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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE ENFERMAGEM AUTONOMIA SANITÁRIA DO ADOLESCENTE E A PRÁTICA DO ENFERMEIRO Edinei Stefani Lajeado, novembro de 2015

AUTONOMIA SANITÁRIA DO ADOLESCENTE E A PRÁTICA … · CURSO DE ENFERMAGEM ... Termo de consentimento livre e esclarecido ... O ECA é referência desde 1990 para a criação de

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENFERMAGEM

AUTONOMIA SANITÁRIA DO ADOLESCENTE E A PRÁTICA DO

ENFERMEIRO

Edinei Stefani

Lajeado, novembro de 2015

Edinei Stefani

AUTONOMIA SANITÁRIA DO ADOLESCENTE E A PRÁTICA DO

ENFERMEIRO

Trabalho de Conclusão do Curso de

Enfermagem, do Centro Universitário

UNIVATES, apresentado como requisito

parcial para a obtenção do título de Bacharel

em Enfermagem.

Orientadora: Prof. Drª Giselda V. Hahn

Lajeado, novembro de 2015

RESUMO

A adolescência é um período em que o adolescente passa por intensas transformações físicas, psíquicas e morais. É uma fase que ele busca se autoafirmar e posicionar-se perante a sociedade, e ter autonomia frente às decisões que lhe dizem respeito. O profissional enfermeiro deve estar preparado para prestar o atendimento ao adolescente, identificando suas condições para a tomada autônoma de decisão em relação a sua saúde. Este estudo possui abordagem qualitativa, descritiva, cujo objetivo é identificar o conhecimento e a prática dos enfermeiros que atuam na atenção básica frente à autonomia sanitária do adolescente. A amostra constitui-se de oito enfermeiros que atuam em Unidades Básicas de Saúde de um município do interior do RS e realizam o atendimento a adolescentes. Os dados foram coletados por meio de entrevista. Os resultados apontaram que os enfermeiros têm dificuldades em compreender os aspectos legais da autonomia do adolescente. Somente um entrevistado citou que o adolescente tem autonomia para tomar decisões a partir dos 14 anos. Para outro, dependendo de seu diagnóstico, o adolescente não pode sair desacompanhado da UBS. Foi referido, ainda, que os adolescentes não procuram ou não voltam à unidade para continuar o tratamento. Todos concordaram que ‘cada caso é um caso’. Conclui-se que não há uniformidade entre os entrevistados frente à autonomia do adolescente, revelando que esse assunto precisa ser discutido nos serviços por meio da educação permanente e durante a formação básica dos profissionais da saúde. Descritores: Adolescente. Autonomia pessoal. Enfermagem em saúde comunitária.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 11

2.1 Autonomia .......................................................................................................... 11

2.2 Privacidade ........................................................................................................ 13

2.3 Confidencialidade ............................................................................................. 14

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 16

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ....................................................... 18

4.1 O enfermeiro e a autonomia sanitária do adolescente .................................. 18

4.2 A prática do enfermeiro frente ao sigilo, à confidencialidade e à privacidade na adolescência ....................................................................................................... 21

4.3 Facilidades e dificuldades no cuidado ao adolescente ................................. 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 32

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

APÊNDICES ............................................................................................................. 44

APENDICE A - Instrumento de coleta de dados ................................................... 45

APÊNDICE B - Carta de anuência .......................................................................... 46

APÊNDICE C - Termo de consentimento livre e esclarecido ............................... 47

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1 INTRODUÇÃO

A adolescência é um período do ciclo vital caracterizado por grandes

transformações nos aspectos físicos, cognitivos, sociais e afetivos, na definição da

identidade e maior independização dos pais (REICHERT; WAGNER, 2007;

CARVALHO, 2010). Essas transformações acontecem por meio das relações que o

adolescente estabelece com os pais e a família, a escola e a sociedade, e em todos

os meios possíveis em que haja o contato com outras pessoas (CARVALHO, 2010).

Essas mudanças fazem com que alguns jovens adquiram autonomia própria e

passem a agir por si mesmos, enquanto outros podem apresentar problemas com a

capacidade de autodeterminação (ISHIDA, 2015).

A adolescência é um fenômeno individual e os jovens sofrem influências

socioculturais que vão reformulando seu caráter geral, sexual e de gênero,

ideológico e vocacional (BRASIL, 2005). A adolescência é um período que possui

características próprias. Nessa fase ocorrem vários desafios, que podem ser

oportunidades ou riscos ao jovem. Este período é considerado um período confuso,

de contradições, mas também de formação da identidade e da autoestima (RAMOS;

MONTICELLI; NITSCHKE, 2000).

A palavra adolescência tem sua origem no latim adolescere, que significa

crescer em direção à maturidade (BERTOL; SOUZA, 2010). Para a Organização

Mundial da Saúde (OMS), a adolescência ocorre dos 10 aos 19 anos de idade, anos

completos. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8069/1990,

considera adolescência o jovem que está na faixa etária dos 12 aos 18 anos de

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idade. O ECA é referência desde 1990 para a criação de leis e programas que

assegurem os direitos desta população e criou essa diferença em razão da

regulamentação de alguns institutos, como a incidência de medidas socioeducativas

e autorização para viagens (BRASIL, 1990). Segundo Ishida (2014), a idade na qual

a criança passa a ser adolescente, depende muito das suas transformações físicas e

psicológicas. As mudanças físicas decorrem da alteração hormonal que influencia no

estado emocional do adolescente.

As alterações da puberdade são marcadas por rápidas modificações no

tamanho e na composição corporal. Um dos principais fenômenos que acontecem é

o pico de crescimento em estatura, acompanhado da maturação biológica

(amadurecimento) dos órgãos sexuais e das funções musculares (metabólicas),

além de outras mudanças que acontecem no corpo do jovem diferenciando os

gêneros (NICOLAI RÉ, 2011). As mudanças biológicas da puberdade são universais

e aparecem facilmente nos jovens. Essas mudanças ocorrem nas crianças dando-

lhes forma e sexualidade de uma pessoa adulta (SANTOS, 2005).

As características de desenvolvimento físico na adolescência são acentuadas

e ocorrem de forma irregular, ou seja, em um desenvolvimento mais acelerado em

pés e mãos, posteriormente pernas e braços e, por fim, o tronco. Ocorre o aumento

de tamanho e de massa muscular e, nesse estágio, o adolescente entra na

puberdade (PUOLI, 2010).

Segundo Ramos (2001), além das alterações nos componentes genéticos e

biológicos, o jovem possui uma estrutura psicoemocional para o questionamento e a

criação, além de conhecimentos que são construídos ao longo de sua vida. As

transformações psicológicas que acontecem nesta fase de desenvolvimento auxiliam

o adolescente a se preparar para estabelecer sua própria identidade. Neste

processo de transformação, o adolescente passa por momentos de estranheza e

inquietação, e ao mesmo tempo, contribui para a consolidação de seu

desenvolvimento (BRETAS et al., 2008).

A confiança depositada no adolescente por parte da sua família é de suma

importância, pois é sua primeira entidade socializadora. Essa tem influência direta

nas peculiaridades do adolescente, tanto no seu modo de relacionar-se com sua

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família, quanto na sua relação com a sociedade (ARAÚJO et al., 2011). Na

adolescência, o relacionamento entre pai e filho se torna mais igualitário, sendo que

a maioria dos jovens admira os pais e confia neles (KAIL, 2004).

Os pais e a família devem oferecer oportunidades de escolha para os filhos e

permitir que eles resolvam seus próprios problemas. Essa atitude dos pais para com

os filhos é coerente com a ideia de que adultos cooperaram com os jovens que,

nesta fase de desenvolvimento, já se compreendem como ‘um igual’ em relação aos

seus pais. Os pais devem acompanhar as tomadas de decisão de seus filhos,

orientar, aconselhar, mas jamais tomar as decisões por eles (CAETANO, 2009).

O processo de formação de atitudes e valores dos jovens vai determinar sua

vida futura e coincide com o momento em que os contextos familiares e sociais

passam a exigir responsabilidades com relação à sua vida pessoal e familiar, muitas

vezes, gerando conflitos entre as exigências concretas da vida e o próprio preparo

do indivíduo para assumi-las (CARTANA; RAMOS, 2005). Os jovens apresentam

características comportamentais entre as quais se pode destacar: a rebeldia, a

insegurança, a impulsividade e a agressividade (BERTOL; SOUZA, 2010).

