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MATHEUS SOUZA SPAGIARI
AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DE CRESCIMENTO E
CAPACIDADE DE SOBREVIVÊNCIA DE MICRORGANISMOS
CULTIVADOS EM MEIOS CONTENDO CONTAMINANTES
ORGÂNICOS E INORGÂNICOS
CANOAS, 2011
MATHEUS SOUZA SPAGIARI
AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DE CRESCIMENTO E
CAPACIDADE DE SOBREVIVÊNCIA DE MICRORGANISMOS
CULTIVADOS EM MEIOS CONTENDO CONTAMINANTES
ORGÂNICOS E INORGÂNICOS
Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Química do Centro Universitário La salle – Unilasalle como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Química.
Orientação: Prof. Dr. Delmar Bizani
CANOAS, 2011
MATHEUS SOUZA SPAGIARI
AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DE CRESCIMENTO E
CAPACIDADE DE SOBREVIVÊNCIA DE MICRORGANISMOS
CULTIVADOS EM MEIOS CONTENDO CONTAMINANTES
ORGÂNICOS E INORGÂNICOS
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Química do Centro Universitário La salle - Unilasalle.
Aprovado pelo avaliador em 15 de Dezembro de 2011.
Avaliador:
_______________________________________________
Prof. Dr. Delmar Bizani
A minha família, pelo apoio que me
forneceram durante todo a minha vida
acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por estar sempre me guiando durante toda a minha vida.
Agradeço à minha mãe Lucy, por ter me ensinado a ser uma pessoa com
caráter, empenho e companheirismo em todos os dias da minha vida.
Agradeço a minha avó, por todo carinho e dedicação que teve por mim durante
todos esses anos, sempre acreditando que eu poderia ser uma pessoa com
sucesso.
Agradeço as minhas tias Luciane e Luz Mary, pelo apoio em todas as
dificuldades que tive durante minha maratona acadêmica.
Agradeço aos meus colegas de faculdade que se tornaram meus amigos
durante todo o processo de aprendizagem. Alguns passaram, mas outros continuam
até hoje ao final dessa jornada.
Meus agradecimentos especiais por este trabalho são para as pessoas que me
ajudaram a tornar isso tudo possível, são eles:
Agradeço à Profª. Ana Cunha, que me deu a primeira oportunidade de
conhecer o quanto é grande e, abrangente o mundo da pesquisa e sua
complexidade e, por todo conhecimento passado em minha vida acadêmica.
Agradeço também ao Jéferson, meu grande parceiro de ideias, pelo apoio à
primeira parte desse projeto.
Agradeço à Jéssica, técnica do laboratório de química, por todas as dicas, e
ajudas em que tive nesse período de procedimentos.
Aos professores, pelos conhecimentos obtidos durante todos os anos de
estudo, desde o ensino fundamental até a conclusão da graduação.
Meu agradecimento especial ao Prof. Delmar Bizani, por me mostrar como é
grande e magnifico o mundo da microbiologia, onde seres tão pequenos podem
realizar feitos tão grandes.
Obrigado a todos de coração, pelo apoio e companheirismo durante toda minha
vida de saber.
“O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma a esse dia.”
(Albert Einstein)
RESUMO
Com o aumento do desenvolvimento tecnológico e industrial, uma grande
quantidade de contaminantes, tanto de caráter industrial, agrícola ou de outro ramo
está aumentando no Brasil nessas últimas décadas. Inúmeras técnicas visam
diminuir essa agressão ao meio ambiente, mas infelizmente essas técnicas por si só
não são suficientes para o controle da degradação sofrida pelos recursos naturais. A
biorremediação pode ser considerada como uma nova maneira para o tratamento de
localidades impactadas mediante o uso de microrganismos capazes de modificar ou
decompor poluentes agressivos ao meio ambiente. O presente trabalho apresenta
um estudo sobre o comportamento fisiológico de microrganismos em solução
aquosa, juntamente com ação de contaminantes, para futuro potencial
biodegradador. Após a contaminação, a solução foi submetida a análises
microbiológicas para caracterização do crescimento microbiano, e averiguar a
atuação dos mesmos sobre essas substâncias. Obtendo-se comportamentos
diferentes perante os contaminantes.
Palavras-chave: Microrganismos, Contaminantes, Crescimento.
ABSTRACT
With increasing technological and industrial development, a large amount of
contaminants, both from an industrial, agricultural or other industry in Brazil is
increasing in these last decades. Numerous techniques aimed at reducing the harm
to the environment, but unfortunately these techniques alone are not sufficient to
control the degradation suffered by natural resources. Bioremediation can be
considered as a new way to treat localities impacted by the use of microorganisms
capable of decomposing pollutants modify or harmful to the environment. This paper
presents a study on the physiological behavior of microorganisms in aqueous
solution, together with the action of contaminants, potential for future biodegraded.
After contamination, the solution was subjected to microbiological analysis to
characterize the microbial growth, and assess the performance of the same on these
substances. Getting up before the contaminants behave differently.
Keywords: Microorganisms, Contaminants, Growth
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
2 HERBICIDAS ........................................................................................................... 13
2.1 Imidazolinonas ..................................................................................................... 13
2.2 Imazapic ® ............................................................................................................. 14
2.2.1 Estrutura Química ............................................................................................... 14
2.2.2 Modo de Ação e Toxicidade ............................................................................... 15
2.2.3 Comportamento no ambiente ............................................................................. 15
2.2.3.1 Solo ................................................................................................................. 15
2.2.3.2 Água ................................................................................................................ 16
3 METAIS PESADOS ................................................................................................. 17
3.1.Cromo ................................................................................................................... 17
3.1.1 Toxicidade .......................................................................................................... 17
3.1.2 Cromo no meio ambiente ................................................................................... 18
3.1.3 Legislação .......................................................................................................... 18
3.2 Manganês ............................................................................................................. 19
3.2.1 Toxicidade .......................................................................................................... 19
3.2.1.1 Efeitos Agudos ................................................................................................ 19
3.2.1.2 Efeitos Crônicos .............................................................................................. 19
3.2.2 Manganês no meio ambiente ............................................................................. 20
3.2.2.1 Água ................................................................................................................ 20
3.2.3 Legislação .......................................................................................................... 21
4 FLÚOR ..................................................................................................................... 22
4.1 Toxicidade ............................................................................................................ 22
4.1.1 Efeitos Agudos ................................................................................................... 22
4.1.2 Efeitos Crônicos ................................................................................................. 23
4.2 Flúor no meio ambiente ...................................................................................... 23
4.3 Legislação ............................................................................................................ 24
5 BIODEGRADAÇÃO ................................................................................................. 25
5.1 Mecanismos de Biodegradação ......................................................................... 25
5.1.1 Extensões da biodegradação ............................................................................. 25
5.1.2 Relação da biodegradação para conservação energia e crescimento ............... 26
5.1.3 Os benefícios de contaminantes que servem como doadores ou aceptores de elétrons ........................................................................................................................ 26
5.1.4 Desafios Associados ao Co-metabolismo ......................................................... 27
5.2 Fatores ambientais limitantes a biorremediação em campo ........................... 28
5.2.1 Substrato Primário .............................................................................................. 28
5.2.2 Outros Nutrientes ............................................................................................... 29
5.2.3 Temperatura ....................................................................................................... 29
5.2.4 Umidade ............................................................................................................. 30
6 MICROBIOLOGIA .................................................................................................... 31
6.1 Bactérias .............................................................................................................. 31
6.1.1 Pseudomonas spp. ............................................................................................. 31
6.1.2 Bacillus spp ........................................................................................................ 32
6.1.3 Serratia spp ........................................................................................................ 33
6.2 Fungos ................................................................................................................. 34
6.2.1 Aspergillus spp ................................................................................................... 35
6.2.2 Candida spp ....................................................................................................... 36
6.2.3 Penicillium spp ................................................................................................... 37
6.3 Plasmídeo ............................................................................................................ 38
7 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 39
7.1 Preparação dos contaminantes ......................................................................... 39
7.1.1 Preparação da solução de imazapic® ............................................................... 39
7.1.2 Preparação dos metais e fluoreto ....................................................................... 40
7.2 Planejamento dos experimentos ........................................................................ 40
7.2.1 Imazapic® .......................................................................................................... 40
7.2.2 Metais e fluoreto ................................................................................................. 41
7.3 Preparação dos meios de cultura e inoculação do s microrganismos ........... 42
7.4 Incubação dos microrganismos ......................................................................... 43
7.4.1 Preparação dos frascos ...................................................................................... 44
7.4.2 Preparação dos meios de cultura para a incubação ........................................... 44
7.4.2.1 Imazapic® ....................................................................................................... 44
7.4.2.2 Metais e Fluoreto ............................................................................................. 44
7.4.3 Incubação ........................................................................................................... 45
7.4.3.1 Imazapic® ....................................................................................................... 45
7.4.3.2 Metais e fluoreto .............................................................................................. 46
7.5 Contagem dos microrganismos ......................................................................... 46
8 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 49
8.1 Imazapic ............................................................................................................... 49
8.2 Metais e Fluoreto ................................................................................................. 52
9 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 58
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 59
11
1 INTRODUÇÃO
O Brasil demonstra nessas últimas décadas uma maior preocupação em
relação ao meio ambiente, há inúmeras técnicas visam diminuir essa agressão ao
meio ambiente, mas infelizmente essas técnicas por si só não são suficientes para o
controle da degradação sofrida pelos recursos naturais (ABBAS, 2003). Para
assegurar o manejo correto do meio ambiente é necessário que o desenvolvimento
seja de forma sustentável, e que o uso dos recursos naturais seja realizado com
responsabilidade e coerência, preservando e disponibilizando para as futuras
gerações (CARNEIRO; GARIGLIO, 2010).
