto, entre outros. (Boralli, 2007)

    2.4.Caractersticas comportamentais

    Distrbios do relacionamento: Falta do desenvolvimento de uma relao interpessoal e de contato visual. Tanto o relacionamento com pessoas quanto com objetos inanimados esto alterados. Ausncia de sorriso social, desinteresse em participar de jogos e brincadeiras, preferncia por permanecer s, etc. Distrbios da fala e linguagem comunicao: Caracterizado por enorme atraso, com fixao e paradas ou total mutismo. A ecolalia comum, sendo associada ao uso inadequado ou reverso do pronome pessoal. Quando a fala comunicativa se desenvolve, ela atonal, arrtmica, sem inflexo e incapaz de comunicar apropriadamente as emoes. Na verdade, a comunicao como um todo est comprometida: linguagem oral comunicativa, linguagem receptiva, linguagem gestual e expresso facial. Distrbios no ritmo de desenvolvimento: O ritmo mais comum uma descontinuidade na seqncia normal do desenvolvimento. Distrbios da motilidade: So os maneirismos, complexos e ritualsticos: exame dos dedos, borboleta- flapping, caminhar na ponta dos ps, jogar-se para

  • 19

    frente e para trs, ninar-se, balanar (acompanhado de rolar ou balanar a cabea no ar ou no cho ou bater a cabea contra a parede), rolar ou girar objetos. Distrbio da percepo: H falhas na modulao de estmulos com distores na hierarquia normal, nas preferncias dos receptores e uma incapacidade na habilidade de usar estmulos sensoriais para discriminar o que importante ou no, ou seja, ocorre um erro de seletividade. H alternncia em procurar ou fugir de estmulos. Assim, certos estmulos o apavoram, como o barulho do liquidificador, ou rasgar papel, enquanto outros sons, que seriam desagradveis para crianas normais, como o arranhar da unha em um quadro negro ou em uma lixa, so procurados com insistncia. Tambm est relacionado aos distrbios da percepo, o fato de crianas autistas esfregarem mo e lngua nas paredes, terem dificuldades de receber alimentao slida e de irem de encontro a uma porta ou uma parede. (SCHWARSTZMAN, J.S. e colaboradores, 1995). Os Aspergers falam perfeitamente bem, at sem erros. Eles s tm dificuldade de usar a linguagem como meio de contato social. Os obstculos para a comunicao so sua indisposio ao contato e o foco de interesse restrito. Eles podem discorrer horas sobre dinossauros, relaes matemticas ou determinado perodo histrico, mas no conseguir cumprimentar os vizinhos.

    Segundo ELIANA R. BORALLI (2007) psicomotriscista e coordenadora da Auma-Associao dos Amigos da Criana Autista, durante um curso realizado pela autora, no autista existe uma alterao nos dozes sentidos. So eles: trmico, ttil, orgnico( capacidade de sentir e defender a vida), equilbrio, cinestsico (conjunto de movimento do corpo, como um todo), audio, linguagem, Eu (somos nicos e exclusivos), pensamento , viso, paladar e olfato.

    O autista no sente dor, no tem noo do eu, o eu no foi constitudo, a criana pode comer em demasia, pode ocorrer uma inverso de temperatura.

    A mielinizao ocorre no autista, mas no ocorre sinapse, por isso a criana tem vrias agnosias.

  • 20

    2.5.Critrios diagnsticos de autismo infantil (Segundo a Associao Americana de Psiquiatria)

    O incio dos sintomas antes dos trinta meses de idade, podem ser caracterizados por: falta persistente de resposta social a outras pessoas, comprometimento acentuado do desenvolvimento da linguagem e da fala (se ocorrer) com caractersticas peculiares como ecolalia, linguagem metafrica e reverso dos pronomes, respostas bizarras a diversos aspectos do meio ambiente, resistncia a mudanas, ausncia de delrios e alucinaes, associaes desconexas do pensamento e incoerncias. Em alguns casos, como diagnstico em geral, as caractersticas do beb autista so: desinteresse pelo aleitamento materno, possui hbitos alimentares seletivos, podendo ter restries quanto consistncia e qualidade, agitao, choro excessivo (choro neurolgico) e sono entrecortado, ou seja, conduta extremamente irritadia, a criana extremamente calma, ou seja, aquele beb bonzinho que toda me gostaria de ter (conduta extremamente calma).

    O beb autista, normalmente, no olha para a me, seu olhar distante, perdido, no se aninha no colo, no se fixa nos objetos e no ambiente sua volta, no reage aos sons da casa (campainha, rdio, teve, telefone), mostra-se muito flcido ou muito rgido.

    Alguns bebs autistas jamais sorriem, seus balbucios no buscam estabelecer comunicao, tm dificuldade ao contato com pessoas, principalmente aquelas estranhas ao seu convvio, reage com choro excessivo, quando muda de ambiente, apresenta ausncia ou atraso de resposta antecipatria de ser apanhado, como o levantar dos braos.