O adolescente desenvolve a autonomia em uma fase na qual ocorrem

transformações cognitivas, sociais e afetivas que implicam em relações, seja ela

familiar escolar ou em meio à sociedade (CARVALHO, 2010). A autonomia vem de

um processo que evolui continuamente, em que habilidades são aperfeiçoadas e

novas capacidades adquiridas, tendo rápidas mudanças no tempo (LEONE, 2009).

O desenvolvimento global do adolescente deve ser objeto de atenção das

equipes de saúde. Entretanto, as questões prioritárias de atenção à saúde do

adolescente e jovem são o crescimento e desenvolvimento saudável, a saúde sexual

e reprodutiva e a redução de morbimortalidade por violências e acidentes (RAPOSO,

2009).

As principais causas em que tornam a adolescência vulnerável são os

acidentes de trânsito, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de

doenças por via sexual e endovenosa, em caso de uso de drogas injetáveis. Essas

questões devem ser trabalhadas na atenção à saúde dos adolescentes por meio de

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uma consulta individual e o fornecimento de informações sobre o assunto (BRASIL,

2005).

A Política Nacional de Saúde do Adolescente e do Jovem tem como objetivo

promover a atenção integral à saúde do adolescente e do jovem, que estão na faixa

etária de 10 a 24 anos, visando à promoção à saúde, à prevenção de agravos e a

redução da morbimortalidade. Esses cuidados devem ser feitos, principalmente, em

Unidades Básicas de Saúde, tendo como intuito a prevenção (BRASIL, 2006).

Os profissionais da área da saúde devem pensar em ações em que sejam

buscadas a promoção da saúde e a prevenção das doenças, de modo que se amplie

o conhecimento e as ações do cuidado ao adolescente, com estímulo à adoção de

um estilo de vida saudável (CARVALHO, 2010).

Na assistência aos jovens, os profissionais de saúde questionam o grau de

sigilo que devem manter. Isto porque a capacidade para tomar decisões e fazer

julgamentos adequados sobre questões de saúde depende da presença de certas

habilidades intelectivas e psicológicas que se estabelecem durante um processo de

desenvolvimento moral do indivíduo, só atingindo condições plenas quando for

adulto (CLOTET; LOCH, 2003).

O sigilo entre o adolescente e o profissional de saúde se torna um aspecto

essencial para obter o diagnóstico do paciente. A confidencialidade é um acordo

entre o profissional de saúde e o cliente, e a informação que este passa ao

profissional deve ser discutida e mantida em sigilo, se assim ele o desejar. Ela o

encoraja a descrever todos os seus problemas e circunstâncias de vida, facilitando a

escolha de qual caminho tomar para resolver sua necessidade (SAITO; LEAL;

SILVA, 1999).

A privacidade é aplicada para todas as faixas etárias na área da saúde, é

tanto um direito do paciente, quanto uma obrigação dos profissionais, os quais se

comprometem a não divulgar as informações relativas ao cuidado em saúde para

terceiros, se o paciente não o permitir (FORTES, 2002).

A falta de preservação da confiabilidade com o usuário e a família decorre da

má organização do serviço de saúde, mas pode ser causada também por falhas

8

entre os membros da equipe de saúde (PEREIRA; BURIGATTI; OLIVEIRA, 2014).

Conforme o Código Civil vigente no Brasil, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de

2002, o adolescente é um ser em desenvolvimento e, por isso, ele não responde

pelos próprios atos. Para definir quem é incapaz, o Código Civil, em seus artigos

3o e 4º, divide os menores em dois grupos segundo sua incapacidade. O primeiro

inclui os menores de 16 anos, que são considerados absolutamente incapazes.

Esses indivíduos devem ser representados em seus atos da vida civil. O segundo é

formado pelos maiores de 16 e menores de 18 anos de idade, que são classificados

como relativamente incapazes a certos atos da vida civil ou à maneira de exercê-los.

As pessoas que se encontram nesse grupo devem ser assistidas em seus atos. No

entanto, o Código Civil não define os atos em que esses menores são relativamente

incapazes (BRASIL, 2002).

Para Fortes (2002), a exceção a essa regra são os adolescentes

independentes. No Brasil, são independentes os jovens que se casam ou que estão

em união estável, que possuem emprego público efetivo, estão no ensino superior

ou possuem condições econômicas próprias.

Para a avaliação da capacidade do adolescente de tomar decisões, quatro

áreas devem ser consideradas: a capacidade de raciocínio, grau de compreensão

do problema e da informação, voluntariedade e natureza de decisão. Abaixo dos 12

anos de idade, o menor é considerado incapaz e o poder decisório é de seus pais. A

partir dos 14 anos, os casos devem ser avaliados, presumindo o grau de capacidade

do jovem; entre os 14 aos 17 anos costuma-se encontrar uma competência parcial.

Aos 17-18 anos, os adolescentes já estão aptos a todos os requisitos necessários

para decidir sobre si (LOCH; KIPPER; CLOTET, 2008).

Frente a uma tomada de decisão deve-se avaliar a responsabilidade e o

conhecimento do adolescente sobre o caso. A autonomia é o poder de decisão que

um indivíduo tem individualmente, efetuando de forma racional e independente as

suas próprias escolhas e, não deve ter a influência de nenhuma outra pessoa. Se

não houver a liberdade ou opções para a tomada de decisão, não haverá autonomia

(SILVA, 2012). Oliveira e Fortes (1999) afirmam que todas as pessoas,

independentemente da idade, têm condições para avaliar as questões envolvidas

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com sua própria saúde e analisar as consequências para tomar determinadas

decisões.

A capacidade para tomar decisões está na dependência da presença de

certas habilidades psicológicas obrigatórias. A decisão autônoma, que é o critério de

ter a capacidade ou não, se estabelece como parte do processo de desenvolvimento

do indivíduo (ISHIDA, 2014). O julgamento da competência ou incompetência de

uma pessoa, mesmo daquelas que por lei são consideradas incompetentes, deve

ser redigida para cada decisão em particular (MUÑOZ; FORTES, 1998).

Em algumas situações, a aplicação do princípio da beneficência pode ser

complicada por conflitos entre a concepção da equipe de saúde e dos responsáveis

sobre o que é mais benéfico para a criança. A conciliação entre a equipe de saúde e

os responsáveis deve sempre ser tentada, através de um diálogo esclarecedor, com

informações que de acordo com o grau de compreensão dos responsáveis, na

tentativa de convencê-los do melhor benefício para a criança e o adolescente

(KIPPER; CLOTET; LOCH, 2003).

A tomada de decisão dos adolescentes é de fundamental importância para a

compreensão e esclarecimento da doença (AZAMBUJA, 2006). Para trazer o

benefício ao adolescente, o profissional da saúde tem o dever de reconhecer o

direito de o cliente decidir sobre sua pessoa, seu tratamento e seu bem-estar (SANT’

ANNA; ENNES, 2006). A ética dos profissionais da saúde deve buscar benefícios ao

paciente e diminuir o risco de eventuais prejuízos. Ele deve garantir a assistência ao

paciente, colocando em prática seu conhecimento e experiência para assegurar que

tal atitude seja benéfica (FORTES, 2002).

O presente estudo tem como tema o conhecimento e prática do enfermeiro

frente à autonomia do adolescente para tomar decisões sanitárias e dirige-se aos

enfermeiros que atuam na atenção básica. Entende-se que a escolha desse tema

poderá auxiliar os profissionais a estar mais preparados para lidar com as questões

que envolvem o sigilo, a autonomia e a confidencialidade no atendimento de

adolescentes.

Durante a prática profissional, os enfermeiros que atuam nas Unidades

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Básicas de Saúde podem se deparar com situações de cuidado que demandam ao

adolescente autonomia para tomar decisões sobre sua saúde. O aconselhamento

sobre o uso de preservativo masculino, a necessidade de realizar controle de

natalidade com o uso de anticoncepcional oral, a preocupação com o contágio de

Doenças Sexualmente Transmissíveis e, de forma bem atual, a realização do Teste

Rápido para diagnóstico de HIV e Sífilis, são exemplos de situações cotidianas que

envolvem o cuidado ao adolescente e a necessidade de confidencialidade das

informações pelo enfermeiro.