Quando isso não é possível, uma alternativa deve ser utilizada, então os
reparos aos danos ambientais, devem ser feitos de forma rápida e de baixo custo,
porém é uma questão difícil de conciliar, pois os processos de manutenção do
ambiente estão associados a longos períodos e a altos custos. (ABBAS, 2003;
SILVEIRA; SPAREMBERGER, 2004).
Desde o início de seu desenvolvimento, a agricultura está plenamente
envolvida com a aplicação de produtos químicos para controlar as pestes que
atacam os produtos agrícolas, prejudicando as colheitas. A aplicação dessas
substâncias gera, comumente, grandes problemas. Os pesticidas muitas vezes são
tóxicos, podendo ser cancerígenos e mutagênicos, quando aplicados em uma maior
quantidade do permitido. Possuem grande persistência no meio ambiente, além de
gerar sérios problemas na qualidade das águas superficiais e subterrâneas. O efeito
decorrente do uso de produtos para o combate de pragas no ambiente depende
basicamente dos processos de transferência e transformações que ocorrem no
ambiente (PRIMEL et al., 2005).
Juntamente com o crescente desenvolvimento tecnológico e industrial, há uma
constante preocupação no mundo atual com a liberação de resíduos industriais
metálicos, pois podem causar danos em todo o ecossistema (CARLOS et al., 2007).
A utilização de metais nas indústrias de vários segmentos tem influenciado no
aumento de rejeitos industriais altamente tóxicos, que são lançados, na maioria dos
casos, no ambiente terrestre sem um tratamento antecipado. Uma vez no meio
ambiente sob a forma de um contaminante, os metais pesados mostram-se
biodisponíveis a serem utilizados pelos microrganismos (MATHIAS, 2008).
12
A biorremediação pode ser considerada como uma nova estratégia para o
tratamento de locais impactados mediante o uso de microrganismos capazes de
modificar ou decompor poluentes. As estratégias de biorremediação incluem a
utilização de microrganismos autóctones, ou seja, da própria área a ser revitalizada,
a adição de agentes estimulantes como nutrientes, oxigênio e biossurfactantes
(bioestimulação), e a inoculação de consórcios microbianos enriquecidos
(bioaumento). O benefício desses processos é a mineralização do poluente, isto é, a
transformação em gás carbônico, água e biomassa (BENTO et al., 2003).
Por isso a técnica de biorremediação tem sido um processo de crescente
utilidade e uso para o controle de compostos que afetam e prejudicam o meio
ambiente, pois tem como vantagem oferecer um maior aproveitamento e uma menor
agressão ao ambiente em que é utilizada, além de ser uma ferramenta de baixo
custo. (ABBAS, 2003; SANTOS, et al., 2007).
Esse trabalho tem como objetivo avaliar de forma exploratória o potencial da
utilização dos microrganismos Pseudomonas aeruginosa, Bacillus subtilis, Serratia
marcenscens, Candida albicans, Aspergillus fumigatius e Penicillium notatum na
degradação de manganês, cromo, fluoreto e do herbicida agrícola imazapic® em
água. Esses compostos foram escolhidos, por apresentarem um histórico de
poluição e contaminação em águas provenientes de áreas de agricultura, e caráter
industrial.
13
2 HERBICIDAS
Herbicidas são compostos químicos que quando aplicados às plantas em
concentrações convenientes, tanto sobre as folhas como na parte subterrânea,
matam ou inibem o seu crescimento normal (DE SOUZA, 2009).
O uso de herbicidas deve visar o controle eficiente das plantas daninhas,
mínimo de fitotoxicidade sobre a cultura, mínimo de agressividade ao meio
ambiente, mínimo de toxicidade aos animais e ser econômico (DE SOUZA, 2009).
Grupos mais modernos de herbicidas como imidazolinonas e sulfoniluréias são
aplicados em doses reduzidas, normalmente menos que 150 g/ha. Apresentam a
grande vantagem de agredir menos o meio ambiente, porém, o agricultor está mais
sujeito a insucesso devido ao fato de que pequenos erros podem levar ao prejuízo
do não controle (erro para menos na dose) ou dano à cultura (erro para mais na
dose) (DE SOUZA, 2009).
2.1 Imidazolinonas
Os herbicidas integrantes do grupo das imidazolinonas são: imazapyr,
imazapic, imazethapyr, imazamox, imazamethabenz e imazaquin, que contêm em
suas moléculas uma estrutura em comum, o imidazol, separando-se em três
subgrupos com base em uma segunda estrutura cíclica (Figura 1). O imazaquin tem
um grupo quinolina; o imazamethabenz, um anel benzeno; e as outras
imidazolinonas, um anel piridina. A este último grupo, piridina imidazolinona,
pertencem quatro moléculas, que se diferenciam por um radical unido ao carbono 5
do anel piridina. O imazapyr apresenta um hidrogênio (H) no lugar do radical (R); o
imazapic, um grupo metil (CH3); o imazethapyr, um grupo etil (CH3-CH2); e o
imazamox, um grupo metoximetil (CH3-O-CH2) (KRAEMER et al., 2009).
14
Figura 1: Estruturas químicas dos herbicidas do grupo das Imidazolinonas: imidazolinona piridina, imidazolinona benzeno e imidazolinona quinilona.
Fonte: KRAEMER et al., 2009
2.2 Imazapic ®
2.2.1 Estrutura Química
O Imazapic®1 pertence ao grupo das Imidazolinonas piridinas, onde possui um
anel piridina ligado ao grupo imidazol. Difere-se dos outros compostos do mesmo
grupo, pelo fato de apresentar o radical metil (CH3), ligado ao carbono 5 do anel
piridina (TU et al, 2001).
O herbicida imazapic possui nomenclatura de (±)-2-[4,5-dihydro-4-methyl-4-(1-
methylethyl)-5-oxo-1H-imidazol-2-yl]-5-methyl-3-pyridinecarboxylic acid, segundo a
IUPAC (TU et al, 2001).
Imazapic possui duas estruturas ao qual se relaciona no ambiente. Uma delas
é na forma de ácido Imazapic, onde possui um radical metil ligado ao anel piridina, e
a outra forma é de um sal amoníaco, onde além de possuir o radical metil ligado ao
radical piridina, há também a presença de um cátion NH4+ ligado ao ânion COO-
(Figura 2) (TU1 et al., 2001).
1 Fabricante Shanghai Tochance Chemicals Co., Ltd.,China.
15
Figura 2: Estruturas do Imazapic no ambiente.
Fonte: TU et al., 2001
2.2.2 Modo de Ação e Toxicidade
A ação do herbicida é resultado da redução dos níveis de 3 (três) aminoácidos
alifáticos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), através da inibição do
ácido hidroxiacético sintetase (AHAS), uma enzima comum na via biosintética
desses aminoácidos. Esta inibição interrompe a síntese protéica, que por sua vez
interfere na síntese de DNA e no crescimento celular (TU et al., 2001).
A taxa de morte da planta é geralmente lenta (várias semanas), e
provavelmente está relacionada à quantidade de aminoácidos armazenados
disponíveis para a planta. Apenas as plantas possuem AHAS, e podem produzir os
aminoácidos valina, leucina e isoleucina. Portanto, o Imazapic é de baixa toxicidade
para insetos, peixes e outros animais (TU et al., 2001).
2.2.3 Comportamento no ambiente
2.2.3.1 Solo
Com bases em estudos de dissipação no campo, Imazapic é moderadamente
persistente em solos com um DT50 (tempo necessário para a concentração do solo
atingir 50 % da concentração inicial média) de 7-150 dias dependendo do tipo de
solo e condições climáticas. Imazapic limitou a mobilidade horizontal do solo, e
geralmente se move de 6 a 12 polegadas, embora possa chegar a profundidades de
16
18 polegadas em solos arenosos. A principal via de degradação do herbicida é
através da ação microbiana (TU et al., 2001).
2.2.3.2 Água
Imazapic é solúvel em água com uma concentração de 2200 mg L-1 à 25oC, e
não degrada-se hidroliticamente em solução aquosa, no entanto, rapidamente
fotodegradado pela luz solar, com um tempo de meia-vida de 1-2 dias (TU et al.,
2001).