    Geralmente, buscam conforto em comportamento estereotipado. Mexer os dedos em frente aos seus olhos um dos movimentos mais freqentes.

    Podem comportar-se como se fossem surdos, no respondendo ao chamado de seus pais.

    Podem ter averso ao contato fsico. A criana evita relacionar-se com pessoas e situaes desde o incio da vida.

    Podem no ter reao de surpresa (brincadeira do achou). Em crianas um pouco maiores, aparecem outras caractersticas como:

    podem ter hipersensibilidade a determinados sons; s vezes apresentam ecolalia

  • 21

    (repetio imediata ou tardia de frases e sons ouvidos); pode ter averso ao contato fsico, tm tendncia para o isolamento; podem apresentar um movimento tpico dos antebraos e mos flapping; podem andar na ponta dos ps descalos; s vezes, gostam de girar objetos, comum serem inquietos ou terem comportamentos estranhos; podem ter interesse limitado e alguns tm habilidades especiais.

    A funo do diagnstico no dar um nome ou um rtulo criana. Ele um ponto de partida para a interveno imediata e para a determinao de uma estratgia e de uma direo de tratamento.

    Quanto mais nova a criana, maior sua plasticidade neuronal. Em outras palavras, a criana pequena est muito mais aberta, sensvel, responde mais prontamente a qualquer estimulao por parte de outras pessoas e do ambiente. medida em que passa o tempo, a criana estabelece formas de ser e agir cada vez mais rgidas e resistentes a intervenes. (CD Autismo Voc sabe o que ? AMA).

    Segundo o neurologista JOS SALOMO SCHWARTZMAN, (2007) mais de 70% dos casos no so diagnosticados. Vejo muitos quadros claros, de autismo clssico, com diagnstico equivocado. Os pediatras no sabem diagnosticar. um problema que afeta at os mdicos de primeira linha. (Revista poca 11 de junho de 2007).

    Os mdicos no conseguem reconhecer os sintomas de autismo porque no so preparados para isso, diz a psiquiatra da infncia e da adolescncia Rosa Magaly Moraes (2007), A psiquiatria infantil no disciplina obrigatria na formao de um pediatra. Segundo ela, o pediatra s vai perceber que h algo estranho com a criana quando ela j est com mais de 2 anos. Ento, a manda para um especialista. O diagnstico, em geral, percorre um caminho longo: do pediatra para a fonoaudiloga ou fisioterapeuta, da para o neurologista ou psiquiatra, psicoterapeuta etc. Isso, nos casos em que h diagnostico. (Revista poca 11 de junho de 2007).

    Esse nmero no chega a cinquenta mil, diz Estevo Vadasz, coordenador do Projeto Autismo no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Universidade de So Paulo. No h nenhum estudo srio sobre o nmero de autistas no pas, diz. Mas suspeita-se que haja um milho de casos ocultos. Como aqui, a maioria dos mdicos tinha a imagem estereotipada do autismo: considerava autista apenas

  • 22

    a pessoa totalmente incapaz de interagir socialmente. Com as novas normas, o nmero de casos explodiu. (Revista poca 11 de junho de 2007).

    Sem nenhuma divulgao oficial, o Hospital das Clnicas de So Paulo, um dos centros de referncia nacionais no tratamento de autismo, tem filas de candidatos a pacientes. Pessoas do pas inteiro viajam para se consultar com Estevo Vadasz. Ele diz que acompanha cerca de quatrocentos casos por ano. Entre eles, uns cem novos a cada ano.

    Por lei, as escolas so obrigadas a dar atendimento individualizado a crianas autistas. Os mdicos sabem que, se derem um diagnstico de autismo, a criana estar mais bem amparada.

    Ainda que haja exageros, a campanha pr-diagnstica positiva. Primeiro, ela permite que o tratamento englobe tambm casos mais leves, de pessoas que seriam antes consideradas apenas esquisitas. Pequenos dramas pessoais, de gente com dificuldades nas reas de comunicao, interao social e foco de interesse, passaram a receber ateno e cuidado. Mas o principal ajudar a detectar mais cedo os casos de autismo. Isso faz uma grande diferena no tratamento e nas probabilidades de o paciente conquistar autonomia. (Revista poca 11 de junho de 2007).

    2.6.Tratamento

    No existe um tratamento especfico. Como o autista pode variar muito na sua capacidade intelectual, compreenso e uso da linguagem, estgios de desenvolvimentos, idade na poca do tratamento, nvel de desenvolvimentos e personalidade, grau de gravidade do distrbio, clima e estrutura familiar, alm de outros fatores, qualquer mtodo usado pode funcionar muito para uma criana e nem tanto para outra.