A partir disso, pode-se questionar: Como o enfermeiro que atua na atenção

básica age frente à autonomia sanitária do adolescente? Que conhecimentos estes

profissionais têm sobre esse assunto? Que dificuldades o enfermeiro enfrenta frente

à autonomia do adolescente para tomar decisões sanitárias?

Este estudo tem como objetivo identificar o conhecimento e as práticas do

enfermeiro que atuam na atenção básica frente à autonomia do adolescente para

tomar decisões sanitárias. Visa, também, identificar as facilidades e dificuldades dos

enfermeiros frente à autonomia sanitária do adolescente durante o atendimento de

enfermagem em relação à confidencialidade e privacidade do adolescente.

11

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Autonomia

A palavra autonomia vem do grego, autos (próprio) e nomos (lei, norma), e

tem como conceito o poder de tomar certas decisões sobre sua pessoa e decidir

sobre sua vida. Para esta autonomia acontecer deve ter mais que uma alternativa de

ação (OLIVEIRA; ALVES, 2010; FORTES, 2002).

A autonomia em saúde seria o poder de decisão por parte do paciente para

escolher o profissional que irá atendê-lo e se vai ou não aderir ao tratamento. Cada

cliente tem o direito da escolha, ela é decorrente do exercício de sua autonomia,

outras pessoas não têm o direito de impor a vontade a outrem (MARCHI; SZTAJN,

2009).

Barbosa (2014) cita que a autonomia é construída por toda a vida. Na

adolescência, ela é influenciada por diferentes variáveis, familiares e contextuais.

Essas variáveis, de certa forma, influenciam o adolescente a construir sua

autonomia, a influência na escola (processo), suas características e capacidade

genética (pessoal), sua relação com os sistemas de informação (contexto) e assim a

fase maturacional do jovem (tempo) o auxiliam a desenvolver a autonomia.

Segundo Fortes (2002), autonomia é um direito de todos, porém não deve ser

convertida em direito absoluto, pois o poder legislativo e a sociedade impõem limites

legais. Ela deve se dar a partir do respeito à dignidade e a liberdade do outro e da

coletividade. O princípio da autonomia é o consentimento livre e esclarecido do

12

indivíduo em escolher o que acha melhor para sua vida (FORNTINELE JÚNIOR,

2007).

A autonomia deve ser compreendida na capacidade de organizar e identificar

os desejos de preferências básicas. A capacidade para tomar qualquer tipo de

decisão, na maioria das vezes, vai possuir uma influência de outrem ou de algo,

sendo rara a autonomia completa. É possível ter uma autonomia, mas em partes,

por exemplo, a marca de uma roupa, a mídia influencia de certa forma, entretanto, o

jovem possui o direito de escolha (SILVA, 2012).

Para Selli (2003), a autonomia é a capacidade de decidir por si mesmo nas

questões que dizem respeito a si próprios. A ética possui como fundamento a

autonomia da vontade, a escolha é o fundamento de como se comportar diante da

ética moral. Dentre os conceitos da autonomia, a ética médica (da vida) conflita com

a visão tradicional e paternalista, baseada no princípio da beneficência. Ressalta-se

a questão de igualdade entre o médico e o paciente na tomada de decisões e

estabelece as bases para garantias jurídicas do paciente diante do profissional da

medicina e do hospital (SELLI, 2003).

A autonomia deve ser construída em uma conjunta verdade, devendo ocorrer

o amadurecimento, crescimento e evolução, seja dos responsáveis das crianças,

dos profissionais de saúde, e, principalmente, da criança e do adolescente (LEONE,

2009).

Na autonomia a pessoa tem o direito de escolher entre alternativas que lhe

são apresentadas, já a heteronomia se opõe à autonomia, na heteronomia as ações

são governadas por outros e nessa mesma condição, as pessoas acabam se

sujeitando em receber do exterior a lei à qual se submete (MUÑOZ; FORTES, 1998).

O profissional tem a responsabilidade, à medida que seus pacientes se

tornam mais velhos e mais capazes, de inserir o jovem no processo de tomada de

decisão, juntamente com os seus pais. Essa etapa de participação da criança em

tomadas de decisões é chamada de assentimento (KIPPER; CLOTET; LOCH, 2003).

Segundo os autores, a criança necessitando de atendimento médico, deve-se

solicitar a permissão dos pais antes de qualquer intervenção, salvo em situações de

13

emergência. Quando os pais não são encontrados ou são incapazes seja por

incapacitação severa por drogadição, alcoolismo, distúrbios psiquiátricos ou

neurológicos, deve-se solicitar a presença de outros parentes ou então a intervenção

do judiciário para nomear um tutor legal (LOCH; KIPPER; CLOTET, 2008).

A autonomia na adolescência faz parte do seu desenvolvimento, a família tem

papel fundamental para preparar o adolescente para a vida adulta e educá-lo. O

adolescente deve ser estimulado a conquistar sua liberdade pessoal, ou seja, sua

autonomia (REICHERT; WAGNER, 2007).

2.2 Privacidade

A privacidade é a limitação ao acesso de determinadas informações de uma

pessoa, bem como ao acesso à própria pessoa e sua intimidade. É a liberdade que

o paciente tem de não ser observado sem autorização (GOLDIM; FRANSISCONI,

2004).

O direito à privacidade não é somente um direito de resguardar informações

em relação aos outros, mas sim um direito de proteger uma esfera da liberdade

individual contra a interferência do Governo. Esse direito protege a liberdade

traçando uma zona da vida privada que, por sua própria natureza, é protegida contra

a intromissão do Estado (BEAUCHAMP; CHILDRESS, 2002).

A privacidade do paciente adolescente tem seus fundamentos na dignidade

da pessoa humana. Um dos deveres do profissional da enfermagem é o

compromisso de respeitar a intimidade do paciente, devido à sua autonomia. Certos

procedimentos devem ser realizados na presença da mãe ou de algum responsável

em que a criança ou adolescente confie. Em uma enfermaria, a privacidade durante

um procedimento é de fundamental importância, tanto para quem vai ser aplicado o

procedimento, como para o outro paciente ou acompanhante que está próximo. A

tentativa de proteger e resguardar o paciente caracteriza-se um cuidado humano.

Violando a privacidade do paciente ele pode sentir-se ofendido e até humilhado,

podendo atrapalhar em seu tratamento, podendo piorar seu quadro (SELLI, 2003).

14

Segundo Sant’ Anna e Ennes (2006), o profissional ao fazer qualquer tipo de

procedimento que exponha o paciente de alguma forma, deve realizá-lo de forma

que somente os profissionais e o paciente participem do procedimento.

2.3 Confidencialidade

A confidencialidade segundo Pereira, Burigatti e Oliveira (2014) é um princípio

ético que engloba a autonomia dos usuários de saúde. A confidência é um desabafo

do paciente, ele pode contar ao profissional sua intimidade, sua história de vida.

Essa informação deve ser sigilosa, a não ser que o cliente pergunte se o sigilo pode

ser quebrado, como por exemplo, um assassinato que ele tenha cometido. Ao

receber essa informação o profissional deve perguntar ao paciente o que ele quer

que seja feito com aquela informação, se ele responder sigilo, sua confidência não

deve ser revelada.

O adolescente pode procurar um serviço de saúde por meio de sua própria

motivação ou por incentivo de seus responsáveis. Ao procurar uma UBS o

adolescente sente-se constrangido em revelar ao profissional certas questões que

ele julga sigilosas, por estar junto com seus responsáveis. Por isso, o atendimento

deve ocorrer em duas etapas, a primeira juntamente com seus responsáveis e em

outro momento somente o adolescente e o profissional (TAQUETTE et al., 2005).

A confidencialidade está ligada à ética profissional. A confidencialidade

encoraja os adolescentes a descrever todos os seus problemas e circunstâncias,

que de fato, estão acontecendo, o que aumenta a capacidade de o médico realizar o

diagnóstico com mais precisão. Para as autoras, a garantia da preservação do

segredo das informações é um dever legal dos profissionais da área da saúde e

também de todas as instituições, não só com o adolescente e crianças, mas com

todos os pacientes (SANTOS; SANTOS; SANTOS, 2012).