17
3 METAIS PESADOS
Por definição, metais pesados são elementos que têm peso específico maior
que 5 g cm-3. A expressão metal pesado também é usada para designar os metais
classificados como poluentes do ar, água, solo, plantas e alimentos, ou seja, do
meio ambiente. Alguns deles são benéficos em pequenas concentrações para os
microrganismos, plantas e animais; porém, em quantidades mais altas do que o
normal, tornam-se perigosos, pois são introduzidos na cadeia alimentar, podendo
contaminar os alimentos consumíveis pelo homem (JORDÃO et al., 2000).
3.1 Cromo
O cromo é um metal pesado, obtido através do minério da cromita (FeCr2O4).
Na tabela periódica está localizado no grupo VI-B, onde no estado fundamental os
elétrons ocupam os níveis mais baixos de energia. Pode ser encontrado em alguns
estados de oxidação, sendo os estados mais importantes o Cr(II) (redutor), Cr(III)
(mais estável) e o Cr(VI) (oxidante) (CONCEIÇÃO, 2006).
No ambiente pode encontrar-se naturalmente como Cr(III) ou Cr(VI) ou pela
contaminação gerada por resíduos de curtimento de peles, do refino de petróleo, da
indústria metalúrgica ou do tratamento da madeira. A forma mais agressiva é a
hexavalente, geralmente ligada ao oxigênio. Devido a sua menor solubilidade, a
forma trivalente e menos tóxica e pode ser achada como óxidos, hidróxidos ou
sulfatos (CONCEIÇÃO, 2006).
3.1.1 Toxicidade
Milhares de pessoas estão comumente expostas ao cromo em seus locais de
trabalho. A exposição ao Cr(III) e ao Cr(VI) torna-se mais grave quando há risco de
inalação. Outras fontes de contaminação são os cigarros, fumaça de automóveis,
emissões vulcânicas, alimentos e água contaminada. Entre as lesões causadas pela
intoxicação por cromo, pode-se citar câncer na cavidade nasal, hemorragia nasal,
irritação da mucosa nasal e úlceras. A manipulação de compostos contendo cromo
18
pode causar úlcera de pele e forte alergia, sendo considerado o metal que mais
causa alergias em humanos (CONCEIÇÃO, 2006).
3.1.2 Cromo no meio ambiente
A produção mundial de cromo está na contagem de 10 milhões de toneladas
por ano, sendo usado em vários segmentos industriais. Esta grande demanda pode
tornar o cromo um sério agente poluidor do ar, água e solo. A concentração média
deste metal em água doce não poluída é de 0,1 a 0,5 mg L-1 e em oceanos de
0,0016 a 0,05 mg L-1, porém efluentes industriais lançados no ambiente, que não
possuírem um tratamento antecipado, podem conter concentrações muito elevadas
de cromo (CONCEIÇÃO, 2006).
O cromo é o sétimo elemento mais abundante na terra, sendo que sua
concentração média nos solos varia de 5 a 250 mg Kg-1. Por ser um forte agente
oxidante da matéria orgânica, o Cr(VI) tem sido considerado um elemento estável
em solos ácidos, por ser rapidamente reduzido a Cr(III) (CONCEIÇÃO, 2006).
O Cr(III) é encontrado em muitos suplementos alimentares. É considerado um
micronutriente necessário para a atividade biológica da insulina e para o
metabolismo de carboidratos em seres humanos (CONCEIÇÃO, 2006).
3.1.3 Legislação
A resolução CONAMA nº 357 determina que o limite máximo de lançamento de
cromo total em efluentes, possua uma concentração máxima de 0,5 mg L-1
(CONAMA, 2005).
3.2 Manganês
O manganês é um metal de transição do grupo VII-b da tabela periódica. Como
os outros elementos de transição, devido à sua configuração eletrônica, possui
algumas propriedades características, como possuir várias formas e estados de
oxidação (0 a +7) e pode formar vários compostos coloridos e paramagnéticos. É o
metal de transição mais abundante após o ferro e o titânio e os compostos mais
comuns são formados nos estados de oxidação +2, +3 e +7 (WHO, 1981).
19
O manganês é um metal que tem estabilidade normal. Geralmente, forma
óxido-compostos como produtos de combustão e decomposição térmica e, quando
em concentração suficiente, na forma de finas partículas dispersas, tem potencial de
incêndio moderado, podendo formar misturas explosivas no ar (WHO, 1981).
3.2.1 Toxicidade
3.2.1.1 Efeitos Agudos
A toxicidade oral e dérmica do manganês é pouco significativa devido à baixa
solubilidade do metal. Estudos sugerem que exposição a altas concentrações
ambientais pode ocasionar inflamação nos pulmões (pneumonia química). Alta
incidência de pneumonia tem sido associada a concentrações acima de 210 mg m-3
de Mn, no ambiente de trabalho (BARCELOUX, 1999).
3.2.1.2 Efeitos Crônicos
O risco de doenças pulmonares originadas da exposição ambiental é pequeno,
mas existem evidências de um aumento de prevalência e sintomas respiratórios que
ocorrem próximos às fontes de Mn, tais como as indústrias de ferromanganês
(BARCELOUX, 1999).
Em pessoas expostas ao Mn, o manganismo ou loucura mangânica, é
caracterizado pela deterioração da função neurológica que se inicia com sintomas
inespecíficos e sinais neurológicos subclínicos. Estes sintomas incluem anorexia,
apatia, artralgia, astenia, dor de cabeça, irritabilidade, letargia e fraqueza nas
extremidades (BARCELOUX, 1999).
3.2.2 Manganês no meio ambiente
O manganês é um elemento amplamente distribuído na crosta terrestre, água e
atmosfera, na forma particulada. Esse elemento é o 5º metal e o 12º elemento mais
abundante na crosta terrestre, sendo o principal componente metálico nos nódulos,
que são pontos ou cavidades nos quais há uma concentração de minerais,
20
depositados nos oceanos. É, também, um elemento abundante nas rochas ígneas,
sedimentárias e metamórficas (MENA, 1980).
No solo, suas concentrações dependem das características geotérmicas, das
transformações ambientais dos compostos de manganês naturalmente presentes,
da atividade de microrganismos e da incorporação pelas plantas (WHO, 1981). A
erosão do solo é uma das mais importantes fontes naturais de manganês. O
manganês ocorre em quase todos os tipos de solo, na forma divalente ou
tetravalente, nos quais a concentração varia de 40 a 900 mg kg-1, dependendo da
atividade de mineração, pode-se atingir níveis em torno de 7000 mg kg-1
(BARCELOUX, 1999).
3.2.2.1 Água
O conteúdo aquático de manganês é proveniente do solo e das rochas. Nos
oceanos, o manganês é encontrado, principalmente, na forma de dióxido (MnO2),
produzido através da ação de bactérias sobre os sais do metal. O transporte do
manganês é favorecido, principalmente, pelas variações de pH e estudos
demonstram que em meio ácido, circula na forma livre podendo atingir águas
subterrâneas e se precipitar, quando níveis médios de pH são atingidos, resultando
num aumento de manganês no sedimento (WHO, 1981).
O material particulado suspenso na água pode conter concentrações
consideráveis de manganês. Nos oceanos, as concentrações de partículas são
menores que as concentrações do metal dissolvido. Todavia, nos rios são maiores
as quantidades encontradas devido à possibilidade de ressuspensão do material no
leito (WHO, 1981).
Pesticidas e fertilizantes são identificados como principais fontes de
contaminação do solo que se somem à carga de Mn naturalmente presente nas
águas doce e salgada (BARCELOUX, 1999).
3.2.3 Legislação
A resolução CONAMA Nº 357 determina que o limite máximo de lançamento de
manganês dissolvido em efluentes, possua uma concentração máxima de 1,0 mg L-1
(CONAMA, 2005).
21
4 FLÚOR
O flúor deriva do fato de ser encontrado no mineral fluorespato, que é
basicamente o fluoreto de cálcio (CaF2), usado como fundente (fluxo) em soldas
(PEIXOTO, 1998).
O flúor é o 13º elemento mais abundante na crosta terrestre e, também, o mais
eletronegativo dos halogênios, grupo que inclui ainda o cloro, o bromo e o iodo
(NARVAI, 2000). Possui grande capacidade de reagir com outros elementos
químicos, formando compostos orgânicos e inorgânicos, e é raramente encontrado
em seu estado rudimentar, geralmente está na forma iônica, eletrovalente ou
covalente (ELLWOOD; FEJERSKOV, 2005).
4.1 Toxicidade
4.1.1 Efeitos Agudos
Como a maioria dos materiais solúveis, compostos de flúor são prontamente
absorvidas pelo estômago, intestino e excretado pela urina. Vestígios são
incorporados no osso. A urina tem sido utilizada para determinar as taxas de
excreção, a fim de definir os limites máximos de exposição a compostos de flúor e
associados aos efeitos prejudiciais à saúde. A ingestão de fluoreto primeiramente vai
interagir localmente na mucosa intestinal, onde se forma o ácido fluorídrico no
estômago. Posteriormente, este se liga ao cálcio e interfere em várias enzimas
(NOCHIMSON, 2008).