    O uso de medicamentos um tratamento sintomtico, ou seja, no promove a cura. a base de medicao para crianas hiperativas, excessivamente irrequietas ou demasiadamente ligadas em estmulos ambientais, como distrbios do sono ou com comportamento autodestrutivo.

    Por no querer enxergar, muitos pais deixam seus filhos perder um tempo precioso de terapia. A palavra autismo assusta. No imaginrio popular, autistas vivem isolados num mundo impenetrvel, com um olhar perdido, se balanando

  • 23

    diante de uma parede, imunes a qualquer afeto. um esteretipo baseado em casos mais severos e comportamentos aparentemente sem soluo de crianas nunca tratadas.

    A psicoterapia tem sido til para os pais se sentirem menos culpados e mais fortes, e, assim, tornarem-se o grande trunfo no tratamento de seus filhos. J com relao prpria criana, estudos demonstram que tcnicas de modificao de comportamento so mais eficientes que ludoterapia para autistas profundamente retardados.

    O processo de condicionamento pode tornar mais fcil lidar com uma criana autista, e isto, sem dvida, vale a pena. Entretanto, deve ser enfatizado que uma criana, ao se tornar mais manejvel, no se torna necessariamente menos autista. (CD AMA e material colhido no curso de autismo realizado pela autora).

    Existem outras intervenes como a Terapia do Abrao, Reorganizao Neurolgica, mas, sem dvida, a interveno que tem mostrado melhores resultados estatsticos no mundo em termos de no institucionalizao de pessoas autistas o de Educao Especial pelo mtodo TEACCH- TREATMENT AND EDUCATION OF AUTISTIC AND RELATED COMMUNICATION HANDICAPPED CHILDREN- Da Universidade de Chapel Hill da Carolina do Norte, nos EUA. Baseado em forte estruturao, previsibilidade de aes e participao da famlia, a criana deve saber o que vai fazer, onde, como e por quanto tempo ela ficar naquela atividade. O PROGRAMA TEACCH reconhecido nacional e internacionalmente e adotado como modelo em vrias partes do mundo.

    Agora, com a lei da incluso, a escola deve estar preparada para receber o aluno autista. Quando recebemos uma criana difcil de lidar que apresenta um comportamento estranho, e que no interage com outras crianas, essa criana pode ser um autista de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Nesses casos, so os mais difceis de diagnosticar, porque a criana parece somente um pouco estranha. O importante a escola saber diferenciar este aluno e encaminh-lo para um profissional capaz de realizar o diagnstico.

    Diante do diagnstico, a escola dever preparar um plano de aula para essa criana.

    Acompanhamos o caso do Bruno, aluno que estudava no colgio onde trabalho. Por solicitao da escola, a me procurou uma psicloga que, aps o processo psicodiagnstico, enviou o relatrio para escola com a hiptese

  • 24

    diagnstica de psicopatia autista de Asperger. A me no acreditou, e a escola indicou o neurologista Dr. Jos Salomo Schwartzman, que tambm no confiou no relatrio da primeira psicloga e indicou outra profissional. Essa psicloga submeteu a criana a outra bateria de testes e definiu como hiptese diagnstica transtorno do impulso. Diante desse novo diagnostico, o Dr. Salomo medicou a criana e como proposta para escola (... que se tenha um pouco mais de tolerncia com relao diferena que o Bruno apresenta e que, acredito, com o passar do tempo e com o evoluir do tratamento tende a desaparecer.) o que no verdade, pois autista ser sempre autista.

    Sem nenhuma melhora no quadro, a me procurou outra psicloga, que diagnosticou Autismo, e isso aconteceu quando Bruno j estava na 3 srie.

    Essa famlia passou trs anos de angustia at aceitar que, o primeiro diagnstico estava correto, e houve um grande desperdcio de tempo, dinheiro e desgaste emocional para todos. O que podemos concluir que at mesmo os profissionais tm receio em fornecer o verdadeiro diagnstico.

    Um recurso que deve ser utilizado por um profissional especializado o teste PEP R, Perfil Psicoeducacional Revisar, que um instrumento sistemtico de descrever o comportamento da criana. A observao direta do comportamento durante o teste organizada e registrada nas maiores reas pertinentes ao autismo: relacionamento e afeto, brincar e interesse por materiais, respostas sensoriais e linguagem. O perfil obtido nas sete reas de desenvolvimento proporciona informaes teis relativas natureza das habilidades do aprendizado e das dificuldades da criana.

    importante ressaltar que o PEP-R no um teste definitivo e nem cem por cento fidedigno s potencialidades e dificuldades de cada criana. No definitivo, porque, com a implementao de trabalho especfico, podero ocorrer evolues e melhoras no perfil geral da criana e o inverso tambm verdadeiro, ou seja, a no implementao de trabalho poder gerar deteriorizaes de comportamento e aprendizado. Tambm no 100% fiel s potencialidades e dificuldades de cada criana porque toda situao de teste e demanda implica em colocar a testante em ambiente estranho de seu convvio dirio, com pessoas e situaes diferentes, o que, sem dvida nenhuma, produz estresse e ansiedade que, em ltima anlise, podem alterar os resultados finais. Sendo assim, muito importante que fique bem claro que o PEP-R apenas um ponto de partida para a elaborao de um plano de

  • 25

    ensino individual e que os seus resultados podero ser alterados com o passar do tempo.