A confidencialidade não depende somente do tipo de informação, ela depende

também do contexto da revelação, assim como aquele que revela e aquele que

recebe a informação (LOCK, 2007).

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A quebra do sigilo deve ser rompida apenas quando houver risco ou dano ao

paciente, quando resultar em um benefício maior para ele. Um exemplo é quando o

profissional ouvir a confissão do adolescente, ele pode precisar da ajuda de outro

profissional, especialista, e, dependendo do caso, pode contar a informação que o

adolescente lhe fez, com o intuito de resolver seu problema. A quebra da confidência

é um dever legal no caso de notificação compulsória de algumas doenças

transmissíveis ou quando o adolescente está colocando sua saúde em risco ou de

outrem. Um exemplo de situação em que deve ocorrer a denúncia é a confirmação

de maus-tratos contra o adolescente (SANTOS et al., 2012).

16

3 METODOLOGIA

Foi realizada pesquisa qualitativa, exploratória, com enfermeiros que atuam

nas UBS vinculadas a Secretaria de Saúde (SESA) do município de Lajeado/RS.

Foram incluídos no estudo oito enfermeiros que estavam atuando há, pelo menos,

seis meses nas UBS do município e que prestam atendimento a adolescentes.

O município apresenta uma estrutura física para assistir aos usuários do

Sistema Público de Saúde, a qual é composta por quatro postos de saúde, 14 ESFs,

uma unidade de Atendimento 24h (UPA), três Centros especializados de

Atendimento Psicossocial (CAPS A, CAPS AD e CAPS I), uma Unidade de Serviço

de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e um Serviço de Atenção Especializada

(SAE) para atendimento dos casos de infecções sexualmente transmissíveis,

hepatites e tuberculose. O Centro de Atendimento Especializado realiza atendimento

a mulheres que apresentam risco de câncer de colo de útero, câncer de mama e

gravidez de risco.

Os dados foram coletados por meio de entrevista, com o auxílio de um

instrumento semiestruturado (APÊNDICE A), o qual contém questões norteadoras

sobre o assunto. A entrevista foi gravada com o auxílio de um gravador da marca

Motorola, modelo XT 1068.

Os aspectos éticos foram respeitados e o projeto foi aprovado pelo Comitê de

Ética em Pesquisa da UNIVATES, sob o CAAE nº 46862115.7.0000.5310. Aos

profissionais que se dispuserem a participar da pesquisa foi entregue o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE – APÊNDICE C), em duas vias, o qual

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contém todas as informações sobre a pesquisa. Uma via ficou com o pesquisador e

outra com o pesquisado. A coleta dos dados foi realizada em sala privativa, foi

garantido o sigilo e anonimato em relação à identificação dos participantes da

pesquisa e os mesmos foram identificados pela letra E de entrevistado, seguido de

um número que identifica a ordem em que a coleta dos dados foi realizada (1, 2 , 3

etc).

A análise dos dados foi feita de acordo com a análise de conteúdo temática

segundo Minayo (2010) e deu origem a três categorias: O enfermeiro e a autonomia

sanitária do adolescente; A prática do enfermeiro frente ao sigilo, à confidencialidade

e à privacidade na adolescência e facilidades e dificuldades no cuidado ao

adolescente, as quais serão apresentadas a seguir.

18

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 O enfermeiro e a autonomia sanitária do adolescente

Os enfermeiros manifestaram diferentes entendimentos sobre a autonomia

sanitária do adolescente.

O que eu sei, de acordo com o ECA, é que o adolescente tem direito ao atendimento na rede pública, e têm autonomia para vir sozinho ao serviço. (E1) A gente tem o ECA e também o Código Civil que preveem que menores de 16 anos tem que ter um acompanhante responsável. (E4) Mas com menos de 16 anos têm que analisar caso por caso, por que motivos ele não quer um adulto junto, ou se ele quer e o adulto não. Eles não querem compartilhar com seus responsáveis, mas depende muito de qual é o diagnóstico ou tratamento que ele precisa, um responsável tem que estar presente. (E2)

O ECA assegura o atendimento integral à saúde da criança e do adolescente,

por intermédio do Sistema Único de Saúde, fazendo com que ambos tenham o

acesso livre e igualitário às ações e serviço para promoção, proteção e recuperação

da saúde (BRASIL, 1990).

O Código de Ética Médica prevê que todo adolescente de 10 a 19 anos,

mesmo desacompanhado, deve ser acolhido nos serviços de saúde. Se não houver

a realização do atendimento a menores de 18 anos ocorre discriminação do mesmo.

No atendimento a adolescentes menores de 14 anos desacompanhados deve-se

avaliar quanto ao grau de sua capacidade. Se o adolescente não for capaz, a

presença de um responsável é necessária e isso deve ser informado ao adolescente

(AGENDA DO COMPROMISSO COM A SAÚDE DO ADOLESCENTE-SMSA/BH, 2004).

19

Segundo o entrevistado 5, o adolescente possui autonomia de escolha, caso

necessite de um responsável para acompanhá-lo.

Ele sai daqui sabendo se é a questão da necessidade de ter que dividir com alguém. E com quem ele vai dividir. É ele quem escolhe. É uma questão de autonomia, acho que todas as unidades oferecem isso de uma forma até automática, é o respeito ao próximo. (E5)

Segundo Goldim (2000), ninguém pode exercer o direito da pessoa de decidir

sobre sua vida, é um ato individual, não transferível. O representante legal pode ter

uma delegação de autoridade para decidir no melhor interesse desta pessoa, mas

não substitui a própria pessoa.

Para Oselka e Troster (2000), o adolescente pode avaliar seus problemas e

conduzi-los, desde que for considerado capaz. O jovem tem o direito de ser atendido

sem a presença dos pais ou responsáveis, garantindo-se a confiabilidade em

quaisquer procedimentos que o profissional possa vir a tomar. Assim, o adolescente

tem o direito de fazer escolhas sobre procedimentos e diagnósticos, assumindo de

fato seu tratamento. Os pais deverão ser informados somente em casos de questões

relacionadas à sexualidade e prescrição de métodos contraceptivos, com o expresso

consentimento do adolescente. Os autores complementam que a participação da

família no atendimento é altamente desejável. O adolescente deve ser incentivado a

envolver a família no acompanhamento dos seus problemas, especialmente em

casos de maior complexidade. As falas a seguir corroboram esta afirmação.

Quando é uma coisa mais invasiva, o resultado de um HIV, uma sífilis, ou vai precisar de algum tratamento de um antibiótico, alguma coisa assim, e ai o que é que eles falam muito, é que o adolescente pode chegar sozinho no posto, mas não necessariamente vai sair sozinho do posto. (E1) Se tiver que dar uma resposta difícil, um resultado, por exemplo, de um teste já mais avançado uma DST ou problema de álcool, droga, eu vou por, sim, a família. Faço notificação e procuro a família, sim, um responsável por ele, mesmo que ele não queira. (E6) Acima de 16 anos, a medicação, se é um antinflamatório, a gente até.... Depende do diagnóstico, se o médico der um diagnóstico e a gente perceber que esse diagnóstico é criterioso, é delicado, a gente tem que levar ao conhecimento dos pais. (E5)

Segundo Campos (s/d), o adolescente deve ser abordado, escutado e

questionado para ser avaliado quanto ao grau de capacidade e de entendimento que

possui sobre os procedimentos a serem desenvolvidos. De qualquer forma, os

20

procedimentos de urgência devem ser sempre realizados. Também deve ser

solicitada a presença do responsável para que assista o menor nos procedimentos

mais complexos, nos quais não teria condições de decidir sozinho sobre a

intervenção.

O Código de ética Médica, em seu artigo 22, afirma que é necessária a

autorização do responsável para a realização de procedimentos e intervenções,

desde que o paciente não esteja em condições de responder pelos seus atos

(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2009).

Quando ocorrer algum tipo de procedimento invasivo é necessário a presença

de um dos pais ou responsáveis, salvo em situações de urgência e quando o

adolescente tiver risco de vida iminente. Sempre deve ocorrer o esclarecimento e

um acordo com o adolescente sobre quando e o que vai ser realizado (CORDELLINI

et al., 2009).