A intoxicação vem da ingestão de uma grande quantidade de flúor em um curto
período de tempo. Ingerir 3–5 mg kg-1 pode causar que os sintomas apareçam,
enquanto que a dose letal estimada é de 5-10 g (32–64 mg kg-1) em adultos e 16 mg
kg-1 em crianças. A severidade dos sintomas depende da quantidade de flúor
ingerida. Estes incluem dor abdominal, diarreia, disfagia, hipersalivação, lesão da
mucosa, náuseas, vómito. Os sintomas neurológicos incluem dor de cabeça,
fraqueza muscular, hiperreflexia, espasmos musculares, convulsões de parestesias,
contrações tetânicas, e tremores. Em casos graves, falência de órgãos múltiplos
poderá ocorrer. Morte normalmente resulta de paragem cardíaca, choque e
ocorrência de várias arritmias (NOCHIMSON, 2008).
22
4.1.2 Efeitos Crônicos
O flúor ingerido em baixas doses, por período prolongado, está relacionado
com alterações dentárias e ósseas. O íon fluoreto atua de maneira tóxica
precipitando o cálcio, elemento essencial a várias funções fisiológicas, em particular
aos tecidos musculares e nervosos. Na toxicidade crônica do flúor, pela sua
afinidade com os fosfatos, forma a fluorapatita; e com o cálcio forma o fluoreto de
cálcio, pouco solúvel. Sendo assim, os tecidos ósseo e dentário, portadores de uma
elevada porcentagem de cálcio e fosfato, podem sofrer os efeitos tóxicos do flúor,
resultando em alterações dentárias, como fluorose; e óssea, como a
hipercalcificação ou calcinose (CHIOCA et al., 2009).
4.2 Flúor no meio ambiente
O flúor é amplamente conhecido como poluidor do meio ambiente e uma das
fontes são as fábricas de fertilizantes. A poluição por fluoreto, nas proximidades
dessas fábricas, tem sido intensamente estudada nos diferentes meios como: ar,
águas, plantas e solos. A maioria dessas contribuições aborda os efeitos das
emissões industriais sobre o desenvolvimento de plantas terrestres, no entanto, não
se encontram estudos sobre a distribuição de fluoreto em águas (MIRLEAN, 2002).
4.3 Legislação
A resolução CONAMA Nº 357 determina que o limite máximo de lançamento de
flúor, sob a forma de fluoreto total em efluentes, possua uma concentração máxima
de 10 mg L-1 (CONAMA, 2005).
23
5 BIODEGRADAÇÃO
5.1 Mecanismos de biodegradação
Muitos contaminantes do ambiente estão sujeitos a reações de caráter químico
ou fotoquímico. Entretanto, organismos biológicos – particularmente microrganismos
– desempenham um importante papel na remoção de compostos orgânicos
perigosos ao meio ambiente. Transformações termodinamicamente viáveis de
poluentes, muitas vezes não acontecem na ausência de um catalisador biológico,
devido a limitações cinéticas, mas são facilitadas por microrganismos, que através
de enzimas reduzem a energia de ativação, que precisa ser superada, para uma
reação aconteça (MITCHELL; GU, 2010).
5.1.1 Extensões da biodegradação
O termo biodegradação é utilizado para descrever a transformação biológica de
contaminantes orgânicos em outros compostos que possuam uma energia livre mais
baixa. Assim, a biodegradação refere-se a reações de biotransformação que
resultam em apenas pequenas alterações nas estruturas dos contaminantes, bem
como a mineralização, que é a conversão de compostos orgânicos em seus
constituintes inorgânicos (H2O, CO2, NO3-, SO4
2-, PO43- e Cl-). Em muitos casos, as
reações de biotransformação geram produtos que tenham níveis de toxicidade
semelhante ou superiores dos componentes primários. Em contraste, os produtos
inorgânicos da mineralização normalmente não apresentam riscos para a saúde na
concentração produzida através da biodegradação (MITCHELL; GU, 2010).
5.1.2 Relação da biodegradação para a conservação de energia e crescimento
A transformação de contaminantes e desintoxicação é muitas vezes
relacionada com a capacidade de um organismo de conservar energia e crescer
através de uma reação de biodegradação. Mineralização completa de um
contaminante é frequentemente o resultado de um processo metabólico e está
ligada à conservação de energia e síntese de biomassa. Em contraste,
24
biotransformações podem causar apenas pequenas alterações na estrutura do
contaminante, e são muitas vezes o resultado de processos co-metabólicos, que não
geram energia livre de carbono ou que podem ser usados pelas células para a
realização de reações. Embora existam definições alternativas, o termo co-
metabolismo é geralmente aplicado para ambas às reações que ocorram apenas na
presença de um substrato de crescimento, bem como as reações que ocorrem sem
o crescimento concomitante dos organismos (MITCHELL; GU, 2010).
Compostos que suportam o crescimento microbiano são conhecidos como
substratos primários. Os substratos co-metabólicos são chamados de substratos
secundários, porque eles não sustentam o crescimento. Alguns compostos podem
servir como substratos primários em concentrações relativamente altas, mas pode
agir como substratos secundários, quando eles estão presentes em níveis abaixo
Smin, o limiar de concentração necessária para suprir o organismo com energia
suficiente para o crescimento líquido (MITCHELL; GU, 2010).
5.1.3 Os benefícios de contaminantes que servem como doadores ou aceptores de
elétrons
A biorremediação é a técnica que consiste na aplicação de processos
biodegradáveis no tratamento de resíduos para recuperar e regenerar ambientes
(principalmente água e solo) que sofreram impactos negativos, mantendo o
equilíbrio biológico em ecossistemas. Também é chamada de biotecnologia
ambiental, por usar, de forma controlada, processos microbiológicos que ocorrem
normalmente na natureza para remover poluentes. Especificamente, a
biorremediação atua através da introdução de processos biológicos adicionais para
a decomposição dos resíduos que favorecem e incrementam a velocidade do
processo natural de degradação. A grande maioria dos compostos orgânicos
conhecidos, de origem animal ou vegetal, bem como muitos agentes químicos
tóxicos, pode ser biodegradável através de técnicas de biorremediação (MITCHELL;
GU, 2010).
A biorremediação é facilitada por processos de biodegradação metabólica. O
tamanho médio da população microbiana influencia a taxa em que ocorre à reação
de biodegradação. Assim, processos de biodegradação metabólica tendem a ser
autocatalíticos (ou seja, aumentando a população, a taxa de biodegradação tende a
25
crescer sobre o contaminante). As populações que podem realizar reações de
biodegradação metabólica selecionam os contaminantes que servem como
substratos para o seu crescimento. Em contraste, os substratos para o crescimento
necessários para manter ou aumentar as populações realizam biotransformações
co-metabólicas, que geralmente não enriquece especificamente essas populações, e
também podem ser utilizados por microrganismos que não contribuem para a
remoção dos contaminantes. Ambos compostos, que sejam doadores e receptores
de elétrons devem ser fornecidos às populações que realizam biotransformações co-
metabólicas, porque os contaminantes não preenchem qualquer um destes papéis
nutricionais. Nas reações metabólicas de biodegradação, o contaminante serve tanto
como doador de elétrons ou aceptor, portanto, em geral, apenas os substratos de
crescimento complementares devem estar disponíveis para garantir que a
biodegradação ocorra (MITCHELL; GU, 2010).
5.1.4 Desafios associados ao Co-metabolismo
Em muitos casos, o co-metabolismo pode ser prejudicial para as células,
porque desvia a energia de crescimento e/ou gera produtos que são altamente
reativos e, portanto, tóxicos para as células (MITCHELL; GU, 2010).
Transformações co-metabólicas não podem ser mantidos sem o substrato(s)
necessários para sustentar o crescimento do organismo e, em muitos casos, para
induzir a enzima. Ao mesmo tempo, o substrato de crescimento, muitas vezes,
compete com o substrato co-metabólico pela enzima. Como resultado desses efeitos
de inibição competitiva, produtos de reação tóxica e/ou as demandas de energia de
reações co-metabólicas, a taxa máxima de uma reação co-metabólica pode ser de
10 a 100 vezes menor que a do substrato de apoio ao crescimento. Assim,
numerosos desafios devem ser superados para gerenciar o crescimento microbiano
e a biodegradação de contaminantes e implementar com sucesso, a biorremediação
com base nas reações co-metabólicas (MITCHELL; GU, 2010).
26
5.2 Fatores ambientais limitantes a biorremediação em campo
5.2.1 Substrato primário
Se a concentração de um contaminante é muito baixa para suportar o
crescimento (ou seja, S < Smin), ou pode não suportar o crescimento por algum outro
motivo, deve ser degradado como um contaminante secundário. Por outro lado, altas
concentrações de um contaminante que é usado como substrato primário, pode ser
inibitória ou fazer com que o substrato de crescimento complementar e/ou nutrientes
se torne limitante. Por exemplo, altas concentrações de hidrocarbonetos que servem
como um doador de elétrons em solo ou água subterrânea pode rapidamente
consumir o oxigênio dissolvido na água ou de gás presentes em poros. É importante,
porque alguns contaminantes são apenas biodegradados sob condições aeróbias,
enquanto muitas taxas de biodegradação de contaminantes são mais rápidas em
condições aeróbias do que em anaerobiose. Como resultado, muitas tecnologias de
biorremediação focam na adição de oxigênio (MITCHELL; GU, 2010).