    O PEP-R possui uma escala de comportamento que avalia: relacionamento, material, sensorial e linguagem. Uma escala de desenvolvimento que avalia: imitao, percepo, coordenao motora fina e grossa, integrao olho mo, desempenho cognitivo e desempenho cognitivo verbal.

    Em cada rea funcional do teste, descreveremos no que a criana passou, se obteve respostas emergentes ou insuficientes. Isso vai ser importante no momento de criar um plano de ensino para a criana, porque nas reas emergentes onde a criana reflete prontido para aprender novas habilidades e indicam os pontos de partida adequados para a programao educacional, e as insuficientes devero ser mais trabalhadas.

    A escala do perfil de desenvolvimento do PEP-R nos fornecer a idade de desenvolvimento, que nos autistas apresentam um desnivelamento com a idade cronolgica. Por exemplo, uma criana pode ter 10 anos e no resultado da escala do PEP-R ele pode apresentar uma idade global de 3 anos.

    Esse teste importante, pois diante dos resultados poderemos fazer uso da teoria do desenvolvimento de Piaget e saber o estgio em que ela se encontra diante dos dados obtidos e elaborar estratgias para que ocorra a aprendizagem. (GAUDERER - 1987).

    Segundo ELIANA BORALLI (2007), o desenvolvimento do autista acontece em ziguezague, altos e baixos. Ele precisa de acomodao, como j dizia Piaget (para Piaget a aprendizagem e o desenvolvimento so concebidos como processos resultantes da formao contnua de esquemas, que so produzidos pela adaptao -assimilao e acomodao-) dentro da sua aprendizagem; muitas vezes pode levar um tempo maior que as outras crianas, isso acontece principalmente na adolescncia. O perodo de acomodao pode levar at 3 meses, o que causa a falsa impresso de que o jovem no vai sair daquele estgio.

    O plano de ensino tem que ter contedo prximo idade global do autista e o professor tem o poder de mudar o plano, se julgar necessrio.

    importante catalogar as atividades dos alunos, fazer um grfico, caso ocorra 100% da aprendizagem, quer dizer que estava muito fcil, caso ocorra 50%, o plano estava muito difcil. O ideal que ocorra 80% da aprendizagem.

  • 26

    CAPTULO 3

    3.1 Famlia e autismo

    Quando uma criana nasce, os pais depositam nela planos, expectativas e sonhos. Como os pais de crianas autistas lidam com essas questes?

    A maioria das crianas autistas parece perfeitamente normal e so dadas como normais ao nascerem. Os pais vivem bem por, talvez, um ou dois anos, durante os quais, lentamente, torna-se bvio que seu filho diferente.

    A me quem logo percebe que alguma coisa est errada, mas disfara e passa por cima. muito doloroso admitir.

    Esse tempo todo, os pais esto parcialmente conscientes de que h algum problema. Algumas vezes, sentem uma fisgada aguda de ansiedade, principalmente quando comparam seu beb com uma criana normal e, outras vezes, se tranqilizam porque ele engatinha e anda na idade certa, parecendo esperto e inteligente.

    Esse longo processo de dvida, indeciso e insegurana s faz aumentar a dor, quando a verdade conhecida. Vem o processo de busca por um diagnstico: o que que o filho tem? A famlia inteira comea a cobrar a diferena e exige dos pais um posicionamento.

    Na busca pelo diagnstico, a caminhada longa e rdua. Cada profissional fala uma coisa e no raro encontrar aqueles que digam que a culpa da me, aumentando, ainda mais, a indeciso, a dvida e a insegurana. Quando finalmente o diagnstico vem, a negao a primeira reao dos pais: No, no pode ser, isto no verdade! No meu filho!

    H pais que vivem na negao, no passam dessa fase nunca. Acompanhamos um caso de negao ao receber um aluno bastante complicado, que se matriculou na primeira srie da escola onde trabalho. Um fato curioso: aquela criana j tinha passado por cinco escolas. Logo de imediato, foram constatadas algumas caractersticas estranhas, pois ele desestruturou a dinmica da sala com sua conduta, os pais foram chamados por diversas vezes, a escola solicitou que os pais procurassem ajuda de profissionais, e isso s ocorreu por presso da escola. A

  • 27

    psicloga foi proibida de dar o verdadeiro diagnstico escola, mas fez contato via telefone e informou coordenadora que se tratava de autismo e se o fizesse em relatrio perderia aquela famlia que, ainda registrou em conversa a psicloga, quando a criana tinha dois anos de idade, uma prima da me, que mdica, j tinha falado em autismo, fato esse que afastou completamente os pais do restante da famlia. Logo depois, por presso da escola, os pais transferiram o filho para outra escola.