De forma semelhante, frente à autonomia sanitária do adolescente, o

entrevistado 7 afirma que o enfermeiro deve, em 1º lugar, respeitar a lei, mas não

pode esquecer de que ele é um ser humano e que passou por dificuldades para

chegar até a unidade e expor sua vivência. Ao mesmo tempo, o enfermeiro precisa

deixar o adolescente viver sua vida e assumir suas responsabilidades.

A gente tem que respeitar em primeiro lugar a lei. Mas a gente não pode esquecer do ser humano também, e das dificuldades que é para o adolescente vir até aqui expor a sua vivência. (E7) Eu vejo dessa maneira: que tem que ser liberal. Vamos dizer: eles têm que ser responsáveis por eles, eles querem ter uma vida sexualmente ativa, eles têm que assumir, se cuidar, se prevenir. E é assim, a gente tem que os deixar viver sozinhos. (E8)

O trabalho dos enfermeiros deve seguir os princípios da ética como

privacidade e confidencialidade. Esses princípios ajudam o adolescente a se

reconhecer como sujeitos e a tomar decisões de forma mais coerente com seu

desenvolvimento físico e psíquico, além de estimular o adolescente a pensar e

analisar sua própria saúde e a construir sua autonomia. Também faz com que o

profissional e cliente tenham uma relação mais próxima, fazendo com que o

diagnóstico das necessidades desta população se torne mais preciso (ERMEL;

FRACOLLI, 2006).

21

O enfermeiro tem o papel fundamental na equipe de saúde da família. Ele

pode promover vários trabalhos que integrem a família, escola e comunidade,

fazendo com que o adolescente tenha mais interesse em desenvolver certas

habilidades, atitudes e conhecimento para se tornar um adulto mais saudável e

seguro. Ações que são planejadas e conduzidas no serviço de saúde na

adolescência podem contribuir para o jovem ser um adulto mais preparado para o

futuro (OLIVEIRA, 2015).

As atividades realizadas com o adolescente devem atender as

especificidades da atenção integral do jovem e levar em consideração as condições

do local. Para obter uma assistência bem-sucedida, vários elementos podem ser

destacados, como a adequação da estrutura física da unidade, a existência de

equipamentos básicos e profissionais capacitados para o atendimento. As

estratégias utilizadas podem ser: visitas domiciliares, atendimento individual,

atividades em grupo para adolescentes e familiares, ações educativas de promoção

à saúde, participação juvenil e atividades intersetoriais (HENRIQUES; ROCHA;

MADEIRA, 2010).

4.2 A prática do enfermeiro frente ao sigilo, à confidencialidade e à privacidade

na adolescência

Os entrevistados afirmaram que a privacidade e a confidencialidade no

cuidado ao adolescente são fundamentais para o atendimento ao jovem, sendo uma

forma ética de prestar o cuidado e uma questão legal. Deve-se ter sigilo no

atendimento e garanti-lo ao adolescente.

A gente tem que manter o sigilo dentro do que é falado em nosso atendimento. (E1) Uma coisa que eu sempre friso, e eu acho que isso deve ocorrer em qualquer local, pra qualquer pessoa, é tu chegar e dizer para o paciente que a conversa ficará entre nós. Isto é uma questão legal, isto é uma questão ética. (E4)

Para Moraes e Vitalle (2012), ao abordar um adolescente é preciso ter os

princípios da privacidade, confidencialidade e sigilo profissional, como uma forma

ética de garantir a prevenção de qualquer situação que seja constrangedora cita que

22

a privacidade e a confidencialidade estão relacionadas a um conceito mais restrito

da comunicação privilegiada, garantindo ao profissional da saúde e ao adolescente o

acesso limitado de terceiros ao corpo ou mente de um indivíduo (LOCH, 2009).

Há quatro princípios fundamentais para o atendimento aos jovens: o primeiro

deve ser a ética, que é a relação do profissional de saúde com o adolescente pelos

princípios do respeito, autonomia e liberdade, cujo estatuto da criança e adolescente

prevê; o segundo é a privacidade, no sentido de que o adolescente pode ser

atendido sozinho, caso ele queira. O terceiro e quarto referem-se à confidencialidade

e ao sigilo, sob os quais o jovem tenha a garantia de que as informações passadas

por ele ao profissional não serão repassadas a seus pais ou responsáveis sem antes

haver um acordo entre o profissional e o adolescente (BRASIL, 2007).

Faria et al. (2013) reforça que o atendimento ao adolescente em um serviço

de saúde deve garantir a confidencialidade e privacidade do jovem, por meio do

respeito e compromisso para com ele. Os autores acrescentam que a legislação

penal brasileira classifica a violação do segredo profissional como um crime que

ofende a liberdade individual, pois todo o indivíduo tem o direito de ter sua

integridade física e moral preservada.

A confidencialidade possui duas características nas relações clínicas. A

primeira se estabelece em uma relação interpessoal onde a manutenção do segredo

é passível de ser completa, bastando o cumprimento das pessoas que compartilham

a informação. A segunda forma é a confidencialidade do registro desta informação

(LOCH, 2009).

O atendimento individual com o adolescente também deve ser respeitado

quando ele busca o serviço de saúde.

O responsável não necessariamente entra na sala junto, no primeiro momento. Ele pode até vir junto, mas se o adolescente quer falar sozinho com o profissional, é respeitada a individualidade dele. (E5) Eu acho que é essencial, por que os adolescentes, muitas vezes, têm uma dificuldade para se abrir. Então, se deve atender ele em uma sala sozinho, dando abertura e confiança, pra que ele se sinta a vontade pra falar dos seus anseios e do motivo que o levou até a atenção básica. (E2)

Segundo Taquette e Vilhena (2005), o adolescente pode procurar um serviço

23

de saúde por sua motivação ou por motivação de seu responsável ou pelos dois.

Algumas vezes, o adolescente não quer contar sobre determinadas informações que

ele considera confidenciais na presença de seus responsáveis. O jovem deve ser

atendido em dois momentos, sendo no primeiro momento com o adolescente e seu

responsável, para que o profissional capte maiores informações, e no segundo

momento a sós, com o jovem, para que ele fale mais sobre si próprio.

Atender o adolescente sozinho oferece oportunidades para que ele coloque o

que está acontecendo com ele, e que, de forma progressiva, ele comece a ter

autonomia para sua própria saúde e pela condução de sua vida. Esse espaço

proporciona que o adolescente coloque alguns aspectos sigilosos que o estejam

inquietando (GROSSMAN; RUZANY; TAQUETTE, 2008). A privacidade é

caracterizada pela autorização de outrem no espaço da consulta, que, portanto,

transforma-se em espaço restrito ao cliente. Adolescentes são capazes de falar

sobre si próprios, sem a interpretação dos pais ou responsáveis (SAITO, 1998).

O livre acesso do adolescente ao serviço de saúde é fundamental para que o

mesmo busque tratamento em tempo hábil. Além disso, o jovem precisa ter a

privacidade e a confidencialidade na relação com os profissionais de saúde, e deve

ser tratado com individualidade (BRASIL, 2008). Nesse sentido, o rompimento do

sigilo das informações reveladas ao enfermeiro pelo adolescente somente pode

ocorrer quando ele colocar a sua vida em risco. Nesse caso, deve ser proporcionado

ajuda a ele.

A privacidade ele têm igual como um adulto. Ele vai vir na minha sala, vai tirar as duvidas dele. Mas se ele vir aqui e ele disser que tem vontade de atentar contra sua vida, assim como um adulto, eu vou conversar com ele que eu posso ligar para alguém, por que ele está colocando em risco sua vida. Eu vou explicar pra ele que tudo que for falado aqui vai ser sigilo, por que é minha obrigação manter a ética profissional, desde que ele não bote a vida dele em risco ou a de terceiros, assim como eu faço com um maior de idade nesse sentido. (E1)

No cuidado ao adolescente, eles devem ser informados que o sigilo poderá

ser quebrado caso houver risco de vida ou outro risco relevante, tanto para o

paciente quanto para terceiros, como a ideação suicida (BRASIL, 2007).