Um número de receptores de elétrons que não seja oxigênio está muitas vezes
presente no meio ambiente de subsuperfície e muitos compostos orgânicos podem
ser biodegradados anaerobicamente. Depois do consumo do oxigênio, altos níveis
de contaminação também podem esgotar rapidamente a esses receptores de
elétrons anaeróbicos, e a taxa natural de reposição tende a ser muito lenta. Assim, o
acoplamento de transporte de massa pelo fluxo de águas subterrâneas e a reação
microbiana é provável que resulte em gradientes das concentrações do receptor de
elétrons. Com base na energia livre liberada durante a respiração, uma progressão
em condições redox pode ocorrer ao longo do caminho do fluxo de água subterrânea
se afastando de uma zona contaminada, com os microrganismos heterotróficos
previstos para uso em sequência a sucessão seguinte de receptores de elétrons:
oxigênio, nitrato, Mn(IV) e Fe(III), sulfato e dióxido de carbono (MITCHELL; GU,
2010).
5.2.2 Outros nutrientes
Microrganismos quimiotróficos exigem macronutrientes, elementos menores e
traços, e fatores de crescimento para a síntese de materiais celulares. Se todos os
27
requisitos nutricionais celulares não são satisfeitos, a biodegradação pode parar, no
entanto, o foco é geralmente na disponibilidade de N e/ou P. Doses de N e P
apropriadas podem ser calculadas usando estequiometria, e em aplicações de
biorremediação in situ muitas vezes incluíram a adição de nutrientes inorgânicos.
Enquanto muitos estudos de laboratório indicam que adições de nutrientes
aumentam as taxas de degradação, muitas vezes pouco efeito é observado no
campo (MITCHELL; GU, 2010).
5.2.3 Temperatura
As temperaturas do solo e águas subterrâneas flutuam sazonalmente a uma
profundidade de aproximadamente 10 m, abaixo do qual a temperatura da água
subterrânea é determinada em grande parte pela região, e é a temperatura média
anual. Temperatura é um fator-chave que afeta o crescimento microbiano e as taxas
de biotransformação. Em geral, as taxas de biodegradação diminuem com a
temperatura, no entanto, os efeitos da temperatura podem ser complexa
(MITCHELL; GU, 2010).
5.2.4 Umidade
Níveis de umidade inadequada pode severamente restringir a biodegradação
em solos superficiais, que estão sujeitos à secagem aos níveis de qualidade inferior,
principalmente quando o fluxo de ar ocorre em solos insaturados. O nível de
umidade ideal para uma determinada situação é uma função das propriedades do
solo, características de contaminantes e necessidades de oxigênio. Quando os
níveis de umidade são altos, o nível de oxigênio diminui e logo se torna anaeróbico,
devido à baixa taxa de difusão de oxigênio através da água. No entanto, as taxas de
degradação também diminuem se os níveis de umidade ficar demasiado baixo
(MITCHELL; GU, 2010).
28
6 MICROBIOLOGIA
6.1 Bactérias
As bactérias são seres unicelulares aclorofilados, microscópicos, que se
produzem por divisão binária. Elas são células esféricas ou em forma de bastonetes
curtos com tamanhos variados, alcançando às vezes micrômetros linearmente. Na
maioria das espécies, a proteção da célula é feita por uma camada extremamente
resistente, a parede celular, havendo imediatamente abaixo uma membrana
citoplasmática que delimita um único compartimento contendo DNA, RNA, proteínas
e pequenas moléculas (UFSC, 2003).
A habilidade em dividir-se de maneira rápida possibilita populações de
bactérias a se adaptar às mudanças de ambiente. In vitro, por exemplo, uma
população de bactérias mantida em uma dorna de biorreator evolui dentro de poucas
semanas por mutações de seleção natural para utilização de novos tipos de
carboidratos como fonte de carbono e de energia (UFSC, 2003).
6.1.1 Pseudomonas spp.
Pseudomonas é o gênero incluído nas γ-proteobactérias pertencentes à família
Pseudomonadaceae. São bastonetes gram-negativos que podem ser móveis por
flagelos polares ou imóveis. Diversas espécies de Pseudomonas podem ser isoladas
de habitats naturais (água, solo, plantas) e, devido a sua ampla distribuição no
ambiente e facilidade de cultivo, esse gênero constitui-se em dos grupos bacterianos
melhor estudados. Os papéis desempenhados por Pseudomonas no ambiente
incluem a biodegradação de compostos naturais e xenobióticos, promotores de
crescimento de plantas e patógenos de plantas. Pseudomonas é ainda um gênero
de grande importância em processos industriais envolvendo biotransformação. No
gênero Pseudomonas encontramos, ainda, P.aeruginosa, que é um patógeno
humano oportunista que pode causar sérias infecções (PEIXOTO, 2008).
A seguir a figura 3 apresenta o gênero Pseudomona spp.
29
Figura 3: Pseudomonas spp
Fonte: Pseudomonas Genoma Data, 2011
6.1.2 Bacillus spp
O Gênero Bacillus pertence a microrganismos gram – positivos aeróbicos ou
facultativos, formadores de endósporos que podem ser isolados do solo e plantas de
todo o mundo, sendo capazes de sintetizar e excretar diversas enzimas proteolíticas
durante sua fase de crescimento e esporulação. Eles crescem bem em um meio
simples e produzem as enzimas hidrolíticas, como as proteases, mananases e
glucanases, independente do meio de cultura usado. Nunca foi reportado sobre a
patogenicidade dos microrganismos deste gênero, que tem sido utilizado
extensivamente na produção industrial de exoenzimas (PALLADINO, 2008).
Espécies de Bacillus geralmente crescem bem em meios definidos contendo
várias fontes de carbono. Muitos Bacillus produzem enzimas hidrolíticas
extracelulares que degradam polímeros complexos, como polissacarídeos, ácidos
nucléicos e lipídeos, permitindo aos organismos utilizarem esses produtos como
fontes de carbono e doadores de elétrons. Vários Bacillus produzem antibióticos
como, por exemplo, a bacitracina, poliximina, tirocidina, gramicidina e circulina. Na
maioria dos casos, a produção de antibióticos está relacionada ao processo de
esporulação (PALLADINO, 2008). A seguir a figura 4 apresenta o gênero Bacillus sp.
30
Figura 4: Bacillus spp.
Fonte: Pseudomona Genoma Data, 2011.
6.1.3 Serratia spp
Serratia é um gênero de bactéria gram-negativa, anaeróbia facultativa. É um
bacilo da família Enterobacteriaceae cuja espécie mais comum é a S. marcescens,
que normalmente causa infecção nosocomial (ANI, 2007).
A Serratia é reconhecida como um patógeno importante, com propriedades
invasivas e alta resistência a muitos antibióticos utilizados na atualidade. Em
determinada ocasião, essa bactéria foi utilizada como comensal inócuo para detectar
contaminação, a princípio devido à característica pigmentação vermelha de algumas
cepas, de fácil detecção em meios de cultura (MENEZES, 2004).
A Serratia pode ser implicada em várias doenças infecciosas e podem ser
isoladas de qualquer amostra recebida em laboratório clínico. Os pacientes
imunocomprometidos ou debilitados são altamente susceptíveis às infecções
adquiridas no hospital, após colonização com cepas ambientais ou contaminação a
partir de procedimentos invasivos. Podendo causar pneumonia, bacteremia e
endocardite, sobretudo em usuários de narcóticos ou drogas e pacientes
hospitalizados (MENEZES, 2004).
As espécies de Serratia produzem as enzimas lipase, gelatinase e Dnase que
são importantes fatores de sua patogenicidade. A resistência à colistina e à
cefalotina é uma característica diferencial adicional. O gênero Serratia é considerado
atualmente uma bactéria emergente, causando infecções hospitalares graves
(MENEZES, 2004). A seguir a figura 5 apresenta o gênero Serratia sp.
31
Figura 5: Serratia spp.
Fonte: Science photo library, 2011.
6.2 Fungos
Os fungos são seres heterótrofos, incapazes de produzir substâncias orgânicas
a partir de elementos inorgânicos; não possuidores de clorofila ou qualquer outro
pigmento que lhes permita utilizar luz como fonte de energia. Armazenam glicogênio
e não formam tecidos verdadeiros assim, para seu desenvolvimento, exigem sempre
fonte orgânica de carbono para suas necessidades estruturais e energéticas. Suas
células são extremamente individualizadas, sendo capazes de liberarem exoenzimas
para decomposição e obtenção de nutrientes, capazes de produzir metabólitos
complexos como exotoxinas e, se isoladas, reproduzem-se para formação de uma
nova colônia. São aeróbios, tendo metabolismo respiratório que exige a presença de
oxigênio como aceptor de íons hidrogênio, o que explica a prevalência de
desenvolvimento em superfícies corpóreas ou sua localização em extratos
superficiais do solo. Os fungos de interesse clínico apresentam polimorfismo, ou
seja, podem alterar sua morfologia de acordo com o ambiente em que estão se
desenvolvendo (ZAMPRONHA et al., 2005).