    Ter um filho com autismo uma possibilidade jamais sonhada por algum que pretende ter um filho.

    O profissional que diagnosticou considerado o responsvel por este diagnstico e, com isso, culpado. Da ser alvo da raiva, agresso e sentimento de culpa desses pais.

    A raiva a segunda reao frente ao diagnstico e associada a ela vem a agresso e o sentimento de culpa. A raiva se manifesta de diversas maneiras: desde parar o tratamento com este profissional revelia, at agredi-lo fisicamente ou com palavras de baixo nvel. Alm disso, fala-se mal deste profissional e louva-se extremamente um profissional anterior, colocando-o nas alturas.

    O profissional anterior, desatualizado ou desinformado a respeito do problema do filho, nega o diagnstico, o que por sua vez alivia os pais e os faz elogiar este profissional.

    Na verdade, os pais buscam o diagnstico, mas no querem encontr-lo. Pais e profissionais negam. Parece que o problema est resolvido. O diagnstico s explode mais tarde.

    s vezes, o profissional nega o diagnstico e os pais no, mas se sentem atrados pela boa nova e se deixam seduzir: Afinal, ele o mdico e se ele acha que no....

    Os pais procuram um milagre, um caminho que ningum pensou. Quando os pais querem o diagnstico exato e o profissional nega o problema, comum mudarem de mdico. Nesta fase, entram em uma ciranda, como petecas, de mo em mo, atrs de quem lhes diga o que que o seu filho tem e o que fazer por ele. um perodo difcil e sofrido para os pais e para a criana.

    Todos os pais de filhos com problemas, passam por sentimentos como: negao, culpa, frustrao, medo, impotncia, ressentimento, raiva, rejeio, alm de fantasias diversas.

  • 28

    Ter uma criana deficiente gera um sentimento de culpa muito grande nos pais, mesmo que amem seu filho e tenham feito o melhor por ele. Eles se preocupam sobre o que acontecer quando no estiverem mais vivos para cuidar dele e tambm tm que pensar sobre o efeito da presena desta criana sobre seus irmos normais. A situao acarreta uma crise para qualquer famlia e, inevitavelmente, produz problemas emocionais para todos. A esposa e / ou marido passam a projetar um no outro este sentimento de culpa para aliviar a presso. Os filhos passam a cobrar dos pais, maior ateno em contrapartida ateno dada ao filho deficiente. Avs, tios e primos se afastam, rejeitando a convivncia com um clima to tenso e sem definio, com o qual no sabem lidar e nem como ajudar. Isto por sua vez, lhes produz sofrimento, insegurana e sensao de impotncia. Muitos familiares, na tentativa de ajudar, s vezes acabam produzindo mais presso. A sociedade, enfim, marginaliza e o preconceito cai como chumbo sobre uma famlia que j est bastante fragilizada.

    Autismo no muito comum e a maioria das pessoas no sabe nada sobre o assunto, levando os pais a se sentirem muito ss e ignorantes a respeito da condio e o que devem realmente fazer.

    Muitas so as vezes que pais passam por situaes difceis, uma vez que a criana autista parece normal. As pessoas, freqentemente, no entendem por que a criana autista grita ou se comporta mal em pblico e, nesta hora, os pais recebem desaprovao e crticas em vez de simpatia e ajuda. Uma criana com comportamento bastante inapropriado e imprevisvel uma tenso muito maior do que uma criana deficiente, mas que se comporta bem. Noites sem dormir podem se tornar um fardo quase intolervel nos primeiros anos. As crianas precisam de cuidados e isso requer considervel pacincia e habilidade por parte dos pais para garantir que os irmos e irms normais recebam a sua parcela de ateno e no fiquem contra ou rejeitem o irmo deficiente. Mes de crianas autistas, freqentemente, sentem que no podem visitar outras mes, porque seu filho difcil. Muitas so as famlias que optam pelo isolamento em suas prprias casas, com o objetivo de se pouparem de sofrimento. A presso insuportvel!

    Um filho autista exige muita energia da famlia. E como tudo que difcil, penoso e desgastante para o ser humano, sofre a tendncia de ser eliminado, desenvolve-se nos pais a sensao de rejeio.