Existem situações em que o sigilo e a autonomia devem ser mantidos,

quando o profissional observar que as informações a serem prestadas ao

24

adolescente acerca de sua saúde podem lhe causar danos e que ele não tenha

plenas condições de arcar sozinho com suas decisões. O médico deve explicar ao

adolescente que o sigilo tem que ser quebrado, já que os pais participarão das

decisões a serem tomadas. Em outros casos, quando as famílias manifestarem

interesse em saber o que foi conversado na consulta médica, o médico deve explicar

a importância de manter a privacidade do paciente (ALMEIDA; LINS; ROCHA,

2015).

O Ministério da Saúde (BRASIL, 2008) orienta que existem limites legais em

que o rompimento da confidencialidade é permitido, como nos casos de abuso

sexual, risco de vida, dependência de drogas, entre outros, sendo que o profissional

tem o dever de fazer a denúncia. Quando ocorrerem situações como estas deve

haver um consenso entre a equipe, a família e o adolescente, para que seja

esclarecida a exceção adotada na abordagem do caso e para que outros usuários

não percam a confiança dos profissionais de saúde.

O sigilo da consulta do jovem com o profissional de saúde deve ser

assegurado e debatido nos serviços, assim fazendo com que haja um consenso

entre os profissionais sobre quando o sigilo deve ser violado. A confidencialidade

não deve ser diminuída por que o adolescente é menor de idade. O profissional

também deve explicar de uma forma ética para o adolescente sobre os limites que

regem o serviço em relação à confidencialidade. Também é importante que a família

entenda que a comunicação e o encaminhamento das questões com o adolescente

irão ser prejudicados caso haja a violação da confidencialidade (BRASIL, 2008).

O código de ética da enfermagem, em seu artigo 82ª, determina que o

enfermeiro deve manter o segredo sobre fato sigiloso e que tenha conhecimento em

razão de seu exercício profissional, exceto em casos previstos em lei ou com

consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal (COREN,

2007).

4.3 Facilidades e dificuldades no cuidado ao adolescente

Os enfermeiros possuem concepções variadas sobre o significado do cuidado

25

ao adolescente. Alguns responderam que o cuidado pode ser complexo, em função

das transformações típicas da adolescência, da baixa procura e adesão do

adolescente aos serviços, da falta de diálogo entre os profissionais da saúde e os

jovens e da não existência de ofertas atrativas aos adolescentes pelos serviços.

Eu acho que o cuidado de um adolescente é muito complexo. Por que eles estão passando por uma fase difícil da vida, de transição, onde eles não sabem bem o que querem ou, às vezes, acham que sabem. Estão com um turbilhão de hormônios a flor da pele que tornam, às vezes, as orientações mais difíceis de serem aceitas. (E2) A única dificuldade é a questão da própria adesão deles à unidade de saúde. A adesão no serviço. (E4) É complicado, por que o adolescente não se abre com a saúde. Ele não responde o que ele realmente tem. O adolescente procura muito pouco à unidade. (E8) Eles têm muita pressa, entram com pressa e querem sair com pressa daqui. A saúde, eles acham que são de ferro, acham que sempre está tudo bem. (E6) Às vezes a gente não consegue oferecer aqui uma coisa mais moderna, com mais tecnologia. Por exemplo, nosso sistema é complicado e lento, não temos algo pra interagir com ele, isso é um pouco complicado por que tem que ter alguma coisa a mais pra oferecer pra ele. (E6)

Segundo Torres, Nascimento e Alchieri (2013), os jovens utilizam pouco o

serviço de saúde porque são poucas as necessidades percebidas pelos profissionais

para eles. De acordo com os autores, ocorrem dificuldades frente ao cuidado ao

adolescente, como a formação dos recursos humanos, pois não existem equipes de

saúde o suficiente para atender a essa população e tampouco os profissionais estão

capacitados e sensibilizados para trabalhar com o adolescente, bem como nem

todos estão dispostos a trabalhar com esta população.

A carência do reconhecimento dos direitos à saúde dos adolescentes por

parte dos profissionais pode ser um dos motivos que ocasiona a pouca demanda de

adolescentes pelos cuidados de saúde (COSTA et al., 2011).

Ainda que alguns profissionais apresentem dificuldades no desenvolvimento

de ações de atenção à saúde do adolescente e no método de captação desta

população, é fundamental que os profissionais implantem um programa desta

natureza que garanta condições para sua devida implementação e manutenção

26

(FERRARI; THOMSON; MELCHIOR, 2006). Para Higarashi et al. (2011), estratégias

devem ser viabilizadas para garantir uma atenção adequada à população

adolescente e correto preparo dos profissionais que atuam com esta clientela.

A gravidez precoce também foi citada pelos profissionais como uma

dificuldade de manejar junto ao adolescente.

A gente tem adolescentes de 14 anos gestantes, já teve de 13 anos, a gente tem uma dificuldade muito grande quando se trata dessas questões. (E7)

Em nosso meio observa-se que os jovens iniciam suas atividades sexuais

cada vez mais precocemente, sem proteção contraceptiva, o que pode levar a uma

gestação não planejada, o que, geralmente ocorre nos primeiros meses de vida

sexual, culminando, quase sempre, em abortamentos provocados (HOFFMANN;

ZAMPIERE, 2009).

O envolvimento da família e da escola na educação sexual dos adolescentes

é fundamental para que haja o esclarecimento de dúvidas e para proporcionar

reflexões sobre a sua sexualidade, de modo que o jovem usufrua da mesma, de

maneira mais saudável e responsável (GONÇALVES; FALEIRO; MALAFAIA, 2013).

A enfermagem deve atuar, segundo Costa et al. (2010), de maneira a envolver

estes adolescentes em seu atendimento, produzindo um cuidado integral, baseado

na prevenção, promoção e recuperação de sua saúde.

Outros enfermeiros referiram que não possuem dificuldades em cuidar do

adolescente. Para desenvolver o cuidado, os entrevistados colocaram que é preciso

ter um bom vínculo com o adolescente. Um dos entrevistados referiu que dar

orientações sobre sexualidade já foi, em tempos passados, mais complicado, hoje é

mais tranquilo.

Eu nunca tive maiores dificuldades em tratar ou cuidar ou dar orientações para um adolescente. No início dar orientações sobre sexualidade era um tabu, hoje em dia é tudo mais tranquilo. (E5) Cuidar de adolescente é como cuidar de uma criança. É como cuidar de um adulto. Para mim, cuidar é normal. Eu não vejo grandes dificuldades na questão, a mais importante é tu conseguir ter um cuidado e que esse adolescente consiga desenvolver esse cuidado. E tu ter um bom vínculo com ele. (E4) Quando eles vêm procurar, eles vêm abertos, eles escutam, eles buscam e

27

retornam para manter o atendimento. (E3)

Ao realizar o atendimento a um jovem, na abordagem clínica, devem-se

estabelecer alguns critérios, como criar um bom vínculo com ele e sua família, ter

uma atitude acolhedora e compreensiva que possibilitará a continuidade de um

trabalho com objetivos e resultados satisfatórios no dia a dia (BRASIL, 2013).

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2010) promover o desenvolvimento de um

adolescente requer seu acompanhamento nas unidades básicas de saúde, para que

se busquem estratégias intersetoriais, em especial, com a educação.

Os entrevistados referiram, também, que o adolescente de hoje é o adulto de

amanhã, e que o trabalho feito com ele hoje irá se refletir no futuro. É uma forma de

o profissional auxiliar o adolescente a prevenir problemas de saúde na fase adulta.

Para outro entrevistado, a abordagem do adolescente deve incluir sua família, deve

ser integral.

O adulto de amanhã é aquele que vem com uma doença sexualmente transmissível, pode ser um adulto obeso. Eu poderia trabalhar agora, eu sou um adolescente obeso, para não ter problema de hipertensão, de diabetes e outros problemas de saúde. Tu estar na fase adulta, tu pensa mais no futuro, tu já pensa no teu trabalho, na tua vida, com certeza. Se eu tenho um pai obeso, uma mãe obesa e eu sou obeso, opa, só um pouquinho, não adianta eu querer trabalhar somente aquele adolescente, tenho que atingir a família também. Hábitos familiares contam muito. (E4) Teve uma escola que uma professora deu a ideia de falar sobre o planejamento familiar, que inclui a parte da organização, a vida, os sonhos. Os sonhos, o quanto é importante usar um anticoncepcional, um preservativo, por que depois vai refletir no futuro. (E1)

Lemos e Dallacosta (2005) citam que os jovens se consideram muito novos

para pensar em seu futuro, eles querem viver apenas o presente.

