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Milano é parte dos 50 anos do Mustang DNA. Cupê inspirou australiano Falcon XB, uma das estrelas da trilogia de ‘Mad Max’ FOTOS: CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO Vermelhão. Durante a reforma, carroceria foi totalmente desmontada e repintada por dentro e por fora Adaptação. Motor de Uno e bancos de Palio são os únicos itens não originais Diferenciais. Versão tem faixas laterais e rodas exclusivas. No painel há conta-giros Empresário resgata raro Fiat 147 Rallye Exemplar feito em 1980 da versão com visual esportivo foi comprada em 2005 e ficou seis anos sendo completamente reformada Serviços Cuidadoso. Silva evita estacionar o hatch na rua. ‘É arriscado.O Mustang está completando 50 anos e, para comemorar, a Ford planeja lançar uma nova geração do esportivo ainda nes- te ano. Enquanto a novidade não chega, vale lembrar de um protótipo criado em 1970. Cha- mado de Mustang Milano, o cupê nada tinha a ver com o mo- delo vendido à época. Em uma primeira olhada, o carro parecia uma mistura en- tre os muscle cars norte-ameri- canos e os esportivos que roda- vam na Europa. Outro aspecto que certamen- te chamou a atenção dos visitan- tes do Salão de Chicago - evento no qual o conceito foi revelado – era a baixa altura do modelo (pouco mais de um metro). As lanternas mudam de cor de acordo com o movimento do carro: verde indica aceleração, âmbar quer dizer velocidade constante, e vermelho, obvia- mente, se refere a frenagem. Outras extravagâncias in- cluem a cor da carroceria, um roxo bastante chamativo, e o re- vestimento interno, que segue o mesmo tom dos bancos de couro. Há ainda tapetes felpu- dos, também roxos. O Mustang Milano nunca che- gou a ser feito em série, mas suas linhas influenciaram futu- ros carros da Ford. Um deles foi o Falcon XB 1974, cupê vendido na Austrália que ficou famoso na série de filmes “Mad Max”. Capotas e protetores Thiago Lasco Colecionar significa juntar, acu- mular. O empresário Marcelo Silva é um colecionador de car- ros no melhor sentido da pala- vra. Tudo começou porque ele não deixava o pai se desfazer dos carros da família. O resulta- do é que o acervo já soma 36 mo- delos, como um belo (e raro) Fiat 147 Rallye 1980. “Quando eu era moleque, o 147 e o Fusca eram os carros que os pais davam de presente para os filhos. O Fiat fez parte da mi- nha história”, conta Silva. “Comprei esse 1980 oito anos por R$ 5 mil. Ele foi total- mente desmontado e repintado por dentro e por fora. Só ficou pronto em 2011.” Todas as peças que não esta- vam boas foram trocadas. Os bancos, do Palio, e o motor. 1.5 do Uno CS são os únicos compo- nentes que não são originais do 147. “Removi os encostos de ca- beça e troquei o estofamento por um tecido que recria o pa- drão de ‘gominhos’ que se usa- va naquela época.” O reluzente Rallye rodou ape- nas 800 km desde que foi re- montado. “Saio com ele uma ou duas vezes por mês. De vez em quando, deixo de viajar com ou- tros carros para ‘amaciá-lo’ na estrada”, conta o dono. “Na ci- dade, não dá pra estacioná-lo na rua. É muito arriscado.” Inovador. Derivado do italiano Fiat 127, o 147 foi lançado no Bra- sil em 1976. Primeiro carro fabri- cado pela Fiat no País, o hatch era oferecido em duas versões de acabamento – L e GL –, com motor de 1.050 cm 3 instalado na transversal, solução até então inédita em modelos nacionais. Dois anos depois, o carro ga- nhou propulsor 1.3 de 60 cv. Em 1979, o lançamento do motor a álcool, pioneiro no mundo, rendeu ao 147 o apelido de “cachacinha”. Em 1980 veio a dianteira igual à do modelo ita- liano (a chamada “frente Euro- pa”) e a opção GLS. E surgiu a Panorama, perua da linha. Nova reestilização veio em 1983 para o hatch, rebatizado de Spazio, e para a Panorama. A eles, somou-se o sedã Oggi, de duas portas. A versão de entra- da, 147 C, manteve o visual do modelo anterior. Com o lançamento do Uno, em 1984, a família 147 perdeu espaço. No ano seguinte, o Oggi deu lugar ao Prêmio e a Panora- ma foi sucedida pela Elba. O 147 C se despediu em 1986. Na versão derradeira, finalmen- te ganhou a “cara” do Spazio. Lanternas Cor verde, âmbar ou vermelha das luzes indicam ‘modo de uso’ do modelo FOTOS: FORD/DIVULGAÇÃO O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 10 DE NOVEMBRO DE 2013 Jornal do Carro2 11

[AUTOS&ACESSORIO - thiagolasco.files.wordpress.com · estrada”, conta o dono. “Na ci- dade,nãodápraestacioná-lona ... silem1976.Primeirocarrofabri-cado pela Fiat no País,