  • 29

    Esta rejeio, entretanto, vem acompanhada de forte sentimento de culpa. A culpa novamente aparece forte e aguda. Os pais assam a se acusar mutuamente pelo que sentem, pois amam os filhos. Na verdade, os pais de filhos com problemas esto em um constante estado de luto pelo filho normal que no tiveram, esperaram, desejaram e que no se materializou. Esta sensao fica evidente em datas como aniversrios, passagens de ano escolar, formaturas, casamentos, etc. Traz tambm tona a lembrana e a realidade das dificuldades desse filho ou do que ele no vai ter. Estas datas podem exacerbar o quadro clnico ou agravar o relacionamento familiar, que tambm pode ser expresso por sintomas fsicos. As queixas de vida aumentam, conflitos com o cnjuge, com os filhos, no trabalho, mau humor, vontade de sumir, bebedeiras, etc. Porm, se forem capazes de aceitar a realidade e souberem tirar proveito dela, essa mesma dor ser motivo de crescimento emocional e espiritual. No uma aceitao entreguista, de submisso, mas sim de comportamento ativo, participativo.

    Apesar de todo sofrimento emocional, os pais devem encarar e enfrentar o problema como ele . Devem buscar ajuda profissional especializada, competente, atualizada e sria, alm de se informar a respeito, lendo livros, fazendo cursos e trocando informaes. O que est em jogo o tratamento e o futuro de seu filho. Devem, ainda, procurar contato com outros pais para troca de experincias e vivncias e, com isso, evitar a repetio de dificuldades, erros ou problemas.

    As associaes como clubes esportivos, religies, partidos polticos e associaes de bairros, so um segmento da sociedade que cresce cada vez mais em busca de espao para crianas autistas, seus direitos, sua dignidade e sua cidadania.

    Um trabalho participativo por parte dos pais retira-lhe dos ombros, a sensao de solido e impotncia e lhes d fora para encontrar o caminho ideal.

    Esse captulo foi construdo por depoimentos de pais de autistas, com os quais tive oportunidade de conviver durante um curso de autismo com ELIANA R. BORALLI, fundadora da AUMA- Associao dos Amigos da Criana Autista.

  • 30

    CAPTULO 4

    4.1 Propostas Educacionais para o Autista

    Segundo GAUDERER (1987), as crianas com autismo, em geral, apresentam dificuldade em aprender a utilizar corretamente as palavras, mas quando participam de um programa intenso de aulas parecem ocorrer mudanas positivas nas habilidades de linguagem, motoras, interao social e a aprendizagem.

    A escola tem um papel reconhecido no nvel da educao, na elaborao de estratgias para que estes alunos consigam desenvolver capacidades para se integrar e interagir com as outras crianas ditas normais. J a famlia tem tambm um papel importante, pois a responsvel por dar ateno, os cuidados, amor e ir zelar pela criana durante 24 horas, por toda vida. necessrio dispensar algumas horas para que as crianas possam se sentir queridas e mostrar o que aprenderam. Os pais podem encoraj-las a comunicar-se espontaneamente, criando situaes e estmulos que provoquem a necessidade de comunicao. No se deve antecipar tudo o que a criana precisa, deve-se criar momentos para que ela sinta a necessidade de pedir aquilo que precisa.

    O nvel de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente lento e gradativo, portanto, caber ao professor adequar o seu sistema de comunicao a cada aluno. O aluno deve ser avaliado para coloc-lo num grupo adequado, considerando a idade global, fornecida pelo PEP-R, desenvolvimento e nvel de comportamento. de responsabilidade do professor a ateno especial e a sensibilizao dos alunos e dos envolvidos para saberem quem so e como se comportam esses alunos autistas.

    A criana pode reagir violentamente quando submetida ao excesso de presso e, diante disso, preciso levar em conta se o programa est sendo positivo, ou se precisa haver outras mudanas.

    Como citado anteriormente, a importncia do ensino estruturado ressaltada por Eric Schopler (Apud BORALLI), no mtodo TEACCH. Normalmente, as crianas medida que vo se desenvolvendo, vo aprendendo a estruturar seu ambiente, enquanto que as crianas autistas e com distrbios do desenvolvimento, necessitam de uma estrutura externa para aperfeioar uma situao de aprendizagem.

  • 31

    No Brasil muito utilizado o mtodo de ensino TEACCH, que foi desenvolvido no incio de 1970 pelo Dr. Eric Schopler e colaboradores, na Universidade da Carolina do Norte. Em primeiro lugar, o TEACCH no uma abordagem nica, um projeto que tenta responder s necessidades do autista usando as melhores abordagens e mtodos disponveis. Os servios oferecem desde o diagnstico e aconselhamento precoce aos pais e profissionais at centros comunitrios para adultos com todas as etapas intermedirias.

    Os propsitos do mtodo, segundo GARY MESIBOV (Apud BORALLI), Diretor da diviso TEACCH so: habilitar pessoas portadoras de autismo a se comportar de forma to funcional e independente quanto possvel; promover atendimento adequado para os portadores de autismo e suas famlias e para aqueles que vivem com eles; gerar conhecimentos clnicos tericos e prticos sobre autismo e disseminar informaes relevantes atravs do treinamento e publicaes.