A escola é um espaço privilegiado para a captação dos adolescentes, porque

é o local onde se encontra a grande maioria dos adolescentes. É um espaço onde

acontece o aprendizado, há a possibilidade de tirar suas dúvidas e é o lugar que ele

passa a maior parte do seu tempo (BRASIL, 2005). Para Lopes et al. (2007), o

enfermeiro na escola deve instrumentalizar os professores com informações acerca

do tema a ser trabalhado. Essas informações devem ser passadas por informes,

reuniões, palestras, material escrito e outros para sondar o domínio que o educador

possui acerca do tema que será tratado.

28

Conforme o E4, trabalhar a prevenção da HAS com os jovens se tornará

significativo para o futuro, quando ele for adulto. Conforme Costa et al. (2012), o

direcionamento dos estudos voltados para a população jovem justifica-se por evitar

problemas cardiovasculares e consequentemente danos na condição favorável de

suas vidas. A HAS na juventude leva a diversas complicações cardiovasculares na

idade adulta.

O E4 refere que a família também tem que ser trabalhada e que os hábitos

familiares contam muito. Costa et al. (2012) afirmam que os adolescentes dependem

de seu ambiente, composto pela família e seus pares, para alcançar as condições

que resultam no desenvolvimento de hábitos saudáveis de vida.

Casarin e Ramos (2007) citam que é no convívio familiar que ocorrem as

transformações, sejam elas individuais ou coletivas, de acordo com padrões da

sociedade em que se vive. Os adolescentes podem aprender com outros

adolescentes, sendo um risco, porque os que ensinam podem estar despreparados,

podendo passar informações distorcidas, e trazer consequências que podem

influenciar de forma negativa à saúde de outrem (COSTA; PRADO, 2001).

Os adolescentes buscam respostas para as diversas situações que eles

vivenciam em diferentes locais e de diferentes formas. O grupo de iguais,

normalmente disposto em forma de roda, é o primeiro espaço onde o adolescente

busca estas respostas.

Alguns entrevistados ressaltaram que o diálogo é fundamental entre

adolescentes e profissionais. Estes ‘devem falar a mesma linguagem do

adolescente’ e devem saber ouvi-lo, tornando mais fácil a comunicação e o

entendimento entre ambas as partes. Um dos entrevistados citou o cuidado que o

adolescente deve ter diante da facilidade de comunicação ofertada pelas redes

sociais.

Falar a mesma linguagem. Isso faz com que o profissional consiga se aproximar, de uma forma prática e adequada, de um adolescente. E quanto mais aberta você for, quanto mais de irmão pra irmão falar, mais informações você consegue adquirir. (E5) Tem que cuidar muito pra não expor o adolescente. Conversar para ele não se expor nas redes sociais. Hoje, ele é muito visto nas redes sociais, eles gostam de se colocar, eu sempre peço para eles se protegerem. (E6)

29

Segundo Alencar e Ribeiro (2006) ao usar a linguagem dos jovens as

informações são entendidas mais facilmente e oportunizam que o jovem seja um

multiplicador de informações úteis para o dia a dia de seu grupo de iguais. Além

disso, oportuniza uma discussão mais ampla, aberta e sem censuras, provocando a

curiosidade e o convidando às novas discussões.

O acolhimento do adolescente no serviço de saúde deve ser cordial e flexível

para que os mesmos se sintam valorizados e melhorem a confiança no profissional

que está fazendo a escuta. A forma como ele vai ser recebido pelo profissional pode

cativá-lo ou simplesmente afastá-lo imediatamente da busca pelo atendimento.

Quando o adolescente faz a busca ao serviço de saúde é importante que os

profissionais sejam mediadores no cuidado a sua saúde (SANTOS; RESSEL, 2013).

Os jovens devem ser alertados quanto ao perigo e a racionalidade do uso das

redes sociais, sendo papel dos pais, educadores e profissionais da saúde dar esse

alerta. Para obter sucesso, todos devem estar atualizados sobre como funcionam as

redes sociais e conhecer sua natureza, para poderem adequar o uso saudável

destes sites (SIMÃO et al., 2012).

O desenvolvimento de atividades em um programa para adolescentes deve

ter um enfoque mais amplo nos aspectos técnicos, biológicos, psicossociais,

históricos, culturais, valores e comportamentais. Alguns profissionais podem não se

sentirem aptos para atuar nesta complexidade de saberes (FERRARI; THOMSON;

MELCHIOR, 2008). Atividades desenvolvidas em roda foram citadas por uma

profissional como uma forma inclusiva de trabalhar junto ao adolescente.

A gente faz trabalhos em conjunto com eles, eu uso muito o método de roda, de conversar onde surge o assunto. (E3)

A roda de conversa possibilita o diálogo, criando possibilidades de

experiências e saberes, fazendo com que o grupo aumente sua autoestima e crie

mais conhecimento sobre determinados assuntos que são abordados (SAMPAIO et

al., 2014). Da mesma forma, outro entrevistado afirma que não adianta o enfermeiro

trazer assuntos que interessam a ele, mas deve-se perguntar ao jovem o que ele

quer saber, o que seria mais relevante ser trabalhado para com ele.

Não adianta só eu ver o que eu acho importante para os adolescentes, mas

30

também o que eles estão curiosos o que eles pretendem fazer, o que eles querem saber. (E1)

Além da roda de conversa, a consulta de enfermagem é um momento

privilegiado de troca e crescimento para o adolescente e para o enfermeiro. O

enfermeiro tem o papel de identificar as necessidades e intervenções através de um

enfoque clínico, educativo e individual. A consulta de enfermagem deve acontecer

em um espaço de expressão/captação de necessidades onde os problemas de

competência profissional devem ser resolvidos, fazendo com que o enfermeiro

articule com os demais setores e outras estruturas de apoio (MANDU; PAIVA, 2001).

Outro aspecto destacado pelos entrevistados, para que o enfermeiro possa

abordar assuntos que interessam ao adolescente, ele deve saber escutá-lo, pois não

sendo feita a escuta, o adolescente poderá não retornar mais à unidade. O

adolescente pode apresentar uma diversidade grande de motivos para a busca pelo

serviço de saúde.

Sempre fazer a escuta, não importa a idade. Eu sou uma pessoa que não deixo de escutar, eu escuto todo mundo que vem na unidade. Você não pode deixar de fazer a escuta por que senão ele não volta mais, ele é diferente de um adulto. (E4) Os motivos de busca do serviço são diversos. São curiosidades, outras vezes sofrimento psíquico emocional, conflito familiar, na escola. (E3)

Ribeiro, Reis e Cordellini (2006) acrescentam que é importante haver um

espaço próprio, com horário definido para o atendimento do adolescente e formação

de vínculo. A postura profissional, a disponibilidade para ouvir, a observação da

confidencialidade, a linguagem e a paciência são requisitos básicos ao enfermeiro

para este atendimento.

A adoção de paradigma da participação juvenil, na concepção posta, contribui

para a construção da cidadania, de autonomia, autoestima, assertividade e projeto

de vida juvenil, ao mesmo tempo em que contribui decisivamente para a eficácia, a

resolutividade e o impacto social das ações de saúde, devendo ser considerado no

planejamento na execução e na avaliação das ações do setor, beneficiando tanto

aos jovens quanto ao setor de saúde (BRASIL, 2005).

O profissional da saúde não deve estar somente preparado para ouvir o que o

adolescente tem a dizer, mas ter sensibilidade para apreender outros aspectos do

31

que se passa com ele e que são difíceis de comunicar verbalmente ao profissional.

Para saber ouvir, o profissional deve estar atento para o que não é dito ou para o

que é dito com outras palavras (GRILO et al., 2012). Para realizar o atendimento ao

adolescente existem particularidades que envolvem questões bioéticas, éticas e

legais. Esta é uma etapa da vida em que o adolescente possui um grande

desenvolvimento e crescimento e terá grande repercussão em seu futuro

(TAQUETTE, 2010).

Finalizando, é importante considerar, ainda, que na adolescência ocorrem

grandes transformações no jovem, e que as mesmas podem apresentar vários

conflitos. Assim, algumas normas estabelecidas são insuficientes para responder

claramente às questões que surgem nas inter-relações dos jovens para com a

sociedade (ALMEIDA; LINS; ROCHA, 2015).