Os fungos, em sua maioria, quando cultivados a 25oC em meios comuns,
crescem sob a forma filamentosa ou de bolores. No hospedeiro ou em meios
específicos a 37ºC, podem adquirir a forma de levedura. Sendo desprovidos de
clorofila e da capacidade de realizar digestão intracelular, os fungos são obrigados a
viver de matéria orgânica em saprofitismo ou em parasitismo no organismo do
homem e de outros animais (ZAMPRONHA et al., 2005).
32
6.2.1 Aspergillus spp
Os fungos filamentosos são microrganismos eucarióticos heterotróficos.
Caracterizam-se por formarem um micélio, que é um conjunto de estruturas
filamentosas denominadas hifas. A reprodução dos fungos, normalmente ocorre por
meio de esporos, podendo ser assexuada ou sexuada (PAMBOUKIAN, 1997).
Aspergillus é um fungo filamentoso muito importante economicamente, sendo
utilizado em fermentações industriais para a produção de ácido cítrico, ácido
glicônico, glicoamilase e várias enzimas. Esse fungo se reproduz por meio de
esporos (conídias), formando micélios compostos por hifas septadas e ramificadas
(PAMBOUKIAN, 1997). A seguir a figura 6 apresenta o gênero Aspergillus.
Figura 6: Aspergillus spp.
Fonte: Mar Vista Animal Medical Center, 2009.
6.2.2 Candida spp
O gênero Candida pertence à família Crytococcaceae, da classe Ascomycetes
e filo Ascomycota e é caracterizado por leveduras que apresentam formas
arredondadas ou ovais que medem aproximadamente de 2,0 a 4,0 µm e
reproduzem-se por brotamento ou gemulação. Algumas espécies, como C. albicans,
produzem brotos que não se separam uns dos outros; estes brotos formam uma
cadeia de células chamada de pseudo-hifa, forma esta necessária para invadir
tecidos mais profundos nos quadros de infecção. Esta transição entre os dois
fenótipos pode ser induzida in vitro em resposta a variações do ambiente como pH e
33
temperatura, ou determinadas substâncias como N-acetilglucosamina ou prolina. No
entanto, o mais importante critério para a patogenicidade é a indução para a forma
micelial por macrófagos e componentes do soro. Associado a isso, o grande
interesse biológico do dimorfismo é a capacidade do microrganismo mudar de forma
e isso esta associada diretamente a sua patogenicidade (PORTELA, 2006). A seguir
a figura 7 apresenta o gênero Candida spp.
Figura 7: Candida spp.
Fonte: Optimal Healthy Network, 2003.
6.2.3 Penicillium spp.
Penicillium é um gênero de fungos de maior importância ambiental, bem como
a produção de alimentos e remédios. Ele produz a penicilina, uma molécula que é
usada como antibiótico, que mata ou impede o desenvolvimento de certos tipos de
bactérias (CANNON et al., 2008).
O gênero Penicillium é composto por espécies pouco exigentes
nutricionalmente, capazes de crescer em qualquer ambiente com uma fonte de sais
minerais e qualquer fonte de carbono exceto as mais complexas, numa gama vasta
de condições físico-químicas. Muitas espécies são psicrófilas, capazes de crescer a
temperatura abaixo de 0o C, mas algumas espécies são capazes de crescer até
40oC. Eles apresentam hifas septadas e os conidióforos na forma de pincéis. Seus
esporos assexuados produzem uma estrutura típica do gênero designada de
“penicillus” (pincel) (FASANELLA, 2008). A seguir a figura 8 apresenta o gênero
Penicillium spp.
34
Figura 8: Penicillium spp.
Fonte: University Minnesota, 2010.
6.3 Plasmídeo
A resistência e a capacidade de utilizar certos compostos químicos em seu
metabolismo se devem aos plasmídeos, que são DNA extra cromossomais, que
podem ser transferidos de bactérias de geração a geração, levando informações
genéticas e novas características às bactérias receptoras. Os plasmídeos estão
presentes em várias bactérias (UNIPAR, 1994).
Os plasmídeos podem ser pequenos com baixo peso molecular, ou grandes
com alto peso molecular, quanto maior o peso molecular do plasmídeo, menor será
o número de cópias possíveis de serem realizadas, cerca de três cópias. Já os
plasmídeos de baixo peso molecular podem realizar até cem cópias por células
(UNIPAR, 1994).
Sua constituição é feita pela estrutura denominada RTF, que é um conjunto de
genes necessários para transferência, pelo determinante, que é a estrutura
responsável pelas características do plasmídeo, e pelo elemento IS, que é uma
estrutura sequencial de DNA, responsável pela sua inserção no código genético da
célula receptora (UNIPAR, 1994).
Existem vários tipos de plasmídeos:
- Plasmídeo F e F’: são responsáveis pelo fator de fertilidade bacteriana;
35
- Plasmídeo R (ou RTF): responsável pelos fatores de resistência bacteriana a
antimicrobianos;
- Plasmídeo COL (ou fator colicinogênico);
- Plasmídeos responsáveis pela fixação do nitrogênio do solo;
- Plasmídeos que degradam metais pesados;
- Plasmídeos codificadores de toxinas bacterianas.
36
7 MATERIAIS E MÉTODOS
Os seguintes materiais foram utilizados na pesquisa:
a) Vidrarias e equipamentos:
Erlermeyers de 500 mL, 250 mL, 100 mL, para a incubação dos
contaminantes, eppendorfs de 1 mL, micropipetadores automáticos (0,01-10
mL), placas de Petry, estufa De léo, bico de bunsen, autoclave Bio Eng A30,
alça de platina, alça de Drigalski, contador de colônias mecânico Phoenix CP
602, balão de fundo redondo de 100 mL, Beckers de 2 L, 1 L, 500 mL,
SHAKER Nova Estima.
b) Culturas, meios de cultivo e reagentes:
Foram utilizados água deionizada e destilada, bactérias Bacillus subtilis,
Pseudomonas aeruginosa, Serratia marcescens, fungos Candida albicans,
Aspergillus fumigatus, Penicillium notatum, PCA (Plate Count Agar), MH
(Mueller-Hinton), caldo BHI (Brain Heart Infusion), ágar sabouraud dextrose,
padrão do herbicida imazapic, fluoreto de sódio, óxido de cromo VI, sulfato de
manganês.
c) Análises:
As análises de incubação e contagem dos microrganismos foram realizadas
no laboratório de microbiologia do UNILASALLE.
7.1 Preparações dos contaminantes
7.1.1 Preparação da solução de Imazapic®
Para a realização do experimento foi utilizado um padrão do herbicida imazapic
da seguinte maneira: uma solução estoque do herbicida com concentração
conhecida de 500 mg L-1 em acetona foi primeiramente utilizada. A partir dessa
solução cada inóculo foi preparado utilizando-se 5 mL do padrão de 500 mg L-1,
obtendo-se uma concentração final do herbicida nos inóculos de 5 mg L-1.
37
7.1.2 Preparação dos metais e fluoreto
Para o experimento foi utilizada uma massa de 300 mg de sais inorgânicos,
sendo os compostos: óxido de cromo VI, fluoreto de sódio e sulfato de manganês.
Essa quantidade foi acrescentada em 1 litro de meio mínimo mineral, obtendo uma
concentração final de 300 mg L-1 de cada contaminante.
7.2 Planejamento dos experimentos
7.2.1 Imazapic®
No planejamento do experimento, o primeiro fator que observado foi a escolha
das condições para a melhor realização do procedimento.
As variáveis e níveis utilizados foram os seguintes:
a) Temperatura de incubação: 32oC;
b) Microrganismos: Bactérias (Pseudomonas, Bacillus, Serratia). Fungos
(Candida, Aspergillus, Penicillium).
O experimento teve a seguinte estrutura em relação aos seus componentes:
Tabela 1: Distribuição dos frascos contendo o herbicida de acordo os
microrganismos testado.
Fonte: Autoria Própria, 2011
FRASCOS COMPONENTES
1 Contaminado BA
2 Contaminado PS
3 Contaminado SE
4 Branco BA
5 Branco PS
6 Branco SE
7 Contaminado Asp
8 Contaminado Pen
9 Contaminado Cand
10 Branco Asp
11 Branco Pen
12 Branco Cand
38
Onde:
BA: Bacillus;
PS: Pseudomonas;
SE: Serratia;
Asp: Aspergillus;
Pen: Penicillium;
Cand: Candida.
7.2.2 Metais e Fluoreto
Para esse procedimento os fatores utilizados, seguiram a mesma ordem em
relação ao contaminante anterior, com apenas a exclusão dos fungos nesse
experimento.