    H uma srie de regras e lembretes que facilitar o relacionamento entre o professor e a criana autista. Isto porque o maior desafio para o profissional lembrar-se da teoria na hora em que os problemas esto ocorrendo. Fazer esta transposio do conhecimento terico para a prtica muito difcil.

    O ensino o principal objetivo do trabalho com crianas autistas. Ensinar coisas funcionais para a criana autista a essncia de um trabalho adequado e a persistncia um grande aliado deste objetivo.

    Todo trabalho de interao da criana com objetos e com situaes do meio deve ser feito concomitantemente ao trabalho de capacitao, aos cuidados pessoais e ao lazer para socializao.

    As crianas autistas parecem que aprendem e entendem melhor vendo do que ouvindo. Por isso, quando pequenas, interessante exp-las ao mximo a esses estmulos.

    importante a continuidade do ensino para uma criana autista, para que se torne menos dependente, mesmo que isto envolva vrias tentativas, e ela no consiga aprender. preciso atender prontamente toda vez que a criana autista solicitar e tentar o dilogo, a interao, Quando ocorrer de chamar uma criana autista e ela no atender, necessrio ir at ela, pegar sua mo e lev-la para fazer o que foi solicitado. Toda vez que a criana conseguir realizar uma tarefa, ou falar uma palavra, ou enfim, mostrar progresso, prudente reforar com elogios. Quando se deseja que a criana olhe para o professor, segura-se delicadamente o rosto

  • 32

    dela, direcionando-o para o rosto do professor. Pode-se falar com a criana, mesmo que seu olhar esteja distante, tendo como meta um desenvolvimento de uma relao baseada em controle, segurana, confiana e amor.

    O contedo do programa de uma criana autista deve estar de acordo com seu potencial, de acordo com sua idade e de acordo com o seu interesse.

    Se a criana estiver executando uma atividade nova de maneira inadequada, importante a interveno rpida do professor, mesmo que para isso seja necessrio segurar a mo da criana ou at mesmo dizer-lhe a resposta. (PEETERS, 1998)

    Um exemplo que podemos citar Soma Mukhopadhayay, me de um garoto autista, que criou um mtodo pedaggico para estimular o relacionamento do filho com o mundo exterior.

    Tito um garoto de 15 anos de idade com todos os sinais clssicos do autismo de baixo funcionamento. Um mdico disse aos pais que o garoto era incapaz de entender o que ocorria ao seu redor. Os circuitos neuronais de Tito so comprometidos. Testados isoladamente os sentidos de Tito, concluiu-se que ele demonstrou ter uma hierarquia de sentidos: a audio encobria a viso, e ambas extinguiam o tato.

    A me educadora no desistiu, tentou todos os truques que se possa imaginar para tentar fazer com que o seu filho reagisse. Quando o encontrou olhando fixamente para um calendrio, ela apontou para os nmeros, dizendo o nome deles em voz alta. Durante uma semana, antes de completar 4 anos, Tito aprendeu a somar, subtrair e a formar palavras apontando para os nmeros e letras escritas em um quadro. Soma diz que no um trabalho fcil. Atualmente, ela trabalha em Los Angeles, utilizando seu chamado Mtodo de Estmulo Rpido, segundo relatos, com sucesso espetacular. Ela faz uso de qualquer que seja o canal sensorial aberto em uma criana e d certo. O mtodo de Soma no cientificamente vlido, mas para ela isso somente um detalhe, pois o importante que ela consegue atingir o seu objetivo alfabetizar as crianas autistas. (Revista Educao setembro de 2004)

  • 33

    CAPTULO 5

    Metodologia

    Levantamento bibliogrfico de artigos de revistas acerca do tema.

    Revista

    Estilos Clnicos

    Temas desenvolvimentos

    Estilos Clnicos

    Jornal de Pediatria

    Psicologia: Reflexo e critica

    Revista Brasileira de psiquiatria

    Revista Brasileira de Psiquiatria

    Psicologia: Reflexo a crtica

    Artigo

    Clinica do Autismo e das psicoses infantis ou como pensar a articulao psicanlise educao no tratamento das crianas.

    A educao de pessoas com desordens do espectro autistico e dificuldades semelhantes de aprendizagem.

    Da estereotipia construo da escrita num caso de autismo.

    Distrbios da aquisio da linguagem e da aprendizagem.(Autismo)

    Os enfoques cognitivista e desenvolvimentista no Autismo: uma anlise preliminar.

    Autismo: intervenes psicoeducacionais

    Autismo e ensino de habilidades acadmicas: adio e subtrao.

    Interao social no autismo em ambientes digitais de aprendizagem.