32

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de alguns instrumentos legais referirem a incapacidade do jovem

menor de idade para tomar decisões de forma autônoma, os estudiosos da bioética

e aqueles que atuam junto ao adolescente explicitam a necessidade dos

profissionais realizarem a avaliação de sua capacidade de compressão e

responsabilidade sobre a situação de vida e saúde, de modo a permitir-lhe a tomada

das decisões que lhe parecem mais adequadas. Tal forma de agir requer preparo

adequado e comprometido por parte dos profissionais com a saúde do adolescente.

Este estudo foi realizado com o objetivo de identificar o conhecimento e as

práticas do enfermeiro que atua na atenção básica frente à autonomia do

adolescente para tomar decisões sanitárias. Os discursos dos enfermeiros revelaram

que o enfermeiro deve realizar o atendimento a todos os adolescentes,

independente de suas idades, estando ele acompanhado ou não. Durante o

atendimento o profissional deve realizar a avaliação de cada jovem e identificar seu

grau de autonomia para a tomada de decisões. Caso o adolescente demonstre

possuir autonomia em relação ao motivo pela procura da unidade, esta será

respeitada, mas dependendo do caso, pode ser necessária a presença de um

responsável, de livre escolha do adolescente. Deve ser avaliada a necessidade de

providenciar um responsável que o acompanhe na saída da unidade, visando

garantir sua integridade física e psíquica. O adolescente deve ser comunicado sobre

essa decisão e ser tentado um acordo com o mesmo para evitar que o adolescente

perca a confiança no profissional.

33

O adolescente deve ser informado sobre a necessidade da presença da

família nesta fase da vida e perante seu tratamento. É necessário construir um bom

vínculo entre o profissional, o adolescente e sua família, de modo a qualificar o

atendimento e suprir as necessidades e dúvidas que o jovem e a sua família possam

apresentar.

Todos os entrevistados referiram que o sigilo, a confidencialidade e a

privacidade no cuidado ao adolescente sempre devem ser mantidas, porém elas

podem ser quebradas caso o adolescente coloque sua vida ou de terceiros em risco.

Para isso, os profissionais devem desenvolver vínculo e criar confiança junto ao

jovem, fazendo com que ele se sinta a vontade naquele espaço de cuidado.

Não houve uniformidade entre os entrevistados frente à autonomia sanitária

do adolescente, revelando que esse assunto precisa ser discutido nos serviços por

meio da educação permanente. O conhecimento do enfermeiro frente à autonomia

sanitária do adolescente deve ser discutido e estudado sempre mais, para que

possa haver um melhor entendimento dos profissionais. Da mesma forma, esse

assunto deve ser abordado durante a formação básica, para que o profissional tenha

um norte quando realizar o atendimento ao adolescente, favorecendo essa clientela

que é pouco vista e até temida por alguns profissionais.

Alguns entrevistados manifestaram ter dificuldade de realizar o atendimento

ao adolescente, devido às rápidas transformações físicas, psíquicas e

comportamentais que ocorrem nesta fase da vida, a pouca adesão do adolescente

ao serviço e a gravidez precoce. Tais situações revelam o despreparo dos

profissionais no atendimento ao jovem e revelam dificuldades no acesso dos

mesmos aos serviços, indicando a necessidade de se consolidar práticas em saúde

que levem em conta ações de promoção da saúde e prevenção de doenças.

A adolescência é uma fase complexa da vida do jovem e as rápidas

transformações por que passam as diferentes sociedades, como os novos meios de

comunicação e a divulgação de um volume expressivo de informações,

comportamentos e modos de ser, têm demandado novas formas de abordagem do

adolescente. Há o reconhecimento, mesmo que incipiente, da necessidade dos

profissionais lançarem mão de formas atrativas eficazes e planejadas de cuidado

34

aos adolescentes, ainda não existentes nas unidades, revelando problemas no

acesso dos adolescentes aos serviços de saúde.

Sugere-se ampliar essa discussão por meio de novos estudos que

contemplem a visão de toda a equipe de saúde sobre a temática, estimulando-os a

refletir sobre suas práticas.

35

REFERÊNCIAS

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44

APÊNDICES

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APENDICE A - Instrumento de coleta de dados

ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

1- Como é para você cuidar de um adolescente?

2- Fale sobre o cuidado ao adolescente.

3- Que dificuldades você enfrenta frente ao cuidado ao adolescente?

4- Fale sobre seu conhecimento frente à autonomia sanitária do adolescente.

5- Qual seu conhecimento sobre os limites éticos à confidencialidade, autonomia e

privacidade do adolescente?

6- Como o enfermeiro deve agir frente à autonomia sanitária do adolescente?

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APÊNDICE B - Carta de anuência

Lajeado, ..... de ........ de 2015.

Ao Comitê de Ética e Pesquisa/Univates

Prezados senhores:

Declaro que tenho conhecimento e autorizo a execução do projeto de

Pesquisa intitulado Prática do enfermeiro frente à autonomia sanitária do

adolescente proposto por Edinei Stefani, sob orientação da Profª Giselda Veronice

Hahn, vinculado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, do Centro

Universitário UNIVATES.

O referido projeto será realizado nas unidades básicas de saúde e poderá

ocorrer somente a partir da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) do

Centro Universitário UNIVATES.

Atenciosamente,

____________________________________________

Nome e cargo do responsável pelo

local de realização da pesquisa

Profª Cátia Gonçalves

Coordenadora do COEP/UNIVATES

Lajeado, RS

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APÊNDICE C - Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convido-o a integrar a pesquisa Prática do enfermeiro frente à autonomia

sanitária do adolescente que será realizada como condição para a obtenção do

grau de Bacharel em Enfermagem, do Curso de Enfermagem do Centro

Universitário UNIVATES. A pesquisa tem por objetivo analisar a prática dos

enfermeiros que atuam na atenção básica frente à autonomia sanitária do

adolescente.

Os dados serão coletados por meio de entrevista semiestruturada, quando

serão abordadas questões referentes ao cuidado realizado com o adolescente, o

conhecimento e as dificuldades enfrentadas por você frente à autonomia sanitária do

adolescente, bem como sobre o seu agir junto aos adolescentes frente à dessas

questões. Sua entrevista será gravada. Serão necessários em torno de 30 minutos

para responder às questões.

Os resultados poderão ser publicados em periódicos da área. Todo o material

referente à pesquisa será arquivado em um arquivo pessoal do pesquisador por

cinco anos em local seguro, logo após o mesmo será incinerado.

A pesquisa não oferece riscos ou custos aos participantes, tendo estes a

liberdade de desistir ou interromper sua participação na pesquisa no momento que

desejarem.

Por meio dos dados coletados será possível observar o conhecimento e a

prática do enfermeiro frente à autonomia sanitária do adolescente.

Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, declaro que

autorizo a minha participação nesta pesquisa, pois fui informado, de forma clara e

detalhado, livre de qualquer forma de constrangimento e coerção, dos objetivos, da

justificativa, dos procedimentos a que serei submetido, benefícios, riscos e

desconfortos, todos acima listados.

Fui igualmente informado:

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- Da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a

qualquer dúvida a cerca da pesquisa;

- Da liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de

participar do estudo, sem que isso me traga qualquer prejuízo;

- Da garantia de que não serei identificado quando da divulgação dos resultados e

que as informações obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos

vinculados ao presente projeto de pesquisa;

- Do compromisso do pesquisador de proporcionar-me informação atualizada

obtida durante o estudo, ainda que esta possa afetar a minha vontade em

continuar participando;

- De que se existirem gastos adicionais os mesmos serão absorvidos pelo

orçamento da pesquisa.

O pesquisador responsável por está pesquisa é Giselda Veronice Hahn, que

possui o nº do telefone para contato é (51) 9807 8569, sendo que os dados serão

coletados pelo acadêmico Edinei Stefani, cujo telefone para contato é (51) 9505-

8873.

Este documento foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

UNIVATES e o mesmo será elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisado e

outra com o pesquisador.

Lajeado,..................................................................................

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Nome e assinatura do sujeito

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Nome e assinatura do pesquisador responsável