O procedimento obteve a seguinte estrutura em relação a todos os
contaminantes desse grupo de estudo.
Tabela 2: Distribuição dos frascos contendo o fluoreto de acordo o
microrganismo testado.
FRASCOS COMPONENTES
1 Contaminado BA Contagem (150 mL)
2 Contaminado PS Contagem (150 mL)
3 Contaminado SE Contagem (150 mL)
4 Branco BA
5 Branco PS
6 Branco SE
39
Fonte: Autoria Própria, 2011
Onde:
BA: Bacillus;
PS: Pseudomonas;
SE: Serratia.
7.3 Preparação dos meios de cultura e inoculação do s microrganismos
Meios de cultura consistem da associação qualitativa e quantitativa de
compostos químicos que fornecem os nutrientes necessários para desenvolvimento
(cultivo) de microrganismos fora do seu meio natural (UFBA).
Pesou-se 3,4g de caldo BHI, e adicionou-se 100 mL de água deionizada para
cada erlenmeyer de 250 mL. Foi utilizado um total de 6 frascos (Imazapic) e 3
frascos (metais e fluoreto), pelo fato de termos o mesmo número de organismos.
Tampou-se com papel alumínio juntamente com papel pardo. Colocou-se na
autoclave à 120ºC, pelo intervalo de tempo de 10 minutos, para que não houvesse à
presença de nenhum outro organismo nesse meio. A figura 9 apresenta os meios de
cultura.
7 Contaminado BA Quantificação
(500 mL) 8 Contaminado PS
Quantificação (500 mL)
9 Contaminado SE Quantificação
(500 mL)
40
Figura 9: Meios de Cultura
Fonte: Autoria Própria, 2011
Retirou-se uma fração de colônias isoladas dos organismos Bacillus,
Pseudonomas, Serratia, Candida, Aspergillus e Penicillium que se encontravam em
placas de petry e foram transferidos para os erlenmeyers contendo o caldo BHI.
Tampou-se com camada dupla de papel alumínio e papel pardo, após foi
encaminhado para a estufa numa temperatura constante de 32ºC, ficando em
incubação pelo intervalo de tempo de um dia.
7.4 Incubação dos microrganismos
A seguir estão descritas as etapas que envolveram a incubação dos
microrganismos.
7.4.1 Preparação dos frascos
Vinte e um erlenmeyers de 500 mL e doze erlenmeyers de 150 mL foram
lavados com água, sabão e água deionizada, para evitar o máximo possível a
presença de outro organismo do meio externo.
41
7.4.2 Preparação dos meios de cultura para a incubação
7.4.2.1 Imazapic®
Em cada erlenmeyer foi adicionado 300 mL de água deionizada, 10,2 g de
caldo BHI, 2,5 g de peptona, 12 g de glicose. Os erlenmeyers foram fechados com
papel alumínio e papel pardo e colocados na autoclave por 15 minutos a 120oC e 1,0
atm.
7.4.2.2 Metais e Fluoreto
Foi realizado o preparo do meio mínimo mineral, que possuía constituição para
cada litro do meio sintético: Na2HPO4 (3,50 g), KH2PO4 (1,50 g), MgSO4.7H2O (0,20
g), CaCl2.2H2O (0,01 g) e sulfato ferroso (0,01 g).
Foi adicionado esse meio em 12 erlenmeyers de 150 mL e 9 erlenmeyers de
500 mL, após essa etapa os frascos foram fechados com papel pardo e alumínio e
levados para a autoclave num período de tempo de 10 minutos à 120oC e 1,0 atm.
7.4.3 Incubação
7.4.3.1 Imazapic®
Foi adicionado em seis erlenmeyers (contaminados) 5 mL de solução padrão (5
mg/L) de Imazapic, juntamente com o volume de 195 mL de água e 500 µL da
solução da respectiva bactéria ou fungo (concentração inicial 104). Nos brancos não
foram adicionados o padrão de pesticida.
7.4.3.2 Metais e Fluoreto
Nos erlenmeyers de 500 mL, o volume de meio mínimo utilizado foi de 400 mL
(quantificação dos compostos). Nos erlenmeyers de 150 mL, o volume foi
preenchido até a importância de 100 mL (contagem dos microrganismos), e o
volume de bactérias utilizadas foi de 5 mL (concentração inicial de 1011). Nos
brancos não foram adicionados os contaminantes.
42
7.4.4 Incubação das amostras
As amostras foram cultivadas em incubadora orbital tipo Shaker na temperatura
de 32oC e sob agitação de 60 ciclo/min., no caso dos metais e fluoreto, com a
finalidade de proporcionar uma temperatura ideal, para que os organismos possam
desenvolver-se adequadamente, e de uma maneira mais semelhante em relação ao
meio ambiente. A figura 10 demonstra as amostras em incubação.
Figura 10: Incubação dos microrganismos
Fonte: Autoria Própria, 2011
7.5 Contagem dos microrganismos
Este procedimento foi realizado em placas de Petry pelo método das diluições.
Este método tem por característica a colocação de um inoculo pertencente a uma
cultura com quantidade de células a ser determinadas em uma placa com meio de
cultura especifico para cada tipo microrganismo. Contando as colônias que
cresceram após a incubação das placas, obteremos o número de Unidades
Formadoras de Colônias (UFCs/mL) da cultura que estamos observando e
estudando. Porém, como pretendemos contar as células de culturas de crescimento
total, torna-se necessário realizar diluições do inoculo, a fim de que se torne
evidente nas placas um número final de colônias, que possibilite a aproximação ideal
da população real do inóculo em questão.
Foram realizadas três contagens, em torno de cada experimento realizado e foi
obedecido o mesmo procedimento.
43
Foi utilizada a alíquota de 100 µL de amostra em eppendorfs com 900 µL de
água deionizada, e a diluição teve a seguinte sequência.
Procedeu-se diluição seriada até 10-6. A figura 11 mostra a sequência de
diluição.
Figura 11: Diluição dos Microrganismos
Fonte: Autoria Própria, 2011.
Após este procedimento, as alíquotas com concentração igual a 10-6, foram
transferidas para placas de Petry com PCA (Plate Count Agar), para contagem das
colônias. Foi utilizada uma alíquota de volume igual à 20 µL, e após o volume foi
dispersado com o auxilio de uma alça de Drigalsky, flambada para distribuir a
solução na placa.
As placas foram transferidas para estufa à 37ºC por 24 h, após esse intervalo
de tempo foram contadas as populações microbianas resultantes, utilizando-se o
Contador de Colônias Mecânico CP602. A figura 12 apresenta os microrganismos
nas placas para a contagem.
44
Figura 12: Placas de contagem de microrganismos
Fonte: Autoria Própria, 2011.
45
8 RESULTADOS E DISCUSSÕES
8.1 Imazapic®
Realizou-se quatro contagens de crescimento dos microrganismos a cada 7
dias, para averiguar o comportamento dos microrganismos na presença do pesticida
imazapic. O resultado das contagens encontra-se nas tabelas a seguir.
Tabela 3: Resultados da primeira contagem
Microrganismos Contaminado Branco
Bacillus 1,7 X 108 UFC/mL 2,9 X 108 UFC/mL
Pseudomonas 1,2 X 108 UFC/mL Incerto
Serratia 2,5 X 108 UFC/mL 3,0 X 108 UFC/mL
Aspergillus Sem crescimento 3,0 X 107 UFC/mL
Penicillium Sem crescimento 5,3 X 107 UFC/mL
Candida 1,1 X 107 UFC/mL 2,1 X 107 UFC/mL
Fonte: Autoria própria, 2011.
Tabela 4: Resultados da segunda contagem
Microrganismos Contaminado Branco
Bacillus 2,2 X 108 UFC/mL 2,1 X 108 UFC/mL
Pseudomonas 3,2 X 108 UFC/mL 5,2 X 109 UFC/mL
Serratia 3,6 X 108 UFC/mL 4,1 X 108 UFC/mL
Aspergillus Sem crescimento 3,0 X 107 UFC/mL
Penicillium Sem crescimento 2,0 X 107 UFC/mL
Candida 9,8 X 107 UFC/mL 3,0 X 107 UFC/mL
Fonte: Autoria própria, 2011.
46
Tabela 5: Resultados da terceira contagem
Microrganismos Contaminado Branco
Bacillus 5,6 X 106 UFC/mL 2,8 X 107 UFC/mL
Pseudomonas 2,3 X 107 UFC/mL 2,2 X 107 UFC/mL
Serratia Contaminação no meio Contaminação no meio
Aspergillus Sem crescimento 2,3 X 106 UFC/mL
Penicillium Sem crescimento 3,7 X 105 UFC/mL
Candida 9,8 X 107 UFC/mL 4,5 X 106 UFC/mL
Fonte: Autoria própria, 2011.