    Ano

    2001

    2003

    2003

    2004

    2004

    2006

    2007

    2007

  • 34

    5.1. Anlise dos dados

    Aps reviso bibliogrfica de artigos cientficos desenvolvidos a respeito do tema que envolvesse autismo aprendizagem educao, limitados pesquisa, nos anos de 2000 a 2008, podemos concluir que em um universo to amplo de trabalhos e pesquisas cientficas sobre educao, o nmero de artigos referentes ao tema que envolva autismo extremamente reduzido. Em oito anos encontramos somente oito artigos publicados. Conclumos que a bibliografia escassa e a maioria das informaes sobre autismo so pobres e obsoletas, limitando assim o profissional da rea da educao que fica sem recursos para sua atualizao e seu aprofundamento na problemtica que envolve a vida das crianas autistas.

  • 35

    CONSIDERAES FINAIS

    Hoje em dia discute-se a situao da vida de uma pessoa com necessidades especiais, principalmente a sua entrada e permanncia na escola, E o preparo dos professores para adaptar a criana com necessidades especiais com o objetivo de prolongar sua permanncia na escola.

    No devemos pensar no autismo como algo distante e condenado ao isolamento em escolas especializadas.

    Existem muitas possibilidades que podem ser feitas pelo prprio autista. A principal acreditar que ele tem potencial para aprender. Essas crianas necessitam de instrues claras e precisas e o programa deve ser essencialmente funcional, ligado diretamente a elas. preciso saber que ele enxerga o mundo de uma forma diferente, mas vive no nosso prprio mundo.

    Gostaramos de destacar um importante ponto desse trabalho que o PEP-R, seu resultado fornece a idade global da criana autista e aponta os itens emergentes, que so aqueles em que o autista apresenta maturidade cognitiva para aprender, por isso deve ser utilizado antes da realizao de um plano de ensino para o autista.

    Foram abordados contedos e informaes necessrias para que os profissionais da rea da educao tenham condies de reconhecer uma criana autista e encaminhar aos profissionais responsveis para diagnosticar o autismo. Aps toda esta explanao, fica claro para o profissional que trabalha numa escola e que recebe uma criana j diagnosticada com autismo, o desafio grande a ser superado. Mesmo com uma bibliografia escassa e, muitas vezes, a ansiedade da famlia, o profissional pode a cada dia desenvolver um trabalho em sala de aula, a fim de no privar a criana da escola e do convvio social. Simples prticas dirias podem fazer a diferena. Como se viu ao longo do que foi abordado no texto, a parceria entre famlia escola profissional competente de fundamental importncia para o progresso de uma criana autista.

  • 36

    BIBLIOGRAFIA:

    ASSUNPO, F.B. Jr. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil, Lemos Editora e Grficos Ltda. So Paulo, 1997.

    BANKS, Leite L. (Org.), Piaget e a Escola de Genebra, So Paulo, Editora Cortez. 1987.

    CID 10: Classificao de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID10. Organizao Mundial da Sade, Genebra Editora Artes Mdicas, Porto Alegre, 2000.

    COUTINHO, Maria Tereza da Cunha Psicologia da Educao: Um Estudo dos Processos Psicolgicos de Desenvolvimento e Aprendizagem Humanos, Voltado para a Educao, Belo Horizonte, Editora L, 1992.

    Curso: Autismo: Das questes tericas prtica, Coordenadora do Curso Eliana Rodrigues Boralli 2007.

    DSM- IV: Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais, Editora Artes Mdicas, Porto Alegre, 2002.

    GAUDERER, E. Christian, Autismo Dcada de 80. Uma atualizao para os que atuam na rea: do especialista aos pais, Ed. Almed, 2 edio, 1987.

    GOULART, Iris Barbosa, Piaget, Experincias Bsicas para Utilizao pelo professor, 14 Ed, Editora Vozes, Petrpolis, 1998.

    OLSON, David R. , TORRANCE, Nancy e colaboradores, Educao e Desenvolvimento Humano, Artmed, Porto Alegre, 2000.

    PEETERS, Theo, Autismo: Entendimento Terico e Interveno Educacional, Rio de Janeiro, Editora Cultura Mdica, 1998.

    PULASKI, Mary Ann Spencer, Traduo Vera Ribeiro, Compreendendo Piaget, Uma introduo ao desenvolvimento cognitivo da criana, 2 edio Rio de Janeiro, 1980

    Revista Educao, Setembro de 2004, Madhusree Mukerjee

    Revista poca, 11 de junho de 2007, Tnia Nogueira

    SCHWARSTZMAN, J. S. Assunpo, F.B. Jr. E Colaboradores, Autismo Infantil, Memnon Edies Cientficas Ltda. So Paulo, 1995.

    VADASZ, Estevo, CD, Autismo Voc sabe o que ? AMA Associao de Amigos do Autista.

    YAARI, Josef David, Os doze sentidos, 1 edio, 1984.