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Page 1: [AUTOS&ACESSORIO - thiagolasco.files.wordpress.com · estrada”, conta o dono. “Na ci- dade,nãodápraestacioná-lona ... silem1976.Primeirocarrofabri-cado pela Fiat no País,

Milano é parte dos 50 anos do MustangDNA. CupêinspirouaustralianoFalcon XB,uma dasestrelas datrilogia de‘Mad Max’

FOTOS: CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO

Vermelhão. Durante a reforma, carroceria foi totalmente desmontada e repintada por dentro e por fora Adaptação. Motor de Uno e bancos de Palio são os únicos itens não originais

Diferenciais. Versão tem faixas laterais e rodas exclusivas. No painel há conta-giros

Empresário resgata raro Fiat 147 RallyeExemplar feito em 1980 da versão com visual esportivo foi comprada em 2005 e ficou seis anos sendo completamente reformada

Serviços

Cuidadoso.Silva evitaestacionar ohatch na rua.‘É arriscado.’

O Mustang está completando50 anos e, para comemorar, aFord planeja lançar uma novageração do esportivo ainda nes-te ano. Enquanto a novidadenão chega, vale lembrar de umprotótipo criado em 1970. Cha-mado de Mustang Milano, ocupê nada tinha a ver com o mo-delo vendido à época.

Em uma primeira olhada, ocarro parecia uma mistura en-tre os muscle cars norte-ameri-canos e os esportivos que roda-vam na Europa.

Outro aspecto que certamen-te chamou a atenção dos visitan-tes do Salão de Chicago - eventono qual o conceito foi revelado– era a baixa altura do modelo(pouco mais de um metro). Aslanternas mudam de cor deacordo com o movimento do

carro: verde indica aceleração,âmbar quer dizer velocidadeconstante, e vermelho, obvia-mente, se refere a frenagem.

Outras extravagâncias in-cluem a cor da carroceria, umroxo bastante chamativo, e o re-vestimento interno, que segueo mesmo tom dos bancos de

couro. Há ainda tapetes felpu-dos, também roxos.

O Mustang Milano nunca che-gou a ser feito em série, massuas linhas influenciaram futu-ros carros da Ford. Um deles foio Falcon XB 1974, cupê vendidona Austrália que ficou famosona série de filmes “Mad Max”.

Capotas e protetores

Thiago Lasco

Colecionar significa juntar, acu-mular. O empresário MarceloSilva é um colecionador de car-ros no melhor sentido da pala-vra. Tudo começou porque elenão deixava o pai se desfazerdos carros da família. O resulta-do é que o acervo já soma 36 mo-delos, como um belo (e raro)Fiat 147 Rallye 1980.

“Quando eu era moleque, o147 e o Fusca eram os carros queos pais davam de presente paraos filhos. O Fiat fez parte da mi-nha história”, conta Silva.“Comprei esse 1980 há oitoanos por R$ 5 mil. Ele foi total-mente desmontado e repintadopor dentro e por fora. Só ficoupronto em 2011.”

Todas as peças que não esta-vam boas foram trocadas. Osbancos, do Palio, e o motor. 1.5do Uno CS são os únicos compo-nentes que não são originais do147. “Removi os encostos de ca-beça e troquei o estofamentopor um tecido que recria o pa-drão de ‘gominhos’ que se usa-va naquela época.”

O reluzente Rallye rodou ape-nas 800 km desde que foi re-montado. “Saio com ele uma ouduas vezes por mês. De vez emquando, deixo de viajar com ou-tros carros para ‘amaciá-lo’ naestrada”, conta o dono. “Na ci-dade, não dá pra estacioná-lo narua. É muito arriscado.”

Inovador. Derivado do italianoFiat 127, o 147 foi lançado no Bra-sil em 1976. Primeiro carro fabri-cado pela Fiat no País, o hatchera oferecido em duas versõesde acabamento – L e GL –, commotor de 1.050 cm3 instalado natransversal, solução até entãoinédita em modelos nacionais.Dois anos depois, o carro ga-nhou propulsor 1.3 de 60 cv.

Em 1979, o lançamento domotor a álcool, pioneiro nomundo, rendeu ao 147 o apelidode “cachacinha”. Em 1980 veioa dianteira igual à do modelo ita-

liano (a chamada “frente Euro-pa”) e a opção GLS. E surgiu aPanorama, perua da linha.

Nova reestilização veio em1983 para o hatch, rebatizado deSpazio, e para a Panorama. A

eles, somou-se o sedã Oggi, deduas portas. A versão de entra-da, 147 C, manteve o visual domodelo anterior.

Com o lançamento do Uno,em 1984, a família 147 perdeu

espaço. No ano seguinte, o Oggideu lugar ao Prêmio e a Panora-ma foi sucedida pela Elba.

O 147 C se despediu em 1986.Na versão derradeira, finalmen-te ganhou a “cara” do Spazio.

● LanternasCor verde,âmbar ouvermelha dasluzes indicam‘modo de uso’do modelo

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FOTOS: FORD/DIVULGAÇÃO

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O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 10 DE NOVEMBRO DE 2013 JornaldoCarro2 11