Tabela 6: Resultados da quarta contagem
Microrganismos Contaminado Branco
Bacillus 3,7 X 104 UFC/mL 7,2 X 106 UFC/mL
Pseudomonas 4,2 X 104 UFC/mL 5,5 X 106 UFC/mL
Serratia Contaminação no meio Contaminação no meio
Aspergillus Sem crescimento 1,9 X 104 UFC/mL
Penicillium Sem crescimento 5,3 X 103 UFC/mL
Candida 7,2 X 103 UFC/mL 2,7 X 104 UFC/mL
Fonte: Autoria própria, 2011.
Os microrganismos Pseudomonas e Candida foram os que demonstraram um
maior crescimento e aceitação a esse meio. Os outros organismos não
apresentaram uma mesma forma de crescimento e obtiveram um desenvolvimento
inadequado a esse meio, possibilitando uma inibição ou lise do organismo perante o
contaminante em que se encontravam. A figura 13 apresenta o crescimento dos
microrganismos durante o tempo de incubação, em escala logarítmica nas amostras
contaminadas.
47
Figura 13: Crescimento nas amostras contaminadas
Fonte: Autoria Própria, 2011.
A bactéria Serratia e os fungos Aspergillus e Penicillium não obtiveram valores,
pois apresentaram algum tipo de contaminação ou lise sobre os organismos.
Os microrganismos Pseudomonas e Candida, podem ter sobrevivido a esse
contaminante por apresentarem em sua estrutura algum gene que possa utilizar
compostos orgânicos no seu metabolismo celular. Mas, outras espécies dos
mesmos gêneros citados acima, poderão não apresentar uma mesma forma de ação
perante o mesmo constituinte químico, pois podem não ter recebido de gerações
passadas o gene específico para que a degradação e metabolismo dessas
substâncias sejam viáveis.
Entretanto a degradação desse composto não poderá ser confirmada, pois a
quantificação do pesticida não foi realizada, por não obtermos equipamento
adequado para que houvesse a análise da substância.
Portanto, sugere-se para trabalhos futuros a realização da quantificação do
pesticida imazapic, para podermos obter uma resposta sobre o comportamento dos
microrganismos perante o contaminante em seu meio de crescimento.
A figura 14 apresenta o crescimento dos microrganismos em escala
logarítmica, no mesmo intervalo de tempo sem a presença do contaminante.
48
Figura 14: Crescimento nas amostras sem contaminante
Fonte: Autoria Própria, 2011. Os microrganismos Pseudomonas e Serratia não foram apresentados os
valores de crescimento na amostra sem contaminante, pois apresentaram algum tipo
de interferência no seu crescimento, como contaminação do meio, ou incerteza na
contagem.
8.2 Metais e Fluoreto
Realizaram-se três contagens do crescimento dos microrganismos a cada 6
dias, para averiguar o comportamento dos microrganismos na presença dos
contaminantes. O resultado das contagens encontra-se nas tabelas a seguir.
Tabela 7: Crescimento em Cromo
Microrganismos T0 T1 T2
Bacillus 4,5 x 106 9,3 x 103 7,5 x 102
Pseudomonas 2,0 x 108 1,2 x 105 Zero
Serratia 1,3 x 109 2,0 x 104 6,0 x 102
Fonte: Autoria própria, 2011.
49
A figura 15 apresenta os valores do tempo de incubação das amostras com
cromo em escala logarítmica.
Figura 15: Crescimento em cromo
Fonte: Autoria Própria, 2011.
Os microrganismos nas amostras contendo o contaminante cromo
apresentaram uma intolerância ao agressor. Essa característica pode estar
relacionada ao fato desses microrganismos não obterem a enzima capaz de
degradar o composto, ou a substância inibir algum metabolismo da célula
bacteriana, como o transporte de substratos do meio externo para o interno,
prejudicando assim a reprodução celular.
A tabela 8 averigua o comportamento na presença de manganês.
Tabela 8: Crescimento em Manganês
Microrganismos T0 T1 T2
Bacillus 1,1 x 108 1,1 x 108 1,8 x 108
Pseudomonas 6,4 x 107 1,0 x 108 9,0 x 108
Serratia 1,2 x 109 5,4 x 107 2,4 x 108
Fonte: Autoria própria, 2011.
50
A figura 16 demonstra o crescimento dos microrganismos em escala
logarítmica na presença de manganês.
Figura 16: Crescimento em manganês
Fonte: Autoria Própria, 2011.
Os microrganismos obtiveram comportamentos diferentes na presença de
manganês. A bactéria Bacillus apresentou a mesma quantidade de ciclos
bacterianos durante todo o processo, fazendo com que não houvesse crescimento
em sua população. O mesmo não ocorreu com os gêneros Pseudomonas e Serratia,
que durante o tempo de incubação demonstraram oscilações em suas populações
bacterianas. Essas divergências em quantidades de colônias pode ser um indício de
que a substância esteja sendo utilizada de alguma forma, no metabolismo celular
dos microrganismos estudados.
Na tabela 9, o comportamento dos microrganismos foram os seguintes.
Tabela 9: Crescimento em Fluoreto
Microrganismos T0 T1 T2
Bacillus 1,6 x 108 1,6 x 108 1,6 x 108
Pseudomonas 2,0 x 108 3,1 x 109 5,6 x 108
Serratia 8,8 x 109 3,6 x 109 1,2 x 108
Fonte: Autoria própria, 2011.
51
A figura 17 apresenta os valores em escala logarítmica para o crescimento na
presença de fluoreto.
Figura 17: Crescimento em fluoreto
Fonte: Autoria Própria, 2011.
O mesmo comportamento foi observado em relação ao íon fluoreto. O gênero
Bacillus manteve-se igual em todo o processo e os outros microrganismos
mostraram-se uma oscilação na incubação. A divergência em relação ao processo
anterior dá-se, por causa da bactéria Serratia, que apresentou um declínio em suas
populações.
A tabela 10 demonstra o crescimento dos microrganismos sem a presença de
contaminantes.
Tabela 10: Crescimento no Branco
Microrganismos T0 T1 T2
Bacillus 1,6 x 108 3,2 x 108 1,1 x 108
Pseudomonas 2,0 x 108 3,0 x 109 4,8 x 108
Serratia 8,8 x 109 3,4 x 109 4,8 x 108
Fonte: Autoria própria, 2011.
52
A figura 18 demonstra o comportamento dos microrganismos em escala
logarítmica sem a presença de contaminantes.
Figura 18: Crescimento sem contaminantes
Fonte: Autoria Própria, 2011.
O comportamento dos microrganismos sem a presença de nenhum
contaminante obteve valores semelhantes aos mesmos organismos, na presença do
componente químico fluoreto. Possibilitando definir que o íon fluoreto não demonstra
grande interferência no metabolismo e crescimento das células bacterianas.
Um dado observado durante os procedimentos foram às colorações diferentes
da bactéria do gênero Pseudomonas, que apresentaram cor vermelha na presença
de manganês e coloração castanha na presença de fluoreto. A figura 19 apresenta o
gênero Pseudomonas com duas colorações.
53
Figura 19: Colônias de Pseudomonas
Fonte: Autoria Própria, 2011.
A bactéria Pseudomonas aeruginosa tem por característica a produção de um
composto de caráter toxico denominado piocianina (azul), pioverdina (verde), e os
hidrossolúveis piorrubina (vermelho) e piomelanina (marrom a preto), que são
responsáveis pela cor brilhante da célula bacteriana e pode ser considerado um
indicador, para a ação do microrganismo frente a agressão do contaminante perante
as colônias.
54
9 CONCLUSÕES
O uso de microrganismos com capacidade para a degradação de compostos
agressores ao meio ambiente é uma maneira eficaz, e de baixo custo econômico
para a resolução e diminuição dos problemas que estão evoluindo nos dias de hoje,
com o aumento da produção em alta escala industrial e do manejo de novas
técnicas de produção.
Este trabalho comprovou que os microrganismos dependendo do ambiente, e
dos fatores que são submetidos reagem de forma específica em relação a
substância presentes. Fatores ambientais como disponibilidade de água e oxigênio,
temperatura e disponibilidade de nutrientes inorgânicos influenciaram na
sobrevivência e a atividade dos microrganismos.
A Atividade de Água (Aw) do meio é um fator decisório na fisiologia de muitas
bactérias, pois é essa água, considerada como disponível para utilização em
reações químicas e crescimento nos microrganismos. Em ambiente cuja água possui
dissolvido elementos, que por sua vez possam ser nocivos ao microrganismo,
haverá uma limitação no crescimento ou até comprometimento da sua manutenção.
Isso implicaria num gasto maior de energia, pois o microrganismo alteraria o seu
metabolismo enzimático como contrapartida para a neutralização.
Bactérias de mesmo gênero, mas de espécies diferentes, podem produzir
reações diversas na presença dos contaminantes, como o caso da bactéria
Pseudomonas, que possuiu colorações diferentes em dois compostos. Essa
adversidade na presença de contaminantes desiguais pode ser pela ação de certo
tipo de gene capacitado, para a degradação das substâncias em questão.
Para próximos trabalhos sugere-se fazer a quantificação final em todas as
amostras, comprovando a biodegradação dos compostos pela ação metabólica dos
microrganismos.
55
REFERÊNCIAS
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